quinta-feira, 22 de novembro de 2012

31 - SALVAÇÃO: O QUE É E COMO CONSEGUI-LA? (Parte 2)



3.13 – MAS, O QUE É LIBERDADE? O QUE ELA SIGNIFICA PARA NÓS?

Talvez você diga: “se é para ir para o inferno, então eu preferia nunca ter existido”.
Se você não tivesse existido, também nunca experimentaria o que é bom. Nunca iria para o céu, nem experimentaria a liberdade.
Mas, o que é liberdade?
Em nossa mente, liberdade é sinônimo de experimentar aquilo que queremos. Tente imaginar o mundo existindo sem ti. Você não sofre com os que sofrem, mas também não se alegra com os que se alegram. Seria liberdade o isolamento absoluto de todo e qualquer sentimento e emoção? Seria o estado de coma total, uma liberdade? Em outras palavras, liberdade é viver longe de toda forma de mal, se mantendo alheio a esta realidade, sem se importar que, infelizmente, muitos são vítimas dela? Além disto, o mal se manifesta no mundo porque, antes de tudo, ele existe dentro de cada coração. Muitos, inclusive, desejam, com tanta veemência, a manter o mal afastado de si, que são capazes de tudo para conservar à distância os seus agentes ou dominá-los, caso os serviços deles se façam necessários.  
Como, porém, você pode dizer que é livre do mal, se o mesmo tem tanta influência na tua vida, a ponto de determinar o teu comportamento?
Liberdade é a capacidade de, voluntariamente, sofrer com os que sofrem e se alegrar com os que se alegram. É o prazer de viver a dor do próximo, mesmo quando ele, neste estado, se volte contra nós, muitas vezes. Tal pessoa não é ingrata contra Deus quando Ele, querendo mostrar o poder do Seu amor, permite certas situações em sua vida.
Na verdade, o que leva alguém a se rebelar contra outrem (e contra Deus também, já que foi Ele quem o criou – Tg 4.11), é o egoísmo, que leva pessoa a se sentir vítima e injustiçada, por ser privada daquilo que, supostamente, acabará com o desconforto que tomou conta da sua alma, quando decidiu se afastar de Deus.
Infelizmente temos a tendência de nos prendermos a um determinado tipo de solução, como se fosse a única forma de se resolver o problema. Entretanto, ao invés de pensarmos em leis (no que é certo ou errado), temos que pensar na graça, pois a solução de um problema, sem Jesus, sempre acarreta em pecado. Por outro lado, quando Deus opera, além da solução imaculada, ainda por cima adquirimos mais um testemunho da operação de Deus na nossa vida.
Você pode pensar: “mas que importância tem isto?”. A pessoa teme aquilo que não pode controlar, o que a leva a destruir tal coisa. Inclusive, é por isto muitos não querem Jesus: porque não aceitam a ideia de ter outra pessoa controlando sua vida. Por outro lado, se a pessoa experimentar Deus, ao seu lado, lhe ajudando, ela não irá temer os males e será capaz de viver uma vida simples, longe de tudo que possa ficar grudado nela e, assim, mantê-la separada das pessoas e negligente à missão que Deus lhe deu.
Os que dizem ter aceitado a Cristo estão, na verdade, firmados em si mesmos. Buscam em Cristo apenas aquilo que os permite manter firmes em si mesmos, quando, na verdade, Deus promoveu tal desconforto justamente para acabar com todo controle que poderíamos ter. Jesus tem que ser a pedra angular.
Liberdade não é autorização para fazermos o mal, mas a capacitação de Deus para o bem (daí Jesus se entregar na cruz para que a justiça da lei se cumprisse em nós – Rm 8.1-4). Logo, a verdadeira liberdade tem haver com pessoas. Como ser bom, paciente, temperante, etc., sozinho? É impossível falar em liberdade quando se está só (ver Pv 18.1,2). Aliás, esta é uma prisão na qual são colocados todos os que se impossibilitaram de manterem qualquer contato social.
Como podemos dizer que somos livres se não conseguimos manter contato permanente, nem mesmo com o cônjuge e filhos? Se não somos livres para servir (Mt 20.28), então é sinal de que o amor ainda não conseguiu achar espaço em nós para nos deixar livres.
Para você entender em quê consiste a liberdade, pense em:
·         Rute deixou seu país, parentes, amigos, etc., só para seguir a Noemi e ao seu Deus (Rt 1.16,17);
·         como a samaritana, quando realmente enxergou quem era Jesus, logo largou de lado todo preconceito, discussão teológica e até mesmo a corda e o balde que usava para tirar água do poço (Jo 4.28), só para anunciar a toda a cidade quem era Jesus. Era uma alegria tão grande que nada mais importava;
·         Mateus largou imediatamente seu belo emprego só para seguir Jesus (Mt 9.9);
·         Zaqueu se dispôs a restituir quadruplicado tudo que roubou e dar metade dos bens aos pobres (Lc 19.8);
·         Tiago e João largaram imediatamente as redes para seguir Jesus (Mc 1.17-20).

Isto é a verdadeira salvação. O fim de tudo aquilo que prende a pessoa a este mundo e que faz dela alguém completamente amarga, egoísta, solitária e inútil para toda boa obra.

4 – A ELEIÇÃO DE DEUS

4.1 – EM QUÊ CONSISTE A ESCOLHA DE DEUS?

Jesus nos escolheu do mundo, ou seja, nos tirou do mundo para uso exclusivo Seu. Logo, não são as pessoas que escolhem Jesus porque Ele lhes é conveniente, mas sim Jesus quem as escolhe (tira do mundo) para aquilo que é conveniente.

4.2 – COMO, ENTÃO, SE DÁ A ELEIÇÃO? O QUÊ FAZER PARA SER ELEITO?

·         “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.” (1Pe 1.2);

Com base neste versículo, podemos ver que Deus nos elege:

a)     Segundo Sua presciência -> conforme aquilo que Ele, de antemão, sabe que será bom para nós;
b)    Em santificação do Espírito Santo -> dentro do processo de santificação promovido pelo Espírito Santo, ou seja, a eleição também não é estática. Podemos pensar na eleição como algo semelhante ao que acontece quando os candidatos estão tentando ganhar votos, com uma diferença: ao invés de sermos nós a nos esforçarmos para sermos aceitos por Deus, é o Espírito Santo quem se esforça para que possamos ser aceitáveis a Ele (At 10.35; Rm 15.16). Afinal, Deus nos escolhe, não por aquilo que podemos fazer, mas sim por aquilo que Ele tem condição de fazer em nós e através de nós. Ele escolhe aqueles que Ele em que há espaço para Ele mostrar Sua glória ao mundo (Is 11.9; Hc 2.14);
c)     Para a obediência -> para que possamos nos submeter à Sua força ou influência. Ele escolhe aqueles que têm o coração perfeito (que depende Dele para tudo, como uma criança – 2Cr 16.9; Mc 10.14) a fim de que Ele tenha condições mostrar a Sua força.
d)    Para a aspersão do sangue de Cristo -> o sangue era aspergido sobre o altar do incenso (Lv 4.6,17; 16.19), o altar do holocausto (Lv 5.9; 7.2) e sobre o propiciatório (Lv 16.14). Deus nos elege para que possamos receber, na nossa vida, as marcas de Cristo (Gl 6.17), ou seja, para que possamos receber, em nós, a vida necessária para que os pecadores venham a ser libertos, por Cristo, dos seus pecados (ver Jo 6.51-57). Note como não é o sangue do pecador que recebemos, mas sim o de Cristo, o qual nos irá capacitar ao perdão, a saber, para libertar a pessoa do pecado que tirava qualquer possibilidade da pessoa de se relacionar com as pessoas com base na Sua Palavra.

4.3 – TEM COMO SABER SE SOMOS ELEITOS?

É possível saber se estamos salvos. Para tanto, basta verificar se todos os versículos abaixo se cumprem na nossa vida:

·         “Vós, porém, não estais sujeitos à carne, mas ao Espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós. Mas se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse não é dele.” (Rm 8.9);
·         “O Espírito mesmo dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus.” (Rm 8.16);
·         “Aquele que diz estar na luz, e aborrece a seu irmão, até agora está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão, permanece na luz, e não há nele motivo de tropeço; mas aquele que aborrece a seu irmão, anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.” (1Jo 2.9-11)
·         “Todo o que nega o Filho, não tem o Pai; quem confessa o Filho, tem também o Pai.” (1Jo 2.23);
·         “Se souberdes que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça, é nascido dele.” (1Jo 2.29);
·         “Filhinhos, ninguém vos desencaminhe; quem pratica a justiça, é justo, como ele é justo; quem comete pecado é do Diabo, porque o Diabo peca desde o princípio. Para destruir as obras do Diabo é que o Filho de Deus se manifestou. Quem é nascido de Deus, não comete pecado, porque a semente de Deus permanece nele; e ele não pode pecar, porque é nascido de Deus. Os filhos de Deus e os filhos do Diabo nisto são manifestos: todo aquele que não pratica a justiça, não é de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.” (1Jo 3.7-10).
·         “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama, permanece na morte.” (1Jo 3.14).
·         “Quem guarda os seus mandamentos, permanece em Deus, e Deus nele; e nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu.” (1Jo 3.24);
·         “Conhecemos que permanecemos nele e ele em nós, por ele nos ter dado do seu Espírito.” (1Jo 4.13);
·         “Todo aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. Nós temos conhecido e crido o amor que Deus tem em nós. Deus é amor; aquele que permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele.” (1Jo 4.15,16);
·         “Todo o que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo o que ama ao que gerou, ama também ao que dele tem sido gerado.” (1Jo 5.1,2);
·         “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus, não peca; pelo contrário aquele que nasceu de Deus, guarda-o, e o maligno não o segura.” (1Jo 5.18).

Entretanto, com relação à eleição, ela depende de aceitarmos ou não o trabalhar de Deus em nós. É Deus quem elege e opera em nós tanto o querer como o efetuar, de acordo com a Sua boa vontade (Fp 2.12,13), mas somos nós quem vamos decidir se deixamos Ele nos salvar e nos capacitar para uso Seu ou ou se vamos ignorar Deus e Seu amor por nós (Jo 3.16), seja tentando salvar a nós mesmos ou preferindo brincar com Suas criaturas.

4.4 – MESMO QUE O HOMEM TIVESSE LIVRE ARBÍTRIO E ESCOLHESSE ACEITAR JESUS, TAL ESCOLHA SERIA MALIGNA

Aqueles que tentam se esforçar (tomando o reino de Deus com violência – Mt 11.12; Lc 16.16) para entrar no reino de Deus, pode ter certeza de que, em seguida, irão se apoderar dele com violência (através da religião). Por isto é que, aquele que entrou na sala do banquete sem a veste nupcial, foi lançado nas trevas exteriores (Mt 22.12,13). Ele achou que poderia entrar no céu com sua justiça própria (ver Is 64.6; Zc 3.2,3; Rm 10.3), ao invés dos atos da justiça de Jesus na vida dos Seus santos (At 19.8). A maldade no coração dele era tão grande que, mesmo o rei tendo estendido sua amizade a ele, ainda assim a vergonha o emudeceu (Mt 22.12).
Pode ter certeza de que é impossível que a salvação dependa da escolha ou aceitação do homem. Mesmo que fosse possível ele escolher algo bom (o que não é - Jr 17.5,9; Pv 14.12; Is 59.7,8; Sl 14.3; 53.3; Lc 18.19), ainda assim o faria pensando em seus interesses.
            Por que você acha que Jesus escolheu justamente as crianças, os menos sábios, poderosos e nobres, bem como as “coisas” loucas, fracas, vis, desprezíveis e que não são (isto de acordo com o ponto de vista do mundo – 1Co 1.26-29) para serem herdeiras do Reino de Deus (Mt 5.3; Tg 2.5)?
    Para que ficasse evidente que a salvação não depende da pessoa, mas de Deus. É Ele quem salva, e não a pessoa a si mesma;
    Para que não houvesse risco da pessoa querer, como o diabo, se sobressair sobre os demais e, com isto, arrastar muitos para a perdição.

4.5 – COMO É POSSÍVEL ALGUÉM PECAR, JÁ QUE TODOS SÃO CRIADOS POR DEUS? SERÁ QUE ELE CRIA ALGUÉM MAU?

·         “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.” (Ec 7.29).
·         “... O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas.” (Is 5.1,2).

Deus criou todos à Sua imagem, conforme a Sua semelhança (Gn 1.26). Por isto o ser humano era perfeito, ou seja, com todas as qualidades concebíveis: porque Seu Espírito habitava permanentemente nele, dando-lhe o verdadeiro caráter, bem como a visão correta no pensar e sentir.
Infelizmente o ser humano quis “liberdade” para tentar resolver as coisas com base apenas nos conceitos, valores e recursos deste mundo (Gn 2.17; Tg 4.4; 1Jo 2.15-17), o que o tornou impossibilitado de permanecer no conselho de Deus (Jr 23.18,22), fazendo aquilo que Ele queria. Decidiu tentar fazer as coisas do seu jeito, por si mesmo. Resultado: foi se afastando de Deus, até se esquecer Dele e ficar encarcerado debaixo da desobediência:

“Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Rm 11.32).

Tornaram-se incapazes de compreender o privilégio que é estar debaixo da força ou influência de Deus, a saber, a possibilidade de ter o interior trabalhado pela Palavra viva Dele. Como consequência, todos pecaram e ficaram destituídos da glória de Deus (Rm 3.23).
A partir daí, bondade passou a ser interpretada como fazer coisas boas para a carne ou para o ego da pessoa. Deu-se início a um esforço para fazer boas obras, com base naquilo que Deus diz ser bom ou ruim, mas dentro do ponto de vida deste mundo. Com isto, perderam a sensibilidade (Ef 4.17-19) de perceberem o quão inútil é conservar nossa carne longe dos inimigos, uma vez que esta, no final, irá apodrecer (Gl 6.7,8) e dar bicho (Êx 16.24). E o pior: se tornaram cegos para o real significado de cada mandamento e, deste modo, incapazes de agradar o Criador (Rm 8.5-8).
Entretanto, isto é para nos ensinar que, mesmo a pessoa se esforçando para seguir tudo que Deus ordena, se não estiver debaixo da Sua autoridade e poder (influência e força), tal pessoa acabará contra Jesus (Mt 12.30), completamente rebelde.
Inclusive, já pensou por que Deus permitiu que as coisas deste mundo fossem facilmente perecíveis? Para que nunca nos cansássemos do Bem em pessoa (Gl 6.9), mas estivéssemos sempre prontos para o Mesmo (Pv 3.27). Aliás, é justamente porque não estamos pré-dispostos a usarmos de bondade para com as pessoas, que tanta questão fazemos dos bens materiais: a fim de minimizar, ao extremo, o contato com aqueles que julgamos não ser dignos de nós e daquilo que temos para oferecer.
Veja que o importante não é fazer o bem, mas sim ter o Bem dentro de nós. Afinal, é só o homem se afastar de Jesus e logo, logo, ele peca. Observe como Adão e Eva pecaram justamente quando ficaram sós (se Deus veio para encontrá-los na viração do dia, é porque Ele não estava presente – Gn 3.8).

4.6 – SE O QUE DEFINE A SALVAÇÃO É A PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE DEUS, ENTÃO POR QUE DEUS NÃO FICA PERTO DE TODOS O TEMPO TODO (VER Gn 3.8)?

Em primeiro lugar: Deus não é onipresente? Como, então, é possível alguém estar longe de Deus (veja Sl 139.7-12)? O que define a ausência de Deus é o Seu silêncio. Quando não ouvimos Sua voz, é como se Ele estivesse ausente (Gn 3.10). Somos “obrigados” a agir, limitados pelo nosso entendimento e capacidade.
Deus poderia muito bem ter permanecido o tempo todo junto de Adão, de modo que ele não pecasse. Entretanto, no que Adão negligenciou o mandamento de frutificar, multiplicar e encher a terra (Gn 1.28) a fim de que esta se sujeitasse ao domínio de Deus, que necessidade haveria de Ele falar? Quando negligenciamos o que Deus nos fala, qualquer coisa que Ele venha dizer a seguir, não tem mais sentido.
Mesmo sabendo que algo estava errado, mesmo sentido a falta de alguma coisa, preferiu a sabedoria deste século (tal como Salomão – 1Rs 3.9) a fim de não precisar se humilhar, a saber, buscar que seu interesse se iguale ao de Deus na vida de cada pessoa com quem está a se relacionar (1Rs 3.9).
É preciso que fique claro que rebeldia não é apenas deixar de fazer o que Deus mandou ou fazê-lo de modo diferente. É, principalmente, fazer o que Deus não mandou. Quem ama é detalhista e quer agradar a pessoa amada nos mínimos detalhes. Não consegue ficar longe dela, não só porque sua presença é agradável, mas porque quer ouvir de sua boca aquilo que realmente trará alegria ao seu coração.
Deus nunca impõe nada a ninguém. A prova disto é que, quando Jesus veio ao mundo, Deus poderia mundo bem ter enviado toda a milícia celestial para anunciar a todos a chegada Dele ao mundo (Lc 2.13). Poderia ter feito Ele nascer de uma família nobre ou ter manifestado Seu poder para convencer todos a receberem o Salvador. Entretanto, Jesus veio em forma humilde, justamente para que, só tivessem condição de recebê-lO, aqueles que tivessem disposição para enxergarem quem Ele realmente é. O convencimento tem que se dar no interior. Não através de sinais visíveis, mas pela companhia do Seu Espírito dentro de nós.
Deus quer que O aceitem dentro de si. Por isto não se mostra de um modo sobrenatural a todos. A questão não é um conhecimento intenso e imediato, mas um conhecimento suave, progressivo e contínuo, um ato de aproximação, como de quem quer ter intimidade.
O fato de Adão ter dado nome aos animais (Gn 2.19,20) para, depois, receber aquilo que ele realmente precisava (a auxiliadora idônea), mostra como que Deus trabalha: primeiro Ele faz a pessoa enxergar a necessidade daquilo que Ele está para lhe dar. Daí Deus suprir os aflitos e necessitados (Jó 36.6; Sl 9.12; 72.4; 41.17; 49.13), ou seja, aqueles que, conscientes da necessidade que têm de Cristo em suas vidas, O desejam ardentemente.
Urge salientar que a necessidade verdadeira é o resultado da consciência que a pessoa tem acerca do que realmente é bom (daí Rm 12.1). Do contrário, tal pessoa não sentirá necessidade, mas achará normal o que está vivendo, mesmo não estando feliz. Por isto o Espírito Santo faz questão que conheçamos aquilo que Deus tem para nós (1Co 2.9).
Note como não se trata de um mero aprendizado teórico, mas algo prático que devemos experimentar dentro de nós. Inclusive, é por isto também que comer do fruto do conhecimento do bem e do mal foi algo tão terrível. Conhecimento íntimo não é algo momentâneo, mas resultado de um contato prolongado com o objeto a ser conhecido. Não foi algo de momento, mas algo que ficou marcado no seu coração.
Marca representa algo que penetra fundo o suficiente na nossa vida para nunca mais sair (tal como uma tatuagem). Por exemplo, quando as escrituras sagradas mencionam a marca da besta, está dizendo que alguém só poderá comprar ou vender se tiver intimidade com este sistema político-social-religioso-mercantil corrupto que tenta manipular os outros para conseguir o que lhe interessa (Ap 13.16,17).
Entenda: embora seja a presença de Cristo que nos salva, a salvação não é algo externo. Trata-se de uma disposição mental aprovável (ver Rm 1.28), ou seja, uma disposição pura por Jesus e por aquilo que Lhe agrada. Não se trata de fazer o que é bom só porque isto nos faz bem, mas pelo prazer que temos em ver a felicidade de Jesus Cristo presente em cada vida, o que acontece quando Ele pode fazer, na vida delas, aquilo que Lhe agrada.

4.7 – PARA QUÊ, AFINAL TUDO ISTO? DEUS NÃO PODIA TER CRIADO UM MUNDO SEM PECADO E OS SOFRIMENTOS INERENTES A ELE?

Na verdade, quando Deus criou o mundo, o criou sem pecado, perfeito e com seres que possuíam um corpo glorificado (ajunte Ez 28.13 com Is 45.18 e Gn 1.1,2). Uma vez que, quando Deus criou a terra, não a criou vazia, mas para ser habitada (Is 45.18), logo ela só se tornou vaga e um caos (Jr 4.23-25) em consequência da rebelião do diabo.
Veja que, apesar do diabo (que antes era querubim) ter sido criado sem defeito e num mundo perfeito, ainda assim se rebelou contra Deus e transtornou o céu e a terra.
Podemos enxergar isto através de Adão. Note que, após ele pecar, ele não conseguia mais ter paz no paraíso que Deus criou especialmente para ele (daí tentar se esconder da criação de Deus através das folhas de figueira – Gn 3.7). E, se ele não dava certo com o que foi criado para ele (tendo em vista o bem-estar do seu corpo, alma e espírito), iria dar certo com o quê? Qualquer modificação não iria se ajustar com seu corpo, alma ou espírito, mas deteriorá-los.Tanto que o Criador disse que a amizade com o mundo é inimizade contra Ele (Tg 4.4).
Nenhuma das modificações feitas pelo homem é boa para ele (daí o Criador fazer questão de enfatizar que tudo que Ele fez era bom – Gn 1.10,12,18,21,25,31).

4.8 – POR QUE, ENTÃO, DEUS NÃO CRIOU APENAS OS ANJOS QUE NÃO FOSSEM SE REBELAR CONTRA ELE?

Se assim fosse, todos seriam obrigados a seguir a Jesus. O bem seria a única opção.
Isto pode parecer algo bom.
Entretanto, não tem sentido falar em bem, quando este é uma obrigação. Já reparaste em que consiste a ditadura (o governo do anticristo)? Trata-se de uma pessoa impondo a todos, aquilo que parece ser bom aos seus olhos. Mesmo que suas ideias fossem perfeitas, não funcionaria.
Isto pode ser comprovado através do milênio. Mesmo após os 1.000 anos com Jesus regendo as nações com vara de ferro (Sl 2.9; Ap 2.27; 12.5; 19.15) e a terra experimentando um período de prosperidade e paz (por exemplo – Is 11.1-10; 65.17-25), ainda assim o diabo conseguirá uma multidão incontável, como a areia do mar, para pelejar contra Jesus e a Nova Jerusalém (Ap 21.8,9).

4.9 – ALÉM DISTO, O QUE VEM A SER O BEM?

O que a sociedade entende por bem é aquilo que é bom para a carne.
Entretanto, Jesus disse para ajuntarmos tesouros no céu (Mt 6.19-20), ou seja, enchermos o nosso coração das riquezas do espírito: o caráter de Jesus (o fruto do Espírito Santo – Gl 5.22), as manifestações do Espírito Santo (dons espirituais e ministeriais), a Palavra de Deus (Tg 1.21) e o amor Dele através das pessoas que Ele traz até nós.

4.10 – QUAL A BASE QUE ESTAMOS USANDO PARA DEFINIRMOS O QUE É BOM OU RUIM?

Mesmo que você diga que é a bíblia, note como a lei veio para que o pecado abundasse (Rm 5.20; 7.7-11). Mesmo que todos os cidadãos obedecessem à lei e cumprissem seus deveres com extrema disciplina, o que poderia haver de bom nisto?
A lei é uma parede de separação, inimizade (Ef 2.14,15), um véu que mantém as pessoas cegas para a verdade acerca de quem realmente é Deus (2Co 3.14-16) e o ser humano (2Co 5.16). Foi dada por causa dos transgressores (1Tm 1.8-10), para que cada um pudesse defender o que é seu.
Já observou como a lei tem sempre como objetivo forjar o mal contra um determinado grupo de pessoas (Sl 94.20)? Repare como, sempre que se cria uma lei, o objetivo é prejudicar alguém que tem, faz, ou deixa de fazer algo que consideramos injusto. É claro que, para tentar iludir a população, usa-se como pretexto que o objetivo é beneficiar um determinado grupo de pessoas que tem sido rejeitado pela sociedade.
Entretanto, se tais pessoas estão nesta condição, algum motivo há. Com isto, o que a lei acaba fazendo é obrigando os justos a compactuarem com a injustiça dos ímpios.
A lei é a tentativa de um mundo caído em tentar manter a ordem e o progresso longe de Deus. A lei só é necessária quando as pessoas não ouvem a voz de Deus e, portanto, querem conduzir a si mesmas (vale lembrar que o tabernáculo só foi instituído após o povo não querer mais ouvir a voz de Deus por não suportar o que lhes era ordenado – Êx 20.19,20; Dt 5.24-27; Hb 12.18-20).

4.11 – SERÁ A BONDADE ALGO PELO QUE DEVEMOS LUTAR?

Não se luta para estabelecer o que é bom, mas sim para estabelecer o mal. O bem, a princípio, é algo natural, já que Deus é bom. Considerando que só Deus é real (Êx 3.14), bom (Mt 19.17; Mc 10.18; Lc 18.19), amor (1Jo 4.8,16), que todas as coisas contribuem para o bem (Rm 8.28), que nenhum dos planos de Deus podem ser frustrados (Jó 42.2) e que em Deus não há treva nenhuma (1Jo 1.5), nem sombra de variação ou mudança (Ml 3.6; Tg 1.16,17), logo é impossível que algo ruim aconteça.
Efetivamente falando, o mal não existe. Trata-se da ausência do bem, do distanciamento da pessoa do Criador.
O que as pessoas chamam de mal é, na maioria das vezes, uma transferência de bondade. Por exemplo:
      I.        Para quem tem o pneu furado, tal fato é uma maldição. Para o borracheiro, todavia, é uma bênção. Se o pneu de nenhum carro furar, ele não terá como sustentar sua família;
     II.        Para quem adoece, a moléstia é uma maldição. Para o médico, é uma bênção. Se ninguém ficasse doente ele iria à miséria;
    III.        Para quem deposita seu dinheiro no banco, os juros parecem algo bom. Entretanto, já pensou em descobrir a procedência destes juros, uma vez não é fruto do seu trabalho? Com certeza alguém está perdendo para você ter este lucro (ver 2Co 8.12-15). Você não é idiota a ponto de achar que o banco tem boa vontade em te ajudar.
   IV.        E quanto às pessoas que vivem de aposentadoria ou recebem salário do governo? De onde vem este dinheiro? Dos altos impostos pagos pelos trabalhadores (já que os ricos, através das fundações, conseguem um jeitinho para se esquivarem desta obrigação). Em outras palavras, o salário de tais pessoas vem da opressão deste povo sofrido e insatisfeito, que muitas vezes não têm o que comer só para sustentar este grupo privilegiado. Veja a advertência:
o    “Todas as suas imagens esculpidas serão feitas em pedaços e todos os seus salários serão queimados a fogo; quanto a todos os seus ídolos, deles farei uma desolação; porque pelo salário de prostituta os tem ajuntado, e para o salário de prostituta voltarão.” (Mq 1.7);
o    “Os pecadores em Sião estão assombrados; o tremor apodera-se dos ímpios. Quem dentre nós habitará com o fogo devorante? quem dentre nós habitará com os ardores sempiternos? Aquele que anda em justiça e fala o que é reto; aquele que despreza o ganho da opressão, que sacode as suas mãos para não receber peitas, que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar do derramamento de sangue e fecha os seus olhos para não ver o mal;” (Is 33.14,15);
o    “Não dando o seu dinheiro à usura, e não recebendo demais, desviando a sua mão da injustiça, e fazendo verdadeiro juízo entre homem e homem; (Ez 18.8)
Pode ter certeza: se você está colhendo a mais, alguém está colhendo de menos. Enquanto você se embriaga, o outro tem fome (ver 1Co 11.21). Quem está comendo demais, está comendo o pão do outro (como se pode ver em 2Co 8.12-15). Logo, o que você chama de bem, estes chamam de mal. Em outras palavras, o teu bem está sendo vituperado (contrariando – Rm 14.16; 1Co 10.30)

De igual modo, como iriam sobreviver o mecânico, encanador, dentista, etc., se algum infortúnio não atingisse a vida de alguém? A verdade é que, sem Cristo, é impossível alguém fazer o bem sem prejudicar a outro (daí Jo 15.5). Por isto Jesus disse que, quem não estava com Ele, já estava contra Ele (Mt 12.30).
Não importa quão boas possam ser nossas intenções, mesmo que tentemos fazer o bem, obedecendo rigorosamente a bíblia, com certeza iremos prejudicar alguém e colher este mal de volta (Gl 6.7-10).
Além disto, a questão do bem terreno depende de como enxergamos alguma coisa (Mt 6.22,23). Para aquele que é impuro, enxerga defeito em tudo (Tt 1.15). Os fariseus, por exemplo, ficaram indignados por Jesus ter curado o cego e mudo (Mt 12.22-24).
Inclusive, é daí que se tem a rebeldia contra o Senhor Jesus. Se o bem fosse difícil ser estabelecido, a pessoa teria uma “desculpa” para ficar revoltado com Deus e pecar. Contudo, o bem sempre está sempre disponível (Sl 117.2; 33.5; 119.64; Is 6.3). A pessoa é que se recusa a enxergá-lo e recebê-lo (Rm 1.18; 2Ts 2.10).
Ao invés de ficar indignado, criticando o agente do mal, encare cada acontecimento como uma oportunidade para você ser bom. O que nos deixa revoltados com a maldade das pessoas é a nossa falta de disposição para o bem (também conhecido como preguiça), resultado da cobiça existente no nosso coração (Pv 21.25,26), da falta de disposição em ajudar os pobres (2Co 9.6-10; Pv 19.7; Is 58.10,11; Pv 29.7,14; 28.27; 31.9).  Por isto Deus abomina tanto a cobiça (Êx 20.17; Tg 4.1,2).
A verdade é que, quanto mais desejos ocupam o nosso coração, menos disposição para o bem temos, o que nos deixa enfurecidos quando vemos o mal, pois nos sentimos obrigados a usar de bondade e compaixão, o que constitui um retardo na aquisição daquilo que desejamos.
Sei que parece difícil de engolir esta verdade, já que, quando estamos envolvidos em algum tipo de sofrimento, a coisa que mais queremos é ficar livre dele. Entretanto, pense:
·         Como Deus poderia nos conceder a Sua salvação se não tivesse do que sermos salvos?
·         Como Deus haveria de mostrar Sua misericórdia se não houvesse a quem perdoar (Sl 85.7)? Lembre-se que a finalidade do amor é cobrir o pecado (Tg 5.20; 1Pe 4.8). Não se trata de encobrir o erro da pessoa, mas sim de fazermos o que Jesus fez por nós: darmos nossa vida como garantia de que não haverá prejuízo na vida daquele que decidir amar o pecador. Jesus pagou nossa dívida para que ninguém tivesse mais motivo para ver defeito em nós.

O sofrimento vem para que o melhor de Deus possa ser revelado através de nós. Por exemplo:

      I.        Se não houvesse Golias, Israel continuaria conformado, vivendo lado a lado dos inimigos que Deus ordenou que fossem destruídos (Dt 7.1-4; Jz 2.1-3). E o pior: estariam sempre em constante ameaça, sem liberdade até para possuírem ferramentas agrícolas para seu sustento (ver 1Sm 13.19-23);
     II.        Se Hamã não tivesse ameaçado os judeus, Ester acabaria como uma simples rainha (na época, mero objeto de adorno e prazer do rei), Mardoqueu nos portões do palácio (Et 6.12) e os judeus continuariam sendo vistos como escória dos reinos (Jr 42.18; Lm 3.45) e Jerusalém poderia nunca ter sido reconstruída, já que isto, não só contribuiu para que Assuero nada fizesse para ajudar a conspiração dos inimigos do Senhor (Ed 4.6), mas certamente contribuiu para que os futuros reis da Média e Pérsia, junto com o testemunho do Criador na vida de outros judeus, auxiliassem na construção dos muros de Jerusalém (ver Ed 4.6; 5.17).
    III.        Se José não fosse vendido pelos irmãos, ele acabaria como pastor de ovelhas (Gn 37.26-28). Se a mulher de Potifar não armasse uma cilada (Gn 39.17-20), ele terminaria seus dias como um simples mordomo e, com isto, nem o Egito, nem a linhagem santa seriam preservadas da fome de sete anos (Gn 45.5-8). Sem contar que ele nunca mais veria o pai, nem teria oportunidade ter o coração limpado de todos os traumas do passado e, com isto, ter um bom relacionamento com os irmãos.

Logo, nossa luta não é para estabelecer o bem, mas sim para enxergarmos o que há de bom na situação que estamos vivendo. Por isto nos é ordenado discernir, não somente o bem, mas também o mal (Hb 5.14-16), pois, independente nas circunstâncias ou do modo das pessoas expressarem sua maldade para conosco (seja na forma de arpão (violência) ou anzol (sedução)), se permanecermos nas regiões celestiais em espírito (Ef 1.3; 2.6) ouvindo Jesus, com certeza enxergaremos Jesus em todos os nossos caminhos (Pv 3.5,6) e não entraremos na condenação da pessoa. Antes, passaremos da morte para a vida (Jo 5.24,25).

5 – A PREDESTINAÇÃO

5.1 – COMO SE DÁ A PREDESTINAÇÃO?

Talvez você tenha questionado (quando citei Rm 11.32 no item 4.4): “mas Rm 11.32 não está dizendo que foi Deus quem encerrou todos debaixo da desobediência?”. Deus, em Sua infinita sabedoria, estabeleceu um plano eterno (a que chamamos de predestinação) e elegeu cada um de acordo com aquilo que, de antemão, Ele sabia que a pessoa iria fazer (1Pe 1.2).
Ele não planejou a desobediência. Entretanto, sabendo que a mesma aconteceria, Ele buscou a melhor ocasião para que a mesma acontecesse e pudesse, no final, redundar em muitas graças a Deus.
Para exemplificar, pense em uma bomba programada para explodir. Se não for possível desarmá-la, o mais inteligente a ser feito, é levá-la a um lugar onde os efeitos da explosão sejam minimizados ou, até mesmo, direcionados para algo bom (por exemplo, para explodir uma imensa pedreira que está impedindo a extração de um minério precioso ou o acesso ao esconderijo do inimigo – Rm 5.20).
Em outras palavras, Deus considerou a desobediência dentro dos Seus planos a fim de que fosse possível comprovar:
    a impossibilidade de que algo bom pudesse acontecer, quando saímos fora do que Deus projetou para nós;
    a possibilidade do Todo-Poderoso em converter toda a malignidade das pessoas contra nós em bênção na nossa vida (tal como se deu quando Balaão quis amaldiçoar Israel – Dt 23.5).

Talvez você questione: “mas por que Deus me criou para isto, e não para aquilo (1Co 12.14-18)?” Ele estabelece as coisas conforme é do Seu agrado, ou, se preferir, com base naquilo que Lhe traz prazer. E o que é que mais alegra o coração de Deus? Acumular-nos de bênçãos espirituais a fim de que possamos estar preparados para toda a boa obra que Ele deseja fazer através de nós (2Co 9.6-11) na vida do próximo.
Deus nos predestinou para estarmos em total sintonia com o propósito Dele, em todas as coisas que Ele faz. Considerando que Ele sustenta todas as coisas por meio da Sua Palavra (Rm 11.36; Cl 1.16,20; Hb 1.3), logo fomos feitos para estarmos em total conformidade com Jesus (Sua Palavra, caráter e obras).

·         “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;” (Ef 1.11);

5.2 – VEM A QUESTÃO: QUAL É O PROPÓSITO PARA O QUAL DEUS NOS PREDESTINOU?

Veja estes itens abaixo com respeito ao chamado de Deus:

a)     Chamados para serdes de Jesus (Rm 1.6);
b)    Chamados santos (Rm 1.7; 1Co 1.2; Jd 1);
c)     Chamados segundo o propósito Dele (Rm 8.28; Hb 11.8; 1Pe 2.21; 3.9);
d)    Chamados filhos do Deus vivo (Rm 9.26; 1Jo 3.2);                      
e)     Chamados à comunhão Dele (1Co 1.9);
f)     Chamados em um corpo (Cl 3.15);
g)    Chamados para uma determinada vocação (1Co 7.20-22,24; Ef 4.1; Hb 5.3,4,10; 7.11);
h)     Chamados para esperarmos apenas uma única coisa (Ef 4.4);
i)      Chamados num determinado estado (1Co 7.24);
j)      Chamados à liberdade (Gl 5.13);
k)     Chamados para a vida eterna (1Tm 6.12);
l)      Chamados para a promessa da herança eterna (Hb 9.15);
m)   Chamados para serem justos (Rm 6.18,22);
n)     Chamados à ceia das bodas do Cordeiro (Ap 19.9);
o)    Não são os sábios, poderosos e nobres que são chamados (1Co 1.26).

Inclusive, com base neste último item, podemos ver que Deus nunca exclui ninguém:

·         “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;” (1Co 1.27,28);
·         “Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?” (Tg 2.5);

Como você pode ver, Deus chama a todos para banquetear com Ele, sem excluir ninguém (Mt 22.3,4), embora alguns sejam chamados primeiro (Mt 22.2-14; Lc 14.16-24).
Mas se é assim, como fica, então, os trechos abaixo?

·         “E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,” (Rm 9.21-23);
·         “O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.” (Pv 16.4).
·         “Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Rm 11.32);

5.3 – O QUE MUDA É A FORMA DE DEUS SE MANIFESTAR À PESSOA

A princípio, fica parecendo que foi Deus quem criou o ímpio especialmente para ele se perder, fazer o mal e sofrer a ira de Deus. E tudo isto para que Ele tivesse condições de mostrar Seu poder, bem como as riquezas da Sua glória nos vasos de misericórdia e, deste modo, poder usar de misericórdia para com todos, sendo o único justo e justificador. Ainda mais considerando que:

·         “... diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.” (Rm 9.17,18).

Deus criou a todos para um propósito bom, concedendo-lhes boas dádivas.
Conhecendo cada um, de antemão, Deus os coloca no tempo e espaço mais adequados para que eles conheçam Jesus e a Verdade. Porém, milhões irão se afastar Dele e optarem por aquilo que é mau. Isto, todavia, não muda o fato de que a pessoa continuará incluída no plano de amor e bondade de Deus.
Para exemplificar, vejamos o caso de faraó. Deus o levantou para que pudesse manifestar, através dele, Seu imenso poder. Todavia, ao invés de ser tomado pelo Espírito Santo e ser usado para manifestar Seu poder através do amor e dos dons do Espírito Santo, ele preferiu endurecer sua cerviz, dando lugar para Deus mostrar Seu poder através da ira Dele contra a maldade.
Deus pode usar alguém para pregar o evangelho a uma pessoa e ela converter, ou Ele pode aproveitar da maldade daquele para com ela a fim de despertar, nela, o desejo por uma nova vida.
Veja o que diz Sl 19.1;

·         “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.” (Sl 19.1);

Vem a questão: o que o firmamento pode nos ensinar acerca de Deus?

·         “E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.” (1Co 15.40,41)

Note como, até entre estrela e estrela há diferença de brilho. Vale lembrar que, muito daquilo que o povo chama de estrela é, na verdade, planeta ou satélite que não têm luz própria, mas que reflete a luz do sol. Isto nos ensina que, a uns, Deus reveste com Sua glória (Cl 3.15); aos outros, foi dado apenas refletir Sua Glória. Veja, abaixo, a forma dos crentes se revestirem:

·         Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” (Cl 3.12);
·         “E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.” (Cl 3.14).

Já aos ímpios, Deus mostra Sua glória à distância (Sl 138.6), a fim de que possam refleti-la por onde passam. Mas todos são como estrelas do céu: querendo ou não, acabam revelando a glória de Deus por onde passam. Por isto é que a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor (Is 11.9; Hc 2.14). Basta não sermos rebeldes para sermos capazes de enxergá-la.

5.4 – MAS ENTÃO, POR QUE DEUS NÃO ESCOLHE SE MANIFESTAR SÓ ATRAVÉS DO SEU AMOR?

A questão está no motivo para o qual Deus nos chamou:

·         “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9).

Quem está disposto a ser adquirido por Jesus para ser?

a)     Geração eleita -> Muitos tentam fazer coisas para agradar a Deus, mas do seu jeito. Isto é como querer trabalhar para uma empresa sem ter sido contratado. Além de não receber salário, a pessoa pode até ser processada por estar usando o nome da firma indevidamente.
De igual modo, não importa quão boas possam ser as nossas ideias: se você tentar elaborar projetos de lei, eles não terão validade alguma; se tentar governar o país, você será preso, já que Deus não nos outorgou tal autoridade (ver Rm 13.1,2).
Temos que esperar Deus nos chamar (dar Sua Palavra de ordem), o que fará com que o Espírito Santo se mova em nós e nos conduza na vontade de Jesus (Ez 2.1,2).
Do contrário, poderá acontecer conosco o mesmo que se deu com o faraó. Por ver os filhos de Israel atravessando o Mar Vermelho em seco, ele pensou que poderia fazer o mesmo e acabou morrendo afogado (Êx 14.21-28).
b)    Sacerdócio real -> O sacerdote era aquele que, ao invés de cobrar os pecados dos israelitas, buscava em Deus que os mesmos fossem livres destes pecados. Devemos ser o ministério daqueles que se dispõem a ser usados pelo Criador para que a salvação se efetive na vida da Igreja. Como o sacerdócio é real, logo devemos considerar os outros superiores a nós mesmos (Lc 22.24-26; Fp 2.3). Ou seja, nós devemos ser as funções das pessoas que desejam tomar sua cruz (Mt 16.24), seguindo as pisadas de Cristo (1Pe 2.21-24), visto que o objetivo delas é que cada vida possa ter o Pastor e Bispo de sua alma (1Pe 2.25).
Não é “fazer” a função da pessoa, mas “ser” a função dela, como membro seu (Rm 12.5). Logo, devemos nos colocar debaixo da força ou da influência da pessoa (isto é que é submissão ou sujeição) de modo que, conosco, ela tenha condição de fazer o que Deus ordenou que ela fizesse;
c)     Nação santa -> Embora a salvação seja individual, o resultado da mesma, na nossa vida, é a formação de uma nação em nosso interior, ou seja, um grupo ligado a nós, pensando e sentindo a mesma coisa que Cristo (1Co 1.10; Fp 4.2), e, por isto, tendo tudo em comum: uns com os outros, conosco e com A Palavra (At 4.32).
Sem contar que, uma vez que as pessoas são a nossa glória (2Co 1.14; 1Ts 2.20) e são as ações delas que servem para nos vestir (Ap 19.8), então devemos dar nossa vida a elas (1Jo 3.16), de modo que, em cada gesto ou coisa que elas disserem, seja possível ver Cristo na nossa vida;
d)    Povo adquirido -> Povo, onde ninguém é melhor ou maior que ninguém (Mt 20.25-28). Todos foram igualmente adquiridos e, portanto, não têm do quê se gloriarem (se exaltarem sobre os demais). Sem contar que, tal aquisição, implica que não pertencemos a nós mesmos (1Co 6.19), nem estamos entregues ao desprezo. Antes, devemos viver para Deus (1Jo 4.9).
Logo, ninguém tenta adquirir nada para si (mesmo porque, isto revela uma carência, bem como esperança nas coisas materiais);
e)     Os anunciadores das virtudes Daquele que nos chamou para Sua luz -> Nossa vida deve mostrar todas as virtudes de Jesus, em particular, aquelas que revelam a verdadeira realidade por trás das coisas.

Infelizmente, muitos não querem o que Deus prometeu (ou até querem, mas do jeito deles). Veja o caso de Abraão. Deus o escolheu para ser o pai de muitas nações. Contudo, no que ele falhou em esperar o agir de Deus, nasceu Ismael, do que descendem os árabes que até hoje atormentam Israel. Como os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis (Rm 11.29), no que Ele prometeu que sua descendência seria como as estrelas do céu (Gn 15.5), isto também se cumpriu em Ismael, que se tornou tão numeroso como a areia que está na praia do mar (Gn 22.17).
No caso de Esaú (Rm 9.13), o fato de Deus o ter aborrecido, significa que o propósito de Deus para com Esaú era disciplinar Israel. Infelizmente, ao invés de disciplinar de forma amorosa, ele escolheu nutrir uma ira perpétua e sem limites (Ob 10,12-14).
O amor de Deus, porém, é tão grande que Ele se dispõe a suportar, com muita paciência, as iniquidades dos vasos da ira (mesmo que isto lhe doa muito o coração (Sl 86.15; 145.9)), só para que:
1.     os que creem possam ter todas as provas necessárias para crerem na perfeição de Jesus e Sua Palavra;
2.     os ímpios tenham tempo para se arrependerem.

·         “Tu [Deus] és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (Hc 1.13);
·         “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Rm 3.25,26);

6 – COMO O FATO DE DEUS NÃO FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS (Dt 10.17; 2Cr 19.7; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; 1Pe 1.17) PODE SE AJUSTAR À TEORIA DA ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO?

6.1 – UMA COISA É CERTA: É DEUS QUEM ELEGE CADA UM

·         Porque povo santo és ao SENHOR teu Deus; o SENHOR teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra. O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos; mas, porque o SENHOR vos amava...” (Dt 7.6-8)
·         “Tão-somente o SENHOR se agradou de teus pais para os amar; e a vós, descendência deles, escolheu, depois deles, de todos os povos como neste dia se vê.” (Dt 10.15);
·         “Porque és povo santo ao SENHOR teu Deus; e o SENHOR te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo.” (Dt 14.2);
·         “Porque o SENHOR teu Deus o escolheu de todas as tuas tribos, para que assista e sirva no nome do SENHOR, ele e seus filhos, todos os dias.” (Dt 18.5);
·         “Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o SENHOR teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do SENHOR; e pela sua palavra se decidirá toda a demanda e todo o ferimento;” (Dt 21.5);
·         “Então disse Davi: Ninguém pode levar a arca de Deus, senão os levitas; porque o SENHOR os escolheu, para levar a arca de Deus, e para o servirem eternamente.” (1Cr 15.2);
·         “E o SENHOR Deus de Israel escolheu-me de toda a casa de meu pai, para que eternamente fosse rei sobre Israel; porque a Judá escolheu por soberano, e a casa de meu pai na casa de Judá; e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer reinar sobre todo o Israel.” (1Cr 28.4);
·         “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo ao qual escolheu para sua herança.” (Sl 33.12);
·         “Porque o SENHOR escolheu a Sião; desejou-a para a sua habitação, dizendo:” (Sl 132.13);
·         “Porque o SENHOR escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu próprio tesouro.” (Sl 135.4);
·         “Porventura não tens visto o que este povo está dizendo: As duas gerações, que o SENHOR escolheu, agora as rejeitou? Assim desprezam o meu povo, como se não fora mais uma nação diante deles.” (Jr 33.24);
·         “Mas o SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreenda, ó Satanás, sim, o SENHOR, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo?” (Zc 3.2);
·         “O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais, e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito; e com braço poderoso os tirou dela;” (At 13.27);
·         “Assim diz o SENHOR, o Redentor de Israel, o seu Santo, à alma desprezada, ao que a nação abomina, ao servo dos que dominam: Os reis o verão, e se levantarão, como também os príncipes, e eles diante de ti se inclinarão, por amor do SENHOR, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu.” (Is 49.7);
·         “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.” (Rm 8.33);

É Deus quem escolhe o que cada um irá ser. É Deus quem estabelece:

a)     os limites da habitação de cada um (At 17.26);
b)    o número de anos (Lc 12.15) e talentos que lhe caberá (Mt 25.15);
c)     a forma de usar cada um (Ef 4.11; 1Co 12.11,18).

Todavia, sempre com vista a um propósito bom.

·         “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna.” (2Tm 2.10);
·         “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.” (Tg 1.18).

Note como o objetivo é que eles alcancem a salvação que há em Cristo. Inclusive, com base nisto e em Fp 2.12,13, vê-se que a salvação NÃO É ESTÁTICA (uma vez salvo, salvo para sempre).

6.2 – A VOCAÇÃO E A ELEIÇÃO PRECISAM SER CADA VEZ MAIS FIRMES (2Pe 1.10).

Pedro é claro: só nos será concedida a entrada no reino dos céus (2Pe 1.11)  se pararmos, de vez, de tropeçar (2Pe 1.10). Não podemos continuar achando que a prática do pecado é algo inevitável. Se Jesus não nos livrou do pecado e, consequentemente, da morte por ela trazida (Rm 6.23), então do quê Jesus nos livrou, afinal? Este ditado “gospel” que diz que, no dia em que nos tornarmos perfeitos, Deus nos leva deste mundo, precisa, definitivamente, deixar de existir. Deus disse que é para ser perfeito e santo como Ele (Gn 17.1; Mt 5.48; 1Pe 1.16). Não podemos usar as consequências das nossas orgias e bebedices (desejo de fugirmos da verdadeira realidade que estamos e que nos espera) como desculpa para dizer que é impossível obedecer a Deus (Lc 21.34 – ARA). Quem nos persuadiu a nos envolvermos em tais coisas (Gl 3.1; 5.7).
Basta permanecer na prática daquilo que Deus designou para nós (2Pe 1.5-9), sempre se deixando progredir (1Ts 4.1; Fp 1.25; 1Tm 4.15) pelo Espírito Santo através da fé (Rm 1.17), da glória (2Co 3.18) e da graça Dele (Jo 1.16) e, com certeza, Seu Espírito Santo nos dará vitória sobre todos os nossos desejos (Gl 5.16,17,25). O problema é que, ao invés de se especializar no reino de Deus, a pessoa só se aprofunda na sua profissão, a fim de ser um especialista em adquirir as riquezas e comidas perecíveis deste mundo (Mt 6.18,19; Jo 6.27).
Por aqui podemos ver a diferença entre a fé dos eleitos e a das demais pessoas:

·         “Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade” (Tt 1.1);
                                       
A fé do religioso o faz crer que não tem importância a fé ser do TAMANHO de um grão de mostarda (terrível distorção do que se acha em Mt 17.20; Lc 17.6) e, por isto, fica sempre na mesmice. Nunca progride.
Já a fé dos eleitos os impulsione a ouvir, cada vez mais, a voz de Deus em cima da vontade Dele para sua vida (ver Is 64.5).
Para que fique mais claro:
1.     Os ímpios não lembram de Deus;
2.     Os religiosos lembram de Deus em seus próprios caminhos e, por isto, quando ouvem a voz de Deus, é no sentido de serem corrigidos;
3.     Os eleitos, por estarem no centro da vontade de Deus, O ouvem mostrando-lhes como agir. Sua confiança vai aumentando, não na intervenção de um Deus distante, mas na manifestação de um Deus presente (Mt 1.23).

E o resultado disto é o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22), um contínuo crescimento da bondade de Deus na nossa vida, em suas múltiplas faces (descritas em Rm 5.3,4; Tg 1.2-4; 2Pe 1.5-8).

6.3 – MAS, SE DEUS JÁ SABE DE ANTEMÃO QUE A PESSOA NÃO IRÁ SE CONVERTER, ENTÃO, COMO ELE PODE ESPERAR QUE TODOS VENHAM A ARREPENDER-SE?

·         “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” (Ez 33.11);
·         “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” (2Pe 3.9).

As pessoas não estão compreendendo o amor de Deus. Ele nos ama por amor Dele mesmo (Ez 20.9,14,22,44), ou seja, simplesmente porque Ele é amor (1Jo 4.8,16). Ele espera que nos convertamos simplesmente porque Ele não pode negar-se a Si mesmo (2Tm 2.13). Ou seja, Seu comportamento não está condicionado àquilo que somos ou fazemos. Ele espera nossa mudança porque, assim, Ele poderá nos dar todas as oportunidades possíveis para mudarmos de vida. Isto mostra que Ele dá tudo de Si a fim de não termos desculpa pelos nossos fracassos. Ele nos dá tudo que diz respeito à vida e piedade (2Pe 1.3), independente se merecemos ou não, pois, assim, não teremos desculpa para nosso comportamento mesquinho e irresponsável quando estivermos no tribunal Dele (Rm 14.10; 2Co 5.10).
Em outras palavras, o importante não é se vai dar certo ou não, mas sim conservar o caráter e a Palavra de Cristo em nós, de modo que as pessoas tenham todas as oportunidades e condições necessárias para serem convertidas e transformadas por Ele.

6.4 – MAS SERÁ QUE DEUS NÃO CONCEDE MAIS PRIVILÉGIO A UNS QUE A OUTROS?

·         “Agora, pois, guarda-te de beber vinho, ou bebida forte, ou comer coisa imunda. Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus.” (Jz 13.4,5 – sobre Sansão);
·         “Mas tu és o que me tiraste do ventre; fizeste-me confiar, estando aos seios de minha mãe. Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe...” (Sl 22.9,10 – sobre Davi). Isto mostra que o Criador é o nosso Deus, não porque o escolhemos. Antes mesmo de Davi decidir qualquer coisa, o Criador já tinha decidido ser o Deus de Davi.
·         “Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.” (Sl 71.6 – sobre quem escreveu este salmo);
·         “Assim diz o SENHOR que te criou e te formou desde o ventre, e que te ajudará: Não temas, ó Jacó, servo meu, e tu, Jesurum, a quem escolhi.” (Is 44.2 – sobre o povo de Israel);
·         “Assim diz o SENHOR, teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o SENHOR que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo;” (Is 44.24 – sobre o povo de Israel);
·         “Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o restante da casa de Israel; vós a quem trouxe nos braços desde o ventre, e sois levados desde a madre.” (Is 46.3 – sobre o povo de Israel);
·         Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” (Jr 1.5 – sobre Jeremias);
·         “Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.” (Lc 1.15 – sobre João Batista)
·         “Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue,” (Gl 1.15,16 – sobre Paulo);
·          “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Rm 8.29,30);

Quando lemos estes versículos, a primeira impressão é que sim. Ainda mais considerando que:

·         “Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo” (Rm 11.2);
·          “Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.” (Rm 11.28);

É claro que, para cada um, Deus tem um propósito diferente. Deus concede diferentes talentos para cada um, em conformidade com aquilo que podem suportar (Mt 25.15). Deus elegeu Davi, Sansão (Jz 13.5,7; 16.17), Jeremias, João Batista e Paulo para um propósito especial. Entretanto, isto não significa que os demais foram criados para algo mau ou vão.
Como Deus é amor (1Jo 4.8,16), bom (Mt 19.17; Mc 10.18; Lc 18.19), Nele não há treva alguma (1Jo 1.5) e a ninguém tenta (Tg 1.13), não tem como Deus projetar algo mau para alguém. Também não tem sentido Deus criar algo que não tenha finalidade (veja Lc 13.6-9). Por que Ele iria criar alguém para ficar separado de Si, solto para fazer e sofrer de tudo?
Deus, com certeza, tem um plano para cada um, o qual só inclui coisas boas (como já visto). (Note que Deus também formou os servos e as servas de Jó – Jó 31.13).
Mesmo quando a pessoa se afasta de Deus, ainda assim Ele se mantém fiel, cumprindo integralmente Sua Palavra na vida da pessoa (2Tm 2.11-13), de modo que esta possa experimentá-la na sua carne (infelizmente, na forma de punição – Jó 33.19; 1Co 5.5).
Logo, quando alguém sofre, não tenha pena dele, pois Deus disciplina, porque Ele ama (Hb 12.5). Simplesmente ajude-o a compreender a vontade de Deus e a se submeter a ela até que a vitória chegue.

6.5 – MAS O FATO DE DEUS TER CONHECIDO ALGUNS ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, NÃO INDICA QUE DEUS TEM PREFERÊNCIA POR ALGUNS?

Veja estes versículos:

·         Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.” (Is 46.10);
·         “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.” (Cl 1.18) – Como pode, Jesus, ter sido o primeiro a morrer?
·         “Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;” (1Pe 1.19,20). Mas Jesus não foi crucificado apenas há cerca de 2.000 anos?
·         “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Rm 8.29,30);
·         “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,” (Ef 1.4,5);
·         “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (Ap 13.8);
·         “A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá.” (Ap 17.8).
·         “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória” (1Co 2.7)
·         “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos(2Tm 1.9)
·         “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos(Tt 1.2);

A expressão “antes da fundação do mundo” retrata que a ação de Deus não é algo que tem início e fim na nossa vida (ver Jo 3.8). O problema é que temos a tendência de enxergarmos a salvação de Deus de modo pontual (algo que acontece num determinado momento da nossa vida). Entretanto, a salvação da nossa vida começa bem antes de nós mesmos e vai para muito além de nós (2Co 10.13-16 – o amor ao próximo é necessário para nossa salvação. Daí Mt 25.3,4).
 O fato de Ele ter escrito o nome de alguns no livro da vida e deixado o nome de outros de fora, em momento algum significa que Deus os excluiu. Antes, mostra a forma com a qual Deus deseja trabalhar na vida de cada um. Em uns, Ele irá trabalhar através do Seu Espírito Santo a fim de viverem a vida de Cristo; em outros, Ele irá trabalhar através do espírito que opera nos filhos da desobediência, seguindo o curso deste mundo (Ef 2.1,2).
Pense: já que Jesus é a Vida (Jo 14.6) e é Nele que nós vivemos e nos movemos e existimos (At 17.28), não tem como alguém viver sem experimentar, continuamente, algo de Deus dentro de si.
Para ser mais claro: àqueles cujos nomes foram escolhidos para estarem inscritos no livro que conta a vida de Cristo, Deus manifesta Sua bondade, suprindo suas necessidades através da Sua glória (Fp 4.19; 2Pe 1.3), com a Palavra da Sua boca (Mt 4.4); aos demais, Deus manifesta Sua bondade dando-lhes abundantemente todas as coisas para delas gozarem (1Tm 6.17) e se mantendo fiel a elas (2Tm 2.13), ou seja, conservando-as dentro do Seu plano maravilhoso, apesar da infidelidade delas.
Contudo, a qualquer momento elas poderão ser convidadas a deixarem Jesus mudarem suas vidas e, ao invés de serem conduzidas pelas circunstâncias a servir a Deus, passem a servi-lO de modo consciente, espontaneamente, ou seja, desejosos de fazê-lO por amarem Jesus e quererem satisfazer-Lhe os desejos (e não apenas por considerarem esta a melhor opção para suas vidas).
Muitos pensam que isto significa ser marionete nas mãos de Deus. Não! Marionete é aquele que faz algo sem saber o que realmente está acontecendo, mas só enxerga o resultado que se processa diante dos seus olhos. É o caso daquele que ainda se limita a relacionar com Deus na condição de Senhor-servo (Jo 15.15). Contudo, a pessoa é quem escolhe ser manipulada.
A crucificação de Jesus é algo que sempre esteve no coração do Pai, antes mesmo que o universo viesse a existir. Foi projetado na eternidade. E tudo mais que existe foi projetado com base em Cristo e neste plano (Rm 11.36; Cl 1.16,20). Alguns, Deus levantou para criar e executar o plano da cruz (glorificaram a Deus dando oportunidade a Ele de se manter firme no mais horrível dos sofrimentos e, com isto, demonstrar o poder que há no amor Seu e do Pai) e outros, para viver esta cruz como discípulos (confirmando a eficácia de Cristo em conservar os Seus, mesmo em meio aos maiores sofrimentos (Rm 9.11; Jd 24)).
Seja num caso, como no outro, todos têm a oportunidade de contemplarem a Cristo e verem Seus feitos da bondade, bem como a maldade do diabo.

6.6 – MAS ENTÃO, POR QUE ALGUNS VIVEM MAIS QUE OUTROS. AFINAL, ISTO NÃO SIGNIFICA MAIS TEMPO PARA CONVERTER, SE ARREPENDER E, DESTE MODO, SER LIVRE DA SEGUNDA MORTE (Ap 2.11; 20.6,14; 21.8)?

A salvação não depende das oportunidades são oferecidas no mundo. Elas são dadas apenas para que as pessoas possam ter certeza de que, não importa a circunstância e o tempo de vida: quando alguém não quer o melhor de Deus em sua vida, ainda que viva 1.000 anos, não irá mudar. Além disto, mesmo que a pessoa viva 1.000 anos servindo a Deus e fazendo de tudo por Ele, ainda assim, será pouco aos Seus olhos, meros trapos de imundície (Is 64.6).
Mas então, o que agrada a Deus? Apenas a justiça de Seu Filho (Is 53.11; 1Jo 2.1 – note o artigo “o”, indicando que apenas Jesus é justo, aos olhos de Deus). A maior prova de amor não é o que você quer fazer para paparicar Deus (isto é uma falsa gratidão, resultado daquilo que Ele fez em prol do nosso ego). Antes, é estando sempre prontos para recebê-lO, tal como se dá entre noivos. No que o rapaz se prepara para se encontrar com a moça e esta para recebê-lo, ambos vão ficando cada vez mais apegados um ao outro, até decidirem ficar juntos um com o outro para sempre.
A conversão não depende das obras do homem ou da sua aceitação a Cristo, mas sim da obra de Deus na vida de tal pessoa (Fp 2.12,13). Como, para Deus, um dia é como mil anos (2Pe 3.8), mesmo que a pessoa tenha apenas um segundo de gestação, Ele pode muito bem fazer toda a Sua obra na vida dela (lembre-se que o espírito, na verdade, está pronto – Mt 26.41). Não se esqueça: Deus conheceu (teve intimidade com) Jeremias, antes de mesmo de ser formado na madre (Jr 1.5), o que indica que a obra de Deus começa antes mesmo do espermatozoide fecundar o óvulo.

·         (Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem(Rm 4.17).

O maior erro que cometemos é o de tentarmos limitar Deus àquilo que é possível a mente do ser humano conceber e aceitar.

6.7 – MAS ENTÃO, POR QUE DEUS ESCOLHEU, DO MUNDO, APENAS ALGUNS?

·         “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. (Jo 1.10,11).
·         “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” (Jo 3.19-21).

Infelizmente, a maioria amou mais as trevas do que a luz. Como Deus vai escolher alguém que não quer ser escolhido? (pelo menos, não para que as compaixões de Deus (Rm 12.1) possam trabalhar Sua eleição (Rm 9.15)).
Pense em Deus lançando uma semente e a mesma decidindo se rebelar, tão logo Ele a deixa, não aceitando posteriormente, de modo algum, retornar ao amor. Se Deus nunca soltar a semente, será uma tirania, pois ela será obrigada a obedecer. Contudo, se, tão logo Ele a solta, ela gosta da “liberdade” que lhe foi dada (ao invés de sentir falta do cuidado e direção de Deus), então que se há de fazer?
Ele quer eleger todos, mas, para isto, a pessoa precisa ser preparada até ter condições de ser eleita. Infelizmente, são poucos que comparecem na presença de Deus pela Sua justiça (Is 59.4) ou que se coloque na brecha que há na vida das pessoas (Ez 22.30,31) a fim de que as mesmas possam ser tapadas segundo a eficácia do poder de Deus operando em nós (Ef 3.20,21).
Além disto, a questão gira em torno da forma como cada um enxerga as situações que surgem na sua vida:

·         “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!” (Mt 6.22,23).
·         “Ninguém, depois de acender uma candeia, a põe em um lugar escondido nem debaixo do alqueire, mas sobre o velador, a fim de que os que entram, vejam a luz. A candeia do corpo são os teus olhos. Quando estes forem simples, todo o teu corpo é luminoso; mas quando forem maus, todo o teu corpo fica às escuras. Vê, então, se a luz que há em ti, não são trevas. Pois se todo o teu corpo for luminoso, sem ter parte alguma em trevas, será inteiramente luminoso, como quando uma candeia te alumiar com a sua luz.” (Lc 11.33-36).

Com Deus nunca existe prejuízo ou problema. Afinal, Deus não é amor (1Jo 4.8,16) e bondade (Lc 18.19)? Como, então, pode acontecer algo ruim a nós? Quem vai determinar se uma dada situação, na nossa vida, é boa ou ruim somos nós? Tudo vai depender daquilo que decidimos enxergar (Deus revela, mas cabe a nós decidirmos como vamos enxergar e ouvir. Daí Jesus dizer “vede como ouvis” (Mc 4.24)).
Você faria algo com carinho, sabendo que, tão logo fique pronto, alguém irá comprá-lo de você só para destruir? Pois Deus faz assim com a erva do campo (Mt 6.30) ou com um bebê que morrerá tão logo acabou de nascer. Isto é para que você veja que Deus nunca encontra motivo para fazer algo mal feito ou sem utilidade.
Logo, cabe a nós enxergarmos a situação da forma correta (como Deus a vê).

6.8 – MAS NÃO É DEUS QUEM CRIA A PERSONALIDADE? ENTÃO, É LÓGICO QUE CADA UM VERÁ A MESMA SITUAÇÃO DE MODO DIFERENTE

Mas isto não quer dizer que alguém precise ver com maus olhos. Veja o caso dos 4 evangelhos. Cada evangelista viu Jesus de um jeito:
·         Mateus viu Jesus como Rei Justo;
·         Marcos viu Jesus como Servo Fiel;
·         Lucas viu Jesus como Homem Perfeito;
·         João viu Jesus como Deus Presente.

Porém, as 4 formas de se ver Jesus é correta e se completam.
De igual modo, embora haja diferentes personalidades, todas foram feitas para glorificar a Deus. O pecado é que faz parecer que um determinado tipo de temperamento é bom e outro, mau.
Para exemplificar: veja o caso de Golias. Embora o tamanho de Golias fosse o mesmo para Davi e para o restante de Israel, embora a afronta fosse a mesma, ainda assim:
1.     Para Davi, Golias era uma oportunidade de ganhar riquezas, privilégios, fama, etc. (1Sm 17.25-27);
2.     Para o restante de Israel, Golias era vergonha e morte.

Também temos o episódio de Cades-Barnéia:
1.     Para Josué e Calebe, a multidão dos inimigos era sinônimo de provisão abundante (Nm 14.6-9);
2.     Para o restante de Israel, uma praga (Nm 13.33).

Enfim, você é quem vai decidir se o que os outros chamam de problema e maldição, será uma oportunidade para você ser uma pessoa boa e deixar Deus usar Sua misericórdia para com todos, ou se você irá se ajuntar à multidão para murmurar e prejudicar a quantos for necessário para sair da crise.

6.9 – MAS, UMA VEZ QUE É DEUS QUEM ABRE OS OLHOS E OS OUVIDOS DE TODOS (At 16.14; 2Tm 2.25,26), POR QUE ELE NÃO OPERA ISTO EM TODOS?

·         Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, E, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure.” (Mt 13.9-15).

Infelizmente, nem todos são como os crentes de Beréia, que recebem a Palavra de Deus de bom grado, a ponto de verificarem para verem se tudo está em conformidade com as escrituras sagradas (At 17.9,10). Inclusive, pela expressão aqui destacada com duplo sublinhado, podemos ver que o recebimento de dons e minas está intimamente relacionado com a capacidade (disposição) da pessoa de permanecer juntinho do Criador ouvindo Sua voz (Mt 25.15,28,29; Lc 19.13,24-26).
De quê adianta Deus ensinar, abundantemente, os mistérios do reino dos céus, sendo que são poucos que querem amar ao próximo para, com isto, os conhecerem dentro de si (Cl 1.26,27)? Jamais poderemos compreender todo o significado dos mandamentos e ensinamentos de Jesus, enquanto não quisermos pertencer ao Seu corpo e deixar que o mesmo pertença a nós (Rm 12.5).

7 – NÃO PODEMOS SER SALVOS ENQUANTO INSISTIRMOS EM NOS DEIXAR ARRASTAR PELO MUNDO

                Muitas pessoas questionam: “mas como viver os princípios da Palavra de Deus neste mundo? Há momentos que fica insustentável se manter íntegro, honesto, etc.”.
                Deus nunca cogitou a hipótese de se viver, no mundo, a Palavra de Deus. Apenas quem vive em Cristo tem possibilidades de se manter dentro dos princípios da Escritura Sagrada. Note que Deus só deu tudo o que diz respeito à vida e piedade (2Pe 1.3) àqueles que estão assentados nos lugares celestiais (Ef 2.6), vivendo de bênçãos espirituais (Ef 1.3). Tanto é assim que Jesus disse para ajuntar tesouros no céu (Mt 6.19,20) e pensar e buscar as coisas que são do alto (Cl 3.1,2).
Como você pode esperar que achar sua vida neste mundo (ver Mt 10.39) e estar em paz com Deus?  Uma vez que o diabo é o príncipe deste mundo (Jo 14.30) e o mundo jaz no maligno (1Jo 5.19), o mais lógico de pensar é que a vida neste mundo nos prende e leva cativo para o inferno. Daí dizer que todos somos escravos do pecado (Rm 3.9).
O que você acha que Paulo quis dizer quando afirmou que o diabo é o príncipe da potestade do ar (Ef 2.1,2)? Sendo o ar o elemento mais importante para a vida e o que mais nos envolve, logo, ai daqueles que habitam na terra e no mar (Ap 12.12): estão condenados a viver uma vida desagradável diante de Deus.
Daí a escritura dizer que quem quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus (Tg 4.4) e que, quem está na carne, nunca, JAMAIS poderá agradar a Deus (Rm 8.5-8). Por isto é que, quem quer seguir a Cristo, tem que ser sepultado com Ele (Rm  6.1-4) no Seu corpo (1Co 12.13) e, portanto, negar-se a si mesmo (Mt 16.24).
É claro que é difícil deixar de servir o ventre e se tornar amigo da cruz de Cristo (Fp 3.18,19), pela qual o mundo está crucificado para nós e nós para o mundo (Gl 6.14), de modo que não sejamos mais nós a viver, mas Cristo a viver em nós (Gl 2.20).
Tentar fazer amizade com o mundo significa ter prazer em ficar aqui, mesmo sabendo que, enquanto na carne, não poderá ver a Deus (Fp 1.22,23;  1Co 15.50; 2Co 5.6; 2Tm 4.8). Ora, como podemos nos sentir em casa longe do verdadeiro Pastor das nossas almas (Lc 15.4; 1Pe 2.25)? Quem consegue encontrar refúgio nesta Babilônia promíscua e má só os espíritos imundos (Ap 18.2).
Quem se enche de fúria por causa da injustiça e tenta combater a mesma, para fazer deste um mundo melhor, é porque gosta de habitar neste imenso deserto, tal como a Grande Babilônia (Ap 17.3). Ele tinha prazer em ser a rainha da miséria e desgraça alheia (Ap 18.7). Se Jesus disse que o Reino Dele não é deste mundo (Jo 18.36), então porque estamos nos empenhando por Ele aqui?
Além disso, a bíblia é clara em dizer que andamos por fé e não por vista (2Co 5.10) e que o verdadeiro justo vive apenas pela fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).

8 – VERSÍCULOS DA ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO

1)     “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória” (1Co 2.7)
2)     “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (2Tm 1.9)
3)     “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2);
4)     “Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo” (Rm 11.2)
5)      “Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.” (Rm 11.28);
6)     “Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos.” (Rm 11.7).
7)      “Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça.” (Rm 11.5).
8)     “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9).
9)     “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.” (1Pe 1.2);
10)  “Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna.” (2Tm 2.10);
11)  “PAULO, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade” (Tt 1.1);
12)   “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” (2Pe 1.10);
13)   “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;” (Ef 1.11);
14)  “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.” (Rm 8.33);
15)  “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;” (1Co 1.27,28);
16)  “Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?” (Tg 2.5);
17)  “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,” (Ef 1.4,5);
18)  “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Rm 8.29,30);
19)  “Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue,” (Gl 1.15,16);
20)  “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” (Jr 1.5);
21)  “Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.” (Lc 1.15);
22)  “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou” (Rm 9.21-23);
23)  “Agora, pois, perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro.” (Êx 32.32,33)
24)  “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” (Jo 8.44)
25)  “O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.” (Pv 16.4);
26)  Porque povo santo és ao SENHOR teu Deus; o SENHOR teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra. O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos; 8 Mas, porque o SENHOR vos amava...” (Dt 7.6-8)
27)  “Tão-somente o SENHOR se agradou de teus pais para os amar; e a vós, descendência deles, escolheu, depois deles, de todos os povos como neste dia se vê.” (Dt 10.15);
28)  “Porque és povo santo ao SENHOR teu Deus; e o SENHOR te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo.” (Dt 14.2);
29)  “Porque o SENHOR teu Deus o escolheu de todas as tuas tribos, para que assista e sirva no nome do SENHOR, ele e seus filhos, todos os dias. E, quando chegar um levita de alguma das tuas portas, de todo o Israel, onde habitar; e vier com todo o desejo da sua alma ao lugar que o SENHOR escolheu;” (Dt 18.5,6);
30)  “Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o SENHOR teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do SENHOR; e pela sua palavra se decidirá toda a demanda e todo o ferimento;” (Dt 21.5);
31)  “Então disse Davi: Ninguém pode levar a arca de Deus, senão os levitas; porque o SENHOR os escolheu, para levar a arca de Deus, e para o servirem eternamente.” (1Cr 15.2);
32)  “E o SENHOR Deus de Israel escolheu-me de toda a casa de meu pai, para que eternamente fosse rei sobre Israel; porque a Judá escolheu por soberano, e a casa de meu pai na casa de Judá; e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer reinar sobre todo o Israel.” (1Cr 28.4);
33)  “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo ao qual escolheu para sua herança.” (Sl 33.12);
34)  “Porque o SENHOR escolheu a Sião; desejou-a para a sua habitação, dizendo:” (Sl 132.13);
35)  “Porque o SENHOR escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu próprio tesouro.” (Sl 135.4); “Porventura não tens visto o que este povo está dizendo: As duas gerações, que o SENHOR escolheu, agora as rejeitou? Assim desprezam o meu povo, como se não fora mais uma nação diante deles.” (Jr 33.24);
36)  “Mas o SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreenda, ó Satanás, sim, o SENHOR, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo?” (Zc 3.2);
37)  “O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais, e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito; e com braço poderoso os tirou dela;” (At 13.27);
38)  “Assim diz o SENHOR, o Redentor de Israel, o seu Santo, à alma desprezada, ao que a nação abomina, ao servo dos que dominam: Os reis o verão, e se levantarão, como também os príncipes, e eles diante de ti se inclinarão, por amor do SENHOR, que é fiel, e do Santo de Israel, que te escolheu.” (Is 49.7);
39)  “Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar.” (Jo 13.18);
40)  “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (Jo 15.16);
41)  “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.” (Jo 15.19);
42)  “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus;” (1Ts 1.4); (mudança de estado)
43)  “Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo.” (Jo 6.70);