quinta-feira, 7 de junho de 2018

171 - Casamento - Amor é ação, consequência de ação ou a fonte da ação?

Casamento - Amor é ação, consequência de ação ou a fonte da ação?

O QUE É AMOR?

Alguém me disse que amor é ação. Isto me estimulou a escrever esta mensagem. Afinal, uma coisa é certa: amar não é esforço humano, mas a consequência do esforço do Espírito do Eterno dentro de nós (Zc 4.6).

Amar é a natureza de Jesus tornando natural em nós a presença dos indivíduos que Ele colocou na nossa vida. Não se trata de gostar em virtude de conveniência, mas da necessidade que ambos sentem de experimentarem dentro de si, através da vida um do outro, tudo que Cristo é. Afinal, o mover de Cristo acontece na nossa vida em duas condições: quando Ele quer trabalhar nosso interior para se dar a conhecer ao nosso irmão e vice-versa.

Amar é diferente de gostar. Gostamos daqueles com quem temos afinidade. Isto é saudável. Afinal, devemos gostar apenas daqueles com quem temos de estar diretamente ligados. Do contrário, acabaríamos nos ligando a alguém que nada tem a ver com o propósito pelo qual fomos criados e deixando de cumprir nosso papel onde o Eterno nos colocou.

O problema surge quando queremos nos fechar junto daqueles de quem gostamos, quando o correto é nos conservarmos unidos uns aos outros para que Jesus nos use para tratar aqueles com quem não temos afinidade e manifestar Seu nome àqueles que nada têm a ver com Ele.

Em outras palavras, amar é a manifestação do poder do Eterno em nós no sentido de nos harmonizar (estabelecer a paz) com aqueles que Ele nos deu a fim de, juntos, revelar a principados e potestades quem é Cristo (Ef 3.10).

Daí ser dito:

 

·        “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” (Hb 12.14).

·        “Mas em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam ensoberbecidos, mas o poder. Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.” (1Co 4.19,20).

 

Para ser mais exato: amor é algo SOBRENATURAL, divino (1João 4.8,16). Não tem nada a ver com o nosso esforço em fazer algo pelo próximo, muito menos paparicá-lo. Muitos casamentos se desfazem justamente por causa deste esforço inútil de tentar amar o cônjuge.

Se não existe amor no casamento, não é com atitudes que a situação irá resolver. Atitudes positivas podem levar os indivíduos a gostarem de nós, mas jamais farão com que Jesus seja parte da nossa vida. Não há atitude boa que comece em nós e alcance Jesus.

Ao invés de sairmos como Judas tentando consertar as coisas com Jesus e com o próximo movidos de remorso, busquemos ouvir a voz de Jesus e perceber o que está impedindo Sua ação purificadora, santificadora e, principalmente, unificadora na nossa vida.

Deixe Jesus te acertar com Ele, e tudo mais se encaixará na tua vida (Deuteronômio 28.1,2).

O problema com o ser humano é querer se esforçar para ser o que não é, para sentir o que não é para ser sentido, fazer o que não é para ser feito, etc. Lembre-se que o amor não pode ser um teatro (hipócrita), mas uma realidade em nosso caráter e personalidade:

 

·        “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegai-vos ao bem;” (Rm 12.9).

 

O amor não se trata de imitar Jesus (mesmo porque a imitação nunca é igual ao original), mas sim de permanecermos no descanso de Jesus (Sl 37.7; Hb 4.11) a fim de que Ele seja em nós tudo que Ele deseja revelar de Si mesmo.

Talvez você questione: “mas, que mal há em pensar que o amor implica em ação?”.

A OBRA DE JESUS É E TEM QUE SER COMPLETA

Uma irmã afirmou que nós devemos fazer a nossa parte para Jesus fazer a Dele. E me questionou: “até onde é a minha parte e até onde eu tenho que deixar Deus fazer por mim?”.

A obra de Cristo é e sempre tem que ser completa:

 

o   “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” (Cl 1.16). Ou seja, tudo foi criado por Jesus, em Jesus e para Jesus.

o   “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11.36). Ou seja, tudo é de Jesus, existe por causa de Jesus e tem em vista glorificar Jesus.

o   “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.” (Ap 22.13).

o   “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo 14.6).

 

Logo, é Ele quem faz tudo. E glórias a Jesus por isto! Afinal, se a salvação ou a bênção dependesse, ainda que seja 0,1% da nossa boa vontade, esforço, ânimo, fé, etc., nós estávamos fadados a viver amaldiçoados e amaldiçoando aos outros até padecer eternamente no inferno.

A única coisa que cabe a nós é meditar na Escritura Sagrada dia e noite (Sl 1.1,2), ter comunhão com Jesus em oração e estar pronto para ouvir Sua voz e deixar que Ele cumpra Sua vontade em nós (Gálatas 2.20).

Afinal, se Jesus quisesse alguém para trabalhar por Ele, Ele teria criado o ser humano no primeiro dia.

Não! Jesus quer se manifestar! Ele quer fazer e tem procurado por indivíduos que Lhe permitam tal coisa (1Samuel 13.14; 2Crônicas 16.9; Isaías 64.5; Ezequiel 22.30; João 4.23). Infelizmente, nós nos cercamos de cuidados e não damos espaço para Ele fazer o que Ele já há muito projetou para nós (Sl 139.13-16; Ef 2.10).

Para que não haja confusão: uma coisa é o reino deste mundo e outra é o reino do Eterno:

 

o   Se o que alguém quer é riqueza, poder, honra, glória, força, gratidão, louvor, etc. neste mundo, realmente terá que se esforçar, já que é do suor do rosto que cada um sem Cristo irá comer (e, é claro, junto com as benesses deste mundo, vem também os espinhos e abrolhos e, por fim, a perdição eterna – Gênesis 2.18,19; 1Tm 6.9-12).

o   Se, por outro lado, o que queremos é a verdadeira bênção do Eterno (aquela que Ele preparou especialmente para os que O amam – 1Co 2.9) e a salvação, teremos que negar a nós mesmos, tomarmos cada dia nossa cruz, seguirmos Jesus (Lucas 9.23) e, finalmente, recebermos em nós tudo que Ele já consumou por nós na cruz (Jo 19.30).

 

o   “Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas.” (Tiago 1.21).

 

Enfim, que Jesus nos conceda o privilégio de ouvirmos Sua voz (ainda que seja por meio de um anjo) e crermos que Ele tudo fará (Salmo 37.5; Lucas 1.38) enquanto descansamos e esperamos Nele (Salmo 37.7).

Infelizmente investimos enorme quantidade de tempo tentando adquirir ou manter algo que conseguimos, tentando resolver problemas que nós mesmos criamos, e o pior: tentando atingir uma meta que estabelecemos para nós mesmos para encontrarmos alguma razão para permanecermos vivos.

Como seria bem mais fácil se simplesmente deixássemos Jesus dirigir nossa vida! Evitaríamos tanta angústia, desespero, ansiedade, etc., bem como aquela sensação de perda de tempo.

Cheguei a pedir para Jesus aquilo que Ele nos ensinou em Sua oração: para Ele não permitir que sejamos guiados por nós mesmos (ou por quem quer que seja) em nossas tentações.

TODO RELACIONAMENTO VERDADEIRO TEM EM VISTA A REVELAÇÃO DA SEMELHANÇA DO ETERNO

Me veio no coração a seguinte pergunta: “e por que queremos ser guiados por Jesus? Para termos nosso sucesso garantido e sermos livres de todo problema ou para nos aproximarmos Dele e termos o prazer de ver Sua vontade sendo satisfeita?

Podemos ter muitas falhas. E é para ser assim! O Eterno permitiu o pecado entrar no mundo a fim de que as brechas por ele deixadas em cada um pudessem servir como local de encaixe para os excessos que ele despertou no ser humano. Lembra muito a ação dos anticorpos, os quais se encaixam nos “buracos” existentes no vírus para, então, destruí-lo.

Logo, não podemos deixar que as falhas nos separem uns dos outros. Ao invés disto, precisamos entender que a perfeição acontece em nossa união com o próximo em Cristo Jesus. Ninguém é perfeito sozinho.

Talvez você questione: “mas por que Jesus não fez todo mundo perfeito isoladamente? Quando Ele criou os anjos, Ele assim fez para que ficasse provado que, embora o relacionamento com alguém perfeito seja agradável à carne, não dá espaço para a verdadeira unidade.

Que vantagem tem em nos livrarmos rápido de alguém que está incomodando? Será que realmente o indivíduo não tem nada de bom que mereça ser apreciado e desenvolvido? Acaso não queremos receber em nós as melhorias que Jesus deseja operar? Ou será que, o que na verdade queremos, é ter mais tempo para irmos em busca de melhorias desnecessárias?

Muitas vezes nos queixamos quando somos ofendidos. De fato, é algo desagradável. Todavia, já pensou se um médico ficasse com medo de ofender alguém? Ele não faria nenhuma cirurgia, visto não querer submeter o paciente a nenhum desconforto. Contudo, isto implicaria em uma qualidade de vida deficiente ou até mesmo na morte do enfermo.

Que Jesus nos capacite a jamais temermos ferir alguém (veja Provérbios 26.28; 28.23; 29.5) ou por ele sermos feridos (veja Hebreus 12.11):

 

  • “Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e por causa dele não sofrerás pecado.” (Lv 19.17).
  • “Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR fraudulosamente; e maldito aquele que retém a sua espada do sangue.” (Jr 48.10).

 

Tomarmos ofensas para nós, além dos machucar interiormente e atrair enfermidades, pode nos custar amizades preciosas, a começar pelo próprio Jesus.

Já pensou em que consiste a busca de todo ser humano? O que cada um quer é ser independente de tudo e todos, ter tudo sob controle para, assim, ter todos os seus desejos concretizados. Não queremos nada que frustre quem queremos parecer ser ou como achamos que tudo deve suceder. É por isto que muitos se desviam para falsos deuses nos momentos de fraqueza: eles querem deuses que estejam sob controle deles e que façam deles, deuses.

Daí o Eterno tantas vezes dizer em Sua palavra: não temas. Pois é o medo que nos separa do amor (1Jo 4.18). Que Jesus nos estimule a ficarmos livres de tudo aquilo que os outros temem (Isaías 8.12-14).

A DIVERSIDADE É ALGO DIVINO E CELESTIAL

Na casa do Eterno, que é o coração de cada um, existe várias moradas (Jo 14.1,2). Embora no céu vemos muitos unidos em uma única expressão de adoração (Ap 7.9), note como todos continuam possuindo sua tribo, língua, povo e nação. De igual modo, por melhor que seja a comunhão entre os indivíduos na Igreja, cada um continua possuindo sua casa, tendo sua família.

A Igreja não exclui a comunhão que deve haver entre os membros do lar. Antes, Igreja representa as vidas diante das quais cada um deve servir a Cristo com sua família em prol de revelar Cristo a principados e potestades (Ef 3.10).

Não é para que os fiéis conheçam a Cristo, pois eles já O conhecem (se é que de fato estão em Cristo – Hb 8.8-12). Antes, Igreja é:

 

·        A coletividade se manifestado na individualidade, ou seja, é a vida de cada um daqueles que habitam nas muitas moradas do Eterno que há no coração do indivíduo sendo usados por Jesus para fazer deste aquilo que Ele deseja que ele seja na vida de cada um com quem tem contato, independente da situação;

·        A individualidade se manifestando na coletividade, ou seja, é cada um conhecendo sua individualidade (peculiaridade) e conservando-a a fim de dar um toque todo especial ao corpo de Cristo.

 

Assim como existe muitos vasos sanguíneos ligando as mais diversas células, existe inúmeros laços de amor ligando os indivíduos uns aos outros no coração de quem se dispõe a abrigar dentro de si a Igreja de Cristo (1Pe 2.5). E a arte de Cristo consiste em nos guiar pela trilha certa rumo aos indivíduos certos em busca da solução correta.

NÃO CABE A NÓS JULGAR ALGUÉM, NEM QUERER QUE ELE MUDE

Temos que entender que apenas Jesus tem livre-arbítrio, ou seja, a liberdade para arbitrar (julgar) sobre circunstâncias e indivíduos com vistas à verdadeira justiça. Afinal, só Ele é onisciente (sabe tudo que é, o que pode vir ou virá a ser) e, portanto, capaz de tudo julgar sem a menor possibilidade de engano. Sem contar que Ele, sendo O Altíssimo, está acima de toda pressão e opressão.

Alguém poderia questionar: “mas é dito que a Igreja irá julgar anjos”?

 

  • “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julgá-los os que são de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós *sábios*, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?” (1Co 6.3-5)

 

Contudo, como será este “julgamento”? É bom lembrar que sábio, na Escritura Sagrada, é aquele que tem intimidade com Jesus e teme entristecê-Lo (Pv 9.10). Além disto:

 

  • “Os que deixam a lei louvam o ímpio; porém os que guardam a lei contendem com eles.” (Pv 28.4).

 

Ou seja, quando nossa intimidade com Jesus nos enche de amor por Ele a ponto de temermos a possibilidade de desagradá-Lo, nos tornamos instrumentos de julgamento e condenação a quantos se recusam a investir sua vida em prol de construir laços de espírito e verdade na vida uns dos outros (Jo 4.23,24).

AMOR É A CAPACIDADE DE ENCONTRAR DESCANSO JUNTO DAQUELES QUE AINDA NÃO ALCANÇARAM A PAZ COM CRISTO

O problema em tentar estabelecer um relacionamento firmado no esforço é que, quando estamos fortes, sadios e cheios de ânimo, é fácil demostrar este tipo de “amor” para com o cônjuge. E quando isto não for verdade (como dito em Isaías 64.6)? Vamos cair quando a pessoa falhar conosco (e vice-versa), ou vamos servir de suporte?

Logo, o relacionamento só será estável se o mesmo estiver firmado no descanso (naquilo que ambos são), em algo mais profundo e sólido do que meras atitudes de conveniência.

Sei que parece absurdo. Como gostar de alguém por causa dos defeitos dele?

O casamento é, antes de tudo, garantia de investimento seguro. O que mais desanima num relacionamento é a expectativa de que todo o esforço despendido será perdido.

Todavia, o casamento é a certeza de que podemos investir toda nossa vida no cônjuge que Jesus preparou, pois certamente irá dar certo, ainda que venham os reveses. Tal como Jesus deu Sua vida pela Sua Noiva a fim de que possamos investir sem reservas na vida dos irmãos (na certeza de que grandes bênçãos virão deste relacionamento), quando Jesus nos dá um cônjuge, não há o que temer: Ele sempre dá aos Seus filhos o que há de melhor, tendo em vista o Seu plano para o lar de ambos. Se não estamos enxergando esta beleza, é sinal de que estamos precisando do colírio de Jesus (Ap 3.18) para voltar a ter bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36), os quais veem tudo com pureza (Tt 1.15).

Pode ter certeza: ao unir você ao teu cônjuge, Jesus não deu um inimigo, mas sim a pessoa certa para te capacitar a tudo que diz respeito à vida e piedade (Gl 5.16,17; 2Pe 1.3), de modo a poderes ver o mover sobrenatural de Jesus na tua vida. Ele te deu alguém onde a graça Dele possa superabundar (Rm 5.20) e gerar semente de piedosos (Ml 2.15).

Assim como o Eterno sela Sua Noiva com Seu Espírito, Ele sela a mulher com o marido (Gn 2.24; Ct 8.6,7), a fim de que o homem possa investir sem reservas na vida da esposa e, esta, abrir mão de tudo que outrora havia em si para receber todo este investimento, na certeza que assim ambos irão experimentar o verdadeiro significado de amar e ser amado.

O amor não espera que os outros mudem. Ele se une àqueles que são de Jesus para que Ele possa manifestar e fazer sair de dentro dos dois envolvidos o que há de melhor dentro deles e que foi colocado ali por Jesus (ver Ez 28.13). Para ilustrar isto, note como o Eterno, quando quis manifestar Seu amor a Adão de um modo mais físico, fez sair de seu interior aquilo que Ele já tinha posto dentro dele.

Note como o amor não tinha por finalidade trazer algo a Adão. No Eterno, ele já estava completo. O que o amor fez na vida de Adão foi fazer sair de dentro dele algo que fazia parte da sua natureza a fim de que ele pudesse receber um novo preenchimento do Eterno e ter alguém que o ajudasse, de modo idôneo, a ter sempre um motivo para buscar conhecer Jesus e receber Dele algo novo.

Como se pode ver, o verdadeiro amor não é algo que experimentamos fora de nós, muito menos algo que buscamos fora de nós (tal como inicialmente fazia Adão – Gênesis 2.20). Ele só é possível vir a público no descanso: quando o homem descansa e espera em Jesus (Sl 37.7), Ele opera o milagre do casamento, fazendo Seu amor nele sair e se materializar na forma de alguém em quem Ele poderá voltar a manifestar Sua imagem e semelhança (Gn 1.25,26; 5.1,2).

AMOR NÃO É A BUSCA DO QUE FALTA, MAS O COMPARTILHAMENTE DO QUE EXISTE EM ABUNDÂNCIA

Mas, sobretudo: o amor não é e nem pode ser egoísta (1Co 4.5)! Afinal, desde Adão até o último homem que virá a existir, só existe um homem que é: Jesus (Êx 3.14). Isto quer dizer que, quando Jesus deu Sua vida por amor a Igreja, Ele assim o fez por alguém que nada é.

Em outras palavras: o casamento não consiste em o homem buscando alguém que é para suprir aquilo que ele não é. Antes, é o transbordar de Cristo no homem (Sl 23.5), quando este descansa e espera Nele (Sl 37.7), de modo que o melhor de tudo que nele existe saia e venha dar ocasião para que o Eterno possa fazer transbordar Sua graça onde o pecado abundou (Rm 5.20). Deste modo, Jesus poderá ser tudo na vida de quem nada é, fazendo com que esta esteja perfeitamente apta para auxiliar seu marido de modo idôneo a deixar de ser quem é para ser aquilo que o Eterno projetou que ele fosse e, assim, Jesus seja tudo em ambos (1Co 15.28; Cl 3.11).

Entenda: Adão era completo fisicamente. Contudo, foi quando ele “deu” algo de si que a mulher veio existir. Jamais o homem deve pensar que é achando uma mulher que ele verá algum sentido na sua vida. Afinal, ao encontrar sua mulher, ele encontrou a si mesmo, ou seja, ele encontrou alguém que nada é e, portanto, nada tem para lhe acrescentar. É no que o homem vive o amor sacrificial de Cristo na vida dela que ele, então, descobre o real sentido da vida. Em outras palavras, o homem não encontra satisfação na mulher, mas na ação de Cristo dentro de si em favor de sua esposa.

A mulher, por sua vez, não tem existência própria (foi criada por causa do homem – 1Co 11.8,9). Embora fisicamente fosse completa, ela só encontra o sentido para sua vida ao receber do marido tudo que ele tem para lhe dar. A mulher não precisa ser completada (como se ela já tivesse algo bom), mas sim preenchida por completo.

Para ser mais exato: o homem foi criado completo, mas esta completude em si mesmo não dava sentido à sua vida. Isto nos ensina que, mesmo que o homem tenha tudo o que é necessário para saciar todas as necessidades do seu corpo e desejos da sua alma, ainda assim ele não se sentirá alguém realizado.

Também não é meramente o casamento que lhe faz feliz. É óbvio que, no dia do casamento, quando ele tomou a decisão de compartilhar sua vida com alguém, ele se sente feliz. Todavia, a felicidade plena só poderá ser alcançada se o indivíduo decidir dar a vida à sua mulher diariamente para mantê-la salva dela mesma (Ef 5.25-27). Perceba: apenas somos salvos de nós mesmos a partir do momento que recebemos Jesus e Sua Noiva dentro de nós (Jo 6.51-57; Ap 3.20).

De igual modo, a mulher foi criada completa, mas também esta completude não faz sentido. Apenas ao receber do homem a semente dele, ela poderá experimentar um pedaço de si sair do seu interior e, assim, ser salva através da geração de uma nova vida cuja finalidade é dar continuação à obra que o Eterno começou na vida do marido.

Enfim, a essência do amor não é um completando o outro, mas sim o transbordamento daquilo que já é completo, com vistas a gerar mais vidas completas. Qualquer preenchimento necessário virá de dentro para fora.

DIFERENÇA ENTRE GOSTAR E AMAR

Para entender o amor, pensemos na promessa do apocalipse:

 

·        “Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.” (Ap 7.17);

·        “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Ap 21.4).

 

Ora, como é possível não haver pranto, clamor, dor, considerando que muitos daqueles que conhecemos e amamos estarão no lago de fogo e enxofre?

O motivo pelo qual hoje lamentamos a morte de alguém não é porque amamos o indivíduo, mas pela perda de alguém cuja presença nos era conveniente para satisfazer os desejos aos quais decidimos nos apegar.

Todavia, no céu, Jesus enxugará nossas lágrimas da seguinte forma:

 

1.      Purificando nossas almas, o que nos dará mais apreço pela verdade, justiça e amor verdadeiro;

2.      Mostrando-nos a verdade, ou seja, nos revelando o que de fato existe no coração destes que gostávamos;

 

Em outras palavras, enquanto aqui, o que entendemos por consolo é ver as coisas voltarem a acontecer do jeito que nos convém, o consolo celestial consiste em passar a ver as coisas do jeito que Jesus vê, a fim de nos posicionarmos corretamente com alegria em meio a tudo que está acontecendo, na expectativa de que Jesus irá operar através de nós.

O lago de fogo e enxofre servirá justamente como confirmação, a saber, para que, caso alguém venha a ter dúvida de que não há sofrimento que possa transformar o coração de ninguém, possa ter esta verdade reafirmada em seus corações.

Para ser mais exato: o verdadeiro amor não é capaz de folgar vendo o bem-estar daqueles de quem gosta, sabendo que eles estão envolvidos com a injustiça. O verdadeiro amor apenas encontra repouso na Verdade (1Co 13.7), mesmo que esta, muitas vezes, seja dolorosa para a carne.

E o motivo disto é simples:

 

·        “E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” (Hb 12.11).

 

Entenda a diferença entre “amar” e “gostar”. Quem gosta de alguém tende a se perguntar: e se o indivíduo estiver mentindo, o que vou fazer a respeito? Ora, vamos deixar que os indivíduos determinem nossa maneira de pensar e sentir, ou vamos perseverar em manifestar a virtude de Cristo e apontar para o próximo o caminho a ser seguido?

Muitas vezes lamentamos em dar algo bom a alguém ruim. Daqui surge o seguinte questionamento: em que estamos investindo nossa vida? Estamos a dar ao próximo algo realmente bom? Se sim, por que estamos receosos ou pesarosos de dar? O que verdadeiramente é bom, é também abundante e jamais pode ser usado para o mal. Pelo contrário: só impulsiona cada vez mais rumo ao bem, tanto a quem dá como a quem recebe (ver Gl 6.7-9).

Se estivéssemos repletos do verdadeiro bem, não teríamos dificuldade em viver o que Jesus ordenou (tal como se deu com os apóstolos):

 

·        “E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe. Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé.” (Lc 17.4,5).

 

O justo é intrépido como leão (Pv 18.1) porque, como ele está repleto do verdadeiro bem, quanto mais ele o compartilha, mais bem-aventurado ele se torna (At 20.35); quanto mais tentam tirar isto dele, mais isto nele superabunda (Rm 5.20).

Por que temos medo de perder tempo com alguém? O que estamos fazendo com o nosso tempo? Se aquilo que estamos fazendo é algo agradável a Jesus, do que estamos nos queixando? Do contrário, por que estamos fazendo algo que sabemos não agradar a Jesus? Ou ainda teimamos em acreditar que algo realmente bom para nós pode vir de algum ser humano (contrariando Mateus 19.17; Tiago 1.16,17)?

Por que precisamos de tanto tempo? Para correr atrás de que, uma vez que Jesus prometeu suprir todas as nossas necessidades verdadeiras se buscássemos Seu reino e justiça (Mt 6.33; Fp 4.19)? Ou estamos nos envolvendo em diversões inúteis?

Quem teme amar o próximo está caminhando sem Cristo rumo às trevas da carnalidade (1Jo 2.9-11), sem qualquer prazer em ver Jesus se fazer presente. Que Jesus nos conceda a graça de querer vê-Lo manifestar Sua verdade e salvação em toda e qualquer situação, independente das pessoas e suas motivações. Afinal, não importa o que as pessoas irão fazer com a graça de Cristo através de nós (ver Fp 1.15-18): o importante é que a vontade de Jesus esteja sendo feita, Seu nome sendo glorificado e Seu poder e caráter se tornando cada vez mais conhecido de principados e potestades (Ef 3.10).

NÃO É A PRESENÇA DO MAL QUE AMEAÇA O LAR, MAS SIM A AUSÊNCIA DA MANIFESTAÇÃO DO BEM

O importante não era a presença do Ha-Satan no Jardim do Éden. Se o Eterno, que é o dono do Jardim, deu-lhe tal autorização, quem somos nós para querer impedir? O que devemos fazer é frutificar, multiplicar, encher a terra e sujeitá-la a Cristo (Gn 1.28). O Ha-Satan não tinha autonomia para agir, a menos que o ser humano lhe desse lugar.

De igual modo, apenas nós mesmos (com nossa falta de confiança em Cristo que se traduz em medo e desejos egoístas) podemos atrapalhar a ação de Cristo em nós. Ha-Satan não tem poder para nos impedir de aproximarmos de Jesus. É só não dar confiança aos conselhos e “sabedoria” dele, mas permanecermos naquilo que o Eterno nos deu.

Assim fazendo, não haverá lugar para nada de ruim para a vida daqueles que Jesus coloca no nosso caminho e, consequentemente, nada de ruim para colhermos.

A IMPORTÂNCIA DE CONHECER A VERDADEIRA IDENTIDADE DAQUELE COM QUEM CONVIVEMOS

Em minha jornada rumo a entender o apocalipse, cheguei a este versículo e descobri algo extremamente vital: a importância de sabermos o nome do Eterno.

 

·        “E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar. Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus.” (Ap 7.2).

 

Afinal, que selo é este?

 

·        “E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam na fronte escrito o nome dele e o nome de seu Pai.” (Ap 14.1 – AR1967).

 

Como você pode ver, este selo, cuja finalidade é proteger os 144.000 eleitos, é o nome do Pai e do Filho. Em face disto, eu fico me perguntando: por que aqueles que dizem crer em Jesus não pensam em buscar conhecer este nome? A maioria acha que isto não tem importância.

Contudo, pense: se o nome não é importante, então alguém poderia chamá-Lo de Baal, Astarote, Milcom, Quemós, Dagom, etc. É curioso como cada religião pagã tem sua divindade bem definida (seja seu nome, atributos, caráter, vontade, etc.) e isto é passado com diligência pelas gerações, sem terem uma prova concreta em que apoiar suas crenças. Em outras palavras, cada um vai crendo no que as outras gerações disseram.

Todavia, no que se refere ao Eterno e a Jesus, cada um crê Nele de um modo diferente. A maioria não se importa em saber quem Ele é e os poucos que dão alguma importância a isto, não sabem fazer outra coisa senão ficarem brigando uns com os outros e tentando atrair discípulos após si, sem sequer saber a veracidade daquilo em que estão crendo.

Amados irmãos, não vamos nos iludir! Esta ideia de achar que o Eterno é a açougueiro ou cardiologista (que só olha o coração, distorcendo 1Samuel 16.7), é um absurdo!!! Você se lembra dos obreiros da iniquidade?

 

·        “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” (Mt 7.21-23).

·        “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão. Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo: Senhor, SENHOR, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois; então começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas. E ele vos responderá: Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniqüidade.” (Lc 13.24-27).

 

Note como eles criam piamente que estavam fazendo a vontade do Eterno e, no entanto, Ele diz: “nunca vos conheci”, “não sei de onde vós sois”. Se só sinceridade de coração bastasse, eles todos estariam salvos. Além disso, veja o que diz Paulo:

 

·        “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo.” (1Ts 5.23).

 

Pense por outro ângulo: e se teu cônjuge esquecesse o teu nome? Como você se sentiria?

A AUSÊNCIA DE PECADO NÃO GARANTE A PERFEITA UNIDADE

Já pensou no que levou o homem a acusar a mulher com tanta facilidade? Embora o pecado separe indivíduos, a ausência dele não implica em perfeita unidade.

Veja o caso dos anjos, por exemplo. Todos eles foram criados com corpo glorificado, em perfeita pureza e santidade, sem nenhuma circunstância desfavorável para oprimi-los e sem ninguém para tentá-los. Todavia, ainda assim a terça parte deles se rebelou contra o Eterno. Isto parece não fazer sentido.

Você pode questionar: “mais os outros dois terços permaneceram perfeitos”. Todavia, pense: se é assim, então porque é dito na Escritura Sagrada:

 

1.     “Eis que ele não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui loucura;” (Jó 4.18).

2.     “De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes.” (Hb 9.23).

3.     “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.” (Cl 1.19,20).

 

Ora, mas as coisas que estão nos céus (incluindo os anjos) já não estão conciliadas com Jesus? O que está no céu já não é puro?

Não exatamente. Embora os anjos estejam em pureza e santidade, ainda assim eles não conseguem expressar a semelhança do Eterno (a família que Nele há). É disso que os anjos precisam ser redimidos.

Não é porque algo não é pecado que, necessariamente, agrada o Eterno. Os obreiros de Mateus 7.21-23, por exemplo, estavam fazendo tudo certo, mas ainda assim foram chamados obreiros da iniquidade.

 

4.     “E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.” (Ml 2.15).

 

Se os anjos formam uma família celestial, então por que Jesus está buscando uma descendência para Ele?

Logo, embora os anjos possuam pureza e santidade (expressando assim a imagem do Eterno), ainda assim eles não expressam a semelhança do Eterno. Daí ser necessário que eles também sejam redimidos, bem como todo o restante da criação (plantas e animais – Rm 8.18-22).

Embora haja uma harmonia entre os anjos, ainda assim, tal harmonia é tal como se dá num comércio justo: cada um cumpre com sua obrigação e colabora uns com os outros. Todavia, isto não traz a plena satisfação na vida de ninguém.

Talvez você questione: “mas a companhia do Eterno traz amor, paz e felicidade perfeita”. Se fosse assim, Adão não precisaria de uma auxiliadora idônea (Gn 2.18). Embora o homem tivesse a companhia do Eterno e dos animais, ainda assim, aos olhos do Eterno, ele era considerado como estando sozinho (Gn 2.18).

Voltando ao jardim do Éden, não pense que ele era perfeito antes da queda do homem. Se assim fosse, para que o Eterno iria sujeitar a terra ao homem (Gn 1.28)? Que necessidade haveria de guardar a terra antes do pecado? Embora Ha-Satan passeasse por ali, ele só passou a representar um problema no dia que a mulher decidiu escutá-lo. Até então, ele nada podia fazer.

Logo, a natureza não era perfeita, como muitos pensam. Ela necessitava do homem para colocá-la em ordem (ou pelo menos conservá-la em ordem). Embora o pecado não houvesse entrado no mundo, isto não assegurava relacionamento profundo entre a criação.

Mesmo no caso de Adão e Eva. O relacionamento natural que surgiu entre Adão e o Eterno e entre Adão e Eva foram rompidos com muita facilidade por causa de um “simples” pecado. Adão não deve dificuldade em descartar Eva. Mas, se antes da queda não havia pecado, porque o apego entre homem e mulher não foi perfeito? Ainda mais considerando que, sendo a vontade absoluta do Eterno boa, perfeita e agradável (Rm 12.2), com certeza Eva era tudo que um homem poderia desejar, tanto corpo, alma e espírito.

Enfim, diante de tudo isto, não há o que duvidar: nenhum relacionamento gratuito (sem sangue) é realmente sólido. Muitos conhecem bem o episódio do Getsêmani, mas até hoje não entenderam a mensagem, a saber: que se houvesse possibilidade de algum relacionamento dar certo sem precisar de derramamento de sangue (ver Hb 9.22), o Eterno teria atendido a oração de Jesus.

Não existe real remissão sem derramamento de sangue. Daí a necessidade de até mesmo as coisas que estão no céu serem purificadas, pois, embora no céu não haja pecado, mas também não há relacionamento familiar (Hb 9.23). Remissão implica em construção de relacionamento íntimo: um dentro do outro.

O ESFORÇO DO HOMEM É FALTA DE FÉ NAQUILO QUE O ETERNO É CAPAZ DE FAZER

A religião nada mais é do que o esforço do homem em tentar agradar o Eterno. Todo esforço pode até gerar fruto, mas gera também espinhos e abrolhos (Gn 3.17-19); pode até trazer algum benefício físico, mas traz também cansaço e dívida:

 

·        “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.” (Rm 4.4-8).

 

Quem se especializa no serviço fatalmente irá desagradar o Noivo, tal como se dá no casamento.

 

·        “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra.” (Romanos 11.6).

 

Veja o caso de Marta e Maria. Quem agradou Jesus foi Maria, que dedicou seu tempo para ouvi-Lo. Não sei se Marta estava trabalhando para fazer algo para Jesus ou para servi-Lo. Seja como for, o que agradou Jesus foi a dedicação em fazer aquilo que Lhe agradava. E o que mais agrada alguém quando vem nos visitar é nós pararmos tudo para ouvi-lo.

Saul também caiu porque não se esforçou para continuar descansando e esperando no Eterno (Sl 37.7).

 

·        “E esperou Saul sete dias, até ao tempo que Samuel determinara; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se dispersava dele. Então disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto, e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto. E sucedeu que, acabando ele de oferecer o holocausto, eis que Samuel chegou; e Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar. Então disse Samuel: Que fizeste? Disse Saul: Porquanto via que o povo se espalhava de mim, e tu não vinhas nos dias aprazados, e os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás, eu disse: Agora descerão os filisteus sobre mim a Gilgal, e ainda à face do SENHOR não orei; e constrangi-me, e ofereci holocausto.” (1Sm 13.8-12)

 

Afinal, o Eterno é o que Ele é, e não apenas o que Ele foi ou o que nós esperamos que Ele venha a ser. A verdadeira fé não consiste em aceitar Jesus do jeito que atende nossas expectativas. Muitos gostam da religião porque supõem ter encontrado um meio de manter a divindade sob controle. Mas a chave não é forçar situações, mas sentir com Cristo o que cada um à nossa volta sente, pensar o que cada um pensa e, então, buscar em Cristo e Sua Palavra a solução.

Daí Jesus dizer:

 

·        “Eu, porém, não recebo testemunho de homem; mas digo isto, para que vos salveis.” (Jo 5.34).

·        “Eu não recebo glória dos homens;” (Jo 5.41).

 

E Paulo confirma:

 

·        “... Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; e de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.” (At 17.23-28).

 

Nenhum relacionamento é o mesmo. A chave é tentar buscar a harmonia entre os nossos pensamentos e sentimentos, os do cônjuge e os de Cristo.

 

·        “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória;” (1Co 2.7).

 

É esta interação que produz o verdadeiro relacionamento e revela a verdadeira sabedoria.

 

·        “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.” (Gálatas 5.6).

 

Enfim, o que garante o relacionamento saudável não é o cumprimento ou desrespeito a regras, mas sim a nossa confiança em Cristo, a qual opera através dos ligações que foram estabelecidas com o próximo (a começar pelo cônjuge, que é o mais próximo).

E aí? O que você quer manter? Uma relação meramente comercial com seu cônjuge ou o instrumento que permitirá Jesus “colar” vocês um no outro através da Verdade operando nas faltas e excessos de vocês?