domingo, 30 de setembro de 2018

176 - Apocalipse 11

APOCALIPSE 11

 

·        “Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-me dito: Levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar, e os que nele adoram.” (Ap 11.1).

 

Antes tudo, é importante definir que só se mede algo quando este está para sofrer uma mudança ou quando este irá ser o agente da mudança de alguma coisa.

Aqui não é a primeira vez que o Eterno pede a alguém para medir Seu lugar santo:

 

·        “Tornei a levantar os meus olhos, e vi, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir. E eu disse: Para onde vais tu? E ele me disse: Vou medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento. E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro. E disse-lhe: Corre, fala a este jovem, dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão dos homens e dos animais que haverá nela. Pois eu, diz o SENHOR, serei para ela um muro de fogo em redor, e para glória estarei no meio dela.” (Zc 2.1-5).

 

Também não podemos ignorar os trechos abaixo:

 

·        “E, havendo-me levado ali, eis que um homem cuja aparência era como a do bronze, tendo um cordel de linho na sua mão e uma cana de medir, e estava em pé na porta.” (Ez 40.3) – Aqui o templo do milênio foi medido.

·        “E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo.” (Ap 21.15,17).

 

Note que, em Ap 21.15, um dos sete anjos que tinha as sete taças (Ap 21.9) tinha uma cana de ouro na mão que servia para medir (Ap 21.15). E, ao medir, é dito que a medida era, ao mesmo tempo, de homem e de um anjo (mensageiro) (Ap 21.17).

A cana, como pode ser visto, é um instrumento de medir. Três coisas são medidas:

 

·        Santuário -> local onde os sacerdotes exercem os serviços sagrados. Na Nova Aliança, é composto das muitas moradas que existem no nosso coração (Jo 14.1,2), as quais devem ser preenchidas com aquelas pessoas que Jesus colocou próximo a nós (espiritualmente, são estes indivíduos que devem ser medidos).

·        Altar do Incenso -> já que o altar do holocausto ficava no átrio e este não era para ser medido, logo o mais sensato é que o altar a ser medido é o do incenso, onde o perfume da intercessão era mantido exalando seu cheiro suave.

·        Os que adoram no santuário -> cada sacerdote que entrava ali para adorar deveria ser medido.

 

A cana era semelhante a uma vara. Eis alguns versículos que mostram o que vem a ser a vara:

 

·        “Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com eqüidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio,” (Isaías 11.4). aqui a vara representa a Palavra que o Eterno pronuncia;

·        “Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la.” (Jeremias 1.11,12). a vara aqui é a Palavra à qual Eterno vela;

·        “Também vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo da aliança.” (Ezequiel 20.37). a vara é algo debaixo da qual devemos passar;

·        “Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira, e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros. E toma outro pedaço de madeira, e escreve nele: Por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros. E ajunta um ao outro, para que se unam, e se tornem uma só vara na tua mão.” (Ezequiel 37.16). aqui uma vara representou as dez tribos do norte e outra a tribo de Judá;

·        Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.” (João 15.2). aqui a vara representa aquele que crê em Jesus e que tem que ser como a vara de Arão: dar fruto para testemunhar a vontade do Eterno.

·        “E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.” (Apocalipse 12.5). – Jesus vai reger as nações com indivíduos que recebem em Si Sua Palavra e não a negociam, mas a vivem plenamente sem qualquer modificação dela, usando-a para corrigir de modo consolador (Sl 23.4; Pv 13.24), para testemunhar a vontade do Eterno (Nm 17.8 - testemunho), de modo que todos enxerguem o poder do Eterno para salvação de todo aquele que crê Nele (Êx 4.2; Rm 1.16,17).

 

Logo, a vara representa a palavra de correção e disciplina do Eterno. A cana não era uma vara, mas semelhante a ela. Ou seja, a cana era um instrumento vivo de medição. E tem que ser, já que, para medir indivíduos, é necessário algo extremamente preciso para que não haja a mínima injustiça. A medição do santuário e do altar também têm que ser precisos, já que o Eterno não gosta de alguém que faça Sua obra relaxadamente (Jr 48.10). Quer algo mais preciso do que o Eterno pronunciando Sua vontade?

Ou seja, esta cana representa o próprio Eterno instruindo o profeta acerca do modo correto de mensurar a adoração (lembre-se que ninguém deve fazer nada segundo a própria vista (Is 11.3; 1Co 4.5; 2Co 5.7), mas conforme tudo que vê ou ouve do Eterno (Jo 5.19,20,30; 7.28; 8.26,28,38,40; 14.10)).

Três coisas devem ser observadas: o caráter, bem como conceitos e valores dos adoradores, o local que eles adoram (é importante estar onde Jesus nos quer, e não onde queremos glorificar o nome Dele) e o amor que temos por aqueles que o Eterno coloca na nossa vida (altar do incenso - ver Is 59.16; 63.5; Ez 22.30). Não podemos interceder pelos que nos convém, mas por aqueles que o Eterno faz se aproximar de nós.

Agora perceba a importância de medir a qualidade dos nossos relacionamentos:

 

1º - estamos edificando nossa vida com ouro, prata e pedras preciosas (que são purificados quando submetidos ao fogo (1Co 3.12-15)) ou com madeira, palha e feno (que se queimam quando o Eterno vem ao encontro deles para serem purificados)).

2º - nossos amigos estão dentro de nós ou apenas na periferia da nossa vida (só na hora das diversões ou quando necessitamos de algo)?

3º - o que eles estão fazendo de nós? Intercedendo por nós e nos estimulando a buscar, no Eterno, aquilo que Ele tem para eles? E qual a medida desta intercessão?

 

Logo, podemos enxergar aqui uma medição simbólica. Lembre-se que o Eterno não mora em casa feita por mão de homens (Is 66.1; At 17.24). A morada do Eterno é o lugar onde Ele opera Suas maravilhas, a saber, a vida daqueles que o adoram no lugar certo, do jeito certo e em companhia dos indivíduos certos (no altar certo).

A medição significa preservação dos fiéis, julgamento para os demais.

Perceba, em todos os casos citados acima, que apenas aquilo que é dado ao povo escolhido do Eterno é medido. O Eterno não mede as obras dos gentios (pagãos), pois tudo que eles fazem, ainda que seja correto e feito com boas intenções, ainda assim é abominação, pois não provém da fé em Jesus (Rm 14.23).

Os adoradores devem ser medidos: verificar se eles fazem da glória do Eterno o objetivo de vida a ser vivido, da Escritura Sagrada a regra de vida e de todos os seus atos uma expressão de louvor. E tal medição é a garantia de que os verdadeiros adoradores serão preservados das ameaças internas (reforma do culto) e externas (perseguições e seduções do mundo).

E considerando a ênfase em Ap 14.7 do anjo para adorar o Criador, podemos ver que os que criam em Jesus não irão fazer isto (ou se irão, prestarão culto do modo errado).

Por aqui também podemos ver o que está contido no livrinho que João teve que comer. Afinal, tão logo fala-se da medição do templo, segue-se falando a respeito das duas testemunhas. Assim, as duas testemunhas irão profetizar aos judeus principalmente, protestando contra o templo, os sacrifícios nele oferecidos e o tipo de adoração e intercessão nele executado. E como o átrio exterior é dado aos pagãos, daí dizer em Ap 10 que é necessário profetizar a muitos povos, nações, línguas e reis (Ap 10.11).

 

·        “E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.” (Ap 11.2).

 

Vem a questão: “qual a finalidade do templo?”.

Quando o Eterno tirou o povo de Israel do Egito, o plano Dele era fazer de Israel uma nação de reis e sacerdotes (Êx 19.6). No que o povo pediu a Moisés que buscasse ao Eterno por eles (Êx 20.18-20), surgiu então o tabernáculo.

Como a nação de Israel queria ser como as outras nações (1Sm 8.19,20) a fim de poder ficar envolvido com suas obras, mas sem com isto perder as bênçãos do Eterno (pelo menos é o que eles pensavam), logo o Eterno permitiu que Israel não fosse mais plenamente santo.

Surgiu a necessidade de um lugar completamente santo que pudesse mostrar a Israel a importância de separar o santo do profano, o imundo do limpo (Lv 10.10; Ez 22.26; 42.20; 44.23), bem como pessoas que se dedicassem exclusivamente a isto.

Foi a partir disto que surgiu o tabernáculo e o sacerdócio levítico. Infelizmente, sem a direção pessoal do próprio Eterno (Rm 8.14), qualquer contato com o mundo, por menor que seja, é suficiente para contaminar o indivíduo. Daí sumo-sacerdote, por exemplo, não poder sair do santuário um segundo sequer (Lv 21.10-12).

Contudo, o próprio exercício dos serviços sagrados já tornava o sacerdote impuro (Jo 7.23). O tabernáculo com seus ritos sagrados era um espelho do que era feito pelas outras nações a seus deuses.

Vejamos as partes do tabernáculo citadas neste capítulo. No início do capítulo só são vistos o santuário e o altar do incenso, os quais deveriam ser medidos juntos com aqueles que adoram neste altar.

Depois é citado não simplesmente um, mas dois castiçais de ouro (duas testemunhas – Ap 11.3,4). Isto porque, pela boca destas duas testemunhas (três, com Cristo que é a luz do mundo – Jo 8.12; 9.5), toda a palavra profética seria confirmada (ver 2Pe 1.19).

Finalmente, após o toque da sétima trombeta, a Arca da aliança (a Igreja - Ap 11.19) é vista no seu lugar.

Note como a mesa com os pães da proposição não é vista. E não é para menos, já que quem está em Cristo não está debaixo de juízo algum (condenação - Rm 8.1).

Entendido isto, devemos nos perguntar: o que estamos fazendo com os que não têm compromisso com Jesus? Discriminando e tentando medir eles (julgando – ver Mt 7.1)? Ora, isto é tarefa do Eterno (1Co 5.11-13). Nosso papel é zelar pelos que são de dentro (1Co 6.1-5; Jd 20).

O átrio exterior é entregue aos pagãos e, portanto, não é para ser medido. Não cabe a nós querer consertar o mundo. Basta que consertemos nosso mundo interior e receber dentro de nós os que o Eterno trouxer e que aceitarem de bom grado a Jesus e Sua Palavra. Nosso coração deve ser o refúgio daqueles que o Eterno coloca na nossa vida (Is 14.32).

Quando o anticristo conseguir construir o templo judaico (Ap 11.1,2), o seu átrio exterior será pisado pelos gentios por 42 meses (Ap 11.2). No entanto, ao invés de querer consertar tudo e lutar para que o culto no templo seja perfeito, o correto é parar para ouvir as duas testemunhas (Ap 11.3), tal como Maria sentou aos pés de Jesus para ouvi-Lo (Lc 10.38-42).

Provavelmente, o átrio exterior do templo é a Mesquita de Omar (Domo da Rocha), a qual a ONU tem dado aos muçulmanos (até chegar o dia onde toda a Jerusalém será um santuário ao Eterno Gl 4.26; Hb 12.22; Is 2.2; 52.1; Ap 21.1). Hoje os israelitas ainda acreditam que o templo fica exatamente no Domo da Rocha, mas pesquisas vem sendo feitas para levar os judeus a crerem que o Domo da Rocha é apenas o átrio exterior do templo e que o Santo dos Santos e Santo Lugar podem ser construídos novamente.

É justamente contra este sistema religioso judaico com seu templo e rituais que as duas testemunhas irão pregar. Seu objetivo é ministrar a mensagem principalmente aos judeus, a fim de que os 144.000 judeus estejam prontos para serem selados (o Espírito Santo irá selar os 144.000 Consigo (Ef 1.13) e com o nome do Pai e do Filho (Ap 14.1), ou seja, com a identidade dos dois, de modo que, ao olhar para eles, todos verão o Pai e o Filho) e tudo isto sirva de testemunho contra os judeus e gentios impenitentes.

A ideia é que todos percebam que a verdadeira arca da aliança não está neste templo e que, assim, nada do que se faz ali tem valor. A verdadeira arca da aliança é a Igreja que passa a ser vista no santuário celestial após a 7ª trombeta, quando, então, ela será arrebatada (Ap 11.19).

 

·        “E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco.” (Ap 11.3).

 

Por que duas testemunhas?

 

·        “Todo aquele que matar alguma pessoa, conforme depoimento de testemunhas, será morto; mas uma só testemunha não testemunhará contra alguém, para que morra.” (Nm 35.30).

·        “Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá.” (Dt 17.6).

·        “Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato.” (Dt 19.15).

·        “Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.” (Mt 18.16).

·        “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou. Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade.” (Jo 5.30-33).

·        “E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.” (Jo 8.17,18).

 

E isto pode ser visto na história de Israel:

 

·        Moisés e Arão (Êx 4.20) foram enviados para libertar os filhos de Israel da escravidão do Egito;

·        Bezaléu e Aoliabe (Êx 31.2,6) foram usados para construírem o tabernáculo;

·        Josué e Calebe foram os únicos a entrar na terra prometida (Nm 14.30);

·        Josué e Zorobabel (Ed 4.3) foram os responsáveis pela construção do segundo templo em Jerusalém.

·        Débora e Baraque (Jz 4.14) foram usados para libertar Israel das mãos de Jabim, rei de Canaã;

·        Zacarias e Ageu (Ed 5.1) foram usados para convocar Josué e Zorobabel para terminarem a construção do templo.

Sem contar que Jesus enviou Seus discípulos para evangelizar de dois em dois (Lc 10.1) e Ele criou homem e mulher para gerarem filhos (Gn 5.1,2) e enviou os animais para a arca de Noé de dois em dois (Gn 7.9).

O fato de eles se vestirem de pano de saco lembra Elias e João Batista (2Rs 1.8; Mt 3.4), os quais mostravam os sofrimentos e tristezas que havia no interior deles (ver Et 4.4; Sl 30.11; Is 3.24; Am 8.10; 2Rs 19.1; Sl 30.11; Is 22.12) durante os três anos e meio que irão profetizar contra Israel e seu modo de cultuar ao Eterno. Logo, a mensagem dada pelas testemunhas era uma lamentação, algo para despertar o povo ao arrependimento.

O pano de saco era negro, o qual estava apontando para o luto espiritual no qual se encontrava a nação de Israel (Ap 6.12) (e também o mundo).

Aqui fica ilustrado a diferença entre “dar testemunho” e “ser testemunho”. “Dar testemunho” é falar de algo que se viu, ouviu, sentiu ou experimentou; “ser testemunho” é viver uma vida que comprova a veracidade que está na Escritura Sagrada e em Jesus.

Não podemos também nos esquecer que o evangelho do reino deve ser pregado para testemunho de todas as nações (Mt 24.13) e que o testemunho de Jesus é o espírito de profecia (Ap 19.10).

 

·        “Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra.” (Ap 11.4).

 

Isto lembra a profecia de Zacarias:

 

·        “Respondi mais, dizendo-lhe: Que são as duas oliveiras à direita e à esquerda do castiçal? E, respondendo-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado? E ele me falou, dizendo: Não sabes tu o que é isto? E eu disse: Não, SENHOR meu. Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra.” (Zc 4.11-14).

 

Como duas oliveiras, as duas testemunhas são os dois que foram ungidos (autorizados e capacitados) para encher os vasos de azeite (os 144.000). Como dois castiçais, são eles que vão servir de suporte para os 144.000 que irão servir de luz para Israel em trevas (Is 5.30; 8.22; 9.1,2; 60.1,2; Mt 4.15,16) até que Jesus venha com Seu resplendor (ver 2Pe 1.19) (lembrando o que João Batista fez).

Assim como Zorobabel e Jesua deveriam ser movidos pela palavra que provinha dos dois ungidos com o Espírito Santo (Ageu e Zacarias, que eram as oliveiras da época - Zc 4.6), no final dos tempos as duas testemunhas serão:

 

·        as duas oliveiras ungidas com o Espírito Santo por meio dos quais os 144.000 deverão atender a fim de serem selados e cumprirem sua missão evangelística, bem como

·        os dois candeeiros (luz da profecia – 2Pe 1.19) que servirão de suporte para que os israelitas vejam que Graça e a Verdade vieram com Cristo, e não com Moisés (muito menos com o antimessias que eles elegeram como Cristo – Jo 1.17).

 

·        “Mas eu sou como a oliveira verde na casa de Deus; confio na misericórdia de Deus para sempre, eternamente.” (Sl 52.8).

 

As duas testemunhas permanecem diante do Eterno ministrando a Ele, regozijando Sua presença, contando com Sua assistência e estando debaixo de Sua proteção.

Há muita especulação quanto à identidade destes dois homens. No entanto, não há dificuldade: são dois indivíduos que estarão vivos por ocasião do início da 70ª semana e que serão usadas pelo Eterno tal como Ele usou Moisés (para converter águas em sangue e ferir a terra com toda sorte de flagelos – Êx 7.17-24) e Elias (que fechou os céus para que não chovesse – 1Rs 17.1; Tg 5.17 e fez cair fogo sobre os inimigos 2Rs 1.10,12-14), tal como se deu com João Batista.

João Batista não era Elias, mas veio no espírito e poder de Elias (Lc 1.17). Quando Jesus explica Ml 4.5,6, Ele foi claro ao afirmar que Elias já tinha “vindo” na pessoa de João Batista (Mt 11.14; 17.12), mas que ainda haveria de vir (Mt 17.11).

E Moisés profetizou algo a este respeito:

 

·        “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;” (Deuteronômio 18.15)

 

Embora isto, a princípio possa se aplicar a Jesus (no sentido de que Jesus conversava com o Pai face a face – Nm 12.8), se aplica principalmente a uma das duas testemunhas.

E Malaquias complementa o raciocínio:

 

·        “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” (Ml 4.4-6).

 

Enfim, as duas testemunhas não são Elias e Moisés, mas dois judeus que serão usados pelo Eterno do mesmo jeito que eles foram. Foi exatamente isto que os apóstolos viram no monte da transfiguração (Mt 17.4). As duas testemunhas serão tão parecidas com Moisés e Elias no caráter e obra do Eterno, que os apóstolos enxergaram os dois neles (tal como os indivíduos devem enxergar Cristo em nós, ao invés de verem a nós). E foi justamente isto que o Eterno ensinou aos apóstolos:

 

·        “E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.” (Mt 17.5).

 

Detalhe: Jesus disse que os três apóstolos veriam Ele chegando no Seu reino com poder (Mt 16.28; Mc 9.1; Lc 9.27).

A razão de terem sido escolhidos Moisés e Elias pode ser pelo fato de eles representarem a lei e os profetas respectivamente, os quais eram importantes aos olhos dos judeus (daí Jesus citar Mt 7.12; 22.40; Lc 16.16).

Tanto é assim que, quando Jesus transfigurou, Pedro, sem saber o que dizer, quis construir três tendas, como que dizendo: “queremos Jesus, mas também queremos a lei e os profetas” (Lc 9.30-33). Eles viram Jesus vindo para arrebatar a Igreja. O que os três apóstolos viram a mais era aquilo que estava no coração deles e que precisava ser removido.

Vem a questão: “mas por que o Eterno enviaria duas testemunhas representando a lei e os profetas para resgatar principalmente os judeus, já que eles duraram até João?”. Porque o remanescente fiel de Israel, infelizmente, não consegue ter uma fé simples como a de uma criança em Cristo (Mc 10.14,15). É preciso provas teológicas para que os judeus se disponham a confiar em Jesus.

Embora seja importante meditar na Escritura Sagrada, jamais isto deve superar em importância o contato direto com Jesus (ver 2Pe 1.19). Lamentavelmente, até os não judeus embarcaram nesta de seminário teológico, se afastando da simplicidade que há em Cristo (2Co 11.3). O privilégio de simplesmente crer em Jesus e ser guiado por Ele se perdeu (Rm 8.14).

Mas também eles podem simbolizar a morte e a vida. Moisés é o profeta da morte, pois foi através dele que o Eterno trouxe os maiores juízos sobre o Egito (as dez pragas) e sobre Israel (por exemplo, em Nm 11.1,33,34; 16.30-35,48,49; 21.6; 25.9). Sem contar que, dos que saíram do Egito, só Josué e Calebe entraram na terra prometida (Nm 14.30), além de ter sido ele o mediador da aliança da condenação e da morte (2Co 3.7,9).

Elias representa a vida por ter sido ele um dos dois profetas do Antigo Testamento que foi capaz de trazer alguém da morte. O outro foi Eliseu que era discípulo de Elias. Obviamente Elias foi escolhido por ter sido o mestre.

E não é a primeira vez que o Eterno faz isto:

 

·        No Éden havia duas árvores: a da vida e a da morte (Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal) (Gn 2.9);

·        Metade das tribos de Israel deveriam estar sobre o Monte Gerizim para abençoar o povo e a outra metade sobre o monte Ebal para amaldiçoar (Dt 11.29; 27.12,13).

·        O Eterno propôs a vida e a morte, a bênção e a maldição (Dt 30.15,19).

 

Em outras palavras, no espírito de Moisés, as testemunhas trarão a condenação a todos que insistirem em uma adoração externa, hipócrita, contaminada e corrompida (simbolizada pelo templo de Jerusalém, com seu altar e adoradores). No espírito de Elias, as testemunhas irão conduzir à Vida Eterna a quantos receberem a mensagem, a começar pelos 144.000 que serão selados pelo ministério deles.

Ainda há algo a considerar:

 

·        Em Zacarias 4 há apenas um castiçal, o qual representa Israel. As duas oliveiras com seus dois ramos são Ageu e Zacarias; os dois tubos de ouro são Josué e Zorobabel que deveriam construir o templo a fim de que Israel pudesse servir de luz para o mundo com suas “sete lâmpadas” (ver Is 60.1).

·        Em Apocalipse 1 há sete castiçais que são as sete Oholyao de Cristo. A Igreja é ungida diretamente por Cristo com o Espírito Santo para ser luz do mundo (Mt 5.14-16). Sete implica na totalidade da Igreja distribuída pela mundo afora, ao invés de estar centralizada num único lugar.

·        Em Apocalipse 11.4 há dois castiçais que são as duas testemunhas. Ao mesmo tempo que as duas testemunhas são o instrumento para ungir os 144.000 selados, são também o suporte para elas resplandecerem a luz do Eterno em Israel.

 

Uma lição podemos tirar deste capítulo: há uma luta espiritual entre o sistema religioso e o amor (que cumpre a lei e os profetas com precisão – Mt 7.12; 22.37-40).

 

·        “E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem.” (Ap 11.5,6).

 

Isto lembra as seguintes passagens:

 

·        “Portanto assim diz o SENHOR Deus dos Exércitos: Porquanto disseste tal palavra, eis que converterei as minhas palavras na tua boca em fogo, e a este povo em lenha, eles serão consumidos.” (Jr 5.14).

·        “Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz,” (Os 6.5).

·        “Então saiu fogo do SENHOR, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.” (Nm 16.35).

 

Assim como os aliados da besta tentam matar as duas testemunhas a fim de acabar com o fogo que há nas suas palavras, é necessário que eles sejam mortos por esta mesma palavra que eles tentam destruir (Dt 33.2; Jr 5.14; 23.29) (retribuição em espécie – Ap 13.10).

É o fogo do testemunho deles que refina, purifica e convence alguns.

O fogo saindo da boca representa a língua (Tg 3.6) pronunciando a lei (Dt 33.2) e as profecias (Jr 5.14; 23.29). Em outras palavras, o Eterno transforma as palavras destas testemunhas em juízo que condena imediatamente quem tenta impedi-los de cumprir o propósito designado por Ele.

O fato de dizer por duas vezes “se alguém lhes quiser fazer mal” indica que o Eterno se apressa em cumprir tal palavra (ver Gn 41.32).

Note que, por três anos e meio Elias conseguiu que não chovesse sobre Israel (Tg 5.17). O detalhe é que três anos e meio é justamente o período que as duas testemunhas irão ministrar, e isto com maior autoridade, já que eles podiam abrir e fechar os céus quantas vezes quisessem.

Inclusive, o ato de fechar os céus aponta o Eterno como aquele que interfere ativamente em tudo aqui na terra, o que condiz com a mensagem do primeiro anjo (Ap 14.7).

Já com relação a Moisés, ele teve autoridade para converter as águas do Egito em sangue, enquanto que as duas testemunhas têm controle sobre todas as águas do mundo. As pragas enviadas por Moisés eram definidas e limitadas em número, enquanto que estas duas testemunhas podem ferir o mundo inteiro com toda sorte de pragas quantas vezes quiserem.

 

·        “E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará.” (Ap 11.7).

Quando as duas testemunhas tiveram acabado de mostrar a Israel tudo que a lei e os profetas falam de Cristo, dando ensejo que todos os israelitas pudessem obter a confirmação de que Jesus é Aquele que foi prometido na Escritura Sagrada pelo Eterno (por exemplo, Dt 18.18,19; At 3.22), então a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá.

Vem a questão: por que o Eterno permite a besta vencê-los? Para que todos percebam que, não importa o esforço do mundo para calar as testemunhas de Jesus: jamais Sua Palavra irá falhar (Mt 5.17,18; 24.35); Sua verdade subsiste para sempre (Sl 117.2), não importa o quanto o mundo queira esconder a Verdade (Rm 1.18,23,25) ou acabar com ela. De igual modo, enquanto todo o propósito da Verdade não tiver cumprido, nada poderá acontecer aos que a ministram.

Todavia, quando a Verdade terminou seu trabalho, nada poderá manter suas testemunhas salvas da morte, visto que a morte do justo é preciosa aos olhos do Eterno (Sl 116.15). Contudo, quando a Verdade parece estar morta, de repente ganha nova vida, de modo que só fica enganado quem quer (ver Jr 29.13,14; 33.3; Rm 10.11).

Resumindo: enquanto a missão das duas testemunhas não está completa, ninguém tem poder de lhes fazer dano. Quando, porém, o testemunho estiver completo, a besta:

 

·        Guerreará contra elas -> contradizendo seus argumentos;

·        As vencerá -> conseguirá fazer com que as mentiras deles prevaleçam (Dn 8.25);

·        As matará.

 

·        “E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado.” (Ap 11.8).

 

Sodoma e Egito são escolhidos como tipo do que é mal (por exemplo, em Dt 32.32; Is 1.10; Ez 16.46; 20.7).

Por seis vezes no Apocalipse é dito que Babilônia é uma grande cidade (Ap 14.8; 18.10,16,18,19,21).

Entretanto, veja a distinção feita em Ap 16.19 entre “grande cidade” e “grande Babilônia”:

 

·        “E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.”

 

Logo, tem que haver outra “grande cidade”. Considere que a Grande Cidade é identificada como lugar onde o Senhor das testemunhas (vistas como unidas em propósito, daí serem citadas no singular – “seu Senhor” ao invés de “Senhor delas”) foi crucificado, a saber, Jerusalém.

Que Jerusalém está bem ligado a Sodoma e Egito, isto pode ser visto nos versículos abaixo:

 

·        “Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.” (Is 1.10).

·        “E as suas prostituições, que trouxe do Egito, não as deixou; porque com ela se deitaram na sua mocidade, e eles apalparam os seios da sua virgindade, e derramaram sobre ela a sua impudicícia.” (Ez 23.8).

·        “Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não fez Sodoma, tua irmã, nem ela, nem suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas.” (Ez 16.48).

 

·        Babilônia é um referencial de idolatria e legalidade;

·        Egito é símbolo de tirania, opressão e escravidão, bem como de idolatria (Êx 32.3-5) e poderio militar (Is 30.1-3; 31.1-3), com seus carros e cavalos (Sl 20.7; Is 36.6). Os israelitas queriam um messias como Davi, que saía dizimando populações inteiras.

·        Sodoma é conhecida por sua prosperidade material e arrogância (Ez 16.49; veja o luxo que irá caracterizar a Grande Cidade - Ap 17.4; 18.12-16), bem como por imoralidade sexual e por ser o lugar de adoração errada (ver Gn 18.20,21; Is 1.10-17 – imoralidade espiritual). Eles se dirigiam ao Eterno pelo motivo errado, tal como fazia Israel (Is 1.10; Ez 16.48,49).

·        Jerusalém é a cidade que se orgulha de ser a escolhida do Eterno, mas que foi a responsável por matar Jesus e perseguir Seus seguidores e mensageiros:

 

·        “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” (Mt 23.37).

 

A razão de Jerusalém ser chamada de “grande” é porque é dela que sai a contaminação de toda a terra (Jr 23.15).

Com base em tudo isto, podemos ver que:

·        a grande cidade aqui é Jerusalém.

·        Em Ap 17.18, a grande cidade que dominava sobre os reis da terra naquela época é Roma;

·        a Grande Babilônia é o casamento de Jerusalém (império israelita) com Roma (império gentílico) (ver Dn 2.41-45).

 

Um detalhe a ser observado é que os corpos são estirados na praça, a qual é o local onde normalmente o povo se reúne para divertir (Zc 8.4,5; Lc 7.32), onde as pessoas se saúdam (Mt 12.38; Lc 11.43; 20.46). Ela representa diversão mundana. E, se você reparar bem, toda diversão mundana sempre implica em denegrir a imagem de alguém feito à imagem e semelhança do Eterno, ou seja, matar Cristo (incluindo Suas testemunhas) do coração das pessoas.

O objetivo nestas diversões é se livrar de Jesus, Sua Noiva e Sua mensagem. Felizmente a Verdade nunca se apagará, mas sempre estará assentada no trono para julgar o mundo. E sempre que ela se manifesta, causa terror no mundo.

Temos que consagrar nossa vida, de modo que nosso coração seja o próprio Reino do Eterno (daí Mt 6.33). Quanto ao mundo que está ao nosso redor, não cabe a nós tentar mudá-lo. A ideia é sairmos dele (analise Ap 18.45), buscando Jesus em nosso coração (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) que trabalha na nossa vida conforme a eficácia do Seu poder que opera em nosso interior (Cl 1.29; Ef 3.20) no sentido de pescar alguns do curso deste mundo (Mt 4.19).

 

·        “E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seus corpos mortos por três dias e meio, e não permitirão que os seus corpos mortos sejam postos em sepulcros. Os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra.” (Ap 11.9,10).

 

Esta profecia, que até cem anos parecia incrível, agora é bem possível. Com o advento da TV e internet é possível contemplar, ao vivo, via satélite, o cadáver das duas testemunhas. E a alegria dos cidadãos da terra (Ap 3.10; 8.13; 12.12; 13.8) (em contraste com a alegria dos cidadãos do céu (Ef 2.19; Fp 3.20)) de vê-los mortos será tão grande que todos os ímpios irão se regozijar por vê-los mortos. É bem provável que os flagelos por eles manifestados sejam o das sete trombetas, o qual impedia os ímpios de serem bem sucedidos nas suas más obras (ver Jo 3.19-21), das quais eles não querem se livrar. Como é triste se alegrar com aquilo que só faz e traz o mal!

Mas isto não é tudo! Eles vão fazer disto uma festa santa (como se deu, por exemplo, na época de Ester (Et 9.20-22) e Neemias (Ne 8.11,12)). Ou seja, eles achavam que estavam prestando um serviço ao deus deles (Mt 7.21-23; Lc 13.23-28; Jo 16.2), sem perceberem que seus rituais estavam desonrando o verdadeiro Deus.

Contudo, tal como eles intentaram fazer com as testemunhas de Jesus, assim será feito a eles (Ap 19.17,18,21).

Quanto aos três dias e meio que o cadáver dos dois ficam expostos, isto lembra os três anos e meio do primeiro período da Grande Tribulação (um dia para cada ano), bem como os três anos e meio que os céus de Israel permaneceram fechados em virtude da pregação de Elias (Tg 5.17). Enquanto os cidadãos do céu encaram os sete anos como algo perfeito do Eterno para que Sua glória se manifeste, os cidadãos da terra aleijam a perfeição do Eterno, quebram alianças (Dn 9.27) e tudo se esvai.

Um detalhe aqui a ser observado é que, em momento algum, a Escritura Sagrada afirma que a Igreja ou mesmo os 144.000 selados ficarão condoídos por verem as duas testemunhas de Cristo neste estado deplorável.

 

·        “E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.” (Ap 11.11).

 

Passados os três dias e meio Jesus vem. As duas testemunhas são ressuscitadas, depois os demais mortos e, por fim, os que são de Jesus são transformados e arrebatados (1Ts 4.16-17; 1Co 15.52). Logo, não existe arrebatamento secreto (como se vê em Ap 1.7; 11.12). Pelo contrário!

A nuvem mencionada em (Ap 11.12) é a mesma que levou Jesus ao céu e na qual Ele há de voltar (At 1.9) e semelhante àquela em que estava o ser semelhante ao Filho do Homem em (Ap 14.14-16, onde Ele virá justamente para colher o trigo).

Por fim, o anticristo e seus confederados, revoltados por causa dos entes queridos que lhe foram tomados e pelas taças da ira do Eterno e do Cordeiro (Rev 6.16; 16.9), congregarão todos que são da terra para pelejarem contra Jesus (Ap 16.14-16; 19.19-21) em Armagedom.

Vale observar que, inicialmente, ao virem Jesus vindo para arrebatar Sua Igreja (Mt 24.30,31), eles ficam com medo (Ap 6.16; 11.13).

Mas depois, seduzidos pelos espíritos imundos semelhantes a rãs (Ap 16.14), perdem o medo, passam a se achar fortes (Jl 3.9,10) e vão para pelejar contra o Todo-Poderoso.

Embora haja versões (como ARA2) que digam que apenas as duas testemunhas é que ouviram a voz vinda do céu, considerando que todos foram tomados de temor, certamente todos a ouviram (como sugere versões ARC, AR 1967, TB 1917). Diferentemente do que se deu com Elias, quando apenas Elizeu (e talvez alguns amigos íntimos) viu (2Rs 2.11,12). Afinal, ao ser arrebatada e transfigurada no corpo, a Igreja está sendo justificada diante do mundo, tal como se deu com Jesus ao ser arrebatado para o trono diante do dragão que estava pronto para devorá-lo quando nascesse (Ap 12.5).

Pense: o que sucedeu ao mundo quando Noé se isolou dele na arca? Em que se tornou Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim quando Ló saiu dali? E quanto a Jerusalém, o que aconteceu com ela anos após a morte de Cristo? De igual modo, o que será do mundo quando a Igreja for arrebatada dele (começando pelas duas testemunhas)?

 

·        “E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.” (Ap 11.12).

 

Diferentemente de Jesus que foi assunto ao céu na presença apenas dos amigos, estas duas testemunhas são vistas indo ao céu na presença também dos Seus inimigos. O arrebatamento das duas testemunhas é a testificação do Eterno que a pregação deles estava correta e que, portanto, os israelitas e o restante do mundo estavam realmente em pecado. De igual modo, o arrebatamento será a justificação da Igreja pelo Eterno diante deste mundo corrompido.

Note como estas duas testemunhas subiram ao céu numa nuvem, enquanto Jesus foi encoberto por uma nuvem. Isto é uma forma de mostrar ao mundo que tal arrebatamento é um terrível juízo.

 

·        “E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.” (Ap 11.13).

 

Após as duas testemunhas serem arrebatadas, a terra treme, fazendo a décima parte de Jerusalém cair e sete mil homens morrerem. Resultado: a terra que outrora se alegrara agora está aterrorizada.

Detalhe: 7.000 ímpios morrem aqui em contraste com os 7.000 fiéis que são preservados na época de Elias (1Rs 19.18; Rm 11.4). Aqui, os 7.000 ímpios morrem para dar ocasião ao Eterno para salvar o remanescente (note como há um abrir e fechar de olhos – 1Co 15.52); em 1Reis 19.18, 7.000 são o remanescente.

É bom lembrar a promessa do Eterno de salvar o remanescente (Sf 3.13; Rm 9.27) fazendo-o passar pelo fogo (Zc 12.10-14; 13.1,9).

Após três dias e meio da primeira metade da 70ª semana, as duas testemunhas ressuscitarão. Os que verão tudo ficarão atemorizados, tal como se deu por ocasião da ressurreição de Jesus com os guardas que guardavam o sepulcro (Mt 28.4). Note que nesta ocasião também houve terremoto.

Um terremoto é visto no final do 7º selo (Ap 8.5), no final da 7ª trombeta (Ap 11.19) e no final da 7ª taça (Ap 16.18). No entanto, ele aparece mais uma vez no Apocalipse. E esta vez é justamente aqui: no final da 6º trombeta. Eu creio que este terremoto é o despertar final das dez virgens, bem como de todos aqueles que esperam por Jesus. Um evento tão importante quanto o arrebatamento deve ser precedido e seguido de terremoto.

Nesta ocasião, a décima parte de Jerusalém cairá e sete mil morrerão (em contraste com os sete mil que o Eterno reservou na época de Elias – 1Rs 19.18).

Os demais que não morrem experimentarão um abrir de olhos que, infelizmente, logo se fechará (1Co 15.52).

Detalhe: seis é número de homem (sinônimo de imperfeição), daí ser na sexta trombeta onde se vê o maior triunfo dos poderes do mundo. Todavia, um pouquinho depois vem o sete, o número divino da perfeição, quando tais poderes serão aniquilados.

 

·        “É passado o segundo ai; eis que o terceiro ai cedo virá.” (Ap 11.14).

 

A quinta, sexta e sétima trombeta são considerados bênção para quem está em Cristo e dor e maldição pelos moradores da terra. Aparentemente a quinta e sexta trombeta prometiam ser “bênção” do anticristo para os ímpios (prometendo usar tais exércitos para eliminar de vez a verdade e os que por ela se empenham). Todavia acabam se voltando justamente contra os que juraram lealdade à besta aceitando sua marca (Ap 9.4,20).

Enfim, os 3 “ais” representam o que deveria ser a melhor notícia para o mundo, mas que, por sua maldade, serão as piores.

O terceiro ai vem muito mais rápido do que qualquer um possa imaginar, a saber, tão logo ocorre o arrebatamento das duas testemunhas.

 

·        “E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso SENHOR e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” (Ap 11.15).

 

Por ocasião da abertura do sétimo selo, houve silêncio no céu, mas em contrapartida, ao som da sétima trombeta, houve grandes vozes.

Não se sabe quem falou, nem “a quem”. E veja como a mensagem anunciada por estas vozes tem muito a ver com o que é citado ao longo da Escritura Sagrada:

 

·        “Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.” (Sl 2.8);

·        “O SENHOR reina; tremam os povos. Ele está assentado entre os querubins; comova-se a terra.” (Sl 99.1);

·        Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.” (Is 9.7);

·        “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar.” (Is 11.9);

·        “Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.” (Dn 2.35);

·        “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.” (Dn 2.44,45);

·        “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.” (Dn 7.13,14);

·        E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão. Aqui terminou o assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e mudou-se em mim o meu semblante; mas guardei o assunto no meu coração.” (Dn 7.27,28);

·        “E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o seu nome.” (Zc 14.9);

·        “Mas desde o nascente do sol até ao poente é grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma oferta pura; porque o meu nome é grande entre os gentios, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Ml 1.11);

·        “E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” (Lc 1.33).

 

Quando a sétima trombeta toca, Jesus arrebata Sua Igreja a qual, sendo o mistério do Eterno, atinge seu total cumprimento (Ap 10.7). Jesus assume o controle total do mundo, começando através dos juízos das sete taças sobre o mundo dos ímpios. Desde então, Jesus reina para todo sempre (Ez 21.26,27; Dn 2.44; 4.3; 6.26; Zc 14.9). É bom lembrar que a pedra cortada sem o auxílio de mãos começa despedaçando todos os reinos da terra para, só então, encher toda a terra (Dn 2.34,35).

Esta trombeta também servirá para atrair para Jerusalém todos os de Israel que estavam espalhados pelo mundo (Is 27.13).

A partir daí o anticristo não conseguirá controlar mais o céu, a terra, o mar e as fontes das águas (daí a mensagem de Ap 14.7). Embora consiga controlar seus seguidores, vindo a martirizar muitos dos fiéis, isto todavia é para purificar os que hão de crer em Jesus na Grande Tribulação.

 

·        “E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste.” (Ap 11.16,17).

 

Note como as grandes vozes exaltam ao ver o Criador como dono de tudo e o Seu Ungido (que deu Sua vida para nos salvar) tomando posse do reinado do mundo.

Com a sétima trombeta, a Igreja finalmente é redimida (levada ao céu) e chega o dia de Jesus passar a reinar. Isto enche o coração dos anciãos de alegria, o que lhes induz a prostrar sobre seus rostos e adorar o Eterno em seus tronos, os quais se achavam posicionados ao redor do trono Dele.

Seu louvor é como que uma resposta ao clamor dos mártires (Ap 6.10,11). Os vinte e quatro anciãos agradecem a Jesus, revelando algo tremendo sobre Ele:

 

·        Jesus é Senhor, ou seja, o dono de tudo;

·        Jesus é Deus.

·        Jesus é Todo-Poderoso. Ou seja, Ele pode tudo;

·        Jesus é, era e há de vir, enquanto a besta era, não é, e há de subir do abismo. Como Jesus não está fisicamente neste mundo, o fato de dizer que “Ele é” comprova que Ele é Deus, ou seja, eterno, imutável (Ml 3.6). E a partir da sétima trombeta tudo que Ele é finalmente será visto por todos;

·        Jesus tomou Seu grande poder. Ou seja, Ele já vem reinando, embora muitos não consigam ver isto (Hb 2.8). No entanto, neste momento, Ele assume o controle visível de todos os acontecimentos (como também profetizado em Ml 3.18).

 

·        “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.” (Ap 11.18).

 

O fato de Jesus assumir o reinado deixa irados a muitos (como se vê em Sl 2.1-3; 2Rs 19.28; At 4.26,27; Ap 16.21). No entanto, as sete taças servem também para mostrar à humanidade que nem mesmo toda a ira do povo junta pode chegar ao pés da ira do Eterno (Ap 16.1).

Na ação de graças, os 24 anciãos revelam o que Jesus irá fazer ao assumir o governo do mundo:

 

·        tens tomado o teu grande poder, e começaste a reinar. É o fim do império ímpio com toda as suas más realizações;

·        Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos. Pense no absurdo que é os ímpios se revoltarem (Sl 2.1-3 – note como o Sl 2.9 é citado mais adiante em Ap 12.5) justamente contra Aquele que lhes deu poder (2Rs 19.25,28);

Primeiro os ímpios perseguem os que são de Jesus, depois matam (Ap 11.7,8) e se regozijam (Ap 11.9,10). Contudo, quando eles virem os justos na glória, ficarão ainda mais revoltados com o Eterno, a ponto de se mostrarem irredutíveis, mesmo diante das piores pragas, mesmo sabendo que as mesmas vêm Dele (Ap 16.9).

Muitos interpretam a ira do Eterno como algo mau. Todavia, a mesma será uma oportunidade a mais para que as pessoas se arrependam e, ao mesmo tempo, os justos possam ver que, não importa o que o Eterno faça (ver Is 26.9,10), ainda assim os teimosos não irão se arrepender;

·        veio o tempo dos mortos, para que sejam julgados -> eles serão julgados pelas obras;

·        veio o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes -> Após tantas lutas, nada mais gratificante que receber a recompensa: a redenção do corpo.

Aquilo que todos os que creem há tanto buscam, em vão, e não encontram, será dado quando Jesus vier. Não adianta esperar a recompensa antes da hora. Este mundo não é lugar de recompensa, mas de serviço.

Três classes de indivíduos são galardoados:

o   Os profetas, ou seja, aqueles que o Eterno usou antes de Cristo vir ao mundo para comunicar Sua mensagem a Israel. Estes não conheciam a obra de Cristo;

o   Os santos, ou seja, aqueles que se separaram para serem usados exclusivamente pelo Eterno por amor a Cristo;

o   Os que temem o nome do Eterno, ou seja, o servem pelo medo que têm das consequências do pecado. O tamanho deles é determinado por Mt 5.19:

·        “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.” (Mt 5.19).

Sei que isto parece estranho. No entanto, é bom lembrar que há muitos que erram por ignorância ou por fraqueza da carne. São salvos, mas como que pelo fogo (ver 1Co 3.12-15).

·        veio o tempo de destruíres os que destroem a terra -> a saber, os descendentes do quarto animal de Daniel, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas, de metal, que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava (Dn 7.19). Trata-se de retribuição em espécie (como em Ap 16.6).

E quem são estes descendentes? Os dez chifres da besta que emerge do mar, a saber: a elite global (banqueiros internacionais) e os seus cúmplices que planejam a destruição da terra para reduzir a população para quinhentos milhões de habitantes. Assim fica mais fácil controlá-los, além de sobrar mais recursos para eles.

 

Note que os 24 anciãos estavam agradecendo ao Eterno. Ora, mas pelo que eles estavam agradecendo? Só existe uma explicação: as orações dos mártires (Ap 6.9-11) eram também a oração deles e eles estavam agradecendo por terem sido ouvidos. Agora o Eterno não é mais “o que há de vir”, visto que, neste instante, Ele estava vindo.

O Eterno, que outrora tinha distribuído Seu grande poder a autoridades (ver Jo 19.10,11; Rm 13.1,2), agora iria apascentar pessoalmente os Seus (Ez 34.15,16).

 

·        “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva.” (Ap 11.19).

 

A Igreja é a arca da aliança, o trono do Eterno.

Jesus chegou ao Santo dos Santos celestial através da vida pura e santa que viveu na Sua carne, tal como o sumo-sacerdote, para entrar no Santo dos Santos terrestre tinha que passar pelo véu. Assim, para chegarmos ao santuário, teremos que renunciar nossa carne para que Cristo possa viver Sua vida em nós (Hb 10.20). Afinal, a carne de Cristo é o novo e vivo caminho que Jesus proveu para fazer nossa vida pura e consagrada o suficiente para atravessar o véu que impede que vejamos e tenhamos acesso ao santuário celestial.

Após o louvor dos vinte e quatro anciãos, o Santo dos Santos celestial se abre e a arca da aliança, isto é, a Igreja, é vista no seu lugar (visto que a Igreja foi arrebatada). Mais uma vez comprovando que o arrebatamento ocorre três dias e meio após a primeira metade da Grande Tribulação.

Você pode questionar: mas a Igreja é o tabernáculo do Eterno (Ap 21.3). O que acontece é que, em Apocalipse 21, a Igreja já foi glorificada e o mal, expulso do mundo. Logo:

 

·        Não há mais átrio exterior, pois o sacrifício perfeito foi há muito feito por Cristo, o qual já lavou a Igreja por completo, deixando-a ornamentada (Ef 5.25-27). Não há mais nada para ser purificado;

·        Não há mais Santo Lugar, pois:

o   O castiçal, que representa a palavra profética já chegou ao fim, pois Jesus já resplandeceu em todos os corações (2Pe 1.19). Jesus já não falará mais por enigmas (Jo 16.25);

o   Os pães da proposição não serão mais necessários, pois Jesus será nosso alimento, sem contar que não necessitaremos mais de alimento físico. Não precisaremos mais de “shewbread(pão da presença).

o   O altar do incenso não será mais necessário, pois ninguém mais precisará interceder uns pelos outros, visto que todos conhecerão ao Eterno (Hb 8.10,11).

 

Quando a Igreja finalmente vai para a presença de Cristo, algo tremendo acontece na terra para mostrar a todos a justificação da Igreja que há tanto foi perseguida. Daí os relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva.

A seguir, vem o capítulo 15. Os capítulos de 12 a 14 são parênteses.

Enquanto que na hora de derramar as taças o santuário fica inacessível (Ap 15.8), aqui ele está plenamente aberto (Ap 11.19). Note que o santuário, por ocasião das taças, não está fechado. Antes, está inacessível. Embora aberto, a nuvem de fumaça impedia que o mesmo fosse visto e acessado (como deveria ser normalmente – Hb 10.19-22).

Com o arrebatamento da Igreja, o santuário celestial se abriu para receber a arca da aliança, que é o coração do todo o que crê em Jesus de verdade. A arca era o lugar onde se podia encontrar com o Eterno e ouvir Sua voz (Êx 25.22) e, conforme mostrado em Ap 21, a Igreja é o tabernáculo do Eterno com os homens (Ap 21.3) e o corpo de Cristo é o santuário (Jo 2.19-21; Ap 21.22).

Enquanto o céu está aberto para a Igreja, para os ímpios o céu aberto representa relâmpagos, vozes e trovões, terremoto e grande saraivada, ou seja, as mais diversas expressões da ira do Eterno.

Espiritualmente nós poderíamos dizer que:

 

·        Os relâmpagos representam a Palavra do Eterno.

o   “O sol e a lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da tua lança.” (Habacuque 3.11)

Ela vai adiante, seja para ferir de morte (tal como se deu com Ananias e Safira) ou para transpassar corações de milhares, de sorte que estes venham a clamar:

o   E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?” (At 2.37).

·        Terremotos representam o Eterno movendo tudo a fim de abalar tudo que é abalável (Hb 12.26,27).

 

Normalmente, relâmpagos, trovões, etc. são símbolos da ira do Eterno:

 

·        “Ou entraste tu até aos tesouros da neve, e viste os tesouros da saraiva, que eu retenho até ao tempo da angústia, até ao dia da peleja e da guerra?” (Jó 38.22-23).

·        “Converteu as suas chuvas em saraiva, e fogo abrasador na sua terra.” (Sl 105.32)

·        “Lançou sobre eles o ardor da sua ira, furor, indignação, e angústia, mandando maus anjos contra eles.” (Sl 78.48).

·        “E o SENHOR fará ouvir a sua voz majestosa e fará ver o abaixamento do seu braço, com indignação de ira, e labareda de fogo consumidor, raios e dilúvio e pedras de saraiva.” (Is 30.30)

·        “E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele.” (Ez 38.22).

 

Veja como dois grupos de pessoas enxergam coisas diferentes em cima da mesma manifestação do Eterno:

 

1.     O Criador se manifesta a Daniel:

a.     Ele vive toda a visão (Dn 10.8-21);

b.     Os que com ele estavam, mesmo não vendo e ouvindo nada, fogem e se escondem (Dn 10.7);

2.     O Criador fala com Jesus:

a.     Ele entende que é o Pai falando e qual era a mensagem (Jo 12.28,30);

b.     O povo escutou uma trovoada e confundiu a voz do Eterno com a de um anjo (Jo 12.29);

3.     Jesus se manifesta a Paulo:

a.     Paulo vê e ouve tudo (At 9.3-6);

b.     Os que com ele estavam apenas escutam um som e veem uma luz (At 9.7; 22.9; 26.13).

 

Isto, sem contar que, para os eleitos, Jesus é a pedra angular (1Pe 2.6,7), mas para os descrentes, pedra de tropeço (1Pe 2.7,8).

Surge a grande questão: “quem és tu”? Santuário de Deus ou átrio exterior (Grande Babilônia)? Ou seja, é alguém digno de ter tuas ações, pensamentos, sentimentos, planos e desejos medidos pela Escritura Sagrada ou que está entregue aos pagãos? Se a sétima trombeta tocasse agora, você estaria no santuário celestial aberto ou ficaria nas trevas exteriores experimentando choro e ranger de dentes (Mt 8.12; 22.13; 25.30; Lc 13.28)?