domingo, 24 de fevereiro de 2019

179 - Apocalipse 14

APOCALIPSE 14

 

INTRODUÇÃO

 

Enquanto os que habitam na terra e no mar irão sofrer dores por causa das bestas que irão se levantar deles, os que habitam no céu irão se regozijar (Ap 12.12).

Eis o trabalho do Eterno por eles e neles:

 

1.     Eles serão comprados (Tt 3.5; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9,10; 7.14; 14.3);

2.     Eles serão gerados (Ap 14.2) e comprados para serem os primeiros frutos (Tg 1.18);

3.     Eles serão selados.

 

O selo marca-os como:

 

1.     Pertencendo ao Eterno;

2.     Objeto do cuidado do Eterno. O selo é uma constante garantia de lealdade e fidelidade a Ele;

3.     Tendo sobre suas testas o distintivo do serviço.

 

O selar dos redimidos contrasta-os com aqueles que foram nomeados pela besta do mar (Ap 14.9-11). Tanto é assim que eles, por causa deste selo ganharão vitória sobre:

 

1.     Ha-Satan;

2.     A pompa mundana prometida pela besta do mar;

3.     O show eclesiástico promovido pela segunda besta;

4.     A imundícia da carne e do espírito (eles são castos);

 

Como eles seguem o Cordeiro por onde quer que Ele vá, eles não cometerão erro.

Os sete anjos podem ser assim caracterizados:

 

1.     O anjo das boas novas (Ap 14.6-7);

2.     O anjo proclamador da maldição que cairá sobre a Grande Babilônia (Ap 14.8);

3.     O anjo que alerta acerca do perigo de receber a marca da besta (Ap 14.9-12);

4.     O anjo do conforto aos fiéis (Ap 14.13). Embora não é dito que é um ser angélico, como trata-se de uma mensagem, logo esta voz era a de um mensageiro (que é o significado da palavra anjo). Enquanto em Ap 8.13 um anjo voando no meio do céu anuncia maldição, aqui uma voz do céu anuncia bênção;

5.     O anjo da colheita do trigo (Ap 14.14-16);

6.     O anjo da vindima (Ap 14.17-20);

7.     O anjo do fogo (Ap 14.18).

 

Estes anjos se manifestam na metade da 70ª semana

Cada anjo anuncia uma seção, sendo que a quarta seção é a central e mais importante. Estas sete seções são como que um resumo do livro do Apocalipse.

O primeiro anjo anuncia a importância de se adorar o verdadeiro Deus. O terceiro anjo mostra as consequências de se adorar a besta do mar. O segundo anjo profetiza a queda da Grande Babilônia que instrui o mundo inteiro a adorar a besta como se estivesse adorando o verdadeiro Messias.

 

·        Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.” (Ap 14.1 – ARA2).

 

“Olhei”: esta é uma fórmula usual em Apocalipse a qual introduz uma nova visão.

Em Apocalipse 13 um falso cordeiro é visto. Aqui em Apocalipse 14 está o legítimo Cordeiro do Eterno, do qual trata Apocalipse 5.

Por que Jesus é chamado de Cordeiro? Por causa de Sua inocência ou de Seu caráter sacrificial? Ambos. Jesus, mostra a todos qual deve ser a nossa postura ao buscar a vontade do Pai para nossas vidas. Devemos estar descansando e esperando Nele, aceitando de bom grado aquilo que Ele quer fazer em nós e através de nós. De nada adianta fazer a vontade Dele ansioso, com medo, nervoso, revoltado, desesperado. Precisamos mostrar a todos o prazer e alegria que temos no sacrifício do Eterno em nós (Rm 12.1) em virtude da glória do Eterno que poderá se manifestar através disto (Jo 4.34; Lc 12.50; Rm 8.18).

Estes 144.000 são os mesmos de Ap 7.4. Lá estes são selados na testa (Ap 7.2,3) e aqui, em suas testas, eles aparecem com o nome de Jesus e o nome do Pai escrito na testa. Logo, este é o selo do Eterno.

A inscrição na testa dos 144.000 lembra o que estava escrito na testa do sumo-sacerdote:

 

·        “Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como as gravuras de selos: SANTIDADE AO SENHOR.” (Êxodo 28.36).

·        “Fizeram também, de ouro puro, a lâmina da coroa de santidade, e nela escreveram o escrito como de gravura de selo: SANTIDADE AO SENHOR.” (Êxodo 39.30).

 

Lembra o que estará escrito na campainha dos cavalos de Jerusalém durante o milênio:

 

·        “Naquele dia será gravado sobre as campainhas dos cavalos: SANTIDADE AO SENHOR; e as panelas na casa do SENHOR serão como as bacias diante do altar.” (Zc 14.20).

 

Também lembra a Escritura Sagrada que deve ser posta por frontal entre os olhos:

 

·        “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos.” (Dt 6.6,8).

 

Ter o nome do Eterno manifesto em nossas vidas (escrito em nossas testas):

 

·        É a mais bela distinção. A beleza da face não está nos traços faciais, mas nas expressões de pureza, inteligência, bondade e ternura que nela é possível ser vista, principalmente quando isto é resultado daquilo que o Eterno é em nossas vidas.

·        É a mais notável distinção, tal como se deu com Moisés cuja face resplandecia ao descer do Monte Sinai com as tábuas da lei (Êx 34.29);

·        É a mais honrável distinção. Quantos se sentem honrados por serem considerados parecidos com alguma personalidade famosa. Imagine que honra ser parecido com Jesus.

 

Estar com o Cordeiro no Monte Sião é o auge da bênção, ainda mais considerando que todos os demais estarão vagueando após a besta. Ou seja, isto implica em redenção, vitória, segurança e glória. Isto também responde à pergunta do Salmo 15:

 

·        “SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração.” (Sl 15.1,2).

 

Este ato de selar é prometido por Jesus:

 

·        “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.” (Ap 3.12).

 

E na época de Ezequiel, o Eterno prometeu fazer uma distinção entre aqueles que realmente se importavam com Ele, a ponto de gemerem por causa de todas as abominações que aconteciam em Jerusalém:

 

·        “E disse-lhe o SENHOR: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela.” (Ez 9.4).

 

No céu há diferentes níveis de glória: há primeiro e o último (ver Lc 13.30), o menor e o maior (ver Lc 9.48), tal como Jesus ensinou.

Quanto ao Monte Sião, fisicamente ele se refere ao conjunto de montes que estão ao redor de Jerusalém:

 

·        “Assim como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o SENHOR está em volta do seu povo desde agora e para sempre.” (Sl 125.2).

 

É aí que Jesus irá reinar no milênio:

 

·        “E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém, e perante os seus anciãos gloriosamente.” (Is 24.23).

·        “E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o SENHOR, e entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar.” (Jl 2.32).

·        “Mas no monte Sião haverá livramento, e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades.” (Ob 1.17);

·        “E subirão salvadores ao monte Sião, para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do SENHOR.” (Os 1.21).

·        “MAS nos últimos dias acontecerá que o monte da casa do SENHOR será estabelecido no cume dos montes, e se elevará sobre os outeiros, e a ele afluirão os povos.” (Mq 4.1).

·        “E da que coxeava farei um remanescente, e da que tinha sido arrojada para longe, uma nação poderosa; e o SENHOR reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e para sempre.” (Mq 4.7).

 

Contudo, aqui em Ap 14.1, o Monte Sião é uma referência à Nova Jerusalém que há de descer do céu. O extremo oposto da Babilônia.

 

·        “O seu fundamento está nos montes santos. O SENHOR ama as portas de Sião, mais do que todas as habitações de Jacó.” (Sl 87.2).

 

Afinal, em Ap 14.3, os 144.000 cantavam o cântico diante do trono, dos quatro seres viventes e dos vinte e quatro anciãos. Considerando que eles estão no terceiro céu, logo o que João viu é aquilo que Jesus prometeu:

 

·        “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14.3);

·        “E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;” (Ef 2.6);

·        “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;” (Col 3.1,2).

 

Ou seja, o que está sendo dito é que os 144.000 não são meros seguidores carnais do Cordeiro. Eles estão com suas mentes e corações colocado nas regiões celestiais, vendo e ouvindo aquilo que se passa no conselho do Eterno:

 

·        “Porque, quem esteve no conselho do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra, e ouviu?” (Jr 23.18)

·        “Mas, se estivessem estado no meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir as minhas palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, e da maldade das suas ações.” (Jr 23.22).

 

·        “E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão e a voz que ouvi era como de harpistas, que tocavam as suas harpas.” (Ap 14.2).

 

Características da voz:

 

·        Voz do céu – Considerando que, no versículo seguinte, é dito “e cantavam (no plural)”, logo trata-se de muitas vozes celestiais, ou seja, vozes de anjos que cantavam o mesmo hino;

·        Como a voz de muitas águas – ou seja, miríades de anjos cada um com seu som peculiar;

·        Como a voz de um grande trovão – ou seja, vozes cheias de poder, autoridade, proferindo uma mensagem de juízo;

·        Como a voz de harpistas que tocavam as suas harpas – embora os sons fossem múltiplos e tempestuoso, contudo eram harmônicos e melodiosos.

 

Logo, estas vozes ouvidas do céu eram uma mistura de terror e doçura ao mesmo tempo.

Este tipo de voz é ouvido em Ap 19.6:

 

·        “E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.” (Ap 19.6).

 

A voz de grande trovão lembra a voz do Eterno e a voz de muitas águas, a voz de Cristo (Ap 1.15), o que nos mostra que o tema deste hino não é desprezível ou trivial, mas algo que desperta corações.

Trata-se da voz do próprio Jesus cantando junto com os 144.000 no meio da congregação de anjos, depois de ter anunciado nas testas dos 144.000 o nome do Eterno a todos que Ele considera como irmãos (qualquer que faz a vontade do Pai – Mateus 12.50):

 

·        “Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.” (Sl 22.22).

·        “O meu louvor será de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.” (Sl 22.25).

·        “Dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação.” (Hb 2.12).

 

·        “Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.” (Ap 14.3 – ARA2).

 

Cada livramento experimentado pelos santos inspirava uma nova canção no Testamento da Lei. Aqui, contudo, estes 144.000 cantam algo antes de experimentarem o maior livramento de todos os tempos em suas vidas.

Embora os 144.000 não estejam tão ligados ao trono como os quatro seres viventes, nem coroados e sentados como os 24 anciãos, eles têm um fundamento de alegria e louvor o qual nenhum deles tinha.

A alegria do Eterno neles era maravilhosa:

 

·        A minha alma se gloriará no SENHOR; os mansos o ouvirão e se alegrarão.” (Salmos 34.2);

·        “E os mansos terão gozo sobre gozo no SENHOR; e os necessitados entre os homens se alegrarão no Santo de Israel.” (Isaías 29.19).

 

Isso confirma que diante da honra vai a humildade (Pv 15.33; 18.12).

Quando diz cântico novo não quer dizer necessariamente que o mesmo foi inventado naquele momento, mesmo porque a essência dos cânticos é a mesma: fazer a Escritura Sagrada abundar em cada coração (Cl 3.16). O que é nova é a motivação para se cantar o cântico. Afinal, este grupo de 144.000 israelitas escolhidos são inéditos em toda a história de Israel. São os primeiros judeus a reconhecerem Jesus na 70ª semana (daí serem primícias para o Eterno e para o Cordeiro).

Daí ninguém mais poder aprender o cântico. Mesmo que conseguissem entoar a melodia e saber a letra, jamais conseguiriam expressar (dar vida) à mensagem que ele traz. Era impossível a qualquer outro comunicar com exatidão a real mensagem.

Por exemplo: como pode alguém que nunca esteve no mar conhecer a alegria de ser salvo de um naufrágio? Quem, senão o filho pode conhecer o amor de sua mãe?

E o fato de estarem cantando diante dos quatro seres viventes e dos 24 anciãos significa que o louvor deles estava em conformidade com o ministério de ambos.

 

·        “Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.” (Ap 14.4,5).

 

Eles são “redimidos da terra” (Ap 14.3): isto aponta para o que eles eram;

Eles estão com o Cordeiro no Monte Sião: isto nos mostra onde eles estão;

Eles são “redimidos”: isto nos diz como eles se tornaram que são e vieram a parar onde estão.

Vejamos as características dos 144.000:

tinham escrito o nome do Cordeiro e o nome de seu Pai sobre as suas testas

Eram identificados por aquilo que o Criador é, bem como com Sua vontade para eles, a saber, recebendo neles a vida do Cordeiro, o qual sempre se entregou para que nossos pecados fossem perdoados.

são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá

Leais e profundamente apegados a Cristo. Eles seguem o Cordeiro por onde quer que Ele vá, sempre se deixando guiar pela Sua Palavra, Espírito, providência, bem como obrigações e dificuldades.

Conservam o primeiro amor, a piedade, mesmo no deserto, num lugar onde não é possível semear (Jr 2.2). Não estão presos ao sistema religioso, nem se conformam em ficar longe do pastor, como as 99 ovelhas da parábola (Lc 15.4). Os 144.000 seguiam Jesus para a cruz, ressurreição e ascensão (compare com João 21.22).

Aqui é oportuno diferença entre mestre e professor: o aluno adquire os ensinamentos do professor e os aplica como bem lhe parece, podendo vir a ser superior ao professor. Já o discípulo não pode ser maior do que o mestre (Mt 10.24); antes, ele deve receber os ensinamentos do mestre a fim de aplicá-los em sua vida, de modo a seguir as pisadas do mestre, tal como faz um indivíduo que deseja sair ileso de um campo minado.

Não se trata do comportamento adotado pelo indivíduo a fim de ser aceito como discípulo de Cristo, mas sim de o indivíduo que foi aceito por Cristo não atrapalhar a ação Dele em sua vida.

são os que dentre os homens foram comprados da terra como primícias para Deus e para o Cordeiro

Os primeiros frutos eram sempre dedicados ao Eterno (Nm 18.12). Estes santos serão colocados à parte e dedicados ao Eterno e ao Cordeiro.

Contudo, o fato de não se achar engano na boca deles não implica que eles serão bonzinhos, mas sim que o Eterno não irá imputar maldade no coração deles. Ao invés disto, Ele os justificará:

 

·        “O remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; porque serão apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante.” (Sofonias 3.13 - ARC).

·        “para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” (Efésios 5.27 - ARC);

·        “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,” (Judas 24 - ARC).

·        “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano.” (Salmos 32.1,2).

·        “Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.” (Rm 4.7,8).

 

Eles outrora se venderam ao pecado, mas foram comprados de volta pela vida (sangue) de Jesus e gerados novamente pela Palavra do Eterno segundo a vontade Dele (Tg 1.18):

 

·        “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.” (Tg 1.18).

 

Note que eles são irrepreensíveis diante do trono do Eterno. É bom lembrar que o lugar onde o caráter de Jesus é possível ser visto em nós é no coração, quando fazemos dele o trono do Eterno (a arca da aliança com Jesus), o local onde Ele pode se assentar no assento de misericórdia

Há preeminência implicada em ser as primícias da colheita celestial:

 

·        Em tempo: eles têm parte na primeira ressurreição;

·        Em honra: lembre-se que uma estrela difere em glória de outra estrela (1Co 15.41);

·        Em serviço: eram íntimos do Cordeiro tal como os apóstolos;

·        Em caráter: eles são castos, consagrados, comprados (separados) do mundo, não têm mácula, nem há mentira na boca deles.

·        Em aprovação do Eterno.

Em outras palavras, eles serão os primeiros israelitas a se converterem na 70ª semana pela palavra da verdade:

 

·        Para o Eterno, ou seja, para ter comunhão com Ele;

·        Para o Cordeiro, ou seja, para viver Seu estilo de vida como astros no mundo (Fp 2.14,15).

na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus

A assertiva de que eles são “sem falta” é de grande expressividade, visto que foi feita pelo Eterno.

Não pregam mentiras pensando em agradar homens (Gl 1.10; 1Ts 2.3-6). Permanecem no trono do Eterno (Jr 23.18,22) ouvindo Sua voz e anunciando a verdadeira Palavra Dele, sem precisarem ser repreendidos por algum líder.

A expressão “sem culpa” (ou “não têm mácula”) nos lembra Jesus, “o Cordeiro sem mancha”:

 

·        “Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,” (1Pe 1.19).

·        “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14).

 

Aqueles que foram santos aqui, serão contados como santos no céu:

 

·        “SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração. Aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo;” (Sl 15.1-3).

não estão contaminados com mulheres; porque são virgens

Muito se discute se isto é literal ou figurado. Eu creio que ambos. Analise o que está escrito em Ap 17.5:

 

·        “Na sua testa estava escrito um nome: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA, A MÃE DAS PROSTITUTAS E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA.” (Ap 17.5 - TB 1917).

 

Se a Grande Babilônia é mãe, isto quer dizer que ela tem filhas, e todas são prostitutas. A Grande Babilônia, como dito anteriormente, é Jerusalém. A prova disto pode ser vista nestes trechos:

 

·        “A cada canto do caminho edificaste o teu lugar alto, e fizeste abominável a tua formosura, e alargaste os teus pés a todo o que passava, e multiplicaste as tuas prostituições. Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos grandes de carne, e multiplicaste a tua prostituição para me provocares à ira. Também te prostituíste com os filhos da Assíria, porquanto eras insaciável; e prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste farta. Antes multiplicaste as tuas prostituições na terra de Canaã até Caldéia, e nem ainda com isso te fartaste. Quão fraco é o teu coração, diz o Senhor DEUS, fazendo tu todas estas coisas, obras de uma meretriz imperiosa!” (Ez 16.25,26,28-30).

·        “Estas coisas se te farão, porque te prostituíste após os gentios, e te contaminaste com os seus ídolos.” (Ezequiel 23.30).

·        “Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Judá, e por quatro, não retirarei o castigo, porque rejeitaram a lei do SENHOR, e não guardaram os seus estatutos, antes se deixaram enganar por suas próprias mentiras, após as quais andaram seus pais.” (Am 2.4).

·        “Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os seus moradores como Gomorra. Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra.” (Jr 23.14,15).

·        “Vendo isto sua irmã Aolibá, corrompeu o seu imoderado amor mais do que ela, e as suas devassidões foram mais do que as de sua irmã. Enamorou-se dos filhos da Assíria, dos capitães e dos magistrados seus vizinhos, vestidos com primor, cavaleiros que andam montados em cavalos, todos jovens cobiçáveis. E vi que se tinha contaminado; o caminho de ambas era o mesmo. E aumentou as suas impudicícias, porque viu homens pintados na parede, imagens dos caldeus, pintadas de vermelho; cingidos de cinto nos seus lombos, e tiaras largas e tingidas nas suas cabeças, todos com parecer de príncipes, semelhantes aos filhos de Babilônia em Caldéia, terra do seu nascimento. E enamorou-se deles, ao lançar sobre eles os seus olhos; e lhes mandou mensageiros à Caldéia. Então vieram a ela os filhos de Babilônia para o leito dos amores, e a contaminaram com as suas impudicícias; e ela se contaminou com eles; então a sua alma apartou-se deles. Assim pôs a descoberto as suas devassidões, e descobriu a sua vergonha; então a minha \alma se apartou dela, como já tinha se apartado a minha alma de sua irmã. Todavia ela multiplicou as suas prostituições, lembrando-se dos dias da sua mocidade, em que se prostituíra na terra do Egito. E enamorou-se dos seus amantes, cuja carne é como a de jumentos, e cujo fluxo é como o de cavalos. Assim trouxeste à memória a perversidade da tua mocidade, quando os do Egito apalpavam os teus seios, por causa dos peitos da tua mocidade.” (Ez 23.11-21).

·        “Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.” (Is 1.10).

·        “Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas.” (Is 1.21).

 

Note como Jerusalém é explicitamente chamada de Sodoma e Gomorra (como citado em Ap 11.8). Sem contar que Jerusalém se casou com os egípcios, bem como com demais gentios.

E não é para menos: Salomão, o rei mais próspero de Israel, foi mestre em se casar e prostituir para fazer alianças políticas:

 

·        E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão andou em seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que era mau aos olhos do SENHOR e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai. Então, edificou Salomão um alto a Quemos, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom. E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses.” (1Rs 11.1-8).

 

Exatamente como Daniel profetizou que acontecerá por ocasião da vinda de Cristo:

 

·        “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.” (Dn 2.43).

 

Do casamento entre homens israelitas (barro) e mulheres romanas (católicas - ferro) e vice-versa, surgirá os dez dedos em parte de ferro e em parte de barro da estátua de Nabucodonosor.

Este tipo de conduta sempre foi feito pelos israelitas:

 

·        “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de nossos pais? Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.” (Ml 2.10,11).

 

Repare na ligação existente entre a expressão “prostituir com outros deuses” e prostituindo com uma mulher que adora outros deuses:

 

·        Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.” (1Co 6.15-17).

 

Não é em vão que o casamento misto era abominável aos olhos do Eterno:

 

·        “E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o SENHOR: não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.” (Gn 6.1-3).

 

Daí a virgindade ser exaltada na Escritura Sagrada. Por exemplo, ao se referir aos fiéis de Israel, é usado o termo virgem filha de Sião:

 

·        “Esta é a palavra que o SENHOR falou dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza, de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.” (2Rs 19.21);

·        “Esta é a palavra que o SENHOR falou a respeito dele: A virgem, a filha de Sião, te despreza, de ti zomba; a filha de Jerusalém meneia a cabeça por detrás de ti.” (Is 37.22);

·        “Que testemunho te trarei? A quem te compararei, ó filha de Jerusalém? A quem te assemelharei, para te consolar, ó virgem filha de Sião? Porque grande como o mar é a tua quebradura; quem te sarará?” (Lm 2.13).

·        “Portanto, assim diz o SENHOR: Perguntai agora entre os gentios quem ouviu tal coisa? Coisa mui horrenda fez a virgem de Israel.” (Jr 18.13);

·        “Levanta para ti sinais, faze para ti altos marcos, aplica o teu coração à vereda, ao caminho por onde andaste; volta, pois, ó virgem de Israel, regressa a estas tuas cidades.” (Jr 31.21).

·        “E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao SENHOR; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” (Jr 31.34).

·        “A virgem de Israel caiu, e não mais tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há quem a levante.” (Am 5.2).

 

É bom lembrar que, ao longo de toda a Escritura Sagrada, a virgindade física era somente exaltada no que diz respeito às mulheres. O homem, no Testamento da Lei, podia ter várias mulheres, desde que:

 

·        nenhuma delas pertencesse a outro homem;

·        nenhuma delas adorasse outros deuses.

 

Contudo, hoje em dia é difícil achar uma mulher que adora o Jesus verdadeiro (infelizmente, muitos adoram um Jesus moldado pelo Sistema Religioso). Na época do rei Lemuel, já era difícil achar uma mulher virtuosa (Pv 31.10). Hoje é um milagre. As mulheres não têm se submetido aos seus maridos. A grande maioria trabalha separada do marido, vive do seu próprio sustento, faz aquilo que melhor lhe convém. Tão somente agem em parceria com o marido.

Quando Jesus vier, infelizmente não haverá mulher virtuosa o suficiente para constituir família. Para quem quiser seguir o Cordeiro por onde quer que Ele vá (como ordena Jo 3.8), terá de ficar solteiro.

É o que acontecerá com estes 144.000 israelitas. Por quererem ser íntimos do Cordeiro (ganhar o privilégio de segui-Lo por onde quer que Ele vá), tais indivíduos não poderão aceitar qualquer espécie de distração (ver 1Co 7.35). Não pense que isto é para qualquer um. Vários pensaram em seguir Jesus, mas não puderam:

 

·        “E, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei. E disse Jesus: as raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mt 8.19,20) – O escriba não pôde seguir porque estava muito apegado ao conforto e segurança que o mundo oferece;

·        “E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos.” (Mt 8.21,22) – o discípulo não conseguiu seguir Jesus porque queria se ocupar com indivíduos mortos em seus delitos e pecados;

·        “Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.” (Lc 9.61,62) – este não conseguiu seguir Jesus por ser indeciso. Não conseguia ter compromisso com nada, nem com ninguém. Ele não tinha sede pela verdade, muito menos amor pelos seus, a ponto de querer caminhar junto com eles rumo à verdade.

·        “E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o SENHOR te fez, e como teve misericórdia de ti.” (Mc 5.18,19).

 

Só pode seguir Jesus quem não tem nada, nem ninguém para atrapalhar (ver 1Co 7.32-35):

 

·        “Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não as tivessem;” (1Co 7.29).

 

Paulo recomendou celibato em tempos de tristeza (1Co 7.25-35) e Jesus falou de dores sobre aqueles que tivessem filhos em tais dias (Mt 24.19-21).

É tão difícil achar homens em tais condições que eles tiveram que ser comprados dentre os homens, ou seja, um preço teve que ser pago. Mas espere aí: o preço pela nossa salvação já não foi pago por Jesus na cruz (1Co 6.20)? Logo, um preço a mais terá que ser pago por eles.

Porque são virgens é o motivo de os 144.000 não se contaminarem com mulheres. Logo, “ser virgem” e “não se contaminar com mulher” são duas coisas diferentes:

 

·        É possível “não se contaminar com mulher” e não ser virgem: basta casar e ser fiel à esposa;

·        É possível “ser virgem” e “se contaminar com mulher”: “qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).

 

Ou seja, os 144.000 não irão se contaminar com mulheres porque buscarão, antes de tudo, um coração puro, voltado apenas para as coisas celestiais.

Mas afinal, não se contaminar com mulheres é literal ou figurado?

Isto lembra com a profecia das sete mulheres:

 

·        “E sete mulheres naquele dia lançarão mão de um homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos do que é nosso; tão-somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio.” (Is 4.1).

 

Para entender melhor este versículo, é preciso saber como as coisas funcionavam no Antigo Testamento:

 

·        “Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme ao direito das filhas. Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação marital.” (Êxodo 21.9,10).

 

Note como o homem tinha por obrigação dar sustento à mulher (dar-lhe o pão) e vestes. Estas mulheres, para incentivar o homem a dar-lhes seu nome e tirar-lhes o opróbrio, tentam facilitar as coisas para ele livrando-o das obrigações financeiras.

Mas, o que realmente elas estavam querendo?

 

·        O nome dele, ou seja, queriam ser contadas como suas esposas, ao invés de serem tidas como prostitutas;

·        Ter o opróbrio delas removido.

 

Vem a questão: o que era considerado como uma vergonha para as mulheres na época do Antigo Testamento?

Veja, por exemplo, estes dois trechos:

 

·        “E, havendo-lhe dado a beber aquela água, será que, se ela se tiver contaminado, e contra seu marido tiver transgredido, a água amaldiçoante entrará nela para amargura, e o seu ventre se inchará, e consumirá a sua coxa; e aquela mulher será por maldição no meio do seu povo. E, se a mulher se não tiver contaminado, mas estiver limpa, então será livre, e conceberá filhos.” (Nm 5.27,28);

·        “Disse mais a seu pai: Conceda-me isto: Deixa-me por dois meses que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras.” (Jz 11.37);

Obs.:

o   opróbrio para o homem era deixar o cabelo crescer. Mas esta vergonha diante dos homens era, por outro lado, sinal que ele era nazireu (consagrado para uso exclusivo do Criador, para pertencer a Ele).

o   opróbrio para a mulher era não ter filhos. Logo, o voto de narizeu, para ela, seria conservar sua vingindade.

·        “Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens.” (Lucas 1.25).

 

Note como era sinônimo de maldição e vergonha não poder ter filhos (ainda mais considerando que eles esperavam pelo Messias – Is 4:2; Is 54:1,4; Mq 5.2; Lc 1:25). Ou seja, o que estas mulheres, fisicamente queriam, era poder ter filhos, sem ser taxada por prostituta. Infelizmente, no que Adão mudou o nome de sua esposa de “mulher” para “Eva” (que significa “mãe” de todos os viventes – Gn 3.20), o mais importante para a mulher passou a ser a geração de filhos, a ponto de Ana não se contentar em ser a preferida de Elcana (1Sm 1.8) e Raquel, de Jacó (Gn 30.1).

Embora a missão de mãe seja importantíssima (1Tm 2.15), esta missão fora do papel de esposa perde toda a finalidade (manter viva a memória do marido – Dt 25.5-9) e, mesmo que esteja casada com um só homem, tal mulher, em nada está diferindo de uma prostituta. Elas achavam que bastavam carregar o nome do marido com elas para não ser considerada como tal.

Hoje, a história se repete. Acham que ajuntamento debaixo do mesmo teto é suficiente para ser considerado casado. A esposa não tem se importado em ser “mulher” do seu marido, muito menos em ser mãe de seus filhos (tem assalariado outros para fazer o trabalho dela). Supõem que o importante é simplesmente prover comida, bebida e veste para os da sua casa.

Não é em vão que a castidade da alma dos 144.000 os levaram a não ter contato com mulheres. Afinal, no que a mulher decide comer e se vestir do seu próprio sustento, ao invés de receber em si aquilo que pertence ao marido (ver Ez 16.14), ela não carrega mais em si a identidade do marido. Neste caso, o que será passado para os filhos é uma porção de duas identidades separadas (marido e mulher), ao invés de a plena identidade de um casal em Cristo que vive Seu amor e verdade constantemente. Isto, quando as crianças não recebem a identidade de estranhos (professores da creche, escola, TV, etc.).

Mas estas mulheres representam também instituições religiosas que, para ficarem livre da vergonha de serem pequenas e pouco frequentadas, buscarão o falso profeta para receber seu nome, bem como sua semente (poderes e sinais da mentira – 2Ts 2.11,12) a fim de poderem crescer em número e, assim, aumentar em popularidade e renda (ver 2Pe 2.1-3).

Cada Instituição religiosa irá se alimentar de sua própria doutrina e se vestir de sua própria justiça (medite em Rm 10.3). Perceba que estas mulheres não estavam interessadas em se submeterem ao marido delas (falso profeta). Daí, inclusive, o ódio da besta do mar, falso profeta e dez chifres contra a Grande Babilônia (Ap 17.16,17).

Nem se importavam se o marido tinha outras mulheres (apoiava outras instituições religiosas). Tudo que elas queriam era viver do jeito que melhor lhes convinha, mas sem serem taxadas como prostitutas espirituais.

 

·        “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo,” (Ap 14.6).

 

Agora vem a mensagem dos três anjos. Este anjo tinha “o” evangelho eterno para o proclamar. Na versão ARA2, diz “um” evangelho eterno. Se pensarmos que evangelho significa “boa notícia”, logo o mais correto seria “uma mensagem eterna do evangelho” (como na NTLH), já que a partir do evangelho, podemos extrair várias mensagens eternas. Além disto, se o anjo tivesse “o” evangelho eterno para proclamar, então implicitamente está dizendo que ninguém mais tem tal mensagem (e, como bem sabemos, as duas testemunhas e os 144.000 estão de posse também do evangelho eterno).

O fato de um anjo ser visto pregando o evangelho é uma prova de que a dispensação da graça terminou (ou seja, com a morte das duas testemunhas, a porta da graça se fechará três dias antes de a Igreja ser arrebatada). Ao invés de uma voz mansa e suplicante, implorando aos homens para se reconciliarem com o Eterno, agora há um grande trovão exigindo que as nações O temam, como que alertando da maldição de continuar adorando um falso deus.

O evangelho é aquí chamado eterno:

 

(a)   Porque sua verdade sempre existiu;

(b)   Porque ele é imutável, não dependendo da opinião ou aprovação de homens;

(c)   Porque ele permanece vivo e eficaz eternamente, não importa as mudanças que ocorram no mundo.

 

Eis aqui uma prova de que o evangelho é eterno: quando Jesus estava aqui Ele apregoou o ano aceitável do Eterno (Lc 4.18,19):

 

·        “O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do SENHOR.” (Lc 4.18,19).

 

Na Sua vinda Ele irá pregar o dia da vingança:

 

·        “O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado.” (Is 61.1-3).

 

Como pode ver, não mudou o evangelho. Sua mensagem é sempre urgente, visto que o tempo é curto e a vida é incerta.

A mensagem é eterna porque ela sempre esteve em validade. Infelizmente muitos não a enxergam até hoje. Daí o anjo relembrá-la a todos.

O evangelho é caracterizado de várias formas:

 

(a)   Evangelho de Deus (Rm 1.1) porque ele origina em Seu amor;

(b)   Evangelho de Cristo (2Co 10.14) porque ele flui de Seu sacrifício e porque Jesus é a essência da fé do evangelho;

(c)   Evangelho da graça de Deus (At 20.24) porque ele salva aqueles que a lei amaldiçoa;

(d)   Evangelho da glória (1Tm 1.11; 2Co 4.4) porque ele tem a ver com Aquele que está na glória e que está trazendo muitos filhos à glória (Hb 2.10);

(e)   Evangelho de nossa salvação (Ef 1.13) porque é poder do Eterno para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16);

(f)     Evangelho da incircuncisão (Gl 2.7) porque ele salva completamente, independente das ordenanças da lei. Através de Cristo, o evangelho promove a paz entre o pecador e o Eterno e imputa esta paz no interior.

 

O evangelho é bom:

 

1.     em si mesmo: ele é o espelho que reflete o divino caráter (servindo para o homem ver como está com relação ao Criador); é também o meio pelo qual o eterno bem nos alcança, conduz e salva;

2.     em sua ministração: ele vem do céu e é comunicado por mensageiros repletos da luz celestial;

3.     em sua universalidade: ele ultrapassa qualquer barreira que possa existir entre seres humanos, seja nacionalidade, genealogia, língua, raça, etc.;

4.     em sua proposta: o alvo do evangelho é nos mostrar a quem devemos louvar.

 

Note, aqui, que o anjo estava voando pelo meio do céu, e isto não como não como uma ave ordinária tal como se deu ao proferir os três “ais” (Ap 8.13).

Note a separação existente entre os destinatários:

 

·        aos que habitam sobre a terra -> ou seja, a todo o povo de Israel;

·        a toda a nação, e tribo, e língua, e povo - a todo o povo que compõe o “mar” de pessoas, ou seja, os não-israelitas.

 

Tudo parece certo. Mas espere aí? Por que temer ao Eterno? Para que Seu juízo não venha? Não seria isto um motivo interesseiro? Ou este chamado é só para os que creem? Porventura este chamado é para mostrar que, mesmo plenamente cientes da verdade (mesmo sabendo que ninguém pode frustrar os planos do Criador – Jó 42.2) ainda assim os indivíduos não se arrependerão (Ap 9.21, 16.11).

Também para poder ser capacitado a fim de passar por tudo sem cair na fé.

Mais ainda: por que um anjo é o portador desta mensagem, e não a Igreja?

Se você reparar bem, verá que as sete trombetas e as sete taças são ministradas por anjos. Sem a ministração desta mensagem por este anjo, as sete trombetas e taças poderiam ser encaradas como meros acasos da natureza, como aliás ocorre hoje. Embora há dois meses atrás (10/2015), por exemplo, tenha havido o acidente em Mariana, todos acham que a culpa é simplesmente da companhia mineradora. Ninguém consegue enxergar a mão do Eterno por trás de tudo isto.

No entanto, no que o anjo pregará a mensagem, ninguém teve dúvida que foi a mão do Criador que fez tudo isto. Tanto que, quando as taças vierem, os indivíduos blasfemarão abertamente Dele (Ap 16.11,21). E repare como a mensagem do anjo tinha tudo haver com as trombetas e taças.

Além disto, é bom lembrar que esta mensagem será anunciada na metade da 70ª semana, quando Jesus estará para ceifar a seara da terra (Igreja – arrebatamento), iniciar Seu julgamento (vindimar a videira da terra, ou seja, lançar as sete taças) e o anticristo estará prestes a destruir Jerusalém e instalar a sua marca. Nesta ocasião, a Igreja estará recebendo os preparativos finais para ser arrebatada.

 

·        “Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” (Ap 14.7).

 

Ou seja, adore ao Eterno e não à tecnologia. Adore ao Indivíduo certo e pelo motivo certo.

A hora do juízo do Eterno finalmente tinha chegado. Serão feridos o céu (Ap 16.8,9), a terra (Ap 16.2), o mar (Ap 16.3) e as fontes das águas (Ap 16.4). O Eterno deveria ser adorado como Criador de todas estas coisas, ao invés de ficar exaltando a ciência cujo intento é tentar modificar ou controlar isto tudo que Ele criou.

Ao invés de permanecer no pecado, mas arrogantemente achando que através da tecnologia poderá afastar as consequências do mesmo, o correto é temer ao Criador (ter medo de entristecê-Lo) abandonando de vez tudo que não O agrada e dar-lhe a oportunidade de usar a própria vida para manifestar Sua glória.

Em outras palavras, ao invés de tentar resolver os problemas com os bens e poderes deste mundo, o correto é descansar e esperar no Eterno (Sl 37.7) até Ele sair do Seu lugar (Is 26.20,21) para mostrar Sua força (2Cr 16.9; Zc 4.6).

O Eterno deveria ser amado ardentemente (adorado) por ser Ele quem fez:

 

·        a terra -> (Ap 8.7 – primeira trombeta; Ap 16.2 – primeira taça);

·        o mar -> (Ap 8.8,9 – segunda trombeta; Ap 16.3 – segunda taça);

·        as fontes das águas -> (Ap 8.10,11 – terceira trombeta; Ap 16.4 – terceira taça);

·        o céu -> (Ap 8.12 – quarta trombeta; Ap 16.8,9 – quarta taça).

 

Como será chegada a hora do juízo do Eterno e este irá envolver terra, mar, fontes de águas e céu, nada mais indicado que adorar quem os fez. Ou seja, ao invés de adorarem estes elementos, a ponto de querer obter total controle sobre eles (como tenta a ciência), cada um deveria se aproximar com amor Daquele que tudo criou.

Mas por que é enfatizado o papel do Eterno como Criador? O que acontece é que, considerando que a marca da besta tem haver com compra e venda (Ap 13.17,18), logo todos os empregos estarão marcados pela besta, de modo que quem trabalhar estará glorificando a Ha-Satan. Como também roubar é pecado, logo só resta uma alternativa: viver da fé, como cabe a todo justo (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Teremos que viver da provisão sobrenatural do Eterno, tal como se deu com os hebreus quando saíram do Egito: tiveram que comer do maná que caía do céu.

Daí adorar o Eterno como Criador: como aquele que provê para nós algo que vai além deste mundo. Note como existe uma semelhança entre a mensagem deste anjo e o quarto mandamento (Êx 20.11), o que nos ensina a importância de descansar e esperar no Eterno e na Sua provisão constantemente (Sl 37.7), desfrutando do prazer da sua companhia (Sl 37.4) (daí dizer para adorá-Lo).

Também é dito para temer o Criador e dar-Lhe glória. Ao invés de querer receber glória, o que cada um deve fazer é entregar toda glória ao Eterno. Afinal, mais importante do que ser bem visto diante dos homens (Jo 5.44), é ter medo de entristecer o coração do Eterno (Ef 4.30). E, se não adotarmos a postura de simplicidade diante dos lobos, buscando no conhecimento do Eterno aquilo que precisamos (Mt 10.16; Pv 9.10), acabaremos devorados por eles (visto que eles se alimentam de muita carne - ver 1Pe 5.8,9).

Tão logo o primeiro anjo termina sua mensagem, vem o segundo:

 

·        “E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.” (Ap 14.8).

 

É claro que não pode ser a literal Babilônia no Eufrates, visto que esta profecia é futura e a literal Babilônia tinha há muito desparecido, sem qualquer possibilidade de se reerguer (Is 13.20).

Pode estar certo: esta mensagem é para aqueles que irão se converter a Cristo, principalmente os israelitas, já que eles é que são tão apegados a Jerusalém (Grande Babilônia – Miquéias 1.5). Para que os escolhidos não serão enganados com relação aos rituais feitos no templo que será construído em Jerusalém, bem como à religião universal que parte daí (que é a imagem da besta ao invés de ser a imagem de Cristo) e, com isto, decidam receber seu sinal na testa ou na mão, o Eterno irá permitir a destruição de Jerusalém (Grande Babilônia). Quando Jerusalém for destruída os israelitas verão que o messias que eles elegeram é falso e, com isto, não receberão a marca da besta.

Com vista a mostrar a todos que eles não devem procurar os lugares onde supostamente Jesus é adorado (tal como se dava em Oséias 4.15), Jerusalém é destruída. Daí a ordem para sair da Grande Babilônia (Ap 18.4). Afinal, se alguém adorar a besta ou a sua imagem, este será severamente atormentado eternamente e sem descanso (Ap 14.11,12).

Note como todas as nações são levadas a prestarem culto ao Criador, só que do modo errado. Repare como o sistema religioso tem buscado atrair o maior número possível de pessoas para as instituições religiosas. Assim, teremos todas as nações adorando o Criador, mas de modo corrompido (como se deu na época de Noé (Gn 6.12) e Ló (Gn 18.20,21)).

Para diferenciar a adoração verdadeira da adoração promovida pela Babilônia, note que a adoração correta é em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Já a adoração dela, além de carnal (ver Gl 5.19-21), é uma expressão de revolta contra o Eterno e que leva os indivíduos a ficarem tropeçando no amor verdadeiro (2Tm 3.5; 1Pe 2.6-8). Afinal, quando as pessoas constroem estes mega templos ou fazem obras faraônicas (tais como shows gospel, envio de “missionários” para o exterior, obras assistenciais, etc.), elas estão, no fundo, iradas porque, aparentemente, o Eterno não faz nada e, por isto, querem fazer tudo por Jesus, como se Ele fosse um deus distante, desinteressado, fraco, etc.

Além disto, note a fúria destes líderes em querer arrancar dinheiro do povo a todo custo e a levar as pessoas a se acharem melhores que as demais, bem como a ficarem brigando por suas convicções, falando do que não entendem (como em Jó 42.3, Sl 131.1; Jd 10).

Embora a Babilônia já estivesse caída há muito (uma das razões para a ênfase “caiu, caiu” (duas vezes)) e repleta de demônios (Ap 18.2), muitos até este momento não tinham enxergado que os inúmeros milagres ocorridos nas instituições religiosas eram de procedência demoníaca (Mt 24.24; 2Ts 2.9-12; Ap 13.13). Tanto que o Eterno teve que expressamente ordenar aos Seus que saíssem da Grande Babilônia (Ap 18.4), pois aquele tipo de adoração estava errada (muitos estavam enganados, tal como os obreiros da iniquidade (Mt 7.21-23; Lc 13.23-28) e as dez virgens (Mt 25.12)).

Quando o primeiro anjo disse para adorar o Criador (algo, por sinal, muito enfatizado na Escritura Sagrada – por exemplo, em Ne 9.6; Sl 33.6; 124.8; 146.6; At 14.15; 17.24), isto implicitamente está dizendo que eles não estavam adorando-O. Era exatamente isto que as duas testemunhas estarão tentando mostrar (Ap 11.1-3). Contudo, eles acharão que, por estarem adorando no templo, tudo está certo.

O segundo anjo então reforça a mensagem das duas testemunhas, dizendo que Jerusalém com seu templo, a Grande Babilônia, já estava condenada à ruína. Ou seja, ao invés de ficar idolatrando Jerusalém e todo o seu formalismo religioso, quem realmente é de Jesus deve sair do Sistema Religioso e buscar relacionamento direto com o Eterno.

E o fato de a queda da Grande Babilônia ser dita duas vezes (“caiu, caiu”) indica também que o Eterno fará Jerusalém cair rapidinho (ver Gn 41.32), um pouco após o anjo proferir sua mensagem (mensagem semelhante há em Jr 51.7,8; Is 21.9).

Resumindo: saia do sistema religioso a fim de adorar o Criador do modo correto.

 

·        “Porque assim me disse o SENHOR Deus de Israel: Toma da minha mão este copo do vinho do furor, e darás a beber dele a todas as nações, às quais eu te enviarei. Para que bebam e tremam, e enlouqueçam, por causa da espada, que eu enviarei entre eles.” (Jr 25.15,16).

·        “Babilônia era um copo de ouro na mão do SENHOR, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso as nações enlouqueceram. Num momento caiu Babilônia, e ficou arruinada; lamentai por ela, tomai bálsamo para a sua dor, porventura sarará.” (Jr 51.7).

 

Em contraste com vinho da ira do Eterno, temos o vinho da ira da prostituição da Grande Babilônia. O vinho da ira do Eterno visava levar os indivíduos a enxergarem, por meio das pragas dos sete anjos, que Ele estava irado com o modo de adoração que eles estavam oferecendo a Ele.

Considerando que Ha-Satan dissimula as coisas do Eterno, logo o vinho da ira da sua prostituição (note como as nações se enfureceram - Ap 11.18) terá em vista usar os adoradores a besta a fim de promover a intimidade entre os indivíduos e os prazeres transitórios do pecado.

O vinho da prostituição é tão forte que leva os indivíduos do mundo inteiro a se mobilizarem contra Jesus, visto ser Ele que, supostamente, é o culpado de ser o “desmancha-prazeres” (ver Ap 16.11). Como eles amavam suas más obras (João 3.19-21) e eles não conseguiam convencer Jesus a apoiar a má conduta deles, então eles queriam se vingar de Jesus e, se possível fosse, destruí-lo.

Inclusive, a prova de que Joel 3 está relacionado com Ap 14 é que Jl 3.13,15,16 mostra a seara madura e o lagar cheio, o sol e a lua se escurecendo e Jesus bramando em Sião, tal como se dá em Ap 14.14-20, Ap 6.12,13 e Ap 14.1, respectivamente.

Para que fique claro: a origem de todo pecado está na alma. Quando um prazer desta não é suprido, ela fica insatisfeita e, nesta hora, apenas duas posturas é possível ser vista: se o espírito não se submete ao Eterno, este se revolta contra Ele, vindo a passar por cima de tudo e todos na esperança de conseguir aquilo que o Eterno não quer lhe dar. Daí a razão de cada um querer se sobressair sobre os demais: cada um quer ser o deus dos demais para, com isto, conseguir aquilo que irá satisfazer seu ego rebelde.

 

·        “E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão,” (Ap 14.9).

 

Após o primeiro anjo apontar a verdadeira adoração, o segundo mostrar que Jerusalém com seu sistema judaico de adorar ao Eterno era uma prostituição já caída, agora vem o terceiro anjo mostrando o que acontece com quem adota este tipo de adoração.

É condenado quem adora:

 

·        a besta do mar -> Acata sua as ordens e ideias a fim de conquistarem o direito de fazerem uso do sistema político, jurídico e policial por ela estabelecido e, assim, garantir seus interesses;

·        a imagem da besta do mar-> ou seja, quem se apega à comunidade satânica, como se ela fosse a verdade, o caminho da salvação. Quantos, hoje, idolatram seus pastores, bem como a instituição religiosa por eles frequentada;

·        recebe o sinal na testa ou na mão -> tenta conseguir bens neste mundo (incluindo comida, bebida ou veste) compactuando com aqueles que violam os princípios da Escritura Sagrada, ao invés de viver da fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).

 

Vem a questão: o que faz com que a adoração à besta e à sua imagem seja algo tão grave, se comparado com todas as outras formas de idolatria que existiu ou que existe? Afinal, antigamente, os imperadores também exigiam ser adorados como deuses. Nenhuma outra forma de idolatria foi tão severamente condenada.

O problema é que, aqui, todos estavam adorando a Jesus de um modo bestial. Eles não estavam adorando um deus à parte, mas sim a besta do mar usando o nome de Jesus.

Note também a conexão entre adorar a besta do mar e sua imagem e receber sua marca. Ninguém receberá a marca sem estar plenamente consciente do que ela significa. Inclusive, é justamente por adorarem a besta do mar e estarem revoltados com Jesus que eles pedem à besta do mar que lhes conceda sua marca: para excluírem do convívio social todos os que são de Jesus.

Mas afinal, qual é a condenação?

 

·        “Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.” (Ap 14.10,11).

 

Eis a punição a sofrer todos aqueles que adoram à besta, ainda que bem-intencionados, achando que estão adorando o Criador. Muitos pensam que, por estarem em total fidelidade à instituição religiosa, obedecendo o que diz o líder religioso, estarão isentos do juízo, o que não é verdade (veja Is 9.16,17; 31.1-3; Ez 14.9-11; Mt 15.14).

 

  • beberá este também do vinho da ira de Deus, que está preparado, sem mistura, no cálice da sua cólera -> o vinho a ser bebido é sem mistura (ou seja, sem ser diluído em água). Isto alude também ao costume de obrigar os prisioneiros a beberem algo envenenado.

Tal indivíduo ficará tropeçando e caindo em virtude de ser condenada a alimentar, dentro de si, o ódio do Eterno pelo pecado que abriga o coração das pessoas e o pior: ainda sofrendo todo o impacto das pragas contidas nas taças. O indivíduo, além de sofrer o juízo, ainda sofrerá com a maldade das pessoas, com o ódio por elas e pelas consequências de resolver tudo de modo maligno.

Veja o Eterno operando este tipo de juízo:

o   “Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do SENHOR o cálice do seu furor; bebeste e sorveste os sedimentos do cálice do atordoamento.” (Is 51.17);

o   “Porque assim me disse o SENHOR Deus de Israel: Toma da minha mão este copo do vinho do furor, e darás a beber dele a todas as nações, às quais eu te enviarei.” (Jr 25.15).

Quem não se submete a Cristo e Sua piedade (2Tm 3.5), será condenado, como vaso de ira, a beber a ira do Eterno sem mistura, ou seja, sem ser diluído com bênçãos (diferente do que aconteceu em Sl 75.8). Tal indivíduo será condenado viver eternamente atormentado com fúria de tudo e de todos;

Temos aqui uma consciência de divino antagonismo. Como pode um Deus que é amor (1Jo 4.8,16) ter um vinho de ira? Contudo, no que alguém permanece rejeitando continuamente as ofertas de amor de Jesus, tal indivíduo vai acumulando ódio no coração dos indivíduos. Por fim, o Eterno acaba entregando o indivíduo àquilo que ele tanto quis achar na vida dos indivíduos com quem tinha contato;

  • será atormentado em fogo e em enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro -> Este tipo de punição é o padrão para os ímpios (ver Gn 19.24; Sl 11.6; Ez 38.21,22).

O indivíduo será atormentado:

o   com o fogo das lutas e perseguições por causa dos pecados dos outros;

o   com o mau cheiro das suas ideias (2Co 2.14-16) e sentimentos.

Note como eles são atormentados diante dos anjos e do Cordeiro, que para eles é pedra de tropeço (2Pe 2.5-8) e mau cheiro.

Do inferno os ímpios contemplarão o resultado de toda a bondade manifestada por Jesus ao derramar Seu sangue para salvar pessoas que não mereciam. Isto irá atormentá-los.

Temos aqui um senso de intensa agonia. Enxofre adiciona intensidade ao calor e fúria das chamas do fogo. Uma consciência culpada tem o inferno dentro de si. Lembremo-nos de Caim: “Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha punição do que a que eu possa suportar” (Gn 4.13).

  • o fumo do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos -> (compare Isaías 34:9,10 com Gênesis 19:28), o fogo brotando de dentro, do interior da pessoa (Ez 28.18), queima a maldade que há no próprio coração. Contudo, como esta nunca acaba, o tormento dura eternamente, já que não existe consolo que seja grande o suficiente para aplacar os traumas resultantes da justiça centrada no próprio ego.

O fogo aceso pelo vinho das falsas alegrias, que eles tanto queriam manter aceso, agora será mantido aceso por toda a eternidade. Contudo, com tal alegria era fundamentada na desgraça alheia, cada um será movido pelo prazer em ver o outro atormentado. Resultado: eles irão se atormentar mutuamente pelos séculos dos séculos.

Assim como o altar do holocausto, do incenso e castiçal de ouro deveriam ficar acesos constantemente, exalando fumaça de cheiro suave agradável ao Eterno, agora eles queimar-se-ão e exalarão a fumaça do seu mau cheiro por toda a Eternidade.

  • e não têm repouso nem de dia nem de noite -> Em contraste com os quatro seres viventes que não descansam dia e noite proclamando a santidade e a atuação de Jesus no nosso passado, presente e futuro, eles não terão descanso do pecado e das consequências dele proveniente (Is 57.21) (pecado, tristeza, enfado, fraqueza, lamento, tormento, remorso e tentações).Por outro lado, tal descanso é concedido aos que morrem em Jesus.

Como os ímpios aniquilaram as suas misericórdias, a ira deles despedaçou eternamente, eles conservarão sua indignação para sempre.

Temos aqui um estado de constante inquietação. Não há descanso no pecado (Is 57.21). Todos viverão atormentando a si mesmos e uns aos outros sem parar.

 

Podemos assim resumir o castigo dos ímpios:

 

1.     ele é a direta expressão do desagrado divino: os adoradores da besta do mar beberão do vinho da ira do Eterno;

2.     será inflingido sofrimento pessoal direto: “e será atormentado com fogo e enxofre”;

3.     há um agravamento do sofrimento: “diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”;

4.     trata-se de uma perturbação incessante: “e não têm repouso nem de dia nem de noite”;

5.     é infinito: “a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre”.

 

Em síntese, os adoradores da besta beberão do cálice que será dado para a Grande Babilônia (Ap 16.19) e serão atormentados junto com Ha-Satan e a besta (Ap 19.20; 20.10).

O que isto pode nos ensinar? Entre outras lições podemos aprender que:

 

1. a retribuição do Eterno sobre os infiéis e perversos é uma terrível realidade;

2. no meio da tentação a lembrança disto será de grande ajuda;

3. o amor do Eterno é real e sempre nos mostra a verdade;

4. não ir a Cristo para Nele obter vida eterna é se auto-destruir.

 

E para testificar a veracidade de tudo isto, no milênio, todos os que saírem de Jerusalém após adorarem ali o Eterno (Is 66.23), poderão ver os cadáveres dos homens que prevaricam contra o Eterno na Batalha do Armagedom queimando e sendo comido de vermes sem parar:

 

·        “E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR. E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne.” (Isaías 66.23,24).

 

·        “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” (Ap 14.12).

 

Aqui é possível ver o quão preciosa é a paciência dos santos: quem não for paciente estará condenado a viver atormentado. Paciência não é conformismo, mas sim permanecer na luta esperando por Jesus:

 

·        “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, e o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” (Provérbios 16.32).

 

Quem são os santos?

Aqueles que guardam os mandamentos do Eterno e a fé em Jesus. Mas, o que significa guardar os mandamentos do Eterno? Para entender isto, analisemos a principal passagem que tem a ver com mandamentos:

 

·        “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.” (Jo 14.21,23).

 

A primeira coisa que precisa acontecer é ter os mandamentos do Eterno (Pv 23.23). Não basta sabê-los. É preciso entender o que os mesmos significam (Ef 5.14-17) e deixar que os mesmos façam parte da nossa rotina. Afinal, o importante não são as obras da lei (Ef 2.8,9), mas sim o propósito que existe por trás destas obras. Para ser mais exato: o importante é como O Amor pode e quer atuar através de cada um deles.

Para exemplificar isto, analisemos o propósito por trás dos dez mandamentos:

 

·        mandamento + O Amor -> Ter o Eterno na presença Dele, ou seja, não fazer como os namorados que usam o corpo um do outro, sem se preocupar com o que o outro está sentindo. Temos que ser Dele e Ele, nosso (ver Ct 6.3; Sl 16.5; 73.26; 119.57; 142.5). Temos que ter intimidade com Ele, ao invés de buscar apenas Suas bênçãos;

·        mandamento + O Amor -> Ser, viver a imagem e semelhança do Eterno na nossa vida. Não há nada que devemos fazer, adquirir ou buscar a fim de conseguir que nossa vida tenha sentido. O correto é amar o próximo tal como Jesus nos amou (João 13.34,35);

·        mandamento + O Amor -> Usar o nome de Jesus para que a Sua vontade seja feita no céu e na terra;

·        mandamento + O Amor -> Descansar e esperar em Jesus, tendo prazer na Sua companhia (Sl 37.4,7) diária e continuamente. Devemos deixar de fazer nossa obra para fazer apenas o que Lhe agrada (ver Is 58.13,14);

·        mandamento + O Amor -> Todas as vezes que comermos, bebermos ou fizermos qualquer outra coisa, devemos fazer tudo para glória do nome do Eterno (1Co 10.31), de modo que tudo que Jesus foi e é esteja na memória de todos (Lc 22.19; 1Co 11.24,25) e, deste modo, a memória de Sua Igreja seja perpetuada no céu e na terra;

·        mandamento + O Amor -> Dar a vida pelos irmãos (Jo 15.12,13);

·        mandamento + O Amor -> Viver o propósito do Eterno no casamento. Ou seja, não é simplesmente para o homem ser fiel ao propósito do Eterno para sua vida, mas fazer isto através da vida da sua esposa, tal como Jesus faz com Sua Igreja. Afinal, embora o Eterno Se mostre a todos, Sua obra principal é Se mostrar através de Sua Igreja (Ef 3.8-10). Através da esposa o marido irá gerar filhos e buscar viver a Escritura Sagrada dentro da fraqueza e limitação deles (não apenas exigindo da esposa e filhos fidelidade, mas se deixando usar pelo Eterno como membro do corpo deles para que Sua fidelidade se cumpra neles).

·        mandamento + O Amor -> Compartilhar para que o indivíduo possa ter tudo o que necessita a fim de que toda a vontade do Eterno se cumpra em sua vida (Pv 3.27).

·        mandamento + O Amor -> Ter o testemunho do Eterno dentro de si (At 1.8; 1Jo 5.9-12), de modo a ser coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15).

·        10º mandamento + O Amor -> Desejarmos o que é nosso a fim de que o próximo possa ter em nós aquilo que ele precisa para ser o que o Eterno deseja dele.

Guardar os mandamentos implica, antes de tudo, guardar o propósito para o qual os mesmos foram estabelecidos. Não se trata de meras regras a serem cumpridas, mas em viver a imagem e semelhança do Eterno dentro de si. Mas para isto nós devemos permanecer confiando em Jesus, a ponto de jamais querermos resolver algo na nossa vida abrindo mão disto que constitui a essência da caminhada com Jesus (ver Ap 13.10; 12.17). E é claro que, para isto, é preciso muita paciência, ou seja, esperar pelo momento, quando então tudo o que o Eterno planejara for para se cumprir e, deste modo, possamos experimentar a plenitude da boa, agradável e perfeita vontade do Eterno (Rm 12.2), e não apenas parte dela.

Inclusive, o uso da palavra “aqui” no versículo mostra em que sentido os seguidores de Jesus devem ter paciência, guardar os mandamentos do Eterno e a fé em Jesus. Ou seja, eles não devem buscar resolver conflitos fazendo uso da justiça do mundo (Is 30.1-3; 31.1-3), nem procurar adorar o Eterno do mesmo jeito que os religiosos e mundanos cultuam seus deuses, nem buscar o necessário para a vida através do sistema mercantil da besta.

 

·        “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.” (Ap 14.13).

 

“E ouvi uma voz do céu”: se pensarmos que foi uma voz do céu que declarou a filiação de Jesus (Mc 1.11; 9.7), logo veja o quão importante é esta voz.

Quem morre em Cristo irá descansar da sua fadiga física, mental e emocional, mas não das suas atividades, pois estas irão acompanhá-los. E o fato de as obras deles os seguirem, embora tenha a ver com a recompensa no tribunal de Cristo (Rm 14.10; 2Co 5.10), também tem relação com o trabalho que iremos executar no milênio e na eternidade.

Afinal, a eternidade não é lugar de ociosidade, mas da mais alta forma de trabalho espiritual.

Lembre-se do Éden: Adão e Eva, embora tivessem que trabalhar no paraíso, a força e alegria interior neles era maior do que o esforço necessário para o sucesso do trabalho. O suor do rosto é que foi a consequência do pecado (Gn 3.19), ou seja, a capacidade de cansar e adoecer.

Detalhe: a história de um homem (Adão) acabou sendo a história de todos os homens.

É bem verdade que Salomão interpretava fisicamente este cansaço, como se fosse para descansar dos problemas ou das perseguições da besta:

 

·        “Depois, voltei-me e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador; e a força estava da banda dos seus opressores; mas eles não tinham nenhum consolador. Pelo que eu louvei os que já morreram, mais do que os que vivem ainda.” (Ec 4.1,2).

 

No entanto, o que deixa os seguidores do Eterno cansados e atormentado é ver a injustiça e pecado dos outros (ver Is 43.23,24; 2Pe 2.7,8).

Assim, quanto ao descanso do trabalho enfadonho, eis como será o mesmo no que se refere à nossa natureza:

 

·        física: aqui nossa disposição para fazer algo bom é limitada pela fadiga e doença, bem como o esforço para obter e conservar nossas habilidades;

·        mental: quanto esforço é necessário para crescermos em conhecimento e sabedoria. Basta pensar que “...o muito estudar é enfado da carne.” (Ec 12.12).

·        sentimental: quantas vezes limitamos nossa disposição de ajudar o próximo em virtude de não sabermos se estamos ajudando o indivíduo certo, na hora e forma certas. Afinal, além de nossos recursos serem limitados, ainda há a possibilidade de estarmos ajudando alguém ingrato, que acabará fazendo mal uso daquilo que estamos lhe dando (dando aos cães o que é santo e lançando as pérolas aos porcos – Mt 7.6);

·        espiritual: aqui temos que lutar contra nossos inimigos espirituais, incluindo nosso ego (Rm 7.24).

 

A bênção é:

 

(1)   assegurada pela proclamação celestial: “E ouvi uma voz do céu”;

(2)   confirmada pelo testemunho do Espírito: “Sim, diz o Espírito”;

(3)   prometido a eles que são espirituais: “que desde agora morrem no Senhor”;

(4)   a recompensa de fidelidade é mantida até o fim da vida: “que desde agora morrem no Senhor”.

 

A recompensa é:

 

(1)   um estado de felicidade: eles são abençoados;

(2)   um estado de repouso do trabalho enfadonho, perigo e sofrimento: eles irão descansar de suas fadigas;

(3)   é exibido como consequência e reconhecimento de sua diligência e trabalho eficaz: suas obras os acompanham;

(4)   Jesus dará graça e glória aos vencedores (1Pe 5:10; 2Co 5:4; Sl 84:11).

 

Logo, aqui há encorajamento para:

 

(1)   auto-negação;

(2)   trabalho paciente;

(3)   devoção imortal.

 

Por mais grave que seja a Grande Tribulação, por maior a enganação, ainda assim não será admitida nenhuma desculpa para se adorar ao Eterno do modo errado, nem mesmo para se verem livres dos problemas (seja se apoiando nos recursos deste mundo ou usando de maldade contra as pessoas).

É claro que a maldade, engano, injustiça e sofrimentos serão tão intensos que o próprio Espírito Santo diz ser bem-aventurado os que morriam no Senhor.

Abençoados são os que morrem em Jesus por três razões:

 

·        Por não terem que ver o mal que sobrevirá ao mundo;

·        Por estarem isentos dos maiores males que haverão de vir sobre o mundo;

·        Eles irão gozar de um estado de bênção e felicidade indescritível.

 

A vida não será mais motivo de gozo, mas de perturbação e agonia. E já que as boas obras acompanham os justos, é melhor morrer. Quando um artífice morre, sua escultura fica; quando o indivíduo esculpe em sua alma o caráter e obras de Cristo, isto o acompanha.

Tão terrível é o sofrimento que Jesus disse que, se os dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria (Mt 24.22). Isto lembra o seguinte versículo:

 

·        “Perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, e os homens compassivos são recolhidos, sem que alguém considere que o justo é levado antes do mal.” (Isaías 57.1).

 

A verdade é que a vida é uma constante luta: pense, por exemplo, em quanto um pequeno broto tem que lutar para permanecer vivo, a quantos perigos ele está exposto.

As obras acompanharem implica que:

 

1.     tudo que o justo faz e sofre aqui será apropriadamente recompensado lá;

2.     o que irá acompanhar o justo será seu caráter e os resultados de sua conduta aqui. Neste aspecto, a eternidade será um prolongamento da vida presente;

3.     nosso presente pode afetar o futuro para bem. Nossa conduta aqui pode colocar a fundação para felicidade milhões de anos a partir daqui.

 

Obs.: quando nós damos alguma coisa a alguém como se estivéssemos dando a Cristo, nós estamos justificando-O.

É claro que o resultado físico das nossas obras não nos acompanhará:

 

·        “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu tornará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão.” (Ec 5:15)

 

Também é bom observar que as obras não vão adiante do que creem (como se elas fossem o passaporte para se entrar no céu), nem de lado (como se através delas fôssemos comprar nossa salvação), mas “seguem” os que creem, como uma confirmação de que eles são de Jesus.

Quanto às bem-aventuranças do apocalipse, veja:

 

·        Bem-aventurado quem lê, ouve e guardam o Apocalipse -> “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.” (Apocalipse 1.3).

·        Bem-aventurado quem guarda o Apocalipse -> “Eis que presto venho: Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.” (Apocalipse 22.7).

·        Bem-aventurado quem morre em Jesus ->E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.” (Apocalipse 14.13).

·        Bem-aventurado quem vigia e guarda suas roupas -> “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.” (Apocalipse 16.15).

·        Bem-aventurado quem é chamado às bodas do Cordeiro -> “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.” (Apocalipse 19.9).

·        Bem-aventurado quem tem parte na primeira ressurreição -> “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos.” (Apocalipse 20.6).

·        Bem-aventurado quem guarda os mandamentos do Eterno -> “Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.” (Apocalipse 22.14).

 

Enfim, bem-aventurado os que desde agora dormem no Eterno, pois os tais foram chamados à ceia das bodas do Cordeiro, o que os motivou ler, ouvir e guardar a Escritura Sagrada (em particular, as profecias do Apocalipse), a ponto de vigiarem e guardarem suas vestes de justiça, vindo a terem parte na primeira ressurreição.

E um dos motivos para tal indivíduo ser bem-aventurado é o fato de ser acompanhado por suas obras. Afinal, enquanto aqui na terra, o indivíduo, muitas vezes, não tem o privilégio de ver suas obras fazendo efeito por onde passam.

Mas afinal: por que são bem-aventurados os que morrem a partir do momento que João teve esta visão? Isto é algo tão sério que a voz vinda do céu diz para que estas palavras fossem registradas. Note, no entanto, que quem deu esclarecimento do motivo da bem-aventurança é o Espírito Santo. Logo, só tem entendimento da real mensagem do Eterno quem tem o Espírito do Eterno ministrando dentro de si.

A verdade é que o termo “agora” em “desde agora morrem no Senhor” está se referindo ao momento após a mensagem dos três anjos, ou seja, após o arrebatamento. Afinal, em meio a tão grande sofrimento, como nunca houve desde a antiguidade, nem haverá depois (Dn 12.1; Mt 24.21), é melhor morrer em Jesus do que permanecer vivo adorando a besta para tentar contornar o julgamento sobre o pecado.

 

·        “E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro, e na sua mão uma foice aguda.” (Ap 14.14).

 

Que Jesus é o Filho do Homem aqui, basta analisarmos as seguintes passagens:

 

·        Em Mateus 17.5, na transfiguração, podemos ver a “nuvem branca”.

·        Em Lucas 21.27 é dito “então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”.

·        Em Apocalipse 1.7 é dito que Jesus vem com as nuvens.

 

·        “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo;” (Jo 5.22);

·        “E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem.” (Jo 5.27);

·        “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” (At 17.31).

 

Um detalhe importante a ser observado é que este ser semelhante ao Filho do homem é precedido por quatro anjos e seguido por três anjos. Vem a questão: por que “semelhante” ao Filho do homem, ao invés de dizer que “é” o Filho do homem (também em Dn 7.13; Ap 1.13)? Embora esteja se referindo a Jesus, no entanto Seu corpo não era mais igual ao corpo físico de qualquer homem, mas sim o corpo que teremos após ressuscitarmos.

Jesus estava repousando sobre uma nuvem branca. Era comum o Eterno se manifestar em nuvem quando Ele tinha algo para comunicar (ver Êx 16.10; 19.9,16; 24.15,16; 33.9,10; 34.5; 40.34-38; Lv 16.2; Nm 11.25; 12.5; 16.42; Dt 5.22; 31.15; 1Rs 8.10; 2Cr 5.13,14; Sl 99.7; Ez 10.3,4) ou para guiar o povo (Êx 13.21,22; 14.19,20,24; Nm 9.15-22; 10.11,12; 14.14; Dt 1.33; Ne 9.12,19; Sl 78.14; 105.39). Assim, em Sua vinda, Ele se comprometeu a vir em nuvem (Mc 13.26; Lc 21.27; At 1.9-11), pois isto é para ser uma mensagem e uma direção para todos os que ficarem. Não é em vão que as duas testemunhas subiram ao céu em uma nuvem (Ap 11.12).

Interessante é que, aqui, Jesus tem apenas uma coroa de ouro, enquanto quem em Ap 19.12, Jesus aparece com muitos diademas (coroas). O motivo é que, aqui, a coroa Dele é a de um vencedor que conquistou o direito reunir os Seus e executar o juízo sobre os ímpios. Lá, as coroas indicam que Ele é o Rei de cada um dos reis que existe nesta terra, que reina sobre tudo e todos.

Quanto à foice, esta indica que os frutos já estão maduros (Mc 4.29), ou seja, a Igreja de Jesus já atingiu a total maturidade. Todo o propósito que havia sido estabelecido para ela terá se cumprido.

 

·        “E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; a hora de segar te é vinda, porque já a seara da terra está madura. E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada.” (Ap 14.15,16).

 

Este anjo é dito sair do templo, ou seja, do Santo dos Santos. Isto é importante, por mostra que ele vem da presença íntima do Eterno, sendo um mensageiro Dele. Só isto já é motivo suficiente para Jesus obedecê-lo. Contudo, lembre-se que apenas o Pai sabe a hora de Jesus vir (Mt 13.32; At 1.7). Logo, como este anjo poderia saber a hora exata, a menos que tivesse ouvido isto direto do próprio Pai? Daí este anjo clamar com grande voz (com total intrepidez), tal como fizeram o primeiro e o terceiro anjos (Ap 14.7).

Até o Pai dar o sinal, a hora de Jesus não será chegada. Jesus mesmo disse:

 

·        “Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.” (João 5.19).

·        “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” (Mt 24.36).

 

Além disto, você se lembra do que Jesus disse?

 

·        “E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe.” (Mc 3.33-35).

 

E não é a primeira vez que o Eterno ordena algo a Si mesmo através de Seus mensageiros. Veja em Ezequiel 37.1-11.

Note como a hora de ceifar não era apropriada (Jesus vem em dia em que ninguém O espera e em hora que ninguém sabe – Mt 24.41,42), mas como toda a seara da terra (a Igreja) estava amadurecida, então a hora de ceifar era vinda. Quando o trigo está no seu melhor estágio, ele é ceifado.

É bom lembrar que, sem colheita, não há alimento aqui na terra. Como a Igreja, nesta profecia, é a colheita, logo ela é o alimento dos anjos. O pão dos anjos só pode comer aquele a quem o Pai concede (ver Sl 78.25; João 6.32).

Vem a questão: este trigo está sendo ajuntado no celeiro do Eterno para quem? Para depois servir de alimento também a todos os demais que creram ou que virão a crer no Eterno.

Vale também lembrar que a ceifa é símbolo de bênção para os que forem ceifados e de juízo para os que ficarem:

 

·        “Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: A filha de Babilônia é como uma eira, no tempo da debulha; ainda um pouco, e o tempo da sega lhe virá.” (Jr 51.33).

·        “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.” (Mt 3.11-12).

 

O Eterno exercerá juízo sobre este mundo arrebatando Sua Igreja. Tal remoção implicará no fim da pregação do evangelho e das revelações do Eterno.

Uma descrição disto é feita no livro de Joel:

 

·        “Ajuntai-vos, e vinde, todos os gentios em redor, e congregai-vos. Ó SENHOR, faze descer ali os teus fortes; suscitem-se os gentios, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei para julgar todos os gentios em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, e os vasos dos lagares transbordam, porque a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do SENHOR está perto, no vale da decisão. O sol e a lua enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor. E o SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; e os céus e a terra tremerão, mas o SENHOR será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel.” (Jl 3.11-16).

 

Note como primeiro a seara é ceifada, ou seja, a Igreja é arrebatada. Depois o lagar é pisado, ou seja, vem o juízo das sete taças. Você pode se perguntar: mas e quanto à parábola do joio?

 

·        “Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo? Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.” (Mt 13.24-30).

·        E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; o inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mt 13.37-42).

 

Este trecho se refere à ocasião em que Jesus vier. Primeiro todos os ímpios serão ajuntados por Ha-Satan e seus anjos (que não deixam de ser também anjos do Eterno, já que tudo pertence a Ele) para a Batalha do Armagedom (Ap 16.13,14). Depois desta batalha é que os anjos ajuntarão do que professam o nome do Eterno, separando os bodes das ovelhas.

 

·        “E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda.” (Ap 14.17).

 

Este anjo também saiu do santuário. Só que, ao invés de trazer uma mensagem, ele trazia uma foice aguda, assim como Jesus. Ou seja, isto indica que, após o arrebatamento da Igreja, chegou o momento determinado pelo Eterno para as uvas da maldade serem ceifadas.

Como Jesus é o ceifeiro e um anjo, o vindimador, logo trata-se de duas obras diferentes. E que será um anjo que irá ajuntar os ímpios para serem lançados no fogo, isto pode ser visto nas parábolas de joio do campo (Mt 13.24-30) e da rede lançada ao mar (Mt 13.47-50).

 

·        “E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras. E o anjo lançou a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra, e atirou-as no grande lagar da ira de Deus.” (Ap 14.18,19).

 

Não sabemos de qual altar que o anjo saiu. Se o anjo saiu do altar do holocausto, então o que se tem em mente é o clamor dos mártires; se saiu do altar do incenso, o que se tem em mente é a oração de todos os santos.

Mas o anjo que saiu do santuário só podia ceifar após receber a ordem do anjo que tinha poder sobre o fogo. É bem provável que este anjo é o mesmo que recebeu a quarta taça:

 

·        “E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.” (Apocalipse 16.8).

 

Contudo, o mais provável é que este anjo tenha saído do altar do incenso. Provavelmente este anjo é o mesmo de Apocalipse 8:

 

·        “E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos e terremotos.” (Ap 8.3-5).

 

Como este anjo tinha poder sobre o fogo e este era necessário para queimar o incenso que era usado todas as vezes que as orações dos santos deveriam ser oferecidas, logo este anjo era o responsável por dar condições para que as orações dos justos pudessem ser percebidas por todos no céu e na terra. Sem isto, ninguém seria capaz de associar os acontecimentos do dia a dia com as orações feitas, como se as coisas acontecessem por acaso, independente do nosso relacionamento com o Eterno.

Note que funcionou, pois todos se voltaram contra os seguidores do Eterno, culpando-os pelas pragas que estavam vindo sobre o mundo (daí pelejarem contra o exército do Eterno - Ap 19.19).

Vem a questão: quem é a videira da terra? Jesus é a videira verdadeira e nós, os ramos (Jo 15.1). Com base em Isaías 5.5,7 e Ezequiel 17.6, Israel é a videira da terra e as demais nações, os seus ramos. Afinal, lembre-se que:

 

·        é da terra, ou seja, de Israel que se levanta o falso profeta (Os 1.11; Ap 13.11);

·        é dos profetas de Jerusalém que sai a contaminação de toda a terra (Jr 23.15);

·        Jerusalém, a Grande Babilônia, está embriagada do sangue dos justos (Ap 17.5,6) e até de todos os que moram sobre a terra (Mt 23.34,35; Ap 18.24).

·        Israel foi responsável por condenar Jesus, que é a própria vida (Jo 11.25; 14.6).

 

As uvas da videira da terra estavam maduras, ou seja, os israelitas e seus ramos (filhas espirituais) já tinham explorado ao máximo cada uma das formas de maldade possível. Cada uva contém prostituições e abominações produzidas por Israel (Grande Babilônia) (cujo vinho foi bebido por todas as nações (Ap 17.4; 18.3)), bem como o sangue dos santos, profetas e de todos os que moram sobre a terra. Afinal, eles não tolerarão nada nem ninguém lhes impedisse de obter o que quisessem.

Daí Oséias profetizar:

 

·        “Quando forem, sobre eles estenderei a minha rede, e como aves do céu os farei descer; castigá-los-ei, conforme o que eles têm ouvido na sua congregação.” (Oséias 7.12).

 

Além do derramamento literal, o principal derramamento de sangue está relacionado a matar Cristo da vida dos indivíduos com falsas doutrinas, levando os indivíduos a serem miseráveis, ou seja, a buscarem em Cristo com base no conforto desta vida (1Co 15.19), negando assim o poder da piedade (ver Gn 6.13; 11.4,5; 18.20,21; 2Tm 3.5).

Embora aqui em Apocalipse 14 seja descrita apenas a vindima, no final toda a videira da terra será desarraigada.

 

·        “Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada.” (Mt 15.13).

 

Resumindo:

 

1º - o anjo vindimará os cachos da vinha da terra e atira-os no grande lagar da ira do Eterno (Ap 14.19);

2º - Jesus pisa o lagar da ira do Eterno:

 

·        “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.” (Ap 19.15).

 

3º - o vinho formado com estas uvas será concentrado de modo que nenhuma gota se perca, mas venha a ser repartido nas sete taças da cólera do Eterno:

 

·        “Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.” (Apocalipse 14.10).

 

Vem a questão: o que é pisar o lagar?

 

·        “O Senhor atropelou todos os meus poderosos no meio de mim; convocou contra mim uma assembléia, para esmagar os meus jovens; o Senhor pisou como num lagar a virgem filha de Judá.” (Lm 1.15).

 

O Eterno fará que todos fiquem imersos em toda a maldade que existe no coração deles e de todos os que com eles adoram a besta do mar (isto em forma de sangue no mar, nos rios e nas fontes de águas)

 

·        “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.” (Ap 14.20).

 

Um estádio = 182.88 metros.

1600 estádios = 292.608 Km.

Muitos interpretam isto de modo físico e atribuem isto ao Vale de Jeosafá.

 

·        “Ajuntai-vos, e vinde, todos os gentios em redor, e congregai-vos. Ó SENHOR, faze descer ali os teus fortes; suscitem-se os gentios, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei para julgar todos os gentios em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, e os vasos dos lagares transbordam, porque a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do SENHOR está perto, no vale da decisão. O sol e a lua enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor. E o SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; e os céus e a terra tremerão, mas o SENHOR será o refúgio do seu povo, e a fortaleza dos filhos de Israel.” (Jl 3.11-16).

·        “Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade. E o SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha. E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo.” (Zc 14.2-5).

 

Neste momento (uns dias após a metade da 70ª semana), os cachos da videira da terra (Israel), ou seja, toda a maldade existente no mundo será espremida fora da cidade de Jerusalém (no vale de Jeosafá), de modo que caia sobre Jerusalém (Grande Babilônia) todo o sangue derramado sobre a terra (Mt 23.35; Ap 18.24).

E toda a maldade da terra junta e espremida através de todos os povos em redor de Jerusalém, os quais estarão reunidos no vale de Jeosafá, será suficiente para enchê-lo, de modo simbólico, até os freios dos cavalos.

Em outras palavras, o número de cavalos e cavaleiros reunidos no vale de Jeosafá será o suficiente para ocupar a distância de 1600 estádios e eles estarão carregando uma maldade maior (mais alta, se preferir) que eles mesmos (a própria maldade somada à maldade de todo o mundo implantada neles por meio da mídia que vem manipulando descaradamente a opinião pública). É tanta maldade junta, é tanta sede de ver sangue sendo derramado que, se fosse medir toda esta maldade em sangue, daria para encher o vale todo a ponto de chegar até à boca dos cavalos.

Enfim, o sangue ser jorrado até os freios dos cavalos serve para nos mostrar a extensão e profundidade da maldade humana, bem como quão grande será a quantidade de indivíduos reunidos no vale da Decisão (Jl 3.14).

Parte desta maldade cairá sobre Jerusalém e o restante será condensado, vindo a ser distribuído entre as sete taças da ira do Eterno.

Agora, assim como Jesus deu Seu sangue para nos salvar “fora da cidade” de Jerusalém (Hb 13.12), é também aí que toda a maldade do Israel apóstata será pisada (veja aqui a cena da destruição dos inimigos de Israel - Sl 110.6; Jr 25.30-33; Is 63.1-6; 66.15-17; Ap 19.15).

O fato de o sangue das uvas ter sido colocado nas taças da ira do Eterno indica que as pragas das sete taças serão, na verdade, consequências dos atos humanos (a natureza ficará perturbada tal como se deu na rebelião de Ha-Satan, quando a terra ficou sem forma e vazia – Gn 1.1,2).

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário