ZACARIAS 13 → A PURIFICAÇÃO DE ISRAEL COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL DA SUA NOVA EXISTÊNCIA
Vs 1 a 6 →
DEUS PROMETE UMA FONTE PURIFICADORA QUE REMOVERÁ DA TERRA OS ÍDOLOS (NEM MESMO DO NOME DELES HAVERÁ
LEMBRANÇA), OS FALSOS PROFETAS E O ESPÍRITO IMUNDO
Como o povo, no capítulo 11 (Zc 11.8), se cansou de Jesus, no capítulo 12 vê-se
Jerusalém se tornando um cálice de tremor, uma pedra pesada para todos os povos
(Zc 12.2,3) e, mesmo o remanescente recebendo o
Espírito Santo, o isolamento de Judá continuava (até
mesmo entre pessoas do mesmo grupo: Davi...Natã, Levi...Simei).
O motivo é simples: apenas agora, com o
início do milênio, o remanescente de Israel é purificado da impureza (vs 1). Embora a fonte da Água Viva (Jo 4.14; 7.37-39) sempre esteve disponível para
Israel (ver Rm 3.1,2; 9.4,5), apenas no início
do milênio seus olhos serão abertos para enxergá-la (cumprimento
da profecia de Isaías (Is 6.9; Mt 13.14) e de Davi (Sl 69.22,23)),
igual se deu com Hagar no deserto de Berseba (Gn
21.19). A fonte sempre esteve lá (e a
presença de árvores comprovava isto – Gn 21.15), mas só quando os
olhos dela foram abertos ela enxergou a bênção.
Embora o sangue de Jesus sempre esteve
disponível para purificar as consciências (Hb 9.14; 1Pe 1.18,19; Ap
1.5), foram pouquíssimos que quiseram ser “comprados” pelo Criador (1Co 6.20). A maioria preferiu continuar com a pia de
bronze (Êx 30.18), cujas águas, além de serem
escassas e restritas aos sacerdotes, eram águas paradas, que se evaporavam e,
quando não, necessitavam serem renovadas.
Eram incapazes de perceber que não era
apenas a culpa judicial (pecado) que
precisava ser removida; a impureza moral e comportamental também precisava (vs 1). Aí a situação fica difícil, já que, para a
maioria das pessoas:
tudo que não é proibido, é permitido.
se não está prejudicando ninguém, então que mal
há?
Entretanto, só é justo que anda e vive
por fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38),
ou seja, faz apenas aquilo que viu e ouviu de Jesus (ver Jr
23.18,22; Jo 5.19,30; 7.28; 8.26,28,38,40; 14.10). Além disso, não
estamos aqui simplesmente para não darmos fruto mal. Lembre-se que a figueira
que Jesus amaldiçoou, secou por não ter fruto (Mt
21.19). Além do mais, não é pelo fato de darmos muito fruto que o
Pai é glorificado (Jo 15.8)?
É isto que Jesus, com Seu sangue (Sua vida), deseja fazer em nós. Quem, porém, deseja
viver Sua vida?
Deus promete a presença permanente do
Espírito Santo para purificar as pessoas com Sua Palavra (Jo
15.3). Mas como isto é possível, quando os que creem, desejam
glorificar a Deus, mas sem renunciar suas vidas (ver Mt
16.24)? Apenas quando ouvimos de Deus o que deve ser feito e
confiamos nisto, somos limpos de tudo pensamento e sentimento mau (já que, neste caso, não precisamos elaborar estratégias para
fazerem as coisas funcionarem). Não se esqueça que o tema é combater
a teologia da estratégia.
Note a ênfase com relação à casa de
Davi e aos habitantes de Jerusalém (vs 1). Isto era
para ressaltar, não só a importância de se reconstruir Jerusalém com seu templo
e muros (embora, no fim dos tempos, não haveria necessidade
destes – Zc 2.4,5), mas em se conservar na memória a genealogia de
Davi.
Mas que
importância tem isto? Se os israelitas no Novo Testamento, ao invés de ficarem
apenas esperando pelo Messias, tivessem se preocupado em manter registrada a
descendência de Davi, eles veriam que José era descendente de Davi e teriam
cogitado a hipótese de ser seu filho, o Messias tão esperado. Sem contar que
não teriam dúvidas de que a fama de Jesus ser de Nazaré era mentira e que, na
verdade, Ele é de Belém, da tribo de Judá, exatamente onde Davi nasceu (1Sm 16.1,4,18; 17.12,15; Lc 2.4).
Em outras palavras: mesmo sabendo que o
Messias viria da descendência de Davi e de Belém (da
aldeia onde era Davi) (Jo 7.42), ainda
assim ninguém se preocupou em preservar a linhagem real.
Já parou para pensar no motivo pelo
qual as marcas eram tão importantes? Note como Deus fazia questão que os Seus
fossem marcados por Sua Palavra (Êx 13.13-16) e
selados com o Seu nome e o nome do Cordeiro (Ap
14.1); igualmente o diabo, com a marca da besta (Ap
13.16,17). Logo, a purificação do pecado implicava na remoção da
marca do diabo e ser marcado e selado pelo Espírito Santo (Ef
1.13; 4.30).
Daí a remoção total dos ídolos (Êx 23:13; Dt
12:3; Js 23.7; Sl 16:4; Ez 30.13; Os 2.17; Mq 5.12,13), falsos
profetas (2Pe 2.1) e espírito imundo (vs 2). Os falsos profetas são aqueles que tentam
sujar a justiça de Deus com os interesses individuais de cada um, até que todos
fiquem presos a este deus criaram dentro de si.
Quanto aos espíritos imundos, é bom
lembrar que, no período da Grande Tribulação, hão de sair da boca do dragão, da
besta e do falso profetas 3 espíritos imundos semelhantes a rãs (Ap 16.13). Não é em vão que João ordena provar os
espíritos, para ver se procedem de Deus (1Jo 4.1). E a
característica do espírito imundo é que ele faz prodígios a fim de congregar o
povo para pelejar contra Jesus em pessoa (presente) e Sua
Palavra (ajunte Ap 16.13 com Ap 19.19,21). Em
outras palavras, o espírito imundo promove o ajuntamento dos crentes para fazer
a obra que apenas Deus pode fazer, ocupando Seu lugar.
Vem a questão: “por que não se enfatiza
a palavra “falsos” antes de profetas?”. Muitos acham que não haveria mais
nenhuma espécie de profeta. Entretanto, a razão de os israelitas punirem todos
os que diziam ser profetas (vs 3) é porque
não existiria mais nenhum profeta verdadeiro no milênio (conforme citado em Zc 12.10; Mq 3.6,7), já que o
próprio Jesus estaria presente em pessoa.
A fonte aberta para a casa de Davi
seria o Espírito Santo a jorrar a partir da Igreja. Mas o principal, aqui, é a
devoção intensa e sincera dos convertidos, que colocarão Jesus acima de
qualquer laço afetivo (como ordena Dt 13.6-10;
18.20; Mt 10.37; Lc 14.26).
Além disto, quando eles virem Cristo
transpassado, não haverá mais lugar para falsas profecias, já que, com a
imundície for removida, não haverá mais lugar para egoísmo; muito menos para a
sedução dos falsos profetas, já que ninguém desejará mais prejudicar as outras
pessoas. Ninguém mais desejará ser enganado quanto a ganhar algo prejudicando o
próximo.
A partir de então,
todos que outrora profetizaram, terão vergonha daquilo que disseram (vs 4) e do modo como vestiram (vs 4 –
a saber, do modo típico de um profeta (Is 20.2; Mt 3.4)). E para
disfarçar, usarão argumento parecido com o de Amós (vs 5;
Am 7.14) e ainda acrescentarão que foram escravos desde a mocidade (vs 5).
E para justificar os ferimentos oriundos
dos rituais pagãos, onde a pessoa feria a si mesma (vs 6;
ver 1Rs 18.28), ele alegará que foi ferido na casa dos seus amigos (vs 6). Isto porque, se ele dissesse que foi ferido
pelos inimigos (no caso, aqueles que adoravam o Deus verdadeiro),
ele acabaria desmascarado, já que tal sentimento não haverá mais nos genuínos
servos de Deus.
Inclusive, o fato de Jesus ter sido
transpassado nas mãos pelos israelitas (Seus amigos),
mostra Jesus aceitando a humilhação de ser considerado um falso profeta.
Detalhe: uma das formas usadas por Deus
para desmascarar os falsos profetas é através da perseguição desencadeada
contra os Seus (vs 7). A morte do Seu pastor, embora
fosse dispersar as ovelhas, também daria ocasião para a mão do Senhor operar
sobre os pequeninos do rebanho ajuntando-os e mostrando Suas maravilhas (Mt 11.27). Daí a purificação dos vs 8 e 9.
Considerando que, no vs 1, havia uma
fonte aberta para a casa de Davi e para Jerusalém, que necessidade haveria de
outra purificação (por meio do fogo)?
Acontece que, quando tudo está favorável, fica difícil distinguir entre o falso
e o verdadeiro servo de Deus.
Ou seja, as lutas e perseguições não
eram sinal de abandono da parte Dele, mas sim de sua intervenção direta no
sentido deixar apenas aqueles que realmente são Dele. Eles deveriam estar
cientes de que a aprovação de Deus não os isentaria de confrontos, mas os
levaria a crescer com os mesmos.
Vs 7 a 9 →
JERUSALÉM SERIA ELEITA COMO POVO DE DEUS, MAS, ANTES DISTO, PRECISARIA SER
PURIFICADA
Embora no vs 1 eles tivessem sido
purificados, havia necessidade de uma purificação através do fogo do amor ao
próximo, o qual sempre resulta em lutas na vida daqueles que se deixam envolver (Sl 66:10; 1Co 3:15; 1Pe
1:6, 7). Mas é este
sofrimento que produz arrependimento para a salvação (2Co
7.10,11).
É claro que, para isto, precisamos nos
edificar com ouro, prata e pedras preciosas (1Co
3.12-15; Jd 20). Do contrário, seremos como Josué: um tição tirado
do fogo (ver Zc 3.1-3; Am 4.11).
Note como o instrumento da justiça de
Deus é a espada, que tanto representa Sua justiça (Sl
17.13; Rm 13.4), como também Sua Palavra (Hb
4.12). Deus leva tão a sério a justiça que há na Sua Palavra que Ele
não poupa nem a si mesmo (Jo 10:30; 14:10,
11; Fp 2:6). Em 2Sm 7.12-14 o Criador, falando de Jesus, disse que
se Ele viesse a transgredir, seria castigado com varas e açoites de homens.
Embora Jesus em nada transgrediu os
mandamentos do Pai, aos olhos de toda a humanidade, Ele foi julgado culpado e
condenado ao desprezo, escárnio, etc. E Jesus, mesmo 100% inocente, aceitou humildemente
tal condenação, a fim de que todos vissem que, se Ele não deixou de condenar
nem mesmo aquele que em nada tinha do que ser acusado, tampouco tentou
defendê-lO das acusações que pesavam sobre Ele (mesmo
sendo Ele 100% inocente), o que sobra para nós?
Jesus mostrou que a verdadeira justiça
não consiste no que as outras pessoas pensam a nosso respeito, muito menos em
recompensá-las neste mundo. Antes, consiste em reservar para o tal, um lugar em
Sua presença (Fp 2.9).
Enfim, não só Jesus não se defendeu
neste mundo (1Pe 2.21-24), mas veio especialmente
para sofrer como o pior dos pecadores do mundo, só para nos ensinar que jamais
devemos medir esforços para salvar os outros. Não importa o quão errados eles
estejam a nosso respeito, devemos aceitar de bom grado tudo aquilo que eles
acham que merecemos, a fim de que nada fiquemos devendo a ninguém (Rm 13.8), incluindo aquilo que, embora seja nosso,
eles acham que é deles. Esta, aliás, é a lição de Mt 5:
[ Bem-aventurados
os que estão no prejuízo neste mundo ilusório, porque lucrarão as riquezas
verdadeiras (Mt 5.1-12);
[ Nunca se
ire contra teu irmão. Antes, mesmo se você estiver com a razão, perdoe-o e
busque o perdão dele (Mt 5.21-26);
[ Nunca
separe do teu cônjuge, por mais errado que ele esteja (a não
ser que, por ser condenado por adultério, venha a ser apedrejado – Mt 5.27-32);
[ Não tente
convencer os outros de que estás dizendo a verdade. Espere que Deus seja tua
justiça (Sl 37.5,6; Jr 23.6; Mt 5.33-38; Rm 8.33,34).
[ Dê ao
outro aquilo que ele acha que é de direito dele, mesmo que isto não seja
verdade (Mt 5.39-42);
[ Enfim, ame
aquele que nada tem de bom para oferecer, antes só quer lhe prejudicar (Mt 5.43-48).
Note como o primeiro a ser purificado
pelo Criador foi o Seu Pastor (como escrito em 1Pe 4.17,18).
Depois, seria a vez de todo o povo Dele. Daí muitos se dispersarem. Entretanto,
é justamente este espalhamento que daria ao Criador ocasião para volver Sua mão
para os pequeninos (a saber, aqueles que, mesmo
temendo, não conseguem sair do lugar, por não terem para onde ir. Como
estrangeiros e peregrinos aqui (1Pe 2.11; Hb 11.9,10,13-16), só se sentem em
casa quando Jesus está presente, mesmo que seja num lugar hostil (ver Jr 2.2)).
Uma coisa importante a ser observada é a
diferença entre a profecia do vs 7 e a citação de Jesus (Mt
26.31). Aqui o Criador dá ordem à espada para que desperte e fira o
pastor (vs 7), enquanto que Jesus se apresenta
como sendo a espada de Deus personificada (Mt 26.31). Ele,
em pessoa, iria ferir o Pastor, que era Ele mesmo. E como Ele fez isto? Dizendo
a verdade (Mt 26.63-65).
E não pense que isto se cumpriu apenas
naquela época. Jesus disse que, por amor do nome Dele, seríamos odiados de
todos, incluindo parentes (Mt 10.21,22; 24.9,10).
Embora a perseguição seja generalizada, a terra que sofreria com a morte de
dois terços será a terra de Israel (vs 8), onde
apenas o remanescente (um terço) é que
será salvo (Rm 9.27) e, ainda assim, depois de
passar pelo fogo da Sua Palavra (Jr 23.29), cujo cumprimento
queima o interior, já que vai contra tudo que a pessoa deseja que seja verdade.
O motivo disto é viabilizar a interação
entre Deus e Seu povo (o povo invoca Seu nome e Ele
ouve e diz: é meu povo e este responde: O SENHOR é meu Deus). Mas o
que uma coisa tem haver com a outra? O que acontece é que ninguém consegue se
aproximar de Deus por conta própria (Jr 30:18-22; Ez 11:19,
20; Os 2:23; Ez 11.20; Zc 8.8),
sendo necessário que o próprio Criador leve a pessoa até Si (Mt 11.27; Jo 6.44-45; Ef 5.25-27).
Como, enquanto não houver o perdão, a
perfeita sintonia e sincronia entre Deus e Seu povo se perde, então é
necessária a purificação pelo fogo, já que, enquanto o egoísmo continuar
imperando na vida da pessoa, não há como ela ser ligada a Deus (Is 59.1,2) e, muito menos, às pessoas (vs 9).
ZACARIAS 14 → COMO ISRAEL SERÁ PURIFICADA E O RESULTADO DISTO PARA TODO O MUNDO
Vs 1 a 7 →
TODAS AS NAÇÕES SE AJUNTAM PARA QUE ISRAEL PASSE PELO FOGO E SEJA PURIFICADA
A princípio, a ideia de ver todas as
nações se ajuntando para a peleja contra Jerusalém, parece ser algo ruim.
Entretanto:
o dia do Senhor, que haveria (e há) de vir, era a ocasião em que Ele iria
justificar Sua justiça, ou seja, confirmar aos olhos de todos (incluindo dos anjos) quão reto e justo são os Seus
caminhos (ver Ap 16.5,6; Is 13.9; Am 5.18-20; Ap 2.20).
Quando isto acontecer, os perversos não terão como se justificar e os justos
serão livres;
os despojos de Jerusalém que serão repartidos no
meio dela (vs 1) são artefatos idólatras e
imundos (lembre-se da promessa de Zc 13.1,2).
Detalhe: os inimigos estariam tão confiantes da vitória, que iriam repartir os
despojos dentro mesmo de Jerusalém (por considerá-la propriedade
sua), ao invés de levar os mesmas para o seu acampamento, para
depois dividir;
as nações se ajuntariam para pelejar contra
Jerusalém (Jl 3.2) porque eles estavam pelejando
por outras coisas. A guerra não era novidade para eles. Já estavam em guerra há
muito, só que contra os pobres (Is 3.15; 22.2; Am 3.9).
Em outras palavras, a guerra só seria novidade para a elite política e
religiosa;
a cidade será tomada porque foi edificada com
sangue e fundada com iniquidade (ver Hc 2.12);
as casas serão saqueadas porque foi resultado
das pessoas ajuntarem casa a casa, reunirem campo a campo, até ficarem como
únicos moradores no meio da terra (Is 5.8);
as mulheres seriam forçadas porque estavam
adulterando e se prostituindo (Os 4.13,14), além
de induzirem seus maridos ao sacrifício aos ídolos (Is
13.16; Jr 44.15-19);
metade do povo seria levado para cativeiro (vs 2) a fim de ser liberto da corrupção de Israel (veja Mq 4.10), que era pior do que a de qualquer
outro povo (Jr 2.33; 23.15), já que, enquanto os
outros pregam outros deuses, eles pregam o Deus verdadeiro do modo errado.
metade do povo permaneceria na cidade fim de que
eles aprendessem a diferença entre servir ao Senhor e servir ao homem (ver 2Cr 12.8). Detalhe: a metade aqui se refere à 3ª
parte que restou e que, agora, será purificada (Zc
13.8,9).
Embora os
trechos citados se referem à situação de Israel antes de ir para cativeiro, a
verdade é que eles não aprenderam a lição: permaneceram nos mesmos pecados.
Todavia, mesmo diante da triste realidade que lhes esperava (reconstrução de uma Jerusalém corrupta e posterior destruição
pelos inimigos), ainda assim eles deveriam reconstruir Jerusalém, na
certeza de que, no final, Israel seria purificada e o próprio Deus habitaria
ali.
Entenda: o
valor de Jerusalém não é pela cidade em si, mas por aquilo que ela
representava: a preservação do nome de Deus, da Sua Palavra e do Seu povo.
Logo, a partir do momento que os
inimigos decidem ir além do limite estabelecido por Deus, pegando aquilo que era
bom para Israel (ver Is 37.24,25), aí Ele entra em ação
pelejando contra as nações (vs 3), fendendo
ao meio o Monte das Oliveiras a fim de engolir o rio (a
multidão de pessoas) que o diabo enviou contra Israel (vs 4,5; Ap 12.16). Aos profanos é permitido apenas
roubar o lixo moral e espiritual que tanto contamina e rouba o que há de bom no
povo de Deus.
Assim como Deus pelejou por Israel
abrindo o Mar Vermelho para o povo passar e depois o fechou para afogar os
egípcios, agora Ele partiria o Monte das Oliveiras ao meio para Seu povo passar
e depois faria pedras caírem sobre os inimigos e sepultá-los (vs 3-5; Êx 14.14; 15.3). Daí Jl 2.32.
Neste dia Seus pés estarão sobre o
Monte das Oliveiras (vs 4), tal como
outrora, por meio de Moisés, Ele estave sobre o Mar Vermelho, estendendo Suas
mãos para abri-lo (Êx 14.16,21).
Jesus abrirá um vale que liga Azal (lugar próximo à porta leste
da cidade) até o lugar que Deus reservou para eles (ver Ap 12.6,14).
Um destaque especial é dado ao
terremoto que aconteceu nos dias de Uzias, rei de Judá (vs 5;
Am 1.1). Talvez possa ter uma ligação com a visão de Isaías, onde os
umbrais das portas se moveram à voz daquele que clamava (Is 6.4),
já que as coisas naturais são sombra das espirituais (ver Rm
1.20; Cl 2.17; Hb 8.5; 9.5; 10.1).
Quanto à Sua 2ª vinda, será semelhante
à 1ª: vindo do oriente (ver Mt 21.1; 24.27; Lc 1.78;
compare Ez 11.23 com Ez 43.2) e descendo nas nuvens com poder e
glória, tal como se deu quando Ele subiu (Mt 24.30; At 1.11).
Ele virá acompanhado dos Seus anjos (vs 5; Mt 24.30,31; Jd 14,15)
e das pessoas redimidas (1Co 15:23; 1Ts 3:13;
4:14) com labaredas de fogo (2Ts
1.7,8) a fim de separar bodes de ovelhas e inaugurar o milênio (Mt 25.33-46).
A natureza
(incluindo o tempo – Dn 7.25) será de tal modo
perturbada pela elite global e seu anticristo, que não será possível saber se é
dia ou noite mais (vs 6,7). De algum
modo, luz se misturará com trevas. Apenas ao cair da tarde, com a vinda do
Salvador (vs 7), é que haverá luz (Sua presença iluminará o mundo inteiro – veja o que a presença
do Deus vivo faz em Is 60.19,20; Ap 21.23; 22.5).
A vinda de
Cristo será um dia conhecido unicamente pelo Pai (Mt
24.36), a fim de ficar manifesto que apenas a Verdade é capaz de
fazer aquietar toda a curiosidade humana, de modo a confiar unicamente na
providência e amor de Deus.
Vs 8 a 11 →
JERUSALÉM É EXALTADA E HABITADA, MAS NO LUGAR DELA!!!
Quando Jesus vier, eis
a situação de Jerusalém:
correrão de Jerusalém águas vivas, que sairão do
trono de Deus e do Cordeiro que fica na casa do Senhor (vs 8;
Ez 47.1; Jl 3.18; Ap 22.1).
metade da água viva sai para o mar oriental (Mar Morto), e a outra metade, até ao mar ocidental (Mar Mediterrâneo). Ou seja, a fonte não passa pela
casa do Senhor do oriente para o ocidente ou vice-versa. Antes, a fonte brota
da casa do Senhor em ambas as direções. Enquanto que as pessoas separadas de
Cristo experimentam apenas o Rio de Vida passando por elas (isto
quando se aproximam da casa de Deus, a saber, das pessoas que têm compromisso
com Ele), apenas aqueles que são de Jesus experimentam o Rio de Vida
24 horas em suas vidas, jorrando para a vida eterna (Jo
4.14; 7.37-39).
no verão e no inverno a água viva jorra: não
congela quando está muito frio (inverno), nem
seca quando está muito quente (verão). Contudo,
nada é mencionado acerca do tempo morno (outono e primavera)
(veja Ap 3.14,15);
Jerusalém será exaltada e habitada no seu lugar (vs 10). Fique claro: no lugar legítimo dado por Deus.
Ele não promete exaltar Jerusalém em lugar estrangeiro, nem nos limites que o
homem conquistou ou deseja que seja seu, mas sim no lugar que Deus determinou
para ela, a saber, o território que fica dentro dos seguintes limites:
Desde a Porta de Benjamim (ao
norte);
até ao lugar da primeira porta (a oeste), até à Porta da Esquina (que liga o limite norte ao oeste);
Até aos lagares do rei (é bem
provável que este seja o limite leste).
toda a terra em redor se tornará como a planície
(vs 10; Is 40.4; Mq 4.1). Novamente, será rebaixada
apenas a terra em redor do lugar da habitação de Deus. Não podemos esperar que
o mundo inteiro seja rebaixado só porque isto nos convém (era
desde Geba até Rimon). De igual modo, não podemos alargar nosso
desejo como sepulcro (Hc 2.5) e esperar
que todos se curvem a nós. Mesmo porque não é diante de nós que elas devem se
curvar, mas diante do cumprimento da Palavra Dele na nossa vida.
Detalhe: Geba ficava em Benjamim, na
borda norte de Judá (2Rs 23.8) e
Rimom, em Simeão, na borda sul de Judá (Js 15.32).
Jerusalém habitará segura. Habitarão nela, e já
não haverá maldição (vs 11). Note como
a maldição não existirá quando se habita em Jerusalém, e não em outro
lugar. Todavia, é preciso ansiar por viver como seguidor de Cristo. Note como a
prosperidade de Israel está ligado ao fato de ser Jesus a justiça deles (Jr 23.6). Também repare como a maldição está ligada
à questão da conversão do coração dos pais aos filhos (compare
Ap 22.3 com Ml 4.6 e ajunte com Ef 6.2,3);
Um dos maiores erros
que as pessoas cometem é de insistirem em viver no lugar errado. Tudo que
começa mal, termina mal (Sl 42.7). Quando
isto acontece, a pessoa passa a tentar fazer e manter amizades que nada tem
haver consigo (com aquilo que Deus realmente estabeleceu para
si). Como tais amizades não têm compromisso com Deus, a pessoa vai,
aos poucos, abrindo mão de sua identidade (caráter, conceitos e
valores), tentando ser o que não é para agradar as pessoas. Passa a
ter uma conduta indevida diante de Deus (e, muitas vezes, até diante
dos homens) e a sofrer a morte que advém com o pecado (Rm 6.23).
Resultado: a pessoa se
torna cansada e sobrecarregada de pecados e das consequências destes (Mt 11.28).
Se a pessoa se
contentasse em ficar onde Deus quer usá-la para reinar sobre toda a terra (vs 9), grata por aquilo que Deus lhe deu, isto não
aconteceria. Repare como o cansaço das pessoas sempre é consequência da busca
por coisas supérfluas e más. Perceba como, não importa se a pessoa é rica ou
pobre, o necessário para sobreviver e glorificar a Deus, ela sempre tem (Deus já se comprometeu com isto – ver Sl 127.2; Mt 5.44,45;
6.33; Fp 4.19).
Urge salientar a
importância de um só Senhor e de que todos O conheçam por um único nome (vs 9). Já que os ídolos do povão têm seus nomes
preservados em todo o mundo (por exemplo, Madonna, Michael
Jackson, etc.), é um absurdo que até hoje, o nome mais importante da
história da humanidade, não seja perfeitamente conhecido, mas seja alvo de
muitas críticas, blasfêmias, deboches e guerras teológicas.
Não adianta todos se
submeterem ao mesmo Senhor, mas cada um conhecê-lo de um modo diferente. Mesmo
entre aqueles que dizem crer em Jesus, creem Nele de um modo diferente,
contrariando o princípio das 7 unidades (Ef 4.3-6), o da
perfeita unidade tão desejada por Jesus (Jo 17.11,21-23) e
o da linguagem pura (Sf 3.9).
Também não resolve
todos acreditarem no mesmo nome e até respeitá-lo, mas só lembraram deste nos
momentos de necessidade (ver Ef 4.5,6 – sem contar
que, muitas vezes, a necessidade não é necessidade).
Há um detalhe
importante também a ser observado. Quando fala do Senhor sendo rei sobre toda a
terra (vs 9; Dn 2.44; Ap 11.15), repare como
esta profecia está ligada à restauração de Jerusalém (vs 8,
10,11; Is 54.5). Logo, isto implica em ser Israel reconhecido
novamente por Deus como Seu povo (Zc 1.17; ajunte Rm 11.12,15
com Ez 47.8-10).
Assim, as lutas às
quais Israel seria submetida, não deveriam ser vistas como motivo de tristeza,
mas de alegria (ver 1Pe 4.12-19), já que o julgamento
começa pela casa de Deus a fim de que esta sirva de exemplo vivo de quem é Deus
e, assim, todos tenham chance de se arrependerem e converterem; e, caso não o
façam, não tenham como acusar Deus de injusto ao ser submetido ao juízo Dele (2Ts 1.5-8) (como é prometido nos vs 12 a
15).
Note que, embora a
vontade de Deus é que todos sejamos reis e sacerdotes, é melhor se submeter
integralmente a alguém que tem compromisso com Jesus, do que enterrar o talento
(Mt 25.24-28). Muitos gostam de se submeterem à
autoridade, não porque a amem, mas porque é conveniente servi-la durante algum
tempo e, depois, sentir uma falsa sensação de paz, mesmo vivendo a própria
vida.
Entretanto, quando
Deus deu o talento para cada um, a ideia é que cada pessoa se dispusesse a
viver uma vida pura e santa 24 horas, de modo que todos tivessem condição de
servirem a Deus na vida dele.
Perceba a diferença:
uma coisa é servir aos projetos que a pessoa faz; outra é servir à pessoa
diretamente: em Seu interior, em favor do Seu espírito.
Vs 12 a 15 →
A PRAGA QUE ATINGIRÁ TODOS OS QUE GUERREAREM CONTRA JERUSALÉM
Os versículos 13 e 14 constituem um
parênteses. Ajuntando os vs 12 e 15, temos a praga que atingirá todos os povos (juntamente com os seus animais de carga, de guerra e qualquer
outro animal de estimação que venham a possuir em seus arraiais no momento que
estiverem guerreando contra Jerusalém) da confederação anticristã (Is 59:18; 66:24; Ez
38:1-39:29; Ap 19:17-21), a saber:
v
a sua carne se apodrecerá, estando eles de pé;
v
apodrecer-se-lhes-ão os olhos nas suas órbitas;
v
apodrecer-lhes-á a língua na boca.
v
Entendendo que o apodrecimento da carne
é o mesmo que corrupção da mesma, isto condiz com o que Paulo diz: quem semeia
na sua carne, da carne ceifará a corrupção (Gl 6.8). Note
todo o estado de repugnância, pus e mal cheiro sendo agarrado à carne, seja das
pessoas ou dos seus animais.
Entretanto, considere que no vs 13 está
sendo dito que cada um agarrará a mão do seu próximo e levantará sua mão contra
ele (vs 13); e no vs 14 vê-se as riquezas
das nações circunvizinhas sendo ajuntadas como despojo para todo o Judá (que irá ajudar Jerusalém na peleja contra os inimigos).
Logo, as pragas acima citadas são pragas criadas pelo ser humano, usando as
riquezas para promover armas biológicas terríveis contra Israel. Só que, no
final, quem será atingido pelas pragas são as próprias pessoas que as criaram.
Atente para a grande confusão que haverá
entre eles (vs 13), tal como se deu, por exemplo,
em (Jz 7.21,22; 1Sm 14.15,20; 2Cr 20.23,24; Ez 38.21).
A verdade é que é Deus quem promove a unidade (como se
vê em Ap 17.17) e é também Ele quem a desfaz. Mas por que haverá
grande confusão? Conforme mostrado no vs 1, os despojos serão repartidos no
meio de Jerusalém (isto lembra eles repartindo
as vestes e o manto de Jesus – Jo 19.23,24). E como as riquezas que
serão ajuntadas em Jerusalém serão valiosas (vs 14),
uns vão querer receber mais do que outros, até se destruírem uns aos outros,
restando apenas armas para alimentarem o fogo por 7 anos (Ez
39.9,10) e corpos para nutrirem as aves e os animais do campo (Ez 39.17).
Logo, até quando as pessoas nos roubam,
isto só servirá para lhes tirar o sono (ver Ec 5.10; Hc 2.5-13; Tg
5.3,4).
Vs 16 a 19 →
DURANTE O MILÊNIO TODOS DEVEM SUBIR A JERUSALÉM PARA CELEBRAR A FESTA DOS
TABERNÁCULOS
Em Jr 23.7,8 Deus afirma que haveria um
tempo em que Israel não mais se lembraria da ocasião que Ele os fez sair do
Egito. Admitindo que este tempo seja após a saída de todos os israelitas da
Babilônia, por que no milênio eles iriam se lembrar de quando Deus os livrou do
Egito? Afinal, a Festa dos Tabernáculos servia para que eles se lembrassem da
ocasião em que, após saírem do Egito, eles habitaram em tabernáculos no deserto
(Lv 23.34,42,43).
A menos que a Festa dos Tabernáculos
ganhasse um novo significado. Aliás, já paraste para pensar no quão sem
propósito eram os sacrifícios do Antigo Testamento? Que sentido havia em ficar
todo dia sacrificando 2 animais, manter 12 pães cozidos sobre uma mesa que só
seria comido no sábado e manter acesa e perfumada uma sala vazia (já que ninguém de Israel permanecia ali, mas só os sacerdotes,
e isto quando iam ministrar algo a Ele)?
A ideia é que as pessoas, ao virem a luz
dali sempre acesa e, sentissem o perfume sempre que passassem perto, desejassem
ardentemente ali habitar (tal como Davi – Sl 122.1;
132.3-5).
Hoje, todos devemos exalar o perfume
agradável de Cristo (2Co 2.14-16),
manter a pureza da sã doutrina na nossa vida (1Tm
4.12; Tt 2.8) e permanecer no conselho de Deus vendo e ouvindo Sua
Palavra (Jr 23.18,22) a fim de que as pessoas
sempre possam ter contato com Deus através de nós.
Mas também isto deveria mostrar-lhes a
“inutilidade” de trabalhar em prol de uma tenda ou templo vazio. E o pior é
que, infelizmente, a maioria das pessoas preferem servir a este templo vazio a
servir diretamente na vida de um ser humano.
Se pensarmos que o tabernáculo era o
local onde o povo deveria comparecer para cultuar a Deus e ouvir Sua voz e que a
Igreja é o tabernáculo de Deus com os homens (Ap
21.3), logo a Festa dos Tabernáculos representa o povo saindo dos
seus interesses (e obviamente do sistema religioso) e
indo à Igreja para celebrar ao Senhor (Dt 16.16).
Note o destaque dado ao Egito nesta
profecia (ele é separado das demais nações – vs 18,19).
E não é para menos, já que, como mostrado, a Festa dos Tabernáculos tinha tudo
haver com o Egito. A diferença é que, agora, ao invés de ser Israel habitando
em tabernáculos ao sair do Egito, é o Egito habitando em tabernáculos (Igreja) ao ir até Jerusalém.
Enquanto na presente dispensação, a
igreja vai em direção aos perdidos, no milênio são os gentios que vão a
Jerusalém (Is 2:2; Mq 5:7).
A Festa dos Tabernáculos é de tal
importância que ela foi mantida por Neemias (Ne
8.14-17), sendo nesta ocasião que Jesus convidou os ouvintes a irem
até à Água da Vida (Jo 7.37-39). O
costume de os israelitas tomarem ramos de árvores frondosas no primeiro dia
desta festa (como era ordenado – Lv 23.34,39,40,42)
é visto quando Jesus entrou em Jerusalém triunfalmente (Jo
12.13), bem como na incontável multidão que veio da Grande
Tribulação (Ap 7.9). Sem contar que, em Ap 21.3,
quando a Nova Jerusalém desce do céu, é disto, por causa dela, que o
tabernáculo de Deus estava com os homens.
A razão pela qual a Festa dos
Tabernáculos foi a única a permanecer é porque esta é a única cuja mensagem
ainda se fazia importante. Afinal, ela lembrava a Israel que eles foram (e ainda eram) estrangeiros e peregrinos nesta terra (Hb 11.9,10,13-16; 1Pe 2.11). E mesmo no milênio,
esta mensagem não deveria ser esquecida. Sem contar que:
os judeus não deveriam esquecer dos quase 2.000
anos que eles ficaram vagando pelos países sem pátria;
os gentios deveriam sempre se lembrar de que
eles foram poupados do vaguear da cobiça neste imenso deserto moral e
espiritual (Ec 6.9).
Enfim, a Festa dos Tabernáculos
representa as nações indo a Jerusalém para exercitar o amor ao próximo na vida
daqueles que estavam mais próximos fisicamente do Criador. Alguém pode
questionar: “mas qual a finalidade disto tudo?”. Acabar com a ideia errada de
que, se Jesus não tivesse morrido, mas sim permanecido vivo reinando sobre o
mundo inteiro, tudo seria diferente.
Infelizmente, o povo não cansa de tentar
achar o governante perfeito para sua cidade, estado, país e, logo, logo, para o
mundo tudo. Até hoje não conseguem enxergar que o problema não está no
governante perfeito, mas sim na falta de disposição de cada um em se deixar
usar por Deus. Mesmo quando Jesus estiver governando este mundo por 1.000 anos,
ainda assim o pecado existirá (embora em bem menor escala –
Is 65.20). Sem contar que, após Satanás ser solto, uma multidão irá
se revoltar contra Jesus, mesmo vendo a perfeição do Seu reino (Ap 20.7,8).
Inclusive, daí a praga e a falta de
chuva que haveria de acontecer na vida daqueles que não subissem a Jerusalém
para celebrar a festa (vs 17; Is 60.12; 66.23; Os
12.9). Esta era uma oportunidade de todos sentirem, pessoalmente, o
gozo que a presença de Deus proporciona, bem como a beleza e perfeição da Sua
cidade Santa.
Tudo isto tem por finalidade nos ensinar
que a salvação de Jesus só acontece quando aceitamos o compromisso de Jesus em
nós, ou seja, aceitamos Ele conduzir pessoalmente nossa vida.
Um detalhe importante a ser observado é
a vinda sobre o Egito de uma praga, além da chuva. Isso se deve ao fato de que
o Egito é mantido, principalmente pelas cheias do rio Nilo (ver Dt
11.10,11). Como este rio era muito grande, caso alguma outra nação
pelo qual passa este rio, fosse fiel ao Senhor, receberia chuva e o rio iria
transbordar. De modo que o Egito não é muito afetado pela seca. Entretanto,
para que o Egito não achasse que diferença nenhuma lhe faria servir ou não ao
Senhor, Deus mostra que havia outras formas de distinguir entre o que serve ou
não a Ele.
Também repare como apenas um
remanescente restará para vir a Jerusalém (vs 16), a saber,
aqueles que, por ocasião da coligação anti-Messias, se mantiver firme ajudando
os israelitas verdadeiros (ver Ap 2.9; 3.9; Mt 25.31-46).
Vs 20-21 →
TODAS AS PANELAS E CAVALOS DE JERUSALÉM E JUDÁ SERÃO CONSAGRADAS AO SENHOR
A frase
“santidade ao Senhor” era exatamente o que estava escrito na mitra do
sumo-sacerdote (Êx 28.36). Como os cavalos eram o meio
de transporte mais avançado da época, isto indica que ninguém iria longe, a
menos que o Senhor ordenasse.
Além disso, analise a
profecia de Isaías sobre Tiro (Is 23.18). O
comércio e ganância de prostituta dela serão consagrados ao Senhor a fim de
que, os que habitam na presença Dele tenham vestimenta durável e comam
suficiente. O detalhe é que, assim como Tiro se prostituiu com todos os reinos
da terra e foi liberta do cativeiro babilônico 70 anos depois (Is 23.17), o mesmo se deu com Israel (veja Dn 9.2; Ap 18.3).
Ajuntando
tudo, conclui-se que todas as coisas, até mesmo as mais simples, serão
consagradas ao Senhor. Até as panelas, que eram usadas para cozinhar, seriam
consagradas (vs 21), o que indica que, quer eles comessem,
bebessem ou fizessem qualquer outra coisa, tudo seria para glória de Deus (1Co 10.31). Nada de comercializar na vida das
pessoas (vs 21).
Ninguém seria obrigado a trabalhar para
se manter vivo (já que Jesus, a Vida Eterna, estaria ali e se
daria a todos, sem dinheiro e sem preço – Is 55.1-3). Nada de haver
mercador na casa do Senhor (vs 21), que,
entre outras coisas, são pessoas impuras e impiedosas (veja
Joel 3.17; Ap 21.17; 22.15) (note que o fim dos tempos
seria como nos dias de Ló: caracterizado pela compra e venda (Lc 17.26-30; Ap
13.16,17)).
Além
disto, o fato de todas as panelas serem consagradas ao Senhor, quer dizer que
ninguém de Judá e Jerusalém iria comer para si mesmo (Zc 7.6).
Num sentido mais profundo, considerando que somos a casa de Deus, tudo isto
indica que eles seriam edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas,
crescendo para templo santo, para morada de Deus no Espírito (Ef 2.19-22).
Em
particular, as panelas do templo, seriam usadas para receber o sangue dos
sacrifícios (Êx 24.6), já que ninguém comeria
carne, sem que o sangue fosse derramado no altar (como
ordenava a lei de Moisés). Nada de preguiça em ir até onde Jesus
estava, nem ganância em não querer dividir.
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