IV - O QUE OS JUSTOS DEVERIAM FAZER ANTES QUE O DIA DO SENHOR CHEGASSE? COMO SE PREPARAR PARA ELE?
Chamado
para conversão e arrependimento, antes que o dia do Senhor viesse.
“Congrega-te,
sim, congrega-te, ó nação que não tens desejo, antes que saia o decreto, e o
dia passe como a palha; antes que venha sobre vós a ira do SENHOR; sim, antes
que venha sobre vós o dia da ira do SENHOR. Buscai o SENHOR, vós todos os
mansos da terra, que pondes por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a
mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do SENHOR.” (Sf 2.1-3).
Autoconfiança
e desejo corrompido representam o motivo pelo qual o povo de Israel é convidado
a se ajuntar (Jl 2.16). “Congregar” e “não desejável” parecem
não combinar, já que é horrível para o ego congregar com alguém não desejável (Sf 2.1).
Isto, contudo, é justamente para que o povo pudesse pensar bem, examinar-se a
si mesmo e pensar antes de agredir alguém. Em outras palavras, a ideia é que
eles percebessem que não podiam maltratar alguém, por mais desprezível que esta
pessoa pudesse parecer aos seus olhos, já que isto tornaria a convivência mais
difícil.
Infelizmente,
muitas pessoas, por não enxergarem o valor de um ser humano, não se dispõem
sequer a ouvir alguém que se aproxima dele, só porque pensa diferente ou se
comporta, veste, etc. de um modo que parece nada ter haver consigo. Ignoram que
Jesus vem da forma que menos esperamos (Mt
25.41-46). Jesus sempre
vem, mas nossos desejos corrompidos nos fazem esperar por um Jesus que nada tem
haver com o da bíblia. Assim, a única forma de combater a autoconfiança e o
desejo corrupto é amando o próximo como a si mesmo. Mesmo porque é assim que
sentimos na pele o quanto nossos pecados são horríveis. Aliás, o próximo é
colocado na nossa vida justamente para nos incentivar a deixarmos de pensar em
nós mesmos.
Se
não nos ajuntarmos em Cristo, com certeza os inimigos irão nos espalhar como
palha (Sf 2.1; Sl 1.4). Embora Judá tenha destruído tudo de
bom que Deus lhe deu (de terra deleitosa (Sl
106.24; Ml 3.12), Judá se tornou nação não desejável, tal como o rei Jeorão (2Cr
21.20)), vindo a
perder o direito à graça de Deus, ainda assim Ele estava disposto a ouvi-los.
De tanto que se acostumaram ao pecado, eles já não tinham mais vergonha, pudor (Sf 2.1).
A
expressão “antes que saia o decreto” pode ser visualizado através da figura de
uma mãe grávida cujo filho virá à luz no devido tempo. Contudo, quando este dia
vier, será algo tão breve (ver Mt 24.22 ; Rm
9.28) que não dará
mais tempo de se preparar. Não é como nas batalhas humanas, as quais duram
meses ou até anos. Rapidamente este dia passará e, junto com ele, os ímpios (que, como palha (Sl 1.4; Jó 21.18; Is 17.13; Os 13.3; Ef 4.14),
logo desaparecerão, sem serem capazes de oferecer qualquer resistência – ver Am
2.14-16) e tudo que
eles fizeram para facilitar as pessoas de tropeçarem (Sf 2.3).
Uma
coisa importante de ser observado é a total impossibilidade de o juízo de Deus
ser anulado (2Rs 23.26). O furor do Senhor era algo inevitável
(conheça um pouco mais sobre o furor do
Senhor em Is 66.15,16; Jr 12.13; 21.5; Os 11.9). Mas então, para quê buscar a Deus?
Repare
que tal convite é dado apenas aos mansos que faziam, do juízo de Deus, a obra
deles (Sf 2.3). Ou seja, daqueles cuja vida era dedicada a falar e fazer
unicamente para que todos conhecessem a verdade sagrada e ficassem de
sobreaviso acerca das consequências das más atitudes deles.
Infelizmente,
os mansos estavam abandonando a retidão de Deus, em virtude de tanta injustiça
e dor. Deus levanta Sofonias para exortá-los a permanecerem na fé, não por medo
da punição, mas por prazer em Deus e na vontade Dele (daí a expressão “buscai ao Senhor” e “ser escondido no dia da
ira do Senhor”. Note como a forma de livrar os piedosos da tentação (2Pe 2.9;
Jd 24) é escondendo-os no Seu esconderijo (Sl 91.1; Is 26.20,21) no dia da
adversidade (Sl 27.5)).
Ao invés de olharem para a multidão (que não estava buscando
a Deus – Sf 1.6),
temendo-os (Hb 13.5,6), eles deveriam manter uma postura
diferente deles (Is 8.12-14; 51.12,13;
Jr 10.2). A expressão
“pode ser que sejais escondidos” indica que os mansos já estavam tão
contaminados que, a possibilidade de eles se arrependerem e converterem era
mínima, embora não fosse impossível (ver Jn 3.9,10).
Aqui
há algo curioso. A junção do juízo com a mansidão. Estas duas palavras parecem
não combinar, considerando que fomos, desde bebês, doutrinados pela mídia corporativa
a associar justiça com violência. Mas como fazer a justiça sem roubar, matar e
destruir (Jo 10.10)? Note que Deus entra em juízo com toda a carne com Sua
espada (Sua Palavra) e Seu fogo (Espírito
- Is 66.16). Ou seja,
através da Verdade e do Amor, Deus mantém os justos salvos na mansidão e
justiça (Sl 76.9) e, ao mesmo tempo, enche os ímpios de furor uns contra os
outros, a ponto de serem capazes de promoverem mudanças na natureza (note como a terra vai se desgastar e envelhecer – Is 24.1;
51.6; Hb 1.10,11) só
para se destruírem, junto o maior número possível de ímpios, através da espada,
fome, peste e feras da terra (Ap 6.8).
Perceba
como a ordem era para buscar o Senhor (em
pessoa – Is 55.6,7; Jl 2.13; Am 5.6),
e não apenas aquilo que agradava a Ele. Muito menos era para buscar o sistema
religioso. Não podemos gostar de alguém longe dele. O verdadeiro amor deve ser
alimentado cada dia com um pouquinho mais daquilo que a pessoa é. Nosso relacionamento
também não deve estar baseado no que a pessoa pode fazer por nós (incluindo com relação a Deus). Antes, até o relacionamento com Jesus deve estar firmado
no que Deus irá fazer em nós através do próximo, para confirmar Sua Palavra.
A
verdadeira forma de buscar a Deus não é apenas observando ordenanças externas,
mas sim aplicar a justiça da Palavra de Deus em cada situação do dia a dia (Am 5.15)
com toda a mansidão, esperando com paciência no Senhor até Ele se inclinar para
nós (Sl 40.1; Sf 3.12,13). De nada adianta cumprir a vontade de
Deus, mas murmurar contra a forma de Ele agir.
Detalhe:
embora o juízo sobre Judá já estivesse determinado por Deus, àqueles que se
arrependessem e convertessem a Ele, é dado a oportunidade de serem libertos por
Deus de modo sobrenatural, mesmo que acabassem indo em cativeiro para a
Babilônia. Basta pensar em como pessoas como Daniel, Ananias, Misael, Azarias,
Hadassa, Mardoqueu, Neemias e Esdras experimentaram a mão poderosa de Deus
livrando-os.
V - O QUE O DIA DO SENHOR IRIA PROPORCIONAR AOS ELEITOS?
1 - Deus permite Israel herdar a terra dos filisteus, amonitas e moabitas desde a época de Esdras até 70 D.C.
E
será a costa para o resto da casa de Judá para que nela apascentem; à tarde, se
assentarão nas casas de Asquelom, porque o SENHOR, seu Deus, os visitará e
reconduzirá os seus cativos” (Sf 2.7).
A
costa do mar, apesar de ser um lugar aprazível, seria habitado essencialmente
por animais e pelos que deles cuidassem (Sf
2.6), em virtude de os
filisteus fazerem mau uso da costa marítima. Ela seria entregue a Judá, mas não
para cometerem os mesmos erros. Antes, para que os pastores pudessem ter todas
as condições para apascentar seus rebanhos (Sf
2.7).
Deus
promete adquirir outra vez (remir, perdoar) o Seu povo (Is
11.11; 50.1),
libertando-os do cativeiro a que eles se entregaram (Isto
pode ser visto no Sl 126, onde ele começa com o livramento dado por Deus (Sl
126.1) e, depois, eles implorando a Deus para serem novamente livres do
cativeiro (Sl 126.4))
quando decidiram tentar manter a si mesmos (Dt
30.3; Sl 14.7; 126.1; Jr 29.14; 30.3; Ez 39.25).
Quando
isto acontecer, Judá possuirá o restante das pessoas (Sf 2.9; Am 9.11,12),
que virão para Jerusalém trazer a honra e a riqueza das nações (Ap 21.24-27)
e servi-los (Is 43.5-7; 49.22,23;
60.3-7,14-16) por amor
ao Senhor (Is 55.5). Nesta hora, o visitar de Deus seria para exercer
misericórdia (Sf 2.7; como em Êx
4.31 e Ag 1.12).
“...
O resto do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá.” (Sf 2.9).
2 - Deus prepara os gentios para adorá-lO (dispensação da Graça)
v “e todos virão adorá-lo, cada um desde
o seu lugar, todas as ilhas das nações.” (Sf
2.11);
v “Porque, então, darei lábios puros aos
povos, para que todos invoquem o nome do SENHOR, para que o sirvam com um mesmo
espírito.” (Sf 3.9);
v “Dalém dos rios da Etiópia os meus
zelosos adoradores, a filha da minha dispersão, me trarão sacrifício.” (Sf 3.10).
Com
relação à linguagem pura, é bom lembrar que a confusão das línguas foi a
penalidade do pecado de tentar chegar ao céu por meio de métodos carnais, com esforço
próprio (Gn 11.1-9). É tão séria a questão dos lábios
puros que Isaías só pôde ser enviado para anunciar a Palavra de Deus após ter
seus lábios purificados (Is 6.5-7).
Isto
porque:
A
língua é capaz de controlar todo o corpo (Tg
3.2);
A
boca fala do que há em abundância no coração (Mt
12.34);
O
que sai do homem o contamina (Mc 7.18-20);
No inferno, quando o homem rico do qual
Jesus falou (Lc 16.24), tomou consciência desta verdade, a
primeira coisa que ele fez foi pedir a Lázaro molhasse seu dedo na água (ali, a única água que existia, com certeza, era a Água Viva). Ao desejar ser tocado pelos dedos
santificados de Lázaro pela Água Viva, sua língua seria purificada (como foi a de Isaías – Is 6.5-7) e seu tormento acabaria, já que o fogo
que o atormentava vinha do seu interior (ver
Ez 28.18).
A
verdade é que não podemos clamar a Deus retamente, nem fazer qualquer coisa
justa, enquanto nossos lábios não forem purificados. É por isto, inclusive, que
ninguém anda sabendo, com precisão, qual o verdadeiro nome de Deus e do Nosso
Salvador. Afinal, chamar alguém pelo nome é algo que mexe muito com o interior
da pessoa (aliás, sempre que lidamos com aquilo que a
pessoa realmente é, tocamos profundamente seu interior). Imagine como Deus se sentiria ao
escutar Seu nome sendo pronunciado por lábios impuros (basta pensar no 3º mandamento – Êx 20.7). Sem contar que, ao manter Seu nome
oculto de quase todos, Ele não se vê “obrigado” a executar o juízo descrito em
Êx 20.7 (lembre-se que Deus não tem prazer no
sofrimento de ninguém – Lm 3.33).
Na época da torre de Babel (note a destruição das torres altas em Sf 1.16; 3.6), note como eles queriam construir uma
torre que chegasse até o céu (Gn 11.4). Entretanto, o importante não é apenas
cumprir regras e lutar para não desagradar a Deus, burlando as regras para
ajudar alguém (ainda que,
aparentemente, ninguém esteja sendo prejudicado). O objetivo é amar o Senhor,
procurando sempre agradá-lO em tudo, buscando o cumprimento cabal, não apenas
de regras, mas de toda a Sua vontade que se acha escondida nas Suas regras (Mt
7.21). Detalhe: quem não tem interesse em enxergar o que realmente irá
satisfazer as autoridades deste mundo (Rm
13.1,2) e, deste modo,
buscar alegria verdadeira para seus corações (ver
Ne 8.10), muito menos
será fiel a Jesus (ver 1Jo 4.20,21).
Logo, a confusão das línguas tem haver
com a proliferação das religiões, a saber, o resultado de se tentar buscar a
Deus por métodos desconhecidos por Ele, a saber, que nada têm haver com Sua
atuação direta nos negócios deste mundo. Não há nada que contamine mais a
linguagem do que invocar ou buscar falsos deuses (Os
2.17).
Note como o objetivo da linguagem pura
é todos adorarem ao Senhor com um só nome (Zc
14.9), uma só mente e
uma só boca (Rm 15.6), uma só dedicação, ânimo (ver At 2.46; Rm 12.16; 1Co 1.10; Fp 4.2) (veja
também Is 19.18). A
prova disto está no dom de línguas, cuja finalidade foi remover a penalidade do
pecado, que só serviu para afastar as pessoas umas das outras (At 2.6-13).
Servir com um mesmo consenso lembra o que se deu em Nm 13.23, quando duas
pessoas foram usadas para carregar um cacho de uvas. Lembra também um carro de
bois que, para funcionar, os bois têm que manter o mesmo ritmo.
Note a ênfase dada à Escritura Sagrada
à carga que Deus coloca sobre nós (Mt 11.28-30; At 15.20;
Ap 2.24). Contudo, não
devemos romper com o jugo de Jesus (Sl 2.2,3), nem querer mudá-lo (ver Lm 2.14),
levá-lo sozinho ou em companhia de pessoas que nada têm haver com Jesus (2Co 6.14-18).
Quando cumprimos a Palavra de Deus junto com aquele que Deus trouxe até nós, a
canseira cai por terra.
Quando a linguagem pura for dada aos
povos, Deus fará que até os povos mais distantes venham adorá-lO com súplicas.
Note a relação entre adoração e súplica, que também estava ligada à queima de
incenso (Sl 141.2; Ap 5.8; 8.3,4). Inclusive, as ofertas (sacrifícios)
mencionadas no versículo 10, são justamente as intercessões (ajudas, coletas)
que são feitas para com os santos (Is 59.16; 63.5; Ez
22.30; 1Co 16.1; Gl 2.10),
a começar pela “filha dos Meus dispersos” (Sf
3.10), que são aqueles
que iriam nascer espiritualmente através daqueles que temiam a Ele, mas que,
por causa dos pecados dos seus compatriotas, seriam espalhados pelo mundo (isto começou a se cumprir na época de Nabucodonosor, mas
atingiu seu apogeu após Jerusalém ser invadida pelo império romano).
A importância da súplica era tal que
Deus profetiza, no fim dos tempos, o derramar do espírito de Graça e de
súplicas sobre os judeus remanescentes (Zc
12.10). Inclusive,
considerando a importância do amor ao próximo (Mt
22.39), é bem provável
que aqueles que temem ao Senhor, ofertarão tais adoradores suplicantes (ver Is 49.23,24; 60.4,9; 6.20). Note como, quando Deus opera, as
pessoas não fazem questão de ouro e prata (Is
2.20; 13.17).
Inclusive, Isaías menciona pessoas
dalém dos rios da Etiópia, em circunstâncias semelhantes à mencionada aqui,
trazendo ofertas ao Senhor (Is 18.1,2,7). Sem contar que Deus declara que, em
todo lugar, se oferecia incenso e oblação pura ao nome do Senhor (Ml 1.11).
E vê-se isto se cumprindo no Novo Testamento (At
8.27).
Detalhe: Etiópia, no hebraico, é Cuxe (filho de Cam),
do qual nasceu Ninrode que fundou Babilônia (para
onde foram cativos os judeus)
(Gn 10.10) e invadiu a terra de Sem, construindo Nínive (mencionado em Sf 2.13-15) que, depois, veio a ser capital da Assíria (para onde foram cativas as 10 tribos do norte). Deus prometeu que iria restaurar os
resíduos de Israel que foram deixados nos mais diversos países.
É
bem provável que, na época do Novo Testamento, a divisão entre 10 tribos do
norte e Judá ainda continuava, já que Pedro escreve às tribos da dispersão (1Pe 1.1),
dizendo: a vossa co-eleita em Babilônia nos ajuda (1Pe
5.13). Embora
Babilônia já estivesse em ruína, a reputação de Judá como aquele que foi cativo
para Babilônia permaneceu.
3 - Deus purifica Israel dos falsos adoradores
Deus remove de Judá tudo que
pode servir de tropeço à verdadeira fé, de modo que todos os povos possam
louvá-lO com lábios puros:
“Naquele
dia, não te envergonharás de nenhuma das tuas obras, com que te rebelaste
contra mim; porque então tirarei do meio de ti os que exultam na sua soberba, e
tu nunca mais te ensoberbecerás no meu monte santo.” (Sf 3.11).
Em resposta à impenitência dos
habitantes de Judá (em particular, dos
líderes deles), Deus
ajuntaria as nações e congregaria os reinos para derramar, sobre Judá, Sua
indignação e todo o ardor da Sua ira, a fim de “roubá-los” de tudo aquilo que
só servia para afastá-los Dele (Sf 3.8) e, ao mesmo tempo, dar uma linguagem
pura aos povos (Sf 3.9), a fim de que todos pudessem invocar o
nome do Senhor, servi-lO com um mesmo consenso, e trazer-lhe sacrifícios
agradáveis (Sf 3.10). Detalhe: O termo despojo (Sf 3.8)
serve para mostrar que, a menos que Deus tire violentamente o desejo da nossa
alma, jamais iremos nos desfazer do pecado.
Entenda: no dia em que Deus levar as
nações ao verdadeiro conhecimento do Senhor (linguagem
pura), Israel não
terá, no meio deles, pessoas que exultam na soberba deles (a saber, o templo (Jr 7.4) com suas ordenanças religiosas, bem
como o fato de serem considerados “o povo eleito do criador” (Mq 3.11; Mt 3.9)) (Sf
3.11); por exemplo, as
pessoas citadas em Sf 3.2,3,4,7. Com isto, eles não se ensoberbecerão mais no
monte santo do Senhor (ou seja, na presença
Dele). Melhor ainda:
não iriam mais prestar um culto rebelde a Deus, que só traz vergonha ao nome do
Senhor.
É triste quando se faz uma obra,
pensando que está agradando o Criador, quando, na verdade, está-se a entristecer
Seu coração (ver Mt 7.21-23; Lc
13.23-28), indo para
mais longe Dele (através da soberba –
1Pe 5.5).
Contudo, com a remoção dos falsos
adoradores de Sião (Sf 3.11) e a purificação dos lábios de todos os
povos (Sf 3.9), todos poderiam chamar a Deus pelo Seu verdadeiro nome e
ofertarem obras (incluindo pessoas, que
são obras das mãos de Deus – ver Sl 145.10) sem, na verdade, estarem se rebelando contra Ele,
envergonhando Seu nome (Sf 3.11).
É claro que apenas os humildes e pobres
serão capazes de confiar no nome do Senhor (Sf
3.12) a ponto de
descansarem (Sl 91.1; Mt 11.28,29) e esperarem o Senhor apascentá-los (Sl 37.7),
sem temer nenhum espanto (ver 1Pe 3.6), o qual lhes faria cometer iniquidade,
proferir mentira e usar sua língua como instrumento de engano (Sf 3.13).
4 – Deus deixa em Israel um remanescente convertido, puro, santo e completamente entregue a Ele
“Mas
deixarei no meio de ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do
SENHOR. O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem proferirá
mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; porque serão
apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante.” (Sf 3.12,13).
O verdadeiro servo de Deus (remanescente, algo raro), é humilde (Sf 3.12; Is 66.2,10) e lamenta profundamente toda expressão
de orgulho (Jr 13.17).
Tanto é assim que:
“...
deixarei, no meio de ti, um povo humilde e pobre, que confia em o nome do
SENHOR” (Sf 3.12).
Observe que os remanescentes (Sf 3.13; Am 5.15; Mq 2.12):
não
cometem iniquidade → não buscam aquilo
que acham que é verdade ou que querem que seja verdade (por ser conveniente),
mas apenas aquilo que agrada a Deus;
não
proferem mentira → não cultuam a Deus apenas com os
lábios (Is 29.13; Mc 7.6);
na
sua boca não se acha língua enganosa → não distorcem a verdade (2Pe 3.16; seja acrescentando (Ap 22.18), tirando (Ap 22.19) ou
modificando (1Co 2.13) seu conteúdo),
nem a detém (Rm 1.18), tal como se vê nos 144.000 selados (Ap 14.5).
Observe o motivo pelo qual estas pessoas
conseguirão conservar a fé: elas serão apascentadas (Sf
3.13). Com isto, elas não
terão que preocupar com sua manutenção (Sl
23.1), mas poderão deitar-se
(Sl 23.2), descansando e esperando em Deus (Sl 37.7),
sem haver quem os espante (Ez 34.13-16).
Com o próprio Deus cuidando de Suas ovelhas (Ez
34.15), acabaria toda
ameaça seja por meio de algum inimigo estrangeiro ou, PRINCIPALMENTE nacional (príncipes e juízes (Sf
3.3), profetas ou sacerdotes (Sf 3.4; Rm 16. ; Ef 4.14; 1Tm 6.3-5)). Vale lembrar que são eles que viram,
para Israel, cargas vãs e motivos de expulsão (Lm
2.14). A verdade é
que, todas as vezes que o medo toma conta de alguém, tal pessoa não consegue
ser aperfeiçoada no amor (1Jo 4.18), mas é capaz de fugir até mesmo dos
servos legítimos do Senhor, só porque estão a anunciar algo que consideram
heresia, em virtude da mentira que parasitou sua alma e, agora, determina, como
correta, sua forma distorcida de ver as coisas.
Chega de entregar as coisas santas aos
cães gulosos (Is 56.10-12) e as pérolas aos porcos (Mt 7.6).
Os pobres são as pessoas modestas e humildes (necessitados), ou seja, aqueles que entendem que
necessitam de Jesus. É a estes que o Reino de Deus pertence (Sl 37.10,11; Tg 2.5).
Isto porque, apenas as pessoas simples (naturais,
não sofisticadas), que
não são autossuficientes, é que são capazes de confiar no Senhor. Logo, a busca
pela estabilidade no mundo (casa própria, emprego
fixo que ganha bem, família perfeita (ou seja, amor garantido)) é inimizade contra Deus (Tg 4.4),
já que é impossível a confiança no Senhor enquanto permanecem conosco algum
motivo para vanglória (analise Zc 11.11).
Inclusive, note como o Senhor fundou a
Sião especialmente para os opressos do povo Dele pudessem encontrar refúgio (Is 14.32).
Detalhe: os necessitados são aqueles que estão sempre aflitos por ver os pobres
sofrendo (Pv 29.7).
Por
estarem observando os estatutos de Onri e a obra da casa de Acabe, tal como o
povo de Israel (Mq 6.16), a vergonha do povo de Deus viria
sobre eles, ou seja, o cativeiro, já que, nestas condições, a pessoa é obrigada
a perder tempo, fazendo coisas sem proveito.
A
pior coisa para quem realmente ama a Deus é ser obrigado a trabalhar em algo
que proveito algum trará às pessoas e ao nome de Jesus. E como Judá tinha se
enchido de tais obras, iria para cativeiro, a fim de ficarem no lugar próprio
para tais coisas (veja, por exemplo,
Deus reservando um espaço para Edom (Js 24.4), um povo extremamente rancoroso (Am
1.11), bem como separando o perverso para o dia da calamidade).
Para
quem é de Jesus, é uma vergonha ser obrigado a carregar o peso tão grande de um
jugo desigual (2Co 6.14-18), bem como é um peso enorme ser
submetido a tal vexame, a saber, de ter que se envolver em algo vão e mau.
Agora,
eu te pergunto: tem sentido você carregar o opróbrio das pessoas nas tuas
costas (Ez 34.29; 1Pe 4.3-5)?
5 - O Senhor vai para Jerusalém no milênio e faz dela a capital do Seu reino
“Canta
alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e exulta de todo
o coração, ó filha de Jerusalém. O SENHOR afastou os teus juízos, exterminou o
teu inimigo; o SENHOR, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais
mal algum. Naquele dia, se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se
enfraqueçam as tuas mãos. O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para
te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor,
regozijar-se-á em ti com júbilo. Os que em ti se entristeceram, por causa da
reunião solene, eu os congregarei; esses para os quais o peso foi uma afronta.
Eis que, naquele tempo, procederei contra todos os que te afligem, e salvarei
os que coxeiam, e recolherei os que foram expulsos; e lhes darei um louvor e um
nome em toda a terra em que foram envergonhados. Naquele tempo, vos trarei,
naquele tempo, vos recolherei; certamente, vos darei um nome e um louvor entre
todos os povos da terra, quando reconduzir os vossos cativos diante dos vossos
olhos, diz o SENHOR.” (Sf 3.14-20).
Deus,
pessoalmente, purifica Jerusalém, a fim de que Ele possa se regozijar nela com
Seu povo. Tudo que precisamos é ficarmos atentos ao que Ele quer fazer e nos
dispormos alegremente a fazer parte disto.
Note
como, apesar de todas as bênçãos mencionadas nos vs 8 a 13, o verdadeiro motivo
da nossa alegria, é o nosso Rei vindo a nós, com Sua justiça e salvação
manifestada através da humildade (Zc 2.10; 9.9), ou seja, do desejo de acolher a todos
como filhos (Jz 5.7; Is 54.1; 2Co
6.11-13; 1Ts 2.7,8).
Tanto é assim que o motivo de se cantar ao Senhor são as coisas grandiosas que
Ele fez por nós (Is 12.5,6). E que coisas grandes coisas são
estas? Muitos acham que é:
·
o
fim dos juízos de Deus -> isto, contudo, só acontecerá quando Jerusalém já
tiver sido remida, ou seja, recebido em dobro, da mão do Senhor por todos os
seus pecados (Is 40.2);
·
a
destruição dos inimigos;
·
a
promessa de não vermos mal algum (Sf 3.15). Isto não significa isenção de
problemas (tal como os judeus e muitos que se dizem
crentes pensam - Jr 5.12; 44.17),
mas sim passar a ter bons olhos (Mt 6.22,23) para enxergar as dificuldades como
oportunidades de fortalecimento e crescimento espiritual.
É
bem verdade que, no vs 17, Sofonias diz “O SENHOR, teu Deus, está no meio de
ti, poderoso para te salvar”. Ora, mas o vs 15 não diz que “O SENHOR afastou os
teus juízos, exterminou o teu inimigo...”? Então, por que dizer:
Ø
“Naquele
dia, se dirá a Jerusalém: não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos.” (vs 16)?
Ø
“O
SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para te salvar” (vs 17)?
Logo,
o que Jesus faz na nossa vida não é eliminar nossos problemas, mas sim nos dar
uma nova visão acerca dos mesmos, bem como meios completamente desconhecidos
por este mundo para resolvê-los (ver 2Co 10.3-6). Daí Deus ordenar que nossas mãos não
enfraqueçam: a fim de que Ele possa operar tudo que deseja. Se os problemas
desaparecessem, não haveria necessidade de mãos fortes, já que nada haveria a
ser feito.
Ora,
esta é a filosofia do mundo, que só fica a cobiçar (Pv
21.25,26)! No entanto,
o Pai é alguém que está sempre a trabalhar (Jo
5.17) (daí Jesus ser O Verbo, ou seja, a Palavra de Deus em ação – Jo
1.1). Deus é
caracterizado como a Ressurreição e a Vida (Jo
11.25): Aquele que
produz o Seu próprio fruto (Pv 12.12) onde o pecado abunda (Rm 5.20),
que transforma trevas em luz (2Co 4.7), deserto em terra fértil (Is 41.18,19).
Daí
Sofonias dizer que Deus está no meio de nós, sendo poderoso para nos salvar (Sf 3.17).
Ou seja, Deus quer mostrar o poder Dele em meio àquilo que estamos vivendo (2Cr 16.9).
Mas para isto, precisamos ser pequeninos (Mc
10.14.15). Como Jesus
pode nos mostrar o Reino Dele (ou, se preferir, que
Ele é rei) se formos
grandes?
Em
outras palavras, as promessas referentes ao milênio não significam que as
pessoas não terão problemas (ver Is 65.20). Antes que, com Jesus reinando
pessoalmente, não precisaremos nos preocupar, já que os mesmos serão
oportunidades para Jesus e Seus milagres.
Mas,
para isto, devemos levantar (confortar) as mãos fracas e levantar (fortalecer)
os joelhos desconjuntados (Is 35.3,4; Hb 12.12). Veja, todavia, que o tipo de esforço
que Deus requer de nós é que permaneçamos nos seus atributos (Ef 6.14-18)
até que Ele venha para nos dar a vitória, salvando os causadores de problemas (já que, diante Dele, toda língua há de confessar e todo joelho
se dobrar diante do Senhor (Is 45.23))
com Seu amor (esta é a nossa
recompensa (1Pe 3.8,9), a verdadeira vingança de Deus).
Entenda
o princípio da salvação. Primeiro, amamos a Deus, recebendo o que Ele tem para
nós (ver 1Co 12.7-11), deixando que Ele use isto para
trabalhar Sua Palavra na vida do próximo (ver
Jo 1.12). Em seguida
trazemos o próximo para dentro de nós (para
preencher as moradas que Deus criou em nosso coração – Jo 14.2).
Logo,
o Senhor deseja estar no nosso meio (vs 15,17) como Rei de Israel (Mq 4.7; Jo 1.49),
e não apenas como rei da nossa vida. Assim sendo:
1º - Temos que levar em consideração aquilo
que Ele está fazendo e continuará a fazer na vida das pessoas;
2º - É a presença de Jesus que garante que
cada um comerá do fruto do trabalho das suas mãos, sem voltar a sofrer nas mãos
de estranhos (Ez 34.28; Mq 4.4;
7.14).
A
alegria vem de Sua companhia (Is 41.14-16), bem como a possibilidade de enchermos
cada uma das moradas que há no nosso coração (Jo
14.2) com aqueles que
terão tudo haver conosco (ou, se preferir, com
aquilo que Jesus é na nossa vida).
É para isto que os filhos são dados: para que Seu amor por eles nos faça tirar
os olhos de nós mesmos. Daí a ordem para regozijar e exultar (louvá-lO)
com todo o coração (Sf 3.14).
Sf
3.15 começou a se cumprir na 1ª vinda de Jesus (Zc
9.9) e se cumprirá
novamente no milênio (onde haverá uma cidade
especial com o nome “O Senhor está ali” – Ez 48.35), sendo realidade também através da
Igreja (veja Ap 21.2,3 e ajunte com Ap 21.9,10). Note Deus limpando, dos olhos de cada
um, toda lágrima (Ap 21.4).
Repare
também o uso da expressão “filha de Jerusalém” (no
singular), mostrando a
importância da unidade de alegria (Rm 12.15; 1Co 12.26;
Tg 5.12). Inclusive, a
pessoa deve compartilhar da alegria de Deus (Ne
8.10), entrando no
gozo do Senhor Jesus (Mt 25.21,23; Lc
15.7,10). E a porção
do Senhor é o Seu povo (Dt 32.9,10; Ml 3.17). É nele que Ele deseja Se alegrar (vs 17; Is 62.5; 65.19),
expressando esta alegria enchendo-o de bens (Dt
30.9; Sl 104.27,28; Jr 32.39-41),
a saber, de Si mesmo (Ez 16.14; compare Mt
7.11 com Lc 11.13). É
este o significado de a Igreja ser Noiva (2Co
11.2), sendo esta a
aliança de Deus conosco (Seu compromisso de
permanecer conosco todos os dias – Mt 28.20), a nossa alegria (Is
12.2; Hc 3.19; Mq 7.7).
Deus
Se regozija em Sua Noiva com júbilo, ou seja, por ver Seu jubileu (salvação plena – Lv 25.10-13) nela (Sl 13.5; 20.5; 35.9;
40.16; 70.4). Deus se
cala por ver Seu amor presente nela, tal como o noivo quando, de tão apaixonado
que está, não consegue achar palavras e ações para expressar Seu amor (Sf 3.17),
ficando apenas a se deleitar na deliciosa companhia da sua noiva (por ver a Si
mesmo nela – Ez 16.14).
Inclusive,
o ano do Jubileu era caracterizado por ser um ano de descanso, onde cada um
deveria voltar para sua possessão e família (Lv
25.10) a fim de se
deleitarem uns com os outros pela nova liberdade dada por Deus. Ou seja,
alegria é sinônimo de descanso na companhia do Seu Espírito Santo e daqueles
que Ele nos deu. Não é resultado das bênçãos que Deus nos deu, mas sim a
responsável por trazê-las até nós. A verdadeira alegria vem de Deus, antes
mesmo de termos recebido as bênçãos, mesmo em mesmo a muita tribulação (ver 1Ts 1.6).
Ou
seja, quando a salvação de Deus nos alcança, Sua alegria toma conta do nosso
coração e é esta que nos leva a buscar a salvação de Deus na vida de cada
pessoa que está no caminho das lutas que estamos passando (ao invés de
simplesmente lançarmos eles para longe da nossa companhia). Eis os motivos que
alegram nosso coração:
1º - Por termos sido perdoados, já que, por
isto, não haverá mais lembrança das nossas transgressões (Is 43.25);
antes, o sacrifício de Jesus pagará todos os nossos pecados, ou seja,
restituirá a cada um dos nossos devedores aquilo que era deles, mas que
desperdiçamos, através do mau uso (ver Lc 16.1);
2º - Por ter Deus nos libertado de nós
mesmos e, consequentemente, do pecado e do diabo (Sf
3.15);
3º - Por estar Deus conosco e nos dar Sua
comunhão, graça e ajuda (vs 15-17; Hb 4.16);
4º - Por saber que Deus se agrada de nós, em
virtude de sermos o instrumento para manifestar Sua glória (Sf 3.17).
Em
particular, quem é verdadeiramente israelita (ver
Rm 2.28,29; Ap 2.9; 3.9),
fica entristecido quando as reuniões solenes deixam de acontecer (Lm 1.4; 2.6).
Estes seriam reunidos novamente. Por que apenas estes? Porque muitos desejavam
as assembleias solenes, porque as mesmas eram ocasiões para farra e lucro (ver Am 4.4,5 e que se repetia em 1Co 11.20,21). Veja aqui as características das
ovelhas que eram consideradas de Israel:
“Naquele
dia, diz o SENHOR, congregarei a que coxeava, e recolherei a que
tinha sido expulsa, e a que eu tinha maltratado. e da que coxeava
farei um remanescente, e da que tinha sido arrojada para longe, uma nação
poderosa; e o SENHOR reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e para
sempre. (Mq 4.6,7);
“Porque
assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo,
procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei. Como o pastor busca o seu
rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei
as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os lugares por onde andam
espalhadas, no dia nublado e de escuridão. E tirá-las-ei dos povos, e as
congregarei dos países, e as trarei à sua própria terra, e as apascentarei nos
montes de Israel, junto aos rios, e em todas as habitações da terra. Em bons
pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será o seu aprisco; ali se
deitarão num bom redil, e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. Eu
mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor
DEUS. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a
quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte
destruirei; apascentá-las-ei com juízo.” (Ez
34.11-16);
Note
como apenas os que aceitam ser tratados por Deus (ver
Mt 22.11; Rm 8.14) é
que são ovelhas Dele (seja por ter se
tornado coxo como Jacó (Gn 32.25,31), ido para cativeiro e ali sido maltratada (Mq
4.10) ou por terem se deixado buscar, trazer, ligar (através do perdão e do
amor) e fortalecer (Cl 1.11) pelo poder de Deus (Ef 6.13) que há na Sua virtude
(Ef 6.14-18; 1Pe 1.5; 2Pe 1.3)).
E perceba como o próprio Deus diz que iria, pessoalmente, trabalhar a vida de cada ovelha (vs 19; Is 40.11; Jo 10.7-16).
E
não podia ser diferente. Ele não prometeu que daria a elas um louvor e um nome?
O único nome digno de ser louvado é o Dele próprio. Ou seja, o modo de Deus
proteger contra os que nos afligem é permanecendo junto conosco o tempo todo.
Quando isto acontece, as pessoas verão, em nós, uma sabedoria e privilégio não
encontrado em nenhum outro povo (Dt 4.6-8) e, assim, ou serão consumidos pela
inveja, ou se arrependerão e converterão, a fim de participarem das mesmas
dádivas.
Inclusive,
é por isto que os judeus foram espalhados por toda a terra: para que todos
pudessem ver, de perto, quem é o povo de Deus longe Dele para, depois,
compararem com o que acontece com o povo de Deus quando se torna e se deixa
conduzir por Ele para o lugar e a coisa certa (vs
19).
É
claro que isto não se cumpriu na época de Zorobabel, nem mesmo na época do Novo
Testamento, vindo a referir-se ao milênio.
Agora
pense: por que Deus se empenharia tanto em trazer os cativos (de todos os tempos e de todos os lugares para onde foram
espalhados), a menos
que isto fosse tão importante? Além disto, perceba que Ele faz questão de fazer
isto aos olhos de todos (pois as maravilhas de
Deus são tão inacreditáveis que, mesmo vendo, a pessoa tem dificuldade de crer
– Lc 24.41).
Infelizmente, quase ninguém enxerga o valor da liberdade que Deus lhe deu (por exemplo, através de cada órgão saudável no corpo) e acaba aceitando se tornar escravo de
homens (1Co 7.23).
Deus
quer salvar (trazer para perto
Dele) e recolher (tal como a galinha faz com os pintinhos – Mt 23.37; Lc 13.34) os Seus a fim de que todos possam ter
o nome Dele (e não mais o nosso
nome, como quis fazer o sistema religioso na torre de Babel e ainda hoje
insiste nisso, exaltando o nome da denominação religiosa a que pertencem ou o
seu fundador – Gn 11.4).
Nada de cada um ser exaltado por aquilo que aparenta ser perante todos (1Co 1.12,13 3.3-5),
mas sim por aquilo que Deus é na vida de TODOS (lembre-se
da expressão “uns aos outros” em vários versículos). Em outras palavras, nosso louvor deve
ser resultado de tudo que Deus tem condição de fazer na vida dos que estão próximos
a nós, por intermédio do ministério que Deus nos deu (ver Ap 19.8).
Tanto
é assim que a bênção dada a Abraão foi a de que ele seria uma bênção, de modo
que nele seriam benditas todas as nações da terra (Gn
12.2-3). Esse é o
louvor que procede de Deus (Rm 2.29), o qual tem o seu início de dentro
para fora (Jo 4.14; 7.37-39).
Inclusive,
o que dá espaço para o sistema babilônico (sistema
político + sistema religioso)
dominar as nossas vidas é a falta de amor ao próximo. Por isto Deus faz tanta
questão de ajuntar os desterrados de Israel e congregar os dispersos de Judá (Is 11.12; Zc 10.8-12)
um por um (mostrando a importância do relacionamento
pessoal entre cada pessoa e Deus e entre cada pessoa com seu próximo (Is 27.12),
além de buscar a inclusão dos gentios (Is 56.8)). Ao Se santificar entre Seu povo aos
olhos de todas as nações, trazendo-os de volta ao lugar preparado especialmente
para eles (Ez 28.25) e ali os apascentando em cada canto deste lugar (Ez 34.13),
fica manifesto Seu poder renovador e regenerador (Tt
3.4-6), além de prover
todo o ambiente necessário para que Seu amor cresça em cada coração.
Em suma, veja o que Deus se dispõe a fazer, só para poder habitar em Jerusalém no meio do Seu povo
1º -
Cada
manhã traz Seu juízo à luz, sem falta (Sf
3.5);
2º -
Extermina
as nações, assola as suas torres, faz desertas as suas praças, a ponto de não
ficar quem passe por elas; as suas cidades são destruídas, até não ficar
ninguém, até não haver quem as habite (Sf
3.6);
3º -
Ajunta
as nações, congrega os reinos, para sobre eles derramar Sua indignação e todo o
ardor da Sua ira (Sf 3.8);
4º -
Dará
lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do SENHOR, para que o
sirvam com um mesmo espírito (Sf 3.9);
5º -
Tira
do meio de Jerusalém os que exultam na sua soberba, de modo que nenhum dos seus
moradores se ensoberbeça no Seu monte santo. (Sf
3.11);
6º -
Deixa
no meio de Jerusalém apenas um povo humilde e pobre, capaz de confiar no nome
do SENHOR (Sf 3.12);
7º -
Apascenta
Seu povo, de modo que eles podem deitar-se, sem haver quem os espante (Sf 3.13);
8º -
Afasta
os juízos de Jerusalém, extermina o inimigo deles, de modo que ninguém seja
capaz de enxergar maldade em nada (Sf 3.15);
9º -
Congrega
aqueles que, sendo genuinamente israelita, se entristeciam por causa da reunião
solene (Sf 3.18), a saber, aqueles que ficam envergonhados por ver o povo
de Deus carregando o peso do pecado, que sentem o peso de ver o povo de Deus
ser envergonhado;
10º -
Procede
contra todos os que afligem Jerusalém (Sf
3.19);
11º -
Salva
(traz) os que coxeiam e recolhe os que foram expulsos (Sf 3.19,20);
12º -
Reconduz
os cativos de Jerusalém diante dos olhos do Seu povo, de modo que todos possam
receber Seu nome e, assim, ser um motivo de louvor em toda a terra (Sf 3.19,20).