sexta-feira, 30 de agosto de 2019

183 - APOCALIPSE 17

APOCALIPSE 17

INTRODUÇÃO

Muitos questionam: mas por que uma punição tão grave para quem aceita a marca da besta? Afinal, que mal há em comprar e vender? Mesmo porque a sociedade dependes disto. Considerando que todos precisam comprar e vender, esta punição parece injusta.

Entretanto, quando o Eterno criou a terra, Ele não inventou o dinheiro. Tampouco havia sistema religioso ou político. Isto tudo veio a surgir com Ninrode (Gn 10.8-10). Antes, cada tribo tinha o patriarca como líder, que executava a justiça e também conduzia todos a adorar quem ele supunha ser Deus e do jeito que ele considerava ser melhor para agradá-Lo.

Isto facilitava na hora de exercer a justiça, já que, pelo fato de serem poucas pessoas, ficava mais fácil conhecer um por um, já que o patriarca tinha uma vivência junto a todos. Além disto, não havia muitas coisas a serem buscadas, aprendidas, etc. O patriarca (normalmente um dos mais velhos do grupo), com sua experiência de vida, tinha como executar uma ação que fosse melhor para todos.

Sem contar que, por serem poucas em número, as pessoas ficavam mais constrangidas em errar, já que, quem falhasse por maldade, seria excluída pelas outras. E como dificilmente tal indivíduo seria aceito em outra tribo (e, mesmo se fosse, não teria os mesmos privilégios que os nativos), isto intimidava o indivíduo, de modo que ele pensasse muito antes de agir com dolo.

Não havia apenas interesse mercantil e religioso, mas também familiar. E isto satisfazia a maioria.

As tribos eram nômades e vivia do que o Eterno fazia nascer no local. Uma tribo produzia apenas o necessário para si. Nada de pensar em coisas grandes (como sugere Sl 131.1,2; Lc 16.15; Rm 12.16).

Todavia, desde que Ninrode estabeleceu o sistema babilônico (sistema político + sistema religioso), esta unidade carnal almejada na torre de Babel (Gn 11.4) criou “facilidades” que só serviu para enfraquecer as famílias. Facilitou a desigualdade social, a escravização por meio do dinheiro e o acúmulo de bens nas mãos de poucos.

Hoje, com a industrialização, fica bem mais difícil ter o próprio negócio e, quando sim, conservar a família unida em torno deste negócio já que, além das tantas opções de prazer, a tendência dos filhos é aceitar os métodos impostos pelo governo para ser aceito na sociedade, o qual inclui ingressar numa escola e, com isto, ser ministrado por pessoas que em nada se importam com elas.

Em outras palavras, esta unificação (sistema) produzida por Ninrode só facilitou o egoísmo e a desarmonia interior. Trata-se de uma unidade hipócrita em torno de causas egoístas. Unidos em torno de uma causa supostamente justa, mas que não leva em conta a pessoalidade e individualidade de cada um. Antes, atropela a mesma. Ninguém mais se conhece, se entende. Perdeu-se o real sentido de família. E o pior é que esta unidade jamais teve em vista o bem coletivo, mas sim o interesse da elite global (aqueles que incitaram tal união).

Resultado: uns têm muito, outros pouco ou nada.

Por isto é que Jesus condenou, nos tempos de Ló:

·        Plantar e edificar -> Isto ia contra o plano do Eterno de frutificar, multiplicai e encher a terra (Gn 1.28; Mt 28.18,19; Mc 16.15). A ideia é que cada um fosse estrangeiro e peregrino (1Pe 2.11). E Abraão entendeu isto (Hb 11.9,10,13-16). No que cada um pensou em construir raízes para si neste mundo, tentando recriar o paraíso perdido, a ilusão de que jamais iremos deixar este mundo tomou conta das pessoas.

Pense: cada um edifica porque quer ter um lugar onde possa reinar absoluto, ficar livre de todos os incômodos e poder conservar coisas só para si. Já o ato de plantar tem em vista conseguir comodidade e segurança, a fim de não precisar mais ficar peregrinando em busca de água e comida.

Ou seja, foi a forma que o mundo propôs para “facilitar” a vida das pessoas e excluir Criador da sociedade. Na verdade, só facilita a vida do grupo privilegiado que foi colocado à frente. Isto mudou a visão das pessoas acerca do comer e beber;

·        Comer e beber -> Isto, além de ter se tornado mero momento de prazer, também se tornou objeto de exploração comercial. O importante é apenas ganhar. O que Jesus fez na santa ceia perdeu-se, ou seja, a refeição, que deveria ser um momento de uns compartilharem com os outros, se tornou ocasião para embriaguez e orgia (ver Am 4.4; 1Co 11.20-22). O que Jesus ensinou ali era para ser vivido a cada vez que fôssemos comer, a começar junto com aquelas pessoas que Ele colocou na nossa vida.

·        Comprar e vender -> Quando se perde a noção de família, simplesmente o ato de “dar e receber” (Fp 4.15) é substituído por “comprar e vender”. Ninguém passa a crer mais no poder da piedade (2Tm 3.5). O amor é abolido e todos passam a agir como robôs: “obrigando e sendo obrigados”, operando mera troca de favores ou produtos. O contato entre os seres humanos perde todo o significado. De que adianta ter e fazer, quando nada se é acrescentado ao interior de cada um?

 

Apocalipse 16.19 e Apocalipse 14.8 já declararam a queda da Babilônia. Agora nos capítulos 17 e 18 do Apocalipse os detalhes desta queda serão mostrados.

A marcha do bem é como a marcha do sol:

 

·        Gloriosa: ao amanhecer ele tinge os montes distantes com beleza, ao meio dia ele inunda a terra com esplendor e ao entardecer ele orna as nuvens com púrpura, carmesim e ouro;

·        Comandante: quando ele aparece as criaturas acordam. Toda a natureza se move na medida em que ele se move;

·        Útil: o sol ilumina harmoniosamente ao longo de toda a terra renovando-a, avivando as sementes, cobrindo as paisagens com beleza e amadurecendo a colheita;

·        Independente: tropas de nuvens escuras podem se mover ao longo da terra, mas não podem tocar o sol. Terríveis tempestades podem abalar o globo, mas o sol está além do alcance deles. Ele está sempre atrás das mais escuras nuvens e olha calmamente abaixo sobre os oceanos em fúria e a terra em tempestade;

·        Certa e precisa: o sol sempre aparece no momento exato.

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É deste modo que Jesus tem agido neste mundo.

Aparência da Grande Babilônia:

 

·        Sua aparência externa: A mulher estará toda alegre e ornamentada: vestida de púrpura e escarlate, adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas (Ap 17.4), ou seja, de toda riqueza, pompa e orgulho capaz de seduzir as mentes carnais;

·        Sua moradia e assento: Ela residirá no deserto, ainda que assentada sobre muitas águas (ver Na 3.1). O trono da mulher é a besta do mar (ver Na 3.3);

·        Seu nome: Babilônia, a Grande, a mãe das meretrizes e das abominações da terra. Era costume antigo as meretrizes pendurarem sinais com seus nomes para que todos soubessem o que elas eram.

Contudo, a besta na qual ela está montada está repleta de nomes de blasfêmia (ver Na 3.3).

·        Seu nome é um mistério: ou seja, assim como a mulher foi criada inicialmente dentro de Adão, mas depois tirada de sua costela, vindo a se tornar um indivíduo independente para auxiliá-lo, a Grande Babilônia será criada como sendo a auxiliadora idônea da besta da terra. Contudo, ao largar a besta de terra e se casar com a besta do mar, quem estará no comando é a mulher (ela está em cima da besta do mar).

·        Sua bebida: Ela se embriaga com as abominações e imundície da sua prostituição (ver Na 3.4), as quais enchem os corações de loucura furiosa para satisfazer seu apetite, o que os leva a se deleitarem com a morte dos santos e profetas de Jesus que se opõem a isto (ver Na 3.6). Será tão ávida pelo sangue deles que se intoxicará com isto e nunca encontrará satisfação, por mais que tente saciar sua sede.

E o pior: ainda faz com que todas as nações bebam disto (ver Na 3.7);

·        Estratégia usada por ela para atingir seus objetivos: se propõe a acolher como seus filhos todos que rejeitam Jesus (ou seja, se propõe a amparar e dar o que necessitam) (ver Na 3.5).

·        Seu reinado: apesar de mulher, ela é que irá governar todos os reis da terra (ver Na 3.18). Afinal, por meio dela os mercadores se tornam ricos (Ap 18.3) e os reis, mais poderosos. A mulher estava sentada na besta porque, economicamamente, a besta servirá de suporte (Na 3:3).

Ao mesmo tempo que a mulher é suportada pela besta, ela aproveita para conduzi-la (ver Na 3.3).

·        É arrogante em sua auto-segurança (Ap 18:7).

·        Ponto final da sua caminhada: perdição (Ap 17.11).

·        Seu final: a mulher que monta na besta do mar (bem como toda a besta) acaba odiada pelos muitos poderes que ela tem governado (Na 3:16; Ap 17.16,17).

·        Seus cidadãos: dentro dela estão alguns dos escolhidos do Eterno o qual são convocados a saírem (Ap 18:4).

 

Nós perdemos a beleza da Noiva em meio à excelência da glória e felicidade celestiais; já a beleza da meretriz atrapalha os indivíduos de enxergarem a verdadeira beleza do caráter de Cristo.

Contraste entre a Igreja e a Grande Babilônia:

 

Igreja

Grande Babilônia

Virgem casta consagrada a um só marido

Prostituta

Mistério da Piedade (Cl 1.27-29)

Mistério da Iniquidade (2Ts 2.7)

Oferece o copo da salvação

Ofecere o copo cheio de abominações e imundície

Coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15)

Jerusalém é a causa da existência, bem como o exemplo do que vem a ser infidelidade ao Eterno.

É perseguida

É perseguidora.

Vive pelo sangue de Cristo

Vive do sangue dos santos e profetas

 

·        “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;” (Ap 17.1).

 

O julgamento aqui é um julgamento executado (e não um julgamento em andamento. Tanto é assim que a Grande Babilônia já está condenada).

Um dos anjos que tinham os sete flagelos se dirigiu a João para mostrar-lhe a condenação da Grande Babilônia. Uma das características da grande meretriz é o lugar onde ela está assentada: sobre muitas águas (Jr 51.13; Ap 17.1).

Note como o anjo diz que ia mostrar a João a grande meretriz e, quando ele faz isto, ele mostra uma mulher montada em uma besta de cor escarlate (Ap 17.4). Ou seja, a Grande Meretriz (Grande Prostituta ou Grande Babilônia) é a mulher (que está assentada na besta) + a besta do mar (que está assentada sobre muitas águas e que, após a “ressurreição” da sétima cabeça, passa a ser chamada de “besta que sobe do abismo” – Ap 13.1).

É bem verdade que Babilônia é dita morar sobre muitas águas:

 

·        “Ó tu, que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros, é chegado o teu fim, a medida da tua avareza.” (Jr 51.13);

 

Contudo, inicialmente a imagem de uma prostituta no Velho Testamento não é tomada a partir da Babilônia (a qual era personificada como virgem - Is 47.1), mas de Tiro (Is 23.15-17) e Nínive (Na 3.4). Os servos do Eterno que são fracos na fé são chamados de prostitutas (ver Is 1.21; Jr 2.20; 3.1-25; Ez 16.1-63; Ez 23; Os 2.5; 3.3; 4.15; Mq 1.7; Ap 2.20; 14.4), tal como Tiro e Nínive também foram (Is 23.1-8; Na 3.14).

Veja como Jerusalém é descrita pelos profetas:

 

·        “Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.” (Is.1.10).

·        “Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas.” (Is 1.21).

·        “Eles dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ela o deixar, e se ajuntar a outro homem, porventura tornará ele outra vez para ela? Não se poluirá de todo aquela terra? Ora, tu te prostituíste com muitos amantes; mas ainda assim, torna para mim, diz o SENHOR.” (Jr 3.1);

·        “Disse mais o SENHOR nos dias do rei Josias: Viste o que fez a rebelde Israel? Ela foi a todo o monte alto, e debaixo de toda a árvore verde, e ali andou prostituindo-se.” (Jr 3.6);

·        “E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu.” (Jr 3.8);

·        “Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres dele. E tomaste dos teus vestidos, e fizeste lugares altos pintados de diversas cores, e te prostituíste sobre eles, como nunca sucedera, nem sucederá.” (Ez 16.15,16);

·        “E sucedeu, depois de toda a tua maldade ( ai, ai de ti! diz o Senhor DEUS ),” (Ez 16.23).

·        “Também te prostituíste com os filhos da Assíria, porquanto eras insaciável; e prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste farta.” (Ez 16.28)

·        “Edificando tu a tua abóbada ao canto de cada caminho, e fazendo o teu lugar alto em cada rua! Nem foste como a meretriz, pois desprezaste a paga;” (Ez 16.31).

·        “Portanto, ó meretriz, ouve a palavra do SENHOR.” (Ez 16.35).

·        “E queimarão as tuas casas a fogo, e executarão juízos contra ti aos olhos de muitas mulheres; e te farei cessar de ser meretriz, e paga não darás mais.” (Ez 16.41).

·        “E prostituiu-se Aolá, sendo minha; e enamorou-se dos seus amantes, dos assírios, seus vizinhos,” (Ez 23.5).

·        “Todavia ela multiplicou as suas prostituições, lembrando-se dos dias da sua mocidade, em que se prostituíra na terra do Egito.” (Ez 23.19).

·        “E entraram a ela, como quem entra a uma prostituta; assim entraram a Aolá e a Aolibá, mulheres infames.” (Ez 23.44).

·        “princípio da palavra do SENHOR por meio de Oséias. Disse, pois, o SENHOR a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra certamente se prostitui, desviando-se do SENHOR.” (Os 1.2).

·        “Porque sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu houve-se torpemente, porque diz: Irei atrás de meus amantes, que me dão o meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas.” (Os 2.5).

·        “E ele lhe disse: Tu ficarás comigo muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti.” (Os 3.3).

·        “Eu não castigarei vossas filhas, quando se prostituem, nem vossas noras, quando adulteram; porque eles mesmos com as prostitutas se desviam, e com as meretrizes sacrificam; pois o povo que não tem entendimento será transtornado. Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo não se faça culpado Judá; não venhais a Gilgal, e não subais a Bete-Áven, e não jureis, dizendo: Vive o SENHOR.” (Os 4.14,15).

·        “E todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e todas as suas ofertas serão queimadas pelo fogo, e de todos os seus ídolos eu farei uma assolação; porque pela paga de prostituta os ajuntou, e para a paga de prostituta voltarão.” (Mq 1.7).

·        “E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado.” (Ap 11.8).

E a Escritura Sagrada faz menção da presença, em Jerusalém, de alguns elementos do culto Babilônico:

 

·        “E levou-me à entrada da porta da casa do SENHOR, que está do lado norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando a Tamuz.” (Ez 8.14).

·        “Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira.” (Jr 7.18).

·        “Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum. Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome. E quando nós queimávamos incenso à rainha dos céus, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos,” (Jr 44.17-19).

·        “Assim fala o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, dizendo: Vós e vossas mulheres não somente falastes por vossa boca, senão também o cumpristes por vossas mãos, dizendo: Certamente cumpriremos os nossos votos que fizemos de queimar incenso à rainha dos céus e de lhe oferecer libações; confirmai, pois, os vossos votos, e perfeitamente cumpri-os.” (Jr 44.25).

 

Jerusalém é uma prostituta (Jr 2.20; 3.1,8) cuja fronte mostra isto claramente:

 

·        “Por isso foram retiradas as chuvas, e não houve chuva serôdia; mas tu tens a fronte de uma prostituta, e não queres ter vergonha.” (Jr 3.3).

 

Ela leva outros a transgredirem (daí ser mãe de meretrizes). Em suas saias é encontrado o sangue dos inocentes:

 

·        “Por que ornamentas o teu caminho, para buscares o amor? Pois até às malignas ensinaste os teus caminhos. Até nas orlas dos teus vestidos se achou o sangue das almas dos inocentes e necessitados; não cavei para achar, pois se vê em todas estas coisas.” (Jr 2.33,34).

·        “Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.” (Ml 2.16).

·        “Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra.” (Jr 23.15).

 

Assim, a Grande Babilônia é Israel que abandonou o Eterno e quebrou Sua aliança, e virá a permitir que a semente dos reis da terra entre dentro de si (vindo a gerar filhos mistos – os pés de ferro e barro da estátua de Nabucodonosor). Embora os israelitas se chamem pelo nome do Eterno, eles se alimentam e vivem daquilo que lhes agrada e se justificam do jeito que lhes convém (Is 4.1).

Tanto a besta do mar como a da terra são duas grandes prostitutas. Ambos, gentios e israelitas, se relacionam com os poderes deste mundo (ver Na 3.4) e até um com o outro para conquistarem o que desejam. Juntos, formam a Grande Prostituta deste capítulo.

Podemos assim resumir:

 

·        Besta do mar = sistema político que emana do povão não israelita que busca um super-homem que possa resolver todos os seus problemas e, com isto, lhes dar melhores condições para viver no pecado (daí a besta do mar estar assentada sobre muitas águas).

·        Besta da terra = sistema religioso com origem em Israel que visa manipular as forças espirituais a fim de manter o povo sob controle sob a promessa que, assim servindo ao Criador, poderão obter o que quiserem Dele = Trata-se do falso profeta (cabeça romana que faz acordo com muitos por uma semana de anos) + líderes religioso-políticos de Israel e Judá (dois chifres) suportado pelo povo de Israel adepto ao judaísmo (corpo).

·        Mulher montada na besta do abismo -> Após a morte do anticristo, a besta do abismo assumirá o controle de tudo e fará com que a besta do mar, que antes era um sistema político estático, ganhe vida e seja guiado por alguém rumo afora.

 

Entenda: o anticristo é um israelita nascido na terra de Magogue e que lidera, inicialmente, duas gangues romanas, mas que exerce tanta influência sobre Roma que os romanos passam a ser considerados povo dele (Dn 9.26).

Após sua morte, seu corpo será possuído pelo anjo do abismo, o qual possuirá e vivificará todo o corpo da besta que emergiu do mar (ou da estátua de Nabucodonosor, se preferir), fazendo deste um império sete vezes pior que os anteriores, já que ele fará uso dos sete montes (e não apenas de um, como nos sete impérios anteriores), dos dez chifres, bem como de todo o corpo da besta (que, então, passará a ser o povão israelita mais não-israelita).

Isto lembra o que Jesus disse:

 

·        “Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.” (Lc 11.24-26).

 

Como isto se fará? Tal como o Eterno tirou uma costela do homem para fazer-lhe uma auxiliadora (que fosse imagem Sua e glória do homem – 1Co 11.7), Ha-Satan irá retirar os dois chifres da besta da terra para fazer uma “auxiliadora idônea” para o falso profeta (a mulher montada na besta) e uma “auxiliadora idônea” para a besta do abismo (pela possessão demoníaca todos os adoradores da besta passarão a ser o corpo dela).

Para isto, ele inspirará o falso profeta a induzir todos a fazerem uma imagem da besta (tal como a estátua de Nabucodonosor).

Como? Ele convencerá os dois chifres da besta da terra (líderes espirituais de israel) a incitarem os demais líderes religiosos acerca da perfeição do judaísmo. Os líderes religiosos seduzirão o povão (com promessas de bênçãos e de poder e autoridade para matar quem não adorar a besta) o qual, por sua vez, responderá estimulando e até exigindo de seus líderes espirituais que o judaísmo seja adotado o qual, por sua vez, usará a bíblia para fazer da besta do abismo seu messias e instituírem rituais que em tudo a glorifiquem.

A partir de então, o povão, tanto do mar (não-israelita), quanto da terra (israelita), irão juntos compor o corpo da besta do abismo, a imagem da besta (Ap 13.14,15).

E não é de admirar! Considerando que todos que fazem uma imagem se tornam semelhantes a esta imagem (Sl 115.8; 135.18) e que por trás das imagens estão demônios (1Co 10.19,20), logo todo o povo sem Cristo que se empenhou na criação desta super-religião se tornará a grande imagem da besta do abismo.

E, no que a anjo do abismo com seus demônios, subiram do abismo (Ap 9.1), será concedido ao falso profeta dar fôlego a esta imagem da besta. Em outras palavras, cada seguidor da besta do abismo será possuído por estes demônios.

A partir daí o ímpério, que antes era estático (uma grande estátua ou uma besta), se tornará dinâmico.

O que cada um dos imperadores das sete cabeças desejou, mas nunca alcançou se tornará realidade: o império não será mais uma sede fixa num palácio de concreto, mas se moverá em templos de carne e sangue. Cada um será como que um exemplar da besta do abismo ou, se preferir, é como se a besta do abismo te tornasse bilhões de indivíduos ao mesmo tempo, obrigando todos os dissidentes a sucumbirem à sua vontade sob pena de morte.

O povão, que antes simplesmente servia de suporte para o sistema político agir por meio de uma elite corrupta, agora cada um é uma expressão viva de tudo que este líder corrupto (besta do abismo) é. Ou seja, o povo, que antes compunha só o mar ou a terra, agora compõe, juntos, o corpo da besta do abismo.

Já a elite religiosa de todo o mundo irá compor a mulher montada na besta e o falso profeta estará sendo usado para confirmar a besta do abismo, de modo que o povão continue aceitando ser o corpo da besta e ser guiado pela mulher.

Por isto Jerusalém é chamada de Grande Cidade: pois todos os líderes religiosos do mundo farão de todo este sistema religioso de adoração à besta do abismo uma verdadeira cidade que é a uma expressão viva de Jerusalém.

Esta mulher será a imagem da besta do abismo (Ap 13.15) e a glória do falso profeta. Trata-se da esposa do falso profeta, o qual irá auxiliar a besta do abismo no seu trabalho de levar todos a adorarem o dragão.

E cada um destes líderes religiosos estarão em acordo com:

 

·        os líderes políticos de suas localidades. A fim de terem a lei do lado deles, os líderes religiosos se proporão a facilitar os líderes políticos na tarefa de manter todo o povão adorando politicamente a besta do abismo, e, com isto recebendo honrarias;

·        os mercadores. A fim de contarem com apoio financeiro, os líderes religiosos se proporão a comercializar a fé dos indivíduos (2Pe 2.1-3).

 

Contudo, como a besta do abismo não terá respeito ao amor das mulheres (tanto físico quanto espiritual – Dn 11.37) ele e seus dez chifres destruirão a mulher mais a besta do mar (sistema político), já que eles querem que a besta do abismo seja todo-poderosa e possa fazer tudo o que quiser, sem nenhuma “prostituta” para restringi-los.

Afinal, embora a besta do abismo seja adorada, quem realmente governará até então será a mulher nela montada. Na teoria, o falso profeta é o líder, mas na prática, é a mulher quem governará.

 

·        “Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição.” (Ap 17.2).

 

Mas por que este sistema é chamado “prostituta”?

De acordo com o dicionário, prostituir é “colocar diante, expor, apresentar à vista; divulgar, publicar; por à venda, mercadejando com eloquência”.

Na Escritura Sagrada, prostituta é um termo usado para designar aqueles que desejam se afastar da sujeição do Eterno:

 

·        “O meu povo consulta a sua madeira, e a sua vara lhe responde, porque o espírito da luxúria os engana, e prostituem-se, apartando-se da sujeição do seu Deus.” (Oséias 4.12)

 

Há duas formas de prostituir:

 

1 – com falsos deuses, visando promover um culto mais conveniente para os líderes (que lhes permita maior controle sobre o povo) e mais agradável e atrativo para o povo (ver 1Rs 12.28):

 

·        “Porém tampouco ouviram aos juízes, antes prostituíram-se após outros deuses, e adoraram a eles; depressa se desviaram do caminho, por onde andaram seus pais, obedecendo os mandamentos do SENHOR; mas eles assim não fizeram.” (Juízes 2.17).

 

2 – com governantes, a fim de melhorar seus lucros ou sua segurança militar (ver 2Rs 16.7):

 

·        “Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos grandes de carne, e multiplicaste a tua prostituição para me provocares à ira.” (Ez 16.26).

 

O termo “prostituta” implica que esta cidade (Israel, agora chamada espiritualmente de Sodoma e Egito – Ap 11.8) seduzirá homens a se apartarem do caráter do Eterno, vindo a cultuá-Lo de modo mundano, a saber, por meio de um sistema de culto ao Eterno extremamente lucrativo para os reis da terra (2Pe 2.1-3). E este sistema de culto é tão rentável que os reis da terra e os mercadores lamentarão o fim desta Grande Babilônia (Ap 18.9,11).

Por outro lado, ele é tão prazereso que todos os povos da terra ficarão embriagados com esta forma de prostituir, ou seja, com este culto extremamente divertido e alucinante. Daí o uso da palavra “vinho” que, neste contexto, representa uma alegria mundana promovida por um espírito imundo que retira do indivíduo a força física e moral (2Sm 13.28; Pv 23.29-35; 31.4-5).

Os habitantes da terra não apenas beberão o vinho da prostituição da Grande Meretriz. Eles se embebedarão, ou seja, acharão isto extremamente gostoso, ao ponto de desejarem fazer disto sua plena satisfação e motivo de viver. Eles receberão de bom grado o espírito deste sistema depravado e partilharão dos seus pecados.

Todos gostarão tanto deste sistema de culto à besta promovido pelos líderes religiosos de Israel (mulher montada na besta) que até pedirão à besta que lhes dê sua marca, nome ou número a fim de só faça parte culto lucrativo quem adora a besta e a sua imagem. Será uma fúria desesperada em busca de aplacar a sede de prazer que passaram a conhecer dentro de si em virtude do contato íntimo com a Grande Babilônia.

A besta do mar é constituída pelos gentios que se comprometem com qualquer político ou ricaço em busca de favores; a besta da terra é constituída pelos israelitas que se comprometem com toda espécie de religião e política em busca de controlar o mundo por meio deles.

Enfim: os reis da terra se prostituírão com ambas as bestas e todo o povão (gentio + israelita) ficará embebedado com fúria (ver Jr 51.7) contra aqueles que não aceitarem as fontes de prazer que lhes permite encher de euforia.

 

·        “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.3).

 

Assim como a Igreja fiel é chamada de cidade (Ap 21.2,9,10), a porção infiel é identificada com Babilônia (Ap 11.8; 17.4,5). Eles são como prostitutas em sua subserviência política, inclinação mundana e intolerância espiritual.

A expressão “e levou-me espírito” só é encontrada aqui e em Ap 21.10, onde a João é mostrado a Nova Jerusalém.

A besta era de cor escarlate (uma tonalidade de vermelho), semelhante ao dragão que é vermelho (Ap 12.3). Escarlate foi a cor usada para descrever o pecado (Is 1.18), mas ao mesmo tempo foi:

 

·        A cor do fio que deveria ser amarrado na janela de Raabe para ela ser salva (Js 2.18);

·        A cor das vestes da família da mulher virtuosa (Pv 31.21);

·        A cor das vestes usadas por homens valorosos (Na 2.3).

 

Ou seja, a cor escarlate da besta e do manto da meretriz denota ambos como alguém que almeja ser valorizado neste mundo através do pecado, usando como desculpa de ser este o único método para alcançar a paz verdadeira. O pecado é considerado, por aqueles que o colocam em prática, a melhor forma de justiça para livrar os indivíduos do mal. Por exemplo, quando uma pessoa decide ser policial, ela acha que é através do poder do deus das forças (Is 30.1-3; 31.1-3; Dn 11.38) que o mal será coibido e, assim, todos poderão ser livres e felizes. Neste caso, escarlate também está relacionado com o sangue derramado de santos e testemunhas de Jesus, que serão tidos como os verdadeiros criminosos nesta época.

É bom lembrar que a base na qual está fundamentada a Babilônia é a impiedade (Zc 5.8,11).

O fato de a mulher estar sentada sobre a besta pode ser uma alusão ao modo de uma prostituta se relacionar com um homem. Também implica que a mulher depende da besta para suporte e segurança. Mas sobretudo, aponta para a necessidade que a besta tem de, inicialmente, se deixar guiar pela mulher. Sem ela, a besta se consumiria numa desgovernada e mal direcionada fúria. A mulher segura as rédeas e com habilidade a guia rumo à execução dos seus alvos de um modo “astuto” e “sedutor”, buscando cativar todos os que não estão escritos no livro da vida, de modo que, quando a besta quiser mostrar sua verdadeira face destruidora, ao invés de se intimidarem ou revoltarem, todos a apoiem cegamente.

E o motivo disto é simples: após ter falhado pela violência, Ha-Satan tentará seduzir Jerusalém, pelos encantos do mundo, a desgostar do seu Senhor.

Para ser mais exato: a estratégia da mulher é levar o povo a exigir este lado violento da besta. E todos que esperarão este tipo de ira sangrenta da parte do Cordeiro contra seus inimigos, vão aplaudir e exaltar a besta quando ela se levantar para fazer isto.

Detalhe:

 

·        por estar montada na besta, a mulher se sentirá como rainha;

·        por estar assentada sobre o mundo (muitas águas), a besta se sentirá com um deus;

·        o mundo, por sua vez, por jazer no maligno (Ha-Satan – 1João 5.19), se sente por cima das circunstâncias e problemas quando a possibilidade de fazer o mal está em seu poder.

 

Quanto ao deserto, por que ela é vista aí? Deserto significa isolamento (ela mora isolada em si mesma – Ap 17.16; 18.2,19; Jr 51.26). É bem provável que este seja o deserto dos povos:

 

·        “E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada. E vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face entrarei em juízo convosco; como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor DEUS.” (Ez 20.34-36).

 

O Eterno promete tirar o povo de Israel de entre as nações para as quais eles tinham sido espalhados e promete trazer-lhes ao deserto dos povos para entrar em juízo com eles.

Por que é chamado de deserto dos povos? E como é possível que a besta do mar esteja neste deserto, uma vez que ela estará assentada sobre muitas águas? O que acontece é que, embora ambas as bestas tenham feito acordo com todos os reis e ricaços da terra, ainda assim há um isolamento entre os povos. Há acordos políticos e religiosos, mas cada um está isolado nos seus próprios interesses. Na área religiosa, quando alguém se apega a uma dada seita, ele se isola dos demais que não creem como ele.

Além disto, isto mostra que, não importa o quão favorecida a Grande Babilônia é, ainda assim sua sede nunca é aplacada pelo mar de indivíduos que lhe apoia e rodeia. As águas deles são salgadas e, assim, imprópria para consumo.

O deserto (isolamento e insaciabilidade) dos povos é diferente do deserto físico no qual:

 

·        as virgens prudentes (os 144.000 selados), terão que fugir para este lugar (conforme se vê no capítulo 12) na primeira metade da 70ª semana. Para eles este deserto é uma bênção, pois trata-se de ficar isolado da imundície dos povos. Contudo, tal isolamento é temporário, não é a real condição deles.

·        para as virgens néscias (os israelitas que, embora não receberam a marca da besta, não aceitaram a Jesus antes do arrebatamento), o deserto é o lugar para indivíduos como eles. Terão que conviver com o isolamento fugindo de Ha-Satan e seus seguidores. O Eterno estará a contender com eles a fim de separar dentre eles os rebeldes, os quais não voltarão mais à terra de Israel; antes, morrerão (Ez 20.38). Ficará vivo somente o remanescente de Israel, o qual se converterá ao Eterno (Rm 9.27; 11.26).

 

Note que, enquanto a besta do mar tinha nomes de blasfêmia apenas nas cabeças em Ap 13.1, aqui ela está repleta de nomes de blasfêmia. Considerando que a besta do abismo irá honrar grandemente os que lhe apoiarem (Dn 11.39), estes nomes podem ser títulos honoríficos dados a eles (tal como hoje se vê nos pronomes de tratamento: “vossa excelência”; “vossa magnificência”, “vossa alteza”, “vossa majestade”, “meretíssimo”, “reverendo”, “vossa santidade”, etc., todos títulos que apenas o Eterno é digno).

 

·        “E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição;” (Ap 17.4).

 

A veste da mulher lembra a veste que colocaram em Jesus (Mt 27.28):

 

·        “E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça”. (Mc 15.17);

·        “E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate;” (Mt 27.28).

 

Enquanto nas mãos de um mensageiro do Eterno está um incensário com as orações de todos os santos (Ap 8.3), nas mãos da mulher montada na besta está um cálice cheio de abominações e da imundície da sua prostituição (ver Jr 51.7).

O detalhe é que o copo que ela segura não é apenas para ela beber, mas para também dar de beber. Considerando que a mulher está embriagada do sangue de santos e profetas, logo as abominações e imundície da sua prostituição está ligado ao derramamento do sangue de santos e profetas.

Enquanto o Israel fiel estará vestido do sol e a Noiva será ornamentada por Cristo de modo simples, mas belo (Ap 19.8), a Grande Babilônia é ornamentada por Ha-Satan com:

 

·        Púrpura -> Representa a cor da realeza neste mundo (ver Jz 8.26; Et 8.15; Dn 5.7,16). Como bem sabemos, o Eterno promete ajudar os Seus quando todo seu poderio neste mundo se for (Dt 32.36; Dn 12.7; Is 58.6,7). Não devemos buscar auxílio político e jurídico neste mundo (ver Is 30.1-3; 31.1-3).

·        Escarlate -> Esta é a cor usada pelos guerreiros (Na 2.3). O Eterno se compraz nos que esperam na Sua misericórdia ao invés de confiar nos poderes e poderosos deste mundo para livrá-los pela força militar (Sl 20.7; 147.10,11; ver Zc 4.6).

Ao contrário da mulher virtuosa que estava vestida apenas de escarlate (simbolicammente vestindo “o” pecado dos outros, ou seja, levando-os em si, dedicando Sua vida para que os pecados deles possam ser cancelados por meio do que Jesus fez), a Grande Babilônia estará vestida de púrpura (cor da realeza) e escarlate (ou seja, estará se vestindo “do” pecado dos outros e aproveitando-se disto para crescer, enriquecer e dominar - Os 4.8).

·        Adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas -> Uma prostituta, naquela época, era descrita como toda ornamentada e adornada com ouro e pedras preciosas:

o   “E eis que uma mulher lhe saiu ao encontro com enfeites de prostituta, e astúcia de coração. E chegou-se para ele e o beijou. Com face impudente lhe disse: já cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas, com linho fino do Egito. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela.” (Pv 7.10,13,16,17).

Em contrapartida, o adorno das mulheres santas é interiormente (1Tm 2.9; 1Pe 3.3).

Você pode questionar: mas o adorno dela era semelhante ao da Nova Jerusalém e da vida do verdadeiro seguidor de Jesus (1Co 3.12-15). Contudo, uma coisa é o enfeite do sistema religioso, o qual é caracterizado pelo luxo dos seus templos e grandiosidade de suas obras e rituais; outra é a riqueza vista INTERIORMENTE em cada membro da Igreja, a saber, no caráter de um por um (ver Pv 2.3-5; 3.13-15).

·        Tinha na sua mão um cálice de ouro.

 

Considerando que taça (cálice) é símbolo de julgamento, vem a questão: o que havia neste cálice de ouro?

 

·        “E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.” (Ap 14.8);

·        “... a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus...” (Ap 17.6);

·        “tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição(Ap 17.4);

·        “Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias.” (Ap 18.3);

·        “Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro.” (Ap 18.6).

 

O cálice da mulher continha:

 

·        O sangue dos santos e das testemunhas de Jesus;

·        Abominações e a imundícia da sua prostituição;

·        Vinho da ira da sua prostituição.

 

Ajuntando tudo, o cálice da mulher conterá as abominações e imundície da prostuição da mulher, cujo prazer deixava os indivíduos (incluindo ela própria) alucinados e furiosos para continuar a usufruir dos seus prazeres, a ponto de serem capazes de se regozijarem com a morte os santos e testemunhas de Jesus, visto que eles se opõem a toda diversão contrária aos ensinamentos de Cristo.

Mais ainda: eles são capazes até mesmo de tentar seduzir os servos de Cristo (tal como Israel fez no passado – Amós 2.12; Isaías 30.9-11) para que eles bebam deste vinho de ira e passem a correr com eles no mesmo desenfreamento de dissolução (1Pe 4.4). Eles querem se gloriar na carne dos servos de Cristo (Gl 6.13).

Inclusive, isto é o que faz da Grande Babilônia algo tão terrível.

Pense: por que o juízo imposto sobre quem adora a besta e sua imagem era tão terrível se comparado com o das outras nações adorando seus deuses (Ap 14.11)? Porque seu desejo é seduzir todas as nações a aceitarem a adoração à besta e à sua imagem: ou se deixam ser seduzidos por eles, ou morre.

Mais ainda: o que ela quer é escravizar mentes e corações, de modo que todos, pensem, sintam, desejem, planejem a ajam de acordo com a vontade dela. Como qualquer prostituta, o que ela quer é que todos os homens a seus pés cobiçando-a e não conseguindo pensar em outra coisa senão nela. Será o maior vício de todos os tempos, cujo prazer é tal que quem experimenta não desejará largar.

Tanto é assim que a marca da besta não é imposta. Todos os que não são de Cristo se deixarão seduzir pela Grande Babilônia, pois sua sedução será extremamente prazerosa. Não haverá indecisos. Só não aceitará a marca da besta quem realmente está plenamente convicto de que a besta do abismo é a resposta para seus males.

O que é “abominação” e “imundície da sua prostituição”?

 

·        Abominação: tudo que serve para estimular a contenda entre os irmãos (Pv 6.19). Por exemplo: acordos repletos de leis para prejudicar o próximo (Sl 94.20; Am 2.8; Is 10.1; Mq 2.1,2).

·        Imundícia da prostituição: relacionamento sexual imundo. Enquanto a Grande Babilônia se alimenta do prejuízo que causa ao próximo através dos relacionamentos que conseguiu fazer com grandes (para conseguir poder e riqueza) e pequenos (para seduzi-los), a Igreja faz da vida de Cristo seu alimento (bebe do cálice de Jesus - Marcos 10.39; João 6.51-57).

 

As fontes de prazeres imundas, por si só já são repletas de sentimentos egoístas. Quando somado às abominações, enche os corações de ira contra todos que se opõem ao objeto de sua alegria. Isto atua como um vinho porque quem faz disto sua bebida, passa a ter prazer no sofrimento e desgraça de todos aqueles que contrariam seus interesses. Ficam tão alucinados que passam até mesmo a lutarem contra Jesus e Seus seguidores.

E isto se aplica ao culto da Grande Babilônia. A forma de culto que eles supunham estar agradando ao Criador, estava, na verdade, matando a fé das pessoas e eliminando a vida daqueles que O amavam. Ao invés de gerar vida, estava consumindo a vida dos poucos que ainda estavam vivos, além de sugar a força e a energia dos demais com cargas vãs (Lm 2.14), desperdiçando os dons e talentos que o Eterno lhes deu para amar os que estavam próximos a eles (Mt 7.6; Lc 16.1).

A Grande Babilônia sobrevive principalmente por causa dos seus heróis da fé. Note como as pregações evangélicas, muitas vezes, exaltam Davi, Jó, Salomão, etc., mais do que a Cristo. Muitos, embora levantados para serem santos, profetas e testemunhas de Jesus, acabarão se deixando seduzir pelo tipo de sucesso destes heróis e acabarão buscando Jesus por estarem seguindo seu ventre (2Tm 4.3-4; Fp 3.18). Urge salientar que o anticristo honrará o deus das fortalezas com ouro, prata, pedras preciosas e coisas agradáveis (Dn 11.38).

Uma das razões de a Grande Babilônia ser tão sedutora é que, embora seu cálice esteja cheio de imundície e abominação, por fora ela é extremamente atraente. Muitos se apegarão à Grande Babilônia pela extrema euforia; outros, pelo lucro que ela lhes dá (Ap 18.12-15) e pelo desejo de conquistar o que ela conquistou. Isto lembra o que se dava com os fariseus:

 

·        “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.” (Mt 23.27,28).

 

O fato de ser de ouro quer dizer que ela não pode mudar (Jr 51.9). Afinal, o ouro é um material que não se degenera.

 

·        “Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA.” (Ap 17.5 – ARA2).

 

Grande Babilônia representa alguém que mergulhou de cabeça no pecado após ter conhecido um alto e santo padrão (ver Jr 3.1; Mq 1.7). Ela é nomeada de acordo com seu comportamento dissoluto de gerar indivíduos para idolatria e imoralidade, tal como se dava com os fariseus:

 

·        “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.” (Mateus 23.15).

 

Enquanto na mitra do sumo-sacerdote estava escrito “Santidade ao Senhor” (Êx 28.36; 39.30) e na fronte dos 144.000 estará o nome do Eterno e do Seu Filho (Ap 14.1), na fronte da Grande Babilônia há uma identificação:

1 - Mistério

Mistério é característica do nome (e não parte do nome). Mistério indica que a Grande Babilônia será um grupo de crentes em Jesus que se desviaram e que, o invés de estarem sendo unidos em um só corpo pelo amor de Jesus, se unirão para atrair, de modo físico e místico, o que sua carne deseja.

Enquanto a Igreja é a minifestação viva de Jesus e do mistério da piedade (Ef 5.31-32; Cl 1.26,27; 1Tm 3.16), a Grande Babilônia é a possessão demoníaca que atormenta os outros com prazeres imundos e os ajunta em prol da iniquidade (2Ts 2.7).

O anticristo é o homem do pecado, o filho da perdição (2Ts 2.3; Ap 17.11), ou seja, o homem que incentiva todos a buscarem em Jesus apenas as coisas deste mundo (Mt 16.23; 1Co 15.19; 1Jo 4.4,5).

2 - Babilônia

O nome Babilônia representa um regime de afronta direta ao Criador (Gn 10.8-10; 11.4). A ideia partiu de Ninrode (Gn 10.9,10). Antes dele, não havia sistema político, nem religioso. A sociedade era patriarcal, ou seja, o mais velho da tribo era quem decidia as leis que iriam reger, bem como qual o deus que iria ser adorado.

Foi com Ninrode que surgiu na terra o primeiro sistema organizado pelo homem, cujo objetivo era agregar todos os homens a fim de, juntos, alcançarem o céu pelos seus esforços (Gn 11.4). Tratava-se de uma perversão direta do mandamento do Eterno descrito em Gênesis 1.28, do desejo de organizar, tanto a área política quanto religiosa, de modo a poder, aparentemente, tirar o controle de tudo das mãos do Eterno.

Resumindo: Babilônia é o casamento do poder político com o poder religioso.

3      – Grande

O termo “grande” tem como objetivo diferenciá-la da Babilônia que surgiu na Mesopotâmia:

 

·        Ela é grande em extensão: enquanto que a Babilônia de Ninrode só governou parte da terra, a Grande Babilônia.irá atingir toda a terra.

·        Ela é grande em influência: enquanto a Babilônia de Ninrode atingiu apenas a mente dos indivíduos, a Grande Babilônia irá atingir corpo, alma e espírito de todos que não são de Cristo.

·        Ela é grande em corrupção: enquanto Nabucodonosor reconheceu que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer (Dn 4.17,25), todos (SEM EXCEÇÃO) os adeptos da Grande Babilônia jamais irão se arrepender (Ap 9.21; 16.9,11).

·        Ela é a grande aos olhos de todos: em virtude todo o seu esplender (ver Ap 18) e porque, aparentemente, ela promete dar a todos aquilo que sempre quiseram: paz, segurança (1Ts 5.3), poder, riqueza.

4 - Mãe

O título “mãe” é uma afronta direta à Nova Jerusalém que é do céu, a qual é a mãe de todos nós (Gl 4.26) e sempre estará com os homens (Ap 21.2). Como mãe, a Grande Babilônia é quem trouxe à luz todas as meretrizes e abominações.

Vem a questão: o que é ser mãe? Muitos pensam que mãe é aquela que gera filho. Este absurdo provavelmente passou a ser divulgado com o intuito da religião católica de endeusar Maria e ganhou força com o movimento feminista que visa endeusar a mulher.

Ora, pense: se a mulher é capaz de “gerar” filho, então ela é deusa, visto que só o Eterno tem tal capacidade. A rigor, o que a mulher faz é receber a semente do marido dentro de si e, então, permitir que Jesus a trabalhe em seu interior (Sl 139.13-16). A mulher em nada contribui DIRETAMENTE para com a formação da criança.

Vem a questão: se esta mulher é mãe, quem é o pai das filhas? Considerando que ela se prostituiu com os reis da terra, logo cada rei é pai de uma menina. Cada menina representa o povo de seu país que não se entregará por completo a Jesus e que, por ter recebido dentro de si a semente do rei (conceitos e valores políticos) e a semente da mulher (conceitos e valores religiosos), se tornarão abomináveis meretrizes.

5 - Meretriz

Vem a questão: por que é o usado o termo prostituta (ver Is 1.21; Jr 3.9; Ez 16.14-18; Tg 4.4)?

A raiz da palavra prostituir significa “por diante dos olhos”, com a vistas a desviar a atenção e o pensamento dos homens, de modo que eles possam entregar a elas a sua força (Pv 31.3). Uma das estratégias da prostituta é o excesso de ornamentos:

 

·        “E eis que uma mulher lhe saiu ao encontro com enfeites de prostituta, e astúcia de coração.” (Provérbios 7.10).

 

Contrário á postura da mulher virtuosa:

 

·        “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos;” (1Pe 3.3-5).

 

Não é em vão que a mulher virtuosa de Cantares diz:

 

·        “Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira.” (Ct 2.7).

 

Os homens também deveriam dizer o mesmo. Afinal:

 

·        “Porque por causa duma prostituta se chega a pedir um bocado de pão; e a adúltera anda à caça da alma preciosa.” (Provérbios 6.26).

 

Prostituta é uma mulher que busca atrair a atenção dos homens para si a fim de buscar tirar o melhor proveito de cada um deles, seja prazer ou dinheiro.

Não é em vão que fornicação e adultério são, por todo o Antigo Testamento, um emblema de degeneração espiritual (embora também seja um tipo de degradação civil).

Aqui, em particular, trata-se de uma mulher casada que tem sido falsa ao leito do seu marido (o falso profeta), tem abandonado o guia da sua mocidade e quebrado a aliança do Eterno.

Muitos indivíduos acham que prostituição é apenas para mulher solteira. Contudo, a partir do momento que o homem não exerce seu papel de marido e a mulher, de esposa, eles, na verdade, estão se comportando como amantes, ou seja, buscando usar o corpo do outro para atender a seus desejos, tal como uma prostitita faz.

Jerusalém, aqui, se tornou um só corpo com cada rei que prostituiu (1Co 6.15,16), ou seja: recebeu dentro de si os costumes pagãos de cada rei, transmitiu os costumes do Eterno para cada rei (tal como se deu quando Israel foi para cativeiro – 2Rs 17.28-33) e gerou filhos mistos a partir desta união.

E não é a primeira vez que Jerusalém fez isto. Na época de Malaquias o povo também gostava de casar com mulheres estrangeiras:

 

·        “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de nossos pais? Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho. O SENHOR destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isto, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao SENHOR dos Exércitos.” (Ml 2.10-12). – Note como Judá, não só estava adorando outros deuses, mas se casando com mulheres que os adoravam. As outras nações as davam em casamento para corromper os homens de Judá (veja o conselho de Balaão – Nm 25.1,2; Nm 31.16);

 

Na época de Salomão algo semelhante aconteceu:

 

·        “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominaçãoo dos amonitas.” (1Rs 11.1-5).

 

Note como Salomão se casou com setecentas mulheres para unir Israel politicamente com outros países e, no final, acabou unindo Israel com os deuses deles. Isto voltará a acontecer quando Israel for conduzir a besta do abismo para estabelecer a Grande Babilônia:

 

·        “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.” (Dn 2.43) – Veja como a ligação política dos últimos tempos será feita nos termos citados acima entre Roma e Israel.

6 - Abominação

A primeira coisa que é abominação ao Eterno é o ato de semear contenda entre os irmãos (Pv 6.19).

O anticristo também é uma abominação viva:

 

·        “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;” (Mt 24.15).

 

Vem a questão: o que faz com que alguém seja abominável?

 

Primeiro: qualquer espécie de sacrifício é abominação (Pv 21.27), já que é o sacrifício de Cristo que salva pessoas.

Segundo: almejar a grandeza deste mundo: tudo o que o ser humano carnal considera grande e elevado (e que, portanto, exige esforço e sacrifício para ser conseguido), é abominação diante do Eterno (Lc 16.15).

Terceiro:

 

·        “Não vos façais abomináveis, por nenhum réptil que se arrasta, nem neles vos contamineis, para não serdes imundos por eles;” (Levítico 11.43).

·        “Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e as vossas almas não fareis abomináveis por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra; as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas.” (Levítico 20.25).

·        “Vendo, pois, os filhos de Amom que se tinham feito abomináveis para com Davi, enviaram os filhos de Amom, e alugaram dos sírios de Bete-Reobe e dos sírios de Zobá vinte mil homens de pé, e do rei de Maaca mil homens e dos homens de Tobe doze mil homens.” (II Samuel 10.6)

 

Com base em tudo isto, podemos ver que a Grande Babilônia irá fazer com que cada um seja repulsivo ao seu próximo, intensificando o ódio e desprezo nos corações uns dos outros. Daí uns matarem os outros no segundo selo (Ap 6.4).

Embora a Grande Babilônia pregue o ecumenismo, a verdade é que ela não tolera ninguém que pense diferente dela, que vá contra seus interesses. Isto já está no seu germe: desde sua origem em Babel que seu objetivo é reunir os povos em torno de si, mas debaixo do seu nome. São unidos supostamente em prol da coletividade, sem perceberem que estão sendo manipulados descaradamente. No final, o que se tem é cada pessoa isolada no seu egoísmo, mas achando que estão unidas.

Por outro lado, a Igreja de Jesus, embora não aceite nada impuro ou profano, jamais recusa qualquer um que se arrependa e converta. A princípio, ela parece querer isolar todos os discordantes. Contudo, a verdade é que ela se isola de tudo que possa ser um bloqueio à verdadeira unidade.

A Grande Babilônia aceita tudo a fim de isolar todos em sua mesquinhez e cobiça; a Igreja só aceita aquilo que não ocupa o lugar de Jesus e Sua Igreja nos corações.

Além disto, não podemos esquecer que a besta do abismo não terá respeito ao amor das mulheres:

 

·        Fisicamente, irá tirar as mulheres de seus lares e remover a glória do Eterno de seus filhos (Mq 2.9);

·        Espiritualmente, irá se levantar contra tudo que as instituições religiosas chamam deus ou é objeto de culto (Dn 11.37; 2Ts 2.4).

 

·        “E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração.” (Ap 17.6).

 

Para entender a expressão “embriagada do sangue dos santos e das testemunhas de Jesus”, analise o versículo abaixo:

 

·        “Porque este dia é o dia do Senhor DEUS dos Exércitos, dia de vingança para ele se vingar dos seus adversários; e a espada devorará, e fartar-se-á, e embriagar-se-á com o sangue deles; porque o Senhor DEUS dos Exércitos tem um sacrifício na terra do norte, junto ao rio Eufrates.” (Jr 46.10).

 

O efeito de beber sangue é trazer exasperação e intoxicar a alma com paixão e desejo de vingança. A única vida que é digna de ser bebida é a da Cristo. Tentar beber qualquer outro tipo de vida certamente trará loucura, alienação dos verdadeiros conceitos e valores e perda do verdadeiro sentimento (Ef 4.17-19).

Note como a mulher estava completamente fora de si por ter sido responsável pela morte:

 

·        Dos santos: daqueles que foram separados para uso exclusivo do Eterno antes de Cristo;

·        Das testemunhas de Jesus (veja também Ap 18.24; 13.15; 16.6; Ap 6.9-10; 12.11). Ou seja, daqueles que viveram a vida de Cristo em si (1Jo 5.9-11).

 

A mulher ingerirá figuradamente o sangue ao sentir gosto na morte daqueles que são de Jesus. E como a alma do ser humano é como o inferno que nunca se farta (Pv 27.20), quanto mais a mulher matar os seguidores de Cristo, mais quererá matar. Daí Ap 18.23,24:

 

  • “E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.” (Ap 18.24).

 

Inclusive, repare o que Jesus disse:

 

  • “Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar.” (Mt 23.34,35).

 

Jesus está dizendo que iria enviar Seus servos justamente para que os membros da Grande Babilônia pudessem condenar a si mesmos, matando-os.

A Igreja, por outro lado, ingere o sangue de Jesus (Jo 6.51-57) e quando sente o gosto de conceder a vida de Cristo aos que o Eterno traz até ela, mais prazer ela tem na beleza da santidade de Cristo (Sl 29.2; 96.9).

Os mártires não tinham simplesmente uma opinião ou impressão que eles procuravam aprimorar para ter do que se orgulhar e atrair discípulos após si. Eles criam de verdade. Só se luta por aquilo que não se tem certeza (e que necessita de confirmação). Aquilo que é certo não necessita de nada para ser confirmado.

Muitas vezes não estamos entendendo a luta de (Ef 6.10-18). Nossa luta é para entrar no descanso do Eterno (Hb 4.11). Quando realmente estivermos profundamente convictos de tudo que Jesus e Sua Palavra são, não precisaremos de lutar para convencer ninguém. O repouso em nossa fé irá falar mais alto do que qualquer discurso eloquente e bem elaborado dos ditadores deste mundo.

Os fariseus e doutores da lei, por exemplo, acreditaram que tinham ficado livres do Profeta que atormentou todos eles que moravam na terra. Eles selaram a pedra e puseram uma guarda e retornaram para suas casas regozijando-se. Mas depois de três dias Jesus ressuscitou. Algo semelhante se dará quando as duas testemunhas estiverem profetizando.

João, ao ver isto, ficou admirado com o mistério da mulher. Afinal, como Jerusalém, que tinha sido a origem de Cristo e Sua doutrina poderia chegar neste estado deplorável?

Para esclarecer isto, o anjo, então, explica o mistério da mulher, ou seja, em qual tipo de mistério Jerusalém se envolveu. É disto que trata os próximos versículos:

 

·        “E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra ( cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo ) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá.” (Ap 17.7,8).

 

Por que João ficou admirado?

Uma das coisas que certamente é de se admirar é: como que uma mulher, geralmente cheia de medo, poderia ser capaz de montar tal monstruosa criatura. Além disto, considerando que a Igreja verdadeira é constituída principalmente de pobres (ver Tg 2.5), como é possível que esta mulher tivesse tão luxuosamente vestida.

Também, como pode um Deus que não pode ver o mal e a opressão não pode contemplar (Hc 1.13), ter tanta tolerância para com ela?

Aqueles que habitam na terra (nós temos que habitar no céu – Ef 1.3; 2.6; Cl 3.1,2) cujos nomes não estão escritos no livro da vida ficarão admirados com a besta. Ou seja, quem não é usado por Jesus com certeza ficará maravilhado com qualquer processo que consiga vencer tudo e todos, inclusive a morte (pelo menos é o que todos pensarão quando cabeça golpeada de morte voltará a viver). A impressão que todos terão é que a besta é como erva daninha: ainda que seja cortada, volta a crescer. Este tipo de admiração não é para tomar conta dos que creem.

Note que os nomes dos indivíduos já estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo. É bem verdade que alguns foram eleitos para terem seus nomes riscados (ver Êx 32.32,33; Ap 3.5; Sl 69.28). Observe, todavia, que tudo está no controle das mãos do Eterno.

 

·        “Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição.” (Ap 17.9-11).

 

Comparando Apocalipse 13 com Apocalipse 17:

 

APOCALIPSE 13

APOCALIPSE 17

·        “E pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.” (Ap 13.1).

 

·        “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.3).

·        “E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.7).

·        “E pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.” (Ap 13.1).

·        “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.3).

·        “E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta.” (Ap 17.12).

·        “E pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.” (Ap 13.1).

·        “A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na terra ( cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo ) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá.” (Ap 17.8).

 

Antes de tudo, é preciso destacar a necessidade de sabedoria para entender o livro do apocalipse (não é para alguém tentar adivinhar o que significa os símbolos do apocalipse, mas sim buscar entende-los).

Analisemos primeiro a palavra monte. A princípio o único monte que agrada o Eterno é aquele que Ele estabelece para morada da Sua casa, o Monte Sião (Is 2.2; Ap 21.10; Is 49:11; Dn 2.35):

 

·        “Parou, e mediu a terra; olhou, e separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados; ou outeiros eternos se abateram, porque os caminhos eternos lhe pertencem.” (Hc 3.6).

 

Qualquer outro monte que surgir é, na verdade, uma afronta ao Eterno e Sua obra (Sl 68:16,17; Is 40:4; 41:15; 49:11; Ez 35:2). Note como Babilônia, embora tenha sido usada pelo Eterno e, geograficamente, fosse um plano, espiritualmente foi chamada de monte destruidor (Jr 51.25).

Montanhas são também um emblema de grandeza e poder (ver Is 2:14; Jr 51:25; Dn 2:35).

Enfim, os sete montes são as sete formas possíveis de se controlar a população. Também representam sete reinos que conseguiram escravizar Israel com seus sete montes (métodos usados para manter as pessoas cativas), tendo como principal expoente um dos seus reis. E em Apocalipse 13.1, em cada cabeça estava escrito um nome de blasfêmia.

 

Primeira Cabeça: Egito (Ezequiel 29.1-30.26). Seu principal rei foi o faraó da época de José. É bem verdade que o faraó de Êxodo 1, vendo que Israel era mais poderoso, usou de astúcia para que eles não conseguissem enxergar o quão forte eles eram. Para tanto, fez uso do sistema financeiro:

 

·        “O qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito, e mais poderoso do que nós. Eia, usemos de sabedoria para com eles, para que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra. E puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. Porque edificaram a Faraó cidades-armazéns, Pitom e Ramessés.” (Êx 1.9-11).

 

Fique claro: não é através dos bens materiais, já que Israel também possuía isto, mas através da economia, aumentando os impostos e levando-os a ficarem endividados.

Todavia, foi com José que faraó fez aliança (Gn 41.39-44) justamente para cuidar da parte econômica do reino. E José usou a economia para tornar todos os egípcios escravos de faraó (Gn 47.19,20).

Isto também é muito comum nos dias de hoje. Quando vamos ao banco, o dinheiro que vemos na tela do computador, não é aquilo que efetivamente possuímos, mas sim aquilo que nós e os outros achamos que temos. Tudo não passa de números na tela do computador. Não é uma riqueza real, como ouro e prata, mas apenas promessas de pagamento que não têm nenhum fundamento, mas tão somente apoiado nas garantias dadas por um grupo de pessoas que nenhuma aceitação têm diante do Eterno (ver 1Co 6.4).

E não é segredo o quanto cobiçar dinheiro escraviza as pessoas:

 

·        “São assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe a perder a alma dos que a possuem.” (Pv 1.19).

·        “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” (1Tm 6.9-11).

·        “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.” (1Tm 6.17-19).

 

Também não podemos esquecer do relacionamento do Egito com Israel através de José, o qual envolveu justamente o comércio (Gn 41.55-57). Detalhe: o que José fez com os egípcios foi semelhante ao que o faraó de Êxodo fez com Israel.

Enfim, a primeira frente de ataque é a economia.

Entendendo que “blasfemar” é “se colocar no lugar de”, a melhor característica de Ha-Satan que tenta ocupar o lugar de Cristo neste caso é “aferidor de medida(Ez 28.12). E a única razão para alguém querer ocupar este lugar é mostrado abaixo:

 

·        “Ouvi isto, vós que anelais o abatimento do necessitado; e destruís os miseráveis da terra, dizendo: Quando passará a lua nova, para vendermos o grão, e o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo dolosamente com balanças enganosas, para comprarmos os pobres por dinheiro, e os necessitados por um par de sapatos, e para vendermos o refugo do trigo.” (Am 8.4-6).

·        “É um mercador; tem nas mãos uma balança enganosa; ama a opressão. E diz Efraim: Contudo me tenho enriquecido, e tenho adquirido para mim grandes bens; em todo o meu trabalho não acharão em mim iniqüidade alguma que seja pecado.” (Os 12.7,8).

·        “Ainda há na casa do ímpio tesouros da impiedade, e medida escassa, que é detestável? Seria eu limpo com balanças falsas, e com uma bolsa de pesos enganosos? (Mq 6.10,11).

 

Esta cabeça lembra a Oholiau que se reunia em Laodicéia que se achava rica e abastada e sem necessidade de coisa alguma física (Ap 3.16).

 

Segunda cabeça: Assíria (Na 3.1-9). Seu principal rei foi Tiglate-Pileser.

Assíria é caracterizada pela tecnologia e poder militar, pois sempre que Israel fazia acordo com a Assíria era por causa da sua tecnologia militar (2Rs 15.19,20; 16.7-9; 18.14-17; Ez 16.28; 23.7). Em particular, o acordo mais escandaloso, foi o do rei Acaz, que teve a capacidade de rejeitar abertamente o Eterno por já ter feito acordo com Tiglata-Pileser, o rei da Assíria (2Rs 16.7; Is 7.10-13) em prol de obter aparato militar contra o rei da Síria (2Rs 16.7).

É bem verdade que Senaqueribe intentou conquista militar contra Jerusalém através do medo (por exemplo, Is 36.12-20; 37.10-13), visto ser a Assíria foi conhecida pela conquista de muitos reinos (Is 36.19,20; 37.12,13).

Todavia, a aliança mais marcante de Israel com a Assíria foi com Tiglate-Pileser.

E que a tecnologia tem tudo haver com a área militar, basta pensar que as grandes tecnologias que surgem têm em vista, primeiramente, aprimorar as estratégias de guerra.

Aqui, a melhor característica de Ha-Satan para ocupar o lugar de Cristo é “deus das fortalezas(Dn 11.38). O Eterno, que deveria ser o refúgio, torre forte e fortaleza de Israel (Sl 46.1; 61.3; 91.1; Pv 18.10), foi trocado pelos carros e cavaleiros dos poderosos exércitos (Sl 20.7; 147.10,11).

Isto lembra a Oholiau que se reunia em Esmirna, a qual estava com medo das lutas que estavam para passar (Ap 2.10).

 

Terceira cabeça: Babilônia (Jr 50.1-51.64). Três reis merecem destaque aqui:

 

·        Ninrode, por ter sido ele que fundou Babylon (Gn 1.8-10);

·        Hamurabe, cujo código de leis é usado até hoje no direito;

·        Nabucodonosor, através de qual a Babilônia teve sua maior glória.

 

Note que, embora a torre não tenha continuado a ser construída, Ninrode não abandonou sua ideia. Ele consolidou Babel que, depois, veio a ser chamada Babilônia: a colônia em torno de Babel.

Ao contrário do que afirma o sistema religioso, Babilônia é um sistema muito bem organizado (nada confuso). Tanto que Grande Babilônia é:

 

·        A mãe das meretrizes, ou seja, do sistema religioso;

·        A mãe das abominações da terra, ou seja, do sistema político e jurídico;

 

Antes de Ninrode, não havia sistema algum. Os povos eram organizados pelos seus clãs (ou tribos, se preferir), onde o homem mais velho era o chefe. Ele ditava as leis, julgava as pessoas e determinava a quem eles iam adorar como deus.

Ninrode veio para uniformizar tudo isto, de modo facilitar o comércio (e, obviamente, a exploração das pessoas em nome de progresso que, supostamente, iria facilitar a vida das pessoas). Na verdade, este progresso só serviu para ficar mais fácil descartar as pessoas e não ver motivo para buscar em Cristo uma mudança interior.

Não é em vão que, na estátua de Nabucodonosor, a cabeça de ouro era Nabucodonosor: para manter a unidade do império, ele usava de astúcia colocando pessoas estrangeiras em sua corte. E note que Ananias, Misael e Azarias foram colocados sobre os negócios das províncias e Daniel ficava na porta do rei, o que mostra que eles responsáveis pela parte jurídica (Dn 2.48,49).

Por serem estrangeiros, não corria o risco de eles crescerem a ponto de terem chance de conquistar a atenção dos cidadãos da Babilônia e, com isto, usurpar o trono. Ao mesmo tempo, o fato de cada povo ou tribo ter seu representante no palácio, dava a eles a impressão de que havia alguém por eles diante do monarca.

Hoje, em nome de uma comunhão hipócrita, procura-se prender os indivíduos nos apriscos religiosos, com a desculpa que, com o fim da individualidade, poder-se-á realizar o culto de um modo mais uniforme, organizado e eficaz. Não é em vão que Paulo destaca que a unidade é no espírito, e não na carne (Ef 4.3), pois tal unidade não leva em conta as limitações de cada um (Mt 25.14,15), muito menos aquilo que o Eterno espera ser em cada indivíduo. Tudo é mecânico, rituais vazios que, em nada, influenciam no caráter, muito menos a vida diária.

Esta unidade lembra a Oholiau que se reunia em Éfeso: cheia de legalismos, mas que há muito perdera o primeiro amor (Ap 2.4).

E a melhor característica de Ha-Satan que tenta substituir Cristo aqui é o “juízo humano”:

 

·        “Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” (Mt 16.23)

 

Desde o princípio que Ha-Satan tentou o homem deste modo:

 

·        “Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gn 3.3-5).

 

E até hoje o homem insiste neste erro:

 

·        “Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tg 4.11,12)

·        “Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos.” (1Co 3.18-20).

 

E Israel sempre foi mestre em fazer mal uso da lei (e, por sinal, da lei dada pelo Criador através do ministério de anjos – Atos 7.53):

·        “Porventura o trono de iniqüidade te acompanha, o qual forja o mal por uma lei? Eles se ajuntam contra a alma do justo, e condenam o sangue inocente.” (Sl 94.20,21).

·        “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” (Jr 5.30,31).

·        Os seus chefes dão as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.” (Mq 3.11)

·        “Já pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo; todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com a rede, as suas mãos fazem diligentemente o mal; assim demanda o príncipe, e o juiz julga pela recompensa, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles tecem o mal.” (Mq 7.2,3)

 

Quarta cabeça: Média-Pérsia (Dn 8.3-7,20-22; 10.13; 11.2). Seu principal rei foi Ciro. Ele fez aliança com os israelitas (Ed 1.2-4) com vista a oferecer a Israel recursos naturais para reconstruir o templo. O fato de ter sido simbolizada pelo urso em Daniel (Dn 7.5) e mencionada suas conquistas (em Isaías 45.1-3), revelam a força do império em conseguir recursos naturais. Note que foi pela força que os povos, durante o reinado da Média-Pérsia, impediram que os israelitas reconstruíssem o templo (Ed 4.23,24).

Também foi pela força que, depois, os reis da Média-Pérsia obrigaram os povos a ajudarem, com recursos naturais, os judeus na reconstrução do templo (Ed 6.6-12; 7.14-24).

Sem contar o rei Assuero que fez uma festa de cento e oitenta dias para exibir as riquezas da glória do seu reino, e o esplendor da sua excelente grandeza (Et 1.4).

Isto lembra a Oholiau que se reunia em n, já que, embora eles tivessem pouca força, ainda assim guardavam a palavra do Criador (Ap 3.8).

Aqui, a melhor característica de Ha-Satan que se enquadra é “deus das riquezas (Mamom - Mt 6.24)”. E Israel era ávido por riquezas:

 

·        “Porque os seus ricos estão cheios de violência, e os seus habitantes falam mentiras e a sua língua é enganosa na sua boca.” (Mq 6.12).

·        “Porque não sabem fazer o que é reto, diz o SENHOR, aqueles que entesouram nos seus palácios a violência e a destruição.” (Amós 3.10).

·        “Conspiração dos seus profetas há no meio dela, como um leão que ruge, que arrebata a presa; eles devoram as almas; tomam tesouros e coisas preciosas, multiplicam as suas viúvas no meio dela.” (Ezequiel 22.25)

·        “Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação.” (Marcos 12.40)

·        “Que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto, longas orações. Estes receberão maior condenação.” (Lucas 20.47)

 

Quinta cabeça: Grécia (Dn 11.4). Seu principal rei não mencionado na Escritura Sagrada (a história afirma que é Alexandre, o Grande, que é o chifre notável de Daniel 8.8. Contudo, como a Escritura Sagrada não menciona o nome dele, é melhor deixarmos em branco). Talvez porque todos fossem tão apegados à sabedoria que não era preciso destacar um. Com certeza um destes reis fez aliança com Israel com o objetivo de lhes conceder sabedoria.

Os gregos são conhecidos por exaltarem a sabedoria (1Co 1.22). Não é segredo que tudo na vida é influenciado pela nossa forma de ver (daí os judeus buscarem sinal, pois, como Tomé, não enxergaram que mais felizes são aqueles que creem sem necessitar da aprovação da sua limitação carnal para isto – Jo 20.29) e entender as coisas. Tanto foi a influência da Grécia que Jesus se intitula o Alfa (primeira letra do alfabeto grego) e Ômega (última letra do alfabeto grego), como que mostrando a todos que é Nele que estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2.3). Não existe sabedoria verdadeira que não tenha partido de Jesus, muito menos que não conduza a Ele.

Jamais devemos nos apoiar na sabedoria humana para resolver os problemas, mas sim no poder do Eterno (1Co 4.19,20). Aliás, até a pregação da Palavra do Eterno não pode estar apoiada na sublimidade das palavras, mas no poder Dele (1Co 2.4,5).

Sem Jesus, a sabedoria só serve como ferramenta para manter a mente dos indivíduos presas ao erro e o pior: achando que estão agradando ao Eterno só porque satisfazem à lógica deste mundo. Esquecem-se que a sabedoria do homem, além de animal, terrena e demoníaca (Tg 3.15), é loucura diante do Eterno (1Co 3.18-20).

Isto lembra a Oholiau que se reunia em Pérgamo, repleta de doutrinas cuja única finalidade era conduzir ao prêmio de Balaão aqueles que amam os bens deste mundo (2Pe 2.15; Jd 11; Ap 2.14).

Aqui a melhor característica de Ha-Satan para roubar o lugar de Cristo é “deus deste século” (2Co 4.4). Ha-Satan caiu, antes de tudo, por causa da formosura da sua sabedoria:

 

·        “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.” (Ez 28.17).

 

A queda do ser humano começou pela busca da sabedoria fora do Criador:

 

·        “E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” (Gn 3.6).

 

Edom e Tiro caiu por causa disto:

 

·        “A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derrubará em terra?” (Ob 1.3).

·        “Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste para ti riquezas, e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros. Pela extensão da tua sabedoria no teu comércio aumentaste as tuas riquezas; e eleva-se o teu coração por causa das tuas riquezas;” (Ez 28.4-5).

 

E foi no reinado de Salomão, o rei mais sábio de Israel segundo o mundo, que Israel se encheu de templo aos deuses pagãos:

 

·        “Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai. Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom. E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras; as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses.” (1Rs 11.5-8).

 

Sexta cabeça: Roma. Seu principal rei foi César (tanto que os líderes religiosos preferiam tê-Lo como rei no lugar de Jesus - Jo 19.15). Através da politicagem eles estabeleciam acordos, de modo a iludi-los com a ideia de que eram livres e, deste modo, possuíam direitos, bem como possibilidade de crescerem rumo àquilo que quisessem (daí Herodes reformar o templo de Esdras). Note como um centurião foi considerado digno de receber algo do Eterno por meio de Jesus simplesmente porque lhes edificou uma sinagoga (Lc 7.4,5). Os líderes religiosos de Israel fizeram aliança política com os romanos em troca de poderem permanecer no poder político local (João 11.48).

Além disto, vale lembrar o acordo político que o anticristo irá fazer com os Israelitas (Dn 9.27).

Mas como, se o corpo do quarto animal de daniel foi destruído (Dn 7.11)? De Roma só sobrou os dez chifres. Contudo, através do casamento dos líderes israelitas (barro – Jr 18.6) com o papado (Roma – ferro), serão gerados dez reis (Dn 2.41-43) e, em meio a eles, surgirá o anticristo.

Neste casamento, o marido (Roma) acaba sendo conduzido pela mulher (Israel), mesmo sendo a mulher a parte mais frágil (o que condiz com 1Pedro 3.7).

É bem verdade que Roma foi caracterizada pelo seu alto poder destrutivo, capaz de fazer tudo em pedaços (Dn 2.40). Contudo, o seu relacionamento com Israel foi primeiramente político. Só no ano 70 D.C. é que o general Tito invadiu Jerusalém e fez tudo em pedaços, cumprindo a profecia de Jesus (Mateus 24.2).

Isto lembra a Oholiau de Tiatira que estava sendo manipulada por Jezabel (Ap 2.20).

Aqui, a melhor característica de Ha-Satan que se enquadra é Jezabel (a meretriz imperiosa):

 

·        “Quão fraco é o teu coração, diz o Senhor DEUS, fazendo tu todas estas coisas, obras de uma meretriz imperiosa!” (Ez 16.30).

 

Israel começou mal a partir do momento que eles quiseram ser como as outras nações, ao invés de ter o Eterno como seu rei):

 

·        “Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.” (1Sm 8.19,20).

 

Isto piorou com Salomão que, para fazer aliança política, se casava com princesas:

 

·        “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.” (1Rs 11.1-3).

 

A partir daí, Israel começou a eleger reis sem consultar o Criador:

 

·        “Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas eu não o soube; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruídos.” (Oséias 8.4).

 

Por fim, Jerusalém se tornou mestre em se prostituir (seja fisicamente ou com outros deuses, ou ambos) para estabelecer alianças políticas, principalmente com vistas a proteção militar:

 

·        “Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos grandes de carne, e multiplicaste a tua prostituição para me provocares à ira. Por isso estendi a minha mão sobre ti, e diminuí a tua porção; e te entreguei à vontade das que te odeiam, das filhas dos filisteus, as quais se envergonhavam do teu caminho depravado. Também te prostituíste com os filhos da Assíria, porquanto eras insaciável; e prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste farta. Antes multiplicaste as tuas prostituições na terra de Canaã até Caldéia, e nem ainda com isso te fartaste.” (Ez 16.26-29).

·        “Enamorou-se dos filhos da Assíria, dos capitães e dos magistrados seus vizinhos, vestidos com primor, cavaleiros que andam montados em cavalos, todos jovens cobiçáveis.” (Ez 23.12).

 

E não será diferente quando Jesus estiver para vir novamente:

 

·        “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.” (Dn 2.43).

 

Ou seja, o que temos aqui é o espírito de Jezabel agindo nas mulheres, incentivando-as a seduzirem os homens a fim de perverter-lhes o coração (como se deu em Nm 25.1,2) e induzi-los a:

 

·        estabelecerem alianças que nada tem a ver com o Criador;

·        prostituírem e, com isto, contaminá-los com suas imundíces, de modo que venham a adorar outros deuses;

 

Como exemplo, tem-se o movimento feminista que visa usar as mulheres para controlarem os homens, seja diretamente ou nas sombras, tal como se deu com Jezabel.

 

Sétima Cabeça: Israel. Seu principal rei será o anticristo, o qual fará aliança com os líderes religiosos de Israel por sete anos (Dn 9.24-27) em prol da religião deles: reconstrução do templo e restauração do culto judaico.

Veja como a Escritura Sagrada se refere a ele:

 

·        “E tu, ó profano e ímpio príncipe de Israel, cujo dia virá no tempo da extrema iniqüidade, assim diz o Senhor DEUS: Tira o diadema, e remove a coroa; esta não será a mesma; exalta ao humilde, e humilha ao soberbo.” (Ez 21.25,26).

 

Aqui é preciso prestar muita atenção. O anticristo não é a besta do mar, mas apenas uma de suas cabeças (a sétima). Contudo, o oitavo rei não é apenas uma cabeça (mesmo porque a besta não tem oito cabeças), mas sim a besta toda.

O oitavo rei não é “um dos sete”, mas “dos sete”, ou seja, irá agregar a si o poder e influência dos sete reis anteriores, inclusive, a característica do anticristo de ser o homem do pecado, tendo como pai a perdição (2Ts 2.3-8).

Detalhe: a expressão “filho da perdição” só é usada para o anticristo e Judas (Jo 17.12). Ele foi filho da perdição porque foi por meio dele que Jesus foi entregue às autoridades religiosas (levando a sociedade para longe de Jesus). O anticristo será filho de perdição também porque é ele quem irá levar a sociedade para bem longe de Jesus (afinal, ele irá se passar pelo Messias).

Para ser mais preciso: a besta que sobe do mar não é um indivíduo, mas a monstruosidade que surge quando o povo tenta governar este mundo sem o Eterno. A besta do mar é o regime de governo mundial feroz (tirano) que visa governar tudo e todos pela força do medo (ver Hb 2.14,15). A Grande Babilônia irá acrescentar a isto a força de sedução dos prazeres deste mundo intensificados pela possessão demoníaca que fará o indivíduo sentir um prazer além de toda a imaginação.

Ela irá se assentar sobre os sete poderes deste mundo (sete montes) ou, se preferir, irá fazer uso de todos eles para tornar sua sedução mais ampla e sensual. Ela não controla tais poderes, mas lhe é concedido acesso a todos eles. Em outras palavras, seu vinho é constituído do que o mundo tem de melhor, somado ao modo de capacitar a carne para chegar ao extremo do prazer por meio disto.

Quando a sétima cabeça (o anticristo) for golpeada de morte (Ap 13.3), o anjo do abismo possuirá o corpo do anticristo (simulando uma falsa ressurreição, o que fará o povo a acreditar ainda mais que ele era o Messias prometido, pois estará simulando o que Jesus fez) e agregará a si todo o poder das sete cabeças e dos dez chifres, vindo a ser “a besta que sobe do abismo”. E como Israel é a sétima cabeça, agora Israel será considerado como a besta toda (daí dizer que a besta “era”, “não é”, mas “há de vir”).

Para ser mais exato, o anjo do abismo será tudo que besta do mar é, mas de uma só vez e de modo intensificado por toda eficácia de Ha-Satan (2Ts 2.9).

É bem verdade que apenas Jesus é quem tem a chave da morte e do inferno, sendo Ele a Ressurreição e a Vida (Jo 11.25). Logo qualquer ressurreição é impossível ocorrer sem Cristo:

 

·        “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1.18).

·        “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.” (Ap 5.6).

 

Mas a aparente ressurreição do anticristo (sétima cabeça) é suficiente para deixar o povo maravilhado (Ap 13.3).

Detalhe: nas dores de parto a qual preparam para a regeneração, há também terremotos e perturbações por meio das quais o anticristo sobe ao poder (“mar”, Ap 13.1; Mc 13.8; Lc 21.9-11).

Israel é caracterizado pela religião, visto que dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação de toda a terra (Jr 3.9; 23.15).

Esta cabeça lembra a Oholiau de Sardes, a qual tinha nome de que vivia (em virtude das inúmeras obras praticadas), mas estava morta em delitos e pecados (Ef 2.1,2). Suas obras não eram justas diante do Eterno, mas mero ritualismo religioso.

A melhor característica de Ha-Satan para tentar o lugar de Cristo aqui é baalins (idolatria, obra das mãos):

 

·        Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos, e à obra das nossas mãos já não diremos mais: tu és o nosso deus; porque por ti o órfão alcança misericórdia.” (Os 14.3).

·        “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.” (Sl 115.5-8).

 

A ordem era que a memória deles fosse apagada dos céus:

 

·        “Totalmente destruireis todos os lugares, onde as nações que possuireis serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda a árvore frondosa; e derrubareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e destruireis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar.” (Deuteronômio 12.2,3)

 

A verdadeira obra do Criador não é aquilo que podemos fazer por ele, mas sim que o Ele fez e quer fazer por todos nós e através de nós.

Veja como tudo se encaixa harmoniosamente:

 

·        Cinco tinham caído na época de João: Egito, Assíria, Babilônia, Média-Pérsia, Grécia;

·        Um existia na época de João: Roma.

·        Outro ainda não era vindo: o anticristo.

·        a besta era e já não é, mas que virá: na época de João Israel não existia mais como nação. Outrora, tinha existido e foi um império grandioso na época de Salomão (1Rs 4.21-28) e veio a aparecer em 1948.

 

Enfim, as sete cabeças são os sete montes que permitem a alguém obter o controle mundial, o qual também tem ligação com os sete impérios mundiais que fizeram acordo com Israel, a saber:

 

Montes

Império

Rei expoente

Igreja

Nome de Blasfêmia

Economia (comércio)

Egito

Faraó da época de José

Laodicéia

aferidor de medida (Ez 28.12)

Tecnologia e Poder militar

Assíria

Tiglate-Pileser

Esmirna

deus das fortalezas (Dn 11.38)

Leis (sistema jurídico)

Babilônia

Nabucodonosor

Éfeso

juízo humano (Tg 4.11,12)

Recursos naturais

Média-Pérsia

Ciro

Filadélfia

Mamom (Mt 6.24)

Comunicação (sabedoria)

Grécia

-

Pérgamo

deus deste século (2Co 4.4)

Política

Roma

César

Tiatira

Jezabel (Ap 2.20)

Religião

Israel

Anticristo

Sardes

baalins

 

A mulher, Jerusalém (Grande Babilônia), está assentada sobre estes sete montes, ou seja, irá se firmar nestas sete coisas que estarão sob controle da besta do abismo, o qual até o final da septuagésima semana estará do lado dela.

A característica fundamental do reinado do anticristo é que ele irá durar pouco tempo (sete anos), subirá do abismo e irá à perdição (daí ser chamado de filho da perdição – 2Ts 2.3).

Abismo é uma palavra usada para designar depósito de águas subterrâneas (Gn 7.11), profundezas dos mares (Sl 107.26), vasta quantidade de águas quando o mundo estava sendo formado (Gn 1.2; Pv 8.27) e também o abismo que separa o Seio de Abraão do inferno no mundo dos mortos (Sl 88.11; Rm 10.7; Lc 16.26). Dá a entender que este abismo está repleto de águas.

Inclusive, não é em vão que a besta que sobe do abismo é atirado vivo no lago que arde com fogo e enxofre. Afinal, ela já viera do abismo e, portanto, só restava a condenação final. Ela sai da perdição (abadom) e vai para a perdição (confirmando Sl 42.7; Rm 11.16, onde tudo que começa bem termina bem e tudo que começa mal termina mal).

Fica uma dúvida: por que o falso profeta também é atirado no lago de fogo e enxofre ao invés de ir para o inferno, como todos os demais? Porque ele é a blasfêmia viva contra o Espírito Santo (Mt 12.31,32).

Enquanto que a besta na qual esta mulher está assentada tinha um nome de blasfêmia em cada cabeça em Ap 13.1, aqui esta besta está repleta de nomes de blasfêmia (Ap 17.3). Ou seja, o contato com a mulher multiplicou o nome de blasfêmias na besta. Para ser mais exato: quem deu condições para a besta do abismo blasfemar foi Jerusalém (Jr 23.15), tal como Balaão, embora conhecesse o Senhor, ensinou Balaque a armar tropeços para Israel prostituir e idolatrar (Ap 2.14).

Veja o que há comum na queda de reis:

 

·        “E te deixarei no deserto, a ti e a todo o peixe dos teus rios; sobre a face do campo cairás; não serás recolhido nem ajuntado; aos animais da terra e às aves do céu te dei por mantimento.” (Ez 29.5);

·        “Assim diz o SENHOR: Também cairão os que sustém o Egito, e descerá a soberba de seu poder; desde a torre de Syene ali cairão à espada, diz o Senhor DEUS.” (Ez 30.6);

·        “E eis agora vem um carro com homens, e um par de cavaleiros. Então respondeu e disse: Caída é Babilônia, caída é! E todas as imagens de escultura dos seus deuses quebraram-se no chão.” (Is 21.9).

 

Além disto, a besta do mar e do abismo também tinha sete cabeças e dez chifres, tal como o dragão (Ap 12.3). A única diferença é que, enquanto as coroas (diademas) estão nas sete cabeças do dragão, na besta, elas estarão nos dez chifres.

Esta diferença deve-se ao fato de que, enquanto em toda a história da humanidade os reis, entronizados por Ha-Satan, faziam uso da astúcia para manipular as pessoas, a besta do abismo opta por cultuar as forças (Dn 11.38), achando que é pela força que se obtém o controle de tudo.

Isto pode ser visto em:

 

·        “O qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito, e mais poderoso do que nós. Eia, usemos de sabedoria para com eles, para que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra.” (Êx 1.9,10).

·        Veja o modo como Senaqueribe, através de Rabsaqué, tenta desanimar o rei Ezequias (2Rs 18 e 19).

·        Veja as alianças feitas pelos reis da Babilônia (Dn 2.48,49), Média-Persia (Et 10.1) e Roma com Israel (Jo 19.15);

·        Sem contar que o anticristo é conhecido por ser mestre de intrigas e, por meio disto, sobe ao poder (Dn 8.23-25; 11.21).

·        E não pense que os gregos ficaram de fora. Eles, com sua “sabedoria”, simplesmente influenciaram a cultura do mundo inteiro, incluindo Israel (analise 1Co 1.22).

 

Ainda que todos estes reinos usassem o poderio militar (ou usará, no caso do anticristo), o que os manteve no poder foi e será a sagacidade.

 

·        “E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta.” (Ap 17.12).

 

Eles não são reis, mas receberão poder como se fossem reis (não como presidentes, imperadores, xás, sultões, primeiros ministros, etc., mas como reis). Note como estes dez recebem este tipo de poder juntamente com a besta (até então, o poder deles será parcial – em parte forte, em parte frágil – Dn 2.41-42) durante uma hora, ou seja, no final da septuagésima semana, quando eles destruírem toda a Grande Babilônia (a besta do mar + mulher montada nela).

Estes reis são dez das treze famílias de banqueiros internacionais mais ricas do mundo.

No momento, eles ficam apenas nos bastidores, usando os governos como fantoche. Quando chegar o momento de elegerem o anticristo, dez das treze famílias vão escolher um fantoche e serão empossados reis juntamente com a besta.

No entanto, o falso profeta irá se desentender com três deles (Dn 7.20) e as outras três famílias que ficaram de fora ocuparão o lugar dos três que serão derrubados.

 

·        “Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.” (Ap 17.13).

 

Estes dez reis, então, entregarão todo seu poder e autoridade nas mãos do fantoche deles.

 

·        “Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis.” (Ap 17.14).

 

Características do conquistador:

 

·        Quem vence? O Cordeiro é o vencedor, e não a besta. Ou seja, não é a aparência ou o poderio carnal que determina a vitória. Jesus vence, não como leão, mas como cordeiro;

·        Por que Ele vence? Porque Ele é o Rei dos reis e Senhor dos Senhores (Ap 19.16; Dn 2.47). Jesus vencerá, não por causa do que Ele fará, mas por ser quem Ele é: o ser supremo. O ser humano fica lutando para vencer simplesmente porque quer ocupar o lugar dos outros, ser o que não é. Cada um é para vencer naquilo que é e na missão que o Eterno lhe designou.

·        Com quem Ele vence? Com aqueles que são chamados:

o   Eleitos: foram escolhidos por Ele para aquilo que Ele deseja;

o   Fiéis: aqueles em que a fidelidade de Cristo os faz dedicados e zelosos com relação ao Eterno e Sua vontade para com eles.

Os soldados deste mundo não se engajam na guerra por amor à justiça e verdade, mas por motivos sórdidos e sinistros.

 

Alguém pensaría que um exército de cordeiros encabeçado por um cordeiro jamais poderia prevalecer contra um exército de lobos encabeçado por uma besta monstruosa inspirada por um grande dragão vermelho. Contudo, é bom lembrar que Jesus é manso, não por causa dos homens, mas por causa do Eterno. Ele não é fraco e tenro como um cordeiro quando se trata do cumprimento do plano do Eterno.

 

·        “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.” (Is 53.7)

 

Um Cordeiro e, contudo, Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Parece um paradoxo. Como isto é possível?

 

1.     Por direito e autoridade: Ele é Filho do Homem, mas também Filho do Eterno (Sl 2.1,2);

2.     Por virtude do Seu sacrifício;

3.     Pelo poder da mansidão: mansidão é poder, sacrifício é soberania, perder a vida é ganhá-la (Mt 10.39), a cruz produz coroa.

4.     Pela Sua pura consciência (Rm 2.15).

5.     Pela graça que Ele concede a Seu povo. Pela paciência, eles são capazes de fazer calar o inimigo (Tt 2.8; 1Pe 3.16).

6.     Por aquilo que Sua presença faz na vida do Seu povo (ver Fp 4.1; 1Ts 2.19).

 

 

Como o Cordeiro é, por direito, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Dn 2.47; Ap 19.16; Dt 10.17; 1Tm 6.15), mesmo em sua aparência humilde e sofredora, Ele vence. Isto é para nos ensinar que a vitória não vem pela multidão de força e poder (Ec 9.11), mas pelo favor de Jesus por nós (Zc 4.6). Quem tem a autoridade de Cristo (Mt 28.18), ou seja, está com Ele, pode ir entre os lobos como cordeiro (Mt 10.16) que já é mais que vencedor (Rm 8.37; Pv 16.7). O Favor de Jesus é superior a todo poder do inimigo.

 

·        “E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas.” (Ap 17.15).

 

Como Ha-Satan dissimula as coisas do Eterno, ele colocou sua grande meretriz (besta do abismo mais mulher) sobre muitas águas, tal como o Eterno é visto se assentando sobre o dilúvio (Sl 29.10):

 

·        “O SENHOR se assentou sobre o dilúvio; o SENHOR se assenta como Rei, perpetuamente.” (Sl 29.10).

 

Eis o que compõe as águas onde a grande meretriz está assentada:

 

·        Povos -> Indivíduos de uma dada nação que se identificam com ela;

·        Multidões -> Conjunto de várias tribos que vivem de modo independente na nação onde estão;

·        Nações -> Cada país, como uma pessoa jurídica;

·        Línguas -> Cada forma de comunicação existente.

 

·        “E os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo.” (Ap 17.16).

 

Quanto ao fato de esta mulher ter sido queimada, trata-se de uma punição legal:

 

·        “E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se, profana a seu pai; com fogo será queimada.” (Levítico 21.9)

 

O pensamento de comer este tipo de carne é tomado do Testamento da Lei:

 

·        “Quando os malvados, meus adversários e meus inimigos, se chegaram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e caíram.” (Sl 27.2).

·        “E que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne dentro do caldeirão.” (Mq 3.3).

·        “E naquele dia será diminuída a glória de Jacó, e a gordura da sua carne ficará emagrecida.” (Is 17.4).

 

E eis o que isto significa:

 

·        “Caiu, pois, sobre mim o Espírito do SENHOR, e disse-me: Fala: Assim diz o SENHOR: Assim haveis falado, ó casa de Israel, porque, quanto às coisas que vos sobem ao espírito, eu as conheço. Multiplicastes os vossos mortos nesta cidade, e enchestes as suas ruas de mortos. Portanto, assim diz o Senhor DEUS: Vossos mortos, que deitastes no meio dela, esses são a carne e ela é o caldeirão; a vós, porém, vos tirarei do meio dela.” (Ez 11.5-7).

 

Ou seja, matavam os indivíduos para se alimentarem daquilo que eles foram e tiveram.

Na metade da septuagésima semana, o Eterno permitirá que a besta que sobe do abismo destrua e queime muitas casas e seus moradores (todos os que apoiam rigidamente o sistema de culto israelita).

 

·        “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; e quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!” (Mt 24.15-19).

·        “Eis que vem um dia do Senhor, em que os teus despojos se repartirão no meio de ti. Pois eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro mas o resto do povo não será exterminado da cidade.” (Zc 14.1-2).

 

Quando isto estiver prestes a acontecer o Eterno dará Seu ultimato aos fiéis de Israel:

 

·        “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.” (Ap 18.4).

 

Só ficarão no que sobrou de Jerusalém os que reconhecerem o anticristo como deus (Dn 11.39), mesmo assim sob regime de servidão. Os que não o reconhecerem serão levados em cativeiro. Todavia, o Eterno irá salvar Seus fiéis:

 

·        “E o SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha. E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá....” (Zc 14.3-5).

·        “E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.” (Ap 12.14-16).

·        “E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.” (Ap 11.13)

 

Ele fará a terra abrir Sua boca para engolir o exército da besta do abismo, ou seja, enviará um terremoto que fará o Monte das Oliveiras se dividir em duas partas (para o oriente e para o ocidente) a fim de que os eleitos tenham por onde escapar. Enquanto eles estão escapando, Ele moverá uma das metades do monte para o norte e a outra metade para o sul, o que causará a queda de muitas pedras que irá soterrar o exército da besta do abismo.

Neste grande terremoto sete mil morrerão e a décima parte de Jerusalém cairá.

Neste período Jerusalém será morada de demônios (Ap 18.2).

No final, da septuagésima semana, o Eterno, então, ordenará o derramamento da sétima taça, a qual trará um grande terremoto que dividirá Jerusalém em três partes:

 

·        “E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande terremoto. E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.” (Ap 16.18,19).

 

Após o terremoto, haverá praga, morte, pranto e fome para os que ainda restaram em Jerusalém:

 

·        Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga.” (Ap 18.8).

 

Depois de tantas pragas (seis taças), a besta que sobe do abismo e os dez chifres ficarão revoltados com tudo que de alguma forma tem relação com o Criador e, por isto, farão uma destruição por completo de Jerusalém, bem como de todo o sistema político-religioso existente no mundo:

 

·        “E os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo.” (Ap 17.16).

 

É a besta do abismo querendo ser deus:

 

·        “O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.” (2Ts 2.4).

 

Repare como os próprios aliados (amantes) de Jerusalém são os responsáveis pela destruição dela (como se vê em Ez 16.37; 23.25-30; Os 2.3). Embora a besta e os dez reis pareçam estar do lado dela, no íntimo eles a odeiam (ver Pv 23.7).

Pelo poder mundano de Roma, Jerusalém crucificou Jesus; por este mesmo poder Jerusalém foi destruída em 70 D.C. A prostituição de Israel com Assíria e Babilônia resultou em ser levado em cativeiro por eles. De igual modo, Israel, ao se apoiar no Egito, o qual é uma cana quebrada, acabou transpassado por ele e, por fim, o Egito foi punido.

De igual modo, os israelitas apóstatas começarão governando o mundo por meio da besta do abismo e acabarão sendo destruídos pelo oitavo rei que tomou conta desta mesma besta.

Quando chegar a hora da queda definiva da Grande Babilônia, ela (Jerusalém) será destruída de vez.

Após isto, a besta do abismo mobilizará todas as nações para aniquilarem de vez com todos os seguidores de Cristo que se encontram no Vale de Jeosafá (também chamado Vale da Decisão ou Armagedom), já que é para lá que o “um terço” irá fugir:

 

·        “Porque, eis que naqueles dias, e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém, congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra.” (Jl 3.1,2).

 

Entenda: os outros dois terços serão extirpados: parte da metade que foi para o cativeiro e a metade que permaneceu na cidade (Zc 14.2). O um terço remanescente estará sendo passado pelo fogo da perseguição pela besta que sobe do abismo:

 

·        “E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus.” (Zc 13.8,9).

 

Quando não houver mais escapatória, Jesus virá com todos os santos (Zc 14.5):

 

·        “...Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos com ele.” (Zc 14.5).

 

Quando chegar o momento do fim, nada poderá salvar a Grande Babilônia:

 

·        “E dizendo: Ai, ai daquela grande cidade! que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata; e adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! porque numa hora foram assoladas tantas riquezas.” (Ap 18.16).

·        “E dirás: Assim será afundada Babilônia, e não se levantará, por causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; e eles se cansarão. Até aqui são as palavras de Jeremias.” (Jr 51.64).

 

Enfim, Jerusalém:

 

·        Ficará nua porque todos os rituais sagrados que eram feitos, bem como o templo serão destruídos. Todos finalmente enxergão que toda aquela prosperidade era enganosa. Sua espiritualidade era vazia e inútil.

·        Ficará desolada porque ela será totalmente destruída, queimada no fogo, vindo a ficar deserta;

·        Terá sua carne comida porque será devastada a tamanha riqueza que ela adquiriu (Ap 18.8,16; ver Ps 14:4; 27:2; Jer 10:25; Mic 3:2,3) e seus moradores serão largados mortos pelas ruas e campos (ver Ap 19.17,18).

 

Vem a questão: por que a besta e os dez chifres odiarão tanto a mulher (Jerusalém), a ponto de fazer tal crueldade com ela (ainda mais considerando o lucro que ela dara – ver Ap 18.3,9-11)? Porque o desejo de controlar diretamente a todos é maior. Eles não confiam em nada, nem em ninguém, senão neles mesmos. Eles querem controlar a todos a fim de terem certeza de que ninguém irá atrapalhar seus interesses, nem consumir os recursos naturais de que tanto necessitam. Querem ser deuses, a ponto de decidirem até mesmo quem deve morrer (a fim de diminuir o consumo de recursos naturais) e quem tem permissão para viver (os que se sujeitam sem reservas a aceitarem todas as suas imposições e limitações).

 

·        “Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.” (Ap 17.17).

 

Os dez chifres têm poder externo, mas eles não conseguem, através disto, controlar toda a população mundial. É necessário a habilidade, a sutileza, a sabedoria, os quais são encontrados apenas no domínio espiritual. É aí que a mulher entra: é ela quem controla e guia a besta para atingir este objetivo.

Contudo, no final da septuagésima semana, os dez chifres, não querendo mais qualquer espécie de interferência (seja física ou espiritual), entregam todo seu poder à besta do abismo e destroem toda fonte de poder.

Com o fim de todo poder político e religioso, durante uma hora, a besta do abismo se proclamará deus e imperador do mundo e reinará absoluto neste mundo. Sua vontade é uma: acabar de vez com Jesus e tudo que Ele representa neste mundo. Assim, convocarão todos para perseguirem os seguidores de Cristo. Depois de uma hora Jesus vem e, então, todos os povos do mundo passarão a guerrear diretamente contra Ele.

Fique claro que quem se rebelará são os dez chifres, os quais não eram reis na terra, mas receberão poder como reis por uma hora. Os que realmente são reis da terra não se rebelarão contra ela, mas lamentarão sua queda.

E o detalhe é que tudo isto é plano do Eterno.

 

·        “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;” (2Ts 2.7).

 

Quando chegar o momento certo o Eterno, que agora resiste ao domínio da besta, irá apoiá-lo. Note que os dez reis dão à besta seu reino a fim de que o intento do Eterno seja cumprido, para que todas as Suas palavras se cumpram. Ou seja, muitas vezes, ir contra o mal que toma conta deste mundo é, na verdade, ir contra o próprio Eterno.

Mas por que o Eterno faz isto? Ele tem ordenado o pleno suporte político dos dez reis à besta do abismo, pois, ao assim fazer, o Eterno concede ao mundo exatamente o que ele deseja: uma religião e governantes sem piedade e sem o verdadeiro Deus e Sua Palavra.

Que fique claro: o Eterno não impõe um sentimento; tão somente permite que cada um seja entregue aos desejos de seu coração (Rm 1.28).

Detalhe: os feitos dos perversos, mesmo quando efetuando os propósitos do Eterno, não trazem alegria para eles mesmos. Apenas os justos se regozijam (Ap 18.20).

 

·        “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.” (Ap 17.18).

 

Inicialmente, a mulher se encontra embutida nos chifres da segunda besta que tinha chifres como de cordeiro, ou seja, que terá aparência de piedade. Depois ela é vista como uma mulher extremamente sedutora conduzindo a besta que sobe do abismo.

Esta mulher, que deveria ter Jesus como marido, preferirá se casar com a besta do abismo e prostituir com os reis da terra:

 

·        Usar política e diplomacia;

·        Fazer da carne o seu braço (Jr 17.5);

·        Buscar nos poderes mundanos proteção contra ameaças (ver Is 30.1-3; 31.1-3).

·        Usar coisas profanas para propósitos santos e vice-versa;

·        Espalhar seu domínio por meio da espada, comércio, comunicação, religião, política, tecnologia, etc.;

·        Fascinar indivíduos por meio de rituais extremamente sensuais (por exemplo: danças, capoeira, etc.);

·        Tornar-se senhora de cerimônia para dignatários do mundo;

·        Lisonjear príncipes e indivíduos;

 

Ajuntando uma coisa com a outra, apesar de sua aparência sexy e atraente, por dentro ela é uma besta infernal. Por isto ela não tem medo da besta: ela é uma besta: sensual, mas furiosa, inquieta (Pv 7.11).

Qual é a cidade que domina sobre (todos) os reis da terra? Note que não há nenhuma restrição, o que significa que se trata de TODOS os reis da terra. Roma, nem nenhuma outra cidade, até hoje, dominou sobre TODOS os reis da terra.

Logo, esta profecia ainda não se cumpriu. É bem verdade que João fala no presente. Contudo, é bom lembrar que João não teve simplesmente uma visão, mas “foi levado em espírito” (Ap 17.1) até o dia em que tudo isto há de cumprir. Ou seja, o presente para João é o final da septuagésima semana.

E qual é a cidade que irá dominar mentes e corações de todos os reis da terra? Com certeza é Jerusalém. Embora Israel seja um país pequeno e com relativamente poucas riquezas naturais (se comparadas com outros países), ainda assim Nabucodonosor fez questão de colocar seu exército sitiando Jerusalém quase um ano e meio (Jr 52.4-6).

Sem contar Roma que fez questão de fazer acordo com Israel, a ponto de Herodes vir a gastar quarenta e seis anos reconstruindo o templo de Jerusalém e se empenhar em fazer uma construção esplêndida (Jo 2.20) e um centurião construir uma sinagoga para os israelitas (Lc 7.2-5).

Mesmo quando Tito invadiu Jerusalém em 70 D.C., pense: por que o imperador de Roma iria fazer tanta questão de empreender tal destruição, a menos que considerasse a rebelião dos israelitas uma terrível ameaça para eles?

Você pode questionar: mas quando João teve as visões do apocalipse (cerca de 90 D.C.) Jerusalém estava arrasada. Sim, mas tudo que ela foi no passado estava impregnado na mente de todos. Haja visto a perseguição de Roma contra os seguidores do Eterno.

E hoje, então? Note como Israel faz parte do noticiário caríssimo de todos os telejornais? Israel está no centro de todas as negociações internacionais.

E no futuro, quando todo o apocalipse for se cumprir, Israel será a sede principal do governo e religião mundiais.

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