ESTUDO DO LIVRO DE JOEL
I - INTRODUÇÃO
Tema Principal: O Dia do Senhor: A verdadeira
felicidade não está em Deus executando Seu juízo sobre os ímpios e nos
restaurar bênçãos materiais (como em Jl 2.18-27), mas sim em Deus
estar na nossa vida nos dando, através da Sua glória (Fp 4.19), tudo que precisamos.
Tema
Secundário:
Não é a perfeição nos rituais religiosos que nos salva da ira de Deus, mas sim
a presença permanente de Dele na nossa vida.
Versículo
Chave:
“E o SENHOR bramará de Sião e dará a sua voz de Jerusalém, e os céus e a terra
tremerão; mas o SENHOR será o refúgio do seu povo e a fortaleza dos filhos de
Israel.” (Jl 3.16).
Objetivo:
Muitas
pessoas estavam desejando o dia do Senhor por achar que o mesmo tinha por
finalidade livrá-los dos problemas. Não conseguiam perceber a dor de Deus em
ter que punir os ímpios (Ez 18.23; 33.11), nem o que iria suceder a eles por
estarem praticando os mesmos males que condenavam (Rm
2.1-3,21-24).
Deus
então permite, no capítulo 1, uma série de acontecimentos para que eles pudessem
experimentar, na pele, uma amostra da imensa dor que haveria de acometer todas
as pessoas no dia do Senhor (Mc 13.20). No capítulo 2, ele então anuncia a
invasão definitiva da Babilônia e a imensa destruição que se daria em Judá,
muito maior do que tudo que eles tinham sofrido até então.
Finalmente,
no capítulo 3, Ele mostra o derradeiro dia do Senhor, quando, não apenas uma
nação, mas todos os países do mundo (também chamado de
Grande Babilônia)
iriam se ajuntar para pelejar contra Judá.
A
ideia é que eles percebessem o quão terrível era o dia do Senhor e, então, se
dispusessem a buscar em Deus o adiamento ou até mesmo a revogação do dia do
Senhor. No capítulo 1, no entanto, a ordem era para lutar pelo arrependimento e
conversão apenas através de “boas” obras:
chorar
e gemer (Jl 1.5);
lamentar
(Jl 1.8);
tirar
as vestes religiosas e se cingir de pano de saco (Jl
1.13);
santificai
um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os
moradores desta terra, na casa do Senhor (Jl
1.14).
Isto,
no entanto, não é suficiente para afastar o juízo do capítulo 2.
Já
no capítulo 2, além das “boas obras” (Jl
2.12,15), o povo é
estimulado ao amor ao próximo (congregando pessoa por
pessoa na casa do Senhor em busca da comunhão que deveria haver através das
mais diversas festas e ofertas – Jl 2.14,16 ver; Dt 14.29; 16.11,14; 26.12,13) e, principalmente a reconhecer o
verdadeiro caráter de Deus (Jl 2.13) a ponto de se arrepender (entristecer por estar vivendo longe Dele) e se voltar para Ele (converter).
Isto,
contudo, não é suficiente para afastar o dia do Senhor. O máximo que eles
poderiam obter era bênçãos materiais a fim de ver que, sem nascer de novo, é
impossível até mesmo ver o Reino de Deus (Jo
3.3).
A
ideia é que eles percebessem que, não importasse o quanto eles se empenhassem
nas “boas” obras e nos rituais do templo, jamais poderiam ser livres do justo
juízo de Deus (Ef 2.8,9). Deus, então, envia o Espírito Santo (Jl 2.28-32),
de modo que toda carne pudesse ter a oportunidade de ser salva. Infelizmente,
apenas uns poucos se dispõem a invocar o nome do Senhor para receberem esta
salvação de Deus dentro de si.
Resultado:
o dia do Senhor finalmente virá. Todavia, o Espírito Santo irá capacitar os que
crerem a serem mais que vencedores nele (2Pe
2. 1Ts 1.10) a fim de
poderem, enfim, permanecer na companhia Dele eternamente (Sl 23.6).
A
ideia do dia do Senhor não é a destruição dos inimigos, mas sim a presença
permanente de Deus na nossa vida (Jl 3.17,21), sendo isto que nos confere a
verdadeira paz de espírito (Êx 33.14; At 4.19).
Considerações Gerais:
O
dia do Senhor é retratado como o dia que Deus suscita os pagãos para punir o
povo de Deus e, em seguida, ser destruídos.
O julgamento de Deus cai sobre as plantações
no cap 1. O alimento fica escasso e o culto religioso, que dele depende,
extingue; diferente dos gafanhotos do Ap 9.4,5 onde nenhuma plantação é
afetada, mas apenas as pessoas.
No capítulo 2, tem-se a guerra: a invasão de
Nabucodonosor que haveria de levá-los em cativeiro para a Babilônia.
Neste livro, há semelhança com alguns
dos profetas pré-exílicos:
“Ai
do dia! Porque o dia do SENHOR está perto, e virá como uma assolação do
Todo-Poderoso.” (Jl 1.15);
“Clamai,
pois, o dia do SENHOR está perto; vem do Todo-Poderoso como assolação.” (Is 13.6);
“Diante
dele um fogo consome, e atrás dele uma chama abrasa; a terra diante dele é como
o jardim do Éden, mas atrás dele um desolado deserto; sim, nada lhe escapará.” (Jl 2.3);
“Porque
o SENHOR consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará
o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do SENHOR; gozo e
alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia.” (Is 51.3);
“E
dirão: Esta terra assolada ficou como jardim do Éden: e as cidades solitárias,
e assoladas, e destruídas, estão fortalecidas e habitadas.” (Ez 36.35).
“Diante
dele tremerá a terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as
estrelas retirarão o seu resplendor.” (Jl
2.10);
“Porque
as estrelas dos céus e as suas constelações não darão a sua luz; o sol se
escurecerá ao nascer, e a lua não resplandecerá com a sua luz.” (Is 13.10)
“E
há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no
monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o SENHOR, e entre
os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar.” (Jl
2.32);
“Mas
no monte Sião haverá livramento, e ele será santo; e os da casa de Jacó
possuirão as suas herdades.” (Ob 17);
“Forjai
espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou
forte.” (Jl 3.10);
“E
ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão
as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará
espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear.” (Is 2.4);
“E
julgará entre muitos povos, e castigará nações poderosas e longínquas, e
converterão as suas espadas em pás, e as suas lanças em foices; uma nação não
levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” (Mq 4.3);
“E
o SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; e os céus e a
terra tremerão, mas o SENHOR será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos
filhos de Israel.” (Jl 3.16);
“Ele
disse: O SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; os prados
dos pastores prantearão, e secar-se-á o cume do Carmelo.” (Am 1.2);
“Por
isso farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do
furor do SENHOR dos Exércitos, e por causa do dia da sua ardente ira.” (Is 13.13);
“E
vós sabereis que eu sou o SENHOR vosso Deus, que habito em Sião, o meu santo
monte; e Jerusalém será santa; estranhos não passarão mais por ela.” (Jl 3.17);
“E
multiplicarei homens e animais sobre vós, e eles se multiplicarão, e
frutificarão. E farei com que sejais habitados como dantes e vos tratarei
melhor que nos vossos princípios; e sabereis que eu sou o SENHOR.” (Ez 36.11);
“Desperta,
desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupas formosas,
ó Jerusalém, cidade santa, porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem
imundo.” (Is 52.1)
E
há de ser que, naquele dia, os montes destilarão mosto, e os outeiros manarão
leite, e todos os rios de Judá estarão cheios de águas; e sairá uma fonte, da
casa do SENHOR, e regará o vale de Sitim.” (Jl
3.18);
Eis
que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que
pisa as uvas ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os
outeiros se derreterão.” (Am 9.13).
Joel
significa “aquele para quem Jeová é Deus “,
ou seja, são os adoradores do verdadeiro Deus.
Após
Jl 3.13 tem-se o episódio retratado em Zc 14.1-5 para, depois, continuar em Jl
3.14, havendo ligação entre Jl 3.18 com Zc 14.8, Ez 47.1 e Ap 22.1.
O
coração do povo estava muito duro. Primeiro veio a praga dos gafanhotos (Jl 1.4),
mas o povo não se arrependeu. Depois veio a invasão estrangeira (Jl 1.6,7),
mas o povo se mantinha impenitente. A seguir veio a seca (Jl 1.10-12),
mas nada de Israel se converter. Pelo contrário: revoltados com a ganância dos
ricos avarentos, decidem arrombar seus
armazéns e celeiros e provocar incêndios (Jl
1.17-20) a fim de que
os animais deles não tivessem o que comer. Por fim, veio a Babilônia e leva
todos para cativeiro (Jl 2.2-11).
Apesar
de tudo, mesmo com o apelo dos profetas para rasgar o coração e chorar diante
de Deus (Jl 1.13,14; 2.12-17), ainda assim se recusavam a mudar (ver Jr 2.25,30; 5.3; 6.16; 7.28; 8.4,5; 43.2,3; 44.16-19). Então, MESMO SEM CONVERTEREM, Deus
lhes permite voltarem para a terra prometida e restaura suas bênçãos, de modo
que eles pudessem cultuar a Deus novamente (Jl
2.18-27).
A
ideia é semelhante a quando se leva um objeto a um lugar alto e depois o lança
abaixo. Se o mesmo não se quebranta ao cair no chão, leva-se o objeto a um
lugar mais alto ainda e dali o lança abaixo.
Foi
o que aconteceu. Deus restaurou a prosperidade de Israel. Infelizmente, ao
invés de serem gratos a Deus, se apegaram novamente à idolatria, imoralidade e
injustiça. Deus então manda o juízo através do exército de Roma que destruiu,
em 70 D.C., Jerusalém e espalhou os judeus mundo afora.
Só
que, antes disto, para despertar os servos Dele e prepará-los para a invasão romana
que ia deixar Jerusalém desolado, Deus envia o Espírito Santo como chuva
temporã (Jl 2.28-32; At 2 – esta caía na época da
semeadura). Pelo fato
de os crentes estarem muito apegados a este mundo, enxergam Jl 2.18-27 como
bênção pura. Porém, considerando que o Espírito Santo foi dado justamente para
instituir a Nova Aliança, logo a restauração do culto judaico não era bênção,
mas foi tolerado por causa da dureza dos corações (ver
Mt 19. ), a fim de
que, agora, com a destruição muito maior efetuada por Roma, os judeus pudessem
finalmente se arrepender.
Como
isto não aconteceu, Deus permite Israel voltar a ser uma nação e tem, aos
poucos, reunido Israel em sua terra. Daqui algum tempo permitirá o templo ser
reconstruído, os rituais restaurados e o rei de Israel governar o mundo
inteiro. Por quase três anos e meio o reinado do anticristo parecerá perfeito (1Ts 5.3; Ap 13.3).
Contudo, tudo isto é para que Israel possa experimentar a maior decepção de
todos os tempos e, com isto, poder reconhecer o verdadeiro Messias que Deus
lhes deu como Ele realmente é.
Mas
antes, Deus irá derramar novamente o Espírito Santo como chuva serôdia (ver Os 6.3)
a fim de despertar os que são Dele (muitos irão adormecer
por causa da falsa prosperidade promovida pelo anticristo – 1Ts 5.3; Mt 25.5;
Ap 8.1) e, então, virá
a derradeira destruição de Jerusalém e de todos os inimigos do Senhor na
batalha do Armagedom (Ap 16.16) quando, então, será inaugurado o
milênio, com Jesus reinando em uma Jerusalém renovada. É bom lembrar que é o
povão quem vai lutar (Jl 3.10).
Um
detalhe a ser observado é a conexão do dia do Senhor com fenômenos celestiais
(Mc 13.14; LC 21.26; Ap 6.12). Todas as vezes que Deus está para julgar Seu
povo, antes sinais são observados no sol, lua e estrelas (olha Jesus
confirmando esta associação – Lc 12.54-57).
Lições do livro de
Joel para nós:
Assim
como Joel entendeu todas as pragas do capítulo 1 como um sinal de que o dia do
Senhor estava prestes a vir, também temos que conhecer os sinais dos tempos em
que vivemos (Mt 16.3; Lc 12.56). As coisas espantosas e os sinais do
céu que têm acontecido (Lc 21.11), juntamente com a “restauração da
figueira” (Israel – Mt 24.32; Mc 13.28), são motivos de sobra para estarmos
convictos de que Jesus virá em breve e, deste modo, buscarmos em Deus
arrependimento e conversão.
Aliás,
os problemas na nossa vida e à nossa volta devem servir de estímulo para, não
apenas orarmos, mas também “tocarmos a trombeta” (anunciarmos
ao povo a sua transgressão e àqueles que professam o nome de Jesus os seus
pecados – Is 58.1), a
fim de que se arrependam, convertam e busquem ao Senhor misericordioso e
compassivo (e não a um Deus que,
como gênio da lâmpada, veio para atender nossos desejos egoístas – Jl 2.13).
Outro
detalhe importante é a referência a Deus como Deus Todo-Poderoso (Jl 1.15),
cuja finalidade é fortalecer nossa fé com a ideia de que nada escapa do
controle de Deus:
É
Ele quem controla a invasão dos gafanhotos (Êx
10.13,14);
É
Ele quem dá vitória sobre os gafanhotos (Êx
10.19; Jl 2.25);
É
Ele quem congrega o exército inimigo para vir contra Seu povo (Jl 2.21; 3.1);
É
Ele quem move o exército inimigo para bem longe (Jl
2.20) e o julga (Jl 3.2,12);
É
Ele quem move céus e terra para fazerem Sua vontade (Jl
2.10,31; 3.15);
É
Ele quem faz grandes (Jl 2.21) e maravilhosas (Jl 2.26)
coisas;
É
Ele quem fecha os céus (Dt 28.23; Ageu 1.10) e manda a chuva no tempo certo (Jl 2.23; Jó 5.10; 37.6; Am 5.8; 9.6).
Para
Joel, Deus ser relaciona de modo especial com Israel:
Eles
são o seu povo (Jl 2:17-19, 26-27;
3:2-3,16), e Ele é o
seu Deus (Jl 1:16; 2:13-14; 3:17);
Eles
são a sua herança (Jl 2:17, 3:2);
Os
bens de Israel são Seu (Jl 3:5);
A
terra deles é Sua terra (Jl 1:6; 2:18, 3:2), e suas plantações pertencem a Ele (Jl 1:7).
Joel
também ilustra a importância da solidariedade: note como as pragas afetam seres
humanos (Jl 1.5), o chão (Jl 1.10), os animais (Jl 1.18-20),
tal como a restauração também diz respeito a todos eles (pessoas (Jl 2.18; 3.20), chão (Jl 2.21; 3.18), animais (Jl
2.22; 3.18 junto com Ez 47.8-10)).
Outra
consideração importante é que Deus ordena que todos congregassem, incluindo
mulheres casadas e até os que mamam. Com isto podemos aprender duas coisas:
E Não existe salvação de carona. Esta
ideia de que apenas o líder é punido quando os servos se submetem a ele é
mentira. Embora homem e mulher sejam herdeiros da mesma graça de vida, ainda
assim ela precisa buscar pessoalmente a Jesus, necessitando também de receber
as promessas de Deus, incluindo o Espírito Santo.
E Esta ideia de que as criancinhas já
estão salvas é mentira! Mesmo sendo muito jovem, é preciso conduzi-la até a
presença de Deus para clamar a Deus e receber Dele. Você pode se perguntar: mas
como? Lembre-se que é da boca dos pequeninos e das crianças de peitos que surge
o perfeito louvor (Mt 21.16). A explicação é que a salvação não
depende da consciência da pessoas, mas sim da ação de Deus no interior dela.
Também
deve-se notar que, embora Deus restaure as bênçãos físicas, a alegria da pessoa
deveria ser em estar na presença de Deus (Jl 2.23) para poder servi-lO e
louvá-lO (Jl 2.26), tal como a Noiva amada que admira o caráter e sabedoria do
Seu noivo (Sl 29.2; Is 56.6).
Quando:
Considerando
que, em Jl 1.6 é noticiada uma invasão promovida pela Babilônia e que, em Jl
2.2-10 é noticiada outra invasão da Babilônia, logo, o livro de Joel foi
escrito entre uma e outra invasão.
Invasões
promovidas por Nabucodonosor, rei de Babilônia:
1º -
(2Cr
36.6,7) -> Levou Eliaquim (Jeoaquim – 2Cr 36.4) para Babilônia, junto com
alguns dos utensílio da Casa do Senhor;
2º -
(2Cr
36.10) três meses depois (2Rs 24.8) -> Joaquim é levado para Babilônia com
os mais preciosos utensílios da Casa do Senhor e da casa do rei (2Rs 24.13),
junto com 10.000 presos (príncipes e homens valorosos, carpinteiros, ferreiros
e homens valentes (2Rs 24.14-16));
3º -
(2Cr
36.16-21) onze anos após a 2ª (2Rs 24.18) -> Matanias (Zedequias – 2Rs
24.17) é cego e levado para Babilônia, junto com a maior parte do povo e
restante dos utensílios do templo. Ficou somente os mais pobres da terra (2Rs
25.12).
É
bem provável que Joel tenha profetizado entre a 2ª e a 3ª invasão, durante o reinado
de Matanias (Zedequias), reforçando as profecias de Jeremias.
II – JOEL 1.2 a 2.17 [ ANÁLISE DO QUE DEUS PERMITIU EM JUDÁ A FIM DE QUE O POVO PERCEBESSE QUE, NÃO IMPORTA O QUE DEUS FAÇA PARA CHAMÁ-LOS PARA SI, SEM O NOVO NASCIMENTO (Jl 2.28-32; COMPARE COM Rm 8.9), NÃO EXISTE TRANSFORMAÇÃO DE VIDA
Análise
dos acontecimentos:
O que aconteceu? “O que ficou da
lagarta, o comeu o gafanhoto, e o que ficou do gafanhoto, o comeu a locusta, e
o que ficou da locusta, o comeu o pulgão.” (Jl
1.4).
Quem foi atingido? Principalmente os
bêbados (Jl 1.5).
O que eles deveriam
fazer?
Despertai, ébrios, e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho (Jl 1.5).
Por que? Por causa do mosto,
porque tirado é da vossa boca (Jl 1.5).
O que aconteceu? “... uma nação subiu
sobre a minha terra, poderosa e sem número; dos seus dentes são dentes de leão,
e tem queixadas de um leão velho.” (Jl 1.6).
Quem foi atingido? Judá: Fez da minha vide uma assolação, e tirou a
casca da minha figueira, e despiu-a toda, e a lançou por terra; os seus
sarmentos se embranqueceram. (Jl 1.7).
O que eles deveriam
fazer?
“Lamenta como a virgem que está cingida de pano de saco pelo marido da sua
mocidade.” (Jl 1.8).
Por que? “Foi cortada a oferta
de manjar e a libação da Casa do SENHOR; os sacerdotes, servos do SENHOR, estão
entristecidos.” (Jl 1.9).
O que aconteceu? Seca: o campo está
assolado, e a terra, triste; porque o trigo está destruído, o mosto se secou, o
óleo falta.” (Jl 1.10).
Quem foi atingido? Principalmente os
lavradores e vinhateiros: Os lavradores se envergonham, os vinhateiros gemem sobre
o trigo e sobre a cevada (Jl 1.11).
Por que? Porque a colheita do
campo pereceu. A vide se secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a
palmeira, e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e a alegria se
secou entre os filhos dos homens. (Jl 1.11,12).
O que deveria ser
feito? Os sacerdotes deveriam interceder pelo povo: “Cingi-vos
e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai,
vestidos de panos de sacos, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a
oferta de manjares e a libação cortadas foram da Casa de vosso Deus. Santificai
um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os
moradores desta terra, na Casa do SENHOR, vosso Deus, e clamai ao SENHOR. (Jl 1.13,14).
O que aconteceu? Vandalismo e roubo em
virtude de as pessoas ficarem retendo o alimento, por temerem ficar sem nada ou
para explorarem os mais pobres (ver Am 8.4,-6): ”A semente apodreceu
debaixo dos seus torrões, os celeiros foram assolados, os armazéns, derribados,
porque se secou o trigo.” (Jl 1.17).
Quem foi atingido? O culto a Deus: A
alegria e o regozijo foram excluídos da Casa de Deus (Jl 1.16).
Por que? Porventura o mantimento
não está cortado de diante de nossos olhos? (Jl
1.16).
O que eles deveria ser
feito? Tocai
a buzina em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade; perturbem-se
todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele está perto; dia de
trevas e de tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas; (Jl 2.1,2).
O que aconteceu? Vandalismo (através de incêndios): A ti, ó SENHOR, clamo, porque o fogo
consumiu os pastos do deserto, e a chama abrasou todas as árvores do campo.; (Jl 1.19,20).
Quem foi atingido? Animais,
principalmente o gado. “Como geme o
gado! As manadas de vacas estão confusas, porque não têm pasto; também os
rebanhos de ovelhas são destruídos”. (Jl
1.18).
Também todos os animais do campo bramam a ti (Jl
1.20).
Por que? Porque os rios se
secaram, e o fogo consumiu os pastos do deserto. (Jl
1.20).
O que eles deveria ser
feito? Tocai
a buzina em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade; perturbem-se
todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele está perto; dia de
trevas e de tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas; (Jl 2.1,2).
O que aconteceu? Invasão do exército da
Babilônia: “como a alva espalhada sobre os montes: povo grande e poderoso, qual
nunca houve semelhante, nem depois dele haverá mais até os anos de muitas
gerações. Diante da sua face devora o fogo; e atrás dele abrasa a chama: diante
dele a terra é como o jardim do Éden, e atrás dele um deserto assolado. Ninguém
dele escapou. A sua aparência é como a aparência de cavalos; e como cavaleiros,
assim correm. Saltam como o estrondo de carros sobre os cumes dos montes, como
o sonido duma chama de fogo que devora o restolho, como um povo forte posto em
ordem de batalha. À vista deles os povos estão angustiados; todos os semblantes
empalidecem. Correm como valentes; sobem o muro como homens de guerra; marcham
cada um nos seus caminhos, e não se desviam das suas fileiras. Não empurram uns
aos outros; marcham cada um pelo seu carreiro: abrem caminho por entre as
armas, e continuam no seu caminho. Pulam sobre a cidade; correm pelos muros;
sobem nas casas; entram pelas janelas como um ladrão. Diante dele tremerá a
terra, abalar-se-ão os céus; o sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas
retirarão o seu resplendor. (Jl 2.2-10).
Quem foi atingido? Todo Judá (Jl 1.20).
O que deveria ser
feito? Ainda
assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e
isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as
vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus; porque ele é
misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e
se arrepende do mal. Tocai a buzina tem Sião, santificai um jejum, proclamai um
dia de proibição. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os
anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e
a noiva, do seu tálamo. Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o
alpendre e o altar, e digam: Poupa o teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua
herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele; porque diriam
entre os povos: Onde está o seu Deus? (Jl
2.12,13,15-17).
Por que? Quem sabe se se
voltará, e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de manjar e
libação para o SENHOR, vosso Deus? (Jl 2.14). Afinal, tudo que
estava acontecendo era Deus executando Sua Palavra através do Seu exército (Jl 2.11).
III – Jl 1.2-1.20 [ OS ANIMAIS, PLANTAS E ATÉ A TERRA SÃO MAIS FIEIS EM CLAMAR A DEUS DO QUE O PRÓPRIO POVO DE DEUS
A importância em ouvir a Palavra de Deus e comunicá-la às gerações vindouras
Deus começa direcionando Sua Palavra aos
anciãos que, além de autoridades constituídas para execução da justiça de Deus (Dt 19.12; 21.1-9,19;
22.13-21; 25.7-8; 32.7) eram pessoas que, por terem vivido há muitos anos, tinham
condições de perceber mudança no tempo espiritual. Sobre
a importância de ouvir a voz de Deus e Sua Palavra, veja (Êx 23.21,22; Dt 4.30,36; 5.24; 9.23; 26.17; 28.1,2; 30.2,20; Js
24.24; 1Sm 12.14; Jó 37.5; Sl 18.13; 46.6; 95.7; Jr 10.13; 40.3; 51.16; Dn
9.14; Jl 3.16; Jo 5.25; 10.3,4; Hb 3.7,15; 4.7; Mt 11.15; 13.9,43; Mc 4.9; Lc
14.35; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22; Dt 32.1; Is 1.10; 28.23; Os 5.1; Mq 1.2).
Na
época deles (em que eles eram
crianças e jovens)
e nas dos pais deles, nunca tinha havido uma sucessão de pregas tão
devastadoras. Contudo, a maioria dos jovens e adultos não estavam cientes da
prosperidade de Deus na época de seus pais, avós, bisavós, etc. É bem provável
que, nesta época, a comunhão familiar estivesse frágil ou, quando não, apoiada
em coisas mundanas e banais. O costume de anunciar os feitos de Deus (Sl 44.1; 78.4-6; Êx 13.8; Js 4.7; Mq 2.9), bem como Sua vontade
(Gn 18.19) havia sido esquecido.
Logo,
os moradores da terra a quem os anciãos deveriam se dirigir (Sf 1.2) eram os filhos, filhos dos filhos, etc. (Sf 1.3). A ideia é que eles não considerassem as calamidades com
algo natural e normal, mas a intervenção de Deus por causa dos pecados deles.
Mais ainda: que eles estivessem sempre avaliando o mover de Deus, de modo que
tivessem sempre em mente a alegria na presença do Senhor (Sl 2.11; 32.11; 97.12; 98.4; Jl 2.23; Hc 3.19; Mq 7.7; Fp 4.4). Como uma esposa
amada, eles deveriam sempre verificar se o Criador estava se agradando deles.
Falar
dos juízos de Deus era uma forma de estar sempre lembrando ao povo a veracidade
e perfeição da lei do Senhor.
A forma de cada criatura se comportar em meio à crise
Veja
a diferença de postura entre as mais diversas criaturas em decorrência da
crise:
1.
Os
anciãos (as pessoas mais indicadas, a princípio, a
serem ouvidas na hora do julgamento em virtude da sabedoria e experiência
adquirida ao longo dos anos)
-> Não estavam considerando os caminhos deles, muito menos as consequências
dos seus atos (Jl 1.2), sendo que eles deveriam comunicar às
gerações vindouras as leis e os feitos de Deus (Jl
1.3; Gn 18.19; Dt 6.6-8; 11.18-20; Sl 78.6-8; Êx 13.8,14; Js 4.7);
2.
Os
bêbados e todos os que bebiam vinho -> mesmo sendo privado do mosto, estavam
acomodados (Jl 1.5) (Isaías
profetizou algo semelhante para Israel (Is 24.7,11; 32.10) e Jeremias para
Moabe (Jr 48.33)).
Aliás, enquanto havia vinho, eles eram capazes de rir, mesmo diante das maiores
calamidades nacionais. Como quase todos eram chegados à bebida feita da uva, o
que isto está dizendo é que toda a nação estava como que entorpecida, incapazes
de reagir diante do perigo.
Mas
então, por que deveriam lamentar a falta daquilo que lhes deixava neste estado?
Independente de qual seja o nosso desejo, devemos fazer todas as nossas
petições conhecidas diante de Deus (Fp 4.6), sem jamais desistir, enquanto não
houver uma resposta de Deus. Só assim poderemos conhecer Sua vontade e ter
nossa vontade alinhada à Dele.
3.
Os
sacerdotes e ministros do Senhor (levitas) -> o máximo que se via era tristeza
de alma (Jl 1.9). Todavia, nada de buscar a face de Deus, apesar de:
a.
Estar
cortada a oferta de manjar e a libação da casa do Senhor (Jl 1.9,13;2.14).
Note a apatia: três vezes é dito a mesma coisa. A tristeza não era porque as
pessoas deixaram de cultuar a Deus, mas sim porque a parte que lhes tocava das
ofertas não estava lhes chegando à boca (Nm
18.8-15; ver Mq 3.5).
Além disso, o cessar do culto era visto como reprovação de Deus e, obviamente,
maldição.
Inclusive,
ao permitir perda na colheita da uva, trigo e oliveiras, na verdade, o que Ele
queria era dar fim ao culto (lembre-se que estes
elementos indispensáveis ao mesmo (ver Lv 6.14-17; 24.1-9)). Com tamanhas perdas, não havia como
os sacrifícios diários continuarem (veja outros exemplos
disto em Dn 8.11; 11.31; 12.11).
b.
O mantimento
estar cortado de diante de todos os olhos, a alegria e o regozijo, da Casa de Deus
(Jl 1.16). Isto era comum acontecer durante das festas anuais, nas
quais os ofertantes comiam e bebiam com alegria na presença de Deus com ação de
graças, compartilhando uns com os outros (Dt
12.6,7,12; 16.11,14,15; Ne 8.9-12).
Daí a ordem para:
Cingi-vos
e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai,
vestidos de panos de sacos, durante a noite, ministros do meu Deus (Jl 1.13 – Isaías profetizou que Deus convidaria as pessoas a fazerem
isto – Is 22.12). Este
chamado é dirigido principalmente os sacerdotes em virtude de, não apenas ser
obrigação deles interceder pelo povo (Lv
10.17; Nm 18.1), mas
também porque o pecado deles, além de servir de estímulo para outros pecarem,
era mais grave por serem eles os conhecedores e guardiães da Palavra de Deus. Eles
tinham tão pouca disposição de servir a Deus que, quando, aparentemente, a ira
de Deus parecia ter passado (Jr 4.8), voltavam a pecar (tal como se dava com faraó – Êx 8.15,31,32; 9.34).
Eles
deveriam, não apenas se cingirem com panos de saco (compare
com Is 33.11), que é
símbolo de humilhação (ver 1Rs 21.27,29), mas até entrarem no templo e passarem
a noite vestidos de panos de saco (isto lembra o que fez
o rei Acabe – 1Rs 21.27).
Cingir de pano de saco deveria servir para mostrar a dor pelo pecado cometido (2Sm 3.31; 2Rs 6.30; Jr 4.8) a fim de que outros enxergassem também que algo precisava
mudar.
Quanto
ao lamento, eles deveriam se lembrar do tempo em que eles eram fieis a Deus (Ml 2.5,6),
tal como uma virgem apaixonada pelo marido da mocidade (Jl 1.8);
Quanto
ao fato de se referir aos sacerdotes como “ministros do meu Deus”, Joel estava:
I.
Lembrando-lhes
de que, como ministros de Deus, deveriam viver do evangelho (1Co 9.13,14),
ou seja, fazer da casa de Deus a sua própria casa (lar,
refúgio, sustento, etc.);
II.
Deixando
claro que ele também era um ministro de Deus e estava ali, não por sua vontade,
mas enviado por Ele;
b.
Santificai
um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os
moradores desta terra, na Casa do SENHOR, vosso Deus, e clamai ao SENHOR (Jl 1.14; note como a mesma ordem é dada em Jl 2.15,16). Por serem os anciãos, líderes do
povo, eles deveriam ser também os primeiros a serem congregados. Os responsáveis
por conduzir o povo ao pecado deveriam, agora, conduzi-los à santidade. Mas
para isto, primeiro era necessário proclamar um dia em que trabalhar fosse
proibido (Jl 2.15,16; 1Sm 7.5,6; 2Cr 20.3,4,13), pois só assim eles se dedicariam a
buscar ao Senhor a fim de reconhecerem seus pecados (Tg
4.8,9), se
arrependerem e converterem.
4.
O
campo e a terra -> arrasados e tristes porque o trigo estava destruído, o
mosto seco e o azeite em falta (Jl 1.10). O detalhe é que o mosto é resultado
do espremer da uva e o azeite, da oliveira (Mq
6.15) (ou seja, não eram elementos naturais da terra), sendo usados no culto a Deus. Em
outras palavras, campo e terra lamentavam a apostasia;
5.
Lavradores
-> ficavam confusos e cobriam a cabeça, mas nada de clamarem a Deus (Jl 1.11; Jr 14.3,4);
6.
Vinhateiros
-> gemiam por causa do trigo e da cevada, por ter a colheita do campo
perecido. Vem a questão: porque ele ficou incomodado com a destruição das
colheitas dos lavradores, mas não ficou incomodado com a perda da própria
colheita? É bem provável que eles estivessem vivendo às custas dos lavradores, sem
qualquer preocupação em ter o que repartir com o que tiver necessidade (Ef 4.28);
7.
Os
filhos dos homens -> a alegria deles se secou (Jl
1.12) porque:
a.
O
que ficou da lagarta, o comeu o gafanhoto, e o que ficou do gafanhoto, o comeu
a locusta, e o que ficou da locusta, o comeu o pulgão (Jl 1.4).
Tal praga fora profetizada por Moisés, caso eles se recusassem em ouvir a voz
de Deus (Dt 28.38,39). Veja o quão terrível era o estrago
causado por uma praga de gafanhotos (Êx 10.1-15; Dt 28.38;
1Rs 8.37; Sl 105.34-35; Am 4.9).
Detalhe: a seca e as
pragas de gafanhotos costumavam ocorrer simultaneamente (1Rs 8.35-37; 2Cr 6.26-28; Am 4.6-9).
b.
Uma
nação invadiu (Jl 1.6), fazendo da vide uma assolação e
tirando a casca da figueira, despindo-a toda e a lançando por terra, a ponto de
seus sarmentos se embranquecerem (Jl 1.7).
c.
A
vide se secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a palmeira, e a
macieira; todas as árvores do campo se secaram (Jl
1.10,12). Era comum
eles festejarem por ocasião da colheita (Sl
4.7; Is 9.3). Até
mesmo na lei mosaica havia a festa da colheita (Êx
34.22) e outras
ocasiões onde eles deveriam se alegrar comendo e bebendo diante do Senhor (Dt 12.6,7; 16.11,14,15; Ne 8.9-12);
Contudo,
nada de clamarem a Deus;
8.
Os
animais do campo -> embora o gado gemesse e ficasse confuso (Jl 1.18),
também bramavam a Deus porque os rios se secaram, e o fogo consumiu os pastos
do deserto (Jl 1.20). Veja como os animais têm prazer em
ver Deus suprindo os Seus (Is 43.20);
9.
O
profeta Joel -> Clama a Deus (Jl 1.19), pois, além de considerar os problemas
da nação como se fossem os seus próprios, sabia muito bem que o coração das
pessoas estava incapaz de se envergonhar ou temer a Deus e tremer diante de Sua
Palavra. Assim, num dado momento, ao invés de se dirigir ao povo, se dirige ao
próprio Deus em favor deles (algo semelhante
acontece em Is 15.5; Jr 23.9).
Note a compaixão de Deus em Joel, considerando-se pessoalmente atingido pelas
calamidades, como se fosse algo particular seu que fosse ferido:
a.
uma
nação subiu sobre a minha terra, poderosa e sem número (Joel faz menção de algo deste tipo novamente em Jl 2.2,11); os seus dentes são dentes de leão, e
tem queixadas de um leão velho. (Jl 1.6). O fato de ter sido comentado antes
sobre os gafanhotos é porque os mesmos se multiplicam facilmente (Jz 6.5; 7.12; Jr 46.23; Na 3.15). Quanto aos dentes de leão, mostra que
eles vão roer tudo pela frente. Logo, os gafanhotos com dentes de leão de Ap
9.8 indicam que os mesmos serão numerosos e poderosos, ou seja os inimigos do
Senhor irão se multiplicar rapidamente.
Detalhe:
não compara os dentes da pessoa com os do leão; antes, afirma que os dentes
delas são de leão, que é símbolo da Babilônia (Dn
7.4).
b.
fez
da minha vide uma assolação, e tirou a casca da minha figueira, e
despiu-a toda, e a lançou por terra; os seus sarmentos se embranqueceram. (Jl 1.7).
O detalhe é que, antigamente, a plantação de uva era abundante na terra de
Canaã (Nm 13.23,24). Pensando que a vinha que Deus é a
casa de Israel, Ele está dizendo que iria deixá-la à vontade para executar seus
desejos e, obviamente, ficar repleta de espinhos, assolada (Is 5.6; Sl 81.12; Rm 1.24,28). Quem não quer Jesus, será livre do verdadeiro amor e
livre para caminhar rumo a todo o mal que seu coração é capaz de conceber (Rm 6.20,21).
Ninguém se preocupa em lutar pelo que é seu. Antes, prefere destruir só para fazer sofrer e afastar aqueles que não lhe agrada
A
verdade é que, infelizmente, não temos considerado a família, os governantes, o
país em que vivemos, etc., como sendo nosso (tal
como ordena 1Co 3.21-23).
A ideia de propriedade só existe quando se refere a algo privado. Por que não
podemos considerar algo público como nosso também, a ponto de zelar por isto (veja Israel sendo liberto quando
Débora se levantando como mãe em Israel (Jz 5.7))? O povo de Deus tem se comportado como
os da Babilônia, mesmo quando se reúnem para terem “comunhão”: cada um
marchando no seu caminho (pensando em seus
sonhos, ao invés de crer que o plano de Deus para sua vida é melhor do que tudo
que sua mente pode conceber – Fp 3.20),
sem se desviar da sua fileira (Jl 2.7).
O
detalhe é que, aqui (Jl 1.19,20), o incêndio foi provocado pelos
vândalos de Jl 1.17. Em Jl 2.3, é o exército do anticristo o responsável pelo
incêndio. É impressionante como as pessoas, preferem destruir uma bênção (se isto causar a destruição do inimigo), a buscar em Deus a transformação do
inimigo e, deste modo, preservar as bênçãos (a
pessoa e aquilo que lhe foi confiado).
Aliás, as instruções de Deus para destruir bosques, animais, etc. (Dt 7.5; 1Sm 15.3),
era para todos virem que guerra nunca traz benefício.
O
povo, como um todo, sequer chegava a lamentar de coração (tal como a virgem que está cingida de pano de saco pelo marido
da sua mocidade – Jl 1.8).
Daí muitas vezes Deus ordenar que se dirigisse a Palavra a montes, céus, etc. (analise Is 24.4 e veja Is 1.2; Ez 36.4).
Como,
todavia, era possível uma “virgem” lamentar pelo marido da mocidade? Naquela
época o noivado já era considerado casamento (Dt
22.23; Mt 1.19). O
marido da mocidade representa o primeiro amor (Ap
2.4), o primeiro homem
a quem se entregou em relação sexual. Foi este quem inicialmente guiou os
sentimentos dela (Jr 2.2; Os 2.7; Ml
2.13-16) quando estava
em tempo de amores (Ez 16.8).
Ou
seja, Joel estava instruindo a terra a lamentar o fato de o povo de Israel ter
rejeitado o Criador como Seu marido e ter ido após amantes.
Um
ou outro (como os lavradores e vinhateiros) é que gemia. Contudo, no geral, embora
tristes, eles se conformaram, como se vida fosse assim mesmo. Fora aqueles que
tentavam tirar proveito da situação (como se vê, por
exemplo, em Am 8.4-6)
ou praticam atos de vandalismo.
“A
semente apodreceu debaixo dos seus torrões, os celeiros foram assolados, os
armazéns, derribados, porque se secou o trigo” (Jl
1.17).
Com
a seca, a maioria das pessoas estava passando fome e os que tinham comida
estocada, se recusavam a dar, vender ou trocar. Com isto, a semente apodreceu
debaixo dos seus torrões e o trigo se secou. Resultado: o povo os amaldiçoou (Pv 11.26),
assolando os celeiros e derrubando os armazéns e até incendiando pastos para
que o gado morresse. Infelizmente, o ser humano sem Deus não vê de bom grado a
felicidade de outrem, a menos que isto lhe traga algum benefício.
E
o pior é que, por causa da dureza dos corações, os inocentes estavam sofrendo (como se deu também em Êx 12.29; Jn 3.7; 4.11) e iriam sofrer ainda mais (Os 4.3):
“Como
geme o gado! As manadas de vacas estão confusas, porque não têm pasto; também
os rebanhos de ovelhas são destruídos... porque o fogo consumiu os pastos do
deserto, e a chama abrasou todas as árvores do campo.” (Jl 1.18,19).
Jeremias
profetiza a mesma coisa, mas com palavras diferentes:
“Pelos
montes levantarei choro e pranto e pelas pastagens do deserto, lamentação;
porque já estão queimadas, e ninguém passa por elas; nem já se ouve mugido de
gado; desde as aves dos céus até aos animais, andaram vagueando e fugiram.” (Jr 9.10);
E
sequer conseguiam perceber que tudo isto era apenas um aviso de que o dia do
SENHOR estava perto e viria como uma assolação do Todo-poderoso (Jl 1.15),
o qual seria algo único e mais terrível do que tudo que eles tinham
experimentado até então (Jl 2.2; Dt 12.1; Mc
13.19,20) (tal como se deu com os gafanhotos (Jl 1.4), com o dilúvio (Gn
9.11)). Isto mostra
que o que Deus quer fazer, na vida de cada um, é único, ao contrário do mundo
que tenta colocar todo mundo em uma fôrma (daí
a ordem de Rm 12.2). E
é esta unicidade que deve servir, para nós, como prova de que é o Senhor que
está a nos ensinar algo.
Daí
Joel clamar aos anciãos que escutassem a palavra do Senhor e comparassem os
acontecimentos daqueles dias com a situação da terra, desde a época em que eram
criancinhas (no tempo de seus pais) até aqueles dias e constatassem que
isto não estava em conformidade com a promessa dada por Deus outrora (de dar-lhes uma terra que manava leite e mel – Êx 3.8,17; 13.5;
33.3; Lv 20.24; Nm 13.27; 14.8; Dt 6.3; 11.9; 26.9,15; 27.6; 31.20; Js 5.6). E note como tal relato deveria ser
comunicado de geração em geração (Jl 1.2,3).
Mas,
como disse Jeremias, infelizmente, ninguém tomava tudo isto a peito (Jr 12.11).
Tal como nos dias de hoje, ninguém se importa em ver as pessoas destruindo o
nosso país, nem levando nossas riquezas para o exterior, a fim de serem usadas
pela elite global para destruírem a terra. A maioria dos homens só se interessa
por futebol, cerveja e prostituição, enquanto as mulheres, em novela e salão de
beleza.
Enfim,
enquanto a criação clamava a Deus por alimento (veja
exemplos disto em Jó 38.41; Sl 104.21),
pela manifestação dos filhos de Deus (Rm
8.19-22), o povo
considerado eleito pelo Senhor, se mostrava indiferente a tudo, sem sequer
cogitar a hipótese de se voltarem para o Senhor (Jr
2.25,30; 5.3; 8.4,5; 9.6; 22.21; Is 57.17; Pv 23.35). A criação sabia que a verdadeira
provisão vem de Deus (Sl 145.15; 147.9).
Detalhe:
a menção do dia do Senhor em Jl 1.15 é porque tudo isto é uma amostra grátis do
dia em que Jesus virá como juiz para estabelecer Sua justiça. Eis algumas
passagens onde se pode ver o que caracteriza o dia do Senhor:
“Uivai,
porque o dia do SENHOR está perto; vem do Todo-poderoso como assolação. Eis que
vem o dia do SENHOR, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em
assolação, e dela destruir os pecadores.” (Is
13.6,9);
“Porque
está perto o dia, sim, está perto o dia do SENHOR; dia nublado; será o tempo
dos gentios.” (Ez 30.3);
“Porque
o dia do SENHOR está perto, sobre todos os gentios; como tu fizeste, assim se
fará contigo; a tua recompensa voltará sobre a tua cabeça” (Ob 15);
“O
grande dia do SENHOR está perto, sim, está perto, e se apressa muito; amarga é
a voz do dia do SENHOR; clamará ali o poderoso. Aquele dia será um dia de
indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação,
dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de
trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.”
(Sf 1.14-16).
III - JOEL 2.1 a 2.32 [ DIANTE DA GUERRA ESPIRITUAL, COMO DEVEMOS NOS POSICIONAR PARA RECEBERMOS OS RECURSOS NECESSÁRIOS A FIM DE ALCANÇARMOS A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO QUE NOS PERMITIRÁ HABITAR ETERNAMENTE NA PRESENÇA DE DEUS?
Jl 2.1-2.11 [As características do exército do anticristo: um exército impossível de ser detido por estar sendo usado por Deus para executar Sua Palavra de modo carnal, a fim de que todos vejam quão impossível é alcançar a paz deste modo (1Ts 5.3)
“Tocai
a buzina em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade; perturbem-se
todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele está perto” (Jl 2.1).
O
toque de trombeta indicava a iminência de algum perigo (Jz 3.27; 1Sm 13.3; 2Sm 2.28; Jr 6.1; Os 5.8) ou convocava as
assembleias no templo (Nm 10.2-10; Is 27.13;
Jl 2.15).
Veja o povo de Deus sendo reunido ante o toque da trombeta de Deus (1Ts 4.16).
A
julgar pelo clamor do profeta, eles não estavam se importando nem um pouco com
a ameaça que pairava sobre as demais pessoas (tal
como em Am 6.3-6; Ez 16.49). Isto é característico da Babilônia, de onde muitos
tinham acabado de sair (note que, enquanto
eles estavam em festa, a Babilônia estava sendo invadida e eles nem se deram
conta disto - Dn 5.1-4,30). Não é em vão que a mesma profecia foi feita por Jeremias
alertando contra a vinda do exército da Babilônia (Jr
4.5).
Eles
estavam tão descuidados que, não só precisava tocar a buzina, mas também clamar
em alta voz (note como Judá era
inclinado a não ouvir a voz de Deus - Jr 2.8; 13.10). E o pior: no monte
que, a princípio, deveria ser conhecido pela santidade do Senhor (Sl 2.6). O Santo de Israel era grande no meio de Sião (Is 12.6). Logo, eles não deveriam se conformar em morar noutro
lugar (Zc 2.6-7), nem em aceitar que Sião assimilasse
os costumes de outras nações, muito menos se igualar a elas. E o pior é que, já
que eles não podiam morar na Babilônia (Jr
50.6),
eles passaram a se empenharem no sentido de trazer a Babilônia para dentro de
Israel.
Eles estavam tão presos às atividades
lucrativas (tal como Israel em Am
8.5,6)
que, para eles prestarem atenção ao aviso de Deus, era necessário proclamar um
dia de proibição (Jl 2.15).
O
detalhe é que o ato de tocar a trombeta era tarefa dos sacerdotes (Nm 10.1-10). Logo, eram eles que deveriam ser os atalaias para
alertar sobre guerra (como Os 5.8; Am 3.6).
Todas
as vezes que é mencionado o dia do Senhor, algumas características são sempre
comuns (Is 13.9,10; Jl 1.15; 2.2; Ob 15; Am
5.18-20; Sf 1.14,15):
Ele
está perto e se apressa (Rm 9.28);
É
dia de angústia e escuridão;
Aqui
é dito dele: “dia de trevas e de tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas” (Jl 2.2). A presença de sinônimos aumenta a intensidade do mal que
estava por vir e do qual, a princípio, não seria possível escapar:
“E,
olhando para a terra, eis que haverá angústia e escuridão, e sombras de
ansiedade, e serão empurrados para as trevas.” (Is
8.22).
Sem
Jesus, as pessoas seriam empurradas para as trevas, tal como se faz com o gado
na hora de mandá-lo para o abate. Ou seja, o acúmulo de sinônimos indica
tristeza sobre tristeza e escuridão sobre escuridão, até consumir a todos (ver Is 5.30; 8.21,22; Lc 21.25-28).
Quando
uma luz, aparentemente, começar a brilhar, ela estará como que espalhada por
todos os montes, revelando tão somente um povo grande e poderoso, como se a
guerra fosse solução para alguma coisa. O que parece ser luz, na verdade, é o
anúncio de mais trevas e dor (é assim que o dia do
Senhor é para aqueles que são ímpios).
Embora
isto aqui tenha algo haver com a invasão de Nabucodonosor, considerando que tal
povo é o maior e mais poderoso que irá passar por este mundo (Jl 2.2), logo está se referindo também à rebelião promovida pelo
anticristo por ocasião da 2ª vinda. Não pode estar se referindo a Senaqueribe,
rei da Assíria, porque este não chegou a invadir Jerusalém, como sugere Jl 2.9.
Além
disto, a expressão “qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá
pelos anos adiante” é também mencionada em Êx 10.14, o que prova que os
gafanhotos de Jl 1.3 nada tem haver com este exército de Jl 2.2-11, mas que
trata-se de algo inédito.
Além
disto, considerando o poder destrutivo de Jl 2.3, a única arma capaz de tamanha
destruição é a bomba atômica. Felizmente Deus, na sua vinda, promete desfazer a
destruição promovida pelo anticristo (Is
51.3; Ez 36.35).
Se bem que a expressão “atrás dele um desolado deserto” lembra o que aconteceu
na diáspora quando, após a dispersão dos judeus, a terra de Judá ficou
desabitada por muitos anos (descrito em Zc 7.14). Mas isto foi apenas
uma amostra do mal terrível que poderia ser causado pelas armas atômicas.
Contudo, enquanto Judá não se submeter a Deus, terá que viver amedrontado e
escravo da elite global.
Em
vários lugares podemos ver Deus manifestando, através do fogo, Sua ira contra o
pecado ou Sua santidade (ver Êx 24.17; Nm
9.15-16; Dt 4.11-12; 5.22-26; 32.22; Is 10.17; Ez 1.4), sem nada escapar (daí a expressão “diante...detrás” - ver 1Cr 19.10).
Também
repare como este exército reúne em si parte das pragas anteriores:
1º -
Lembra
o poder destrutivo dos gafanhotos (Jl 1.4);
2º -
Lembra
a nação que subiu contra Judá (em Jl 1.6);
3º -
Promete
invadir e praticar destruição (como em Jl 1.16,17);
4º -
Promove
incêndio (como o descrito em Jl 1.18-20).
“O
seu parecer é como o parecer de cavalos; e correrão como cavaleiros.” (Jl 1.4).
Isto lembra
os gafanhotos de Ap 9, os quais semelhantes a cavalos (Ap 9.7),
com asas cujo ruído era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao
combate (Ap 9.9). Em Jó 39.19,20 vê-se também a comparação do gafanhoto
com o cavalo, cuja característica básica era sua força (Sl 33.17; 147.10)
e coragem para a batalha (Jr 8.6).
Os cavalos
também eram o meio de transporte mais rápido da época. Ao falar dos caldeus,
Jeremias diz:
“Arco
e lança trarão; são cruéis, e não usarão de misericórdia; a sua voz rugirá como
o mar, e em cavalos virão montados, dispostos como homens de guerra contra ti,
ó filha de Sião.” (Jr 6.23).
Ajuntando Jl
2.5 com Jr 6.23, veja as características do exército inimigo:
Como
o estrondo de carros sobre os cumes dos montes, irão eles saltando (Jl 2.5).
Imagine cavalos e carros de um exército numeroso descendo uma montanha: a
velocidade é tanta que eles irão saltando e fazendo um enorme barulho. E este
barulho é capaz de percorrer longas distâncias e intimidar pessoas;
Como
o ruído da chama de fogo que consome a pragana (Jl
2.5). Um fogo como
este, normalmente, só cessa após ter consumido tudo. E como não existia máquina
sofisticada para lançar água, tal fogo representava uma calamidade da qual a
única coisa que se podia fazer era assistir a tudo, sem nada poder fazer;
Como
um povo poderoso, ordenado para o combate (Jl
2.5). O qual extermina
tudo: homens, mulheres, crianças, bebês, animais e até mesmo plantas (ver Dt 7.1-5; 1Sm 15.1-3). A impressão que se tem é que todos estão lutando pela
mesma causa;
A
sua voz rugirá como o mar (Jr 6.23). São pessoas que fazem uso da força e
violência (maldade) para obrigar as pessoas àquilo que julgam justo e certo (contrariando Zc 4.6).
Fazem muito alvoroço, revoltas, etc., além de usar a mídia para induzir as
pessoas do jeito que querem que o povo veja;
Como
valentes correrão (Jl 2.7), acreditando que
estão lutando por uma causa nobre, sem perceberem que estão, na verdade,
defendendo a injustiça e contribuindo para acabar com a liberdade dos cidadãos;
Como
homens de guerra subirão os muros (Jl 2.7). Lutarão contra
qualquer coisa ou qualquer um que se coloque no seu caminho, como se fosse o
diabo que quisesse interromper a obra de Deus (note
a expressão “guerra santa” em Jl 3.9 – ARA);
Cada
um vai no seu caminho e não se desvia da sua fileira (Jl 2.7). Cada um segue o seu rumo (Jl
2.8).
Isto lembra os gafanhotos que, embora não têm rei, marcham em bandos (Pv 30.27). Perceba como cada um deles, embora estejam em busca de
interesses particulares, ainda assim possuem o mesmo intento (como em Ap 13.3,4,8; 17.17);
Ninguém
apertará a seu irmão (Jl 2.8). Tal como se dá em
certa denominação evangélica que, embora cada um busque seus interesses, se
unem quando o assunto é construir templos ou defender sua religião como se
fosse a única certa. E o pior: achando que estão agradando a Deus;
Sobre
a mesma espada se arremessarão e não serão feridos (Jl
2.8).
Embora tal denominação despreze membros das demais denominações evangélicas e
delas fale mal, ainda assim cresce cada vez mais. Atacam os verdadeiros servos
de Deus, mas nada lhes acontece (Dn 7.11,25; 8.24,25; 11.36);
Irão
pela cidade (indo e vindo, como que
buscando cada vez mais profundamente tudo para devorar, até nada mais de bom
restar),
correrão pelos muros, subirão às casas, pelas janelas entrarão como o ladrão (Jl 2.9; Jr 9.21). Quem não entra pela porta do aprisco das
ovelhas é ladrão (Jo 10.1). Através da mídia
corporativa, entulham mentes e corações com toda a imoralidade física e
espiritual, a ponto de interpretarem a Escritura Sagrada de modo mesquinho e
mundano (ver 1Co 15.19).
Resumindo: o
exército do anticristo é arrogante, passa por cima de tudo e todos com
ferocidade e avidez, até nada restar, senão aquilo que apraz à alma deles. Este
exército é tão terrível que todos os rostos ficarão:
Magérrimos
(Jr 30.6);
Pálidos
(Na 2.10) de espanto (Jl 2.6; Jr 8.21);
Pretos,
como uma panela não ariada que acumulou sujeira (Jl
2.6).
Se
pensarmos que Joel garante que sol e lua se enegrecerão (Jl 2.10; 3.15) e que Jeremias diz que o parecer das pessoas
se tornou como negrume a ponto de não serem conhecidos nas ruas (Lm 4.8; daí cada um se espantar com seu próximo – Is 13.8), é bem provável que
trata-se de uma metáfora: sol e lua representam os governantes cujo reino se
tornará tenebroso (ele não conseguirá
mais manter a paz e a ordem conquistada em 1Ts 5.3 - Ap 16.10); as estrelas, que
representam o povo que ficará sem esplendor (daí
o destaque dado por Daniel aos sábios que ensinam a muitos – Dn 12.3), já que não terão
caráter, nem sabedoria para passar. Note como Deus desfaz a sabedoria dos
líderes (Is 40.23) e dos sábios (Is 44.25).
O
medo é tão grande (Dt 32.25) que as pessoas não
conseguem pensar com o coração (1Jo 4.18), mas apenas jorrar
toda a maldade acumulada dentro de si por anos e anos de traumas e frustrações (ignoraram a exortação de Pv 4.23).
Tal
como uma nuvem de gafanhotos é capaz de escurecer sol, lua e estrelas, o enxame
de falsas igrejas e religiões entenebrece o entendimento do verdadeiro
evangelho (Jl 2.10), de modo que praticamente ninguém
consegue ser luz neste mundo (Mt 5.14-16). Todo o caos político
e religioso visa abalar os poderes (virtudes) do céu (Is 13.10; Ez 32.7; Mt 24.29), de modo que eles fiquem presos aos
recursos e bens do mundo, bem como aos conceitos e valores deste. Todas as
revoluções que têm havido, bem como a confusão religiosa, visam enfraquecer a
confiança, tanto no homem, quanto em Deus, de modo que ninguém confie em mais
nada e ninguém (Am 8.8,9) e, deste modo, fique
fácil do anticristo enganar a todos e, com isto, estabelecer seu governo
mundial (ver Ap 13.12-15). Note que, ao toque
da 4ª trombeta, a 3ª parte do sol, lua e estrelas é ferida (Ap 8.12).
Diante
do exército do anticristo, a terra vai tremer, não apenas de modo figurado (pelo pânico que irá tomar conta das pessoas), mas também de modo
literal (através da tecnologia HAARP (Estados
Unidos) e do Armamento escalar (Rússia), ele irá provocar terremoto em várias
partes).
E
Sofonias atribui isto ao Senhor (Jl 2.11), tal como Paulo (2Ts 2.11) e João (Ap 17.17). Ou seja, toda esta
confusão religiosa é Deus bramando desde os céus através de Israel contra a Sua
habitação (Jerusalém, bem como aqueles que professam
Seu nome, mas sem se apoiarem Nele em pessoa – Jr 25.30), de modo que Seu povo
deixe de confiar na prosperidade terrena (Am
1.2)
e passe a se refugiar e fortalecer apenas no Senhor (Jl
3.16).Trata-se
de uma armadilha para capturar a Grande Babilônia (Jr
50.24)
na sua própria astúcia (Jó 5.13; 1Co 3.19), bem como todos que
nela se comprazem. E tudo isto se trata de Deus executando a Sua Palavra (Jl 2.11; Ap 18.8).
Mas
como a apostasia pode ser Deus executando a Sua Palavra?
? Primeiro: é uma oportunidade
para que os sinceros se manifestem (Mt 18.7; 1Co 11.19);
? Segundo: trata-se de
as pessoas verem o que acontece quando Deus opera através da interpretação
errônea das escrituras.
Inclusive,
por aqui podemos comprovar que o anticristo irá usar a Palavra de Deus de modo
distorcido para estabelecer Seu governo satânico, sendo esta a sua marca (Ap 13.17,18). Daí a indignação (briga
entre denominações),
alvoroço, angústia, ânsia, escuridão e trevas no dia do Senhor (Sf 1.15; Ml 3.2).
Precisamos como Igreja do Senhor!
ResponderExcluirEstar unidos, ser um povo humilde, lutando pelo mesmo objetivo em proou do Reino de Deus.
Precisamos orar pelas Igrejas e seus pastores, o Senhor visitará aqueles que se renderem de coração à Ele.
Precisamos viver num permanente clima de avivamento, a fim de fazer a vontade de DEUS, enquanto estivermos nessa terra.
Isso só será possível se a presença do Senhor estiver presente e permanente em nossas vidas.
Assim os verdadeiros adoradores faram a diferença no meio dessa geração que não quer compromisso com DEUS, como suas fieis testemunhas.
E tocaram a trombeta anunciando o grande dia!
Ide portanto e anunciai que JESUS ESTÁ VOLTANDO!!!!