OSÉIAS 8 → O OBJETIVO DO SISTEMA RELIGIOSO É USAR OS RECURSOS DAS OVELHAS DE JESUS PARA ESTABELECER ALIANÇAS POLÍTICAS
Vs 1-7 →
A INVESTIDA CONTRA A CASA DO CRIADOR, EM VIRTUDE DE ANULAREI A LEI COM ÍDOLOS E
PESSOAS ESCOLHIDAS SEM SEU CONSENTIMENTO.
Urge salientar que “casa do Senhor” se
refere a cada pessoa de Israel (vs 1).
Em virtude de Israel ter ferido a aliança que fizeram com o Criador, Ele estava
prestes a vir, de repente, contra cada um deles (vs
1). Nesta hora, eles iriam clamar algo semelhante a: “mas Senhor, nós,
Israel, te conhecemos!” (vs 2). Isto
lembra os obreiros da iniquidade que, “sinceramente” enganados e dedicados, iriam
dizer:
“... Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, e
em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, os que
praticais a iniqüidade.” (Mt 7.21-23);
“... Senhor, são poucos os que se salvam?
Respondeu-lhes: Porfiai em entrar pela porta estreita, porque vos digo que
muitos procurarão entrar, e não poderão. Quando o dono da casa se tiver
levantado e houver fechado a porta, e vós, do lado de fora, começardes a bater,
dizendo: Senhor, abre-nos a porta; e ele vos responder: Não sei donde sois;
então começareis a dizer: Nós comemos e bebemos na tua presença, e tu ensinaste
nas nossas ruas. Ele vos dirá: Não sei donde sois; retirai-vos de mim todos vós
os que praticais a iniqüidade. Ali haverá o choro e o ranger de dentes, quando
virdes no reino de Deus Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, e vós
excluídos dele.” (Lc 13.23-28).
Ora, o que eles esperavam?
1.
Rejeitaram o bem (vs
3);
2.
Fizeram reis, mas não por Ele (vs 4)
3.
Constituíram príncipes, mas Ele não o soube (vs 4);
4.
Da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para
si, para serem destruídos (vs 4).
É claro que o inimigo tinha que
perseguir. Eles não fizeram os ídolos, justamente porque pensavam na destruição
dos outros? Ora, para alguém ser destruído, é preciso um destruidor. E o
detalhe é que, ao mesmo tempo que queremos que alguém seja destruído, com
certeza tem alguém que quer que também sejamos destruídos.
Daí a destruição pronunciada por Deus.
Quando se rejeita a lei do Amor, o
resultado é a ira de Deus através da vida das pessoas.
Por que você acha que alguém faz questão
de eleger deuses sobre si, bem como reis e príncipes? Porque querem alguém que
execute a maldade que se acha dentro dos seus corações, atormentando-os.
Note como
eles semearam ventos (vs 7), ou
seja, semearam as mais diversas doutrinas no meio de Israel, de modo ficaram
espalhados como ovelhas sem pastor (pode-se ser
isto em Nm 27.17; 1Rs 22.17; 2Cr 18.6; Mt 9.36; Mc 6.34). É claro que
tais pessoas irão colher a tormenta (vs 7),
já que o povo que não tem entendimento será transtornado (Os 4.14).
Ora,
pense: eles não estavam elegendo sobre si estrangeiros (Os 7.9)? Então, é lógico que, mesmo que houvesse seara e
a erva desse farinha, seriam eles que iriam se beneficiar desta colheita (vs 7).
Isto lembra
a sentença contra Nínive em virtude de eles terem multiplicado seus
negociantes:
“Multiplicaste os teus negociantes mais do que as estrelas do céu; a
locusta se espalhará e voará. Os teus príncipes são como os gafanhotos, e os
teus capitães como os gafanhotos grandes, que se acampam nas sebes nos dias de
frio; em subindo o sol voam, de sorte que não se sabe mais o lugar onde estão.
Os teus pastores dormirão, ó rei da Assíria, os teus ilustres repousarão, o teu
povo se espalhará pelos montes, sem que haja quem o ajunte. Não há cura para a
tua ferida, a tua chaga é dolorosa.” (Na 3.16-19).
Daí a ordem para colocar a trombeta na
boca (vs 1), ou seja, admoestar todo o povo à conversão e ao
arrependimento.
Se nada fosse feito, não teria como
haver seara, já que ninguém iria querer saber de trabalhar. E mesmo que
houvesse, seria consumida pelos estrangeiros como gafanhotos (ou, se preferir, por um monte de pessoas que iriam utilizar
todos os dons e talentos que Deus lhes deu para algo que não é nada – ver Is
40.17,22).
Hoje a história se repete! As pessoas,
ao invés de buscarem conhecer a Deus pessoalmente (e
o pior é que muitos acham que O conhece – vs 2), preferem escolher um líder
que brigue por eles (1Sm 8.20) ou
que lhes faça crer que irão para o céu, mesmo continuando em suas práticas
abomináveis.
Diante disto Deus pergunta:
“... até quando serão eles incapazes de alcançar a
inocência?” (vs 5)
“Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para
que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os pensamentos da tua
iniqüidade?” (Jr 4.14)
Tal como Sansão (Jz 16.20) e a igreja de Laodicéia (Ap 3.16), não conseguem perceber que a adoração deles há
muito tem sido rejeitada (vs 5) e Jesus
está fora de tudo que fazem (Ap 3.20; Lc
13.27).
Pense: de onde provém os cânticos,
corais, peças teatrais, etc., que são exibidos nos templos religiosos? Tal como
o bezerro de Samaria, tudo isto vem de líderes religiosos com mente cauterizada
(1Tm 4.2) que, embora aprendam sempre, nunca chegam ao
conhecimento da verdade (2Tm 3.6,7) e,
portanto, nada sabem (1Tm 6.3-5). Só
querem fazer, das ovelhas, comércio altamente lucrativo (2Pe 2.1-3).
Não adianta acharmos que podemos
corromper Deus, fazendo-O desistir de tudo que Ele é (mudando Seu modo de pensar, ser e agir), com as nossas
lisonjas.
Inclusive, já notou como Israel ficou
endurecido com as práticas religiosas do passado? Tanto que eles se tornaram
incapazes da inocência (vs 5). Seus
corações ficaram como pedras de diamante (Zc
7.11,12): sem lugar de arrependimento (ver
Hb 12.16,17).
Daí Ezequiel exortar o povo a criar em
si um coração novo, pois não havia mais cura para o velho (em Ez 18.31).
Você já parou para pensar por que:
Deus só reconhece a justiça de Jesus (ver Is 64.6)?
Tudo foi criado por Jesus, para Jesus e em Jesus
(Rm 11.36)?
Toda autoridade foi dada para Jesus (Mt 28.18) e, portanto, não há motivo algum para um homem
dominar sobre outro? Mesmo porque o Pai deu a Jesus domínio sobre toda carne (Jo 17.2) e colocou tudo debaixo dos pés Dele (Ef 1.21-23).
A adoração é para ser em espírito (Jo 4.23,24)?
Tudo isto é para nos ensinar que Deus
não quer nada que venha de nós (ver Jo
5.41,44; At 17.25). A verdadeira exaltação acontece dentro do nosso
espírito, sendo promovida por Jesus. Daí Ele ser nosso sumo-sacerdote (Hb 9.11). Em outras palavras, é Jesus, servindo ao Pai
dentro de nós através do Espírito Santo que glorifica a Deus.
Deus
irá destruir todas as coisas abaláveis (a
saber, toda obra das nossas mãos – 2Cr 34.25; Jr 1.16; 32.30) a fim de
que apenas as coisas inabaláveis (eternas)
permaneçam (Hb 12.25-27), a saber,
aquilo que Suas mãos fazem (Ec 3.14).
Veja a importância de contemplarmos aquilo que é feito pelas próprias mãos de
Deus (Sl 92.4; 111.7; Is 5.12). Daí o Reino de Deus consistir
em poder (1Co 2.4,5; 4.19,20).
Inclusive, eles faziam ídolos justamente
para poderem se dedicar às obras das suas mãos (2Cr
34.25). Para ser mais exato: eles faziam ídolos para que pudessem arrecadar dinheiro para
construir altares. E com o dinheiro arrecadado, boa parte tomavam para si e
usavam o restante para fabricarem mais ídolos e, deste modo, justificarem a
construção de novos altares e, obviamente, a necessidade de mais arrecadação,
virando um círculo vicioso (Os 8.11; veja
isto em Ap 18.11-19).
Resumindo: faz-se obras a fim de que as
pessoas, não só tenham a que se dedicar para se sentirem justas, mas para as
iludirem, fazendo-as acreditar na necessidade das mesmas e, deste modo,
incentivá-las a investirem mais a fim de poderem garantir lucros enormes.
Por isto Deus destrói aquilo que fazemos
(vs 6), pois isto é uma forma de querermos ser deuses.
Veja assim: a partir do momento que estamos incentivando as pessoas a darem
recursos para nos ajudarem a fazer a obra de Deus, estamos nos colocando no
lugar do sumo-sacerdote, a saber, de Cristo (Hb
6.20) e o pior: com base nas coisas terrenas.
Vs 8-14 → LÍDERES RELIGIOSOS MULTIPLICAM
ALTARES A FIM DE OBTEREM OS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA COMPRAREM O FAVOR DAS NAÇÕES
ÍMPIAS
Agora que Israel foi devorado pelas
outras nações com quem fizeram acordo, ninguém mais quer saber deles (vs 8). Tal como uma prostituta que, depois de usada e
abusada, é lançada para fora como coisa feia e imunda, assim fazem as pessoas
do mundo: se ajuntam a nós apenas enquanto temos força, beleza, energia ou bens
para lhes oferecer.
Agora Israel já não tinha mais beleza,
formosura e força (vs 8 - simbolizado
pelas cãs que se espalharam sobre eles – Os 7.9). Sem o favor de Deus
ornamentando, a tendência era ser explorado e ameaçado pelas outras nações (Ez 16.37; Os 10.10). Sem contar que, quem quer ter
relacionamento com as outras nações (vs 9; Ez
16.14,33,34), é obrigado a pagar, e caro (2Rs
15.19,20; 2Rs 16.6-8; 23.35; 2Cr 16.2,3; 2Rs 18.14-16)! Por causa da
carga de reis como Pul (2Rs 15.19,20)
e Rezim + Peca (2Rs 16.6-8),
eles começaram a ser diminuídos (vs 10).
Contudo, ao invés de se arrependerem e
converterem, insistiam em multiplicar altares como se, pelo fato de fazerem
mais sacrifícios, poderiam ser bem sucedidos, mesmo em meio a tantos pecados (vs 11). Como, todavia, esperar que Deus use de bondade
com alguém, sendo que ninguém há que deseje ser tomado pela bondade Dele?
Embora Deus tenha lhes revelado as
grandezas da lei Dele (Dt 4.6,8),
eles se tornaram incapazes de absorverem tais ensinamentos (vs 12), tal como os cidadãos de Filipos que já até
haviam esquecido sua real identidade (At 16.20,21).
Acharam mais fácil multiplicar cidades fortes (vs
14; Is 22.9-11), tapas as brechas, fortalecer os muros, armazenar água (tudo a fim de se prepararem para o cerco) do que olhar
para o criador que estava se lembrando das injustiças deles e visitando seus
pecados (vs 13).
Não que eles deixassem de cultuar a
Deus. Pelo contrário: continuando ofertando, sacrificando e dizimando mais do
que nunca (vs 13; Am 4.4,5). No
entanto, assim faziam porque disto gostavam (vs
13), e não porque tivessem interesse legítimo em agradar o Criador, mas
porque era extremamente agradáveis estes cultos religiosos (Am 6.1-6). Era uma adoração egoísta, pensando apenas em
se divertir e aplacar sua consciência atormentada por tantas acusações, com a
falsa ideia de que, assim cultuando a Deus, seriam favorecidos por Ele.
Por causa disto, Deus iria permitir que,
em seus corações, eles voltassem para o peso do Egito (vs 13). Em outras palavras, eles voltariam a ter prazer
nas coisas do mundo e, deste modo, obrigados a pagar caro aos “amantes” (empresários, políticos, líderes religiosos, etc.) para
obtê-las. E tudo para, no final, verem seus palácios serem queimados (vs 14; hoje, temos a promessa de 2Pe 3.10-12).
E o pior é que muitos cometem o mesmo
erro que Israel: agem como um jumento montês que insiste, em sua braveza, viver
isolado, sem ter que dar satisfação a ninguém, achando ser isto a verdadeira
liberdade (vs 9).
Como, porém, precisam de recursos para
serem livres dos adversários e das adversidades e aplacarem sua sede de prazer (ida ao Egito – vs 13), sobem às pessoas mais ricas e poderosas
(ver Is 30.1-3; 31.1-3), incapazes de perceber que, não
só não estão conseguindo o prazer e segurança que lhes foi prometido, mas estão
sendo saqueados em todos os dons que Deus lhes deu.
Quantas pessoas, bem intencionadas, estão
entregando seu desejo sincero de agradar o Criador, a líderes religiosos
corruptos que, como porcos, só os esmagam (Mt
7.6) com as inúmeras atividades e altares de sacrifícios que erguem.
Estas imensas obras faraônicas que, supostamente, são em honra ao Criador, na
verdade, são um culto ao ego deles que para nada servem, senão para te deixar
absorto em muitas atividades (Lc 10.40),
de modo que você não se dê conta do quanto tem desperdiçado teu tempo, enchendo
o filme da tua vida com tanta coisa sem proveito. E tudo isto só para que eles
possam ter acesso às rádios, tvs, contatos políticos, bem como a toda vida
regalada que este mundo pode proporcionar a um ser humano.
Quando você estiver no tribunal de
Cristo (Rm 14.10; 2Co 5.10) e este
filme (ver Ap 20) for exibido diante de todos os anjos e
santos, já pensou a imensa vergonha que será se os momentos de amor a Deus e ao
próximo (Mt 22.35-40) forem apenas
meros frames isolados (Ap 20.12)? E
não pense que você poderá se desculpar, dizendo que você entregou toda a tua
beneficência às pessoas (ver Lc 16.1; 2Co
9.6-11). Jesus não disse para você contratar pessoas que amem ao próximo
no teu lugar. Ele não deu a ninguém permissão para terceirizar este serviço.
Antes, te exortou a proceder deste modo.
OSÉIAS 9 → ELIMINANDO DE ISRAEL TUDO AQUILO QUE PODERIA ESTIMULÁ-LOS A CONHECER JESUS E AO PRÓXIMO SEGUNDO A CARNE (VER Jo 4.23,24; 2Co 5.16)
Vs 1-3 → O MANTIMENTO IRIA FALTAR EM
VIRTUDE DE ESTAREM SENDO USADOS PARA PROMOVER A PROSTITUIÇÃO FÍSICA E
ESPIRITUAL
A alegria do que crê em Jesus jamais
deve ser como a das demais pessoas (vs 1).
O motivo da nossa alegria deve ser:
? a
companhia de Jesus e Seu amor por nós (não é nós
tentando encontrar alegria nos cultos, supostamente, dedicados a Ele, mas sim
nos alegrarmos pelo prazer que Ele tem em nós – ver Sf 3.17);
? manter
comunhão com Ele através da vida do próximo, com base na Sua Palavra.
Infelizmente, o sistema religioso
interpreta o trecho (Sl 66.1; 100.1)
como transformar o culto a Deus em farra. Entretanto, foi justamente por causa
da prostituição espiritual que Israel abandonou a Deus (vs 1).
É bom lembrar que, o que caracteriza
Israel, não é a adoração a outros deuses, mas sim adorar o Deus verdadeiro da
mesma forma que os pagãos adoram o seu deus (ver
Dt 12.30; Jr 23.15). Note que o primeiro mandamento não condena
simplesmente a adoração a outros deuses. Antes, condena ter tais deuses na
presença Dele, ou seja, permanecer em Sua presença preso a estes deuses (Êx 20.3). Quem assim procede está usando Jesus para
conseguir o necessário para servir às obras das suas mãos e, deste modo,
exaltar-se a si mesmo.
No que eles foram assimilando os
costumes dos falsos deuses, foram se tornando cada vez mais semelhantes a eles
e o pior:
Começaram a ouvir coisas mortas (Os 4.12);
Corromperam-se, se apartando da sujeição ao Deus
verdadeiro (Os 4.12);
Tornaram-se incapazes de ordenar suas ações, de
modo que fosse possível se converter a Deus (Os
5.4);
Geraram, de modo traiçoeiro, filhos estranhos (Os 5.7).
Agora, em todos os lugares onde o trigo
era malhado, eles aproveitavam a ocasião para cultuar a Deus de um modo
abominável e o pior: aparentemente, tudo parecia estar indo bem (vs 1). A colheita abundante parecia significar que Deus
estava se agradando disto (vs 1). Ele
os estava abençoando simplesmente porque Ele é benigno até para com os ingratos
e maus (Sl 145.9; Mt 5.44,45).
Contudo, esta prosperidade não haveria
de continuar (vs 2; Os 2.7-9).
A fim de acabar com toda esta orgia espiritual que estava oprimindo a muitos (ver Am 3.9,10), já que eles estavam gostando tanto da
forma com que os estrangeiros cultuavam seus deuses (por exemplo, o bezerro de ouro de Dã, Betel (1Rs 12.28-30) e
Samaria (Os 8.6) foi algo herdado do Egito – Êx 32.2-6)), o Criador iria
prover uma adversidade tal que eles seriam “obrigados” a ir ao Egito pedir
ajuda (Is 30.1-3; 31.1-3) até finalmente serem obrigados a
comer comida imunda na Assíria.
É preciso ter em mente que Deus, a
princípio, sempre provê um caminho na tormenta e na tempestade a fim de que não
venhamos a cair e pecar (Na 1.3; 1Co 10.12,13).
Se isto não acontece, é porque estamos no lugar errado ou fazendo coisa errada.
É lógico que, na medida que Israel fazia
questão de contaminar a terra com os cadáveres das suas coisas detestáveis e
com as suas abominações (Jr 2.7; 16.18),
nada mais adequado que eles comerem comida imunda. Por que Deus haveria de lhes
dar comida pura, limpa, se eles mesmos contaminavam tudo? Uma vez que eles
estavam contaminando a terra com as mesmas coisas que fizeram os cananeus serem
vomitados pela sua terra, o mais lógico de se esperar era que o mesmo
acontecesse com eles (Lv 18.24-28).
Vs 4-5 → OS SACRIFÍCIOS E OFERTAS SERIAM
RETIRADOS, O QUE IMPLICA NA PERDA DA COMUNHÃO DELES COM O CRIADOR
O pão de pranteadores era o pão impuro
devido à sua associação com os mortos (ver Nm
19.11-16). Logo, isto implicava que haveria muitos mortos entre eles, o
que os tornaria (a eles e aos seus
alimentos) impuros e, deste modo, impossível de serem oferecidos ao
Senhor.
Como, naquela época, ninguém podia se
aproximar do Criador de mãos vazias (Êx 23.15;
34.20; Dt 16.16), o fato de Ele não permitir mais as libações de vinho e
rejeitar suas ofertas era uma prova de que Ele não estava mais aceitando ter
comunhão com Israel. Aceitar presente é sinal de aprovação, do ponto de vista
da Escritura Sagrada (Pv 17.8; 21.14).
Em outras palavras, os alimentos, agora,
seriam apenas para saciar o apetite deles e, portanto, incapazes de promover
qualquer transformação no caráter deles, bem como nos relacionamentos (vs 4). E quando alguém faz algo apenas para si mesmo, a
tendência é ficar cada vez mais imundo (vs
4), já que é o ato de dar esmolas que nos torna limpos (Lc 11.41).
Em outras palavras, o pecado separa nós
de Deus (Is 59.1,2) o que, por sua
vez, rompe com a nossa comunhão com os irmãos (1Jo
1.7) e, portanto, nos torna incapazes de compartilhar com alguém as
bênçãos que Deus nos dá e, consequentemente, elimina todas as possibilidades de
sermos purificados (vs 4).
Diante disso, que sentido tem fazer
alguma solenidade ou festa ao SENHOR (vs 5)?
Em outras palavras, que sentido tem fazer coisas para “agradar a Deus”, quando
nada disto poderá produzir, em nós, a alegria da salvação (Sl 51.12; 1Sm 2.1; Sl 9.14; 13.5; 21.1; 119.166).
Vs 6-9 → O PRAZER NO PECADO ESTIMULAVA A
PRESENÇA DOS FALSOS PROFETAS, CONTRIBUINDO AINDA MAIS COM O AUMENTO DA
INIQUIDADE
Quando a destruição veio, ao invés de
buscarem a Deus, eles preferiram ir buscar ajuda no Egito (vs 8). Quem assim procedesse, acabaria sendo enterrado em
Mênfis (vs 6; Jr 42.15-18 – Mênfis era
cidade do Egito) e suas riquezas ficariam abandonadas e entregues às
ervas daninhas e aos animais selvagens (vs
6; ver Is 32.13,14; 34.11-15).
Qualquer um que profetizasse de modo
contrário, era considerado por eles como louco e digno de morte (ver Is 30.9-11; Jr 6.17; 44.16-19; Mt 23.29-32,35). E
Israel fazia questão de vigiar para que tais profetas não tivessem lugar em sua
terra (vs 8; ver Am 2.11,12; 7.10,11; Jr 26.20-23).
Entretanto, loucos eram os profetas
deles (Lm 2.14; Ez 13.3; Sf 3.4) os quais, por causa da
abundância da iniquidade e do ódio deles, só profetizava aquilo que lhes era
agradável (Is 30.9-11; Mq 2.11; 3.11),
tirando toda chance de arrependimento e conversão que poderia lhes livrar do
cativeiro. As profecias deles só faziam referia a cargas vãs (rituais religiosos cada vez mais ostensíveis) e motivos
para expulsarem aqueles que iam contra o sistema religioso (ver Lm 2.14; Is 46.1).
Agiam como verdadeiros laços de caçador
de aves em todos os caminhos deles (vs 8),
ou seja, profetizavam a fim de iludirem o povão, induzindo-os a contribuírem de
bom grado com os interesses dos líderes religiosos da época, ou seja, usando-os
como gado (ver Pv 14.4), conduzindo a
força deles àquilo que consideram proveitoso.
Inclusive, uma das formas de se
reconhecer tais profetas é através do ódio que eles excitam no coração daqueles
que aceitaram ser casa de Deus (vs 8). Afinal,
quanto mais desejos é estimulado no coração das pessoas, maior é o ódio. A partir de então, a lei passa a ser usada como
pretexto (Sl 94.20; Is 29.21) para se
fazer o mal contra as pessoas (como se vê em
At 16.20,21; 19.26-29; 21.27-31). Até as orações se tornam abomináveis (Pv 28.9; 1Tm 6.20)
Resultado: corromperam-se profundamente (vs 9), como nos dias de Gibeá (quando os Benjamitas abusaram a noite inteira da concubina do
levita – Jz 19.1,22-27), o que atrairia o castigo e retribuição de Deus (vs 7), em cima daquilo que eles elegeram para si como
algo bom (vs 9; Os 8.13). Note como
eles seriam castigados conforme aquilo que eles ouviram na congregação deles (Os 7.12).
Vs 10-17 →
A REJEIÇÃO DE ISRAEL OS DEIXARIA ESTÉRIL E, PORTANTO, SEM GLÓRIA E DESOCUPADOS
ENTRE AS NAÇÕES
Deus viu em Israel algo especial quando
eles estavam no deserto (ver vs 10; Jr 2.2; Is
28.4; Mq 7.1; Os 2.15). Contudo, no que eles foram para Baal-Peor (Nm 25.1-3) e participaram do culto a baal, Deus
considerou isto como uma consagração.
Note como um simples ato (assim como a ingestão do fruto proibido no Éden – Gn 3.6)
foi o suficiente para consagrá-los ao diabo. De igual modo, basta uma mosca
morta para estragar o unguento do perfumista, um pouco de estultícia para
contaminar a sabedoria e honra de alguém (Ec
10.1) ou um simples toque de alguém contaminado para tornar algo imundo (Lv 15.1-11; Nm 19.22; Ag 2.13). E o pior é que a pessoa
se torna tão abominável quanto aquilo que passou a amar (vs 10; ver Sl 115.8; 135.18).
Além disto, pense: quando alguém decide
lavar algo, ele não está acrescentando limpeza, mas retirando impurezas. Em
outras palavras, basta uma simples mancha ou sujeira para que algo deixe de ser
limpo ou puro.
E não pense que, por ser pouca coisa,
não tem importância. Eles se acostumaram tanto com os ídolos (Os 4.14; Jr 11.3; Am 4.5) que se tornaram incapazes da
inocência (Os 8.5).
Por causa disto, eles perderam a
identidade (vs 11), de modo que
ninguém mais valorizava o que eles diziam (Os
13.1). Por isto é que Deus disse que não haveria nascimento, nem
gestação, nem concepção (vs 1). Afinal,
que sentido tem a geração de filhos, quando não existe um nome a ser perpetuado
(Dt 25.5,6)?
Em virtude disto, ainda que venham a
criar filhos, contudo serão privados deles (Jó
27.14; Dt 28.41,42).
Isto é muito comum hoje. A maioria dos
filhos se rebelam contra os pais, sendo de utilidade apenas para o mundo. Embora
Efraim e Tiro fosse um lugar deleitoso, por fim se tornariam desertos e
desolados (vs 12). Isto porque, a
partir do momento que Deus se aparta, nada mais satisfaz (vs 13).
Daí os líderes de Efraim acabarem
levando, eles mesmos, seus filhos àqueles que haveriam de matá-los (a saber, os líderes das nações com quem eles decidiram se
prostituir – denominado na Escritura Sagrada rei Jarebe – Os 5.13; 10.6).
Hoje os próprios pais conduzem seus filhos àqueles que irão matar todo o amor e
virtude, que Deus colocou em seus corações por eles (ver Mq 2.9).
Isto se dá quando os pais, querendo
crescer profissional e financeiramente, deixam seus filhos aos cuidados da TV e
internet, além de abandoná-los nas creches, escolas, etc. Ora, se não é para
você cuidar pessoalmente do teu filho, então é para quê?
É bem verdade que, para haver
crescimento, é preciso contato com pessoas. Entretanto, de quê adianta haver
crescimento, sem algo para nortear o mesmo? Só servirá para acrescentar à vida
da pessoa uma série de coisas que proveito algum trarão. Sem contar que a
pessoa irá crescer na mentira, na maldade, etc.
Daí Oséias clamar: dá-lhes uma madre que
aborte e seios secos (vs 14). Ele
queria que Deus desse a Israel uma bênção, mas, depois de refletir, pensou:
“mas, que lhe darás?”. O que Deus poderia lhes dar de bom, uma vez que eles
estavam repletos de malícia (vs 15)?
Antes de casarem, tanto o rapaz quanto a
moça devem se encher do conhecimento de Deus. Só então, terão condições de
ofertarem, no coração dos filhos, a Palavra de Deus vivificada com o Espírito
Santo, o que lhes concederá o necessário para processarem corretamente as
informações que recebem do mundo exterior. Só, então, a convivência com outras
pessoas, será benéfica e acrescentará à pessoa a forma correta de enxergar as
coisas.
Agora você vê por que era tão terrível
esta sentença de Deus contra Israel? No que a raiz de Efraim secasse (lembrando a palavra de maldição que Jesus proferiu contra a
figueira – Mt 21.19), Israel seria incapaz de frutificar e, obviamente,
de gerar filhos (vs 16 – é bom lembrar
que Jesus viria da raiz de Jessé – Is 53.2). E para piorar, Deus diz
que, se gerassem, Ele os mataria (vs 16).
Logo, como eles haveriam de crescer no conhecimento de Deus?
Sem contar que, sem os filhos, Deus não
teria o que dizer (foi a negligência do
mandamento para frutificar e multiplicar (Gn 1.28) que levou a mulher a cair no
Éden – ver 1Tm 2.15), o que os faria andar desocupados entre as pessoas
que nada querem com Deus (vs 17).
Se recusamos gerar filhos para não
termos que nos ocupar eles, então iremos nos ocupar com pessoas que nada têm
conosco e que, no final, irá exigir nossa devoção a Deus e amor ao próximo, o
que trará sobre nós a rejeição de Deus e uma vida completamente vazia, sem sentido
(vs 17).
E o resultado é o mesmo que se deu com
Israel: além de andarem desocupados entre as nações (vs 17), eles acabaram se enchendo de maldade justamente
no lugar que deveria servir para eles se aproximarem de Deus.
Gilgal foi o lugar onde:
Josué levantou uma coluna com as 12 pedras que
os 12 homens de Israel (um para cada tribo)
tiraram do meio do Jordão quando suas águas se empilharam para eles passarem (Js 4.4-8,20);
Os filhos de Israel foram circuncidados quando
entraram em Canaã, o que serviu como instrumento de Deus para retirar-lhes o
opróbrio do Egito (Js 5.7-9);
Celebraram a primeira páscoa na terra prometida (Js 5.10);
Comeram, pela primeira vez, do fruto da terra (Js 5.11,12);
O Criador se manifestou a Josué, prometendo-lhe
vitória contra Jericó (Js 5.13; 6.5);
O reino de Israel foi renovado e Saul proclamado
rei (1Sm 11.14,15);
O povo recebeu Davi quando ele voltou a reinar
em Jerusalém (2Sm 19.15);
Elias estava, quando iniciou sua última jornada
rumo ao céu (2Rs 2.1).
Infelizmente, Gilgal também foi palco de pecados e
rebeliões contra Deus:
Foi ali que Saul perdeu a autorização de Deus
para reinar, em virtude de não ter esperado a vinda do profeta Samuel, o que o
levou a ofertar algo que Deus não queria (1Sm
13.8-14);
Ali foi um dos lugares onde Deus disse para não
ir aqueles que quisessem prestar-lhe culto (Am
4.4; 5.5).
Ali foi o lugar que Deus escolheu para aborrecer
o povo em virtude de tanta idolatria (vs 15; Os
12.11)
No que o povo de Gilgal passou a cultuar
a Deus de modo completamente desagradável aos olhos Dele, Ele passou a
trazer-lhes aborrecimentos neste lugar, o que agravou ainda mais a malícia
deles (vs 15), fazendo com que eles fossem expulsos da casa de
Deus, a saber, da obra que Ele tinha para realizar no coração de cada um.
Entretanto, tudo isto aconteceu porque,
antes de tudo, os príncipes, eram rebeldes (vs
15; Is 1.23 – o que inclui os líderes religiosos).
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