ESTUDO DO LIVRO DE SOFONIAS
I - INTRODUÇÃO
Tema: O Dia do Senhor.
O que acontecerá neste
dia? Por que tudo isto tem que acontecer? Qual o resultado disto para o Seu
povo? E como o Seu povo deve proceder para que, quando Jesus vier, esteja
preparado?
Versículo Chave: “Buscai
o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que pondes por obra o seu juízo; buscai
a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do
SENHOR.” (Sf 2.3).
Objetivo:
Quando Josias assumiu o poder com 8 anos de
idade (2Rs 22.1; 2Cr 34.1), ele encontrou uma
nação bem distante da vontade do Senhor, em virtude do mau reinado de seu avó
Manassés (2Rs 21.18) e seu pai Amom (2Rs 21.26). Para se ter uma ideia, até o livro da lei havia se
perdido (2Rs 22.8). Isto, sem contar os abusos cometidos
pela:
elite
política: devoravam vorazmente os mais fracos (Sf
3.3)
elite
religiosa: profetas demonstravam falsamente ser amigos do povo, profetizando o
que lhes agrada; sacerdotes profanavam as coisas sagradas e violentavam a lei (Sf 3.4);
população:
idolatria, ganância, mundanismo, ociosidade, desprezo por Deus, Sua Palavra e
Seu povo, corrupção.
Para piorar as coisas, aqueles que eram de
Jesus, estavam começando a acreditar no que os ímpios diziam (o Senhor não faz bem, nem mal (Sf 1.12)) e, com isto, tentando
se livrar dos problemas, sem considerar os princípios da Palavra de Deus.
Quando o livro é recuperado e lido, Josias
percebe o quanto Deus estava irado com esta nação e, por isto, envia pessoas à
profetiza Hulda a fim de poderem consultar ao Senhor (2Rs 22.11,12).
Provavelmente, Sofonias escreveu o livro
depois disto, já que, até então, Josias achava que tudo estava bem.
Deus, então, mostra que o dia do Senhor estava
se aproximando (Sf 1.14; 2.2) e que eles não
deveriam se preocupar:
com
as injustiças sociais, pois muito choro haveria de ser derramado por aqueles
que eram ricos (Sf 1.10,11; 1Co
7.29-31);
com
o bem-estar, pois lutas e tribulações viriam para despertar Judá e acabar com
todo luxo;
com
as maldades dos ímpios, pois estes seriam ceifados em breve junto com suas
fontes de tropeço, enquanto que os justos, preservados (Sl 37.8-11);
com
os falsos ministros, mas deixá-los, pois só é enganado quem assim deseja (Mt 15.14). Por outro lado, se permanecermos fieis a Jesus, nunca
nos faltará alimento que vem do alto (Mq
3.8; Fp 1.15-20).
Além disso, o dia do
Senhor logo viria, quando:
Israel
seria livre dos falsos adoradores, restando apenas um remanescente fiel a Deus (Sf 3.9,11);
O
próprio Deus, em pessoa reinaria em Judá (Sf
3.15,17);
As
nações inimigas de Israel seriam destruídas, restando apenas aqueles que se
dispusessem a servir ao Senhor (Sf 2.9; Ap 21.24,26).
Contudo, somente aqueles que buscam a justiça
de Deus (Mt .6.33) e Sua mansidão (Mt 11.28,29) é que seriam escondidos quando o dia do
Senhor viesse (Sf 2.3).
Com exceção do vs 1, todos os demais
versículos de Sofonias se encaixam em alguma das 4 perguntas abaixo.
QUEM ESCREVEU O LIVRO, QUANDO E PARA QUEM ELE FOI ESCRITO (Sf 1.1)?
Eis
o ordem cronológica dos profetas: Amós veio primeiro. Depois, vieram Oséias (Os 1.1)
e Isaías. Depois Miquéias. Mais tarde veio Sofonias e, em seguida, Jeremias que
foi contemporâneo de Sofonias.
Sofonias
significa “Jeová tem guardado (escondido)”. Talvez para lembrar que, apesar da
perversidade de Manassés e Amós e do erro de Ezequias (2Cr 32.31),
ainda assim Deus preservou (guardou) um de seus filhos da corrupção moral e
espiritual da época. Também para mostrar o que é necessário para sermos escondidos
no Dia do Senhor (Sf 2.3; 1Ts 1.10; Ap
3.10).
Com
8 anos de idade, Josias começou a reinar (2Cr
34.1). Aos 16 anos
Josias começou a buscar ao Senhor (2Cr 34.3). Aos 20 anos ele começou a purificar
Jerusalém e Judá dos altos, bosques e imagens (2Cr
34.3). Aos 26 anos ele
ordena a restauração do templo (2Cr 34.8), época em que Hilquias, pai de
Jeremias (Jr 1.1) era sumo-sacerdote (2Cr
34.9). Nesta época,
achou-se o livro da lei de Deus no templo (2Cr
34.14,15).
Note
como o rei Josias, ao ouvir o livro da lei, rasga suas vestes e envia
mensageiros à profetiza Hulda (2Rs 22.12,14), certo de que era grande o ardor da
ira do Senhor contra Judá e Jerusalém (2Rs
22.13). Como ele
poderia ter tal convicção? Ao ler o pentateuco, ele poderia saber o que agrada
ou não a Deus. Mas daí ter tanta certeza de que Deus estava extremamente irado,
só através desta profecia de Sofonias. É bem provável que o fato de Deus ter
permitido que Hilquias achasse o livro da lei no templo (2Rs 22.8,10)
a fim de confiar Sua Palavra por meio de Sofonias.
II - QUAL O MOTIVO DA VINDA DO DIA DO SENHOR? Para punir a:
1 - Idolatria
Deus
promete exterminar de Jerusalém:
o
resto de baal (Sf 1.4). Desde os tempos dos juízes (Jz 2.13)
que eles adoravam baal. Ezequias tinha acabado com tal adoração, mas Manassés,
seu filho, a restabeleceu (2Rs 21.3). Chegou a ponto de introduzir uma
imagem dentro de templo (2Rs 21.7);
o
nome dos ministrantes dos ídolos, juntamente com os sacerdotes (Sf 1.4),
incluindo os do Senhor, visto que estes deveriam usar a autoridade que lhes foi
dada por Deus para assegurar que apenas o Seu nome fosse glorificado. Contudo,
ao invés de erradicar o culto a outros deuses, cooperavam com o mesmo (Sf 3.4; Ez 8.1-18; 22.26; 44.10; Os 10.5);
os
que sobre os eirados adoram o exército do céu (Sf
1.5; 2Rs 21.5; 23.4-6,12 Jr 8.2; 19.13; 32.29);
os
que adoram ao SENHOR (como se vê em 2Cr
15.14; Is 48.1; Os 4.15)
e juram por ele e também por Milcom (Sf 1.5),
deus dos amonitas (1Rs 11.33; 2Rs 23.13; Jr
49.1,3). Ao jurar por
alguém, eles estavam se entregando a esta entidade solenemente. Como eles
estavam entregando a confiança deles a dois deuses ao mesmo tempo, Deus lhes
chama a atenção (Js 23.7; 1Rs 18.21; Ez
20.39; Mt 6.24), pois
não tem forma melhor da pessoa enganar a si mesmo do que esta devoção dividida.
Daí Jesus abominar os mornos (Ap 3.14,15). Afinal, pior do que aqueles que é,
declaradamente bandido, é aquele que, por exemplo, tenta ganhar a vida
trabalhando, mas usa a profissão para sugar o que é dos outros; pior do que o
servo do diabo é aquele que usa a Palavra de Deus para conseguir o que é seu (ao invés de repartir o que é seu para ganhar vidas (Mt 10.39),
como Jesus ordenou (Jo 15.12,13), tendo vista a herança celestial (1Pe 3.8,9):
o Espírito Santo com Sua Igreja).
Afinal,
pior do que Não conseguiam perceber que:
o
basta
uma relação sexual para a pessoa não ser considerada mais virgem ou ser taxada
de adúltera;
o
basta
a ausência de um único requisito para um nota ser considerada falsa;
o basta se matar uma pessoa para ela ser
considerada assassina.
Ou seja, ou
somos todo do Senhor, ou jamais fomos Dele.
Detalhe:
este costume de servir a vários deuses começou com Salomão (1Rs 11.1,2,7,8)
e foi confirmado quando Israel foi levado em cativeiro para a Assíria (2Rs 17.33,41);
Deus
promete castigar:
todos
aqueles que saltam sobre o limiar (Sf 1.9).
Os judeus estavam imitando os costumes de outras nações e se associavam com os
filhos delas, inclusive dos filisteus (Is
2.6). Desde que dagom,
o deus destes, foi achado caído com o rosto em terra diante da arca do Senhor,
com sua cabeça e ambas as palmas das mãos cortadas sobre o limiar (1Sm 5.4),
ninguém mais que entrava na casa de dagom pisava o limiar de dagom que ficava
em Asdode (1Sm 5.5);
2 - Ganância
Deus
promete castigar:
os
que enchem de violência e engano a casa dos seus senhores (Sf 1.9).
Deus não se agrada quando as pessoas o adoram tal como os pagãos adoram seus
falsos deuses; muito menos quando ofertam a Ele presentes que ajuntaram por
meio de roubo e violência (exploração dos pobres);
Seria arruinado, destruído:
o
povo de Canaã (que mercadejava – Sf
1.11). O povo de
Israel tinha se tornado tão duro de coração e ávido por ganho quanto o povo de
Canaã, a ponto de ser caracterizado como um deles. Não conseguiam mais ver que
a finalidade do trabalho e ter o que repartir com o que tiver necessidade (Ef 4.28).
Agora, o importante era apenas ganhar dinheiro, sendo esta a identidade de cada
um (Os 12.7). Era tão séria esta questão que o livro de Zacarias
termina com a promessa de que não haveria mais cananeu na casa do Senhor dos
Exércitos (Zc 14.21), ou seja, ninguém para fazer da casa do Criador um lugar
de negócio (Jo 2.14), um covil de ladrões e salteadores (Jr 7.11).
Note
como os moradores de Mactés iriam uivar, tal como os mercadores da Grande
Babilônia (Ap 18.15,19): a “escuma” se apegou tão à “panela”,
que já não é possível tirá-la (ver Ez 24.3,6). De igual modo, os judeus se
sobrecarregavam com tantos bens alheios que, agora, seriam extorquidos de tudo
que extorquiram (Hc 2.6,7), tal como profetizado por Tiago (Tg 5.1);
os
que pesam prata (os que estão
carregados de dinheiro – Sf 1.11), já que tais pessoas estavam
procedendo com balanças falsas e bolsas de peso enganosos, tal como fazia
Israel (Am 8.5; Mq 6.10,11).
3 - Confiança nos poderes deste mundo
A
voz do dia do Senhor se fazia ouvir (veja o mesmo em Jr
25.30; Am 1.2) amarga,
com o clamor até mesmo das pessoas mais poderosas " “amarga
é a voz do dia do Senhor; clama ali o homem poderoso.” (Sf 1.14; Jl 2.11).
Eles que, outrora não quiseram ouvir a voz do Senhor por meio dos profetas,
agora teriam que ouvi-la através do inimigo vingador do sangue (vida)
por eles derramado e o pior: sem ter onde refugiar (ver
Nm 35.12-27; Dt 19.2,6).
O
clamor será amargo porque não haverá esperança de livramento. Aquilo que
outrora eles consideravam importante, nenhum proveito poderia lhes trazer (vs 18).
Eles não valorizavam o ser humano, talvez, por causa da ingratidão.
Contudo,
quem decide ingressar a carreira de juiz (seja
numa faculdade ou virtualmente),
fatalmente será possuído pela maldade que há no seu coração, já que sua bondade
dependerá da bondade dos outros. Como esta não existe (Mt 19.17; Mc 10.18; Lc 18.19), ele só irá fazer o mal, sendo condenado a ajudar o perverso
naquilo que é mal, o que fará a maldade crescer no coração de ambos. Isto é
como investir tempo cuidando de uma plantação de jurubeba. Só irá aumentar a
colheita da amargura (para nós e para todos
que estão próximo a nós – Hb 12.15),
já que estamos investindo apenas nas coisas deste mundo (Gl 6.7,8);
dia
de trombeta e de alarido contra as cidades fortes e contra as torres altas (Sf 1.16; como em Jr 4.19) " ninguém poderá fortalecer a sua vida
com a sua iniquidade (Sl 56.7; 62.10,11; Pv
12.3; Ec 8.8; Ez 7.13).
São justamente os maiorais deste mundo, os primeiros a caírem (veja o cumprimento disto em 2Cr 32.1; Jr 39.9,10). A trombeta e os gritos de guerra (alarido)
do inimigo fariam Judá estremecer, tal como se deu com Moabe (Am 2.2).
De nada resolveria os atalaias nas torres, já que os olhos do Senhor estavam
contra este reino pecador (Sl 127.1,2; compare
com Am 9.8).
Infelizmente,
eles preferiam confiar na aparente segurança proporcionada pelas fortes
muralhas com suas torres de vigia, do que olhar para Deus, que estava por trás
de todos estes acontecimentos (Is 22.8-11).
4 - Abundância de ociosidade (Ez 16.49)
Deus
promete castigar:
os
homens que estão apegados à borra do vinho e dizem no seu coração: O SENHOR não
faz bem, nem faz mal (Sf 1.12). Tal como a crosta que se forma no
fundo do frasco de vinho quando permanece muito tempo parado (Jr 48.11),
quando uma pessoa fica sem sofrer lutas, seu coração vai ficando endurecido (como em Zc 7.11,12),
preso e confiando na sua falsa prosperidade (Sl
55.19; Am 6.1). Daí
Davi pedir a Deus para ser provado: para verificar se havia algum caminho mau (Sl 139.23,24).
Paulo sabia que apenas Deus pode nos justificar (1Co
4.1-4).
Deus
não se agrada daqueles que estão tranquilos e satisfeitos com as coisas do
mundo, enquanto o sofrimento atinge a todos. Tais pessoas se acostumam tanto
com suas más obras, que não querem se ver livre delas (Lc 5.39).
Antes, querem convencer a si e a todos que Deus não existe (Sl 10.4; 14.1)
ou que Ele não interfere nos assuntos humanos (Ml
2.17; 3.14,15, sendo, deste modo, perda de tempo servi-lO, o que contraria At
5.20). Obscurecem ou
detém a verdade (daí a necessidade das
candeias dos prudentes – Mt 25.3,4; Rm 1.18; Is 29.15; Mt 25.3,4), a fim de que todos acreditem nesta
mentira e se conformem em ficar presos nas garras deles.
Quando
Deus enviava uma disciplina, eles tentavam convencer a todos de que foi
coincidência (Jr 5.12). Isto quando não diziam que o mal não
lhes acometeria (Am 9.10).
Não
queriam a verdadeira felicidade porque a alegria deste mundo lhes convém, já
que mantem todos sob controle. Afinal, a verdadeira satisfação da alma leva as
pessoas a não valorizarem mais os bens deste mundo e, com isto, todo o controle
que eles tinham através do dinheiro, se perde.
Resultado:
ficam com um monte de “tralha” inútil que a ninguém mais consegue influenciar.
a
cidade alegre e descuidada, que dizia no seu coração: Eu sou, e não há outra
além de mim (Sf 2.15). Ela se apropria das riquezas a fim de
se sentir segura e poder viver sem preocupações e, com isto, poder viver em
delícias, experimentando todo o prazer que é possível um ser humano sentir (Lc 12.16-21; 16.19).
A verdade é que, a única razão para alguém não se preocupar o bem-estar do
próximo é o fato de tal pessoa achar que ela é a única que existe ou, se
preferir, que ninguém presta ou que tudo foi criado em função dela.
5 - Zombaria e desprezo contra o povo de Deus
“Eu
ouvi o escárnio de Moabe e as injuriosas palavras dos filhos de Amom, com que
escarneceram do meu povo e se engrandeceram contra o seu termo. Isso terão em
recompensa da sua soberba, porque escarneceram e se engrandeceram contra o povo
do SENHOR dos Exércitos.” (Sf 2.8-10).
Alguém
pode pensar que zombaria é coisa à toa. Contudo, se pensarmos que todos seremos
justificados ou condenados por causa de nossas palavras (Mt 12.37),
e que as mesmas controlam nossas ações (Tg
3.2), sendo resultado
daquilo que existe no nosso coração (Mt 12.34,35), logo o escárnio de Moabe e as
injuriosas palavras de Amom (vs 8) davam a entender que eles consideravam
Israel como ladrão (Jr 48.27), a ponto de se acharem no direito de
se apropriarem das terras deles (Jr 49.1; Am 1.13).
Amon
e Moabe se achavam superiores a Israel, a ponto de poderem fazer o que
quisessem com eles (Jr 49.1), manipulando-os a seu bel-prazer, como
se fossem marionetes (ou gado) em suas mãos.
E
o pior é que os líderes religiosos de Israel achavam que podiam fazer o mesmo
com seus compatriotas (Sf 3.1; Am 3.9).
6 - Corrupção da lei divina
“Ai
da rebelde e manchada, da cidade opressora!” (Sf
3.1). Tristemente,
mesmo vendo a punição que sobreveio às nações pagãs vizinhas, ainda assim não
aprenderam a lição. Logo, Sf 2.4-15
constitui um parêntesis, uma exortação parabólica, a saber, um aviso prático,
através dos povos inimigos. Daí Deus dizer:
·
“Porque
eu sou o SENHOR teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por
teu resgate, a Etiópia e a Seba em teu lugar. Visto que foste precioso aos
meus olhos, também foste honrado, e eu te amei, assim dei os homens por ti,
e os povos pela tua vida.” (Is 43.3-4).
Ou
seja, Deus entregou as nações a julgamento, a fim de que os mansos de Judá (Sf 2.3)
pudessem se despertar, saírem de entre os mortos e serem esclarecidos (Pv 21.16; Ef 5.14).
Infelizmente, eles não quiseram ouvir a voz do Senhor, muito menos aceitar a
Sua repreensão (ver Lv 26.41,43). Estavam tão apegados à sua forma de
tentar acabar com a insatisfação que assolava seus corações, que não conseguiam
mais suportar a sã doutrina (vs 2; Jr 2.25,30; 5.3;
6.10,16; 8.4,5; 22.21; Zc 7.11,12; 2Tm 4.3,4) (tal como muitos
cidadãos de Filipos – At 16.20,21).
Muito menos eram capazes de confiar no Senhor (daí
tanta superstição e maldade)
e se aproximarem Dele (Sf 3.2).
Embora
Deus fosse bem próximo deles (Êx 34.10; Dt 4.7,34;
7.6), eles faziam
questão de se tornarem estranhos a Ele (Is
5.2,4) a troco de
nada.
Eles
se tornaram rebeldes e contaminados (Sf 3.1) e o pior: achando que,
cerimonialmente, eles estivessem puros. Enquanto isto, a opressão só aumentava (Am 3.9; Sf 1.9; Jr 22.3).
Os
seus profetas são levianos e criaturas aleivosas (Sf
3.4).
o
“Conspiração
dos seus profetas há no meio dela, como um leão que ruge, que arrebata a presa;
eles devoram as almas; tomam tesouros e coisas preciosas, multiplicam as suas
viúvas no meio dela.” (Ez 22.25);
o
“E
os seus profetas têm feito para eles cobertura com argamassa não temperada,
profetizando vaidade, adivinhando-lhes mentira, dizendo: Assim diz o Senhor
DEUS; sem que o SENHOR tivesse falado.” (Ez
22.28);
o
“Eis que eu sou contra os que profetizam
sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e fazem errar o meu povo com as
suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei
ordem; e não trouxeram proveito algum a este povo, diz o SENHOR.” (Jr 23.32);
o
“Ao
povo da terra oprimem gravemente, e andam roubando, e fazendo violência ao
pobre e necessitado, e ao estrangeiro oprimem sem razão.” (Ez 22.29);
o
“E
cobiçam campos, e roubam-nos, cobiçam casas, e arrebatam-nas; assim fazem
violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança.” (Mq 2.2).
o
“...
os seus profetas adivinham por dinheiro...” (Mq
3.11). E este costume
já era antigo (ver 1Sm 9.7,8).
Os
seus sacerdotes profanaram o santuário e fizeram violência à lei” (Sf 3.4).
Faziam coisas profanas, ensinavam apenas aquilo que lhes conferia popularidade e
interpretavam as escrituras conforme o interesse do sistema político-religioso.
o
“Os
seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não
fazem diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e de
meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles” (Ez 22.26).
o
Os
seus sacerdotes ensinavam por interesse (Mq
3.11) e dominavam
pelas mãos dos falsos profetas (Jr 5.31).
“eles
se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras” (Sf 3.7).
Iam dormir concebendo o mal em suas entranhas (Os
7.6; Mq 2.1), ansiosos
pelo raiar do dia, só para corromperem todas as suas obras (vs 7; como se deu em Gn 6.12; Is 5.11), executando toda a sua maldade (Jr 11.7,8).
Pode crer: não tem como uma pessoa má fazer algo bom (ver Is 32.6-7; Mt 7.15-20).
Não
importa o quanto Deus corrija: o perverso não é capaz de ser tomado pelo
sentimento de vergonha (ver Is 1.5) e, com isto, se arrepender e
converter.
Embora algumas destas passagens se refiram,
principalmente, às 10 tribos do norte e a Judá durante o exílio na Babilônia,
tem tudo haver com a situação de Judá na época de Sofonias, já que eles
imitaram os costumes de Israel (Os 4.15) e, infelizmente, não mudaram. E ainda
tinham audácia de dizer:
“...
e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós?
Nenhum mal nos sobrevirá.” (Mq 3.11).
Em
suma, embora os líderes soubessem o caminho do Senhor e o Seu juízo,
infelizmente decidiram juntamente quebrar o jugo de Jesus e romper com a
aliança que fizeram com Ele (Jr 5.5; tal como se
deu em Sl 2.3). E o
pior é que, era justamente isto que o povo queria (Jr
5.31; Is 30.9-11).
Além de pobres, eram loucos, pois não sabiam o caminho do Senhor (ver Is 5.13; Os 4.1-3,6), nem tinham interesse de conhecer o juízo de Deus (Sf 3.4).
Por
isto é que eles foram feridos pelos leões do bosque (seus
príncipes), assolados
pelos lobos do deserto (seus juízes, cujo
objetivo é fazer com que ninguém confiasse em ninguém - Jr 5.6).
A
verdade é que eles não entendiam (e nem queriam
entender) o verdadeiro
significado de pertencer a Deus. Achavam que o fato de Deus estar no meio deles
implicava em não sofrer nenhum mal (Mq 3.11; interpretando
errado Sf 3.15,17),
quando, na verdade, o que a presença de Deus faria era lhes dar bons olhos (Mt 6.22,23),
a fim de que eles fossem salvos de ver o mal e praticá-lo.
7 - Negligência em ouvir a voz de Deus
Seriam
exterminados:
os
que deixam de andar em seguimento do SENHOR (Sf
1.6; Jr 2.17; Is 1.4),
ou seja, nem permanecem no seguimento (caminho) que Ele estabeleceu (Jo 15.9).
Isto é o contrário do que Jesus disse (Mt
16.24; Lc 9.23).
os
que não buscam o SENHOR, nem perguntam por Ele (Sf
1.6; Jr 2.13), ou
seja, não procuram a ajuda do Senhor, como Jesus ordenou (Mt 7.7; Fp 4.6).
Isto é o contrário do que Deus deseja (Is
55.1-3; Mt 11.28,29; Jo 6.44,45; Ef 4.20,21).
“Não
ouve a voz, não aceita o castigo, não confia no SENHOR, nem se aproximou do seu
Deus” (Sf 3.2). Ora, ouvir a voz de Deus é tão importante que disse
depende a fé verdadeira (Rm 10.17). Sem contar as inúmeras vezes que
somos ordenados a ouvir a VOZ de Deus (Êx
23.21,22; Dt 4.30,36; 5.24; 9.23; 26.17; 28.1,2; 30.2,20; Js 24.24; 1Sm 12.14; Jó
37.5; Sl 18.13; 46.6; 95.7; Jr 10.13; 40.3; 51.16; Dn 9.14; Jl 3.16; Jo 5.25;
10.3,4; Hb 3.7,15; 4.7; Mt 11.15; 13.9,43; Mc 4.9; Lc 14.35; Ap 2.7,11,17,29;
3.6,13,22).
8 - Falta de disposição em reconhecer Deus em todos os acontecimentos (Pv 3.5,6)
Ø
“O
SENHOR é justo, no meio dela; ele não comete iniquidade; cada manhã traz o seu
juízo à luz; nunca falta; mas o perverso não conhece a vergonha.” (Sf 3.5).
Quando o profeta diz isto, ele está dizendo:
1º - Vocês não têm motivo para serem
injustos. Afinal, vocês têm que ser exatamente aquilo que Deus é: uma vez que
Deus é santo, vocês devem ser santos (Lv
19.2; 1Pe 1.16); uma
vez que Deus é justo, vocês também devem ser justos (Dt
32.4). Inclusive, a
razão de Deus estar no meio de vocês, é justamente para fazer com que vocês
sejam aquilo que deveis ser;
2º - As punições que vocês sofreram não foi
algo injusto. Pense num pai cujos filhos estão a brigar um com o outro. Se o
pai não punir o injusto, o que está sendo oprimido se sentirá injustiçado. Mas
se o pai pune o filho injusto, este irá achar que o pai não o ama. Como punir o
injusto sem fazer algo mau contra este? Ficando mais próximo do injustiçado e
protegendo-o com sua presença (Sf 3.17).
Mas o perverso não conhece a vergonha (vs 5; Jr 3.3),
mesmo a justiça de Deus sendo trazida à luz dia a dia no meio deles e em Seu
julgamento contra as nações ímpias ao redor.
Ø
“Eu
dizia: Certamente me temerás e aceitarás a correção; e assim a sua morada não
seria destruída, conforme o que havia determinado” (Sf
3.7). Deus assim
procedeu a fim de que eles O temessem e aceitassem a correção (como ordena Lv 26.41,43), de modo que a nação deles não precisasse ser destruída,
conforme o que há muito havia sido determinado (vs
7; Lv 26.31,32; Sl 69.25; Jr 25.3-5; Mq 3.12; Lc 13.35). Inclusive, por aqui podemos ver como
Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez
18.23; 33.11), nem em
punir (2Cr 7.14; 30.9; Lm 3.33). É claro que Deus, em momento algum,
os deixaria passar sem correção (Na 1.3). Contudo Deus, pelo Seu Espírito
Santo, lhes daria todos os recursos para transformarem a realidade trazida pelo
pecado deles, bem como força e sabedoria para crescerem felizes (1Ts 1.6; 2Ts 1.4-7)
em meio à punição (ver Is 42.22-25;
43.1-5).
Todavia,
ainda assim eles não conseguiam achar lugar de arrependimento (ver Jr 8.6; Hb 12.16,17) e vergonha (Jr 6.15; 8.12). É lamentável eles não enxergarem que,
tudo que estava acontecendo com as nações (incluindo
as 10 tribos do norte),
era para que eles pudessem permanecer em paz.
Tal
como nos dias de hoje, muitas pessoas achavam que o pecado era algo normal e
inevitável, em virtude das inúmeras injustiças que permeiam a nossa sociedade.
Entretanto, uma vez que Deus envia Sua bondade e misericórdia para nos acompanhar
(Sl 23.6), traz à luz Sua justiça todas as manhãs (Sf 3.5)
e nos desperta todas as manhãs para o bem (Is
5.4; 50.4), sem jamais
falhar, então não há desculpa para pecar.
Assim
como as ordenanças do sol, lua e estrelas nunca falham (Jr 33.25)
porque Jesus as mantém, o que Ele deseja fazer em nós e através de nós também
não (Fp 1.6).
9 - Corrupção da lei jurídica
hei
de castigar os oficiais, e os filhos do rei (Sf
1.8; Os 7.7). Aqueles
que foram eleitos, para serem um exemplo de amor e justiça, estavam servindo de
guias em toda sorte de maldade. Agora se cumpriria a palavra que foi dada a
Ezequias (2Rs 20.18), confirmada pela profetiza Hulda (2Rs 22.20)
e agora complementada por Sofonias (veja o cumprimento em
2Rs 23.31,36; 2Cr 36.6; Jr 39.6; 2Rs 21.13);
todos
os que trajam vestiduras estrangeiras (Sf
1.8). O problema é
que, além de tais vestes serem caras (algo
que Deus condena – 1Tm 2.9),
muitas eram homenagem aos falsos deuses que tais nações cultuavam;
Os
seus príncipes são leões rugidores no meio dela (Sf
3.3), ou seja, que se
gabam (ver Am 3.4) a cada conquista sobre os mais pobres:
o
“Como
leão rugidor, e urso faminto, assim é o ímpio que domina sobre um povo pobre” (Pv 28.15);
o
“Ouvi
agora isto, vós, chefes da casa de Jacó, e vós, maiorais da casa de Israel, que
abominais o juízo e perverteis tudo o que é direito, edificando a Sião com
sangue e a Jerusalém com injustiça. Os seus chefes dão as sentenças por
presentes...” (Mq 3.9-11);
o
“Os
seus príncipes no meio dela são como lobos que arrebatam a presa, para
derramarem sangue, para destruírem as almas, para seguirem a avareza.” (Ez 22.27);
Os
seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para o outro dia (Sf 3.3).
Ao anoitecer é que os lobos são mais ferozes e espertos, já que passaram o dia
inteiro sem comer. A gana é tão grande que eles devoram tudo de uma vez, carne
e ossos.
o
“E os seus cavalos são mais ligeiros do que os
leopardos, e mais espertos do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros
espalham-se por toda parte; os seus cavaleiros virão de longe; voarão como
águias que se apressam a devorar.” (Hc 1.8).
III - O QUE ACONTECERÁ NO DIA DO SENHOR?
1 - Os tropeços dos ímpios farão toda a criação definhar, até que nada mais reste, senão os remidos, os quais serão preservados de modo sobrenatural pelo Senhor (2Pe 3.10-12)
Toda
a criação tropeça por causa da maldade que sai do coração de cada um (Sf 1.2,3).
“Inteiramente
consumirei tudo sobre a face da terra, diz o SENHOR. Arrebatarei os homens e os
animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os
ímpios; e exterminarei os homens de cima da terra, disse o SENHOR.” (Sf 1.2,3)
Quando Deus diz que iria consumir tudo
sobre a face da terra (vs 2), esta expressão “sobre a face da
terra” se refere, inicialmente, à terra de Judá, já que era ali que estavam os
judeus. Agora, contudo, como os judeus se espalharam por toda a terra (e a contaminou – Jr 23.15), logo, isto aplicar-se-á ao mundo todo (note que a mesma expressão ocorre em Gn 6.1,11,12; 7.22).
Deus
promete consumir:
Tudo
sobre a face da terra " O homem com todas as suas
obras, bem como todos os elementos (ver 2Pe 3.10-12), já que foram usados pelo homem (incluindo plantas – ver Êx 34.13; Dt 7.5; 12.3) em suas invenções malignas (tecnologia);
Homens
e animais, aves do céu e peixes do mar → O homem com todos os animais,
já que, por causa dele, toda carne acabou corrompendo o seu caminho (Gn 6.12)
(por exemplo, através do bestialismo);
Tropeços
junto com ímpios → O homem com tudo aquilo que ele
fez ou adquiriu para induzir as pessoas a tropeçarem na fé, ou seja, se afastarem
para longe de Deus. Tais coisas são chamadas de ídolos porque a pessoa passa a
fazer disto seu meio de obter paz e felicidade (Ez
14.3,4,7; Mt 13.41).
Nada que é resultado da maldade que há no nosso coração pode nos livrar,
alimentar, muito menos fartar a nossa alma (Ez
7.19). Note como os
ímpios são destruídos justamente por causa dos tropeços (Ec 10.8; Jó 5.13; 1Co 3.19) que eles mesmos criaram (Is
32.7).
Deus
iria, aos poucos, fazer definhar (Sl 106.15) e desfazer cada coisa criada (Sl 102.26; Is 24.1; 51.6; Hb 1.10,11), até que os homens presos a este mundo
(Mt 10.39; Ap 12.12) fossem completamente exterminados (Sf 1.3).
Tal destruição também é retratada em outras partes (Jr
9.10; Os 4.3). Mas,
por que não destrói apenas os maus? O silêncio dos “inocentes” os torna
cúmplices nas obras das trevas (Ef 5.11).
2 - Judá sofrerá tribulações a fim de perceberem que estavam desagradando a Deus e, deste modo, tivessem oportunidade de se arrependerem e converterem
“E
estenderei a minha mão contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém” (Sf 1.4).
Judá
e todos os habitantes de Jerusalém (Sf 1.4). Com certeza, a derrota de
Senaqueribe, rei da Assíria (Is 37.36-38), fez com que muitos em Judá achassem
que Jerusalém não seria invadida por estar lá o templo que eles supunham ser do
Senhor (Jr 7.4). Aqui Deus mostra que, o mesmo que Ele fez a Israel por
meio de Salmanezer, rei da Assíria (2Rs 17.3,23), faria através de Nabucodonosor, rei
de Babilônia. Como Deus começa Seu julgamento por Sua casa (1Pe 4.17; Ez 9.6)
e por aqueles que se achegam a Ele (Lv 10.3), como Jerusalém poderia escapar, ainda
mais considerando que foi a partir dos seus profetas que saiu a contaminação de
toda a terra (Jr 23.15)?
A
mão estendida do Senhor indica disciplina sobrenatural e contínua do Senhor,
até que nada mais reste, mas tudo seja destruído (ver
Is 5.25; 9.12,17,21; 23.11; Jr 6.12; 15.6; Ez 6.14; 14.9,13).
O
povo, ao invés de ficar murmurando ou tentando justificar suas más ações,
alegando que Deus não interfere nos assuntos humanos (Sf 1.12),
eles tinham mais é que se arrependerem, converterem e se submeterem a Ele,
procurando “calar” sua mente (conservá-la em paz) na presença Dele, apesar das
adversidades (ver Hc 2.20; Zc 2.13).
“Cala-te
diante do Senhor JEOVÁ, porque o dia do SENHOR está perto, porque o SENHOR
preparou o sacrifício e santificou os seus convidados.” (Sf 1.7).
Preparou
o sacrifício (Sf 1.7) é uma forma de Deus mostrar que Ele
estava prestes a vindicar Sua santidade através do derramamento do sangue
daqueles que causavam tropeço aos verdadeiros seguidores do Cordeiro (compare com Is 34.6; Ez 39.17,18; Jr 46.10; Ap 19.17). Aqui, Deus estava separando a
Babilônia para uso exclusivo Seu (Sf 1.7; Is 13.3; Jr
25.9) a fim de que
eles estivessem aptos para, tal como os sacerdotes levíticos, oferecerem o povo
eleito que se desviou em holocausto, a fim de que a Sua Palavra e Seu nome
pudessem ser novamente santificados e temidos entre as nações. Este era o dia
do Senhor e já estava perto (Is 13.6).
“Portanto,
esperai-me a mim, diz o SENHOR, no dia em que eu me levantar para o despojo...
” (Sf 1.8).
Embora
este versículo esteja sendo direcionado, a princípio, aos ímpios religiosos de
Judá, também não deixa de ser direcionado aos judeus piedosos. Tudo que Deus
promete, Ele cumpre. Contudo, há o tempo determinado (vs 3; ver Gl 6.9).
Assim, ao invés de acharmos que Deus não está vendo ou que Seu juízo está
demorando, devemos esperar por Ele, pois certamente Ele nos livrará (Pv 20.22).
Seu juízo não falhará e virá mais depressa do que podemos imaginar (Hc 2.3; Mt 24.24; Rm 9.28).
Se
parece tardar, espera-o, nem que seja dormindo (como
aconteceu com as 10 virgens - Mt 25.5; 1Ts 5.10) porque certamente virá, não tardará. (Hc 2.3; Lc 18.7,8).
Embora a ordem seja para vigiar e orar (Mt
26.41; Rm 13.12,13; 1Ts 5.6),
é melhor dormir esperando Jesus vir salvar, do que tentar vingar a si próprio (ver 1Sm 25.26,33,39).
Entretanto,
saiba reconhecer o juízo de Deus:
“...
porque o meu juízo é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles
derramar a minha indignação e todo o ardor da minha ira...” (Sf 3.8)
O
furor de Deus cai sobre aqueles que:
tentam
manter as pessoas com fel (Sl 69.24), a saber, levando a alma delas a ficar
amargurada (ver Hb 12.15);
não
conhecem a Deus, nem invocam o Seu nome (Sl
79.6);
embora
professem ser de Deus (Jr 10.25), devoram e consomem os fracos na fé (Rm 14.1; 15.1).
Quando
você vir as pessoas se ajuntando, cuidado! Nem sempre a unidade é benigna.
Hoje, por exemplo, há um empenho pelo ecumenismo político e religioso (como se vê em Ap 17.17), cujo objetivo é prejudicar a vida de milhões de pessoas.
Já notou o disseminar da desconfiança e do ódio entre os mais diversos
segmentos da sociedade? Tudo promovido pela elite global através da mídia, que
não deseja que nada dê certo na vida de ninguém, a não ser com o consentimento
e intervenção direta deles.
Observe
que o fogo do zelo do Senhor (Sf 1.18) não ilumina as densas trevas
mencionadas em Sf 1.15,16. Isto porque, quando a pessoa está presa na
apostasia, não há nada que possa iluminar-lhe, já que, em virtude de não ter
amor ao próximo (1Jo 2.9-11), ela tem prazer na mentira, por ser
esta que mantém as pessoas presas a si.
Felizmente,
tudo está no controle de Deus e o objetivo é destruir o terreno religioso (no fim dos tempos, será a terra toda, em virtude de terem ido
após à besta e ao dragão - Ap 13.3,4)
com o fogo do Seu zelo (vs 8; Zc 12.2,3; 14.2). Repare como as aves de rapina (nações pagãs)
se ajuntarão no terreno morto da religião (Mt
24.28) para serem
destruídos juntos, de modo a não escaparem nenhum. Já que elas cobiçaram tanto
a terra santa, agora esta seria a sepultura deles (Jl
3.2; Ez 38.21-23; 39.11-13).
Observe,
no entanto, que é o fogo do zelo de Deus pelo Seu povo que consome os inimigos (Sf 1.18; 2Co 10.6; Ap 3.19). Quando nos dispomos a zelar pela fé dos irmãos com o
zelo de Deus (Nm 25.11), coisas maravilhosas acontecem à nossa
volta. Ao invés de olharmos para a dor, deveríamos encarar o momento como uma
oportunidade única para consolar aqueles que estão passando pelo mesmo que nós (1Pe 5.8,9),
com o mesmo consolo que estamos recebendo de Deus (Sl
46.1; 2Co 1.3-6). É
bom lembrar que a maioria não tem tempo para nós quando tudo vai bem.
Note
como Deus se levanta para o despojo (e não para a guerra,
já que esta pertence a Ele – 1Sm 17.47). Isto lembra Davi, ao lutar contra Golias. A certeza que
ele tinha da vitória era tanta (1Sm 17.33-37) que ele só pensava na recompensa (1Sm 17.25-27).
Agindo Deus (Is 43.13; Jó 42.2), pode estar certo de que a luta só
veio porque existe um grande despojo a ser repartido (ver 2Cr 20.25; Is 33.23; 45.19).
Daí a advertência para os
ímpios:
“Portanto,
esperai-me a mim, diz o SENHOR, no dia em que eu me levantar para o despojo...
” (Sf 3.8).
Mas
por quê os ímpios deveriam esperar por Deus?
1º - “porque o meu juízo é ajuntar as nações
e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação e todo o
ardor da minha ira” (Sf 3.8). Ou seja, todo o ajuntamento não era
para aumentar os lucros formando um cartel, mas sim para destruir a congregação
do mal;
2º - “porque toda esta terra será consumida
pelo fogo do meu zelo” (Sf 3.8). Ou seja, todo o empenho deles em
adquirir riquezas e bens, no final, seria em vão (Hc
2.13), servindo apenas
para dar mais combustível para o fogo (2Pe
3.10-12);
3º - “porque, então, darei lábios puros aos
povos para que todos invoquem o nome do SENHOR, para que o sirvam com um mesmo
espírito.” (Sf 3.9). Com isto, tudo aquilo que era
malicioso deixaria de ter valor. Em outras palavras, toda a riqueza deles não
passaria de entulho (ver Is 2.20);
4º - Porque “dalém dos rios da Etiópia os
meus zelosos adoradores, a filha da minha dispersão, me trarão sacrifício” (Sf 3.10).
Ou seja, ninguém ficaria preso ao templo e suas dádivas. Em toda parte seria
possível adorar Jesus. Logo, acabaria esta história de tentar se aproveitar da
fé das pessoas para ganhar dinheiro.
Para
ser mais exato, o juízo do vs 8 é consequência do zelo de Deus para com Seu
povo, dando-lhes linguagem pura e concedendo àqueles que estão longe de
Jerusalém, a capacidade de ofertarem algo agradável a Ele. No que isto
acontecesse, todo o culto religioso se tornaria obsoleto e, aquilo que não tem
mais serventia, tem mais é que ser queimado (Hb
8.13). Em outras
palavras, o mal só se mantém perto de nós, quando insistimos em achar uma
utilidade para o mesmo, em querer que ele dê certo.
3 - Haverá muito choro pela perda dos bens deste mundo
[ “E, naquele dia, diz o SENHOR, far-se-á
ouvir uma voz de clamor desde a Porta do Peixe, e um uivo desde a segunda
parte, e grande quebranto desde os outeiros.” (Sf
1.10).
O
grande quebrantamento desde os outeiros deve-se à idolatria que acontecia
nestes lugares (ver 2Rs 16.4; 2Cr
28.4).
Quanto
à Porta do Peixe, era uma das entradas ao norte de Jerusalém (2Cr 33.14; Ne 3.3; 12.39). Assim chamava porque ali havia um mercado em que se
vendiam peixes (Ne 13.16). Infelizmente, eles estavam muito
apegados ao dinheiro, a ponto de serem identificados como nativos de Canaã (Sf 1.11).
Ao invés de modificarem a realidade da terra prometida, estavam dando
continuidade aos costumes dos antigos moradores, como se fossem descendentes
dos mesmos.
“Uivai
vós, moradores de Mactés, porque todo o povo de Canaã está arruinado, todos os
carregados de dinheiro são destruídos.” (Sf
1.11)
Daí
Deus dizer:
“Por
isso, será saqueada a sua fazenda, e assoladas as suas casas; e edificarão
casas, mas não habitarão nelas, e plantarão vinhas, mas não lhes beberão o
vinho.” (Sf 1.13).
O
trabalho deles não lhes traria proveito, já que isto foi adquirido à custa da opressão
dos outros (como, por exemplo, Is
33.14,15; Ez 18.8; Tg 5.4).
Isto já havia sido profetizado desde a época de Moisés (Dt 28.30,39),
confirmado por Amós e Miquéias (Am 5.11; Mq 6.15) e, agora, ratificado por Sofonias:
“Nem
a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do SENHOR... .” (Sf 1.18).
Não
há possibilidade de livramento quando Deus está irado (como dito em Pv 11.4)!
A destruição de tudo seria total e extremamente rápida, já que isto foi o
tropeço da iniquidade deles (Ez 7.19).
pelo
fogo do seu zelo, toda esta terra será consumida (Sf
3.8), porque
certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e
apressada. (Sf 1.18).
Mais
uma vez o profeta deixa claro que a terra com todos os seus tropeços seria
consumida, não para ajudar os perversos a terem êxito em suas perversidades (ou para lhes aliviar a consciência atormentada pela maldade que
o corrói por dentro),
mas sim por amor aos escolhidos (analise Mt 24.22; Jo
17.9).
Total
não quer dizer que todos os moradores seriam destruídos, mas sim que a
destruição seria sentida por todos (ver Jr 46.28). Deus, no zelo pelo Seu nome (Ez 20.9,14,22,44; 36.21,23), Sua Palavra (Jr 1.11,12) e Seu povo (Nm
25.11; Ap 3.19),
apressaria (e apressará) o juízo. E que ninguém pensasse que
iria escapar:
“E
há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei Jerusalém com lanternas e
castigarei os homens que estão assentados sobre as suas fezes, que dizem no seu
coração: O SENHOR não faz bem nem faz mal.” (Sf
1.12).
Deus
iria esquadrinhar com lanternas, ou seja, fazer uma “investigação minuciosa do
pecado” através de Sua Palavra (Sl 119.105), de modo que nada passasse sem
punição. Tal como a mulher da parábola pegou a candeia e investigou até achar a
dracma que se perdeu (Lc 15.8), tal como a glória dos reis é
investigar tudo (Pv 25.2), assim Deus iria, como Rei dos reis,
investigar cada canto de Jerusalém, de modo que não ficasse um princípio da Sua
Palavra sem ser confirmado, nem tampouco alguém que, prostrado escondido no
interior de uma casa (tal como acontece com
alguém dopado),
passasse desapercebido (como se deu com Israel
em Am 6.9,10).
Ele
recompensaria os que o buscam, e condenaria os que dEle se desviassem para
praticar o mal (ver Rm 2.5-11). Ou seja, ao invés dos mansos
lamentarem as tribulações, deveriam se alegrar por saber que estavam se
tornando participantes das aflições de Cristo (Fp
1.24; 3.10; Cl 1.24)
junto com os que eram de Jesus (1Ts 1.6; 2Ts 1.4-9; Hb
6.12).
Detalhe:
era costume santificar aqueles que eram convidados a participarem de um
sacrifício (1Sm 16.5).
4 - Haveria muita angústia, perturbação e apostasia, sem qualquer resposta de Deus (ver Am 8.11-13)
Em
meio a tantas injustiças, muitos desejavam o dia do Senhor (Am 8.18-20),
como se isto significasse livramento de todo sofrimento. Mal sabiam eles que o
dia do Senhor estava bem mais próximo do que imaginavam:
“O
grande dia do SENHOR está perto, está perto, e se apressa muito; amarga é a voz
do dia do SENHOR...” (Sf 1.14).
O
que eles não queriam enxergar é que, estando eles presos no mal que tanto
desejavam ver expulso, seriam vítimas do dia do Senhor, o qual estava perto e se
apressava cada vez mais o seu cumprimento (Jl
2.1,2; Rm 9.28). O
mesmo acontece hoje. A iniquidade está se multiplicando (Mt 24.12)
a fim de que a terra caia logo (Is 24.19,20) e Jesus possa dar início a Seu reino
milenar.
Isto
também serve para que todos vejam o quão prontamente dispostas estão as pessoas
para o mal, o quão rápido este se propaga, quando Deus deixa as pessoas
entregues à vontade delas (ver Sl 81.12; Rm 1.28).
Com o dia do Senhor, muito sofrimento
viria (e virá) (Is 13.6; Ez 30.2,3; Jl
1.15), já que este dia
é (vs 15,16):
? dia de indignação → em meio a tanta injustiça, é natural a população estar
revoltada;
? dia de angústia e de ânsia (como em Jr 30.7)
→ o bramido do mar e das ondas, bem como
a expectativa de tudo que sobrevirá ao mundo, fará as pessoas desmaiarem de
terror (Lc 21.25-28);
? dia de alvoroço e de desolação (como em Is 22.5)
→ a exploração por parte dos mais ricos
fará, dos mais pobres, pessoas agressivas, a ponto de não respeitarem
propriedade privada, nem qualquer direito que o próximo possa ter. O resultado
é que cada um ficará desolado na sua solidão;
? dia de trevas e de escuridão → surgirão muitos falsos profetas enganando a muitos (Mt 24.24; 2Ts 2.9,10),
tentando atrair os discípulos após si (At
20.29,30; Rm 16.17,18; Gl 4.17; Ef 4.14) a fim de dominá-los a seu bel-prazer (Cl 2.16,18).
Detalhe: o dia do Senhor é sempre referido como um dia de trevas e escuridão (Ez 30.2,3; Am 5.18-20);
? dia de nuvens e de densas trevas → muitas incertezas e preocupações farão as pessoas andarem
como cegos: apalpando (Is 59.10; Sf 1.17). Uma vez que estão mortos em seus
delitos e pecados (Ef 2.1,2), não existe uma referência certa para
aquilo que realmente é bom;
? dia de trombeta e de alarido contra as
cidades fortes e contra as torres altas (como
em Jr 4.19) → constante ameaça contra tudo que está em nosso poder e que
representa, aos olhos do mundo, força, poder, bem-estar, etc.
Detalhe:
a duplicidade de expressão confirma que a palavra vem de Deus (Hb 6.17,18)
e Ele se apressava em cumpri-la (Gn 41.32). Além de mostrar a gravidade da
situação;
“E angustiarei os homens, e eles
andarão como cegos, porque pecaram contra o SENHOR; e o seu sangue se derramará
como pó, e a sua carne, como esterco.” (Sf
1.17).
Por
terem pecado contra o Senhor (deliberadamente se
afastado Dele (vs 6) e
deturpado Suas leis (Rm 1.18,23,25), iam viver em constante angústia e
perturbação, fazendo e sofrendo o mal (Is
33.1; 2Tm 3.13; Tt 3.3),
até o sangue deles se derramar como pó (tal
como se dava nos sacrifícios antes do tabernáculo – Dt 12.16; 15.23) e sua carne, como esterco (vs 17; Jr 9.22; 16.4).
Iam andar como cegos (Dt 28.29), ou seja, incapazes de ver para onde
ir a fim de escapar do mal (quando não se confia
no nome do Senhor, não há como ficar livre do mal, já que este se alojou no
nosso coração, o qual, por algum motivo, o aceitou de bom grado – Is 50.10);
5 - Destruição total dos ímpios
Introdução
E “Exterminei as nações, as suas torres
estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe
por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não
haver quem as habite.” (Sf 3.6)
O
julgamento sobre as nações vizinhas inimigas tinha como objetivo exortar Judá,
que estava a cometer os mesmos erros, chegando a, muitas vezes, a se unirem a
elas. É triste a nação, que tinha o Deus vivo, tentar assimilar tudo quanto é
costume pagão, só para conseguir o que
jamais deveriam conseguir, a saber: se tornar uma cidade alegre, que habita
despreocupadamente e diz no seu coração: eu sou e não há outra além de mim (Sf 2.15).
Note
como todas as nações citadas, com exceção da Etiópia, não existem mais. O
detalhe é que todas elas receberam a sentença de serem totalmente desoladas, a
ponto de não restar sobreviventes, mas vir a ser ocupada por animais:
Filístia
" Gaza será desamparada, e Asquelom
assolada; Asdode ao meio-dia será expelida, e Ecrom desarraigada... Eu vos
destruirei, sem que fique sequer um habitante. E a borda do mar será de
pastagens, com cabanas para os pastores, e currais para os rebanhos (Sf 2.4-6);
Amom
e Moabe " Moabe será como Sodoma, e os filhos de
Amom como Gomorra, campo de urtigas e poços de sal, e desolação perpétua (Sf 2.9);
Nínive
" Fará de Nínive uma desolação, terra
árida como o deserto. E no meio dela se deitarão manadas, todas as feras do
campo; e alojar-se-ão nos capitéis dela tanto o pelicano como o ouriço; a voz
das aves se ouvirá nas janelas; e haverá desolação nos limiares; pois ele tem
posto a descoberto a obra de cedro... Como se tem ela tornado em desolação, em
covil de feras! Todo o que passar por ela assobiará, e meneará a mão (Sf 2.13-15).
Veja
a grandeza do amor de Deus pelos Seus: as nações inimigas sumiram do mapa,
enquanto Israel foi castigado com medida (Os
11.7-9; Jr 30.11), a
saber: embora tenha ficado sem pátria por quase 1.900 anos, nunca perdeu sua
identidade nacional em meio às outras nações.
Quanto à Etiópia, embora ainda exista,
a espada do Senhor até hoje os assola, haja visto a miséria na qual vivem seus
habitantes (Sf 2.12).
1ª amostra da destruição total: Filístia
“Porque
Gaza será desamparada, e Asquelom, assolada; Asdode ao meio-dia será
expelida, e Ecrom, desarraigada. Ai dos habitantes da borda do mar, do povo dos
quereteus! A palavra do SENHOR será contra vós, ó Canaã, terra dos filisteus, e
eu vos farei destruir, até que não haja morador. E a borda do mar será de
pastagens, com cabanas para os pastores e currais para os rebanhos.” (Sf 2.4-6)
Outros
trechos que mostram juízo sobre os filisteus (Is
14.28-32; Jr 47; Ez 25.15-17; Am 1.6-8; Zc 9.5-7).
Quem
despreza ou não faz bom uso da bênção de Deus, acabará perdendo-a.
Ao
profetizar a queda das nações inimigas na vizinhança, a ideia era mostrar para
Judá que eles não deveriam pedir ajuda aos inimigos do Senhor para resolverem
seus problemas (ver Is 30.1-3; 31.1-3), muito menos adotar seus métodos (ver 2Cr 25.15).
Aliás, a queda das 10 tribos de Israel deveria ter servido de aviso. Isto,
infelizmente, não aconteceu.
E
para mostrar o quão repentina é a vinda do Senhor para os que estão vivendo
dissolutamente (Mt 24.48-51; 1Ts 5.2;
2Pe 3.10), é mencionado
a expressão “ao meio dia”. Isto porque, nesta hora, o clima do oriente é tão
quente que as pessoas preferiam dormir (lembre-se
que a sociedade, na época, era essencialmente agrária e não havia ventilador ou
algo do gênero – veja 2Sm 4.5).
Uma operação militar, nessa hora, era impensável, sendo considerado uma
surpresa (ver Jr 6.4,5; 15.8).
Quatro
cidades filisteias foram citadas (Gaza, Asquelom, Asdode
e Ecrom). Gate não é
citada porque estava sob o poder de Judá nesta época (veja outros exemplos em Am 1.6; Zc 9.5,6; Jr 25.20). O primeiro a conquistá-la foi Davi (1Cr 18.1).
Provavelmente, ela foi reconquistada na época de Jeorão (2Cr 21.16).
Uzias, então, ataca os filisteus e quebra o muro de Gate e de Asdode, mas só
tomou posse (edificando cidades) de Asdode (2Cr
26.6). É bem provável
que depois, Gate tivesse sido reconquistada, mas Ezequias a tomou de novo (2Rs 18.8).
Porém, Asdode, em algum momento, voltou para as mãos dos filisteus.
Inclusive,
em meio a tantas perdas e ganhos, filisteus e judeus acabaram se tornando muito
íntimos, embora inimigos, em alguns momentos. Daí a influência dos filisteus
sobre os judeus, a ponto de a queda deles servir de aviso, causando-lhes
prejuízo (veja a relação dos vs 1 a 3 com o vs 4).
Os
quereteus e peleteus eram filisteus. Na época de Davi, ambos estavam a serviço
de Israel (2Sm 8.18; 20.23; 1Cr 18.17). Quereteus vem de Creta que, em
hebraico, é Caftor, de onde surgiram os filisteus (Dt
2.23; Jr 47.4; Am 9.7).
Eles ocupavam o sudoeste de Canaã (Js 13.2,3). É bem provável que ao citar “Canaã,
terra dos filisteus”, estivesse profetizando que os filisteus teriam o mesmo
destino dos antigos habitantes de Canaã.
A
única razão para eles estarem vivos até a época de Sofonias era por causa da
negligência do povo de Israel em possuir a terra que Deus lhes prometeu como
herança (Js 18.3). Quando isto acontece, a pessoa passa a correr atrás de
outras coisas ou pessoas (numa tentativa inútil
de substituir o que Deus deu por algo mais fácil e “melhor”) e a murmurar contra todos (incluindo contra Deus)
por não ter aquilo que deseja. E como os israelitas não quiseram tomar posse da
boa terra que Deus lhes deu (como se deu,
inicialmente, em Nm 13.31,32) (veja também Jz 1.19,21,23-26,28-35 e compare com
Jz 2.1,2), então eles
seriam afastados de vez dela. Este é o destino de quem não sabe dar valor ao
que Deus coloca em suas mãos, ou que faz mal uso de tais bênçãos (Is 17.2; Sf 2.14),
chegando a usá-las para levar o povo de Deus a tropeçar.
2ª amostra da destruição total: Amom e Moabe, por terem feitos, dos deuses das nações, sua renda
o “Portanto, tão certo como eu vivo, diz
o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos
de Amom, como Gomorra, campo de urtigas, e poços de sal, e assolação perpétua;
o resto do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá. O SENHOR
será terrível para eles, porque aniquilará todos os deuses da terra.” (Sf 2.9,11).
Trechos
que mostram o juízo sobre Amom (Jr 49.1-6; Ez
21.28-32; 25.1-7; Am 1.13-15; Sf 2.8-11).
Trechos
que mostram o juízo sobre Moabe (Is 15.1—16.14;
25.10-12; Jr 48; Ez 25.8-11; Am 2.1-3; Sf 2.8-11).
Observe que Deus enfatiza que Ele é o
Deus de Israel para que eles tivessem receio de fazer ou falar qualquer coisa
contra Israel (Sf 2.9). Infelizmente eles não aceitaram a
exortação. Insistiram em continuar zombando do povo do Senhor. Como punição a
terra de Moabe e Amom tornar-se-iam como Sodoma e Gomorra (Gn 19.17-29),
a saber (Sf 2.9):
Campos
de urtiga, ou seja, uma terra que será coberta de urtigas, como se alguém
tivesse pensado em cultivá-las. Esta sentença também caiu sobre Edom (Is 34.13);
Poços
de sal, como aqueles encontrados ao sul do Mar Morto, o que torna a terra ali
estéril (Jz 9.45; Sl 107.34). Detalhe: Moabe e Amom eram dois
reinos situados a leste do mar Morto (Is
16.6; Jr 48.29-30; Ez 25.1-11);
Desolação
perpétua. Já que não conseguiam valorizar aquilo que Deus lhes deu, vindo a
querer ocupar a terra de Judá, Deus lhes tiraria até a terra que era delas (o que lembra o que aconteceu com aquele que enterrou o talento
por desprezá-lo, achando que a justiça do Senhor era maior do que a excelência
do Seu dom que lhe fora dado – Mt 25.24).
Eles,
que se exaltavam invadindo o território de Judá, agora seriam escarnecidos (Sf 2.10; Sl 35.26; Ob 12), agora seriam saqueados por Judá (vs 9,10).
Note o contraste entre a mansidão de Sf 2.3 e o orgulho de Moabe (Sf 2.10; Is 16.6; Jr 48.29). Posteriormente igual sentença caiu sobre Babilônia (Is 13.19; Jr 50.40)
e Edom (Jr 49.18) pelo mesmo motivo (Is
47.8,10; Jr 49.16).
No entanto, note como a forma de Judá
possuir Moabe não é uma conquista militar, mas espiritual. Muitas vezes, pelo
fato de Deus não punir o malfeitor imediatamente, muitos achavam que Sua
justiça é igual à humana, que só pune aqueles que lhe convém. No entanto, Deus
estava trabalhando em favor do Seu povo, o que iria levar as nações adorá-lo,
cada um no seu lugar (Sf 3.9,10; Ml 1.11; Jo
4.21; 1Co 1.2; 1Tm 2.8).
Consequentemente, isto faria todos os deuses terrenos morrerem de fome (Sf 2.11).
Aqui o profeta injuria os falsos deuses como se, como homens, necessitassem da
comida e bebida que lhes era dado em oferta pelos devotos. A melhor maneira de
destruir os ímpios é eliminar a fonte que lhes dá a maldade da qual são
alimentados.
A
prosperidade de Moabe estava apoiava nos deuses de cada uma das nações (Sf 2.11).
Ou seja, a fonte de lucro dela estava firmada no culto que cada nação prestava
aos seus ídolos. No que a terra se enchesse da glória de Deus (Hc 2.14),
os falsos deuses iriam “morrer de fome” (versão
KJV e ACF), já que ninguém
mais se lembraria deles. Obviamente, isto seria terrível para Moabe (Sf 2.11).
Esta
profecia também atingia Judá diretamente, já que eles se apoiavam nas profecias
referentes ao milênio (Is 2.2; Mq 4.1,2; Zc
8.22; 14.16), onde
mostra todas as nações indo a Jerusalém para adorar Jesus e buscar Sua lei. Eles
gostavam disto, já que usavam os templos (incluindo
o que, supostamente, era para o Senhor – Jr 7.4) e seus rituais para extorquir o povo (como em 1Sm 2.13,17; Os 4.8; Am 2.8).
Ou
seja, os israelitas (em especial, os
judeus) deveriam
entender que Jerusalém só seria um centro de adoração no milênio por causa de
Jesus. Jamais foi intenção de Deus que os judeus, em si, fossem mais
privilegiados que as outras nações.
Em
outras palavras, ao punir Amon e Moabe por zombar dos judeus (por se considerarem superior a eles), Deus estava apontando para a soberba
dos judeus de se considerarem superiores aos gentios (ver At 10.28; 11.2,3; Rm 2.17-23; 3.9). Ele então mostra que até as ilhas
iriam aguardar Sua lei (Is 42.4), louvá-lO (Is
42.10,12), esperar
Nele (Is 51.5) e ouvi-lO (Is 41.1,5; 49.1).
3ª amostra da destruição total: Nínive, pois quem tenta crescer em poder para viver em delícias e sem qualquer preocupação, está sob a mira da ira de Deus.
“Estenderá
também a sua mão contra o Norte se destruirá a Assíria; e fará de Nínive uma
assolação, terra seca como o deserto. E, no meio dela, repousarão os rebanhos,
todos os animais dos povos; e alojar-se-ão nos seus capitéis assim o pelicano
como o ouriço; a voz do seu canto retinirá nas janelas, a assolação estará no
umbral, quando tiver descoberto a sua obra de cedro... Como se tornou em
assolação, em pousada de animais! Qualquer que passar por ela assobiará e
meneará a sua mão.” (Sf 2.13-15).
Trechos
que mostram o juízo sobre Nínive: Is 10.5-34; 14.24-27; Na 1—3.
Em
contraste com o que se daria na costa do mar, na região da Filístia (com largos pastos para os rebanhos), aqui predomina a caça para as feras
selvagens (Sf 2.14).
Este
trecho serve para mostrar o que acontece com aqueles que dispõem a servir a
Deus como vasos de ira (Rm 9.22). Embora a Assíria fosse a vara de Deus
para disciplinar Israel (Is 10.5), depois ela seria punida (Is 10.12).
Sua terra se tornaria uma assolação (Sf 2.13), seca como deserto (Sf 2.13).
Um lugar de repouso para todos os animais dos povos (Sf
2.14). Nas belas casas
que ali havia, o pelicano e o ouriço poderiam se alojar nos capitéis (Sf 2.14),
as aves poderiam cantar nas janelas (Sf 2.14). Até os limiares onde, outrora, se
praticavam costumes idólatras (1Sm 5.4-5; Sf 1.9), se tornariam desolados (Sf 2.14).
Uma vez que estas magníficas casas de cedro estivessem descobertas, nada
haveria que pudesse impedir os animais de se apossarem de tudo.
Enfim,
Nínive se tornaria um lugar assolado, uma pousada de animais (Sf 2.15),
em contraste com a nação forte e esplendorosa do passado (Ez 31.3),
exatamente como se daria com Babilônia (Is
13.19-22). Agora, das
pessoas que passassem por ela, algumas iriam se alegrar (Is 14.7,8; Na 3.19),
outros zombar (Is 14.4-6) e outros ficarem apavorados (Is 14.9-11; Ap 18.17-19) (Sf 2.15 – veja outros
usos da expressão “Qualquer que passar por ela assobiará e meneará a sua mão” –
Jó 27.23; Lm 2.15; Ez 27.36),
já que estavam presas no mesmo erro (Is 47.15), a saber:
“Esta
é a cidade alegre e descuidada, que dizia no seu coração: Eu sou, e não há
outra além de mim...” (Sf 2.15).
E
o detalhe é que tudo isto também iria acontecer com Edom (Jr 49.17)
e, principalmente, Judá (Jr 19.8).
Amostra de destruição parcial: Etiópia, em virtude de confiar na sombra do Egito para viver despreocupadamente
“Também
vós, ó etíopes, sereis mortos com a minha espada.” (Sf
2.12).
Isto
é o contrário do que Deus deseja (2Tm 2.3-5; compare 1Pe
1.6,7 com Ap 3.15,16).
Trechos
que mostram o juízo sobre Egito e a Etiópia (Is
18—20; Jr 46; Ez 29—32).
Havia uma ligação íntima entre Etiópia e Egito (ver
Jr 46.2-9; Ez 30.5-9),
o que faria, deles, alvo da espada do Senhor (vs
12; Is 31.1-3). Eles
confiavam tanto no poder do Egito que viviam de modo descuidado (Ez 30.9; Zc 1.15; Ap 18.7), algo que Deus abomina (Sf
2.15), já que há
muitos sofrendo (Ez 16.49; Am 6.3-6). Inclusive, é isto que irá
caracterizar os dias que antecederem a vinda de Jesus (Lc 17.26-30).
No
que Nabucodosonor invadiu e conquistou o Egito (Is
10.5; 20.4), esta
profecia se cumpriu.
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