143 - POR QUE SAIU ÁGUA E SANGUE DO CORPO DE JESUS?

POR QUE SAIU ÁGUA E SANGUE DO CORPO DE JESUS?

 

·        “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação ( pois era grande o dia de sábado ), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado; mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais.” (João 19.30-35).

 

Muito discussão há sobre o que de fato aconteceu neste episódio. Há aqueles que tentam explicar cientificamente, alegando que o soldado com a lança rompeu o pericárdio (membrana externa que envolve o coração).

Em primeiro lugar, a Escritura Sagrada não diz qual lado foi transpassado (e não podemos ir além do que está escrito – 1Co 4.6). Em segundo, a Escritura Sagrada é clara que o soldado transpassou o lado (e não a frente) de Jesus. Considerando que do lado fica a costela e que nenhum dos ossos de Jesus foi quebrado (João 19.36), não tinha como a lança perfurar o coração.

Logo, o ato de sair sangue do corpo morto de Jesus foi algo sobrenatural.

Quando alguém se fere, jorra sangue pela ferida porque o mesmo está a ser bombeado pelo coração. No morto, com o coração parado, não há força para forçar o sangue pelas aberturas dos vasos rompidos.

Além disto, considere que Pilatos já tinha voltado para o seu palácio após escrever a placa que foi colocada sobre a cruz. Como não havia meio de transporte ou comunicação avançado, gastou algum tempo para conseguir a autorização de Pilatos para quebrar as pernas dos condenados (João 19.31), o que dava tempo para o sangue começar a coagular (o sangue coagula em cerca de uma hora), dificultando ainda mais a saída de qualquer sangue.

Isto tudo, sem contar que não diz que saiu um líquido parecendo (ou semelhante) a água, mas água propriamente dita. Logo, este foi o primeiro milagre que Jesus fez em Seu corpo depois de morto, o que nos ensina que os milagres de Jesus não estavam restritos apenas enquanto Ele estava vivo em carne e sangue. Estes milagres são uma prova de que Jesus continua a operar Suas maravilhas.

Não é em vão que o evangelista faz questão de enfatizar que seu testemunho é verdadeiro (não é inventado – João 19.35).

Uma das razões para o milagre foi para que todos aprendessem que não precisaríamos fiar apoiados em testemunho de segunda mão. É bom lembrar que, com a morte de João, o último apóstolo vivo, não haveria mais ninguém vivo que fora testemunha ocular da vida e morte de Cristo. Em outras palavras, cada um teria que se contentar àquilo que fora escrito acerca de Jesus e Seus apóstolos, a uma revelação histórica e de segunda mão.

Todavia, ao jorrar água e sangue vivos, ficava manifesto que o testemunho de Jesus estaria disponível “ao vivo” para todos quantos Nele cressem, tal como se deu com os Gálatas:

 

·        “Ó insensatos gálatas! quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?” (Gálatas 3.1).

 

O Testemunho dos homens acerca de Jesus em nada é comparado ao testemunho do próprio Eterno acerca Dele (Jo 5.34,35).

Há especulação acerca do motivo que levou o soldado a transpassar o lado de Jesus. Muitos afirmam que foi para verificar se Jesus estava realmente morto ou só fingindo para não ter as pernas quebradas. Contudo, mesmo sendo movido por maldade, o Eterno usou este gesto do soldado para acabar com qualquer dúvida que pudesse haver acerca verdadeira realidade da morte e ressurreição de Cristo (para ninguém tivesse motivo para alegar que Jesus foi sepultado vivo).

Sem contar que, ao fazer isto, o soldado foi usado para confirmar mais uma das profecias acerca da vinda do Messias (Salmos 34.20).

Mas, afinal, o que significa a água e o sangue que saíram de Jesus? Para entender isto, veja o que é dito em 1João 5:

 

·        “Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade. Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes três concordam num. Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (1João 5.6-12).

 

Tanto no céu, como na terra, há um testemunho triplo acerca de quem Jesus é.

No céu (é bom lembrar que, em Cristo, os fiéis estão assentados nos lugares celestiais – Ef 1.3; 2.6):

 

·        O Pai,  através de tudo que Ele manifestou a Israel no Antigo Testamento, é a referência para que todos possam reconhecer Jesus como sendo o Messias (Sua expressa imagem - João 5.19,30; 7.16,17; 8.26,28,38,40; 14.10; Hb 1.3).

·        A Palavra que o Criador pronunciou e ministrou na vida dos profetas e apóstolos testifica que a vida de Jesus é a confirmação de todo o projeto do Eterno.

·        O Espírito Santo testifica internamente no coração dos eleitos quem é Jesus (João 10.2-5; 14.26; 16.13-15; At 5.32; Rm 2.14,15; 8.14,16; 1Jo 2.27), além de trabalhar no coração deles Seu fruto (Gálatas 5.22) que confirma, através da comunhão, tudo que Jesus é (João 13.34,35; 17.11,21-23).

 

Na terra:

 

·        O Espírito Santo testificou através do nascimento sobrenatural de Cristo, bem como manifestando na vida Dele sinais e prodígios (Marcos 16.20; João 10.26; Hebreus 2.5), além de uma vida pura (água) e de entrega ao Pai por amor à Sua Igreja (sangue).

O Espírito Santo foi dado por Cristo aos fiéis após Sua ascensão (João 16.7), sendo Ele quem faz com que tudo que Jesus viveu e fez por nós se torne vivo dentro de quem crê;

·        A água testifica a vida de Cristo. Ele viveu, desde o batismo até Sua morte, na total pureza e santidade da Sua Palavra. Foi a partir do batismo de Jesus que Ele começou a ser conhecido diante do mundo.  

O batismo representa nossa lavagem da regeneração e renovação promovida pelo Espírito Santo (João 4.13,14; 7.37-39; Tito 3.4-6) através da palavra do Eterno (João 15.3; Ef 5.26).

·        O sangue testifica a morte de Cristo: Sua entrega em prol da purificação dos nossos pecados.

Foi a partir daí que Sua real identidade e missão passou a ser conhecida.

Também aponta para os mártires que, enxergando a excelência de Cristo, consideram tudo como perda (incluindo a própria vida – Fp 3.7) para alcançar superior ressurreição (Hb 11.35).

 

Estes três estão em total acordo e testificam que Jesus é Deus que se fez carne (e não o homem que se tornou Deus, como muitos pensam que deve ser). Isto nos ensina que o homem, ao invés de tentar se justificar, deve aceitar a proposta de reconciliação oferecida pelo Criador (2Co 5.18-20).