APOCALIPSE 11
·
“Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-me dito:
Levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar, e os que nele adoram.” (Ap 11.1).
Antes
tudo, é importante definir que só se mede algo quando este está para sofrer uma
mudança ou quando este irá ser o agente da mudança de alguma coisa.
Aqui
não é a primeira vez que o Eterno pede a alguém para medir Seu lugar santo:
·
“Tornei a levantar os meus olhos, e vi, e eis um homem que tinha
na mão um cordel de medir. E eu disse: Para onde vais tu? E ele me disse: Vou
medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento. E eis
que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro. E
disse-lhe: Corre, fala a este jovem, dizendo: Jerusalém será habitada como as
aldeias sem muros, por causa da multidão dos homens e dos animais que haverá
nela. Pois eu, diz o SENHOR, serei para ela um muro de fogo em redor, e para
glória estarei no meio dela.” (Zc 2.1-5).
Também
não podemos ignorar os trechos abaixo:
·
“E, havendo-me levado ali, eis que um homem cuja aparência era
como a do bronze, tendo um cordel de linho na sua mão e uma cana de medir, e
estava em pé na porta.” (Ez 40.3) – Aqui o templo do milênio foi medido.
·
“E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a
cidade, e as suas portas, e o seu muro. E mediu o seu muro, de cento e quarenta
e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo.” (Ap 21.15,17).
Note
que, em Ap 21.15, um dos sete anjos que tinha as sete
taças (Ap 21.9)
tinha uma cana de ouro na mão que servia para medir (Ap 21.15). E, ao medir, é dito que a medida era,
ao mesmo tempo, de homem e de um anjo (mensageiro)
(Ap 21.17).
A
cana, como pode ser visto, é um instrumento de medir. Três coisas são medidas:
·
Santuário
-> local onde os sacerdotes exercem os serviços sagrados. Na Nova Aliança, é
composto das muitas moradas que existem no nosso coração (Jo 14.1,2), as quais devem ser preenchidas com
aquelas pessoas que Jesus colocou próximo a nós (espiritualmente, são estes indivíduos que devem ser
medidos).
·
Altar
do Incenso -> já que o altar do holocausto ficava no átrio e este não era
para ser medido, logo o mais sensato é que o altar a ser medido é o do incenso,
onde o perfume da intercessão era mantido exalando seu cheiro suave.
·
Os
que adoram no santuário -> cada sacerdote que entrava ali para adorar
deveria ser medido.
A
cana era semelhante a uma vara. Eis alguns versículos que mostram o que vem a
ser a vara:
·
“Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com eqüidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a
vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio,” (Isaías 11.4). – aqui a vara
representa a Palavra que o Eterno pronuncia;
·
“Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês,
Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o SENHOR:
Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la.” (Jeremias 1.11,12). – a vara aqui é
a Palavra à qual Eterno vela;
·
“Também vos farei passar debaixo da vara, e vos farei
entrar no vínculo da aliança.” (Ezequiel 20.37). – a vara é algo debaixo da qual devemos passar;
·
“Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira, e
escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros. E toma
outro pedaço de madeira, e escreve nele: Por José, vara de Efraim, e por
toda a casa de Israel, seus companheiros. E ajunta um ao outro, para que se
unam, e se tornem uma só vara na tua mão.” (Ezequiel 37.16). – aqui uma vara
representou as dez tribos do norte e outra a tribo de Judá;
·
“Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa
toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.” (João 15.2). – aqui a vara
representa aquele que crê em Jesus e que tem que ser como a vara de Arão: dar
fruto para testemunhar a vontade do Eterno.
·
“E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara
de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.” (Apocalipse 12.5). – Jesus vai reger as nações com
indivíduos que recebem em Si Sua Palavra e não a negociam, mas a vivem
plenamente sem qualquer modificação dela, usando-a para corrigir de modo
consolador (Sl 23.4; Pv 13.24), para testemunhar a vontade do Eterno (Nm 17.8 -
testemunho), de modo que
todos enxerguem o poder do Eterno para salvação de todo aquele que crê Nele (Êx 4.2; Rm 1.16,17).
Logo,
a vara representa a palavra de correção e disciplina do Eterno. A cana não era
uma vara, mas semelhante a ela. Ou seja, a cana era um instrumento vivo de
medição. E tem que ser, já que, para medir indivíduos, é necessário algo
extremamente preciso para que não haja a mínima injustiça. A medição do
santuário e do altar também têm que ser precisos, já
que o Eterno não gosta de alguém que faça Sua obra relaxadamente (Jr 48.10). Quer algo mais preciso do que o Eterno
pronunciando Sua vontade?
Ou
seja, esta cana representa o próprio Eterno instruindo o profeta acerca do modo
correto de mensurar a adoração (lembre-se
que ninguém deve fazer nada segundo a própria vista (Is
11.3; 1Co 4.5; 2Co 5.7), mas conforme tudo que vê ou ouve do Eterno (Jo 5.19,20,30; 7.28; 8.26,28,38,40; 14.10)).
Três
coisas devem ser observadas: o caráter, bem como conceitos e valores dos
adoradores, o local que eles adoram (é importante estar onde Jesus nos quer, e não onde
queremos glorificar o nome Dele)
e o amor que temos por aqueles que o Eterno coloca na nossa vida (altar do incenso - ver Is 59.16; 63.5; Ez 22.30). Não podemos interceder pelos que nos
convém, mas por aqueles que o Eterno faz se aproximar de nós.
Agora
perceba a importância de medir a qualidade dos nossos relacionamentos:
1º - estamos edificando nossa vida com ouro, prata
e pedras preciosas (que são purificados quando submetidos ao fogo (1Co
3.12-15)) ou com madeira, palha e feno
(que se queimam quando o Eterno vem ao encontro deles para serem
purificados)).
2º - nossos amigos estão dentro de nós ou apenas na
periferia da nossa vida (só na hora das diversões ou quando necessitamos de
algo)?
3º - o que eles estão fazendo de nós? Intercedendo
por nós e nos estimulando a buscar, no Eterno, aquilo que Ele tem para eles? E
qual a medida desta intercessão?
Logo,
podemos enxergar aqui uma medição simbólica. Lembre-se que o Eterno não mora em
casa feita por mão de homens (Is 66.1; At 17.24).
A morada do Eterno é o lugar onde Ele opera Suas maravilhas, a saber, a vida
daqueles que o adoram no lugar certo, do jeito certo e em companhia dos
indivíduos certos (no
altar certo).
A
medição significa preservação dos fiéis, julgamento para os demais.
Perceba,
em todos os casos citados acima, que apenas aquilo que é dado ao povo escolhido
do Eterno é medido. O Eterno não mede as obras dos gentios (pagãos), pois tudo que eles fazem, ainda que
seja correto e feito com boas intenções, ainda assim é abominação, pois não
provém da fé em Jesus (Rm 14.23).
Os
adoradores devem ser medidos: verificar se eles fazem da glória do Eterno o
objetivo de vida a ser vivido, da Escritura Sagrada a regra de vida e de todos
os seus atos uma expressão de louvor. E tal medição é a garantia de que os verdadeiros
adoradores serão preservados das ameaças internas (reforma do culto) e externas (perseguições e seduções do mundo).
E
considerando a ênfase em Ap 14.7 do anjo para adorar
o Criador, podemos ver que os que criam em Jesus não irão fazer isto (ou se irão, prestarão culto do modo
errado).
Por
aqui também podemos ver o que está contido no livrinho que João teve que comer.
Afinal, tão logo fala-se da medição do templo, segue-se falando a respeito das
duas testemunhas. Assim, as duas testemunhas irão profetizar aos judeus
principalmente, protestando contra o templo, os sacrifícios nele oferecidos e o
tipo de adoração e intercessão nele executado. E como o átrio exterior é dado
aos pagãos, daí dizer em Ap 10 que é necessário
profetizar a muitos povos, nações, línguas e reis (Ap 10.11).
·
“E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi
dado às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.” (Ap 11.2).
Vem a
questão: “qual a finalidade do templo?”.
Quando o
Eterno tirou o povo de Israel do Egito, o plano Dele
era fazer de Israel uma nação de reis e sacerdotes (Êx 19.6). No que o povo pediu a Moisés que buscasse ao
Eterno por eles (Êx 20.18-20), surgiu então
o tabernáculo.
Como a nação
de Israel queria ser como as outras nações (1Sm 8.19,20) a fim de poder
ficar envolvido com suas obras, mas sem com isto perder as bênçãos do Eterno (pelo
menos é o que eles pensavam), logo o Eterno permitiu que Israel não fosse mais
plenamente santo.
Surgiu a
necessidade de um lugar completamente santo que pudesse mostrar a Israel a
importância de separar o santo do profano, o imundo do limpo (Lv 10.10; Ez 22.26; 42.20; 44.23), bem como
pessoas que se dedicassem exclusivamente a isto.
Foi a partir
disto que surgiu o tabernáculo e o sacerdócio levítico. Infelizmente, sem a
direção pessoal do próprio Eterno (Rm
8.14), qualquer contato com o mundo, por menor que seja, é suficiente para
contaminar o indivíduo. Daí sumo-sacerdote, por exemplo, não poder sair do
santuário um segundo sequer (Lv 21.10-12).
Contudo, o
próprio exercício dos serviços sagrados já tornava o sacerdote impuro (Jo 7.23). O tabernáculo com seus ritos sagrados era um
espelho do que era feito pelas outras nações a seus deuses.
Vejamos as
partes do tabernáculo citadas neste capítulo. No início do capítulo só são
vistos o santuário e o altar do incenso, os quais deveriam ser medidos juntos
com aqueles que adoram neste altar.
Depois é
citado não simplesmente um, mas dois castiçais de ouro (duas testemunhas – Ap 11.3,4). Isto porque, pela boca destas duas testemunhas (três, com
Cristo que é a luz do mundo – Jo 8.12; 9.5), toda a
palavra profética seria confirmada (ver 2Pe 1.19).
Finalmente, após o toque
da sétima trombeta, a Arca da aliança (a Igreja - Ap
11.19) é vista no seu lugar.
Note como a
mesa com os pães da proposição não é vista. E não é para menos, já que quem
está em Cristo não está debaixo de juízo algum (condenação - Rm 8.1).
Entendido
isto, devemos nos perguntar: o que estamos fazendo com os que não têm
compromisso com Jesus? Discriminando e tentando medir eles (julgando
– ver Mt 7.1)? Ora, isto é tarefa do Eterno (1Co
5.11-13). Nosso papel é zelar pelos que são de dentro (1Co
6.1-5; Jd 20).
O átrio
exterior é entregue aos pagãos e, portanto, não é para ser medido. Não cabe a
nós querer consertar o mundo. Basta que consertemos nosso mundo interior e
receber dentro de nós os que o Eterno trouxer e que aceitarem de bom grado a
Jesus e Sua Palavra. Nosso coração deve ser o refúgio daqueles que o Eterno
coloca na nossa vida (Is 14.32).
Quando o
anticristo conseguir construir o templo judaico (Ap
11.1,2), o seu átrio exterior será pisado pelos gentios por 42 meses (Ap 11.2). No entanto, ao invés de querer consertar tudo e
lutar para que o culto no templo seja perfeito, o correto é parar para ouvir as
duas testemunhas (Ap 11.3), tal como
Maria sentou aos pés de Jesus para ouvi-Lo (Lc
10.38-42).
Provavelmente,
o átrio exterior do templo é a Mesquita de Omar (Domo da Rocha),
a qual a ONU tem dado aos muçulmanos (até chegar o dia onde toda a Jerusalém será um santuário
ao Eterno Gl 4.26; Hb
12.22; Is 2.2; 52.1; Ap
21.1). Hoje os israelitas
ainda acreditam que o templo fica exatamente no Domo da Rocha, mas pesquisas
vem sendo feitas para levar os judeus a crerem que o Domo da Rocha é apenas o
átrio exterior do templo e que o Santo dos Santos e Santo Lugar podem ser
construídos novamente.
É
justamente contra este sistema religioso judaico com seu templo e rituais que
as duas testemunhas irão pregar. Seu objetivo é ministrar a mensagem
principalmente aos judeus, a fim de que os 144.000 judeus estejam prontos para
serem selados (o
Espírito Santo irá selar os 144.000 Consigo (Ef 1.13)
e com o nome do Pai e do Filho (Ap 14.1), ou seja,
com a identidade dos dois, de modo que, ao olhar para eles, todos verão o Pai e
o Filho) e tudo isto sirva
de testemunho contra os judeus e gentios impenitentes.
A
ideia é que todos percebam que a verdadeira arca da aliança não está neste
templo e que, assim, nada do que se faz ali tem valor. A verdadeira arca da
aliança é a Igreja que passa a ser vista no santuário celestial após a 7ª
trombeta, quando, então, ela será arrebatada (Ap 11.19).
·
“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil
duzentos e sessenta dias, vestidas de saco.” (Ap 11.3).
Por
que duas testemunhas?
·
“Todo aquele que matar alguma pessoa, conforme depoimento de
testemunhas, será morto; mas uma só testemunha não testemunhará contra alguém,
para que morra.” (Nm 35.30).
·
“Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o
que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá.” (Dt 17.6).
·
“Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado
que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se
estabelecerá o fato.” (Dt 19.15).
·
“Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que
pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.” (Mt 18.16).
·
“Eu não posso de mim mesmo fazer coisa
alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha
vontade, mas a vontade do Pai que me enviou. Se eu testifico de mim mesmo, o
meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que testifica de mim, e sei que o
testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. Vós mandastes mensageiros a João, e
ele deu testemunho da verdade.” (Jo 5.30-33).
·
“E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois
homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica
também o Pai que me enviou.” (Jo 8.17,18).
E
isto pode ser visto na história de Israel:
·
Moisés
e Arão (Êx 4.20)
foram enviados para libertar os filhos de Israel da escravidão do Egito;
·
Bezaléu
e Aoliabe (Êx
31.2,6) foram usados para
construírem o tabernáculo;
·
Josué
e Calebe foram os únicos a entrar na terra prometida (Nm 14.30);
·
Josué
e Zorobabel (Ed 4.3)
foram os responsáveis pela construção do segundo templo em Jerusalém.
·
Débora
e Baraque (Jz
4.14) foram usados para
libertar Israel das mãos de Jabim, rei de Canaã;
·
Zacarias
e Ageu (Ed
5.1) foram usados para
convocar Josué e Zorobabel para terminarem a construção do templo.
Sem
contar que Jesus enviou Seus discípulos para evangelizar de dois em dois (Lc 10.1) e Ele criou homem e mulher para gerarem
filhos (Gn 5.1,2)
e enviou os animais para a arca de Noé de dois em dois (Gn 7.9).
O
fato de eles se vestirem de pano de saco lembra Elias e João Batista (2Rs 1.8; Mt
3.4), os quais mostravam os
sofrimentos e tristezas que havia no interior deles (ver Et 4.4; Sl 30.11; Is 3.24; Am 8.10; 2Rs 19.1; Sl 30.11; Is 22.12) durante os três anos e meio que irão
profetizar contra Israel e seu modo de cultuar ao Eterno. Logo, a mensagem dada
pelas testemunhas era uma lamentação, algo para despertar o povo ao
arrependimento.
O
pano de saco era negro, o qual estava apontando para o luto espiritual no qual
se encontrava a nação de Israel (Ap 6.12) (e também o mundo).
Aqui
fica ilustrado a diferença entre “dar testemunho” e “ser testemunho”. “Dar
testemunho” é falar de algo que se viu, ouviu, sentiu ou experimentou; “ser testemunho”
é viver uma vida que comprova a veracidade que está na Escritura Sagrada e em
Jesus.
Não
podemos também nos esquecer que o evangelho do reino deve ser pregado para testemunho
de todas as nações (Mt 24.13)
e que o testemunho de Jesus é o espírito de profecia (Ap 19.10).
·
“Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante
do Deus da terra.” (Ap 11.4).
Isto
lembra a profecia de Zacarias:
·
“Respondi mais, dizendo-lhe: Que são as duas oliveiras à
direita e à esquerda do castiçal? E, respondendo-lhe outra vez, disse: Que são
aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que
vertem de si azeite dourado? E ele me falou, dizendo: Não sabes tu o que é isto?
E eu disse: Não, SENHOR meu. Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que
estão diante do Senhor de toda a terra.” (Zc 4.11-14).
Como
duas oliveiras, as duas testemunhas são os dois que foram ungidos (autorizados e capacitados) para encher os vasos de azeite (os 144.000). Como dois castiçais, são eles que vão
servir de suporte para os 144.000 que irão servir de luz para Israel em trevas (Is 5.30;
8.22; 9.1,2; 60.1,2; Mt 4.15,16) até que Jesus venha com Seu resplendor (ver 2Pe 1.19) (lembrando o que João Batista fez).
Assim
como Zorobabel e Jesua
deveriam ser movidos pela palavra que provinha dos dois ungidos com o Espírito
Santo (Ageu
e Zacarias, que eram as oliveiras da época - Zc 4.6), no final dos tempos as duas
testemunhas serão:
·
as
duas oliveiras ungidas com o Espírito Santo por meio dos quais os 144.000
deverão atender a fim de serem selados e cumprirem sua missão evangelística,
bem como
·
os
dois candeeiros (luz da profecia – 2Pe 1.19) que servirão de suporte para que
os israelitas vejam que Graça e a Verdade vieram com Cristo, e não com Moisés
(muito menos com o antimessias que eles elegeram como
Cristo – Jo 1.17).
·
“Mas eu sou como a oliveira verde na casa de Deus; confio na
misericórdia de Deus para sempre, eternamente.” (Sl 52.8).
As
duas testemunhas permanecem diante do Eterno ministrando a Ele, regozijando Sua
presença, contando com Sua assistência e estando debaixo de Sua proteção.
Há
muita especulação quanto à identidade destes dois homens. No entanto, não há
dificuldade: são dois indivíduos que estarão vivos por ocasião do início da 70ª
semana e que serão usadas pelo Eterno tal como Ele usou Moisés (para converter águas em sangue e
ferir a terra com toda sorte de flagelos – Êx
7.17-24) e Elias (que fechou os céus para que não
chovesse – 1Rs 17.1; Tg 5.17 e fez cair fogo sobre os
inimigos 2Rs 1.10,12-14),
tal como se deu com João Batista.
João
Batista não era Elias, mas veio no espírito e poder de Elias (Lc 1.17). Quando Jesus explica Ml 4.5,6, Ele foi
claro ao afirmar que Elias já tinha “vindo” na pessoa de João Batista (Mt 11.14;
17.12), mas que ainda
haveria de vir (Mt 17.11).
E
Moisés profetizou algo a este respeito:
·
“O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de
teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;” (Deuteronômio 18.15)
Embora
isto, a princípio possa se aplicar a Jesus (no sentido de que Jesus conversava com o Pai face a face
– Nm 12.8),
se aplica principalmente a uma das duas testemunhas.
E
Malaquias complementa o raciocínio:
·
“Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. Eis
que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do
SENHOR; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos
a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” (Ml 4.4-6).
Enfim,
as duas testemunhas não são Elias e Moisés, mas dois judeus que serão usados
pelo Eterno do mesmo jeito que eles foram. Foi exatamente isto que os apóstolos
viram no monte da transfiguração (Mt 17.4). As duas testemunhas serão tão
parecidas com Moisés e Elias no caráter e obra do Eterno, que os apóstolos
enxergaram os dois neles (tal
como os indivíduos devem enxergar Cristo em nós, ao invés de verem a nós). E foi justamente isto que o Eterno ensinou
aos apóstolos:
·
“E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os
cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me
comprazo; escutai-o.” (Mt 17.5).
Detalhe:
Jesus disse que os três apóstolos veriam Ele chegando
no Seu reino com poder (Mt 16.28; Mc 9.1; Lc 9.27).
A
razão de terem sido escolhidos Moisés e Elias pode ser pelo fato de eles
representarem a lei e os profetas respectivamente, os quais eram importantes
aos olhos dos judeus (daí
Jesus citar Mt 7.12; 22.40; Lc
16.16).
Tanto
é assim que, quando Jesus transfigurou, Pedro, sem saber o que dizer, quis
construir três tendas, como que dizendo: “queremos Jesus, mas também queremos a
lei e os profetas” (Lc 9.30-33).
Eles viram Jesus vindo para arrebatar a Igreja. O que os três apóstolos viram a
mais era aquilo que estava no coração deles e que precisava ser removido.
Vem
a questão: “mas por que o Eterno enviaria duas testemunhas representando a lei
e os profetas para resgatar principalmente os judeus, já que eles duraram até
João?”. Porque o remanescente fiel de Israel, infelizmente, não consegue ter
uma fé simples como a de uma criança em Cristo (Mc 10.14,15).
É preciso provas teológicas para que os judeus se disponham a confiar em Jesus.
Embora
seja importante meditar na Escritura Sagrada, jamais isto deve superar em
importância o contato direto com Jesus (ver 2Pe 1.19).
Lamentavelmente, até os não judeus embarcaram nesta de seminário teológico, se
afastando da simplicidade que há em Cristo (2Co 11.3).
O privilégio de simplesmente crer em Jesus e ser guiado por Ele se perdeu (Rm 8.14).
Mas
também eles podem simbolizar a morte e a vida. Moisés é o profeta da morte,
pois foi através dele que o Eterno trouxe os maiores juízos sobre o Egito (as dez pragas) e sobre Israel (por exemplo, em Nm
11.1,33,34; 16.30-35,48,49; 21.6; 25.9).
Sem contar que, dos que saíram do Egito, só Josué e Calebe entraram na terra
prometida (Nm 14.30),
além de ter sido ele o mediador da aliança da condenação e da morte (2Co 3.7,9).
Elias
representa a vida por ter sido ele um dos dois profetas do Antigo Testamento
que foi capaz de trazer alguém da morte. O outro foi Eliseu que era discípulo
de Elias. Obviamente Elias foi escolhido por ter sido o mestre.
E
não é a primeira vez que o Eterno faz isto:
·
No
Éden havia duas árvores: a da vida e a da morte (Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal) (Gn 2.9);
·
Metade
das tribos de Israel deveriam estar sobre o Monte Gerizim
para abençoar o povo e a outra metade sobre o monte Ebal
para amaldiçoar (Dt 11.29; 27.12,13).
·
O
Eterno propôs a vida e a morte, a bênção e a maldição (Dt
30.15,19).
Em
outras palavras, no espírito de Moisés, as testemunhas trarão a condenação a
todos que insistirem em uma adoração externa, hipócrita, contaminada e
corrompida (simbolizada
pelo templo de Jerusalém, com seu altar e adoradores). No espírito de Elias, as testemunhas
irão conduzir à Vida Eterna a quantos receberem a mensagem, a começar pelos
144.000 que serão selados pelo ministério deles.
Ainda
há algo a considerar:
·
Em
Zacarias 4 há apenas um castiçal, o qual representa Israel. As duas oliveiras com seus dois ramos
são Ageu e Zacarias; os dois tubos de ouro são Josué e Zorobabel
que deveriam construir o templo a fim de que Israel pudesse servir de luz para
o mundo com suas “sete lâmpadas” (ver Is 60.1).
·
Em
Apocalipse 1 há sete castiçais que são as sete Oholyao
de Cristo. A Igreja é
ungida diretamente por Cristo com o Espírito Santo para ser luz do mundo (Mt
5.14-16). Sete implica na
totalidade da Igreja distribuída pela mundo afora, ao invés de estar
centralizada num único lugar.
·
Em
Apocalipse 11.4 há dois castiçais que são as duas testemunhas. Ao mesmo tempo que as duas testemunhas
são o instrumento para ungir os 144.000 selados, são também o suporte para elas
resplandecerem a luz do Eterno em Israel.
Uma
lição podemos tirar deste capítulo: há uma luta espiritual entre o sistema
religioso e o amor (que
cumpre a lei e os profetas com precisão – Mt 7.12;
22.37-40).
·
“E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e
devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que
assim seja morto. Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos
dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e
para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem.” (Ap 11.5,6).
Isto
lembra as seguintes passagens:
·
“Portanto assim diz o SENHOR Deus dos Exércitos: Porquanto
disseste tal palavra, eis que converterei as minhas palavras na tua boca em
fogo, e a este povo em lenha, eles serão consumidos.” (Jr 5.14).
·
“Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras da minha boca
os matei; e os teus juízos sairão como a luz,” (Os 6.5).
·
“Então saiu fogo do SENHOR, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.” (Nm 16.35).
Assim
como os aliados da besta tentam matar as duas testemunhas a fim de acabar com o
fogo que há nas suas palavras, é necessário que eles sejam mortos por esta
mesma palavra que eles tentam destruir (Dt 33.2; Jr 5.14; 23.29) (retribuição em espécie – Ap
13.10).
É
o fogo do testemunho deles que refina, purifica e convence alguns.
O
fogo saindo da boca representa a língua (Tg 3.6) pronunciando a lei (Dt 33.2) e as profecias (Jr 5.14; 23.29). Em outras palavras, o Eterno
transforma as palavras destas testemunhas em juízo que condena imediatamente
quem tenta impedi-los de cumprir o propósito designado por Ele.
O
fato de dizer por duas vezes “se alguém lhes quiser fazer mal” indica que o
Eterno se apressa em cumprir tal palavra (ver Gn 41.32).
Note
que, por três anos e meio Elias conseguiu que não chovesse sobre Israel (Tg 5.17). O detalhe é que três anos e meio é
justamente o período que as duas testemunhas irão ministrar, e isto com maior
autoridade, já que eles podiam abrir e fechar os céus quantas vezes quisessem.
Inclusive,
o ato de fechar os céus aponta o Eterno como aquele que interfere ativamente em
tudo aqui na terra, o que condiz com a mensagem do primeiro anjo (Ap 14.7).
Já
com relação a Moisés, ele teve autoridade para converter as águas do Egito em
sangue, enquanto que as duas testemunhas têm controle sobre todas as águas do
mundo. As pragas enviadas por Moisés eram definidas e limitadas em número,
enquanto que estas duas testemunhas podem ferir o mundo inteiro com toda sorte
de pragas quantas vezes quiserem.
·
“E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os
matará.” (Ap 11.7).
Quando as
duas testemunhas tiveram acabado de mostrar a Israel tudo que a lei e os
profetas falam de Cristo, dando ensejo que todos os israelitas pudessem obter a
confirmação de que Jesus é Aquele que foi prometido na Escritura Sagrada pelo
Eterno (por exemplo, Dt
18.18,19; At 3.22), então a besta que sobe
do abismo lhes fará guerra e as vencerá.
Vem a
questão: por que o Eterno permite a besta vencê-los? Para que todos percebam
que, não importa o esforço do mundo para calar as testemunhas de Jesus: jamais
Sua Palavra irá falhar (Mt 5.17,18; 24.35); Sua verdade
subsiste para sempre (Sl 117.2), não importa
o quanto o mundo queira esconder a Verdade (Rm
1.18,23,25) ou acabar com ela. De igual modo, enquanto todo o propósito da Verdade
não tiver cumprido, nada poderá acontecer aos que a ministram.
Todavia,
quando a Verdade terminou seu trabalho, nada poderá manter suas testemunhas
salvas da morte, visto que a morte do justo é preciosa aos olhos do Eterno (Sl 116.15). Contudo, quando a Verdade parece estar morta, de
repente ganha nova vida, de modo que só fica enganado quem quer (ver Jr
29.13,14; 33.3; Rm 10.11).
Resumindo:
enquanto a missão das duas testemunhas não está completa, ninguém tem poder de
lhes fazer dano. Quando, porém, o testemunho estiver completo, a besta:
·
Guerreará
contra elas -> contradizendo seus argumentos;
·
As
vencerá -> conseguirá fazer com que as mentiras deles prevaleçam (Dn 8.25);
·
As
matará.
·
“E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que
espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi
crucificado.” (Ap 11.8).
Sodoma
e Egito são escolhidos como tipo do que é mal (por exemplo, em Dt 32.32; Is 1.10; Ez 16.46; 20.7).
Por
seis vezes no Apocalipse é dito que Babilônia é uma grande cidade (Ap 14.8;
18.10,16,18,19,21).
Entretanto,
veja a distinção feita em Ap 16.19 entre “grande
cidade” e “grande Babilônia”:
·
“E a grande cidade fendeu-se em três
partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus,
para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.”
Logo,
tem que haver outra “grande cidade”. Considere que a Grande Cidade é
identificada como lugar onde o Senhor das testemunhas (vistas como unidas em propósito, daí
serem citadas no singular – “seu Senhor” ao invés de “Senhor delas”) foi crucificado, a saber, Jerusalém.
Que
Jerusalém está bem ligado a Sodoma e Egito, isto pode ser visto nos versículos
abaixo:
·
“Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.” (Is 1.10).
·
“E as suas prostituições, que trouxe do Egito, não as deixou;
porque com ela se deitaram na sua mocidade, e eles apalparam os seios da sua
virgindade, e derramaram sobre ela a sua impudicícia.” (Ez 23.8).
·
“Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não fez Sodoma, tua irmã, nem
ela, nem suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas.” (Ez 16.48).
·
Babilônia
é um referencial de idolatria e legalidade;
·
Egito
é símbolo de tirania, opressão e escravidão, bem como de idolatria (Êx 32.3-5) e poderio militar (Is 30.1-3;
31.1-3), com seus carros e
cavalos (Sl 20.7; Is 36.6). Os israelitas queriam um messias como
Davi, que saía dizimando populações inteiras.
·
Sodoma
é conhecida por sua prosperidade material e arrogância (Ez 16.49; veja o luxo que irá caracterizar a Grande Cidade
- Ap 17.4; 18.12-16), bem como por imoralidade sexual e por ser o lugar de
adoração errada (ver Gn 18.20,21; Is
1.10-17 – imoralidade espiritual).
Eles se dirigiam ao Eterno pelo motivo errado, tal como fazia Israel (Is 1.10; Ez 16.48,49).
·
Jerusalém
é a cidade que se orgulha de ser a escolhida do Eterno, mas que foi a
responsável por matar Jesus e perseguir Seus seguidores e mensageiros:
·
“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que
te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha
ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” (Mt 23.37).
A
razão de Jerusalém ser chamada de “grande” é porque é dela que sai a
contaminação de toda a terra (Jr
23.15).
Com
base em tudo isto, podemos ver que:
·
a
grande cidade aqui é Jerusalém.
·
Em Ap 17.18, a grande cidade que dominava sobre os reis da
terra naquela época é Roma;
·
a
Grande Babilônia é o casamento de Jerusalém (império israelita)
com Roma (império
gentílico) (ver Dn 2.41-45).
Um
detalhe a ser observado é que os corpos são estirados na praça, a qual é o local
onde normalmente o povo se reúne para divertir (Zc 8.4,5; Lc
7.32), onde as pessoas se saúdam
(Mt 12.38; Lc 11.43; 20.46). Ela representa diversão mundana. E, se
você reparar bem, toda diversão mundana sempre implica em denegrir a imagem de
alguém feito à imagem e semelhança do Eterno, ou seja, matar Cristo (incluindo Suas testemunhas) do coração das pessoas.
O
objetivo nestas diversões é se livrar de Jesus, Sua Noiva e Sua mensagem.
Felizmente a Verdade nunca se apagará, mas sempre estará assentada no trono para
julgar o mundo. E sempre que ela se manifesta, causa terror no mundo.
Temos
que consagrar nossa vida, de modo que nosso coração seja o próprio Reino do
Eterno (daí
Mt 6.33).
Quanto ao mundo que está ao nosso redor, não cabe a nós tentar mudá-lo. A ideia
é sairmos dele (analise
Ap 18.45),
buscando Jesus em nosso coração (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) que trabalha na nossa vida conforme a eficácia do Seu
poder que opera em nosso interior (Cl 1.29; Ef 3.20) no sentido de pescar alguns do curso
deste mundo (Mt 4.19).
·
“E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seus
corpos mortos por três dias e meio, e não permitirão que os seus corpos mortos
sejam postos em sepulcros. Os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e
se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois
profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra.” (Ap 11.9,10).
Esta
profecia, que até cem anos parecia incrível, agora é bem possível. Com o
advento da TV e internet é possível contemplar, ao vivo, via satélite, o
cadáver das duas testemunhas. E a alegria dos cidadãos da terra (Ap 3.10; 8.13; 12.12; 13.8) (em contraste com a alegria dos
cidadãos do céu (Ef 2.19; Fp
3.20)) de vê-los mortos será tão grande que todos os ímpios irão se regozijar
por vê-los mortos. É bem provável que os flagelos por eles manifestados sejam o
das sete trombetas, o qual impedia os ímpios de serem bem sucedidos
nas suas más obras (ver Jo 3.19-21), das quais
eles não querem se livrar. Como é triste se alegrar com aquilo que só faz e
traz o mal!
Mas isto não
é tudo! Eles vão fazer disto uma festa santa (como se deu, por exemplo, na
época de Ester (Et 9.20-22) e Neemias (Ne 8.11,12)). Ou seja,
eles achavam que estavam prestando um serviço ao deus deles (Mt 7.21-23; Lc 13.23-28; Jo 16.2), sem perceberem que seus rituais estavam
desonrando o verdadeiro Deus.
Contudo, tal
como eles intentaram fazer com as testemunhas de Jesus, assim será feito a eles
(Ap 19.17,18,21).
Quanto aos
três dias e meio que o cadáver dos dois ficam expostos, isto lembra os três
anos e meio do primeiro período da Grande Tribulação (um dia
para cada ano), bem como os três anos e meio que os céus de Israel permaneceram
fechados em virtude da pregação de Elias (Tg
5.17). Enquanto os cidadãos do céu encaram os sete anos como algo perfeito do
Eterno para que Sua glória se manifeste, os cidadãos da terra aleijam a
perfeição do Eterno, quebram alianças (Dn
9.27) e tudo se esvai.
Um
detalhe aqui a ser observado é que, em momento algum, a Escritura Sagrada
afirma que a Igreja ou mesmo os 144.000 selados ficarão condoídos por verem as
duas testemunhas de Cristo neste estado deplorável.
·
“E depois daqueles três dias
e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus
pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.” (Ap 11.11).
Passados
os três dias e meio Jesus vem. As duas testemunhas são ressuscitadas, depois os
demais mortos e, por fim, os que são de Jesus são transformados e arrebatados (1Ts 4.16-17; 1Co 15.52). Logo, não existe arrebatamento secreto
(como se vê em Ap 1.7; 11.12).
Pelo contrário!
A
nuvem mencionada em (Ap 11.12)
é a mesma que levou Jesus ao céu e na qual Ele há de voltar (At 1.9) e semelhante àquela em que estava o ser
semelhante ao Filho do Homem em (Ap 14.14-16, onde Ele virá
justamente para colher o trigo).
Por
fim, o anticristo e seus confederados, revoltados por causa dos entes queridos
que lhe foram tomados e pelas taças da ira do Eterno e do Cordeiro (Rev 6.16;
16.9), congregarão todos
que são da terra para pelejarem contra Jesus (Ap 16.14-16; 19.19-21) em Armagedom.
Vale
observar que, inicialmente, ao virem Jesus vindo para arrebatar Sua Igreja (Mt
24.30,31), eles ficam com
medo (Ap 6.16; 11.13).
Mas
depois, seduzidos pelos espíritos imundos semelhantes a rãs (Ap 16.14), perdem o medo, passam a se achar
fortes (Jl 3.9,10)
e vão para pelejar contra o Todo-Poderoso.
Embora
haja versões (como
ARA2) que digam que apenas
as duas testemunhas é que ouviram a voz vinda do céu, considerando que todos
foram tomados de temor, certamente todos a ouviram (como sugere versões ARC, AR 1967, TB
1917). Diferentemente do
que se deu com Elias, quando apenas Elizeu (e talvez alguns amigos íntimos) viu (2Rs 2.11,12).
Afinal, ao ser arrebatada e transfigurada no corpo, a Igreja está sendo
justificada diante do mundo, tal como se deu com Jesus ao ser arrebatado para o
trono diante do dragão que estava pronto para devorá-lo quando nascesse (Ap 12.5).
Pense:
o que sucedeu ao mundo quando Noé se isolou dele na arca? Em que se tornou
Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim
quando Ló saiu dali? E quanto a Jerusalém, o que aconteceu com ela anos após a
morte de Cristo? De igual modo, o que será do mundo quando a Igreja for
arrebatada dele (começando
pelas duas testemunhas)?
·
“E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E
subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.” (Ap 11.12).
Diferentemente
de Jesus que foi assunto ao céu na presença apenas dos amigos, estas duas
testemunhas são vistas indo ao céu na presença também dos Seus inimigos. O
arrebatamento das duas testemunhas é a testificação
do Eterno que a pregação deles estava correta e que, portanto, os israelitas e
o restante do mundo estavam realmente em pecado. De igual modo, o arrebatamento
será a justificação da Igreja pelo Eterno diante deste mundo corrompido.
Note
como estas duas testemunhas subiram ao céu numa nuvem, enquanto Jesus foi
encoberto por uma nuvem. Isto é uma forma de mostrar ao mundo que tal
arrebatamento é um terrível juízo.
·
“E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima
parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais
ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.” (Ap 11.13).
Após
as duas testemunhas serem arrebatadas, a terra treme, fazendo a décima parte de
Jerusalém cair e sete mil homens morrerem. Resultado: a terra que outrora se
alegrara agora está aterrorizada.
Detalhe:
7.000 ímpios morrem aqui em contraste com os 7.000 fiéis que são preservados na
época de Elias (1Rs
19.18; Rm 11.4).
Aqui, os 7.000 ímpios morrem para dar ocasião ao Eterno para salvar o
remanescente (note
como há um abrir e fechar de olhos – 1Co 15.52); em 1Reis 19.18, 7.000 são o remanescente.
É
bom lembrar a promessa do Eterno de salvar o remanescente (Sf 3.13; Rm 9.27)
fazendo-o passar pelo fogo (Zc 12.10-14; 13.1,9).
Após
três dias e meio da primeira metade da 70ª semana, as duas testemunhas
ressuscitarão. Os que verão tudo ficarão atemorizados, tal como se deu por
ocasião da ressurreição de Jesus com os guardas que guardavam o sepulcro (Mt 28.4). Note que nesta ocasião também houve
terremoto.
Um
terremoto é visto no final do 7º selo (Ap 8.5), no final da 7ª trombeta (Ap 11.19) e no final da 7ª taça (Ap 16.18). No entanto, ele aparece mais uma vez
no Apocalipse. E esta vez é justamente aqui: no final da 6º trombeta. Eu creio
que este terremoto é o despertar final das dez virgens, bem como de todos
aqueles que esperam por Jesus. Um evento tão importante quanto o arrebatamento
deve ser precedido e seguido de terremoto.
Nesta
ocasião, a décima parte de Jerusalém cairá e sete mil morrerão (em contraste com os sete mil que o
Eterno reservou na época de Elias – 1Rs 19.18).
Os
demais que não morrem experimentarão um abrir de olhos que, infelizmente, logo
se fechará (1Co
15.52).
Detalhe:
seis é número de homem (sinônimo de imperfeição), daí ser na sexta trombeta onde se vê o maior triunfo dos
poderes do mundo. Todavia, um pouquinho depois vem o sete, o número divino da
perfeição, quando tais poderes serão aniquilados.
·
“É passado o segundo ai; eis que o terceiro ai cedo virá.” (Ap 11.14).
A
quinta, sexta e sétima trombeta são considerados bênção para quem está em
Cristo e dor e maldição pelos moradores da terra. Aparentemente a quinta e
sexta trombeta prometiam ser “bênção” do anticristo para os ímpios (prometendo usar tais exércitos para
eliminar de vez a verdade e os que por ela se empenham). Todavia acabam se voltando justamente
contra os que juraram lealdade à besta aceitando sua marca (Ap 9.4,20).
Enfim,
os 3 “ais” representam o que deveria ser a melhor notícia para o mundo, mas
que, por sua maldade, serão as piores.
O
terceiro ai vem muito mais rápido do que qualquer um
possa imaginar, a saber, tão logo ocorre o arrebatamento das duas testemunhas.
·
“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes
vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso SENHOR e do seu
Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” (Ap 11.15).
Por
ocasião da abertura do sétimo selo, houve silêncio no céu, mas em
contrapartida, ao som da sétima trombeta, houve grandes vozes.
Não
se sabe quem falou, nem “a quem”. E veja como a mensagem anunciada por estas
vozes tem muito a ver com o que é citado ao longo da Escritura Sagrada:
·
“Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da
terra por tua possessão.” (Sl 2.8);
·
“O SENHOR reina; tremam os povos. Ele
está assentado entre os querubins; comova-se a terra.” (Sl 99.1);
·
“Do aumento deste principado e da paz
não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o
fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR
dos Exércitos fará isto.” (Is 9.7);
·
“Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte,
porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o
mar.” (Is 11.9);
·
“Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a
prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento
os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a
estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.” (Dn 2.35);
·
“Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino
que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo;
esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para
sempre, da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem
auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o
grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e
fiel a sua interpretação.” (Dn 2.44,45);
·
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha
nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o
fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para
que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio
eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.” (Dn 7.13,14);
·
“E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de
todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um
reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão. Aqui terminou o
assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e
mudou-se em mim o meu semblante; mas guardei o assunto no meu coração.” (Dn 7.27,28);
·
“E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um
será o SENHOR, e um será o seu nome.” (Zc 14.9);
·
“Mas desde o nascente do sol até ao
poente é grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá
ao meu nome incenso, e uma oferta pura; porque o meu nome é grande entre os
gentios, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Ml 1.11);
·
“E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá
fim.” (Lc 1.33).
Quando
a sétima trombeta toca, Jesus arrebata Sua Igreja a qual, sendo o mistério do
Eterno, atinge seu total cumprimento (Ap 10.7). Jesus assume o controle total do
mundo, começando através dos juízos das sete taças sobre o mundo dos ímpios. Desde
então, Jesus reina para todo sempre (Ez 21.26,27; Dn 2.44; 4.3; 6.26; Zc 14.9). É bom lembrar que a pedra cortada sem
o auxílio de mãos começa despedaçando todos os reinos da terra para, só então,
encher toda a terra (Dn 2.34,35).
Esta
trombeta também servirá para atrair para Jerusalém todos os de Israel que
estavam espalhados pelo mundo (Is 27.13).
A
partir daí o anticristo não conseguirá controlar mais o céu, a terra, o mar e
as fontes das águas (daí
a mensagem de Ap 14.7). Embora consiga controlar seus seguidores, vindo a
martirizar muitos dos fiéis, isto todavia é para
purificar os que hão de crer em Jesus na Grande Tribulação.
·
“E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos
diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, dizendo:
Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de
vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste.” (Ap 11.16,17).
Note
como as grandes vozes exaltam ao ver o Criador como dono de tudo e o Seu Ungido
(que deu Sua
vida para nos salvar)
tomando posse do reinado do mundo.
Com
a sétima trombeta, a Igreja finalmente é redimida (levada ao céu) e chega o dia de Jesus passar a reinar.
Isto enche o coração dos anciãos de alegria, o que lhes induz a prostrar sobre
seus rostos e adorar o Eterno em seus tronos, os quais se achavam posicionados
ao redor do trono Dele.
Seu
louvor é como que uma resposta ao clamor dos mártires (Ap
6.10,11). Os vinte e quatro
anciãos agradecem a Jesus, revelando algo tremendo sobre Ele:
·
Jesus
é Senhor, ou seja, o dono de tudo;
·
Jesus
é Deus.
·
Jesus
é Todo-Poderoso. Ou seja, Ele pode tudo;
·
Jesus
é, era e há de vir, enquanto a besta era, não é, e há de subir do abismo. Como
Jesus não está fisicamente neste mundo, o fato de dizer que “Ele é” comprova
que Ele é Deus, ou seja, eterno, imutável (Ml 3.6). E a partir da sétima trombeta tudo que
Ele é finalmente será visto por todos;
·
Jesus
tomou Seu grande poder. Ou seja, Ele já vem reinando, embora muitos não
consigam ver isto (Hb 2.8).
No entanto, neste momento, Ele assume o controle visível de todos os
acontecimentos (como
também profetizado em Ml 3.18).
·
“E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos,
para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus
servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o
tempo de destruíres os que destroem a terra.” (Ap 11.18).
O
fato de Jesus assumir o reinado deixa irados a muitos (como se vê em Sl
2.1-3; 2Rs 19.28; At 4.26,27; Ap 16.21). No entanto, as sete taças servem
também para mostrar à humanidade que nem mesmo toda a ira do povo junta pode
chegar ao pés da ira do Eterno (Ap 16.1).
Na
ação de graças, os 24 anciãos revelam o que Jesus irá fazer ao assumir o
governo do mundo:
·
tens
tomado o teu grande poder, e começaste a reinar. É o fim do império ímpio com toda as
suas más realizações;
·
Iraram-se,
na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os
mortos. Pense no
absurdo que é os ímpios se revoltarem (Sl 2.1-3 – note como o Sl 2.9 é citado mais adiante em Ap
12.5) justamente contra Aquele que lhes deu poder (2Rs 19.25,28);
Primeiro
os ímpios perseguem os que são de Jesus, depois matam (Ap 11.7,8) e se regozijam (Ap
11.9,10). Contudo, quando
eles virem os justos na glória, ficarão ainda mais revoltados com o Eterno, a
ponto de se mostrarem irredutíveis, mesmo diante das piores pragas, mesmo
sabendo que as mesmas vêm Dele (Ap 16.9).
Muitos
interpretam a ira do Eterno como algo mau. Todavia, a mesma será uma
oportunidade a mais para que as pessoas se arrependam e, ao mesmo tempo, os
justos possam ver que, não importa o que o Eterno faça (ver Is
26.9,10), ainda assim os
teimosos não irão se arrepender;
·
veio
o tempo dos mortos, para que sejam julgados -> eles serão julgados pelas obras;
·
veio
o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que
temem o teu nome, a pequenos e a grandes -> Após tantas lutas, nada mais gratificante que
receber a recompensa: a redenção do corpo.
Aquilo
que todos os que creem há tanto buscam, em vão, e não encontram, será dado
quando Jesus vier. Não adianta esperar a recompensa antes da hora. Este mundo
não é lugar de recompensa, mas de serviço.
Três
classes de indivíduos são galardoados:
o
Os
profetas, ou seja,
aqueles que o Eterno usou antes de Cristo vir ao mundo para comunicar Sua
mensagem a Israel. Estes não conheciam a obra de Cristo;
o
Os
santos, ou seja,
aqueles que se separaram para serem usados exclusivamente pelo Eterno por amor
a Cristo;
o
Os
que temem o nome do Eterno,
ou seja, o servem pelo medo que têm das consequências do pecado. O tamanho deles
é determinado por Mt 5.19:
·
“Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que
seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus;
aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.”
(Mt 5.19).
Sei
que isto parece estranho. No entanto, é bom lembrar que há muitos que erram por
ignorância ou por fraqueza da carne. São salvos, mas como que pelo fogo (ver 1Co 3.12-15).
·
veio
o tempo de destruíres os que destroem a terra -> a saber, os descendentes do
quarto animal de Daniel, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas, de metal,
que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava (Dn 7.19). Trata-se de retribuição em espécie (como em Ap
16.6).
E
quem são estes descendentes? Os dez chifres da besta que emerge do mar, a
saber: a elite global (banqueiros
internacionais) e os seus
cúmplices que planejam a destruição da terra para reduzir a população para
quinhentos milhões de habitantes. Assim fica mais fácil controlá-los, além de
sobrar mais recursos para eles.
Note
que os 24 anciãos estavam agradecendo ao Eterno. Ora, mas pelo que eles estavam
agradecendo? Só existe uma explicação: as orações dos mártires (Ap 6.9-11) eram também a oração deles e eles
estavam agradecendo por terem sido ouvidos. Agora o Eterno não é mais “o que há
de vir”, visto que, neste instante, Ele estava vindo.
O
Eterno, que outrora tinha distribuído Seu grande poder a autoridades (ver Jo
19.10,11; Rm 13.1,2), agora iria apascentar pessoalmente os Seus (Ez
34.15,16).
·
“E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi
vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e
grande saraiva.” (Ap 11.19).
A
Igreja é a arca da aliança, o trono do Eterno.
Jesus
chegou ao Santo dos Santos celestial através da vida pura e santa que viveu na
Sua carne, tal como o sumo-sacerdote, para entrar no Santo dos Santos terrestre
tinha que passar pelo véu. Assim, para chegarmos ao santuário, teremos que
renunciar nossa carne para que Cristo possa viver Sua vida em nós (Hb 10.20). Afinal, a carne de Cristo é o novo e
vivo caminho que Jesus proveu para fazer nossa vida pura e consagrada o
suficiente para atravessar o véu que impede que vejamos e tenhamos acesso ao santuário
celestial.
Após
o louvor dos vinte e quatro anciãos, o Santo dos Santos celestial se abre e a
arca da aliança, isto é, a Igreja, é vista no seu lugar (visto que a Igreja foi arrebatada). Mais uma vez comprovando que o
arrebatamento ocorre três dias e meio após a primeira metade da Grande
Tribulação.
Você
pode questionar: mas a Igreja é o tabernáculo do Eterno (Ap 21.3). O que acontece é que, em Apocalipse 21,
a Igreja já foi glorificada e o mal, expulso do mundo. Logo:
·
Não
há mais átrio exterior, pois o sacrifício perfeito foi
há muito feito por Cristo, o qual já lavou a Igreja por completo, deixando-a
ornamentada (Ef 5.25-27).
Não há mais nada para ser purificado;
·
Não
há mais Santo Lugar, pois:
o
O
castiçal, que representa a palavra profética já chegou ao fim, pois Jesus já
resplandeceu em todos os corações (2Pe 1.19).
Jesus já não falará mais por enigmas (Jo 16.25);
o
Os
pães da proposição não serão mais necessários, pois Jesus será nosso alimento,
sem contar que não necessitaremos mais de alimento físico. Não precisaremos
mais de “shewbread” (pão da presença).
o
O
altar do incenso não será mais necessário, pois ninguém mais precisará
interceder uns pelos outros, visto que todos conhecerão ao Eterno (Hb
8.10,11).
Quando
a Igreja finalmente vai para a presença de Cristo, algo tremendo acontece na
terra para mostrar a todos a justificação da Igreja que há tanto foi
perseguida. Daí os relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande
saraiva.
A
seguir, vem o capítulo 15. Os capítulos de 12 a 14 são parênteses.
Enquanto que
na hora de derramar as taças o santuário fica inacessível (Ap 15.8), aqui ele está plenamente aberto (Ap 11.19). Note que o santuário, por ocasião das taças, não
está fechado. Antes, está inacessível. Embora aberto, a nuvem de fumaça impedia
que o mesmo fosse visto e acessado (como deveria ser normalmente –
Hb 10.19-22).
Com o
arrebatamento da Igreja, o santuário celestial se abriu para receber a arca da
aliança, que é o coração do todo o que crê em Jesus de verdade. A arca era o
lugar onde se podia encontrar com o Eterno e ouvir Sua voz (Êx 25.22) e, conforme mostrado em Ap
21, a Igreja é o tabernáculo do Eterno com os homens (Ap 21.3) e o corpo de Cristo é o santuário (Jo 2.19-21; Ap 21.22).
Enquanto o
céu está aberto para a Igreja, para os ímpios o céu aberto representa
relâmpagos, vozes e trovões, terremoto e grande saraivada, ou seja, as mais
diversas expressões da ira do Eterno.
Espiritualmente
nós poderíamos dizer que:
·
Os relâmpagos representam a Palavra do Eterno.
o “O sol e a lua
pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do
relâmpago da tua lança.” (Habacuque 3.11)
Ela vai
adiante, seja para ferir de morte (tal como se deu com Ananias e Safira) ou para
transpassar corações de milhares, de sorte que estes venham a clamar:
o E, ouvindo eles
isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais
apóstolos: Que faremos, homens irmãos?” (At 2.37).
·
Terremotos representam o Eterno movendo tudo a fim
de abalar tudo que é abalável (Hb 12.26,27).
Normalmente,
relâmpagos, trovões, etc. são símbolos da ira do Eterno:
·
“Ou entraste tu até aos tesouros da neve, e viste os tesouros da
saraiva, que eu retenho até ao tempo da angústia, até ao dia da peleja e da
guerra?” (Jó 38.22-23).
·
“Converteu as suas chuvas em saraiva, e fogo abrasador na sua
terra.” (Sl 105.32)
·
“Lançou sobre eles o ardor da sua ira, furor, indignação, e
angústia, mandando maus anjos contra eles.” (Sl 78.48).
·
“E o SENHOR fará ouvir a sua voz majestosa e fará ver o
abaixamento do seu braço, com indignação de ira, e labareda
de fogo consumidor, raios e dilúvio e pedras de saraiva.” (Is 30.30)
·
“E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma
chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover
sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com
ele.” (Ez 38.22).
Veja como
dois grupos de pessoas enxergam coisas diferentes em cima da mesma manifestação
do Eterno:
1.
O Criador se manifesta a Daniel:
a.
Ele vive toda a visão (Dn 10.8-21);
b.
Os que com ele estavam, mesmo não vendo e ouvindo
nada, fogem e se escondem (Dn 10.7);
2.
O Criador fala com Jesus:
a.
Ele entende que é o Pai falando e qual era a
mensagem (Jo 12.28,30);
b.
O povo escutou uma trovoada e confundiu a voz do
Eterno com a de um anjo (Jo 12.29);
3.
Jesus se manifesta a Paulo:
a.
Paulo vê e ouve tudo (At 9.3-6);
b.
Os que com ele estavam apenas escutam um som e veem
uma luz (At 9.7; 22.9; 26.13).
Isto, sem
contar que, para os eleitos, Jesus é a pedra angular (1Pe
2.6,7), mas para os descrentes, pedra de tropeço (1Pe
2.7,8).
Surge a
grande questão: “quem és tu”? Santuário de Deus ou átrio exterior (Grande
Babilônia)? Ou seja, é alguém digno de ter tuas ações, pensamentos, sentimentos,
planos e desejos medidos pela Escritura Sagrada ou que está entregue aos
pagãos? Se a sétima trombeta tocasse agora, você estaria no santuário celestial
aberto ou ficaria nas trevas exteriores experimentando choro e ranger de dentes
(Mt 8.12; 22.13; 25.30; Lc
13.28)?
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