Jl 2.12-2.17 - Buscando a mudança de coração e a verdadeira unidade (Jo 17.11,21-23) a fim de que o nome de Deus não continuasse a ser blasfemado e o povo pudesse ser preparado para a verdadeira oferta a Deus (o Espírito Santo)
Após
tamanha devastação por meio das mais diversas maldições, parecia não haver
possibilidade de qualquer restauração. “Ainda assim” (Jl 2.12), não era tarde para eles se converterem ao Senhor de todo
o coração. Contudo, a conversão não deveria ser meramente mental e de boca.
Deveria ser fruto de uma profunda tristeza de coração, que os motivasse a
chorar, prantear e, até mesmo jejuar (Jl
2.12),
tamanha a dor (Tg 4.8,9) por serem escravos do
pecado (ver Rm 3.9). Mesmo porque é pelos
nossos pecados que caímos (Lm 3.39; Os 14.1).
Aliás,
a verdadeira conversão se dá motivada pelo poder que há na misericórdia e
compaixão de Deus (Jl 2.13; 2Tm 3.5), bem como na eficácia
da Sua benignidade, bem maior do que a opressão e maldade dos inimigos.
Enquanto alguém não enxerga o que é a bondade de Deus, jamais ela se
entristecerá por causa dos seus pecados (Rm
2.4; 2Co 5.14).
Apenas quando a pessoa experimenta o amor de Deus em si (por si e pelos demais) é que ela consegue se entregar por completo a
este amor e ser salva (1Jo 4.10). Logo, apenas Jesus é
capaz de circuncidar (rasgar) nosso coração e nos
salvar (Ez 36.26; Rm 2.28,29; Cl 2.11), como é ordenado aqui
(Jl 2.13).
Eles
deveriam crer na misericórdia de Deus, ao invés de ficarem com medo das ameaças
dos inimigos, vindo a usar isto como desculpa para se aperfeiçoarem no mal.
Cansados
de tanto vaguear em busca de satisfazer sua cobiça (Ec
6.9; Os 9.17),
eles deveriam tirar suas abominações diante Dele (Jr
4.1) (a saber, ao prestar-lhe culto). O verdadeiro culto é
racional (Rm 12.1) e tem haver com esperar sempre em Deus
(Sl 37.7) e guardar a beneficência e o juízo de
Deus que paira sobre os infiéis e incrédulos (Os
12.6).
Sempre procurando não falar palavras frívolas (Mt
12.37)
ou torpes (Ef 4.29), mas apenas aquelas que promovem a
edificação (Os 14.2; Hb 13.15).
Ao
invés de rasgarem as vestes (Lv 10.6), como os leprosos
faziam (Lv 13.45), eles deveriam rasgar o coração (Jl 2.13; Dt 4.29; Jr 29.13; Dt 10.16; Jr 4.4). Jacó (Gn 37.34), Davi (2Sm 1.11; 3.31), Jó (Jó 1.20) e Josué (Js 7.6) erraram quando assim
procederam. Embora rasgar as vestes fosse sinal de luto, o importante não era
prestar homenagem a um morto, nem mesmo cumprir um mero ritual. Antes, o
objetivo é uma mudança no modo de pensar e sentir as coisas. Afinal, já que
Deus é misericordioso, compassivo, tardio em irar-se, grande em beneficência e
se arrepende do mal (Jl 2.13; Êx 34.6,7; Ne
9.17; Sl 86.15; 103.8), quem somos nós para não o praticarmos ou desejarmos,
como se deu com Jonas, que se afastou do Senhor só para não ver a bondade de
Deus alcançando aqueles que ele julgava ser merecedor do castigo divino (Jn 4.2).
Note
como o alvo era ter o que oferecer ao Senhor, seu Deus (Jl 2.14). Não apenas ao Senhor, como se Ele fosse um mero gênio da
lâmpada atendedor de desejos ou alguém a ser cultuado à distância como amuleto.
A maioria das pessoas se relaciona com as demais na base da feitiçaria: ou
seja, usando o dinheiro (ritual financeiro) para convencer o
vendedor (entidade) a fazer o que deseja. Por isto Nínive
era chamada de mestra das feitiçarias (compare
Na 3.4).
Quando
ofertamos algo a alguém que não seja o Senhor, ou quando ofertamos ao Senhor,
mas sem tê-lo como nosso Deus, (ou seja, como aquele a
quem devemos ser guiados a todo instante, de quem devemos depender), isto será uma
semeadura na carne (a consequência disto é
dita em Gl 6.7,8).
Apenas quando Jesus é tudo em nós, nossa necessidade passa a ser digna daquilo
que Deus tem para nos dar e nos tornamos capazes de ofertar algo que é digno
daquilo que Deus quer operar na vida das pessoas que Ele colocou à nossa volta.
Em
outras palavras, a única razão para ofertarmos a Deus é por acreditarmos que apenas
Ele pode nos dar ou fazer o que precisamos. Neste caso, estamos ofertando
porque queremos que as casas do Senhor (os
corações dos que creem – 1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) estejam prontas para
serem usadas por Ele e, assim, possamos receber, por meio delas, apenas o que
vem do alto (Tg 1.16,17).
No
capítulo 1 vemos o lamento dos sacerdotes em virtude dos serviços sagrados
terem sido interrompidos:
? “Cortada está da casa
de Jeová a oferta de cereais e a libação; choram
os sacerdotes, ministros de Jeová.” (Jl
1.9);
? “Cingi-vos
de saco, e lamentai, sacerdotes; uivai, ministros do altar; vinde, deitai-vos
em saco a noite toda, ministros do meu Deus; porque da casa do vosso Deus está retida
a oferta de cereais e a libação.” (Jl
1.13);
? “Acaso não está cortado
o mantimento de diante dos nossos olhos, sim da casa do nosso Deus a
alegria e o regozijo?” (Jl 1.16);
Agora
é dito que, se eles rasgassem os corações, de modo que os mesmos ficassem
quebrantados e contritos (Sl 34.18; 51.17; Is
57.15; 61.1),
talvez Deus se voltasse arrependido (entristecido) e deixasse após si um
bênção que lhes permitisse prestar-Lhe culto (Jl
2.14).
Todavia, atente bem para a expressão de dúvida “quem sabe”’.
Tal
expressão de dúvida se repete em Josué (Js
14.12);
Amós (Am 5.15), Jonas (Jn
3.9)
e Sofonias (Sf 2.3). A decisão de perdoar
pertence a Deus. O arrependimento humano não determina essa decisão divina. A
instrução aqui dada implica em aceitar, em seu interior, a misericórdia e
compaixão de Deus que, verdadeiramente entristecem corretamente nossa alma (ver 2Sm 12.22; Lm 3.29) e nos conduz direto ao Senhor Jesus (2Co 7.9,10).
Detalhe:
enquanto o ser humano primeiro se arrepende para depois converter, Deus
primeiro se converte (volta) para depois se
arrepender (entristecer) (Jl 2.14).
A
ênfase de Joel nos rituais, a princípio, parecem sugerir que Joel valorizasse o
culto a Deus. No entanto, a preocupação de Joel está na dureza do coração das
pessoas que, por enxergarem a falha dos sacerdotes (note
que, o tempo todo, Joel está condenando a indiferença dos ministros do Senhor
por ver o povo sofrendo as calamidades e não fazer nada), estavam se negando a
ofertar o necessário para que eles pudessem continuar ministrando o que Deus lhes
ordenou. Para ser mais exato, o que o povo estava fazendo era dar motivo aos
sacerdotes para se manterem afastados de Jesus. Por outro lado, se o povo
continuasse usando de bondade para com eles, no final, estariam dando lugar
para a tristeza tomar conta do coração deles (seja
pelo remorso de não ter aproveitado intensamente as bênçãos que Deus lhe deu ou
pelo arrependimento vindo da parte de Deus – 2Co 7.9,10).
Quando
há amor, o que importa não são os erros da pessoa, mas sim o fato de ela estar
do nosso lado sempre que precisamos, nos dando, da parte de Deus, aquilo que
realmente necessitamos. Que importa se ela mente ou erra se, no final, ela sofre
junto conosco as consequências dos seus erros e se dedica intensamente a buscar
o melhor de Deus para nós e reparar o erro?
O
arrependimento só precisava ser acompanhado de choro (Jl 2.12), jejum (Jl
2.12,15), reuniões no templo (Jl 2.15) e orações comunitárias lideradas por
sacerdotes (Jl 2.17) porque, infelizmente, as pessoas estavam muito distantes
umas das outras. Ninguém conseguia ver o próximo como parte integrante de sua
vida (ninguém pertencia a ninguém).
O
chamado aos rituais não era porque os mesmos eram, em si, importantes. Note
como o anticristo é conhecido por fazer cessar a oferta de manjares (Dn 8.11,12; 11.31; 12.11). Se os mesmos fosse tão importantes,
Deus jamais permitiria que os mesmos deixassem de existir. Antes, o que o
profeta estava fazendo era despertar, no coração das pessoas, o que deveria
haver por trás dos mesmos (Jl 2.14). Era uma forma de
prender a atenção deles em algo por meio do qual, se eles mantivessem seus
olhos e ouvidos abertos, eles poderiam ser conduzidos a Jesus (Gl 3.24,25) até
poderem aprender algo direto de Deus (Mt 11.28,29; Jo 6.44,45; Ef 4.20,21; Hb
8.10-12; 2Pe 1.19; 1Jo 2.27).
Repare
como primeiro o povo é instruído ao arrependimento e conversão, individualmente
(Jl 2.12,13). Depois é que ele é
convocado a se ajuntar para buscar esta conversão e arrependimento na vida uns
dos outros (Jl 2.15,16). Só então os
sacerdotes são intimados a intercederem pelo povo (Jl
2.17).
Ou seja, não era para os sacerdotes ocuparem o lugar de Deus na vida do povo,
nem buscar a Deus por eles, mas despertar neles o desejo de buscar a Deus.
Analisemos
cada item relacionado com a reunião espiritual:
Tocai
a trombeta em Sião (Jl 2.15) " A trombeta era usada
para avisar ao povo de que eles deveriam parar tudo e se reunirem no local onde
ouviram o som da trombeta (Nm 10.3). Pela segunda vez
isto é ordenado aos sacerdotes (a primeira é em Jl
2.1);
Santificai
um jejum (Jl 1.14; 2.15) " o jejum era realizado
no dia da Expiação, quando todo o povo deveria lamentar os pecados seus e de
toda a nação (Lv 16.29-31). Entretanto, o
verdadeiro jejum é descrito em Is 58.1-12 e exemplificado em Jn 3.3-9.
Proclamai
um dia de proibição (Jl 1.14; 2.15) " Eles deveriam
abandonar toda a preocupação com os bens deste mundo (Is 58.3);
Note
que, primeiro, a preocupação é instituir um dia, no qual todos deveriam deixar
o trabalho e se unirem para analisarem a situação espiritual sua e de toda a
nação. Só depois é dado um destaque especial às pessoas que deveriam fazer
parte deste ajuntamento:
Congregai
o povo (Jl 1.14; 2.16) " todos que não tinham
nenhum cargo político (anciãos) ou religioso (sacerdotes);
Santificai
a congregação (Jl 2.16) " Veja como a
instituição dos rituais era uma desculpa para incentivar as pessoas à comunhão
e à santificação (busca das coisas
espirituais a fim de estar separado para uso exclusivo de Deus – ver 2Cr
30.1-27).
Esta santificação, no Antigo Testamento, se dava através de rituais expiatórios
e purificação com água (Êx 19.10,22);
Ajuntai
os anciãos (Jl 2.16) " os líderes de cada
tribo de Israel. Pela segunda vez isto é ordenado (reveja
Jl 1.14);
Congregai
os filhinhos e os que mamam (Jl 2.16) " normalmente mulheres
e crianças não eram contados (note como mulheres e
crianças eram contados à parte – Dt 2.34; 3.6; Ed 10.1; Mt 14.21; 15.38). Isto também
significa que ninguém deveria ser excluído por causa da idade (2Cr 20.13). A presença dos que mamam estava indicando que até as
mulheres não deveriam ficar de fora, nem mesmo gestante ou lactante;
Saia
o noivo da sua recâmara e a noiva, do seu tálamo (Jl
2.16)
" trata-se de pessoas
recém-casadas que, normalmente, eram livres de toda obrigação (Dt 24.5). Mas, em virtude da gravidade da situação, marido e
mulher deveriam, em mútuo consentimento, privarem-se da companhia um do outro
para se dedicarem ao Senhor (1Co 7.5), como se não fossem
casados (1Co 7.29).
Agora
os ministros do Senhor são convocados a chorar entre o pórtico e o altar, ou
seja, entre a fachada do templo (1Rs 6.3) e o altar de bronze
situado no átrio, onde se ofereciam os sacrifícios (2Cr
4.1,9).
Foi entre o santuário e o altar que mataram a Zacarias, filho de Baraquias (Mt 23.35). Foi entre o pórtico e o altar que os adoradores do diabo
adoravam o sol de costas para o templo do Senhor, com o rosto voltado para o
oriente (Ez 8.16). Como eles não estavam tendo nada para
oferecer no altar, os sacerdotes deveriam estar chorando de costas para ele,
com seus rostos voltados para a glória de Deus manifesta (o contrário do que faziam os adoradores do deus-sol) e intercedendo em
favor do povo (Jl 2.17).
Note
que os sacerdotes não deveriam orar pelos próprios sofrimentos, mas pelos do
povo.
Eles
não podiam se conformar em ver os pagãos insultando o povo do Senhor dizendo:
“onde está o teu Deus?”, como em (Sl 42.3,9; 79.10; 115.2). Afinal, não era
apenas ao povo de Israel que eles estavam insultando, mas também ao próprio
Deus. Os pagãos estavam afirmando que Deus não tinha capacidade ou interesse em
salvar Seu povo (Êx 32.11,12; Dt
9.26-29).
Detalhe:
a frase “Poupa o teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio,
para que as nações façam escárnio dele” é uma prova de que a praga descrita em
Jl 2.1-11 não são meros gafanhotos, mas exército pagão.
Jl 2.18 a 2.27 [ A restauração física era uma oportunidade a mais dada por Deus para que pudessem reconhecer a verdadeira bênção (a presença contínua de Deus), cuja finalidade era dar fim à confusão (vergonha) no meio do povo de Deus
o
“Então,
o SENHOR terá zelo da sua terra e se compadecerá do seu povo.” (Jl 2.18).
Isto
não quer dizer que o Senhor não tivesse tendo zelo. Deus sempre estava zelando
de Jerusalém e de Sião (Zc 1.14; 8.2). É um Deus zeloso (Dt 4.24) (atente para a súplica aflita de Daniel – Dn 9.2,3). Tanto que, mesmo o
povo não tendo se arrependido, ainda assim Ele libertou Judá do cativeiro da
Babilônia (Jl 2.1-11). E como podia ser
diferente, já que foi Ele quem nos criou, nos adquiriu por meio de Jesus, nos
fez de novo e nos estabeleceu através do Seu Espírito Santo (Dt 32.6)?
Deus
sempre zelou de Israel tal como um marido que ama Sua esposa ardentemente.
Infelizmente, a visão deles acerca do verdadeiro amor estava distorcida, o que
estava levando até os mansos a abandonarem a justiça e a mansidão do Senhor (Sf 2.3; Mt 11.28,29).
1.
Restaurar
o zelo Dele pela Sua terra (Jl 2.18) " Em resposta a Jl
1.6,7;
2.
Restaurar
a compaixão pelo Seu povo (Jl 2.18) " Em resposta a Jl
1.9,13,14; 2.14;
3.
Restaurar
a fama deles entre as nações (Jl 2.19; Ml 3.12). Eles não precisariam
mais viver daquilo que as nações produziam " Em resposta a Jl 2.17;
4.
Restaurar
o trigo, mosto e azeite (Jl 2.19), de modo que as eiras
se enchessem e os lagares transbordassem (Jl
2.24)
" Três dos elementos
que foram consumidos pela seca (Jl 1.10);
5.
Fazer
o exército do norte partir para longe deles (Jl
2.20).
Pelo fato de terem feito grandes coisas (coisa
que é abominável aos olhos de Deus – Lc 16.15), eles seriam lançados
numa terra seca e deserta (tal como os que, por
confiarem em algum ser humano, passam a ser maldição ambulante (Jr 17.5,6)) e ali iriam morrer
aos montões, apodrecer e cheirar mal. Trata-se do exército da Babilônia (ver Jr 1.14-15; 4.6; 6.1; Ez 38.6; 39.2). Seriam lançados para
longe, tal como Deus fez com os gafanhotos no Egito (Êx
10.19)
" Em resposta a Jl
2.2-10;
Detalhe: a frente do
exército estar voltada para o mar oriental deve-se ao costume da Babilônia em
adorar o deus-sol (normalmente, o norte é
que é considerado a frente).
6.
Reverdecer
os pastos do deserto, fazer o arvoredo dar o seu fruto, capacitar a vide e a
figueira a darem a sua força (Jl 2.22; Zc 8.12). E tudo isto especialmente
para os animais do campo " Em resposta a Jl
1.18-20;
7.
Ensinar
Sua justiça, dando a chuva temporã em justa medida (Jl
2.23),
ou seja, nem mais, nem menos, o que seria um grande prejuízo para a colheita " Em resposta ao
vandalismo de Jl 1.17,18;
8.
Fazer
descer a chuva temporã e a serôdia como antigamente (Jl
2.23; ver Dt 11.14. Jr 5.24; Os 6.3; Zc 8.12). A chuva temporã começava em
outubro-novembro (outono), pouco antes da
semeadura; a serôdia, em março-abril (primavera), quando já estavam
amadurecendo as colheitas. " Em resposta a Jl
1.9-12.
O fato de, em algumas
versões, citar “no primeiro mês” em lugar de “como dantes” é porque muitos já
estavam invertendo as coisas. O primeiro mês, segundo Deus, deveria ser no dia
14 do mês de abibe (em março – Êx 12.1). No entanto, pelo
fato de ser nesta época o fim da colheita, vindo depois o inverno, muitos
deviam estar achando que o ano tinha começar na primavera, coincidindo com o
início da colheita (ver Dn 7.25).
No entanto, no Reino
de Deus, primeiro colhemos Seus benefícios (para
termos o quê semear);
depois descansamos (Sl 37.7) até ouvirmos Sua voz (Dt 28.1,2) para sabermos o que fazer com Suas bênçãos; só então
semeamos.
9.
Restituir
os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, a locusta, o pulgão, e a lagarta, Seu
grande exército enviado contra eles (Jl 2.25; Ml 3.11). Seriam restituídos,
não apenas os grandes prejuízos, mas também os pequenos " Em resposta a Jl 1.4.
No
entanto, para que o livramento de Deus (Hc
3.13)
se cumprisse:
1º -
Era
preciso ouvir a voz de Deus (Dt 28.1,2,12), fazer Sua vontade (Lv 26.5,16) e esperar Nele com paciência (Tg
5.7; Dt 2.14);
2º -
Eles
não podiam temer ser envergonhado pelos homens (Is
51.7; 1Pe 4.4),
nem qualquer outra coisa que os homens temem (Is
8.12-14; Is 51.12,13; Jr 10.1; Hb 13.5,6);
3º -
Era
preciso enxergar tudo que estava acontecendo como coisas grandiosas da parte de
Deus pro bem deles (Jl 2.21; Sl 126.2,3), a ponto de se
regozijarem com isto (veja também 1Ts
5.16-18).
Se, por um lado, os inimigos do Senhor estavam fazendo coisas grandiosas contra
eles (Jl 2.20), Deus também estava fazendo a favor
deles (Jl 2.21; Rm 5.20). Infelizmente, as
pessoas têm a tendência de enxergarem apenas o que não presta. Não estão
dispostos a buscarem o melhor de Deus que se acha escondido em cada
circunstância. Ao invés de louvarem a Deus pelas incontáveis maravilhas (Sl 40.5), se prendem a um único ponto desagradável. Esquecem que
algo só permanecerá desagradável se insistirmos que assim seja, acomodando-nos
ao mal, como se as promessas de Deus fossem utopia (Jo
10.10);
Por exemplo: uma
pessoa só é incômodo porque não conseguimos encontrar uma solução para a
interação distorcida entre nós e ela. Embora nosso homem exterior possa ser
vítima das pessoas, nosso homem interior só pode ser atacado por nós mesmos;
4º -
Eles
tinham que se regozijar e alegrar no Senhor (Jl
2.23; Zc 10.7),
independente das circunstâncias à volta deles (Is
41.16; Hc 3.17-19; Is 61.10).
5º -
Tinham
que permanecer no lugar que Deus tinha preparado para eles. De nada adiantaria
Deus remover o exército inimigo para o mar oriental e ocidental (Jl 2.20) se eles fossem para lá. Quantas vezes Deus ouve nossas
orações, afastando o adversário da nossa vida, mas não sentimos o efeito disto
por termos ido justamente para onde Deus prometeu lançar os inimigos.
Você pode questionar:
“mas este lugar me pertence por direito” (Dt
11.24; Ez 47.18; Zc 14.8). Contudo, lembre-se que nosso direito está nas mãos do
Senhor (Sl 37.5,6; Is 49.4). Não cabe a nós nos
defendermos (Rm 8.33,34), nem irmos para o
lugar da promessa sem a autorização de Deus (ver
Nm 14.40-45);
6º -
Era
preciso zelar para que fosse mantido o necessário para preservar a Casa do
Senhor (os corações dos fiéis – Ml 3.10).
E
não pense que estas promessas eram boas apenas para o povo de Israel. Quando
Israel era envergonhado, o nome de Deus também o era (Is 48.9-11). Veja, então, que o objetivo de eles comerem fartamente e
ficarem satisfeitos era:
louvarem
o nome do SENHOR, como Deus deles por ter procedido maravilhosamente para com
eles. E não pense que este proceder tinha haver apenas com as bênçãos. Antes,
toda a repreensão descrita no capítulo 1 e em Jl 2.1-11 era parte destas
maravilhas, já que é esta que produz fruto pacífico de justiça naqueles que são
exercitados nela (Hb 12.11). Inclusive, note como
o povo só sabe que Deus é Senhor quando eles perceberem que foi Deus que os fez ir em cativeiro e
depois tornou a ajuntá-los a fim de voltarem à sua terra, sem excluir a nenhum (Ez 39.28). Daqui aprendemos que não podemos considerar ninguém como
caso perdido, mas lutar por tal pessoa;
acabar
com a vergonha do povo do Senhor (Jl 2.26,27). Afinal, no que eles
precisavam se sujeitar a costumes pagãos, acabavam sendo envergonhados,
enganados, roubados, e tudo em troca de um prato de comida (Mq 6.14). Quem crer em Jesus não é mais para ser confundido (Rm 9.33).
Repare como é ordenado
aos lavradores que se envergonhem em virtude da colheita ter sido bem inferior
ao esperado (Jl 1.11). Infelizmente, eles
não estavam sentindo vergonha dos pecados deles, mas achando tudo normal.
Quanto à repetição “o
meu povo nunca mais será envergonhado (Jl
2.26 e 27),
não é em vão:
o
Em
Jl 2.26, o fim da vergonha está relacionado com a provisão de bênçãos
materiais;
o
Em
Jl 2.27, o fim da vergonha tem haver com a presença permanente do Senhor no
meio deles (em resposta a Jl 2.17). Deus nunca mais
deixaria de falar-lhes (ver Jr 3.16,17; Ap
21.3).
Isto dá introdução ao bloco seguinte que fala do derramamento do Espírito
Santo.
Eles
saberem que Deus estava no meio de Israel e que Ele era o SENHOR, Deus deles, e
ninguém mais (Jl 2.27; 3.17; Lv
26.11,12; Is 42.8; 45.5,6,18,21,22; Ez 36.11; 39.22), de modo que não
houvesse mais estranhos no meio dela. É importante salientar que os estranhos
ao Reino de Deus só conseguem encontrar espaço na vida de alguém quando tal
pessoa dá espaço para eles (ver Rm 16.17.18; 1Co
5.11)
através da desobediência (ver Pv 29.8). Inclusive, é quando
Deus estabelece Seu santuário no meio do Seu povo para sempre, que as nações
saberão que é o Senhor quem santifica Israel (Ez
37.26-28).
o
No
Antigo Testamento, Deus se mostrava presente através da Shekinah (nuvem de glória);
o
Na
época dos evangelhos, Deus se mostrou presente através da Palavra que se fez
carne e habitou entre nós (Jo 1.14);
o
Hoje,
Deus se mostra presente através do Espírito Santo habitando nos corações (2Co 1.22; Ef 1.13; 4.30);
o
No
milênio, Deus se mostrará presente reinando pessoalmente em Jerusalém (Ez 37.26-28).
Jl 2.28-2.32 [ Ter o Espírito Santo e ouvir Sua voz agora é para todos, a fim de serem acordados (Rm 13.11,12; 1Ts 5.6) e, assim, não serem enganados pelos seus desejos, nem por quem deseje estimulá-los.
Depois
que Deus restaurar a prosperidade de Judá, Ele derramará Seu Espírito Santo
sobre toda carne (Jl 2.28; Is 44.3), ou seja, sobre todos
aqueles que invocarem o nome do Senhor (Jl
2.32)
com o fim de serem salvos das debilidades de sua carne (Rm 8.3,4), ao invés de permanecerem dormindo (Mt 25.5) diante da falsa paz do anticristo (1Ts 5.3).
Mas
como é possível que a simples invocação do nome do Senhor traga salvação (Jl 2.32; Rm 10.13)? Acontece que só invoca quem crê (Rm 10.14); e só crê em Jesus aquele que confia que Ele está perto (Hb 11.6; Fp 4.5), o que será real apenas na vida de quem ouve
Sua voz (Rm 10.17).
Em
outras palavras, só invoca o nome do Senhor quem O conhece e nele tem
prazer (Sl 37.4) a ponto de fazer, do local da Sua
habitação, morada (Sl 37.7; 91.1) e refúgio (Sl 46.1). Os outros invocam a Deus, não por ser Ele quem é, mas
por aquilo que querem que Ele seja (note que a base da
invocação é a misericórdia e compaixão de Deus – Jl 2.13).
Esta
promessa começou a se cumprir do dia de pentecostes (At
2.17)
e atingirá seu ápice quando a total restauração de remanescente de Israel
acontecer (Is 54.13; Jr 31.9,34; Ez 39.29; Zc 12.10) e os gentios que
sobreviverem ao armagedom se converterem (Is
2.2-4; 11.9; 66.18-23; Hc 2.14; Rm 11.12,15).
A
expressão “derramarei” significa que a manifestação do Espírito Santo na vida
da Igreja não serão meras gotas como no Antigo Testamento, mas algo abundante (Jo 4.14; 7.37-39) sobre aqueles que estão realmente
necessitados da compaixão, misericórdia, etc., de Deus (Is 41.17; 44.3) para poderem ser vitoriosos nos
relacionamentos.
“Sobre
toda a carne” significa que não será restrito a um pequeno grupo privilegiado (tal como se dava com os profetas do Antigo Testamento), mas a TODOS os que
realmente crerem (ver Mc 16.17,18; At
2.39),
de todas as idades e categorias (filhos e filhas). Todos estes serão
sacerdotes e ministros de Deus (Is 61.6), e terão o Espírito
Santo (Ez 36.26,27). Moisés, por enxergar
a semelhança de Deus (Nm 12.8), sempre quis que
fosse assim (Nm 11.29). No Novo Testamento,
vê-se, por exemplo, mulheres profetizando (At
21.9; 1Co 11.5).
Mais
isto não seria tudo (Jl 2.28):
Os
velhos, que normalmente já não têm mais perspectivas para o futuro, passariam a
sonhar. No Novo Testamento houve basicamente três sonhos: o de José (Mt 1.20), o dos magos (Mt 2.13) e o da mulher de
Pilatos (Mt 27.19);
Os
jovens, por outro lado, repleto de sonhos, passariam a ter a visão correta das
coisas, a fim de não gastarem suas forças, energia e tempo no engano dos seus
corações (ver Mc 12.24,27). Veja exemplo de
visões (At 9.10; 10.10-16; 16.9; 18.9; 2Co 12.1-4).
Debaixo
do Antigo Testamento, Deus se manifestava de 3 modos: sonhos, visões e
profecias (Nm 12.6), que são as 3 coisas citadas em Jl
2.28, o que simboliza a total manifestação de Deus ao Seu povo, não apenas
exteriormente através de sinais e dons, mas produzindo em nós Seu fruto através
do cumprimento da Sua Palavra em nós pelo Seu Espírito Santo (ver Jo 14.21-23), principalmente nas circunstâncias adversas
que vêm a nós. É claro que, para isto, é preciso estar disposto a contemplar a
face de Deus (Ez 39.29). Profetizar é falar
dirigido pelo Espírito Santo ou, se preferir, ser o porta-voz de Deus (Mq 3.8).
Além
disto, é bom que fique claro que uma das razões para o Espírito Santo ser dado
é justamente para acabar com a separação entre as diferentes classes sociais (Gl 3.28; Cl 3.11):
Sexo
(filhos e filhas – Jl 2.28);
Idade
(jovens e velhos – Jl 2.28);
Status
(senhor ou escravo – Jl 2.29; 1Co 7.22;
12.13; Gl 3.28; Cl 3.11; Fm 16). Que fique claro: somente quando a pessoa se
torna servo do Senhor é que ela se torna livre (At
2.18).
É
claro que a manifestação do Messias, para quem é de Jesus, é motivo de grande
alegria (ver Lc 21.25-28). Entretanto, para os
ímpios, é motivo de ira, já que, aparentemente, todos os prodígios que Deus
pretende mostrar no céu e na terra (Lc 21.11,25) visam atrapalhar os
seus interesses: sangue, fogo, colunas de fumaça, conversão do sol em trevas (Is 13.9,10; Jl 2.10; Am 8.9; Mt 24.29; Mc 13.24) e da lua em sangue (Jl 2.30,31; Ap 6.12). Quem rejeita a vinda de Jesus em Sua graça,
se recusando a servi-lo por amor, acabará sendo obrigado a servir aos inimigos
com escassez e falta de tudo (Dt 28.47,48). E nada parecerá está
a seu favor. Daí a expressão “Grande e terrível dia do Senhor” (Jl 2.31), também encontrada em Ml 4.5.
Só será salvo quem invocar o nome do Senhor, o qual é
atribuído a Jesus (Rm 10.13; At 9.14; 1Co
1.2).
Logo, devemos invocar o Senhor Jesus como Deus (tanto
em caráter como em poder). Repare que o livramento que haverá em Sião e Jerusalém
acontecerá como o Senhor tem dito, ou seja, precisamos ouvir a voz de
Deus para sermos livres (Jl 2.32). Também urge
ressaltar que o livramento é em Sião e Jerusalém, ou seja, não é em qualquer
lugar. Não podemos achar que seremos livres, estando no lugar errado.
Para se ter uma ideia da importância do lugar, suponhamos
que Deus determinou te dar vários casacos de pele. Se formos para um país
quente, não conseguiremos utilizar a bênção de Deus. Teremos a sensação de que
Deus não nos dá nada que presta.
E por que em Sião e Jerusalém? Porque é ali que Deus
deseja estabelecer Sua salvação e glória (Is
46.13).
Jesus vem aos que aceitam ser membro do corpo de Cristo e se desviam da
transgressão (Is 59.20). Jesus não irá
redimir quem está fora da Igreja, nem aqueles que, embora aceitem Jesus em suas
vidas, se recusam a dar fruto (Jo 15.2). O objetivo de Jesus
é criar para Si uma Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante
(Rm 11.26).
Em particular, com relação a Israel, Deus está dizendo que
eles não precisam temer os ímpios (Is 51.12,13; Hb
13.5,6),
nem os falsos judeus. Embora a quantidade de salvos seja pequena (Is 41.14; Rm 9.27; 11.5,7) e a invasão do exército inimigo seja
inevitável devido às maldades das pessoas, ainda assim haveria livramento (Zc 14.1-5) para aquele que ouvissem o chamado de Deus e atendesse,
invocando-O (Jl 2.32). Resumindo: seria
livre quem ouvisse o chamado de Deus e invocasse ao Senhor em conformidade com
aquilo que Ele dissesse. Nada de ficar apegado àquilo que lhe foi confiado
neste mundo (Mt 24.16).
Embora o livramento comece por Judá, com certeza se estenderá
para todo o Israel e o remanescente das nações que se converter ao Senhor Jesus
(Rm 10.12-13). Os demais, é claro,
estarão sob o juízo divino (Jl 3.2,9-13). É claro que isto
significa ser possuído por Judá (Ob 17; Am 9.11,12; At
15.16,17),
o que implica em ser possuído por Jesus, já que Ele será rei em Sião (Jl 3.17).
Com
relação ao chamado de Jesus, este tem o caráter festivo (Mt 22.3,4; Lc 14.16). Ou seja, para o remido, o livramento do
pecado deve ser visto como um motivo de alegria; não por méritos, força ou
esforço humano (Rm 11.5), mas pela presença de
Cristo conduzindo nosso coração a sentir e pensar o que é bom.
IV - JOEL 3.1 a 3.21[ O OBJETIVO DO DIA DO SENHOR É ELIMINAR TODA CONFIANÇA QUE POSSA HAVER EM PESSOAS OU COISAS PARA QUE, ASSIM, JESUS POSSA HABITAR NO MEIO DO SEU POVO COMO REI E DEUS
Jl 3.1-3.8 [ Nações são julgadas por venderem seus escravos em troca de diversão para, com isto, poderem repartir a terra deles e usar seus tesouros na casa dos seus deuses
De
Sf 2.18-27, vê-se a restauração da prosperidade de Judá, que voltou a ter tudo
que havia perdido. Isto produziu, em Israel, uma sensação de paz e segurança (Ez 38.14; 1Ts 5.3). Parecia que o apelo do profeta Joel havia
sido atendido (Jl 1.13; 2.14). No entanto, embora a
referida restauração seja atribuída a Deus (em
virtude de nada acontecer sem a permissão Dele), na verdade esta não
era a verdadeira operação de Deus, mas sim a falsa paz do anticristo. Isto os
levou (e os levará) a se acomodarem
espiritualmente, vindo a negligenciar até a oração (Mt
25.5; Ap 8.1).
O
derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28) foi dado aos
verdadeiros adoradores (como os de Sf 2.3) a fim de que se despertassem
e ficassem preparados para o inevitável: a invasão do exército inimigo (Ez 38.14; Zc 14.2), antes que viesse a verdadeira libertação (Jr 30.3).
Embora
o profeta mencione Deus entrando em juízo contra as nações que prejudicaram
Israel (Jl 3.2,12; Zc 14.3; Ez 38.22) note que o objetivo
era remover de Judá e Jerusalém todo culto secular (ver
Sf 3.8-11).
Trata-se de Deus entrando em juízo com toda carne com Seu fogo e Sua espada (Is 66.16 Jr 25.31; 2Ts 1.7,8) a fim de fique apenas os humildes e
pobres (Sf 3.12).
É
oportuno notar que, todas as vezes que Deus quis livrar Seu povo, primeiro Ele
permitiu que povos inimigos se ajuntassem contra Seu povo (por exemplo, em Jl 3.1; Êx 14.8,9; Jr 30.3-9; 31.15,16). Também em Gn 7.14-17
vemos Noé ficando mais de ano na arca para ser salvo do dilúvio. A ideia é que
as pessoas percebam o quão doloroso é para Deus a morte do ímpio (Ez 18.23; 33.11) e, deste modo, ao invés de ansiariam pelo dia
do Senhor a fim de serem livres dos inimigos, intercedam em favor deles como
fez Moisés (Êx 32.9-14 ; Nm 14.11-20), Jeremias (Jr 9.1); Estêvão (At 7.60), mesmo estando
debaixo de ameaça.
Detalhe:
o vale de Josafá (Jl 3.2) é chamado de vale da
Decisão (Jl 3.14), vale de Beraca (2Cr 20.26), sendo considerado por muitos como vale de Megido (2Cr 35.22; Zc 12.11), Armagedom (Ap
16.16)
e vale do Cedrom.
Além
disto, note que o motivo do juízo de Deus contra as nações:
O
primeiro lembra o pecado cometido por Edom (Ez
36.5):
espalhar Judá entre as nações a fim de se apropriarem da terra deles (Jl 3.2), repartindo a mesma por sortes (Ob 11). Note como o anticristo também fará algo semelhante (Dn 11.39). Todavia, urge salientar a expressão “minha herança”, que
mostra que Deus irá defender Israel por causa do Seu amor por eles (Êx 19.5; Dt 32.9,10) e por amor do Seu nome que sobre eles estava.
Tanto é assim que Ele encara a ofensa como se fosse Ele, em pessoa, que tivesse
sendo agredido (Jl 3.4,5).
Segundo:
lançaram a sorte sobre o meu povo (Ob 11; como se deu
também com Nínive (Na 3.10)), e deram um menino por uma meretriz, e
venderam uma menina por vinho, para beberem (Jl
3.3).
Tratavam seres humanos como objetos a serem negociados em troca de prazer
fútil.
Note o quão
insignificante foram e serão os judeus aos olhos das nações. Elas chegaram a
trocar um ser humano por uma noite de prazer sexual ou por uma dose de vinho.
É digno de nota que,
toda riqueza adquirida de modo ilícito, no final, acabará sendo usada na
aquisição de coisas vãs e malignas (ver Mq 1.7), que só acentuarão a
destruição da pessoa (Pv 20.21).
Terceiro:
lembra o que fizeram Tiro, Sidom e Filístia:
o
“Visto
como levastes a minha prata e o meu ouro e as minhas coisas desejáveis e
formosas metestes nos vossos templos;” (Jl
3.5).
No que as nações estavam levando as coisas preciosas dos filhos de Judá, Deus
estava considerando como se fosse Ele que estivesse sendo roubado. Isto vem a
nos ensinar que não podemos tomar (ou explorar) o que é dos outros com
a desculpa que é para adorar a Deus (ver 2Sm 24.24). É bem verdade que,
muitas vezes os próprios judeus davam os tesouros aos inimigos em troca de
favores militares (1Rs 15.18; 2Rs 12.18;
14.14).
Todavia, eles não deveriam aceitar.
Além disto, o
verdadeiro tesouro a ser trazido na presença de Deus são pessoas (Is 49.22; 66.20; Lc 15.7,10). O sistema religioso é cruel e, não só
deixa a pessoa sozinha para resolver seus problemas, mas lhe suga a bênção que
Deus lhe deu para ajudar na solução do problema. Isto, além de exigir que ela,
por ela mesma, se arrependa, converta e aja corretamente, o que agrava sua
aflição de espírito;
o
“e
vendestes os filhos de Judá e os filhos de Jerusalém aos filhos dos gregos,
para os apartar para longe dos seus termos;” (Jl
3.6). Como
não existia meio de transporte avançado na época, a ideia era acabar de vez com
toda esperança de, um dia, voltar ao lugar que Deus lhes deu.
A
Filístia, em particular, guardava perpétua inimizade, executando vingança com
malícia de coração (Ez 25.15-17). Uma coisa é a
vingança de Deus que visa fazer a graça superabundar onde o pecado abunda (Rm 5.20); outra é a vingança que concorda com a ação do diabo de
destruir a bênção que Deus criou, se conformando que a mentira triunfe sobre a
verdade, como se a maldade fosse mais forte que a bondade.
Repare,
todavia, a expressão: “que tendes vós comigo?”. É como se Deus estivesse
dizendo: por que vocês insistem tanto em destruir o meu povo e impedir que o
meu nome seja cultuado tal como ordenei por meio dos profetas?
Esta
expressão é usada também em:
Js
22.24 [ onde os filhos de
Rúben, Gade e metade da tribo de Manassés construíram um altar para reivindicar
diante dos demais israelitas sua relação com Deus;
Jz
11.12 [ onde Amom
reivindicava parte da terra de Israel como sendo sua;
2Sm
16.10 [ onde Abisai
reivindicava o direito de defender a honra de Davi, sendo que, no fundo, Davi
nunca foi, de fato, rei dele, já que matou Abner sem a permissão do rei (2Sm 3.26,30).
Mt
8.29 [ onde os demônios
achavam que tinham direito à terra dos gadarenos.
A
verdade é que, quando brigamos com alguém, é porque enxergamos na pessoa algo
que achamos ser nosso. Mas no caso de Tiro, Sidom e Filístia, que ligação havia
entre o culto ao Deus verdadeiro e os rituais dos deuses pagãos? Se eles não
valorizavam o Deus de Israel, então por que fazer uso daquilo que tinha algo
haver com Ele em seus cultos? E se o Deus de Israel era real, então não era
mais conveniente se entregarem a Ele?
A
verdade, contudo, é que eles cometiam o mesmo erro que os judeus e os crentes
de hoje: querem as coisas de Deus, mas não O querem (Mt
21.38).
Entretanto,
não importa o quanto Tiro, Sidom e Filístia se esforçassem para distanciar os
judeus daquilo que Deus tinha para eles; não importa o esforço deles para
apagar o nome de Israel e de Deus da terra: Deus iria trazê-los de volta (Is 43.5,6; Jr 23.8). Mais ainda: Deus iria vender os descendentes
deles aos sabeus, os quais descendiam de Cuxe (Gn
10.7).
Trata-se de um povo distante (Jl 3.8), mercadores de alta
estatura (Is 45.14) e dados à guerra (Jó 1.15), mas que haveria de se converter ao Senhor (Sl 72.10).
Para
que você compreenda o motivo pelo qual Deus estava irado com estas nações, a
atitude deles para com Judá era, na verdade, a retribuição que eles estavam
dando ao Senhor pelas bênçãos que Dele receberam (Sf
3.4).
Entenda:
tal como fizera com os filhos de Babilônia (Is
47.6),
Deus decidiu entregar os filhos de Judá nas mãos destas 3 nações por ter se
agastado contra eles. No entanto, ao invés de atentar para tudo (Is 47.7) e ser grato a Deus por, não apenas entregar as riquezas
de Judá em suas mãos (incluindo Seu povo), mas lhes permitir
enxergar a realidade do julgamento de Deus e, com isto, evitar todo o juízo
descrito em Jl 3.2,9-15, não! Eles preferiram usar os bens para cultuar ainda
mais seus ídolos (como se fossem eles
que tivessem lhes dado vitória) e as pessoas, para prostituir e se
embebedarem.
Ao entregar os judeus nas mãos dos gentios, a
ideia é que eles aproveitassem para conhecer melhor a Deus (vale lembrar que apenas eles tinham posse dos oráculos de Deus
(Rm 3.2; 9.4,5 - lembre-se que na época não existia imprensa). Era uma oportunidade
única para conhecerem a Deus e aprender usar Seus dons e talentos.
Infelizmente, desperdiçaram tudo com seus pecados e, agora, todos os prazeres
carnais possíveis de serem conquistados com os dons e talentos de Deus foi
assimilado pelas demais nações que, agora, fariam com eles exatamente o que
fizeram com os judeus, só para poderem usufruir das mesmas tentações.
Só
que, primeiro, eles seriam entregues aos judeus (Sf
3.8)
a fim de serem julgados pela palavra que rejeitaram e, também, dar ocasião para
Judá perceber qual é o fruto da vingança humana e aceitarem, de vez, que a
maior proteção não está nas bênçãos abundantes de Deus, mas na presença
contínua Dele no nosso meio.
As
nações Tiro, Sidom e Filístia são citadas porque são elas que incitaram todo o
mundo aos mesmos tipos de pecado contra Israel.
Jl 3.9-3.14 [ Elite global, para reduzir a população mundial, leva o povão a crer que é direito julgarem Judá o qual, enlouquecido de ódio, exige ir à guerra contra Jesus e o Seu povo, convencido que é forte e competente o suficiente para isto
O
fato de Judá pagar os de Tiro, Sidom e Filístia com a mesma moeda (compare Jl 3.9 com Jl 3.8) deveria ser proclamado entre os
gentios a fim de despertar, neles, o ódio contra Judá, de modo que se
dispusessem a congregar contra eles no vale de Josafá para ali serem julgados (Jl 3.2,12).
Eles
vão promover guerra santa, ou seja, alegar que é algo satânico vender pessoas
como se fossem objeto e, ainda por cima, roubar suas terras. Pura hipocrisia,
já que eles fizeram o mesmo (Jl 3.4-6). Eles vão convencer o
povo de que tal conduta vai contra os direitos humanos, é intolerância religiosa,
etc. Em outras palavras: quando é eles (da
elite global)
que fazem, é considerado questão de justiça para promover a paz e a liberdade
religiosa; quando é o povo do Senhor, aí é crime.
Tal
como Siom e Ogue foram incitados a irem contra os hebreus (Nm 21.21-25,33-35) e Amazias, a ir contra Jeoás (2Cr 25.15,16) para sua ruína, agora todas as nações são
incitadas a ir contra Israel para serem julgadas (Ez
38.7-23; Zc 12.2-9; 14.2,3).
O
grito de guerra usado pela Babilônia contra Judá (Jr
6.4)
agora seria usado contra a Grande Babilônia (a
saber, o grito de Sf 3.9). Sempre que alguém se levanta, pode ter certeza que é
para cair (Mt 23.12; Lc 14.11; 18.14):
“Alvoroçai-vos,
ó povos, e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os que sois de longínquas
terras; cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos e sereis feitos em
pedaços. Tomai juntamente conselho, e ele será dissipado; dizei a palavra, e
ela não subsistirá, porque Deus é conosco.” (Is
8.9,10);
“Preparai
o escudo e o pavês e chegai-vos para a peleja. Selai os cavalos, e montai,
cavaleiros, e apresentai-vos com elmos; alimpai as lanças e vesti-vos de
couraças.” (Jr 46.3,4). O Egito é incitado a
lutar contra a Babilônia porque era da vontade de Deus destruí-los (ajunte Jr 46.2 com Jr 46.10).
“Prepara-te,
sim, dispõe-te, tu e todas as tuas congregações que se reuniram a ti, e
serve-lhes tu de guarda.” (Ez 38.7). Gogue e Magogue são
convocados a ir contra Israel (Ez 38.8) para serem destruídos
(Ez 38.21-23).
Santificar
uma guerra significa abandonar todas as atividades frutíferas para se dedicarem
exclusivamente à guerra (Jl 3.9). A guerra é um instrumento para disciplinar tanto
o exército vencedor, quanto o perdedor:
O
vencedor se vê obrigado a deixar de fazer o que é bom para semear o juízo para
si (Gl 6.7-9);
O
perdedor sofre perdas de vidas, bens e liberdade.
Em
outras palavras, a guerra é sempre um indício da ira de Deus, mesmo quando a
“vitória” está do nosso lado. É bem verdade que muitas das guerras do Antigo
Testamento foram ordenadas por Deus ou até mesmo vê-se Ele dando vitória a
Israel. Contudo, a finalidade disto foi mostrar para todos nós que jamais se
pode conquistar a paz através da luta (Zc
4.6);
nem conservar algo bom fazendo maldade (Ez
7.13; Sl 56.7; 62.10,11; Pv 12.3; Ec 8.8).
Josué,
Davi e tantos outros podem ter conquistado tantas vitórias, mas espiritualmente
falando, o que isto, de fato, trouxe de bom para os judeus? Note como a
apostasia tomava conta fácil do povo (Jz
2.10-20).
Sem contar que, no final, eles ficaram quase 1.900 anos sem pátria e, até hoje,
vive em tormentos em sua própria terra.
Aqui,
tem-se um cumprimento parcial na época de Nabucodonosor, vindo a se cumprir
cabalmente no Armagedom. Uma das coisas que caracterizou e irá caracterizar a
batalha final é a presença de pessoas do povão que nunca foram treinadas para a
guerra. Note-as fazendo exatamente o contrário do que se dará no milênio (Is 2.4; Os 2.18; Mq 4.3): irão usar a enxada como espada e a foice
como lança (Jl 3.10). Esta inversão aponta
para o desejo da elite global em incitar o ódio e desconfiança no povão, a
ponto de levá-lo a acreditar que, mesmo sem treinamento ou armas militares,
poderá vencer os exércitos das nações e, assim, levarem a cabo a redução
populacional, com a total aprovação dos que permanecerem vivos.
De
modo que, estas manifestações e revoluções das massas (na atualidade – Mt 24.6), são para induzi-los a pensar que são alguma
coisa, que podem tudo a fim de que, no momento exato, a população apoie e até
exige da polícia a ação severa que eles tanto querem implementar para reduzir a
população a 500 milhões apenas. Os penalizados são exatamente os maus que, em
sua arrogância e preguiça (falta de disposição de
fazer algo bom),
não se interessam pela causa dos necessitados (Pv
29.7).
Em outras palavras, quem não quer saber a verdade, será enganado (2Ts 2.10,11) cativo (Is
5.13)
e destruído (Os 4.6).
Ou
seja, trata-se de uma manipulação das massas, principalmente dos agricultores,
para fazerem o mal. Em outras palavras, a 3ª guerra mundial será travada principalmente
por pessoas do povão, como uma grande revolução, supostamente em favor do
direito dos trabalhadores (perceba como os povos
irão imaginar mentiras e coisas inúteis – Sl 2.1-3).
Note
também a manipulação mental (tal como se dá com
técnicas de PNL, hipnose ou mensagem subliminar): “diga o fraco: eu
sou forte” (Jl 3.10). Talvez até usem a
religião para induzir as massas à guerra, já que é dito santificai-vos para a
guerra (Jl 3.9). Inclusive, urge salientar que,
antigamente, era comum dispensar do serviço militar, pessoas velhas, fracas ou
deficientes. Entretanto, a fúria contra o remanescente fiel de Israel será tão
grande que até os fracos ficarão loucos para se engajarem no exército, achando
que poderão vencer (tamanha a eficiência
das armas controladoras de mente da elite global).
Observe
também os termos “ajuntai-vos” (Jl 3.11), “congregai-vos” (Jl 3.2), o que indica uma união de intentos (Ap 13. 3,8; 17.17). Primeiro é chamado para congregar os povos
em redor de Jerusalém (Jl 3.11); depois, as demais
nações (Jl 3.12). Muitos acham que toda unidade é
benigna, mas quando não se ajunta movido por Jesus (Mt
12.30),
o que se está a fazer, na verdade, é espalhar. No meio deste tipo de assembleia
ou congregação é que se acha em todo tipo de mal (Pv
5.14).
Quantos,
enganados pelo conceito deturpado de paz, se filiam a uma instituição
religiosa, achando que estão agradando a Deus. Se assim fosse, Jesus teria
fundado uma ou ordenado que assim se fizesse. Todavia, Ele ordenou justamente o
contrário (Gn 1.28; Mc 16.15) e, quando alguém
decidiu mudar isto, tudo acabou numa tremenda confusão que nos atinge até hoje (Gn 11.4). Inclusive, o termo Grande Babilônia (Gn 17.5) tem haver com a grande unidade (ecumenismo) que já está acontecendo, cujo objetivo é tentar chegar ao
céu aqui na terra, ou seja, achar sua vida (paraíso) aqui (contrariando Mt 10.39).
Quanto
a oração do profeta “ó SENHOR, faze descer ali os teus fortes!” (Jl 3.11), o que ele queria é que, não apenas os pobres e fracos
“peões” fossem envolvidos na peleja, mas que até mesmo os maiorais dos povos
também fossem pessoalmente (os valentões ímpios
são os poderosos e fortes de Deus, aqui - ver Is 13.3). Repare que, ao
contrário daqueles que estavam sendo manipulados para acharem que eram fortes,
havia os que realmente eram fortes (Jl 3.9; Sl 103.20; Dn
10.13).
Note
como, pela 2ª vez (Jl 3.2,12), Deus diz que está
movendo todas as nações a se ajuntarem em redor de Jerusalém, especialmente
para serem julgadas e destruídas (veja também Sl 110.6;
Is 2.4; 3.13; Lm 1.15; Mq 4.3,11-13; Sf 3.15; 14.3; Ml 4.1-3). Ou seja, a unidade
maligna tem por finalidade apressar o juízo, tanto sobre os que se dispõem a
ser membros desta unidade, como aos que resistem a ela por interesse próprio.
Quando
o fim do tempo é chegado (Mt 13.39), Deus já não pune a
iniquidade de imediato, mas deixa que a maldade em cada coração aumente (Gn 15.16), tal como se dá com o crescimento das uvas que, quanto
mais crescem, mais “mosto” (maldade) guardam dentro de si (daí Is 24.20; Mt 24.12).
Quando
já estão no ponto, Jesus “ceifa as uvas” (Ap
14.18,19)
e “pisa” este lagar (Is 63.3; Lm 1.15; Ap
19.15).
Mas como Ele faz isto?
Note
como o lagar foi pisado fora da cidade (Ap
14.20),
exatamente onde Jesus foi crucificado (Hb
13.12,13).
Ou seja, o derramar de sangue de Jesus na cruz representa Deus esmagando a
maldade de Israel, já que, tirar Jesus e Sua graça deles, foi a maior maldição
que poderia cair sobre alguém. Isto leva a maldade crescer até se destruírem
uns aos outros.
Quando
a obediência da Igreja é cumprida (2Co 10.6), ela é colhida (ceifada) no celeiro celestial (arrebatamento
– Mt 3.12).
Afinal, o julgamento começa pela casa de Deus (2Ts
1.4-9; 1Pe 4.17).
Coincidentemente, o joio já está praticamente pronto para ser segado (Jl 3.13; Ap 14.15) e queimado (Mt
13.30).
Após a grande tribulação, o joio já terá completada todo a medida da sua
iniquidade e o restante do trigo, pronto para ser colhido. Jesus, então, virá
para separar o joio (cabrito) do trigo (ovelhas que se converteram na grande tribulação – Mt 25.32,33):
1.
A
Babilônia é segada quando o povo de Deus já está pronto para viver livre do
cativeiro (ver Gl 4.1-3);
2.
Judá
é ceifado quando o povo de Deus não tiver mais cativo das coisas do mundo (Os 6.11).
Uma
observação importante a ser feita é que, à medida que tudo se apressa para o
fim dos tempos:
? Quem é injusto,
continua fazendo injustiça e quem está sujo, continua se sujando (Ap 22.11);
? Quem é justo, continua
fazendo justiça e quem é santo, continua se santificando ainda (Ap 22.11);
De
modo que, quando a seara já está madura, as uvas também já estão no ponto de
serem colhidas. Daí os nomes:
E Vale da Decisão " pois é onde ficará
claro a decisão que cada um tomou: a favor ou contra Cristo;
E Vale de Josafá " ou vale do julgamento
(daí Jl 3.2), onde ficará clara a
distinção que Deus faz entre justo e ímpio, entre o que O serve e o que não O
serve (Ml 3.18).
Atente
para as ênfases “multidões, multidões” e duas vezes na mesma frase “vale da
Decisão” (Jl 3.14), o que mostra que isto será um
acontecimento sem igual, que foi determinado por Deus e, quando estiver para
acontecer, será sem demora (Rm 9.28; ver Gn 41.32).
Neste
dia, toda espécie de luz se apagará (Jl 2.10; 3.15): os poderes do céu
serão abalados (Mt 24.29). Veja como Deus irá
pelejar usando céus e terra (Ez 38.22), até que os ímpios
sejam destruídos (Dn 11.45).
Detalhe:
primeiro Jesus irá pisar sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.4) que fica em Betfagé (Mt
21.1)
para, dali, ir para Jerusalém, de onde dará a Sua voz que farão céus e terra
tremerem (Jl 3.16; note o quão temível é a voz de
Deus, capaz fazer tremer – Sl 18.13; Ag 2.6). Note a grandeza de Jesus: Ele irá
pelejar contra as forças do anticristo diretamente de Jerusalém (Ap 14.1; Am 1.2), sem descer ao vale de Josafá ou usar
equipamento tecnológico.
No
entanto, é preciso esclarecer que, antes de pelejar contra os inimigos, Ele irá
bramar contra Sua habitação (Jr 25.30; Jl 2.11) que aceitou o outro
que veio em seu próprio nome (Jo 5.43), outro Jesus
extra-bíblico (2Co 11.4; Gl 1.6-9). Todavia, para
aqueles que temem ao Senhor (Ml 4.1-3), a salvação de Deus
virá saindo bem pertinho, com duração perpétua (Is
51.5,6),
isto é, através da Sua presença contínua no meio do Seu povo (Sl 46.1; Jl 3.16).
Obs:
enquanto Daniel descreve o anticristo como um tirano mundano, João o descreve
como um tirano espiritual e Isaías (Is 29.1-24), Joel (Jl 3.1-21) e Zacarias (Zc 12.1-14.21) descrevem apenas o
exército do anticristo.
Jl 3.15-3.21 [ Jesus volta para Jerusalém e traz de volta tudo que Judá tinha perdido em seu contato com pessoas estrangeiras e seus deuses
Entretanto,
isto só acontecerá quando o povo de Deus não for mais influenciado pelas
pessoas (Jl 3.15).
Note
como a forma das pessoas conhecerem o Senhor é através da Sua presença em nosso
meio (Jl 3.17), manifestando Seu poder (Dt 4.34; Jl 3.16,17; Is 60.16; Os 2.20). É isto que garante o
fim de toda tristeza (Ap 21.3,4). Por isto é que,
quando Deus decidiu abençoar Judá, fez de Sião (Jl
3.16,17)
o lugar de onde Jesus irá reger o mundo durante o milênio (Sl 132.13). Infelizmente, a maioria, mesmo vendo a diferença entre o
reinado de Cristo e o do homem, ainda assim escolherá lutar contra Jesus e tudo
aquilo que Ele é (Ap 20.7-9).
No
entanto, a presença do Senhor em Sião (Jl
2.27)
fará daquele monte e de Jerusalém, o lugar da Sua santidade (Jl 3.17) e verdade (Zc 8.3), a ponto de não
passar ninguém que seja estranho ao evangelho (Is
35.8; 52.1; Na 1.15; Zc 14.21), mas só quem se submeteu a Cristo e à Sua
vontade (Zc 14.16). Todo aquele que beber da Água Viva,
sem se arrepender e converter, acabará como se nunca tivesse sido (Ob 16; ver Is 8.14; Rm 9.32,33; 1Pe 2.6-8), tal como somente
atravessaram o Mar Vermelho quem tinha a Palavra de Deus a seu favor (Êx 14.16,26).
É
aí que o negócio fica difícil. Infelizmente, muitos querem viver no pecado, por
achar o mesmo mais fácil de ser vivido. O detalhe é que, tanto Jerusalém quanto
o Egito e Edom estavam vivendo o mesmo tipo de pecado: derramar sangue inocente
(Is 1.15; Jl 3.19). No entanto compare
os destinos de Egito e Edom com o de Judá:
Judá
seria habitada para sempre (Jl 3.20; Am 9.15) em plena abundância (Jl 9.13):
os montes destilarão
mosto (Am 9.13);
dos outeiros manará
leite;
todos os rios de Judá
estarão cheios de águas -> promessa gloriosa considerando o quão seco e
árido é aquele lugar (Is 30.25). Hoje, já se pode ver
a abundante produção que há na terra de Israel, capaz de suprir, não só a
necessidade daquele povo, mas até mesmo de exportar (promessa
vista em – Is 27.6)
sairá uma fonte da
Casa do SENHOR e regará o vale de Sitim (ver
Ap 22.1).
Este vale se situava em Moabe, na divisa com Israel (Nm
25.1; Js 2.1).
A fonte que sai da Casa do Senhor irá alegrar Jerusalém (Sl 46.4) e tornará saudáveis as águas por onde passar (Ez 47.1,8-10), indo em direção ao mar oriental e ao mar
ocidental (Zc 14.8) (exatamente
para onde o exército do norte foi lançado – Jl 2.20).
Egito
e Edom, por outro lado, seriam assolados:
“O Egito se tornará
uma assolação, e Edom se fará um deserto de solidão” (Jl 3.19);
Egito (Is 19.1): coração dos egípcios se derrete e os ídolos são levados
diante deles;
Edom (Jr 49.17): servirá de espanto porque se houve vingativo eternamente
para com a casa de Judá (Ez 25.12); baniu toda a
misericórdia (Am 1.11; Ob 10). Dele serão
arrancados homens e animais e acabariam se tornando em deserto (Ez 25.13).
Edom
é símbolo que representa todos os gentios (ver
Is 63.3 e compare Am 9.11,12 com At 15.16,17), a saber, aquele grupo de pessoas que
lutam contra Jesus e Seu povo, sem terem motivo algum para isto (Sl 2.1-3). Antes, ao invés de aderirem ao bem e serem bem sucedidos
no mesmo, gostavam tanto da vidinha miserável que viviam, que faziam de tudo
para eliminar o bem da terra.
Por
exemplo, na época de Demétrio, ao invés de se arrepender, converter e buscar
sua prosperidade junto com a dos outros cristãos, ele preferiu armar um complô
contra Paulo e seus companheiros (At 19.23-27).
Contudo,
quando Jerusalém (e também nosso
coração)
estiver livre de todas as pessoas e coisas que são estranhas a Jesus e Seu
reino (Is 4.4; Jl 3.17,21), haverá plena
abundância (Jl 3.18) e permaneceremos com
Jesus para todo sempre (Jl 3.21; 1Ts 4.17). Observe como uma das
cidades do milênio se chamava “O Senhor está ali” (Ez
48.35).
E isto já é para ser realidade através da Igreja, que é o tabernáculo de Deus
com os homens (Ap 21.3). Lembre-se que Jesus
é “Deus conosco” (Mt 1.23), o qual prometeu
estar conosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.20).
Detalhe:
o grande destaque do Dia do Senhor não é a destruição que nele ocorrerá, mas
sim o triunfo da justiça.