Não se conquista o cônjuge só no
namoro, mas ao longo de toda a vida
Lembras de como se deu a conquista da terra
prometida por Israel?
A conquista da terra prometida começou
quando o Eterno deu Sua promessa a Abrão:
· “E disse o SENHOR a
Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde
o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do
ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua
descendência, para sempre.” (Gn 13.14.15).
Desde este instante a terra já pertencia ao
povo de Israel. Todavia, apesar disto, a terra precisava ser conquistada:
·
“Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho
dado, como eu disse a Moisés. Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o
rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol,
será o vosso termo. Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como
fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei. Esforça-te,
e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a
seus pais lhes daria. Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de
fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies,
nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por
onde quer que andares. Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e
noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás
prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. Não to mandei eu? Esforça-te,
e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é
contigo, por onde quer que andares.” (Js 1.3-9)
Veja como era a estratégia de guerra:
1. O Eterno lhes
mostrava onde ir.
2. Josué e o povo de
Israel colocavam a planta do pé deles em um pedaço de terra da terra prometida.
3. O Eterno lhes
mostrava como proceder a fim de que Ele pudesse operar Suas maravilhas e
derrotar os inimigos diante deles.
4. O povo de Israel,
então, tomava posse daquele pedaço de terra.
Este processo era para ser repetido com
cada pedaço de terra existente na terra de Canaã até toda ela vir a ser
propriedade de Israel.
De igual modo, isto também deveria
acontecer na vida do casal. Infelizmente, os indivíduos acham que, após
casarem, já conquistaram a pessoa amada e, por isto, agora podem relaxar.
Ignoram a orientação de Pedro:
·
“Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento,
dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros
da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.” (1Pedro 3.7).
Note que não é para coabitar apenas com
emoção, mas sobretudo com entendimento. Ou seja, a relação íntima não é apenas
para satisfazer os desejos da carne. Antes de tudo, é para que marido e mulher
possam conhecer o verdadeiro ego um do outro. A ideia é que, a cada relação
sexual, o marido, por exemplo, conheça um pedacinho a mais daquilo que o Eterno
colocou no coração da sua mulher.
No que o marido entra em contato com algo novo
que há no coração da mulher, ele descobre os inimigos que existem naquela
porção da alma e do espírito dela. Ele, então, ora a respeito disto e se coloca
nas mãos do Eterno para expulsar os inimigos espirituais que ali se acham
alojados. Após isto ter sido feito, o marido, finalmente, marca aquela porção
da alma e do espírito da mulher com Jesus e Sua Palavra, bem como consigo
mesmo:
·
“Põe-me como selo sobre
o teu coração, como selo sobre o
teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme;
as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas.” (Ct 8.6)
Com esta porção da alma e do espírito da
mulher conquistada, o marido se deixa guiar novamente pelo Espírito do Eterno
rumo à próxima porção da alma e do espírito da mulher a ser conquistada (o mesmo vale
para a esposa com relação ao marido).
Se este procedimento for repetido ao longo
da vida do casal, o lar nunca tornar-se-á em uma rotina morta e sem sentido.
Pelo contrário: sempre marido e mulher encontrarão na vida um do outro uma
oportunidade a mais para conhecerem algo novo do Eterno e vê-Lo agir. Cada dia
será uma conquista nova, uma marca a mais a ser deixada no coração do cônjuge,
até não haver mais espaço na vida do cônjuge para nada que não tenha haver com
Jesus e Sua vontade para o lar.
Você pode se perguntar: “mas como um
cônjuge marcará o outro com Jesus, Sua Palavra e consigo próprio?
·
E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por
que somente um? Ele buscava uma semente de piedosos. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel
para com a mulher da sua mocidade.” (Ml 2.15 – ARC1995).
Um dos erros que os indivíduos cometem é o
de acharem que o relacionamento tem em vista sugar as qualidades do outro. Há
quem diga que não se deve olhar para os defeitos do outro, mas tão somente para
suas qualidades, O QUE É UM ERRO!
Note como o Eterno quis estabelecer uma semente
de piedosos. Logo, o relacionamento deve ser construído em cima dos defeitos do
cônjuge.
· “Olhai por vós mesmos.
E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender,
perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia
vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.” (Lucas 17.3,4).
Veja como funciona: quando, por exemplo, a
esposa peca contra o marido, ao invés de o marido seguir o conselho do mundo e
querer obrigar a esposa a pagar pelo erro dela, ele segue o exemplo deixado por
Cristo (1Pe 2.21):
dá sua vida por amor à esposa (ver João 15.12,13; Ef 5.25-27), ou seja, entrega
sua vida para que sua esposa possa alcançar toda a vitória sobre o pecado que
Jesus conquistou para ela na cruz do Calvário.
Em outras palavras, ao invés de o marido
cobrar da esposa sua mudança, ele paga o preço pela vida da sua esposa.
·
“E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta
terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” (Ezequiel 22.30).
Para que fique mais claro: suponhamos que a
esposa peque contra o marido. O marido buscará, no perdão de Cristo, fortalecer
o relacionamento com sua esposa justamente naquela área em que ela pecou,
criando então uma ligação entre ele e ela neste ponto.
Quando ela volta a pecar naquela área,
novamente o marido busca no perdão de Cristo a restauração do relacionamento,
criando, assim, uma nova ligação (um segundo fio). Ao pecar
novamente, ele busca de Cristo o terceiro fio, o quarto, o quinto, e assim
sucessivamente. Vai chegar uma hora que este cordão irá ter tantos fios que
acabará tapando toda aquela brecha existente no coração da esposa (tal como se dá
com a cicatrização de uma ferida).
Se isto for feito para cada brecha que
existir no coração da esposa, chegará uma hora em que todas as brechas no
coração da esposa estarão tapadas e não haverá mais espaço para o pecado se
manifestar na vida dela (o mesmo a esposa deve fazer pelo
marido).
É preciso crer que hoje é o dia que o
Eterno fez para nós (Sl 118.24) e que nosso grande desafio é nos
regozijarmos e alegrarmos neste dia. Se ficarmos alegres apenas quando tudo
está favorável, se formos amar o cônjuge apenas quando este agir em
conformidade com o que esperamos dele, que diferença temos em relação aos
ímpios?
Temos que ser perfeitos como o Pai, o que é
conseguido quando deixamos Jesus usar nossa vida para fazer Sua vontade.
Neste caso, se ao invés de o indivíduo se
abater pelos pecados do cônjuge, ele for capaz de conservar a alegria de Cristo
junto a este, o Eterno terá oportunidade de tratar o coração do cônjuge e
livrá-lo do pecado.
O problema é que, muitas vezes, o casal
supõe que pode conduzir seu lar apenas com base na mútua cooperação. Todavia, o
lar é algo muito mais profundo do que isto:
·
“Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o
reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida
contra si mesma não subsistirá.” (Mateus 12.25).
Quando a Escritura Sagrada diz que em Jesus
marido e mulher não são nada separados um do outro (Gn 2.24; 1Co
11.11),
isto é literal! Ambos precisam estar sempre juntos e na mesma coisa (como deve ser
também com a Igreja - 1Co 1.10; At 4.32; Fp 4.2).
O pecado impede marido e mulher de se
ligarem um ao outro com profundidade tal que um não consegue mais viver sem o
outro, em virtude de um viver no outro. Sem esta conquista de um na vida do
outro, não existe lar, mas apenas um ajuntamento de indivíduos debaixo de um
mesmo teto. E tal divisão fará o lar vir abaixo cedo ou tarde.
O importante não são as coisas em si que
fazemos, nem a quantidade delas, mas sim o fato de fazermos algo junto aos
indivíduos que o Eterno nos deu e com o Espírito Santo, no sentido de confirmar
a Palavra de Cristo.
O objetivo não é atender as expectativas
dos outros, mas fazer o que elas não estão esperando (ver 1Co 2.9;
Ef 3.20),
visto que suas expectativas são más.
Enfim, que jamais marido e mulher percam o
interesse de conquistarem um ao outro, mas busquem em Cristo ir por todo este
mundo que o Eterno colocou no coração do cônjuge, pregando o evangelho a toda
criatura que se acha alojado nele (Marcos 16.15).
Quem fica brigando com o cônjuge é porque
não sabe a grandeza daquilo que o Eterno lhe deu. É triste como o pecado impede
o indivíduo de ver o quão belo e excelente é o amor do Eterno por ele, expresso
através de outro ser humano. Daí a razão pela qual o divórcio entristece tão
profundamente o coração do Eterno (Ml 2.16). Afinal, isto implica em rejeitar
Seu maravilhoso presente.
Esta dádiva de um ser humano gostar de
outro não é algo banal para ser jogado na lata do lixo; antes, é tão maravilhosa,
fantástica, sobrenatural (o maior milagre que existe), que jamais o fim de um
relacionamento deveria ser visto com tanta naturalidade.
O amor é um presente maravilhoso que Jesus
preparou com tanto carinho especialmente para quem o recebe. Quem ignora,
despreza ou rejeita um relacionamento está simplesmente menosprezando as
riquezas da bondade, paciência e longanimidade do Eterno (Rm 2.4), as quais têm
o poder de conduzir alguém ao arrependimento. Jogar tudo isto fora como se
fosse nada é um crime espiritual extremamente hediondo. Afinal, pense em quão
grande tristeza (também chamada de abominação) toma conta do coração do Eterno
quando alguém rompe um relacionamento (por exemplo: se divorcia).
Em particular, com relação ao casamento, o
que o homem está recebendo do Eterno é alguém especialmente preparado com tanto
carinho para ajudá-lo com precisão em todas as áreas da sua vida.
A mulher, por sua vez, está recebendo do
Eterno o privilégio de ver seus dons e talentos serem usados por alguém que lhe
permitirá trazer alguém especial ao mundo, o qual irá revelar algo único acerca
Dele (que até hoje não foi revelado e que tampouco depois será revelado - Salmos
25.14).
A mulher recebeu o privilégio de ser salva
por Jesus através da maternidade (1Tm 2.15).