terça-feira, 15 de janeiro de 2013

36 - ESTUDO DO LIVRO DE OSÉIAS - PARTE 1



ESTUDO DO LIVRO DE OSÉIAS

INTRODUÇÃO:

            Tema: A ira de Deus sobre os que O cultuam de modo carnal, interesseiro

            Objetivo: É interessante notar que, embora Israel tivesse tido vários reis neste período (Jeroboão filho de Jeoás (2Rs 14.23), Zacarias (2Rs 14.29), Salum (2Rs 15.10), Menaém (2Rs 15.14), Pecaías (2Rs 15.22), Peca (2Rs 15.25), Oséias (2Rs 15.30)), apenas Jeroboão filho de Jeoás é citado, dando mais ênfase aos 4 reis de Judá, o que nos leva a crer que a profecia tinha por finalidade alertar Judá. Deus usa Efraim (por ser a tribo que mais se destacou) para expor toda a imoralidade cultual de Israel a fim de despertar Judá para a verdadeira adoração e, assim, evitar que o mesmo viesse a se tornar culpado diante de Deus (Os 4.15) e, consequentemente, ser vítima da mesma condenação que pairava sobre Israel.
Logo, o objetivo é alertar Judá (mesmo porque, apenas Judá seria alvo da compaixão de Deus (Os 1.7)) quanto ao perigo de manter contato com Israel, achando que eles estavam adorando a Deus do modo correto, em virtude do sucesso da campanha militar de Jeroboão de filho de Jeoás. Conforme pode ser visto ao longo do livro de Jó, era comum associar prosperidade com o favor de Deus. Assim, no que Israel começou a ter sucesso, todos deduziram que Deus estava se agradando deles quando, na verdade, estava lhes dando mais tempo para eles se arrependerem, já que, até então, nenhuma palavra havia sido dada por Deus no sentido de desarraigar o nome de Israel de debaixo do céu (2Rs 14.27) e, deste modo, exortá-los ao arrependimento e conversão.

OSÉIAS 1 → O VERDADEIRO SENTIDO DO CASAMENTO: RECEBER A ESPOSA IDÔNEA (QUE NÃO FOI CORROMPIDA NA SUA MISSÃO) QUE PERMITIRÁ, AO HOMEM, SER A MENSAGEM VIVA DAQUILO QUE DEUS QUER COMUNICAR AO POVO QUE ESTÁ PRÓXIMO A ELE

1 QUEM ESCREVEU O LIVRO E QUANDO ELE FOI ESCRITO?
Amós veio primeiro.
Depois, vieram Oséias e Isaías (que eram contemporâneos).
Depois Miquéias (provavelmente o último antes do cativeiro de Israel).
Oséias significa salvação. Ele começou a profetizar quando Israel estava prosperando com Jeroboão II e continuou até pelo menos, ao terceiro ano de Oséias, rei de Israel (2Rs 18.1), quando Israel estava prestes a ir em cativeiro para a Assíria sob o comando de Salmanezer, no nono ano de Oséias, rei de Israel (2Rs 17.6).
2 A FINALIDADE DO CASAMENTO DE OSÉIAS
Deus ordena o casamento de Oséias, de modo que ele pudesse viver, na pele, o que Deus sente em Sua relação com Israel. O termo “mulher de prostituição” indica que, embora fosse virgem (daí ser dito que ela era filha de Diblaim, expressão usada apenas para virgens (vs 3)), tinha forte tendência em prostituir-se, já que toda a terra se prostituiu desviando-se do Senhor. Não teria sentido Deus ordenar a um profeta Dele que se casasse com uma prostituta:
      - porque Deus preza a pureza no casamento;
      - porque Israel só adulterou após o casamento com Deus.
3-5 O SIGNIFICADO DO 1º  FILHO NA VIDA DE OSÉIAS E DE TODO ISRAEL: FIM DA DESTRUIÇÃO E DOS QUE A PROMOVEM
O primeiro filho de Gômer era realmente de Oséias (vs 3). O nome Jezreel foi dado em virtude:
1.      do que Deus estava para fazer com os descendentes de Jeú por causa do que ele fez à casa de Acabe no vale de Jezreel (2Rs 9.30-34; 10.6,7);
2.      em virtude da destruição do poder político e militar de Israel que se dará no fim dos tempos, no vale de Jezreel (também conhecido como Vale de Megido, Armagedom, Vale da Decisão ou Vale de Josafá – Jl 3.11-14; Ap 16.13-16).

Detalhe: não e trata da invasão de Salmanezer, já que a mesma não se deu em Jezreel (ver (2Rs 17.5,6)).
6-7 O SIGNIFICADO DO 2º  FILHO NA VIDA DE OSÉIAS E DE TODO ISRAEL: O FECHAMENTO DA PORTA DA GRAÇA PARA QUEM PEDE AJUDA A DEUSES ESTRANHOS (SEJA PELA ALIANÇA COM OUTRAS NAÇÕES OU CULTO A OUTROS DEUSES)
As escrituras não dizem que este filho e o outro são de Oséias. Considerando que Oséias teria filhos de prostituição (vs 2), com certeza estes 2 filhos eram do amigo dele (Os 3.1). Lo-Ruama significa “desfavorecida”. Assim foi chamada porque ela não era fruto de favor de Deus, mas do desejo carnal de Gômer (de Israel), além de simbolizar que esta seria a última oportunidade para Israel se arrepender (vs 6).
Só Judá experimentaria a compaixão de Deus, como se deu em (Is 37.36-38), visto que Ele não salva através do poderio deste mundo, mas por aquilo que Ele é na nossa vida (vs 7; Ef 3.20,21). Aliás, Deus quer que o poder do povo santo acabe (Dn 12.7), já que Deus se deleita nos que confiam Nele como sua salvação (Sl 147.10,11).
8-10 O SIGNIFICADO DO 3º FILHO NA VIDA DE OSÉIAS E DE TODO ISRAEL: A ANULAÇÃO DA FILIAÇÃO DAQUELES QUE O SERVEM PELA CARNE
O adultério era tão prazeroso que, enquanto o terceiro filho foi concebido logo após o segundo, do segundo pro primeiro, não especifica intervalo de tempo. Não é que o amante era melhor. Trata-se do prazer naquilo que é mau. Quando se ama alguém, tem-se prazer que tal pessoa peça ajuda, já que é mais uma oportunidade de ter-se contato com elas.
Lo-Ami significa “não meu povo”: eles não receberiam nada de Deus para não terem que fazer nada para Ele. Afinal, o modo de Israel ministrar não agradava a Deus.
Entretanto, por causa do cumprimento da promessa feita a Abraão (Gn 12.2; 13.16; 15.5), o remanescente de Israel haveria de ser salvo e chamado “filhos do Deus vivo” (Rm 9.6-8,27), juntamente com os gentios.
        11 O AJUNTAMENTO EM ISRAEL PARA A COROAÇÃO DO CRISTO QUE O MUNDO ELEGEU
Aqui pode-se perceber que, quem não decide em favor de Jesus, irá lutar contra Ele (Mt 12.30).
Por ser a batalha do Armagedom o Grande Dia da Vingança do Senhor (Ez 38.8,15,16), Deus fará subir Israel de toda a terra (Is 11.12; 43.5; 56.8; Jr 31.8; Ez 11.17; 22.21; 34.13; 36.24; 37.21; Mq 2.12), a fim de constituírem uma só cabeça (Ap 3.11), a saber, o falso profeta, que fará prodígios e sinais a fim de ajuntar todos os que não quiseram participar dos feitos de Jesus neste mundo (Ap 13.8), de modo que, unânimes (Ap 17.17), sigam o diabo e seu servo (Ap 13.3,4) na batalha contra Jesus (Ap 16.13,14).

OSÉIAS 2 → FAZER COISAS PARA AGRADAR A DEUS COM O CORAÇÃO SUJO É, NA VERDADE, GLORIFICAR O DIABO

1-8 REPROVANDO AS OBRAS DAS TREVAS (Ef 3.11). AO INVÉS DE SAIRMOS FAZENDO COISAS, PENSANDO EM AGRADAR A DEUS, DEVEMOS ACEITAR AS REPREENSÕES A FIM DE RECONHECÊ-LO E, COM ISTO, NÃO ESBANJARMOS AS BÊNÇÃOS DE DEUS, GLORIFICANDO AO DIABO E ATRAINDO JUÍZO PARA NÓS.
É mandamento! Temos que contender com os líderes religiosos, quando a aliança deles com Jesus se desfaz (vs 2). Israel tinha se envolvido em dois tipos de aliança:

1 – prostituição → relacionamentos que, embora rápidos, promovem mudança no interior da pessoa (1co 6.16). Aliança apenas sentimental (prazer);
2 – Adultério -> aliança duradoura com alguém (visando a segurança) que Deus não elegeu para nós (ver Os 8.4). Isto adultera nosso caráter, de modo que somos obrigados a renunciar nossas pérolas para adquirimos coisas de que não precisamos.

Infelizmente, muitos, ao invés de procurarem conhecer Deus diretamente Dele (ver Mt 11.29; Ef 4.20,21; 1Jo 2.27), preferem ir atrás daqueles que se fizeram Seus amantes (Os 2.7 – por exemplo, os líderes religiosos que dizem amá-lO, mas negam-no com suas obras – Tt 1.16).
Olhando assim, alguém pode pensar que está tudo bem. Entretanto, temos que pensar que só existem duas formas de se conseguir algo: ou é através da misericórdia de Deus, operando no coração das pessoas, ou é através do poder de Mamom (dinheiro). Ora, como esperamos que as pessoas se convertam a Cristo, quando as incentivamos a servir ao dinheiro (através da compra dos materiais bíblicos dos líderes religiosos ou patrocinando suas campanhas de evangelismo)?
Precisamos tirar da nossa cabeça a ideia de que a nossa provisão vem dos ricos e poderosos deste mundo (vs 8), através da nossa força e capacidade (deturpando Gn 3.19). Nosso sustento vem de Deus (Mt 6.33; Fp 4.19). Chega de idolatrar as pessoas, só porque elas parecem estar em posição superior à nossa. Uma coisa é irmos às pessoas, esperando aquilo que elas, aparentemente, podem nos dar; outra é irmos a elas, pensando naquilo que Deus quer lhes dar através de nós, sendo o desconforto que surgiu apenas uma oportunidade para estimularmos o agir de Deus na vida delas.
Veja: as nossas necessidades são supridas por Ele (Mt 6.33; Fp 4.19). O que é possível se conhecer acerca Dele, se manifesta dentro de nós (Rm 1.19; At 17.25-28; Ef 3.20). Logo, não há necessidade de buscarmos meios artificiais (livros, artigos, programas na tv, teatro gospel, etc.) para tentar conhecer Jesus. Afinal, o Espírito Santo não quer nos visitar, mas sim habitar em nós (1Jo 2.27). Daí sermos o templo de Deus (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16).
 Pregue a verdade! Nada de estabelecer doutrinas severas (Cl 2.20-23) e interpretar as promessas de modo carnal (Lm 2.14), que só serviram para manter a pessoa (vs 3): (Is 32.6,7):
1.                  despida (Ez 16.6-8). A aliança com Deus é o que nos cobre (garante perante todos (Ez 16.8)). Por isto o Espírito Santo é o nosso penhor (Ef 1.15): Ele é a nossa garantia de que não teremos prejuízo ao nos envolvermos com as pessoas e vice-versa. A raiz dos traumas é a pessoa dar a si mesma em garantia, como se ela fosse capaz de:
a)      desenvolver a semente do amor que outro plantou dentro de si (caso isto fosse possível);
b)      manter a árvore do amor que tal pessoa colocou  nela, como se a força dela fosse suficiente para conservar o interesse da pessoa por ela;
2.                  Como um deserto -> isolada de quem realmente é bom para si;
3.                  Como terra seca -> incapaz de ver o bem, mesmo que ele chegue (Jr 17.6; Is 48.22; 57.19-21);
4.                  Morta de sede -> incapaz de jorrar rios de Água Viva (Jo 7.37-39) que saltam para a vida eterna (Jo 4.14).

Como Deus pode ajudar alguém que passou a vida inteira sendo ensinado a fazer o mal (Jr 13.23; Am 3.9,10)? Ela só irá atrás do que não presta, já que sua visão do que ou de quem é bom está completamente distorcida. A fim de evitar que ela se apresse para a morte (Pv 14.12; Is 59.7,,8; Rm 3.15-17), Deus cerca o indivíduo com pessoas espinhosas (ver Gn 3.18; Mq 7.4) para ela não seja capaz de achar um modo de chegar até àqueles que, ou não trarão nada de bom para ela, ou tirará a oportunidade dela conhecer algo bom. Isto, quando Deus nos enche de espinhos para que pessoas não consigam chegar a nós.
Fora as vezes que Deus cerca o caminho com espinhos para que aqueles que nos amam sejam incapazes de achar os caminhos maus deles.
Tudo isto para que não consigamos alcançar, nem achar aqueles que só querem nos usar e, deste modo, possamos nos voltar para Jesus e, não só reconhecer a verdadeira fonte do bem na nossa vida, mas parar de trabalhar para o erro (Mc 12.27).
9-13 →  AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO RELIGIOSO
1.      A perda dos elementos necessários para se glorificar a Deus e se manter fisicamente (vs 9);
2.      A retirada de tudo aquilo que faz a pessoa bela aos olhos dos ímpios, de modo que todos vejam quem realmente ela é sem Jesus (vs 10);
3.      A monotonia no culto, bem como a falta de prazer em orar e ler a Escritura (vs 11). Deus não estará mais presente de modo visível;
4.      Perda de bênçãos materiais, já que, por supostamente terem sido dadas pelos ídolos, parecia não haver necessidade de compromisso com o amor a Deus e ao próximo, mas apenas aos rituais (vs 12). Inclusive, por aqui é possível ver que rituais e suas obras estão ligados com idolatria, mesmo quando, supostamente, é o nome de Deus que está sendo invocado. No final, é um culto ao ego que, efetivamente, está a ser promovido, já que é a habilidade de cada um que está sendo colocada em evidência, bem como os desejos pessoais.
Em outras palavras, não são as boas obras ou o culto religioso que deve promover a unidade física, mas sim a unidade espiritual que deve dar origem a boas obras, que irão expressar exatamente quem Deus é. Veja a coisa da seguinte forma: não é o fruto que leva a raiz, o caule e os ramos a se unirem para, num esforço conjunto, produzi-lo (como se fosse preciso força física para estabelecer e manter a unidade); antes, sendo a semente boa, a árvore cresce com todos os membros juntos e, estando sadia, bem regada e adubada, dá o fruto na estação apropriada.
5.      Deus permitiu que eles sofressem as consequências dos seus pecados (vs 13). Embora isto Lhe doesse o coração, Ele conteve a Sua mão, esperou para ter misericórdia (Is 30.18), a fim de que o arrependimento brotasse em Israel (ver Lc 15.11-32).
14-20 A FORMA DE DEUS RECONCILIAR COM O DESVIADO
Apesar de toda a infidelidade de Israel, Deus se dispõe a atrai-lo novamente (vs 14). Ele se dispõe a ficar a sós com ela (vs 14). Por isto, quando tudo estiver dando errado e todos se afastarem de ti, não pense que Deus te abandonou, mas sim que Ele está te chamando para ficar a sós com Ele, tal como o noivo apaixonado não deseja nada, nem ninguém para distrair a atenção da noiva.
Ele promete restaurar nossa comunhão com Ele quando nos dispomos a segui-lO, mesmo que seja por uma terra que não se semeia (Jr 2.2). É neste lugar inóspito que Deus irá:
1.      Renovar as nossas bênçãos (vs 15);
2.      Restaurar a alegria da Sua salvação (Sl 51.12).

Seu desejo é transformar o Vale de Acor (que recebeu este nome por causa da maldição que caiu sobre Israel por causa do pecado de Acã (Js 7.24-26)) e que resultou em destruição e vergonha (Is 7.7-9), de modo que ele passasse a ser porta de esperança (vs 15). Ou seja, através da disciplina, o Criador deseja abrir as portas do nosso coração para um novo tipo de esperança (Pv 3.11,112; Hb 12.5-13).
Que fique claro: a importância da obediência não é tanto por questão de respeito, como se o Criador fosse um Deus repleto de caprichos. Antes, o que realmente tem valor é a restauração da confiança e intimidade entre Jesus e Sua noiva. Não podemos considerar Deus como mais um guru ou patrão. A obediência não visa fazer coisas, mas desenvolver caráter.
Entenda: quando fazemos o que nos é mandado, absorvemos os conceitos e valores de quem está sobre nós. Quem obedece Jesus, vai tendo dentro de Si quem Deus é, bem como o modo de Ele agir, de modo não haver mais motivo para se fazer menção do nome de outros deuses (vs 17). Quem fala deles, mesmo que mal, é porque quer se promover às custas deles.
Deus quer nos reconciliar com toda a Sua criação (ver Jó 5.23; Os 2.18; Cl 1.20), mas para isto é necessário que todo o poder do povo santo seja destruído (vs 18; Dn 12.7). Como Deus pode nos desposar enquanto insistirmos em dar a Deus aquilo que não é Dele (Mt 22.21)? Deus se casa conosco com vistas a (vs 19 e 20):
1.      Justiça → cobrir os pecados das pessoas;
2.      Juízo → aplicar a disciplina para extrair o tumor do pecado;
3.      Benignidade → conceder os recursos para vencer o pecado;
4.      Misericórdia → conceder o Espírito Santo para dar à pessoa alegria e proveito em toda a luta (2Co 1.3-6; 1Ts 1.6-8).
5.      Fidelidade → confiança absoluta em Jesus.

A bênção de Deus sobre alguém é com a finalidade de que ela tenha condição de ser boa com todos (Hb 6.8,8). Note como Deus responde aos céus para estes responderem à terra, esta às plantas e, estas, finalmente, ao lugar onde Israel haverá de ser espalhado e semeado (vs 21 e 22).
Se Jezreel, por um lado, foi e será lugar de juízo, por outro é através disto que será espalhada a glória do Senhor por toda a terra (Is 11.9; Hc 2.14), tal como se deu em At 1.8 (vs 23).
Embora Deus queira nos favorecer e fazer de nós Seu povo, o objetivo é fazer de nós favor e povo na vida daqueles que amam a Jesus.

OSÉIAS 3 O PROCESSO DE LAVAGEM DA REGENERAÇÃO E RENOVAÇÃO (Tt 3.4-6) DA NOIVA

Mesmo sendo sua esposa, era necessário ser adquirida novamente (vs 2). Não era a noiva adúltera que tinha que pagar o preço, mas sim o homem. Isso porque, quando alguém faz algo contra nós, ela nos coloca em posição de superioridade (juiz). Isto gera um peso enorme na nossa vida que irá nos oprimir, caso não nos humilhemos (nos esvaziemos (Fp 2.5-8) desta altivez (Lc 16.15) que a pessoa nos deu). A elevação em qualquer área é algo maior que qualquer um pode suportar. Quanto mais damos a Deus, mais nos afastamos Dele (assim como, quanto mais exigimos do pecador, mais ele tenta nos dar e menos de nós e dele mesmo tem dentro dele). O pecado é algo que já pertence ao ser humano (e, portanto, não haverá rejeição em tal enxerto – Tg 1.21). Estaremos fazendo o mesmo que Deus fez com Adão ao criar Eva.
Note como Oséias vai até seu amigo para comprá-la. Ele não desfez a amizade dele com seu amigo, nem tenta reconquistar sua mulher, o que nos ensina duas coisas a respeito da Graça:
1.      Não cabe a nós julgar os pecadores, mas estarmos dispostos a pagar o preço para que os pecados deles possam ser perdoados por Jesus (seguindo o exemplo Dele – 1Pe 2.21,24).
2.      O casamento não consiste no homem tentando agradar a mulher para obter dela o que deseja, mas sim de ele dando de si mesmo a ela constantemente, de modo que nela seja produzido o fruto do Espírito Santo.

O que o homem está comprando não é o dever da mulher em dar algo a ele, mas sim o direito de ter a quem dedicar a fim de que o nome de Deus, na sua vida, não seja apagado.
Entretanto, que fique claro: Deus ordenou a alguém que cuidasse da mulher e era a esta pessoa que o homem deveria pagar o preço. O preço era como uma forma de o homem não ir se relacionando com qualquer uma que aparecesse, mas buscasse de Deus a certeza de estar investindo na pessoa certa. Isto serviria para que o homem não a abandonasse facilmente e aponto para uma realidade espiritual: se o homem der tudo de si à mulher, não restará nada para nenhuma outra e, obviamente, não haverá possibilidade de adultério (o único cuidado a ser tomado é de se entregar à pessoa correta).
Inclusive, no que se refere a Deus, Ele nos deu tudo o que tinha justamente para que tivéssemos a garantia de que Ele não iria nos abandonar. Ou seja, o preço pago representa o empenho da pessoa em investir naquela vida.
Aqui aprendemos a lição de que devemos investir tudo que temos e somos, não nas pessoas que queremos, mas naqueles que Deus faz aproximar de nós.
Uma vez mais eu digo: o preço não era para a mulher, a fim de se sentir paparicada, mas para manifestar a todos o valor dela. Detalhe: o amigo vendeu Gomer barato, já que nenhum amante valoriza seu parceiro de verdade. Aliás, o ato de paparicar o cônjuge é como que desmerecê-lo, pois, quem ama, não tenta domar o cônjuge com petiscos. Antes, permanece junto dele em toda e qualquer situação. A mulher não deveria se conformar com menos do que a vida do homem e este, com a submissão da mulher.
O amor nunca esteve relacionado com bens materiais. Apenas a prostituição. A prova disto é o vs 3: “Tu ficarás comigo muitos dias: não te prostituirás...”. Isto não está se referindo ao adultério, já que isto está sendo referido na continuação: “não serás de outro homem”.
Logo, o que isto quer dizer é que ela deveria ficar com ele, mas sem se apoiar nos bens que ele poderia lhe dar. Antes, ela deveria se apegar a ele, tendo ele como sua recompensa. Daí ele esperar por ela, mesmo estando ela já em sua casa (vs 3).
Com relação a Israel, este não deveria se prostituir com outros deuses, nem fazer aliança com outras nações (vs 3). Antes, a cura para o seu mal era ficar o tempo todo na presença de Deus, o qual iria trabalhar no coração deles pacientemente, até que a alma deles estivesse completamente limpa de outros amores.
Veja: o que impede uma pessoa se apegar a outra e a Deus são as impurezas. Ou seja, amor não é algo que se esforça para ter. Ele está disponível para nós como o ar que respiramos. Contudo, quando nos enchemos dos prazeres da carne, das ilusões das riquezas e ambições (que agradam os olhos) e dos cuidados da vida (que nos dá a falsa sensação de que podemos cuidar de nós mesmos) (Mc 4.19; Lc 8.14; 1Jo 2.16), não conseguimos mais nos apegar a ninguém. Estas coisas não destroem o amor. Antes o sufoca e o pior: o contamina, de modo que o mesmo passa a funcionar de modo disfuncional. Ou seja, passa a exigir mais de você, até arrebentar contigo por dentro.
Por isto é que Israel tinha que ficar muitos dias sem líderes políticos ou religiosos, bem como sem qualquer espécie de culto (vs 4). Deus instituiu tais coisas a fim de que ficasse mais que provado que não tem como nos envolvermos em alguma atividade, seja profana ou religiosa, sem nos apartarmos do amor ao próximo. Note como, apenas após o fim de tudo isto é que os filhos de Israel irão buscar ao Senhor e ao Messias, temendo apenas a Ele e à Sua bondade (vs 5).
Ou seja, o foco está nos relacionamentos (e não naquilo que é para ser feito fisicamente). Na verdade, toda a obra de Deus gira em torno da palavra que Ele deseja usar para trabalhar o nosso caráter, de modo que possamos ser unidos exatamente às pessoas que Ele projetou para nós.

OSÉIAS 4 → O QUE ACONTECE A TODO O POVO QUANDO OS SACERDOTES DESPREZAM O CONHECIMENTO DE DEUS E SUA LEI EM PROL DOS SEUS INTERESSES

1-3 FUGIR DA APARÊNCIA DO MAL NÃO É FICAR ALHEIO A TODA MALDADE, MAS MANIFESTAR A LUZ (Mt 5.14-16), OU SEJA, MOSTRAR UMA FORMA DE SAIR DELA
O criador tem contenda com os habitantes de toda a terra porque os sacerdotes haviam rejeitado o conhecimento e a lei do Senhor (VS 6), de modo que já não havia mais verdade, benignidade e nem conhecimento de Deus (vs 1).
As trevas não podem ser combatidas com mais trevas. Aliás, não é papel nosso combater o mal, já que esta luta do bem contra o mal não existe (é apenas invenção do paganismo). Tanto é assim que Deus nos tirou das trevas para Sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). Embora é dito que Deus fez com que das trevas resplandecesse a luz (2Co 4.6) ou que é para nossa luz resplandecer diante dos homens (Mt 5.14-16), em momento algum disse que era para a luz combater ou expulsar as trevas, mas sim para que, ao ver a Luz do Mundo (Jo 8.12) em nós, as pessoas decidam sair destas trevas.
A mensagem da cruz tem haver, principalmente, com o arrebatamento, já que se trata de preparar as pessoas para a volta de Cristo (seja através da morte ou da sua 2ª vinda), ocasião em que Ele retirará a pessoa deste mundo condenado (2Pe 3.8-10) e entregue ao diabo (Lc 4.5), repentinamente, para conduzi-lo ao reino do Amor (Cl 1.13). A chave é TIRAR do mundo, voltando a visão da pessoa para Jesus (Hb 12.1,2) e para tudo que diz respeito ao Reino dos Céus (1Co 2.9; Cl 3.1,2).
Todo ser humano sem Jesus é mau e, qualquer coisa que faça pelo próximo, é sempre no sentido de se ver livre dos impedimentos que este possa lhe impor. Não podemos esperar que alguém na maldade possa produzir algo bom (Mt 7.15-20). Tanto é assim que Jesus, em momento algum, disse para tentar obrigar os cegos a conduzirem outros cegos da forma correta, mas sim para deixá-los (Mt 15.14), pois o problema não está só na conduta errada, mas sim na visão errada. Quando alguém insiste em ver as coisas do modo errado, o correto é deixá-los, pois, em tais circunstâncias, qualquer coisa que a pessoa vier a fazer, só trará prejuízos de tempo, energia, força e recursos (Mt 7.24-27).
Por isto, só permitido invocar a Deus, àqueles que forem enviados (Rm 10.14,15; Sl 50.16-20), já que apenas tais pessoas realmente creram. Entenda: de que adianta alguém invocar a Deus como menino rebelde, se ela se recusa a entender e aceitar o que realmente é bom aos olhos Dele? Deus não vai falar, nem fazer o que ela deseja.
A Boa-Nova de Jesus (Rm 10.5) a ser obedecida é o anúncio da paz (ver Is 40.2) e é isto que estimula a pessoa a invocar o Pai. Afinal, ao invés de ficar conformado com a maldade das pessoas (e até tentando lucrar algo com isto – Sl 50.18,19) ou ficar falando mal delas (Sl 50.20), a pessoa se lembra de Deus (Sl 50.22), procurando deixar seu caminho o mais ordenado possível, na certeza de que verá a salvação de Deus (Sl 50.23). Com isto, ficará livre de pecar contra o próximo, fazendo-lhe o mal a fim de que o bem venha (pelo menos é o que usam com pretexto – Rm 3.8).
Ou seja, a verdadeira forma de pregar a Palavra de Deus nos corações e incitá-las à obediência é permitindo que a força do amor de Jesus em nós lhes forneça a fé, a esperança e o amor necessário para o bem.
Já parou para pensar no motivo de a retirada do véu da lei de Deus (2Co 3.14-16) ser chamado de revelação ao invés de “desvelação”? Porque é o conhecimento de Jesus, com Sua Verdade e bondade é que retira a trave do olho (Mt 7.3-5) (véu), de modo que ela enxergue longe e distintamente (ver Mc 8.22-25).
Enquanto a pessoa não enxergar Jesus, ela jamais poderá ver a Palavra de Deus da forma correta. Isto fará com que a terra e seus moradores venham a lamentar, desfalecer até serem destruídos (vs 3), mesmo que ela se esforce para viver a Palavra de Deus.   
4-10 OS SACERDOTES, VENDO A RELIGIÃO COMO LUCRO (vs 8), DEIXAM DE OLHAR PARA O SENHOR (vs 10), REJEITAM A PALAVRA DE DEUS E NÃO VEEM MAIS IMPORTÂNCIA EM CONHECER A DEUS E SER CONHECIDO POR ELE (Gl 4.9).
Cada pessoa iria cair com aqueles que elegeu como profeta, só que em momentos diferentes e Israel seria destruído, sem qualquer chance de mudança (vs 5). Mesmo que alguém tentasse contender ou repreender seu irmão, de nada resolveria, já que só se falava aquilo que o ouvinte queria ouvir.
Em outras palavras, ninguém comparecia diante de Deus em prol da justiça (Is 59.4). E como poderia, já que na terra não estava havendo verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus (vs 1)? Como lutar por algo bom, quando não se sabe a definir o que é bom? Quando alguém ia para contender com outrem, é porque tal atitude feriu os interesses seus ou de alguém que lhe convém.
O povo era igual aos que contendem com o sacerdote: cegos guiando cegos (Mt 15.14). Cada um tentando ensinar ao outro o que é certo, quando tudo era incerto, baseado apenas em pragmatismo pessoal. Por isto é que o povo era destruído pela falta de conhecimento (intimidade) com Jesus. Note que não é por mera questão de atitudes erradas, mas por falta de contato contínuo com Jesus, o que resulta em incapacidade ou falta de desejo de enxergar, no próximo, o que é necessário ao mesmo.
O que dá sentido à nossa vida e nos faz belos aos olhos de todos é a nossa capacidade de buscar e enxergar, no próximo, a real necessidade dele. A partir do momento que nos acomodamos aos prazeres da carne, nos tornamos preguiçosos e indolentes no que se refere ao zelo pelo próximo. Daí a importância de se VIVER (24 horas, em espírito) a verdadeira comunhão com aqueles que, com um coração puro, invocam ao Senhor (2Tm 2.22): a fim de que cada um possa estar atento àquilo que seu irmão precisa e, deste modo, esteja sempre junto a ele e a Cristo, buscando os melhores dons (1Co 12.31).
Em outras palavras, nunca devemos achar que cada um já tem o que precisa ou que já possuímos (espiritualmente falando) o suficiente. No reino de Deus, não se vive do velho (Lm 3.22,23), mas da novidade da vida (2Co 5.17; Rm 7.6).
No entanto, o velho é mais excelente (Lc 5.39), já que dá à pessoa a sensação de ser capaz de manter, sob controle, Deus e as circunstâncias. É daí que vem a feitiçaria, a saber, daquilo que Deus fez ou falou no passado. A pessoa tenta viver isto, como se fosse um talismã ou fórmula mágica, que lhes permita viver do modo que lhes convém, mas sem perder o favor de Deus. Antes, controlando o mesmo para seus fins. Porém, o Reino de Deus não consiste do nosso esforço em fazer coisas boas (quando e como queremos) para, depois, obter aquilo que nos permitirá satisfazer o ego.
Quando o povo começou a se multiplicar (vs 7), aí que a situação se agravou. Os sacerdotes começaram a pecar contra o Criador, usando a lei Dele de modo corrompido, a fim de poder estimular o povo ao pecado (Is 32.6,7) e, deste modo, poder lucrar mais com os sacrifícios (vs 8; ver Lm 2.14). Já não era mais o povo sendo conduzido a Deus pelos sacerdotes, mas sim estes que estavam se tornando como o povo (vs 9). Os sacerdotes, profetas e reis, que deveriam condenar as obras das trevas (Ef 5.11), estavam, não só praticando a imoralidade cultual, mas promovendo a mesma. Tais pessoas receberiam, por isto:
1.      Vergonha no lugar de honra (vs 7);
2.      A visita de Deus (vs 9), o que resultaria em cada um colher o que semeou (Gl 6.7-9).
3.      A insaciabilidade (insatisfação contínua da alma (vs 10));
4.      A esterilidade (vs 10), ou seja, a incapacidade de dar continuidade àquilo que existe no coração (visto não haver nada de bom nele).

            E não se iluda achando que são só os sacerdotes que serão punidos. Note como, embora:
1.      foram os líderes que erraram, o povo todo estava sendo destruído (vs 6);
2.      fosse um cego que estava guiando o outro, não foi só o que ensinou errado que caiu (Mt 15.14). O que estava sendo guiado também caiu;
3.      foi Acã quem, efetivamente pecou, todo o Israel sofreu a derrota (Js 7.1);
4.      seja um quem ajuda de modo iníquo, o que é ajudado também cai (Is 31.1-3);
5.      seja o profeta que recebeu a palavra enganosa, quem seguiu esta palavra também será punido (Ez 14.9,10).

Por mais sinceros que fossem os seguidores, ambos caíram, mostrando que não adianta crer em Jesus de qualquer jeito (Dt 13.1-4 - Mesmo porque, só segue o ladrão e salteador, quem é dele (Jo 10.1-5; 1Jo 4.1-6)).
            Logo, esta ideia de que a boa ovelha é aquele que segue o pastor sem questionar, é mentirosa. A única coisa que produz é uma falsa paz de espírito, achando que apenas os pastores serão responsabilizados pelos nossos erros, podendo, assim, viver de modo negligente e morno, sem qualquer compromisso com a Palavra de Deus, a oração e o amor ao próximo. Em outras palavras, fazem do pastor o seu feiticeiro particular (tal como fazem muitos padres que benzem os fieis ou os passes que são dados no centro espírita).
        11-12 OS PRAZERES DA CARNE TIRAM A INTELIGÊNCIA, FAZENDO AS PESSOAS VEREM E OUVIREM COISAS.

            A prostituição (relacionamento por prazer) leva a pessoa a ficar entorpecida, como que alheia a tudo o que acontece à volta. A inteligência é de tal forma tirada, que o povo conseguia ouvir a vara responder à sua oração. Eles achavam que qualquer bênção era a bênção de Deus. É bem verdade que nada acontece sem a permissão de Deus Porém, a verdadeira bênção de Deus é aquilo que recebemos direto Dele próprio, de modo sobrenatural.
Já reparou como as pessoas se corrompem? Se afastando da sujeição do Criador. Quanto mais recursos a pessoa adquire ou mais prazer ela usufrui, menos motivo ela vê para se sujeitar a Deus e, obviamente, mais ela se modifica para tentar se adaptar à nova realidade. É claro que, nesta adaptação, a pessoa se vê obrigada a desfazer de coisas mais preciosas que Deus lhe deu (caráter, saúde, tempo, força, energia). No fim da vida, a pessoa está repleta de coisas inúteis por dentro e por fora. Tudo porque deixaram de ser transformados pela contemplação do Criador (2Co 3.18).
Que fique claro: o Reino de Deus não consiste em acrescentar coisas boas dentro de nós (pois já nascemos com elas – ver Ez 28.12; Ec 7.29), mas sim retirar tudo aquilo que decidimos acrescentar por nossa conta. É bem verdade que o termo edificação nos induz a pensar que é preciso melhorar o que Deus colocou dentro de nós, quando, na verdade, o que precisa é deixarmos o próprio Deus trabalhar o que é Dele em nós. A própria Palavra de Deus já foi colocada no nosso coração (Rm 2.15; Hb 8.10). Basta darmos oportunidade para o Espírito Santo trabalhá-la em nós.
13-14 DEUS SÓ TRATA A DESOBEDIÊNCIA QUANDO NOSSA OBEDIÊNCIA É CUMPRIDA (2Co 10.6; 1Pe 4.17).
            Os sacerdotes escolhiam lugares agradáveis para cultuarem o Deus Verdadeiro de modo falso. Através de Jeroboão, eles introduziram uma série de práticas pagãs, de modo que o culto pudesse ser o mais agradável possível (ver Am 4.4,5).
            Por exemplo: prostituíam, sob a desculpa que era para glorificar a Deus (talvez com o pretexto de que o objetivo era multiplicarem, a fim de aumentarem o exército do Senhor e, assim, despojarem as nações pagãs).
            Embora os homens considerassem tal prática normal, queriam que Deus punisse suas mulheres por tomarem parte nestes cultos. Como, todavia, seria possível tais cultos, se nenhuma mulher prostituísse?
A verdade é que o povo sem entendimento, acaba transtornado (vs 14) e correndo para sua perdição (Pv 1.16; 59.7), até mesmo quando estão buscando ao Criador. Supondo que tais cultos agradavam o Criador, as pessoas mergulhavam nestas orgias, o que ia cada vez mais corroendo o relacionamento deles com os familiares e, consequentemente, da sociedade como um todo.
A verdade é que, quando em uma sociedade a família é ignorada, torna-se impossível a perpetuação da mesma. Afinal, quando a família não é mais vista como instrumento de propagação da benevolência do Criador, então é porque o amor ao próximo já se tornou conduta inadequada para a sociedade.
15 – 19 NÃO PROCURE LÍDERES RELIGIOSOS PARA SER SALVO. SIGA A DEUS COM AQUELES QUE, COM UM CORAÇÃO PURO, INVOCAM AO SENHOR (2Tm 2.22).
Muitas vezes cometemos o erro de querer consertar aquilo que não tem jeito. Por exemplo, em Jr 51.9, o povo estava querendo curar Babilônia, mas não havia cura para ela. Deus, por 2 vezes ordena sair da Babilônia (no Antigo Testamento (Is 48.20; Zc 2.6) e no fim dos tempos (Ap 18.4)), mas Babilônia era tão agradável que eles insistiram em tentar curá-la. Afinal, se Babilônia se convertesse ao Senhor Jesus, poder-se-ia unir o útil ao agradável (conciliar a carne com o espírito – pelo menos é isto que pensaram). Porém, é impossível servir a Jesus e a mamom ao mesmo tempo (Mt 6.24).
Vemos o mesmo tipo de sentimento tomando conta dos discípulos quando pensaram em conciliar a lei com a graça (Mt 17.4) ou se preocuparam com o desagrado do sistema religioso (Mt 15.12). Porém, a ordem vinda do céu era para ouvirmos apenas a Jesus (Mt 17.5) e deixar o fariseu cego que insistia em guiar outro cego (Mt 15.12-14; 23.26). Há pecado que é para morte (1Jo 5.16,17), sem que haja cura (Pv 6.15).
Tanto é assim que Jesus, em momento algum, fundou uma instituição religiosa ou construiu algum templo. Tampouco ordenou isto por meio dos apóstolos ou tentou reformar o sistema religioso existente (fariseus, saduceus, etc.). E por que fez assim? Porque não há cura para o sistema religioso. Não se coloca remendo de pano novo em veste velha (Mc 2.21,22). E não importa o quão nova seja a palavra que Deus tenha ministrado a nós. Amanhã ela será velha. Temos nos alimentar da Palavra que sai da boca de Deus todo dia (tal como se dava com o maná – Êx 16.16-21; Dt 8.3; Mt 4.4).
Note como Jesus deixou claro que o reino Dele não é deste mundo (Jo 18.36). Nunca foi propósito de Deus reformar o mundo (tanto é assim que o mesmo está sendo entesourado para o fogo (2Pe 3.8-10) e irá envelhecer e se desgastar (Is 24.1,3; 51.6)). O plano de salvação do Criador tem haver com pessoas, uma a uma, e não com uma instituição religiosa ou àqueles que a ela se afiliam, reunindo debaixo de um bloco de concreto (como se a salvação fosse coletiva).
O que acontecia com Judá se dá hoje com os religiosos. Embora o templo estivesse em Jerusalém, muitos estavam indo a Gilgal e Bete-Áven, como se o Deus verdadeiro estivesse ali aprovando tais práticas religiosas (vs 15). Hoje, milhares de pessoas se reúnem nos templos para cultuar a Deus, sem nunca terem recebido tal instrução da parte de Jesus.
Além disso, não é a Jesus e aos apóstolos que devemos imitar (1Co 4.16; 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; Ef 5.1)? Mas, nem Jesus, nem os apóstolos, ordenaram a construção de templos, nem fundaram alguma instituição religiosa, tampouco falaram coisa alguma acerca de como cultuá-lo. Então a quem estamos seguindo? De onde tiramos tais ideias? Não esqueças do que aconteceu com Nadabe e Abiú por terem feito o que Deus não tinha ordenado (Lv 10.1,2).
Com a desculpa de que se trata de uma “estratégia” para tentar consertar a religião de Israel e salvar seus adeptos, muitos de Judá, ao invés de deixarem Efraim entregue aos ídolos (vs 17), estavam indo tomar parte dos sacrifícios de Israel (vs 19; ver 1Co 10.18-21). Ora, isto é hipocrisia! Se a pessoa gosta tanto da bebida, da prostituição, etc., e da desonra que vem com eles (vs 18; Pv 23.29-35), pelo menos seja verdadeira e assuma isto, ao invés de praticar isto às escondidas (através dos cultos litúrgicos) e arrastar muitos contigo.
Sai da confusão religiosa que tomou conta deste mundo (Ap 18.4)! Como tais pessoas se rebelaram contra o Criador, preferindo estabelecer sua própria justiça (Rm 10.3) e culto a Deus ao invés de estar no conselho Dele (Jr 23.18,22) ouvindo Sua vontade (ver Mt 7.21-23) e cumprindo-a (Dt 28.1,2; Mt 7.24-27), o resultado disto é que Israel ficou completamente entregue à porta larga e o caminho espaçoso (vs 17; Mt 7.13,14), ou seja, a todo vento de doutrina (ver Jr 22.22; Os 12.1; Zc 2.6; Ef 4.14) que só serve para espalhar (ver Jó 27.21; Jr 13.24; 18.17; 49.32; Ez 5.2,10,12; 12.14; 17.21; Mt 24.31) e levar o restolho (Sl 1.4,5; Jó 13.25; 21.18; Sl 1.4; 18.42; 35.5; Is 7.2; 17.13; 41.16; Jr 13.24; Dn 2.35).
Ao invés de ficar seguindo práticas religiosas inventadas por homens (ver Mt 15.9; Mc 7.7; Cl 2.22; Is 29.13), faça o que o Criador ordenou: amar a Deus e ao próximo (Mt 22.35-40). Pense: para quê cantar, fazer teatro, gincana evangélica, etc., com o pretexto de que é uma estratégia para alcançar os perdidos? Por que não atuar diretamente na vida do próximo, dentro da realidade na qual ele se encontra?
Jesus nunca ordenou que Lhe prestassem culto (Jo 5.34,41; At 16.24,25), ou fizessem um coral para Ele, etc. Muito menos ordenou a construção de templos. Pelo contrário: Ele disse “IDE e pregai” (Mt 28.18; Mc 16.15). Deus abomina o ajuntamento solene (Is 1.13; Lm 2.6,7; Am 5.21-23) e até confundiu a linguagem dos povos na Torre de Babel (Gn 11.4) justamente porque tentaram buscar a Deus através de métodos carnais a fim de manter uma unidade carnal (contrariando Gn 1.28; Jo 4.23,24; Ef 4.3).
Você pode me questionar: mas, e como fica estes versículos (Ne 10.33; Sl 92.3; Lm 1.4; Os 12.9; Jl 1.14; 2.15; Sf 3.18; Zc 8.19)? Os tais foram dados a Israel na Antiga Aliança, que era sombra da Nova Aliança (Hb 8.5). E a prova de que não funcionam é, por exemplo, Ml 1.12,13, onde o povo já estava achando tudo uma canseira, a ponto de ninguém mais se preocupar em oferecer sacrifícios puros (ver Lv 1.9,13). Antes, colocavam o animal no altar de qualquer jeito, repleto de esterco por dentro (Ml 2.3) e, deste modo, exalando mau cheiro.
Sem contar que, confiando no poder místico do templo do Senhor (Jr 7.4), ninguém mais se preocupava em praticar a justiça ou ajudar ao próximo (Ez 16.49; Is 59.4; Jr 7.3-11; Am 5.24).
Hoje, nós somos o templo do Senhor (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16; 1Pe 2.5). Os sacrifícios a serem oferecidos, além de serem espirituais (Rm 12.1), devem ser realizados dentro de nós (1Pe 2.5). A comunhão mencionada em (Sl 133.1,3; Hb 10.24,25) deve acontecer dentro do nosso coração. Daí em Ap 3.20 Jesus (não apenas Sua cabeça, mas também Seu corpo) estar batendo à porta do nosso coração a fim de ministrar a Sua Ceia, a saber, a comunhão do Seu corpo (ver 1Co 10.16; 2Co 13.13).
A bem da verdade, o verdadeiro evangelismo não consiste em tentar enfiar Jesus e Sua Palavra no coração da pessoa, mas sim em anunciar para a pessoa a boa nova de que, agora, não há mais impedimento em nós e em Jesus para ela, de modo que ela pode, finalmente, ter um encontro vivo com Jesus dentro de nós e ser uma conosco e com Sua Palavra.

OSÉIAS 5 → O SISTEMA RELIGIOSO E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE COMO MEIO DE INCENTIVAREM AS OVELHAS A INVESTIREM NO MUNDO, A FIM DE TRAZEREM MAIS RECURSOS PARA DENTRO DOS TEMPLOS

Vs 1-4 O POVO RELIGIOSO SÓ SERVE DE TROPEÇO
A nação de Israel, como um todo, estava sendo um laço (algo que mantém a pessoa presa no pecado – ver 2Tm 2.25,26) ou rede (armadilha para capturar no pecado os desatentos. Por exemplo, com lisonjas – Pv 26.28; 29.5).
Como exemplo de rede, temos quando Deus disse para Labão não falar com Jacó nem bem, nem mal (Gn 31.24). A ideia é que Labão não conseguisse, com sua lábia, enganar Jacó novamente.
Como exemplo de laço, temos a Babilônia e Média-Pérsia. Mesmo sendo escravos nestes impérios, a maioria dos hebreus preferiram permanecer ali, a voltar para Jerusalém (ver Is 48.20; Zc 2.6). Quando alguém se aprofunda nos talentos, habilidades e bens deste mundo, acaba se tornando um motivo para as pessoas deixarem de buscar a Deus, já que, nela, encontram as respostas que precisa. Jamais devemos ser uma alternativa na vida das pessoas, de modo que elas pensem que não há mais necessidade de buscar Jesus. Antes, devemos ser o motivo para as pessoas se aproximarem de Jesus e Ele deve ser o motivo para as pessoas se aproximarem de nós.
Lembre-se que blasfêmia significa colocar no lugar de outro. Por isto é que tudo o que é elevado entre os homens é abominação diante de Deus (ver Sl 131.1; Lc 16.15; Rm 16.18). Inclusive, note como Uzias (2Cr 26.15,16) e o diabo (Ez 28.17) se rebelaram contra Deus justamente porque foram grandemente abençoados por Deus, e isto justamente para nos ensinar a nunca pensarmos de nós além do que convém (Rm 12.3).
Veja, por exemplo, a parábola das 10 virgens (Mt 25.1-13). Até as 5 prudentes dormiram. E por que? Por causa da paz e segurança trazida pelo anticristo (1Ts 5.3). Durante quase todo o período de 3 anos e meio que compõem a primeira metade da tribulação, os fieis em Cristo deixaram de orar (Ap 8.1).
Entretanto, já reparou como as pessoas se aprofundam (descem até as profundezas) nos excessos (ver 1Pe 4.4)? Trata-se de pessoas revoltadas, transviadas, que se especializam na matança, ou seja, em resolver os problemas através da eliminação da vida que está a causá-los.
Aliás, já reparou como toda a luta do ser humano é contra a vida? Em 90% dos casos, os males são causados por seres vivos (micro ou macro) e a prática dos excessos nada mais é do que uma forma de se colocarem acima dos causadores de problemas. É claro que, nesta busca, a pessoa acaba se contaminando (vs 3) e fornicando (prostituindo, ou seja, passando a ter relações com as pessoas, pensando usar o corpo delas para conquistarem seus interesses).
Por causa da fascinação das riquezas, dos deleites, cuidados (Mt 13.22) e das demais ambições da vida (desejo de crescer diante do mundo – Mc 4.19), a pessoa acaba cedendo às tentações daqueles que detém, em suas mãos, as possibilidades (embora nem mesmo a pessoa saiba o que ela deseja que seja possível).
As pessoas lutam tanto para obter o poder que esquecem o principal: o que fazer com o mesmo. Assim, quando adquirem o poder, acabam usando ele contra o próximo. Aliás, já parou para pensar no que significa o poder carnal? É sempre um grupo de pessoas se sobressaindo a outro. E a verdade é que, não importa qual seja o grupo que está no poder, sempre ter-se-á o privilégio de uns contra os outros. E no final, os que estão em eminência sempre irão encontrar um motivo para usar de maldade contra alguém e, deste modo, privilegiar apenas aqueles que lhe convém.
E não adianta tentar achar um governo igualitário, pois sempre haverá descontentes, já que, sem o amor, jamais encontraremos uma medida que não traga prejuízo a alguém. E como os lobos são mais fortes que os cordeiros, acabam prevalecendo neste mundo (Mt 10.16), o que induz as pessoas a admirá-los (Sl 49.18; Lc 22.25; Ap 13.3,4).
E o pior é que ajudar os corruptos no entendimento e réprobos na fé (ver 2Tm 3.8), irá impedir a pessoa de voltar a Deus (vs 4; Pv 2.19), já que ajudá-los significa atender ao chamado do espírito de prostituição (vs 4; Is 32.6,7).  Afinal, para ajudar o corrupto, obrigatoriamente tem que se tornar injusto, mentiroso, desonesto e mau (o que é abominação diante de Deus – Pv 17.15).
É preciso que fique claro que o importante não são somente as nossas ações, mas sim o espírito que está por trás das mesmas. Quem se alimenta de Jesus, vive por Ele (Jo 6.57), mas quem recebe salário que vem da prostituição, irá usar tal recurso desta forma (Mq 1.7). A questão não é o que os outros fazem, mas sim o que Deus quer fazer através de nós.
Se formos basear nossas ações naquilo que as pessoas podem nos dar (seja de bom ou de mal), ficaremos espinhosos (ver Mq 7.4), incapazes de dar fruto com perfeição. Sempre iremos afastar as pessoas de nós:
1.      Seja para ir atrás de mais recursos;
2.      Seja para impedir que nos tomem aquilo que já conquistamos (embora muitas vezes não saibamos o que conseguimos).

Por isto é que Deus muitas vezes não nos visita. Se Ele assim fizesse, seríamos destruídos (Êx 33.5), já que as Suas bênçãos iriam nos fazer destruir uns aos outros, tal como se vê hoje. O aumento da tecnologia possibilitou o ser humano acesso a formas mais eficazes de enganar, manipular, controlar e oprimir os mais fracos. Por mais absurdo que possa parecer, não há nada pior para o ímpio do que o favor de Deus (Is 26.10). Até na terra da retidão ele usa isto para praticar a iniquidade.
Logo, quando Deus diz que será a correção de todos (vs 2), não pense que Ele vá fazer algo mau (pois Ele é bom (Mc 10.18) e nele não há treva nenhuma (1Jo 1.5) e a ninguém tenta). Ele irá abençoar a alguém entregando outrem nas mãos dele (por exemplo, quando um eletrodoméstico ou carro estraga).
A verdade é que, quando a pessoa só conhece Jesus de ouvir falar (vs 4; Jó 42.2), não importa o que ela faça, ela sempre irá se afastar do Criador. Aliás, quanto mais se envolve em obras, mas distante fica Dele (daí Ef 2.8,9).
Deus sempre ajuda o pecador, provendo Seu caminho na tormenta e na tempestade (Na 1.2), de modo que a pessoa não venha a cair na fé (1Co 10.12,13). Porém, a pessoa não consegue ou não deseja enxergar a solução de Deus para a sua vida e, por isto, se sente incapaz de se livrar do erro, ignorando o que João disse em 1Jo 3.5-9; 5.18. Entretanto, a Escritura Sagrada é clara ao dizer que Jesus morreu para que a justiça da lei se cumprisse em nós (Rm 8.3,4) e, deste modo, fôssemos justos (Rm 4.25).
Vs 5 a 7 SERVIR A DEUS EM PECADO SÓ AFASTA AINDA MAIS AS PESSOAS DE DEUS, ALÉM DE PRENDÊ-LAS AINDA MAIS NO PECADO E NAS CONSEQUÊNCIAS DELES
O orgulho, bem como os demais sentimentos maus, é a prova de que a pessoa é culpada (ainda não nasceu de novo). Ou seja, a culpa e condenação do pecado ainda permanecem na vida dela (vs 5), sendo por isto (e nisto) que tropeçam e caem e o pior: ainda arrastam pessoas consigo (vs 5).
A soberba de Judá era Jerusalém e de Israel, Samaria (Mq 1.5), já que ela, nos tempos de Jeroboão II era considerada uma das primeiras das nações (Am 6.1). Era a sua coroa de soberba (Is 28.1). Todavia, tudo que nela se fazia era uma comprovação do quão pecadores eram diante do Senhor (ver Is 10.11; Jr 23.13; Ez 16.51; Os 7.1).
E o pior de tudo é que Judá estava indo até eles e seguindo seus ritos religiosos, levando suas ovelhas e bezerros para oferecê-los em sacrifício ao Criador (vs 6). Não conseguiam perceber que Deus se afastou de Israel e que, não importava o quanto eles se esforçassem, jamais iriam achá-lO nestes lugares (vs 7).
Traiçoeiramente procederam contra o Senhor porque se uniram em casamento com adoradores de falsos deuses (vs 7; Ne 13.23,24; Ml 2.11), gerando filhos sem a glória do Senhor (Mq 2.9).
Resultado: o culto a Deus se tornou culto ao ego pelo fato das pessoas estarem em pecado (vs 7). Neste caso, toda a tentativa da pessoa em agradar a Deus, acaba envergonhando Seu nome e trazendo maldição para Israel.
Vs 8 a 14 AO INVÉS DE TENTAR VENCER O JUÍZO DE DEUS ATRAVÉS DOS RECURSOS DESTE MUNDO, OUÇA O AVISO DE DEUS E SE ARREPENDA E CONVERTA
Este trecho é um aviso de Deus para Judá que, como já visto, estava se deixando levar pelas abominações de Israel.
No vs 13 é feita uma referência a dois episódios:
E O primeiro é com respeito à invasão de Pul, rei da Assíria, contra a terra de Israel. Menaém, com o intuito de firmar o seu reinado, exige dos poderosos e ricos 1000 talentos de prata a fim de fazer aliança com este rei (2Rs 15.17-20).
E O segundo se refere a quando Peca, filho de Remalias, rei de Israel fez aliança com Rezim, rei da Síria nos dias do rei Acaz de Judá (Is 7.1-13), já que é nesta época que vemos Acaz fazendo aliança com Tiglate-Pilezer, rei da Assíria para se ver livre deste complô (2Rs 16.7-10; 2Cr 28.20).

Embora a aliança feita com o principal da Assíria (Jarebe), aparentemente, tivesse dado certo (Pul saiu dos termos de Israel (2Rs 15.20) e Tiglate-Pilezer atacou as cidades de Israel (2Rs 15.29) e da Síria (2Rs 16.9) que deixaram, então, de fazer guerra contra Israel, na verdade, o problema apenas foi adiado. A verdadeira causa da opressão de Israel e Judá, jamais poderia ser sanada com a ajuda dos poderosos deste século (vs 13).
Deus iria atacar e despedaçar Israel e Judá e, então, levar os pedaços Consigo em cativeiro (vs 14). Apenas a absolvição da iniquidade poderia trazer cura (Is 33.24; 1Pe 2.21-24).
Por isto, quando perceberes um problema na tua vida, se aquiete (Sl 37.7), ao invés de ir pedir ajuda ao Egito (Is 30.7,15). Do contrário, tanto você, quanto a pessoa que está te ajudando, irão tropeçar (Is 31.1-3). A verdade é que ninguém pode resistir à sentença divina (vs 14).
Deus seria (vs 12):
E Para Israel, como traça que rói as vestes da justiça humana e os livros da Palavra de Deus adulterada;
E Para Judá, seria como um câncer que corrói toda a unidade carnal.

Isto porque eles quiseram ir atrás daquilo que não tinha nenhum proveito (vs 11), o que serviu para deixá-los oprimidos e quebrantados:
? de juízos, ou seja, de sofrer tantas consequências dos pecados;
? no juízo, ou seja, por não conseguirem julgar de modo justo, só iam ficando mais e mais opressos, já que os injustos vão carregando sobre si a ira de Deus através da vida das pessoas. E quem não tem o amor de Jesus no coração, sempre acabará querendo julgar e condenar os que considera maus, visto que seu objetivo não é ajudar na recuperação do pecador, mas destruí-lo. Obviamente, a mão de todos será contra ele (Gn 16.12).
A opressão que o sobrecarrega, o inquieta de tal modo, que não consegue pensar corretamente. A tristeza segundo o mundo, por consequência dos pecados deles, estava matando tudo que Deus colocou de bom no coração deles (ver 2Co 7.9,10).

Entenda: uma vez que Deus faz o homem reto (Ec 7.29), logo somos nós mesmos, com nossas escolhas, que vamos enchendo nossas vidas com altos e baixos, de modo a ficar cada vez mais difícil aceitar a porta estreita de Jesus (Mt 7.13,14). Para ser mais exato, o alargar da porta nada mais é do que o distanciamento das pessoas.
Podemos dizer que porta larga são aquelas pessoas que nos permitem relacionar com elas à distância, seja porque:
*      se apresentam como nossos amigos;
*      se comportam como prostitutas, de modo que podemos comprar seus favores por dinheiro;

Em ambos os casos, a pessoa se sente livre para transitar na vida do outro, sem precisar de um envolvimento mais profundo. Aparentemente, isto parece normal. Entretanto a tendência, com isto, é o romper de limites (vs 10), a ponto de ninguém mais discernir entre certo e errado, santo e profano (ver Os 4.1; Ez 22.26). Por que, como Judá, estamos sempre indo atrás daquilo que serventia alguma tem para nós? Por que insistimos em ir além do que Deus tem para nós? O que pode ser bom para nós que Deus ainda não nos tenha dado?
Por isto é que Israel, no dia do castigo, seria usado para assolação (vs 9): a fim de que fosse manifesto a todos, não só aquilo que é certo aos olhos de Deus (vs 9), mas também Judá reconhecesse que apenas o Senhor seu Deus (Os 1.7) é a sua salvação.
A instrução para despertar o povo de Benjamin (note como as 3 cidades citadas no vs 8 se situavam nesta tribo – Js 18.21-26) era sinal de que Senaqueribe já estava prestes a invadir Judá (ver Is 36.1). Isto deveria alertá-los acerca da má conduta, tanto deles, como do povo a quem eles estavam idolatrando (Israel), de modo que eles largassem os seus afazeres e rasgassem os seus corações na presença de Deus (ver Jl 2.13-17).

OSÉIAS 5.15-6.11 → O FALSO ARREPENDIMENTO RELIGIOSO PROMOVIDO PELOS LÍDERES A FIM DE INDUZIR AS OVELHAR A ACREDITAREM QUE ESTÃO SALVAS E ABENÇOADAS

Vs 5.15 – 6.6 DEUS NÃO ACEITA ARREPENDIMENTO QUE NÃO VEM DE UMA TRISTEZA PROFUNDA MOTIVADA PELO AMOR DELE
No que Deus disse que voltaria para o Seu lugar, até que se reconhecessem culpados e buscassem a face Dele (vs 15), eles até se dispuseram a buscar o Senhor (vs 1). No entanto, esta busca intensa (de madrugada) era, não por amor a Deus, mas sim por causa da angústia que estavam vivendo (vs 15). Queriam apenas ser livres do sofrimento.
O pensamento deles era o seguinte:
*      Ele despedaçou e nos sarará, fez a ferida e a ligará (vs 1) → como se fosse fácil fazer Ele voltar atrás. Para começar, o Senhor não se arrepende (Nm 23.19), nem muda (Ml 3.6; Hb 13.8). No entanto, quando alguém, após ver as terríveis consequências do pecado, fica entristecido com este, tal tristeza foi Deus quem operou (daí ser conhecido como tristeza segundo Deus – 2Co 7.9,10). É isto que significa quando, em alguns lugares, se lê “Deus se arrependeu”.
Entretanto, embora seja verdade que Deus faz a ferida e a cure (Jó 5.18), porém tal processo não é tão rápido, como eles supunham. Deus nunca desfaz o que Ele fez. Ele faz algo novo no lugar, muito melhor que o anterior. Em outras palavras, Deus só destrói o que é em parte apenas quando o que é perfeito está para chegar (1Co 13.10).
Além disto, eles achavam que poderiam manipular Deus ou que o comportamento deles pudessem determinar o método Dele agir, quando, na verdade, é o contrário: o nosso comportamento é que é determinado por aquilo que Ele quer fazer.
*      Depois de dois dias, nos dará a vida; ao terceiro dia, nos ressuscitará, e viveremos diante dele (vs 2) → achavam que, se voltassem para o Senhor,  Ele os restauraria de imediato. Porém, Deus, para eles, era visto como amuleto (queriam estar diante Dele, tal como se fica diante de uma imagem de escultura);
*      Conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra (vs 3) → como a chuva que cai na época da colheita, a fim de que os frutos pudessem amadurecer e ficarem suculentos, eles sabiam que Deus viria exatamente na hora que eles estivessem prontos para dar fruto. O problema é que eles achavam que estavam prontos para darem fruto.

Entretanto, a beneficência deles passava logo, tal como (vs 4):
*      Nuvem da manhã → levada pela mais leve brisa (vento de doutrina – Ef 4.14);
*      Orvalho da madrugada → desaparece tão logo o sol aparece, embora, nesta hora, o mesmo ainda esteja fraco (ver Mt 13.6).

Por isto é que a palavra que Deus falava com eles, seja diretamente no coração ou por meio dos profetas, só trazia abatimento e morte. A partir do momento que a misericórdia e o conhecimento de Deus não são aprazíveis à alma de alguém (vs 6), qualquer coisa que Deus possa dizer não passa para nós de canseira, juízo, dor, etc. (vs 5). Afinal, Deus não irá falar nada que não tenha haver com o amor ao próximo. Daí o Consolador ser dado para convencer do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8), já que estes três elementos é que constituem a base de toda rivalidade entre seres humanos (e também entre eles e Deus – Is 59.1,2).
De quê adianta sacrifícios e holocaustos, quando não se deseja contato íntimo com Deus, nem com as pessoas? Que sentido tem buscar a Deus quando, o que pensamos em obter e fazer, nada tem haver com o amor? Qualquer coisa que nos for dada, só fará o nosso próprio juízo sair, o qual nada mais é do que prejuízo para todos que nos rodeiam, principalmente para aqueles que dizemos amar, já que iremos usar tais recursos para prender as pessoas a nós. Mas, se é necessário algum artifício para manter a pessoa atrelada a nós, então é porque ela não quer ficar ligada a nós. O que você acha que pode resultar de uma união deste jeito?
Além disto, por quem queremos ser amados? Por pessoas más, egoístas, que nenhum prazer têm naquilo que agrada ao Pai? Ou você quer pessoas verdadeiras do teu lado? Busque só o que agrada ao Pai e aquelas que realmente têm prazer na pureza e santidade irão te rodear.
A importância da misericórdia e do conhecimento de Deus não é só no sentido de evitar que pequemos (já que Deus encerrou todos na desobediência a fim de usar de misericórdia para com todos – Rm 11.32), mas sim para que tenhamos certeza do quão necessário Ele é na nossa vida (ver Jó 35.6,7). Afinal, como Deus não faz acepção de pessoas, o resultado de buscar a Jesus para tentar tirar proveito das pessoas, é condenação (Dt 10.17; 16.19; 2Cr 19.7; Jó 13.10; 32.21; Ml 2.9; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; Tg 2.1,9; 1Pe 1.17).
Vs 7-11 A INFIDELIDADE DOS LÍDERES RELIGIOSOS
Tal como Adão, os líderes religiosos preferiram o conhecimento do bem e do mal (para julgar os outros) a ouvir a voz de Deus (a fim de que a presença de Deus neles os capacitasse para sofrer junto com a pessoa). Quem está debaixo da lei, quer julgar e condenar pessoas; quem vive debaixo da graça, deseja sofrer a sã doutrina junto com elas (2Tm 4.3,4), de modo que venham a vencer, não apenas a dificuldade, mas aquilo que têm proporcionado a mesma em sua vida. Afinal, nossas dificuldades estão intimamente ligadas com nossa dificuldade de nos relacionarmos com as pessoas através da Palavra de Deus.
Quem ama a Cristo, ama Seu caráter, presença e Palavra na vida dos Seus e se apega a eles pela beleza que há na pureza e santidade. Quem gosta de pessoas, na verdade, gosta daqueles, nos quais é capaz de enxergar a si mesmo.
Quem quer viver uma vida regalada a tomar parte dos sofrimentos de Cristo na vida do próximo (Cl 1.24; Fp 3.10), com certeza se portará de modo traiçoeiro contra Ele (vs 7).
Deus nunca projetou que alguém adquirisse conhecimento para ocupar Seu lugar como juiz (como quis Salomão – 1Rs 3.7-9). Deus se sente rejeitado (1Sm 8.7). Aliás, o que você imagina que significa se portar aleivosamente contra Deus? Querer se apropriar do conhecimento a fim de querer fazer a justiça no lugar Dele
Talvez você questione: “mas Rm 13.3,4 diz que a autoridade é ministro de Deus para condenação das más obras”. Sim, existe os vasos de honra e os da ira de Deus (Rm 9.21). Se você quer ser o vaso que irá conter a ira de Deus contra os perversos (tal como foi Esaú com relação a Israel – Ml 1.3), de modo que o lugar em que habitas seja conhecida como a cidade dos que praticam a iniquidade, completamente manchada de sangue (vs 8), saiba, contudo, que tudo que semeares, irás colher (Gl 6.7,8), independente do motivo que te levou a semear tal coisa.
Lembre-se, contudo, que Deus jamais requereu o sangue do pecador como paga para seus pecados. Antes, proveu O Cordeiro que haveria de servir como pagamento pelos pecados. É claro que O Cordeiro só tem valor para aquele que está arrependido do que fez. Pela lei, tal pessoa estava condenada à morte (Rm 6.23). Mas, para que ela não morresse, Deus decidiu, em Cristo, morrer no lugar dela, de modo que ela pudesse continuar tendo vida, e vida em abundância (Jo 10.10).
De igual modo, ao invés de requerermos das pessoas que elas mudem, Jesus nos resgatou para que Ele possa dar Sua vida através de nós e, assim, Ele fosse a mudança delas. Que fique claro: Jesus não transforma a pessoa; antes, Ele, em pessoa, é a nova vida que passa a habitar no coração da pessoa (2Co 5.17). Afinal, nada há, nem mesmo no melhor ser humano que existe, que possa sustentar toda a vontade de Deus em si. É como você querer fazer inúmeras melhorias num carro sem gasolina. Por mais avançada que seja a tecnologia, ele não irá andar.
Não pense você que as intenções dos moradores de Gileade fossem, necessariamente, más. Muitos, de repente, estavam matando em obediência à lei de Moisés (por exemplo, em Êx 21.12,15-17; 22.20; Lv 20.10; 21.9; 24.16,21; Nm 15.32-35; 35.30; Dt 17.6; 28.31).
Isto condiz com o vs 9, onde mostra a companhia dos sacerdotes espreitando alguém para lhe roubar os bens (Os 5.2). Lembre-se que eles tinham desejo ardente em ver o povo de Israel transgredindo (Os 4.8) só para poder engordar com as ofertas do povo (tal como os filhos de Eli – 1Sm 2.13-16,29). Ficavam fiscalizando os outros, só à espera de uma oportunidade para tomar violentamente o que o outro conquistou com seu suor (ver Sl 94.20; Is 29.21).
Como se isto, por si só, já não fosse terrível, eles faziam questão de matar justamente quando o povo estava a caminho de Siquém (vs 9).
Siquém foi o lugar onde Jacó erigiu um altar e o chamou de “El-Betel” (Gn 33.18-20). Foi ali que Jacó enterrou os ídolos e as arrecadas que estavam nas orelhas do povo de Israel (Gn 35.1-4). Mais adiante veio a ser uma das cidades de refúgio, situada na terra de Efraim (Js 20.2,7), onde Josué renovou a aliança de Israel com Deus (Js 24.1,25). Porém, Abimeleque destruiu esta cidade porquanto se rebelou contra ele (Jz 9.31-34,43-49). Mas Jeroboão, no seu reinado, a reedificou (1Rs 12.25).
Enfim, Siquém era uma cidade que deveria servir de memorial de culto a Deus e de proteção contra o vingador do sangue. Contudo, os sacerdotes não estavam achando justa a decisão de Deus em proteger aquele que matasse por acidente (como já visto, estavam mudando os marcos estabelecidos pelo criador – Os 5.10) e eles mesmos matavam o homicida, enquanto estavam a caminho do lugar que deveria ser a sua segurança.
E toda esta corrupção espiritual era resultado do apreço dos israelitas pelos ídolos (vs 10; ver Jr 5.30,31). Como eles não ouviam a voz de Deus, cada um servia a Ele do modo que parecia bom aos seus olhos. Como a consciência, sem Cristo, é contaminada (2Tm 2.22; Tt 1.15), a tendência é buscar em Cristo com base nas coisas deste mundo, o que faz da pessoa uma criatura completamente miserável: que vive a miséria, ou seja, faz da miséria a sua vida, sem nada de bom para oferecer. Para ser mais exato: tal pessoa se conforma que seu interior continue na miséria, sem as riquezas celestiais (Ap 3.18).
Também, o que se podia esperar de uma nação que, aleivosamente eles geraram filhos estranhos (Os 5.7)? Isto tanto agradava o povo (Jr 5.30,31) que, era só o líder relaxar, e eles se inclinavam a tais práticas (Ed 9.1,2; Ne 13.1-3).
E o pior de tudo é que a influência de Israel sobre Judá era tão grande que, após Deus levar Israel em cativeiro para a Assíria, se iniciaria o processo que culminaria da ceifa de Judá por Nabucodonosor (vs 11).

OSÉIAS 7 → A MANIPULAÇÃO MENTAL DOS LÍDERES RELIGIOSOS, COM VISTAS A CONVENCEREM AS OVELHAS DE JESUS A ACEITAREM COSTUMES MUNDANOS, A FIM DE ATRAIR OS ÍMPIOS COM SEUS BENS.

Vs 1-7 MANIPULANDO OS LÍDERES COM PRAZERES DA CARNE E ELIMINANDO OS QUE SE RECUSAM A PARTICIPAR DO ESQUEMA
Muitas vezes Deus não responde as orações porque, quando Ele restaura a sorte da pessoa, os pecados dela voltam a se manifestar, talvez até mais intensamente do que antes. Era exatamente o que acontecia com Israel. Quando estavam sem problemas, se entregaram aos prazeres e, obviamente, ao roubo e ao assalto (vs 1). Passavam a praticar a falsidade (vs 1).
Quem entesoura a violência não sabe fazer o que é reto (Am 3.9,10; Mq 6.10) e se torna uma cidade turbulenta (Is 22.2). Note como eles enganavam ao rei e aos príncipes com suas mentiras e malícia (vs 3. Daí em Os 5.1 se referir a Israel como laço e rede estendida). Afinal, quando Jesus não é o motivo da alegria, é porque a felicidade da pessoa está em enganar (sem se dar conta que é ela que está sendo enganada).
Por que as pessoas gostam tanto de festas, vícios, jogos, filmes, etc.? Porque querem se alegrar sem motivo (Am 6.13). E como conseguir isto? A única forma é enganando a si mesmas, tentando criar uma realidade virtual forte o suficiente para fazê-las acreditar que o mundo criado por elas é o verdadeiro. As pessoas querem acreditar que a mentira é a verdade porque, ou não conseguem achá-la, ou não conseguem conviver com ela e a expulsam para longe de si.
Sabendo disto, eles se aproveitavam dos dias que o rei estabelecia para festejar, para dar a ele e aos seus filhos, vinho em abundância, até eles ficaram bêbados e fazerem todo tipo de tolices (vs 5; ver Hc 2.15). Não conseguiam perceber que, assim fazendo, acabariam cercados pelas consequências das suas más obras (vs 2), entre as quais podemos citar a transformação do coração deles em um forno de padeiro, o qual:
*      cessa de atear o fogo, desde que amassou a massa até que seja levedada (vs 4). Quando está quieto, é porque, ou está tramando alguma coisa, ou esperando o efeito daquilo que já fizeram, sem que conseguíssemos perceber;
*      toda a noite dorme o seu padeiro; pela manhã, arde como fogo de chama (vs 6). Tais pessoas passam a noite emboscando e, quando amanhece, colocam em prática seus intentos malignos (Pv 4.16; Mq 2.1);
*      de tão quentes que estão, consomem seus juízes e reis (vs 7) quando eles não aceitam mais permanecer dentro do esquema. Desde Jeroboão II até o cativeiro na Assíria, quatro dos últimos seis reis de Israel foram assassinados.

A verdade é que, quando alguém se aproxima de um rei sem estar em total harmonia com os planos de amor e bondade de Jesus, acabam por pervertê-lo e enfraquecer seu trono (ver Pv 25.5; 29.8; Is 16.5).
E o pior: não conseguem dizer no coração que Ele se lembra de toda a sua maldade (vs 2). Tal como se deu depois com Judá (Jr 17.1; Ez 7.11,12), o pecado deles estava de tal modo gravado que, agora, suas obras passavam a cercá-los (vs 2), sendo incapazes de ver outra coisa. E é claro que isto interferia no culto deles a Deus (daí estarem diante da face Dele – vs 2) . Agora pense: aquele que é capaz de trair a Deus que tudo vê, o que não fará com aqueles que nada enxergam (vs 4)?
Pense: o que é adultério? É a corrupção de toda a estrutura familiar, com vistas ao fim a toda a piedade (Ml 2.15). O divórcio nada mais é do que a derrota da piedade pela indisposição ao perdão.
        Vs 8-16 A MENTIRA DOS LÍDERES RELIGIOSOS A FIM DE INDUZIR ISRAEL A FAZER ALIANÇA COM OS ÍMPIOS, EM VEZ DE BUSCAR O CRIADOR DO MODO CORRETO
Infelizmente, a maioria das pessoas preferem ser como pomba ingênua, sem qualquer entendimento nas coisas do Criador (Pv 1.22; Rm 16.19) (contrariando – Sl 19.7; 119.130). Quando surgiam os problemas, Israel, ao invés de orar ao Senhor, preferia invocar o Egito e ir para a Assíria (vs 11). Se misturavam com os povos (vs 8) só para não serem virados (vs 8).
É lógico que toda mudança causa desconforto, já que, consigo, traz os terrores da incerteza. Entretanto, sem estas reviravoltas, ficamos como um bolo não virado: queimados pelo “vento oriental” (ver Gn 41.6,23,27; Ez 17.10; 9.12) de um lado e “crus” do outro, ou seja, impossível de servir de alimento à fé das pessoas .
Enquanto estão atrás do “vento oriental” (Hc 1.9), julgando que poderão se ver livre do mal, se refugiando na mentira e se escondendo debaixo da falsidade (ver Is 28.15; Jr 4.22), os estrangeiros estão apenas lhe sugando a força (vs 9), já que tal ajuda para nada lhes servirá (Is 30.7; Ez 7.13; Pv 10.2; 12.3).
E o pior é que nem percebem isto. Tal como as pessoas que, de tão agitadas que ficam, não se dão conta de que sua força, juventude e tempo de vida estão cada vez mais próximos do fim (vs 9), Israel era incapaz de perceber que estava prestes a deixar de ser uma nação.
A soberba de Israel os iludia, levando-os a pensar que poderiam ser uma nação próspera se tivessem o apoio dos inimigos do Criador (ver Os 5.5; Is 9.13). Entretanto, eram justamente estes ídolos, que faziam Israel acreditar que poderiam dar a volta por cima, sem precisar esperar pela bondade do Salvador, que iriam testificar contra ele.
E o pior é que, mesmo os príncipes caindo à espada por causa da violência da sua língua, sendo escarnecidos no Egito por causa disto (vs 16), insistiam em acreditar que no futuro tudo poderia mudar.
A bem da verdade, Israel fez de tudo para não ter que se sujeitar ao Criador (vs 13; tal como Jonas (Jn 1.3)). É como aquele marido que, por gostar da esposa, insiste em ficar com ela, mesmo sendo infeliz, esperando que amanhã ela irá mudar. Como as pessoas gostam de se enganarem, só para terem uma desculpa para permanecerem longe de Deus!
Mesmo sendo acusado pelos próprios ídolos que escolheram pra si (vs 10), mesmo a destruição vindo sobre eles por causa da rebeldia deles contra O Amor (vs 13), ainda assim não se voltaram para o Altíssimo, tampouco O buscaram (vs 10). E quando sim, fizeram-se como arco enganador (vs 16; Jr 3.10), voltando para a religiosidade do templo, uma vez que gostavam disto (Am 4.5). Repare como eles se ajuntavam para o trigo e para o vinho (vs 14).
No entanto, a conversão não era sincera, nem completa. Eles não voltavam, com o interesse de restaurar o relacionamento deles com Jesus (Zc 7.5; Os 11.7), mas sim pensando em ganhar bênçãos. Logo, ao invés de terem por bem o castigo da sua iniquidade (Lv 26.41), eles ficavam “dando uivos nas suas camas” (vs 14). Ou seja, ao invés de clamarem com o coração (pensando naquilo que realmente era bom para eles), ficavam reclamando pelos bens materiais perdidos e pelos problemas que lhes sobrevieram (ver Jó 35.9,10).
O detalhe é que Deus tinha remido todos eles (vs 13) e lhes fortalecido os braços (vs 15). Todavia, eles continuavam rebeldes, dizendo mentiras contra Ele (vs 13), pensando mal contra Ele (vs 15). Que fique claro: eles não rejeitavam a Escritura Sagrada, mas sim ouvir a voz de Deus. Eles queriam seguir a Deus, mas do jeito deles e, por isto, mentiam contra Ele, deformando Sua Palavra. Deste modo, todos seguiam a Palavra de Deus, mas do modo errado.
E não pense que era porque eles achavam difícil crer no que Deus dizia. A verdade é que eles não queriam cumpri-la. Como eles insistiam em continuar rebeldes, eles faziam questão de colecionar desculpas para justificar a má conduta deles.
Enquanto no passado Deus enviou profetas para libertar o povo do Egito, agora eles estavam rejeitando os profetas para poderem voltar para o Egito (Mq 6.4). E para isto, faziam questão de usar a lei de Deus, ficando a espreitar no Caminho, () à espera de mais transgressores que viessem a lhes dar mais motivos para desrespeitarem a Palavra de Deus (ver Ml 3.14.15). Sob o pretexto de que o Senhor não faz o bem, nem faz o mal (Sf 1.12), eles não enxergavam a lei como um privilégio a vivido, mas uma desculpa para prejudicar o próximo e defender o que é seu.
Israel não conseguia compreender a lição, a saber, que o verdadeiro sentido da vida não está naquilo que podemos conseguir através dos outros, mas sim naquilo que podemos experimentar de Deus na nossa vida.
Por isto pensavam o mal contra Ele, ou seja, queriam fazer Dele um agente do mal em prol dos seus interesses (vs 13 – como se deu na época de Noé (Gn 6.5,13), da torre de Babel (Gn 11.5) e de Ló (Gn 18.21)). Mentiam acerca Dele, propagando teologias como a da prosperidade. Tudo isto os líderes faziam a fim de que o povo de Israel não visse problema algum em ir ao Egito em busca de socorro (ver Is 30.1-3; 31.1-3), vindo a achar que era a porta que Deus abriu para lhes abençoar, como se qualquer ajuda fosse sinal do favor de Deus na vida deles. Em outras palavras, os cultos a Deus, na verdade, eram culto ao Egito (Os 5.3; 7.11). Daí o Criador dizer que, quando forem, estenderei sobre eles a minha rede e os farei descer como aves (vs 13; ver Ob 4; Am 9.2).
Em outras palavras, era uma porta de crescimento falsa, que só serviria para dar ocasião para o agravamento do mal.

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