terça-feira, 16 de abril de 2013

40 - Estudo do Livro de AGEU



ESTUDO DO LIVRO DE AGEU

INTRODUÇÃO:

         Tema: É tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa (a casa do Senhor) permanece em ruínas (Ag 1.4)?

Objetivo: Deus tinha despertado o espírito de Ciro, rei da Pérsia (2Cr 36.22; Ed 1.1) a fim de libertar os israelitas e, com isto, o templo de Jerusalém pudesse ser construído.
Contudo, o desejo por conforto encheu de maldade o coração deles, de modo que eles começaram a arrumar desculpas para abandonar a construção do templo. Quando, finalmente, o rei da Pérsia emite o decreto proibindo isto (Ed 4.21-24), eles consideraram um alívio. Mas, para manter a consciência tranquila, tentaram convencer a si mesmos de que os 70 anos profetizados por Jeremias para a libertação de Israel ainda não tinham chegado (vs 2; Jr 25.11,12; 29.10; Dn 9.2).
Todavia, embora os habitantes dos arredores de Jerusalém fizessem de tudo para impedir a construção do templo até conseguirem aprovação legal para isto, Israel jamais deveria ter se conformado, mas clamado a Deus por libertação.
Infelizmente eles, como a maioria das pessoas, vão vivendo a vida como robôs: sem pensar, fazendo uma análise da própria vida, comparando tudo o que tem feito com os resultados obtidos e aquilo que Deus promete em Sua palavra. Daí a ênfase na expressão “considerai” (Ag 1.5,7; 2.15,18).
Eles deveriam enxergar que, o fato da bênção não estar vindo, não era sinal da ausência de Deus. Antes, era justamente o contrário: é porque Ele estava presente, que todas as calamidades estavam acontecendo (Ag 1.6,9-11; 2.16,17,19). Deus estava ensinando que o modo e lugar de eles prestarem culto a Ele estava errado e que, enquanto isto, a casa dele estava enferrujando, apodrecendo e se acabando. Em outras palavras, eles estavam colhendo fisicamente aquilo que eles estavam permitindo que acontecessem com as coisas espirituais deles.
Mas a mensagem principal era eles entenderem que a Casa de Deus não era aquele templo que deveria ser construído, mas sim a vida de cada um deles que deveria estar 100% entregue a Ele. Ou seja, a finalidade principal não era a construção do templo em si, mas sim a edificação da Palavra de Deus no coração uns dos outros e que era por isto que a bênção não começou a fluir imediatamente no 24º dia do 6º mês (Ag 1.15), mas apenas a partir do 24º dia do 9º mês (Ag 2.18), quando eles entenderam que o importante não era obedecer externamente a Palavra Dele, mas sim deixar que a mesma fizesse parte deles e fizesse diferença em suas vidas.
O foco da mensagem é “Eu sou convosco” (Ag 1.13).

AGEU 1 → O QUE VAMOS FAZER COM A PRESENÇA DE JESUS NO NOSSO MEIO? EDIFICAR SUA CASA OU O NOSSO EGOÍSMO?

Vs 1 QUEM ESCREVEU O LIVRO, QUANDO E PARA QUEM ELE FOI ESCRITO?
Ageu escreveu este livro no 2º ano do rei Dario. Trata-se da mensagem que Deus enviou principalmente a Zorobabel e Jesua:
*      Zorobabel era filho de Salatiel e governador de Judá. Contudo, em 1Cr 3.17-19, é dito que Zorobabel era filho de Pedaías. Isto se deve ao fato de que, muitas vezes, apresentava-se apenas os nomes mais relevantes da genealogia. A rigor, Zorobabel era neto, e não filho de Salatiel.
Também chamado Sesbazar (compare Ed 1:8;5:14,16 com Ed 3.8)
*      Jesua (Ed 3.2) era filho de Jozadaque (ou Jeozadaque em 1Cr 6.14,15), sumo-sacerdote. Ele ficou conhecido como Josué nas profecias. Talvez por lembrar a mesma orientação dada a Josué, sucessor de Moisés, quando estava para entrar na terra prometida: a de ter bom ânimo, sem temer obedecer fielmente a palavra de Deus (Js 1.6-9). Isto era necessário, levando em consideração a apatia espiritual de Israel.

Ele foi levantado por Deus para, junto com Zacarias (Ed 5.1; Zc 1.1), incentivar o povo a edificar a casa do Senhor. Enquanto Ageu se instalou em Jerusalém, exortando a povo a abandonar seus interesses e edificar a casa do Senhor, Zacarias permaneceu na Babilônia incentivando o povo a sair dali e ir para Jerusalém, tendo começado seu ministério dois mês após Ageu.
Vs 2 a 4 ISRAEL SÓ ENCONTRA TEMPO PARA CONSTRUIR SEUS INTERESSES
Note como, no vs 2, Deus não diz “meu povo”, mas sim “este povo”. No que Israel passou a ser indolente e egoísta, já não era mais povo do Criador. Afinal, Jesus zela muito pela casa do Pai (Jo 2.17) e Seu desejo é fazer a obra Dele no coração das pessoas (Jo 4.34; 6.38; 9.4).
Para tentarem enganar a si mesmos com a ideia de que os 70 anos de Jeremias não se cumpriram (Jr 25.11,12; 29.10; Dn 9.2), muitos, provavelmente alegaram que, ao invés de contar a partir do cativeiro de Jeoaquim (2Cr 36.6), deveriam contar a partir da destruição do templo (2Rs 25.9).
Outros usavam a perseguição dos povos em redor (Ed 4) para alegarem que ainda não era hora de crer em Jesus. Ora, se a perseguição era tão violenta assim, então como eles conseguiam ter paz para construir e habitar nas suas mansões (vs 4)?
Vs 5 a 11        FAÇA UMA ANÁLISE DO TEU PASSADO E SE PERGUNTE: POR QUE MINHAS EXPECTATIVAS ESTÃO SENDO FRUSTRADAS?
Considere o teu passado e se pergunte: é normal esta situação que estou vivendo? Uma vez que Jesus prometeu vida com abundância aos que cressem Nele (Jo 10.10), riquezas especiais para os que O ama (1Co 2.9), por que tenho sentido tanta necessidade (contraste com Fp 4.19)? Tenho colhido em conformidade com aquilo que estou semeando? Senão, o que está atrapalhando esta colheita?
Ao invés de se rebelar contra a ordem estabelecida (Pv 24.21; Rm 13.1,2) e ser punido pelo sistema (além de toda a injustiça e maus tratos que estás sofrendo), busque reconhecer Jesus em todos os teus caminhos (Pv 3.5,6; Lm 3.40). Uma vez que é Deus quem faz o bem e o mal (Jó 5.18; Is 44.8; 45.6,7), ao invés de querer que todos ajam corretamente, arrepende-te e converte-te e até teus inimigos farão faz contigo (Pv 16.7); até as pedras (Jó 5.23) e feras do campo (Os 2.18) terão acordo contigo.
Isto não significa se submeter à ordem estabelecida, já que isto seria compactuar com o erro. Antes, implica em sair do sistema (sem querer mudá-lo ou destruí-lo) e buscar unicamente a vontade de Deus. Só assim enxergaremos o escape no meio das armadilhas que Deus armou para que os perversos caiam na sua própria maldade (Ez 3.20; Jó 5.13; 1Co 3.19). Os problemas do mundo (Lc 21.25-28) não são para nos derrubar, mas sim para sermos livros dos perversos e maus (ver Dn 3.20-27; 2Ts 3.2) e, deste modo, não nos apoiemos neles, nem em qualquer uma das suas coisas, que são de nenhum préstimo (Is 44.9; Hb 12.25-27).
Se, por um lado, Deus abençoa aquele que dá, sem nada reter (Pv 11.24; 21.26), por estar este em busca do reino de Deus (Mt 6.33), nada dá certo para o que se recusa a ouvir a voz de Deus (ou mesmo se conforma em não ouvi-la) (ver Dt 28.38; Mq 6.14,15), deixando de olhar para Ele (ver Os 4.10). Aos tais, Deus se coloca como adversário (ver Nm 22.22,32).
Como assim? Ora, a partir do momento que recusamos o amor e a justiça de Deus, sendo estes a essência do próprio Deus, as pessoas passam a se posicionarem contra nós justamente por sermos injustos e egoístas, por não concordarem com nosso jeito de ser.
 Enquanto não construímos lugar no nosso coração para as pessoas em quem Deus deseja operar (Zc 8.9,10), é lógico que, no final, tudo irá enferrujar ou se perder (já que, no que privamos as pessoas de terem acesso ao nosso coração, não há como as riquezas da injustiça (Lc 16.9) serem transformadas em amor na nossa vida – Ag 2.17).
Entenda: Deus criou tudo para ser renovado através da transformação. Tudo que fica parado se deteriora. A ideia é que Sua vida, atuando neste mundo, permita uma fonte de energia ser transformada em outra, mas, principalmente, que o material se transforme em amor espiritual (ver Lc 16.9).
Quando não houver disposição para isto, tudo que a terra produzir só servirá para aumentar ainda mais a ganância dos ricos e a inveja e desejo de vingança dos pobres.  É por isto que:
*      Ninguém ficava satisfeito. E como poderia, já que apenas a presença contínua de Deus faz com que algo faça sentido na nossa vida (Dt 28.38; Os 4.10; Mq 6.14,15)? Daí dizer que quem recebe salário, irá colocá-lo num saco furado, pois irá gastá-lo com aquilo que não alimenta e satisfaz (Is 55.1-3), muito menos permanece na vida dele, sendo apenas prazer momentâneo (Jr 2.13). Se tivessem seguido a orientação de Jesus para fazer bolsas que não envelheçam (Lc 12.33), ajuntar tesouros no céu (Mt 6.22,23), buscar a herança incorruptível (1Pe 1.4), a história teria sido diferente.
*      Não havia salário para homens e animais, pois todos desconfiavam de todos e cada um evitava, ao máximo, chamar o outro para trabalhar para ele (Zc 8.9,10), já que o melhor deles era como espinho e o mais reto, como uma sebe de espinhos (Mq 7.4);
*      Deus feria com queimadura, ferrugem e saraiva (vs 9; Ag 2.17). A pessoa lutava tanto para conseguir algo e, quando obtinha, na maioria das vezes não dava suprir as necessidades; e, quando, com muito custo, a pessoa conseguia armazenar algo, aquilo se deteriorava como o maná colhido em excesso (Êx 16.20) ou era devorado por inimigos (Dt 28.33; Sl 78.46);
*      Deus fechava céus e terra (vs 10; Lc 26.19; Dt 28.23; 1Rs 8.35), de modo que era possível ser visto o que existia nos corações (2Rs 6.26-30);
*      Deus fazia vir a seca (vs 11; Sl 105.16; 1Rs 17.1; 2Rs 8.1).

Ao invés de correrem e se cansarem tentando obter e manter as coisas através da maldade (Pv 1.16; Jr 9.5), eles deveriam se apressar em obedecer aos mandamentos do Senhor (Sl 119.32). Neste caso, subindo ao monte que, agora, após 70 anos de desolação, estavam repletos de madeira de boa qualidade (vs 8).
Mas por que apenas madeira? Eles citaram principalmente a madeira a fim de que eles tomassem consciência da necessidade de ir em busca de madeira nova. Como eles estavam todo ocupados em seus negócios, poderiam pensar em aproveitar a madeira velha para poupar dinheiro. Mas os velhos muros não estavam permanecendo. Estavam apodrecendo, enferrujando, secando, etc., tal como estava a acontecer com o trabalho das mãos deles.
Em outras palavras, o que estava acontecendo com as colheitas tinha por finalidade mostrar-lhes o que estavam deixando acontecer com a Casa do Senhor. Isto deveria servir para mostrá-los do que estava acontecendo no coração do povo de Israel.
Note como o vs 8 é um parênteses no meio deste bloco, que está tratando do esforço inútil de Israel em fazer, das suas vidas, algo prazeroso de ser vivido. A única forma de encontrarmos prazer e força é agradando ao Senhor (Ne 8.10). E o Seu prazer é fazer Sua glória repousar na nossa vida, de modo que todos possam conhecê-lO através de nós.
Já pensou por exemplo, no motivo pelo qual a terra se encherá da glória do Senhor (Nm 14.21; Hc 2.14)? Como todos os que creem são templo de Deus (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) e Ele ordenou que fôssemos por todo o mundo fazendo discípulos (Mt 28.18-20; Mc 16.15), logo, através dos que creem, Ele pode manifestar de Si mesmo a todos.
No vs 10, céus e terra são personificados, como se fossem seres vivos, a fim de mostrar que até a natureza ouve a voz Deus e obedece prontamente (ao passo que o ser humano é o único que pede a Deus para esperar, isto quando se nega a fazer o que Ele ordena), ansiosa por ver os filhos de Deus se manifestarem (Rm 8.19-22), ficando, assim, indignada com a desobediência dos filhos dos homens (vs 10; Dt 4.26; 30.19; 31.28; 32.1; Is 1.2; 44.23; 45.8; 49.13; Jr 2.12; Ez 36.4; Ap 12.12). Não é à toa que Deus deu nome à expansão (Gn 1.8) e se preocupa em saciar até o pó da terra (Jó 38.25-27).
Trata-se de um exagero para mostrar às pessoas o quão mal elas estavam agindo. Afinal, se até céus e terra e coisas inanimadas devem louvar a Deus (e louvam - Sl 148,150), o que dirá de cada ser humano em quem há Seu fôlego de vida (At 17.25-28).
Vs 12 a 15 É A PRESENÇA DE DEUS QUE DEVE NOS ESTIMULAR A CONSTRUIR SUA CASA, E NÃO O CONTRÁRIO
Logo, se Jesus está presente, temos que achar uma morada para Ele nos corações (ver Sl 132.3-5).
Quando Zorobabel, Jesua e todo o povo ouviram as palavras de Ageu, eles atenderam às mesmas, não como vindas do homem, mas sim como sendo a voz do próprio Deus (vs 12). Entretanto, mesmo tendo temido diante do Senhor (vs 12) note que, apenas 23 dias depois é que eles começaram a buscar a madeira (compare Ag 1.1 com Ag 1.15) e, só depois de 3 meses, é que se fundou o templo (Ag 2.18; Ed 5.2).
A verdade é que eles, infelizmente, não compreenderam a verdadeira mensagem por traz da pregação de Ageu. Ninguém tinha dúvidas de que ele era mensageiro enviado do Senhor, mas, por não compreenderem a essência de tudo que Ageu disse, se preocuparam tão somente com o ajuntamento da madeira, o que fazia deles e de tudo que eles faziam, pessoas imundas aos olhos de Deus (Ag 2.14).
Ora, uma vez que o Senhor mostrou que estava no meio deles (vs 13), mais que depressa eles deveriam ter edificado a casa do Senhor. O raciocínio é simples: se uma pessoa querida chega de viagem, você só vai hospedá-lo depois de 3 meses e 23 dias, ou vai arrumar um cantinho na tua casa para ele? Por mais humilde que seja tua casa, você irá hospedá-lo de imediato e, caso haja necessidade, construir um lugar especial para melhor acolhê-lo, mas sem jamais se desfazer da companhia dele.
Em outras palavras, tudo que eles fizeram foi unicamente cumprir regras, pensando apenas em recompensas materiais. Mas a essência, que era o próprio Deus em pessoa, ainda continuava perdida. Quando Ageu ordenou que eles fizessem um paralelo entre o que eles haviam semeado e colhido, em momento algum estava incentivando-o a buscá-lo em prol de interesses materiais, mas sim enxergar, por meio disto, que Deus, naqueles tempos, não estava se agradando deles.
Infelizmente para eles a permanência de Deus no meio deles poderia, muito bem, ser adiada por 3 meses e 23 dias, sem qualquer problema. Não enxergavam a grandeza que representava a presença de Deus (ver Gn 26.24; 28.15; 39.2,3,21,23; Êx 3.12; Is 43.13; Mt 28.20; Rm 8.31). Basta pensar que Deus salva apenas aqueles que se tornam como crianças (Mc 10.14,15), ou seja, que dependem Dele para tudo. Afinal, quando um filho está na presença do pai:
*      não tem fome, pois o pai lhe dá o melhor alimento disponível;
*      não permanece doente, pois o pai procura toda a ajuda necessária;
*      é protegido dos inimigos, já que o pai luta no lugar dele.

Enfim, embora eles tenham se posto ao trabalho no 24º dia do 6º mês, ainda não entendiam o que era a Casa do Senhor. Estavam nela (vs 14), mas sem saber o que ela realmente era. É claro que estar na casa do Senhor não estava se referindo ao templo (já que este ainda não existia).
Mas, nem eles, nem as pessoas hoje, entenderam isto e, embora muitas vezes estejam na casa do Senhor (na vida das pessoas), por não enxergarem as coisas corretamente (Mt 6.22,23), trabalham em grande erro (Mc 12.24,27) e cheios de impureza (ver Lc 11.41; 12.33).

AGEU 2 → O CULTO A DEUS SÓ TEM SENTIDO QUANDO EXPRESSA O AMOR GENUÍNO QUE EXISTE NO CORAÇÃO DA PESSOA POR JESUS E SUA PALAVRA

Vs 1 a 9  O QUE FAZ DA CASA DE DEUS UM LUGAR REALMENTE IMPORTANTE? SUA EXCELÊNCIA EXTERIOR, OU A PRESENÇA DO DEUS VIVO NELE?
Temos aqui a segunda palavra que Deus deu a Ageu, quase um mês após eles terem começado a ajuntar a madeira (compare Ag 1.15 com Ag 2.1). Muitos dos sacerdotes, levitas e anciãos que tinham sobrevivido à destruição do templo de Jerusalém (é bom levar que a destruição do templo se deu bem depois da contagem dos 70 anos, o que tornou perfeitamente possível a existência de pessoas que tinham visto o templo de Salomão), ainda continuavam menosprezando este novo templo (vs 3; Ed 3.12; Zc 4.10) em virtude da sua singeleza aparência exterior.
Apesar de todos os milagres que Deus fez no passado por meio de coisas pequenas (um cajado, 5 pedrinhas e uma funda, etc.), eles não tinham entendido que, o que torna algo ou alguém grande, é o fato de ser tomado por Deus em Suas mãos para ser por Ele usado. E bem sabemos que Deus escolheu as coisas fracas, loucas, vis, desprezíveis e que nada são para manifestar Seu poder e glória (1Co 1.26-29; 12.24,25). Deus escolhe vasos de barro para colocar Seu precioso tesouro (2Co 4.6).
Infelizmente a forma dos homens verem as coisas é bem diferente de como Deus as vê (ver 1Sm 16.7; Is 55.8,9; Zc 8.6). Até hoje as pessoas continuam achando que o mover de Deus está condicionado àquilo que fazemos para Ele (ver Zc 4.6). Deus só quer que tenhamos medo de desprezar Sua Palavra (que, no fundo, mostra quem Ele é) por sabermos que, com isto, entristecê-lO-emos e perderemos Sua companhia (Is 66.2; Fp 2.12,13).
Note como, embora eles tivessem temido a palavra desde o 1º dia do 6º mês, eles só começaram a buscar a madeira no 24º dia do 6º mês e, até agora (21º dia do 7º mês), continuavam desanimados. Mesmo tendo recebido palavra semelhante a esta, anos atrás, quando os fundamentos do templo (os que ficam embaixo da terra) foram postos (Ed 3.10; Zc 8.9), mesmo Deus confirmando que era com eles (Ag 1.13; vs 4), eles permaneciam apáticos às coisas concernentes ao reino de Deus. Faziam apenas por medo de que mais praga viesse sobre eles.
Quando Deus fala para eles não temerem, não pense que era por causa dos inimigos. Como eles ainda continuavam apegados às coisas materiais, o que Deus esta dizendo é que eles não deveriam ter medo de estarem gastando seu tempo, energia e recursos em vão.
A aliança que Deus tinha feito com eles quando os tirou do Egito, ainda continuava valendo (Êx 19:5,6; 34:10, 11), a saber, a de habitar no meio deles (Êx 29.45,46; Is 63.11) e lhes dar tudo que realmente é bom (Ne 9.20).
Contudo, até então eles não conseguiam entender o que realmente vem a ser a aliança de Deus (como, aliás, muitos, até hoje, não entendem). Quando se fala em aliança, só se pensa na união entre duas pessoas. Todavia, esta só se dá mediante o compromisso de ambas as partes em romperem com qualquer relacionamento carnal que tinham outrora, de modo a serem livres para se dedicarem um ao outro no Senhor em prol da Sua palavra. Aliança significa “cortar”, lembrando os sacrifícios de animais que eram oferecidos pela pessoa que, após ter ouvido a voz de Deus, passava a ter em vista em algo bom e, por isto, decidia “cortar” o pecado da sua vida a fim de ser só de Jesus. Daí a aliança ser confirmada com sangue: era o testemunho da pessoa de que ela finalmente tinha achado algo (e, principalmente, Alguém) bom e, por isto, estava pronto para dar fim toda busca (vaguear da cobiça – ver Jó 12.24; Ec 6.9; Os 9.17) só para poder se dedicar a isto que achou.
Os reinos do mundo eram como que o andaime do templo espiritual de Deus. Quando o mesmo estiver pronto, Deus abalará céus e terra para lançar ao chão estes andaimes (vs 6; Jl 3.16; Hb 12.25-27). Assim, não pense em tentar melhorar este mundo (lembre-se de que o tema do livro de Zacarias é combatendo a teologia da estratégia), nem buscar a tua felicidade em algo que nele há (Mt 10.39). Antes, que Deus seja teu refúgio, fortaleza (Jl 3.16) e alegria (Mq 7.7; Hc 3.19).
A certeza de que todos os reinos do mundo iriam cair diante do Messias em Jerusalém, deveria servir de estímulo para que os israelitas saíssem da Babilônia e se esforçassem veementemente para que o nome de Deus e Sua Palavra fosse confirmada na vida de cada um deles. Inclusive, o fato de Deus abalar céus e terra é para ser boa notícia para quem realmente crê em Deus (Lc 21.25-28).
Pense: enquanto, para estabelecer a Antiga Aliança, Deus abalou apenas a terra (Êx 19.18), agora céus e terra seriam abalados. Tudo isto para confirmar para os eleitos que Sua Palavra nunca falha e que a única coisa que nunca se abala é aquilo que Deus faz (Ec 3.14; Hc 3.6).
Urge salientar que, no vs 21, novamente Deus diz que abalará céus e terra (vs 6). Considerando que o escritor de Hebreus cita isto apenas uma vez (Hb 12.26), logo trata-se de um único abalo, só que dividido em duas etapas:
[ O do vs 6 é o abalo inicial, quando Deus faria tremer todas as nações, de modo que elas viessem a ajudar na restauração do templo (ver Ed 6.6-10; 7.14-24; Is 60.5-7) que haveria de receber o Messias na sua primeira vinda (veja os abalos em Mt 3:17; 27:51; 28:2; At 2:2; 4:31);
[ O do vs 21 é o abalo final, quando Jesus virá pela segunda vez para inaugurar o milênio. Novamente as riquezas de todas as nações serão trazidas para construir o templo judaico (daí a opulência israelita que a tantos enriqueceu em Ap 18.11-14), só que desta vez será o templo do anticristo. Contudo, servirá como sinal de que Jesus está vindo (veja os abalos em Mt 24:7; Ap 16:20; 18:20; 20:11; 2Ts 2.1-4).

No Antigo Testamento Deus:
? Manifestou-se nos céus lá no Monte Sinai com Seus relâmpagos, trovões e densas nuvens (Êx 19.16);
? Abalou a terra, vindo todo o Monte Sinai a tremer (Êx 19.18);
? Abalou o mar, fazendo o Mar Vermelho se abrir para os hebreus passarem (Êx 14.21,22);
? Abalou a terra seca fazendo brotar água da Rocha (Êx 17.6; 20.8), além de prometer colocar rios no deserto (Is 43.19,20).

No Novo Testamento Deus, por Cristo Jesus, abalou:                                                
*      Os céus, ao testemunhar acerca de Cristo com Sua voz (Mt 3.17; Mc 9.7; Jo 12.28);
*      A terra, no momento em que Jesus acabou de dar Sua vida (Mt 27.54);
*      O mar, quando Jesus caminhou sobre ele (Mt 14.25,26) e quando repreendeu os ventos e o mar (Mc 4.39);
*      A terra seca, ao fazer Jesus subir como Renovo de uma terra seca (Is 53.2).

O desejado de todas as nações (ARC), aqui, se refere às coisas preciosas de todas as nações, conforme se pode ver no versículo posterior e também em Is 60.5,11; 61.6. Mesmo porque, Deus faz as nações tremerem para que, elas se desprendam de suas riquezas. Jesus não poderia vir das nações, já que elas não O possuem.
Além disto, Ele não tinha beleza, nem formosura, não boa aparência para que os israelitas o desejassem (Is 53.3). Eles desejavam O Messias da aliança, mas não porque desejassem a pessoa Dele, mas sim pela recompensa que Ele traria Consigo (Ml 3.1; Is 40.10)
É bem verdade que, no fundo, Ele é o amor todos os povos desejam (1Jo 4.8,16). Inclusive, o nascimento de Jesus foi uma boa notícia para todos os povos (Lc 2.10). Porém, apenas no milênio é que todos os povos se congregarão a Ele (Gn 49.10). Na atual dispensação, apenas aqueles com a fé de Jó (Jó 19:25-27; 33:23-26) e Abraão (Jo 8.56) irão desejá-lO.
Além disto, Jesus é mencionado na expressão “e encherei esta casa de glória” (vs 7) (Jesus é a própria glória de Deus – compare Êx 33.18-20 com 2Co 4.6; Hb 1.3; Jo 1.14). No Antigo Testamento, o tabernáculo (Êx 40.34,35) e o templo (1Rs 8.11; 2Cr 5.14) foram cheios com a glória de Deus. No Novo Testamento, a glória de Deus se manifestou em Jesus, coberta pelo véu da Sua carne (Jo 1.14), lembrando o que Moisés fez quando a glória de Deus resplandecia na face dele (Êx 34.35).
Uma das desculpas deles para não construir o templo era a escassez de recursos preciosos. Deus, então, mostra que Ele é o dono de todas as riquezas do mundo (vs 8; Jó 41.11; Sl 24.1; 50.12) e que as riquezas não vieram simplesmente porque Ele não quis, para mostrar para Israel e para nós que o importante não é a quantidade de recursos que vêm às nossas mãos, mas sim a glória Dele preenchendo os corações. Até hoje há muitos que buscam recursos em excesso achando que é a excelência humana que agrada a Deus. Mas como, se Deus não recebe glória (Zc 4.6) nem força de homens (Jo 5.41)?
Em outras palavras, Zorobabel, Jesua e o restante do povo (note como os três são citados separados várias vezes) deveriam deixar de querer fazer as coisas do jeito deles e administrar o que Deus lhes dava (e não o que eles queriam – 1Pe 4.10). Afinal, se Deus queria usar materiais mais simples, é porque havia uma lição especial a ser aprendida por todos.
Além disto, Deus queria encher toda a Jerusalém de glória com Sua presença (Zc 2.5) e a existência de riquezas terrenas poderia atrapalhar a manifestação da Sua glória (Tg 2.5. Daí Jesus ordenar ao jovem rico para vender tudo e dar aos pobres (Mt 19.21), algo feito semelhantemente por Eliseu (1Rs 19.19-21)). Em contraste, repare que o projeto de Deus é que toda a Nova Jerusalém seja ricamente adornada, e não apenas o templo (Ap 21.10-22).
Note que a ligação entre a glória de Deus e a paz na terra (vs 9; Lc 2.14). E não é para menos, já que a glória de Deus é vista na face de Cristo (2Co 4.4,6; Hb 1.3). Logo, Ele é maior que o templo (Mt 12.6). Aliás, Seu corpo é o verdadeiro templo (Jo 2.19,21), no qual todos devemos estar, se é que queremos ser cheios da glória de Deus. Sem contar que Ele é a nossa paz (ver Êx 33.14; At 4.19; Ef 2.14).
O fato de associar a glória de Deus com a paz e de predizer que isto aconteceria em Jerusalém (vs 9) era mais uma prova de que é ali que Deus os queria e que, o que realmente importa, é a presença Dele conosco. Não importa o quanto possamos ter ou fazer: sentido algum nos trará se Ele não estiver conosco.
E a verdadeira paz consiste em remover do nosso caminho tudo que impede Deus de vir ao nosso encontro (Sl 85:8, 10; Is 9:6, 7; 53:5; Zc 6:13; 2Co 5:18, 19). Perceba que a questão não é o que devemos fazer para obter o favor de Deus, mas sim o que há em nós que impede Ele de agir na nossa vida. Quando o pecado, que atrapalha Deus de agir em nós, é removido (Is 59.1,2), então Sua presença em nós produz paz no coração (Is 57:19; At 10:36; Rm 5:1; 14:17; Ef 2:13-17; Fp 4:7), a qual acabará sendo refletida nos nossos relacionamentos (Is 2:4; Os 2:18; Zc 9:10), até ser manifestada por toda a terra (Mq 5.5; Lc 2.14).
Vs 10 a 14 É INÚTIL EDIFICAR A CASA DO SENHOR ENQUANTO HOUVER IMUNDICÍE NOS CORAÇÕES (NOSSO E DAS PESSOAS)
Tem-se aqui a 3ª mensagem de Ageu, a qual foi dada 3 meses após eles terem dado início ao trabalho em prol da casa do Senhor (compare vs 10 com Ag 1.15). Ela é dirigida aos sacerdotes por serem eles as pessoas autorizadas por Deus para explicar a lei (Lv 10:10,11; Dt 17.8-13; 33:10; Ez 44:23,24; Zc 7.3; Ml 2:7). Daí dizer “pergunta, agora, aos sacerdotes” (vs 11).
Para entender a pergunta, precisamos entender como funcionava o princípio da santidade:

? Tudo aquilo que tocasse o altar, após este ter sido expiado e santificado, se tornava santo (Êx 29.37);
? Qualquer coisa que tocasse algum dos objetos do tabernáculo após os mesmos terem sido ungidos, se tornava santo (Êx 30.26-29);
? Tudo que tocasse a oferta de manjares seria santo (Lv 6.18);
? Tudo que tocasse a carte da oferta seria santo (Lv 6.27);
? Se o sacerdote saísse ao povo com suas vestiduras santas com que ministrava, santificava o povo (Ez 44.19), coisa que não deveria acontecer, já que nem todos estavam dispostos a servir Jesus. E dar as coisas santas aos cães (Mt 7.6) é profanar Sua santidade.
        
Ou seja, a carne (ofertada pelos filhos de Israel ao Senhor) santificava qualquer objeto que nela tocasse (incluindo a orla do manto do sacerdote), de modo que esta só poderia ser usada exclusivamente pelo Senhor (não pertencia mais à pessoa). Entretanto, tal carne não santificava ninguém, nem conferia à orla do manto do sacerdote o poder de santificar algo. Apenas a carne tinha poder de santificar, e isto a objetos.
Em outras palavras, o que haveria era apenas a purificação externa, a saber, da carne (Hb 9.13).
Logo, uma oferta, por mais pura e santa que fosse, jamais poderia fazer de alguém, uma pessoa santificada. Muito menos tal pessoa seria capaz de imputar santidade a alguém. Em outras palavras, não importava o quanto os sacerdotes de empenhassem em realizar os sacrifícios sagrados, nem eles, nem aquilo que eles faziam, era capaz de imputar santidade ao povo (nem a eles mesmos).
Pelo contrário: assim como o contato com um corpo morto tornava a pessoa impura, bem como tudo aquilo que por ela era tocado (vs 13; Nu 19:11,13,22), tais sacerdotes, por estarem imundos em virtude do contato com pessoas mortas em seus delitos e pecados (o que, por consequência, os leva a desobedecerem a lei de Deus e praticarem obras mortas – ver Tt 1.15; Hb 9.14), acabavam contaminando a carne do sacrifício, de modo que nem esta mais tinha poder para santificar nada.
Para piorar as coisas, ainda havia as ruínas do templo antigo, que era como algo morto a contaminar a vida dos israelitas que iam prestar culto, já que, por se lembrarem da opulência do templo antigo, perdiam todo entusiasmo em cumprir a ordem de Deus (Ed 3.12,13), passando meramente a adaptar a vontade de Deus à vontade deles.
Precisamos parar de viver do passado, como robôs programados ou urubus, que gostam de carniça. Devemos buscar o Senhor durante o tempo que se chama hoje (Sl 118.24; Hb 3.13).
Embora a orla do manto dos israelitas devesse servir para que eles se lembrassem dos mandamentos de Deus (Nm 15.38,39; Dt 22.12), não importa o quanto uma carne santa tocasse nesta orla, se o sacerdote desprezasse a Palavra de Deus por temer o homem (Is 51.12,13), ele acabaria tornando tudo impuro, já que agora sua mente e coração estariam contaminados (Tt 1.15), tal como:
o   uma gota de veneno torna todo um vaso de água impróprio para o consumo;
o   uma única mosca morta estraga todo o unguento do perfumista (Ec 10.1);
o   um pouco de estultícia é suficiente para acabar com toda a sabedoria e honra de uma pessoa (Ec 10.1).
  
Enfim, no que os sacerdotes desobedeciam a Deus para receber glória de homens (Jo 5.44; Gl 1.10), eles se tornavam incapazes de crer e, como sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6) (pois isto é como chamá-lO de mentiroso – 1Jo 5.10), logo suas ofertas se tornam sem valor algum (1Sm 15.22). Em outras palavras, tentar servir a Deus em Israel, mas sem se preocupar em edificar a Casa do Senhor em cada coração, é sem sentido, profano e imundo.
Vs 15 a 19 FAÇA UMA ANÁLISE DO TEU PASSADO E VEJA COMO TUA VIDA FICARÁ DIFERENTE APÓS A CASA DO SENHOR COMEÇAR A SER CONSTRUÍDA NA TUA VIDA
Antes de saírem colocando pedra sobre pedra no templo (vs 15 – ARC), eles deveriam considerar também aquilo que estava acontecendo desde o momento em que eles começaram a trabalhar (3 meses atrás) até agora (eles já tinham sido convidados a analisar seus caminhos desde o momento em que se colocou os primeiros fundamentos da casa do Senhor (Ed 3.10,11; Ag 1.5)). Eles continuavam semeando e esperando o muito, mas a colheita permanecia aquém do esperado (compare vs 16,17 com Ag 1.6,9,11).
Continuavam sendo feridos com queimaduras, ferrugem e saraiva em toda a obra das mãos deles, tal como na época de Amós (vs 17; Am 4.6-10; como Deus prometeu aos rebeldes em Dt 28.22; 1Rs 8.37). E o pior é que o erro se repetia: eles continuavam sem se voltarem para o Senhor (tal como se deu também em Jr 5.3).
Você pode questionar: mas eles não começaram a buscar madeira em atenção à Palavra do Senhor? Certo. No entanto, uma coisa é “voltar para o Senhor”; outra é “se voltar para o Senhor”. Eles continuavam correndo à sua própria casa (vs 9). Só que, agora, buscando no Senhor o desejo de suas almas. Tal como aquela multidão que ia até Jesus para tocá-lO a fim de serem curados, assim os israelitas desta época se aproximaram do Senhor, mas “de costas” (ver Jr 32.33), ou seja, sem qualquer interesse em ter intimidade com Ele e agradá-lO.
Assim, ao invés de saírem por aí fazendo coisas para o Senhor, eles deveriam buscar conhecer o real motivo por trás dos mandamentos do Senhor. Em outras palavras, eles deveriam entender que o objetivo não era só por pedra por pedra no templo, mas sim a colocar Rocha sobre Rocha (Verbo sobre Verbo – Jo 1.1; 1Co 10.4) no coração das pessoas.
 Entretanto, a partir de agora, que eles realmente aceitaram o propósito da obra de Deus e se lançaram, não só de corpo, mas também de alma na edificação da casa do Senhor (até então, só estavam recolhendo madeira, mas sem, efetivamente colocar mãos à obra e com uma convicção instável), a sorte deles ia mudar: a terra produziria prosperamente (vs 19; Zc 8.12).
Vs 20 a 23 PARA QUE JESUS POSSA MARCAR AS VIDAS ATRAVÉS DE NÓS, É PRECISO QUE TODO O PODER DAS NAÇÕES SEJA DERRUBADO
Alguém pode questionar: “mas por que Deus iria abalar céu e terra (vs 21)? Para que só permaneça aquilo que é inabalável, ou seja, Ele próprio (Hb 12.25-27). Ele, em pessoa, deve ser a nossa satisfação (Hc 3.19). Quem tem prazer na companhia de Jesus, terá todos os verdadeiros desejos do seu coração supridos (Sl 37.4) (não confunda tais desejos com a mesquinhez carnal ilusória).
Como Ele pode estabelecer Seu reino de paz, com tanto poderio político (tronos de reinos), militar (força dos reinos das nações; entre esta, carros, cavalos e cavaleiros) e econômico (vs 22 – fazendo um cair pela espada do outro, tal como em (Zc 14.1,2,13)) para servir de muleta enganosa (ver 2Rs 18.21; Is 36.6; Ez 29.6)? Daí o surgimento de tantas catástrofes (Mt 24.7,29): para destruir todo este poderio humano (Dn 2.44; Mq 5.10; Zc 9.10).
Em outras palavras, as promessas de bênção para Israel não os isentava de problemas, lutas e tribulações, mas seriam alcançadas justamente através destas. Aliás, sem as mesmas, a verdadeira bênção jamais será possível (ver 1Co 15.36). Daí Jesus ordenar Lc 21.25-28.
Inclusive, é justamente neste dia que Zorobabel será feito um anel de selar (vs 23). Entendendo que o Espírito Santo é o selo de Deus (2Co 1:20, 22; Ef 1:4,13,14), logo ser o anel de selar significa ser usado para que o selo de Deus esteja da fronte e na mão dos Seus (ver Êx 13.13-16; Ap 14.1), que é o que nosso Noivo Amado tanto deseja (Ct 8.6). Repare como Seu desejo é nos sustentar, ter prazer em nós (ou seja, ter intimidade conosco - ver Is 42.1), visto ser esta a única forma de podermos saber e entender melhor a Seu respeito (Is 43.10) e, deste modo, possamos crer Nele de verdade (Ef 5.16,17) e, assim, podermos ser luz neste mundo que cada vez mais é coberto pelas trevas (Is 60.1,2).
Em outras palavras, ser feito anel de selar significa receber do Pai autoridade para fazer discípulos e julgar corretamente as coisas (e não as pessoas), a saber, segundo a reta justiça de Deus (Mt 28:18,19; Jo 5:22, 23), de modo que a Palavra Viva de Deus possa ficar pregada em cada coração (Mc 16.15), ou seja, todos possam enxergar a verdadeira Luz do mundo (Mt 5.14-16).
Zorobabel, em pessoa, é anel de selar, também, por ser ele o elo de ligação entre as duas genealogias de Jesus:
*     Em Mt 1.12,13 temos de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até Maria;
*     Em Lc 3.27 temos de Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José;

Detalhe: a expressão “naquele dia” (vs 23) deve-se ao fato de que, o dia em que céus e terra seriam abalados e os governos dos povos derrubando, ainda estava muito distante (mais de 2.000 anos pro futuro). Quanto à ênfase em dizer “porque te escolhi” (vs 23) é para que Zorobabel tivesse certeza de que a ideia de reconstruir a Casa de Deus não era apenas Dele. Foi Deus quem o escolheu para isto (e não o contrário, ou seja, Zorobabel escolhendo a Deus para construir a Casa do Criador – ver Jo 15.16). Logo, ele não tinha que se preocupar se a obra teria sucesso ou não, já que, quando é Deus quem age, ninguém pode impedir (Jó 42.2; Is 43.13; Rm 8.31,33,34).