quinta-feira, 1 de agosto de 2013

45 - Estudo do Livro de Joel - Parte 2



Jl 2.12-2.17 - Buscando a mudança de coração e a verdadeira unidade (Jo 17.11,21-23) a fim de que o nome de Deus não continuasse a ser blasfemado e o povo pudesse ser preparado para a verdadeira oferta a Deus (o Espírito Santo)

Após tamanha devastação por meio das mais diversas maldições, parecia não haver possibilidade de qualquer restauração. “Ainda assim” (Jl 2.12), não era tarde para eles se converterem ao Senhor de todo o coração. Contudo, a conversão não deveria ser meramente mental e de boca. Deveria ser fruto de uma profunda tristeza de coração, que os motivasse a chorar, prantear e, até mesmo jejuar (Jl 2.12), tamanha a dor (Tg 4.8,9) por serem escravos do pecado (ver Rm 3.9). Mesmo porque é pelos nossos pecados que caímos (Lm 3.39; Os 14.1).
Aliás, a verdadeira conversão se dá motivada pelo poder que há na misericórdia e compaixão de Deus (Jl 2.13; 2Tm 3.5), bem como na eficácia da Sua benignidade, bem maior do que a opressão e maldade dos inimigos. Enquanto alguém não enxerga o que é a bondade de Deus, jamais ela se entristecerá por causa dos seus pecados (Rm 2.4; 2Co 5.14). Apenas quando a pessoa experimenta o amor de Deus em si (por si e pelos demais) é que ela consegue se entregar por completo a este amor e ser salva (1Jo 4.10). Logo, apenas Jesus é capaz de circuncidar (rasgar) nosso coração e nos salvar (Ez 36.26; Rm 2.28,29; Cl 2.11), como é ordenado aqui (Jl 2.13).
Eles deveriam crer na misericórdia de Deus, ao invés de ficarem com medo das ameaças dos inimigos, vindo a usar isto como desculpa para se aperfeiçoarem no mal.
Cansados de tanto vaguear em busca de satisfazer sua cobiça (Ec 6.9; Os 9.17), eles deveriam tirar suas abominações diante Dele (Jr 4.1) (a saber, ao prestar-lhe culto). O verdadeiro culto é racional (Rm 12.1) e tem haver com esperar sempre em Deus (Sl 37.7) e guardar a beneficência e o juízo de Deus que paira sobre os infiéis e incrédulos (Os 12.6). Sempre procurando não falar palavras frívolas (Mt 12.37) ou torpes (Ef 4.29), mas apenas aquelas que promovem a edificação (Os 14.2; Hb 13.15).
Ao invés de rasgarem as vestes (Lv 10.6), como os leprosos faziam (Lv 13.45), eles deveriam rasgar o coração (Jl 2.13; Dt 4.29; Jr 29.13; Dt 10.16; Jr 4.4). Jacó (Gn 37.34), Davi (2Sm 1.11; 3.31), Jó (Jó 1.20) e Josué (Js 7.6) erraram quando assim procederam. Embora rasgar as vestes fosse sinal de luto, o importante não era prestar homenagem a um morto, nem mesmo cumprir um mero ritual. Antes, o objetivo é uma mudança no modo de pensar e sentir as coisas. Afinal, já que Deus é misericordioso, compassivo, tardio em irar-se, grande em beneficência e se arrepende do mal (Jl 2.13; Êx 34.6,7; Ne 9.17; Sl 86.15; 103.8), quem somos nós para não o praticarmos ou desejarmos, como se deu com Jonas, que se afastou do Senhor só para não ver a bondade de Deus alcançando aqueles que ele julgava ser merecedor do castigo divino (Jn 4.2).
Note como o alvo era ter o que oferecer ao Senhor, seu Deus (Jl 2.14). Não apenas ao Senhor, como se Ele fosse um mero gênio da lâmpada atendedor de desejos ou alguém a ser cultuado à distância como amuleto. A maioria das pessoas se relaciona com as demais na base da feitiçaria: ou seja, usando o dinheiro (ritual financeiro) para convencer o vendedor (entidade) a fazer o que deseja. Por isto Nínive era chamada de mestra das feitiçarias (compare Na 3.4).
Quando ofertamos algo a alguém que não seja o Senhor, ou quando ofertamos ao Senhor, mas sem tê-lo como nosso Deus, (ou seja, como aquele a quem devemos ser guiados a todo instante, de quem devemos depender), isto será uma semeadura na carne (a consequência disto é dita em Gl 6.7,8). Apenas quando Jesus é tudo em nós, nossa necessidade passa a ser digna daquilo que Deus tem para nos dar e nos tornamos capazes de ofertar algo que é digno daquilo que Deus quer operar na vida das pessoas que Ele colocou à nossa volta.
Em outras palavras, a única razão para ofertarmos a Deus é por acreditarmos que apenas Ele pode nos dar ou fazer o que precisamos. Neste caso, estamos ofertando porque queremos que as casas do Senhor (os corações dos que creem – 1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) estejam prontas para serem usadas por Ele e, assim, possamos receber, por meio delas, apenas o que vem do alto (Tg 1.16,17).
No capítulo 1 vemos o lamento dos sacerdotes em virtude dos serviços sagrados terem sido interrompidos:

?  Cortada está da casa de Jeová a oferta de cereais e a libação; choram os sacerdotes, ministros de Jeová.” (Jl 1.9);
?  Cingi-vos de saco, e lamentai, sacerdotes; uivai, ministros do altar; vinde, deitai-vos em saco a noite toda, ministros do meu Deus; porque da casa do vosso Deus está retida a oferta de cereais e a libação.” (Jl 1.13);
?  Acaso não está cortado o mantimento de diante dos nossos olhos, sim da casa do nosso Deus a alegria e o regozijo?” (Jl 1.16);

Agora é dito que, se eles rasgassem os corações, de modo que os mesmos ficassem quebrantados e contritos (Sl 34.18; 51.17; Is 57.15; 61.1), talvez Deus se voltasse arrependido (entristecido) e deixasse após si um bênção que lhes permitisse prestar-Lhe culto (Jl 2.14). Todavia, atente bem para a expressão de dúvida “quem sabe”’.
Tal expressão de dúvida se repete em Josué (Js 14.12); Amós (Am 5.15), Jonas (Jn 3.9) e Sofonias (Sf 2.3). A decisão de perdoar pertence a Deus. O arrependimento humano não determina essa decisão divina. A instrução aqui dada implica em aceitar, em seu interior, a misericórdia e compaixão de Deus que, verdadeiramente entristecem corretamente nossa alma (ver 2Sm 12.22; Lm 3.29) e nos conduz direto ao Senhor Jesus (2Co 7.9,10).
Detalhe: enquanto o ser humano primeiro se arrepende para depois converter, Deus primeiro se converte (volta) para depois se arrepender (entristecer) (Jl 2.14).
A ênfase de Joel nos rituais, a princípio, parecem sugerir que Joel valorizasse o culto a Deus. No entanto, a preocupação de Joel está na dureza do coração das pessoas que, por enxergarem a falha dos sacerdotes (note que, o tempo todo, Joel está condenando a indiferença dos ministros do Senhor por ver o povo sofrendo as calamidades e não fazer nada), estavam se negando a ofertar o necessário para que eles pudessem continuar ministrando o que Deus lhes ordenou. Para ser mais exato, o que o povo estava fazendo era dar motivo aos sacerdotes para se manterem afastados de Jesus. Por outro lado, se o povo continuasse usando de bondade para com eles, no final, estariam dando lugar para a tristeza tomar conta do coração deles (seja pelo remorso de não ter aproveitado intensamente as bênçãos que Deus lhe deu ou pelo arrependimento vindo da parte de Deus – 2Co 7.9,10).
Quando há amor, o que importa não são os erros da pessoa, mas sim o fato de ela estar do nosso lado sempre que precisamos, nos dando, da parte de Deus, aquilo que realmente necessitamos. Que importa se ela mente ou erra se, no final, ela sofre junto conosco as consequências dos seus erros e se dedica intensamente a buscar o melhor de Deus para nós e reparar o erro?
O arrependimento só precisava ser acompanhado de choro (Jl 2.12), jejum (Jl 2.12,15), reuniões no templo (Jl 2.15) e orações comunitárias lideradas por sacerdotes (Jl 2.17) porque, infelizmente, as pessoas estavam muito distantes umas das outras. Ninguém conseguia ver o próximo como parte integrante de sua vida (ninguém pertencia a ninguém).
O chamado aos rituais não era porque os mesmos eram, em si, importantes. Note como o anticristo é conhecido por fazer cessar a oferta de manjares (Dn 8.11,12; 11.31; 12.11). Se os mesmos fosse tão importantes, Deus jamais permitiria que os mesmos deixassem de existir. Antes, o que o profeta estava fazendo era despertar, no coração das pessoas, o que deveria haver por trás dos mesmos (Jl 2.14). Era uma forma de prender a atenção deles em algo por meio do qual, se eles mantivessem seus olhos e ouvidos abertos, eles poderiam ser conduzidos a Jesus (Gl 3.24,25) até poderem aprender algo direto de Deus (Mt 11.28,29; Jo 6.44,45; Ef 4.20,21; Hb 8.10-12; 2Pe 1.19; 1Jo 2.27).
Repare como primeiro o povo é instruído ao arrependimento e conversão, individualmente (Jl 2.12,13). Depois é que ele é convocado a se ajuntar para buscar esta conversão e arrependimento na vida uns dos outros (Jl 2.15,16). Só então os sacerdotes são intimados a intercederem pelo povo (Jl 2.17). Ou seja, não era para os sacerdotes ocuparem o lugar de Deus na vida do povo, nem buscar a Deus por eles, mas despertar neles o desejo de buscar a Deus.
Analisemos cada item relacionado com a reunião espiritual:

*      Tocai a trombeta em Sião (Jl 2.15) " A trombeta era usada para avisar ao povo de que eles deveriam parar tudo e se reunirem no local onde ouviram o som da trombeta (Nm 10.3). Pela segunda vez isto é ordenado aos sacerdotes (a primeira é em Jl 2.1);
*      Santificai um jejum (Jl 1.14; 2.15) " o jejum era realizado no dia da Expiação, quando todo o povo deveria lamentar os pecados seus e de toda a nação (Lv 16.29-31). Entretanto, o verdadeiro jejum é descrito em Is 58.1-12 e exemplificado em Jn 3.3-9.
*      Proclamai um dia de proibição (Jl 1.14; 2.15) " Eles deveriam abandonar toda a preocupação com os bens deste mundo (Is 58.3);

Note que, primeiro, a preocupação é instituir um dia, no qual todos deveriam deixar o trabalho e se unirem para analisarem a situação espiritual sua e de toda a nação. Só depois é dado um destaque especial às pessoas que deveriam fazer parte deste ajuntamento:

*      Congregai o povo (Jl 1.14; 2.16) " todos que não tinham nenhum cargo político (anciãos) ou religioso (sacerdotes);
*      Santificai a congregação (Jl 2.16) " Veja como a instituição dos rituais era uma desculpa para incentivar as pessoas à comunhão e à santificação (busca das coisas espirituais a fim de estar separado para uso exclusivo de Deus – ver 2Cr 30.1-27). Esta santificação, no Antigo Testamento, se dava através de rituais expiatórios e purificação com água (Êx 19.10,22);
*      Ajuntai os anciãos (Jl 2.16) " os líderes de cada tribo de Israel. Pela segunda vez isto é ordenado (reveja Jl 1.14);
*      Congregai os filhinhos e os que mamam (Jl 2.16) " normalmente mulheres e crianças não eram contados (note como mulheres e crianças eram contados à parte – Dt 2.34; 3.6; Ed 10.1; Mt 14.21; 15.38). Isto também significa que ninguém deveria ser excluído por causa da idade (2Cr 20.13). A presença dos que mamam estava indicando que até as mulheres não deveriam ficar de fora, nem mesmo gestante ou lactante;
*      Saia o noivo da sua recâmara e a noiva, do seu tálamo (Jl 2.16) " trata-se de pessoas recém-casadas que, normalmente, eram livres de toda obrigação (Dt 24.5). Mas, em virtude da gravidade da situação, marido e mulher deveriam, em mútuo consentimento, privarem-se da companhia um do outro para se dedicarem ao Senhor (1Co 7.5), como se não fossem casados (1Co 7.29).

Agora os ministros do Senhor são convocados a chorar entre o pórtico e o altar, ou seja, entre a fachada do templo (1Rs 6.3) e o altar de bronze situado no átrio, onde se ofereciam os sacrifícios (2Cr 4.1,9). Foi entre o santuário e o altar que mataram a Zacarias, filho de Baraquias (Mt 23.35). Foi entre o pórtico e o altar que os adoradores do diabo adoravam o sol de costas para o templo do Senhor, com o rosto voltado para o oriente (Ez 8.16). Como eles não estavam tendo nada para oferecer no altar, os sacerdotes deveriam estar chorando de costas para ele, com seus rostos voltados para a glória de Deus manifesta (o contrário do que faziam os adoradores do deus-sol) e intercedendo em favor do povo (Jl 2.17).
Note que os sacerdotes não deveriam orar pelos próprios sofrimentos, mas pelos do povo.
Eles não podiam se conformar em ver os pagãos insultando o povo do Senhor dizendo: “onde está o teu Deus?”, como em (Sl 42.3,9; 79.10; 115.2). Afinal, não era apenas ao povo de Israel que eles estavam insultando, mas também ao próprio Deus. Os pagãos estavam afirmando que Deus não tinha capacidade ou interesse em salvar Seu povo (Êx 32.11,12; Dt 9.26-29).
Detalhe: a frase “Poupa o teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele” é uma prova de que a praga descrita em Jl 2.1-11 não são meros gafanhotos, mas exército pagão.

Jl 2.18 a 2.27 [ A restauração física era uma oportunidade a mais dada por Deus para que pudessem reconhecer a verdadeira bênção (a presença contínua de Deus), cuja finalidade era dar fim à confusão (vergonha) no meio do povo de Deus

o   “Então, o SENHOR terá zelo da sua terra e se compadecerá do seu povo.” (Jl 2.18).

Isto não quer dizer que o Senhor não tivesse tendo zelo. Deus sempre estava zelando de Jerusalém e de Sião (Zc 1.14; 8.2). É um Deus zeloso (Dt 4.24) (atente para a súplica aflita de Daniel – Dn 9.2,3). Tanto que, mesmo o povo não tendo se arrependido, ainda assim Ele libertou Judá do cativeiro da Babilônia (Jl 2.1-11). E como podia ser diferente, já que foi Ele quem nos criou, nos adquiriu por meio de Jesus, nos fez de novo e nos estabeleceu através do Seu Espírito Santo (Dt 32.6)?
Deus sempre zelou de Israel tal como um marido que ama Sua esposa ardentemente. Infelizmente, a visão deles acerca do verdadeiro amor estava distorcida, o que estava levando até os mansos a abandonarem a justiça e a mansidão do Senhor (Sf 2.3; Mt 11.28,29).

Deus promete:

1.       Restaurar o zelo Dele pela Sua terra (Jl 2.18) " Em resposta a Jl 1.6,7;
2.       Restaurar a compaixão pelo Seu povo (Jl 2.18) " Em resposta a Jl 1.9,13,14; 2.14;
3.       Restaurar a fama deles entre as nações (Jl 2.19; Ml 3.12). Eles não precisariam mais viver daquilo que as nações produziam " Em resposta a Jl 2.17;
4.       Restaurar o trigo, mosto e azeite (Jl 2.19), de modo que as eiras se enchessem e os lagares transbordassem (Jl 2.24) " Três dos elementos que foram consumidos pela seca (Jl 1.10);
5.       Fazer o exército do norte partir para longe deles (Jl 2.20). Pelo fato de terem feito grandes coisas (coisa que é abominável aos olhos de Deus – Lc 16.15), eles seriam lançados numa terra seca e deserta (tal como os que, por confiarem em algum ser humano, passam a ser maldição ambulante (Jr 17.5,6)) e ali iriam morrer aos montões, apodrecer e cheirar mal. Trata-se do exército da Babilônia (ver Jr 1.14-15; 4.6; 6.1; Ez 38.6; 39.2). Seriam lançados para longe, tal como Deus fez com os gafanhotos no Egito (Êx 10.19) " Em resposta a Jl 2.2-10;
Detalhe: a frente do exército estar voltada para o mar oriental deve-se ao costume da Babilônia em adorar o deus-sol (normalmente, o norte é que é considerado a frente).
6.       Reverdecer os pastos do deserto, fazer o arvoredo dar o seu fruto, capacitar a vide e a figueira a darem a sua força (Jl 2.22; Zc 8.12). E tudo isto especialmente para os animais do campo " Em resposta a Jl 1.18-20;
7.       Ensinar Sua justiça, dando a chuva temporã em justa medida (Jl 2.23), ou seja, nem mais, nem menos, o que seria um grande prejuízo para a colheita " Em resposta ao vandalismo de Jl 1.17,18;
8.       Fazer descer a chuva temporã e a serôdia como antigamente (Jl 2.23; ver Dt 11.14. Jr 5.24; Os 6.3; Zc 8.12). A chuva temporã começava em outubro-novembro (outono), pouco antes da semeadura; a serôdia, em março-abril (primavera), quando já estavam amadurecendo as colheitas. " Em resposta a Jl 1.9-12.
O fato de, em algumas versões, citar “no primeiro mês” em lugar de “como dantes” é porque muitos já estavam invertendo as coisas. O primeiro mês, segundo Deus, deveria ser no dia 14 do mês de abibe (em março – Êx 12.1). No entanto, pelo fato de ser nesta época o fim da colheita, vindo depois o inverno, muitos deviam estar achando que o ano tinha começar na primavera, coincidindo com o início da colheita (ver Dn 7.25).
No entanto, no Reino de Deus, primeiro colhemos Seus benefícios (para termos o quê semear); depois descansamos (Sl 37.7) até ouvirmos Sua voz (Dt 28.1,2) para sabermos o que fazer com Suas bênçãos; só então semeamos.
9.       Restituir os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, a locusta, o pulgão, e a lagarta, Seu grande exército enviado contra eles (Jl 2.25; Ml 3.11). Seriam restituídos, não apenas os grandes prejuízos, mas também os pequenos " Em resposta a Jl 1.4.

No entanto, para que o livramento de Deus (Hc 3.13) se cumprisse:

1º - Era preciso ouvir a voz de Deus (Dt 28.1,2,12), fazer Sua vontade (Lv 26.5,16) e esperar Nele com paciência (Tg 5.7; Dt 2.14);
2º - Eles não podiam temer ser envergonhado pelos homens (Is 51.7; 1Pe 4.4), nem qualquer outra coisa que os homens temem (Is 8.12-14; Is 51.12,13; Jr 10.1; Hb 13.5,6);
3º - Era preciso enxergar tudo que estava acontecendo como coisas grandiosas da parte de Deus pro bem deles (Jl 2.21; Sl 126.2,3), a ponto de se regozijarem com isto (veja também 1Ts 5.16-18). Se, por um lado, os inimigos do Senhor estavam fazendo coisas grandiosas contra eles (Jl 2.20), Deus também estava fazendo a favor deles (Jl 2.21; Rm 5.20). Infelizmente, as pessoas têm a tendência de enxergarem apenas o que não presta. Não estão dispostos a buscarem o melhor de Deus que se acha escondido em cada circunstância. Ao invés de louvarem a Deus pelas incontáveis maravilhas (Sl 40.5), se prendem a um único ponto desagradável. Esquecem que algo só permanecerá desagradável se insistirmos que assim seja, acomodando-nos ao mal, como se as promessas de Deus fossem utopia (Jo 10.10);
Por exemplo: uma pessoa só é incômodo porque não conseguimos encontrar uma solução para a interação distorcida entre nós e ela. Embora nosso homem exterior possa ser vítima das pessoas, nosso homem interior só pode ser atacado por nós mesmos;
4º - Eles tinham que se regozijar e alegrar no Senhor (Jl 2.23; Zc 10.7), independente das circunstâncias à volta deles (Is 41.16; Hc 3.17-19; Is 61.10).
5º - Tinham que permanecer no lugar que Deus tinha preparado para eles. De nada adiantaria Deus remover o exército inimigo para o mar oriental e ocidental (Jl 2.20) se eles fossem para lá. Quantas vezes Deus ouve nossas orações, afastando o adversário da nossa vida, mas não sentimos o efeito disto por termos ido justamente para onde Deus prometeu lançar os inimigos.
Você pode questionar: “mas este lugar me pertence por direito” (Dt 11.24; Ez 47.18; Zc 14.8). Contudo, lembre-se que nosso direito está nas mãos do Senhor (Sl 37.5,6; Is 49.4). Não cabe a nós nos defendermos (Rm 8.33,34), nem irmos para o lugar da promessa sem a autorização de Deus (ver Nm 14.40-45);
6º - Era preciso zelar para que fosse mantido o necessário para preservar a Casa do Senhor (os corações dos fiéis – Ml 3.10).

E não pense que estas promessas eram boas apenas para o povo de Israel. Quando Israel era envergonhado, o nome de Deus também o era (Is 48.9-11). Veja, então, que o objetivo de eles comerem fartamente e ficarem satisfeitos era:

*      louvarem o nome do SENHOR, como Deus deles por ter procedido maravilhosamente para com eles. E não pense que este proceder tinha haver apenas com as bênçãos. Antes, toda a repreensão descrita no capítulo 1 e em Jl 2.1-11 era parte destas maravilhas, já que é esta que produz fruto pacífico de justiça naqueles que são exercitados nela (Hb 12.11). Inclusive, note como o povo só sabe que Deus é Senhor quando eles perceberem  que foi Deus que os fez ir em cativeiro e depois tornou a ajuntá-los a fim de voltarem à sua terra, sem excluir a nenhum (Ez 39.28). Daqui aprendemos que não podemos considerar ninguém como caso perdido, mas lutar por tal pessoa;
*      acabar com a vergonha do povo do Senhor (Jl 2.26,27). Afinal, no que eles precisavam se sujeitar a costumes pagãos, acabavam sendo envergonhados, enganados, roubados, e tudo em troca de um prato de comida (Mq 6.14). Quem crer em Jesus não é mais para ser confundido (Rm 9.33).
Repare como é ordenado aos lavradores que se envergonhem em virtude da colheita ter sido bem inferior ao esperado (Jl 1.11). Infelizmente, eles não estavam sentindo vergonha dos pecados deles, mas achando tudo normal.
Quanto à repetição “o meu povo nunca mais será envergonhado (Jl 2.26 e 27), não é em vão:
o   Em Jl 2.26, o fim da vergonha está relacionado com a provisão de bênçãos materiais;
o   Em Jl 2.27, o fim da vergonha tem haver com a presença permanente do Senhor no meio deles (em resposta a Jl 2.17). Deus nunca mais deixaria de falar-lhes (ver Jr 3.16,17; Ap 21.3). Isto dá introdução ao bloco seguinte que fala do derramamento do Espírito Santo.
*      Eles saberem que Deus estava no meio de Israel e que Ele era o SENHOR, Deus deles, e ninguém mais (Jl 2.27; 3.17; Lv 26.11,12; Is 42.8; 45.5,6,18,21,22; Ez 36.11; 39.22), de modo que não houvesse mais estranhos no meio dela. É importante salientar que os estranhos ao Reino de Deus só conseguem encontrar espaço na vida de alguém quando tal pessoa dá espaço para eles (ver Rm 16.17.18; 1Co 5.11) através da desobediência (ver Pv 29.8). Inclusive, é quando Deus estabelece Seu santuário no meio do Seu povo para sempre, que as nações saberão que é o Senhor quem santifica Israel (Ez 37.26-28).
o   No Antigo Testamento, Deus se mostrava presente através da Shekinah (nuvem de glória);
o   Na época dos evangelhos, Deus se mostrou presente através da Palavra que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14);
o   Hoje, Deus se mostra presente através do Espírito Santo habitando nos corações (2Co 1.22; Ef 1.13; 4.30);
o   No milênio, Deus se mostrará presente reinando pessoalmente em Jerusalém (Ez 37.26-28).

Jl 2.28-2.32 [ Ter o Espírito Santo e ouvir Sua voz agora é para todos, a fim de serem acordados (Rm 13.11,12; 1Ts 5.6) e, assim, não serem enganados pelos seus desejos, nem por quem deseje estimulá-los.

Depois que Deus restaurar a prosperidade de Judá, Ele derramará Seu Espírito Santo sobre toda carne (Jl 2.28; Is 44.3), ou seja, sobre todos aqueles que invocarem o nome do Senhor (Jl 2.32) com o fim de serem salvos das debilidades de sua carne (Rm 8.3,4), ao invés de permanecerem dormindo (Mt 25.5) diante da falsa paz do anticristo (1Ts 5.3).
Mas como é possível que a simples invocação do nome do Senhor traga salvação (Jl 2.32; Rm 10.13)? Acontece que só invoca quem crê (Rm 10.14); e só crê em Jesus aquele que confia que Ele está perto (Hb 11.6; Fp 4.5), o que será real apenas na vida de quem ouve Sua voz (Rm 10.17).
Em outras palavras, só invoca o nome do Senhor quem O conhece e nele tem prazer (Sl 37.4) a ponto de fazer, do local da Sua habitação, morada (Sl 37.7; 91.1) e refúgio (Sl 46.1). Os outros invocam a Deus, não por ser Ele quem é, mas por aquilo que querem que Ele seja (note que a base da invocação é a misericórdia e compaixão de Deus – Jl 2.13).
Esta promessa começou a se cumprir do dia de pentecostes (At 2.17) e atingirá seu ápice quando a total restauração de remanescente de Israel acontecer (Is 54.13; Jr 31.9,34; Ez 39.29; Zc 12.10) e os gentios que sobreviverem ao armagedom se converterem (Is 2.2-4; 11.9; 66.18-23; Hc 2.14; Rm 11.12,15).
A expressão “derramarei” significa que a manifestação do Espírito Santo na vida da Igreja não serão meras gotas como no Antigo Testamento, mas algo abundante (Jo 4.14; 7.37-39) sobre aqueles que estão realmente necessitados da compaixão, misericórdia, etc., de Deus (Is 41.17; 44.3) para poderem ser vitoriosos nos relacionamentos.
“Sobre toda a carne” significa que não será restrito a um pequeno grupo privilegiado (tal como se dava com os profetas do Antigo Testamento), mas a TODOS os que realmente crerem (ver Mc 16.17,18; At 2.39), de todas as idades e categorias (filhos e filhas). Todos estes serão sacerdotes e ministros de Deus (Is 61.6), e terão o Espírito Santo (Ez 36.26,27). Moisés, por enxergar a semelhança de Deus (Nm 12.8), sempre quis que fosse assim (Nm 11.29). No Novo Testamento, vê-se, por exemplo, mulheres profetizando (At 21.9; 1Co 11.5).
Mais isto não seria tudo (Jl 2.28):

*      Os velhos, que normalmente já não têm mais perspectivas para o futuro, passariam a sonhar. No Novo Testamento houve basicamente três sonhos: o de José (Mt 1.20), o dos magos (Mt 2.13) e o da mulher de Pilatos (Mt 27.19);
*      Os jovens, por outro lado, repleto de sonhos, passariam a ter a visão correta das coisas, a fim de não gastarem suas forças, energia e tempo no engano dos seus corações (ver Mc 12.24,27). Veja exemplo de visões (At 9.10; 10.10-16; 16.9; 18.9; 2Co 12.1-4).

Debaixo do Antigo Testamento, Deus se manifestava de 3 modos: sonhos, visões e profecias (Nm 12.6), que são as 3 coisas citadas em Jl 2.28, o que simboliza a total manifestação de Deus ao Seu povo, não apenas exteriormente através de sinais e dons, mas produzindo em nós Seu fruto através do cumprimento da Sua Palavra em nós pelo Seu Espírito Santo (ver Jo 14.21-23), principalmente nas circunstâncias adversas que vêm a nós. É claro que, para isto, é preciso estar disposto a contemplar a face de Deus (Ez 39.29). Profetizar é falar dirigido pelo Espírito Santo ou, se preferir, ser o porta-voz de Deus (Mq 3.8).
Além disto, é bom que fique claro que uma das razões para o Espírito Santo ser dado é justamente para acabar com a separação entre as diferentes classes sociais (Gl 3.28; Cl 3.11):

*      Sexo (filhos e filhas – Jl 2.28);
*      Idade (jovens e velhos – Jl 2.28);
*      Status (senhor ou escravo – Jl 2.29; 1Co 7.22; 12.13; Gl 3.28; Cl 3.11; Fm 16). Que fique claro: somente quando a pessoa se torna servo do Senhor é que ela se torna livre (At 2.18).

É claro que a manifestação do Messias, para quem é de Jesus, é motivo de grande alegria (ver Lc 21.25-28). Entretanto, para os ímpios, é motivo de ira, já que, aparentemente, todos os prodígios que Deus pretende mostrar no céu e na terra (Lc 21.11,25) visam atrapalhar os seus interesses: sangue, fogo, colunas de fumaça, conversão do sol em trevas (Is 13.9,10; Jl 2.10; Am 8.9; Mt 24.29; Mc 13.24) e da lua em sangue (Jl 2.30,31; Ap 6.12). Quem rejeita a vinda de Jesus em Sua graça, se recusando a servi-lo por amor, acabará sendo obrigado a servir aos inimigos com escassez e falta de tudo (Dt 28.47,48). E nada parecerá está a seu favor. Daí a expressão “Grande e terrível dia do Senhor” (Jl 2.31), também encontrada em Ml 4.5.
Só será salvo quem invocar o nome do Senhor, o qual é atribuído a Jesus (Rm 10.13; At 9.14; 1Co 1.2). Logo, devemos invocar o Senhor Jesus como Deus (tanto em caráter como em poder). Repare que o livramento que haverá em Sião e Jerusalém acontecerá como o Senhor tem dito, ou seja, precisamos ouvir a voz de Deus para sermos livres (Jl 2.32). Também urge ressaltar que o livramento é em Sião e Jerusalém, ou seja, não é em qualquer lugar. Não podemos achar que seremos livres, estando no lugar errado.
Para se ter uma ideia da importância do lugar, suponhamos que Deus determinou te dar vários casacos de pele. Se formos para um país quente, não conseguiremos utilizar a bênção de Deus. Teremos a sensação de que Deus não nos dá nada que presta.
E por que em Sião e Jerusalém? Porque é ali que Deus deseja estabelecer Sua salvação e glória (Is 46.13). Jesus vem aos que aceitam ser membro do corpo de Cristo e se desviam da transgressão (Is 59.20). Jesus não irá redimir quem está fora da Igreja, nem aqueles que, embora aceitem Jesus em suas vidas, se recusam a dar fruto (Jo 15.2). O objetivo de Jesus é criar para Si uma Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante (Rm 11.26).
Em particular, com relação a Israel, Deus está dizendo que eles não precisam temer os ímpios (Is 51.12,13; Hb 13.5,6), nem os falsos judeus. Embora a quantidade de salvos seja pequena (Is 41.14; Rm 9.27; 11.5,7) e a invasão do exército inimigo seja inevitável devido às maldades das pessoas, ainda assim haveria livramento (Zc 14.1-5) para aquele que ouvissem o chamado de Deus e atendesse, invocando-O (Jl 2.32). Resumindo: seria livre quem ouvisse o chamado de Deus e invocasse ao Senhor em conformidade com aquilo que Ele dissesse. Nada de ficar apegado àquilo que lhe foi confiado neste mundo (Mt 24.16).
Embora o livramento comece por Judá, com certeza se estenderá para todo o Israel e o remanescente das nações que se converter ao Senhor Jesus (Rm 10.12-13). Os demais, é claro, estarão sob o juízo divino (Jl 3.2,9-13). É claro que isto significa ser possuído por Judá (Ob 17; Am 9.11,12; At 15.16,17), o que implica em ser possuído por Jesus, já que Ele será rei em Sião (Jl 3.17).
Com relação ao chamado de Jesus, este tem o caráter festivo (Mt 22.3,4; Lc 14.16). Ou seja, para o remido, o livramento do pecado deve ser visto como um motivo de alegria; não por méritos, força ou esforço humano (Rm 11.5), mas pela presença de Cristo conduzindo nosso coração a sentir e pensar o que é bom.

IV - JOEL 3.1 a 3.21[ O OBJETIVO DO DIA DO SENHOR É ELIMINAR TODA CONFIANÇA QUE POSSA HAVER EM PESSOAS OU COISAS PARA QUE, ASSIM, JESUS POSSA HABITAR NO MEIO DO SEU POVO COMO REI E DEUS

Jl 3.1-3.8 [ Nações são julgadas por venderem seus escravos em troca de diversão para, com isto, poderem repartir a terra deles e usar seus tesouros na casa dos seus deuses


De Sf 2.18-27, vê-se a restauração da prosperidade de Judá, que voltou a ter tudo que havia perdido. Isto produziu, em Israel, uma sensação de paz e segurança (Ez 38.14; 1Ts 5.3). Parecia que o apelo do profeta Joel havia sido atendido (Jl 1.13; 2.14). No entanto, embora a referida restauração seja atribuída a Deus (em virtude de nada acontecer sem a permissão Dele), na verdade esta não era a verdadeira operação de Deus, mas sim a falsa paz do anticristo. Isto os levou (e os levará) a se acomodarem espiritualmente, vindo a negligenciar até a oração (Mt 25.5; Ap 8.1).
O derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28) foi dado aos verdadeiros adoradores (como os de Sf 2.3) a fim de que se despertassem e ficassem preparados para o inevitável: a invasão do exército inimigo (Ez 38.14; Zc 14.2), antes que viesse a verdadeira libertação (Jr 30.3).
Embora o profeta mencione Deus entrando em juízo contra as nações que prejudicaram Israel (Jl 3.2,12; Zc 14.3; Ez 38.22) note que o objetivo era remover de Judá e Jerusalém todo culto secular (ver Sf 3.8-11). Trata-se de Deus entrando em juízo com toda carne com Seu fogo e Sua espada (Is 66.16 Jr 25.31; 2Ts 1.7,8) a fim de fique apenas os humildes e pobres (Sf 3.12).
É oportuno notar que, todas as vezes que Deus quis livrar Seu povo, primeiro Ele permitiu que povos inimigos se ajuntassem contra Seu povo (por exemplo, em Jl 3.1; Êx 14.8,9; Jr 30.3-9; 31.15,16). Também em Gn 7.14-17 vemos Noé ficando mais de ano na arca para ser salvo do dilúvio. A ideia é que as pessoas percebam o quão doloroso é para Deus a morte do ímpio (Ez 18.23; 33.11) e, deste modo, ao invés de ansiariam pelo dia do Senhor a fim de serem livres dos inimigos, intercedam em favor deles como fez Moisés (Êx 32.9-14 ; Nm 14.11-20), Jeremias (Jr 9.1); Estêvão (At 7.60), mesmo estando debaixo de ameaça.
Detalhe: o vale de Josafá (Jl 3.2) é chamado de vale da Decisão (Jl 3.14), vale de Beraca (2Cr 20.26), sendo considerado por muitos como vale de Megido (2Cr 35.22; Zc 12.11), Armagedom (Ap 16.16) e vale do Cedrom.
Além disto, note que o motivo do juízo de Deus contra as nações:

*      O primeiro lembra o pecado cometido por Edom (Ez 36.5): espalhar Judá entre as nações a fim de se apropriarem da terra deles (Jl 3.2), repartindo a mesma por sortes (Ob 11). Note como o anticristo também fará algo semelhante (Dn 11.39). Todavia, urge salientar a expressão “minha herança”, que mostra que Deus irá defender Israel por causa do Seu amor por eles (Êx 19.5; Dt 32.9,10) e por amor do Seu nome que sobre eles estava. Tanto é assim que Ele encara a ofensa como se fosse Ele, em pessoa, que tivesse sendo agredido (Jl 3.4,5).
*      Segundo: lançaram a sorte sobre o meu povo (Ob 11; como se deu também com Nínive (Na 3.10)), e deram um menino por uma meretriz, e venderam uma menina por vinho, para beberem (Jl 3.3). Tratavam seres humanos como objetos a serem negociados em troca de prazer fútil.
Note o quão insignificante foram e serão os judeus aos olhos das nações. Elas chegaram a trocar um ser humano por uma noite de prazer sexual ou por uma dose de vinho.
É digno de nota que, toda riqueza adquirida de modo ilícito, no final, acabará sendo usada na aquisição de coisas vãs e malignas (ver Mq 1.7), que só acentuarão a destruição da pessoa (Pv 20.21).
*      Terceiro: lembra o que fizeram Tiro, Sidom e Filístia:
o   “Visto como levastes a minha prata e o meu ouro e as minhas coisas desejáveis e formosas metestes nos vossos templos;” (Jl 3.5). No que as nações estavam levando as coisas preciosas dos filhos de Judá, Deus estava considerando como se fosse Ele que estivesse sendo roubado. Isto vem a nos ensinar que não podemos tomar (ou explorar) o que é dos outros com a desculpa que é para adorar a Deus (ver 2Sm 24.24). É bem verdade que, muitas vezes os próprios judeus davam os tesouros aos inimigos em troca de favores militares (1Rs 15.18; 2Rs 12.18; 14.14). Todavia, eles não deveriam aceitar.
Além disto, o verdadeiro tesouro a ser trazido na presença de Deus são pessoas (Is 49.22; 66.20; Lc 15.7,10). O sistema religioso é cruel e, não só deixa a pessoa sozinha para resolver seus problemas, mas lhe suga a bênção que Deus lhe deu para ajudar na solução do problema. Isto, além de exigir que ela, por ela mesma, se arrependa, converta e aja corretamente, o que agrava sua aflição de espírito;
o   “e vendestes os filhos de Judá e os filhos de Jerusalém aos filhos dos gregos, para os apartar para longe dos seus termos;” (Jl 3.6). Como não existia meio de transporte avançado na época, a ideia era acabar de vez com toda esperança de, um dia, voltar ao lugar que Deus lhes deu.

A Filístia, em particular, guardava perpétua inimizade, executando vingança com malícia de coração (Ez 25.15-17). Uma coisa é a vingança de Deus que visa fazer a graça superabundar onde o pecado abunda (Rm 5.20); outra é a vingança que concorda com a ação do diabo de destruir a bênção que Deus criou, se conformando que a mentira triunfe sobre a verdade, como se a maldade fosse mais forte que a bondade.
Repare, todavia, a expressão: “que tendes vós comigo?”. É como se Deus estivesse dizendo: por que vocês insistem tanto em destruir o meu povo e impedir que o meu nome seja cultuado tal como ordenei por meio dos profetas?
Esta expressão é usada também em:

*      Js 22.24 [ onde os filhos de Rúben, Gade e metade da tribo de Manassés construíram um altar para reivindicar diante dos demais israelitas sua relação com Deus;
*      Jz 11.12 [ onde Amom reivindicava parte da terra de Israel como sendo sua;
*      2Sm 16.10 [ onde Abisai reivindicava o direito de defender a honra de Davi, sendo que, no fundo, Davi nunca foi, de fato, rei dele, já que matou Abner sem a permissão do rei (2Sm 3.26,30).
*      Mt 8.29 [ onde os demônios achavam que tinham direito à terra dos gadarenos.

A verdade é que, quando brigamos com alguém, é porque enxergamos na pessoa algo que achamos ser nosso. Mas no caso de Tiro, Sidom e Filístia, que ligação havia entre o culto ao Deus verdadeiro e os rituais dos deuses pagãos? Se eles não valorizavam o Deus de Israel, então por que fazer uso daquilo que tinha algo haver com Ele em seus cultos? E se o Deus de Israel era real, então não era mais conveniente se entregarem a Ele?
A verdade, contudo, é que eles cometiam o mesmo erro que os judeus e os crentes de hoje: querem as coisas de Deus, mas não O querem (Mt 21.38).
Entretanto, não importa o quanto Tiro, Sidom e Filístia se esforçassem para distanciar os judeus daquilo que Deus tinha para eles; não importa o esforço deles para apagar o nome de Israel e de Deus da terra: Deus iria trazê-los de volta (Is 43.5,6; Jr 23.8). Mais ainda: Deus iria vender os descendentes deles aos sabeus, os quais descendiam de Cuxe (Gn 10.7). Trata-se de um povo distante (Jl 3.8), mercadores de alta estatura (Is 45.14) e dados à guerra (Jó 1.15), mas que haveria de se converter ao Senhor (Sl 72.10).
Para que você compreenda o motivo pelo qual Deus estava irado com estas nações, a atitude deles para com Judá era, na verdade, a retribuição que eles estavam dando ao Senhor pelas bênçãos que Dele receberam (Sf 3.4).
Entenda: tal como fizera com os filhos de Babilônia (Is 47.6), Deus decidiu entregar os filhos de Judá nas mãos destas 3 nações por ter se agastado contra eles. No entanto, ao invés de atentar para tudo (Is 47.7) e ser grato a Deus por, não apenas entregar as riquezas de Judá em suas mãos (incluindo Seu povo), mas lhes permitir enxergar a realidade do julgamento de Deus e, com isto, evitar todo o juízo descrito em Jl 3.2,9-15, não! Eles preferiram usar os bens para cultuar ainda mais seus ídolos (como se fossem eles que tivessem lhes dado vitória) e as pessoas, para prostituir e se embebedarem.
 Ao entregar os judeus nas mãos dos gentios, a ideia é que eles aproveitassem para conhecer melhor a Deus (vale lembrar que apenas eles tinham posse dos oráculos de Deus (Rm 3.2; 9.4,5 - lembre-se que na época não existia imprensa). Era uma oportunidade única para conhecerem a Deus e aprender usar Seus dons e talentos. Infelizmente, desperdiçaram tudo com seus pecados e, agora, todos os prazeres carnais possíveis de serem conquistados com os dons e talentos de Deus foi assimilado pelas demais nações que, agora, fariam com eles exatamente o que fizeram com os judeus, só para poderem usufruir das mesmas tentações.
Só que, primeiro, eles seriam entregues aos judeus (Sf 3.8) a fim de serem julgados pela palavra que rejeitaram e, também, dar ocasião para Judá perceber qual é o fruto da vingança humana e aceitarem, de vez, que a maior proteção não está nas bênçãos abundantes de Deus, mas na presença contínua Dele no nosso meio.
As nações Tiro, Sidom e Filístia são citadas porque são elas que incitaram todo o mundo aos mesmos tipos de pecado contra Israel.

Jl 3.9-3.14 [ Elite global, para reduzir a população mundial, leva o povão a crer que é direito julgarem Judá o qual, enlouquecido de ódio, exige ir à guerra contra Jesus e o Seu povo, convencido que é forte e competente o suficiente para isto

O fato de Judá pagar os de Tiro, Sidom e Filístia com a mesma moeda (compare Jl 3.9 com Jl 3.8) deveria ser proclamado entre os gentios a fim de despertar, neles, o ódio contra Judá, de modo que se dispusessem a congregar contra eles no vale de Josafá para ali serem julgados (Jl 3.2,12).
Eles vão promover guerra santa, ou seja, alegar que é algo satânico vender pessoas como se fossem objeto e, ainda por cima, roubar suas terras. Pura hipocrisia, já que eles fizeram o mesmo (Jl 3.4-6). Eles vão convencer o povo de que tal conduta vai contra os direitos humanos, é intolerância religiosa, etc. Em outras palavras: quando é eles (da elite global) que fazem, é considerado questão de justiça para promover a paz e a liberdade religiosa; quando é o povo do Senhor, aí é crime.
Tal como Siom e Ogue foram incitados a irem contra os hebreus (Nm 21.21-25,33-35) e Amazias, a ir contra Jeoás (2Cr 25.15,16) para sua ruína, agora todas as nações são incitadas a ir contra Israel para serem julgadas (Ez 38.7-23; Zc 12.2-9; 14.2,3).
O grito de guerra usado pela Babilônia contra Judá (Jr 6.4) agora seria usado contra a Grande Babilônia (a saber, o grito de Sf 3.9). Sempre que alguém se levanta, pode ter certeza que é para cair (Mt 23.12; Lc 14.11; 18.14):

*      “Alvoroçai-vos, ó povos, e sereis quebrantados; dai ouvidos, todos os que sois de longínquas terras; cingi-vos e sereis feitos em pedaços, cingi-vos e sereis feitos em pedaços. Tomai juntamente conselho, e ele será dissipado; dizei a palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco.” (Is 8.9,10);
*      “Preparai o escudo e o pavês e chegai-vos para a peleja. Selai os cavalos, e montai, cavaleiros, e apresentai-vos com elmos; alimpai as lanças e vesti-vos de couraças.” (Jr 46.3,4). O Egito é incitado a lutar contra a Babilônia porque era da vontade de Deus destruí-los (ajunte Jr 46.2 com Jr 46.10).
*      “Prepara-te, sim, dispõe-te, tu e todas as tuas congregações que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de guarda.” (Ez 38.7). Gogue e Magogue são convocados a ir contra Israel (Ez 38.8) para serem destruídos (Ez 38.21-23).

Santificar uma guerra significa abandonar todas as atividades frutíferas para se dedicarem exclusivamente à guerra (Jl 3.9).  A guerra é um instrumento para disciplinar tanto o exército vencedor, quanto o perdedor:

*      O vencedor se vê obrigado a deixar de fazer o que é bom para semear o juízo para si (Gl 6.7-9);
*      O perdedor sofre perdas de vidas, bens e liberdade.

Em outras palavras, a guerra é sempre um indício da ira de Deus, mesmo quando a “vitória” está do nosso lado. É bem verdade que muitas das guerras do Antigo Testamento foram ordenadas por Deus ou até mesmo vê-se Ele dando vitória a Israel. Contudo, a finalidade disto foi mostrar para todos nós que jamais se pode conquistar a paz através da luta (Zc 4.6); nem conservar algo bom fazendo maldade (Ez 7.13; Sl 56.7; 62.10,11; Pv 12.3; Ec 8.8).
Josué, Davi e tantos outros podem ter conquistado tantas vitórias, mas espiritualmente falando, o que isto, de fato, trouxe de bom para os judeus? Note como a apostasia tomava conta fácil do povo (Jz 2.10-20). Sem contar que, no final, eles ficaram quase 1.900 anos sem pátria e, até hoje, vive em tormentos em sua própria terra.
Aqui, tem-se um cumprimento parcial na época de Nabucodonosor, vindo a se cumprir cabalmente no Armagedom. Uma das coisas que caracterizou e irá caracterizar a batalha final é a presença de pessoas do povão que nunca foram treinadas para a guerra. Note-as fazendo exatamente o contrário do que se dará no milênio (Is 2.4; Os 2.18; Mq 4.3): irão usar a enxada como espada e a foice como lança (Jl 3.10). Esta inversão aponta para o desejo da elite global em incitar o ódio e desconfiança no povão, a ponto de levá-lo a acreditar que, mesmo sem treinamento ou armas militares, poderá vencer os exércitos das nações e, assim, levarem a cabo a redução populacional, com a total aprovação dos que permanecerem vivos.
De modo que, estas manifestações e revoluções das massas (na atualidade – Mt 24.6), são para induzi-los a pensar que são alguma coisa, que podem tudo a fim de que, no momento exato, a população apoie e até exige da polícia a ação severa que eles tanto querem implementar para reduzir a população a 500 milhões apenas. Os penalizados são exatamente os maus que, em sua arrogância e preguiça (falta de disposição de fazer algo bom), não se interessam pela causa dos necessitados (Pv 29.7). Em outras palavras, quem não quer saber a verdade, será enganado (2Ts 2.10,11) cativo (Is 5.13) e destruído (Os 4.6).
Ou seja, trata-se de uma manipulação das massas, principalmente dos agricultores, para fazerem o mal. Em outras palavras, a 3ª guerra mundial será travada principalmente por pessoas do povão, como uma grande revolução, supostamente em favor do direito dos trabalhadores (perceba como os povos irão imaginar mentiras e coisas inúteis – Sl 2.1-3).
Note também a manipulação mental (tal como se dá com técnicas de PNL, hipnose ou mensagem subliminar): “diga o fraco: eu sou forte” (Jl 3.10). Talvez até usem a religião para induzir as massas à guerra, já que é dito santificai-vos para a guerra (Jl 3.9). Inclusive, urge salientar que, antigamente, era comum dispensar do serviço militar, pessoas velhas, fracas ou deficientes. Entretanto, a fúria contra o remanescente fiel de Israel será tão grande que até os fracos ficarão loucos para se engajarem no exército, achando que poderão vencer (tamanha a eficiência das armas controladoras de mente da elite global).
Observe também os termos “ajuntai-vos” (Jl 3.11), “congregai-vos” (Jl 3.2), o que indica uma união de intentos (Ap 13. 3,8; 17.17). Primeiro é chamado para congregar os povos em redor de Jerusalém (Jl 3.11); depois, as demais nações (Jl 3.12). Muitos acham que toda unidade é benigna, mas quando não se ajunta movido por Jesus (Mt 12.30), o que se está a fazer, na verdade, é espalhar. No meio deste tipo de assembleia ou congregação é que se acha em todo tipo de mal (Pv 5.14).
Quantos, enganados pelo conceito deturpado de paz, se filiam a uma instituição religiosa, achando que estão agradando a Deus. Se assim fosse, Jesus teria fundado uma ou ordenado que assim se fizesse. Todavia, Ele ordenou justamente o contrário (Gn 1.28; Mc 16.15) e, quando alguém decidiu mudar isto, tudo acabou numa tremenda confusão que nos atinge até hoje (Gn 11.4). Inclusive, o termo Grande Babilônia (Gn 17.5) tem haver com a grande unidade (ecumenismo) que já está acontecendo, cujo objetivo é tentar chegar ao céu aqui na terra, ou seja, achar sua vida (paraíso) aqui (contrariando Mt 10.39).
Quanto a oração do profeta “ó SENHOR, faze descer ali os teus fortes!” (Jl 3.11), o que ele queria é que, não apenas os pobres e fracos “peões” fossem envolvidos na peleja, mas que até mesmo os maiorais dos povos também fossem pessoalmente (os valentões ímpios são os poderosos e fortes de Deus, aqui - ver Is 13.3). Repare que, ao contrário daqueles que estavam sendo manipulados para acharem que eram fortes, havia os que realmente eram fortes (Jl 3.9; Sl 103.20; Dn 10.13).
Note como, pela 2ª vez (Jl 3.2,12), Deus diz que está movendo todas as nações a se ajuntarem em redor de Jerusalém, especialmente para serem julgadas e destruídas (veja também Sl 110.6; Is 2.4; 3.13; Lm 1.15; Mq 4.3,11-13; Sf 3.15; 14.3; Ml 4.1-3). Ou seja, a unidade maligna tem por finalidade apressar o juízo, tanto sobre os que se dispõem a ser membros desta unidade, como aos que resistem a ela por interesse próprio.
Quando o fim do tempo é chegado (Mt 13.39), Deus já não pune a iniquidade de imediato, mas deixa que a maldade em cada coração aumente (Gn 15.16), tal como se dá com o crescimento das uvas que, quanto mais crescem, mais “mosto” (maldade) guardam dentro de si (daí Is 24.20; Mt 24.12).
Quando já estão no ponto, Jesus “ceifa as uvas” (Ap 14.18,19) e “pisa” este lagar (Is 63.3; Lm 1.15; Ap 19.15). Mas como Ele faz isto?
Note como o lagar foi pisado fora da cidade (Ap 14.20), exatamente onde Jesus foi crucificado (Hb 13.12,13). Ou seja, o derramar de sangue de Jesus na cruz representa Deus esmagando a maldade de Israel, já que, tirar Jesus e Sua graça deles, foi a maior maldição que poderia cair sobre alguém. Isto leva a maldade crescer até se destruírem uns aos outros.
Quando a obediência da Igreja é cumprida (2Co 10.6), ela é colhida (ceifada) no celeiro celestial (arrebatamento – Mt 3.12). Afinal, o julgamento começa pela casa de Deus (2Ts 1.4-9; 1Pe 4.17). Coincidentemente, o joio já está praticamente pronto para ser segado (Jl 3.13; Ap 14.15) e queimado (Mt 13.30). Após a grande tribulação, o joio já terá completada todo a medida da sua iniquidade e o restante do trigo, pronto para ser colhido. Jesus, então, virá para separar o joio (cabrito) do trigo (ovelhas que se converteram na grande tribulação – Mt 25.32,33):

1.       A Babilônia é segada quando o povo de Deus já está pronto para viver livre do cativeiro (ver Gl 4.1-3);
2.       Judá é ceifado quando o povo de Deus não tiver mais cativo das coisas do mundo (Os 6.11).

Uma observação importante a ser feita é que, à medida que tudo se apressa para o fim dos tempos:

?  Quem é injusto, continua fazendo injustiça e quem está sujo, continua se sujando (Ap 22.11);
?  Quem é justo, continua fazendo justiça e quem é santo, continua se santificando ainda (Ap 22.11);

De modo que, quando a seara já está madura, as uvas também já estão no ponto de serem colhidas. Daí os nomes:

E  Vale da Decisão " pois é onde ficará claro a decisão que cada um tomou: a favor ou contra Cristo;
E  Vale de Josafá " ou vale do julgamento (daí Jl 3.2), onde ficará clara a distinção que Deus faz entre justo e ímpio, entre o que O serve e o que não O serve (Ml 3.18).

Atente para as ênfases “multidões, multidões” e duas vezes na mesma frase “vale da Decisão” (Jl 3.14), o que mostra que isto será um acontecimento sem igual, que foi determinado por Deus e, quando estiver para acontecer, será sem demora (Rm 9.28; ver Gn 41.32).
Neste dia, toda espécie de luz se apagará (Jl 2.10; 3.15): os poderes do céu serão abalados (Mt 24.29). Veja como Deus irá pelejar usando céus e terra (Ez 38.22), até que os ímpios sejam destruídos (Dn 11.45).
Detalhe: primeiro Jesus irá pisar sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.4) que fica em Betfagé (Mt 21.1) para, dali, ir para Jerusalém, de onde dará a Sua voz que farão céus e terra tremerem (Jl 3.16; note o quão temível é a voz de Deus, capaz fazer tremer – Sl 18.13; Ag 2.6). Note a grandeza de Jesus: Ele irá pelejar contra as forças do anticristo diretamente de Jerusalém (Ap 14.1; Am 1.2), sem descer ao vale de Josafá ou usar equipamento tecnológico.
No entanto, é preciso esclarecer que, antes de pelejar contra os inimigos, Ele irá bramar contra Sua habitação (Jr 25.30; Jl 2.11) que aceitou o outro que veio em seu próprio nome (Jo 5.43), outro Jesus extra-bíblico (2Co 11.4; Gl 1.6-9). Todavia, para aqueles que temem ao Senhor (Ml 4.1-3), a salvação de Deus virá saindo bem pertinho, com duração perpétua (Is 51.5,6), isto é, através da Sua presença contínua no meio do Seu povo (Sl 46.1; Jl 3.16).
Obs: enquanto Daniel descreve o anticristo como um tirano mundano, João o descreve como um tirano espiritual e Isaías (Is 29.1-24), Joel (Jl 3.1-21) e Zacarias (Zc 12.1-14.21) descrevem apenas o exército do anticristo.

Jl 3.15-3.21 [ Jesus volta para Jerusalém e traz de volta tudo que Judá tinha perdido em seu contato com pessoas estrangeiras e seus deuses

Entretanto, isto só acontecerá quando o povo de Deus não for mais influenciado pelas pessoas (Jl 3.15).
Note como a forma das pessoas conhecerem o Senhor é através da Sua presença em nosso meio (Jl 3.17), manifestando Seu poder (Dt 4.34; Jl 3.16,17; Is 60.16; Os 2.20). É isto que garante o fim de toda tristeza (Ap 21.3,4). Por isto é que, quando Deus decidiu abençoar Judá, fez de Sião (Jl 3.16,17) o lugar de onde Jesus irá reger o mundo durante o milênio (Sl 132.13). Infelizmente, a maioria, mesmo vendo a diferença entre o reinado de Cristo e o do homem, ainda assim escolherá lutar contra Jesus e tudo aquilo que Ele é (Ap 20.7-9).
No entanto, a presença do Senhor em Sião (Jl 2.27) fará daquele monte e de Jerusalém, o lugar da Sua santidade (Jl 3.17) e verdade (Zc 8.3), a ponto de não passar ninguém que seja estranho ao evangelho (Is 35.8; 52.1; Na 1.15; Zc 14.21), mas só quem se submeteu a Cristo e à Sua vontade (Zc 14.16). Todo aquele que beber da Água Viva, sem se arrepender e converter, acabará como se nunca tivesse sido (Ob 16; ver Is 8.14; Rm 9.32,33; 1Pe 2.6-8), tal como somente atravessaram o Mar Vermelho quem tinha a Palavra de Deus a seu favor (Êx 14.16,26).
É aí que o negócio fica difícil. Infelizmente, muitos querem viver no pecado, por achar o mesmo mais fácil de ser vivido. O detalhe é que, tanto Jerusalém quanto o Egito e Edom estavam vivendo o mesmo tipo de pecado: derramar sangue inocente (Is 1.15; Jl 3.19). No entanto compare os destinos de Egito e Edom com o de Judá:
*      Judá seria habitada para sempre (Jl 3.20; Am 9.15) em plena abundância (Jl 9.13):
*     os montes destilarão mosto (Am 9.13);
*     dos outeiros manará leite;
*     todos os rios de Judá estarão cheios de águas -> promessa gloriosa considerando o quão seco e árido é aquele lugar (Is 30.25). Hoje, já se pode ver a abundante produção que há na terra de Israel, capaz de suprir, não só a necessidade daquele povo, mas até mesmo de exportar (promessa vista em – Is 27.6)
*     sairá uma fonte da Casa do SENHOR e regará o vale de Sitim (ver Ap 22.1). Este vale se situava em Moabe, na divisa com Israel (Nm 25.1; Js 2.1). A fonte que sai da Casa do Senhor irá alegrar Jerusalém (Sl 46.4) e tornará saudáveis as águas por onde passar (Ez 47.1,8-10), indo em direção ao mar oriental e ao mar ocidental (Zc 14.8) (exatamente para onde o exército do norte foi lançado – Jl 2.20).
*      Egito e Edom, por outro lado, seriam assolados:
*     “O Egito se tornará uma assolação, e Edom se fará um deserto de solidão” (Jl 3.19);
*     Egito (Is 19.1): coração dos egípcios se derrete e os ídolos são levados diante deles;
*     Edom (Jr 49.17): servirá de espanto porque se houve vingativo eternamente para com a casa de Judá (Ez 25.12); baniu toda a misericórdia (Am 1.11; Ob 10). Dele serão arrancados homens e animais e acabariam se tornando em deserto (Ez 25.13).

Edom é símbolo que representa todos os gentios (ver Is 63.3 e compare Am 9.11,12 com At 15.16,17), a saber, aquele grupo de pessoas que lutam contra Jesus e Seu povo, sem terem motivo algum para isto (Sl 2.1-3). Antes, ao invés de aderirem ao bem e serem bem sucedidos no mesmo, gostavam tanto da vidinha miserável que viviam, que faziam de tudo para eliminar o bem da terra.
Por exemplo, na época de Demétrio, ao invés de se arrepender, converter e buscar sua prosperidade junto com a dos outros cristãos, ele preferiu armar um complô contra Paulo e seus companheiros (At 19.23-27).
Contudo, quando Jerusalém (e também nosso coração) estiver livre de todas as pessoas e coisas que são estranhas a Jesus e Seu reino (Is 4.4; Jl 3.17,21), haverá plena abundância (Jl 3.18) e permaneceremos com Jesus para todo sempre (Jl 3.21; 1Ts 4.17). Observe como uma das cidades do milênio se chamava “O Senhor está ali” (Ez 48.35). E isto já é para ser realidade através da Igreja, que é o tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3). Lembre-se que Jesus é “Deus conosco” (Mt 1.23), o qual prometeu estar conosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.20).
Detalhe: o grande destaque do Dia do Senhor não é a destruição que nele ocorrerá, mas sim o triunfo da justiça.

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