APOCALIPSE 18 (ARA2)
INTRODUÇÃO
Jamais
devemos colocar os negócios entre o ser humano e Jesus, muito menos por um
sacerdote entre Jesus e o ser humano. Infelizmente, a maioria dos que dizem
crer em Jesus colocam algo ou alguém entre si e Ele, como se Ele necessitasse
de algo para fazer Sua obra. É assim que a Grande Babilônia conseguirá espaço
para conquistar os corações.
Eis
algumas características da Grande Babilônia:
1.
É
um poder dominante: “reina sobre os reis da terra” e se senta sobre muitas
águas;
2.
Arrogante
e orgulhosa: “se senta como rainha”;
3.
Se
sente segura: ela diz: “pranto nunca hei de ver”;
4.
Se
acha auto-suficiente: ela diz: “viúva não sou”;
5.
Vive
em luxúria;
6.
Se
embriaga e embriaga outros também;
7.
Especialista
em comércio internacional e transporte de mercadorias;
8.
Importa
e exporta uma enorme variedade de produtos:
a.
Metais
preciosos;
b.
Vestimentas
luxuosas e caríssimas;
c.
Materiais
para mobília;
d.
Especiarias;
e.
Comida;
f.
Gado
de várias espécies;
g.
Corpos
e almas de homens.
E
um fato temível deve ser reconhecido: certos entretenimentos no meio religioso
são propostos a fim de convencer os indivíduos a aceitarem o jugo pesado do líder
religioso. A Igreja verdadeira não necessita de atrativos para prender alguém.
Ela atrai por aquilo que Cristo é nela: puro, santo, verdadeiro. Pertence à
Igreja quem quer ser alguém diferente, melhor (e não quem quer consolidar o seu ego pecado).
O
destino da Grande Babilônia serve para nos alertar acerca do destino de cada um
que deseja:
·
Seguir
o rumo dela;
·
Viver
como ela;
·
Ser
como ela;
·
Habitar
dentro dela.
Afinal,
onde estiver o corpo, ali se ajuntarão os abutres (Mt 24.28).
A
Grande Babilônia desde já está amaldiçoada. Os meios e métodos referentes à sua
queda são indicados neste capítulo:
·
Decreto
divino;
·
Juízos
terríveis;
·
Retribuição
e desolação;
·
Abandono
humano.
O
julgamento da Grande Babilônia lembra muito o julgamento de Tiro (Ezequiel 26-28) e da Babilônia (Isaías 13,14,21 e Jeremias 50,51). Oséias 2.1-13 mostra a ligação entre a
Grande Babilônia e Israel.
Quando
Jesus estive aqui Ele mencionou o grande ódio que o mundo tinha por Ele e por
aqueles que são Dele (Jo 15.18,19).
Em Apocalipse 16.21 lemos que, quando a destruição vem, os homens blasfemam do
Eterno. Eles lamentam a queda da Grande Babilônia, mas ao invés de converterem,
se revoltam contra Ele.
Grande
Babilônia é, em primeira instância, uma visualização do que vem a ser o mal
moral em todos os seus mais odiosos aspectos, em todas as suas operações
infernais, em todas as suas consequências danosas.
Israel
é visto em quatro pontos:
·
Na
sétima cabeça –
representa o país de Israel. O líder mundial usará Jerusalém como capital;
·
Nos
chifres da besta do mar e da besta que sobe do abismo – Trata-se do casamento entre
israelitas e romanos que constituirão dez das treze famílias de banqueiros mais
ricas do mundo (ver
Dn 2.43).
Eles começam apoiando o anticristo (besta do mar, pés da estátua de Nabucodonosor) economicamente. Embora a besta do mar e
a besta que sobe do abismo serão proclamados reis,
quem de fato conduz tudo é a mulher montada da besta. Só no final dos sete
anos, quando o oitavo rei e os dez chifres destruirão toda a Grande Babilônia (mulher + besta que sobe do abismo)
é que, por uma hora, eles reinam de fato como reis.
·
Na
mulher sentada sobre a besta que sobe do abismo - Aqui estão os líderes religiosos de
Israel que insistem em conservar os rituais do Antigo Testamento. Na metade da
septuagésima semana, a besta que sobe do abismo
romperá o acordo feito pelo anticristo (besta do mar)
e fará cessar o sacrifício (Dn 9.27)
e se assentará no templo judaico afirmando ser deus (2Ts 2.4). Nesta hora ele destruirá todos que
apoiam este tipo de culto, vindo até a queimá-los (Mt 24.15;
Mc 13.14). Só permanecerá
vivo os líderes que reconhecerem a besta que sobe do
abismo como deus.
·
Na
besta que sobe da terra – líderes político-religiosos de Israel
(tipo
vereadores, prefeitos, etc.),
que elegerão o falso profeta como líder político de Israel.
o “E os filhos de Judá e os filhos
de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si uma só cabeça, e
subirão da terra; porque grande será o dia de Jizreel.”
(Os 1.11);
Contudo,
após a besta do mar (anticristo) ser considerado o messias dos
israelitas, o falso profeta entregará o reinado político para ele e passará a
ser seu ajudante.
Quando
a besta que sobe do abismo assumir o controle, os
líderes político-espirituais de israel já não serão
mais os chifres do falso profeta (ou seja, a sua força política), pois a partir de então só se reconhece
um líder político: a besta que sobe do abismo. Eles, então,
se relacionarão com a besta que sobe do abismo.
Contudo, enquanto a mulher virtuosa auxilia o marido como seu corpo, a mulher
montada na besta do abismo o auxilia por cima, lhe conduzindo.
Como
os líderes político-religiosos de Israel continuarão sendo usado
na Nova Ordem Mundial para ensinar todos a adorarem a besta que sobe do abismo, Jerusalém se gabará como uma Grande
Prostituta, dizendo: “Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei
o pranto.” (Ap 18.7).
Quando,
todavia, chegar o momento certo, toda a Grande Babilônia cairá de vez.
Como
se dará a queda da Grande Babilônia?
·
“E
o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do
trono, dizendo: Está feito. E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande
terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi
este tão grande terremoto. E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as
cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar
o cálice do vinho da indignação da sua ira.” (Ap 16.17-19).
·
“Portanto,
num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no
fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga.” (Ap 18.8).
Eis
a ordem dos eventos:
1º - na metade da septuagésima semana, a
besta que sobe do abismo:
o
romperá
o acordo com os líderes religiosos de Israel (Dn 9.27);
o
invadirá
Jerusalém;
o
matará
as duas testemunhas;
o
os
que creem em Jesus serão convocados a sair de Jerusalém (Ap 18.4);
2º - metade dos habitantes irá para o
cativeiro, a saber, (aqueles
que não apoiam a besta do abismo).
As casas deles serão saqueadas e as suas mulheres violentadas;
3º - serão deixados na cidade quem aceita a
besta do abismo como sendo o deus deles (Zc 14.2; 2¨Ts 2.4). A mulher montada na besta passará a
adorar a besta que sobe do abismo (ela não é viúva), ou seja, os líderes religiosos aceitam
a besta que sobe do abismo como o deus deles.
4º - Jerusalém ficará desolada (Mt 24.15), pois se tornará morada de demônios, e
covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável (Ap 18.2). Para o israelita ortodoxo, ver o
templo sendo profanado e a cidade usada para propósitos malignos é algo extremamento desolador (Sl 74.7);
5º - a sétima taça será derramada;
6º - Jerusalém (a grande cidade)
será devastada por um terremoto e se dividirá em três partes;
7º - com o terremoto, todas as cidades das
nações cairão por terra;
8º - morte, pranto e fome virão sobre Israel
matando muitos dos que sobreviveram ao terremoto;
9º - os exércitos da besta que sobe do abismo, irados com as intervenções do Eterno (sete trombetas e sete taças), desejarão reinar absoluto sobre tudo e
todos, acima até mesmo da lei. Diante disto, eles destruirão a besta do mar (a saber, o sistema político que
governa este mundo) e a
mulher montada nela (Jerusalém). Assim, eles invadirão Jerusalém, a destruirão
por completo, saquearão todas as suas riquezas, matarão os
sobreviventes restantes e queimarão Jerusalém por completo num imenso fogo (Ap 17.8), tão grande que poderá ser visto longe
nos mares (Ap 17.17).
A destruição por eles efetuada será muito rápida (em apenas uma hora – Ap 17.16).
Feito
isto, durante o período de uma hora eles ficarão sendo reis absolutos sobre
tudo e todos. Eles ficam sendo a lei e os profetas;
10º - Assim, eles convocarão todos para seguirem
rumo ao Vale do Armagedom a fim de pelejar contra os
seguidores de Jesus que foram para lá, sob o pretexto que Jesus é o culpado por
todos os males que lhes sobrevieram (Jl 3.12), visto ser Ele quem enviará a sete
trombetas e sete taças. Contudo, Jesus vai para lá para salvar os Seus, o que
fará com que eles lutem diretamente contra o próprio Jesus (daí o reinado deles ser só por uma
hora).
Com
a destruição de Jerusalém e de todas as cidades das nações, acabar-se-á todo o sistema
político e financeiro (a
besta que inicialmente subiu do mar e que foi possuída pelo anjo que sobe do abismo ou, se preferir, a estátua de Nabucodonor que ganhou vida quando a besta que sobe do abismo possuiu o pé da estátua no lugar da besta
que sobe do mar).
Similaridades
que podem ser vistas na descrição da Grande Babilônia em Apocalipse 17 e Apocalipse
18:
·
Em
ambos a Grande Babilônia pertence ao reinado da besta;
·
Em
ambos a mulher conduz a besta;
·
Em
ambos os santos são odiados e o sangue deles derramado;
·
Em
ambos a Grande Babilônia se prostitui com os reis da terra e o povo se embriaga
com o vinho da prostituição;
·
Em
ambos a Grande Babilônia está debaixo de julgamento e será destruída.
Mas há também há algumas diferenças: um
capítulo completa o outro:
|
Apocalipse 17 |
Apocalipse 18 |
Nome: |
Grande Babilônia - Mistério |
Babilônia, a
Grande Cidade |
Símbolo: |
A grande meretriz |
A
grande cidade, lugar de mercado |
Culpa: |
Abominações
religiosas |
Ganância
e auto-indulgência |
Diferença
entre a Noiva e a Grande Babilônia:
Grande
Babilônia |
Noiva |
Veste-se
de púrpura e escarlate, adorna-se de ouro, pedras preciosas e pérolas (Ap 17.4). |
Veste-se
de linho fino, puro e resplandecente (Ap 19.8). |
Chamada
de Grande Babilônia |
Chamada
de Nova Jerusalém. |
É
perseguidora. |
É
perseguida. |
Fará
todas as nações se embriagarem com o vinho da fúria da sua prostituição |
É
alimentada com a carne e o sangue de Jesus (Jo
6.51-57; Ap 12.14). |
Terá
o nome da sua culpa estampada na fronte |
A
exemplo dos 144.000, tem sua fronte marcada com o nome do Eterno (ver Ap
22.4). |
A
lamentação sobre a Grande Babilônia lembra muito a lamentação sobre Tiro (Ezequiel 26, 27).
Três
classes de indivíduos lamentarão a queda da Grande Babilônia. O lamento dos
indivíduos é descrito em ordem de acordo com a condição daqueles que lamentam,
levando em conta a causa e o modo do lamento:
o “E
os reis da terra, que se prostituíram com
ela, e viveram em delícias, a chorarão, e sobre ela prantearão, quando virem a
fumaça do seu incêndio; estando de longe pelo temor do seu tormento,
dizendo: Ai! ai daquela
grande Babilônia, aquela forte cidade! pois numa hora veio o seu juízo.”
(Ap 18.9,10).
o
“E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra; porque ninguém
mais compra as suas mercadorias: os mercadores destas coisas, que com elas se
enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando e
lamentando, e dizendo: Ai, ai daquela grande cidade! que estava vestida
de linho fino, de púrpura, de escarlata; e adornada com ouro e pedras preciosas
e pérolas! porque
numa hora foram assoladas tantas riquezas.” (Ap 18.11,15,16).
o “E
todo o piloto, e todo
o que navega em naus, e todo o marinheiro, e todos os que negociam no mar
se puseram de longe; e, vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram, dizendo: que cidade é
semelhante a esta grande cidade? E lançaram pó sobre as suas cabeças, e clamaram, chorando, e
lamentando, e dizendo: Ai, ai daquela grande cidade! na qual todos os
que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência; porque numa
hora foi assolada.” (Ap
18.17-19).
|
QUEM LAMENTARÁ? |
COMO LAMENTARÃO? |
POR QUE LAMENTARÃO? |
1º |
Os
reis da terra |
Chorarão
e prantearão sobre ela. |
Porque
numa só hora virá o juízo daquela cidade que era grande e forte e que lhes
permitiu dominar sobre multidões e viver em delícias. |
2º |
Os
mercadores da terra |
Chorarão
e lamentarão |
Porque
ninguém mais comprará as suas caríssimas mercadorias, as quais lhes fizeram
enriquecer. Porque
numa hora serão assoladas tantas riquezas. |
3º |
Os pilotos,
os que navegam em naus, os marinheiros, e os que negociam no mar. |
Lançarão
pó sobre as suas cabeças, e clamarão, chorarão, e lamentarão |
Porque
numa hora foi assolada aquela por meio da qual todos os que terão naus no mar
se enriquecerão em razão da sua opulência. |
Alguns conceitos precisam ser definidos:
o Pranto ->chorar batendo, dando pancada ou murro em algo ou em seus
peitos a fim de fazer ruído.
o
Lamentação -> queixume prolongado e entremeado de gemidos e gritos, que
exprime grande pesar, dor, desgosto;
o Clamor -> gritaria de quem suplica, protesta, reclama, ameaça, chora,
etc.
Os reis serão os menos prejudicados. Perderão sua fonte de prazer.
Contudo, ainda continuarão reinando sobre as massas. Por isto eles apenas
choram e pranteiam. Embora o pranto seja uma demonstração intensa de tristeza,
é também passageira.
Os mercadores serão mais prejudicados, pois ninguém mais comprará
suas mercadorias. Eles, não apenas choram, mas lamentam, ou seja, sentem
remorso por tempo mais prolongado.
Já os pilotos, os que navegam em naus, os marinheiros e os que
negociam no mar, serão os mais prejudicados (ao contrário dos mercadores que possuíam coisas chiques,
eles não possuem nada; apenas faziam o transporte das mercadorias). Por isto é que eles, não
apenas chorarão, mas também lamentarão e clamarão, ou seja, gritarão em suas
súplicas como que reclamando com o Eterno de ter efetuado tal destruição.
·
“Depois destas coisas,
vi descer do céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou
com a sua glória.” (Ap 18.1).
·
A
luz resultante da glória do Eterno pode ser vista em:
·
“E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do
Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.” (Lc 2.9);
·
“Ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o
esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo.” (At 26.13).
Após
estas coisas, a saber, após ver e identificar a grande meretriz no capítulo 17,
João vê a condenação dela.
Para
enxergar isto, é enviado a João outro anjo, o qual tinha uma autoridade tão
grande que a terra chegou a se iluminar com a glória dele (por aqui podemos ver o que a glória
do Eterno é capaz de fazer com alguém através da vida de alguém). Em Ezequiel 43.2 vemos a glória do
Eterno operando isto:
·
“E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do
oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por
causa da sua glória.” (Ez 43.2).
Isto
significa que este anjo acabara de ter contato com o Eterno (algo semelhante se deu com Moisés –
Êxodo 34.19). Isto mostra a
grandeza da missão deste anjo e como sua execução trará luz à terra. Note o que
alguém com autoridade pode fazer num mundo em trevas (Mt
5.14-16).
Na
época de Jesus, a multidão ficou maravilhada porque Ele falava como quem tem
autoridade (Mt 7.28,29).
Não é em vão que, antes de Jesus dar Sua grande comissão (Mt 28.19), Ele deixou claro o motivo para isto
ser feito: porque toda autoridade Lhe foi dada no céu e na terra.
É
a autoridade de Cristo e Seus ensinamentos que realmente trazem luz a este
mundo.
·
“Então, exclamou com
potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de
demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero
de ave imunda e detestável,” (Ap 18.2).
·
Esta
voz forte é característica das proclamações celestiais (Ap 7.2;
14.2). O motivo da forte
voz não é para que todos os homens escutem, mas sim para que, aqueles que têm
ouvidos para ouvir (analise
Jo 12.29-31),
não fiquem sem receber a mensagem, mas sejam tomados de temor por ver que o conteúdo
é real.
Em
Ap 18.8 é destacado que o Senhor é forte e aqui, a
forte voz do anjo. Ou seja, não é algo tímido e cheio de dúvida, muito menos
fraco, mas cheio de autoridade. Fique claro que não se trata de algo autoritário
tal como se dá com os humanos que, quando querem se fazer ouvidos, alteram o
tom da voz.
A
queda da Grande Babilônia ainda não ocorreu aqui, visto que em Ap 18.4 os servos do Eterno são instruídos a saírem dela. A
queda da Grande Babilônia aqui é a mesma que foi mencionada antes (em Ap 14.8
– semelhantemente em Is 21.9; Jr 51.8). Trata-se do apogeu da degradação
espiritual de Israel. Apenas a partir de Apocalipse 18.8 esta queda acontecerá
e será descrita com maiores detalhes.
Após
a besta que sobe do abismo
romper o acordo com os líderes religiosos de Israel, a Grande Babilônia (Jerusalém) se tornará:
·
Morada
de demônios -> Local
de repouso dos demônios, termo usado para os anjos caídos quando os mesmos são
adorados (ver
Lv 17.7; Dt 32.17; 2Cr
11.15; Sl 106.37; 1Co 10.20,21; Ap
9.20), por exemplo, por
seus sinais (Ap 16.14).
Estes
demônios são os que vão subir do abismo (Ap 9.3), bem como os que vão ser atirados à
terra por Miguel e seus anjos (Ap 12.8,9),
os quais irão possuir os habitantes de Jerusalém e do mundo;
·
Covil
de toda espécie de espírito imundo
-> Termo usado para os anjos caídos quando vêm induzir os indivíduos a
comportamentos e paixões imundas.
·
Esconderijo
de todo gênero de ave imunda e detestável -> Esta linguagem é derivada dos profetas. Ser abrigo
de aves detestáveis descreve seu estado de ruína, sendo nunca mais para ser
habitado por homens (tal
como pode ser visto abaixo):
o
Profecia
contra Edom
-> “Mas o pelicano e a
coruja a possuirão, e o bufo e o corvo habitarão nela; e ele estenderá sobre
ela o cordel de confusão e nível de vaidade. Eles chamarão ao reino os seus
nobres, mas nenhum haverá; e todos os seus príncipes não serão coisa alguma. E
nos seus palácios crescerão espinhos, urtigas e cardos nas suas fortalezas; e
será uma habitação de chacais, e sítio para avestruzes. As feras do deserto se
encontrarão com as feras da ilha, e o sátiro clamará ao seu companheiro; e os animais
noturnos ali pousarão, e acharão lugar de repouso para si. Ali se aninhará a
coruja e porá os seus ovos, e tirará os seus filhotes, e os recolherá debaixo
da sua sombra; também ali os abutres se ajuntarão uns com os outros.” (Is 34.11-15).
o
Profecia
contra Nínive -> “Estenderá também a sua mão
contra o norte, e destruirá a Assíria; e fará de
Nínive uma desolação, terra seca como o deserto. E no meio dela repousarão os
rebanhos, todos os animais das nações; e alojar-se-ão nos seus capitéis assim o
pelicano como o ouriço; o canto das aves se ouvirá nas janelas; e haverá
desolação nos limiares, quando tiver descoberto a sua obra de cedro. Esta é a
cidade alegre, que habita despreocupadamente, que diz no seu coração: Eu sou, e
não há outra além de mim; como se tornou em desolação, em pousada de animais! Todo o que passar por ela assobiará, e meneará a sua mão.” (Sf 2.13-15).
o
Profecia
contra Babilônia -> “Mas as feras do
deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali
habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali. E os animais selvagens das
ilhas uivarão em suas casas vazias, como também os chacais nos seus palácios de
prazer; pois bem perto já vem chegando o seu tempo, e os seus dias não se
prolongarão.” (Is 13.21,22).
o Profecia contra Babilônia -> “Porque me levantarei contra eles, diz o SENHOR dos
Exércitos, e extirparei de Babilônia o nome, e os sobreviventes, o filho e o
neto, diz o SENHOR. E farei dela uma possessão de ouriços e a lagoas de águas;
e varrê-la-ei com vassoura de perdição, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Is 14.22,23).
o
Profecia
contra Babilônia -> “Por isso habitarão nela as feras do deserto, com os animais
selvagens das ilhas; também habitarão nela as avestruzes; e nunca mais será
povoada, nem será habitada de geração em geração.” (Jr 50.39);
o
Profecia
contra Babilônia -> “E Babilônia se tornará em montões, morada de chacais, espanto e
assobio, sem que haja quem nela habite.” (Jr 51.37).
Lembre-se
que na parábola do semeador Ha-Satan e seus demônios
é comparado às aves que vêm comer a semente lançada no coração do mau ouvinte (Mc 4.15). Ou seja, aqui tem-se os anjos caídos se
escondendo (agindo
nas sombras) na vida
daqueles que rejeitam Jesus e Seus ensinamentos.
Se
o povo não se importa em saber quem é o verdadeiro Deus (a fonte do tudo que acontece) e qual é a Sua vontade, acaso eles se
importarão em caminhar rumo à verdadeira sabedoria (ver Pv
9.10) e valorizar aquilo
que é do próximo (como
ordenou Paulo – Fp 2.4)? Se a ideia de existir um Deus não é sagrada, acaso alguém
saberá reconhecer o valor de uma vida ou o valor dos limites?
Deixe
um indivíduo perder sua fé em Jesus, deixe-o abandonar a virtude, o amor e a
retidão do seu coração, e o que este indivíduo se tornará? É possível ele se
tornar alguma outra coisa que não seja uma habitação para demônios (Apocalipse 18.2)?
·
“pois todas as nações
têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os
reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua
luxúria.” (Ap 18.3).
·
Novamente
a causa da queda da Grande Babilônia é dita.
Todos
os reis da terra se prostituírão com Jerusalém e seu
sistema político-religioso (Jr
51.7; Ap 14.8; 17.2), ou seja, adotarão este estilo de governo para manter as
massas sobre controle. Note a ligação entre a prostituição espiritual e o
comércio (em
Is 47.13-15; Ap 18.23,24) e a política internacional (Is 23.17). Salomão foi quem introduziu Israel
neste tipo de coisa (ver
1Rs 11.1-6) e se tornou
fonte de inspiração para todos os reinos (1Rs 4.34).
E
este sistema religioso é de tal complexidade que proporciona muitas riquezas
aos comerciantes e transportadores, poder aos reis e prazer ao povão. Diante de
tanta conveniência, a tendência é seus participantes lutarem furiosamente para
conseguirem novos adeptos e guerrearem tenebrosamente contra todos os que se
lhes opõem (por
exemplo, fazendo de tudo para desacreditar os seguidores do Eterno). E é claro que os mercadores
aproveitarão isto para se enriquecerem. Perceba como a prostituição espiritual
é um verdadeiro comércio (cada
um dando algo em troca de outra coisa)
e jogo de poder.
E
a cada um que for se convertendo a esta religião infame, será dada esta visão (a fúria da prostituição), a saber, de prostituírem com o maior
número de indivíduos para conseguir novos adeptos e discriminar todos que não
concordem.
·
“Ouvi outra voz do
céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus
pecados e para não participardes dos seus flagelos;” (Ap 18.4).
·
Outro
anjo toma a palavra porque a mensagem é agora direcionada aos seguidores de
Cristo.
Outra
voz do céu reiterou uma verdade sagrada bastante enfatizada na Escritura
Sagrada: não devemos jamais ter comunhão as obras das trevas (Ef 5.13;
2Co 6.14-18). Temos que
buscar que os seus adeptos passem para o nosso lado, e não o contrário (Jr 15.19).
Embora
a Grande Babilônia seja indulgente com o mal, com o bem ela é implacável (analise Jr 1.8). Veja, por exemplo, uma das coisas que
fizeram os sacerdotes na época de Jesus:
·
“Responderam eles, e disseram-lhe: Tu és nascido todo em
pecados, e nos ensinas a nós? E expulsaram-no.” (Jo 9.34).
Não
é em vão que, em alguns lugares, se vê o Eterno ordenando para sair do meio dos
ímpios (em
especial do meio de Babilônia).
·
Sair
de Sodoma e Gomorra -> “Então disseram aqueles
homens a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e
todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar;” (Gn 19.12).
·
Sair
de perto dos ímpios Coré, Datã
e Abirão -> “Fala a
toda esta congregação, dizendo: Subi do derredor da habitação de Coré, Datã e Abirão.
Então Moisés levantou-se, e foi a Datã e a Abirão; e após ele seguiram os anciãos de Israel. E falou à
congregação, dizendo: Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes homens ímpios, e
não toqueis nada do que é seu para que porventura não pereçais em todos os seus
pecados.” (Nm 16.24-26).
·
Sair
de Babilônia -> “Saí de Babilônia, fugi de entre
os caldeus. E anunciai com voz de júbilo, fazei ouvir isso, e levai-o até ao
fim da terra; dizei: O SENHOR remiu a seu servo Jacó.” (Is 48.20).
·
“Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda;
saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do SENHOR.” (Is 52.11).
·
Sair
de Babilônia -> “Fugi do meio de Babilônia, e
saí da terra dos caldeus, e sede como os bodes diante do rebanho.” (Jr 50.8)
·
Sair
de Babilônia -> “Fugi do meio de
Babilônia, e livrai cada um a sua alma, e não vos
destruais na sua maldade; porque este é o tempo da vingança do SENHOR; que lhe
dará a sua recompensa.” (Jr 51.6).
·
Sair
de Babilônia -> “Saí do meio dela,
ó povo meu, e livrai cada um a sua alma do ardor da
ira do SENHOR.” (Jr 51.45).
·
Sair
de Jerusalém -> “Quando, pois, virdes que a
abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo;
quem lê, atenda; então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;” (Mt 24.15-16).
·
Sair
do meio dos ímpios -> “Por isso saí do meio
deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos
receberei;” (2Co 6.17).
Nenhum
favor é para ser mostrado para a causa da Grande Meretriz. Contudo, àqueles que
estão ali por ignorância, há esperança (conforme Paulo orienta Timóteo em 2Tm 2.25,26). Isto lembra as seguintes passagens:
·
“Assim
diz o SENHOR: Como quando se acha mosto num cacho de uvas, dizem: Não o
desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos, que não
os destrua a todos,” (Is 65.8).
·
“Apressa-te,
escapa-te para ali; porque nada poderei fazer, enquanto não tiveres ali
chegado. Por isso se chamou o nome da cidade Zoar.” (Gn 19.22).
Assim,
se ainda estivermos no meio dos escarnecedores (Sl 1.1) ou do sistema babilônico (sistema político e religioso que
rege este mundo), a ordem
não é para tentarmos consertá-lo (Jr 51.9),
nem tentar destruí-lo ou desafiá-lo, mas sim sair dele (Sl 1.1; Is 48.20; 52.11; Jr 50.8; 51.6,45).
Uma
das provas de que a Grande Babilônia é Israel é que, não só a Grande Cidade foi
chamada espiritualmente de Sodoma e Egito, mas a partir destas duas cidades nós
podemos ver o Eterno chamado os indivíduos para fora (tal como mandou Seu povo sair da
Grande Babilônia):
·
Ló
foi ordenado sair de Sodoma (Gn 19:12,16-17; Lc 17:28-32);
·
O
povo de Israel foi chamado para sair do Egito.
Note
como não há solução, enquanto se está dentro da Grande Babilônia:
·
Se
alguém não fala nada é cúmplice por estar participando ou pelo menos
acobertando os erros dos outros.
·
Por
outro lado, quem denuncia está sendo cúmplice por estar pagando o mal com o mal
(analise Rm 2.1).
No entanto, é em cima disto que a justiça do mundo é baseada (ver Sl
137.8; Jr 50.15,29; 51.24,49; 2Tm 4.14; Ap 13.10).
Não
tem como servir a Jesus e ao sistema (Mt 6.24): enquanto tivermos dentro dele, de uma
forma ou de outra, estaremos em pecado e desagradando ao Eterno. Não há como
ser fiel ao Eterno a não ser passando a viver pela fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).
Hoje,
a grande pergunta não é “por que o Eterno não faz nada para acabar com a
injustiça”. Haverá um dia em que toda enganação religiosa e todo reinado humano
cessarão. Mas, enquanto este dia não chega, o mundo e seu Sistema Babilônico
são, em si mesmo, uma terrível condenação, um castigo para qualquer ser humano (ver Jo
14.30; Ef 2.1,2; 1Jo 5.19). A boa notícia é que podemos ouvir esta
voz do céu nos dizendo para sair e, então, aceitarmos o convite.
·
“porque os seus
pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela
praticou.” (Ap 18.5).
O
Eterno está sempre medindo a iniquidade de cada um (ver Gn
15.16; Gn 18.20-21; Jr 51.9; Dn
5.27; Jn 1.2; 1Ts 2.16). Quando os pecados atingem um nível crítico, o indivíduo é
cortado.
Vem
a questão: o que significam as expressões?
1
- Se acumulou até o céu ->
ou seja, o pecado deles começou a ter uma influência muito forte, além do que
os eleitos podiam suportar. É bom lembrar que:
o “Porquanto não se executa logo o
juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está
inteiramente disposto para fazer o mal.” (Eclesiastes 8.11);
o “Não veio sobre vós tentação,
senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis,
antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (1Co 10.13).
O
acúmulo dos pecados até o céu é uma figura tomada de Jr 51.9:
·
“Queríamos
curar Babilônia, porém ela não sarou; deixai-a, e vamo-nos cada um para a sua
terra; porque o seu juízo chegou até ao céu, e se elevou até às mais
altas nuvens.” (Jr
51.9).
Compare
com Gn 4.10 e Gn 18.20:
·
“Disse
mais o SENHOR: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e
porquanto o seu pecado se tem agravado muito, Descerei
agora, e verei se com efeito têm praticado segundo o seu clamor, que é vindo
até mim; e se não, sabê-lo-ei.” (Gn 18.20,21).
·
“E
disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a
terra.” (Gn 4.10).
Quando
os pecados se acumulam eles passam a ser uma afronta direta ao céu (tal como a Torre de Babel):
·
Guerra
contra o Cordeiro (Ap 17.14; 19.19);
·
Blasfêmia
contra o Deus do céu (Ap 13.6; 16.11);
·
Ajuntamento
para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso (Ap 16.14).
2
- Deus se lembrou dos atos iníquos que ela
praticou -> Será que o Eterno tinha se esquecido? É claro que não! Mas,
quando os eleitos começarem a ser enganados, isto trará à memória deles toda
sorte de ato iníquo da Grande Babilônia. Quando a maldade atinge certo nível,
por mais espiritual que o indivíduo seja, se torna impossível retirar da
memória toda a maldade do Sistema Babilônico. Fica difícil se concentrar em
olhar para o que é perfeito (Fp 3.13,14; Cl 3.1,2).
A partir daí relacionamento com o Eterno passa a ser influenciado por isto.
Entenda:
ao orar, o indivíduo irá pedir a Jesus para ser bem sucedido
na Grande Babilônia e, ao mesmo tempo, ser isento da maldade que se pratica
nela. A oração, que deveria ser um momento alegre de relacionamento entre o
Noivo e a Noiva, acaba sendo o momento de trazer a maldade do mundo à memória.
O desejo de ver a supremacia do Favor do Eterno acaba sendo sufocado pelo
prazer na destruição do pecado (e
até mesmo do pecador - Rm 5.20. Veja, por exemplo, Gn 6.13).
·
“Dai-lhe em
retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras
e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela” (Ap 18.6).
Antes
de tudo, cabe a nós perguntarmos: “quem deu esta ordem e para quem?”.
Recompensar
de volta (“lex talionis”), é um princípio visto no Testamento da
Lei (Jr 16.18;
50:15,29; 51:24,56; Sl 137:8). No Testamento da Lei vemos isto (Is 40.2;
Jr 16.12; 17.18; Zc 9.12). Jerusalém, por exemplo, recebeu em
dobro da mão do Eterno por todos os seus pecados (Is 40.2).
No
Testamento do Favor do Eterno vê-se isto apenas aqui. Contraste com a dupla
alegria à qual Jerusalém receberá por seu passado de sofrimento (Is 61.7; Zc 9.12).
A
lei levítica insistia na dupla recompensa (Êx 22.4,7,9):
·
“Se
o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará
o dobro.” (Êx 22.4).
·
“Se
alguém der ao seu próximo dinheiro, ou bens, a guardar, e isso for furtado da
casa daquele homem, o ladrão, se for achado, pagará o dobro.” (Êx 22.7).
·
“Sobre
todo o negócio fraudulento, sobre boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre
roupa, sobre toda a coisa perdida, de que alguém disser que é sua, a causa de
ambos será levada perante os juízes; aquele a quem condenarem os juízes pagará
em dobro ao seu próximo.” (Êx 22.9).
Isto
lembra o pagamento de um débito: dar a ela o que é devido a ela. Como em Êxodo
22.4-9 tem a ver com roubo, isto implica que a Grande Babilônia tem o direito
de receber em dobro aquilo que lhe foi tirado. Note que não é a Grande Babilônia
que tem que pagar (mesmo
porque ela está tão somente cumprindo o papel dela no plano do Eterno).
Quem
deve retribuir em dobro à Grande Babilônia são os eleitos do Eterno que foram
chamados a saírem para fora dela (Ap 18.4). Isto porque, quando algum daqueles que
crê em Jesus se apropria de algo da Grande Babilônia, o tal está lhe roubando.
Afinal, o que é de “César” tem que ser dado a “César”, e não a Jesus (medite com calma em Dt 12.30,31).
Eis
como isto é para se cumprir:
·
Tornai-lhe
a dar como ela vos tem dado
-> Trata-se de ensinos, doutrinas e rituais executados, aquilo que é
necessário para o povão se sentir justo diante do deus deles e, com isto,
receberem bens. Todos os bens materiais que eles receberam dela, eles deverão
devolver. Tudo que eles lucrarem através das atividades praticadas consoante os
ensinos que lhes foram ministrados, deverá ser dado de volta à Grande Babilônia
(dar a “César”
o que é de “César” – Lc 20.25). Mesmo porque tudo está impregnado,
direta ou indiretamente, dos conceitos e valores da Grande Babilônia.
·
retribuí-lhe
em dobro conforme as suas obras
-> Obras tem a ver com justiça. Tudo que eles fizeram para se
justificarem diante dos indivíduos e, assim, conseguir favores deles, eles
deverão devolver em dobro. Em outras palavras, além de renunciarem todas as
honrarias que lhes foram conferidas pela Grande Babilônia, eles deverão também
se humilharem, ou seja, se esvaziarem de toda virtude natural que eles tinham.
Como?
Manifestando a justiça do Reino dos Céus. Ao manifestar a justiça do Eterno, ao
mesmo tempo manifestam a injustiça dos adeptos da Grande Babilônia (ver Efésios 5.13), o que faz deles abomináveis diante do
mundo (ver
Gn 43.32).
·
no
cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro -> Trata-se de comunhão (veja 1Co 6.16). O que a Igreja deve colocar neste
cálice? O sangue de Cristo o qual, embora seja instrumento de salvação para os
que creem, o é de condenação para os incrédulos (analise 2Co 2.14-16; 1Pe 2.5-8).
Justo
aviso é dado a todos que esperam a misericórdia do Eterno: que, não só eles
devem sair da Grande Babilônia, mas contribuir com a destruição dela (Ap 18.4-6). Como? Manifestando a luz de Cristo (Mt
5.14-16):
·
“Se
eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas agora não têm
desculpa do seu pecado.” (João
15.22)
·
“O quanto a si mesma
se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto,
porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver!” (Ap 18.7).
Aqui
vê-se o quadrúplice pecado (tudo relacionado a mundanismo e
materialismo):
·
Auto-indulgência, fartura de pão e abundância de ociosidade (viveu em luxúria);
·
Soberba
(glorificou a
si mesma e se senta como rainha);
·
Fugir
do sofrimento alheio (pranto
nunca hei de ver);
·
Prostituição
(viúva não sou).
Com isto podemos aprender que os pecadores terão
que lidar de acordo com:
·
As misericórdias que eles abusaram;
·
As oportunidades que eles tinham negligenciado;
·
As vantagens que eles tinham desperdiçado.
Este
tipo de assertiva também foi feita por outros países tiranos:
· a antiga Babilônia -> “E disseste: eu serei senhora para sempre; até agora não te importaste com
estas coisas, nem te lembraste do fim delas. Agora, pois, ouve isto, tu que és
dada a prazeres, que habitas tão segura, que dizes no teu coração: Eu o sou, e fora de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos. Porém ambas estas coisas virão sobre ti
num momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão
sobre ti, por causa da multidão das tuas feitiçarias, e da grande abundância
dos teus muitos encantamentos.” (Is 47.7-9)
·
Nínive
-> “E no meio dela repousarão
os rebanhos, todos os animais das nações; e alojar-se-ão nos seus capitéis assim o pelicano como o ouriço; o
canto das aves se ouvirá nas janelas; e haverá desolação nos limiares, quando tiver descoberto a sua
obra de cedro. Esta é a cidade alegre, que habita despreocupadamente, que diz
no seu coração: Eu
sou, e não há outra além de mim; como se tornou em desolação, em pousada de animais! Todo o que passar por ela assobiará, e meneará a sua mão.” (Sf 2.15).
·
Tiro
-> “E dize a Tiro, que habita
nas entradas do mar, e negocia com os povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor
DEUS: Ó Tiro, tu dizes: Eu
sou perfeita em formosura.”
(Ez 27.3);
o “Filho do homem, dize ao príncipe
de Tiro: Assim diz o Senhor DEUS: Porquanto o teu coração se elevou e disseste:
Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas
de homem, e não és Deus, ainda
que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus;” (Ez 28.2);
Veja,
agora, a grandeza do nível de arrogância:
·
Estou
sentada como rainha
-> Por algum tempo o domínio da situação vinha estando nas mãos da Grande
Babilônia. Embora quem terá o poder teoricamente é o rei, ela manterá o rei
debaixo dos seus encantos;
·
Viúva
não sou -> Ela está
em companhia de alguém que, supostamente, lhe sustenta, protege e apoia;
·
Pranto,
nunca hei de ver -> Supõe
que, por estar montada na besta que sobe do abismo,
nenhum mal lhe sobrevirá.
Ou
seja, ela achava que todo esplendor da riqueza e poder que ela podia
proporcionar a reis e mercadores era a garantia de que sempre os mesmos
estariam junto a ela para lhe dar apoio. Ela não percebia que estava sendo
usada para preparar o caminho para o anticristo ser o único deus (uma paródia do que se deu com Jesus
quando João Batista Lhe preparou o caminho – Mt 3.3).
A
Grande Babilônia (Israel), na verdade, era viúva no sentido que o
Eterno a abandonou até o fim desta dispensação (Is 50.1; Jr 3.8):
·
“Como está sentada solitária aquela cidade, antes tão populosa!
Tornou-se como viúva, a que era grande entre as nações! A que era princesa
entre as províncias, tornou-se tributária!” (Lm 1.1).
Quando
o anticristo (besta
do mar) for aclamado por
todos (incluindo
pelo seu “marido”, o falso profeta),
vendo o quanto isto lhe poderá ser lucrativo, ela resolverá ser amante do
anticristo e se prostituir com os reis da terra. Com tantos amantes, não terá
como ela se sentir viúva.
Infelizmente,
Israel confunde a besta do mar com seu messias e, com isto, ao invés de
permanecer orando e esperando a segunda vinda de Cristo (Mt 9.15), ela se senta como rainha em
tranquilidade, satisfeita, orgulhosa e cheia de pompa e jóias.
Observe
como o tormento e pranto eram na mesma proporção em que ela se glorificou e
viveu na luxúria. Isto porque, a mesma glória e luxúria que trará prazer,
também trará dores e sofrimentos. Por exemplo: a mesma riqueza que traz
conforto, serve pra trazer discórdia, medos (de ser assaltado, roubado, sequestrado, de sofrer perda
com inflação, etc.). A
verdade é que os indivíduos são punidos exatamente pela mesma coisa que
idolatram. Só a bênção de Jesus é que não traz dores (Pv 10.22).
·
“Por isso, em um só
dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no
fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou.” (Ap 18.8).
Por
considerar:
·
Estar
sentada como rainha, se glorificando e vivendo em luxúria, ela experimentará a
fome;
·
Que
nunca irá ficar viúva, ela será consumidad no fogo e ficará
desamparada, sem ser alvo de interesse para ninguém;
·
Que
nunca verá pranto, ela pranteará amargamente a morte e a destruição.
O
súbito (em
uma só hora – Ap 18.10) e completo julgamento e desaparecimento da Babilônia da
face da terra mostra que isto ainda não aconteceu (Is 13:20.
Jr 50:13,39,40; Jr 51:29,37,43).
O
fato de ela ser queimada tem a ver com um costume antigo: quando uma cidade era
tomada e destruída, era também queimada.
Pensando
pelo lado espiritual, quando a filha de algum sacerdote era pega em
prostituição, era queimada (Ap 17:16; Ap 18:8; Lv 21:9).
Considerando que Israel era a menina dos olhos do Eterno (Dt
32.9,10), por prostituir,
ela terá que ser queimada.
E
tudo isto acontecerá porque poderoso é o Eterno que a julgará. Mas o que tem a ver
o poder do Eterno com o julgamento da Grande Babilônia? Se não fosse pelo poder
soberano do Eterno, jamais a Grande Babilônia seria julgada, já que ela conveniente
para todos:
·
Para
os reis, por ser instrumento para manter o povão sob controle e viver em
delícias;
·
Para
os mercadores e transportadores, por ser fonte de lucro;
·
Para
o povão, por ser fonte de prazer.
Isto
vem a nos ensinar que, não importa o quanto os indivíduos amem e pratiquem a
mentira, chegará a hora em que eles mesmos se livrarão daquilo a que tanto se
apegaram por ser se tornando uma enorme fonte de tormento para eles.
·
“Ora, chorarão e se
lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em
luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio,” (Ap 18.9).
Os
primeiros a chorarem e se lamentarem (como se deu de modo semelhante em Jr 50.46; Ez 26.16-17)
são os reis da terra (Ap 17.2; exceto os dez reis). Afinal, através da Grande Babilônia (Jerusalém), os reis da terra conseguiram métodos
para melhor controle sobre a população. O fato de que todos os que não estão no
livro da vida adorarão a besta (incluindo
os reis da terra) facilitará
a vida destes reis. Enquanto o povão desfruta do prazer dado nos cultos de
louvor e adoração judaicos, bem como do prazer de uma vida desregrada e livre
de pesos na consciência, os reis aproveitarão para usar o povão para satisfazer
seus desejos. Quando o culto da Grande Babilônia cair por terra, os reis
perderão toda influência, passando à condição de escravos da besta (embora escravos de mais alto nível). Afinal, a besta se engrandecerá sobre
tudo e todos (Dn 11.37).
Perceba
como sempre que a Escritura Sagrada fala de um grande tormento, ela menciona
fumaça.
Veja
também o contraste entre o regozijo de todos os povos pela morte das duas
testemunhas (Ap 11.10)
e o lamento pela queda da Grande Babilônia.
·
“e, conservando-se de
longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia,
tu, poderosa cidade! Pois, em
uma só hora, chegou o teu juízo.” (Ap 18.10)
Observe
o tríplice nome da cidade dada pelos reis. Como governantes, tudo que eles
conseguem enxergar é fonte de domínio:
·
“Grande
cidade” -> fonte de poder econômico e recursos naturais;
·
“Babilônia”
-> fonte de poder jurídico e religioso;
·
“poderosa
cidade” -> fonte de poder militar e político (alianças com outros reinos).
Note
como os reis da terra preferem ficar ao longe. Eles temem sofrer a mesma
condenação (o
mesmo tormento).
·
“E, sobre ela, choram
e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria,”
(Ap 18.11).
Os
mercadores se enriqueceram com a abundância das delícias da Grande Babilônia, à
custa da sua opulência (Ap 18.19),
ou seja, a grande quantidade de bens por ela consumida. Com a queda dela, eles
choram e pranteiam a queda dos seus negócios.
O
anticristo, por honrar o deus das fortalezas (Dn 11.38), não irá aceitar que ninguém tenha
qualquer espécie de controle em suas mãos. Ou seja, a perda do poder econômico
destes mercadores era bem quista pela besta que sobe
do abismo e seus dez reis que querem dar TODO poder a ele (Ap 17.17).
·
“mercadoria de ouro,
de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de
seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto
de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de
ferro e de mármore; e canela de cheiro, especiarias, incenso, ungüento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo,
gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas.” (Ap 18.12,13).
Note
como os objetos comercializados eram algo que priorizava o luxo, o prazer e o
poderio militar (com
exceção da quarta classe).
Daí até mesmo escravos e almas humanas serem comercializados. Provavelmente até
mesmo a escravidão e a venda de indulgências voltarão. Não pense que isto é
difícil, já que, na atual dispensação, o sistema religioso comercializa a fé
dos indivíduos e, é claro, a ida delas para o céu (2Pe 2.1-3).
Não
é em vão que o anticristo vai querer acabar com isto. Afinal, quem possui
escravos e é capaz de influenciar almas humanas é alguém poderoso e, portanto,
uma ameaça.
Cinco
classes de produtos são comercializados:
·
Primeira
classe (objetos de adorno): mercadoria de ouro, de prata, de
pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de
escarlata -> Todos estes objetos serviam para despertar a atenção dos
indivíduos para si. Tiro comercializava:
o
Ouro
e pedras preciosas (Ez 27.22);
o
Prata
(Ez 27.12);
o
Linho
finíssimo, púrpura (Ez 27.16).
O
fino linho simboliza os atos de justiça dos santos (Ap 19.8).
·
Segunda
classe (móveis bonitos, caros e duráveis): toda espécie de madeira odorífera,
todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira
preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore -> Todos estes móveis
serviam para trazer conforto e beleza ao lar;
Palácios
de marfim são mencionados em (Sl 45.8)
e casas de marfim, em (Am 3.15).
Ébano é visto junto com marfim em uma incomum suavidade. Marfim é branco e
ébano, preto.
Tiro
comercializava:
o
Marfim
(Ez 27.15);
o
Bronze
(Ez 27.13);
o
Ferro
(Ez 27.19);
·
Terceira
classe (perfumes): canela de cheiro, especiarias,
incenso, ungüento, bálsamo -> eram usados para
agradar os sentidos. Canela e odores eram usados para perfumar (Pv 7.17), óleo era usado em festas e incenso, em
banquetes para entreter após a comida.
Canela
foi designada pelo Eterno para ser um dos ingredientes do unguento da unção (Êx 30.23), além de ser uma planta encontrada no
jardim do Amado (Ct 4.14);
todavia, esta foi profanada para uso vil pela mulher adúltera (perfumar sua cama) (Pv 7.17).
No
Testamento da Lei, especiarias foram usadas para compor o incenso sagrado (Êx
30.34,35). Com relação ao
incenso, devemos contrastá-lo com o verdadeiro incenso o qual o Eterno ama (Sl 141:2; Ml 1:11).
Tiro
comercializava bálsamo (Ez 27.17)
·
Quarta
classe (alimentos):
vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas (ver Pv 7.12; Pv 2.1,2).
Todos
estes elementos eram usados nos sacrifícios israelitas no Testamento da Lei.
Embora
eles alimentos sejam próprios para alimentação, também eram usados como luxo:
o
Vinho
-> para alegrar o coração (Sl 104.15);
o
Azeite
-> para fazer reluzir o rosto (Sl 104;15);
o
Trigo
-> para fortalecer o coração (Sl 104.15). Note que não é para fortalecer o
corpo, mas o coração;
o
Vinho,
gado e ovelhas -> para farra (Is 22.13).
Tiro comercializava:
o
Vinho
(Ez 27.18);
o
Azeite,
trigo (Ez 27.17);
·
Quinta
classe (aparato
militar): cavalos, carros,
escravos e até almas humanas -> Todos estes elementos eram usados para subjugar
e escravizar outras nações (ver Jz 4.3; Sl
20.7; 147.10,11).
Tiro
comercializava:
o
Cavalos
(Ez 27.14);
o
Carros
(Ez 27.20);
o
Escravos
(Ez 27.13);
Repare
como boa parte destes artigos faziam parte dos artigos comercializados por
Tiro. Como é possível ver nos itens acima, a prosperidade da Grande Babilônia
virá através da exploração do trabalho alheio (escravos),
bem como manipulação emocional (almas
humanas). Haja visto a
concentração de renda na Grande Babilônia. Trata-se de uma entrega total aos
bens deste mundo e o consequente desprezo ao Deus que as deu.
·
“O fruto sazonado, que
a tua alma tanto apeteceu, se apartou de ti, e para ti se extinguiu tudo o que é
delicado e esplêndido, e nunca jamais serão achados.” (Ap 18.14).
O
que se vê aqui é o cumprimento de Dn 2:34,35:
·
“Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio
de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os
quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se
achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande
monte, e encheu toda a terra.” (Dn 2.34,35).
Este
é o fim:
·
do
sistema religioso e político;
·
de
toda soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade dos israelitas (tal como ocorreu no passado):
o “Ai
dos que dormem em camas de marfim, e se estendem sobre os seus leitos, e comem
os cordeiros do rebanho, e os bezerros do meio do curral. Que cantam ao som da
viola, e inventam para si instrumentos musicais, assim como Davi; que bebem
vinho em taças, e se ungem com o mais excelente óleo: mas não se afligem pela
ruína de José;” (Am 6.4-6).
o Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e
abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do
pobre e do necessitado.” (Ez 16.49).
O
fruto sazonado que as almas da Grande Babilônia tanto apeteceram se apartará
deles. Tudo o que é delicado e esplêndido se extinguirá para a Grande
Babilônia. Jamais eles conseguirão achar tudo isto novamente.
Em
outras palavras, o que realmente é bom não será mais adquirido por uma menoria privilegiada à custa do sangue dos outros. Tudo de
bom se extinguirá da vida de tais indivíduos e jamais tudo isto poderá ser
encontrado por eles, por tais coisas fugirão deles (exatamente o contrário do que se dá
com quem ouve a voz do Eterno – Dt 28.1,2).
· “Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento, chorando e pranteando, dizendo: Ai! Ai da grande cidade, que estava vestida de linho finíssimo, de púrpura, e de escarlata, adornada de ouro, e de pedras preciosas, e de pérolas, porque, em uma só hora, ficou devastada tamanha riqueza” (Ap 18.15,16).
Não
há contradição entre Ap 18.17 e Ap
18.8: as pragas vem todas no período de uma hora do mesmo dia.
Os
mercadores das mercadorias citadas em Ap 18.12,13,
que, por meio da Grande Babilônia se enriqueceram, vão chorar e lamentar, como
se tivesse morrido um parente muito querido. Contudo, eles não lamentam a
destruição em si da Grande Babilônia, mas sim a perda de sua prosperidade (como se vê também em At 16.20,21;
19.26-28).
Nenhum
dos amantes da Grande Babilônia vai socorrê-la, mas só fica de longe vendo,
temendo ser alcançados por este tormento.
·
“O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um
amigo mais chegado do que um irmão.” (Pv 18.24)
Como
a Grande Babilônia não se mostrou amigável, não há amigo chegado para ela. Pecadores
podem até se arrebanhar para festejar o pecado, mas na hora do julgamento eles
se separam. Eles preferem se acusar do que tentar suavizar o pecado um do outro
e se ajudarem. Afinal, ninguém considera o outro parte de si, mas apenas mera
fonte de diversão.
Grande
Babilônia, outrora magnificente, agora está em lamento, desolação e ruína.
Nenhuma outra cidade foi, é ou será tão destacada em poder e autoridade,
orgulho e luxúria, idolatria e superstição, blasfêmia e impenitência.
O
tormento dos habitantes de Jerusalém é tão grande que até lembra uma grande
fornalha levantando bastante fumaça. Muitas pensam que a fumaceira implica em
guerra nuclear.
·
“E todo piloto, e todo
aquele que navega livremente, e marinheiros, e quantos labutam no mar
conservaram-se de longe. Então, vendo a fumaceira do seu incêndio, gritavam: Que
cidade se compara à grande cidade? Lançaram pó sobre a cabeça e, chorando e
pranteando, gritavam: Ai! Ai da grande cidade, na qual se enriqueceram todos os
que possuíam navios no mar, à custa da sua opulência, porque, em uma só hora,
foi devastada!” (Ap 18.17-19)
·
A
perversidade tem seus amigos: aqueles que encontram deleite nisto (Ap 18.9), aqueles que tiram proveito disto (reis, mercadores, etc.). Eles são capazes de lamentar alto e
por muito tempo, tal com os justos lamentam a morte
de algum parente querido (Ap 18.11, 15,16,19).
Contudo
o lamento deles é totalmente egoísta. Ninguém lamenta o sofrimento da Grande
Babilônia, muito menos lamentam por verem as consequências dos pecados deles,
mas sim porque a esperança de ganho deles se foi (Ap 18.19).
Ninguém
vai para ajudar (Ap 18.15).
Só ficam de longe com medo do tormento dela.
A
lamentação dos marinheiros é emprestada de Ezequiel:
·
“As tuas riquezas, as tuas feiras, e tuas mercadorias, os teus
marinheiros, os teus pilotos, os que consertavam as tuas fendas, os que faziam
os teus negócios, e todos os teus soldados, que estão em ti, juntamente com
toda a tua companhia, que está no meio de ti, cairão no meio dos mares no dia
da tua queda, ao estrondo da gritaria dos teus pilotos tremerão os arrabaldes. E
todos os que pegam no remo, os marinheiros, e todos os pilotos do mar descerão
de seus navios, e pararão em terra. E farão ouvir a sua voz sobre ti, e
gritarão amargamente; e lançarão pó sobre as cabeças, e na cinza se
revolverão.” (Ez 27.27-30).
Note
que todos aqueles que transportavam mercadorias também lucraram deveras.
A
grandeza da Grande Babilônia será tão fabulosa que ela receberá o mesmo tipo de
louvor dado à besta que sobe do abismo (Ap 13.4), o que mostra a íntima conexão entre
ambas (daí
a besta se sentir ameaçado com sua influência e vir a destruí-la. E não é para
menos, já que apenas o Eterno é digno deste tipo de louvor - Êx 15.11; Sl 35.10; 113.15).
Ao
louvar a Grande Babilônia deste jeito, o que os transportadores estavam
dizendo, no fundo, é: “que outra cidade poderá nos trazer tão grandes
riquezas?”. Jerusalém se tornará cheia de esplendor físico (muitos israelitas crerão no
anticristo porque isto parecerá ser mais um dos cumprimentos da Escritura
Sagrada – Ag 2.9), bem como
todas as instituições religiosas que aderirão ao seu sistema religioso.
Tiro
também recebeu este tipo de louvor:
·
E no seu pranto levantarão uma lamentação sobre ti, e lamentarão
sobre ti, dizendo: Quem foi como Tiro, como a que foi destruída no meio do
mar?” (Ez 27.32).
Detalhe:
embora Jerusalém, em si, não seja cidade portuária, ela se localiza próxima da
antiga cidade de Tiro que é uma cidade portuária. Não é de admirar a imensa
semelhança entre ambas. Inclusive, muitas das expressões usadas aqui para
descreverem a queda da Babilônia são tomadas das descrições da queda de Tiro (Ez
27.15,16, 30).
Mais
uma vez é dito que ela foi devastada numa só hora (Ap 18.16), o que mostra o quanto a fúria da
prostituição da Grande Babilônia era terrível (daí ela receber porção dobrada do mal que semeara). Também mostra que, quando o Eterno
atua, é de repente. Não há mais tempo para arrependimento. Isto acontece para
que só venha se arrepender quem realmente está bem intencionado,
ou seja, realmente arrependido do mal feito (e não simplesmente por causa das consequências do mesmo).
Perceba
como todos os que possuíam navio no mar também se enriquecerão à custa da
grandeza da Grande Babilônia e suas filhas. O lamento é tão grande que todos os
que vivem no mar chegaram a lançar pó sobre a cabeça (como se deu também em Ez 27.30,31),
algo que só acontecia quando a dor da perda era muito grande (veja Js
7.6; 1Sm 4.12; Jó 2.12; Lm 2.10).
Os
justos, contudo, são mantidos a salvo (Jr 4.19; Sf 1.15-16). O que eles terão que passar por causa
dos pecados dos ímpios é justamente para favorecê-los diante deles, ou seja,
para que os ímpios não tenham nenhum mal que dizer deles (2Ts 1.4-7; Tt
2.8; 1Pe 4.17-19).
·
“Exultai sobre ela, ó
céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a
vossa causa.” (Ap 18.20).
Quem
disse isto: o anjo de Ap 18.1, a voz de Ap 18.4, João, ou outro ser?
Seja
quem for, o que está sendo falado é mandamento. Os justos serão convocados a se
regozijarem sobre a queda da Grande Babilônia. Quem é de Jesus não deve sentir
pesar pela queda da Grande Babilônia. Pelo contrário: sua aflição deve ser por
ver o pecado prosperando no mundo (2Pe 2.7,8).
Regozijar sobre Grande Babilônia é uma reminiscência de Jeremias 51.48. Todos devem
se alegrarem no mal que caiu sobre a Babilônia. Céus sempre são endereçados
quando algo excessivamente mau (Is 1.2)
ou bom (Sl 96.11)
é feito ou mencionado.
Só
lamentará a queda da Grande Babilônia quem tira vantagem das suas manifestações
malignas, prazeres pecaminosos, luxo egoísta, governo humanista e comércio
ímpio.
Sobre
o que os justos devem se regozijar? Devem se regozijar porque o Eterno julgou a
causa deles sobre ela, ou seja, fez Sua verdade, benignidade e misericórdia
triunfar em cima de cada coisa que ela fez. Note que os justos se regozijarão
pela queda dos principados, potestades, príncipes das trevas deste século e
hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais que estavam atuando por
meio da Grande Babilônia (Ef 6.12).
Os justam se regozijam com a queda da Grande Babilônia e tudo que ela
representa, e não com o sofrimento daqueles que, infelizmente, se apegaram a
este sistema maldito.
Há
mais alegria no céu pela queda da Grande Babilônia do que pela queda da besta
que sobe do abismo e do falso profeta juntos. Tanto
que João se atém mais às abominações e julgamentos da Grande Babilônia (capítulos 17, 18 e parte do 19 são
especialmente dedicados a isto).
Isto porque não existe nada mais abominável que aqueles que professam o nome do
Criador adorando-O de modo errado. Pior do que o comportamento dos ímpios, é o
daqueles que, embora crendo em Jesus, insistem em viver como ímpios (ver 2Pe 2.20-22).
Tanto
é assim que nela se achou o sangue de todos na terra (justos e injustos). Desde a época de Jesus foi profetizado
que sobre o sistema religioso de Jerusalém irá cair a punição em virtude de
todo o sangue justo derramado desde a fundação do mundo (Lc 11.49-50).
Os
céus, a terra e tudo quanto neles há jubilarão sobre a Grande Babilônia quando
ela cair (Jr
51.48). O mesmo é requerido
dos santos, apóstolos e profetas quando o Eterno vingar o sangue que dos seus
irmãos for derramado (algo
que foi prometido em Dt 32.43 e cumprido em Ap 19.2).
Vem
a questão: quem são os santos, os apóstolos e os profetas?
·
Santos
-> Quem se separou para uso exclusivo do Eterno;
·
Apóstolos
-> Os enviados do Eterno para implantar a Igreja Dele pelo mundo afora;
·
Profetas
-> Aqueles que são usados pelo Eterno para proclamar Sua mensagem.
No
fundo, cada um que crê em Jesus deve possuir estes atributos dentro de si.
·
“Então, um anjo forte
levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar,
dizendo: assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca
jamais será achada.” (Ap 18.21).
·
Observe
como existe semelhança entre o julgamento do Eterno sobre os egípcios no Mar
Vermelho (Êx 15.5,10; Ne 9.11),
a queda profetizada da Babilônia (Jr 51.63,64)
e a queda da Grande Babilônia. Também há muita semelhança entre o julgamento da
Grande Babilônia e o de Tiro a qual, quando fosse buscada, não seria mais
achada (Ez 26.21).
O mesmo se dá também com Ha-Satan e seus anjos que,
após derrotados por Miguel: não será mais achado lugar no céu para eles (Ap 12.8).
Também
lembra o que Jesus disse:
·
“Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao
pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.” (Mt 18.6).
Pecar
em si já é algo grave. Mas levar e induzir outros a pecarem é algo ainda mais
abominável. Ou seja, será melhor para a própria Grande Babilônia este tipo de
julgamento do que continuar enganando os eleitos do Eterno. Afinal, lembre-se
que havia muitos servos Dele dentro da Grande Babilônia (Ap 18.4). Ela será tão sedutora que apenas o
sofrimento de uma violenta destruição, ao ponto de não ser mais achada impedirá
alguém de se dirigir a ela.
Agora
fica fácil entender o que o salmista disse:
·
“Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de
nós as nossas transgressões.” (Sl 103.12).
O
pecado, infelizmente, é tão sedutor que o Eterno coloca sua fonte o mais
distante possível de nós.
O
anjo atirando a pedra lembra a pedra sendo atirada por Jeremias simbolizando a
queda da Babilônia (Jr
51.63,64). A pedra do anjo,
todavia, não é uma pequena pedra de moinho girada pelas mulheres (Mt 24.41), mas uma que requeria um asno para
girá-la (Mc
9.42), algo grande que
exigia alguém forte para levantá-la. A presença de um anjo “forte” é para
mostrar que a destruição é com ímpeto, enorme, repentina, completa e,
sobretudo, certa, repleta da autoridade do Eterno. Isto também mostra que a
queda não será algo natural, mas pela força poderosa do Eterno.
Isto
também lembra a rocha de Daniel:
·
“Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio
de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os
quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se
achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande
monte, e encheu toda a terra.” (Dn 2.34,35).
Esta
é a única rocha que pode ferir Grande Babilônia. Inclusive, não é em vão que a
cabeça da estátua de Nabucodonosor era de ouro e simbolizava a Babilônia. A
finalidade disto é mostrar que, no fim dos tempos, após a morte da besta do
mar, o comando passará dos pés em parte de ferro e em parte de barro para a
cabeça de ouro.
Para
ser mais exato: ao assumir o poder, a besta que sobe
do abismo irá usar todos os poderes envolvidos na estátua para dominar o
planeta. Ela dará vida à estátua como um todo que irá assombrar este mundo
todo. E como Babilônia é a cabeça, o conjunto todo é uma Babilônia Grande na
qual predomina a mudança dos tempos e da lei (Dn 7.25).
Enquanto
os outros impérios eram estáticos (uma cabeça de ouro não se move sozinha, muito menos peito
e braços de prata, etc.).
Contudo, com todos os elementos da estátua ganhando vida pelo poder do anjo do
abismo, o sede do império não será mais fixa em um
lugar, tal como se dava quando uma das sete cabeças estava no controle da besta
política. A sede do império se deslocará ao longo de todo o mundo.
Como
os líderes religiosos de Jerusalém no tempo de Cristo encheram a medida dos
pecados dos israelitas (Mt 23.29,35,36; Lc 11.51;13.33), eles tornarão a encher a medida dos
pecados; só que agora, não apenas dos israelitas, mas da besta que sobe do abismo, do falso profeta e de todos os habitantes
do mundo.
·
“E voz de harpistas,
de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem
artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se
ouvirá o ruído de pedra de moinho. Também jamais em ti brilhará luz de candeia;
nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores
foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua
feitiçaria.” (Ap 18.22,23).
Eis
o que não seria mais achado na Grande Babilônia:
·
A voz de harpistas, e de músicos, e de flautistas, e de
trombeteiros
-> O fim de toda sorte
de música numa cidade alegre e barulhenta é prova de total desolação. Isto foi
profetizado também contra:
o Babilônia ->
“Já foi derrubada na sepultura a tua soberba com o som das tuas violas; os
vermes debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão.” (Isaías 14.11).
o Tiro ->
“E farei cessar o arruído das tuas cantigas, e o som das tuas harpas não se
ouvirá mais.” (Ezequiel 26.13).
o Jerusalém -> “Cessou
o folguedo dos tamboris, acabou o ruído dos que pulam de prazer, e descansou a
alegria da harpa.” (Isaías 24.8).
·
Nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti -> As imagens eram uma forma de
endeusarem os indivíduos;
·
E ruído de mó em ti não se ouvirá mais -> afinal, não haverá mais ninguém
para alimentar este sistema maldito. Isto foi profetizado contra Jerusalém no
passado:
o
“E farei perecer, entre eles, a voz de folguedo, e a voz de
alegria, e a voz do esposo, e a voz da esposa, e o som das mós, e a luz do
candeeiro.” (Jeremias 25.10).
Isto
também lembra o que Jesus disse:
o
“Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada
outra.” (Mt 24.48).
·
E luz de candeia não mais luzirá em ti -> Isto lembra a Nova Jerusalém, na
qual também não haverá mais luz de candeia (Ap 22.5). No entanto, há uma diferença brutal: a
Grande Babilônia não tem mais luz pois não haverá mais dúvidas sobre o quão
errôneas são as ideias dela; já a Nova Jerusalém não precisa de luz, pois o
Cordeiro é a Sua lâmpada (Ap 21.23).
·
E voz de esposo (que era de grande alegria quando ouvida – Jo 3.29) e de esposa não mais em ti se ouvirá -> Note o contraste: na Nova
Jerusalém, onde será celebrada as bodas do Cordeiro (Ap 19.7,9;
21.2,9; Is 62.4,5). Isto também foi profetizado contra Jerusalém no passado:
o “E farei cessar nas
cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém a voz de folguedo, e a voz de alegria,
e a voz de esposo, e a voz de esposa; porque a terra se tornará em desolação.” (Jeremias 7.34).
o “Porque assim diz o
SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que farei cessar neste lugar,
perante os vossos olhos e em vossos dias, a voz de gozo, e a voz de alegria, e
a voz do esposo, e a voz da esposa.” (Jeremias 16.9).
É
óbvio que, já que Grande Babilônia será destruída por completo, com certeza
nada disso será mais achado. No entanto, o que está sendo dito é que tudo que
este sistema é e representa jamais voltará a existir. Isto, entre outras
coisas, quer dizer que:
·
Não
haverá nada nem ninguém para tentar levar os membros da Igreja para o mundo com
a desculpa que é uma estratégia para converter os mundanos (tal como fez Balaão, o qual tentou
levar o sagrado para o mundo – Ap 2.14). No fundo, isto é uma forma de conceder,
ao ímpio, acesso às riquezas celestiais;
·
Não
haverá tentativa de promover a sensualidade dentro da Igreja a fim de, com
isto, tornar o culto mais atrativo e divertido, de modo a convencer os membros
a não se desviarem do aprisco deles (é a doutrina de Jezabel, a qual
trouxe o profano para dentro de Israel).
Isto é querer prender a Igreja nas coisas deste mundo (1Co 15.19).
Tudo
isto acontecerá com Jerusalém (Grande
Babilônia):
·
pois
os seus mercadores foram os grandes da terra -> todos os reis da terra se prostituírão
com ela; e os mercadores da terra se enriqueceraõ com
a abundância de suas delícias (Ap 18.3).
Isto lembra o que se deu com a cidade de Tiro:
o
“Quem formou este desígnio contra Tiro, a cidade coroada, cujos
mercadores são príncipes e cujos negociantes são os mais nobres da terra?” (Isaías 23.8).
Infelizmente, Israel quis ser como as
outras nações (1Sm
8.5,19,20). Salomão, então,
começou este relacionamento político e idólatra com as outras nações (1Rs 11.1-8), Jezabel
trouxe a prostituição espiritual e física para dentro de Israel (2Rs 9.22) e, quando Jesus estiver para vir, isto
atingirá o ápice (Ap 17.2,5).
E para piorar as coisas, a grandeza
mundana dos seus mercadores provinham do tráfico profano de coisas espirituais;
·
porque
todas as nações serão seduzidas pela sua feitiçaria (Ap 19.2)” -> ou seja, por buscar desviar a
atenção dos indivíduos de Cristo para seus interesses (analise Ap
21.8; 22.15), bem como
tentar manipular Cristo em prol de interesses pessoais. Além de intimidade com
Tiro, Israel também assimilou a conduta de Nínive (Na 3.4).
o
“por causa da multidão dos pecados da mui graciosa meretriz, da
mestra das feitiçarias, que vendeu os povos com os seus deleites e as gerações
com as suas feitiçarias.” (Naum 3.4).
·
porque
todas as nações beberão do vinho da ira da sua prostituição e se corromperão
por causa disto (Ap 18.3) -> Ela consegue fazer com que toda
carne corrompa seu caminho (como
em Gn 6.12);
·
porque
ela se glorificará: “estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei
o pranto” (Ap 18.7) -> ela buscará um nome para si, tal
como fizeram os indivíduos na época da Torre de Babel (Gn 11.4).
·
porque
ela viverá em delícias (Ap 18.7) -> enquanto isto os “Lázaros” da
vida jazem sem consolo na “sua porta” (Lc 16.19.20).
·
por
causa da perseguição dela contra os profetas e santos (Ap 18.24).
A
verdade é que o sistema religioso de Israel sempre foi algo voltado para a
feitiçaria desde a época de Moisés. Embora eles “cumprissem” as normas do
Eterno, ainda assim o coração deles estavam voltados para os ídolos (veja Am
5.25,26; At 7.42,43).
Moisés mesmo declara isto:
·
“Porque conheço a tua rebelião e a tua dura cerviz; eis que,
vivendo eu ainda hoje convosco, rebeldes fostes contra o SENHOR; e quanto mais
depois da minha morte?” (Dt 31.27).
E
daí por diante o judaísmo foi se corrompendo cada vez mais até o dia que Jerusalém
será a maior de todas as “Babilônias” que já existiu. Um culto tão sedutor,
lucrativo e que desperta poder que, se não fosse pela intervenção do Eterno,
duraria para sempre.
A
luxúria da Grande Babilônia é como uma droga viciante, alimentada por
propagandas enganosas. A propósito: feitiçaria é uma palavra que lembra preparo
de drogas. Assim como Babilônia e Tiro comercializavam com todas as partes da
terra, Israel também assim fará.
Enfim,
a punição da Grande Babilônia será em virtude do abuso das bênçãos que cada um
dos seus habitantes recebeu: onde inúmeras velas eram colocadas para queimar de
dia, não haverá uma sequer para iluminar as noites; onde havia múltiplas velas
acesas em prol dos mortos, agora não haverá nenhuma para iluminar os vivos.
·
“E nela se achou
sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra.” (Ap 18.24).
Note
que não é mais dito “em ti”, mas “nela se achou”. Afinal, neste instante, ela
já estará afundada demais para ouvir tais palavras. Nos versículos 22 e 23 o
anjo se dirige diretamente à Grande Babilônia. Isto mostra que, de tão sedutora
que ela é, se não for por intervenção sobrenatural do Eterno, sua essência
voltaria a ganharia vida em outros corações corruptos por ganho e prazer a
qualquer custo.
Note
o que Jesus profetizou sobre Jerusalém:
·
“Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a
uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas
sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós caia todo o
sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo,
até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que
matastes entre o santuário e o altar.” (Mt 23.34-35)
·
“Por isso diz também a sabedoria de Deus: Profetas e
apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros; para que
desta geração seja requerido o sangue de todos os profetas que, desde a
fundação do mundo, foi derramado; desde o sangue de Abel, até ao sangue de
Zacarias, que foi morto entre o altar e o templo; assim, vos digo, será
requerido desta geração.” (Lc 11.49-51).
Por
outro lado, veja o que o Jeremias profetizou sobre Babilônia.
·
“Como Babilônia fez cair os traspassados de Israel, assim em
Babilônia cairão os traspassados de toda a terra.” (Jeremias 51.49).
Como
Jerusalém é a Grande Babilônia, ela irá reunir em si as duas profecias, de modo
que nela se achará sangue de profetas, de santos (Mt 23.34,35; Lc 11.49-51)
e de todos os que serão mortos sobre a terra (Jr 51.49).
Observe
que a Grande Babilônia não foi contada apenas pelos mortos que nela morreu, mas
também pelos mortos de toda a terra. O motivo disto é que todos os que foram
mortos sobre a terra, foram mortos em virtude dos maus ensinamentos dela.
Entenda:
embora a Grande Babilônia só virá a ser uma entidade escandalosamente visível,
a ponto de ser configurada como uma pessoa (a estátua de Nabucodonosor) ou uma besta (e a mulher nela montada) no fim dos tempos, seu espírito veio a existir desde a
queda de Ha-Satan e entrou no mundo com a queda de
Adão e Eva. Desde então, este espírito maligno vem contaminando mentes e
corações, mas atingirá seu apogeu na septuagésima semana.
E
sempre que nos recusamos ou nos envergonhamos de suportar o opróbrio de Cristo,
mesmo que não queiramos, acabaremos assassinando os santos em Cristo.