quinta-feira, 29 de novembro de 2018

177- Apocalipse 12

APOCALIPSE 12

 

        “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. “E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz.” (Ap 12.1,2).

 

A quem foi destinado este grande sinal no céu que o Eterno prometera (Jl 2.30)? Um sinal grande, mas para muitos, com certeza, passará desapercebido.

Vem a questão: quem exatamente é esta mulher? Muita discussão há em torno desta pergunta. Infelizmente, a maioria dos indivíduos não presta a atenção na palavra “sinal”. Isto significa que se trata de algo a acontecer no futuro (considere que esta visão se deu em cerca de 90 D.C.). É bom lembrar que não se sinaliza acerca de algo que já aconteceu.

É bem provável que este sinal será visto no céu por ocasião do arrebatamento:

 

        E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva.” (Ap 11.19).

 

Todo o povo terá visto a Igreja (arca da aliança) no santuário celestial, além de ver relâmpagos, ouvir trovões e vozes e experimentar grandes terremotos. Um pouco antes, durante ou um pouco depois será visto também este sinal e o seguinte (o do dragão):

 

        “E farei aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais em baixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor;” (At 2.19).

 

Mas afinal, o que significa estes sinais?

A mulher representa o Israel fiel da 70ª semana. Afinal, mulher é utilizado na Escritura Sagrada para designar indivíduos CASADOS do sexo feminino, sendo utilizado para simbolizar Israel; virgem é o termo usado para se referir à Igreja.

Além disto, a Escritura Sagrada é clara:

 

        “Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores, deu à luz um menino. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.” (Isaías 66.7,8)

        “Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; rompe em cântico, e exclama com alegria, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária, do que os filhos da casada, diz o SENHOR.” (Isaías 54.1).

        “E até mesmo os filhos da tua orfandade dirão aos teus ouvidos: muito estreito é para mim este lugar; aparta-te de mim, para que possa habitar nele.” (Isaías 49.20).

 

É bem sabido que o estado de Israel surgiu num só dia (1948). Embora este Israel político não seja o verdadeiro Israel do Eterno, ainda assim a criação do estado de Israel não deixa de ser um milagre extraordinário.

Note como os judeus tiveram que sofrer dor de parto para a formação do mesmo (morreram mais de 6.000.000 de judeus na segunda guerra mundial).

Vem a questão: não é suspeito que um mundo pagão e corrupto, que segue o curso de Ha-Satan (Ef 2.1,2), apoie o povo do Criador?

O verdadeiro Israel tem estado de parto e, no início da septuagésima semana, dará à luz seus filhos: as duas testemunhas.

Características da mulher:

 

1.     Sua aparência é maravilhosa: está vestida do sol. Não é segredo que Jesus é representado como o Sol da Justiça (Lc 1.78) e nos é ordenado revestirmo-nos de Cristo (Rm 13.14) e de amor, que é o próprio Jesus (Cl 3.12).

 

o   “Porque o SENHOR Deus é um sol e escudo; o SENHOR dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão.” (Sl 84.11).

o   “E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia.” (Sl 37.6);

o   “Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.” (Ml 4.2).

 

Israel foi eleito para trazer inicialmente a palavra profética, a qual deve ser como uma candeia que brilha em lugar escuro até que Jesus apareça (2Pe 1.19):

 

o   “São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!” (Rm 9.5 – ARA2).

 

Israel foi usado para dar à luz a Jesus (o Senhor que é nossa justiça) segundo a carne e, agora, está sofrendo para que Jesus seja formado no coração das duas testemunhas.

Ou seja, a mulher está vestida com a justiça do reino do Eterno (Mt 6.33). Daí a coroa na cabeça dela (2Tm 4.8). Embora Paulo cite que a coroa da justiça lhe será dada (futuro), espiritualmente quem crê em Jesus já está vestido (Ef 6.14) e coroado com ela. Ou seja, a coroa mostra uma mulher lutando para que a verdadeira Justiça (Jr 23.6) e Luz (Jo 8.12) nasça, reinando em vida sobre o pecado (Rm 5.17). A Igreja, de igual modo, não se veste da glória deste mundo, nem da do sistema religioso, mas da glória do Criador.

 

2.     Está bem apoiada: tem a lua debaixo dos pés. O que tem debaixo dos pés de Israel?

 

o   “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Sl 119.105).

 

A lua é conhecida pela sua formosura:

 

o   “Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exército com bandeiras?” (Ct 6.10).

o   “Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa,” (Jó 31.26).

 

A lua também é para determinar as estações e presidir a noite:

 

o   “Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso.” (Sl 104.19).

o   “A lua e as estrelas para presidirem à noite; porque a sua benignidade dura para sempre;” (Sl 136.9);

 

Ajuntando tudo isto, a lua representa a palavra profética, para a qual devemos atentar até que Jesus resplandeça em nossos corações:

 

o   “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” (2Pe 1.19).

 

Ou seja, a palavra dos profetas na Escritura Sagrada (as profecias que foram pronunciadas pela boca do Eterno) aponta para a Rocha em que devemos construir nossa vida (Mt 7.21-23), presidindo nossas noites espirituais e enchendo nossa vida de formosura (ver Dt 4.7,8) até o dia que possamos ouvir o que o Eterno tem para nos dizer (Jo 5.24,25; Rm 10.17; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22). A partir de então, ao invés de sermos guiados pela Escritura Sagrada sozinha, seremos guiados diretamente pelo Espírito Santo (Rm 8.14; Gl 3.23-25) em meio à Escritura Sagrada.

Nos momentos escuros da nossa vida, quando Jesus parece estar distante, devemos manter firmados na Escritura Sagrada e naquilo que Ele pessoalmente nos disse (Mt 7.24-27).

 

3.     É identificada de modo singular: tem, na cabeça, uma coroa feita de doze estrelas.

 

o   O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” (Ap 1.20).

 

Ou seja, a coroa que confirma o reinado da mulher é constituída dos mais diversos tipos de indivíduos que o Eterno coloca em sua vida a fim de confirmar toda a verdade Dele. A salvação (ver Ef 6.17) do Criador deve iluminar-lhe rosto por onde quer que ela passa (Mt 5.14-16), de modo que todos, ao olharem para sua face, vejam o semblante de Cristo, e não o dela.

A coroa é uma confirmação da autoridade que lhe foi dada pelo reino representado pela coroa. No caso em questão, quem é de Jesus é identificado por aqueles que estão à sua volta (Ap 19.8 - tal como a porção do Eterno é Seu povo – Dt 32.9), bem como pelo evangelho de Cristo:

 

o   “Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?” (1Ts 2.19).

 

Quanto ao número doze, veja algumas ocorrências deste número no Apocalipse:

 

o   “E tinha um grande e alto muro com DOZE portas, e nas portas DOZE anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das DOZE tribos dos filhos de Israel.” (Ap 21.12);

o   “E o muro da cidade tinha DOZE fundamentos, e neles os nomes dos DOZE apóstolos do Cordeiro.” (Ap 21.14);

o   “E as DOZE portas eram DOZE pérolas; cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente.” (Ap 21.21).

 

Ajunte isto com:

 

o   “Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.” (1Tm 3.15);

o   “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [a Igreja], de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;” (Ef 2.20). “colchetes acrescentados por mim para facilitar entendimento”.

 

Note que as doze estrelas não são para enfeitar a coroa. Antes, são elas que, juntas, formam a coroa (o que lembra 1Ts 2.19).

São doze estrelas porque são doze as tribos de Israel, bem como o número dos apóstolos.

Não podemos também nos esquecer que:

 

o   “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” (Dn 12.3).

o   “Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e a dureza do seu rosto se muda.” (Ec 8.1).

 

Quem brilha como estrela na nossa vida são aqueles que são sábios (que temem ao Eterno - Jó 28.28; Pv 9.10).

Enfim, o verdadeiro Israel do Eterno é identificado por todos (e não apenas de alguns) que são israelitas na carne e no espírito ao mesmo tempo (Rm 2.28,29 – lembre-se que os doze apóstolos eram doze judeus). Assim também deve ser conosco: como descendentes de Abraão pela fé em Cristo, devemos viver a Nova Aliança afim de que toda a velha aliança seja confirmada.

 

4.     Sua geração é maravilhosa: ela gerou um filho homem que há de reger as nações com vara de ferro. A mulher está sofrendo as dores de parto até que Jesus esteja completamente formado no coração das duas testemunhas (Gl 4.19);

 

5.     Seu antagonista é horrível: Ha-Satan.

 

6.     Sua influência é fantástica: uma guerra surgiu no céu por causa dela, a qual resultou em grandes mudanças aqui na terra para salvá-la.

 

Os três atributos desta mulher também são citadas por Salomão em seu cântico de honra à mulher virtuosa:

 

                  “Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível como um exército com bandeiras?” (Ct 6.10).

 

Bandeira é uma ideia ou objetivo que orienta, neste caso, o exército. Quando uma mulher ou um exército tem boas ideias e um objetivo nobre, ele é temível (digno de todo respeito). De igual modo, o verdadeiro Israel se comporta como uma mulher virtuosa, sendo tremendo o seu impacto no mundo:

 

        “Porque, se a sua rejeição [dos israelitas] é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?” (Rm 11.15). O que está entre colchetes foi acrescentado para facilitar o entendimento.

 

Inicialmente a mulher (Israel) é vista no céu, uma vez que as duas testemunhas, por terem aceitado Jesus, irão se comportar como luzes no meio das trevas na qual Israel e o restante do mundo estarão. Daí a mulher estar pisando a lua: ela está resplandecendo o sol da justiça na noite sombria que tomou conta de Israel, confirmando tudo que Jesus fez por Israel no Antigo Testamento e ensinou através da vida dos doze apóstolos. Assim também devemos ser nós neste mundo (Mt 5.14-16).

Esta mulher sofria tormentos para dar à luz. E isto, antes do dragão aparecer. Como começou tudo isto?

 

        “Disse ele à mulher: Multiplicarei grandemente o teu sofrer e a tua conceição; em dor darás à luz filhos; o teu desejo será para teu marido, e ele te dominará.” (Gn 3.16).

 

Note como a mulher teve aumentado o seu período de gestação, bem como o sofrimento por causa dos filhos (isto, sem contar as dores de parto).

Mas por que esta mulher sentia dor?

Pensemos no caso de Paulo:

 

        “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós;” (Gl 4.19).

 

Quanto ao tormento para dar à luz, é bom lembrar os seguintes versículos:

 

        “A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.” (João 16.21).

        “Sofre dores, e trabalha, para dar à luz, ó filha de Sião, como a que está de parto, porque agora sairás da cidade, e morarás no campo, e virás até Babilônia; ali, porém, serás livrada; ali te remirá o SENHOR da mão de teus inimigos.” (Mq 4.10).

        “Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e tribulações. Estas coisas são os princípios das dores.” (Mc 13.8).

        “Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” (Mt 24.8).

 

Desde o surgimento do estado de Israel em 1948, nação tem se levantado contra nação e reino contra reino. Mas tudo isto (incluindo o surgimento do estado de Israel) é o princípio das dores para o nascimento de Cristo na vida das duas testemunhas, cujo testemunho termina com Cristo vindo para arrebatar Sua Igreja.

Sempre foi um tormento para os fiéis de Israel conservarem viva a Palavra do Eterno em seu coração até que finalmente eles viessem dar à luz a Jesus no coração de alguém (aqui, em particular das duas testemunhas). Assim como o Eterno multiplicou o período de gestação da mulher, Ele plantou a semente da Palavra (promessa) no coração de Abraão (Gn 12.1-3) e esta vem sendo concebida por cerca de 4.000 anos (Gn 18.18,19) no coração de todo que crê em Jesus.

Detalhe: Note que o dragão fez questão de parar tudo só para ficar cara a cara com a mulher. Logo este evento era de fundamental importância.

Mas por que o dragão não tentou pegar a mulher pelas costas? Por que não matar a mulher, ao invés do filho? Ainda mais considerando que ela estava fragilizada.

Isto mostra que o Eterno não dá carga alguma além do que alguém possa suportar (1Co 10.13). Além disto, ela estava revestida de Cristo.

Além disto, por que será que esta mulher não repreende o dragão em nome de Jesus? Porque, infelizmente, até hoje a maioria dos israelitas não reconhecem Jesus como Messias e, por isto, é necessário eles passarem por toda a perseguição descritas aqui (Ap 12.6,14).

Além disto, apenas após acabar com todo o poder que o povo de Israel tem neste mundo (Dn 12.7) é que a segunda metade da 70ª semana se cumprirá cabalmente.

 

        “E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.” (Ap 12.5).

 

Quando a Escritura Sagrada diz que Jesus irá reinar com vara de ferro (Ap 12.5), isto quer dizer que Seu reinado será forçado. Vem a questão: mas porque Jesus fará isto no milênio?

Durante esta dispensação, todos foram levados a crer que, se todos fossem obrigados a serem bons ou, se preferir, obrigados a seguirem um conjunto de regras justas, o mundo seria perfeito.

Pois bem, a fim de mostrar que a salvação de Jesus só é eficaz através da Sua graça e mediante a Sua fé, Jesus irá reinar com vara de ferro. Quando o milênio terminar e Ha-Satan conseguir seduzir milhões (Ap 20.7,8), ficará comprovado que, mesmo experimentando a boa, agradável e perfeita vontade de Cristo (Rm 12.2) por mil anos, se o indivíduo não nascer de novo, sequer poderá ver o Reino do Eterno (Jo 3.3).

Filho homem: esta expressão não é um pleonasmo, mas sim uma confirmação da robustez, vigor e força de Jesus na vida das duas testemunhas, bem como de Sua determinação de não ceder diante do mal. No Antigo Testamento, o nascimento de filho homem era sempre visto como uma bênção enorme:

 

        “Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo: Nasceu-te um filho; alegrando-o com isso grandemente.” (Jr 20.15).

 

No Apocalipse, Jesus não é visto mais como alguém meramente humilhado, mas como o poderoso redentor.

Assim como Jesus veio na plenitude dos tempos (Gl 4.4), quando o mundo estava todo em trevas, assim se dará também com suas duas testemunhas:

 

        “Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” (Is 9.1,2).

        “A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, A Galiléia das nações; o povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou.” (Mt 4.15,16).

 

Por isto a mulher é vista com a lua debaixo dos seus pés. Afinal, a lua foi feita para governar a noite. No entanto, como ela estava revestida do sol, logo a luz que brotava dela era capaz de transformar trevas em luz, noite em dia.

Ela sofria tormentos para dar à luz porque, assim como se deu quando Jesus veio ao mundo (Herodes ordenou a morte de todos os meninos com até dois anos de idade - Mt 2.16-18), agora também muitos farão de tudo para destruir as duas testemunhas a fim de que Jesus não venha novamente.

 

        “E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas.” (Ap 12.3).

 

Ele é da cor do segundo cavalo (Ap 6.3,4), o qual tinha por objetivo levar as pessoas a desconfiarem umas das outras (inclusive através da religião) a fim de que elas mesmas se destruíssem. Possuía sete cabeças, ou seja, era a fonte de toda a sabedoria deste século (ver 1Co 1.20; 2.6; 3.19; 2Co 4.3,4; Mt 16.24) e dez chifres. Considerando que dez é o número do conselho da legalidade (dez mandamentos, tribulação de dez dias promovida pelos falsos judeus (Ap 2.9,10), dez minas dadas para dez servos (não foram dadas aos filhos – Lc 19.13), dez virgens do Israel físico (Mt 25.3,4)), os dez chifres representam todo o poder legal deste mundo (diferente do conselho de Cristo que é formado por doze indivíduos regidos pelos laços familiares do amor. As doze tribos de Israel eram, inicialmente, doze irmãos e os doze apóstolos eram para ser como irmãos uns dos outros).

Foi isto que Ha-Satan ofereceu a Jesus:

 

        “E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero.” (Lc 4.5,6).

 

Ou seja, os dez chifres representam todo o poder e glória provenientes do sistema que rege este mundo, os quais estão sob o domínio de Ha-Satan. No que o Messias rejeitou tudo isto (pois Seu reinado não é firmado na eficácia das coisas que há neste mundo), Ele as entregou ao anti-messias por meio dos seus dez agentes (a elite global – Ap 17.17).

Embora em toda história Ha-Satan sempre usou uma cabeça (líder) para governar o mundo através de uma das facetas do domínio secular, agora ele decidiu colocar seu poder real em um grupo de pessoas que age nas sombras por meio de um fantoche (o anticristo). Talvez para que as pessoas, ao invés de afrontarem diretamente o líder, não reconheçam quem realmente estará reinando e, deste modo, ele possa conservar a força do mal agindo, já que, agora, ao invés de se perder tempo tentando construir um novo líder (e tempo é algo que Ha-Satan bem sabe que não terá – Ap 12.12), ele possa tão somente arrumar um novo fantoche (o que é bem mais fácil).

Em outras palavras, Ha-Satan tem suas cabeças coroadas porque cada uma delas são reis que reinaram, sendo que a sétima é o anticristo que ainda vai reinar, mas por pouco tempo, visto que ele será morto (talvez pelos dez chifres).

Após a morte do anticristo, os dez reis passarão a reinar (daí a besta do mar ter os chifres coroados ao invés das cabeças). Contudo, no que o anjo do abismo possuirá o corpo da besta e agregará a si todos os poderes das sete cabeças, os dez chifres ficarão maravilhados e acabarão dando seu poder e autoridade a esta besta que subiu do abismo (Ap 17.13).

Ou seja, enquanto inicialmente eram as cabeças que reinavam, agora são os dez reis que reinam de fato. A besta que sobe do abismo só será rei porque os dez chifres concederão a ela o reinado deles.

O monstro chefe inimigo do Eterno é, em outros lugares, cognominado de:

 

        Raabe (Sl 89.10; Is 51.9);

        beemote (Jó 40.15-20);

        Leviatã (Is 27.1);

        serpente (Am 9.3);

        dragão (Sl 74.13 – tem versões que citam dragões em lugar de monstros marinhos).

 

Em Daniel 7.4-7, os poderes das trevas que antecedem a segunda vinda de Cristo são representados por quatro animais os quais, no total, possuem sete cabeças: leão (Babilônia – uma cabeça), urso (Média-Pérsia – uma cabeça), leopardo (Grécia – quatro cabeça), o animal terrível (o reino do anticristod - uma cabeça).

Este dragão é Ha-Satan, o qual é dotado de:

 

        intelecto: sete cabeças. Ha-Satan tem as mais brilhantes mentes humanas sobre seu comando. Daí (1Co 3.18-20);

        execução: dez chifres (embora tal força seja imperfeita, já que o conselho do Eterno é composto de doze). Embora os maiores poderes do mundo estejam sob a supervisão de Ha-Satan, ele não consegue formar um perfeito conselho, de modo a coordenar harmoniosamente (como uma irmandade) todos os poderes e esmagarem com perfeição toda resistência.

        império: sete coroas (diademas). Ha-Satan tem os impérios mais magníficos sob Seu controle;

        grande poder e astúcia: grande dragão, ou seja, uma grande serpente astuta (ver Gn 3.1) que anda e voa.

 

A serpente nada mais é do que o dragão após perder as asas e pernas.

Ele se apresenta como um dragão vermelho, pois vermelho é a cor que representa vida (sangue), a qual ele haveria de derramar seja através das perseguições religiosas e, principalmente, pela enganação (pecado).

 

        “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.” (Ap 12.4).

 

A cauda do dragão simboliza o falso profeta (Is 9.15). A imagem de lançar as estrelas por terra é encontrada em Daniel:

 

        “E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa. E se engrandeceu até contra o exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas, lançou por terra, e os pisou.” (Dn 8.9,10).

 

Sendo Ha-Satan o pai da mentira (João 8.44) e o assassino de todos que agem de modo justo (1João 3.12) (por exemplo, os santos e as testemunhas de Jesus – Ap 17.6), que mais se podia esperar dele? O mais apropriado é que ele tente arrastar e derrubar, através de seus falsos profetas (sua cauda), a terça parte dos sábios mensageiros do Eterno que, em virtude da Sua sabedoria e da disposição de ensinar Sua justiça, brilhavam no céu (Dn 12.3):

        “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” (Dn 12.3).

        “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5.14-16).

        “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;” (Fp 2.14,15).

        “O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” (Ap 1.20).

 

Mas por que o Eterno permitiria isto?

Assim como na primeira vinda, a segunda será precedida de um processo de purificação (Ml 3.1-3).

 

        “E os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia cairão pela espada, e pelo fogo, e pelo cativeiro, e pelo roubo, por muitos dias. E, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas. E alguns dos entendidos cairão, para serem provados, purificados, e embranquecidos, até ao fim do tempo, porque será ainda para o tempo determinado.” (Dn 11.33-35);

        “E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: é meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus.” (Zc 13.8,9);

 

Em primeira instância, até parece que estar entre os que foram derrubados por Ha-Satan é algo ruim. Contudo, tudo que é elevado entre os homens é abominação diante do Eterno (Lc 16.15). As outras duas partes dos sábios (que são como os escribas, fariseus e doutores da lei da época de Jesus) serão extirpadas (ver Zc 13.8,9).

Afinal, quem é de Jesus tem que brilhar, não no céu, mas na terra:

 

        “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;” (Fp 2.14,15).

 

O fato de lançá-las sobre a terra significa que Ha-Satan conseguirá fazer, na 70ª semana, com que um terço daqueles que adoram o Eterno tendo em vista as coisas celestiais (como ordena Mt 6.19-21; Cl 3.1-5) venham a se apostatar da fé, passando a adorá-Lo de modo carnal, com vista aos bens deste mundo (esta é a marca registrada do anticristo – Mt 16.23; Jo 15.18,19;1Co 15.19; 1Jo 4.5,6). Lembre-se da possibilidade de muitos escolhidos serem enganados (Mt 24.4,24). Aqui podemos ver que um terço deles serão enganados.

Mas por que o Eterno irá permitir que um terço deles caia?

 

        “Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício contínuo, e da transgressão assoladora, para que sejam entregues o santuário e o exército, a fim de serem pisados?” (Daniel 8.13).

        “Enviá-la-ei contra uma nação hipócrita, e contra o povo do meu furor lhe darei ordem, para que lhe roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas.” (Isaías 10.6).

 

Infelizmente muitos dos escolhidos permanecem na hipocrisia. Buscam a sabedoria do Eterno e procuram ensinar a justiça, mas não vivem isto em si mesmos:

 

        “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” (Mateus 5.13).

 

Infelizmente, muitos desta terça parte, permitirão que vários se ajuntem a eles com lisonjas (Dn 11.34). Daí tais entendidos terem que cair pela espada, fogo, cativeiro, roubo, etc.: para servir de disciplina (Dn 11.35). A aflição será tal que estes dias parecerão muitos (ver Mt 24.21).

Além de derrubar um terço dos escolhidos (Dn 11.33-35), Ha-Satan ficará no céu parado diante da mulher esperando tragar seu filho quando nascer.

E não é a primeira vez que Ha-Satan tenta frustrar os planos de Cristo:

 

1º - Ele tenta Eva a fim de que ela e Adão comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal e, assim, morressem conforme Deus disse que aconteceria (Gn 2.17). Sabendo que o Eterno não mente (Nm 23.19), ele pensou que, ao pecarem, os dois morreriam e, assim, sua vitória seria completa. Jesus não teria como vir para confirmar a Verdade e tudo estaria acabado. Ele não pensava que tudo já estava planejado pelo Eterno e que Ele já tinha uma solução para esta questão, ou seja: como dar continuidade à vida sem abrir mão de Sua verdade e justiça;

2º - Ele usa as mulheres pagãs para seduzir aqueles que, pela fé no Criador, eram filhos Dele (Gn 6.1,2). Ao assim procederem, a maldade atinge um nível tão terrível que toda carne corrompeu seu caminho (Gn 6.12), chegando ao ponto de buscarem no Criador a morte de todos os seres vivos (Gn 6.13). Ha-Satan sabia que o Eterno, em Sua justiça, não podia fazer vista grossa ao pecado. Aparentemente era o fim do mundo. Ele não contava com o fato de que alguém poderia ser alcançado pelo Favor do Eterno em meio a tanta maldade (Gn 6.9);

3º - No Egito, ele usa faraó para matar todos os homens e, assim, dar fim à linhagem santa por duas vezes (Êx 1.16,22). Ele não contava com o modo sobrenatural do Eterno agir, salvando Moisés (Êx 2.5-7);

4º - Na época de Ester, Hamã, descendente de Agague (a quem Saul pensou em poupar – 1Sm 13.9), tentou matar todos os judeus e, mais uma vez, destruir a linhagem santa, da qual Cristo viria (Et 3.12,13).

5º - Ao nascer Jesus, Herodes tenta matar o Messias destruindo todas as crianças de dois anos para baixo (Mt 2.16-18).

6º - Finalmente, ele usa os líderes religiosos para incitar a multidão a dar fim ao Messias, achando que, com isto, as ovelhas Dele seriam espalhadas e a Verdade se perderia. Embora este espalhamento ocorrera (Mc 14.27) e Ha-Satan usara o sistema religioso para subornar os guardas, de modo que todos cressem que Jesus não ressuscitara (Mt 28.11-15), mal sabia Ha-Satan que era justamente isto que iria fortalecer a verdade e dividir a história da humanidade. Felizmente, perceba as verdadeiras filhas de Jerusalém chorando por Jesus (Lc 23.27,28).

 

Todos estes foram cumprimentos parciais da maior de todas as perseguições que será desencadeada contra a mulher (Israel) durante toda a 70ª semana de Daniel. Só que a perseguição se dará em duas etapas:

·        (Ap 12.6) -> daqueles que estão firmes com Jesus e serão arrebatados (144.000 selados);

·        (Ap 12.14) -> daqueles que não foram arrebatados, mas que se converterão na Grande Tribulação e serão preservados.

 

Contudo, durante todo o período de vida das duas testemunhas, Ha-Satan não consegue impedir o ministério delas. E, quando ele supostamente parece ter vencido, as duas testemunhas são ressuscitadas e arrebatadas para encontrar com Jesus nas nuvens (lembrando o que ocorreu a 2.000 anos atrás com Jesus quando Ele venceu, subiu ao céu e assentou à direita do Pai (Rm 8.34)).

A partir daí eles, junto com o restante da Igreja, estarão com Jesus reinando (Ap 3.21) à direita do Pai.

Quando as duas testemunhas, junto com a Igreja forem arrebatadas, a revelação especial de Jesus para o fim dos tempos terminará. e, por isto, a mulher não é vista mais no céu:

 

        “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.” (Ap 12.6).

 

Na 70ª semana haverá três tipos de indivíduos em Israel:

 

        Os que irão se converter antes do arrebatamento: os 144.000 selados (Ap 7.3,4).

        Os que irão se converter depois do arrebatamento;

        Os que não irão se converter, mas serão adeptos da besta.

 

Os 144.000 selados serão enviados ao deserto de todas as nações (ver Ez 20.35) para anunciarem aos gentios o Seu caráter e Sua presença. Quando encerra os 1.260 dias, eles são arrebatados.

 

        “E porei entre eles um sinal, e os que deles escaparem enviarei às nações, a Társis, Pul, e Lude, flecheiros, a Tubal e Javã, até às ilhas de mais longe, que não ouviram a minha fama, nem viram a minha glória; e anunciarão a minha glória entre os gentios.” (Is 66.19).

 

É destes que está sendo tratado aqui em Apocalipse 12.6. Estes israelitas estarão sendo perseguidos por sua fé e sofrendo também pelos seus parentes e amigos queridos que não se converteram.

Quando todos os 144.000 israelitas tiverem sido selados na fronte, ou seja, quando as duas testemunhas tiverem derramado seu azeite dourado (Zc 4.12-14), de modo que eles se convertam a Jesus, entendendo que não é por força ou violência (ver Is 2.6,7; Dn 12.7; Zc 4.6), mas sim é na nossa fraqueza que o poder do Eterno se aperfeiçoa (Rm 8.18; 2Co 4.10,11,16,17; 12.9,10), então as trombetas começarão a ser tocadas (note como a terra, o mar e as árvores só serão danificadas pelos avisos das trombetas após selar os 144.000 – Ap 7.3).

Quando a sétima trombeta soar:

 

1.     haverá guerra no céu entre Miguel e Ha-Satan (Apocalipse 12.7-12);

2.     Ha-Satan e seus anjos serão lançados para a terra (Apocalipse 6.13 – as únicas estrelas que ficam no céu, espiritualmente falando, são aqueles que se apostatam da fé (Lc 16.15). Quem é de Cristo resplandece aqui na terra);

3.     Tem início a segunda metade da 70ª semana;

4.     O anticristo romperá o acordo com Israel;

5.     As duas testemunhas ressuscitarão depois de três dias e meio (talvez este seja o período de duração da guerra entre Miguel e Ha-Satan;;

6.     As duas testemunhas, junta com toda a Igreja, será arrebatado (1Co 15.52; 1Ts 4.16).

7.     Israel será obrigado a se refugiar no deserto (Mt 24.16-18) por um tempo, tempos e metade de um tempo.

 

A fuga para o deserto lembra:

 

        As peregrinações de Israel pelo deserto: “E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o SENHOR teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não.” (Dt 8.2).

        As fugas de Elias:

o   “Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem.” (1Rs 17.2).

o   “que vendo ele, se levantou e, para escapar com vida, se foi, e chegando a Berseba, que é de Judá, deixou ali o seu servo.” (1Rs 19.3).

        Fuga de Maria e José para o Egito: “E, tendo eles se retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar”. (Mt 2.13).

        Fuga dos israelitas que irão se converter a Cristo após o arrebatamento: “Ora, quando vós virdes a abominação do assolamento, que foi predito por Daniel o profeta, estar onde não deve estar ( quem lê, entenda ), então os que estiverem na Judéia fujam para os montes.” (Mc 13.14).

 

O deserto é um lugar de retiro e segurança:

 

        “E farei com elas uma aliança de paz, e acabarei com as feras da terra, e habitarão em segurança no deserto, e dormirão nos bosques.” (Ez 34.25).

 

É o lugar onde, muitas vezes, o Eterno fala ao Seu povo:

 

        “Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração.” (Oséias 2.14).

 

De fato, estar no deserto com Cristo é bem melhor do que estar em Canaã. Afinal, enquanto o povo de Israel estava no deserto, eles eram alimentados de modo sobrenatural com maná e água da rocha, os quais só traziam benefícios para o corpo (sem qualquer contra-indicação). Após entrarem em Canaã, eles tiveram que voltar a depender do fruto da terra (Js 5.11,12), além de terem que lutar contra os inimigos.

Urge salientar as diferenças entre Apocalipse 12.6 e Apocalipse 12.14:

 

Apocalipse 12.6

Apocalipse 12.14

Aqui há um lugar preparado para a mulher pelo Eterno

Aqui o deserto é o lugar da mulher.

Aqui o tempo é de 1.260 dias.

Aqui o termo usado é tempo, tempos e metade de um tempo.

 

Aqui o deserto é o lugar preparado pelo Eterno para as 10 virgens de Israel que saíram de Jerusalém para encontrar-se com o Noivo. É claro que o deserto não é o lugar para as 5 virgens prudentes. Trata-se de apenas um refúgio temporário. Quando inteira os 1260 dias, acaba a provisão do Eterno e por três dias e meio, elas têm que permanecer confiando que Jesus vem.

Mas, assim como Saul descreu nos últimos minutos (1Sm 13.8-10) e povo de Israel que saiu do Egito murmurou pela falta d’água após três dias da abertura do Mar Vermelho, no decorrer destes três dias e meio, as virgens néscias vão tentar obter provisão mundana, perdendo o tempo do arrebatamento (isto lembra quando Elias disse para Eliseu que, se ele não visse o Eterno levá-lo ao céu, ele (Eliseu) não receberia porção dobrada do Espírito Santo – 2Rs 2.9,10).

 

        “E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.” (Ap 12.14)

Aqui, todavia, podemos ver o que acontece após os primeiros 1.260 dias, quando o anticristo rompe o acordo com Israel (Dn 9.27) e parte para destruir Jerusalém (Ap 17.16). Primeiramente ele cerca a cidade, o que deve servir de sinal para os judeus fugirem dali (Mt 24.15-20; Lc 21.20-23). Dois terços dos Israelitas vão morrer (Zc 13.8,9).

Um terço, porém, conseguirá escapar. É destes que se refere Ap 12.14. Eles irão se ajuntar às cinco virgens néscias, agora no lugar que pertence a eles. Afinal, para quem não crê em Jesus, o deserto é o lugar que realmente lhe pertence.

A prova disto é que a besta do mar estará no deserto carregando Israel (a Grande Babilônia) em suas costas (Ap 17.3). Babilônia era chamado o deserto do mar (Is 21.1).

Este Israel que não foi fiel a Jesus, mas que passará a crer Nele quando O vir (Zc 12.10-14) (a saber, o remanescente fiel – Rm 9.27), por não ter crido sem ver, não receberá a bem-aventurança das bodas do Cordeiro (a glorificação do corpo – Jo 20.29). O lugar que lhe cabe é o mesmo que o da Grande Babilônia, diferenciando dela apenas pelo fato de que, depois, entrarão no Reino do Eterno, só que com o mesmo corpo que possuem.

Enfim, após a destruição de Jerusalém, uma perseguição terrível se dará:

 

        “E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem.” (Ap 12.13)

 

Os que escaparem da desolação que será trazida pelo anticristo (Zc 14.1), irão se refugiar no deserto com a ajuda do Eterno.

O Eterno é conhecido por levar Seus filhos tal como uma águia faz com seus filhotes:

 

        “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim;” (Êxodo 19.4).

        “Como a águia desperta a sua ninhada, move-se sobre os seus filhos, estende as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas, assim só o SENHOR o guiou; e não havia com ele deus estranho.” (Dt 32.11,12).

 

Para ajudar Israel a escapar, o Eterno lhes dará “asas de grande águia”, ou seja, algo que lhes permitirá se deslocar rápido para seu lugar. O curioso é que a Babilônia e o Egito foram comparadas a águia (Ez 17.3,7). E considerando que Jerusalém é a Grande Babilônia que, espiritualmente se chama Sodoma e Egito (Ap 11.18), logo elas receberão esta mesma capacitação dada à Babilônia e Egito, só que de modo semelhante ao modo que o Eterno conduziu os israelitas para fora do Egito: como uma águia que leva seus filhos sobre as asas (Êx 19.4; Dt 32.11).

A fuga dos israelitas se dá por causa da apostasia e transgressão que tomou conta de Jerusalém (ver Dn 8.12). Todavia, apenas aqueles que esperam no SENHOR renovam as forças, sobem com asas como águias; correm, e não se cansam; caminham, e não se fatigam (Is 40.31). Como eles não desenvolveram esta intimidade com o Eterno, eles não conseguem usufruir bem desta dádiva que Ele lhes concede.

Resultado:

 

        “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.” (Ap 12.15,16).

 

No Testamento da Lei, enchente tinha a ver com invasão dos povos inimigos:

 

        “Não me leve a corrente das águas, e não me absorva ao profundo, nem o poço cerre a sua boca sobre mim.” (Sl 69.15).

        “Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce.” (Sl 90.5).

        “E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.” (Dn 9.26).

        “E com os braços de uma inundação serão varridos de diante dele; e serão quebrantados, como também o príncipe da aliança.” (Dn 11.22)

        “Então temerão o nome do SENHOR desde o poente, e a sua glória desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do SENHOR arvorará contra ele a sua bandeira.” (Is 59.19).

        “Quem é este que vem subindo como o Nilo, cujas águas se movem como os rios?” (Jr 46.7).

        “Porque o Senhor DEUS dos Exércitos é o que toca a terra, e ela se derrete, e todos os que habitam nela chorarão; e ela subirá toda como um rio, e abaixará como o rio do Egito.” (Am 9.5).

        “Assim diz o SENHOR: Eis que se levantam as águas do norte, e tornar-se-ão em torrente transbordante, e alagarão a terra e sua plenitude, a cidade, e os que nela habitam; e os homens clamarão, e todos os moradores da terra se lamentarão;” (Jr 47.2).

        “Quem é este que vem subindo como o Nilo, cujas águas se movem como os rios? O Egito vem subindo como o Nilo, e como rios cujas águas se movem; e disse: Subirei, cobrirei a terra, destruirei a cidade, e os que nela habitam.” (Jr 46.7,8).

        “Portanto eis que o Senhor fará subir sobre eles as águas do rio, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; e subirá sobre todos os seus leitos, e transbordará por todas as suas ribanceiras. E passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel.” (Is 8.7,8).

        “Águas profundas são as palavras da boca do homem, e ribeiro transbordante é a fonte da sabedoria.” (Pv 18.4).

Em Apocalipse 17.15 é dito que águas são muitos povos.

Logo, Ha-Satan, com sua boca irá convencer multidões a perseguirem Israel. Para tanto ele dirá que eles foram os culpados por todas as calamidades que sobrevieram à terra, bem como pela perda dos parentes queridos (no arrebatamento). Note como as nações se enfureceram (Ap 11.18), vindo a blasfemar do Eterno (Ap 16.11).

Resultado: Ha-Satan lança este rio de pessoas contra os israelitas.

Felizmente, o Eterno ajuda os Seus:

 

        “Se não fora o SENHOR, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, eles então nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós. Então as águas teriam transbordado sobre nós, e a corrente teria passado sobre a nossa alma; então as águas altivas teriam passado sobre a nossa alma;” (Sl 124.2-5).

        “Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas.” (Sl 18.16).

        “Então temerão o nome do SENHOR desde o poente, e a sua glória desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do SENHOR arvorará contra ele a sua bandeira.” (Isaías 59.19).

 

Para isto, Ele irá usar a natureza. É bom lembrar que a natureza ajuda a cristandade revelando que:

 

1.     Há Deus. Toda natureza proclama, não apenas a existência do Eterno, mas também Sua personalidade, unidade, espiritualidade, sabedoria, bondade e poder (Rm 1.20);

2.     Há uma lei. Para cada coisa na natureza, existe uma lei que o rege. Quem não respeita as leis da natureza sofre penalidades;

3.     Há mediação. O princípio da mediação pode ser visto por toda a natureza. Um elemento ou um agente serve a outros e alguma outra parte;

4.     Há responsabilidade. Em todo o mundo, cada um é responsável por algo, bem como pelas ações que toma;

5.     Há um mistério. Ao longo de toda a natureza, há pontos obscuros que a ciência não consegue explicar;

6.     Há uma moral. Na natureza podemos ver senso de:

a.     Dependência (Jó 38.39-41);

b.     Reverência. As espécimes mais fracas respeitam as mais fortes;

c.      Contrição. A natureza geme e está com dores de parto até agora (Rm 8.19-22).

d.     Louvor. Céus e terra louvam o Criador: “Todas as tuas obras te louvarão, ó SENHOR, e os teus santos te bendirão.” (Sl 145.10).

7.     Há várias invenções (ou expressões de arte, se preferir):

a.     Imprensa: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” (Rm 1.20).

b.     Pintura: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.” (Sl 19.1).

c.      Música: por exemplo, o canto dos pássaros.

d.     Governo: na maioria dos enxames, há um líder.

e.     Ensino: “Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite.” (Salmos 19.2).

 

O Eterno usa a natureza para ajudar Israel:

 

        “E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo.” (Zc 14.4,5).

 

Ou seja, primeiro os israelitas fogem para o deserto. Ali o Eterno entra em contenda com eles através de Ha-Satan e sua besta. Urge salientar que o Eterno disse que faria com eles tal como se deu na época do Egito.

Por causa de uma fome que houve na terra de Canaã, eles tiveram que fugir para o Egito. Ali o Eterno entrou em contenda com eles através de faraó, até que eles resolveram clamar a Ele (Êx 2.23). O Eterno, então, usa Moisés para libertá-los. Quando o exército de faraó persegue Israel, o Eterno usa Moisés para abrir o Mar Vermelho e eles passam pelo “vale” formando entre as duas montanhas de águas (Êx 14.22). Após Israel passar, o mar sepulta todos os egípcios (Êx 15.4,5).

Agora a história irá se repetir. Ha-Satan conduzirá o anticristo a quebrar sua aliança com Israel. Os israelitas finalmente enxergarão o erro que cometeram ao eleger o anticristo como rei deles. Começar-se-á, então, uma perseguição a este remanescente.

Israel fugirá para o deserto. Para agilizar sua fuga, o Eterno usará as asas da grande águia (Grande Babilônia), ou seja, usará pessoas para facilitar a fuga deles (como se estivesse se cumprindo a promessa de Isaías 60.4,9; 66.20), a saber, as ovelhas de (Mateus 25.34-46 – não israelitas que enxergarão a verdade apenas quando o anticristo se proclamar deus – 2Ts 2.4).

Jesus, no Monte das Oliveiras, promoverá a divisão do monte em duas partes (Zc 14.4). Após o remanescente ter passado pelo vale que se formou (Zc 14.5), o Monte das Oliveiras, então, sepultará todo o exército do anticristo.

Ha-Satan, indignado pelo fato de Jesus ter enviado um terremoto a fim de que o Monte das Oliveiras se dividisse ao meio e permitisse Israel escapar, resolve perseguir todos os que são Dele.

 

        “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.” (Ap 12.17).

 

Dá-se início a uma perseguição maciça a todos os que creem em Jesus.

Em face deste trecho, fica claro que todo o episódio de Apocalipse 12 serve de ilustração para a destruição de Jerusalém que ocorreu em 70 D.C. Daí a semelhança ao se relatar a destruição ocorrida em 70 D.C. (Lc 21.20-24) e a que ocorrerá em breve por meio do messias eleito pela maioria dos israelitas (o anticristo - Mt 24.15-22).

Os que creem são caracterizados por duas coisas:

        Guardam os mandamentos do Eterno, a saber:

o   “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (João 13.34,35).

        Têm o testemunho de Jesus Cristo, ou seja, o Espírito Santo:

o   “Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade.” (1Jo 5.6)

o   “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” (Ap 19.10).

 

Vem a questão: como Ha-Satan veio descer para a terra?

 

        “E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos;” (Ap 12.7).

 

Nós podemos encontrar, no Testamento da Lei, referências de guerra espiritual:

 

        “Tu dividiste o mar pela tua força; quebrantaste as cabeças das baleias nas águas. Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto.” (Sl 74.13,14).

        “Naquele dia o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão, que está no mar.” (Is 27.1).

        “Desperta, desperta, veste-te de força, ó braço do SENHOR; desperta como nos dias passados, como nas gerações antigas. Não és tu aquele que cortou em pedaços a Raabe, o que feriu ao chacal?” (Is 51.9).

 

Também é bom observarmos que o nome Miguel significa “quem é como o Eterno?”, um contraste ao clamor do povão sem Jesus:

 

        “E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?” (Ap 13.4).

Muitos, equivocadamente, pensam que Miguel é Jesus porque ele tem seus anjos. Ora, mas Ha-Satan também não tem os seus anjos (Ap 12.7)? Então porque Miguel não pode ter?

Além disto, esta é uma batalha entre seres iguais. Não teria sentido Jesus batalhar com o dragão, visto que Ele é o Deus Todo-Poderoso e, deste modo, não possui adversário páreo. Nada nem ninguém é ameaça a Ele. Tudo e todos está sujeito a Ele (Sl 24.1).

Por outro lado, uma batalha entre dois chefes angélicos, isto sim faz sentido.

Vem a questão: se o céu é um paraíso, lugar de paz, como é possível que haja guerra ali? Você já pensou que confusão seria se, ao morrermos, todos nós fôssemos para o lugar onde estão os anjos? De um lado, Ha-Satan e seus demônios acusando os seguidores de Cristo. De um outro, Jesus justificando a Igreja diante dos Seus anjos. E no meio disto, todos os salvos estariam participando deste debate e lembrando de tudo que aconteceu. No final, todos estariam desassossegados como as almas de Ap 6.9-11.

No entanto, no terceiro céu estão apenas os anjos. À direita do Eterno estão Seus anjos e à esquerda, Ha-Satan e os seus demônios (ver 1Rs 22.19). Note como Ha-Satan acusa os seguidores do Eterno dia e noite (Ap 12.11), o que pode ser visto em Jó (Jó 1.6-11; 2.1-6) e na visão de Zacarias (onde Ha-Satan aparece à direita do sumo-sacerdote Josué para se lhe opor, já que ele também anda em nosso derredor - Zc 3.1,2; 1Pe 5.8,9).

Sem contar a luta entre Miguel e Ha-Satan pelo corpo de Moisés:

 

        “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.” (Jd 9).

 

Não é em vão que Paulo disse: nossa luta é contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais (Ef 6.12). Para você estar certo de que o que acontece no mundo espiritual afeta a nossa vida, veja isto:

 

        “Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.” (Dn 10.12,13).

 

Note que, embora a resposta do Eterno foi enviada a Daniel tão logo ele orou, ele só foi receber a resposta após vinte e um dias porque um demônio estava impedindo o anjo de chegar com a resposta.

Vem a questão: como é a batalha entre anjos e demônios? Muitos acham que é física: de um lado, os anjos com as espadas de fogo desembainhadas, do outro Ha-Satan e seus demônios com tridentes.

Não! Toda a batalha espiritual tem a ver com o modo correto de se adorar ao Eterno e fazer o que Lhe agrada. Quando Ha-Satan e seus demônios se rebelaram, duas coisas foram por ele questionadas:

 

1.     O motivo de o Eterno ser o líder. Para eles, era possível algo funcionar sem estar vinculado ao Eterno;

2.     O motivo de tudo ter que ser fundamentado na Escritura Sagrada. Para eles, é possível algo dar certo sem seguir os princípios da Escritura Sagrada.

 

O mundo, então, foi criado para que, através da Sua Igreja, o Eterno pudesse fazer conhecida Sua multiforme sabedoria e graça:

 

        “Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens.” (1Co 4.9).

        “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,” (Ef 3.8-10).

        “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hb 12.1,2).

 

Tanto é assim que os anjos desejam ardentemente atentar para o que o Eterno manifesta através de Sua Igreja:

 

        “Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar.” (1Pe 1.10-12).

 

Aliás, é para isto que o anjo do Eterno se acampa ao redor dos que os temem e os livra (Sl 34.7).

Enfim, o Eterno usa Sua Igreja para Se revelar a todo o mundo espiritual. Quando, enfim, não restar mais dúvida quanto à perfeição do Eterno e Sua Palavra, não haverá mais lugar para Ha-Satan e seus demônios no céu.

 

        “Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.” (Ap 12.8).

 

Ou seja, quando a pessoa realmente fica convicta de tudo que Jesus é, não há mais espaço para as acusações de Ha-Satan e seus anjos. Não é em vão que a Igreja será arrebatada após o evangelho do reino do Eterno ter sido pregado em todo o mundo para testemunho a todas as nações (Mt 24.14). A Noiva é arrebatada quando tudo que o Eterno tinha para mostrar de Si através dela (ver Ez 16.14) se cumprir. Uma vez que a Noiva estiver completamente vestida com a justiça de Jesus (que Ele operou através de Seus santos – Fp 2.12,13; Ap 19.8), ela poderá ocupar seu lugar no céu.

A partir de então, o único lugar que restará para Ha-Satan será a terra e o mar (Ap 12.12). Inclusive, note que é dito que Ha-Satan desceu até eles. Logo, embora Miguel com seus anjos tenham literalmente expulsado Ha-Satan do céu, ele próprio já tinha decidido sair dali após saber que seria obrigado a ver toda a perfeição do amor de Jesus na Noiva. Era extremamente doloroso para ele ficar ali vendo isto, ainda mais percebendo que a perfeição de Jesus e Sua Palavra foi enxergada por todos os anjos, de modo a não haver mais lugar para dúvidas no coração deles.

Aliás, a cada vez que o Reino do Eterno é manifesto na vida de alguém, Ha-Satan cai, visto que seu emprego de promotor contra o Eterno não tem mais lugar (associe Lc 10.9 com Lc 10.18) (muitos consideram Jesus como juiz iníquo - Lc 18.7,8). Afinal, no que muitos vão ao Eterno se achando no direito de receber algo, elas estão acusando-O de juiz iníquo (ainda mais considerando a aparente desvantagem entre Seus filhos e os filhos das trevas - ver Mt 10.16).

Uma vez que a base de acusação de Ha-Satan caiu por terra, ele é expulso a fim de dar lugar para a Igreja que, logo será arrebatada (3 dias e meio após a primeira metade da 70ª semana).

Ele, então, fica preso à terra:

 

        “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” (Ap 12.9).

 

A ideia era mostrar para João e todos os atribulados que, quem oferece riqueza e prosperidade neste mundo, é o “deus do deserto”, a saber, Ha-Satan (note ele oferecendo o mundo inteiro a Jesus – Matt 4.8,9). Jesus promete o Reino dos Céus (Matt 6.19-21) e a vida eterna (que é Ele próprio – Jo 17. 3).

Logo, quando vamos a alguém, temos que estar disposto a receber o que o Eterno quer nos dar através da pessoa, e não o que esperamos dela. A verdadeira oração é aquela que parte de algo que existe dentro de nós. Se a pessoa não tem parte em nós, então nossa oração efeito algum surtirá.

Enfim, as lutas não são prova do abandono do Eterno, mas sim de Sua aprovação. Todo esforço de Ha-Satan é de levar as pessoas a se distanciarem do Criador (por exemplo, levando-os a ficar no ápice deste mundo - em contraste com Lc 16.15). Quando Paulo diz que o Eterno quer fazer de nós astros no mundo (Fp 2.14,15), a forma de isto acontecer é vencendo o mundo com a fé (1Jo 5.3), ou seja, renunciando a vida para que Jesus viva em nós (2Co 4.10,11; Gl 2.20). Não é ficando fixo lá no céu em evidência como uma pipa cuja corda não foi cortada. Antes, é ficando livre para a ação do Espírito Santo (Jo 3.8), de modo que Ele possa nos levar para onde Ele deseja.

Assim como a serpente, no Éden, perdeu pés e asas, Ha-Satan perderá o acesso definitivo às regiões celestiais. Observe que Ha-Satan é apresentado como grande dragão, antiga serpente, diabo e satanás. O que isto significa?

 

·        grande dragão ->

 

·        “Naquele dia o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão, que está no mar.” (Isaías 27.1).

·        “Fala, e dize: Assim diz o Senhor DEUS: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim.” (Ezequiel 29.3).

·        ”Filho do homem, levanta uma lamentação sobre Faraó, rei do Egito, e dize-lhe: Semelhante eras a um filho de leão entre as nações, e tu foste como um dragão nos mares, e ferias os teus rios, e turbavas as águas com os teus pés, e sujavas os teus rios.” (Ezequiel 32:2 – ARA2).

 

Note como o dragão está sempre relacionado com aquele que tem domínio sobre as águas, como se elas fossem suas, podendo fazer com elas o que bem quisesse: por exemplo feri-las e sujá-las.

 

·        “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar.” (Ap 12.17 – ARA2).

 

Como dragão, Ha-Satan tenta fazer os indivíduos pensarem que são justos e sempre estão certos. Ele é aquele que suja o ser humano com toda sorte de desejos e vícios a fim de poder usá-los para pelejar contra todos que se lhes opõem.

Dragão é símbolo de todo o poder que é possível ser conquistado através daquilo que existe neste mundo e que, aparentemente, nos permite manter tudo e todos sob controle. Ainda que isto signifique transformar líderes e povo (eles fazem imagem da besta – Ap 13.14) em bestas irracionais (2Pe 2.12; Jd 10);

 

·        antiga serpente -> Ha-Satan é aquele que usa a astúcia deste mundo (Gn 3.1; 1Co 3.18-20) para deixarem as pessoas loucas, de modo que elas venham a interpretar a Escritura Sagrada com conceitos e valores errados e, assim, buscarem sabedoria e sucesso neste mundo;

 

É bem verdade que ele é chamado “pai da mentira” e “homicida” desde o princípio (Jo 8.44). No entanto, note que ele não matou ninguém no Éden e nem mesmo mentiu no sentido de dar informação errada (Gn 3.4,5). Analise com calma tudo que ele falou e você verá que tudo que ele disse era certo.

O problema com as afirmações de Ha-Satan é que elas não estão fundamentadas em Cristo (que é a Verdade é a Vida – João 14.6). Embora tudo possa funcionar, fisicamente falando, isto não produz nenhum resultado espiritual. Não constrói o caráter de ninguém por dentro, visto que isto só acontece a partir do momento que indivíduos são integrados diretamente ao nosso coração por meio de Jesus e Sua Palavra.

Assim como o Eterno, por ser espírito, só pode ser adorado em espírito (vida) e em verdade (Jo 4.24), nosso espírito (vida) só pode ser construído com o espírito de outros indivíduos vivendo em nós por meio do Espírito Santo e Sua Palavra.

Em outras palavras, qualquer informação correta que não tiver a ver com Jesus e a obra que Ele tem para nós, é estéril (sem vida) e falso (sempre alvo de contradições, questionamentos e desequilíbrio: só beneficia um lado).

 

·        diabo -> Ha-Satan é aquele que se empenha pela “justiça”, mas do ponto de vista do mundo.

 

Como diabo, Ha-Satan é o acusador que acusa os indivíduos de dia e de noite na presença do Eterno (Ap 12.10). Vem a questão: como Ha-Satan acusa alguém dia e noite, sendo que ele não é onipresente e onisciente? Ele tem mais o que fazer.

Embora ele use seus demônios, existe uma forma mais eficaz de ele fazer isto: semeando ódio no coração dos indivíduos. Neste caso quando tal indivíduo for orar, ele irá falar mal dele para o Eterno e pedir-Lhe vingança (sob o rótulo de justiça).

Mais ainda: considerando quando alguém mente para a Igreja do Eterno está, na verdade, mentindo ao Espírito Santo (At 5.3,9), logo quando alguém fala mal do irmão para outrem, está, na verdade, acusando o indivíduo diante do Eterno.

Além disto, ele fica o tempo todo questionando a eficácia de Jesus e de Sua Palavra tomando como base o comportamento de Sua Igreja (Jó 1.6-12; 2.1-7), bem como aquilo que sofremos. Em outras palavras, Ha-Satan fica acusando o próprio Eterno de ser tirano, intransigente, injusto, mesquinho e apático com base no comportamento de uns para com os outros.

 

·        satanás -> adversário, ou seja, aquele que leva as pessoas a buscarem em Cristo apenas nas coisas deste mundo (Mt 16.24).

 

Note o que Jesus disse a Pedro: “... para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” (Mt 16.23). Ou seja, todo aquele que prega o evangelho com foco na prosperidade deste mundo está transformando os indivíduos nas mais miseráveis das criaturas (ver 1Co 15.19).

Para isto ele deforma o caráter do Criador para induzir as pessoas a associarem o sucesso neste mundo com a aprovação do Eterno. Ha-Satan usa até a boa vontade de muitos para levá-los a buscarem fazer deste um mundo melhor.

 

·        Aquele que engana todo o mundo (Jo 8.44). Ou seja, aquele que leva as pessoas a buscarem, na sabedoria deste mundo, a solução dos seus problemas. Embora muitas vezes tal conhecimento funcione, só traz benefício nesta vida e apenas exteriormente.

 

Como você pode ver, o papel de Ha-Satan é enganar todo o mundo, das mais diversas formas. Felizmente, com a expulsão de Ha-Satan do céu, algo maravilhoso acontece:

 

        “Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.” (Ap 12.10 – ARA2).

 

Chegou:

 

 

        A salvação. Ora, mas todos nós não nos tornamos salvos ao crer em Jesus (ver Jo 5.24; Cl 3.1-3)? Sim, mas a salvação só se completa quando recebermos o corpo glorificado. Apenas com a Verdade confirmada é que será possível a expulsão de Ha-Satan para que a Igreja possa ocupar o lugar destinado a ela.

O que importa não era a salvação conquistada no mundo (que se traduz em estabelecer leis para obrigar as pessoas a fazerem o certo, de modo que cada um possa estar cercado apenas de coisas e circunstâncias agradáveis). A verdadeira salvação vem de Jesus, a qual consiste em deixarmos o Eterno usar nossa vida para que as pessoas venham a ser salvas do pecado.

Pense em como o ser humano se tornou complicado: os animais, mesmo sem trabalhar, acabam tendo aquilo de que necessitam para viver. Apesar de toda a ganância do ser humano, eles têm conseguido sobreviver até os dias de hoje. Já o ser humano, que dificuldade tem em obter o alimento!

        A força (poder). Ora, quer dizer que, antes, o Eterno não tinha força? Tinha. Só que tal força nem sempre era vista na Igreja. Pelo contrário: era enorme a quantidade de irmãos em Cristo que pecavam e falhavam como coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15). Agora, com a Igreja arrebatada, o Eterno pode enviar Suas taças de ira e mostrar a diferença entre quem serve a Ele e quem não o serve (Ml 3.18).

A verdadeira fonte de força de Jesus não é o que podemos conquistar aqui a partir dos recursos que há neste mundo, mas aquilo que é possível ser conquistado interiormente em decorrência da virtude do Eterno atuando em nós;

        O Reino do nosso Deus. Em contraste com o reino deste mundo. Ou seja, quando Jesus diz para buscarmos o Reino de Deus e Sua justiça, está dizendo para buscarmos o lugar em que Jesus reina absoluto, a saber, onde estão os Seus súditos cuja justiça não está firmada em leis para garantir direitos neste mundo (como supostamente ordena os dez mandamentos), mas sim leis que deem condições para Jesus advogar nossa causa (1Jo 2.1,2), ou seja, nos conceder aquilo que Ele conquistou para nós na cruz (para preencher nosso interior).

Embora o Eterno seja sempre o Rei dos reis, a impressão que se tem é que quem reina sobre a Igreja é Ha-Satan com seu sistema maldito (ver Hb 2.8). No entanto, a partir do arrebatamento, o mundo com seus estratagemas não afetam mais a Igreja. O Reino do Eterno é claramente visto sobre Sua Igreja.

Sem contar que, a partir deste momento, dar-se-ia a intervenção direta de Jesus neste mundo (através das taças) até que Seu reino fosse estabelecido e confirmado para sempre.

        A autoridade do Seu Cristo. Ainda que toda autoridade tenha sido dada a Jesus no céu e na terra desde Sua ascensão (Mt 28.18), esta autoridade só passa a ser enxergada de modo mais visível a partir da expulsão de Ha-Satan.

A partir de então, não há mais dúvidas de que é impossível este mundo ser bem sucedido, a menos que Jesus reine em pessoa (em contraste com o pedido dos judeus em Lc 19.14 e com a autoridade do dragão – Ap 13.2).

 

Vem a questão: por que tudo isto chegou? Porque o acusador foi expulso. E porque ele foi expulso? Porque, agora, de posse de toda a revelação do Eterno, não há mais ocasião para Ha-Satan tentar os anjos. Não há mais brecha para acusação.

 

        “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.” (Ap 12.11).

 

Qual a natureza de tal peleja? Com certeza não é física, já que Miguel sequer ousava proferir juízo contra Ha-Satan (Jd 9). Trata-se de uma guerra espiritual (no entendimento, em cima dos conceitos e valores da Escritura Sagrada – ver 2Co 10.3-6).

Vem a questão: por que o dragão e seus anjos não conseguiram prevalecer?

 

        “Ouvi uma grande voz no céu dizendo: Agora é vinda a salvação e o poder e o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que os acusava de dia e de noite diante do nosso Deus. Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte. Por isso exultai, ó céus, e vós que neles habitais; ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo cheio de grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.” (Ap 12.10-12).

 

Simples: porque os fiéis em Jesus conseguiram prevalecer contra o dragão e seus anjos (note como estes demônios eram anjos antigamente). A vitória celestial está condicionada àquilo que Jesus faz aqui na terra por meio dos Seus.

Ou seja, é a vitória dos fiéis em Cristo que enche o céu de alegria (ver Lc 15.7,10; Ap 12.12) e dá condições para que Miguel e seus anjos vencerem e expulsarem Ha-Satan que os acusa de dia e de noite diante do Criador (Ap 12.10).

Os membros da Igreja vencerão porque deixarão Cristo viver Sua vida neles e, assim, proclamarão salvação a todo o mundo pagão (ainda que isto custasse a vida deles). Os anjos, por sua vez, vencerão justamente pelo fato de a Igreja ter vencido.

Mas, o que fez com que a Igreja vencesse?

 

        Base: não amar a própria vida. Não amaram suas vidas neste mundo, mas entenderão que estarão neste mundo tão somente para confirmar a Palavra do Eterno e manifestar Sua glória por onde quer que o Eterno os conduza. O prazer deles era que o maior número de indivíduos pudesse ver, ao vivo, Jesus mostrar a todos Sua salvação (Sl 35.9; 78.22; Is 25.9).

        Meio: o sangue de Cristo; Eles vencerão em virtude de permitirem que Jesus viva Sua vida sacrificial neles (ver 1Pe 5.8,9). Criam em Jesus crucificado (1Co 2.1,2).

        Instrumento: o testemunho de Jesus é o Espírito Santo (Ap 19.10) que confirma a Palavra de Cristo (Jo 16.13,14). É o Espírito Santo cumprindo em nós a Palavra do Eterno que nos leva a vencer o mundo (1Jo 5.4). A palavra do testemunho deles é a espada do Espírito, que é a palavra que sai da boca do Eterno.

 

        “Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” (Ap 12.12).

 

Quando Ha-Satan for expulso, tanto o céu quanto todos os que nele habitam (os anjos) não precisarão mais ficar ouvindo as intrigas de Ha-Satan e seus seguidores. O fim de toda dúvida quanto a Cristo e Sua Palavra é motivo de extrema alegria.

Por outro lado, para quem estiver no mar (império gentílico) e na terra (império de Israel) virá grande tribulação, já que Ha-Satan e seus demônios foram condenados a viver no mesmo espaço que eles. Para Israel, porém, haverá socorro para o remanescente (aquele que for achado inscrito no livro da vida):

 

·        “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.” (Dn 12.1).

 

O mesmo Miguel que lutou contra Ha-Satan, se levantará em favor do povo de Israel. É quando, então, acontecem os livramentos descritos em Apocalipse 12.13-17.

 

 

 

 

 

 

 

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