1 TIMÓTEO 4
Subtema: A IMPORTÂNCIA DO INTIMIDADE DO SERVO DO SENHOR COM JESUS E SUA PALAVRA
Versículos 1 – 5 – A rebeldia contra a fé pessoal em Cristo, uma grande arma de satanás para desviar pessoas após líderes outrora consagrados, mas que negaram a fé
Uma das coisas que tem caracterizado os últimos tempos é
a terrível luta de igrejas que se dizem evangélicas no sentido de afastar o
maior número de pessoas da devoção individual a Cristo, negando Mt 6.6. Usando
como pretexto trechos como Sl 133 e Hb 10.24,25, as pessoas são induzidas a
crer que, se não pertencerem a uma instituição religiosa e se reunir 2 ou 3
vezes por semana, debaixo de um bloco de concreto, sob a direção de alguém que
se intitula pastor, ela não é crente.
Isto deixa os membros acomodados e descuidados, como se
tudo que o pastor diz e faz fosse correto. É esta confiança no homem que fará
de muitos irmãos uma maldição (Jr 17.5). Muitos líderes, que antes eram altamente consagrados e
usados por Deus, ganharão o respeito e credibilidade de muitos e,
paulatinamente, irão se apostatar da fé e convencer a todos quantos não suportam
mais a verdade (2Tm 4.3,4; 2Ts 2.10,11).
Por darem ouvidos a espíritos enganadores e a ensinos de
demônios (vs 1), muitos
desviarão a fé para si mesmos, como se eles, em pessoa, tivessem poder por si
mesmos, como se o centro do evangelho fosse o homem.
Tais pessoas, todavia, estão com a consciência insensível
a Deus por terem sido esta queimada pela Palavra da Verdade (Jr
5.14; 23.29). A Palavra de Deus, quando não é acolhida
pela consciência da pessoa dando-lhe entendimento, ela vai, aos poucos,
destruindo a consciência da pessoa. O contato permanente com algo que nada tem
haver conosco (ver Jo 8.44) vai só aumentando a nossa antipatia.
Ou seja, aquela pessoa que não recebe a Palavra de Deus
com mansidão (Jo 1.12; Tg 1.21), deixando que a mesma venha a fazer parte de si, acaba
sendo destruída por ela (vs 2). A pessoa acaba se tornando hipócrita, ou seja, um
intérprete da Palavra de Deus (tal como se dá com um ator de teatro
que tenta ilustrar uma mentira, ou seja, algo que nada tem haver com ele).
Por que temos que viver momentos do passado? Por que
precisamos de vídeos para reprisar acontecimentos, como se apenas determinados
eventos fossem importantes? Acaso estamos vivendo futilidades e, por causa
disto, perdendo o que realmente tem valor? Ou não estamos enxergando o valor do
momento que estamos vivendo?
Por que insistimos em tirar um tempo para nós mesmos? Por
que nos conformamos em ficar a sós, ainda que por um curto espaço de tempo?
Através do Espírito Santo devemos estar sempre envolvidos com a vida.
Entenda: qualquer coisa que não faça parte da nossa vida,
não deixa de ser, para nós, uma mentira. Para ser mais exato, mentira é a
tentativa de viver uma realidade diferente da de Cristo e Sua Palavra, a qual
está sob o nosso controle. Em outras palavras, quando estamos vivendo a nossa
vida (ver Gl 2.20), não
importa o quanto nos esforcemos para que a mesma se encaixe nos moldes de Deus.
Trata-se de uma pseudo-fé, uma fé em Cristo firmada no bem que estamos fazendo
ou no mal que estamos deixando de fazer (que, na
verdade, é uma forma mascarada de não fazem o bem).
Mas a ação de Cristo não depende da nossa. A do diabo,
sim, já que são as nossas obras que irão determinar a forma de ele agir para conosco,
a saber, a estratégia que ele irá adotar para nos afastar para mais longe de
tudo que Jesus é.
Daí virmos tais líderes proibindo o casamento e ordenando
a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem
a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças (vs
3). O julgamento é pelas obras, mas a salvação
é pela fé.
Ou seja, não somos nós que devemos encaixar Deus na nossa
vida. Antes, é Deus quem deve nos encaixar na Sua vida (1Co
12.13) e nós, simplesmente, cooperando com Ele (2Co
6.1). Nossa ação é que deve depender da de Deus.
A questão não é o fazer uma seleção do que comer ou
beber, mas sim nos alimentarmos daquilo que sai da parte de Deus (Dt
8.3; Lc 4.4) a fim de ações de graças sejam dadas a Ele (vs
4). Tudo que Deus nos dá como alimento através
da intercessão do Espírito Santo em nós (Rm 8.26) e da Palavra que sai da boca de Deus, com certeza é algo
separado para uso exclusivo Dele (vs 5). Não cabe a nós decidir o que é comum ou imundo (At
10.13-15). Receba o que Deus te dá e sê grato por isto.
Versículos 6 – 10 – O que Deus quer não é o esforço da carne para fazer o maior número de pessoas crer Nele, mas sim o exercício da piedade (compaixão) após ouvir a voz de Deus
Se quisermos ser alimentados com as palavras da fé e da
boa doutrina que temos seguido (vs 6), precisamos deixar claro aos irmãos que a salvação não
se dá pela nossa tentativa de agradar a Deus (Ef 2.8,9), mas por ouvir pessoalmente Sua voz nos dizendo o que
fazer com cada coisa que Deus traz até nós.
Veja que a questão não é nos afastarmos daquilo que é
imundo, mas sim buscarmos em Deus o que fazer com toda a imundície. Veja o caso
de Jesus:
1.
Ele tocou em
um leproso (Mt 8.3; Mc 1.41);
2.
Se aproximou
de uma sepultura (Jo 11.34-40);
3.
Tocou em um
caixão (Lc 7.14).
Todas estas coisas eram proibidas a um sacerdote da lei (Lv
21.1-4,11). Contudo, Jesus não se preocupou em
tornar-se imundo por causa disto. E o motivo é simples: apenas quem age pela
carne é contaminado quando entra com a carne morta pelo pecado (ver
Rm 6.23). Como Jesus era movido pelo Espírito Santo,
não só Ele não era contaminado, como Ele purificava e curava. As leis do antigo
testamento consistiam somente em comidas, bebidas e várias ABLUÇÕES e
justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. (Hb
9.10)
Mas agora, para quem está realmente em Cristo, não há
necessidade de rigor ascético para manter-se puro e santo (Cl
2.20-23). Uma vez movidos pela Palavra de Deus e pela
oração, tudo vai se tornando santo, como se vê em (Ez 47.8-10).
Propondo estas coisas aos irmãos, com certeza seremos
bons ministros de Jesus Cristo (vs 6) e poderemos ser alimentados com o verdadeiro alimento
espiritual, a saber, o corpo e sangue de Cristo (Jo 6.51-57), os quais saem da boca de Deus (Mt
4.4).
Veja bem: o pão e o sangue de uva, a princípio, não
passam de um pouquinho de comida carnal. A Palavra de Jesus é que fez dos
mesmos Seu corpo e sangue. De igual modo, a Igreja só será nosso corpo e o
Espírito Santo o nosso sangue (vida) se ouvirmos a voz de Jesus (Jo 5.24,25).
É preciso rejeitar as fábulas profanas (narrações
breves, de caráter alegórico, para ilustrar um preceito) e tradição dos antepassados (ver Mt 15.2,3) (vs 7). Ainda que os mesmos sejam corretos, jamais devem ocupar
o lugar de Deus na nossa vida.
É preciso exercitar a piedade (vs 7). O exercício físico para pouco é proveitoso (vs
8), mesmo que todo o esforço seja no sentido de
tentar glorificar a Deus. Em outras palavras, por melhor que possa ser as
nossas obras, ainda assim pouco proveito trará aos que a observarem, por mais
aprendizado que possam adquirir, pois o principal não é a aquisição de
conhecimento, mas sim a confiança no mesmo, a ponto de estarmos dispostos a
segui-los.
A piedade (compaixão), todavia, traz proveito em todas dimensões do ser humano
(vs 8 – corpo, mente, sentimento e espírito). Ou seja, o importante não é aquilo que fazemos, mas sim
a forma com que nos ligamos às pessoas que Deus coloca na nossa vida.
Daí tanta preocupação de Paulo em enfatizar que a Palavra
de Deus é fiel (1Tm 1.15; 4.9; 2Tm 2.11) e digna de toda a aceitação (vs 9). Afinal, o objetivo não é simplesmente produzir a
unidade no culto. Toda religião sempre tenta se firmar em preceitos e doutrinas
para manter uma unidade congregacional. Porém, não interessa o quanto a igreja
possa parecer viva e operosa (ver Ap 2.2-4; 3.1). Temos que aceitar toda
a Palavra de Deus. Jamais devemos achar que algum preceito dela é utopia ou
valeu apenas para a época dos apóstolos. Do contrário, tudo pelo que lutamos se
torna sem sentido.
Afinal, de que adianta transmitir o conhecimento de
apenas parte do evangelho, e isto para um grupo de pessoas (vs
10). Se apenas parte da bíblia fosse verdadeira,
Deus seria mentiroso e incapaz de preservar toda a verdade (Sl
117). Não teria motivo para esperarmos em um Deus
(vs 10) que não é
capaz de salvar nem mesmo a Sua Palavra. Como podemos afirmar que Deus é vivo
se Ele não valoriza nem mesmo o que fala? Se a Palavra empenhada por Deus não
tem valor a ponto de ser preservada por Ele, então o que tem valor?
Já parou para pensar no motivo pelo qual a palavra de uma
pessoa tem tanto valor na bíblia (ver Ec 5.1,2; 1Tm 3.8; Mt 12.34-37;
Lc 19.22)? Porque a pessoa é definida por aquilo que
ela acredita, o qual pode ser visto através daquilo que ela fala e faz. Uma
pessoa que não é íntegra, ou seja, não mantém sua fé (ver
1Tm 3.15), não serve de base para nada sério e
realmente importante.
Mesmo porque Deus não é salvador apenas dos fiéis, mas de
todos os homens (vs 10). A prova disso é que, quantos bandidos, apesar de suas
maldades, não são pegos, nem mortos. Ele assim procede a fim de dar
oportunidade para que todos possam se arrepender e serem salvos (Ez
33.11; Is 55.6,7; Mt 5.44,45; Lc 18.7,8).
Versículos 11 – 16 – A importância de nos mantermos ocupados na Palavra de Deus a fim de que toda nossa vida seja um ensino aos demais membros
O importante não é apenas ordenar o que é certo, mas as
ensinarmos a todos entregando a nossa própria vida a fim de que todos vejam que
a Palavra de Deus realmente funciona (vs 11). E não pense que isto é só para os líderes da Igreja. Mesmo
aquele que é neófito (novo na fé), não tem motivo para se portar de modo inconveniente (vs
12). Infelizmente a cultura pagã entrou nas
igrejas, induzindo as pessoas a acharem que, já que a pessoa acabou de sair do
mundo, é natural que ela ainda esteja muito apegada a ele.
Mentira! Não podemos desprezar a mocidade (vs
12)! A pessoa deve passar a ser o exemplo dos
fiéis na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza (vs
12) tão logo abraçou a fé em Cristo. Conforme Sl
1.1,2, devem abandonar o conselho dos ímpios, o caminho dos pecadores e a
companhia dos escarnecedores, passando a ter o seu prazer unicamente no Senhor (Sl
37.4) e na Sua Palavra, a ponto de persistir em
ler, exortar e ensiná-la (vs 13).
Muitos, no lugar de Timóteo, pensariam: “enquanto Paulo
não vem, eu vou “aproveitar” a vida. É lamentável que precisemos de algo
externo para nos estimular ao amor e às boas obras (Hb 10.24). A verdade, todavia, é que, a menos que tais
características façam parte do nosso caráter, jamais haverá espontaneidade em
fazê-las (Jo 8.44). É impossível
permanecermos firmes em algo que não é o motivo da nossa alegria.
Por isto é tão importante não desprezarmos o dom que há
em nós (vs 14). Muitas
vezes estamos como o pessoal da igreja de Corinto: querendo os dons uns dos
outros, ao invés de valorizarmos os nossos dons (1Co 12.14-19). Entretanto a felicidade está em aceitarmos aquilo que
somos, ser usado exatamente naquilo que Deus nos quer.
Não podemos supor que nosso dom é pouco, só porque a
sociedade assim o considera. Timóteo, de certo, estava cometendo este erro:
recebeu, por profecia, um determinado dom, com imposição das mãos do
presbitério a fim de dedicá-lo ao Senhor. Contudo, ele não estava conseguindo
enxergar o valor do mesmo na sua vida e na de todos.
É claro que jamais veremos a importância daquilo que
estamos fazendo, enquanto não nos dedicarmos integralmente a elas (vs
15). Nosso aproveitamento só será manifesto a
todos quando fizermos dos nossos ensinamentos a nossa ocupação mental e física (vs
15). Tanto é assim que Paulo ordena que Timóteo
tenha cuidado dele mesmo e da doutrina (vs 16).
Inclusive, é o zelo por nós mesmos e pela doutrina que
permitirá que nós e aqueles que nos ouvem
sejamos salvos (1Tm 4.16). Ou seja, evangelismo não é a preocupação de querer
forçar uma mudança de comportamento nas pessoas. Não se trata de usar as “boas
obras” como desculpa para dominar sobre as pessoas. Antes, é irmos por todo o
mundo confirmando a Palavra de Deus com a nossa vida a toda criatura com que
tivermos contato (Mc 16.15).
1 TIMÓTEO 5
Subtema: A IMPORTÂNCIA DE SE ENXERGAR O QUE EXISTE NO CORAÇÃO DE CADA UM ANTES DE TOMARMOS QUALQUER ATITUDE
Versículos 1 – 2 – A forma correta de se admoestar alguém
Sempre que alguém for visto cometendo um erro, o mesmo
deve ser admoestado (avisado, advertido com brandura,
aconselhado). Entretanto, precisamos nos identificar com
a pessoa que comete a falha (vs 1 e 2):
1.
aos anciãos,
como a pais -> devemos exortá-los, considerando que, como pais e avôs que
são, o comportamento deles pode influenciar toda uma geração;
2.
aos jovens,
como a irmãos -> não podemos esquecer que eles devem servir de exemplo aos
demais irmãos (ver 1Co 11.1; 1Pe 5.1-3);
3.
às mulheres
idosas, como a mães -> são elas os principais instrumentos de Deus para
ensinar as mais jovens a serem prudentes, a amarem seus maridos, seus filhos, a
serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos (Tt
2.3-5);
4.
às moças,
como a irmãs, em toda a pureza -> já que a mulher é o esteio da casa (Sl
144.12; Pv 14.1), elas devem se
prepararem para serem santas, tanto no corpo como no espírito (1Co
7.34).
Ao disciplinarmos alguém, nunca devemos esquecer de que
Espírito nós somos (Lc 9.55). Jamais devemos corrigir alguém alegremente.
Pelo contrário! É algo que todos devemos lamentar (pois
Deus lamenta – Lm 3.33)! E, caso
tenhamos que ser nós os instrumentos para disciplinar o transgressor, guarde o
teu coração a fim de que a maldade e a amargura brotem e tragam perturbação à
tua vida e tuas mãos e vestes venham a se sujar (Gl 6.1; Tg
4.8,9).
Como vasos de honra, nosso papel é fazer uso das armas
espirituais para corrigir o pecador (oração, evangelismo, amor, etc – 2Co
10.3-6). Caso haja necessidade de uma correção mais
severa, faça como Paulo: “entregue-o a satanás” (1Co 5.3-5), ou seja, aos perversos que, como vasos de ira (Rm
9.22,23), foram feitos justamente para trazer a
calamidade à vida daqueles que se afastam de Deus (Pv 16.7).
Entretanto, jamais te esqueças de que somos o corpo de
Cristo, onde cada membro faz uma falta enorme (1Co 12.14-25). Enxergue a semelhança do Senhor (ver
Dt 12.8) e lamente a perda de um membro, pois a
singularidade de Cristo na vida dele não poderá ser vista em outra pessoa.
Versículos 3 – 8 – Cuidar dos da própria casa: a receita para dar fim às falsas viúvas e, deste modo, ajudar a quem realmente precisa
Apenas as mulheres que eram verdadeiramente viúvas
deveriam ser honradas (vs 3), a saber, aquelas que eram desamparadas e, portanto,
esperavam somente e Deus, perseverando noite e dia em orações e súplicas (pedidos
com instância e humildade – vs 5).
Já reparou em toda a bíblia o carinho especial que Deus
tem para com aqueles que são desamparados? (veja 2Sm 22.28; Jó 36.15; Sl 18.27; 22.24; 72.12;
74.21; 82.3; 117.17; 1Sm 2.8; Jó 5.15; Sl 9.18; 35.10; 72.4,12; 74.21; 82.3,4;
107.41; 109.16; 113.7; 140.12; Is 25.4; Jr 20.13; 1Jo 3.17). Isto porque, tais pessoas, nada têm neste mundo. Deste
modo, dependem exclusivamente de Deus e podem se colocar a serviço Dele o tempo
todo.
A quem estamos nos ligando e em que estamos nos
especializando? Quanto mais recursos deste mundo adquirimos, mais somos
requisitados pelo mundo (ver 1Jo 4.5,6).
Já parou para pensar no motivo de virmos a este mundo sem
nada (incluindo conhecimento), de
Deus proibir Adão de comer do fruto do conhecimento do bem e do mal (Gn
2.17) e de Jesus dizer que, para entrarmos no
reino do céu, precisamos nos converter e nos tornarmos como meninos (Mc
10.14,15)? Para nos ensinar que nunca foi plano de
Deus que nos tornássemos úteis para o mundo, mas sim para Deus (ver
Gl 6.14).
Jesus deixou isto claro:
·
“E os judeus
maravilhavam-se, dizendo: Como sabe este letras, não as tendo aprendido? Jesus
lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me
enviou.” (Jo 7.15,16).
·
“Respondeu
Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo,
pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora
o meu reino não é daqui.” (Jo 18.36).
Jesus crescia apenas em estatura e graça (Lc
2.52). E era assim que todos devíamos crescer:
conhecendo e se deixando conhecer por Deus (Gl 4.9). E tal conhecimento deveria começar em casa. Daí a
ordem:
·
“Mas, se
alguma viúva tiver filhos ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para
com a sua própria família e a recompensar seus pais; porque isto é bom e
agradável diante de Deus.” (vs 4).
Deus sempre prezou a pureza. Daí ter dado a família a fim
de que os pais pudessem trabalhar, nos filhos, tudo aquilo que Deus é na vida
deles e, deste modo, pudessem dar continuidade à sua linhagem (Dt
25.5,6). Pense em um corpo em crescimento, onde as
células do braço, por exemplo, vão se multiplicando aos poucos até atingir a
fase adulta.
De igual modo, se Deus levantou alguém, por exemplo, para
ser o braço do corpo de Cristo, a ideia é que seu filhos, netos, etc., cada um
carregassem esta semente dentro de si até o braço de Cristo está na estatura do
varão perfeito (Ef 4.13).
Por isto é que, se alguém não tem cuidado dos seus e
principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel (vs
8).
É tão séria esta questão que, o cumprimento disto,
contribui para que a pessoa seja irrepreensível (vs 7).
Quem, ao invés de dedicar a Jesus e à família, vive em
deleites, na verdade, está morto na fé (vs 6) e não tem amor pela família. A fidelidade nos relacionamentos
(principalmente os familiares) é o instrumento que Deus usa para manter as pessoas
firmes na Sua Palavra.
Sem contar que, quando algum irmão em Cristo possui
viúvas (e, até mesmo, pessoas necessitadas) na sua família, ele deve se comportar como o parente
remidor de Lv 25.25. Deste modo, além de facilitar o trabalho da Igreja em
socorrer os que, realmente, estão em necessidade (vs 16), conserva tal pessoa dentro da visão que Deus tem para
toda aquela linhagem. Sem contar que isto aperfeiçoa o trabalho de cada uma das
células deste membro específico do corpo de Cristo que, agora, poderá cumprir
com mais eficácia o trabalho de Cristo.
Infelizmente, a visão de família, hoje, está muito
degradada, pois só se pensa em prazer. Entretanto, o trabalho de cada membro da
Igreja deveria ser o de resgatar o papel de Deus para toda a sua parentela (ver
At 16.31). É lamentável como as pessoas preferem os
estranhos àqueles que são da sua carne e sangue, ou seja, que têm tudo haver
com o ministério que Deus lhe outorgou.
Versículos 9 – 16 – As características da viúva inscrita no benefício divino
1.
ter pelo
menos de sessenta anos (vs 9). Viúvas mais novas não deveriam ser admitidas porque,
quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se (vs
11).
Mas, que mal há em a viúva casar de novo? Embora isto
seja permitido (tanto que Paulo deseja que tais
viúvas se casem, gerem filhos, governem a casa (vs 14; 1Co 7.39)), entretanto o benefício de viver das ofertas
consagradas ao Senhor, deveria ser apenas para as que tivessem
2.
sido mulher
de um só marido (vs 9). Deus só permitiu as viúvas casarem a fim de que elas
não vivessem abrasadas (1Co 7.9), entregue aos prazeres (vs 6), andando ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas
também paroleiras e curiosas, falando o que não convém (vs
13).
Ou seja, a ideia é que as viúvas estivessem
presas nos laços de amor providos por Deus (Os 11.4) e, deste modo, não dessem ocasião ao adversário de
maldizer (vs 14), tendo já a
sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé (vs 12). Infelizmente muitas se deviam, indo após Satanás.
Entretanto, o plano de Deus é que o casamento
seja único a fim de que a mulher fosse usada para dar continuidade à linhagem
do marido.
Se, todavia, a mulher, ao morrer o marido,
casasse com outro, em seu interior haveria uma mistura de linhagem (ministérios,
dons) e o resultado seria uma linhagem mista.
3.
ter
testemunho de boas obras (vs 10) – note que, no reino de Deus, primeiro vem a disposição
de ser bênção, para depois vir o favor de Deus. Ao contrário do mundo que
alega: “depois que melhorarem nosso salário, aí nós iremos trabalhar”.
Todos devemos, primeiro, ser fiéis ao que Deus já deu
para, então, recebermos mais de Deus (Lc 16.10). Quem não é capaz de administrar pequenos recursos, a
única coisa que fará com as grandes bênçãos é desperdiçá-las. Por isto o
julgamento sobre o indivíduo que enterrou o talento foi tão severo. Uma vez que
ele não usou o talento que Deus lhe deu, então:
a)
o que ele
ficou fazendo?
b)
o que ele
utilizou e de quem o obteve? E qual o preço que ele teve que pagar para
adquirir tal coisa? Como tudo pertence a Deus (Sl 24.1), ninguém tem nada que possa dar. Logo, para se obter
algo do mundo, é preciso abrir mão de alguma das bênçãos que Deus nos deu a fim
de que alguém possa nos entregar aquilo que ele nunca teve e, deste modo, ele
possa adquirir aquilo que o outro não possui.
Aliás, já parou para pensar no motivo que
leva alguém a vender alguma coisa? É porque tal produto não tem valor para ele.
Do contrário, ele não o venderia, mas ficaria com ele.
Apenas aquilo que é único tem valor. Logo, só
consegue enxergar o valor de alguma coisa quem tem Jesus no coração, pois
apenas quem tem visão espiritual consegue enxergar a singularidade de cada
momento, coisa ou pessoa.
4.
criou os
filhos (vs 10). Se ela não
é capaz de zelar nem por aquilo que saiu de dentro dela, então o que ela fará
com os bens que receber da igreja? Mesmo que seja só o básico para a
manutenção, tem sentido mantê-la viva, simplesmente por viver?
5.
se exercitou
hospitalidade (vs 10). Quem não tem prazer em cooperar com a Verdade,
acolhendo aqueles que vêm em nome do Senhor Jesus (3Jo 5-8), vai hospedar quem? Os perversos? Aqueles que não saíram
de nós e, portanto, nada têm de nós em seu interior, não poderão nos dar nada sem,
antes, tirar isto dos seus devidos donos.
Lembre-se que nada temos neste mundo e, portanto, a única
forma de ninguém perder o que nunca teve é através do corpo de Cristo. Em
Jesus, o que é bom para um membro, o é para os demais (1Co
12.26).
6.
se lavou os
pés aos santos (vs 10 – Jo 13.14). Nenhum relacionamento que não tem em vista eliminar o
pó proveniente dos rebeldes que se apegou aos pés dos irmãos (Lc
10.10,11) tem proveito;
7.
se socorreu
os aflitos (vs 10). Quem dá esmola daquilo que tem acaba se tornando puro (ajunte
Lc 11.41; 12.33; com Tt 1.15);
8.
se praticou
toda boa obra (vs 10). Tudo que o homem toca se torna imundo e amaldiçoado (ver
Gn 3.17; Ag 2.13,14; Is 64.6). Logo, a
verdadeira boa obra implica em ser usado por Deus continuamente.
Versículos 17 – 20 – Concedendo aos presbíteros o que eles necessitam para que os outros venham a temer a Deus
Conforme se pode verificar nos vs 19 e 20, os presbíteros
estavam sendo acusados de usarem a Igreja para se enriquecerem. E alguns
realmente estavam (ver 1Tm 6.3-5). Para resolver esta questão, Paulo orienta:
1.
os que
realmente pecaram repreende-os na presença de todos, para que também os outros
tenham temor (vs 20);
2.
sejam
estimados de dupla honra (vs 17):
a.
os que
governam bem;
b.
se afadigam
no aprendizado, no ensino da Palavra e na prática de tudo que ela determina;
c.
estão sendo
desonrados.
Uma vez que estes estavam sendo envergonhados, a honra
deles estava abaixo da daqueles que eram ímpios. Uma porção de honra apenas os
igualaria aos ímpios. Daí a segunda porção de honra: a fim de que eles
estivessem em pé de igualdade com os demais irmãos (note como se
dá mais honra àquele que dela tem falta – 1Co 12.23,24).
Todavia, apenas aqueles que amavam a palavra de Deus (2Ts
2.10) e que sabiam manejá-la bem para guiar a
Igreja é que deveriam receber a dupla honra, a saber, a porção dobrada do alimento
sólido (ver Hb 5.12-15) e do
Espírito Santo (2Rs 2.9).
Era preciso diferenciar aqueles ministros que
recebiam algum presente, por parte daqueles que foram tocados por Deus durante
a ministração (em obediência a Gl 6.6), daqueles que admiravam as pessoas por causa do
interesse delas (Jd 16) nas coisas deste mundo (1Jo 4.5,6), para atraírem os discípulos após si (At
20.30).
Daí não aceitar-se acusação contra presbítero, senão
quando Jesus se mostrar presente (Mt 18.20) revelando os segredos dos corações (1Co
4.5; 14.24,25) através do testemunho
de duas ou três testemunhas (vs 19).
Versículos 21 – 25 – A importância da manifestação da verdade a fim de não nos tornarmos cúmplices dos pecados alheios
Os versículos 21 a 23 formam um parênteses, visto que o
vs 24 dá seguimento perfeito ao versículo 20.
Neste parênteses, Paulo explica que estes conselhos
valiam também para ele e que, não importa o quanto a situação ficasse difícil,
ele não deveria ceder.
Mesmo que não consigamos entender o que Deus está
tentando fazer, ainda assim nossa obrigação é obedecer. Afinal, estamos diante
de:
1.
Deus, ou
seja, quando professamos nossa fé, passamos a servir na presença Dele e, deste
modo, qualquer gesto nosso implica em glória e desonra ao nome de Deus diante
dos ímpios (Rm 2.23,24);
2.
Jesus
Cristo, ou seja, do Seu corpo, ao qual Deus colocou todas as coisas debaixo dos
Seus pés (Ef 1.22,23).
Logo, uma atitude nossa pode possibilitar que a Igreja tropece na fé e sirva de
escândalo (Mt 18.6,7; Rm 16.17; 1Co 8.9; 10.32; 2Co 6.3).
3.
Anjos
eleitos. Como Deus elegeu a Igreja para que Sua multiforme graça (1Pe
4.10) e sabedoria (Ef 3.10) fosse conhecida dos principados e potestades nos céus, o
mau testemunho nosso dificulta os anjos de atentarem bem para o mistério de
Deus (1Pe 1.12).
Assim sendo, fica alguns alertas:
1º Alerta:
Prevenção (vs 21)
Todos os conselhos desta carta deveriam ser guardados sem
preparação, sem tentar prever o que vai acontecer se tais princípios forem
praticados. Mesmo que pareçam absurdos ou impossíveis de serem colocados em
prática, temos que confiar que Deus irá prover, de modo sobrenatural, o necessário
para que Sua Palavra se cumpra na nossa vida.
Deus nunca quis ficar apenas nos bastidores (2Cr
16.9). Tampouco projetou para a Igreja algo que
ela pudesse fazer sozinha, só com base nos recursos deste mundo (Jo
15.5).
Pelo contrário, Ele estabelece metas impossíveis de serem
alcançadas pela carne (ver Rm 8.5-9) a fim de que Ele possa mostrar a todos de que Ele é Deus
(ver Jz 7.2).
2º Alerta: Parcialidade (vs 21)
Não devemos obedecer apenas os princípios da palavra de Deus
que nos convém, e isto quando nos é favorável. Sendo Jesus, Deus de equidade (Is
30.18), devemos buscar de Deus aquilo que é
proveitoso para todos, e não apenas para alguns. Muitas vezes a solução de um
problema ficar pior, para alguns, do que o problema em si. Uma pessoa com bons
olhos (Mt 6.22,23) não
age como bruto irracional (2Pe 2.12; Jd 10), como o 4º reino de Dn 2.40 que, por onde passava,
quebrava tudo e fazia em pedaços. Deus irá destruir os que destroem o corpo (1Co
3.17) e a terra (Ap 11.18).
3º Alerta: Precipitação (vs 22)
A acusação contra os presbíteros serve de alerta para não
impor as mãos, elegendo líderes precipitadamente. Colocar alguém à frente da
igreja implica em sujeitar todos os membros a aceitarem o que tal líder
estabelece.
4º Alerta: Não participar dos pecados alheios (vs
22)
Nenhuma atitude nossa deve contribuir para que a pessoa
prospere no erro (ver Lv 19.17; 2Cr 19.1,2; Jr 48.10;
Ef 5.11).
5º Alerta: Pureza (vs 22)
Devemos nos conservar livres de qualquer desejo. Quando
nos envolvemos com os pecados de alguém, acabamos assimilando a ambição do mesmo,
o que nos deixa inquietos. Não conseguimos mais desfrutar da companhia de
ninguém porque achamos que estamos perdendo tempo.
A finalidade do sentimento é trazer pessoas para dentro
de nós. Sem Jesus, ficamos sem sentimento, e, portanto, separado das demais
pessoas. Podemos até ter contato com as pessoas. Todavia, jamais saberemos o
que é ser parte de alguém e vice-versa.
As obras que fazemos deveriam servir de confirmação, a
fim de que não houvesse dúvida de que realmente precisamos das pessoas para
conhecermos melhor a Deus.
6º Alerta: Bom Testemunho (vs 23 a 25)
É claro que é horrível padecer de uma enfermidade (vs
23). Com certeza já tinha passado pela cabeça de
Timóteo a ideia de tomar um pouco de vinho para ficar curado (2Tm
2.22). Embora Paulo tivesse lhe dado permissão
para beber um pouco de vinho, ele jamais deveria se esquecer de que:
1.
Tinha que
fugir das paixões da mocidade (2Tm 2.22);
2.
Ninguém
deveria desprezar a mocidade dele (1Tm 4.12). Antes, ele deveria servir de exemplo;
3.
Todas as
coisas são lícitas, mas nem todas convém, edificam (1Co 10.23) e nos deixam livres (1Co 6.12);
4.
Os pecados de
alguns homens são manifestos, precedendo o juízo (vs 24). Em particular, os líderes que pecassem, deveriam ser
repreendidos na presença de todos (vs 20);
5.
Ele até que
podia andar pelos caminhos do coração dele e pela vista dos seus olhos. Porém,
por todas estas coisas, Deus o traria a juízo. (Ec 11.9).
Ou seja, ele não podia supor que seria capaz de manter
domínio próprio, apesar de tomar um pouquinho de vinho. Os pecados de alguns
homens só vão se manifestar depois (vs 24), quando o mal já atingiu proporções astronômicas, sem
que a pessoa se desse conta.
Sejam as boas ou as más obras, a tendência natural é elas
se manifestarem tão logo são praticadas. Contudo, ainda que isto não aconteça,
nada há oculto que não venha a ser revelado (Mt 10.26; Mc
4.22; Lc 12.2; 1Co 4.5; vs 25). Uma vez
que a verdade do Senhor subsiste para sempre (Sl 117.2), temos que invocar a Deus até que Ele nos anuncie as
coisas grandes e ocultas que não sabemos (Jr 33.3).
Muitas vezes trabalhamos em meio a grande erro (Mc
12.24,27) por não termos conhecimento daquilo que Deus
tem para nós. Nos cansamos em proceder iniquamente (Is 57.9,10; Jr
9.5), só para conseguirmos os recursos deste
mundo que consideramos importantes para solucionarmos os problemas. Porém, Deus
ter reservado para aqueles que O ama, coisas que vão muito além da nossa
imaginação (1Co 2.9; Ef 3.20). E o Espírito Santo foi dado, entre outras coisas,
justamente para nos revelar isto (1Co 2.12). Se nos conformarmos com a cegueira do diabo (2Co
4.3,4), nunca experimentaremos o melhor de Deus
para nós e acabaremos tomando muitas decisões que, embora aliviem o sintoma, só
agravarão a doença.
1 TIMÓTEO 6
Subtema:
Versículos 1 – 2 – Deus coloca alguém como servo para que este conceda honra ao seu superior
Deus só coloca alguém a nosso serviço quando estamos
carecendo da honra que vem de Deus (Jo 5.44). Afinal, é esta que nos capacita para crer. Do
contrário, ao invés de ter servos, seremos servos por estarmos em condições de
servir (ver Mt 20.25-28).
Lembre-se que mais bem-aventurada coisa é dar do que receber (At
20.35).
Diante de Deus, o maior é aquele que serve. Ou seja,
aquele que Deus separa para conduzir Seu povo é aquele que tem tanta capacidade
de servir, que pode ser colocado a serviço de uma multidão.
Por isto é que Deus ordena que os servos estimem seus
senhores por dignos de toda a honra (vs 1). Por não terem Cristo no coração, o papel do servo fiel
era mostrar, através de Sua vida, que Deus é real e que a Palavra de Deus nunca
falha (vs 1).
Sempre precisamos ter em mente que estamos aqui para
confirmar a Palavra de Deus diante dos anjos e do mundo (1Co
4.9; Ef 3.10). Logo, temos que estar
imbuídos do sentimento que Jesus ordenou em Mt 5.39-44:
·
“Eu, porém,
vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe
também a outra; e, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe
também a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com
ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe
emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu
inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que
vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos
maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos
céus” (Mt 5.39-44).
Em outras palavras, devemos estar dispostos a:
1.
Apanhar mais
do que a pessoa está disposta a nos bater;
2.
Dar mais do
que as pessoas esperam receber de nós;
3.
Ir mais
longe do que a pessoa espera nos levar;
4.
Amar quem
não está disposto a receber este amor;
5.
Bendizer
aqueles que nunca têm palavras boas para nos dizer;
6.
Fazer o bem
àqueles que têm uma visão distorcida acerca do que deve acontecer conosco;
7.
Orar pelos
que só estão dispostos a tratarem mal e a seguirem após nós (ao
invés de seguirem a Cristo).
A ideia é a de um atleta que prepara mais do que a
competição exige (1Co 9.24-27) ou de um soldado que se prepara mais do que é necessário
para vencer o inimigo (2Tm 2.4-6) a fim de que jamais fiquem esgotados e deixem de tirar
todos os benefícios (ver 1Sm 14.28-30).
A pessoa deve, no final, considerar toda luta como algo
leve e momentâneo (Rm 8.18; 2Co 4.17), independente da duração e intensidade da mesma.
Enfim, não podemos deixar escapar nenhuma oportunidade (Ef
5.16; Cl 4.5). Temos que estar
preparados, não apenas para vencer a luta, mas para sermos mais que vencedores (Rm
8.37), a saber, lançando pelo menos uma gotinha de
azeite em cada vasilha que Deus coloca na nossa vida (Mt
25.3,4) e colhendo de Deus, através delas, pelo
menos um grãozinho do ouro da verdade (Pv 2.3,4;
3.13-15; 23.23).
E não podemos pensar que, porque o senhor é crente, que é
hipócrita e, deste modo desprezá-lo. Não é porque ele é crente que não possua
falhas e, se você foi colocado na vida de tal pessoa, é porque ele já colocou
na tua vida as qualidades necessárias para que ele obtenha de Deus tudo que é
necessário (Sl 68.28).
Precisamos ter em mente que Deus dá a cada um o dom
necessário. Não podemos achar que é injusto alguém ter mais que nós. Deus dá os
talentos conforme a capacidade de cada um (Mt 25.15) em ouvir Sua Palavra (Mt 13.9) e obedecer (Lc 12.48).
Além disto, no final, o que importa é a ação de Deus. A
diferença entre o pobre em Cristo e o rico é que este é servido pelo dinheiro (algo
morto), enquanto que aquele, por pessoas. Jesus
Cristo é o fim do conceito de desigualdade social, pois cada um acaba recebe
tudo que necessita e em abundância (Lc 6.38).
A questão não é ter o mesmo ou mais do que os outros, mas
sim estar plenamente suprido. Como Cristo é a nossa satisfação e tudo que há
neste mundo é simplesmente o meio que Ele proveu para nos tornar parte da vida
uns dos outros através da Sua Palavra, que diferença faz “quem é o líder” ou
“quem é o dono”, já que, no final, o que recebeu abundância compartilha com o
que tem falta (2Co 8.12-15) e o que lidera deve usar este dom para capacitar o servo
a servir. A ovelha recebe alimento e águas tranquilas do pastor (Sl
23.1,2) a fim de que possa produzir a lã que irá
aquecer corações e o lei para alimento (Pv 27.23-27).
Versículos 3 – 5 – TEMOS QUE NOS APARTAR DE TODOS QUE TENTAM LUCRAR COM A PALAVRA DE DEUS
O evangelismo consiste em duas coisas:
1. as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo -> As
palavras de Jesus dão saúde (Pv 4.19-21; Lm 2.13,14; Is 53.5; Tg
5.13-16; 1Pe 2.24). Logo, se isto não está
acontecendo, é sinal de que há erro na pregação. Deus sempre trabalha com cura,
ou seja, com Seu Espírito Santo nos preparando, tornando-nos melhor para o uso
em toda boa obra (2Tm 2.19). O pecado deixou o coração doente, a saber, desejando e
funcionando de modo irregular. Nosso papel não é atender aos desejos deste
coração corrompido (a fim de mantê-lo vivo), mas sim buscar a cura para o mesmo e, portanto, a morte
da corrupção;
2. a doutrina que é segundo a piedade -> Compaixão, a
saber, uma pessoa se identificando com a outra a fim de revelar Cristo dentro
da realidade dela.
Se
alguém ensina um evangelho que tenta incentivar a pessoa a crescer em sua
natureza pecaminosa, com o pretexto de que isto irá atrair outras pessoas a
Cristo (com a sedutora ideia de que poderão viver suas vidinhas
medíocres, se isolando no cantinho que conquistou para si), tal pessoa é enfatuada e nada sabe. Antes, está
enganando os mansos com palavras falsas (Is 32.7).
Seu
delírio (entusiasmo extremo que causa distúrbio no julgamento) é por questões e contendas de palavras (vs
4; Fp 1.15-17). Ou seja, o que tal
pessoa quer é ser alvo de discussões e debates, o centro das atenções,
despertando toda sorte de maus sentimentos:
1. Invejas (vs 4) -> desejo de violento de possuir o que é do outro, ao
invés de tomar posse do que realmente é seu (ver 1Co 2.9;
Ef 3.20);
2. porfias (vs 4) -> discussões ou contendas de palavras. Ao invés de
brigar por Jesus, deixe que Ele confirme Sua Palavra perante todos através de
cada momento da tua vida;
3. blasfêmias (vs 4) -> palavras ou atos que ultrajam Jesus. É oportuno
esclarecer que não há nada que ultraja mais a Jesus do que tentar fazer o bem
separado Dele. É como dizer que somos bons por nós mesmos e que, portanto, não
precisamos Dele. Honrar ao Pai não é fazer alguma coisa por Ele, mas sim deixar
que Ele faça tudo por nós, inclusive, dirija nossa vida;
4. ruins suspeitas (vs 4) -> opiniões ruins acerca uns dos outros, ao invés de
uma opinião correta a respeito de si próprio. A pessoa condena os outros por
não a terem ajudado, quando, o correto, era buscar de Deus o que Ele realmente
quer de si, já que, quando o nosso caminho é agradável ao Senhor, até os
inimigos são obrigados a fazerem paz conosco;
5. contendas de homens corruptos de entendimento e privados
da verdade (vs 5) -> contendas de homens que, por estarem privados da
verdade, estão com o entendimento corrompido. Que sentido há em ficar brigando
com alguém acerca de alguns princípios da Palavra de Deus? Assim fazemos, ou
porque queremos nos exaltar sobre ela, ou porque queremos obrigá-la a acreditar
e fazer aquilo que achamos ser justiça. Note, todavia, que o objetivo não é
glorificar a Deus, mas a si próprio.
É preciso
esclarecer que o importante não é combater as heresias, mas sim mostrar a
Verdade a todos. Quem se detém a combater heresias está, na verdade, lutando
contra quem as criou. Que razão existe para contendermos com alguém?
Para
ser mais exato: quando defendemos uma ideia ou causa, estamos, antes de tudo,
defendendo aquele que a criou. O objetivo não é simplesmente defender as ideias
da bíblia, mas sim Aquele que reflete tais ideias. A diferença é que, de nada
adiantaria comprovarmos cada vírgula ou til da Palavra de Deus, se, antes de
tudo, não houver um interesse das pessoas em estarem com Cristo o tempo todo,
pelo prazer em servi-lO.
A Palavra de Deus reflete quem Cristo é. Todavia, muitos
querem apenas o reflexo de Cristo. Por que poderíamos desejar ter o caráter de
Cristo em nós, separado Dele? Por que fazemos tanta questão de sermos bons por
nós mesmos, ou seja, temos sempre em nós o desejo de ser bom? Em outras
palavras, por que queremos ser a fonte da bondade?
Sem Cristo, toda expressão de bondade da nossa parte
estaria apoiada em nós mesmos (no nosso bem-estar, nos benefícios
que a mesma pode trazer para nós). Sem
contar que a nossa confiança e dependência estaria em nós mesmos.
O
verdadeiro evangelho não consiste no que Deus pode fazer em prol dos desejos do
homem. Antes, em quem Jesus verdadeiramente é. Ou seja, temos que adorá-lO
simplesmente porque Ele é Deus, ou seja, perfeito, bom, puro, justo, etc. O que
as pessoas precisam ver é como o amor de Deus excede todo o entendimento (Ef
3.19). Ou seja, o que precisa ser visto é a capacidade
de Deus amar e se compadecer de pessoas, mesmo através de pessoas tão más.
A
única razão para a pessoa não querer adorar Aquele que é o Amor e a Justiça em
pessoa, é porque não aceita Deus ser bom na vida de alguém (Mt
12.23-25; 20.15).
Ninguém
consegue manter comportamento de bondade porque não existe nada de bom dentro
de si. Cada pessoa está justamente em busca da bondade. O preguiçoso é aquele
que se envolve em atividades (trabalhos) iníquas, a saber, que, de alguma forma, sirva para
colocá-lo no topo, acima dos outros. Ninguém quer se envolver em atividade que não
lhe traga algum retorno, que lhe permita ser exaltado acima das outras pessoas.
Todavia,
o retorno de Deus tem sempre haver com Seu caráter de esvaziamento de nós
mesmos.
Já
pensou no motivo pelo qual a humildade é tão exaltada por Cristo? Simplesmente
porque, a única forma de vencer a morte que há no nosso coração é com a Vida de
Cristo, presente naqueles que a Ele se entregaram. Como, porém, a Vida poderá
entrar se estamos cheios de nós mesmos, a saber, de coisas que não têm vida
própria, mas precisam da nossa imaginação para ganhar vida? Note como não é com
a nossa vida que damos vida àquilo que está morto dentro de nós (pois
só Jesus tem vida em Si mesmo – Jo 5.26; 6.53; 20.31).
O
amor consiste em preencher espaços de tempo vazios com pessoas.
A
sabedoria só pode ser encontrada na vida daqueles que se dispõem a escavar as
profundezas da sua alma. As pessoas se dispõem a investir tempo lendo livros
que só sirvam para reforçarem sua tese. Isto porque não têm amor pelas pessoas
e, portanto, não se preocupam em saber se realmente aquilo em que acreditam é
verdade. E, mesmo que seja, pouco interesse tem em buscar argumentos que sirvam
para convencer os outros, pois ele quer ser o único dono da verdade ou o único
a saber como fazer a mesma funcionar. Só é capaz de buscar conforme aquilo que
sua mente medíocre é capaz de conceber. Contudo, desistir de buscar a verdade,
de fazer o máximo, é o que faz da pessoa alguém fracassado, morto e, portanto,
digno de ser vomitado por Jesus.
Versículos 6 – 10 – A verdadeira fonte de lucro
A piedade é fonte de lucro quando há contentamento (vs
6). Logo, a verdadeira fonte de lucro é a
felicidade. Mesmo porque, uma vez que nada podemos levar deste mundo quando
morrermos (vs 7), então por
que investir nele? A impressão que há é que Deus nos enviou a este mundo para
investirmos aquilo que era nosso.
Entretanto, que tínhamos antes de nascermos? Nada
trouxemos para este mundo (vs 7). Inclusive, não é à toa que viemos a este mundo sem
qualquer conhecimento, como um vaso vazio: para que ficasse manifesto que tudo,
na nossa vida, nos foi dado e que, qualquer conhecimento que adquirimos
separado de Deus irá desaparecer quando morrermos.
Quem quer ser rico cai em (vs 9):
1.
tentação
-> Disposição de ânimo para a prática de coisas diferentes daquilo que Deus
projetou para si;
2.
laço ->
ficam presas em seus medos e desejos;
3.
muitas
concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína
-> desejos fora do juízo e justiça de Deus, que só servem para arruinar e
deixar as pessoas perdidas com uma enorme quantidade de coisas pesando sobre si
(Mt 11.28).
Quando a pessoa se liga ao dinheiro, vindo a dar a sua
vida para ele e a colocá-lo como intermediário entre si e as demais pessoas, ela
acaba (vs 10):
1.
se desviando
da fé -> ao invés de se unir com base naquilo que Deus lhe diz, tendo como
intermediário a Palavra de Deus, ela se relaciona pensando no que pode tirar da
pessoa.
Veja: qualquer relacionamento (incluindo
com Deus) deve ter como objetivo fixar a Palavra de
Deus, de modo vivo, na nossa vida e na da pessoa com quem estamos a tratar.
2.
transpassando
a si mesma com muitas dores -> vai ferindo a si e à outra pessoa, como se
fosse possível que alguma bondade pudesse surgir dela. Temos que buscar a fonte
da bondade (Jesus) e não o vaso, no qual está contido uma porção desta.
Versículos 11 – 12 – Lutando por aquilo que realmente é importante
Devemos fugir do controle carnal que podemos ter sobre as
pessoas (vs 11) e buscar
apenas (vs 11):
1.
a justiça
-> aquilo que nos permitirá compartilhar o que temos a mais e receber aquilo
que nos está faltando (2Co 8.12-15);
2.
a piedade
-> a compaixão, ou seja, a capacidade de entregarmos nossa carne, de modo que
possamos nos identificar com as pessoas que Deus colocou na nossa vida e, deste
modo, possamos ajudá-las a serem livres do poder do pecado;
3.
a fé -> a
confiança perfeita em Deus e em tudo que Ele ordena;
4.
o amor ->
a ligação com as pessoas, a saber, com quem elas realmente são e naquilo que
Deus realmente quer delas. Não se trata de ajudarmos as pessoas a se verem
livre das necessidades que elas criaram, mas sim de entregarmos nossa vida a
fim de que sejamos o suprimento de tudo aquilo que seu espírito realmente
necessita. Não é fazer coisas para que a pessoa edifique-se a si mesma, mas sim
deixarmos que Deus use nossa vida para pregar no coração dela, não apenas as
palavras, mas toda a essência do evangelho de Cristo;
5.
a paciência (constância) -> perseverança tranquila naquilo que é de Deus, pelo
simples desejo de permanecer em Sua companhia para vê-lO operar;
6.
a mansidão
-> a dependência de Deus. Já que só podemos receber aquilo que nos é dado
por Deus (Jo 3.27; Jo 19.11; Tg 1.16,17), devemos esperar que Ele nos dê o que é nosso. Ao invés
de vivermos do passado (das bênçãos outrora recebidas), devemos viver do que Ele vai fazer e nos dar agora.
Temos tanta maldade no coração que achamos
que Deus é mau por não nos ajudar na nossa maldade. Tal conceito a respeito de
Deus produz em nós rebeldia e vingança, de modo que decidimos nos apegar a
qualquer coisa que, aparentemente, nos torne independentes de Deus e nos livre
de precisarmos nos submeter a Ele.
Temos que lutar (vs 12):
1.
A boa
milícia -> Lutar por aquilo que realmente é importante, a saber, aquilo que
nos fará tomar posse da vida que Deus nos deu (vs 12). Fomos chamados para conquistar a vida, não a que este
mundo oferece, mas aquela para a qual Deus nos chamou. Não é para termos a vida
que quisermos, mas sim a vida que Deus quer para nós;
2.
A milícia da
fé -> Temos que lutar segundo as normas (2Tm 2.5) se quisermos receber a coroa da vida. Nossa luta é para
confirmarmos a fé, e não para nos afastarmos dela. O objetivo não é provarmos a
todos o quão dedicados somos a Deus, mas sim o quanto Ele se dedica a nós a fim
de que Seu nome possa estar em todos os momentos da nossa vida.
Tal como Timóteo, muitas pessoas já fizeram boa confissão
diante de muitas testemunhas (vs 12) quando foram chamados por Deus. Contudo, ao invés de
prosseguirem na luta pela manifestação da presença de Deus na sua vida (vida
eterna – Jo 17.3), muitos se perdem em esforços
vãos que deles exigem muitos recursos, tempo e energia. Isto faz com que se
percam e fiquem distraídos em muitos afazeres (Lc 10.40), sem poderem ouvir e ver o que realmente Deus quer fazer
na vida deles. Estão tão ocupados com o que eles mesmos se propuseram a fazer
que não conseguem mais discernir esta época (Lc 12.56), ver Deus operando, nem mesmo enxergar o quanto se
distanciaram do amor (Ap 2.4) e da graça de Deus (Gl 5.4).
E o pior é que não conseguem mais ficarem livres de si
mesmas. Enquanto não fazem tudo que seu ego corrompido disse para fazer, elas
não param. Resultado: cansaço e sobrecarga (Mt 11.28).
Versículos 13 – 16 – Ver Jesus Cristo: o objetivo de se buscar a Deus
Deus é representado como Aquele que dá vida a todas as
coisas e Jesus, como Aquele que deu o testemunho de boa declaração da própria
fé (vs 13). Temos que
declarar a nossa fé. Contudo, tal declaração deve ser boa. Muitos escondem sua
fé. Outros, a declaram de um modo completamente ilícito (ver
2Tm 2.4,5), o que acaba testemunhando a ineficácia da
Palavra de Deus.
Que fique claro: o testemunho é este: que Deus nos deu a
vida eterna, a qual está em Seu Filho (1Jo 5.11). Logo, o testemunho da boa confissão é a morte e
ressurreição de Cristo. Ou seja:
1.
Temos que
confessar Jesus;
2.
A confissão
deve ser de um modo que levem as pessoas a confiarem do poder de Deus e na
eficácia da Sua Palavra;
3.
O testemunho
é a entrega total de nossa vida a Deus, de modo que Cristo possa nos usar para
operar aquilo que Ele deseja em Seu corpo (Gl 2.20).
Tal como, diante de Pôncio Pilatos, Jesus, em momento
algum, reivindicou Sua autoridade e poder (Fp 2.6) para se livrar (Jo 19.10,11), nós também jamais devemos, à força, lutar por aquilo
que acreditamos ser nosso:
1º-
Porque
podemos não ter tal direito;
2º-
Esse direito
foi conquistado de modo errado e, portanto, não é direito legítimo;
3º-
Mesmo que
realmente tenhamos tal direito, temos que crer que Jesus fará nossa justiça sobressair
como a luz (Sl 37.5,6).
O que as pessoas precisam é ver Jesus, e não apenas ouvir
falar Dele e daquilo que, supostamente, Ele deseja de nós. Digo supostamente,
porque, veja o que diz o (vs 14):
·
“que guardes
este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor Jesus
Cristo”;
O mandamento deve ser guardado SEM MÁCULA e REPREENSÃO.
Ninguém, por sua própria boa vontade ou capacidade é capaz disto. Logo, os
mandamentos são aquilo que Deus quer para nós (ou
seja, o que Ele quer fazer através de nós).
Não podemos continuar com a ideia absurda de que,
enquanto estivermos neste mundo, estamos condenados a viver em pecado.
Ora, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que
não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. (Rm 8.1).
A bíblia ORDENA que sejamos santos (1Pe
1.16) e perfeitos (Mt 5.48) como o Pai. Jesus não é ministro do pecado (Gl
2.17). Obviamente, o mandamento tem que ser
guardado, e isto SEM MÁCULA e REPREENSÃO MESMO!
Chega deste ditado absurdo que diz que, se conseguirmos atingir a perfeição,
Deus nos recolhe.
Jesus nos deu o Espírito Santo a fim de sermos o
testemunho de que Jesus é vivo e reina em nosso meio (At
1.8). Se não fosse possível ser livre do pecado,
então o que iríamos testemunhar acerca do amor de Cristo? Se o pecado é tão
atrativo, assim a ponto de desprezarmos a bondade e a benignidade de Deus que
nos seguem (Sl 23.6), então este amor não vale nada.
Se cremos que o amor de Deus excede todo o entendimento (Ef
3.19), logo este amor tem que ser maior do que
toda a maldade que alguém possa fazer conosco, bem como maior do que toda a
concepção que podemos ter a respeito do mal.
Mas, por que guardar a Palavra de Deus até a vinda de
Cristo, já que a maioria de nós não estará viva até lá? A vinda de Cristo não
é, necessariamente, Seu retorno a este mundo para inaugurar o milênio. Pode se
referir ao dia da nossa morte, quando Jesus virá para nós, bem como ao momento
que Deus irá nos usar para manifestar Deus como (vs 15 e 16):
1)
bem-aventurado
-> aquele que é a felicidade em pessoa;
2)
único
poderoso Senhor -> único que tem poder e é dono de todas as coisas. A ideia
de Deus como Senhor parece assustadora, por causa do mau exemplo dado pelas
autoridades. Entretanto, tal como o cachorro tem prazer em encontrar um dono
que dele cuide (alimente, proteja, trate, etc.), todos também buscamos isto. Infelizmente, a maioria
escolhe mamom como deus (Lc Mt 6.24).
3)
Rei dos reis
-> aqueles que inclina o coração de todos os governantes segundo o seu
querer (Pv 21.1; Rm 13.1,2);
4)
Senhor dos senhores
-> dono de todos aqueles que Deus constituiu para ser dono de outros. Hoje circula
o ditado maldito de que ninguém é de ninguém. Entretanto, já pensou na
perspectiva miserável por trás desta frase? Você gostaria de saber que a tua
presença não faz diferença na vida de ninguém e que ninguém faz diferença na
tua vida? Não achas triste a ideia de que, se você morrer aqui, agora, ninguém
irá se importar com isto e que, para você, não há diferença se quem morreu foi
um animal ou um ser humano? Não é muito mais gratificante saber que você faz
parte de alguém e vice-versa?
5)
aquele que
tem, ele só, a imortalidade -> Jesus é a renovação da vida. Apenas Ele
garante que, independente da situação, jamais teremos prejuízo. Isto porque,
daquilo que está morto, Deus é capaz de transformar (Ez 37.1-11; 47.8-10). Por isto Jesus se compara com uma videira (Jo
15.1). Uma planta é capaz de transformar estrume
em folhas frondosas e renovadoras do ar, flores perfumadas e frutos saborosos.
De igual modo, o pecado abunda, a Graça é capaz de superabundar (Lc
7.47; Rm 5.20).
6)
quem habita
na luz inacessível -> Sem Ele, praticamente todos os dias parecem iguais.
Tarefas como cozinhar, escovar dente, lavar roupa, etc., parece uma mesmice que
nenhum prazer traz e nada acrescenta à nossa alma.
Aliás, já pensou em descobrir o que realmente te dá
prazer? O conforto e, principalmente, a sensação de estar acima de tudo e de
todos.
7)
a quem nenhum
dos homens viu nem pode ver -> sabemos que é Jesus quem revela o Pai (Mt
11.27; 2Co 4.6,7). Obviamente, é esta a
missão do corpo Dele. Ninguém pode ver pessoalmente a Deus. Porém, no que
deixamos Deus nos usar para glorificar o nome Dele, a pessoa pode enxergar Deus
através de tudo aquilo que Sua presença fez de nós.
Entenda: estamos num mundo que já foi condenado (Jo
12.31), governado por um príncipe que já recebeu a
sentença de morte (Hb 2.14,15; Jo 16.11), cujos cidadãos já estão perdidos (Jo
3.18). A obra de Deus consiste em dar à pessoa a
boa notícia de que existe um reino que não é deste mundo, no qual habita
justiça e cujas virtudes (poderes) são bem diferentes de tudo que existe aqui e que, para
participar deste reino, basta aceitar a obra que Jesus fez na cruz por nós, a
saber, a Sua permanência constante em nossa vida conduzindo cada momento nosso.
Infelizmente, muitas vezes pensamos na mensagem da cruz
numa perspectiva mundana, o que nos dificulta de enxergarmos o real sentido de
tudo que Jesus fez. Ele ofereceu Seu corpo, de modo que tivéssemos condições de
passar por ele sem nos sucumbirmos com a morte que cada vez mais nos abraça,
até sermos forçados a ceder aos caprichos da carne e à vontade do seu príncipe.
Só a vida de Jesus pode vencer todas as limitações que este mundo nos impõe, de
modo que possamos nos comportar como estrangeiros e peregrinos (1Pe
2.11).
8)
ao qual seja
honra e poder sempiterno -> honra e poder que não têm início, nem fim. Deus
não nos dá o Espírito Santo por medida (Jo 3.34), ou seja, não é algo mensurável como a atividade humana.
Tampouco algo que pode ter início em nós, como que em virtude da nossa “boa
vontade”. A honra e poder a Deus não parte de uma iniciativa nossa, mas Dele
próprio. É a presença Dele na nossa vida fazendo de nós o que bem Lhe apraz,
que O glorifica perante todos.
9)
amém -> Jesus
é a confirmação de tudo que é bom para a nossa vida, a saber, de tudo que está
escrito na Palavra de Deus. Nosso papel é servir para confirmar tudo o que se
acha escrito na bíblia (2Co 1.20; Ap 3.14).
O que está sendo dito é devemos guardar toda a Palavra de
Deus até Ele vir, manifestar Sua glória e nos livrar do mal que nos assedia, de
modo que todos possam vê-lO vencendo em nós.
Versículos 17 – 19 – Como ajuntar riquezas para a vida eterna
Os ricos não devem almejar coisas elevadas, já que estas
lhes farão distanciar das pessoas (vs 17). Uma das coisas que mais dificulta o rico entrar no
reino dos céus (Mt 19.23,24) é a enorme quantidade de possibilidades na hora de
resolver os problemas, bem como de oportunidades para se distrair em muitos
prazeres e atividades.
Daí Paulo dizer aos ricos para serem comunicáveis (vs
18). Muitos ricos evangélicos se envolvem tanto
em atividades supostamente em prol do reino de Deus, que acabam se isolando das
pessoas, incluindo daqueles que fazem parte do seu ministério.
Como assim? Embora façam a “obra de Deus” (na
verdade quem deve fazer a obra de Deus é Ele em pessoa, daí obra de Deus), não se dedicam a ouvir o próximo e participar da vida
dele. Muito menos têm tempo de se de abrirem a fim de serem ajudados pelo
próximo.
Você pode questionar: mas Paulo não diz para fazerem o
bem, se enriquecerem em boas obras e repartirem de boa mente (vs
18)? Sim, mas não é para repartir apenas a parte
material, mas compartilhar também o conhecimento, a sabedoria, a parte
sentimental, espiritual, etc.
Na verdade, a boa obra nada é do que Deus usando todo
nosso ser para pregar a Palavra Dele nas tábuas dos corações, através do Seu
poder operando em nós (Ef 3.20,21), em meio à situação na qual cada um deles está vivendo.
É importante que fique claro que o objetivo é
“entesourarmos para NÓS MESMOS sólido fundamento para o futuro” (vs
19). Isto pode soar estranho, egoísta.
Entretanto, quando fazemos o bem, na verdade, não é a pessoa em si que é
abençoada, mas nós mesmos.
Tudo o que de fora entra no homem não pode penetrar no
seu espírito (Mc 7.18,19). Aquilo que sai do homem é que irá penetrar no seu
espírito. Logo, quando deixamos de ajudar alguém, permitimos que os maus
pensamentos e sentimentos penetrem em nosso espírito e nos contaminem. É essa a
bagagem que iremos levar para apresentar no tribunal de Cristo (Rm
14.10; 2Co 5.10).
Você pode argumentar: “mas nossas ações contribuem na
hora da pessoa decidir o que irá prevalecer no coração dela”. Na verdade, não!
No coração da pessoa sem Cristo, ela pensa apenas em si mesma. A única coisa
que podemos influenciar é na forma como a pessoa nos vê ou, se preferir, em que
lugar da sua vida ela irá nos colocar e em que face da “moeda” (amor
ou ódio).
Porém, toda a vida desta pessoa irá girar em torno dela
mesma. Até mesmo nossas tentativas de evangelizar a pessoa irão apenas
incentivar a pessoa a tentar colocar Jesus a seu serviço, a fim de ajudá-lo em
todo trabalho sujo e egoísta.
O verdadeiro evangelismo tem por finalidade darmos espaço
em nós para sermos alcançados por Cristo (Jo 19.17) para toda boa obra (2Tm 2.19) a fim de sermos frutíferos (2Pe 1.5-8). A cada manifestação viva do Espírito Santo (2Co
3.18), uma transformação acontece dentro de nós, a
qual nos deixa mais parecidos com Cristo e nos faz refletir a glória de Deus.
Quando isto acontece, aquelas pessoas que optam por permanecerem na nossa vida,
contemplam a Cristo (Jo 3.14,15) e, se crerem, serão separadas para uso exclusivo de Deus
(1Co 7.12-14).
Veja, contudo, que não é a nossa ação direta que toca o
coração da pessoa, mas sim a operação do Espírito Santo, no coração daquele que
crer, através daquilo que ela vê de Jesus em nós.
Em outras palavras, buscamos, em Cristo, evangelizar a
nós mesmos (Rm 2.21), de modo a criarmos raiz em nós (vs
19; Mt 13.21). E quando as pessoas
contemplam em nós o real significado do que vem a ser pertencer ao reino de
Cristo, ela se torna mais propícia a ouvir Jesus lhe chamando. Se ela ouvir e
aceitar Seu chamado (Ap 3.20), será transformada em nova criatura (2Co
5.17) após crer.
Vem a questão: porque o sólido fundamento a ser adquirido
é para o futuro, e não para o presente (vs 19)? Porque já estamos crucificados com Cristo (Gl
2.20), de modo que não é mais para acharmos nosso
jardim do Éden aqui (Mt 10.39).
Tanto é assim que Deus nos dá abundantemente todas as
coisas para delas gozarmos (vs 18), e não para as entesourarmos aqui. Isto parece um
contrassenso, mas a ideia é que, ao invés de nos privarmos da alegria para
tentarmos acumular riquezas, as usemos em algo que realmente irá nos trazer
satisfação. Como a única coisa que preenche o nosso coração é o amor, logo a
única forma de sermos felizes com todas as coisas que Deus nos dá é
superabundando em toda boa obra (2Co 9.8-11) a fim de granjearmos amigos (Lc 16.9).
Nossa esperança, entretanto, não pode estar na incerteza
das riquezas (vs 18). Ou seja, não podemos aproveitar do infortúnio dos
outros e depositar nossa esperança no fato de que tais riquezas são incertas.
Ou seja, nossa esperança não deve estar na expectativa de que as pessoas serão
obrigadas a virem até nós por não terem como adquirir os recursos deste mundo.
Nosso presente deve ser Cristo (Fp
1.21). O ganho deve estar no futuro, quando,
finalmente, alcançaremos Jesus, a Vida eterna (Jo 17.3). Ou seja, trabalhamos aqui no sentido de entesourarmos
mais a mais a Verdade (Pv 2.3-5; 3.13-15; 23.23; Mt
6.19,20), não para servirmos a Deus, mas sim para
sermos usados por Ele.
Em outras palavras, nos enchemos de Jesus e Sua Palavra
na esperança de que Ele, amanhã, irá nos usar e se manifestar a nós. Tudo que
fazemos ou buscamos hoje, tem em vista conhecer mais um pouco Dele amanhã. Até
quando Ele nos usa hoje, ao invés de pararmos para comemorar, colocamos isto na
nossa bagagem a fim de Ele poder nos usar com mais eficácia amanhã (ver
Fp 3.13,14). Nossa expectativa não está naquilo que fez
ou está fazendo (como que buscando conforto), mas naquilo que Ele fará.
Enfim, como soldados (2Tm 2.3-5) a guardar o “jardim do Éden” (Gn 2.15), nunca devemos achar que haverá paz e segurança (1Ts
5.3) enquanto peregrinarmos por este mundo
estranho (1Pe 2.15). Num mundo
caído em cima do maligno (1Jo 5.19), dominado por Ele (Jo 14.30; Ef
2.1,2), não há possibilidade de descanso físico. É
só aquietar e a morte tomará conta. Até a ciência comprova isto através da 2ª
lei da termodinâmica: a lei da entropia.
Resumindo: fisicamente, o que importa é o dia de hoje (1Tm
6.7,8; Hb 3.12), já que não sabemos o
que há no futuro (Tg 4.13-15). Espiritualmente, vivemos no futuro, sempre na
expectativa de algo maior e bem melhor que Deus fará em nós e através de nós.
Versículos 20 – 21 – Devemos buscar Jesus apenas na luz que Ele proveu
Tal como Timóteo, devemos guardar o bom depósito que Deus
nos confiou (vs 20). Não é para corrermos atrás de coisas que Deus não deu,
mas sim preservarmos aquilo que Deus nos deu e permanecermos nisto, crescendo
através da Sua Graça (Jr 6.16; 18.15; 2Tm 3.14).
Veja a parábola das 10 virgens. Quando elas saíram já era
noite, visto que as lâmpadas de todas estavam se apagando (Mt
25.8), o que significa que estavam acesas. Mas
afinal, se todas se esforçaram tanto para conservarem sua virgindade (nenhuma
delas havia se prostituído), então
porque tão pouco esforço no sentido de levar um pouco de azeite nas vasilhas? Este
pouco peso não iria tornar a jornada mais difícil.
Considerando que a palavra de Deus é lâmpada para os
nossos pés e luz para o nosso caminho (Sl 119.105), logo, a finalidade das lâmpadas era iluminar o caminho
para que elas pudessem enxergar perfeitamente e chegar ao lugar certo (lembre-se
que não havia luz elétrica na época).
Já pensou no motivo do Noivo ter rejeitado as 5 virgens
néscias? Pense: onde é que aquelas virgens foram comprar azeite em plena
meia-noite (Mt 25.8), visto que, não é igual hoje que existe supermercados,
empórios, etc., abertos 24 horas (não havia eletricidade!). Sem contar que a cultura da época, além de ser agrária (que
exige a pessoa dormir cedo), era muito
mais rígida nos padrões morais (uma mulher não podia ser vista em
público conversando com um homem ou andando sozinha à noite. Era considerada
prostituta – ver Ct 5.6,7; 8.1; Jo 4.9).
A única coisa que se achava aberta numa hora destas era
bares ou casas de prostituição. Elas acharam que não teria problema entrar em um
lugar destes, se fosse por uma causa justa.
Além disto, como as lâmpadas já estavam se apagando, elas
mal sabiam para onde estavam indo, como se O Caminho não fosse algo tão
importante. E como elas conseguiram chegar de novo ao lugar certo, logo elas conseguiram
comprar o azeite (sabe-se lá o que usaram para
comprar).
Também é digno de nota que, como as lâmpadas estavam se
apagando (Mt 25.8) e a bíblia
diz que elas chegaram mais tarde (Mt 25.11 - ARA), obviamente o fogo chegou a se apagar, o que as fez
acender fogo estranho (ver Lv 10.1,2), ao invés de manter o fogo de Deus aceso (Lv
6.12,13). Tal como os sacerdotes tinham que encher o
seu incensário com as brasas do fogo de Deus que havia no altar do incenso (Lv
16.12,13), ninguém tem autorização para chegar até
Jesus sem ser conduzido por Deus (Jo 6.44,45), ou seja, aprender direto Dele (Mt
11.27-29; Ef 4.20,21; Hb 8.10-12; 1Jo 2.27).
Entretanto, elas acharam que não tinha problema chegar à
presença de Deus à hora que quisessem, por meio dos seus próprios méritos e
recursos. Contudo, isto significa que elas chegaram, não porque amavam a Deus,
mas porque isto lhes convinha.
Não havia o conhecimento de Deus ardendo no coração delas
(Mt 25.12; Lc 24.32). A
verdadeira Luz (Jo 8.12) já não brilhava no interior delas (ver
Is 8.20). Portanto, não estavam andando em
conformidade com a sã doutrina (1Tm 1.10; 2Tm 4.3; Tt 1.9; 2.1).
Foi isto que Adão e Eva não conseguiram enxergar. Eles
estavam tentando adquirir conhecimento que não vinha de Deus (Gn
3.6,11). Mesmo que o interesse fosse glorificar a
Deus (o que nunca é verdade, pois, sempre que fazemos algo que
planejamos, nosso ego entra em ação pensando em algo exclusivamente para si), seria algo fora Dele.
A questão não é apenas se aproximar de Deus ou permanecer
nO Caminho (como se o objetivo fosse fazer
coisas), mas sim permanecer no Seu corpo sendo usado
por Ele.
Agora fica claro o que significa ser aversão às oposições
da falsamente chamada ciência (vs 20). Quem professa um conhecimento de Deus fora de Jesus
Cristo, acaba se desviando da fé (Mt 12.30; Jo 15.5). Note como o objetivo não é combater as heresias, mas
sim ter horror a elas, a ponto de nos afastarmos de qualquer um que venha até
nós com objetivos contrários à Palavra de Deus (Rm 16.17; 1Co
5.11; 1Tm 6.3-5; 2Tm 3.1,5; 2Jo 10,11).
Enquanto estamos tentando combater as heresias, nos
contaminamos com ódio, maledicência, etc. Podemos nos desculpar que estamos
combatendo a maldade. Entretanto, todas as guerras surgem a partir de pessoas
que querem acabar de vez com o mal a fim de tentar estabelecer a paz
definitiva, como se a paz pudesse ser conquistada com a destruição de todos
aqueles que pensam e sentem diferente de nós.
A verdade, porém, é que apenas Cristo é a nossa paz (Ef
2.14), ou seja, apenas Ele com Seu amor e poder é
capaz de conservar a real unidade (Jo 17.11,21-23). Sem Ele, cada um tentará manter os outros unidos, ou em
torno de uma causa ou de si. Seja como for, não permanecerá a unidade. Os
prazeres da carne ou a soberba da vida (ver 1Jo 2.16) levará as pessoas a questionar a liderança, como se deu
com Moisés (Nm 12.1,2; 16.1-3).
Enfim, ao invés de perder tempo lutando contra o mal,
aproveite o tempo se aproximando do bem e se deixando possuir por Ele, de modo
que a luz de Cristo seja de tal magnitude na tua vida, que as pessoas, ao
olharem para você, enxerguem apenas a Luz da Vida (Jo 8.12; Rm
13.14; Cl 3.14).
Creio que, agora, fica claro o motivo pelo qual devemos
ter horror aos clamores vãos e profanos (vs 20):
1º-
Clamor é
grito de queixa, súplica ou protesto, como que querendo insistir que Deus lhe
dê o que ele deseja. Isto é errado! Quem somos nós para achar que podemos
convencer Deus a mudar de ideia.
2º-
Vão
significa inútil. Não podemos orar por coisas banais, que só trarão alívio
interno momentâneo;
3º-
Profano:
voltado para as coisas deste mundo. Jesus disse para ajuntar tesouros no céu (Mt
6.19,20) e buscar Seu reino e justiça (Mt
6.33). Logo, nossa oração deve ser direcionada no
sentido de conscientizar as pessoas acerca de um novo reino, celestial. Ou
seja, o ministério de Cristo não consiste em fazer a pessoa ter uma vida
próspera neste mundo que jaz no maligno (1Jo 5.19), mas sim em anunciar Seu reino, a saber, uma nova razão
de ser e viver.
Enfim, o grande erro das pessoas é buscarem a Deus a fim
de obterem coisas que irão fazê-los se desviar da fé pura e espiritual e,
consequentemente, da Graça (vs 21). Não importa quais sejam nossas intenções: mesmo que
nosso desejo seja chegar ao céu, agradar a Deus, ajudar o próximo, etc., a
menos que tudo isto tenha como alvo conhecermos Jesus mais e mais a fim de nos
tornarmos cada vez mais dependentes Dele (e, deste modo,
podermos descansar dos nossos desejos e cuidados da vida), tudo acabará como se deu com a torre de Babel.
Lembre-se que, o que eles queriam era justamente chegar ao céu para manter a
perfeita unidade (Gn 11.4).
O amém indica que tudo isto deve ser confirmado em nossa
vida, não apenas em momentos esporádicos, mas a todo instante.
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