segunda-feira, 14 de julho de 2014
66 - QUANTO MAIS DESAGRADÁVEL É O PRÓXIMO, MAIOR É A BÊNÇÃO PARA A QUAL VOCÊ ESTÁ SENDO PREPARADA. DESPREZÁ-LO É SER CONDENADO À MEDIOCRIDADE
terça-feira, 1 de julho de 2014
65 - LEI x GRAÇA
LEI x GRAÇA
Introdução
Muito
se debate entre lei e graça. Uns dizem que a lei foi revogada, outros se apegam
exageradamente à lei e há quem tente conciliar ambas. Afinal, quem está certo?
Desde a era
apostólica muitos se recusam a aceitar que Jesus é suficiente para a salvação (lei e graça não podem andar juntos)
Não
pense que a discussão entre lei e graça é algo recente. Na época de Atos dos
Apóstolos havia os judaizantes que, embora cressem em Jesus, insistiam em dizer
que era necessário também guardar a lei (At 15.1,2),
ignorando o que Jesus disse:
·
“E disse-lhes também uma parábola: Ninguém tira um pedaço de uma
roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz
com a velha. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho
novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; mas o
vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E
ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.” (Lc 5.36-39).
Lei
e graça não podem coexistir. E por um motivo simples: ou fazemos algo para
alguém porque ele merece (neste caso, estamos pagando uma
dívida – Rm 4.4)
ou porque, movidos pela misericórdia do Eterno que nos segue (Sl 23.6),
fazemos por ele algo que ele não fez nada para merecer. Não há meio termo.
Conceito de Lei e
Graça
A
primeira coisa a ser observada é o conceito de graça. Quase todo mundo acredita
que esta significa “favor não merecido”. Ora, isto é um pleonasmo. Afinal, se é
um favor, com certeza a indivíduo não merece. Do contrário não seria favor, mas
dívida. Todas vezes que aparecer a palavra “graça” na Escritura Sagrada pode
substituir por “favor” (ou, se preferir “Favor do Eterno”).
Lei
é o predomínio da vontade de alguém sobre outrem. Independente de quem foi que
elaborou a lei, o motivo desta é a indisposição dos indivíduos em fazer aquilo
que se supõe ser correto.
Vem
a questão: qual a diferença entre lei e graça? Está no mérito:
·
A lei se firma no
mérito do indivíduo, no direito que ele tem a algo, no que ele pode nos
conceder;
·
A graça se firma na
misericórdia, ou seja, na capacidade do Eterno amar através de nós, mesmo o indivíduo
não tendo mérito algum. Logo, o Favor do Eterno se firma naquilo que podemos,
em Cristo, fazer pelo indivíduo, de modo que ele possa ser tudo aquilo que o
Eterno deseja.
A
princípio alguém poderia pensar que a lei é algo bom. Ainda mais considerando
que:
· “E assim a lei é santa, e o
mandamento santo, justo e bom.” (Rm 7.12).
Vem
a questão:
Qual a finalidade
da lei?
A
lei é boa para quê?
·
“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente;
sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e
obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para
os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os devassos, para os
sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros,
e para o que for contrário à sã doutrina” (1Tm 1.8-10).
Note
como a raiz da lei é maligna. Mesmo se tratando da lei do Criador, lembre-se
que a única razão para esta ser introduzida é porque existem indivíduos que não
permitem que o amor preencha seu coração, o que os torna indispostos para tudo
aquilo que é bom. Aliás, sem o Eterno, cada um que conhecemos não passa de
pecador e cada lugar que se vai é só mais um inferno.
Considerando
que mandamentos e obras não são um fim em si mesmos, mas o resultado do amor de
Cristo agindo no coração de quem crê, logo quem não consegue achar em Jesus
motivo de descanso (Sl
37.4,7), jamais será capaz de tolerar
leis voluntariamente.
A
prova disto é que, quando a justiça não se manifesta apressadamente, o coração
de todo homem se torna predisposto para o mal (Ec
8.11). Ou seja, o indivíduo não faz
o bem porque gosta ou porque isto é bom para todos. Muito menos porque é algo
que faz parte de si. Antes, a cumpre por temor da punição (Rm 13.5).
Se
você acha que não, pense: que razão há para alguém rejeitar Jesus? Não pense
que é por incredulidade, pois até os demônios creem e tremem (Tg 2.19).
Sem contar que o Eterno escreveu suas leis no coração de cada um (Rm 2.14,15),
de modo que todos têm o testemunho de sua consciência para lhes dizer o que é
certo ou errado, além de contarem com o testemunho da natureza (Rm 1.20).
Trata-se
de uma rebeldia deliberada (embora a verdade seja natural e impossível
de ser destruída (Sl 117.2), a maioria a detém (Rm 1.18)), em
virtude de o indivíduo ter prazer nas suas más obras (Jo 3.19-21),
e não suportar a bondade que acompanha o amor (2Ts 2.10).
O que importa para este indivíduo é que ninguém próximo a si esteja tão bem
quanto ele.
O motivo
disto é simples: quando o indivíduo se sente superior a tudo e todos à sua
volta, ele se sente no controle da situação e, neste caso, não precisa sujeitar-se
a tudo que Jesus é. Todos são obrigados a implorar seu favor e tolerá-lo apesar
de todos os desvios do seu caráter.
Por
que você acha que todo ser humano sem Jesus mergulha em algum tipo de vício?
Por ter perdido todo o sentimento, ele não quer ter contato com seu verdadeiro
“eu” (Ef 4.17-19).
Para os tais, o Eterno e tudo que Ele viveu como homem é motivo de tropeço (Mt 11.6; 1Pe 2.6-8).
Sua Palavra é extremamente cortante (Hb
4.12).
Alguém pode questionar: mas como viver neste
mundo sem leis? Seria um caos.
Todavia,
pense:
Qual o resultado
das leis?
Em
primeiro lugar, você já parou para pensar no motivo pelo qual existe tanto
egoísmo? A verdade é que, ao buscar coisas materiais para si, o que o indivíduo
está fazendo não é buscando simplesmente conforto, mas, antes de tudo,
estabelecendo uma direção, criando uma regra para si que motive todos a se
encaixarem em seu mundo. Deste modo, fica mais fácil obter benefícios.
Pense:
por que toda sociedade se baseia em leis, já que ninguém gosta delas? A lei é o
instrumento usado a fim de obrigar os outros a lhes dar o que desejam (Is 10.1,2).
Como o relacionamento social não é firmado no amor, mas no medo, forja-se uma
lei (Sl 94.20; Is 29.21) que
permita aos que a elaboraram garantir aquilo que deseja. Cada um vai ao outro
certo de que este irá falhar em lhe dar aquilo que precisa ou anseia.
Infelizmente já não se consegue mais enxergar o valor de um ser humano, muito
menos a importância de ser aperfeiçoado no amor (1Jo 4.18).
Para
exemplificar isto, basta pensar que a justiça do homem diz que se deve
preservar os direitos autorais de alguém, enquanto que a justiça do Eterno
aponta para a importância de compartilharmos e cooperarmos uns com os outros.
O
amor foi o que o Eterno providenciou para conceder direção e instrução. Tanto
que a Escritura Sagrada diz que quem se isola se rebela contra a
verdadeira sabedoria (Pv
18.1) e se ensoberbece (1Co 8.1,2). Daí, inclusive, a importância
de nos sujeitarmos uns aos outros (Ef
5.21).
No
entanto, mesmo as leis, por si só, não valendo nada, os indivíduos acham mais
conveniente segui-las. Apenas quando são usadas pelo Amor para perdoar (unir) os indivíduos é que as
mesmas têm valor. Ou seja, como o objetivo de toda lei é conduzir o indivíduo
ao amor ao próximo, quem rejeita a lei do Eterno fica desorientado, perdido,
só, inseguro, sem proteção. Acabam vivendo pior (Pv
21.16,17).
A
lei é criada com a finalidade (pelo menos teoricamente)
de frear o mal existente no coração. É claro que isto não funciona. Do
contrário, a justiça seria por meio da lei, sem a necessidade de Cristo ter
dado Sua vida no Calvário por amor a nós:
·
“Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei,
segue-se que Cristo morreu debalde.” (Gl 2.21).
·
“Do mesmo modo, pois, ainda no tempo presente, há um resto segundo
a eleição da graça; mas se é pela graça, já não é pelas obras, doutra maneira a
graça já não é graça.” (Rm 11.5,6).
Se
fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido
pela lei. (Gl 3.21).
Mas então, qual é a finalidade da lei?
·
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado
abundou, superabundou a graça;” (Rm 5.20).
A
ideia é que todos percebessem que, por mais bem intencionados que fossem os indivíduos,
por mais perfeitos que fossem as leis, jamais seria possível criar uma
sociedade justa e próspera (em termos de paz, felicidade e
amor) sem Jesus.
Pelo
contrário: quanto mais o homem tenta ser justo, mais o pecado aumenta na
sociedade. E não é para menos, já que:
·
“E o SENHOR sentiu o suave cheiro, e o SENHOR disse em seu coração:
Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação
do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o
vivente, como fiz.” (Gn 8.21).
·
“Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que
nasceram, falando mentiras.” (Sl 58.3).
·
“A alma do ímpio deseja o mal; o seu próximo não agrada aos seus
olhos.” (Pv
21.10);
Uma
vez que não existe amor no coração, é um tormento para qualquer indivíduo ver
alguém ser beneficiado antes dele.
Só a morte para
resolver o problema do pecado. E a lei é para isto (2Co 3.6)
Você
já parou para pensar no motivo de o Eterno ter colocado a Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal no Éden (Gn
2.9)? Para que o ser humano
pudesse ver o quão imunda é a sua justiça (Is
64.6) e, deste modo, pudesse
enxergar a imensidão da paciência do Eterno e a sublimidade da Sua justiça, ao
invés de O considerarem como tirano e injusto (como em Lc
18.1-8):
·
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que
há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue,
para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a
paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para
que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Rm 3.24-26).
Até
hoje os indivíduos não captaram a mensagem do Getsêmani.
Muitos acham que Jesus, ao pedir ao Pai “afasta de mim este cálice” (Lc 22.42),
estava atravessando um momento de fraqueza, o que não é verdade (veja Lc 12.50).
O que Jesus estava fazendo é mostrando que, se houvesse uma forma de a
humanidade ser remida sem a necessidade de Seu sangue ser derramado no Gólgota,
Sua oração teria sido atendida.
Apenas
a morte pode dar fim aos pecados de alguém.
·
“Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado,
para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.
Porque aquele que está morto está justificado do pecado.” (Rm 6.6,7).
Ainda
que o dom gratuito do Eterno seja a vida eterna, isto não muda o fato de que o
salário do pecado seja a morte (Rm
6.23). O pecado não tem solução. Do
contrário, não precisaria Jesus ter morrido, nem o Eterno ter ordenado que
morrêssemos para nós mesmos (ver Mt 16.24; Mc 8.34; Lc 9.23; Cl 3.5; Ef 4.22; Cl 3.9)
e só buscássemos e pensássemos no que é do alto (Cl 3.1-3).
Logo,
a letra (lei) é
justamente para matar de vez qualquer ego que tente ser tão bom quanto Jesus (2Co 3.6 - afinal, sendo a lei a essência do próprio Jesus (Jo 1.1), logo quem tenta cumprir a lei por seus próprios
esforços está tentando ser igual a Ele). O
objetivo é levar todos a enxergarem que, sem Jesus, cada um é irremediavelmente
uma maldição ambulante por todo o tempo de sua vida (daí Jr 17.5,9).
Pense:
Em que se torna o indivíduo
que tenta ser tão boa quanto Jesus?
A
verdade é que, quanto mais tentamos ser bons, mais exigimos dos indivíduos e
mais nos enchemos de crueldade para com o próximo e o pior: enganamo-nos a nós
mesmos com a ideia de que isto é justiça e que o infrator merecia a punição.
Esquecemo-nos de que todos pecaram e estão destituídos da glória do Eterno (Rm 3.23)
e que, deste modo, não há ninguém bom e justo (Mt
19.17; Rm 3.9-18).
Sem contar que o Eterno veio chamar ao arrependimento justamente os pecadores (Mt 9.12,13), aqueles que a sociedade não dá nenhum valor
(ver Mt 25.41-46).
E
não para aí! O indivíduo tem a capacidade de levar o réu perante incrédulos (1Co 6.3,4) para ser julgado e,
ali no tribunal, ambos ficam fomentando maus pensamentos acerca um do outro,
contaminando todos os que ali estão envolvidos (algo que o Criador abomina – Sl 20.7; 147.10,11; Is 30.1-3;
31.1-3).
Para
visualizar isto, pense em como a justiça era exercida da época do Antigo
Testamento. Eram diversas as ocasiões em que todo o povo da cidade deveria ser
tomado de instinto assassino e apedrejar o infrator (por exemplo, em Lv 20.2,27).
Quanto mais alguém pecava, mais mal era feito (incluindo derramamento de
sangue) para tentar conter o avanço
do mal.
Se
houvesse um mal capaz de combater o mal, então este mundo já era para estar em
paz e harmonia, visto que guerras e mais guerras têm sido feitas em busca da
verdadeira paz. Aliás, todo o Antigo Testamento nada mais é do que Israel
buscando no Criador a aniquilação total de todos que se lhe opunham. Contudo,
quando não havia inimigos internos, eles próprios exploravam uns aos outros
(ver Mq 6.10-12), tal como se dava, por exemplo, com
os publicanos.
Isto
só vem a provar...
... a inutilidade
de todas as leis do sacerdócio levítico, incluindo os dez mandamentos?
Você
pode questionar: “mas, se é assim, como o mundo poderia existir sem leis? E
quanto aos dez mandamentos? Devem todos serem aniquilados?”.
Conforme
pode ser visto na Escritura Sagrada, todos os mandamentos do sacerdócio
levítico foram revogados:
·
“Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo
sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os
povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua
carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em
ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, E
pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as
inimizades.” (Ef 2.13-16).
·
“E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com
ele, perdoando-vos todas as ofensas, Havendo riscado a cédula que era contra
nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a
tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e
potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.” (Cl 2.13-15).
E o
motivo disto é bem claro: primeiro, porque a lei gerava inimizade entre judeus
e gentios (Ef 2.16).
E depois, por causa da sua fraqueza e inutilidade:
·
“De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo
de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque,
e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei. Porque o precedente mandamento é
ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida
uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.” (Hb 7.11,12,18,19).
Você
pode se perguntar: “mas com leis como não matar, não roubar, etc., podem ser
inúteis”?
1º - Que
sentido há em não ter outros deuses, quando não há interesse e confiança (fé)
em ser possuído pelo Eterno? Crer em Jesus não é buscar Seu Favor em nossos
planos, mas confiarmos que os planos Dele são melhores. Uma coisa é servir o
Deus verdadeiro do jeito que Ele é; outra é servirmos ao Deus que queremos que
Ele seja;
2º - De
quê adiante não fazer imagem de escultura, quando cada um, mesmo sem perceber,
já esculpiu uma imagem de Eterno para si no coração? A questão não é só crer em
Jesus, mas principalmente o modo como Nele cremos. A maioria crê em Jesus com
base em leis, de modo carnal, o qual visa tão somente obras (2Co 5.16). Mas a adoração que
agrada ao Criador é em espírito (Jo
4.23,24). Não é para agradarmos ao
Eterno do nosso jeito, fazendo para Ele aquilo que agrada a nós. Antes, é para
ouvirmos Sua voz e, então, deixar que Ele cumpra em nós aquilo que Ele nos
disse;
3º - Que
valor há em não tomar o nome do Altíssimo em vão numa sociedade onde quase
ninguém está disposto a carregar nos Seus ombros a presença viva de Eterno, a
realmente ser coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15)?
Aliás, quase ninguém têm amor pela verdade (2Ts 2.10; 2Tm 4.3,4).
Além
disto, considerando que praticamente ninguém sabe o nome do Eterno, nem tem
interesse em saber, (pois acha que conhecer a real identidade do Eterno é coisa
supérflua), que valor tem este mandamento?
4º - Você
acha que Jesus, mesmo sofrendo tudo que sofreu por amor a você, merece apenas
um dia teu na semana ou dez por cento do que Ele te dá? Acreditas mesmo seres
capaz de fazer algo bom, a ponto de seres “livre” para viver teus planos e
vontade por seis dias (um segundo já é demais, quão
dirá seis dias – ver Êx 20.8-11)?
5º - Como
você, pai ou mãe, se sentiria sabendo que teu filho está contigo simplesmente
por gratidão ou pelo temor que tem de Eterno, obrigado por um mandamento?
Obediência cega (onde não se valoriza a lei que
está a cumprir) tem valor. Se fosse
assim, Eterno poderia muito bem não ter plantado a Árvore do Conhecimento do
Bem e do Mal.
6º - De
quê adianta conservar em vida alguém que não tem prazer em viver, que está
desiludido com a vida, simplesmente passando por este mundo?
7º - De
quê adianta não adulterar quando ambos os cônjuges não têm mais prazer na
companhia um do outro?
8º - De
quê adianta não roubar alguém pobre, que mal tem o que comer? Ele não tem nada
para ser roubado.
9º - De
quê adianta não dizer falso testemunho, quando se está a viver uma mentira ou a
ocultar a verdade (Rm
1.18)?
10º - Como
é possível alguém não desejar o que é do próximo, desconhecendo o que o Eterno
já lhe deu gratuitamente (1Co 2.9,12)?
A única razão deste mandamento é para que a indivíduo não se prive do Favor de Eterno
(Hb 12.15).
Uma
das razões para o fracasso da lei é o fato de que ...
... altruísmo não
existe
Quando
o indivíduo cumpre uma lei sem o amor do Eterno a nortear suas atitudes, tudo
tem em vista méritos, seja presentes ou futuros. Esta estória de altruísmo é
balela! O único lugar onde se pode encontrar altruísmo é no dicionário, como um
conceito meramente ilusório, filosófico e hipócrita.
Nem o
Eterno é altruísta, já que Jesus morreu na cruz esperando formar para Si uma
Noiva pura, sem mácula, nem mancha, nem ruga (Ef
5.25-27), tal como uma vinha que dê
uvas boas (como em Is 5.1-4).
Sem
Cristo, o parâmetro de alguém para obedecer ou não a uma lei é simplesmente
méritos e punições. Como podemos esperar que um sistema que exige, pune ou
recompensa de acordo com o esforço ou merecimento de alguém possa ser bem
sucedido? Isto pode parecer justo. Todavia, todo o mérito e glória disto
repousam sobre o ser humano:
·
“Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a
carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar,
mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e
isso lhe foi imputado como justiça. Ora, àquele que faz qualquer obra não
lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas,
àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é
imputada como justiça.” (Rm 4.1-5).
Ao
invés de a bondade do Eterno, que conduz ao arrependimento, ser colocada em
evidência, o indivíduo passa a confiar na própria bondade e capacidade, os
quais incentivam ele e todos à sua volta a se afastarem do Eterno, como se Ele
não fizesse nada.
Como,
todavia, Ele irá fazer algo, se ninguém está disposto a usar de misericórdia
para com o próximo, se a ordem que impera por meio do Sistema Babilônico é
corrigir os próprios erros, lutar para se moldar ao sistema (contrariando Rm 12.1,2)
e recompensar quem contribui consigo e com o sistema?
Enfim,
a lei é praticada porque o indivíduo quer merecer o que deseja e incentivar ou
outros a acreditarem em sua dedicação e boa vontade. Ele não quer apenas a
bênção, mas sobretudo que todos reconheçam seu valor.
Para
ser mais claro:
O pecado (Rm 7.12,13) faz com que a lei se torne
algo mau (Rm
7.11)
Alguém
pode questionar: mas se nenhuma lei é boa, então o que dizer dos dois
mandamentos de Jesus (Mt
22.36-39), os quais são uma explicação
de (Gn 1.28)?
O objetivo destes dois mandamentos é ensinar-nos que, até mesmo o amor, que é o
auge da magnificência, se for transformado em algo legalista, pode se tornar
abominável.
Por
exemplo:
·
Pense nas inúmeras
vidas que foram tiradas em virtude de fanatismo religioso, incluindo no meio
cristão. Sem contar as esposas que não edificam suas casas (Pv 14.1)
ou filhos que não obedecem aos pais alegando que estão trabalhando para o
Senhor (Mc 7.11-13);
·
Imagine alguém
concedendo privilégios a um amigo seu tendo em vista amar o próximo como a si
mesmo (Mt 22.39)
ou fazendo ao próximo exatamente aquilo que deseja que seja feito para consigo (Mt 7.12).
Mesmo que o indivíduo esteja sendo sincero, isto não muda o fato de que está a
prejudicar todos os demais.
A
verdade é que jamais devemos estabelecer nossas ações simplesmente motivados
por leis.
Como, então, o
favor do Criador trabalha?
O
Favor do Eterno (graça),
diferentemente, trabalha, não em busca do que não se tem, mas no privilégio de
compartilhar aquilo que recebeu diretamente do próprio Eterno (1Co 2.9). O objetivo final é o desenvolvimento
do caráter de Cristo no indivíduo que O busca, bem como nos que estão à sua volta.
Enquanto
a lei baseia seus relacionamentos nas qualidades dos outros (o que resulta em frustração, já que ninguém é capaz de
corresponder exatamente àquilo que esperamos),
o Favor do Eterno se aperfeiçoa nas fraquezas nossas e do próximo (2Co 12.9,10),
bem como na Sua capacidade de nos amor de modo sobrenatural.
A
quem mais se perdoa, mais se ama (Lc
7.47). Quanto maior a ofensa do indivíduo
contra o fiel, maior é o Favor que o Eterno quer conceder a este (Rm 5.20)
a fim de que ele possa religar o indivíduo a Jesus através de nós (Mt 16.19; 18.18)
e, assim, dar fim aos atormentadores (Mt
18.34,35).
Logo,
não é a lei ou o governo que
nos priva do bem. Nós é que nos privarmos do Favor do Criador
Contudo,
há um problema: considerando que a razão de tanta ansiedade e perturbação é
justamente o fato de não se aceitar autoridade e leis (cada um faz o que quer, passando por cima de tudo e todos),
como resolver este impasse? Todo indivíduo, por estar imerso em um conflito
interno, quer mais do que lhe é permitido, supondo que ocupar o espaço do outro
lhe fará feliz.
Esta
é a raiz do pecado. Tudo começou quando Eva, por não estar plenamente
satisfeita (em virtude de Adão negligenciar
o mandamento de Gn 1.28),
achou que Eterno estava escondendo algo bom dela. Isto lhe incentivou a se
alimentar do fruto proibido. Hoje, todos querem invadir o espaço do outro por
achar que é neste que se acha o segredo da felicidade plena, e que o indivíduo
dele tomou posse a fim de escondê-lo só para si. É o fruto da Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal sendo digerido e levando cada um a contabilizar o
bem na vida do próximo em razão das dificuldades enfrentadas, ou seja, o quanto
o próximo tem direito de ser abençoado enquanto ele padece necessidade.
No
entanto, entendendo que ao Criador pertence a terra e todos os que nela habitam
(Sl 24.1)
e que tudo foi colocado debaixo dos pés de Eterno em Seu papel como homem (Jo 17.2; Ef
1.21-23), logo ao invés de julgarmos
as autoridades e as leis, como se o intuito das mesmas fossem nos privar do
bem, devemos pensar que as mesmas foram instituídas pelo Eterno para que
possamos achar a felicidade permanecendo onde Ele nos colocou ao invés de
perdemos tempo indo atrás de algo que nenhuma serventia tem para nós.
É preciso
entender que, embora não exista nenhum governo humano que preste (ver 1Sm 8.19,20),
quem se entrega a Cristo, é liberto do cativeiro humano (Cl 3.22-24; 1Co 7.20-23).
Isto significa que, por mais maligna que seja a autoridade, é o Eterno que está
por traz orquestrando tudo, visando nos preparar para algo muito maior que
nossa compreensão (tal como se deu com Ester, Davi,
etc.).
Para
exemplificar isto, tomemos como exemplo este trecho:
·
“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque
não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas
por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os
que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.” (Rm
13.1,2).
Você
pode estar se perguntando:
E se a autoridade
for maligna ou a sua ordem perversa? Devemos também obedecer?
Note
que o trecho diz para sermos “sujeitos” às autoridades, e não “obedientes” ou
“submissos”. Talvez você pense: “que diferença há nisto?
·
Obedecer é se colocar
debaixo de uma força ou influência. Não é simplesmente seguir ordens, mas
permanecer à disposição da autoridade, de modo que esta possa canalizar todo
seu poder na vida do indivíduo, de modo que este possa ir onde ele não tenha
condições de ir e fazer aquilo que gostaria de fazer ao vivo;
·
Submissão é entrega
total, tal a que deve acontecer entre a Igreja e o Eterno, entre mulher e
marido;
·
Sujeição significa que,
embora o indivíduo não vá passar por cima da ordem da autoridade, também não
vai simplesmente acatá-la como um robô. Antes, irá buscar no Eterno a forma
correta de obedecer tal mandamento.
Para
exemplificar isto, veja o caso de Joquebede. Embora
ela não desafiou a ordem do faraó, ela também não cumpriu a mesma à risca.
·
“Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos
que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida.” (Êx 1.22).
Veja
que o objetivo era matar os meninos. Ela seguiu a parte de jogar Moisés no rio,
mas de uma modo sábio a fim de que ele não morresse.
A
verdade é que, por mais perversa que seja a autoridade e a ordem por ela dada,
junto com a tentação, sempre há o escape do Eterno para aqueles que desejarem
(1Co 10.13). Em outras palavras, não importa qual seja a autoridade e a ordem
dada, com certeza o Eterno está usando isto para apontar Sua vontade na vida de
cada um.
Por
exemplo: quando César Augusto emitiu um decreto obrigando cada israelita e se
registrar na sua cidade natal (Lc 2.1-3). José podia
muito bem ter questionado, já que sua esposa estava grávida, prestes a dar a
luz. Contudo, ao invés de murmurar contra o Eterno ou difamar a autoridade, ou
mesmo desafiar a lei, ele preferiu obedecer. No que ele assim procedeu, deu
lugar para que a profecia acerca de sua esposa e filho adotivo se cumprissem.
Outro
exemplo: suponhamos que uma autoridade te ordene matar alguém. Ao invés de se
revoltar, busque do Eterno o sentido de tudo isto. De repente, o que o Eterno
deseja é te usar para que tal indivíduo venha a nascer de novo. Neste caso, a
ordem da autoridade foi cumprida (afinal, ela morreu para si mesma, não vindo
mais a importunar a autoridade) de um modo glorioso.
Enfim,
sempre há um modo abençoado para se cumprir a ordem da autoridade.
José,
por exemplo, enxergou tudo que sucedeu com ele (ver Gn
45.8) como o meio provido por Eterno
para receber a abundância do Favor do Eterno e do dom da justiça (atente para o nome que ele deu aos seus dois filhos – Gn 41.51,52) a
fim de poder reinar sobre o pecado ao invés de ser levado por ele (Rm 5.17).
A dor é, muitas vezes, o instrumento que Eterno elege para que, de dentro de
nós, saia aquilo que Ele já colocou (ver Ez
28.13; Fp 2.12,13).
Quanta dor curtimos ao trabalharmos nossa imperfeição, por não deixarmos O Amor
operar Sua perfeição em nós.
Ou
seja, a autoridade foi constituída pelo Eterno para direcionar os imaturos na
fé (ver Gl 4.1-3)
a podar os galhos maus que roubam sua vitalidade e recursos (Jo 15.2).
Quando permitem à Palavra do Eterno encher seus corações de boas palavras (Sl 45.1),
tal como a canção de quem tem voz suave e tange bem (Sl
87.7; Ez 33.32),
se tornam o bom perfume de Cristo (2Co 2.14-16)
e passam a ter prazer na companhia dos indivíduos, não por aquilo que eles são,
mas pelo que o Eterno deseja operar em suas vidas por causa deles.
Então,
quer dizer que a lei não serve para nada?
Em Cristo a lei
serve para nos mostrar que precisamos nos reconciliar com o Criador
A
lei serve para balizar nossa caminhada com Jesus (Jr 31.21),
de modo que possamos reconhecer o pecado (Rm
7.7). Contudo, ao pecar, a atitude
a ser tomada não é simplesmente pedir perdão para Jesus e tentar consertar o
erro. Antes, o pecado teve lugar porque o indivíduo andou se distanciando de
Jesus e Seu Favor (Rm
8.1-4; Gl 5.16,25).
A ideia é lembrar-se de onde estava quando caiu (quem é de Jesus está no Favor do
Eterno - Ap 2.5)
e, então, voltar para Ele. Afinal, a desobediência surge quando Eterno não tem
espaço para reinar sobre nós através do Seu poder e virtude (ver 1Co 4.19,20).
Tentar
prometer para si mesmo e para todos que vai mudar é querer enganar a si a todos
e o pior: se distanciar do Favor do Eterno:
·
Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da
graça tendes caído.” (Gl 5.4).
A
lei serve como pequena e provisória luz até que Cristo brilhe no coração da indivíduo:
·
“Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas
Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão. Logo, para que é a lei? Foi
ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a
promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.
Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um. Logo, a lei é contra as
promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse
vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei. Mas a Escritura encerrou
tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada
aos crentes. Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e
encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos
serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos
justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gl 3.18-25).
Mas,
após ter sido tomado pelo Espírito Santo, temos que ouvir Sua voz (Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22)
e sermos guiados por Ele (Rm
8.14).
O
importante não são as leis, mas aquilo que elas representam: a vontade e o
caráter de quem as fez. Devemos nos sujeitar uns aos outros por amor (Ef 4.2; Cl 3.13),
feliz por saber o que isto significa para os outros indivíduos. Ou seja, o
mandamento do Eterno não são o guia que Ele proveu aos que Lhe pertencem, nem
um objetivo em si mesmo, mas sim uma indicação de como o amor do Eterno terá
espaço para agir em seus corações (1Jo 5.3,4).
Se
você não encontrou a direção do Eterno para tua vida, então é porque ainda não
O amou e se entregou a Ele. Todos deveriam tirar a Água da Vida das fontes da
salvação (Is 12.3; Jo 4.14; 7.37-37; Sl 87.7),
mas preferem tirar água contaminada da primeira fonte que encontram pelo
caminho.
A questão é: “onde
estão as nossas fontes de salvação” (Sl 87.7)? Quem não sabe acaba sendo vítima da própria lei
que deveria ser bênção
Quantos
indivíduos vão longe em busca da felicidade. Por mais que andem, busquem, não
conseguem enxergar o bem (Jr 17.6; Is
48.21,22; 57.19-21). Infelizmente, até
hoje as indivíduos não compreenderam a mensagem: que o Criador fundou a Igreja
para que os opressos do Seu povo encontrem refúgio nela (Is 14.32).
Ora, se o fundamento do Eterno está apenas nestes indivíduos que, como montes (Sl 87.1),
foram fundados para servir de suporte exclusivo ao povo do Criador (ver Mt 7.24-27; Ef
4.2; Cl 3.13), como podemos esperar que o
amor e a verdade sejam capazes de sustentar alguém fora de Jesus? Como esperar
algo bom longe Dele?
Coisas
gloriosas são ditas da Igreja, a cidade do Eterno (Sl
87.3; Ap 21.9,10).
E a maior delas é a declaração dada pelo Criador: este é nascido ali (ou seja, nela – Sl 87.4-6).
Já parou para pensar no significado disto? Aqui no Brasil isto parece não fazer
diferença. No entanto, quando os indivíduos que compõem uma cidade são
honestos, justos, íntegros, fazer parte desta cidade é uma honra.
Cada
um de nós deve ser uma cidade do Eterno (analise Jo
14.1,2), disposto a acolher tanto
bons (como Raabe, a prostituta
convertida) quanto maus (como Babilônia, a prostituta não convertida)
(ver Mt 22.10).
Não cabe a nós julgar indivíduos (Mt 7.1,
o que se faz baseando em leis),
mas nos dispormos para que todos os povos possam ver a salvação do Eterno (Is 52.10)
através de nós e venham nascer em Cristo dentro dos nossos corações. O arbítrio
adquirido após o ser humano provar do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e
do Mal precisa ser renunciado. Um só é legislador e juiz (Tg 4.11,12).
Você
já pensou no motivo do Eterno amar as portas de Sião (Sl 87.2)?
Justamente porque Ele deseja viver em cada um dos indivíduos que Ele traz até
nós para Sua ceia (Ap
3.20). Como podemos esperar que Ele
nos ame se nos dispomos a fazer acepção de indivíduos (Dt 10.17; 16.19; 2Cr 19.7; Jó 13.10;
32.21; Ml 2.9; At 10.34; Rm 2.11; Ef
6.9; Cl 3.25; Tg 2.1,9; 1Pe 1.17)?
Percebe
como a lei, quando não usada legitimamente, é altamente danosa (1Tm 1.8)?
Veja
o exemplo de Rute:
Pela lei, Rute
nunca seria uma das precursoras do Messias
Mas
afinal, o que tinha de tão especial em Jerusalém, a ponto de ela ser mais
exaltada do que todas as demais habitações de Jacó (Sl
87.2)? Por estar ali o templo, era
ali onde deveriam ir aqueles que queriam oferecer algo a Eterno a fim de
estarem mais próximos Dele e uns dos outros.
De
igual modo, nossa vida deve ser o elo de ligação entre os indivíduos próximos a
nós em Cristo Jesus (Mt
18.18). A questão não era o templo e
seus rituais, mas sim os sentimentos e pensamentos que eles deveriam despertar
nas indivíduos, no sentido de uni-los uns aos outros no Eterno e Sua vontade.
Para
você ver a importância disto, tomemos como exemplo o caso de Moabe. Ninguém desta nação podia entrar na congregação do
Senhor (Dt 23.3,4).
Contudo, desta nação, que ninguém dava nada por ela, que fora excluída pelo
sistema religioso da época, surgiu a mulher virtuosa mais proeminente, a única
a ser citada na genealogia de Jesus (Mt
1.5). Felizmente, não há lei que
fica de pé ante o amor verdadeiro. Contra o fruto do Espírito Santo não há lei (Gl 5.22,23).
Foi
graças a isto que Rute, ao se converter de verdade ao Senhor, foi recebida por
Ele através de Boaz. Sendo a lei feita apenas para os
transgressores (1Tm 1.8-11),
para os que pecam diretamente ou indiretamente (julgando ou condenando aqueles
que não fazem aquilo que decidiram considerar reto),
não havia motivo para a mesma impedir Rute de ser usada pelo Senhor.
Ainda
resta uma questão a ser respondida:
A lei salva ou não
salva?
Mas importante do que a lei é a
motivação por trás da mesma.
·
“Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado
aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem
dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de
fé é pecado.” (Rm 14.22,23).
Neste exemplo, é bem claro: Jesus considerou puros
todos os alimentos (Mc 7.19; 1Tm 4.3,4). Logo,
quem come não está pecando. No entanto, se um indivíduo acredita que comê-los é
pecado, se ele comer estará pecando:
·
“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto,
tornou-se culpado de todos.” (Tg 2.10).
Isto pode parecer injusto. Contudo, a questão não está
na lei, mas no desprezo para com Aquele que a fez (Sl
50.16,17). Se alguém acredita que algo é da vontade do Eterno e não
obedece, está desprezando-O, como que dizendo que suas ideias são melhores ou
chamando o Eterno de Juiz iníquo (Lc
18.1-8). Mesmo que a lei não exista (mas trata-se de um equívoco da
parte deste indivíduo), ele está agindo de má fé. Então é culpado.
Por outro lado, suponha que um indivíduo, por entender
errado um determinado princípio da Escritura Sagrada, faz o que não agrada ao
Eterno, mas convicto de que está obedecendo-O. Mesmo ele agindo por fé,
pensando que estava manifestando o amor do Eterno na vida do próximo ao assim
proceder, ainda assim será punido (Is 9.16; 31.1-3; Mt 15.14). É claro que aquele indivíduo que, conhecendo bem
o Eterno, viu tudo e, ainda assim, nada fez para evitar tal atrocidade
na vida do próximo, será réu de
maior juízo (Ez
3.17-21; 33.1-9). Isto, contudo, não isenta os que se deixam levar (Is 14.7-10), pois cabe a cada um buscar pessoalmente a
verdade da boca do Eterno.
A lei, em si não salva. Antes, é o Favor do Eterno
agindo naqueles que Nele confiam (Ef 2.8,9) que os
conduz ao real cumprimento de toda a lei (Rm 8.3,4;
13.8-10). Não se trata de uma mera obediência, mas de ser o cumprimento da lei,
tal como se deu como o Eterno quando se fez homem e habitou entre nós. Ele não
disse veio para obedecer, mas sim
para cumprir a lei (Mt
5.17).
Entendendo a
salvação que o Favor do Eterno produz em nós
Quando
um indivíduo vive o amor (ou, se preferir, vive em amor), é como se ele saísse
do sistema que rege este mundo e fosse transportado para um mundo completamente
diferente. Ainda que continue a viver neste mundo, ele estará se movendo sob
uma nova perspectiva.
Para
exemplificar: imagine um palhaço que vive no circo fazendo palhaçadas e gosta
do que faz. Se ele permanecer ali, aquele ambiente e realidade acabam se
tornando o mundo dele. Neste caso, um mundo de fantasias, como se realmente ele
tivesse nascido palhaço, a saber: com aquela aparência, caráter brincalhão,
etc. Assim como a realidade de um peixe é o aquário no qual foi colocado, o
mundo do palhaço fica sendo aquele picadeiro em que trabalha.
Pense
de outro modo: é como um ator vivendo um longo seriado. Se ele permanecer neste
cenário continuamente e vivendo sua personagem, ele acaba se sentido como se
realmente fosse a personagem que interpreta.
De igual modo, quem permanece o tempo todo em comunhão
com o Eterno, recebendo Dele Seus dons (que nada mais é do que Ele resolvendo
os problemas relacionados com este mundo e ministrando, Ele próprio, na vida de
cada um), talentos, palavra e provisão, acaba se tornando membro deste reino.
Conclusão
A
lei não deve ser nosso objetivo ou regra de conduta, mas sim o resultado de ser
guiado pelo Espírito Santo em Seu caráter (Gl
5.22) e Verdade. A lei foi dada
para condenar todo o sistema jurídico (reús,
acusadores, júris, advogados, promotores e juízes),
para fazer crescer a culpa de todos eles (Rm
3.19; 5.20) e, assim, atrair o castigo
sobre todos que insistem em achar que podem salvar a si e a este mundo por seus
próprios méritos e projetos.