APOCALIPSE 15
·
“E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos, que tinham
as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus.” (Ap 15.1).
Desde o
início da criação o Eterno projetou que os luminares do céu servirão para
sinais:
·
“E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver
separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos
determinados e para dias e anos.” (Gn 1.14).
E Jesus disse
que tais sinais aconteceriam para anunciar a proximidade da Sua vinda:
·
“E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra
angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens
desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo;
porquanto as virtudes do céu serão abaladas.” (Lc 21.25,26).
Isto é,
todavia, diferente, daquilo que é praticado pelos mundanos em suas seitas:
·
“Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho dos gentios, nem
vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações.” (Jr 10.2).
·
“Não chameis conjuração, a tudo quanto este povo chama
conjuração; e não temais o que ele teme, nem tampouco vos assombreis. Ao SENHOR
dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso
assombro. Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e
rocha de escândalo, às duas casas de Israel; por armadilha e laço aos moradores
de Jerusalém.” (Is 8.12-14).
Após soar a
7ª trombeta, a Igreja é arrebatada e então João vê o 3º sinal no céu:
·
O primeiro foi a mulher vestida do sol. Este sinal
foi grande aos olhos de João (Ap 12.1);
·
O segundo foi o grande dragão vermelho (Ap 12.3). O sinal, em si, não foi grande, mas tão somente o
dragão.
·
O terceiro foi este, a saber, os sete anjos com as
sete últimas pragas, o qual foi grande e admirável (Ap 15.1).
Em resposta
ao clamor dos mártires, João vê:
1º-
O remanescente fiel do Criador que nunca fica
esquecido diante Dele;
2º-
As artimanhas de Ha-Satan
em virtude da infidelidade do povo do Criador;
3º-
O julgamento que virá sobre todos que não conhecem
o Criador, nem obedecem ao evangelho do Senhor Jesus (2Ts
1.7,8).
As
sete taças, neste momento da história, estarão prontas para serem derramadas,
mas antes de João ver o juízo das sete taças, ele vê a diferença entre o que serve
Ao Criador e entre aquele que não O serve (como em Êx 11.7; Ml 3.18). Ele vê os israelitas que foram
preservados espiritualmente na Grande Tribulação.
Enquanto
os seguidores da besta estão atormentados (como em Ap 16.10,11), estes terão, mesmo em meio às lutas e
tribulações, uma canção do Eterno em si (Jó 35.10).
Antes de João escutar as blasfêmias dos ímpios (Ap 16.10,11) ele escuta o hino dos vitoriosos (Ap 15.3,4).
Com
isto creio que fica claro: antes de pensarmos em ver os ímpios sendo punidos,
nosso desejo deve ser o de ver a Igreja sendo revestida com a glória do Eterno.
O
capítulo 15 é a continuação do capítulo 11. Após o santuário (Jesus – Ap
21.22) ser aberto e a arca
da aliança (Igreja) ser vista nele, João vê estes sete
anjos com as últimas pragas. Após ver isto, a atenção de João é direcionada
para os israelitas que creram em Jesus na grande tribulação.
Enquanto
isto, os sete anjos entram para dentro do santuário a fim de serem vestidos
adequadamente para a missão que o Eterno tinha para eles. Fecha-se o santuário.
A
partir daí não há mais intercessão. A porta da graça está fechada. A conversão
não é mais pela graça de Cristo, mas pela fé e obediência à palavra Dele.
·
“E depois disto olhei, e eis que o templo do tabernáculo do
testemunho se abriu no céu. E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do
templo, vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos com cintos de ouro
pelos peitos.” (Ap 15.5,6).
Os
sete anjos com as sete pragas saem do Santíssimo Lugar que há no tabernáculo
celestial. Enquanto no tabernáculo terrestre a lei era o testemunho que ficava
guardado no Santo dos Santos, no tabernáculo celestial o testemunho é a vida
eterna:
·
“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta
vida está em seu Filho.” (I João 5.11).
Considerando
que a vida eterna está em Jesus (Jo 17.3; 1Jo 5.11,12), logo o sair do santuário celestial
indica que os sete anjos estavam saindo da presença viva do Cordeiro (ou seja, não era algo arbitrário ou
punição por qualquer pecado. Antes, isto confirma que as falhas cometidas não
eram “meros” pecados da carne, mas uma afronta direta a Jesus e a tudo que Ele
é, a saber, Sua Palavra). Considere
também que as taças são feitas de ouro, significando que os julgamentos têm a
ver com a rejeição à própria presença viva do Eterno (lembre-se que só há ouro dentro do
tabernáculo e bronze fora do tabernáculo).
Os
anjos irão lançar seus flagelos sobre aqueles que rejeitaram a Palavra viva do
Eterno, e não apenas “meras” leis como na época do Antigo Testamento.
·
“Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só
pela palavra de duas ou três testemunhas. de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus,
e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo
ao Espírito da graça?” (Hb 10.28,29).
Era
este o tipo de resposta esperada pelos mártires (Ap 6.9-11).
As
taças, que para os ímpios são pragas (Ap 15.1), para quem é de Jesus, é motivo de
júbilo, pois apontam para a vinda de Jesus e para o fim das diferenças entre
ricos e pobres (Ap 6.5),
embora, lamentavelmente, a maioria dos pobres preferem lamentar a perda da sua
miséria a herdar o reino que o Eterno lhes destinou (Mt 5.3; Tg 2.5).
Entenda:
o que significa a visita de um emissário do Eterno? Para quem é reto aos olhos Dele, representa esperança, vida, conhecimento,
bênção. Contudo, para quem é ímpio, representa medo (Gn 3.10; Mt 22.11,12).
O
fato de o santuário do tabernáculo do testemunho no céu ter se aberto quer
dizer que estava fechado (Ap 15.5).
Quando João começou a ver, o Santo dos Santos estava aberto. Enquanto ele
olhava para os israelitas que vieram da Grande Tribulação, os sete anjos
entraram e o Santo dos Santos se fechou.
Após
os sete anjos receberem sua comissão, o Santo dos Santos se abriu trazendo o
que, para a Igreja de Jesus e os eleitos, no fundo, significará livramento.
Detalhe:
estas taças não são catástrofes naturais, nem obra de Ha-Satan,
mas do próprio Eterno que fará cada ser vivo sem Cristo beber do fruto de suas
obras (Jó
5.13; Sl 7.16; Jl 3.7; 1Co
3.19; Ap 14.17-20).
O
ornamento dos sacerdotes lembra o modo com o qual Ha-Satan
foi ornado:
·
“Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e
dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria
e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra
preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio,
diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se
faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram
preparados.” (Ez 28.12,13).
Eles
foram vestidos de um modo que condiz à sua posição e condição. Eles eram
ministros de genuína disciplina da alma:
1.
Eles
eram completos em número e qualificação: “sete anjos e sete pragas”;
2.
Eles
saem diretamente da presença do Eterno: “sai do templo do tabernáculo do
testemunho”;
3.
Eles
são divinamente marcados e enfeitados como sacerdotes do Eterno: vestidos de
linho puro e resplandecente;
4.
Eles
têm uma comissão gravíssima. Verdadeira educação da alma envolve dor. A enorme
severidade é uma bênção para os que creem em Jesus.
O
Santo dos Santos terrestre continha a arca da aliança na qual estava o
testemunho (as
tábuas da lei), a qual foi
usada contra Israel:
·
“Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que
vos acusa, Moisés, em quem vós esperais.” (Mt 5.45).
No
Santo dos Santos celestial, a arca da aliança é a Igreja, a qual passará a
estar presente no arrebatamento (Ap 11.19), sendo sua vida em Cristo o verdadeiro
testemunho a qual trará a condenação das taças a todos que não aceitarem Jesus
e Sua Palavra:
·
“Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já
tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último
dia.” (João 12.48).
Vem a questão: se o Eterno habita em todo
lugar e o céu, teoricamente, é um lugar totalmente puro, então que necessidade
de haver um Santo dos Santos no céu? Isto quer dizer que não é todo anjo que
tem acesso à intimidade do Eterno (vê Sua face):
·
“Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos
digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de
meu Pai que está nos céus.” (Mt 18.10).
Basicamente
há dois tipos de anjos que têm acesso à face do Eterno:
·
Os
anjos dos pequeninos;
·
Estes
sete anjos que irão por toda a terra para derramar as sete taças da cólera do
Eterno.
As
taças, embora sejam julgamento, também eram oportunidade para arrependimento.
Do contrário, o Eterno poderia eliminar todos instantaneamente.
Após
ver os que venceram a besta, sua imagem e sua marca, novamente João vê o
santuário se abrir. Ao sair, os anjos aparecem vestidos:
·
Vestidos de linho puro e resplandecente. Esta é a
mesma veste da Noiva do Cordeiro (Ap
19.8 – os atos de justiça dos santos) e lembra a veste dos exércitos dos céus (a única
diferença é que, no lugar de “resplandecente”, está escrito “branco” – Ap 19.14). Considere que todos devemos vestir a couraça da
justiça (Ef 6.14).
·
Cingidos, à altura do peito com cintos de ouro (tal como
Jesus também estava – Ap 1.13), o qual
representa a verdade (Ef 6.14), a qual é
mais preciosa do que o ouro (Pv
2.3-5; 3.13-15; 23.23; Ef 6.14).
Ou
seja, eles estavam vestidos da justiça do Reino do Eterno (Mt 6.33), a qual estava presa ao corpo deles por
meio da Verdade que liberta (Jo 8.32).
Isto nos ensina que a verdadeira justiça só é possível na nossa vida quando
conservamos a verdade.
Além
disso, o fato de os anjos estarem assim vestidos é a prova de que as taças não
eram julgamento arbitrário. Antes, testemunham o real significado da vida
eterna: verdade e justiça no Eterno. Mais ainda: confirma que eles estão a
serviço de Jesus e Sua Noiva.
Logo,
o que dá aos anjos autoridade para lançar as pragas é o testemunho fiel dos
eleitos, o qual confirma a verdade (ver 2Co 10.6).
·
“E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete taças de ouro,
cheias da ira de Deus, que vive para todo o sempre.” (Ap 15.7).
Os
sete anjos, inicialmente, tinham apenas as sete pragas. Após entrarem no santuário,
eles recebem vestidos de linho puro e resplandecente, e são cingidos com cintos
de ouro pelos peitos. Só após isto estes anjos recebem as taças de ouro cheias
da ira do Eterno.
Isto
quer dizer que a “ira do Eterno” é uma coisa e as “pragas” são outra.
Note
como os anjos, mesmo chegando no momento certo e cada um tendo a praga exata,
ainda assim eles só puderam fazer alguma coisa após serem revestidos da justiça
do Eterno, serem cingidos com Sua verdade, bem como receberem a ira Dele.
Ou
seja, isto mostra que os sete anjos não poderão fazer o que eles acham ser justo e verdadeiro, nem mesmo apenas enviarem as pragas. As
pragas devem ser uma manifestação da justiça e verdade do Eterno, bem como
acompanhadas do devido sentimento que deve tomar conta de cada um.
Sem
a ira do Eterno, as pragas dos anjos pareceriam meros desastres naturais.
Contudo, com a ira do Eterno, todos os adoradores da besta vieram a odiá-Lo por
saberem que era Ele que estava por trás das pragas (Ap
16.11,21), a ponto até de
declararem guerra aberta a Ele (Ap 16.14).
A
ideia é que cada um fique indignado com os pecados
seus e do próximo e, com isto, busque a conversão em Cristo. Todavia, eles
preferirão se irarem contra o Eterno, visto ser com a permissão
Dele que tais pragas são enviadas.
Note
como é um dos quatro seres viventes que dá aos sete anjos a ira do Eterno.
Entendendo que a função destes seres é testificar o evangelho de Jesus, logo é o
evangelho que dá base ao juízo divino. Ou seja, o mesmo evangelho que salva é o
que traz a condenação.
Além
disto, considerando que os quatro seres viventes são serafins que, juntos,
carregam em si, as quatro características de Cristo, logo só um anjo muito
especial para ser capaz de fazer, do sofrimento, uma ministração tão evidente
acerca do caráter e da justiça do Eterno.
O
detalhe é que as taças dos quatro seres viventes continham inicialmente incenso
que representa as orações dos santos.
·
“E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e
quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles
harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos
santos.” (Ap 5.8).
Outra
coisa a ser observada é que trata-se da ira Daquele
que vive para sempre. Entendendo que Deus é a amor (1Jo 4.8,16), logo é o amor Dele que leva os ímpios
a ficarem irados (pelo
prazer que têm em explorar os verdadeiros servos Dele, canalizando a bondade e
dons do Eterno neles para coisas fúteis).
O
Eterno é apresentado como aquele que vive para todo sempre em contraste com a
besta e o falso profeta cuja vida é tão curta. Isto mostra que a ira do Eterno
não é impulsiva (de
repente), mas algo muito
bem calculado.
Por
fim, estas taças são a prova de que, aqueles que, agora, supostamente conseguem
escapar do juízo dos homens e do Eterno (na verdade não escapam. Só de estarem privados do amor de
Jesus já é uma terrível punição, já que, sem isto, suas vidas são estéreis e
sem sentido), nada poderão
fazer na Grande Tribulação. Assim, enquanto há tempo, permita que o Eterno te
ache com Sua presença (2Cr
15.2; Jr 29.13,14).
·
“O santuário se encheu de fumaça procedente da glória de Deus e
do seu poder, e ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se
cumprissem os sete flagelos dos sete anjos.” (Ap 15.8).
“e
ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem os sete
flagelos dos sete anjos”. Vem a questão: por que? O significado destas palavras
tem algo a ver com Êxodo 19.21:
·
“E disse o SENHOR a Moisés: Desce, adverte ao povo que não
traspasse o termo para ver o SENHOR, para que muitos deles não pereçam.” (Êx 19.21).
Ninguém
pode se aproximar do Eterno para vê-Lo, a menos que tenha recebido autorização
para isto. Isto parece ser difícil de entender, já que é entrando no santuário
que nós poderemos entender melhor Jesus e Seus desígnios (Sl 73.17).
Contudo:
·
“E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo
judeus, perturbaram a nossa cidade, e nos expõem costumes que não nos é lícito
receber nem praticar, visto que somos romanos.” (At 16.20,21).
·
“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente.” (1Co 2.14).
Jesus
quer falar conosco, mas muitas vezes não podemos receber o que Ele tem para
revelar (ver
João 16.12).
Por
causa da glória do Eterno e do Seu poder, o santuário celestial se encheu de
fumaça. Podemos ver a manifestação de tal nuvem em algumas ocasiões:
·
Quando o tabernáculo de Moisés ficou pronto (Êx 40.34), a glória do Eterno o encheu, de modo que ele não
pode entrar;
o “Então a nuvem
cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo;” (Êx 40.34).
Esta
é a fumaça pela qual Ele é rodeado como o justo Legislador.
·
Quando o templo de Salomão foi consagrado, uma
nuvem o encheu, de sorte que os sacerdotes não podiam ficar de pé (1Rs
8.10,11):
o “Tendo os
sacerdotes saído do santuário, uma nuvem encheu a casa de Jeová, de modo tal
que os sacerdotes não podiam ter-se em pé para ministrarem por causa da nuvem.
Pois a glória de Jeová encheu a casa de Jeová.” (1Reis 8.10,11);
o “E os sacerdotes
não podiam permanecer em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque
a glória do SENHOR encheu a casa de Deus.” (II Crônicas 5.14).
·
Quando Isaías viu o Senhor assentado num alto e
sublime trono, os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava e a casa
do Eterno no céu se encheu de fumaça (Is
6.1,4):
o “E os umbrais das
portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então
disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros,
e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o
SENHOR dos Exércitos.” (Is 6.4,5).
·
Quando Ezequiel viu a glória do Eterno enchendo a casa Dele, ele caiu sobre o seu rosto (Ez 44.4,5):
o “Depois me levou
pelo caminho da porta do norte, diante da casa; e olhei, e eis que a glória do
SENHOR encheu a casa do SENHOR; então caí sobre o meu rosto. E disse-me o
SENHOR: Filho do homem, pondera no teu coração, e vê com os teus olhos, e ouve
com os teus ouvidos, tudo quanto eu te disser de todos os estatutos
da casa do SENHOR, e de todas as suas leis; e considera no
teu coração a entrada da casa, com todas as saídas do santuário.” (Ez 44.4,5).
·
Após Salomão orar pelo templo, a nuvem encheu o
templo, de modo que os sacerdotes não podiam entrar:
o “E os sacerdotes
não podiam entrar na casa do SENHOR, porque a glória do SENHOR tinha
enchido a casa do SENHOR.” (II Crônicas 7.2).
Igualmente, aqui, ninguém podia entrar por causa da fumaça que encheu o
santuário celestial (Ap 15.8).
Quando
alguém entra em um dado lugar, o tal entra por três razões:
·
Para
realizar ou obter algum serviço;
·
Para
se refugiar;
·
Para
ter comunhão.
Note
nas passagens acima que a fumaça está sempre relacionada com o tabernáculo (ou templo, tanto o físico quanto o
celestial), bem como às
leis a ele relacionadas. Também está relacionada com a ação do Eterno. Sempre
que o Eterno manifesta Sua presença viva, o papel de todos é se aquietar, de
uma forma ou de outra:
·
“Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda
a terra.” (Hc 2.20).
A
fumaça também indica a ira do Eterno sobre os ímpios, os quais são como fumaça:
·
“E todo o monte Sinai fumegava, porque o SENHOR descera sobre
ele em fogo; e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte
tremia grandemente.” (Êxodo 19.18)
·
“E olhou para Sodoma e Gomorra e para
toda a terra da campina; e viu, que a fumaça da terra subia, como a de uma
fornalha.” (Gênesis 19.28).
·
“Nem de noite nem de dia se apagará;
para sempre a sua fumaça subirá; de geração em geração será assolada; pelos
séculos dos séculos ninguém passará por ela.” (Isaías 34.10).
·
“Na minha angústia invoquei
a Jeová, Sim invoquei ao meu Deus; Do seu templo ouviu a minha voz, E o meu
clamor chegou aos seus ouvidos. Então a terra se comoveu e estremeceu, os fundamentos
do céu se moveram, e se abalaram porque ele se irou. Das suas narinas subiu
fumo, E da sua boca saiu fogo devorador, que pôs carvões em chamas.” (2Sm 22.7-9 - Tb
1917)
·
“Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo que
consumia; carvões se acenderam dele.” (Salmos 18.8).
·
“Como se impele a fumaça, assim tu os impeles; assim como a cera
se derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus.” (Salmos 68.2).
·
“Que dizem: Fica onde estás, e não te chegues a mim, porque sou
mais santo do que tu. Estes são fumaça no meu nariz, um fogo que arde todo o
dia.” (Isaías 65.5).
·
“Por isso serão como a nuvem da manhã, e como o orvalho da
madrugada, que cedo passa; como folhelho que a tempestade lança da eira, e como
a fumaça da chaminé.” (Oséias 13.3).
Com
base nisto, a fumaça indica que, na segunda metade da Grande Tribulação, o
Eterno sairá para agir de modo bem visível, fazendo cair Sua ira sobre os
ímpios. Neste momento, nada há mais que se possa fazer para entrar no santuário
do Eterno e obter Seu favor.
Até
que as sete taças sejam derramadas, nenhum serviço sagrado mais poderá ser
feito.
Não
há mais possibilidade de mudança:
·
“quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se
ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado
ainda.” (Ap 22.11).
Ninguém
poderá entrar também para tentar interceder pelo próximo vindo, com isto,
depreciar e apaziguar a ira do Eterno. A fumaça revela que os planos do Eterno
não podem ser frustrados, nem mudados (Jó 42.2).
Cada um terá que viver daquilo que foi pregado pela Igreja, bem como pelos
144.000 selados e as duas testemunhas.
O
Espírito Santo continuará trabalhando Sua limpeza e justiça nos Seus, mas não
haverá conversões. A fumaça revela uma visão obscura dos propósitos e presença
do Eterno em meio a tudo que estará acontecendo na Grande Tribulação. Eles terão
que viver por fé em uma palavra “morta” (morta no sentido de que não contará com a face do Eterno
para falar-lhes em meio a tudo).
Não
haverá pregação da Escritura Sagrada, não haverá profecias (daí Am
8.11-13). Todas as orações
parecerão sem resposta. Ninguém irá sentir a presença do Espírito do Eterno.
Cada um terá que crer baseado naquilo que ouviu no passado e com base no que
estarão vivenciando, a saber, o cumprimento das profecias. Lembre-se que o fim (este momento) só virá após o evangelho do reino ter
sido pregado a todas as nações (Mt 24.14).
Enquanto
as sete taças não forem todas derramadas (e não for dito: “feito está – Ap
16.17), ninguém poderá
entrar no santuário para qualquer uma das razões citadas acima. Considerando
que as sete taças duram desde o arrebatamento da Igreja até Jesus vir para
julgar as nações, logo ao longo de toda a segunda metade da 70ª semana (com exceção dos primeiros três dias
e meio), não haverá
comunicação com o céu.
Por
que o evangelho do reino? O mesmo que Jesus começou a anunciar na Sua época: “o
Reino do Eterno está próximo” ou “é chegado Reino do Eterno” (Mt 3.2;
10.7; Mc 1.15; Lc 10.9,11). O anúncio das boas novas, durante
principalmente na primeira metade da 70ª semana, dizendo que o milênio está
chegando, é que servirá de confirmação para que todos possam ver durante a
Grande Tribulação (últimos
três anos e meio, sem contar os primeiros três dias e meio) que tudo que foi pregado pela Igreja,
pelos 144.000 e pelas duas testemunhas era verdade.
A
fumaça, ao mesmo tempo que revela que o Eterno está presente, também revela a
impossibilidade de relacionamento íntimo com Ele enquanto o primeiro
tabernáculo continua erguido (Hb 9.8).
E não importa se o indivíduo está na terra ou no céu: sem estar em Cristo, não
é possível ter intimidade com o Eterno, nem ser usado por Ele (ver Is
6.5-8).
Vem
a questão: o que deu ocasião para que os sete anjos fossem vestidos a caráter
para serem dignos de ministrar as sete taças? Ou, se preferir, o que foi que
deixou os sete anjos vestidos?
Não
é em vão que, entre os versículos um e cinco há uma visão. É em prol destes
vencedores que os anjos serão vestidos e terão autoridade para derramar as
pragas.
No
Reino do Eterno, os indivíduos são motivados a agir com base naquilo que eles
têm certeza que irá acontecer (e
não com base naquilo que se espera que aconteça).
·
“Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da
besta, da sua imagem e do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de
vidro, tendo harpas de Deus;” (Ap 15.2 - ARA2).
João
vê novamente o mar de vidro que está diante do trono (Ap 4.6). Só que, aqui, este mar está misturado
com fogo. Aqui pode-se ver a resposta à pergunta seguinte:
·
“SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu
santo monte?” (Sl 15.1).
·
“Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar
santo?” (Sl 24.3).
·
“E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e
escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do
Cordeiro; porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” (Ap 6.16,17).
Enquanto
o mar aqui estará perturbado, os remidos estarão sobre um mar de vidro. Mas, o
que seria este mar de vidro?
·
“E sobre as cabeças dos seres viventes havia uma semelhança de
firmamento, com a aparência de cristal terrível, estendido por cima, sobre as
suas cabeças.” (Ez 1.22).
·
“E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que
uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua
claridade.” (Êx 24.10).
·
“E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal,
que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.” (Ap 22.1).
Ou
seja, João vê o “mar de vidro” como o fundo do Rio de Vida que fluía do trono.
E
como sabemos, a Água Viva representa a Palavra de Jesus e o Espírito Santo que
confirma esta palavra:
·
“Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.” (Jo 15.2).
·
“Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a
igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com
a lavagem da água, pela palavra,” (Ef 5.25,26).
·
“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e
clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como
diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do
Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo
ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (Jo 7.37-39).
O
mar de vidro também lembra Jesus caminhando sobre as águas.
Lembra
ainda o mar de bronze que ficava à entrada do templo (ou a pia de bronze que ficava à
entrada do tabernáculo)
para a purificação dos sacerdotes.
Quanto
ao fogo, é outro instrumento de purificação que queima o joio, a palha, madeira
e o feno e purifica o ouro, a prata e as pedras preciosas. Note como são dois
tipos de purificação: interna (fogo
- 1Pe 4.17) e externa (água - dos ímpios à nossa volta):
·
“Disse pois: O SENHOR veio de Sinai, e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã,
e veio com dez milhares de santos; à sua direita havia para eles o fogo da
lei.” (Dt 33.2).
·
“E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a
árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. E eu, em
verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após
mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos
batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua
eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca
se apagará.” (Mt 3.10-12).
·
“E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro,
prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se
manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e
o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa
parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar,
sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” (1Co 3.12-15).
Em
outras palavras, o que João viu foram os israelitas que vieram da Grande Tribulação.
Como não receberam a marca da besta e aceitaram a Jesus, foram salvos. Todavia,
como não creram em Jesus antes do arrebatamento da Igreja, foram salvos em meio
ao fogo.
Ou
seja, isto nos lembra os dois batismos que João Batista predisse que Jesus lhes
daria:
·
“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento;
mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com
fogo.” (Mt 3.11).
Eles
seriam (e
serão) batizados com o
Espírito Santo (água) e com fogo (a lei):
·
“Disse pois: O SENHOR veio de Sinai, e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã,
e veio com dez milhares de santos; à sua direita havia para eles o fogo da
lei.” (Deuteronômio 33.2).
Há
o batismo com fogo (no
qual os ímpios serão queimados – Mt 3.12), bem como a purificação com fogo que
acontecerão naqueles que são prata e ouro nas mãos do
Eterno (Zc 13.9; Ml 3.1-3).
Além
disto, note em Malaquias que a vinda de Elias (relacionado a uma das testemunhas) está ligada à guarda da lei por Israel:
·
“Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos.” (Ml 4.4)
Também
é digno de nota os seguintes versículos:
·
“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram
todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar. E todos foram batizados em
Moisés, na nuvem e no mar,” (1Co 10.1,2).
·
“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo
fomos batizados na sua morte?” (Rm 6.3).
Os
israelitas foram batizados em Moisés, sendo guiados pela nuvem do Eterno e em
meio ao Mar Vermelho que serviu para libertá-los dos seus inimigos. Os
israelitas da Grande Tribulação serão batizados na morte de Cristo (assim como nós), visto que é através disto que Sua
presença vive em nós, nos guia e nos liberta do pecado, da carne, do mundo e de
Ha-Satan.
Nós
temos a doutrina do permanente valor da provação. Quando alguém vence uma luta,
não é como se nada tivesse acontecido. Toda a experiência vivida em meio às
lutas os acompanha de modo a poderem servir de
consolo na vida de outros que estão passando o mesmo (2Co 1.3-5; 1Pe 5.8,9).
De
igual modo, os israelitas vitoriosos da besta não são meramente como os israelitas
vitoriosos diante do Mar Vermelho. Embora estes israelitas remidos são uma
alusão ao povo de Israel do Êxodo (Moisés e os homens cantando, Miriã
e as mulheres celebrando com adufes e danças diante do Mar Vermelho quando os
egípcios foram destruídos),
há duas diferenças:
·
Aqui
o mar é firme e reflete com exatidão a glória do Eterno neles através da
vitória deles em meio a todo o sofrimento imposto pela besta;
·
Aqui
os remidos cantam no meio do fogo, enquanto que no Êxodo, “após passar por
ele”.
A
vitória deste grupo (e,
principalmente, o fato de louvarem o Eterno enquanto estão no auge da luta e
sofrimento) dá aos sete
anjos autoridade para mandar as sete taças (ver 2Co 10.6)
nos que não obedeceram (ver
2Ts 1.5-8). Ninguém têm
desculpa de ser infiel, pois vários conseguiram vencer, mesmo estando nas
mesmas condições.
Estes
remidos tinham harpas do Eterno. Os únicos que anteriormente foram vistos com
harpas foram os 24 anciãos (Ap 5.8).
Vem
a questão: por que é dito vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu
nome?
É
porque há três vitórias a serem conquistadas:
·
A besta
-> não buscarão seus direitos acatando as ordens da besta, muito menos
procurarão se justificar fazendo uso do sistema político, jurídico e policial
por ela estabelecido. Ao invés de confiarem nos poderes do mundo, se humilhando
diante do anticristo para manterem o controle dos mesmos, eles confiarão na
bênção do Eterno que, além de enriquecer sem trazer dor (Pv 10.22), é a única que realmente é boa (Tg
1.16,17), superabundante (1Co 2.9; Ef
3.20; Rm 5.17)
e que realmente faz diferença.
·
a
sua imagem -> a comunidade satânica. Não terão comunhão com eles. Em outras
palavras, não adorarão a Jesus do mesmo modo que os adoradores da besta a adorarão
(não seguirão o
sistema religioso);
·
o
número do seu nome -> ou seja, não conseguirão bens
neste mundo (incluindo
comida, bebida ou veste)
compactuando com aqueles que violam os princípios da Escritura Sagrada (não seguir o sistema econômico da
besta).
·
“e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do
Cordeiro, dizendo: grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso!
Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e
não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as
nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram
manifestos.” (Ap 15.3,4 – ARA2).
Assim
como cada pássaro emite seu próprio canto que não pode ser perfeitamente
imitado, assim cada cântico só pode ser aprendido por quem viveu sua letra.
Entendendo
que a criação (Jó
38.7), o nascimento de
Jesus (Lc 2.13,14)
e a segunda vinda de Jesus foram celebrados com música (Ap 15.3,4) (no plano do Eterno, Jesus já veio), logo em todo o tempo temos que ser
música nas mãos do Criador.
Este
cântico retrata a vida deles como cheiro suave diante do Eterno (ver Êx
29.18,25,41; Lv 1.9,13,17; 2.2,9,12; 3.5,16; 4.31;
6.15,21; 8.21,28; 17.6; 23.13,18).
Vem
a questão: qual o conteúdo deste cântico?
1.
Eles estarão exaltando o Eterno em pessoa. Ele é:
a.
Senhor Deus Todo-Poderoso: enquanto o
dragão é exaltado por dar à besta seu poder, seu
trono e grande autoridade
(Ap 13.2), apenas o Eterno possui todo poder, domínio e senhorio (é dono de tudo – Sl 24.1);
b.
Justo e verdadeiro: com Ele não
há parcialidade, nem as enganações do Ha-Satan. O
Eterno trabalha em cima do que é real e bom para todos;
c.
Rei das Nações: Ainda que o rei das nações parecerá
ser Ha-Satan (Hb
2.8; Ap 13.7), ele é tão somente príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11; Ef 2.1,2). No final:
o “Todas as nações
que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o
teu nome.” (Sl 86.9).
d.
O Senhor temível e digno de glória:
Esta
é uma pergunta meio esquisita (quem
não te temerá), levando em
conta que há bilhões de indivíduos que não temem ao Eterno. Até zombam Dele.
Todavia quando Jesus manifesta Seus juízos, até os moradores do mundo aprendem
justiça (Is 26.9,10).
o “Quem não te
temeria a ti, ó Rei das nações? Pois isto só a ti pertence; porquanto entre
todos os sábios das nações, e em todo o seu reino, ninguém há semelhante a ti.”
(Jr
10.7).
o “Ó SENHOR, quem é
como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, admirável em
louvores, realizando maravilhas? Os povos o ouviram, eles estremeceram, uma dor
apoderou-se dos habitantes da Filistia. Então os
príncipes de Edom se pasmaram; dos poderosos dos moabitas apoderou-se um tremor; derreteram-se todos os
habitantes de Canaã. Espanto e pavor caiu sobre eles; pela grandeza do teu
braço emudeceram como pedra; até que o teu povo houvesse passado, ó SENHOR, até
que passasse este povo que adquiriste.” (Êx 15.14-16).
Os
julgamentos que serão infligidos sobre a besta e sua imagem terão por
finalidade ensinar o povo a reverenciar e adorar o Eterno (embora, infelizmente, isto não
acontecerá).
Aqui
vê-se o motivo para temer e glorificar o Eterno:
1.
Ele
próprio é santo;
2.
Seu
domínio estende a todas as nações;
3.
Seus
atos de justiça agora são visíveis a todos.
Apenas
no juízo final, todos irão se dobrar diante do Eterno e confessar quem Ele é (Is 45.23; Rm 14.11; Fp 2.10). Ou seja, as obras do Eterno são
grandes e admiráveis porque são feitas dentro da verdade e justiça, de modo que
ninguém pode ter contato com as mesmas sem querer conviver com tudo que o
Eterno é.
Enquanto o mundo se maravilhará após a besta,
dizendo: “Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?” (Ap 13.3,4), os verdadeiros adoradores não pensarão em
vencê-la no plano material. Antes, eles entenderão que a única forma de vencê-la será tendo por perda tudo aquilo que ela exalta (Fp 3.8). A partir daí, ao invés de não querer desagradá-la
para continuar tendo acesso ao mundo (At 4.19; 5.29), eles preferirão
ser vencidos por ela (Mt 5.39-44) a fim de
alcançarem o verdadeiro prêmio (Mt 10.39; 1Co 9.24-27).
e.
O Santo: enquanto os que habitam sobre a terra (Ap 13.8) seguirão aquele que blasfemará contra o Eterno (Seu nome,
Seu tabernáculo e os que habitam no céu) e fará guerra aos santos (Ap 13.6,7), quem é de Jesus louva Aquele que é Santo
seguindo-O. Afinal, entre outras coisas, Jesus morreu para isto:
o “No corpo da sua
carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e
inculpáveis,” (Cl 1.22);
Não é em vão que um dos nomes pelo qual o Eterno é
identificado é Santo:
o “Porque assim diz o
Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e
santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para
vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” (Is 57.15);
2.
Eles estarão exaltando aquilo que o Eterno faz:
a.
Suas obras são grandes e maravilhosas:
·
“Grandes são as obras do SENHOR, procuradas por todos os que
nelas tomam prazer.” (Sl 111.2).
·
“Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso
fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.” (Sl 139.14).
·
“Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, e santo em todas as
suas obras.” (Sl 145.17).
O
ponto fundamental
aqui é que a obra do Eterno é grande (não é pequena, de pouca abrangência) e admirável (uma obra de arte, digna de ser
contemplada minuciosamente).
O Eterno é visto como o dono de tudo (Senhor) e capaz de fazer todas as coisas em prol das Suas obras.
Vem a questão: de que obras eles estavam falando, já que os juízos das taças ainda não tinha vindo? Considere que todas as obras do
Eterno rendem graças a Ele (Sl 145.10).
Enquanto o mundo fica maravilhado com os sinais que
o anticristo opera (Mt 24.24; 2Ts 2.9-12; Ap 13.13), o crente em Jesus só se maravilha quando o Eterno
opera, não importa o quão bela e eficiente pareça ser a
tecnologia humana;
b.
Os atos de justiça do Eterno se fizeram manifestos:
o Todas as nações que
fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o teu
nome.” (Sl 86.9).
Enquanto as pessoas na terra se alegram com a
“justiça” promovida pela besta (por exemplo, ao matar as duas testemunhas que, por
estarem condenando as más obras, estavam trazendo muitos prejuízos às pessoas (Ap 11.7-10). Algo semelhante também se deu com Jesus (Mc
5.16,17) e Paulo (At 16.20,21)), o povo do Criador se alegra apenas com a justiça
Dele, mesmo quando esta implica em muita dor e sofrimento (como se
deu com as sete trombetas, bem como a perseguição empreendida pelo anticristo).
3.
Eles estavam exaltando os caminhos do Eterno: estes eram
justos e verdadeiros.
“Porque apregoarei
o nome do SENHOR; engrandecei a nosso Deus. Ele é a Rocha, cuja obra é
perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há
nele injustiça; justo e reto é.” (Dt 32.3,4).
Ao
contrário do caminho
do ser humano que é falso (pois
não conduz a nada além deste mundo. Não revela o Eterno como Criador, mas leva
o indivíduo apenas a tentar compreender e dominar a natureza a fim de ser deus
sobre ela e conduzir tudo pelos seus próprios interesses) e injusto (busca sempre o benefício de um grupo
em detrimento de outro).
Jesus, como Rei das Nações, conduz o mundo todo de modo que todos possam
experimentar em si a verdade e, deste modo, passem a viver confiando Nele (ver Hc
2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).
Enquanto o anticristo muda os tempos e a lei (Dn 7.25) e não faz outra coisa senão enganar (Mt 24.24; 2Ts 2.9-12; Ap
13.13,14), sendo mestre de intrigas (Dn
8.23 – ARA2), o caminho do Eterno não é enganoso, muito menos conduz a resultados
ilusórios (como a falsa paz do anticristo que irá durar três
dias e meio, a saber, após a morte das duas testemunhas – 1Ts 5.3) ou que só
privilegia alguns (injustos).
4.
Eles exaltam o triunfo final do Eterno: todas as
nações virão e adorarão diante do Eterno
porque Seus atos de justiça se farão manifestos:
o “Todas as nações
que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o
teu nome.” (Sl 86.9).
o “E será que desde
uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a
adorar perante mim, diz o SENHOR.” (Is 66.23).
No final, todos os enigmas da vidas serão desvendados e, com uma visão justa,
verdadeira e perfeita, o Eterno parecerá amável e belo.
É a santidade de Jesus que irá estimular
todas as nações, no milênio, a virem adorar diante de Jesus.
o “Ó SENHOR, fortaleza minha, e força minha, e
refúgio meu no dia da angústia; a ti virão os gentios desde os fins da terra, e
dirão: Nossos pais herdaram só mentiras, e vaidade, em que não havia proveito.”
(Jr
16.19).
Ou seja, as nações adorarão a Jesus diante Dele por perceberem que não há outro lugar em que
poderão alcançar algo grande, admirável, justo, verdadeiro e santo.
Enquanto os mundanos adorarão à besta (Ap 13.4,7,8), tal adoração é apenas circunstancial. No final de
tudo, todos irão se curvar diante do Eterno (Fp
2.5-8) e confessar que apenas Ele é realmente Senhor (Is 45.23).
Ou
seja, este cântico representa o quanto a Palavra do Eterno se tornou real na
vida destes que venceram na da Grande Tribulação, a ponto de fazer deles o bom
perfume de Cristo (2Co
2.14-16). Mesmo com toda
aparente influência, sabedoria, poder para manter tudo e todos sob controle
através da tecnologia, dando a impressão de que, finalmente, a paz chegara (1Ts 5.3), a Igreja de Cristo nunca se deixará
levar pelos poderes deste mundo. Mesmo em face à morte e padecendo lutas e
perseguições, ainda assim não se dispõe a passarem por cima da besta para
vencerem neste mundo (afinal,
tal como na época da morte de Jesus tal hora era dedicada aos seus algozes e ao
poder das trevas, o mesmo se dará na septuagésima semana: tal hora é para que fique
manifesto perante todos as obras e resultados trazidos pelo poder das trevas). Antes, eles entregarão suas vidas por
amor a Jesus (Mt 10.39; Ap 12.12) a fim de prosseguirem para o alvo (Fp
3.13,14), tendo vista algo
superior (Hb 8.9,10,13-16).
Através
do cântico dos vitoriosos, podemos aprender que o importante não são as nossas
conquistas (os
remidos não cantam sobre eles mesmos),
mas sim a capacidade do Eterno de nos guardar de tropeçar (Jd 24), livrar da tentação (2Pe 2.9). Enfim, são as obras Dele que são
grandes e maravilhosas.
E
o cântico é chamado:
·
Cântico de Moisés porque lembra a ocasião em que o Eterno
libertou Israel, dando oportunidade para que os fiéis no Criador pudessem
louvá-Lo sem precisar de desperdiçar tempo, energia e recursos construindo
coisas vãs (Êx 1.11) e louvando os
falsos deuses do Egito.
Detalhe:
servo do Senhor é usado como título especial honorável com relação a Moisés (Êx 14.31; Nm 12.7; Sl 105; 26; Hb 13.5)
(Dt 34.5; Js 1.1,7,13,15; 8.31,33;
11.12; 12.6; 13.8; 14.7; 18.7; 22.2,4,5).
·
Cântico do Cordeiro porque lembra
a libertação que a vida de Cristo proporciona a todos aqueles que Nele creem.
Os tais não precisam mais se sujeitarem ao anticristo e às coisas deste mundo
que estão sob seu domínio (que foi concedido por Ha-Satan
– Mt 4.6). Eles podem louvar ao Criador, vivendo para amar
ao próximo, mesmo em meio a muita tribulação e pobreza (2Co
8.1-5; 1Ts 1.6; Ap 2.9).
Por
que é citado Moisés e Jesus?
·
“Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram
por Jesus Cristo.” (Jo 1.17).
Moisés
representa a lei e os profetas, já que ele foi o profeta por meio do qual a lei
foi dada. Jesus é Aquele que manifesta o Favor do
Eterno e a verdade, dos quais dependem toda a lei e os profetas (Mt 22.40). Ou seja, ao cantar este hino, os
vencedores estavam confirmando o poder que há no Favor do Eterno de nos
capacitar para viver a lei (Rm 8.3,4).
É bom lembrar que Jesus prometeu louvar o Eterno no meio da congregação (Sl
22.22,25).
Este
cântico não é meramente para celebrar as qualidades e atributos do Eterno (tal como os anjos fazem), tampouco para apenas falar dos Seus
feitos. Trata-se da canção de Moisés e do Cordeiro, ou seja, que mostra o modo
como lei e graça, Velha e Nova Aliança se relacionam.
Esta
canção, profundamente arraigada no Testamento da Lei, ressalta:
·
As
obras do Eterno – “Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus
Todo-Poderoso!”;
·
Os
caminhos do Eterno – “justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos
santos.”.
·
A
dignidade do Eterno – “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu
nome? Porque só tu és santo;”
·
Culto
ao Eterno – “por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti”.
Também
repare que todo o foco deste hino está no Eterno e Seus feitos, e não naquilo
que eles sofreram para alcançarem a vitória (como que ressaltando o mérito deles).
Detalhe:
o maior juízo estava prestes a cair sobre toda a humanidade e em momento algum
vê-se alguém intercedendo diante do Eterno visando minimizar tais juízos ou até
fazê-los cessar (todos
concordam, inclusive os israelitas que vieram da Grande Tribulação). Pelo contrário: o que se vê é um hino
sendo cantado.
Todos
consentem com o julgamento do Eterno, incluindo o Cordeiro, conhecido por ser
Amigo e Salvador dos pecadores. Neste hino está a acusação de Moisés (Jo 5.45) e Jesus (Jo 12.48).
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