ESTUDO DO LIVRO DE ZACARIAS
INTRODUÇÃO:
Tema:
Não é possível servir a Deus dentro da Babilônia. É preciso sair dela!
Objetivo:
Mostrar que a teologia da “estratégia” é coisa do diabo!
Antes da invasão de Nabucodonosor, o
maior medo dos judeus era ser invadido pela Babilônia. Tanto que, em diversas
ocasiões, vemos o povo de Judá buscando em Deus ser livre do cativeiro (Jr 21.1,2; 40.9). O valor que eles davam a Jerusalém
era tal que, quando eles chegaram no cativeiro, eles não queriam nem saber de
edificar casas, plantar jardins, casar e gerar filhos (daí a
exortação de Jr 29.5,6). Muito menos queriam a paz da cidade (Jr 29.7).
Pelo contrário: queriam alguém que lhes
desse a paga de todo o mal que lhes fizeram (Sl 137.8,9).
Não admitiram sequer a possibilidade de prestar culto ali (Sl
137.4).
No entanto, com o passar do tempo, eles
foram gostando tanto da Babilônia que passaram a pensar em curá-la (Jr 51.9). Afinal, que mal que tinha ficar na
Babilônia, ainda mais considerando que foi Deus quem os levou para lá? Se ela
se convertesse, que necessidade haveria de destruir um império tão maravilhoso
como este? Pelo menos, é isto que passaram a pensar. Ainda mais que agora já
possuíam casas, terras e até lucravam na Babilônia (ver Ag
1.6-9).
Foi então que eles começar a pensar
algo como: “ora, por que sair daqui? Tudo que precisamos fazer é servir a Deus
com fidelidade aqui nesta terra, agindo sempre com bondade e justiça, e Deus
pode muito bem nos usar para glorificar o nome Dele”.
Deus então mostra que não! No capítulo
3, o sumo-sacerdote Josué é visto com as vestes sujas para mostrar que nenhuma
justiça humana pode nos justificar diante de Deus e que o lugar onde Ele
haveria de operar através de Israel era na terra da promessa (Zc 2.10-13).
A preocupação de Zacarias era estimular
os cativos na Babilônia a voltarem para Jerusalém;
A preocupação de Ageu era estimular o
que já haviam saído a reconstruírem o templo.
Um completava o outro, no sentido de
estimular os israelitas a largarem a prosperidade material e buscarem um lugar
no coração onde Deus pudesse habitar, mas LONGE DA BABILÔNIA!!!
ZACARIAS 1 → DEUS ABOMINA AQUELE QUE SE FIRMA NO ERRO PARA ENCONTRAR DESCANSO EM MEIO À INJUSTIÇA (1Co 13.6)
Vs 1 →
QUEM ESCREVEU O LIVRO E QUANDO ELE FOI ESCRITO?
Zacarias era filho de Baraquias, filho de
Ido. Ele começou a profetizar dois meses após Ageu ter começado (compare vs 1 com Ag 1.1). Sua profecia cooperou com
a de Ageu para estimular o povo de Israel a sair da Babilônia e reconstruir o
templo de Jerusalém (Ed 5.1; 6.14).
Detalhe: a obra de reconstrução do templo cessou até o 2º ano do reinado de
Dario, rei da Pérsia (Ed 4.24), ocasião
em que Ageu (Ag 1.1) e Zacarias começaram a
profetizar.
Vs 2 a 6 →
DE NADA ADIANTA SER FIEL A DEUS NO ERRO. TENHA POR MOTIVO DE ALEGRIA O PASSAR
PELAS CORREÇÕES DE DEUS, SE ARREPENDA E CONVERTA
O termo Senhor dos Exércitos, citado
muito em Zacarias e Ageu se refere aos recursos sem limites e poder universal
de Deus como forma de dizer que nada poderia impedir a construção do templo, exceto
o desânimo deles. E como eles estavam desanimados! Daí Deus ordenar: “tornai-vos
para mim... e eu me tornarei para vós outros” (vs 3),
expressão que também pode ser vista em Ml 3.7; Tg 4.8; Jr 25.5; 35.15.
É bem verdade que o fato de Deus estar
extremamente desgostoso com os antepassados deles (vs 2),
trouxe o juízo de Deus sobre a nação. E isto deixava a presente geração
desanimada e revoltada, como se Deus é que fosse injusto (ver 2Rs
6.33; Jr 44.15-19; Ml 3.13-15).
O que eles não conseguiam enxergar é que
o problema não estava apenas no comportamento dos antepassados. A zombaria
destes (2Cr 36.15-16) conduziu a nação a uma
série de conceitos e valores errados acerca da Escritura Sagrada e, agora, eles
achavam que Deus era obrigados a favorecê-los, caso se mantivessem fiéis a esta
interpretação errônea da escritura que adotaram para si mesmos (ver Am 2.4; Is 29.13; Mc 7.8,9).
Como a história não muda (Ec 1.9; 3.15), veja o que eles diziam em Malaquias:
“mas nós estamos servindo a Deus fielmente e, no entanto, nada muda” (Ml 3.13-15). No entanto, embora muitos fossem
zelosos dos ensinamentos que lhes foram transmitidos acerca da Palavra de Deus,
tais ensinamentos estavam distorcidos e eles nem conseguiam enxergar mais que
seus caminhos e obras eram maus (vs 4). A mensagem
de conversão (Is 31.6; Jr 3.12; 18.11; Ez 18.30; Os 14.1)
parecia não fazer sentido (ver Ml 3.7).
E tudo o que tinha sobrevindo a Israel e
seus antepassados parecia ser apenas injustiça de um Deus que não liga para
seus filhos; antes, os abandona. Sob esta desculpa, eles estavam abandonando a
Deus e fazendo as coisas do jeito deles, seguindo aos que pareciam ser deuses (àquilo que parecia resolver todos os seus problemas).
Todavia, a destruição de Israel e o que
aconteceu aos antepassados (vs 5), era um
sinal da reprovação de Deus em virtude de Suas Palavras e estatutos não os
terem alcançado, mas apenas as interpretações carnais dos réprobos na fé (ver Ef 4.14; 1Tm 6.3-5; 2Tm 4.3,4; Mc 7.7; Tt 1.14).
Apenas mais tarde, depois que foram destruídos (Lm
1.18; 2.17), é que eles foram se arrepender (vs 6),
tendo por bem a repreensão de Deus (Lv 26.41).
Vs 7 a 17 → 1ª VISÃO: É IMPOSSÍVEL TERMOS PAZ
ENQUANTO PESSOAS À NOSSA VOLTA SOFREM INJUSTIÇA. DEUS NÃO DÁ BÊNÇÃO PARA QUE NOSSO
DESCANSO ATRAIA A IRA DE DEUS SOBRE NÓS, MAS PARA QUE ELE TENHA MATERIAL PARA
CONSTRUIR SEU AMOR NO CORAÇÃO DAS PESSOAS
O povo estava achando que Deus não via
nada. A pergunta do anjo do Senhor, no fundo, era a mesma que havia em cada
coração: “... até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de
Judá...?” (Zc 1.12). Isto estava contribuindo
para que eles achassem que o negócio era tentar se adaptar ao estilo de vida da
Babilônia.
Porém, Deus mostra que estava irado
contra todas as nações em descanso, incluindo a Média-Pérsia, onde eles moravam
(Zc 1.15), já que tal comportamento agrava o mal.
Muitos acham que, permanecendo no seu
cantinho, sem fazer nem falar mal de ninguém, então está tudo bem. Entretanto,
tais pessoas medianas (que só fazem o que lhes é
ordenado), são servos inúteis (Lc 17.10),
pessoas mornas a quem Jesus vomita (Ap 3.15,16). A
partir do momento que estamos no lugar e não fazemos nada para mudar uma dada
situação, estamos concedendo ao infrator mais uma oportunidade de ser bem
sucedido no pecado e, deste modo, bendizer seus métodos e ferramentas (ver Hc 1.15-17).
Além do mais, de que serve nossa vida se
sempre ficarmos escondidos no anonimato? Como sal da terra, nossa presença deve
trazer incômodo aos que estão no pecado. É da nossa interação com as pessoas
que surgirá algo bom para nós e elas, sendo isto que dá oportunidade às
verdadeiras amizades. É bom lembrar que, o que nos veste espiritualmente, é a
justiça de Jesus operando na vida de cada pessoa que Ele traz a nós (Ap 19.8). Note como não basta ter azeite na própria
lâmpada. É preciso que cada vaso pequeno (pessoas que nele creem – Rm
14.1; 15.1; 2Co 4.7) possua um pouco de “azeite” dentro de si (Mt 25.3,4). Ou seja, não podemos achar paz nos
isolando de cada pessoa ou situação que possa nos trazer prejuízo (ver Hc 2.9). Enquanto assim fazemos, o mal está
fazendo suas vítimas através delas.
Como podemos pensar em ter paz, enquanto
há tantas pessoas sofrendo? Podemos ficar tranquilos, tendo ciência da grande
quantidade de pessoas que serão prejudicadas por aquele que deixamos de
repreender? Foi exatamente este tipo de tranquilidade que causou a destruição
de Sodoma e Gomorra (Ez 16.49) e que
iria caracterizar os dias que antecedessem a vinda de Cristo (Lc 17.26-30).
Nesta visão, o anjo do Senhor estava
montado num cavalo vermelho entre as murtas de um vale profundo (vs 8) e atrás dele se achavam os agentes do juízo de
Deus, prontos para percorrerem toda a terra a fim de trazerem o juízo sobre
Israel (vs 10). Isto deixa o anjo do Senhor
perplexo (vs 12), tal como ficaram as almas dos
que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram
em Ap 6.9. Tal como Habacuque (Hc 1.13-17), eles
não conseguiam entender como Deus podia permitir que gentios, tão perversos e
distantes de Deus, pudessem prosperar. Como Deus poderia enviar carros para
exercer os mais diversos tipos de juízo sobre o povo de Israel, enquanto os
gentios viviam em descanso (vs 11)?
Aparentemente, parecia que Deus estava do lado dos gentios, apoiando o
comportamento deles. Era o que os gentios também estavam pensando (ver Mq 4.11,12; 7.8-10).
Deus mostra, entretanto, que tudo o que
estava acontecendo era, na verdade, uma prova do Seu imenso amor para com
Israel (vs 14). Afinal, Deus corrige aquele
que Ele ama (ajunte Hb 12.5-11 com Zc 8.2). Note
como, em Jl 2.18, Deus promete zelar da Sua terra e compadecer do Seu povo após
eles se arrependerem e converterem (Jl 2.17). Os
carros e cavalos enviados contra Israel era para corrigi-los, de modo que eles
não contaminassem a habitação deles e, assim, viessem a ser vomitados por ela (Lv 18.24,25), tal como se deu no Éden (Gn 3.23).
Deus estava irado com os
gentios em descanso e iria cumprir o que prometeu em Ag 2.6-9 (vs 15; como se vê em Ed 6.6-12; 7.13-24). Embora o
cativeiro devesse durar apenas 70 anos (Jr 25.11,12; 29.10; Dn 9.2; Zc
7.5), o povo, infelizmente, estava ainda muito preso aos seus
interesses (Ag 1.6-9). Por isto é que gentios
ainda estavam em descanso: a desobediência dos incrédulos só é punida quando a
obediência do povo de Deus se completa (2Co 10.6).
É exatamente isto que Deus
tenta mostrar ao povo: que Ele vai voltar para Jerusalém com misericórdia para
que Sua casa seja edificada (vs 16). Ou seja:
1º- Babilônia
não é o local da bênção. Perceba que por três vezes Deus enfatiza que Ele ia
voltar para Jerusalém e habitar no meio dela (vs 16;
Zc 2.10; 8.3). Ele iria consolar Sião e escolher Jerusalém (vs 17) e medi-la, ou seja, fazê-la em tudo conforme o
padrão de Sua Palavra (vs 16). Este
ponto é tão importante que a 3ª visão é justamente sobre isto, o que nos ensina
que a obra de Deus não é feito a esmo, mas é projetada nos mínimos detalhes;
2º- a
finalidade da bênção não é dar conforto material a Israel, mas sim edificar Seu
templo no coração das pessoas (veja como Ele volta COM
MISERICÓRDIA, ou seja, para mostrar Seu favor aos desfavorecidos). Logo,
quando Ele diz que as cidades Dele transbordarão de bens (vs 17)
é para que Ele possa mostrar Sua bondade para com os filhos dos homens (Sl 66.5; 107.8,15,21,31) através deles (Mt 7.11: Lc 11.13).
Um detalhe a ser observado é que, embora
Zacarias pergunte para o anjo que falava com ele (vs 9),
é o anjo do Senhor quem dá a resposta (vs 10). E Deus
não fala diretamente com Zacarias. Antes, fala com o anjo que estava
conversando com ele, o qual, então, transmite a Ezequiel a mensagem (vs 13 e 14).
Vs 18 a 21 →
2ª VISÃO: OS 4 ENVIADOS DE DEUS PARA AMEDRONTAR E DERRUBAR OS 4 GRANDES IMPÉRIOS
QUE SE LEVANTARAM CONTRA JUDÁ PARA ESPALHAR SEUS CIDADÃOS
Novamente Zacarias abaixa os olhos (vs 18). Veja como facilmente temos a tendência de
cochilar na fé. A verdade é que, assim como a água quente, para não ficar
morna, necessita estar sempre sendo submetida ao fogo, se queremos que nossa fé
seja desenvolvida, não podemos fugir das lutas e problemas. Elas é que
desenvolvem nossos músculos espirituais e os mantém saudáveis. Sem luta,
ficamos mornos (e sujeitos a sermos vomitados por Jesus – Ap
3.14,15).
Primeiro Zacarias vê os 4 chifres que
dispersaram a Judá, Israel e Jerusalém (vs 19), de
maneira que ninguém pode levantar a cabeça (vs 21). Os 4
chifres representam quatro impérios que serviram para deixar o povo de Deus
como ovelha sem pastor (Mc 9.36), a
saber:
Egito;
Israel (ninguém melhor para espalhar
Judá, Israel e Jerusalém do que os próprios “pastores” de Israel –Ez
34.5,6,8,18,19,21). Tanto que em Zc 11.15, é ordenado ao profeta
tomar para si os instrumentos de um pastor insensato (Zc
11.15);
Assíria;
Babilônia.
Todos estes países foram usados para
levar Israel para longe de Deus e da sua terra.
O fato de ser citado apenas Judá no vs 21,
provavelmente, é por ter sido ele o que por mais tempo se manteve fiel a Deus (ver Os 11.12).
ZACARIAS 2 → DEUS TEM O LUGAR ADEQUADO PARA REINAR SOBRE O SEU POVO
Vs 1 a 5 →
3ª VISÃO: JERUSALÉM É MEDIDA PARA MOSTRAR QUE LUTAR PELA SUA RECONSTRUÇÃO ERA
UM INVESTIMENTO SEGURO
O povo de Israel estava achando que seria
inútil reconstruir Jerusalém, visto que a oposição era muita. Ao medir
Jerusalém, Deus estava mostrando que, não só ela seria reconstruída, mas habitada
por muitas pessoas. O fato deste homem (com certeza, um anjo em
forma de homem) medir Jerusalém, mostra que não se tratava de algo
meramente carnal, mas sim algo projetado por Deus e que ia além da imaginação
do homem (ver 1Co 2.9; Ef 3.20). Não seria
possível medi-la por métodos humanos, nem mesmo cercá-la com muros.
Esta questão de medir com a cana pode ser
vista em outras passagens (Ez 40.3; 47.3-5; Ap 11.1;
21.15,16):
Em Ez 40, o templo é medido nos seus mínimos
detalhes;
Em Ez 47.3-5 é medida a profundidade das águas
purificadoras;
Em Ap 11.1 é medido templo, o altar e os que
nele adoram;
Em Ap 21.15,16 é medida a Nova Jerusalém, as
portas e o muro;
Aqui é medida Jerusalém (vs 1 e
2). Interessante que não há preocupação em se medir a altura.
Este ato de medir Jerusalém enquanto a
maior parte dela (incluindo seus muros e templo) ainda
não passava de ruínas (ver Ne 1.3; 2.3),
indica que existe um limite para o Reino de Deus. Muitos evangelistas desejam,
supostamente, ganhar o mundo inteiro para Jesus.
Todavia, mesmo que haja sinceridade no
coração deles, tal procedimento é errado. Há uma medida a ser respeitada e não
podemos querer ultrapassar a bondade de Deus. Sei que parece bom o mundo
inteiro servir a Jesus (e pode ter certeza que Deus
gostaria disto, já que Ele ama a todos). No entanto, Deus sabe quem
realmente deve fazer parte da Sua cidade. Querer colocar mais alguém dentro
dela só irá atrapalhar os que foram chamados por Ele. A multidão seria grande,
mas divinamente contabilizada (vs 4; Ez 36.10,11).
Inclusive, o fato de dizer que Jerusalém
seria como aldeia sem muros, aponta para um período bem além da época de
Neemias, já que ele foi enviado, especialmente, para reconstruir os muros de
Jerusalém (Ne 4.1).
Como se isto já não fosse pouco, Ele
promete cercar a cidade com algo semelhante à coluna de fogo que guiava os
hebreus quando saía do Egito (Êx 13.21,22) e
protegê-la com a manifestação da Sua glória (tal
como se deu em Êx 16.10; 24.16,17; 40.34,35; Lv 9.23; Nm 14.10,21; 16.19,42;
20.6). Isto cumprir-se-á no milênio, quando o próprio Senhor estará
presente (Ap 21.3).
A ideia é que eles confiassem em Deus, e
não na sua suficiência, para serem protegidos (Is
26.1; Zc 9.8) e iluminados (Is 60.19; Ap 21.23).
Além disto, uma vez que os maiores inimigos são os da própria casa (Mq 7.6), não bastava o muro de fogo em redor. Era
preciso também uma proteção interna, a saber, a glória de Deus dando um novo
coração a cada um (Ez 18.31; 36.26).
Detalhe: o fato de Deus medir Jerusalém
significa segurança (repare a conexão entre o vs
2 e o vs 5), em contraposição ao fato de Deus apascentar o povo em
lugar espaçoso (Os 4.16).
Vs 6 a 9 →
QUEM TENTA ENCONTRAR REPOUSO NO MEIO DE PESSOAS MÁS, PRINCIPALMENTE AQUELES QUE
MALTRATAM OS SERVOS DE DEUS, COM CERTEZA TERÁ PARTE NO SOFRIMENTO QUE CAIRÁ
SOBRE ESTES INIMIGOS DE DEUS (Ap 18.4)
O povo de
Israel, após morar 70 anos na Babilônia, se adaptou a ela como se ali fosse seu
lugar legítimo. Considerando a magnificência deste império (considerado
dourado aos olhos das pessoas, como na visão de Daniel – Dn 2.38), a
maioria queria ficar por ali mesmo.
Deus então
os exorta a voltarem a ter medo da Babilônia (vs 6 –
antes do cativeiro, eles temiam ir para este lugar – Jr 21.1,2; 40.9),
a ponto de fugirem (e não simplesmente saírem,
como em Ap 18.4). A diferença é que, aqui, há um local onde as
pessoas poderiam e deveriam cultuar o Senhor, enquanto que, na atual
dispensação, a Grande Babilônia está em toda parte e não há como fugir. As
trevas cobriram toda a terra (Is 60.2). Não
adianta buscar um lugar (ou alguém) com
luz (aliás, é isto que todos querem). Nós é
que devemos ser a luz (Is 60.1; Dn 12.3; Mt
5.14-16). É preciso entender que são as pessoas que fazer o lugar.
Em outras palavras, não existe lugar que oferecerá, a nós, aquilo que não
estamos dispostos a fazer por nós mesmos. Aliás, nós é que devemos ser a casa
de refúgio, a saber, o local onde os opressos do povo do Criador possam se
abrigar (Is 14.32).
Note como a convivência com os caldeus
fez com que eles se tornassem íntimos, a ponto de perderem o medo. Contudo, é
importante esclarecer que, quando Deus diz várias vezes na Escritura Sagrada
para não temermos o homem ou os falsos deuses, o que Ele está dizendo é para
não termos medo deles, a ponto de negligenciarmos Seus mandamentos e nos
sujeitarmos aos seus caprichos.
Todavia,
em momento algum Deus espera que façamos amizade com a Babilônia, a ponto de nos
acostumarmos a ela e até passarmos a ter prazer em seus deleites. Quando Ele
diz para Israel construir casas, plantar vinhas e procurar a paz do povo de
Babilônia (Jr 29.5-7), em momento algum estava
incentivando Israel a considerar Babilônia como seu lar. Antes, o que Ele
queria é que Israel não deixasse de buscar Sua bondade, só porque as pessoas
que estavam à volta deles não a merecia. Temos que buscar o melhor de Deus para
nós, mesmo que pessoas más venham a se beneficiar daquilo que vier às nossas mãos.
Em suma: jamais devemos desistir de seremos bons. Ao ordenar que amemos ao
próximo, Deus estava dizendo que devemos aproveitar cada oportunidade para
crescermos em caráter e bondade.
Entretanto,
Israel deveria se lembrar de que eles foram a vara por Ele usada para
espalhá-los. Eles deveriam ter medo de permanecer no meio de pessoas tão más,
ao invés de buscarem métodos para tentar manter uma convivência pacífica com
eles (vs 6).
Assim
sendo, para recuperar Sua glória ante o povo de Israel, Ele iria mostrar-lhes o
que acontece com aqueles que tocam nos Seus (ver vs
8; Dt 32.9,10), de modo que eles jamais decidissem se associar com
aqueles que prejudicam seus irmãos, já que tal associação, com certeza, lhes
trará prejuízo (vs 9).
Em outras palavras, Deus fez deles os 4
ventos do céu (vs 6). Para ser mais claro: no que
Deus ficou irado com eles, fez deles vasos de ira (Rm
9.22,23) a fim de espalhar Seu juízo para as nações em volta (Dt 28.64; Ez 17.21).
Como Deus poderia ordenar a Sião que se
salvasse, se apenas Deus é capaz de nos salvar (vs 7)?
O que Ele queria é que as pessoas desejassem ser salvas (vs 7).
Muitos, infelizmente, se acostumaram tanto à sua vidinha, que não querem ser
salvos.
Deus, então, alerta que, para obter a
Glória (vs 8) (ou, se
preferir, para que Ele estivesse no meio de Jerusalém – vs 5), Ele
iria agitar Sua mão contra os de Babilônia, de modo que eles passarão a ser a
presa daqueles que eles escravizaram (vs 9).
Você pode me questionar: “mas isto só
acontecerá no milênio”. Correto. Tanto é assim que a Babilônia, até hoje, não
foi destruída (pelo menos ideologicamente falando).
Já reparaste que a destruição dos 4 impérios mundiais só se dará quando a pedra
cortada sem o auxílio de mãos, atingir os pés de ferro e de barro da estátua (Dn 2.34,35,44)? Logo, os 4 impérios ainda estão aí,
só que disseminados nas mais diversas políticas e religiões, prontos para
comporem a besta que emerge do mar (Ap 13.1,2).
Quando Jesus estiver no meio de
Jerusalém (Ap 21.3), então todas as nações que
ficarem trarão a Jerusalém suas riquezas (Is 60.1-7; Ap 21.24-27).
Só então Israel saberá que é a menina dos olhos do Senhor (vs 8)
e que, de fato, todas as profecias são verdade. Note como eles não se sentiam
amados por Deus (Ml 1.2; 3.13-15).
Eles não conseguiam compreender Pv
3.11,12 e Hb 12.5-11, ou seja, que as advertências dos profetas eram para eles (não porque Deus os odiava, mas porque os amava).
Vs 10 a 13 →
DEUS NÃO QUER USAR SEU POVO NA BABILÔNIA, MAS SIM FAZER, DE JERUSALÉM, UM
ABRIGO PARA O QUAL POSSAM SE REFUGIAR TODOS QUANTOS QUEIRAM SER SÓ DO SENHOR
Muitos
podiam ser tentados a achar que seria possível eles continuarem sendo o povo do
Criador, mesmo habitando em terra estranha. Tal como hoje, as pessoas
interpretavam errado 1Sm 16.7, como que dizendo: “ah, mas Deus conhece o meu
coração e sabe que eu sou fiel a Ele”.
Entretanto,
ao dizer para Israel que Ele voltaria a habitar em Jerusalém, estava deixando
claro que o lugar em que Ele os queria era ali. Em outras palavras, se
quisessem ser o povo do Altíssimo e usufruir de todas as bênçãos, privilégios,
etc., teriam que voltar para Israel.
O
esplendor da Babilônia fez morrer todo patriotismo, a ponto de eles desejarem,
a todo custo, curar Babilônia (Jr 51.9), como
fazem muitos que, tentando unir o útil com o conveniente e agradável, tentam
ingressar em empregos com a desculpa de que é para ser luz no meio das trevas (enquanto isto, estando dando o melhor do seu tempo, força e energia
para algo maligno).
Todavia,
a ordem é para que estejamos no lugar santo e as pessoas passem para nós (e não o contrário – Jr 15.19). O objetivo não é
transformar o lugar mal em bom (mesmo porque este mundo foi
entregue ao diabo (Lc 4.6) e à destruição pelo fogo (2Pe 3.10-12)),
mas sim servirmos como casas do Pai, onde as pessoas que querem servir ao
Criador, possam vir para se separarem para Ele. Em outras palavras, a ideia é
que nossa vida seja o que as pessoas precisam para se separarem de vez deste
mundo.
Note
como o verdadeiro motivo da nossa alegria (vs 10; Is 12.6; 54.1; Sf
3.14,15) deve ser o fato de Deus habitar no nosso meio (Lv 26.12; Ez 37.27; Zc 8.3; Jo 1.14; 2Co 6.16).
Inclusive, é neste dia que muitos irão se ajuntar a Israel (vs 11; Is
2.2,3; 60.3; Zc 8.22,23) e o melhor: com o objetivo se serem o povo
Dele.
Detalhe:
quem está falando nos vs 9 e 11 e em Zc 2.9 é o Senhor. Logo, quando diz “e
saberás que o SENHOR dos Exércitos é quem me enviou a ti” (vs 11),
é Jesus quem está falando isto. Ou seja, o povo saberia que Jesus é o enviado
de Deus quando a perfeita unidade se estabelecesse: um só povo e um só Deus (vs 11; Jo 13.34,35; 15.12,13; 17.11,21-23).
A partir de então é que o Senhor herdará a
Judá como Sua porção (vs 12; Zc 1.17) na
terra santa e escolherá novamente a Jerusalém.
Diante
disso, estava mais que comprovado que o Messias viria para Jerusalém a fim de
fazer um só povo para o Pai. Logo, é hora de toda a carne se calar diante do
Senhor (vs 13). Ou seja, não temos nada que
dar voz à nossa carne, de modo que ela diga a nós e aos outros (e, infelizmente, até a Deus) como que a obra do
Criador deve ser feita. Afinal, Ele se levantou da Sua morada para operar,
pessoalmente, o que precisa ser feito (vs 13). Ele não
precisa que ninguém faça nada por Ele. Basta estarmos no lugar que Ele designou
para nós e Ele tudo fará (Sl 37.5).
Tampouco
é para darmos voz ou forme àquilo que a carne dos outros estabeleceu. Quando a
Escritura Sagrada diz para obedecermos às autoridades (Rm
13.1,2), está dizendo para nos colocarmos debaixo da força ou
influência de Deus que está a operar Sua vontade, apesar da vida deles (ver Jó 42.2; Pv 16.4; Sl 24.1; Jo 17.2).
Para
exemplificar: suponhamos que eu seja servo de um homem cruel que quer matar o
fulano através das minhas mãos. Ao invés de me rebelar contra ele, devo buscar
de Deus o que realmente Ele está a operar. Talvez este fulano que ele deseja
matar é alguém que está a oprimir Sua esposa temente ao Criador. Neste caso, o correto
é eu me entregar nas mãos de Deus para que a libertação que Deus deseja operar
na vida da mulher se faça presente através de mim. Quem sabe este marido não
possa morrer para si mesmo e se tornar uma nova criatura em Cristo (2Co 5.17). Neste caso, a mulher será livre do
sofrimento e meu patrão, ao ver a transformação de Cristo na vida dele perceba
o erro que estava para cometer ao ordenar o assassinato de um amigo tão valioso
(mas que estava escondido debaixo de uma casca dura de pecado).
ZACARIAS 3 → A VERDADEIRA JUSTIFICAÇÃO DE ISRAEL VEM DE DEUS, E NÃO DOS RITUAIS FEITOS PELO SUMO-SACERDOTE
Vs 1 a 5 →
4ª VISÃO: OS ATOS DE JUSTIÇA DOS SUMO-SACERDOTES SÓ SERVIA DE OCASIÃO PARA O
DIABO OS ACUSAR (Rm 5.20;
7.7-11)
O povo, incluindo o sacerdote Josué,
achava que eram os rituais do templo que purificava Israel. No entanto, todas
as obras redentoras feitas pelos sacerdotes no templo não passavam de trapos de
imundície aos olhos de Deus (vs 3; Is 64.6). A
ideia é que eles percebessem que não poderiam ser servos de Deus habitando na
Babilônia. A ida para lá tinha como propósito discipliná-los e usá-los para
mostrarem, aos estrangeiros, o bem que Deus faz ao Seu povo e aos que o
abençoam (Gn 12.1).
Se a diminuição e queda de Israel era
riqueza para as nações, quão dirá a sua plenitude (Rm
11.12) Se a rejeição deles por Deus significava reconciliação para o
mundo, sua admissão resultaria em vida de entre os mortos (Rm
11.15). Em outras palavras, a ideia é que os mundanos enxergassem o
mesmo que Potifar (Gn 39.4-6), o
carceiro (Gn 39.21-23) e faraó enxergaram em
José (Gn 41.40-44): o quanto Deus faz
prosperar aqueles que hospedam a “arca da Sua aliança” (2Sm 6.11,12)
nos corações, usando-os para libertarem da servidão da corrupção (Rm 8.19-22). Logo, ajudar tais pessoas significa
ajudarmos a nós mesmos.
Entretanto, jamais foi plano de Deus que
eles ficassem para sempre no meio de pessoas que maltrata a menina do Seu olho (Zc 2.8). Era preciso sair dali para que o processo
de santificação e purificação de Deus continuasse. Afinal, não são as nossas
“boas” obras que glorificam a Deus; antes, é Deus quem nos justifica (Rm 8.33), o que torna impossível qualquer condenação
(Zc 3.1,2).
Em outras palavras, é Deus, EM PESSOA,
quem nos livra da condenação do diabo, e não aquilo que queremos fazer para
agradá-lO.
Vamos entender isto melhor. Quem é que
estava diante do anjo do Senhor? (vs 1) O
sumo-sacerdote, ou seja, o representante de toda a nação. Logo, era como se
todo o Israel estivesse ali diante do Senhor. O fato do diabo estar à sua
direita é por ser este o lugar destinado ao promotor ou acusador na corte (ver Sl 109.6; Ap 12.10).
É bem verdade que em Lc 1.11, vê-se o
anjo Gabriel se posicionando à direita do sacerdote Zacarias e lhe prometendo
ser pai do precursor do Messias. Também vê-se em algumas passagens o desejo de
que Deus esteja à nossa direita (Sl 110.5; 121.5).
Isto nos ensina que o desejo de Satanás
não é ocupar outro lugar na nossa vida, mas sim ocupar o lugar de Deus em nós.
Em Is 14.12-14, o diabo não tenta criar o seu próprio reino do mal para
combater o Reino de Deus; antes, tenta subir até as mais altas nuvens a fim de
ser semelhante ao Altíssimo. De igual modo, anticristo não é aquele que tenta combater
Cristo, mas sim aquele que irá ocupar Seu lugar na vida de muitos.
A verdade é que não existe a luta entre
o bem e o mal, como se existissem dois reinos paralelos. A verdade é que, sem
Cristo, bem e mal ficam sendo duas faces da mesma moeda (ou
seja, sem Jesus, é impossível ajudar alguém se prejudicar a outrem).
Em outras palavras, o que o diabo faz é o mesmo que a lua faz por ocasião do
eclipse: se põe no lugar do sol.
Embora o Senhor queira repreender
Satanás a fim de que o mesmo não continue ocupando o lugar Dele na nossa vida (vs 2), muitos insistem em conservá-lo consigo. Em Jd
9, por exemplo, vemos o arcanjo Miguel disputando o corpo de Moisés e usando a
mesma frase. Assim como Satanás reivindicava seu direito sobre o corpo de
Moisés pelo fato de ele ter pecado no episódio das águas de Meribá, ele
reivindicava seu direito de se opor a Israel na construção do templo e de
Jerusalém e ainda reivindica seu direito de afligir a Igreja e se opor à obra
de Deus sobre ela (e muitos aceitam isto como
normal).
Ainda que este direito outrora fosse
legítimo (por causa dos nossos pecados), já não
é mais! Jesus viveu uma vida perfeita e morreu na cruz justamente para nos
mostrar que não é pela nossa justiça que seremos salvos, mas sim pela Dele. Josué
com vestes sujas nos mostra que nossos atos de justiça só trazem o diabo para
perto de nós (e com ele a condenação) e dá ocasião
para ele se colocar no lugar de Deus na nossa vida. Por isto é que muitos oram
e não obtém resposta: embora, em suas mentes, estejam servindo a Jesus, efetivamente
falando, é ao diabo que estão se dirigindo e servindo.
Como Jesus mesmo disse, não fomos nós
que O escolhemos; antes, foi Ele quem nos escolheu (Jo
15.16). É tão crucial isto que, por três vezes neste livro, esta
ideia é repetida (Zc 1.17; 2.12; 3.2).
Ou seja, é o fato de Jesus ter nos
escolhido que repreende Satanás (vs 2). A salvação
consiste no que Ele fez e faz por nós, em ter nos escolhido para mostrar as
riquezas da Sua glória (Rm 9.22,23), para
ser a residência permanente do Seu Espírito Santo em nós (ver 1Jo
2.27). É Ele perto de nós e nos conduzindo em tudo, tal como um pai
faz com uma criancinha, é que garante que sejamos salvos de nós mesmos, ou seja,
de agirmos por nossa conta, passando por cima das pessoas só para que, aquilo
que chamemos de bem, venha.
Ainda que, por causa do pecado, sejamos
como um pedaço de madeira queimado que acabou de ser tirado do fogo (vs 2), isto não impede a obra de Deus em nós, já que
é Ele que nos justifica (Rm 8.33).
Por aqui podemos ver que todas as nossas
tentativas de sermos justos e manter o fogo do Espírito Santo queimando em nós,
é apenas trapo de imundície (Is 64.6), além de
nos consumir por dentro. E nosso papel é salvar alguns, arrebatando-os do fogo
e detestando até mesmo estes trajes imundos (vs 3;
Jd 23). Ou seja, não podemos nos conformar em vermos pessoas saindo
do fogo da disciplina de Deus por sua própria força (Am
4.11). É preciso que elas se convertam a Jesus a fim de serem
despidas de suas vestes (vs 4). Afinal, é
a presença Dele agindo na nossa vida que faz com que a iniquidade seja passada
de nós, de modo que nossos pensamentos, sentimentos e atos sejam limpos (vs 4).
Apenas a ação direta do Espírito Santo é
capaz de nos manter brilhando (Mt 5.14-16), sem
que nos sujemos ou consumamos (Êx 3.3). Para ser
mais exato: enquanto o homem, para ajudar alguém, precisa prejudicar ou até
maltratar outrem, a veste do servo de Deus é a salvação e o seu manto, a
justiça (Is 61.10). Ou seja, por onde quer que
ele passe, a única coisa que ele sabe fazer é salvar pessoas da maldade que
existe dentro delas. E, ao invés de tentar dar, ao que não tem, a oportunidade
de ser homem de Verdade, ele vai em busca daquele que tem tal disponibilidade,
a fim de que seu cálice venha a transbordar (Sl
23.4; Mt 25.28,29; 2Co 9.8-15).
Enfim, o que Deus estava mostrando para
os cativos em Babilônia é que Ele escolhera Jerusalém (vs 2)
e que, apesar das falhas deles e de seus líderes religiosos, Sua presença faria
tudo novo (2Co 5.17; Ap 21.5) (inclusive suas ações – Lc 15.22; Ap 19.8). É claro
que o povo e, em particular, os líderes religiosos, deveriam estar dispostos a
observarem tudo que Ele lhes dissesse (vs 7).
A
súplica de Zacarias pelo turbante limpo mostra a importância da intercessão (ver Ez 22.30; Is 59.16; Jr 5.1). Ainda mais
considerando que era na mitra que era colocada a coroa da santidade (Êx 29.6; Zc 6.11) a fim de que Arão e seus
descendentes levassem a iniquidade das coisas santas ofertadas pelo povo de
Israel (Êx 28.36-38). Por aqui se vê que a
aceitação de Israel não era em si por aquilo que eles ofertavam a Deus, mas
pela consciência permanente de que eles, por eles mesmos, só conseguiam ofertar
iniquidade. A ideia é que eles enxergassem que só pela ação do Espírito Santo
em suas vidas eles poderiam ofertar algo puro a Deus (ver Ml
3.3,4).
Daí o anjo do Senhor permanecer ali (vs 5), pois o importante não era a mudança em si das
vestes, mas a presença do Senhor e Seu ajudador (o
Espírito Santo – Jo 16.8).
Vs 6 a 10 →
O SACERDÓCIO DE JOSUÉ E DOS DEMAIS ERA UMA PROFECIA DA REAL LIBERTAÇÃO QUE
SERIA TRAZIDA PELO RENOVO NA TERRA DE ISRAEL
Josué e os demais sacerdotes deveriam
servir como sinal da vinda do Messias (vs 8), quando a
iniquidade seria tirada da terra num só dia (vs 9),
de modo que cada um pudesse ter paz no lugar que Deus lhe deu (vs 10). Note como o objetivo do sacerdócio não era dar
a Israel os requisitos necessários para uma vida bem sucedida no mundo, mas sim
preparar todos para a vinda de Cristo. Para isso, no entanto, é preciso
estarmos no lugar que Deus nos quer, a saber, FORA da Babilônia.
É bom lembrar que Babilônia não era
apenas uma cidade, mas sim uma ideologia de vida que possuiu todos os
governantes dos 4 impérios mundiais (Nabucodonosor, Ciro,
Alexandre, o Grande, César) e continua viva até os dias atuais.
Trata-se da globalização da política, economia e religião. Trata-se de querer
se tornar grande a fim de que todos os povos da terra se unam em redor de si (Gn 11.4).
Por isto o anjo protesta a Josué (vs 6), tal como se dá num tribunal, quando uma
pessoa sob juramento afirma algo que vai além da sua competência. Ou seja, por
aqui podemos concluir que Josué e os seus companheiros de ministério estavam
interpretando mal a justiça de Deus, bem como suas bênçãos, indo além da
Escritura Sagrada. Por isto o anjo explica a razão de o sacerdócio ter sido
restaurado na vida deles.
No Antigo Testamento, quando um
sacerdote ia iniciar seu ministério, ele não podia sair da porta da tenda da
congregação por 7 dias (Lv 8.33-35).
Antes, deveria permanecer ali cumprido as funções prescritas pelo Senhor (fazendo a guarda do Senhor) a fim de ser purificado
por Ele (vs 7).
Muito se fala de vigilância nas igrejas.
Mas a questão é: o que é para ser vigiado (vs 7)?
Os caminhos, preceitos e justiça do Senhor.
Nosso papel é zelar para que a verdadeira Palavra de Deus possa ser sempre
observada em ação;
As coisas sagradas do Senhor. Não podemos dar
nossas pérolas aos porcos, nem dar aos cães o que é santo (Mt 7.6).
A casa Dele (a Igreja, Seu povo).
O livre acesso aqui mencionado tem haver
com aqueles que estão nos lugares celestiais (vale
lembrar que a visão se processa no céu), não só aos anjos, mas
sobretudo ao verdadeiro ego daqueles que são realmente convertidos (veja que, em Cristo, já estamos assentados nos lugares
celestiais – Ef 2.6). Com isto, será possível entrar no aprisco para
tirar as ovelhas de lá (Jo 10.3) e,
então, juntos, acharem as pastagens (Jo 10.9). O diabo
usa a elite global para manter todos cercados e marcados (com o
comércio – Ap 13.16,17) como gado. E o pior é que o povo ainda acha
que é livre.
Ou seja, a restauração do sacerdócio e
bênçãos é para que eles pudessem superabundar em toda boa obra (2Co 9.8-11) e, desta forma, fossem um verdadeiro
prodígio para que todos pudessem ter a confirmação da vinda do Senhor (vs 8), com base naquilo que viam dentro deles.
Logo, eles não deveriam continuar se
movendo entre os sacerdotes como se fazia na Antiga Aliança, mas sim como
estando nas regiões celestiais (Ef 1.3; 2.6)
diante de anjos (ver Ml 2.7).
A pedra que Deus pôs diante de Josué,
não foi uma mera pedra de esquina do templo. Embora o templo parecesse pouca
coisa aos olhos de muitos (Ed 3.12,13; Zc 4.10)
(uma das razões para o desânimo em prosseguir na construção do
templo), todavia o valor do templo estava na Palavra que Deus
empenhara. Quando Deus empenha a Palavra Dele, Ele vela pelo cumprimento da
mesma (Jr 1.11,12).
Os sete olhos na Pedra Angular
representam aqueles que, por serem capazes de alegrar com os dias das pequenas
coisas (Zc 4.10), não têm medo de irem por
toda a terra amando o próximo (Mt 28.18). Antes,
estão dotados dos “sete” espíritos de Deus (ver Is 11.2; Ap 1.4)
e, assim, conseguem enxergar tudo do ponto de vista celestial (Mt 6.22,23; 1Co 2.9,12,14-16). Levando em conta que
as virgens deveriam ser como colunas lavradas à moda de palácio (Sl 144.12) e que todos somos pedras vivas (1Pe 2.5), logo devemos permitir que o Espírito Santo
faça de nós Sua escultura, Sua obra de arte que revele a todos quem Ele é.
O fato de tirar a iniquidade da terra
num só dia traz à memória o Dia da Expiação (Lv 16),
só que com uma diferença: o Dia da Expiação era apenas uma sombra do dia em que
Jesus derramou Seu sangue na cruz e, aí sim, a iniquidade da terra foi tirada (embora a maioria insista em trazê-la de volta e mantê-la).
A remoção da iniquidade é o ponto mais
importante da verdadeira bênção. Enquanto a iniquidade não for tirada, será
impossível convidar o próximo para debaixo da vide e da figueira (vs 10), já que este desejará roubá-la de nós, ou nos
seduzir para utilizar tais dádivas em seu favor.
Para visualizar isto, tente imaginar que
os poderes especiais que alguns, nos filmes, têm, fosse real (como nos x-men, por exemplo). Haveria pessoas
tentando se aproximar com lisonjas dos tais a fim de os convencerem a usar seus
poderes para prejudicar os outros (Dn 11.34; At 20.29,30; 1Jo
4.5,6). Sem contar que tais pessoas nunca seriam consideradas como
normais, sendo impedidas de participar de certas coisas. Fora o desprezo de
muitos que, por medo, se mostrariam hostis.
Veja o caso de Jesus: por causa do poder
de Deus agindo Nele, muitas vezes Ele não podia entrar em algum lugar
publicamente (Mc 1.45).
ZACARIAS 4 → É A PALAVRA PRONUNCIADA POR DEUS QUE GARANTE A VITÓRIA SOBRE TODA A OPOSIÇÃO
Vs 1 a 3 →
5ª VISÃO: ACEITANDO SER COLOCADO NO ALTO DO CASTIÇAL PARA ILUMINAR A TODOS E,
AO MESMO TEMPO, SERVINDO DE SUPORTE PARA OS QUE OUVEM A VOZ DE DEUS (Mt 5.15)
O castiçal de ouro era um artefato bem
conhecido do sumo-sacerdote Josué, já que era um dos elementos que constituía o
tabernáculo (Êx 25.31). Ele simbolizava a palavra
profética (2Pe 1.19).
As lâmpadas, por outro lado, representa
cada um que crê em Jesus. Repare como, na parábola das 10 virgens, a lâmpada
apagada era resultado de não conhecer o Senhor (Mt
25.3,4.12). Se pensarmos que quem anda em trevas não sabe para onde
vai (Jo 12.35; 1Jo 2.11), que as trevas
estão relacionadas com o amor ao próximo (1Jo 2.9-11) e que
quem não ama a seu irmão não conhece a Deus (1Jo
4.7,8), logo a lâmpada apagada representava não saber de que
Espírito somos (Lc 9.54-56). As 5 virgens néscias
estavam seguindo alguém que elas não conheciam (o Deus
que elas foram levadas a imaginar – ver 1Co 12.2).
Além disto, o espírito do homem é a
lâmpada do Senhor (Pv 20.27), sendo
ele o alvo da palavra profética (Jó 32.8). Logo,
as 7 lâmpadas têm haver com o amor que temos que ter pelo próximo, independente
do quão longe ele pareça estar de nós (daí a ordem de irmos por
todo o mundo pregando o evangelho – Mt 28.18; Mc 16.15). Uma vez que
os “7 olhos” do Senhor percorrem toda a terra, devemos ouvir e receber de Deus
tudo aquilo que Ele tem para o próximo. Ainda mais considerando que as 7
lâmpadas também representam os 7 espíritos de Deus (Ap 4.5;
Is 11.2).
Após a 4ª visão, Zacarias tinha entrado
em êxtase e precisou ser despertado (vs 1; veja algo semelhante
em Dn 8.18). Interessante é que, a seguir, é visto um castiçal que,
normalmente, é aceso justamente para que pessoas acordadas possam enxergar no
escuro. O fato de o castiçal de ouro ser mantido aceso 24 horas (Lv 24.2-4) indica que nunca devemos dormir (1Ts 5.5,6), mas estar sempre atentos à voz de Deus,
já que não é por força ou violência que se faz algo, mas sim ouvindo o que o Espírito
Santo diz à Igreja (Zc 4.6; Mt 11.15; 13.9,43;
Mc 4.9; Lc 14.35; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22). Afinal, o justo vive
por fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38), a
qual só se torna real quando Deus pronuncia Sua Palavra (Rm
10.17). Considerando que tudo que não provém de fé é pecado (Rm 14.23), logo Josué estar vestido de vestes sujas (Zc 3.3) era sinal de que, embora exercesse o sacerdócio,
não ouvia a voz de Deus.
Um detalhe importante é que, enquanto
aqui tem-se um castiçal com 7 lâmpadas, no apocalipse existe 7 castiçais, um
para cada igreja (Ap 1.12,13; 2.1,5). Isto porque, no
Antigo Testamento, só podia haver um tabernáculo, enquanto que, no Novo
Testamento, onde estiverem 2 ou 3 reunidos no nome Dele, aí Ele está (Mt 18.20).
Logo, todos devemos ser como este
castiçal: servirmos de suporte para todos aqueles que, como lâmpadas, falam da
parte de Deus. Mas também devemos ser lâmpadas na vida de todos os castiçais
que Deus colocou próximo a nós.
Vs 4 a 7 →
OUVINDO A VOZ DE DEUS A FIM DE VENCER TODA OPOSIÇÃO
Quando Deus usou Ciro para libertar
Israel, a ordem era reconstruir o templo. Infelizmente, ao invés de cada um
buscar fazer de si a casa de Deus e do templo, o lugar para onde as pessoas
deveriam se dirigir para sacrificarem ao Senhor, cada um estava mais
interessado em construir sua casa (Ag 1.5-9), o que
os levou a serem lerdos na edificação do templo.
Para pior as coisas, os mais velhos, que
tinha visto o templo de Salomão, ao virem os elementos que estavam sendo
empregados na construção, estavam considerando este novo templo algo
desprezível (Ed 3.12; vs 10). Daí Deus enfatizar
que a glória deste novo templo ser maior do que o do primeiro (Ag 2.9) e de que Ele iria reinar sobre Israel sim,
mas em Jerusalém (Zc 2.4,10-13).
Somado isto à oposição dos inimigos (Ed 4.4,5), eles começaram a questionar se realmente
era hora de construir o templo (Ag 1.4).
Resultado: eles foram, cada vez mais, adiando a construção do templo, até ela
ser proibida de vez (Ed 4.23,24) (para alegria deles, já que, tudo o que eles queriam para não
construir o templo, era uma desculpa).
Agora, porém, Deus estava mais uma vez
ordenando a construção do templo e dizendo para Zorobabel que a oposição não
seria vencida através da força militar, nem pela capacidade dele, mas sim
através da atuação do Seu Espírito Santo no coração dos governantes, a fim de
que fique comprovado que, se nosso caminho é reto aos olhos do Senhor, Ele faz
com que até nossos inimigos tenham paz conosco (Pv
16.7; ver Ed 5.3,4,9,10,17; 6.6-10; 7.9,10,21-24).
O azeite pingando das duas oliveiras
mostrava que, nada que o homem fizesse poderia avançar ou retardar a obra de
Deus. Antes, dependeria da Sua Palavra na boca dos profetas (ver Os 1.7).
Assim sendo, o que as pessoas deveriam fazer
era investir na pureza dos profetas, temendo que eles se afastassem do Senhor.
E como a menor atitude nossa é suficiente para atrapalhar a graça de Deus na
nossa vida, logo o interesse nosso deve ser o de parar tudo e só fazer o que
Deus manda (esta é a mensagem do vs 6).
O que precisa ser visto não são nossas
boas ideias, mas sim a perfeição da Palavra e obra de Deus.
Em outras palavras, a oposição seria
vencida:
Pela Sua Palavra que Ele empenhou (Is 44.28; 45.1-4; Ed 1.1,2; Jr 29.10);
Através da intimidade com Deus;
Em prol do amor ao próximo;
Olha o que a atuação do Espírito Santo
iria fazer (vs 7):
Aqueles que pareciam ser grandes, passariam a ser
alcançados sem que precisassem se elevar. Em outras palavras, seria possível
chegar a eles, sem necessitarem ser aquilo que não precisam ser (Jr 51.25). Perceba como esta remoção se daria
através da fé que surge quando ouvimos a voz de Deus (Rm
10.17; Mt 21.21);
Os corações do povo de Israel, que antes estavam
desanimados (Ed 3.12,13) porque a glória do templo
de Salomão parecia ser grande, agora iriam aclamar: “Haja graça, graça à pedra
angular do templo” (vs 7,9,10).
A repetição da palavra “graça” mostra a
mesma presente do início ao fim e o melhor: com o reconhecimento público (no céu e na terra) de que foi a Graça de Deus que
colocou cada coisa no seu devido lugar (tal como também se vê em Mt
21.9; Lc 2.14; Ap 19.1,6).
Vs 8 a 10 → TALVEZ AQUELES QUE NOS DESPREZAM
SÃO JUSTAMENTE OS QUE SÃO MAIS SINCEROS E QUE, AMANHÃ, SE ALEGRARÃO POR
EXISTIRMOS QUANDO VIREM A PEDRA ANGULAR NA NOSSA VIDA
Que
diferença há entre os reis e governadores de Israel no passado e o que se vê no
mundo político e militar hoje? Antes, os reis é que iam adiante do exército (1Sm 8.20) e que julgavam o povo. Aqui, Zorobabel, governador de Israel, atua
pessoalmente como pedreiro. Ele entendia que a construção do templo era algo
importante, na qual ele deveria se envolver diretamente (coisa
que não ocorreu com Salomão). Isto também serviu para fazer as
pessoas enxergarem ainda mais o valor daquela obra (vs 8).
A melhor forma de alguém enxergar o
valor daquilo que fazemos é o nosso envolvimento direto com isto, mesmo que o
início pareça humilde (vs 10). Na
prática, a maioria das pessoas tende a desprezar aqueles que os desprezam (deduzindo que estes as consideram como pessoas pequenas,
insignificantes, sem valor). Entretanto, observe como os sete olhos
do Senhor que estão na pedra angular (Zc 3.9) são exatamente
aquelas pessoas que desprezam o dia dos humildes começos (vs 10)
e que, por isto, acabam percorrendo toda a terra (Os
9.17), se sentindo como ovelhas sem pastor (Nm
27.17; 1Rs 22.17; 2Cr 18.16; Mt 9.36; Mc 6.34).
No entanto, são justamente estes que
irão compor o corpo de Cristo e que iriam se alegrar vendo o prumo na mão de
Zorobabel. Ou seja, ao invés de taxarmos aqueles anciãos (Ed
3.11-13 – bem como os que fazem o papel deles na nossa vida) como
ignorantes e maus, devemos pensar que pode muito bem se tratar de pessoas
sinceras que querem glorificar a Deus de um modo muito mais eficiente, mas que
são fracas e enfermas na fé (enxergam de modo distorcido
- ver Mt 6.22,23; Rm 14.1; 15.1).
Ao invés de já rotular a pessoa, devemos
nos lembrar que Deus concede muito mais honra aos membros que, aos nossos
olhos, parecem ser menos decorosos (1Co 12.22-25). Lembre-se
da ordem de Jesus em ir por todo o mundo (Mt 28.18; Mc 16.15),
e não apenas àqueles que nos parecem ser de algum valor.
Vs 11 a 14 → AS DUAS TESTEMUNHAS QUE SERVEM AO
SENHOR DE TODA A TERRA PROCLAMANDO SUA MENSAGEM A TODOS
Há duas
testemunhas diante de Jesus que estão sempre a alimentar a palavra profética
com Sua presença (Ap 11.3). Só tem “azeite” quem tem
convivência com Jesus, dedica tempo junto a Ele. Na época de Zorobabel e Josué,
as duas oliveiras eram Ageu e Zacarias, já que eram eles que dedicavam suas
vidas a ouvir a voz de Deus e anunciá-la ao povo, de modo que eles prosperassem
na edificação do templo (Ed 6.14).
Nos primeiros
3 anos e meio dos últimos 7 anos desta dispensação, também haverá duas
testemunhas para instruir Israel acerca de como proceder. Infelizmente, eles
estarão tão obcecados pelo anticristo que irão matar as duas testemunhas (Ap 11.7-10). Inclusive, em Ap 11, as duas
testemunhas, além de serem consideradas como duas oliveiras, são também tidas
como dois candeeiros, enquanto aqui as duas oliveiras alimentam um (e não dois) castiçal (as
oliveiras não eram castiçais).
A diferença é que, no Novo Testamento,
cada um é luz do mundo (Mt 5.14-16),
enquanto no Antigo Testamento, os profetas deveriam manter os sacerdotes
iluminados (note que as virgens é que possuíam as lâmpadas (Mt
25.3,4)). Eles eram os mensageiros do Senhor (Ml 2.7).
Ou seja, as lâmpadas representam nós,
sacerdotes (1Pe 2.5; Ap 5.10), que devemos ser
cheios dos “7” espíritos de Deus (Ap 4.5; Is 11.2)
através da ministração dos dons de Deus na vida uns dos outros (Rm 1.11).
Urge salientar o modo de Zacarias ver
as coisas. Primeiro ele vê só duas oliveiras; depois, enxerga dois raminhos e
dois tubos dourados (vs 12); Ou seja,
primeiro ele enxerga a oliveira como um todo; depois, apenas o raminho que
verte o azeite dourado, bem como o tubo que conduz este azeite ao vaso que irá
distribui-lo para as 7 lâmpadas.
Deus, então, desperta nele o desejo de
saber o óbvio (vs 13). Pelo menos, para Zacarias,
isto deveria ser óbvio, já que ele era profeta. Mas a verdade é que o mundo se
tornou tão complexo que as coisas mais óbvias da vida, se tornaram as mais
difíceis de serem enxergadas.
Deus não nos enviou para dependermos
das pessoas, mas apenas para servir a Ele a fim de que nós e elas vejamos e
experimentemos em nós a Palavra. Quando Deus, por exemplo, nos permite adoecer,
não é para sermos servidos pelo médico, mas sim para que:
este possa enxergar Sua bondade através de nós;
nós possamos ver como Ele pode usar uma
substância para nos curar.
Infelizmente, muitos transformam a
ciência em feitiçaria, recorrendo a ela como um livro de receitas para ficarem
livres de uma enfermidade ou problema, sem precisarem do caráter de Cristo.
Nunca podemos perder de vista que a
cura vem do Senhor e que é na Palavra Dele que devemos esperar.
Detalhe: o fato das 2 testemunhas serem
retratadas como 2 oliveiras é porque as mesmas são seres vivos (e não receptáculos mortos de azeite) e não meras
máquinas, programadas para fabricar azeite em série. Deus age por meio do
artesanato, ou seja, fazendo algo especial para cada ocasião na vida de cada
pessoa. É isto que a faz enxergar o quanto é importante para Deus: lhe
concedendo algo único. Não podemos pensar que um Deus tão grande precise dar
duas coisas iguais para duas pessoas.
ZACARIAS 5 → COMO A INIQUIDADE É VIRTUDE NA BABILÔNIA, A ÚNICA PARTE DA BÍBLIA QUE PODE SE CUMPRIR ALI SÃO OS JUÍZOS DE DEUS
Vs 1 a 4 →
6ª VISÃO: A MALDIÇÃO ENCONTRA LUGAR NA CASA DO LADRÃO E DO QUE DÁ FALSO
TESTEMUNHO USANDO O NOME DO SENHOR
O ladrão aqui se refere àquelas pessoas
que cobiçam campos e roubam-nos, cobiçam casas e arrebatam-nas (Mq 2.1,2) a fim de ficarem como únicos moradores no
meio da terra (Is 5.8). Ao invés de se preocuparem em
edificar a casa do Pai (as pessoas), se
deixaram envolver com a construção da própria casa (Ag 1.9).
Os que juram falsamente são aqueles que,
como Acabe e Jezabel (Mq 6.16), armam
ciladas contra pessoas a fim de forjar o mal através de uma lei (Sl 94.20), tentando fazê-las culpadas por meio de
uma palavra (Is 29.21) (veja
1Rs 21.8-14).
Também são aqueles que permanecem na
Babilônia, usando o nome do Senhor para poderem testemunhar algo falso.
Por causa disto é que a maldição entra
na casa de cada um como uma lepra (Lv 14.44,45; Hc 2.9-11),
sendo exigida sua destruição total. E a punição não para aí! Como também as
pessoas seriam expulsas, esta maldição atingiria diretamente a própria pessoa,
de modo que ela seria excluída da congregação como alguém imundo (Nm 5.2-4). Não podemos nos esquecer do que Deus
dissera em Jr 20.5,18.
O detalhe com esta maldição é que, em Ml
4.6, Deus disse que feriria a terra com maldição se o coração dos pais não se
convertessem aos filhos e vice-versa. Veja não era só uma mera questão de
arrebatar casas e propriedades, mas até mesmo de separar famílias (Mq 2.9).
Não podemos também ignorar que, quando
estavam em cativeiro, a Ezequiel foi ordenado comer um livro escrito por dentro
e por fora, contendo lamentações, suspiros e ais (Ez
2.9,10; 3.1-3). Esta palavra, que Ezequiel foi convidado a deixar
que fizesse parte dele, agora sairia por toda a terra.
É importante também ressaltar que as
duas maldições citadas estão relacionadas com o 3º e o 8º mandamento do
decálogo, sendo que:
1º-
O 3º
mandamento está na primeira tábua da lei, sendo a principal das 4 leis que
estão diretamente ligadas com o amor a Deus;
2º-
O 8º
mandamento está na segunda tábua da lei, sendo a principal das 6 leis que estão
diretamente ligadas com o amor ao próximo;
Note como estes dois mandamentos são
enfatizados (Lv 19.12; Zc 8.17; Ml 3.5).
A maldição, assim como o espírito imundo
(Mt 12.43-45), não consegue achar repouso e, por
isto, tenta encontrar uma casa para repousar. E quando consegue encontrar a
vida de alguém que, aparentemente, se dedicou ao Senhor, logo se aloja na casa
desta pessoa, trazendo vergonha e destruição (Hc
2.9-11). Quem, para se enriquecer, se aproveita do infortúnio das
pessoas (Is 33.14,15), cobra mais do que é
justo (Ez 18.8,13), explora os trabalhadores (Jr 22.13) ou não lhe paga um salário digno (Tg 5.3-5), será acusado pelas próprias riquezas que
ajuntou (Tg 5.2,3).
Em outras palavras, tudo aquilo que a
pessoa ajuntou é a prova do quanto ela poderia ter ajudado e não o fez.
Enfim, a maldição do rolo prova que não
adianta tentar ser honesto na Babilônia. A maldição estava em todos os negócios
(é isto que significa a visão do efa), tal como se
dará no fim dos tempos (daí só poder comprar e
vender quem estiver marcado pela besta – Ap 13.16,17). Quem
permanecesse ali, mesmo não querendo, acabaria sendo cúmplice das más obras ali
praticadas e, é claro, sofrendo as consequências das mesmas (Ap 18.4).
Há 2 detalhes a serem observados (vs 2):
1º-
O rolo
estava aberto (para poder ser lido por todos). Do
contrário, não seria possível medi-lo;
2º-
O tamanho
do rolo corresponde com exatidão ao pórtico do templo (1Rs
6.3), onde a lei era lida. A lei era de conhecimento público por
verem, nela uma excelente ferramenta para se formar especialistas para o mal. A
lei, que deveria servir para a vida (para ensinar como conservar
o mal distante), acabou se tornando um instrumento para disseminar a
morte (Rm 7.10), despertando-a no coração das
pessoas.
Vs 5 a 11 →
7º VISÃO: EM BUSCA DE UM LUGAR PARA A IMPIEDADE SER CULTUADA
O anjo saiu para receber nova revelação
de Deus e comunicá-la ao profeta (vs 5). A visão
anterior, com certeza, deixou Zacarias muito perturbado, já que ele estava com
os olhos baixos (vs 5).
Zacarias não podia imaginar que aquilo
fosse um efa, já que este tinha capacidade para algo em torno de 17,6 litros.
Entretanto, o tamanho exagerado do efa era para ilustrar o tamanho da
iniquidade de Israel e Judá. Como eles eram mestres em diminuir o efa e
aumentar o siclo para comprar os pobres (Am 8.5,6), agora
Deus estava aumentando o tamanho do efa do juízo sobre eles.
O efa era uma imagem daquilo que os
israelitas estavam fazendo em toda a terra de Deus (vs 6)
e a mulher dentro do efa, um retrato perfeito da aparência dos israelitas em
todo o mundo. A tampa de chumbo indicava que Israel (a
mulher dentro do efa) não conseguia sair de dentro do seu
comportamento depravado, idólatra e corrupto, embora tentasse.
Por isto, Israel e seu sistema religioso
ímpio é lançado para o fundo do efa e o peso de chumbo, colocado por cima, para
que não escapasse do juízo de Deus, permanecendo na terra da promessa. Detalhe:
novamente Zacarias abaixa os olhos (vs 9), o que
também mostra que, mesmo sendo usado pelo Espírito Santo, não podemos vacilar.
Veja o caso de Estêvão: ao começar o discurso de At 7, ele começa cheio do
Espírito Santo (At 6.15) e no finalzinho também ele
estava cheio do Espírito Santo (At 7.55).
Entretanto, no final do discurso, ele dá uma vacilada e comete o mesmo erro de
Moisés (ver Nm 20.10; Sl 106.31-32; At 7.51-53).
As duas mulheres eram Assíria e
Babilônia que foram usadas para levar Israel para o cativeiro. Deus faz dos
perversos os agentes para punir e remover a impiedade (ver Pv
16.4; Hc 1.13). Isto vai contra a ideia de muitos que defendem a
participação de pessoas nascidas de novo no ramo jurídico, político, policial,
etc. Ora, você acha que um Pai amoroso como nosso Criador iria convocar algum
dos Seus vasos santos (ver 2Tm 2.19-21),
de honra, para fazer Seu trabalho sujo (Rm 9.22,23)?
Pense: quem você acha que faz todo o
trabalho sujo da elite global? Com certeza, nem eles, nem seus filhos, vão
pessoalmente torturar e matar as pessoas, tampouco produzir comida tóxica ou
que trará sérios problemas de saúde ao longo do tempo. É o próprio povo que se
sujeita a este trabalho degradante para destruir a si e a muitos. Quem você
acha que irá levar a cabo o plano da elite global de exterminar 90% da
população, reduzindo-a de 7 bilhões para 500 milhões? É o próprio povo (veja Ap 6.4, onde as pessoas se matam umas às outras).
Isto condiz com Jó 5.13; 1Co 3.19.
Agora, se nem mesmo eles que são tão
maus, são capazes de enviar seus filhos para fazer algo tão repulsivo (antes, manda os que eles consideram sem valor para fazer isto),
e quanto a Deus (Mt 7.11)? Ele dá o Egito para nos
resgatar, a Etiópia e a Seba em nosso lugar (ver Is
43.3,4). Sem contar que Deus cria o perverso para o dia da
calamidade (Pv 16.4) e tolera os vasos de ira só
para dar a conhecer a Sua Glória nos vasos de misericórdia (Rm
9.22,23). Ou seja, assim como os mortos é que devem sepultar os
mortos (Lc 9.60), são os ímpios que devem
deixar sair toda a maldade que há nos seus corações para punir os outros
ímpios. Ao verdadeiro convertido cabe apenas o papel de amar.
É bem verdade que a mídia prega, através
dos filmes, novelas e desenhos animados, que fazer maldade contra os perversos
é algo nobre, ato de heroísmo, quando, na verdade, o papel do nascido de novo é
deixar Deus usá-lo, para eliminar da vida do próximo tudo aquilo que pode servir
de tropeço para o bem (ver Mt 18.6-9).
As asas das duas mulheres simbolizam a
velocidade com a qual Deus deseja remover o mal do Seu povo santo e o levar o
seu lugar apropriado. E o vento debaixo das asas contribui ainda mais com o
movimento das mesmas. Sem contar que as asas eram como a das cegonhas (longas e largas), as quais são aves migratórias.
Ou seja, as asas como de cegonha e o
vento debaixo delas, comprovam que se trata de mulheres más que não conseguem
ficar com os seus pés parados em um só lugar (Pv
7.11; Is 48.22; 57.21). Ajuntam-se como gafanhotos até sugar tudo de
bom que há numa dada localidade e depois migram para outro lugar (ver Na 3.17).
O fato de levantar o efa entre a terra e
o céu (vs 9) mostra:
a)
que nada é feito às escondidas. Antes, todos
estão plenamente cientes do que estão fazendo, embora não saibam para onde tudo
está caminhando (daí a pergunta do profeta – vs 10);
b)
que o julgamento de Deus envolve céus e terra (ver Hb 12.26; Lc 21.26).
A verdade é que, no comércio, sempre deixamos
que nosso “eu” interfira nas relações, o que dá a luz à impiedade (daí a figura da mulher, já que é do seu ventre que nasce uma
nova vida). Esta é tão marcante que Assíria e Babilônia decidem
construir para a Impiedade (como Israel passou a ser conhecida)
um santuário na terra de Sinar (a fim de que ficasse bem
pertinho deles). Note como até as malignas vieram a ter com Israel
para aprender as suas perversidades (Jr 2.33). Não é à
toa que os caldeus pediam ao povo de Israel que cantasse alguns de seus
cânticos (Sl 137.3). Se tais cânticos fossem
realmente agradáveis a Deus, jamais Babilônia desejaria ouvi-los. Quando Egito
e Babilônia querem ouvir hinos, é motivo de se preocupar.
Assíria e Babilônia viram em Israel,
todos os atributos necessários para constituir uma base sólida para sua
religião (vs 11). E não há o que discutir: a
melhor ferramenta que existe para manipular pessoas é a Escritura Sagrada.
Tanto é assim que é com ela que o anticristo pretende marcar mentes e atitudes
das pessoas, de modo que ninguém possa comprar ou vender (compare
Êx 13.13-16 com Ap 13.17), a menos que tenha renunciado à pureza e
santidade da sã doutrina (Ap 13.17,18),
desprezado o amor de Deus ao próximo ordenado por Jesus (Sl
50.16-20).
Enfim, a base da religião é a Israel
corrompida. Aquela mulher de Ap 17 nada mais é do que Israel que se deixou
possuir pela impiedade e, agora, constitui a base da Grande Babilônia (Jr 23.15). Em outras palavras, a Impiedade de Israel
é a base da religião global que está, cada vez mais, tomando conta do mundo
inteiro. O santuário a ela erguido é a prova de que todos irão cultuar o mal
nos últimos tempos.
Detalhe: a região da Mesopotâmia (na qual estava a terra de Sinar) foi entregue aos
descendentes de Sem. Ninrode, ao tentar fazer da Babilônia o princípio do seu
reinado (isto quer dizer que esta cidade já havia sido
construída, mas passou a se chamar Babel após o episódio da torre e, mais tarde
Babilônia – Gn 10.10,11) e edificar Nínive na Assíria, estava se
rebelando contra a determinação de Deus quanto a forma de repartir a terra.
Muito bom aprendi bem sobre esse profeta ,foi bem explicado.
ResponderExcluirMuito bom aprendi bem sobre esse profeta ,foi bem explicado.
ResponderExcluirÈ um estudo tremendo;;;
ResponderExcluirDiscordo do seu tema pois Daniel serviu a Deus na Babilônia. Daniel estava na Babilônia mais não era Babilônia
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