quinta-feira, 11 de abril de 2013

39 - Estudo do Livro de Zacarias - Parte 4



ZACARIAS 13 → A PURIFICAÇÃO DE ISRAEL COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL DA SUA NOVA EXISTÊNCIA

Vs 1 a 6 DEUS PROMETE UMA FONTE PURIFICADORA QUE REMOVERÁ DA TERRA OS ÍDOLOS (NEM MESMO DO NOME DELES HAVERÁ LEMBRANÇA), OS FALSOS PROFETAS E O ESPÍRITO IMUNDO
Como o povo, no capítulo 11 (Zc 11.8), se cansou de Jesus, no capítulo 12 vê-se Jerusalém se tornando um cálice de tremor, uma pedra pesada para todos os povos (Zc 12.2,3) e, mesmo o remanescente recebendo o Espírito Santo, o isolamento de Judá continuava (até mesmo entre pessoas do mesmo grupo: Davi...Natã, Levi...Simei).
O motivo é simples: apenas agora, com o início do milênio, o remanescente de Israel é purificado da impureza (vs 1). Embora a fonte da Água Viva (Jo 4.14; 7.37-39) sempre esteve disponível para Israel (ver Rm 3.1,2; 9.4,5), apenas no início do milênio seus olhos serão abertos para enxergá-la (cumprimento da profecia de Isaías (Is 6.9; Mt 13.14) e de Davi (Sl 69.22,23)), igual se deu com Hagar no deserto de Berseba (Gn 21.19). A fonte sempre esteve lá (e a presença de árvores comprovava isto – Gn 21.15), mas só quando os olhos dela foram abertos ela enxergou a bênção.
Embora o sangue de Jesus sempre esteve disponível para purificar as consciências (Hb 9.14; 1Pe 1.18,19; Ap 1.5), foram pouquíssimos que quiseram ser “comprados” pelo Criador (1Co 6.20). A maioria preferiu continuar com a pia de bronze (Êx 30.18), cujas águas, além de serem escassas e restritas aos sacerdotes, eram águas paradas, que se evaporavam e, quando não, necessitavam serem renovadas.
Eram incapazes de perceber que não era apenas a culpa judicial (pecado) que precisava ser removida; a impureza moral e comportamental também precisava (vs 1). Aí a situação fica difícil, já que, para a maioria das pessoas:

*      tudo que não é proibido, é permitido.
*      se não está prejudicando ninguém, então que mal há?

Entretanto, só é justo que anda e vive por fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38), ou seja, faz apenas aquilo que viu e ouviu de Jesus (ver Jr 23.18,22; Jo 5.19,30; 7.28; 8.26,28,38,40; 14.10). Além disso, não estamos aqui simplesmente para não darmos fruto mal. Lembre-se que a figueira que Jesus amaldiçoou, secou por não ter fruto (Mt 21.19). Além do mais, não é pelo fato de darmos muito fruto que o Pai é glorificado (Jo 15.8)?
É isto que Jesus, com Seu sangue (Sua vida), deseja fazer em nós. Quem, porém, deseja viver Sua vida?
Deus promete a presença permanente do Espírito Santo para purificar as pessoas com Sua Palavra (Jo 15.3). Mas como isto é possível, quando os que creem, desejam glorificar a Deus, mas sem renunciar suas vidas (ver Mt 16.24)? Apenas quando ouvimos de Deus o que deve ser feito e confiamos nisto, somos limpos de tudo pensamento e sentimento mau (já que, neste caso, não precisamos elaborar estratégias para fazerem as coisas funcionarem). Não se esqueça que o tema é combater a teologia da estratégia.
Note a ênfase com relação à casa de Davi e aos habitantes de Jerusalém (vs 1). Isto era para ressaltar, não só a importância de se reconstruir Jerusalém com seu templo e muros (embora, no fim dos tempos, não haveria necessidade destes – Zc 2.4,5), mas em se conservar na memória a genealogia de Davi.
            Mas que importância tem isto? Se os israelitas no Novo Testamento, ao invés de ficarem apenas esperando pelo Messias, tivessem se preocupado em manter registrada a descendência de Davi, eles veriam que José era descendente de Davi e teriam cogitado a hipótese de ser seu filho, o Messias tão esperado. Sem contar que não teriam dúvidas de que a fama de Jesus ser de Nazaré era mentira e que, na verdade, Ele é de Belém, da tribo de Judá, exatamente onde Davi nasceu (1Sm 16.1,4,18; 17.12,15; Lc 2.4).
Em outras palavras: mesmo sabendo que o Messias viria da descendência de Davi e de Belém (da aldeia onde era Davi) (Jo 7.42), ainda assim ninguém se preocupou em preservar a linhagem real.
Já parou para pensar no motivo pelo qual as marcas eram tão importantes? Note como Deus fazia questão que os Seus fossem marcados por Sua Palavra (Êx 13.13-16) e selados com o Seu nome e o nome do Cordeiro (Ap 14.1); igualmente o diabo, com a marca da besta (Ap 13.16,17). Logo, a purificação do pecado implicava na remoção da marca do diabo e ser marcado e selado pelo Espírito Santo (Ef 1.13; 4.30).
Daí a remoção total dos ídolos (Êx 23:13; Dt 12:3; Js 23.7; Sl 16:4; Ez 30.13; Os 2.17; Mq 5.12,13), falsos profetas (2Pe 2.1) e espírito imundo (vs 2). Os falsos profetas são aqueles que tentam sujar a justiça de Deus com os interesses individuais de cada um, até que todos fiquem presos a este deus criaram dentro de si.
Quanto aos espíritos imundos, é bom lembrar que, no período da Grande Tribulação, hão de sair da boca do dragão, da besta e do falso profetas 3 espíritos imundos semelhantes a rãs (Ap 16.13). Não é em vão que João ordena provar os espíritos, para ver se procedem de Deus (1Jo 4.1). E a característica do espírito imundo é que ele faz prodígios a fim de congregar o povo para pelejar contra Jesus em pessoa (presente) e Sua Palavra (ajunte Ap 16.13 com Ap 19.19,21). Em outras palavras, o espírito imundo promove o ajuntamento dos crentes para fazer a obra que apenas Deus pode fazer, ocupando Seu lugar.
Vem a questão: “por que não se enfatiza a palavra “falsos” antes de profetas?”. Muitos acham que não haveria mais nenhuma espécie de profeta. Entretanto, a razão de os israelitas punirem todos os que diziam ser profetas (vs 3) é porque não existiria mais nenhum profeta verdadeiro no milênio (conforme citado em Zc 12.10; Mq 3.6,7), já que o próprio Jesus estaria presente em pessoa.
A fonte aberta para a casa de Davi seria o Espírito Santo a jorrar a partir da Igreja. Mas o principal, aqui, é a devoção intensa e sincera dos convertidos, que colocarão Jesus acima de qualquer laço afetivo (como ordena Dt 13.6-10; 18.20; Mt 10.37; Lc 14.26).
Além disto, quando eles virem Cristo transpassado, não haverá mais lugar para falsas profecias, já que, com a imundície for removida, não haverá mais lugar para egoísmo; muito menos para a sedução dos falsos profetas, já que ninguém desejará mais prejudicar as outras pessoas. Ninguém mais desejará ser enganado quanto a ganhar algo prejudicando o próximo.
A partir de então, todos que outrora profetizaram, terão vergonha daquilo que disseram (vs 4) e do modo como vestiram (vs 4 – a saber, do modo típico de um profeta (Is 20.2; Mt 3.4)). E para disfarçar, usarão argumento parecido com o de Amós (vs 5; Am 7.14) e ainda acrescentarão que foram escravos desde a mocidade (vs 5).
E para justificar os ferimentos oriundos dos rituais pagãos, onde a pessoa feria a si mesma (vs 6; ver 1Rs 18.28), ele alegará que foi ferido na casa dos seus amigos (vs 6). Isto porque, se ele dissesse que foi ferido pelos inimigos (no caso, aqueles que adoravam o Deus verdadeiro), ele acabaria desmascarado, já que tal sentimento não haverá mais nos genuínos servos de Deus.
Inclusive, o fato de Jesus ter sido transpassado nas mãos pelos israelitas (Seus amigos), mostra Jesus aceitando a humilhação de ser considerado um falso profeta.
Detalhe: uma das formas usadas por Deus para desmascarar os falsos profetas é através da perseguição desencadeada contra os Seus (vs 7). A morte do Seu pastor, embora fosse dispersar as ovelhas, também daria ocasião para a mão do Senhor operar sobre os pequeninos do rebanho ajuntando-os e mostrando Suas maravilhas (Mt 11.27). Daí a purificação dos vs 8 e 9.
Considerando que, no vs 1, havia uma fonte aberta para a casa de Davi e para Jerusalém, que necessidade haveria de outra purificação (por meio do fogo)? Acontece que, quando tudo está favorável, fica difícil distinguir entre o falso e o verdadeiro servo de Deus.
Ou seja, as lutas e perseguições não eram sinal de abandono da parte Dele, mas sim de sua intervenção direta no sentido deixar apenas aqueles que realmente são Dele. Eles deveriam estar cientes de que a aprovação de Deus não os isentaria de confrontos, mas os levaria a crescer com os mesmos.
Vs 7 a 9 JERUSALÉM SERIA ELEITA COMO POVO DE DEUS, MAS, ANTES DISTO, PRECISARIA SER PURIFICADA
Embora no vs 1 eles tivessem sido purificados, havia necessidade de uma purificação através do fogo do amor ao próximo, o qual sempre resulta em lutas na vida daqueles que se deixam envolver (Sl 66:10; 1Co 3:15; 1Pe 1:6, 7). Mas é este sofrimento que produz arrependimento para a salvação (2Co 7.10,11).
É claro que, para isto, precisamos nos edificar com ouro, prata e pedras preciosas (1Co 3.12-15; Jd 20). Do contrário, seremos como Josué: um tição tirado do fogo (ver Zc 3.1-3; Am 4.11).
Note como o instrumento da justiça de Deus é a espada, que tanto representa Sua justiça (Sl 17.13; Rm 13.4), como também Sua Palavra (Hb 4.12). Deus leva tão a sério a justiça que há na Sua Palavra que Ele não poupa nem a si mesmo (Jo 10:30; 14:10, 11; Fp 2:6). Em 2Sm 7.12-14 o Criador, falando de Jesus, disse que se Ele viesse a transgredir, seria castigado com varas e açoites de homens.
Embora Jesus em nada transgrediu os mandamentos do Pai, aos olhos de toda a humanidade, Ele foi julgado culpado e condenado ao desprezo, escárnio, etc. E Jesus, mesmo 100% inocente, aceitou humildemente tal condenação, a fim de que todos vissem que, se Ele não deixou de condenar nem mesmo aquele que em nada tinha do que ser acusado, tampouco tentou defendê-lO das acusações que pesavam sobre Ele (mesmo sendo Ele 100% inocente), o que sobra para nós?
Jesus mostrou que a verdadeira justiça não consiste no que as outras pessoas pensam a nosso respeito, muito menos em recompensá-las neste mundo. Antes, consiste em reservar para o tal, um lugar em Sua presença (Fp 2.9).
Enfim, não só Jesus não se defendeu neste mundo (1Pe 2.21-24), mas veio especialmente para sofrer como o pior dos pecadores do mundo, só para nos ensinar que jamais devemos medir esforços para salvar os outros. Não importa o quão errados eles estejam a nosso respeito, devemos aceitar de bom grado tudo aquilo que eles acham que merecemos, a fim de que nada fiquemos devendo a ninguém (Rm 13.8), incluindo aquilo que, embora seja nosso, eles acham que é deles. Esta, aliás, é a lição de Mt 5:
[ Bem-aventurados os que estão no prejuízo neste mundo ilusório, porque lucrarão as riquezas verdadeiras (Mt 5.1-12);
[ Nunca se ire contra teu irmão. Antes, mesmo se você estiver com a razão, perdoe-o e busque o perdão dele (Mt 5.21-26);
[ Nunca separe do teu cônjuge, por mais errado que ele esteja (a não ser que, por ser condenado por adultério, venha a ser apedrejado – Mt 5.27-32);
[ Não tente convencer os outros de que estás dizendo a verdade. Espere que Deus seja tua justiça (Sl 37.5,6; Jr 23.6; Mt 5.33-38; Rm 8.33,34).
[ Dê ao outro aquilo que ele acha que é de direito dele, mesmo que isto não seja verdade (Mt 5.39-42);
[ Enfim, ame aquele que nada tem de bom para oferecer, antes só quer lhe prejudicar (Mt 5.43-48).

Note como o primeiro a ser purificado pelo Criador foi o Seu Pastor (como escrito em 1Pe 4.17,18). Depois, seria a vez de todo o povo Dele. Daí muitos se dispersarem. Entretanto, é justamente este espalhamento que daria ao Criador ocasião para volver Sua mão para os pequeninos (a saber, aqueles que, mesmo temendo, não conseguem sair do lugar, por não terem para onde ir. Como estrangeiros e peregrinos aqui (1Pe 2.11; Hb 11.9,10,13-16), só se sentem em casa quando Jesus está presente, mesmo que seja num lugar hostil (ver Jr 2.2)).
Uma coisa importante a ser observada é a diferença entre a profecia do vs 7 e a citação de Jesus (Mt 26.31). Aqui o Criador dá ordem à espada para que desperte e fira o pastor (vs 7), enquanto que Jesus se apresenta como sendo a espada de Deus personificada (Mt 26.31). Ele, em pessoa, iria ferir o Pastor, que era Ele mesmo. E como Ele fez isto? Dizendo a verdade (Mt 26.63-65).
E não pense que isto se cumpriu apenas naquela época. Jesus disse que, por amor do nome Dele, seríamos odiados de todos, incluindo parentes (Mt 10.21,22; 24.9,10). Embora a perseguição seja generalizada, a terra que sofreria com a morte de dois terços será a terra de Israel (vs 8), onde apenas o remanescente (um terço) é que será salvo (Rm 9.27) e, ainda assim, depois de passar pelo fogo da Sua Palavra (Jr 23.29), cujo cumprimento queima o interior, já que vai contra tudo que a pessoa deseja que seja verdade.
O motivo disto é viabilizar a interação entre Deus e Seu povo (o povo invoca Seu nome e Ele ouve e diz: é meu povo e este responde: O SENHOR é meu Deus). Mas o que uma coisa tem haver com a outra? O que acontece é que ninguém consegue se aproximar de Deus por conta própria (Jr 30:18-22; Ez 11:19, 20; Os 2:23; Ez 11.20; Zc 8.8), sendo necessário que o próprio Criador leve a pessoa até Si (Mt 11.27; Jo 6.44-45; Ef 5.25-27).
Como, enquanto não houver o perdão, a perfeita sintonia e sincronia entre Deus e Seu povo se perde, então é necessária a purificação pelo fogo, já que, enquanto o egoísmo continuar imperando na vida da pessoa, não há como ela ser ligada a Deus (Is 59.1,2) e, muito menos, às pessoas (vs 9).

ZACARIAS 14 → COMO ISRAEL SERÁ PURIFICADA E O RESULTADO DISTO PARA TODO O MUNDO

Vs 1 a 7 → TODAS AS NAÇÕES SE AJUNTAM PARA QUE ISRAEL PASSE PELO FOGO E SEJA PURIFICADA
A princípio, a ideia de ver todas as nações se ajuntando para a peleja contra Jerusalém, parece ser algo ruim. Entretanto:
*      o dia do Senhor, que haveria (e há) de vir, era a ocasião em que Ele iria justificar Sua justiça, ou seja, confirmar aos olhos de todos (incluindo dos anjos) quão reto e justo são os Seus caminhos (ver Ap 16.5,6; Is 13.9; Am 5.18-20; Ap 2.20). Quando isto acontecer, os perversos não terão como se justificar e os justos serão livres;
*      os despojos de Jerusalém que serão repartidos no meio dela (vs 1) são artefatos idólatras e imundos (lembre-se da promessa de Zc 13.1,2). Detalhe: os inimigos estariam tão confiantes da vitória, que iriam repartir os despojos dentro mesmo de Jerusalém (por considerá-la propriedade sua), ao invés de levar os mesmas para o seu acampamento, para depois dividir;
*      as nações se ajuntariam para pelejar contra Jerusalém (Jl 3.2) porque eles estavam pelejando por outras coisas. A guerra não era novidade para eles. Já estavam em guerra há muito, só que contra os pobres (Is 3.15; 22.2; Am 3.9). Em outras palavras, a guerra só seria novidade para a elite política e religiosa;
*      a cidade será tomada porque foi edificada com sangue e fundada com iniquidade (ver Hc 2.12);
*      as casas serão saqueadas porque foi resultado das pessoas ajuntarem casa a casa, reunirem campo a campo, até ficarem como únicos moradores no meio da terra (Is 5.8);
*      as mulheres seriam forçadas porque estavam adulterando e se prostituindo (Os 4.13,14), além de induzirem seus maridos ao sacrifício aos ídolos (Is 13.16; Jr 44.15-19);
*      metade do povo seria levado para cativeiro (vs 2) a fim de ser liberto da corrupção de Israel (veja Mq 4.10), que era pior do que a de qualquer outro povo (Jr 2.33; 23.15), já que, enquanto os outros pregam outros deuses, eles pregam o Deus verdadeiro do modo errado.
*      metade do povo permaneceria na cidade fim de que eles aprendessem a diferença entre servir ao Senhor e servir ao homem (ver 2Cr 12.8). Detalhe: a metade aqui se refere à 3ª parte que restou e que, agora, será purificada (Zc 13.8,9).

            Embora os trechos citados se referem à situação de Israel antes de ir para cativeiro, a verdade é que eles não aprenderam a lição: permaneceram nos mesmos pecados. Todavia, mesmo diante da triste realidade que lhes esperava (reconstrução de uma Jerusalém corrupta e posterior destruição pelos inimigos), ainda assim eles deveriam reconstruir Jerusalém, na certeza de que, no final, Israel seria purificada e o próprio Deus habitaria ali.
            Entenda: o valor de Jerusalém não é pela cidade em si, mas por aquilo que ela representava: a preservação do nome de Deus, da Sua Palavra e do Seu povo.
Logo, a partir do momento que os inimigos decidem ir além do limite estabelecido por Deus, pegando aquilo que era bom para Israel (ver Is 37.24,25), aí Ele entra em ação pelejando contra as nações (vs 3), fendendo ao meio o Monte das Oliveiras a fim de engolir o rio (a multidão de pessoas) que o diabo enviou contra Israel (vs 4,5; Ap 12.16). Aos profanos é permitido apenas roubar o lixo moral e espiritual que tanto contamina e rouba o que há de bom no povo de Deus.
Assim como Deus pelejou por Israel abrindo o Mar Vermelho para o povo passar e depois o fechou para afogar os egípcios, agora Ele partiria o Monte das Oliveiras ao meio para Seu povo passar e depois faria pedras caírem sobre os inimigos e sepultá-los (vs 3-5; Êx 14.14; 15.3). Daí Jl 2.32.
Neste dia Seus pés estarão sobre o Monte das Oliveiras (vs 4), tal como outrora, por meio de Moisés, Ele estave sobre o Mar Vermelho, estendendo Suas mãos para abri-lo (Êx 14.16,21). Jesus abrirá um vale que liga Azal (lugar próximo à porta leste da cidade) até o lugar que Deus reservou para eles (ver Ap 12.6,14).
Um destaque especial é dado ao terremoto que aconteceu nos dias de Uzias, rei de Judá (vs 5; Am 1.1). Talvez possa ter uma ligação com a visão de Isaías, onde os umbrais das portas se moveram à voz daquele que clamava (Is 6.4), já que as coisas naturais são sombra das espirituais (ver Rm 1.20; Cl 2.17; Hb 8.5; 9.5; 10.1).
Quanto à Sua 2ª vinda, será semelhante à 1ª: vindo do oriente (ver Mt 21.1; 24.27; Lc 1.78; compare Ez 11.23 com Ez 43.2) e descendo nas nuvens com poder e glória, tal como se deu quando Ele subiu (Mt 24.30; At 1.11). Ele virá acompanhado dos Seus anjos (vs 5; Mt 24.30,31; Jd 14,15) e das pessoas redimidas (1Co 15:23; 1Ts 3:13; 4:14)  com labaredas de fogo (2Ts 1.7,8) a fim de separar bodes de ovelhas e inaugurar o milênio (Mt 25.33-46).
            A natureza (incluindo o tempo – Dn 7.25) será de tal modo perturbada pela elite global e seu anticristo, que não será possível saber se é dia ou noite mais (vs 6,7). De algum modo, luz se misturará com trevas. Apenas ao cair da tarde, com a vinda do Salvador (vs 7), é que haverá luz (Sua presença iluminará o mundo inteiro – veja o que a presença do Deus vivo faz em Is 60.19,20; Ap 21.23; 22.5).
            A vinda de Cristo será um dia conhecido unicamente pelo Pai (Mt 24.36), a fim de ficar manifesto que apenas a Verdade é capaz de fazer aquietar toda a curiosidade humana, de modo a confiar unicamente na providência e amor de Deus.
Vs 8 a 11 JERUSALÉM É EXALTADA E HABITADA, MAS NO LUGAR DELA!!!
Quando Jesus vier, eis a situação de Jerusalém:
*      correrão de Jerusalém águas vivas, que sairão do trono de Deus e do Cordeiro que fica na casa do Senhor (vs 8; Ez 47.1; Jl 3.18; Ap 22.1).
*      metade da água viva sai para o mar oriental (Mar Morto), e a outra metade, até ao mar ocidental (Mar Mediterrâneo). Ou seja, a fonte não passa pela casa do Senhor do oriente para o ocidente ou vice-versa. Antes, a fonte brota da casa do Senhor em ambas as direções. Enquanto que as pessoas separadas de Cristo experimentam apenas o Rio de Vida passando por elas (isto quando se aproximam da casa de Deus, a saber, das pessoas que têm compromisso com Ele), apenas aqueles que são de Jesus experimentam o Rio de Vida 24 horas em suas vidas, jorrando para a vida eterna (Jo 4.14; 7.37-39).
*      no verão e no inverno a água viva jorra: não congela quando está muito frio (inverno), nem seca quando está muito quente (verão). Contudo, nada é mencionado acerca do tempo morno (outono e primavera) (veja Ap 3.14,15);
*      Jerusalém será exaltada e habitada no seu lugar (vs 10). Fique claro: no lugar legítimo dado por Deus. Ele não promete exaltar Jerusalém em lugar estrangeiro, nem nos limites que o homem conquistou ou deseja que seja seu, mas sim no lugar que Deus determinou para ela, a saber, o território que fica dentro dos seguintes limites:
*      Desde a Porta de Benjamim (ao norte);
*      até ao lugar da primeira porta (a oeste), até à Porta da Esquina (que liga o limite norte ao oeste);
*      Desde a Torre de Hananel (ao sul, que fica próximo à porta das ovelhas - Ne 3:1; 12:39; Jer 31:38);
*      Até aos lagares do rei (é bem provável que este seja o limite leste).
*      toda a terra em redor se tornará como a planície (vs 10; Is 40.4; Mq 4.1). Novamente, será rebaixada apenas a terra em redor do lugar da habitação de Deus. Não podemos esperar que o mundo inteiro seja rebaixado só porque isto nos convém (era desde Geba até Rimon). De igual modo, não podemos alargar nosso desejo como sepulcro (Hc 2.5) e esperar que todos se curvem a nós. Mesmo porque não é diante de nós que elas devem se curvar, mas diante do cumprimento da Palavra Dele na nossa vida.
Detalhe: Geba ficava em Benjamim, na borda norte de Judá (2Rs 23.8) e Rimom, em Simeão, na borda sul de Judá (Js 15.32).
*      Jerusalém habitará segura. Habitarão nela, e já não haverá maldição (vs 11). Note como a maldição não existirá quando se habita em Jerusalém, e não em outro lugar. Todavia, é preciso ansiar por viver como seguidor de Cristo. Note como a prosperidade de Israel está ligado ao fato de ser Jesus a justiça deles (Jr 23.6). Também repare como a maldição está ligada à questão da conversão do coração dos pais aos filhos (compare Ap 22.3 com Ml 4.6 e ajunte com Ef 6.2,3);
*      Longa vida (Isa 65:20-22);
*      Paz (Is 2:4);
*      Honra (Isa 60:14-16);
*      Governo reto (Is 54:14; 60:18).

Um dos maiores erros que as pessoas cometem é de insistirem em viver no lugar errado. Tudo que começa mal, termina mal (Sl 42.7). Quando isto acontece, a pessoa passa a tentar fazer e manter amizades que nada tem haver consigo (com aquilo que Deus realmente estabeleceu para si). Como tais amizades não têm compromisso com Deus, a pessoa vai, aos poucos, abrindo mão de sua identidade (caráter, conceitos e valores), tentando ser o que não é para agradar as pessoas. Passa a ter uma conduta indevida diante de Deus (e, muitas vezes, até diante dos homens) e a sofrer a morte que advém com o pecado (Rm 6.23).
Resultado: a pessoa se torna cansada e sobrecarregada de pecados e das consequências destes (Mt 11.28).
Se a pessoa se contentasse em ficar onde Deus quer usá-la para reinar sobre toda a terra (vs 9), grata por aquilo que Deus lhe deu, isto não aconteceria. Repare como o cansaço das pessoas sempre é consequência da busca por coisas supérfluas e más. Perceba como, não importa se a pessoa é rica ou pobre, o necessário para sobreviver e glorificar a Deus, ela sempre tem (Deus já se comprometeu com isto – ver Sl 127.2; Mt 5.44,45; 6.33; Fp 4.19).
Urge salientar a importância de um só Senhor e de que todos O conheçam por um único nome (vs 9). Já que os ídolos do povão têm seus nomes preservados em todo o mundo (por exemplo, Madonna, Michael Jackson, etc.), é um absurdo que até hoje, o nome mais importante da história da humanidade, não seja perfeitamente conhecido, mas seja alvo de muitas críticas, blasfêmias, deboches e guerras teológicas.
Não adianta todos se submeterem ao mesmo Senhor, mas cada um conhecê-lo de um modo diferente. Mesmo entre aqueles que dizem crer em Jesus, creem Nele de um modo diferente, contrariando o princípio das 7 unidades (Ef 4.3-6), o da perfeita unidade tão desejada por Jesus (Jo 17.11,21-23) e o da linguagem pura (Sf 3.9).
Também não resolve todos acreditarem no mesmo nome e até respeitá-lo, mas só lembraram deste nos momentos de necessidade (ver Ef 4.5,6 – sem contar que, muitas vezes, a necessidade não é necessidade).
Há um detalhe importante também a ser observado. Quando fala do Senhor sendo rei sobre toda a terra (vs 9; Dn 2.44; Ap 11.15), repare como esta profecia está ligada à restauração de Jerusalém (vs 8, 10,11; Is 54.5). Logo, isto implica em ser Israel reconhecido novamente por Deus como Seu povo (Zc 1.17; ajunte Rm 11.12,15 com Ez 47.8-10).
Assim, as lutas às quais Israel seria submetida, não deveriam ser vistas como motivo de tristeza, mas de alegria (ver 1Pe 4.12-19), já que o julgamento começa pela casa de Deus a fim de que esta sirva de exemplo vivo de quem é Deus e, assim, todos tenham chance de se arrependerem e converterem; e, caso não o façam, não tenham como acusar Deus de injusto ao ser submetido ao juízo Dele (2Ts 1.5-8) (como é prometido nos vs 12 a 15).
Note que, embora a vontade de Deus é que todos sejamos reis e sacerdotes, é melhor se submeter integralmente a alguém que tem compromisso com Jesus, do que enterrar o talento (Mt 25.24-28). Muitos gostam de se submeterem à autoridade, não porque a amem, mas porque é conveniente servi-la durante algum tempo e, depois, sentir uma falsa sensação de paz, mesmo vivendo a própria vida.
Entretanto, quando Deus deu o talento para cada um, a ideia é que cada pessoa se dispusesse a viver uma vida pura e santa 24 horas, de modo que todos tivessem condição de servirem a Deus na vida dele.
Perceba a diferença: uma coisa é servir aos projetos que a pessoa faz; outra é servir à pessoa diretamente: em Seu interior, em favor do Seu espírito.
Vs 12 a 15 A PRAGA QUE ATINGIRÁ TODOS OS QUE GUERREAREM CONTRA JERUSALÉM
Os versículos 13 e 14 constituem um parênteses. Ajuntando os vs 12 e 15, temos a praga que atingirá todos os povos (juntamente com os seus animais de carga, de guerra e qualquer outro animal de estimação que venham a possuir em seus arraiais no momento que estiverem guerreando contra Jerusalém) da confederação anticristã (Is 59:18; 66:24; Ez 38:1-39:29; Ap 19:17-21), a saber:
v  a sua carne se apodrecerá, estando eles de pé;
v  apodrecer-se-lhes-ão os olhos nas suas órbitas;
v  apodrecer-lhes-á a língua na boca.
v
Entendendo que o apodrecimento da carne é o mesmo que corrupção da mesma, isto condiz com o que Paulo diz: quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção (Gl 6.8). Note todo o estado de repugnância, pus e mal cheiro sendo agarrado à carne, seja das pessoas ou dos seus animais.
Entretanto, considere que no vs 13 está sendo dito que cada um agarrará a mão do seu próximo e levantará sua mão contra ele (vs 13); e no vs 14 vê-se as riquezas das nações circunvizinhas sendo ajuntadas como despojo para todo o Judá (que irá ajudar Jerusalém na peleja contra os inimigos). Logo, as pragas acima citadas são pragas criadas pelo ser humano, usando as riquezas para promover armas biológicas terríveis contra Israel. Só que, no final, quem será atingido pelas pragas são as próprias pessoas que as criaram.
Atente para a grande confusão que haverá entre eles (vs 13), tal como se deu, por exemplo, em (Jz 7.21,22; 1Sm 14.15,20; 2Cr 20.23,24; Ez 38.21). A verdade é que é Deus quem promove a unidade (como se vê em Ap 17.17) e é também Ele quem a desfaz. Mas por que haverá grande confusão? Conforme mostrado no vs 1, os despojos serão repartidos no meio de Jerusalém (isto lembra eles repartindo as vestes e o manto de Jesus – Jo 19.23,24). E como as riquezas que serão ajuntadas em Jerusalém serão valiosas (vs 14), uns vão querer receber mais do que outros, até se destruírem uns aos outros, restando apenas armas para alimentarem o fogo por 7 anos (Ez 39.9,10) e corpos para nutrirem as aves e os animais do campo (Ez 39.17).
Logo, até quando as pessoas nos roubam, isto só servirá para lhes tirar o sono (ver Ec 5.10; Hc 2.5-13; Tg 5.3,4)
Vs 16 a 19 DURANTE O MILÊNIO TODOS DEVEM SUBIR A JERUSALÉM PARA CELEBRAR A FESTA DOS TABERNÁCULOS
Em Jr 23.7,8 Deus afirma que haveria um tempo em que Israel não mais se lembraria da ocasião que Ele os fez sair do Egito. Admitindo que este tempo seja após a saída de todos os israelitas da Babilônia, por que no milênio eles iriam se lembrar de quando Deus os livrou do Egito? Afinal, a Festa dos Tabernáculos servia para que eles se lembrassem da ocasião em que, após saírem do Egito, eles habitaram em tabernáculos no deserto (Lv 23.34,42,43).
A menos que a Festa dos Tabernáculos ganhasse um novo significado. Aliás, já paraste para pensar no quão sem propósito eram os sacrifícios do Antigo Testamento? Que sentido havia em ficar todo dia sacrificando 2 animais, manter 12 pães cozidos sobre uma mesa que só seria comido no sábado e manter acesa e perfumada uma sala vazia (já que ninguém de Israel permanecia ali, mas só os sacerdotes, e isto quando iam ministrar algo a Ele)?
A ideia é que as pessoas, ao virem a luz dali sempre acesa e, sentissem o perfume sempre que passassem perto, desejassem ardentemente ali habitar (tal como Davi – Sl 122.1; 132.3-5).
Hoje, todos devemos exalar o perfume agradável de Cristo (2Co 2.14-16), manter a pureza da sã doutrina na nossa vida (1Tm 4.12; Tt 2.8) e permanecer no conselho de Deus vendo e ouvindo Sua Palavra (Jr 23.18,22) a fim de que as pessoas sempre possam ter contato com Deus através de nós.
Mas também isto deveria mostrar-lhes a “inutilidade” de trabalhar em prol de uma tenda ou templo vazio. E o pior é que, infelizmente, a maioria das pessoas preferem servir a este templo vazio a servir diretamente na vida de um ser humano.
Se pensarmos que o tabernáculo era o local onde o povo deveria comparecer para cultuar a Deus e ouvir Sua voz e que a Igreja é o tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3), logo a Festa dos Tabernáculos representa o povo saindo dos seus interesses (e obviamente do sistema religioso) e indo à Igreja para celebrar ao Senhor (Dt 16.16).
Note o destaque dado ao Egito nesta profecia (ele é separado das demais nações – vs 18,19). E não é para menos, já que, como mostrado, a Festa dos Tabernáculos tinha tudo haver com o Egito. A diferença é que, agora, ao invés de ser Israel habitando em tabernáculos ao sair do Egito, é o Egito habitando em tabernáculos (Igreja) ao ir até Jerusalém.
Enquanto na presente dispensação, a igreja vai em direção aos perdidos, no milênio são os gentios que vão a Jerusalém (Is 2:2; Mq 5:7).
A Festa dos Tabernáculos é de tal importância que ela foi mantida por Neemias (Ne 8.14-17), sendo nesta ocasião que Jesus convidou os ouvintes a irem até à Água da Vida (Jo 7.37-39). O costume de os israelitas tomarem ramos de árvores frondosas no primeiro dia desta festa (como era ordenado – Lv 23.34,39,40,42) é visto quando Jesus entrou em Jerusalém triunfalmente (Jo 12.13), bem como na incontável multidão que veio da Grande Tribulação (Ap 7.9). Sem contar que, em Ap 21.3, quando a Nova Jerusalém desce do céu, é disto, por causa dela, que o tabernáculo de Deus estava com os homens.
A razão pela qual a Festa dos Tabernáculos foi a única a permanecer é porque esta é a única cuja mensagem ainda se fazia importante. Afinal, ela lembrava a Israel que eles foram (e ainda eram) estrangeiros e peregrinos nesta terra (Hb 11.9,10,13-16; 1Pe 2.11). E mesmo no milênio, esta mensagem não deveria ser esquecida. Sem contar que:

*      os judeus não deveriam esquecer dos quase 2.000 anos que eles ficaram vagando pelos países sem pátria;
*      os gentios deveriam sempre se lembrar de que eles foram poupados do vaguear da cobiça neste imenso deserto moral e espiritual (Ec 6.9).

Enfim, a Festa dos Tabernáculos representa as nações indo a Jerusalém para exercitar o amor ao próximo na vida daqueles que estavam mais próximos fisicamente do Criador. Alguém pode questionar: “mas qual a finalidade disto tudo?”. Acabar com a ideia errada de que, se Jesus não tivesse morrido, mas sim permanecido vivo reinando sobre o mundo inteiro, tudo seria diferente.
Infelizmente, o povo não cansa de tentar achar o governante perfeito para sua cidade, estado, país e, logo, logo, para o mundo tudo. Até hoje não conseguem enxergar que o problema não está no governante perfeito, mas sim na falta de disposição de cada um em se deixar usar por Deus. Mesmo quando Jesus estiver governando este mundo por 1.000 anos, ainda assim o pecado existirá (embora em bem menor escala – Is 65.20). Sem contar que, após Satanás ser solto, uma multidão irá se revoltar contra Jesus, mesmo vendo a perfeição do Seu reino (Ap 20.7,8).
Inclusive, daí a praga e a falta de chuva que haveria de acontecer na vida daqueles que não subissem a Jerusalém para celebrar a festa (vs 17; Is 60.12; 66.23; Os 12.9). Esta era uma oportunidade de todos sentirem, pessoalmente, o gozo que a presença de Deus proporciona, bem como a beleza e perfeição da Sua cidade Santa.
Tudo isto tem por finalidade nos ensinar que a salvação de Jesus só acontece quando aceitamos o compromisso de Jesus em nós, ou seja, aceitamos Ele conduzir pessoalmente nossa vida.
Um detalhe importante a ser observado é a vinda sobre o Egito de uma praga, além da chuva. Isso se deve ao fato de que o Egito é mantido, principalmente pelas cheias do rio Nilo (ver Dt 11.10,11). Como este rio era muito grande, caso alguma outra nação pelo qual passa este rio, fosse fiel ao Senhor, receberia chuva e o rio iria transbordar. De modo que o Egito não é muito afetado pela seca. Entretanto, para que o Egito não achasse que diferença nenhuma lhe faria servir ou não ao Senhor, Deus mostra que havia outras formas de distinguir entre o que serve ou não a Ele.
Também repare como apenas um remanescente restará para vir a Jerusalém (vs 16), a saber, aqueles que, por ocasião da coligação anti-Messias, se mantiver firme ajudando os israelitas verdadeiros (ver Ap 2.9; 3.9; Mt 25.31-46).
Vs 20-21 TODAS AS PANELAS E CAVALOS DE JERUSALÉM E JUDÁ SERÃO CONSAGRADAS AO SENHOR
            A frase “santidade ao Senhor” era exatamente o que estava escrito na mitra do sumo-sacerdote (Êx 28.36). Como os cavalos eram o meio de transporte mais avançado da época, isto indica que ninguém iria longe, a menos que o Senhor ordenasse.
Além disso, analise a profecia de Isaías sobre Tiro (Is 23.18). O comércio e ganância de prostituta dela serão consagrados ao Senhor a fim de que, os que habitam na presença Dele tenham vestimenta durável e comam suficiente. O detalhe é que, assim como Tiro se prostituiu com todos os reinos da terra e foi liberta do cativeiro babilônico 70 anos depois (Is 23.17), o mesmo se deu com Israel (veja Dn 9.2; Ap 18.3).
            Ajuntando tudo, conclui-se que todas as coisas, até mesmo as mais simples, serão consagradas ao Senhor. Até as panelas, que eram usadas para cozinhar, seriam consagradas (vs 21), o que indica que, quer eles comessem, bebessem ou fizessem qualquer outra coisa, tudo seria para glória de Deus (1Co 10.31). Nada de comercializar na vida das pessoas (vs 21).
Ninguém seria obrigado a trabalhar para se manter vivo (já que Jesus, a Vida Eterna, estaria ali e se daria a todos, sem dinheiro e sem preço – Is 55.1-3). Nada de haver mercador na casa do Senhor (vs 21), que, entre outras coisas, são pessoas impuras e impiedosas (veja Joel 3.17; Ap 21.17; 22.15) (note que o fim dos tempos seria como nos dias de Ló: caracterizado pela compra e venda (Lc 17.26-30; Ap 13.16,17)).
            Além disto, o fato de todas as panelas serem consagradas ao Senhor, quer dizer que ninguém de Judá e Jerusalém iria comer para si mesmo (Zc 7.6). Num sentido mais profundo, considerando que somos a casa de Deus, tudo isto indica que eles seriam edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, crescendo para templo santo, para morada de Deus no Espírito (Ef 2.19-22).
            Em particular, as panelas do templo, seriam usadas para receber o sangue dos sacrifícios (Êx 24.6), já que ninguém comeria carne, sem que o sangue fosse derramado no altar (como ordenava a lei de Moisés). Nada de preguiça em ir até onde Jesus estava, nem ganância em não querer dividir.

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