terça-feira, 15 de janeiro de 2013

36 - ESTUDO DO LIVRO DE OSÉIAS - PARTE 3



OSÉIAS 10 → CULTUANDO O CRIADOR COM AS OBRAS DAS PRÓPRIAS MÃOS (ÍDOLOS). O SISTEMA RELIGIOSO SÓ CONFIA EM SI (EMBORA DIGA QUE TUDO QUE FAZ É PORQUE CRÊ EM JESUS)!

Vs 1-4 ISRAEL FAZIA APENAS AQUILO QUE ACHAVA QUE ERA PARA SEU PROVEITO
O aumento das bênçãos significa:
1.      Aumento de serviço para aqueles que são piedosos, já que, cada bênção, é visto como uma responsabilidade a mais para manifestar a bondade de Deus (ver Lc 12.47,48);
2.      Aumento de pecado para aqueles que querem apenas investir em si mesmos;

Israel está no meio destes. Embora tivesse sido constituída de vides excelentes (vs 1; Is 5.1-7), se tornaram para Deus uma planta degenerada (Jr 2.21), ou seja, passaram a dar fruto apenas para eles mesmos (vs 1). Nesta condição:
*      quanto mais abundante é o seu fruto, mais multiplica-se altares, ou seja, sacrifícios (Os 8.11; 12.11);
*      quanto mais a terra se mostra boa, mais dedica-se a coisas mortas (ver Sl 115.4-8; 135.15-18). Daí (ver Gn 3.17-19).

Em outras palavras, quanto mais a pessoa prospera, mais ela exige que os outros se sacrifiquem, usando o nome de Deus como desculpa para que eles cooperem sem questionar. Daí Deus quebrar os altares e derrubar as colunas (vs 2), ou seja, acabar com tudo que poderia servir para que eles ocupassem a si e aos outros com coisas inúteis. E quanto mais os recursos lhe vêm à mão, mais ela os usa para conservar e aperfeiçoar aquilo que, no final, irá exigir o que ela tem de precioso para ser mantido (já reparou como as maiores dádivas já nascem com o ser humano? Infelizmente, por não enxergarem isto, as pessoas vão dando em troca estas pérolas valiosas até ficarem velhos, vazios e cheio de um monte de tralhas sem serventia, incapaz de curar a alma doente).
Pilares ou monumentos de pedras eram levantados para recordar um acontecimento importante (Gn 31.43-45; Js 4.8,9). É bem verdade que isto era requerido por Deus na Antiga Aliança. Entretanto, hoje, nós é que somos as pedras vivas (1Pe 2.5), ou seja, o próprio memorial do nome de Jesus (1Co 11.25). O coração das pessoas é o local onde devemos escrever Sua Palavra, bem como todos os acontecimentos importantes referentes a ela.
Veja a diferença entre algo vivo e algo morto: este, dependerá de nós para estar conosco; aquele, está conosco porque realmente se importa conosco (ver Ef 4.17-19) e permanecerá junto a nós, independente do que fizermos.
Infelizmente, na maioria das vezes, quanto mais Deus abençoa a pessoa, menos ela confia Nele (ver 2Cr 26.15,16; Ez 28.17). É mais fácil crer no dinheiro, já que é visível a sua influência na vida das pessoas que nos cercam (ver Mt 19.23,24). E o pior é que, quase sempre, as pessoas querem crer em Deus com base naquilo que acontece à volta delas, bem como na interferência Dele na vida das pessoas. Se cada um considerasse os outros superiores a si mesmo (Fp 2.3) e procurasse descobrir qual a parábola de Deus por trás da vontade de cada uma delas, não haveria religião, muito menos clamores vãos (1Tm 6.20).
Daí o coração dividido (e, portanto, falso – vs 2). A pessoa não sabe em que se apoiar, já que ela baseia suas decisões em si mesma. Por isto é que, todo aquele que duvida, não recebe coisa alguma (Tg 1.5-8), apesar de pedir (contrariando a promessa de Mt 7.7). Tais pessoas não recebem porque pedem conforme a maldade que há nos seus corações (Tg 4.2,3), o que revela a culpa que ainda pesa sobre elas.
A culpa decorrente do pecado mantém a pessoa em contato com seus maus desejos e, deste modo, completamente desconfiada das pessoas, já que ela bem sabe que não existe motivo nenhum para alguém se interessar por ela (incluindo o próprio Jesus). Ela não consegue se entregar sem reservas a ninguém porque teme o mal que, no final, acabará vindo (Jó 3.25,26); ainda mais considerando que ela também não crê que Deus se interesse em lhe ajudar.
E o pior: não há ninguém que tenha interesse em defender sua causa (vs 3). E, mesmo que tivesse, que diferença isto faria (ver Os 3.4; 10.7; 11.5; Mq 4.7)?
      - O sistema babilônico (político + religioso) continua imperando sobre a liderança e, mesmo que queiram, não poderão fazer nada de bom para nós, sob pena de exclusão e até mesmo morte, já que o sistema não tolera pessoas:
a.       Honestas;
b.      Justas;
c.       Verdadeiras;
d.      Boas.
      - O verdadeiro mal está dentro de nós e nada do que fizermos poderá mudar isto.

Não é de hoje esta ideia de querer que alguém guerreie por nós (ver 1Sm 8.19,20).
Aliás, foi a partir desta ideia que surgiu o sistema religioso. A vontade de Deus era fazer, de todo o Israel, uma nação de reis e sacerdotes (Êx 19.5,6). No entanto, ao ouvir Dele o que Ele pretendia operar neles, o povo se recusou a ouvi-lO (Êx 20.18,19). Eles acharam muito duro o que Deus lhes dizia (ver Jo 6.60; Hb 12.19-21) e preferiram que alguém buscasse a Deus por eles a fim de que não perecessem (Dt 5.24-27) em suas maldades, como se o mal só viesse apenas sobre aqueles que se associassem a Deus.
Em outras palavras, eles achavam que, se ficassem distante de Deus, poderiam viver para si, sem serem incomodados. Eles encaravam Deus como se fosse o patrão a quem a pessoa escolhe servir ou, se preferir, eles escolhiam o deus que atendia melhor os seus desejos. Não conseguiam perceber que deixar de servir Jesus, significa servir àquilo que irá nos afastar justamente do que mais precisamos: o amor.
Já pensou no motivo pelo qual o povo ficou tão amedrontado com Deus? Os 10 mandamentos (Êx 20.3-17), que implicava tão somente em amor a Deus e ao próximo. Eles tinham medo de amar e ser amado.
Em outras palavras, o sistema religioso surgiu como uma tentativa de aliviar a consciência daqueles que queriam viver, no pecado, seu egoísmo, mas sem a ameaça do juízo final. Trata-se de dar, àqueles que não suportavam a ideia de serem bons para com os outros, um “caminho alternativo” para o céu (pelo menos é o que pensavam e pensam).
Entretanto, Pedro foi claro ao dizer que fomos feitos reino sacerdotal para oferecermos sacrifícios espirituais agradáveis a Deus (1Pe 2.5). Se pensarmos que o tabernáculo, com seus sacrifícios, surgiu com a rejeição de Israel ao sacerdócio, logo, os sacrifícios físicos, eram o meio que Deus proveu para que eles pudessem se aproximar Dele, a fim de nos ensinar a seguinte lição (Mt 23.12; Lc 14.11): que, para se aproximar Dele, é preciso se esvaziar de si mesmo (1Pe 5.5-7).
Não tem como alguém se aproximar Dele estando repleto de coisas dentro de si. Daí serem bem-aventurados os pobres de espírito (Mt 5.3), a saber, aqueles que enxergaram que mais bem-aventurado é dar do que receber (At 20.35), já que esta é a receita para que nossa consciência fique limpa (ver Lc 11.41; Tt 1.15).
Vem a questão: o que vem a ser um sacrifício espiritual? O sacrifício físico era o homem oferecendo um animal (uma vida) em prol da sua reconciliação com Deus, já que a vida dele, por causa do pecado, não servia mais para isto; o sacrifício espiritual é o Cordeiro que Deus providenciou para Si mesmo (Gn 22.8) a fim de que, aquilo que mantinha o mundo separado Dele, fosse removido (Jo 1.29).
Logo, ao invés de multiplicar palavras ou hinos para, supostamente, louvar e adorar o Criador (vs 4), faça o que Ele mandou (ver Mt 7.21). Chega de fazer alianças falsas. Só existe uma aliança verdadeira entre nós e o Altíssimo: a que Ele fez conosco por meio de Jesus. Não é pelas nossas palavras que iremos conquistar Seu amor, mas sim pela Palavra Dele (vs 4).
Já reparou como as pessoas transformaram o casamento em uma manifestação de egoísmo, onde um se aproveita do juramento do outro para mantê-lo preso junto a si, como se não houvesse outra forma de alguém ficar perto de nós?
Infelizmente até hoje os casais não entenderam que Deus fez a mulher para o homem a fim de que ele se apegasse a ela, não para receber, mas para dar tudo que Jesus colocou no seu interior. Criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26), temos o desejo de compartilhar o que há dentro de nós.
Se isto, infelizmente, não tem sido possível de ser verificado, é porque, das duas uma:
*      ou a pessoa não recebeu de Deus a provisão e, portanto, está desprovida de algo bom para oferecer ao cônjuge;
*      ou se deixou distrair com os muitos tropeços colocados pelo diabo, para manter marido e mulher isolados, sem contato e, portanto, sem experimentarem toda bênção que é dar-se àquele que Deus colocou próximo a nós.

Neste caso, o juízo acaba florescendo como erva peçonhenta (ver At 8.23; Hb 12.15) no campo que acabou de ser arado (vs 4), ou seja, a pessoa começa a querer julgar a outra por aquilo que ele acha que ela deveria fazer. E como o terreno foi arado pelas palavras e alianças que fizeram (vs 4) (ou seja, pelo suposto amor que professaram), acaba que a semente da amargura e do ressentimento encontram terreno fértil.
Vs 5-8 ÍDOLO: ESCRAVIDÃO SOBRE AQUELE QUE O CARREGA (Is 46.1), VERGONHA E INSEGURANÇA QUANDO OS MESMOS SÃO TIRADOS DE NÓS
O que perdura, na sociedade, é a ideia de que autoridade é sinônimo de tirania. Deus nunca projetou que a autoridade fosse instrumento Dele para obrigar os ímpios a fazerem o que é bom. Se fosse do intento de Deus obrigar as pessoas a serem boas, ele não teria criado a árvore do conhecimento do bem e do mal. Sem contar que Ele poderia obrigar todos a Lhe obedecerem (ver Rm 9.19).
Deus nunca projetou que as pessoas servissem a Ele, mas sim que elas se dispusessem a ser palco do serviço Dele. O motivo pelo qual Deus abomina tanto os ídolos é porque a pessoa se apega aos mesmos, como se eles fossem capazes de servir melhor do que Ele próprio. A pessoa demonstra que não quer confiar na bondade de Deus, visto que o prazer nas suas más obras torna mais fácil confiar na maldade dos outros. Ele se apega ao ídolo a fim de, supostamente, não ter que pedir a Deus.
A autoridade só tem sentido quando é voluntária, ou seja, quando cada pessoa, tendo consciência e prazer no dom que Deus lhe deu para “salvar” a humanidade, se prontifica a seguir as ordens de alguém a fim de que seus dons possam atuar no lugar, na hora e do jeito certo.
Autoridade verdadeira atua na vida daqueles que têm prazer em se submeter a ela (daí Deus dificilmente falar com alguém). Note que Jesus não roga pelo mundo (Jo 17.9), nem jamais entrou em conflito com as autoridades seculares, como que tentando consertá-las ou controlá-las. Dever-se-ia esperar que, pelo menos uma vez, Jesus confrontasse Herodes, Pilatos ou qualquer outra autoridade romana (que, como bem é sabido, eram deveras más). Entretanto, ele nunca fez isto.
Mesmo no que se refere às autoridades religiosas, embora Ele as repreendesse, jamais ficou em cima delas forçando-as a serem fiéis ao Pai e ao povo de Israel. Isto porque, o segredo da autoridade, não está na pessoa que a possui, mas sim na vida daquele que a ela se submete. Nosso papel não é obrigar as pessoas a serem justas, mesmo porque, sem Cristo, qualquer ato de justiça delas sempre irá implicar em imundície (daí Is 64.6). Antes, a ideia é que elas percebam o quão maravilhoso é Deus exercendo Sua justiça e, deste modo, desejem o amor uns aos outros que resulta do estilo de vida de Jesus (Jo 13.34,35). A bem da verdade, o desejo de encontrar alguém com quem se pode usar de bondade, por amor a Jesus, é que deve ser estímulo à mudança.
A autoridade é algo lindo e maravilhoso quando se tem o coração limpo. Tal pessoa tem o prazer de ser usada por ela de modo justo para algo nobre. Se, muitas vezes, temos tiranos sobre nós, é por causa daquilo que existe no nosso coração (ver Rm 13.1-3; Gl 4.1-3).
 A bem da verdade, o que irá determinar o tipo de autoridade que reinará sobre nós, é aquilo que existe dentro do nosso coração. Um coração vazio (que passou a vida sem se envolver profundamente com alguém) acaba se tornando morada de demônios (Mt 12.43-45); por outro lado, um coração repleto de coisas boas, será colocado na presença daqueles que são grandes aos olhos de Deus (Pv 22.29).
Como você pode ver, não é uma ideia agradável ficar sem alguém que nos aponte a direção de Deus a ser seguida. Como escolher os melhores dons, sem saber o que Deus deseja operar (1Co 12.31) (vs 4)? Por outro lado, por que Deus haveria de nos dizer o que fazer, quando decidimos seguir aquilo que nossas mãos fizeram?
Foi o que aconteceu com Israel. Iria ficar um tempo sem rei (vs 4; Os 3.4; 10.7; 11.5; Mq 4.9) e sem nada em que se apoiar (o bezerro de Bete-Áven seria levado como presente ao principal dos reis da Assíria – vs 5 e 6). Muito choro e medo haveria de tomar conta deles, principalmente dos sacerdotes, em virtude de terem feito, disto, a sua glória, a saber, aquilo que fazia deles alguém especial (ver 1Sm 4.21,22; Os 9.11).
É triste quando, para sermos alguém, precisamos da presença de um objeto morto junto conosco, como se ele pudesse nos dar algum conselho útil a ser seguido (vs 6; ver Os 5.13; 11.6). Todavia, quando o espírito de adultério nos engana, passamos a ver e ouvir o que nosso coração quer que seja verdade (Gn 3.5,6), mesmo que saibamos que isto, no fundo, nos trará muitas dores e vergonha (vs 6).
Até quando vamos agir temerosamente, como se fosse possível algo bom vir da desobediência? É bem verdade que, muitas vezes, parece que há males que vêm para bem (ver Rm 3.8). Contudo, bem-aventurado é aquele que não consegue encontrar, em Cristo, motivo de tropeço (Mt 11.6; Lc 7.23). Se uma situação veio, como que para fazer você tropeçar na Palavra de Deus, saia desta situação e entre no escape que Deus lhe proveu (1Co 10.13). Do contrário, se você seguir o teu próprio conselho (vs 6), com certeza irás te envergonhar (Rm 6.21). No final, tudo aquilo que você colocou sobre ti, será levado como um cisco que é carregado pela correnteza (vs 7).
Entenda: todo ser humano sente necessidade de participar e se apoiar em algo maior que ele mesmo. E quando isto, em que decidiu se apoiar, vem a faltar, logo vem o medo e a vergonha.
Tanto que, no vs 8, o povo chega a dizer aos montes para cobri-los e aos outeiros para caírem sobre eles (tal como em Ap 6.16; Lc 23.30). É triste quando Jesus deixa de ser a cobertura (garantia, penhor) para os nossos pecados (falhas, defeitos) e, deste modo, passamos a depender de um monte de coisas para que as pessoas não tenham medo de investir em nós. Aqui, as pessoas queriam que montes e outeiros servissem de cobertura espiritual na vida deles. A dureza de coração era tão grande que eles preferiam morrer do que se arrepender e converter (ver Ap 9.21; 16.9).
No caso de Israel, seus lugares de adoração foram destruídos e cobertos de mato e espinhos (vs 8), o que nos lembra os trechos onde os amantes acabam se esquecendo dos “bons” momentos que viveram juntos e, assim, se voltam contra Israel, a grande meretriz (Jr 30.14; Ez 16.33-37; 23.22; Ap 17.16).
Vem a questão: por que as pessoas gostam tanto de cultuar seus ídolos? Cada um gosta de der o controle da situação. Ao praticar feitiçaria, a pessoa acha que pode controlar os poderes das trevas e, deste modo, tirar vantagem disto.
Vs 9-15 A CONFIANÇA DE ISRAEL NA MENTIRA E NA MULTIDÃO DOS SEUS VALENTES (PODEROSOS)
Desde os dias de Gibeá, Israel vem cometendo o mesmo pecado contra o qual lutaram contra Benjamin (vs 9). Permaneceram nesta prática, supondo que, deste modo, a peleja contra os perversos jamais os haveria de alcançar (ver Is 28.15; Jr 44.17-19). Para ser mais exato, eles acharam que, se todos aderissem ao sistema das trevas, ninguém iria criticá-los ou se voltarem contra eles e, deste modo, não teriam problemas em permanecer nas suas práticas dissolutas (Jd 12,13).
Engano deles! Deus os castigaria na medida do desejo Dele de que todos sejam salvos (vs 10). Para tanto, eles seriam atados às suas transgressões (vs 10), o que faria os povos se congregarem contra eles (vs 10). Afinal, as pessoas tendem a se ajuntar em torno daqueles que julgam que irão atender às suas concupiscências (2Tm 4.3,4). Como pecado só se alimenta de pecado, atar Israel ao pecado implicava em despertar a cobiça dos pecadores. E o pior é que, ao invés de sentir a dor (ver Pv 23.35) e o cansaço (Is 57.10), Israel acabou gostando disto (vs 11; Is 41.15; Mq 4.13).
Hoje, a história se repete: as pessoas, mesmo sofrendo tristezas, se acostumam a este estilo de vida desgraçado e sequer se dão conta do quão infelizes, miseráveis, pobres, cegas e nuas são (Ap 3.17). Gostaram tanto da congregação dos mortos (Pv 21.16) que não querem adquirir conhecimento a fim de verem as coisas do modo correto. Preferem viver como Israel (Gn 16.12): roubando e sendo roubado, traindo e sendo traído (Is 33.1), enganando e sendo enganado (2Tm 3.13), odiando e sendo odiado (Tt 3.3); ou seja, lavrando e desfazendo todo pedaço de terra duro (impiedade ; vs 11) e, depois segando a perversidade (vs 13).
É curioso como a maioria das pessoas prefere ser vaso da ira de Deus, ou seja, o instrumento Dele para punir a injustiça (Rm 9.22,23). Entretanto, toda justiça que é baseada apenas nas coisas deste mundo, sempre implica em fazer o mal a alguém (e colher este mal de volta (Gl 6.7,8), já que Deus não faz acepção de pessoas (Cl 3.25), mesmo que tal pessoa mereça isto).
Já pensaste no real significado da graça? Quando se diz que somos salvos pela graça, o que, de fato, está sendo dito (Ef 2.8,9)? Graça significa “gratidão” e “favor” (não merecido, é claro). Quando acolhemos com mansidão e alegria a Palavra de Deus enxertada em nós (Tg 1.21), mesmo quando não temos motivo algum para colocá-la em prática, por ser ela contra nós (Cl 2.14; 1Ts 1.5,6), aí sim louvamos a Deus (Ef 5.18-20; Cl 3.16,17).
Pense: já que graça é sinônimo de gratidão, logo, quando murmuramos, nos distanciamos da graça. Isto porque, quem murmura, é porque se considera injustiçado, superior àquele que lhe ofendeu. Ora, quem trabalhou para receber alguma coisa, não recebe graça, mas sim dívida (Rm 4.4).
Entretanto, a graça que faz de nós imitadores do Senhor (Ef 5.1), implica em reconhecer que não temos direito a nada e que, qualquer coisa que temos, quer grande ou pequena, é resultado da misericórdia de Deus. Por isto é que Oséias diz para ceifar de acordo com a misericórdia de Deus (vs 12), ou seja, sempre consciente que nada é para nós, mas para Seus filhos.
Você pode questionar: “mas eu também sou filho!”. Sim. No entanto, apenas aquele que se humilha debaixo da potente mão de Deus, a qual age em favor dos outros (Mt 23.12; Lc 14.11; 1Pe 5.5-7), é que terá condições de ser o maior no Reino dos Céus (Mt 18.4; 20.25-28) e de semear, realmente, em justiça (vs 12) e em paz (Tg 3.18).
Note como, o importante, não é apenas semear. O modo de semearmos a Palavra de Deus também conta. Mas, o que significa semear em justiça? Pense em como Deus exerceu Sua justiça para conosco: Ele nos deu Seu Filho (Jo 3.16).
Logo, temos que semear a Palavra de Deus, entregando a nossa vida para que a Mesma venha a se desenvolver no coração da pessoa (Jo 15.12,13; 1Jo 3.16) (repare como nós também somos semente – Mt 13.19-23). Jamais poderá haver justiça enquanto, o que for bom para nós, não for, ao mesmo tempo, bom para o próximo. Por isto é que o tempo para buscar ao Senhor, de clamar em alta voz (Is 58.1; 62.6,7), já chegou (vs 12; Is 55.6,7; 2Co 6.2; Hb 3.12). Mesmo que você não saiba o que clamar (Is 40.3-8), abra bem a tua boca (Sl 81.10) e Deus a encherá com Sua Palavra (Mc 13.11), até que Ele venha e chova Sua justiça sobre ti (vs 12; Is 26.20,21).
Mas que justiça é esta? O Espírito Santo (Jo 4.14; 7.37-39). Ele não é a nossa justiça (Jr 23.6).
Logo, a instrução dada a Adão para lavrar o campo de lavoura (Gn 2.15), continua valendo (vs 12). Cabe a nós decidir o que vamos semear: a vida (entregando tudo que temos e somos), ou a impiedade (vs 13). Vai depender de qual área da vida da pessoa vamos trabalhar. Não pense que amar o próximo é dar-lhe o que ele deseja. Se você o ajuda em seus planos malignos, você irá colher a perversidade (quem cuida bem de jurubeba, vai colher amargura) e comer o fruto deste amor mentiroso que semeou (vs 13).
Entenda: quem faz algo sem Cristo (Mt 12.30), com certeza fará algo mau a alguém, mesmo que sua intenção seja louvar a Deus. Por isto Jesus disse que só é adorador, quem adora o Pai em espírito (Jo 4.23,24). Afinal, a carne para nada aproveita (Jo 6.63), já que, quando morremos, nem mesmo o próprio corpo levamos. Qualquer coisa que fizermos fisicamente, no final, será destruído pelo fogo (2Pe 3.10-12). Tanto é assim que, quando se refere à carne, é mencionado obras; quando se refere ao espírito, fruto (Gl 5.19-22). Isto porque, o importante não é o que fazemos fisicamente, mas sim o que é produzido no nosso interior pelo Espírito Santo quando fazemos tais coisas (o testemunho de Cristo, Seu caráter, Sua Palavra, Sua Noiva provada no fogo – Ap 3.18).
Considerando que Jesus não recebe louvor que vem dos homens (Jo 5.41) e que Deus não é servido por mãos de homens (At 17.25), logo chega de confiarmos no nosso caminho e na aparente multidão de recursos que possuímos (vs 13). Tudo não passa de trapos de imundície (Is 64.6).
Tente imaginar você diante do Criador, como o sumo-sacerdote Josué (Zc 3.1-3). Você acha que a justiça de Deus tem por finalidade tirar as imundícies suas ou as do próximo? A bem da verdade, muitos estão fazendo de Jesus trapos de imundície, como se o pecado fosse uma mera questão de atos.
Jesus exerceu Sua justiça concedendo-nos a Si mesmo. Quando a Escritura Sagrada diz que Jesus tirou nossos pecados, não pense que Ele veio lavrar a impiedade (ainda que com o intuito de tirá-la). Pelo contrário: Ele, em momento algum nos imputou algum pecado (2Co 5.18-20). Enquanto os pecados eram “comemorados” (lembrados e relembrados) na Antiga Aliança, o pecado só aumentou (Hb 10.1-3). A receita para o fim do pecado sempre foi o esquecimento (através da falta de contato – ver Dt 12.30; Js 23.7; Sl 71.16).
Em outras palavras, a forma de Jesus tirar o pecado é com Sua presença contínua a nos guiar, pois só vivendo e andando no Espírito Santo, é que toda a contaminação desapegar-se-á de nós (Gl 5.16,17,25).
Qualquer outro método usado para tentar fazer deste, um mundo justo, só trará tumulto (vs 14), tal como o que se dará quando o anticristo estiver para se manifestar (Lc 21.25-28; Ap 13.1). Note como os lugares onde se cultua a Deus (Betel, por exemplo – vs 15), só trazem destruição àqueles que receberam, da parte do Criador, o dom da vida (vs 15).
E tudo isto por que? Por causa da malícia. Foi assim com os povos na época de Noé (Gn 6.13) e de Ló (Gn 18.20,21). A verdadeira causa da destruição foi o modo errado de cultuar a Deus.
Na época de Noé, o próprio Deus diz que o fim de toda carne era chegado a Ele. Ora, como isto chegou a Ele? Através das orações dos anti-diluvianos. A imaginação deles era tão má (Gn 6.5) que o maior desejo deles era que Deus agisse de modo ímpio, ou seja, sem misericórdia dos maus. Não havia mais quem se interessasse pela recuperação do pecador. A única coisa que eles conseguiam enxergar era o fim de todos que pudessem, de alguma forma, superá-los em alguma área e, deste modo, privá-los de algo agradável.
            Agora você entende o motivo de Deus, muitas vezes, não atender nossas orações? Como é possível que alguém que anda nos seus próprios caminhos, suporte a Sua vinda (Is 33.14,15; Ml 3.1-3; Lc 18.7,8)? Por isto o rei de Israel é destruído ao amanhecer (vs 15): tão logo ele manifesta algo que vai contra o sistema, ele é eliminado por aqueles que vivem da maldade (repito: 4 dos 6 últimos reis de Israel foi assassinados).

OSÉIAS 11 → CHEGA DE PRESTAR CULTO A JESUS COMO FAZEM OS PAGÃOS! SE ACHEGUE A ELE E AME AO PRÓXIMO. SÓ ASSIM VOCÊ FARÁ TODA A VONTADE DELE

Vs 1 a 4 DEUS NOS ENSINA A CONSERVAR A MISERICÓRDIA E A COMPAIXÃO MAIORES QUE A NOSSA IRA, MESMO QUANDO NÃO SOMOS CORRESPONDIDOS
Na hora que surgem os problemas, a primeira coisa que as pessoas pensam é em procurar um templo religioso.  E não importa o quanto Deus se empenhe em chamá-los (vs 1), mais eles se distanciam da face de Deus (vs 2). E não é para menos: com o espírito da luxúria os enganando (Os 4.12), eles, não só confundem a voz de Deus, como também interpretam a vontade Dele do modo que convém aos seus interesses, de modo que acabam indo ainda mais para longe Dele. Note como a questão não está só em ouvir a voz de Deus, mas também na forma com que se ouve (Mt 13.14,15).
Mesmo sofrendo, as pessoas preferem cultuar as obras das suas mãos (vs 2; ver 2Rs 22.17; 2Cr 34.25; Jr 1.16; 25.14; 32.30; At 7.41). Por causa de toda esta malícia é que Betel seria a causa de grandes dores na vida deles (Os 10.15).
Infelizmente, em virtude da ampla divulgação, por parte do sistema religioso, de que o Egito representa o mundo, as pessoas nem questionam mais a veracidade desta informação.
Entretanto, note como, quanto mais Deus os chamava para fora do Egito, mais eles se entregavam à idolatria (vs 2). Ora, se o Egito nada tem haver com o sistema religioso, então porque o chamado para sair do Egito os levava para mais perto da idolatria?
Na verdade, eles gostavam do Egito, não apenas por causa da parte material (como parece sugerir Nm 11.4-6), mas também pelo modo deles cultuarem seus deuses. Basta você pensar que:
[ Miriã cultuou a Deus com adufes e danças (Êx 15.20);
[ Arão, quando fez o bezerro de ouro, diz que fez aquilo de um modo que lhe era tão natural, que dificuldade alguma teve em fazê-lo (Êx 32.24);
[ Nadabe e Abiú, tão logo assumiram o sacerdócio, ofereceram incenso a Deus (Lv 10.1,2), vindo a morrer em virtude disto.
Detalhe: uma vez que eles Deus nada mencionou acerca de tais coisas, o que os fez pensar que, assim fazendo, agradariam a Deus? De onde tiraram esta ideia? Lembre-se que eles ficaram 430 anos no Egito (Êx 12.40,41) e, neste período, eles não tiveram nenhum contato íntimo com outra nação.
Logo, a religiosidade do Egito era tão impregnada neles, que não conseguiam viver sem a mesma. Basta pensar no quanto Israel se apegou aos bezerros de ouro de Jeroboão (1Rs 12.28; 2Rs 10.29; 2Cr 13.8; Os 8.6; 10.5).
Todavia, apesar desta rebeldia obstinada (ver Jr 2.25,30; 5.3; 6.16; 7.24,28; 8.4,5; Zc 7.11,12), Deus permanecia fiel a eles, ensinando-os a andar e os tomando pelos braços (vs 3). Todavia, eles não percebiam, dentro de si, que era Deus quem estava a curá-los (ver Jr 2.20; Os 5.13; 6.1; 7.1) e a usar pessoas para atrai-los a si (vs 4).
O verdadeiro amor permanece usando laços de amor (vs 4), despedaçando todo o jugo (Is 58.6,9) e dando o pão da vida (ver Dt 8.3; Mt 4.4; Jo 6.49-58), mesmo quando a pessoa continua a rejeitar continuamente a Cristo e a nós.
Hoje, é comum os jovens considerarem o cuidado dos pais como “caretice” ou tirania. Não conseguiam compreender que liberdade, sem Cristo, é abertura para a morte (Pv 14.12).
De igual modo, as moças acham que a proteção do pai e dos irmãos é até crime, quando, na verdade, é uma forma de manter a fonte da sua vida guardada (Pv 4.23).
É bem verdade que muitas vezes eles parecem exagerar na hora de apertarem os laços de amor. Contudo, Deus sabe o quão forte é preciso que este laço seja. Quando Deus permite que a liberdade de alguém seja muito restrita, é porque, na verdade, ele está usando as pessoas para evitar ao máximo que nos distraiamos com o pecado, a fim de não voltarmos para o mundo (Assíria), ou pior: nos apegarmos a um culto religioso a Deus ao estilo do Egito, do qual, talvez, como Israel, jamais consigamos sair.
Vs 5-7 NEM TODO LUGAR QUE FALA DE DEUS É BOM. O SISTEMA RELIGIOSO É CONHECIDO POR CLAMAR A DEUS, SEM QUALQUER INTENÇÃO DE SE ACHEGAR A ELE PARA EXALTÁ-LO, A CADA INSTANTE, ATRAVÉS DE SUA PALAVRA,
Apesar de todo o esforço amoroso da parte de Deus para “prender” Israel a Ele, ainda assim eles se recusavam a mudar de comportamento (vs 5): preferiam tentar acordo com os que estão em eminência, a fim de tentar convencê-los a lhes favorecerem. Não percebem que, ao se sujeitarem a eles, estão, não apenas causando mal a si próprios (se desgastam no trabalho), mas dando condições para que eles executem seus planos maléficos que poderão causar a destruição de toda a população (incluindo a si mesmos). A verdade é que, os poderosos deste século (como a elite global), só conseguem destruir a terra porque o povão os ajuda. Em outras palavras, o próprio povo ajuda a elite global a escravizá-los, explorá-los e destruí-los.
Note que, embora Israel clamasse ao Altíssimo, nenhum deles era capaz de se arrepender, converter e, obviamente, exaltá-lO (vs 7). Afinal, quem não experimenta uma transformação de coração, não consegue jamais separar o bem do mal (Gn 2.17). Como todo pecado é iniquidade (1Jo 3.5), a pessoa não consegue fazer o bem a alguém, sem prejudicar a outrem.  Logo, toda justiça sua é contaminada (Is 64.6) pelo pecado. Por isto os que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 5.8).
Seus conselhos só servem para trazer morte e destruição para suas cidades (vs 6), já que, a única coisa que conseguem estabelecer são cargas vãs e motivos de expulsão (Lm 2.14).
Ora, pense: como é possível que uma pessoa venha a se converter a Jesus, se tentamos convencê-la com argumentos carnais? O problema não está no fato da pessoa pensar em si mesma, mas de ser incapaz de pensar algo para a sua vida que tenha tudo haver com o próximo e com a Palavra de Deus. Se a pessoa pensasse em bênçãos espirituais (Ef 1.3) e dons celestiais (1Co 12.31) que viabilizasse seu contato mais íntimo com o próximo, a fim de ter a Palavra de Deus confirmada no seu coração e no dele, tal egoísmo seria benéfico.
Por outro lado, quando a pessoa invoca a Deus porque gosta das práticas religiosas (Am 4.4,5), a saber, dos “piqueniques” em que os cultos se transformavam (Am 6.3-6; 1Co 11.21), aí tal atitude se torna maléfica. Acaba sendo usado como ferramenta de manipulação mental (daí a apostasia – vs 7). Esta é de tal importância que, sem ela o anticristo não poderá se manifestar (2Ts 2.1-3; Ap 13.14).
Ainda que suas vidas, famílias, casas e cidades estivessem constantemente ameaçadas, insistiam em permanecer nos seus próprios conselhos (vs 6).
Vs 8-9 A TRISTEZA DE DEUS POR SER OBRIGADO A PUNIR ISRAEL COM O SEU AFASTAMENTO
Deus, em virtude do Seu amor a Israel, se via num triste “dilema”:
*      Se Ele não punisse os pecadores, os justos poderiam até acabar pervertendo (Ec 8.11);
*      Mas como Ele poderia disciplinar os pecadores se todos estavam agindo mal e se o que cada um entendia por justiça só tinha haver com o desejo de vingança?

Além disto, Deus não poderia fazer com eles como fez Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim (Dt 29.23), já que o nome Dele estava sobre esta nação (2Cr 7.14). Sem contar que Deus ama Israel como a menina de Seus olhos, Sua herança (Dt 32.9,10), Seu tesouro particular (Ml 3.17). Por isto, todas as vezes que Ele proferia uma palavra de juízo contra Efraim, Seu coração se enternecia por eles (Jr 31.20).
Seu desejo era usar de justiça para com todos. Quem, todavia, estava disposto a servi-lo (Dt 32.36)? Como Deus pode usar de bondade para conosco, se não há quem a isto se disponha, se todos estão escravizando e atormentando uns aos outros (Mq 7.3,4)?
Por isto ele não tinha como entrar na cidade (vs 9). E mesmo que entrasse, aconteceria o mesmo que se deu com Jesus. Por que Ele foi rejeitado? Porque o Messias que eles esperavam era alguém como Davi, poderoso para destruir todo o império de Roma e sujeitar todo o mundo ao domínio de Israel (entendimento errado de Zc 14.16,17). Porém, tão logo o Messias lhes desse a vitória, eles cuidariam de lançá-lO fora da Sua vinha (Mt 21.38,39).
Felizmente, o Criador é (vs 9):
*      Deus, e não homem. Ou seja, alguém perfeito que não combate o mal fazendo o mal.
*      O Santo no meio de Israel (e não distante Dele). Se Deus os tratasse como as demais nações, Ele estaria profanando o nome Dele, já que Ele tinha colocado Seu nome sobre Israel (Êx 32.11-13). Note que o tratamento diferenciado não é algo mau (Gn 18.23,25; Êx 9.4,6; Pv 8.17).

Pense, por exemplo, num corpo. Os membros de um organismo não podem, por métodos naturais, serem enxertados em outro corpo. Quando a medicina assim procede, faz necessário o uso de drogas inibidoras. Logo, quando uma pessoa ajuda preferencialmente a outra, não necessariamente está fazendo acepção de pessoas. Aliás, o tratamento no Reino de Deus deve ser personalizado (de acordo com o que Deus quer dar e operar na vida de cada um). O que não pode acontecer é termos conosco a fé do Senhor Jesus em acolhimento de pessoas (Tg 2.1), ou seja, nos apropriarmos da fé de Jesus com o intuito de decidirmos quem entra e quem sai do nosso coração.
Entenda: tudo que as pessoas tentam adquirir pela carne tem um único propósito: obter poder, ou seja, ganhar autonomia e poder de decisão. Porém, a verdadeira confiança em Cristo implica em dependermos apenas Dele e confiar toda decisão a Ele. Cabe a nós recepcionar todos igualmente e deixar Deus trazer para dentro de nós quem Ele deseja. Porém, uma vez que Ele trouxe os que Ele quis para compor nosso interior (Ap 3.20), cabe a nós cuidar destes, pois são estes que Ele escolheu para fazer parte de nós.
Ainda que nós, como um corpo, nos deixemos usar para ministrar aos demais, o contato íntimo é só com os membros que Ele nos deu. Foi exatamente o que Jesus nos ensinou. Discípulos foram apenas 12, mas a ministração era para todos que queriam.
Deus tinha um plano especial para com Israel. Por isto, embora o clamor de Israel estivesse corrompido como na época de Noé e de Ló (Gn 6.13; 18.21), Deus decidiu não permanecer no meio deles (dando-lhes o que eles desejavam, a saber, a destruição de toda a terra), a fim de que Sua ira fosse contida ou, se preferir, Sua bondade não levasse uns a destruírem aos outros (Êx 33.3) tal como Caim fez com Abel (Gn 4.7; 1Jo 3.12).
Ora, mas como isto poderia ser possível? Simples! Quando alguém tem prazer no sofrimento do outro, ele fica indignado com o favor de Deus em prol deste (ver Mt 12.22-24) e, deste modo, fica incapaz de ser conduzido ao arrependimento (Rm 2.4).
A verdade é que, quem é mal de coração, só consegue fazer o mal (mesmo se estiver na terra da retidão – Is 26.9,10).
Vs 10-11 ISRAEL ESTAVA TÃO APEGADO À ADORAÇÃO PAGÃ QUE, APENAS COM UM CHACOALHAR VIOLENTO DE DEUS PARA ELES SAIREM DO MUNDO (ASSÍRIA) E DO SISTEMA RELIGIOSO (EGITO)
Deus promete agir como leão, que se mantém sobre a sua presa, mesmo que convoque contra ele uma multidão de pastores (Is 31.4). E quando Ele bramar de Sião, apenas Ele será considerado como refúgio e fortaleza do Seu povo (Jl 3.16; Am 1.2), a ponto de, finalmente, Israel andar após o Senhor (vs 10).
Agora pense: porque insistimos tanto em buscar no mundo ou no sistema religioso a segurança do corpo e da alma, respectivamente? Por que teimamos em achar que algo só estará seguro se estiver debaixo do nosso total controle? E o que nos faz ter tanta confiança no sistema político-econômico-jurídico-religioso deste mundo, quando Jesus não é quem está a nos garantir?
É triste o fato das pessoas preferirem habitar nas casas dos outros do que na própria casa (vs 11; Os 7.11). Israel, por exemplo, preferiu ser escravo na Babilônia do que livre com o Senhor em Jerusalém. Tanto que Deus teve que mandar um ultimato para eles saírem da Babilônia (Is 48.20; Zc 2.6). E assim será no fim dos tempos (Ap 18.4).

OSÉIAS 11.12 – 12.14 → A DIFERENÇA ENTRE BUSCAR A DEUS (PARA OBTER BENS) E SER BUSCADO POR ELE (PARA SER O BEM PRECIOSO DE DEUS)

Vs 11.12 – 12.2 O SISTEMA RELIGIOSO É CARACTERIZADO POR CERCAR A DEUS COM FALSIDADE
Note como Israel (simbolizado por Efraim) estava sempre cultuando a Deus, mas com falsidade e engano (Os 11.12). Seu desejo era ser apascentado e seguir o vento oriental, o qual era símbolo de destruição (Gn 41.6,23,27; Êx 10.13; 14.21; Jó 27.21; Sl 48.7; Jr 18.17; Ez 17.10; 19.12; 27.26; Hc 1.9). A verdade é que o povo tem prazer na destruição e desgraça alheia (desde que ele próprio e os que ele ama não sejam atingidos. A prova disto é o sucesso dos telejornais). Veja como eles multiplicaram tanto a mentira e a destruição (vs 1), a ponto de construírem um esconderijo com pedras de tropeço e escândalo (Is 28.15).
Embora professassem uma fé em Deus, faziam questão de firmar aliança com os inimigos Dele, sendo capazes até mesmo de levar o azeite (que tem haver com unção) para autorizá-los a ditar o modo correto de amarem o próximo. Isto, quando não iam a eles a fim de prejudicar aqueles que, de alguma forma, feriram seus interesses (ver 2Rs 17.4; Os 5.13).
Mesmo quando nossa intenção é ajudar, não podemos ignorar o método de Deus, muito menos Sua presença. Do contrário, estaremos contra Jesus (Mt 12.30). A prova disto pode ser vista em 1Rs 20.35-37; 2Cr 19.1,2.
Assim, quando o vs 2 diz que Deus castigará Jacó segundo os seus caminhos e obras, não pense que eles, necessariamente, estivessem a cometer um crime hediondo. Embora, até certo ponto, isto não deixe de ser verdade (Is 30.9-11; Am 3.9; Mq 7.1-6), não te esqueças de que Israel era muito esforçado, religiosamente falando (ver Am 4.3,4; Is 58.1,2) e que toda a repreensão de Deus era contra o sistema religioso.
Tanto é assim que o livro de Oséias começa com Deus usando o casamento de Oséias para ilustrar a verdadeira situação do Seu relacionamento com Israel. O problema é que, no que Israel fazia aliança com os países estrangeiros, acabava se casando também com seus deuses, já que os métodos usados por eles tudo tinha haver com aquilo que eles aprenderam nos templos pagãos.
Entenda: quando se fala em cultuar outros deuses, muitos pensam que se trata de meras rezas, sacrifícios, templos, oferendas, etc. Entretanto, não te esqueças de que, falso deus, nada mais é do que o enxergar o Deus verdadeiro da forma errada (isto é cercar Deus com mentira). A única razão para alguém adotar algum sistema religioso é por não estar disposto a viver na presença do Espírito Santo 24, ouvindo Sua voz e obedecendo, de modo a se tornar um com o próximo através da Sua Palavra (Mt 22.35-40).
Logo, ao se aliar a algum país, Israel estava tentando projetar seus interesses malignos nos deuses deles, ou seja, esperando que eles manipulassem seus seguidores, de modo a lhes ajudarem a obter o que desejavam. Note como todo culto sempre tem como objetivo algum interesse egoísta. Mesmo quando o desejo da pessoa é ter seu coração mudado, o objetivo é viver uma vida mais regalada e sem conflitos.
Enfim, todo ídolo é mau, pois foi criado por alguém perverso com o objetivo de controlar mentes e corações, bem como situações (atráves de poderes ocultos), a fim de manipular a realidade.
E o pior é que isto estava influenciando fortemente Judá (ver vs 2; Os 4.15) que, em diversos momentos, se mostrou fiel a Deus, dominando consoante a Escritura Sagrada (por exemplo, em 1Rs 15.11; 2Rs 12.2; 14.3; 15.34; 2Cr 17.3,4; 34.2). Daí Deus proferir juízo contra Jacó (vs 2): a fim de, não só disciplinar Israel, mas servir de exemplo ao povo de Judá, de modo que este viesse a se arrepender e converter (daí Is 43.5; Zc 2.6-9).
Vs 3 a 10 JACÓ (ELE E SEU NOME) COMO O RETRATO PERFEITO DE QUEM É ISRAEL (SÍMBOLO DO SISTEMA RELIGIOSO): AQUELE QUE LUTA COM DEUS E COM OS HOMENS PARA OBTER O QUE SE QUER
Sei que parece esquisito isto, já que a Igreja sempre foi vista como a Israel de Deus. Entretanto:
*      para ser membro de Israel, bastava nascer de um israelita e ser circuncidado;
*      para exercer os serviços do santuário terrestre, só  quem ser descendente da tribo de Levi.

Ou seja, era algo que independia do desejo, da vontade ou do esforço da pessoa, mas tão somente de um mandamento carnal (Hb 7.16). Hoje, para ser membro de corpo de Cristo, é necessário nascer de novo (Jo 3.3) e ser batizado por Ele no corpo de Cristo (1Co 12.13). Não depende da vontade do que quer, nem do que corre (Rm 9.16), mas de receber a Cristo (ao invés de buscá-lO) e ao Seu poder de ser feito filho de Deus (Jo 1.12,13).
É bem verdade que, se somos de Cristo, somos, pela fé, descendência de Abraão (Gl 3.7,29). Também é verdade que nós somos filhos da Jerusalém Celestial (Gl 4.26). Entretanto, isto é apenas alegórico, mostrando que, como Cristo descende de Abraão, logo, quando somos membros do Seu corpo (1Co 10.17; 12.12), nos tornamos aqueles que devem dar continuação ao nome de Abraão e da Jerusalém Celestial, ou seja, confirmando o ministério de ambos, a saber, permanecendo assentado nos lugares celestiais (Ef 2.6), vivendo das bênçãos espirituais (Ef 1.3) que nos são dadas pela presença da Sua Glória em nós (Fp 4.19).
Mas que fique claro: a salvação não consiste no nosso esforço em buscar a Cristo, mas sim em aceitar quem Ele é e o que Ele tem para nós. Veja o caso de Jacó. Ele passou a vida enganando e sendo enganado, sempre tentando lograr êxito sobre os outros através da arte do ilusionismo (Gn 27.11-17) e do oportunismo (Gn 25.29-34). E o pior: tentou fazer o mesmo com o próprio Deus em pessoa (Gn 32.24).
No entanto, Deus não se deixa pressionar por ninguém. Embora o anjo disse a Jacó que ele iria ser chamado de Israel em (Gn 32.28), note como esta mudança só aconteceu, de fato quando Deus foi ao encontro dele em Betel (vs 4; Gn 35.9,10). Assim foi para que Jacó aprendesse que não somos nós que fazemos a hora, mas o tempo pertence a Deus.
Entendendo que Deus é "Aquele Que É" (Êx 3.14), bem como o Senhor de todos os exércitos, logo, ao invés de tentarmos resolver os problemas pela nossa própria força, devemos (vs 6):
1.      nos converter ao nosso Deus " largar nossos métodos e estratagemas na hora de tentar solucionar algo. Aliás, ao invés de resolver problemas, temos que “resolver” as pessoas que deles estão sendo vítimas ou por eles estão sendo usadas. Afinal, aqueles que nos fazem mal, só assim procedem, porque estão mau consigo mesmas.
Lembre-se que, como embaixadores do Reino de Deus (2Co 5.18-20), nosso papel é empregar as coisas que Deus coloca na nossa mão nas circunstâncias que Ele traz até nós, de modo que as pessoas que dela fazem parte possam enxergar tudo que Jesus é (bem como as riquezas insondáveis do Seu reino – Ef 3.8) e, deste modo, desejem a reconciliação com Deus por meio de Jesus, ou seja, com tudo que Ele é.
Entenda: quando seguimos alguém, ou estamos atrás daquilo que Ele tem para oferecer ou das virtudes (conceitos e valores) que compõem seu caráter (ver Ez 19.5,6). Quando Jesus diz que Ele é O Caminho para quem quer se achegar ao Pai, Ele estava se referindo à Sua mansidão e humildade de coração (Mt 11.28,29);
2.      guardar a misericórdia " sempre estarmos prontos a favorecer as pessoas, tendo isso como um privilégio. Para você entender o que vem a ser isto, tente visualizar a honra e a glória que é estar a serviço direto de alguém muito importante. Concorda que o nome desta pessoa faz o teu? Imagine como as pessoas te tratariam quando soubessem que você trabalha (e, obviamente, faz parte do seu círculo de amizades) para esta magnífica pessoa. Se, em particular, esta pessoa for alguém puro e santo como Jesus, você se sentirá até como João Batista: indigna, até mesmo de te curvares para tirar os sapatos de tal pessoa (Mt 3.11; Mc 1.7).
Pense que honra é estar a serviço de alguém que é tão amado aos olhos do Criador do universo, que Ele se dispôs até a morrer só para que ela fosse livre para estar na Sua mesa 24 horas. Ainda que tal pessoa seja como um menino voluntarioso e rebelde, é uma glória ter sido escolhido por Deus como tutor na vida desta pessoa (Gl 4.1-3);
3.      guardar o juízo " não nos esquecermos da sentença que Deus pode fazer cair sobre a pessoa (Lc 13.6-9). Muitos consideram um bom negócio, ver a ira de Deus despedaçar a vida de alguém que tanto mal fez a nós e àqueles que tanto amamos. Entretanto, Deus nos colocou como mordomos na vida desta “criança” amada justamente para “trocar as fraudas” e educá-la em amor, nos moldes da Escritura Sagrada. Em outras palavras, fomos contratados para dar o mantimento da Água da Vida (Jo 4.14; 7.37-39) e do Pão da Vida (Dt 8.3; Mt 4.4; Lc 4.4; Jo 6.35,40) no devido tempo (Mt 24.44,45; 1Co 4.1-3; 1Pe 4.10).
4.      espera sem cessar no nosso Deus (Sl 37.4,7) (e não ao Deus dos outros) " temos que nos apoiar em tudo que Deus é, e não naquilo que os outros dizem a respeito Dele. Ainda que alguém possa dizer e até mostrar com exatidão quem Deus é, Jesus tem algo peculiar a cada um. Ou seja, Jesus tem um modo único de se revelar e relacionar com cada um de Seus filhos, conforme aquilo que é necessário que se saiba, receba e viva. Inclusive, só é capaz de agradar a Deus quem tem a companhia de Jesus, consigo, 24 horas e nesta confia, a ponto de não abrir mão de todo juízo (ver Tg 4.11,12).

Embora Jacó, no final, aprendeu a lição, infelizmente o povo de Israel não. Eles acabaram se tornando verdadeiros cananeus: mercadores que, por amarem a opressão, mantém em sua mão, uma balança enganosa (vs 7) (a balança enganosa do bem e do mal (Gn 2.17), que tenta fazer o bem àqueles que está disposto a acolher, ao invés de dar a cada um o que Deus deseja que lhe seja dado). Eles gostaram tanto desta balança enganosa (como se vê em Am 8.4-6) que fizeram questão conservá-la consigo até os dias atuais (a balança permaneceu nas mãos do cavaleiro montado no cavalo preto. Ninguém precisou dá-la a ele – Ap 6.5). Note que eles faziam questão de usar de hipocrisia e proferir mentira contra o Senhor, justamente para deixar vazia a alma do faminto, fazer com que o sedento venha a ter falta de bebida e destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando estão falando retamente (Is 32.6,7). Por isto eles ficaram como ovelhas sem pastor (Mc 6.34), indo por toda a parte buscando a Água e o Pão da Vida (Am 8.11-13; Jo 4.14; 7.37-39).
E o pior: consideravam todas as astúcias do comércio com atividade normal, tais como:
1.      servirem do serviço de seu próximo sem lhe dar a devida paga (muitos não pagam hora extra – Jr 22.13);
2.      pagarem aos funcionários um salário miserável. E tudo para, no final, verem todas as suas riquezas comidas de traças ou corrompidas pela ferrugem (Tg 5.2-4);
3.      ganho da opressão (Is 33.14,15), a saber, aproveitando do infortúnio da pessoa para sugá-la;
4.      lucro exagerado (Ez 18.8);
5.      vender produtos de péssima qualidade ou falsificados (Am 8.6);
6.      usar balanças enganosas (Lv 19.36; Pv 11.3; Ez 45.10; Am 8.5; Mq 6.11)

Isto, quando não faziam da Palavra de Deus, comércio (1Sm 2.12-17; Jr 5.30,31; 8.8; 14.14; 23.26; Mq 3.11; 7.3), algo que continuou por todo o novo testamento (Mt 23.14) e chegou até os nossos dias (1Tm 6.3-5,9-11; 2Pe 2.1-3). Hoje, acham normal a venda de livros, cd’s e dvd’s, revistas, etc. evangélicos, sendo que Jesus ordenou que fosse dado de graça o que receberam de graça (Mt 10.8).
Alguém pode questionar: “mas tal pessoa teve que se esforçar para adquirir o conhecimento e as técnicas para produzir tal material”. No entanto, se o conteúdo realmente vem de Deus, não é justo que os mais pobres (a quem pertence o reino dos céus (Lc 6.20; Tg 2.5) e que constituem também o grupo dos pequeninos a quem Jesus tanto ama (Mt 10.42; 25.41-46)) fiquem à margem da revelação de Deus.
O povo estava (e está) tão acostumado e até apegado a tais práticas que, ao assim procederem, não tinham medo de serem descobertos, pois tal exploração era legalizada (vs 8; Zc 11.5). Porém, é bom lembrar que, quando Jesus fala sobre os tempos de Noé e Ló, ele não cita crimes, mas sim atividades corriqueiras do dia a dia (Lc 17.26-29). Porém, comprar e vender, que parece algo tão natural e até inevitável, é exatamente o que irá constituir a marca da besta (Ap 13.16,17). Isto quando não acham que é o próprio Deus quem está a aprová-los com esta prosperidade enganosa (Mq 3.11).
Infelizmente, ninguém está enxergando que Jesus é "Aquele Que É", desde a terra do Egito (vs 9). Em outras palavras, eles estavam achando que o Deus, a quem eles agora estavam servindo, tinha mudado, já que, no lugar do deserto, agora estavam numa terra que mana leite e mel. Não conseguiam enxergar que o período de travessia no deserto era um ensinamento que deveria ser posto em prática na terra de Canaã (Dt 8.3).
Tanto que já nem mais se celebrava as festas sagradas como a páscoa (2Rs 23.22; 2Cr 35.18) ou a festa dos tabernáculos (ver Ed 3.4; Ne 8.14-17). Eles celebravam apenas aquilo que lhes era conveniente (vs 9; Am 4.4,5).
Ainda que Deus lhes falasse aos profetas, multiplicasse as visões, e pelo ministério dos profetas usasse de parábolas (vs 10), ainda assim insistiam em calar os profetas de Deus (Am 2.12) ou obrigá-los a profetizar apenas aquilo que era do agrado deles (Is 30.9-11), pois não podiam suportar a verdade (Hb 12.18-20), exatamente como Paulo disse que aconteceria nos dias de hoje (2Tm 4.3,4). 
Inclusive, por aqui se vê que não são os líderes religiosos que enganam o povo, mas sim o próprio povo que decide cercar a si mesmo daqueles que lhes convém (daí 1Jo 4.5,6). Por isto Jesus disse para deixar os falsos líderes, já que são cegos guiando aqueles que fazem questão de continuarem na cegueira (Mt 15.14).
Veja o caso de Gileade. Eles se tornaram pura vaidade por causa da iniquidade deles (vs 11). Afinal, quem começa a brigar pelos seus direitos neste mundo, é porque decidiu abandonar sua cidadania celestial para se tornar cidadão deste mundo estranho e caído. Isto lembra aquele embaixador que foi enviado a uma dada nação, para representar o rei do seu país, mas preferiu se tornar cidadão daquela nação, traindo seu rei (como se deu em Lc 19.14). Muitos, por ficarem muito tempo longe do contato com o Pai, acabam se acostumando com as trevas e o estilo de vida desta localidade.
Note que o objetivo não é consertar aquela nação (o mundo), de modo que a mesma se torne um paraíso, pois a mesma foi entregue ao príncipe deste mundo (Lc 4.6; Jo 14.30). Antes, o objetivo é convidar as pessoas a se prepararem para serem arrebatados da mesma, a fim de que não pereçam junto com os demais no juízo prestes a cair sobre ela.
Entretanto, ao invés de buscarem a remissão das pessoas, de modo que não sejam envergonhadas quando Jesus vier (1Jo 2.28), a maioria começa a oferecer sacrifícios a Deus em demasia (vs 11; Am 4.4; 5.5; Os 8.11; 10.1), na esperança de tentar curar esta Babilônia (o que lembra a igreja de Tiatira - Ap 2.19). Mas ela não tem cura (Jr 51.9), pois foi entregue, irrevogavelmente, ao diabo (ver Rm 11.29) e ao fogo (2Pe 3.10-12).
A partir do pecado único de Adão, este mundo ficou entregue à condenação irrevogável, justamente para que o ser humano perceba o quanto uma “simples” ação pode aniquilar com tudo de bom que algo poderia ter, sem qualquer esperança de recuperação e, deste modo, percebesse a importância de se apoiar unicamente na Pedra Eleita que foi provada em tudo, mas sem a mínima falha (Is 28.16; Hb 4.15).
Nosso papel como embaixadores não é tentar salvar o mundo, nem mesmo de transformar as pessoas, de modo que elas venham a ser de grande utilidade para o mundo (poderíamos ser tentados a usar a força para que as pessoas mudassem de comportamento), mas sim para estarem prontas para o arrebatamento (1Ts 4.16,17) que as removerá violentamente (apressadamente, seja pela morte ou pela ocasião da 2ª vinda de Cristo) a fim de serem livres da ira que está por vir (1Ts 1.10; Ap 3.10) sobre um mundo condenado (2Pe 3.8-10) irremediavelmente (Jr 51.9).
Vs 12 a 14 O ESFORÇO DE JACÓ PARA SER FELIZ COM OS BENS TERRENOS x O ESFORÇO DE DEUS PARA NOS FAZER FELIZES COM SUA PRESENÇA E SEUS BENS
Note o contraste entre a atitude de Jacó para ser feliz e a de Deus em nos fazer feliz (vs 12,13):

JACÓ BUSCANDO FELICIDADE
DEUS NOS FAZENDO FELIZ
Jacó fugiu da terra da promessa (Dt 26.5)
Deus conduz Israel para a terra da promessa
Jacó se tornou servo por causa de uma mulher (Gn 29.20)
Deus libertou Israel da servidão do Egito (Êx 12.50,51; 13.3; Is 63.11; Mq 6.4)
Jacó cuidou e guardou o rebanho alheio
Deus guardou Israel como a menina do seu olho (Dt 32.9,10)

Infelizmente, as pessoas, ao invés de aceitarem o amor de Jesus por si, preferem ficar defendendo os “direitos” que, aparentemente, adquiriu neste mundo. Com isto, acabam incorrendo em muitos pecados, sendo obrigados a sacrificarem para tentarem compensar suas falhas e se verem livres das consequências dos seus pecados (como se fosse possível – vs 11).
Resultado: além de perderem muito tempo, vão se distanciando do contato com Deus e o pior: muitas vezes acabam esquecendo quem são, de onde são, para que vieram aqui. E o pior: acabam rejeitando o Rei dos reis, se conformando em ser regido por aquele que veio para matar, roubar e destruir (Jo 10.10), num mundo vazio de bondade e em caos total.
Foi exatamente o que aconteceu com Efraim: antes, quando ele falava, o povo chegava a tremer (Os 13.1), visto que sua palavra tinha autoridade. Agora, ele estava cheio de amargura no coração. Não bastava a ira de Deus que ardia contra o mundo (Os 4.1), agora o próprio Efraim, que deveria ser um embaixador, estava chamando ainda mais a ira de Deus (2Rs 17.11-18; ver 2Cr 28.13).
Agora o sangue que ele derramou não seria mais expiado, mas cairia sobre todos, trazendo angústia e opróbrio (vs 14; Mt 23.35; Ap 18.24).

OSÉIAS 13 → A DIFICULDADE DE PERMANECER NO AMOR DE DEUS, QUANDO AS PESSOAS DECIDEM CULTUAR HOMENS (DANDO DINHEIRO COMO OFERENDA) A FIM DE OBTER DELES ALGUM FAVOR (Rm 1.25) (TAL COMO É FEITO NA FEITIÇARIA – VER 1Sm 15.22-24)

Vs 1 a 4 A IDOLATRIA FAZ COM AS PESSOAS SEJAM INCAPAZES DE CONSERVAREM AQUILO QUE AS IDENTIFICA
O amor é o que identifica uma pessoa, ou seja, a pessoa é aquilo a que ela se liga. Para entender isto:
*      imagine uma cabeça muito boa, mas repleta de membros espinhosos e cortantes. Por melhor que sejam as intenções da cabeça, sempre que ela se aproximar de alguém, acabará ferindo tal pessoa, já que seus membros são impróprios para o contato;
*      imagine, por outro lado, membros muito bons, mas uma cabeça repleta de maus pensamentos. Por mais que ela queira usar os membros para algo violento, estes são frágeis, pois não foram feitos para isto.

Vem a questão: a quê você anda se ligando? Enquanto Efraim estava ligado a Jesus, Ele foi exaltado em Israel e tudo que ele falava tinha significado (vs 1; ver Jz 8.1-3). Vale lembrar que Efraim foi colocado acima de Manassés, que era o primogênito (Gn 48.11-22). Jeroboão, filho de Nebate, primeiro rei das 10 tribos do norte, era de Efraim (1Rs 11.16). Infelizmente, foi ele que incentivou o povo à idolatria (1Rsm 12-25-33), o que ocasionou a ruína da sua família (1Rs 15.25-30) e, por fim, de todo o Israel dividido (2Rs 17.21-23).
Tão logo ele decidiu se ligar a baal, ele morreu, ou seja, nenhuma influência mais causava e, por isto, passou a necessitar de pessoas ou coisas que causassem alguma influência.
Daí a multiplicação de ídolos (vs 2; Os 8.11; 10.1), pois só assim poder-se-ia justificar a proliferação dos altares de sacrifícios e, deste modo, extorquir mais fácil os pobres (Ez 16.49; 18.12,17; 22.29; Am 4.4; 5.11; 8.4). E como não há ídolo bom o suficiente para deixar o homem satisfeito, a tendência é multiplicar o número de deuses (como fez Israel – Jr 11.13) e, obviamente, maior a necessidade de adquirir prata e ouro para honrá-los (Os 2.8; 8.4; Dn 11.38).
Por isto é que muitas pessoas optam por fugir do amor ao próximo: para se dedicar a fazer obras, pois, neste caso, é possível usar um mesmo objeto para duas coisas diferentes (incluindo as pessoas, que acabam sendo transformadas em verdadeiros robôs). Vê, agora, o motivo dos líderes religiosos incentivarem as pessoas a se tornarem íntimas destes ídolos (daí os beijos (vs 2; 1Rs 19.18), que simbolizam intimidade (1Co 16.20; 2Co 13.12; 1Ts 5.26))?
A bem da verdade, o desejo da elite global, em parceria com o sistema religioso, é fazer do povo, cobaia. E ninguém melhor do que Israel para isto, já que é como barro que pode ser facilmente moldado (Jr 18.3-6). Basta amolecê-lo com lisonjas (ver Dn 11.32,34). Não é interessante para eles que o povo tenha uma identidade fixa, mas possa reagir bem com as coisas que eles colocam diante deles para experimentá-los e conduzi-los ao resultado desejado (repare como os ídolos são feitos segundo o entendimento do sistema religioso-político – vs 2).
Daí o apreço pela idolatria (como se vê em Ap 13.14. Mesmo a besta e o dragão sendo adorados explicitamente (Ap 13.3,4), ainda assim a idolatria não podia faltar), que atua como um componente que impede a pessoa de se combinar firmemente com aquilo que Deus tem para ela, fazendo dela algo fácil de levar (como a nuvem de manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa, como o folhelho, que a tempestade lança da eira, e como o fumo da chaminé – (vs 3; Sl 1.4; Jr 13.24; Os 6.4; Sf 2.2; Ef 4.14)).
Vem a questão: onde está o nosso coração: nos prazeres da carne ou no que Deus pode fazer na vida das pessoas? Cuidado, para que não venhas a mudar de Deus (ou mudá-lO). Note que, por duas vezes, Deus faz questão de enfatizar que Ele é o Senhor Deus desde a terra do Egito (vs 4; Os 12.9). Embora as circunstâncias mudem, nem Deus, nem Sua Palavra ou vontade para nós muda (Ml 3.6; Hb 13.8). Logo, seja na abundância ou na escassez, o objetivo é um só: representar Jesus e Seu Reino, de modo que as pessoas tenha acesso à revelação de que este mundo será destruído, mas que já nos foi preparado lugar (Jo 14.1,2) num mundo perfeito, onde não há choro, nem pranto, nem dor, nem morte (Ap 21.4).
Logo, esta ideia de que tribulação é sinônimo de luta e bênção, de tranquilidade, é descabida. Somos soldados a serviço do Reino 24 horas (2Tm 2.3-5), em constante luta, seja na fartura ou na fome, sempre dependendo da força de Cristo para vencer (Fp 4.12,13). Em outras palavras, os momentos a serem vencidos não são apenas os maus, mas os bons também (vencer nosso egoísmo). Do contrário, existe outro Deus que salva além de Jesus (contrariando - vs 4; Is 43.11). Afinal, se consideramos como momentos bons os tempos de segurança, então é porque nossa confiança está neles (contrariando – 1Tm 6.17).
Vs 5 a 11 O RESULTADO DA PROSPERIDADE DE DEUS NO CORAÇÃO DAQUELES QUE DECIDEM PRESTAR CULTO AOS HOMENS
Pelo fato de Deus ter conhecido Israel quando estavam no deserto, em terra muito seca (vs 5), muitos achavam que Deus havia mudado, ou que era outro deus. Afinal, no reinado de Jeroboão II, Israel gozava de prosperidade (2Rs 14.24,25).
Eles não entendiam que a verdadeira obra de Deus não era exterior, mas interna. O objetivo não era dar a Israel conforto material, mas sim a diferença que Sua presença faz na nossa vida:
1.      no deserto, Ele os abençoou toda a obra das mãos deles, de modo que eles testemunhassem que, na Sua presença, nada falta (Dt 2.7; 8.15; 32.10);
2.      em Canaã, Deus lhes permitiu seguir o caminho dos seus corações (o qual é inclinado a adorar Deus, como se fosse o seu deus particular (gênio da lâmpada)), a fim de que ficasse comprovado que, quando há fartura, é que há miséria, já que, é nesta hora, que o coração se ensoberbece e se esquece Dele (vs 6).

Isto foi profetizado: 

E “para que, porventura, havendo tu comido, e estando farto, e havendo edificado boas casas, e habitando-as, se não eleve o teu coração, e te esqueças do SENHOR, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt 8.12,14).
E “engordando-se Jesurum, deu coices; engordaste-te, engrossaste-te e de gordura te cobriste; e deixou a Deus, que o fez, e desprezou a Rocha da sua salvação.” (Dt 32.15);
E “Porque Israel se esqueceu do seu Criador e edificou palácios, e Judá multiplicou cidades fortes; mas eu enviarei um fogo contra as suas cidades, e ele consumirá os seus palácios.” (Os 8.14).

Sei que isto parece contraditório. Como a prosperidade de Deus pode afastar as pessoas Dele? Todavia, pense: a partir do momento que a pessoa decide acumular para si (mais do que realmente precisa), concorda que tal pessoa está depositando sua confiança do poder manipulador do dinheiro (para obter o que deseja), ao invés de confiar no amor de Jesus agindo nas pessoas e lhe dando que realmente precisa?
A maior luta da pessoa é para não deixar seu coração encher de teia de aranha (com obras que não servem para cobrir a nudez de ninguém – Is 59.6). A prosperidade induz a pessoa a supor que não há mais necessidade de usar seu coração, já que, aparentemente, está tudo bem com todos (é claro que isto é desculpa para folgar na maldade). O maior desafio é exercitar a bondade quando, aparentemente, as pessoas não nos fazem falta. Temos que nos conscientizar que o bem que fazemos não é para as pessoas, mas sim para nós mesmos, já que não podemos acrescentar nada na vida de ninguém, mas tão somente estimulá-las a se deixarem encher de coisas boas pelo Espírito Santo (Mt 7.11; Lc 11.13).
Ao invés de constituirmos, a nós mesmos, juízes tomados de maus pensamentos (Tg 2.4), afastando as pessoas do bem que Deus tem para elas, ainda que com a desculpa de que é para tentar consertá-la (Mt 7.1-3), devemos esperar, em Deus, o que é bom para elas. Vamos jogar estas pessoas aos cães e porcos, só porque nos deram prejuízo (ver Fm 11,15,16)? Se você pedir, bater e buscar de Deus, além de você receber mais do que perdeste, ainda guardará teu coração (Pv 4.23) enchendo-o de bons pensamentos e sentimentos.
Mesmo que se trate de pessoa importuna (Lc 11.5-8), devemos buscar, em Deus, o que realmente temos direito (Is 49.4). Pense da seguinte forma: quando o filho menor de idade comete uma falta grave, num país sério, o pai é que responde pelo filho. Espiritualmente, Deus responde por tudo que suas criaturas fizeram contra nós.
Além disto, quando requeremos algo delas, estando pensando só nos nossos interesses. Mesmo que nossa desculpa é que queremos evangelizar as pessoas, se Deus permitiu que algo nos fosse tirado, talvez é porque não é para nós fazermos isto. Quem deseja fazer mais do que Deus deseja operar é porque, na verdade, está na carne e quer glorificar a si mesmo.
Quando Deus, querendo manter viva a Sua bondade no coração da pessoa, de modo que ela não venha a perder todo o sentimento e se entregar aos vícios (Ef 4.17-19), resolve agir, a pessoa considera a ação de Deus, algo sobremodo agressivo, como se dá com a ursa amargurada por ter sido roubada dos seus filhos (ver Is 38.12-15; 2Sm 17.8; Pv 17.12; Lm 3.10; Jr 5.6; Os 5.14).
O fato de Deus espiá-los e devorá-los como fazem o leopardo e o leão (vs 7 e 8), mostra a grandeza do amor de Deus, que não mede esforços para destruir toda a dureza do nosso coração (Ez 11.19; 36.26). Mesmo que lhe doa o coração (Lm 3.33; Mq 7.18) ter que agir de uma forma brusca, até violenta, para tornar nosso coração novamente propício a receber o Amor contido em Sua Palavra, ainda assim Ele o faz. Mesmo sabendo que, muitas vezes, terá que ir embora (Os 5.14), em virtude de se rebelarem ainda mais (Is 1.5; Jr 44.15-19).
Assim como aquele que adultera com uma mulher, perde o entendimento e destrói a sua alma (Pv 2.19; 6.32), aquele que se deixa corromper pelo sistema religioso, termina na congregação dos mortos (Pv 21.16). Rebelião é a pessoa, achando que está perdendo algo bom, decide buscar ajuda em outra fonte (vs 9; Os 13.4). A partir de então, ela adota os métodos e recursos que esta fonte disponibiliza. E muitas vezes Deus permite que estes planos tenham êxito, a fim de que eles passem a acrescentar fé à mentira (2Ts 2.9-12). Deus permite que os idólatras tenham sucesso, a fim de que seja possível identificar aqueles que adoram Jesus com o coração (pelo prazer em tudo que Ele é), e não em virtude daquilo que Dele recebem.
Não conseguem perceber que perderam a verdadeira ajuda (ver Dt 32.38; Jz 16.20; 2Rs 3.13) e que os supostos sucessos do passado só serviram para levá-los para longe do que realmente era bom para eles. E o pior é que as pessoas se apegam tanto ao sucesso passado, que não se preocupam em entender a procedência do mesmo.
Mas pense: na hora que você realmente precisa, onde está este que você elegeu como rei (ver vs 10; 1Sm 8.5,19). A verdade é que o idólatra nunca tem rei (a saber, aquele que pode lhe mostrar o caminho a ser seguido – Os 10.3) e, mesmo que tivesse, o que ele poderia fazer a seu favor (Os 10.3)? Infelizmente as pessoas não enxergam que o mal está dentro delas, vindo a esperarem por alguém que mantenha seguro tudo que está em poder delas (vs 10; Os 13.4). Não conseguem mais enxergar que é justamente tais coisas que estão lhe fazendo mal (ver Hc 2.10,11; Tg 5.2,3), já que as mesmas não lhes pertence.
É triste ver como a visão corrompida faz com que o ser humano busque um deus que possa lhe ajudar a guardar o que não têm, sem se darem conta de que, o que eles realmente têm está a se perder ao longo da vida.
 Nossa maior riqueza, depois de Cristo, é o espírito, já que ele é o filme no qual se registra tudo que fomos aqui neste mundo e, principalmente, tudo que Jesus é para nós. Quantas pessoas estão atrás de um rei (seja político ou religioso) só para terem uma desculpa para não se sujeitarem a Deus (1Sm 8.7; 10.19). Por isto Ele ficou irado em atender o pedido deles (vs 11; 1Sm 12.17,18). Afinal, o que Deus quer não é culto a Ele (Is 1.11-17; Jr 7.22), mas sim que tenhamos prazer na Sua companhia, de modo que possamos ouvi-lO e, deste modo, fazer o necessário para que Ele manifeste Sua Palavra através de nós (1Sm 15.22,23) (é isto que significa aprender a obediência – Hb 5.8)
            O fato de Deus ter elegido Saul como rei (1Sm 10.1) e depois o rejeitado (1Sm 16.1,2) era algo profético do que Ele faria no futuro, ao conduzir todos para o cativeiro na Assíria, de modo que eles ficassem por muitos dias sem rei (vs 11; Os 3.5; 10.3). Infelizmente, até hoje eles continuam sem rei por não temerem ao Senhor. Insistem em achar que a culpa pelas adversidades era a falta de um bom governo humano quando, na verdade, era a presença deste que os mantinha cegos para o bem (ver Jr 17.6). Inclusive, por aqui podemos perceber que, embora os dons e a vocação de Deus sejam irrevogáveis (tanto que Adão continuou vivo mesmo após pecar (Gn 2.17) e Saul continuou reinando fisicamente, mesmo depois de Deus dizer que tinha rasgado o reino dele (1Sm 15.26-28)), ainda assim Ele pode muito bem tirar Seu favor (ver Mt 18.32-35; 25.28; Lc 19.24), de modo que a pessoa perde a verdadeira essência, não sendo mais aquilo que deveria ser.
            Por isto Deus, em seu furor, lhes permitiu serem governados pelos mais diversos tipos de impérios (ver a estátua de Nabucodonosor em Dn 2): a fim de que eles experimentassem, na pele, todo tipo de governo possível e, deste modo, pudessem não ter dúvidas de que o único reinado perfeito é o de Cristo (note como a besta de Ap 13 é o sincretismo político-religioso de todos os 7 impérios que tiveram influência direta sobre Israel) no coração de cada um (daí o milênio para que Israel também concluísse que não adianta Jesus reinar externamente. O único e verdadeiro reinado que traz paz, acontece quando dedicamos todo nosso interior para ser o Reino do Senhor e o nosso coração, como Seu trono).
Vs 12 a 16 O MODO DE DEUS NOS REMIR DO SISTEMA POLÍTICO-RELIGIOSO
            Na época de Noé, Deus ordenou a construção de uma arca, onde ele e sua família ficariam “aprisionados” mais de ano, enquanto a terra era limpa pelas águas do dilúvio. Isso deveria ser, para Noé e sua casa, um meio de purificação a fim de que, quando as águas baixassem, a terra pudesse ser repovoada em amor na Palavra de Deus.
            No fim desta era, Jesus irá arrebatar Sua Noiva no meio da 70ª semana que estará “aprisionada” em Sua presença no céu, enquanto a terra é varrida pelo julgamento das 7 taças a fim de receber o galardão de Deus para ela. Depois, com os inimigos do Senhor mortos, a Noiva é deixada junto com os judeus convertidos a fim de constituírem a geração do milênio.
            Aqui, Israel seria levado para o cativeiro na Assíria (vs 13) e depois, para a Babilônia, já que esta haveria de conquistar a Assíria (Is 23.13). Mais tarde, Judá também iria para cativeiro na Babilônia, onde ficaria cativo por 70 anos (Jr 25.11,12; 29.10; Dn 9.2; Zc 1.12; 7.5). Enquanto todo o Israel é gerado novamente no cativeiro (vs 13), a terra de Judá ficaria desolada por estes 70 anos, até que a terra estivesse completamente descansada (Lv 25.2; 26.32-35; 2Cr 36.21).
            Quando a terra estivesse purificada, a ideia é que Israel também tivesse e, então, pudessem reconstruir Jerusalém e, agora, não serem mais duas nações, mas uma.
            Contudo, infelizmente, Israel é insensato e preferia ficar no ventre da Babilônia (vs 12) a vir à luz da liberdade em sua terra natal. Note que, embora Ciro estabelecesse um edito real, dando todo apoio aos israelitas para voltarem à sua pátria e reconstruírem o templo (Ed 1.1-4), apenas um pequeno grupo de israelitas saíram. Os demais permaneceram até Deus dar um ultimato por meio dos profetas (Is 48.20; Zc 2.6).
            Nos dias atuais, Israel está no ventre da Grande Babilônia (o mundo) e Deus tem chamado os israelitas para voltarem à sua terra. Tal como no Antigo Testamento, Israel tem voltado aos poucos (Am 9.9; Jr 29.14; Is 60.4; 49.22). É claro que o renascimento de Israel lembrariam as dores de parto (1Ts 5.3), tal como se deu quando Jesus veio ao mundo para redimir Israel (Mt 2.17,18). Creio que a Grande Tribulação (período de grande aflição – Dn 12.1; Mt 24.21,22) é justamente a dor final para o nascimento pleno de Israel a fim de dar início ao milênio.
Entretanto, é nestes momentos de dor e cativeiro, quando muitos se sentem como se estivessem no deserto, é que Deus fala ao coração dos seus e os livra (Os 2.14; Ez 20.34-37; Mq 4.10). Parece drástica a atitude de Deus, mas isto era necessário, considerando que Israel tinha feito aliança com a morte e acordo com o Seol (Is 28.15,18).
Por aqui podemos ver que o pecado não tem solução. A única forma de Deus remir Israel da morte e do Seol era destruindo ambos (vs 14), pois só assim tal hipótese não seria mais cogitada (por isto é dito que Deus aniquilará a morte para sempre a fim de acabar com o que envergonha Israel – Is 25.8). Daí Deus lançar ambos no lago que arde com fogo e enxofre (Ap 20.14) através da vitória de Cristo (1Co 15.26,54-56; Hb 2.14,15). Enfim, Jesus, com Seu sacrifício na cruz, deu fim à ideia de que é possível resolver os problemas matando, roubando e destruindo pessoas (ver Jo 10.10). Por isto Jesus teve que morrer na cruz para nos remir: afinal, se o Mestre deu a Sua vida para resolver o problema do pecado, quem somos nós para tirar a vida, achando que, é fazendo o mal, que seremos livres?
De igual modo, a única forma de o pecado ser aniquilado da nossa vida é através da morte do nosso eu (Rm 6.1-4,7,9; 7.1-3; Cl 3.3; 1Pe 4.1). Note como o batismo simboliza isto:
1.      Os hebreus foram batizados em Moisés na nuvem e no Mar Vermelho (1Co 10.1,2). No mar, porque, no que eles atravessaram os 2 paredões de água, eles ficaram livres dos egípcios, os quais foram “sepultados” sob toda esta água que caiu sobre eles. E na nuvem porque esta era usada por Deus para guiar os hebreus ao lugar que Ele os queria, ao invés de irem para onde eles queriam;
2.      Noé e sua família, salvos da violência civil e religiosa através do dilúvio (1Pe 3.20,21). A maldade do ser humana foi eliminada da face da terra.

            A diferença, agora, é que, ao invés do batismo levar as tentações do mundo embora, Jesus, através do Seu Espírito Santo, nos conduz a investigar, descobrir e desejar tudo que nos permitirá ter uma consciência boa diante de Deus (1Pe 3.20,21). De modo que, embora o mundo continue aí com toda a imundície, agora, aquele que morreu e ressuscitou com Cristo (simbolizado pelo batismo), não consegue mais se adaptar a nada que é do mundo.
            Logo, no que Deus disse que a iniquidade de Israel não seria apagada (vs 12) (tal como se daria, mais adiante, com Judá (Jr 17.1)), consequentemente, o mal que fora pronunciado contra eles era inevitável (vs 14).
Afinal, era necessário dar a Israel mais uma oportunidade de começar tudo do zero, a fim de que todos pudessem concluir que, não importa a quantidade de oportunidades que se dê para alguém tentar pagar sua dívida para com Deus (ver Mt 18.23-35) ou viver Sua Palavra: a pessoa jamais conseguirá viver de modo agradável a Ele por sua própria força ou boa vontade.
Assim sendo, não importava o quanto eles conseguissem produzir: o vento oriental viria para secar todas as fontes, lembrando o que Deus fará em Ap 16.12, quando Deus derramaria Sua taça sobre o rio Eufrates, o qual se secaria a fim de que o caminho para os reis do leste invadirem Jerusalém ficasse preparado e todos os despojos fossem ajuntados e levados (vs 15; Zc 14.2).
Era preciso destruir tudo, principalmente os lugares de cultos a outros deuses (incluindo o templo), a fim de que o povo não pensasse em zelar ou reconstruir algo que só servia para afastá-los do amor ao próximo (ver Is 13.22; 32.14; 34.13; Jr 6.5; 7.3-11; 9.21; 17.27; Os 8.14; Am 2.5; 3.10,11; 6.8; Mq 5.5).
Não havia remédio! A prova disso é que, embora Israel tivesse tido oportunidade de ter vários reis, nenhum deles foi capaz de se livrar da idolatria instituída por Jeroboão, filho de Nebate (vs 16; 2Rs 18.12). Era preciso fazer um limpa. Sei que a sentença parece dura (ver 2Rs 8.12; 15.16; Is 13.16; Os 10.14,15; Am 1.13), mas isto para nos ensinar que o pecado não pode ser tolerado, sob pena de produzir um sistema tão enrijecido no erro, que seja impossível reformá-lo (tal como se vê hoje, através do qual o amor vai se esfriando cada vez mais (Mt 24.12), sendo difícil achar alguém que seja capaz da justiça (Mq 7.1-7)).

OSÉIAS 14 → AS TRANSFORMAÇÕES QUE DEVERÃO ACONTECER EM NOSSO INTERIOR PARA QUE POSSAMOS PERTENCER A JESUS E SERMOS SALVOS DE UMA VIDA MEDÍOCRE E MÁ

Vs 1 a 3 O TIPO DE ARREPENDIMENTO QUE AGRADA A DEUS
O que nos leva a cair é o pecado, visto ser este o que nos induz a nos desligarmos da pessoa e, deste modo, a buscar aquilo que é bom apenas para nós (vs 1).
Você já pensou no motivo pelo qual são poucos os que entram pela porta estreita e permanecem no caminho apertado (Mt 7.13,14)? Ao contrário que muitos pensam, a porta estreita é muito mais fácil do que a larga. No entanto, enquanto a porta estreita aparece no lugar e hora exatos, a larga está disponível 24 horas. E como as pessoas, quando surgem o desconforto, querem ficar livre dele o mais rápido possível, não têm paciência para descansar e esperar em Deus (Sl 37.7) e acabam aceitando a primeira solução que vem.
Não conseguem perceber que o problema surgiu porque há algo a ser tratado. Uma vez que tudo está no controle de Deus (Sl 24.1; Jó 42.2; Jo 17.2; Ef 1.21-23) e que tudo é feito para o nosso bem (Rm 8.28), logo temos que ter em mente aquilo que Deus quer operar em nós. Se, na pressa de Saul (ver 1Sm 13.10,11), buscamos a solução imediata da porta larga, a porta estreita não terá porque se manifestar.
Por exemplo, se alguém te defrauda em algum serviço e você já recorre imediatamente à justiça deste mundo, como você terá oportunidade de resplandecer a luz de Cristo na vida das várias pessoas com quem você poderia ter contato (Mt 5.14-16), caso optasse por bater de porta em porta até encontrar a pessoa que seria usada por Deus para lhe dar a solução do problema? Sem contar que, quem sabe, as outras pessoas que te atenderam, te enrolaram, justamente para que você pudesse ter o privilégio de conhecer uma pessoa que será bênção na tua vida por todos os dias de vida que estão por vir?
Você pode questionar: “mas por que a solução de Deus, muitas vezes, tem que ser tão demorada”.
Pense! Muitas pessoas, por verem tanta miséria, injustiça, etc., acham que Deus não existe ou não se importa conosco (como se dava com os hebreus em Hb 2.8). Por mais absurdo que possa parecer, é justamente todo este caos no mundo uma das maiores provas do amor de Deus por nós. Afinal, quando se possui um tumor, não é necessário cirurgia? Estas lutas que acontecem são justamente o que deve fazer de nós pessoas felizes (Lc 21.25-28), já que são as oportunidades para, não só mostrarmos toda a beleza do caráter de Cristo (Gl 5.22) (é isto que significa anunciar as boas novas do reino – Rm 10.15), mas para crescer em amor ao próximo, sabedoria e conhecimento de Deus.
Evangelizar, na verdade, é anunciar a boa notícia de que, em Cristo, não estamos mais condenados a agir como animais brutos (ver 2Pe 2.12; Jd 10), tal como fazem os incrédulos. Temos condições confirmar toda a eficácia do fruto do Espírito Santo através do exercício da Sua Palavra (ver 2Tm 3.5).
Enfim, por mais desesperadora que seja a nossa situação, não podemos adotar uma solução onde apenas nós somos beneficiados. Converter a Deus é nos voltarmos para Ele a fim de que todos possamos vê-lO glorificar a Si mesmo na nossa vida.
Tudo começa ouvindo a voz de Deus (ver Dt 13.4; Gn 22.18; 26.5; Êx 19.5; Nm 14.22; Jz 2.2,20; 6.10; Sl 81.11; Is 28.23; 32.9; Jr 3.13; 7.23; 9.3; 11.4,7; 18.10; 22.21; Jo 10.16,27; 18.37; Ap 3.20; Mt 11.15; 13.9,43; Mc 4.9,23; 7.16; Lc 8.8; 14.35; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22). Do contrário, se não estivermos no Conselho Dele (Jr 23.18,22), que espécie de palavra iremos tomar (vs 2)? Como poderemos pedir a Deus que tire toda a iniquidade, se não sabemos o que é isto (vs 2)? Muitas coisas que achamos normal, certo e justo, são terrivelmente abomináveis aos olhos de Deus, mas nós, por nossa consciência estar deveras contaminada com os conceitos e valores errados deste mundo, enxergamos tudo de modo obscuro (ver Ef 4.17-19).
Além disto, entendendo que apenas Deus é bom (Lc 18.19), logo, para podermos oferecer a Deus o que é bom, só através da atuação do Espírito Santo nos nossos lábios (como Deus quis fazer com Moisés – Êx 4.12,15). Ou seja, ao invés de falarmos nossas palavras (Is 58.9,13; Jr 23.28-31; Mt 12.36,37), deixaremos que o Espírito Santo use nossos lábios para se dirigir às pessoas (Mt 10.19,20). Este é o verdadeiro sacrifício de louvor (Hb 13.15). Afinal, sacrifício implica na retirada de algo nosso a fim de que algo do Senhor possa entrar na nossa vida.
Então, assim como Deus não queria que Israel continuasse confiando na força e multidão dos carros e cavalos do rei da Assíria (Os 5.13; 7.11; 8.9; 12.1) ou de faraó (ver Dt 17.16; Sl 20.7; 147.10,11; Is 30.1-3,16; 31.1-3), Ele deseja que nos apeguemos apenas a Ele (Dt 11.22; 13.4; Js 22.5; 23.8) (ou seja, andemos com Ele – Gn 5.22-24; 6.9; 17.1; Gl 5.16,25).
Não sejamos como a mula que, por não ter entendimento, precisa ser constante freada (Sl 32.9) por leis (Gl 4.1-3). Ainda que o arrependimento (2Tm 2.25,26) e a conversão (Ez 11.19; 36.26) venham de Deus, jamais devemos culpá-lo pelos desejos malignos que cultivamos no nosso coração (como fez Efraim – Jr 31.18).
Temos que pensar que o verdadeiro arrependimento implica em desejarmos que os necessitados encontrem, em nós, o favor de que realmente necessitam (vs 3; Os 12.6; Jl 2.13). Não te rebeles contra Deus, resistindo à ajuda que Deus quer prestar ao próximo através de você (Os 13.9). Cuidado para não te envolveres em grandes obras (ver Sl 131.1,2; Lc 16.15; Rm 12.16) e, com isto, desprezares as pequenas (Zc 4.10), a saber, o amor que deves demonstrar a uma pessoa específica.
Podemos resumir o genuíno arrependimento da seguinte forma:
1.      Voltar para Deus (vs 1). Não se trata simplesmente de corrigir o erro ou de fugir dele (como fez Judas Iscariotes – Mt 27.3-5). O pecado é, antes de tudo, a pessoa se distanciando de Deus;
2.      Reconhecer o erro, ao invés de arrumar uma desculpa (vs 1);
3.      Mostrar o arrependimento através das palavras (vs 2), confessando o pecado e pedindo perdão (1Jo 1.9; Tg 5.16);
4.      Se colocar a serviço da justiça (Sl 51.13-17; Rm 6.18,22);
5.      Rejeitar qualquer “solução” alternativa: alianças políticas, poderio militar (cavalos) e falsos deuses, a saber, confiança naquilo que as mãos são capazes de fazer (vs 3);
6.      Buscar solução apenas nO Amor, já que o objetivo é mostrar o favor de Deus àqueles que estão, neste mundo, sem ninguém que lhes ajude (vs 3).
           
Note como o objetivo não é obter qualquer tipo de ajuda. De que adianta uma ajuda que não leva em conta quem realmente dela precisa, independente da sua força (vs 3)? E como podemos pensar em fugir do perigo, enquanto existem pessoas desamparadas, sem qualquer esperança de enxergarem uma saída para seus males.
Vs 4 a 8 AS TRANSFORMAÇÕES QUE DEUS FAZ NA VIDA DAQUELES QUE DESEJAM SE ARREPENDER E CONVERTER
Muitas pessoas acreditam que Deus opera Suas maravilhas depois que nos convertemos, quando, na verdade, Ele manifesta Sua graça e poder justamente para nos conduzir ao arrependimento (Rm 2.4). A prova disto é que é Ele quem sara as nossas iniquidades (vs 4; Jr 30.15-17; Os 5.13; 6.1; 7.1).
E como Ele faz isto? Amando-nos voluntariamente (vs 4) com cordas humanas, com laços de amor (Os 11.4). Afinal, não há ninguém que consiga buscar a Deus (Rm 3.10). Todos são inclinados a se desviarem Dele (Os 11.7). Ninguém deseja exaltá-lO. Antes, a forma natural de cada um resolver seus problemas é se enchendo da ira de Deus pelos pecados do povo, de modo a tomar, para si, o papel de tentar converter as pessoas, que é para ser exercido exclusivamente pelo Espírito Santo (Jo 16.8) (vs 4; Lm 3.43; Rm 9.22).
Para você entender sacrifício de Cristo, tenha em mente que Ele foi o único ser humano que nunca pecou e que, portanto, tinha direito de permanecer vivo, em carne e sangue, por toda a eternidade. Contudo, Ele nos deu a vida que Ele tinha direito de viver a fim de que pudéssemos ser agradáveis a Deus (Ef 1.6) e sermos apresentados a Ele (Ef 5.25-27).
Lembre-se que foi pelas feridas de Cristo que fomos sarados (Is 53.5; 1Pe 2.24). E como se deu a cura? Concedendo-nos o privilégio de sermos cuidados e guiados pela Sua presença (Is 53.6; 1Pe 2.25).
As enfermidades, na verdade, são um símbolo das feridas que tentamos causar no coração de Deus, no momento em que optamos por traí-lO (vs 4). Porém, na verdade, era a nós mesmos que estávamos ferindo (Os 13.9; Jr 25.7; 44.8; Ez 20.30). Estávamos nos carregando dos pecados dos outros, ou seja, tentando lidar com os mesmos, de modo que não fôssemos por eles atingidos, nem deixássemos de receber, por causa deles, aquilo de que necessitamos.
Quando deixamos Jesus conduzir nossa vida, não precisamos mais pagar pelos pecados das pessoas, ou seja, nos esforçar para que os mesmos sejam cobertos, de modo que não sentíssemos, na pele, as consequências dos mesmos.
Quando fala que a ira do Pai se apartou de nós (vs 4), significa que não seremos mais tomados pela ira de Deus pelos pecados das pessoas. Repletos da Sua abundante graça (Rm 5.17,20), passamos a amar o próximo voluntariamente (não porque existe um mandamento que ordena isto – Mt 22.39), ou seja, dispostos a dar-lhe o necessário para que o pecado seja vencido na vida dele (Lc 11.41). Isto torna nossos olhos bons (Mt 6.22,23) e nosso corpo luminoso (Mt 5.14-16) em função da luz de Cristo na nossa vida (1Jo 2.9-11).
Note como Deus trabalha Sua presença na vida do povo de Israel no sentido de curar as feridas do coração:
*      Deus será, para Israel, como orvalho (vs 5) → essas pequenas gotas d’água eram responsáveis por manter as plantas viçosas, principalmente nos períodos de seca (ver Gn 2.6). O orvalho é símbolo da benevolência do Criador (Jó 29.19; Pv 19.12) que traz refrigério e esperança em meio ao mal que se vê neste mundo (Sl 27.13,14);
*      Israel florescerá como o lírio (vs 5) → mostrará a formosura que toma conta daqueles cujo coração se compraz em agradar ao Senhor (Ne 8.10; Pv 15.13);
*      Israel espalhará as suas raízes como o Líbano (vs 5) → mostrará como é possível ser sempre viçoso e vigoroso, meio em períodos de seca (ódio, tragédias, etc.), quando estamos em permanente contato com a Água Viva (Sl 1.3; Jr 17.7,8; Jo 4.14; 7.37-39);
*      Israel estenderá as suas vergônteas (vs 6) → A presença do Espírito Santo nos capacita para toda boa obra, de modo que não sejamos ociosos, nem estéreis (Mt 20.3,6; 2Tm 2.19-21; 2Pe 1.5-9). Para tanto, Ele nos fará crescer através das pessoas que ele irá ligar a nós;
*      A glória de Israel será como a da oliveira (vs 6) → O azeite era precioso em virtude das muitas utilidades que tinha na época (perfume, hidratante, iluminação, etc., fora a honra de ser ungido pelo anfitrião (Lc 7.46) e seu uso no tabernáculo para consagrar (Êx 25.6)). Quem é tratado com a Glória de Deus, se torna extremamente belo, útil e desejável (Ez 16.14);
*      O odor de Israel será como o do Líbano (vs 6) → Naquela época era muito importante o perfume que exalava das vestes (ver Gn 27.27; Ct 4.11). A pessoa passa a exalar o perfume da Sua Palavra (2Co 2.14-16) em cada uma das suas ações;
*      Israel será vivificado como o trigo (vs 7) → Não importa os inúmeros esforços dos ímpios para derrubar o justo. Ele nunca permanecerá caído (Pv 24.16), pois Deus lhe dará o escape (1Co 10.13). Ainda que esteja como morto, viverá (ver Jo 11.25; At 14.19,20);
*      Israel florescerá como a vide (vs 7) → A pessoa estará sempre pronta para acolher e alimentar os “insetos”, só para poder se tornar fecunda e ser capaz de produzir frutos;
*      A memória de Israel será como o vinho do Líbano (vs 7) → Considere que o pão e o vinho serviram, na última ceia, como símbolo para anunciar a morte de Jesus (Lc 22.16) e que, quando repartimos os irmãos (o corpo) e os dons do Espírito Santo (o sangue – Rm 1.11), estamos tornando célebre a memória do nome do Senhor (Lc 22.19; 1Co 11.24,25). Em outras palavras, a memória de Israel (Deus) deve ser exercitada em cada uma de suas atitudes através da atuação do Espírito Santo confirmando Sua Palavra e caráter;
*      Deus é como a faia verde, na qual todo o Israel deve estar ligado (vs 8) → Somente quem permanece no amor de Jesus é capaz de dar muito fruto (Jo 15.7-9; Tg 1.17).

Como você pode ver, Deus não trata os arrependidos tal como os ídolos fazem, ou seja, obrigando-os a se sacrificarem para pagarem pelos seus pecados. Os ídolos não cuidam dos seus fãs, nem lhes dá as respostas de que tanto necessita (vs 8). Pelo contrário: os ídolos exigem que os seus fãs os carreguem nas costas (ou nas costas de outros – ver Is 46.1) e busquem respostas para convencerem os outros deste comportamento insano (em contraste com Is 41.7-10; Mt 10.18-20).
Isto é muito comum no sistema religioso, onde os líderes religiosos exigem de suas ovelhas sacrifícios enormes para agradarem os deuses que escolheram para si (até mandam os membros fazerem uma imagem a este deus – ver Is 40.19,20; Ap 13.14) (por exemplo, compra de fazendas, emissoras ou programas na TV, construção de templos luxuosos, etc.) e o pior: tudo em nome de Jesus.
O verdadeiro convertido a Jesus não é aquele que deseja agradar a Deus com aquilo que ele decide ser ou fazer. Antes, é aquele que se deixa tratar por Ele a fim de não desagradá-lO, de modo que todos possam ver, em sua vida, o trabalhar de Deus. Por isto Israel é comparado com o barro nas mãos do oleiro. O barro não molda a si mesmo, mas se deixa moldar, de modo que, nele, fica evidente todos os traços do Artista (Jr 18.2-6).
Logo, só é capaz de voltar a ser parte da Igreja aqueles que se assentam à sombra do Onipotente (vs 7; Sl 17.8; 36.7; 91.1), já que, apenas os tais, receberam todo o tratamento necessário, a ponto de nada mais ter haver com os ídolos (vs 8).
Vs 9 SÓ EXISTE UM CAMINHO PARA QUEM DESEJA PERMANECER NOS CAMINHOS (MÉTODOS) DE DEUS: JESUS CRISTO
Quando, em Os 4.6, Deus diz que o povo perece porque lhe faltou o conhecimento, fique claro que não se trata de mera teoria (tal como se dá nos seminários e cursos teológicos). Note que apenas os sábios e prudentes (aqueles que temem o Criador e têm intimidade com Ele, conservando o tremor pela Sua Palavra dentro de si – Pv 9.10; Is 66.2) são capazes de saber, entender (vs 9; Jr 9.12; Dn 12.10; Jo 8.47; 18.37) e praticar Sua vontade (At 16.20,21).
Os ímpios, nem na terra da retidão conseguem assimilar a justiça (Is 26.9,10) ou a paz de Cristo (Is 48.22; 57.19-21). Antes, Jesus é sempre pedra de tropeço (vs 9; Is 8.14; Dn 12.10; Rm 9.32,33; 1Pe 2.8) e ruína (Pv 10.29).
Apenas os mansos, humildes e retos conseguem encontrar força no caminho do Senhor (Pv 10.29; Is 35.8,9). Daí a profecia de Simeão:

*      “E Simeão os abençoou e disse à Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel e para sinal que é contraditado” (Lc 2.34).