Hc 2.9 a 2.11 -> 2º AI: Fraude e Exploração -> Sem fé a única forma encontrada pela pessoa para ficar livre do mal é se afastando dos outros através da independência financeira
Pecado: Ai daquele que ajunta em sua
casa bens mal adquiridos (lucros criminosos), para pôr em lugar alto o seu
ninho, a fim de livrar-se das garras do mal! (Hc
2.9).
Repreensão: Vergonha maquinaste para a tua
casa (Hc 2.10). Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá
do madeiramento (Hc 2.11).
Motivo do juízo
de Deus: Destruindo
tu a muitos povos, pecaste contra a tua alma. (Hc
2.10).
Quando alguém, avidamente, agarra
enormes riquezas, isto acaba servindo de peso e laço na vida dela (1Tm 6.9-11),
já que, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá; e ao que muito se
lhe confiou, muito mais se lhe pedirá (Lc
12.48). A
verdade é que a bênção só é bênção quando nosso coração está puro e reto diante
de Deus.
Entenda:
Para
quem ter o amor de Jesus no coração, o aumento das bênçãos significa um
estreitar de caminho, já que implica em mais pessoas a sua volta para ser
discipulada (amada) por ela (ver Ec 5.11);
Para
quem é ímpio, o aumento das bênçãos representa um alargar do caminho (ver Mt 7.13,14). A pessoa se sente livre para fazer o que quiser, já que,
supostamente, agora, ela não precisa de ninguém mais para viver. Antes, a
impressão que ela tem é que todos dependem dela.
Logo,
excesso de bênçãos é fatal!
O
rei de Judá, por exemplo, foi punido justamente por ter cometido o mesmo erro
do rei de Babilônia:
“Ai
daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito,
que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário
do seu trabalho.” (Jr 22.13).
Não
importa a quantidade de recursos que alguém ajunte neste mundo a fim de colocar
seu lar num lugar alto o suficiente para não ser alcançado pelo mal (ver Nm 24.21; Jr 49.16; Am 9.2; Ob 4), tal como faz a águia (Jó 39.27):
se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela (Sl 127.1).
Aliás, o próprio Deus se coloca como adversário (Jr
51.53) e o
derruba das alturas (Jr 49.16; Am 9.2; Ob 4).
A
Babilônia, infelizmente, não aprendera a lição que Deus lhe dera por ocasião da
sua criação. Mesmo com a confusão que resultou por ocasião da construção da
torre de Babel, quando, com o intuito de fazerem para si um nome que os
impedisse de serem espalhados pela face da terra (Gn
11.4), decidiram
construí-la, eles insistiram neste tipo de unidade supondo que, assim, colocariam
seu ninho no alto a fim de se livrarem do poder do mal.
Hoje,
os líderes de cada instituição religiosa tentam fazer a mesma coisa: colocar o
mundo inteiro debaixo do seu pastorado, sob o pretexto de que, ao assim fazer,
tudo irá melhorar para todos.
Todas
estas pessoas maquinam coisas vergonhosas a fim de edificarem sua casa.
Considerando que cada um colhe o que semeia (Gl
6.7-9), logo a
pessoa está, na verdade, construindo sua casa em cima de coisas vergonhosas, de
modo que sua casa se torna símbolo de vergonha.
Veja
as situações em que a pessoa peca contra a própria alma:
Destruindo
tu a muitos povos, pecaste contra a tua alma. (Hc
2.10) ->
Levando o próximo a errar. Logo, quem assim procede, está trazendo tormento
para a própria vida. É por isto que a maioria prefere “amar” os distantes
através da internet, telefone, etc.: fica mais fácil descartar sem “sofrer
prejuízo”;
Mas
o que pecar contra mim (a sabedoria divina) violentará a sua própria alma;
todos os que me odeiam amam a morte. (Pv
8.36) -> desprezar
ou violentar a Palavra de Deus e Sua sabedoria;
Como
o rugido do leão é o terror do rei; o que o provoca à ira peca contra a sua
própria alma. (Pv 20.2) -> Provocar à ira uma
autoridade.
Muitos
acham que podem fazer as coisas e ficar impunes. Contudo, mesmo se o povo de
Deus se calar, as próprias pedras testificarão a verdade (Lc 19.40).
Nada há oculto que não venha a ser revelado (Mt
10.26; Mc 4.22; Lc 12.2).
No caso em questão, as pedras e a viga mestre que a pessoa usou para construir
a casa iriam testificar contra a pessoa de que ela não construiu sua casa de
modo legítimo, mas fez uso de métodos para manipular ou coagir as pessoas a fim
de receberem delas o que desejavam (isto lembra o imposto de renda que serve
para confirmar quando a pessoa usou de dolo para possuir algo).
Devemos
deixar que as pessoas nos vistam consigo mesmas. Ou seja, cada coisa que
possuímos deve ser uma ilustração daquilo que Deus pensa, sente e deseja para
nós e através das pessoas.
O
objetivo de Deus ao envergonhar a pessoa que adquiriu bens de modo maligno é
fazer a pessoa enxergar que, ao fazer algo pelo próximo ela, antes de tudo,
está fazendo por si mesma (Hc 2.10). Mesmo que existisse lugar alto o suficiente
para manter o mal longe de nós, seria tudo inútil, pois dali teríamos que
descer para buscarmos, no mal que atormenta as pessoas, a cura para o mal que
nos consome por dentro, já que não tem condição de haver, nas pessoas, nada de
bom para nós. A verdade é que bem nenhum chegará a nós que, antes de tudo, não
venha a sair do nosso interior (ver Jo 4.13,14; 7.37-39).
Hc 2.12 a 2.14 -> 3º AI: Assassinato e Injustiça -> Sem fé iremos fundamentar a nossa vida na iniquidade e usar o sangue derramado dos outros como material do edifício da nossa vida, ou seja, fazendo do mal nosso refúgio e fortaleza (Is 28.15,17)
Pecado: Ai daquele que edifica a cidade
com sangue e a fundamenta com iniqüidade! (Hc
2.12)
Repreensão: Não vem do SENHOR dos Exércitos
que as nações labutem para o fogo e os povos se fatiguem em vão? (Hc 2.13);
Motivo do juízo
de Deus: Pois a
terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o
mar. (Hc 2.14).
Tal
como a Babilônia havia sido edificada com o espólio dos inimigos cujo sangue
foi derramado, o povo de Judá estava edificando a Sião com sangue (Jr 22.13; Ez 24.9; Mq 3.10) (Nínive
também fez o mesmo – Na 3.1).
Tanto que Nabucodonosor se gabava de ter construído Babilônia com a sua força (Dn 4.30).
Ora,
que nos aproveita fundamentar nosso lar em cima da injustiça? Qual o
significado e finalidade de tudo que optamos por ter e ser, quando isto não é
reflexo do amor que o próximo tem por nós e em nós? É curioso como que as
pessoas não percebem que inclinar a balança da justiça para seu lado é, na
verdade, se sobrecarregar de coisas mortas e se encher de trabalhos (ver Mt 11.28).
Quem se enche de vidas, se enche de descanso; quem se enche de bens, de serviço
(ver Ec 4.6).
Enquanto
Jesus veio para dar vida em abundância, ou seja, nos encher de pessoas a fim de
que pudéssemos experimentar com mais frequência Seu amor em nós (Jo 10.10),
o mercenário só pensa em matar para poder roubar suas coisas e destruir
qualquer um que pense em tirá-las de si.
Babilônia, contudo, será usada como símbolo do que acontece
com aqueles que adquirem riquezas às custas do sofrimento dos outros. Ela seria
queimada (Jr 51.58; Hc 2.13), tal como se dará no fim dos tempos (2Pe 3.10-12).
Quantas pessoas, hoje, se cansam em vão tentando conquistar para si e seus
filhos uma vida abundante e tranquila (como
o rico louco de Lc 12.16-21).
Mal conseguem usufruir do que obtiveram (Ec
5.18,19) e, no
final, os bens só servem para os herdeiros brigarem entre si e se matarem (Ec 5.13-17),
isto quando não os usam para o mal (Ec 2.18,19).
Aquele
que é bom e reto aos olhos de Deus não precisa se preocupar (como os demais – Jó 14.1,2; Mt 6.7,32), pois aos Seus amados Deus dá
enquanto dorme (Sl 127.2 - ARA). Além disso, quem gasta o
produto do seu trabalho em algo que nada tem haver com a Palavra de Deus (ver Dt 8.3; Mt 4.4), estará trabalhando pela comida que perece (o contrário de Jo 6.27), ou seja, em algo que não satisfaz (Is 55.1-3).
Além
do mais, considerando que Deus usa o sistema vigente para que todos possam ver
a grandeza da Sua Glória (Rm 3.24-26), ao invés de querermos lutar
contra ele (Is 11.9; Hc 2.14), devemos reconhecer o que Deus
quer de nós (ao invés de fazer uso de
nossa pretensa “bondade”, devemos buscar o poder de Deus, segundo o qual o
Reino de Deus é feito – 1Co 4.19,20). Lembre-se a graça
superabunda onde o pecado abunda (Rm 5.20) e que o poder de Deus se
aperfeiçoa na fraqueza (2Co 12.9,10). Logo, ao invés de nos
prendermos no “aqui e agora”, devemos estar com os olhos fixos na eternidade,
onde todo o processo começou e há de terminar, certos de que a destruição dos
tropeços juntamente com os ímpios (Sf 1.3) há de vir. Inclusive, tudo isto
muitas vezes acontece a fim de não encontramos motivo para ajuntarmos tesouros
aqui (ver Mt 6.19,20).
Você
já parou para analisar que:
Milhares
de crianças tiveram que morrer, antes que Moisés, o instrumento de Deus para
libertar Israel, viesse?
Primeiro
Deus permitiu que o povo de Canaã fizesse da terra deles uma terra que mana
leite e mel e a enchesse de maldade para, depois, enviar Israel para expulsá-la
daquela terra e herdar todo o bem da mesma?
Primeiro
Deus permite Babilônia se tornar um lugar esplendoroso e cheio de maldade para,
depois, puni-la?
Milhares
de crianças tiveram que morrer quando o Salvador veio ao mundo (Mt 2.16-18)?
Primeiro
Deus permite o anticristo dominar o mundo inteiro e torná-lo próspero (ver 1Ts 5.3)
para, depois, destruir tudo e dar início ao milênio?
Em
outras palavras, antes que a terra se encha da glória do Senhor, a destruição
vem. Daí (Hc 3.5).
Quem
fundamenta sua vida com iniquidade e a constrói com violência e morte, está se
recusando a dar espaço para a glória de Deus agir em seu favor (fundamentando sua vida na Palavra de Deus (Mt 7.24-27) e
construindo-a com pedras vivas (ver 1Co 3.12-15)). Tal pessoa fundamentou sua vida
com base na sua força e capacidade e a construiu com base nos recursos deste
mundo.
Hc 2.15 a 2.17 -> 4º AI: Orgia -> Enquanto lutamos para encontrar motivos para rir dos outros (Is 57.3,4 – daí o sucesso da mídia), a violência cometida contra o próximo vai fazendo suas vítimas. Resultado: chegará nossa vez de tomar o cálice do Senhor
Pecado: Ai daquele que dá de beber ao
seu companheiro, misturando à bebida o seu furor, e que o embebeda para lhe
contemplar as vergonhas! (Hc 2.15).
Repreensão: Serás farto de opróbrio em vez
de honra; bebe tu também e exibe a tua incircuncisão; chegará a tua vez de
tomares o cálice da mão direita do SENHOR, e ignomínia cairá sobre a tua
glória. (Hc 2.16);
Motivo do juízo
de Deus: Porque
a violência contra o Líbano te cobrirá, e a destruição que fizeste dos animais
ferozes te assombrará, por causa do sangue dos homens e da violência contra a
terra, contra a cidade e contra todos os seus moradores. (Hc 2.17).
Hoje,
a elite global usa a mídia para dá de beber a todos os povos o que vomitou da
sua boca (o que lembra Ap 12.15). Junto com a programação nojenta
das TVs, rádios, revistas, jornais, etc., eles acrescentam a sua ira contra o
povão, de modo a colocar uns contra os outros (como
João viu que aconteceria – Ap 6.4) e a terem seus desejos mais vis, cruéis e mesquinhos exacerbados.
Em
outras palavras, através da mídia, a elite global manipula as mentes, de modo a
levá-las a ver, pensar e sentir o que lhes convém e a correrem desenfreadamente
após isto, como se fosse possível alcançar o que prometem e serem felizes (1Pe 4.4).
E acreditam tanto nesta mentira que, embora adoeçam, envelheçam e saibam que,
mesmo que consigam o prometido, terão pouco tempo para usufruírem disto, ainda
assim insistem até se acabarem por completo (e levando consigo todos os que
estão por perto).
Com
relação à Babilônia, toda sua ideologia política, jurídica, religiosa e de
guerra (baseados na ira) deixou as demais nações tão
embriagadas (foras de si, alienadas
quanto à verdade)
que até hoje os mesmos são seguidos meticulosamente. Note como a Grande
Babilônia deu a beber todas as nações do vinho do furor da sua prostituição (Ap 18.3):
Vinho
para tirar a consciência;
Furor
de uns contra os outros, de modo que cada um se espanta do seu próximo (Is 3.5; 13.8; 19.2);
Prostituição,
ou seja, corrupção de identidade.
Não
é em vão que o sistema político-religioso atual recebeu este nome.
Aqui,
Jerusalém bebeu o cálice do furor do Senhor oferecido, primeiro pela Assíria e
depois pela Babilônia (Is 57.11). No entanto, todos que fazem o
povo do Senhor beber o cálice do vinho do furor, no final, serão como se nunca
tivessem existido (Ob 16). É isto que Deus quis dizer ao
falar que “dormirão um sono perpétuo” (Jr
51.57) e “não
tornareis mais a levantar-vos” (aqui se referindo a
várias nações, incluindo Babilônia - Jr 25.27).
Isto
lembra o que se deu com Noé. Ao se embriagar, ele ficou completamente nu em sua
tenda e Cam, por isto, viu a nudez de seu pai (Gn
9.22). Se
pensarmos que conhecer é sinônimo de casamento (ver
Gn 4.1), que por
sua vez é tratado na bíblia como descobrir a nudez da pessoa (Lv 18.7-17),
logo podemos encarar este ato de dar de beber para contemplar a nudez (Hc 2.15)
como o desejo de tal pessoa em fazer como as filhas do Ló fizeram: embebedaram
o pai para conhecê-lo, ou seja, ter relação sexual com ele (Gn 19.31-35)
ou, se preferir, se ligarem a ele a fim de obterem, para si, algo que lhes
preencha.
É
bom lembrar que nem mesmo o amor deve ser forçado, mesmo porque o que é nascido
da carne é carne (Jo 1.13; 3.6). Quando algo na nossa vida não é nascido de
Deus, começa a nos perseguir como acontecer com Ismael, o filho nascido da
vontade da carne (Gl 4.29,30), confirmando que bênção verdadeira é apenas
aquela que é nascida de Deus (Tg 1.16,17).
Isto,
sem contar que em Israel era comum algo semelhante:
Ø
“E,
no dia do nosso rei, os príncipes se tornaram doentes com a excitação do vinho;
ele estendeu a sua mão com os escarnecedores.” (Os
7.5);
Ø
“Suspirando
pelo pó da terra, sobre a cabeça dos pobres, pervertem o caminho dos mansos; e
um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo
nome. E se deitam junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas, e na
casa dos seus deuses bebem o vinho dos que tinham multado.” (Am 2.7,8).
Note a prostituição sendo ligada à idolatra e
bebedice, algo comum nos cultos pagãos.
Em virtude de a Babilônia ter embebedado nações (lhes enchido de ódio, de modo
que decidiram descartar uns aos outros e valorizar apenas bens e serviços
materiais) agora ela iria se fartar, mas de ignomínia. Como se não
bastasse a insaciabilidade que toma conta daqueles que se afastam do Senhor,
eles passariam a correr apenas atrás de coisas sem proveito, que só vão
consumindo nossa energia, tempo, recursos, etc.
Ignomínia cai sobre a nossa glória, de modo que
passamos a ser conhecidos pelas coisas vergonhosas que fazemos, dizemos, etc.
Todavia, para que ninguém perceba aquilo em que se tornaram, tentam distorcer
os conceitos e valores da sociedade (Is 5.20; Lv 10.10; Ez 22.16; 42.20; 44.23), de modo
que, não só possam ser aceitos do jeito que eles se tornaram, mas até sejam
exaltados por isto (Hc 2.15). E o pior: a cauterização da consciência
foi tal que as pessoas não conseguem nem sequer ver a possibilidade de um modo
de vida completamente diferente.
Quando alguém peca diante de Deus (Os 4.7), seja
introduzindo falsos deuses na presença Dele (Êx 20.3), prevaricando e mentindo contra
o Senhor (Is 59.13)
ou concebendo e proferindo no coração palavras de falsidade (ver Sl 15.3), a
tendência de pessoa é se tornar como se fosse incircunciso (Hc 2.16).
Vem a questão: mas os babilônios não eram
incircuncisos? Ninguém pode voltar a ser aquilo que já é. No entanto, quando a
pessoa está vestida, não é possível diferenciar o circunciso do incircunciso.
Como, todavia, a Babilônia ficaria despida, então agora todos veriam claramente
que eles não tinham aliança com Deus (Gn 17.10-14). Serviam a Deus, mas sem qualquer
aliança com Ele, tal como as 5 virgens néscias (Mt 25.12) e os obreiros da
iniquidade (Mt 7.21-23; Lc 13.23-28) que serviam a Deus, não porque O amavam a
ponto de tê-lo como sua única alegria (Hc 3.18), mas porque viam nele a
garantia de seus interesses físicos e emocionais.
É bom lembrar que Ninrode, que deu origem à
Babilônia, era caçador valente diante do Senhor (Gn 10.9,10). Ou seja, ele não apenas
desobedeceu às leis, mas fez isto na presença Dele. Ou seja, tentou incentivar
as pessoas a cultuarem a Deus, mas do jeito dele (ver Gn 11.4).
Para ser mais exato: Babilônia tinha uma aparência
de ser alguém que servia a Deus (haja visto as ordens outrora dadas por Nabucodosor e Dario no
que tange a prestar culto a Deus – Dn 3.29; 6.26). Lembre-se que os
babilônios pediam aos judeus que lhes cantassem algumas das canções de Sião (Sl 137.3). Embora
isto aconteceu depois de Judá ir para cativeiro, isto mostra que eles não
tinham dificuldade nenhuma em glorificar o Deus verdadeiro. Talvez seja por
isto que os judeus pensaram em curar Babilônia (Jr 51.9).
Logo, Babilônia é conhecida, não como um lugar onde
se adora falsos deuses, mas, antes de tudo, um lugar que adora o Deus
verdadeiro, mas do jeito deles, tentando convencer Deus a lhes darem condições e
permissão para se colocarem no lugar Dele. Aliás, é assim que funciona em um
emprego. Os funcionários são contratados pelo patrão para se colocarem no lugar
dele, de modo a obter o que deseja dos clientes, mas sem ter contato com eles.
Finalmente, chegaria o dia em que toda a honra da
Babilônia seria transformada em desonra (Hc 2.16; como se deu também com Nínive – Na 3.5), já
que todas as nossas justiças são trapos de imundície (Is 64.6). Ao invés de querermos ocupar o
lugar do Criador, devemos deixar que Ele nos use para agregar as pessoas
diretamente a Si.
Quando chega o momento de a pessoa beber a taça do
julgamento do Senhor, não há quem escape (ver Jr 25.15-17; Sl 75.8; Ez 23.32-34; Lm 4.21).
Mesmo se a pessoa não quiser (Jr 25.28), será tomada de tremor e loucura (Jr 25.16). As
próprias nações que caíram na cova por ela aberta (Pv 26.27), agora se voltariam contra ela
com deboche (Is 14.4-11).
Isto não é tudo! Tudo aquilo que a Babilônia tragou
dos outros, agora seria obrigada a vomitar (ver Pv 23.8; Jr 17.11). Isto lembra o peixe que
tragou Jonas (Jn 2.10)
e o peixe que Pedro fisgou (Mt 17.27): no final, ficariam sem aquilo que
tragaram, já que tais coisas não foram feitas para eles. E o pior é que, na
maioria das vezes, a pessoa acaba perdendo até o que tinha antes (o peixe de Pedro, por exemplo, talvez
tenha perdido a vida).
No caso da Babilônia, em virtude de toda a
violência cometida contra as nações de um modo geral (Hc 2.8) e, em particular, contra Israel,
agora ela seria coberta de violência, ou seja, esmagada por esta. Detalhe: em
virtude de muitas casas e o templo terem sido construídas com cedro do Líbano,
muitas vezes Jerusalém era chamada de Líbano (Is 37.24; Jr 22.23; Ez 17.3,12).
O que os babilônios não conseguiam perceber é que,
ao destruirem várias nações, eles destruíram também os inimigos mortais de
povos cruéis como os Medos e Persas, dando-lhes condições de se procriarem (tal como se dá no reino animal
quando uma espécie é extinta: todos os que eram devorados por esta espécie
agora podem se multiplicar indiscriminadamente) e então,
conquistarem Babilônia.
Assim também, quando nós, por dó de alguém,
decidimos livrá-la dos problemas sem a ministração direta do próprio Jesus,
damos espaço para ela crescer ainda mais na maldade que há dentro de si (ver Êx 23.29).
Enfim, quando extorquimos as pessoas, as livramos
das preocupações e responsabilidades que vem com a riqueza (ver Ec 2.26; 1Tm 6.9-11), deixando-as
livres para aterrorizarem a todos com suas ideias e desejos macabros.
Hc 2.18 a 2.20 -> 5º AI: Idolatria -> Sem fé oração vira feitiçaria. A pessoa multiplica sua queixa diante de Deus, tentando induzi-lo a mudar coisas e pessoas a seu favor (sem qualquer preocupação acerca do efeito que tal pedido trará na vida do próximo), ao invés de se dispor a ouvi-lO para fazer Sua vontade
Pecado: Ai daquele que diz à madeira:
Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo ensinar? Eis que está coberto de
ouro e de prata, mas, no seu interior, não há fôlego nenhum. (Hc 2.19)
Repreensão: Que aproveita o ídolo, visto
que o seu artífice o esculpiu? E a imagem de fundição, mestra de mentiras, para
que o artífice confie na obra, fazendo ídolos mudos? (Hc 2.18);
Motivo do juízo
de Deus: O
SENHOR, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra. (Hc 2.20).
Quando
as consequências (maldições, condenações) dos seus pecados vier (como mostrado acima), que proveito o ídolo poderia ter? (Hc 2.18).
(é bom lembrar que a palavra “ai” é usada para
introduzir um juízo – ver Is 5.8-23; 10.1; 28.1; Am 5.7,18; 6.1; Lc 6.24-26).
Ela
foi feita segundo a imaginação de um dado artífice (Sl
115.4-8; 135.15-18; Is 44.9-20; Jr 10.3-11,14-16). Só serve para deixar as pessoas
cansadas e sobrecarregadas (associe Is 46.1,2 com Mt
11.28). Acaso o
ídolo pode ensinar o que fazer em meio às lutas? É lógico que não! Trata-se de
ídolos mudos (Hc 2.18) nos quais não há fôlego nenhum (Hc 2.19).
Por fora podia até ter bela aparência (como
a igreja de Sardes – Ap 3.1),
mas a única coisa que ela podia fazer era dar ocasião aos mestres sem
escrúpulos para enganarem mais facilmente àqueles que estavam carregados de
pecados (Jr 10.8,14; Zc 10.2). As testemunhas destes ídolos
nada viam para que fossem envergonhados (Is
44.9).
A
única lição que os ídolos podiam passar era a confirmação de que eles, por si
mesmos, nada eram (1Co 10.19,20), servindo apenas de ocasião para
que espíritos imundos enganassem aqueles que tinham prazer na mentira e na
iniquidade (2Ts 2.10-12).
O
verdadeiro Deus, porém, só pode ser achado no Seu santo templo (ver Sl 11.4),
a saber, aqueles que têm coração contrito e quebrantado e que tremem diante da
Sua Palavra e temem diante Dele (Is 57.15; 66.2; 1Co 3.16;
6.19; 2Co 6.16).
Seu lugar (Is 26.21) é o coração daqueles que servem para preservar Sua santidade
(Jn 2.7; Mq 1.2).
Ele
não se esconde atrás de coisas ou pessoas, mas se manifesta através daqueles
que dão espaço para isto em suas vidas, enchendo e cumprindo tudo em todos (Ef 1.23; 4.10), dando-lhes exatamente o que precisam para aquilo que foram
feitos (At 14.17; 17.25-28; 1Tm 6.17).
Enquanto
os idólatras precisavam fazer força (em vão, é claro) para despertar os falsos deuses (Hc 2.19),
diante do verdadeiro Deus ninguém precisava se precipitar a proferir palavras (Jó 40.4; Ec 5.1-3; Mt 6.8,32; Hc 2.20), pois no momento certo Ele “sai”
da Sua morada (Is 26.21; Zc 2.13) para exercer o juízo (Sl 76.8; Sf 1.7).
Embora
haja, em alguns lugares, pessoas clamando a Deus, os mesmos são vãos (1Tm 6.20)
e até alvo da ira de Deus (Gn 18.20,21; 19.13), já que os mesmos revelam
incredulidade e até arrogância por parte do ser humano que quer ensinar a Deus
como agir (Is 45.9,10), quando o correto é ter por bem o castigo da iniquidade (Lv 26.41),
regozijar e dar graças a Ele em tudo (Fp
4.4; 1Ts 5.16,18)
e procurar entender Seus caminhos (Ef 5.16,17) e reconhecê-lO neles (Pv 3.5,6).
Inclusive,
note a associação entre a terra toda se enchendo de violência (Gn 6.11)
e o fim de toda carne chegando até Deus (Gn
6.13 – obviamente, através da oração). Tanto que a ordem é esperarmos pela salvação do Senhor em
silêncio (Lm 3.25,26).
Ou
seja, oração não é ficar dizendo um monte de palavras para tentar convencer
Deus, mas sim se prontificar para ouvir o que Ele tem a dizer. É bom lembrar
que qualquer coisa que Deus fizer na nossa vida irá afetar, direta ou
indiretamente, a vida do próximo. Não existe nenhum evento isolado na história.
Daí zelar até mesmo por um simples fio de cabelo da nossa cabeça (Mt 10.30; Lc 12.7; 21.18).
IV – Habacuque 3.1 a 3.19 -> A FÉ LEVA A PESSOA A COMPREENDER TUDO QUE DEUS FEZ NO PASSADO E A ENXERGAR SEU PODER AGINDO NO PRESENTE NO SENTIDO DE CONDUZIR À VERDADEIRA ALEGRIA
Introdução
Após
Habacuque ouvir a resposta de Deus, ele é conduzido pelo Espírito Santo a
lembrar de todos os feitos do Senhor no passado e, obviamente, a grandeza do
Seu poder em fazer valer Sua Palavra (Jr 1.11,12). A partir daí, ele percebe que o importante não é a
gravidade das circunstâncias, mas sim a postura de cada um para com Deus.
Assim
como Deus operou grandes livramentos quando Seu povo se converteu ao Senhor, se
eles novamente se arrependessem, Deus curaria a ferida que Ele mesmo fez (Jó 5.18). E mesmo que isto não
acontecesse, ele poderia muito bem crescer e ser veloz e alegre na fé (Hc 3.19) se Ele se agradasse do Senhor (Sl 37.4).
Hc 3.1 a 3.2 -> Sem fé a pessoa não teme a Palavra de Deus e nem se importa de ficar sem experimentar o mover de Deus em sua vida, preferindo acreditar que é melhor se conformar com o mal em sua vida do que buscar ser a boa pessoa que Jesus deseja para si
“Oração
do profeta Habacuque sobre Sigionote” (Hc
3.1).
Considerando
que o Salmo 7 também é escrito de igual
modo (Sigionote), é bem provável que isto implica em anunciar o julgamento de
Deus pelos pecados através de um canto triste. É bem verdade que oração é o
termo usado para descrever o relacionamento íntimo entre o Senhor e Sua Noiva.
Entretanto, aqui, a palavra oração é usada para descrever o que Habacuque
passou a enxergar após a resposta que Deus deu aos seus questionamentos.
Ele
começa o cântico se dirigindo a Deus:
“Ouvi,
SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no
meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.” (Hc 3.2).
Ao
ouvir a Palavra de Deus, o temor que tomou conta dele foi tão grande que:
“Ouvindo-o
eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a
podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim...” (Hc 3.16).
O
modo que Deus usaria para repreender os judeus e destruir os inimigos parecia
duro demais. Ele compreendeu que qualquer julgamento contra as pessoas, de uma
forma ou de outra, atinge a todos direta ou indiretamente. Por isto Habacuque
temeu: ele viu os males que haveriam de vir em virtude do julgamento de Deus (por exemplo, os citados em Hc 3.17). Daí ele pedir a Deus para, na
Sua ira, se lembrar da Sua misericórdia (Is
54.8; Hc 3.2).
Infelizmente, com a industrialização, o ser
humano se tornou apenas uma dentre as muitas engrenagens que movem suas
fábricas, podendo ser descartada com facilidade. O relacionamento entre
patrão-empregado deixou de existir, de modo que o patrão quer receber sem
precisar ter contato com o empregado. Note como é muito fácil as pessoas
mudarem de cônjuge, amizade, etc. Qualquer coisinha é motivo para desprezar o
próximo. Contudo, quando acontece alguma coisa com alguém próximo a nós, pode
ter certeza que algo vai mudar. O problema é que já ficamos tão domesticados
para os males da vida (como em Os 10.11) que passamos a considerá-los
como normais (como se o que Jesus disse
em Jo 10.10 fosse mentira).
É
por isto que Habacuque pede a Deus para avivar Sua obra (Hc 3.2).
Mas o que exatamente isto significa?
1º - Executar Seu julgamento sobre os
inimigos, a saber, aqueles que os impede de cultuar a Deus de modo correto (Sl 90.16,17; Is 51.9,10);
2º - fazer Seu povo, que é considerado
obra de Suas mãos (Is 43.1; 45.11), reviver (Sl 85.6)
e ser usado para demonstrar Seu poder, sabedoria e bondade;
3º - Não permitir que Suas promessas
livramento caíssem no esquecimento, mas ganhassem nova vida através da execução
da mesma.
Quanto
ao pedido de Habacuque para o Senhor avivar e fazer conhecida a Sua obra no
meio dos anos (Hc 2.3), uma expressão semelhante
aparece em Daniel: “na metade da semana” (Dn
9.27). É no meio
da semana que o anticristo rompe o acordo que tinha feito com Israel.
Todavia,
ao pedir avivamento “no meio dos anos”, Habacuque estava pedindo que Deus
operasse novamente, de modo que o intervalo entre um ponto da manifestação do
poder de Deus e outro diminuísse. Na verdade, a ideia é que o povo pudesse
enxergar, nas pequenas coisas, os feitos de Deus e, com isto, sentissem Deus
continuamente perto deles, de modo que nunca desistissem de serem tomados pela
bondade e misericórdia de Deus (Sl 23.6).
Hc 3.3 a 3.7 -> Sem fé jamais poderemos conhecer a Escritura Sagrada e o poder de Deus (Mc 12.24). Isto nos fará crescer sim, mas no erro (Mc 12.27), o que trará grande prejuízo (Mt 7.24-27)
Seir,
Sinai e Parã são regiões adjacentes uma à outra e, em particular, associadas
juntas com respeito à dádiva da lei de Deus (Dt
33.2). O SENHOR
vem da região do Sinai, onde Ele se revelou ao seu povo e lhe deu a conhecer a
sua Lei (Dt 33.2; Jz 5.4-5; Sl 68.7-8).
Temã
foi um dos netos de Esaú (também chamado Edom que
habitou no monte Seir – Gn 32.3), o qual, mais adiante se tornou príncipe (Gn 36.11,15,42; 1Cr 1.36,52) e uma das cidades mais importantes do território de Esaú (Jr 49.20; Ez 25.13; Am 1.12; Ob 9), sendo um lugar conhecido por
sua sabedoria (Jr 49.7). Edom era ferrenho inimigo de
Israel e uma das características fundamentais foi o fato de eles não auxiliarem
Israel quando eles saíram do Egito (Nm 20.14-21). Contudo, ao dificultar a vida
de Israel, a única coisa que Edom conseguiu foi complicar mais a vida deles,
cujo coração foi ficando cada vez mais endurecido (Am
1.11) a ponto de
ser conhecido como “termo de impiedade, e povo contra quem o SENHOR está irado
para sempre” (Ml 1.4). Em contrapartida, Deus proveu
tudo que Israel realmente precisava com Sua presença (ver Is 48.21; Jr 2.2).
Também
lembra a ocasião em que Débora e Baraque derrotaram Jabim, rei de Canaã (Jz 5.4).
Deus se moveu desde a divisa entre Israel e Edom até o campo de batalha,
fazendo a terra estremecer e os céus gotejarem águas (Jz 5.4),
fazendo os 900 carros de ferros de Jabim atolarem (Jz
5.20-22).
Inclusive, é por isto que diz que Deus tem seu caminho na tormenta e na
tempestade (Na 1.3): embora tal situação pudesse
parecer desconforto para muitos do exército de Israel, ali estava o caminho de
Deus para livrar Israel.
De
igual modo, o desconforto causado pela presença do Mar Vermelho não procedia,
já que foi este o instrumento que Deus usou para afogar os egípcios.
Sinai
foi o lugar onde os hebreus viram e ouviram pessoalmente a Deus e receberam Sua
lei (Nm 10.12).
Parã
foi o lugar onde o povo de Israel acampou após sair do Sinai, quando estava
prestes a tomar posse da terra de Canaã. Ao dizer que o Santo veio de Parã,
está relembrando a ocasião em que Moisés enviou os espias, os quais falaram mal
da terra prometida (Nm 10.12; 12.16; 13.3,26) e Deus, então, aproveitou para
revelar ainda mais Sua santidade aos hebreus. Para ser mais exato: ao
repreender Israel, dizendo que apenas Josué e Calebe entrariam na terra
prometida, Deus estava mostrando que apenas sendo separado para uso exclusivo
Dele seria possível não murmurar diante das lutas, mas ser capaz de reconhecer
Deus em meio a tudo (Pv 3.5,6) e estar disposto a ser usado
pela Sua glória para herdar o que Ele lhes prometeu (Gl
4.1-3).
Como
Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre (Hb 13.8), então Habacuque lembra o que
Deus fez por Israel quando eles foram conduzidos para fora da terra do Egito a
fim de que a fé de todos tomasse um novo alento. Assim como Deus, com Sua nuvem
e glória, conduziu Israel até entrarem em Canaã, agora esta glória iria cobrir
os céus e fazer a terra se encher do Seu louvor (Hc
3.3) como as
águas cobrem o mar (Hc 2.14). Ou seja, a partir de então,
Deus não iria operar apenas em um lugar, mas onde quer que houvesse alguém que
se entregasse a Ele (Jo 4.21).
Selá
era um termo musical que indicava uma pausa para as pessoas pensarem e refletirem.
Aqui, em particular, servia para preparar a mente para contemplar a gloriosa
descrição da forma usada pelo Senhor se manifestar:
A sua glória cobriu os céus, e a
terra encheu-se do seu louvor (Hc 3.3)
"
No que Deus mostra Seu poder nos céus, tal como se deu na época do dilúvio (Gn 7.11), do êxodo dos hebreus (Êx 40.35-38), de Débora e Baraque (Jz 5.4) ou ao abrir a janela dos céus (Is 24.1 ; Ml 3.1), a terra se regozija pelo
livramento que Deus deu ao seu povo (ver Pv 28.15;
29.2; Is 43.20; Rm 8.19-22).
E
o seu resplendor é como a luz (Hc 3.4) " lembra a luz do sol,
a qual não é possível olhar diretamente para ela (Jó 37.21) a qual, como a luz da aurora,
vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18).
da sua mão saem raios brilhantes, e ali está o
esconderijo da sua força.” (Hc 3.4) " Quando Deus
manifesta Seu poder (Sua mão), a luz do Seu caráter é tão intensa que
acaba agindo como um véu, nos cegando. Por exemplo, quando Moisés desceu com as
tábuas da lei, a pele do seu rosto resplandecia, o que deixou os filhos de
Israel amedrontados (Êx 34.29,30,35).
Inclusive, a mente contaminada leva, muitas vezes, a
acharmos que Deus nos abandonou (como aconteceu como Davi – Sl 22.1). Daí comparar a
luz de Deus como Sua coberta (Sl 104.2), pois tal como a luz forte nos impede de
ver até mesmo o rosto de uma pessoa, a intensidade da revelação de Deus pode
até mesmo nos impedir de conhecê-lO melhor (daí Jo 16.12), já que a Sua presença é como um fogo
consumidor (Êx 24.17; Sl
18.8).
Por isto é que muitas vezes se esconde nas trevas (Is 45.15,17): para
que as pessoas não sejam destruídas pela Sua santidade (Êx 33.3) e também para que as pessoas
que, infelizmente, se assentaram na região da sombra da morte possam
encontrá-lO (Is 9.1,2; Mt
4.15,16).
Todavia, urge salientar que Deus não se revela a todos, mas
apenas aos eleitos. Isto assim é para que eles não sejam conhecidos nem
discernidos pelo mundo (1Co 2.15), mas escondidos de toda maldade (Sl 31.20).
É a partir do agir de Deus (Sua mão) que a verdadeira luz e
força podem ser contempladas;
“Adiante
dele vai a peste, e por detrás a praga ardente.” (Hc 3.5). Se por um lado a vinda de Deus é
motivo de júbilo para os servos de Deus, para aqueles que não O ama, é causa de
terrível destruição (peste, por exemplo – Dt 32.24; 1Sm 5.9,11; Sl 91.6).
Inclusive, o termo “por detrás” lembra um servo seguindo seu senhor para
servi-lo (veja, por
exemplo, Jz 4.10) “adiante” traz à memória um arauto apregoando a
aproximação de alguém importante. Ou seja, a praga ardente (bem como o dia da calamidade – Pv 16.4)
está a serviço de Jesus e a peste, anunciando Sua chegada;
Ele
pára e mede a terra; olha, e faz separar-se as nações. (Hc 3.6). É Deus quem determina os limites
da habitação de cada um (At 17.26). Para isto Ele podia usar artifícios, como
confundir as línguas (Gn 11.9) ou fazer abalar a terra para separar
continentes (Gn 10.25).
E para ilustrar que Deus não faz de qualquer jeito, é dito que Ele para a fim
de se dedicar a medir com precisão.
Espalham-se
os montes eternos, abatem-se os outeiros perpétuos; os seus caminhos são como
desde os dias antigos. (Hc 3.6). A ideia é que apenas aquilo que é de Deus
permaneça eternamente (Ec 3.14). Montes e outeiros que, aparentemente,
conservam seu lugar e forma desde a fundação do mundo, devem vir abaixo para
que prevaleça apenas a confiança em Deus.
Além disto, a mudança daquilo que parece ser inabalável (ver Hb 12.25-27)
serve para nos mostrar que não há obstáculo que seja grande e forte o
suficiente para impedir Seus planos na nossa vida. Deus não cria nada que
esteja acima Dele ou do Seu poder (ver Gn 49.26; Am 4.13); antes, tais montes se
derretem ante Sua presença (Mq 1.3,4).
Inclusive, por aqui se vê que há coração mais duro do que
as mais grandiosas montanhas, sendo capazes até de se levantarem em rebeldia
contra Ele (Na 1.5).
O fato de os caminhos de Deus serem como nos dias antigos
também mostra que o mesmo Deus que operou outrora a favor deles e continuaria a
operar.
“Vejo
as tendas de Cusã em aflição; tremem as cortinas da terra de Midiã.” (Hc 3.7). Há quem diga
que Cusã é “Cuxe-ã” (para relacionar com “Midi-ã”). Para justificar isto,
alegam que a esposa de Moisés (Zípora, de Midiã – Êx 2.21) era considerada cusita (Nm 12.1).
Outros consideram que Cusã se refere a Cusã-Risataim, rei
da Mesopotâmia, que oprimiu a Israel (Jz 3.8), mas que foi subjugado por Deus através
Otniel (Jz 3.9,10).
Já Midiã refere-se à ocasião que Deus, por meio de Gideão, livrou Israel (Jz 6.1-7,25).
Seja como for, uma coisa é certa: quando Deus manifesta Seu
poder, tanto os que estão perto, como os que estão longe tremem (ver Is 33.13), como
se vê na canção de Miriã (Êx 15.14-16). Detalhe: como esta mulher poderia
saber, naquela ocasião, o que estava se passando no coração das nações em volta
e mesmo nas que estavam mais distante?
No caso em particular dos midianitas, em virtude de eles
terem afligido o povo de Israel com suas vaidades e enganos (em virtude de induzir eles a se afastarem
eles daquilo que realmente é bom), agora eles seriam afligidos (Nm 25.17,18).
Quanto ao fato de Deus mencionar “tendas e cortinas” (Hc 3.7) é um contraste
com os montes e outeiros aparentemente imutáveis (Hc 3.6). É Deus mostrando, não importa se
algo é grande ou frágil, fixo ou móvel: Deus faz tremer e coloca abaixo aquilo
que nada tem haver com Seu santo nome.
Hc 3.8 a 3.15 -> Sem fé não poderemos enxergar os atos de salvação de Deus
Os
fenômenos que Deus usaria para livrar Seu povo seria semelhante ao que ocorreu
quando Israel saia do Egito e por ocasião da conquista de Canaã. Veja uma amostra
dos modos de Deus salvar Seu povo:
“Acaso,
é contra os rios, SENHOR, que estás irado? É contra os ribeiros a tua ira ou
contra o mar, o teu furor, já que andas montado nos teus cavalos, nos teus
carros de vitória?” (Hc 3.8) " Em contraste com os carros de
faraó que foram submersos pelo Mar Vermelho (Êx
14.7,9,22,23,25-28; 15.3-8,19), os “carros e cavalos” de Deus são sempre vitoriosos,
passando no meio das águas.
No que
Deus separou as águas do Mar Vermelho e fez com que as águas do Jordão (Sl 114.3,5)
que vinham de cima parassem e se levantassem num montão diante da arca da
aliança (Js 3.13,16; 4.7), Ele, na verdade, estava dando
livramento ao povo eleito Dele (Dt 33.26,27; Sl 68.4; Is
19.1). Contudo,
aos olhos mundanos, a impressão é que Deus estava irado contra as águas.
Vem a
questão: se o pó da terra (Jó 38.25-27), as águas, as estrelas (Sl 147.4),
o fogo, a saraiva, a neve, os vapores e
o vento tempestuoso não possuem vida, como podem ouvir e executar a Palavra de
Deus (Sl 148.8) e sentir o impacto do Seu poder?
Isto,
contudo, serve para mostrar a todos o quão obstinada pode ser a resistência do
homem à verdade de Deus (Rm 1.18).
“O
teu arco está de todo descoberto; palavra firme são os juramentos feitos às
tribos. (Selá)
Fendes a terra com rios.” (Hc 3.9).
Deus retirou o seu arco da cobertura (o
que lembra Quir descobrindo os escudos – Is 22.7), ou seja:
o
se
prontificou a falar com Israel e anunciar promessas com juramentos, a fim de
que Israel ficasse duplamente seguro (Hb
6.16-18) e não
se desviasse após o pecado;
o
relembrou
os juramentos feitos outrora às tribos de Israel (Sl
77.8; Lc 1.73,74)
e novamente iria confirmar as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó, de modo
que Seu povo percebesse que Suas promessas não estavam limitadas a um dado
período de tempo, mas haveria de acompanhar toda a existência deles.
O fato de citar “tribos” mostra
que a promessa e a salvação de Deus é individual, ao invés de coletiva. Já
pensou no motivo de Jesus se mostrar presente onde estiverem apenas 2 ou 3 (Mt 18.20)?
Justamente porque Ele não quer falar à distância, mas pessoalmente no coração
de cada pessoa, dentro da realidade dela. Não é Deus falando à distância e cada
um tentando tirar proveito para si, como se dá no sistema religioso. Note como
isto, por si só, já induz a pessoa ao egoísmo (o correto era cada um partilhar
a Palavra de Deus e o Espírito Santo – ver Lc 22.19; Rm 1.11; 1Co 14.26).
Deus fende a terra com rios,
tanto para dar de beber a Seu povo (Êx 17.6; Nm 20.10,11; Sl
78.15,16; 105.4; 114.8),
como para fazer do deserto um lugar de muitas águas (Is
40.17,18) ou
para aterrorizar (Js 6.1) e destruir os inimigos.
Os
montes te vêem e ficam amedrontados (Hc 3.10; Sl 114.4,6,7). Isto aqui é uma referência à
ocasião em que o Monte Sinai treme diante da presença viva de Deus (Êx 19.16,18).
Passam
torrentes de água (Hc 3.10). Refere-se à ocasião em que
Débora e Baraque foram libertos de Jabim, rei de Canaã. Deus manda chuva
abundante que faz o ribeiro de Quisom transbordar, de modo que os cavalos e
carros de Jabim ficam atolados (Jz 5.4,5,20-22). Deus tem Seu caminho justamente
nas grandes águas, ou seja, nas situações mais difíceis (Sl 77.16-19).
As
profundezas do mar fazem ouvir a sua voz e levantam bem alto as suas mãos. (Hc 3.10).
Os rios e mares levantando suas ondas em meio a uma tempestade e fazendo
barulho, figuradamente dão a impressão que o mar possui mãos (ondas)
que se levantam ao alto e oram a Deus (ruído
das ondas contra as pedras, por exemplo) em resposta ao Seu chamado (como em Gn 7.11). Esta
personificação do abismo e do mar também pode ser vista em Jó 28.14. Isto
significa que “orar e levantar as mãos santas” (1Tm
2.8) significa
atender ao chamado de Deus, já que voz e gestos representam as ações do ser
humano.
“O
sol e a lua param nas suas moradas, ao resplandecer a luz das tuas flechas
sibilantes, ao fulgor do relâmpago da tua lança.” (Hc
3.11). Quando
Josué estava pelejando no vale de Gibeom (Js
10.12-14; Is 28.21),
Deus ouviu sua voz e fez sol e lua pararem. Deus já tinha descoberto o seu arco
(Hc 3.9) e agora, ao fazer resplandecer a luz que há nas Suas
promessas de livramento (flechas), coisas sobrenaturais iriam acontecer
rapidamente, tal como o fulgor de luz que sai da lança quando a mesma é movida
rapidamente à luz do sol (a ação repentina de Deus
pode ser vista em Sl 64.7; Is 47.11; Jr 4.20; 6.26; 15.8; 18.22; Hc 2.7; Ml
3.1; At 2.2; 16.26; 22.6).
A lança
também lembra a ocasião em que Josué estendeu a sua lança em direção a Ai até
ela ser destruída (Js 8.18,26). Sem contar que Deus usa a
própria lança do inimigo contra ele (Hc 3.14). Ou seja, a lança de Deus
representa as nações que ele usa como vara (Is
10.5).
“Na
tua indignação, marchas pela terra, na tua ira, calcas aos pés as nações.” (Hc 3.12).
Isto retrata Deus se movendo de modo majestoso e irresistível (ver Jz 5.4; Sl 68.7) executando a Sua Palavra (Jl
2.11), tal como
se dará no fim dos tempos (Is 63.1-4) quando os ímpios se tornarão
como cinzas a serem pisadas (Ml 4.1,3).
Deus
usa pessoas para trilharem umas às outras quando Ele tem uma contenda contra
elas (Os 4.1; Jr 51.33; Mq 4.13). Contudo, estas também, no
final, serão disciplinadas (Am 1.3).
Tu
sais para salvamento do teu povo, para salvar o teu ungido (Hc 3.13).
O ungido tanto pode simbolizar líderes que Deus levantou para conduzir Israel (Sl 89.19,20,38), como o rei de Israel (como
se vê em Sl 28.8; Lm 4.20)
e até mesmo o próprio povo de Israel (Sl
105.15). Isto
significa que, mesmo em meio a tanta injustiça vista por Habacuque no capítulo
1, ainda assim Deus sai para salvar, tanto Seu povo como aquele que Ele unge (independente se o mesmo possui cargo ou não), seja diretamente (como em Is 63.11) ou por meio de alguém. Logo, não há motivo para vivermos
pela carne (ver Hc 2.4; Rm 8.9).
Feres
o telhado da casa do perverso e lhe descobres de todo o fundamento. (Hc 3.13).
Deus fere a cabeça dos Seus inimigos que andam em suas culpas (Sl 68.21)
e também deixa a descoberto todos os seus fundamentos. Ou seja, lhes tira toda
a direção, bem como aqueles ou aquilo que lhes servem de apoio, de modo que
todos possam ser aniquilados (como se vê Js 11.8,12) de alto a baixo, sem qualquer
possibilidade de recuperação (Is 9.14). Muitas vezes isto era retratado como
uma enchente chegando até ao pescoço (Is
8.8; 30.28).
Vê-se
isto, por exemplo, em Js 11.10, quando Josué destruiu por completo a cidade de
Hazor que era a líder de Canaã (veja também Jz 4.2,3,13). Embora isto tenha acontecido
literalmente na época de Josué, quando o povo de Israel foi convocado a pisar
sobre os pescoços dos inimigos (Js 10.24), veja a forma usada por Deus
para destruir os inimigos:
Traspassas
a cabeça dos guerreiros do inimigo com as suas próprias lanças, os quais, como
tempestade, avançam para me destruir; regozijam-se, como se estivessem para
devorar o pobre às ocultas. (Hc 3.14). Deus pega os sábios na própria
astúcia (Jó 5.13; 1Co 3.19), faz com que a pessoa caia na
própria cova que cavou (Pv 26.27; Ec 10.8) e seja ferida com o própria arma
ou exército (Jz 7.22; 2Cr 20.22,23).
Adoni-Bezeque,
por exemplo, cortou os polegares das mãos e dos dedos dos 70 reis que
conquistou (de certo achou que
ninguém olhava por eles – Jz 1.7). No final, ele teve os polegares das mãos e dos dedos
cortados (Jz 1.5,6).
Muitos
acham que podem esconder sua maldade até mesmo do Criador (Is 29.15)
e, por isto, tentam devorar aqueles que ele acha que não têm quem se importe
com eles (tal como faz o leão que fica à espreita à
espera do melhor momento para capturar a presa – Sl 10.9; 17.2). Contudo, não importa quem seja
o pobre (desamparado): nada há oculto que não haja de revelar-se (Mt 10.26; Mc 4.22; Lc 12.2).
Isto
também traz à memória a época em que Jabim, rei de Canaã, fez as vilas dos
habitantes de Israel cessar (Jz 5.7). Como tempestade, avançaram
pensando em destruir Israel, com quem Habacuque, neste ponto, se identificou (por ter ele experimentando o mesmo que Israel sofreu outrora. Ou
seja, as queixas dele não eram em virtude de ele ser expectador do mal, mas de alguém
que estava a sofrer as mesmas coisas – Hc 1.2-4,12-17).
Agora,
eles iriam colher o mal que semearam (Gl
6.7-9).
Marchas
com os teus cavalos pelo mar, pela massa de grandes águas. (Hc 3.15).
Entendendo que nenhum dos planos de Deus pode ser frustrado (Jó 42.2),
logo todas as vezes que uma pessoa se volta contra outra, na verdade Deus está
usando uma para ir ao encontro da outra.
E
quando Deus tem algo para operar, nem o inferno todo tem poder para impedir.
Mesmo
em meio a multidão (massa de grandes águas –
Ap 17.15), Deus
marcha sem nada capaz de impedir Seu progresso (veja
Deus aplacando o tumulto das multidões, muitas vezes comparado com águas - Sl 46.3,9; 65.7; 77.16-20; Is 43.16-17; Is
63.11-14).
Aliás, é em meio a esta multidão abundando no pecado que Deus marcha com Seu
exército (Rm 5.20).
Hc 3.16 a 3.19 -> Sem fé jamais conseguimos experimentar a verdadeira alegria que vem com a presença do Senhor. Nossa expectativa fica resumida a contemplar a ruína dos inimigos
Quando
Habacuque ouviu a resposta de Deus acerca do que Ele havia de fazer para
disciplinar Seu povo e os caldeus, o íntimo dele se comoveu (Hc 3.16; muitas vezes entranhas significa íntimo – ver Jr 31.20). Ele entendeu o motivo pelo qual
Deus ainda não tinha punido os ímpios. O juízo é tão terrível que Habacuque não
tinha mais pressa em ver o juízo de Deus, mesmo porque, indiretamente, isto o afetaria.
Afinal, ele não era perfeito.
Ao
se deparar com a pureza e santidade de Deus, Ele percebeu o quão pecador
miserável ele também era, o que fez todo o seu interior e lábios tremerem.
Embora isto possa parecer ruim, porém este tipo de medo gera temor por Deus, o
que leva a pessoa a se arrepender, converter e buscar uma nova vida, sendo isto
que conduz ao verdadeiro repouso (Êx 33.14; At 4.19). Quem conserva seus sentidos entorpecidos ou endurecidos com
relação a Deus, ficará tumultuosamente agitado no dia da angústia (Is 5.30; 8.22; Lc
21.25-28),
trazendo sobre si a pior destruição (Pv 11.17).
Por outro lado, quem permite dentro de si a formação de um espírito contrito e
quebrantado conseguirá encontrar repouso em meio às lutas.
É
bom esperar a salvação do Senhor em silêncio (Lm
3.26), ou seja,
sem murmurar ou querer ensinar Deus como agir (como
se isto fosse oração).
Ao invés disto, devemos descansar e esperar em Deus (Sl
37.7; 4.7; 43.3,5; Jó 13.15)
até a chegada do dia da angústia e durante o mesmo (Is
26.20,21; Hc 3.16),
buscando no Espírito Santo regozijarmos em meio a isto (Fp 4.4; 1Ts 1.6; 5.16-18), certo de que nossa redenção se aproxima (Lc 21.28).
Em
outras palavras, ao entender o plano de Deus, Habacuque se coloca à disposição
do Senhor e se dispõe a esperar com paciência por todo o mover de Deus sem
ansiedade, até que tudo se cumpra, ou seja, até que Judá seja disciplinado e os
inimigos do Senhor, destruídos. Afinal, melhor do que o juízo de Deus é a
salvação Dele (Sl 25.5; 68.19,20; Lc
1.47).
Contudo,
o segredo está em termos prazer na companhia do Senhor (Sl 37.4).
Isto fará com que Ele, em pessoa, seja o único desejo nosso. A partir daí
estaremos livres dos limites que impusemos sobre nós mesmos. Seremos capazes de
andar por cima daquilo que antes parecia ser o fim do mundo para nós e o
melhor: com uma rapidez sobrenatural (2Sm
22.34; Sl 18.33,34; Dt 32.13).
Assim como a terra de Israel é uma terra de
montes e vales (ver Gn 19.17; Dt 11.11;
Mt 24.16) e tal
promessa implica em ser livre para correr despreocupadamente sobre os montes
como uma corça (sem medo dos caçadores), quando a alegria e a salvação
da pessoa é o Senhor (Is 41.16; 61.10; Hc 3.19), nada pode mobilizá-la de amar o
próximo e anunciar-lhe as boas novas da verdadeira salvação (Ct 7.1; Is 52.7; Rm 10.15). Não importa o quão alto sejam os inimigos e seus recursos (Dt 33.29):
nada poderá impedir o justo de propagar a justiça de Deus (Pv 28.1).
Além
disto, esta promessa, implicitamente indicava que, apesar da destruição sofrida
por meio da Babilônia, Judá, no final, seria restaurado à sua terra.
Por fim, a expressão (para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de música) revela como Habacuque queria que
o chefe dos cantores procedesse ao tocar este hino. O profeta tinha em mente um
certo tipo de instrumento de cordas adaptado a certos números e medidas. Esta
fórmula no fim tem por finalidade instruir acerca do instrumento mais adequado
para conduzir aquela espécie de melodia, que melhor pudesse expressar o que ele
estava sentindo (o negionote; também
aparece no título de Sl 4.1; 6.1).