APOCALIPSE 17
INTRODUÇÃO
Muitos
questionam: mas por que uma punição tão grave para quem aceita a marca da
besta? Afinal, que mal há em comprar e vender? Mesmo porque a sociedade dependes
disto. Considerando que todos precisam comprar e vender, esta punição parece
injusta.
Entretanto,
quando o Eterno criou a terra, Ele não inventou o dinheiro. Tampouco havia
sistema religioso ou político. Isto tudo veio a surgir com Ninrode
(Gn 10.8-10).
Antes, cada tribo tinha o patriarca como líder, que executava a justiça e
também conduzia todos a adorar quem ele supunha ser Deus e do jeito que ele
considerava ser melhor para agradá-Lo.
Isto
facilitava na hora de exercer a justiça, já que, pelo fato de serem poucas
pessoas, ficava mais fácil conhecer um por um, já que o patriarca tinha uma
vivência junto a todos. Além disto, não havia muitas coisas a serem buscadas,
aprendidas, etc. O patriarca (normalmente
um dos mais velhos do grupo),
com sua experiência de vida, tinha como executar uma ação que fosse melhor para
todos.
Sem
contar que, por serem poucas em número, as pessoas ficavam mais constrangidas
em errar, já que, quem falhasse por maldade, seria excluída pelas outras. E
como dificilmente tal indivíduo seria aceito em outra tribo (e, mesmo se fosse, não teria os
mesmos privilégios que os nativos),
isto intimidava o indivíduo, de modo que ele pensasse muito antes de agir com
dolo.
Não
havia apenas interesse mercantil e religioso, mas também familiar. E isto
satisfazia a maioria.
As
tribos eram nômades e vivia do que o Eterno fazia nascer no local. Uma tribo
produzia apenas o necessário para si. Nada de pensar em coisas grandes (como sugere Sl
131.1,2; Lc 16.15; Rm
12.16).
Todavia,
desde que Ninrode estabeleceu o sistema babilônico (sistema político + sistema
religioso), esta unidade
carnal almejada na torre de Babel (Gn 11.4) criou “facilidades” que só serviu para
enfraquecer as famílias. Facilitou a desigualdade social, a escravização por
meio do dinheiro e o acúmulo de bens nas mãos de poucos.
Hoje,
com a industrialização, fica bem mais difícil ter o próprio negócio e, quando
sim, conservar a família unida em torno deste negócio já que, além das tantas
opções de prazer, a tendência dos filhos é aceitar os métodos impostos pelo
governo para ser aceito na sociedade, o qual inclui ingressar numa escola e,
com isto, ser ministrado por pessoas que em nada se importam com elas.
Em
outras palavras, esta unificação (sistema)
produzida por Ninrode só facilitou o egoísmo e a
desarmonia interior. Trata-se de uma unidade hipócrita em torno de causas
egoístas. Unidos em torno de uma causa supostamente justa, mas que não leva em
conta a pessoalidade e individualidade de cada um. Antes, atropela a mesma.
Ninguém mais se conhece, se entende. Perdeu-se o real sentido de família. E o
pior é que esta unidade jamais teve em vista o bem coletivo, mas sim o
interesse da elite global (aqueles
que incitaram tal união).
Resultado:
uns têm muito, outros pouco ou nada.
Por
isto é que Jesus condenou, nos tempos de Ló:
·
Plantar e edificar -> Isto ia
contra o plano do Eterno de frutificar, multiplicai e encher a terra (Gn 1.28; Mt 28.18,19; Mc 16.15). A ideia é
que cada um fosse estrangeiro e peregrino (1Pe 2.11). E Abraão
entendeu isto (Hb 11.9,10,13-16). No que cada
um pensou em construir raízes para si neste mundo, tentando recriar o paraíso
perdido, a ilusão de que jamais iremos deixar este mundo tomou conta das
pessoas.
Pense: cada um edifica porque quer ter um lugar
onde possa reinar absoluto, ficar livre de todos os incômodos e poder conservar
coisas só para si. Já o ato de plantar tem em vista conseguir comodidade e
segurança, a fim de não precisar mais ficar peregrinando em busca de água e
comida.
Ou seja, foi a forma que o mundo propôs para
“facilitar” a vida das pessoas e excluir Criador da sociedade. Na verdade, só
facilita a vida do grupo privilegiado que foi colocado à frente. Isto mudou a
visão das pessoas acerca do comer e beber;
·
Comer e beber -> Isto, além de ter se tornado
mero momento de prazer, também se tornou objeto de exploração comercial. O
importante é apenas ganhar. O que Jesus fez na santa ceia perdeu-se, ou seja, a
refeição, que deveria ser um momento de uns compartilharem com os outros, se
tornou ocasião para embriaguez e orgia (ver Am
4.4; 1Co 11.20-22). O que Jesus ensinou ali era para ser vivido a
cada vez que fôssemos comer, a começar junto com aquelas pessoas que Ele
colocou na nossa vida.
·
Comprar e vender -> Quando se perde a noção de
família, simplesmente o ato de “dar e receber” (Fp
4.15) é substituído por “comprar e vender”. Ninguém passa a crer mais no
poder da piedade (2Tm 3.5). O amor é abolido e todos passam a agir como
robôs: “obrigando e sendo obrigados”, operando mera troca de favores ou
produtos. O contato entre os seres humanos perde todo o significado. De que
adianta ter e fazer, quando nada se é acrescentado ao interior de cada um?
Apocalipse
16.19 e Apocalipse 14.8 já declararam a queda da Babilônia. Agora nos capítulos
17 e 18 do Apocalipse os detalhes desta queda serão mostrados.
A
marcha do bem é como a marcha do sol:
·
Gloriosa: ao amanhecer ele tinge os montes
distantes com beleza, ao meio dia ele inunda a terra com esplendor e ao entardecer
ele orna as nuvens com púrpura, carmesim e ouro;
·
Comandante: quando ele aparece as criaturas
acordam. Toda a natureza se move na medida em que ele se move;
·
Útil: o sol ilumina harmoniosamente ao longo
de toda a terra renovando-a, avivando as sementes, cobrindo as paisagens com
beleza e amadurecendo a colheita;
·
Independente: tropas de nuvens escuras podem se
mover ao longo da terra, mas não podem tocar o sol. Terríveis tempestades podem
abalar o globo, mas o sol está além do alcance deles. Ele está sempre atrás das
mais escuras nuvens e olha calmamente abaixo sobre os oceanos em fúria e a
terra em tempestade;
·
Certa
e precisa: o sol sempre
aparece no momento exato.
;
É
deste modo que Jesus tem agido neste mundo.
Aparência
da Grande Babilônia:
·
Sua
aparência externa: A
mulher estará toda alegre e ornamentada: vestida de púrpura e escarlate,
adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas (Ap 17.4), ou seja, de toda riqueza, pompa e
orgulho capaz de seduzir as mentes carnais;
·
Sua
moradia e assento: Ela
residirá no deserto, ainda que assentada sobre muitas águas (ver Na 3.1). O trono da mulher é a besta do mar (ver Na 3.3);
·
Seu
nome: Babilônia, a
Grande, a mãe das meretrizes e das abominações da terra. Era costume antigo as
meretrizes pendurarem sinais com seus nomes para que todos soubessem o que elas
eram.
Contudo,
a besta na qual ela está montada está repleta de nomes de blasfêmia (ver Na 3.3).
·
Seu
nome é um mistério: ou
seja, assim como a mulher foi criada inicialmente dentro de Adão, mas depois
tirada de sua costela, vindo a se tornar um indivíduo independente para
auxiliá-lo, a Grande Babilônia será criada como sendo a auxiliadora idônea da
besta da terra. Contudo, ao largar a besta de terra e se casar com a besta do
mar, quem estará no comando é a mulher (ela está em cima da besta do mar).
·
Sua
bebida: Ela se embriaga
com as abominações e imundície da sua prostituição (ver Na 3.4), as quais enchem os corações de loucura
furiosa para satisfazer seu apetite, o que os leva a se deleitarem com a morte
dos santos e profetas de Jesus que se opõem a isto (ver Na 3.6). Será tão ávida pelo sangue deles que
se intoxicará com isto e nunca encontrará satisfação, por mais que tente saciar
sua sede.
E
o pior: ainda faz com que todas as nações bebam disto (ver Na 3.7);
·
Estratégia
usada por ela para atingir seus objetivos: se propõe a acolher como seus filhos todos que rejeitam
Jesus (ou
seja, se propõe a amparar e dar o que necessitam) (ver
Na 3.5).
·
Seu
reinado: apesar de
mulher, ela é que irá governar todos os reis da terra (ver Na
3.18). Afinal, por meio
dela os mercadores se tornam ricos (Ap 18.3) e os reis, mais poderosos. A mulher
estava sentada na besta porque, economicamamente, a
besta servirá de suporte (Na
3:3).
Ao
mesmo tempo que a mulher é suportada pela besta, ela aproveita para conduzi-la (ver Na 3.3).
·
É
arrogante em sua auto-segurança (Ap 18:7).
·
Ponto
final da sua caminhada:
perdição (Ap 17.11).
·
Seu
final: a mulher que
monta na besta do mar (bem
como toda a besta) acaba
odiada pelos muitos poderes que ela tem governado (Na 3:16; Ap
17.16,17).
·
Seus
cidadãos: dentro dela
estão alguns dos escolhidos do Eterno o qual são convocados a saírem (Ap 18:4).
Nós
perdemos a beleza da Noiva em meio à excelência da glória e felicidade
celestiais; já a beleza da meretriz atrapalha os indivíduos de enxergarem a
verdadeira beleza do caráter de Cristo.
Contraste
entre a Igreja e a Grande Babilônia:
Igreja |
Grande
Babilônia |
Virgem
casta consagrada a um só marido |
Prostituta |
Mistério
da Piedade (Cl
1.27-29) |
Mistério
da Iniquidade (2Ts
2.7) |
Oferece
o copo da salvação |
Ofecere o copo cheio de abominações e
imundície |
Coluna
e baluarte da verdade (1Tm 3.15) |
Jerusalém
é a causa da existência, bem como o exemplo do que vem a ser infidelidade ao
Eterno. |
É
perseguida |
É
perseguidora. |
Vive
pelo sangue de Cristo |
Vive
do sangue dos santos e profetas |
·
“E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo,
dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está
assentada sobre muitas águas;” (Ap 17.1).
O
julgamento aqui é um julgamento executado (e não um julgamento em andamento. Tanto é assim que a Grande
Babilônia já está condenada).
Um
dos anjos que tinham os sete flagelos se dirigiu a João para mostrar-lhe a
condenação da Grande Babilônia. Uma das características da grande meretriz é o
lugar onde ela está assentada: sobre muitas águas (Jr 51.13; Ap
17.1).
Note
como o anjo diz que ia mostrar a João a grande meretriz e, quando ele faz isto,
ele mostra uma mulher montada em uma besta de cor escarlate (Ap 17.4). Ou seja, a Grande Meretriz (Grande Prostituta ou Grande
Babilônia) é a mulher (que está assentada na besta) + a besta do mar (que está assentada sobre muitas
águas e que, após a “ressurreição” da sétima cabeça, passa a ser chamada de
“besta que sobe do abismo” – Ap
13.1).
É
bem verdade que Babilônia é dita morar sobre muitas águas:
·
“Ó tu, que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros, é
chegado o teu fim, a medida da tua avareza.” (Jr 51.13);
Contudo,
inicialmente a imagem de uma prostituta no Velho Testamento não é tomada a
partir da Babilônia (a
qual era personificada como virgem - Is 47.1), mas de Tiro (Is
23.15-17) e Nínive (Na 3.4). Os servos do Eterno que são fracos na
fé são chamados de prostitutas (ver
Is 1.21; Jr 2.20; 3.1-25; Ez
16.1-63; Ez 23; Os 2.5; 3.3; 4.15; Mq 1.7; Ap 2.20; 14.4), tal como Tiro e Nínive também foram (Is 23.1-8;
Na 3.14).
Veja
como Jerusalém é descrita pelos profetas:
·
“Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.” (Is.1.10).
·
“Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de
retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas.” (Is 1.21).
·
“Eles dizem: Se um homem despedir sua mulher, e ela o deixar, e
se ajuntar a outro homem, porventura tornará ele outra vez para ela? Não se
poluirá de todo aquela terra? Ora, tu te prostituíste com muitos amantes; mas
ainda assim, torna para mim, diz o SENHOR.” (Jr 3.1);
·
“Disse mais o SENHOR nos dias do rei Josias: Viste o que fez a
rebelde Israel? Ela foi a todo o monte alto, e debaixo de toda a árvore verde,
e ali andou prostituindo-se.” (Jr 3.6);
·
“E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a
rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa
Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu.” (Jr 3.8);
·
“Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da
tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres dele. E tomaste dos
teus vestidos, e fizeste lugares altos pintados de diversas cores, e te prostituíste
sobre eles, como nunca sucedera, nem sucederá.” (Ez 16.15,16);
·
“E sucedeu, depois de toda a tua maldade (
ai, ai de ti! diz o Senhor DEUS ),” (Ez 16.23).
·
“Também te prostituíste com os filhos da Assíria, porquanto eras
insaciável; e prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste farta.” (Ez 16.28)
·
“Edificando tu a tua abóbada ao canto de cada caminho, e fazendo
o teu lugar alto em cada rua! Nem foste como a meretriz, pois desprezaste a
paga;” (Ez 16.31).
·
“Portanto, ó meretriz, ouve a palavra do SENHOR.” (Ez 16.35).
·
“E queimarão as tuas casas a fogo, e executarão juízos contra ti
aos olhos de muitas mulheres; e te farei cessar de ser meretriz, e paga não
darás mais.” (Ez 16.41).
·
“E prostituiu-se Aolá, sendo minha; e
enamorou-se dos seus amantes, dos assírios, seus vizinhos,” (Ez 23.5).
·
“Todavia ela multiplicou as suas prostituições, lembrando-se dos
dias da sua mocidade, em que se prostituíra na terra do Egito.” (Ez 23.19).
·
“E entraram a ela, como quem entra a uma prostituta; assim
entraram a Aolá e a Aolibá,
mulheres infames.” (Ez 23.44).
·
“princípio da palavra do SENHOR por meio de Oséias. Disse, pois,
o SENHOR a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições, e filhos de
prostituição; porque a terra certamente se prostitui, desviando-se do SENHOR.” (Os 1.2).
·
“Porque sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu houve-se
torpemente, porque diz: Irei atrás de meus amantes, que me dão o meu pão e a
minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas.” (Os 2.5).
·
“E ele lhe disse: Tu ficarás comigo muitos dias; não te
prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti.” (Os 3.3).
·
“Eu não castigarei vossas filhas, quando se prostituem, nem
vossas noras, quando adulteram; porque eles mesmos com as prostitutas se desviam,
e com as meretrizes sacrificam; pois o povo que não tem entendimento será
transtornado. Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo não se
faça culpado Judá; não venhais a Gilgal, e não subais
a Bete-Áven, e não jureis, dizendo: Vive o SENHOR.” (Os 4.14,15).
·
“E todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e
todas as suas ofertas serão queimadas pelo fogo, e de todos os seus ídolos eu
farei uma assolação; porque pela paga de prostituta os ajuntou, e para a paga
de prostituta voltarão.” (Mq 1.7).
·
“E jazerão os seus corpos mortos na
praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu
Senhor também foi crucificado.” (Ap 11.8).
E
a Escritura Sagrada faz menção da presença, em Jerusalém, de alguns elementos
do culto Babilônico:
·
“E levou-me à entrada da porta da casa do SENHOR, que está do
lado norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando a Tamuz.” (Ez 8.14).
·
“Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as
mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem
libações a outros deuses, para me provocarem à ira.” (Jr 7.18).
·
“Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa
boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações,
como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas
cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e
andávamos alegres, e não víamos mal algum. Mas desde que cessamos de queimar
incenso à rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de
tudo, e fomos consumidos pela espada e pela fome. E quando nós queimávamos
incenso à rainha dos céus, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos
bolos,” (Jr 44.17-19).
·
“Assim fala o SENHOR dos Exércitos, Deus de Israel, dizendo: Vós
e vossas mulheres não somente falastes por vossa boca, senão também o
cumpristes por vossas mãos, dizendo: Certamente cumpriremos os nossos votos que
fizemos de queimar incenso à rainha dos céus e de lhe oferecer libações;
confirmai, pois, os vossos votos, e perfeitamente cumpri-os.” (Jr 44.25).
Jerusalém
é uma prostituta (Jr
2.20; 3.1,8) cuja fronte
mostra isto claramente:
·
“Por isso foram retiradas as chuvas, e não houve chuva serôdia;
mas tu tens a fronte de uma prostituta, e não queres ter vergonha.” (Jr 3.3).
Ela
leva outros a transgredirem (daí
ser mãe de meretrizes). Em
suas saias é encontrado o sangue dos inocentes:
·
“Por que ornamentas o teu caminho, para buscares o amor? Pois
até às malignas ensinaste os teus caminhos. Até nas orlas dos teus vestidos se
achou o sangue das almas dos inocentes e necessitados; não cavei para achar,
pois se vê em todas estas coisas.” (Jr 2.33,34).
·
“Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e
aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos;
portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.” (Ml 2.16).
·
“Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas:
Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos
profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra.” (Jr 23.15).
Assim,
a Grande Babilônia é Israel que abandonou o Eterno e quebrou Sua aliança, e
virá a permitir que a semente dos reis da terra entre dentro de si (vindo a gerar filhos mistos – os pés
de ferro e barro da estátua de Nabucodonosor). Embora os israelitas se chamem pelo nome do Eterno, eles
se alimentam e vivem daquilo que lhes agrada e se justificam do jeito que lhes
convém (Is 4.1).
Tanto
a besta do mar como a da terra são duas grandes prostitutas. Ambos, gentios e israelitas,
se relacionam com os poderes deste mundo (ver Na 3.4) e até um com o outro para conquistarem
o que desejam. Juntos, formam a Grande Prostituta deste capítulo.
Podemos
assim resumir:
·
Besta
do mar = sistema
político que emana do povão não israelita que busca um super-homem que possa
resolver todos os seus problemas e, com isto, lhes dar melhores condições para
viver no pecado (daí
a besta do mar estar assentada sobre muitas águas).
·
Besta
da terra = sistema
religioso com origem em Israel que visa manipular as forças espirituais a fim
de manter o povo sob controle sob a promessa que, assim servindo ao Criador, poderão
obter o que quiserem Dele = Trata-se do falso profeta (cabeça romana que faz acordo com
muitos por uma semana de anos)
+ líderes religioso-políticos de Israel e Judá (dois chifres)
suportado pelo povo de Israel adepto ao judaísmo (corpo).
·
Mulher
montada na besta do abismo -> Após a morte do anticristo, a besta do abismo
assumirá o controle de tudo e fará com que a besta do mar, que antes era um
sistema político estático, ganhe vida e seja guiado por alguém rumo afora.
Entenda:
o anticristo é um israelita nascido na terra de Magogue
e que lidera, inicialmente, duas gangues romanas, mas que exerce tanta
influência sobre Roma que os romanos passam a ser considerados povo dele (Dn 9.26).
Após
sua morte, seu corpo será possuído pelo anjo do abismo, o qual possuirá e
vivificará todo o corpo da besta que emergiu do mar (ou da estátua de Nabucodonosor, se
preferir), fazendo deste um
império sete vezes pior que os anteriores, já que ele fará uso dos sete montes (e não apenas de um, como nos sete
impérios anteriores), dos
dez chifres, bem como de todo o corpo da besta (que, então, passará a ser o povão israelita mais
não-israelita).
Isto
lembra o que Jesus disse:
·
“Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares
secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: tornarei para minha casa, de
onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo
outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último
estado desse homem é pior do que o primeiro.” (Lc 11.24-26).
Como
isto se fará? Tal como o Eterno tirou uma costela do homem para fazer-lhe uma
auxiliadora (que
fosse imagem Sua e glória do homem – 1Co 11.7), Ha-Satan irá retirar os dois
chifres da besta da terra para fazer uma “auxiliadora idônea” para o falso
profeta (a
mulher montada na besta) e
uma “auxiliadora idônea” para a besta do abismo (pela possessão demoníaca todos os adoradores da besta
passarão a ser o corpo dela).
Para
isto, ele inspirará o falso profeta a induzir todos a fazerem uma imagem da
besta (tal
como a estátua de Nabucodonosor).
Como?
Ele convencerá os dois chifres da besta da terra (líderes espirituais de israel) a incitarem os demais líderes
religiosos acerca da perfeição do judaísmo. Os líderes religiosos seduzirão o
povão (com
promessas de bênçãos e de poder e
autoridade para matar quem não adorar a besta) o qual, por sua vez, responderá estimulando e até exigindo
de seus líderes espirituais que o judaísmo seja adotado o qual, por sua vez,
usará a bíblia para fazer da besta do abismo seu messias e instituírem rituais
que em tudo a glorifiquem.
A
partir de então, o povão, tanto do mar (não-israelita),
quanto da terra (israelita), irão juntos compor o corpo da besta do
abismo, a imagem da besta (Ap 13.14,15).
E
não é de admirar! Considerando que todos que fazem uma imagem se tornam
semelhantes a esta imagem (Sl 115.8; 135.18)
e que por trás das imagens estão demônios (1Co 10.19,20),
logo todo o povo sem Cristo que se empenhou na criação desta super-religião se tornará a grande imagem da besta do
abismo.
E,
no que a anjo do abismo com seus demônios, subiram do abismo (Ap 9.1), será concedido ao falso profeta dar
fôlego a esta imagem da besta. Em outras palavras, cada seguidor da besta do
abismo será possuído por estes demônios.
A
partir daí o ímpério, que antes era estático (uma grande estátua ou uma besta), se tornará dinâmico.
O
que cada um dos imperadores das sete cabeças desejou, mas nunca alcançou se
tornará realidade: o império não será mais uma sede fixa num palácio de
concreto, mas se moverá em templos de carne e sangue. Cada um será como que um
exemplar da besta do abismo ou, se preferir, é como se a besta do abismo te
tornasse bilhões de indivíduos ao mesmo tempo, obrigando todos os dissidentes a
sucumbirem à sua vontade sob pena de morte.
O
povão, que antes simplesmente servia de suporte para o sistema político agir
por meio de uma elite corrupta, agora cada um é uma expressão viva de tudo que
este líder corrupto (besta
do abismo) é. Ou seja, o
povo, que antes compunha só o mar ou a terra, agora compõe, juntos, o corpo da
besta do abismo.
Já
a elite religiosa de todo o mundo irá compor a mulher montada na besta e o
falso profeta estará sendo usado para confirmar a besta do abismo, de modo que
o povão continue aceitando ser o corpo da besta e ser guiado pela mulher.
Por
isto Jerusalém é chamada de Grande Cidade: pois todos os líderes religiosos do
mundo farão de todo este sistema religioso de adoração à besta do abismo uma
verdadeira cidade que é a uma expressão viva de Jerusalém.
Esta
mulher será a imagem da besta do abismo (Ap 13.15) e a glória do falso profeta. Trata-se
da esposa do falso profeta, o qual irá auxiliar a besta do abismo no seu trabalho
de levar todos a adorarem o dragão.
E
cada um destes líderes religiosos estarão em acordo com:
·
os
líderes políticos de suas localidades.
A fim de terem a lei do lado deles, os líderes religiosos se proporão a
facilitar os líderes políticos na tarefa de manter todo o povão adorando
politicamente a besta do abismo, e, com isto recebendo honrarias;
·
os
mercadores. A fim de
contarem com apoio financeiro, os líderes religiosos se proporão a comercializar
a fé dos indivíduos (2Pe
2.1-3).
Contudo,
como a besta do abismo não terá respeito ao amor das mulheres (tanto físico quanto espiritual – Dn 11.37)
ele e seus dez chifres destruirão a mulher mais a besta do mar (sistema político), já que eles querem que a besta do
abismo seja todo-poderosa e possa fazer tudo o que quiser, sem nenhuma
“prostituta” para restringi-los.
Afinal,
embora a besta do abismo seja adorada, quem realmente governará até então será
a mulher nela montada. Na teoria, o falso profeta é o líder, mas na prática, é
a mulher quem governará.
·
“Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na
terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição.” (Ap 17.2).
Mas
por que este sistema é chamado “prostituta”?
De acordo com o dicionário,
prostituir é “colocar diante, expor, apresentar à vista; divulgar, publicar; por à venda,
mercadejando com eloquência”.
Na
Escritura Sagrada, prostituta é um termo usado para designar aqueles que
desejam se afastar da sujeição do Eterno:
·
“O meu povo consulta a sua madeira, e a sua vara lhe responde,
porque o espírito da luxúria os engana, e prostituem-se, apartando-se da
sujeição do seu Deus.” (Oséias 4.12)
Há
duas formas de prostituir:
1
– com falsos deuses, visando promover um culto mais
conveniente para os líderes (que
lhes permita maior controle sobre o povo)
e mais agradável e atrativo para o povo (ver 1Rs 12.28):
·
“Porém tampouco ouviram aos juízes, antes prostituíram-se após
outros deuses, e adoraram a eles; depressa se desviaram do caminho, por onde
andaram seus pais, obedecendo os mandamentos do SENHOR; mas eles assim não
fizeram.” (Juízes 2.17).
2
– com governantes, a fim de melhorar seus lucros ou
sua segurança militar (ver
2Rs 16.7):
·
“Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos
grandes de carne, e multiplicaste a tua prostituição para me provocares à ira.”
(Ez 16.26).
O
termo “prostituta” implica que esta cidade (Israel, agora chamada espiritualmente de Sodoma e Egito –
Ap 11.8)
seduzirá homens a se apartarem do caráter do Eterno, vindo a cultuá-Lo de modo
mundano, a saber, por meio de um sistema de culto ao Eterno extremamente
lucrativo para os reis da terra (2Pe 2.1-3).
E este sistema de culto é tão rentável que os reis da terra e os mercadores
lamentarão o fim desta Grande Babilônia (Ap 18.9,11).
Por
outro lado, ele é tão prazereso que todos os povos da
terra ficarão embriagados com esta forma de prostituir, ou seja, com este culto
extremamente divertido e alucinante. Daí o uso da palavra “vinho” que, neste
contexto, representa uma alegria mundana promovida por um espírito imundo que
retira do indivíduo a força física e moral (2Sm 13.28; Pv 23.29-35; 31.4-5).
Os
habitantes da terra não apenas beberão o vinho da prostituição da Grande
Meretriz. Eles se embebedarão, ou seja, acharão isto extremamente gostoso, ao ponto
de desejarem fazer disto sua plena satisfação e motivo de viver. Eles receberão
de bom grado o espírito deste sistema depravado e partilharão dos seus pecados.
Todos
gostarão tanto deste sistema de culto à besta promovido pelos líderes
religiosos de Israel (mulher
montada na besta) que até
pedirão à besta que lhes dê sua marca, nome ou número a fim de só faça parte
culto lucrativo quem adora a besta e a sua imagem. Será uma fúria desesperada
em busca de aplacar a sede de prazer que passaram a conhecer dentro de si em
virtude do contato íntimo com a Grande Babilônia.
A
besta do mar é constituída pelos gentios que se comprometem com qualquer
político ou ricaço em busca de favores; a besta da terra é constituída pelos israelitas
que se comprometem com toda espécie de religião e política em busca de
controlar o mundo por meio deles.
Enfim:
os reis da terra se prostituírão com ambas as bestas
e todo o povão (gentio
+ israelita) ficará
embebedado com fúria (ver
Jr 51.7) contra aqueles que
não aceitarem as fontes de prazer que lhes permite encher de euforia.
·
“E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada
sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e
tinha sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.3).
Assim
como a Igreja fiel é chamada de cidade (Ap 21.2,9,10), a porção infiel é identificada com
Babilônia (Ap 11.8; 17.4,5).
Eles são como prostitutas em sua subserviência política, inclinação mundana e
intolerância espiritual.
A
expressão “e levou-me espírito” só é encontrada aqui e em Ap
21.10, onde a João é mostrado a Nova Jerusalém.
A
besta era de cor escarlate (uma
tonalidade de vermelho),
semelhante ao dragão que é vermelho (Ap 12.3). Escarlate foi a cor usada para
descrever o pecado (Is 1.18),
mas ao mesmo tempo foi:
·
A
cor do fio que deveria ser amarrado na janela de Raabe
para ela ser salva (Js 2.18);
·
A
cor das vestes da família da mulher virtuosa (Pv 31.21);
·
A
cor das vestes usadas por homens valorosos (Na 2.3).
Ou
seja, a cor escarlate da besta e do manto da meretriz denota ambos como alguém
que almeja ser valorizado neste mundo através do pecado, usando como desculpa
de ser este o único método para alcançar a paz verdadeira. O pecado é
considerado, por aqueles que o colocam em prática, a melhor forma de justiça
para livrar os indivíduos do mal. Por exemplo, quando uma pessoa decide ser
policial, ela acha que é através do poder do deus das forças (Is 30.1-3;
31.1-3; Dn 11.38) que o mal será coibido e, assim, todos poderão ser livres
e felizes. Neste caso, escarlate também está relacionado com o sangue derramado
de santos e testemunhas de Jesus, que serão tidos como os verdadeiros
criminosos nesta época.
É
bom lembrar que a base na qual está fundamentada a Babilônia é a impiedade (Zc 5.8,11).
O
fato de a mulher estar sentada sobre a besta pode ser uma alusão ao modo de uma
prostituta se relacionar com um homem. Também implica que a mulher depende da
besta para suporte e segurança. Mas sobretudo, aponta para a necessidade que a
besta tem de, inicialmente, se deixar guiar pela mulher. Sem ela, a besta se
consumiria numa desgovernada e mal direcionada fúria. A mulher segura as rédeas
e com habilidade a guia rumo à execução dos seus alvos de um modo “astuto” e
“sedutor”, buscando cativar todos os que não estão escritos no livro da vida,
de modo que, quando a besta quiser mostrar sua verdadeira face destruidora, ao
invés de se intimidarem ou revoltarem, todos a apoiem cegamente.
E
o motivo disto é simples: após ter falhado pela violência, Ha-Satan tentará seduzir Jerusalém, pelos encantos do mundo, a
desgostar do seu Senhor.
Para
ser mais exato: a estratégia da mulher é levar o povo a exigir este lado
violento da besta. E todos que esperarão este tipo de ira sangrenta da parte do
Cordeiro contra seus inimigos, vão aplaudir e exaltar a besta quando ela se
levantar para fazer isto.
Detalhe:
·
por
estar montada na besta, a mulher se sentirá como rainha;
·
por
estar assentada sobre o mundo (muitas
águas), a besta se sentirá
com um deus;
·
o
mundo, por sua vez, por jazer no maligno (Ha-Satan – 1João 5.19), se sente por cima das circunstâncias e
problemas quando a possibilidade de fazer o mal está em seu poder.
Quanto
ao deserto, por que ela é vista aí? Deserto significa isolamento (ela mora isolada em si mesma – Ap 17.16; 18.2,19; Jr 51.26). É bem provável que este seja o deserto dos povos:
·
“E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas
quais andais espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação
derramada. E vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face
entrarei em juízo convosco; como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da
terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor DEUS.” (Ez 20.34-36).
O
Eterno promete tirar o povo de Israel de entre as nações para as quais eles
tinham sido espalhados e promete trazer-lhes ao deserto dos povos para entrar
em juízo com eles.
Por
que é chamado de deserto dos povos? E como é possível que a besta do mar esteja
neste deserto, uma vez que ela estará assentada sobre muitas águas? O que
acontece é que, embora ambas as bestas tenham feito acordo com todos os reis e
ricaços da terra, ainda assim há um isolamento entre os povos. Há acordos
políticos e religiosos, mas cada um está isolado nos seus próprios interesses. Na
área religiosa, quando alguém se apega a uma dada seita, ele se isola dos demais
que não creem como ele.
Além
disto, isto mostra que, não importa o quão favorecida
a Grande Babilônia é, ainda assim sua sede nunca é aplacada pelo mar de
indivíduos que lhe apoia e rodeia. As águas deles são salgadas e, assim,
imprópria para consumo.
O
deserto (isolamento
e insaciabilidade) dos
povos é diferente do deserto físico no qual:
·
as
virgens prudentes (os
144.000 selados), terão que
fugir para este lugar (conforme
se vê no capítulo 12) na
primeira metade da 70ª semana. Para eles este deserto é uma bênção, pois
trata-se de ficar isolado da imundície dos povos. Contudo, tal isolamento é
temporário, não é a real condição deles.
·
para
as virgens néscias (os
israelitas que, embora não receberam a marca da besta, não aceitaram a Jesus
antes do arrebatamento), o
deserto é o lugar para indivíduos como eles. Terão que conviver com o
isolamento fugindo de Ha-Satan e seus seguidores. O
Eterno estará a contender com eles a fim de separar dentre eles os rebeldes, os
quais não voltarão mais à terra de Israel; antes, morrerão (Ez 20.38). Ficará vivo somente o remanescente de
Israel, o qual se converterá ao Eterno (Rm 9.27; 11.26).
Note
que, enquanto a besta do mar tinha nomes de blasfêmia apenas nas cabeças em Ap 13.1, aqui ela está repleta de nomes de blasfêmia. Considerando
que a besta do abismo irá honrar grandemente os que lhe apoiarem (Dn 11.39), estes nomes podem ser títulos
honoríficos dados a eles (tal
como hoje se vê nos pronomes de tratamento: “vossa excelência”; “vossa
magnificência”, “vossa alteza”, “vossa majestade”, “meretíssimo”,
“reverendo”, “vossa santidade”, etc., todos títulos que apenas o Eterno é
digno).
·
“E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada
com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro
cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição;” (Ap 17.4).
A
veste da mulher lembra a veste que colocaram em Jesus (Mt 27.28):
·
“E vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça”. (Mc 15.17);
·
“E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate;” (Mt 27.28).
Enquanto
nas mãos de um mensageiro do Eterno está um incensário com as orações de todos
os santos (Ap 8.3),
nas mãos da mulher montada na besta está um cálice cheio de abominações e da
imundície da sua prostituição (ver
Jr 51.7).
O
detalhe é que o copo que ela segura não é apenas para ela beber, mas para
também dar de beber. Considerando que a mulher está embriagada do sangue de
santos e profetas, logo as abominações e imundície da sua prostituição está
ligado ao derramamento do sangue de santos e profetas.
Enquanto
o Israel fiel estará vestido do sol e a Noiva será ornamentada por Cristo de
modo simples, mas belo (Ap 19.8),
a Grande Babilônia é ornamentada por Ha-Satan com:
·
Púrpura
-> Representa a cor da realeza neste mundo (ver Jz 8.26; Et 8.15; Dn 5.7,16).
Como bem sabemos, o Eterno promete ajudar os Seus quando todo seu poderio neste
mundo se for (Dt 32.36; Dn 12.7; Is 58.6,7).
Não devemos buscar auxílio político e jurídico neste mundo (ver Is
30.1-3; 31.1-3).
·
Escarlate
-> Esta é a cor usada pelos guerreiros (Na 2.3).
O Eterno se compraz nos que esperam na Sua misericórdia ao invés de confiar nos
poderes e poderosos deste mundo para livrá-los pela força militar (Sl 20.7;
147.10,11; ver Zc 4.6).
Ao contrário da mulher virtuosa que
estava vestida apenas de escarlate (simbolicammente vestindo “o”
pecado dos outros, ou seja, levando-os em si, dedicando Sua vida para que os
pecados deles possam ser cancelados por meio do que Jesus fez), a Grande Babilônia estará vestida de
púrpura (cor
da realeza) e escarlate (ou seja, estará se vestindo “do”
pecado dos outros e aproveitando-se disto para crescer, enriquecer e dominar - Os
4.8).
·
Adornada
com ouro, pedras preciosas e pérolas -> Uma prostituta, naquela época, era
descrita como toda ornamentada e adornada com ouro e pedras preciosas:
o “E eis que uma
mulher lhe saiu ao encontro com enfeites de prostituta, e astúcia de coração. E
chegou-se para ele e o beijou. Com face impudente lhe disse: já cobri a minha
cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas, com linho fino do Egito. Já
perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela.” (Pv
7.10,13,16,17).
Em contrapartida, o adorno das mulheres
santas é interiormente (1Tm
2.9; 1Pe 3.3).
Você pode questionar: mas o adorno dela era
semelhante ao da Nova Jerusalém e da vida do verdadeiro seguidor de Jesus (1Co 3.12-15). Contudo, uma coisa é o enfeite do
sistema religioso, o qual é caracterizado pelo luxo dos seus templos e grandiosidade
de suas obras e rituais; outra é a riqueza vista INTERIORMENTE em cada membro
da Igreja, a saber, no caráter de um por um (ver Pv 2.3-5; 3.13-15).
·
Tinha
na sua mão um cálice de ouro.
Considerando
que taça (cálice) é símbolo de julgamento, vem a questão: o que
havia neste cálice de ouro?
·
“E
outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a
todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.” (Ap 14.8);
·
“...
a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas
de Jesus...” (Ap 17.6);
·
“tinha
na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua
prostituição” (Ap 17.4);
·
“Porque
todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis
da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com
a abundância de suas delícias.” (Ap
18.3);
·
“Tornai-lhe
a dar como ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no
cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro.” (Ap 18.6).
O cálice da
mulher continha:
·
O sangue dos santos e das testemunhas de Jesus;
·
Abominações e a imundícia da sua prostituição;
·
Vinho da ira da sua prostituição.
Ajuntando tudo,
o cálice da mulher conterá as abominações e imundície da prostuição
da mulher, cujo prazer deixava os indivíduos (incluindo ela própria) alucinados e
furiosos para continuar a usufruir dos seus prazeres, a ponto de serem capazes
de se regozijarem com a morte os santos e testemunhas de Jesus, visto que eles
se opõem a toda diversão contrária aos ensinamentos de Cristo.
Mais ainda:
eles são capazes até mesmo de tentar seduzir os servos de Cristo (tal como
Israel fez no passado – Amós 2.12; Isaías 30.9-11) para que
eles bebam deste vinho de ira e passem a correr com eles no mesmo desenfreamento de dissolução (1Pe 4.4). Eles querem
se gloriar na carne dos servos de Cristo (Gl
6.13).
Inclusive,
isto é o que faz da Grande Babilônia algo tão terrível.
Pense: por
que o juízo imposto sobre quem adora a besta e sua imagem era tão terrível se
comparado com o das outras nações adorando seus deuses (Ap 14.11)? Porque seu desejo é seduzir todas as nações a
aceitarem a adoração à besta e à sua imagem: ou se deixam ser seduzidos por
eles, ou morre.
Mais ainda: o
que ela quer é escravizar mentes e corações, de modo que todos, pensem, sintam,
desejem, planejem a ajam de acordo com a vontade dela. Como qualquer
prostituta, o que ela quer é que todos os homens a seus pés cobiçando-a
e não conseguindo pensar em outra coisa senão nela. Será o maior
vício de todos os tempos, cujo prazer é tal que quem experimenta não desejará
largar.
Tanto é assim
que a marca da besta não é imposta. Todos os que não são de Cristo se deixarão
seduzir pela Grande Babilônia, pois sua sedução será extremamente prazerosa.
Não haverá indecisos. Só não aceitará a marca da besta quem realmente está
plenamente convicto de que a besta do abismo é a resposta para seus males.
O que é
“abominação” e “imundície da sua prostituição”?
·
Abominação: tudo que serve para estimular a
contenda entre os irmãos (Pv 6.19).
Por exemplo: acordos repletos de leis para prejudicar o próximo (Sl 94.20; Am 2.8; Is 10.1; Mq 2.1,2).
·
Imundícia
da prostituição: relacionamento
sexual imundo. Enquanto a Grande Babilônia se alimenta do prejuízo que causa ao
próximo através dos relacionamentos que conseguiu fazer com grandes (para conseguir poder e riqueza) e pequenos (para seduzi-los), a Igreja faz da vida de Cristo seu
alimento (bebe
do cálice de Jesus - Marcos 10.39; João 6.51-57).
As fontes de
prazeres imundas, por si só já são repletas de sentimentos egoístas. Quando
somado às abominações, enche os corações de ira contra todos que se opõem ao
objeto de sua alegria. Isto atua como um vinho porque quem faz disto sua
bebida, passa a ter prazer no sofrimento e desgraça de todos aqueles que
contrariam seus interesses. Ficam tão alucinados que passam até mesmo a lutarem
contra Jesus e Seus seguidores.
E isto se
aplica ao culto da Grande Babilônia. A forma de culto que eles supunham estar
agradando ao Criador, estava, na verdade, matando a fé das pessoas e eliminando
a vida daqueles que O amavam. Ao invés de gerar vida, estava consumindo a vida
dos poucos que ainda estavam vivos, além de sugar a força e a energia dos
demais com cargas vãs (Lm 2.14),
desperdiçando os dons e talentos que o Eterno lhes deu para amar os que estavam
próximos a eles (Mt 7.6; Lc 16.1).
A
Grande Babilônia sobrevive principalmente por causa dos seus heróis da fé. Note
como as pregações evangélicas, muitas vezes, exaltam Davi, Jó, Salomão, etc.,
mais do que a Cristo. Muitos, embora levantados para serem santos, profetas e
testemunhas de Jesus, acabarão se deixando seduzir pelo tipo de sucesso destes
heróis e acabarão buscando Jesus por estarem seguindo seu ventre (2Tm 4.3-4; Fp
3.18). Urge salientar que o
anticristo honrará o deus das fortalezas com ouro, prata, pedras preciosas e
coisas agradáveis (Dn 11.38).
Uma
das razões de a Grande Babilônia ser tão sedutora é que, embora seu cálice
esteja cheio de imundície e abominação, por fora ela é extremamente atraente.
Muitos se apegarão à Grande Babilônia pela extrema euforia; outros, pelo lucro
que ela lhes dá (Ap 18.12-15)
e pelo desejo de conquistar o que ela conquistou. Isto lembra o que se dava com
os fariseus:
·
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois
semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas
interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim
também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais
cheios de hipocrisia e de iniqüidade.” (Mt 23.27,28).
O
fato de ser de ouro quer dizer que ela não pode mudar (Jr 51.9). Afinal, o ouro é um material que não
se degenera.
·
“Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: BABILÔNIA,
A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA.” (Ap 17.5 – ARA2).
Grande
Babilônia representa alguém que mergulhou de cabeça no pecado após ter
conhecido um alto e santo padrão (ver Jr 3.1; Mq
1.7). Ela é nomeada de
acordo com seu comportamento dissoluto de gerar indivíduos para idolatria e
imoralidade, tal como se dava com os fariseus:
·
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis
o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis
filho do inferno duas vezes mais do que vós.” (Mateus 23.15).
Enquanto
na mitra do sumo-sacerdote estava escrito “Santidade ao Senhor” (Êx 28.36;
39.30) e na fronte dos
144.000 estará o nome do Eterno e do Seu Filho (Ap 14.1), na fronte da Grande Babilônia há uma
identificação:
1 - Mistério
Mistério
é característica do nome (e
não parte do nome).
Mistério indica que a Grande Babilônia será um grupo de crentes em Jesus que se
desviaram e que, o invés de estarem sendo unidos em
um só corpo pelo amor de Jesus, se unirão para atrair, de modo físico e
místico, o que sua carne deseja.
Enquanto
a Igreja é a minifestação viva de Jesus e do mistério
da piedade (Ef 5.31-32; Cl 1.26,27; 1Tm 3.16), a Grande Babilônia é a possessão
demoníaca que atormenta os outros com prazeres imundos e os ajunta em prol da
iniquidade (2Ts
2.7).
O
anticristo é o homem do pecado, o filho da perdição (2Ts 2.3; Ap
17.11), ou seja, o homem
que incentiva todos a buscarem em Jesus apenas as coisas deste mundo (Mt 16.23;
1Co 15.19; 1Jo 4.4,5).
2 - Babilônia
O
nome Babilônia representa um regime de afronta direta ao Criador (Gn
10.8-10; 11.4). A ideia
partiu de Ninrode (Gn 10.9,10). Antes dele, não havia sistema
político, nem religioso. A sociedade era patriarcal, ou seja, o mais velho da
tribo era quem decidia as leis que iriam reger, bem como qual o deus que iria
ser adorado.
Foi
com Ninrode que surgiu na terra o primeiro sistema
organizado pelo homem, cujo objetivo era agregar todos os homens a fim de,
juntos, alcançarem o céu pelos seus esforços (Gn 11.4). Tratava-se de uma perversão direta do
mandamento do Eterno descrito em Gênesis 1.28, do desejo de organizar, tanto a
área política quanto religiosa, de modo a poder, aparentemente, tirar o controle
de tudo das mãos do Eterno.
Resumindo:
Babilônia é o casamento do poder político com o poder religioso.
3 – Grande
O
termo “grande” tem como objetivo diferenciá-la da Babilônia que surgiu na
Mesopotâmia:
·
Ela
é grande em extensão: enquanto
que a Babilônia de Ninrode só governou parte da
terra, a Grande Babilônia.irá atingir toda a terra.
·
Ela
é grande em influência:
enquanto a Babilônia de Ninrode atingiu apenas a
mente dos indivíduos, a Grande Babilônia irá atingir corpo, alma e espírito de
todos que não são de Cristo.
·
Ela
é grande em corrupção:
enquanto Nabucodonosor reconheceu que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos
homens, e o dá a quem quer (Dn 4.17,25),
todos (SEM
EXCEÇÃO) os adeptos da
Grande Babilônia jamais irão se arrepender (Ap 9.21; 16.9,11).
·
Ela
é a grande aos olhos de todos:
em virtude todo o seu esplender (ver Ap 18) e porque, aparentemente, ela promete
dar a todos aquilo que sempre quiseram: paz, segurança (1Ts 5.3), poder, riqueza.
4 - Mãe
O
título “mãe” é uma afronta direta à Nova Jerusalém que é do céu, a qual é a mãe
de todos nós (Gl 4.26)
e sempre estará com os homens (Ap 21.2).
Como mãe, a Grande Babilônia é quem trouxe à luz todas as meretrizes e
abominações.
Vem
a questão: o que é ser mãe? Muitos pensam que mãe é aquela que gera filho. Este
absurdo provavelmente passou a ser divulgado com o intuito da religião católica
de endeusar Maria e ganhou força com o movimento feminista que visa endeusar a
mulher.
Ora,
pense: se a mulher é capaz de “gerar” filho, então ela é deusa, visto que só o
Eterno tem tal capacidade. A rigor, o que a mulher faz é receber a semente do
marido dentro de si e, então, permitir que Jesus a trabalhe em seu interior (Sl
139.13-16). A mulher em
nada contribui DIRETAMENTE para com a formação da criança.
Vem
a questão: se esta mulher é mãe, quem é o pai das filhas? Considerando que ela
se prostituiu com os reis da terra, logo cada rei é pai de uma menina. Cada
menina representa o povo de seu país que não se entregará por completo a Jesus
e que, por ter recebido dentro de si a semente do rei (conceitos e valores políticos) e a semente da mulher (conceitos e valores religiosos), se tornarão abomináveis meretrizes.
5 - Meretriz
Vem a questão: por que é o usado o
termo prostituta (ver
Is 1.21; Jr 3.9; Ez
16.14-18; Tg 4.4)?
A
raiz da palavra prostituir significa “por diante dos olhos”, com a vistas a
desviar a atenção e o pensamento dos homens, de modo que eles possam entregar a
elas a sua força (Pv 31.3).
Uma das estratégias da prostituta é o excesso de ornamentos:
·
“E eis que uma mulher lhe saiu ao encontro com enfeites de
prostituta, e astúcia de coração.” (Provérbios 7.10).
Contrário
á postura da mulher virtuosa:
·
“O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no
uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas
o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e
quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também
antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos
seus próprios maridos;” (1Pe 3.3-5).
Não
é em vão que a mulher virtuosa de Cantares diz:
·
“Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do
campo, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira.” (Ct 2.7).
Os
homens também deveriam dizer o mesmo. Afinal:
·
“Porque por causa duma prostituta se chega a pedir um bocado de
pão; e a adúltera anda à caça da alma preciosa.” (Provérbios 6.26).
Prostituta
é uma mulher que busca atrair a atenção dos homens para si a fim de buscar
tirar o melhor proveito de cada um deles, seja prazer ou dinheiro.
Não
é em vão que fornicação e adultério são, por todo o Antigo Testamento, um emblema
de degeneração espiritual (embora
também seja um tipo de degradação civil).
Aqui,
em particular, trata-se de uma mulher casada que tem sido falsa ao leito do seu
marido (o
falso profeta), tem
abandonado o guia da sua mocidade e quebrado a aliança do Eterno.
Muitos
indivíduos acham que prostituição é apenas para mulher solteira. Contudo, a partir
do momento que o homem não exerce seu papel de marido e a mulher, de esposa,
eles, na verdade, estão se comportando como amantes, ou seja, buscando usar o
corpo do outro para atender a seus desejos, tal como uma prostitita
faz.
Jerusalém,
aqui, se tornou um só corpo com cada rei que prostituiu (1Co 6.15,16), ou seja: recebeu dentro de si os
costumes pagãos de cada rei, transmitiu os costumes do Eterno para cada rei (tal como se deu quando Israel foi
para cativeiro – 2Rs 17.28-33)
e gerou filhos mistos a partir desta união.
E
não é a primeira vez que Jerusalém fez isto. Na época de Malaquias o povo
também gostava de casar com mulheres estrangeiras:
·
“Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus?
Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de
nossos pais? Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em
Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se
casou com a filha de deus estranho. O SENHOR destruirá das tendas de Jacó o homem
que fizer isto, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao
SENHOR dos Exércitos.” (Ml 2.10-12). – Note
como Judá, não só estava adorando outros deuses, mas se casando com mulheres
que os adoravam. As outras nações as davam em casamento para corromper os
homens de Judá (veja
o conselho de Balaão – Nm 25.1,2; Nm
31.16);
Na
época de Salomão algo semelhante aconteceu:
·
“E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da
filha de Faraó: moabitas, amonitas,
edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos
de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira
perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu
Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas
concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no
tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para
seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu
Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominaçãoo dos amonitas.” (1Rs 11.1-5).
Note
como Salomão se casou com setecentas mulheres para unir Israel politicamente
com outros países e, no final, acabou unindo Israel com os deuses deles. Isto
voltará a acontecer quando Israel for conduzir a besta do abismo para
estabelecer a Grande Babilônia:
·
“Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo,
misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o
ferro não se mistura com o barro.” (Dn 2.43) – Veja como a ligação política dos
últimos tempos será feita nos termos citados acima entre Roma e Israel.
6 - Abominação
A
primeira coisa que é abominação ao Eterno é o ato de semear contenda entre os
irmãos (Pv 6.19).
O
anticristo também é uma abominação viva:
·
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou
o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;” (Mt 24.15).
Vem
a questão: o que faz com que alguém seja abominável?
Primeiro:
qualquer espécie de sacrifício é abominação (Pv 21.27), já que é o sacrifício de Cristo que
salva pessoas.
Segundo:
almejar a grandeza deste mundo: tudo o que o ser humano carnal considera grande
e elevado (e
que, portanto, exige esforço e sacrifício para ser conseguido), é abominação diante do Eterno (Lc 16.15).
Terceiro:
·
“Não vos façais abomináveis, por nenhum réptil que se arrasta,
nem neles vos contamineis, para não serdes imundos por eles;” (Levítico 11.43).
·
“Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e imundos, e
entre as aves imundas e as limpas; e as vossas almas não fareis abomináveis por
causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra; as
quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas.” (Levítico 20.25).
·
“Vendo, pois, os filhos de Amom que se
tinham feito abomináveis para com Davi, enviaram os filhos de Amom, e alugaram dos sírios de Bete-Reobe
e dos sírios de Zobá vinte mil homens de pé, e do rei
de Maaca mil homens e dos homens de Tobe doze mil homens.” (II Samuel 10.6)
Com
base em tudo isto, podemos ver que a Grande Babilônia irá fazer com que cada um
seja repulsivo ao seu próximo, intensificando o ódio e desprezo nos corações
uns dos outros. Daí uns matarem os outros no segundo selo (Ap 6.4).
Embora
a Grande Babilônia pregue o ecumenismo, a verdade é que ela não tolera ninguém
que pense diferente dela, que vá contra seus interesses. Isto já está no seu
germe: desde sua origem em Babel que seu objetivo é reunir os povos em torno de
si, mas debaixo do seu nome. São unidos supostamente em prol da coletividade,
sem perceberem que estão sendo manipulados descaradamente. No final, o que se
tem é cada pessoa isolada no seu egoísmo, mas achando que estão unidas.
Por
outro lado, a Igreja de Jesus, embora não aceite nada impuro ou profano, jamais
recusa qualquer um que se arrependa e converta. A princípio, ela parece querer
isolar todos os discordantes. Contudo, a verdade é que ela se isola de tudo que
possa ser um bloqueio à verdadeira unidade.
A
Grande Babilônia aceita tudo a fim de isolar todos em sua mesquinhez e cobiça;
a Igreja só aceita aquilo que não ocupa o lugar de Jesus e Sua Igreja nos
corações.
Além
disto, não podemos esquecer que a besta do abismo não terá respeito ao amor das
mulheres:
·
Fisicamente,
irá tirar as mulheres de seus lares e remover a glória do Eterno de seus filhos
(Mq 2.9);
·
Espiritualmente,
irá se levantar contra tudo que as instituições religiosas chamam deus ou é
objeto de culto (Dn 11.37; 2Ts 2.4).
·
“E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do
sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande
admiração.” (Ap 17.6).
Para
entender a expressão “embriagada do sangue dos santos e das testemunhas de
Jesus”, analise o versículo abaixo:
·
“Porque este dia é o dia do Senhor DEUS dos Exércitos, dia de
vingança para ele se vingar dos seus adversários; e a espada devorará, e
fartar-se-á, e embriagar-se-á com o sangue deles; porque o Senhor DEUS dos
Exércitos tem um sacrifício na terra do norte, junto ao rio Eufrates.” (Jr 46.10).
O
efeito de beber sangue é trazer exasperação e intoxicar a alma com paixão e
desejo de vingança. A única vida que é digna de ser bebida é a da Cristo.
Tentar beber qualquer outro tipo de vida certamente trará loucura, alienação
dos verdadeiros conceitos e valores e perda do verdadeiro sentimento (Ef
4.17-19).
Note
como a mulher estava completamente fora de si por ter sido responsável pela
morte:
·
Dos
santos: daqueles que foram separados para uso exclusivo do Eterno antes de
Cristo;
·
Das
testemunhas de Jesus (veja
também Ap 18.24; 13.15; 16.6; Ap
6.9-10; 12.11). Ou seja,
daqueles que viveram a vida de Cristo em si (1Jo 5.9-11).
A
mulher ingerirá figuradamente o sangue ao sentir gosto na morte daqueles que
são de Jesus. E como a alma do ser humano é como o inferno que nunca se farta (Pv 27.20), quanto mais a mulher matar os
seguidores de Cristo, mais quererá matar. Daí Ap
18.23,24:
- “E nela se achou o sangue
dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.” (Ap 18.24).
Inclusive,
repare o que Jesus disse:
- “Portanto, eis que eu vos
envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e
a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade
em cidade; para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado
sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias,
filho de Baraquias, que matastes entre o
santuário e o altar.” (Mt
23.34,35).
Jesus está
dizendo que iria enviar Seus servos justamente para que os membros da Grande
Babilônia pudessem condenar a si mesmos, matando-os.
A Igreja, por outro lado, ingere o sangue de
Jesus (Jo 6.51-57)
e quando sente o gosto de conceder a vida de Cristo aos que o Eterno traz até
ela, mais prazer ela tem na beleza da santidade de Cristo (Sl 29.2;
96.9).
Os
mártires não tinham simplesmente uma opinião ou impressão que eles procuravam
aprimorar para ter do que se orgulhar e atrair discípulos após si. Eles criam
de verdade. Só se luta por aquilo que não se tem certeza (e que necessita de confirmação). Aquilo que é certo não necessita de
nada para ser confirmado.
Muitas
vezes não estamos entendendo a luta de (Ef 6.10-18). Nossa luta é para entrar no descanso
do Eterno (Hb 4.11).
Quando realmente estivermos profundamente convictos de tudo que Jesus e Sua
Palavra são, não precisaremos de lutar para convencer ninguém. O repouso em
nossa fé irá falar mais alto do que qualquer discurso eloquente e bem elaborado
dos ditadores deste mundo.
Os
fariseus e doutores da lei, por exemplo, acreditaram que tinham ficado livres
do Profeta que atormentou todos eles que moravam na terra. Eles selaram a pedra
e puseram uma guarda e retornaram para suas casas regozijando-se. Mas depois de
três dias Jesus ressuscitou. Algo semelhante se dará
quando as duas testemunhas estiverem profetizando.
João,
ao ver isto, ficou admirado com o mistério da mulher. Afinal, como Jerusalém,
que tinha sido a origem de Cristo e Sua doutrina poderia chegar neste estado
deplorável?
Para
esclarecer isto, o anjo, então, explica o mistério da mulher, ou seja, em qual
tipo de mistério Jerusalém se envolveu. É disto que trata os próximos
versículos:
·
“E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da
mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. A besta
que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que
habitam na terra ( cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a
fundação do mundo ) se
admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá.” (Ap 17.7,8).
Por
que João ficou admirado?
Uma
das coisas que certamente é de se admirar é: como que uma mulher, geralmente
cheia de medo, poderia ser capaz de montar tal monstruosa criatura. Além disto,
considerando que a Igreja verdadeira é constituída principalmente de pobres (ver Tg
2.5), como é possível que
esta mulher tivesse tão luxuosamente vestida.
Também,
como pode um Deus que não pode ver o mal e a opressão não pode contemplar (Hc 1.13), ter tanta tolerância para com ela?
Aqueles
que habitam na terra (nós
temos que habitar no céu – Ef 1.3; 2.6; Cl 3.1,2) cujos nomes não estão escritos no livro
da vida ficarão admirados com a besta. Ou seja, quem não é usado por Jesus com
certeza ficará maravilhado com qualquer processo que consiga vencer tudo e
todos, inclusive a morte (pelo
menos é o que todos pensarão quando cabeça golpeada de morte voltará a viver). A impressão que todos terão é que a
besta é como erva daninha: ainda que seja cortada, volta a crescer. Este tipo
de admiração não é para tomar conta dos que creem.
Note
que os nomes dos indivíduos já estão escritos no livro da vida desde a fundação
do mundo. É bem verdade que alguns foram eleitos para terem seus nomes riscados
(ver Êx 32.32,33; Ap 3.5; Sl 69.28).
Observe, todavia, que tudo está no controle das mãos do Eterno.
·
“Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete
montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco
já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que
dure um pouco de tempo. E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e
é dos sete, e vai à perdição.” (Ap 17.9-11).
Comparando
Apocalipse 13 com Apocalipse 17:
APOCALIPSE 13 |
APOCALIPSE 17 |
·
“E pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma
besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez
diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.” (Ap 13.1). |
·
“E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de
escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez
chifres.” (Ap 17.3). ·
“E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério
da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.7). |
·
“E pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta
que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e
sobre as suas
cabeças um nome de blasfêmia.” (Ap 13.1). |
·
“E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher
assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de
blasfêmia,
e tinha sete cabeças e dez chifres.” (Ap 17.3). ·
“E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não
receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com
a besta.” (Ap 17.12). |
·
“E pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha
sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as
suas cabeças um nome de blasfêmia.” (Ap 13.1). |
·
“A besta que viste foi e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os
que habitam na terra ( cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a
fundação do mundo ) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que
virá.” (Ap 17.8). |
Antes
de tudo, é preciso destacar a necessidade de sabedoria para entender o livro do
apocalipse (não
é para alguém tentar adivinhar o que significa os símbolos do apocalipse, mas
sim buscar entende-los).
Analisemos
primeiro a palavra monte. A princípio o único monte que agrada o Eterno é
aquele que Ele estabelece para morada da Sua casa, o Monte Sião (Is 2.2; Ap 21.10; Is 49:11; Dn 2.35):
·
“Parou, e mediu a terra; olhou, e separou as nações; e os montes
perpétuos foram esmiuçados; ou outeiros eternos se abateram, porque os caminhos
eternos lhe pertencem.” (Hc 3.6).
Qualquer
outro monte que surgir é, na verdade, uma afronta ao Eterno e Sua obra (Sl
68:16,17; Is 40:4; 41:15; 49:11; Ez
35:2). Note como Babilônia,
embora tenha sido usada pelo Eterno e, geograficamente, fosse um plano,
espiritualmente foi chamada de monte destruidor (Jr 51.25).
Montanhas
são também um emblema de grandeza e poder (ver Is 2:14; Jr 51:25; Dn 2:35).
Enfim,
os sete montes são as sete formas possíveis de se controlar a população. Também
representam sete reinos que conseguiram escravizar Israel com seus sete montes (métodos usados para manter as
pessoas cativas), tendo
como principal expoente um dos seus reis. E em Apocalipse 13.1, em cada cabeça
estava escrito um nome de blasfêmia.
Primeira Cabeça: Egito (Ezequiel 29.1-30.26).
Seu principal rei foi o faraó da
época de José. É bem verdade que o faraó de Êxodo 1, vendo que Israel
era mais poderoso, usou de astúcia para que eles não conseguissem enxergar o
quão forte eles eram. Para tanto, fez uso do sistema financeiro:
·
“O qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é
muito, e mais poderoso do que nós. Eia, usemos de sabedoria para com eles, para
que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também se ajuntem
com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra. E puseram sobre
eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. Porque edificaram
a Faraó cidades-armazéns, Pitom e Ramessés.” (Êx 1.9-11).
Fique
claro: não é através dos bens materiais, já que Israel também possuía isto, mas
através da economia, aumentando os impostos e levando-os a ficarem endividados.
Todavia,
foi com José que faraó fez aliança (Gn 41.39-44) justamente para cuidar da parte
econômica do reino. E José usou a economia para tornar todos os egípcios
escravos de faraó (Gn 47.19,20).
Isto
também é muito comum nos dias de hoje. Quando vamos ao banco, o dinheiro que
vemos na tela do computador, não é aquilo que efetivamente possuímos, mas sim
aquilo que nós e os outros achamos que temos. Tudo não passa de números na tela
do computador. Não é uma riqueza real, como ouro e prata, mas apenas promessas
de pagamento que não têm nenhum fundamento, mas tão somente apoiado nas
garantias dadas por um grupo de pessoas que nenhuma aceitação
têm diante do Eterno (ver
1Co 6.4).
E
não é segredo o quanto cobiçar dinheiro escraviza as pessoas:
·
“São assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça: ela põe
a perder a alma dos que a possuem.” (Pv 1.19).
·
“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em
muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e
ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa
cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas
dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a
piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” (1Tm 6.9-11).
·
“Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a
esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá
todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, enriqueçam em boas obras,
repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um
bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.” (1Tm 6.17-19).
Também
não podemos esquecer do relacionamento do Egito com Israel através de José, o
qual envolveu justamente o comércio (Gn 41.55-57). Detalhe: o que José fez com os
egípcios foi semelhante ao que o faraó de Êxodo fez com Israel.
Enfim,
a primeira frente de ataque é a economia.
Entendendo
que “blasfemar” é “se colocar no lugar de”, a melhor característica de Ha-Satan que tenta ocupar o lugar de Cristo neste caso é “aferidor de medida” (Ez 28.12). E a única razão para alguém querer
ocupar este lugar é mostrado abaixo:
·
“Ouvi isto, vós que anelais o abatimento do necessitado; e
destruís os miseráveis da terra, dizendo: Quando passará a lua nova, para
vendermos o grão, e o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e
procedendo dolosamente com balanças enganosas, para comprarmos os pobres por
dinheiro, e os necessitados por um par de sapatos, e para vendermos o refugo do
trigo.” (Am 8.4-6).
·
“É um mercador; tem nas mãos uma balança enganosa; ama a
opressão. E diz Efraim: Contudo me tenho enriquecido, e tenho adquirido para
mim grandes bens; em todo o meu trabalho não acharão em mim iniqüidade
alguma que seja pecado.” (Os 12.7,8).
·
“Ainda há na casa do ímpio tesouros da impiedade, e medida
escassa, que é detestável? Seria eu limpo com balanças falsas, e com uma bolsa
de pesos enganosos? (Mq 6.10,11).
Esta
cabeça lembra a Oholiau que se reunia em Laodicéia
que se achava rica e abastada e sem necessidade de coisa alguma física (Ap 3.16).
Segunda cabeça: Assíria (Na 3.1-9).
Seu principal rei foi Tiglate-Pileser.
Assíria
é caracterizada pela tecnologia e
poder militar, pois sempre que Israel fazia acordo com a Assíria era
por causa da sua tecnologia militar (2Rs 15.19,20; 16.7-9; 18.14-17; Ez
16.28; 23.7). Em
particular, o acordo mais escandaloso, foi o do rei Acaz,
que teve a capacidade de rejeitar abertamente o Eterno por já ter feito acordo
com Tiglata-Pileser, o rei da Assíria (2Rs 16.7; Is
7.10-13) em prol de obter
aparato militar contra o rei da Síria (2Rs 16.7).
É
bem verdade que Senaqueribe intentou conquista militar contra Jerusalém através
do medo (por
exemplo, Is 36.12-20; 37.10-13), visto ser a Assíria foi conhecida pela
conquista de muitos reinos (Is 36.19,20; 37.12,13).
Todavia,
a aliança mais marcante de Israel com a Assíria foi com Tiglate-Pileser.
E
que a tecnologia tem tudo haver com a área militar,
basta pensar que as grandes tecnologias que surgem têm em vista, primeiramente,
aprimorar as estratégias de guerra.
Aqui,
a melhor característica de Ha-Satan para ocupar o
lugar de Cristo é “deus das
fortalezas” (Dn 11.38).
O Eterno, que deveria ser o refúgio, torre forte e fortaleza de Israel (Sl 46.1;
61.3; 91.1; Pv 18.10), foi trocado pelos carros e cavaleiros dos poderosos
exércitos (Sl 20.7; 147.10,11).
Isto
lembra a Oholiau que se reunia em Esmirna, a qual estava com medo
das lutas que estavam para passar (Ap 2.10).
Terceira cabeça: Babilônia (Jr 50.1-51.64). Três reis merecem destaque aqui:
·
Ninrode,
por ter sido ele que fundou Babylon (Gn 1.8-10);
·
Hamurabe,
cujo código de leis é usado
até hoje no direito;
·
Nabucodonosor, através de qual a Babilônia teve sua
maior glória.
Note
que, embora a torre não tenha continuado a ser construída, Ninrode
não abandonou sua ideia. Ele consolidou Babel que, depois, veio a ser chamada
Babilônia: a colônia em torno de Babel.
Ao
contrário do que afirma o sistema religioso, Babilônia é um sistema muito bem
organizado (nada
confuso). Tanto que Grande
Babilônia é:
·
A
mãe das meretrizes, ou seja, do sistema religioso;
·
A
mãe das abominações da terra, ou seja, do sistema político e jurídico;
Antes
de Ninrode, não havia sistema algum. Os povos eram
organizados pelos seus clãs (ou
tribos, se preferir), onde
o homem mais velho era o chefe. Ele ditava as leis, julgava as pessoas e
determinava a quem eles iam adorar como deus.
Ninrode veio para uniformizar tudo isto, de
modo facilitar o comércio (e,
obviamente, a exploração das pessoas em nome de progresso que, supostamente,
iria facilitar a vida das pessoas).
Na verdade, este progresso só serviu para ficar mais fácil descartar as pessoas
e não ver motivo para buscar em Cristo uma mudança interior.
Não
é em vão que, na estátua de Nabucodonosor, a cabeça de ouro era Nabucodonosor:
para manter a unidade do império, ele usava de astúcia colocando pessoas
estrangeiras em sua corte. E note que Ananias, Misael e Azarias foram colocados
sobre os negócios das províncias e Daniel ficava na porta do rei, o que mostra
que eles responsáveis pela parte jurídica (Dn 2.48,49).
Por
serem estrangeiros, não corria o risco de eles crescerem a ponto de terem
chance de conquistar a atenção dos cidadãos da Babilônia e, com isto, usurpar o
trono. Ao mesmo tempo, o fato de cada povo ou tribo ter seu representante no
palácio, dava a eles a impressão de que havia alguém por eles diante do monarca.
Hoje,
em nome de uma comunhão hipócrita, procura-se prender os indivíduos nos
apriscos religiosos, com a desculpa que, com o fim da individualidade,
poder-se-á realizar o culto de um modo mais uniforme, organizado e eficaz. Não
é em vão que Paulo destaca que a unidade é no espírito, e não na carne (Ef 4.3), pois tal unidade não leva em conta as
limitações de cada um (Mt 25.14,15),
muito menos aquilo que o Eterno espera ser em cada indivíduo. Tudo é mecânico,
rituais vazios que, em nada, influenciam no caráter, muito menos a vida diária.
Esta
unidade lembra a Oholiau que se reunia em Éfeso: cheia de legalismos, mas
que há muito perdera o primeiro amor (Ap 2.4).
E
a melhor característica de Ha-Satan que tenta
substituir Cristo aqui é o “juízo
humano”:
·
“Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim,
Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são
de Deus, mas só as que são dos homens.” (Mt 16.23)
Desde
o princípio que Ha-Satan tentou o homem deste modo:
·
“Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus:
Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente
disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que
dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o
mal.” (Gn 3.3-5).
E
até hoje o homem insiste neste erro:
·
“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um
irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a
lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um legislador que pode salvar
e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tg 4.11,12)
·
“Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por
sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo
é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua
própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que
são vãos.” (1Co 3.18-20).
E
Israel sempre foi mestre em fazer mal uso da lei (e, por sinal, da lei dada pelo
Criador através do ministério de anjos – Atos 7.53):
·
“Porventura o trono de iniqüidade te acompanha, o qual forja o mal por uma lei?
Eles se ajuntam contra a alma do justo, e condenam o sangue inocente.” (Sl 94.20,21).
·
“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os
profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o
meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” (Jr 5.30,31).
·
“Os seus chefes dão
as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus
profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao SENHOR, dizendo: Não
está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.” (Mq 3.11)
·
“Já pereceu da terra o homem piedoso, e
não há entre os homens um que seja justo; todos armam ciladas para sangue; cada
um caça a seu irmão com a rede, as suas mãos fazem diligentemente o mal; assim
demanda o príncipe, e o juiz julga pela recompensa, e o grande fala da
corrupção da sua alma, e assim todos eles tecem o mal.” (Mq 7.2,3)
Quarta cabeça: Média-Pérsia (Dn
8.3-7,20-22; 10.13; 11.2).
Seu principal rei foi Ciro. Ele
fez aliança com os israelitas (Ed
1.2-4) com vista a oferecer
a Israel recursos naturais para reconstruir o templo. O fato de ter sido
simbolizada pelo urso em Daniel (Dn 7.5) e mencionada suas conquistas (em Isaías 45.1-3), revelam a força do império em
conseguir recursos naturais.
Note que foi pela força que os povos, durante o reinado da Média-Pérsia,
impediram que os israelitas reconstruíssem o templo (Ed 4.23,24).
Também
foi pela força que, depois, os reis da Média-Pérsia obrigaram os povos a
ajudarem, com recursos naturais, os judeus na reconstrução do templo (Ed 6.6-12; 7.14-24).
Sem
contar o rei Assuero que fez uma festa de cento e
oitenta dias para exibir as riquezas da glória do seu reino, e o esplendor da
sua excelente grandeza (Et
1.4).
Isto
lembra a Oholiau que se reunia em n, já que,
embora eles tivessem pouca força, ainda assim guardavam a palavra do Criador (Ap 3.8).
Aqui,
a melhor característica de Ha-Satan que se enquadra é
“deus das riquezas (Mamom - Mt 6.24)”.
E Israel era ávido por riquezas:
·
“Porque os seus ricos estão cheios de violência, e os seus
habitantes falam mentiras e a sua língua é enganosa na sua boca.” (Mq 6.12).
·
“Porque não sabem fazer o que é reto, diz o SENHOR, aqueles que
entesouram nos seus palácios a violência e a destruição.” (Amós 3.10).
·
“Conspiração dos seus profetas há no meio dela, como um leão que
ruge, que arrebata a presa; eles devoram as almas; tomam tesouros e coisas
preciosas, multiplicam as suas viúvas no meio dela.” (Ezequiel 22.25)
·
“Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas
orações. Estes receberão mais grave condenação.” (Marcos 12.40)
·
“Que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto, longas
orações. Estes receberão maior condenação.” (Lucas 20.47)
Quinta cabeça: Grécia (Dn 11.4). Seu principal rei não mencionado na
Escritura Sagrada (a
história afirma que é Alexandre, o Grande, que é o chifre notável de Daniel 8.8.
Contudo, como a Escritura Sagrada não menciona o nome dele, é melhor deixarmos
em branco). Talvez porque
todos fossem tão apegados à sabedoria
que não era preciso destacar um. Com certeza um destes reis fez aliança com
Israel com o objetivo de lhes conceder sabedoria.
Os
gregos são conhecidos por exaltarem a sabedoria (1Co 1.22).
Não é segredo que tudo na vida é influenciado pela nossa forma de ver (daí os judeus buscarem sinal, pois,
como Tomé, não enxergaram que mais felizes são aqueles que creem sem necessitar
da aprovação da sua limitação carnal para isto – Jo
20.29) e entender as coisas.
Tanto foi a influência da Grécia que Jesus se intitula o Alfa (primeira letra do alfabeto grego) e Ômega (última letra do alfabeto grego), como que mostrando a todos que é Nele
que estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2.3). Não existe sabedoria verdadeira que
não tenha partido de Jesus, muito menos que não conduza a Ele.
Jamais
devemos nos apoiar na sabedoria humana para resolver os problemas, mas sim no
poder do Eterno (1Co
4.19,20). Aliás, até a
pregação da Palavra do Eterno não pode estar apoiada na sublimidade das
palavras, mas no poder Dele (1Co 2.4,5).
Sem
Jesus, a sabedoria só serve como ferramenta para manter a mente dos indivíduos
presas ao erro e o pior: achando que estão agradando ao Eterno só porque
satisfazem à lógica deste mundo. Esquecem-se que a sabedoria do homem, além de
animal, terrena e demoníaca (Tg 3.15),
é loucura diante do Eterno (1Co
3.18-20).
Isto
lembra a Oholiau que se reunia em Pérgamo, repleta de doutrinas cuja
única finalidade era conduzir ao prêmio de Balaão aqueles que amam os bens
deste mundo (2Pe
2.15; Jd 11; Ap 2.14).
Aqui
a melhor característica de Ha-Satan para roubar o
lugar de Cristo é “deus deste século” (2Co 4.4).
Ha-Satan caiu, antes de tudo, por causa da formosura
da sua sabedoria:
·
“Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste
a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos
reis te pus, para que olhem para ti.” (Ez 28.17).
A
queda do ser humano começou pela busca da sabedoria fora do Criador:
·
“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu
fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” (Gn 3.6).
Edom e Tiro caiu por causa disto:
·
“A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas
fendas das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me
derrubará em terra?” (Ob 1.3).
·
“Pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste para ti
riquezas, e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros. Pela extensão da tua
sabedoria no teu comércio aumentaste as tuas riquezas; e eleva-se o teu coração
por causa das tuas riquezas;” (Ez 28.4-5).
E
foi no reinado de Salomão, o rei mais sábio de Israel segundo o mundo, que
Israel se encheu de templo aos deuses pagãos:
·
“Porque Salomão seguiu a Astarote,
deusa dos sidônios, e Milcom,
a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que
parecia mal aos olhos do SENHOR; e não perseverou em seguir ao SENHOR, como
Davi, seu pai. Então edificou Salomão um alto a Quemós,
a abominação dos moabitas, sobre o monte que está
diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos
filhos de Amom. E assim fez para com todas as suas
mulheres estrangeiras; as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses.”
(1Rs
11.5-8).
Sexta cabeça: Roma. Seu principal rei foi César (tanto que os líderes religiosos
preferiam tê-Lo como rei no lugar de Jesus - Jo
19.15). Através da politicagem eles estabeleciam
acordos, de modo a iludi-los com a ideia de que eram livres e, deste modo,
possuíam direitos, bem como possibilidade de crescerem rumo àquilo que
quisessem (daí
Herodes reformar o templo de Esdras).
Note como um centurião foi considerado digno de receber algo do Eterno por meio
de Jesus simplesmente porque lhes edificou uma sinagoga (Lc 7.4,5). Os líderes religiosos de Israel
fizeram aliança política com os romanos em troca de poderem permanecer no poder
político local (João
11.48).
Além
disto, vale lembrar o acordo político que o anticristo irá fazer com os Israelitas
(Dn 9.27).
Mas
como, se o corpo do quarto animal de daniel foi
destruído (Dn 7.11)?
De Roma só sobrou os dez chifres. Contudo, através do casamento dos líderes
israelitas (barro
– Jr 18.6) com o papado (Roma – ferro), serão gerados dez reis (Dn
2.41-43) e, em meio a eles,
surgirá o anticristo.
Neste
casamento, o marido (Roma) acaba sendo conduzido pela mulher (Israel), mesmo sendo a mulher a parte mais
frágil (o
que condiz com 1Pedro 3.7).
É
bem verdade que Roma foi caracterizada pelo seu alto poder destrutivo, capaz de
fazer tudo em pedaços (Dn 2.40).
Contudo, o seu relacionamento com Israel foi primeiramente político. Só no ano
70 D.C. é que o general Tito invadiu Jerusalém e fez tudo em pedaços, cumprindo
a profecia de Jesus (Mateus
24.2).
Isto
lembra a Oholiau de Tiatira que estava sendo
manipulada por Jezabel (Ap 2.20).
Aqui,
a melhor característica de Ha-Satan que se enquadra é
Jezabel
(a meretriz
imperiosa):
·
“Quão fraco é o teu coração, diz o Senhor DEUS, fazendo tu todas
estas coisas, obras de uma meretriz imperiosa!” (Ez 16.30).
Israel
começou mal a partir do momento que eles quiseram ser como as outras nações, ao
invés de ter o Eterno como seu rei):
·
“Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não,
mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos como todas as outras nações;
e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.” (1Sm 8.19,20).
Isto
piorou com Salomão que, para fazer aliança política, se casava com princesas:
·
“E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da
filha de Faraó: moabitas, amonitas,
edomitas, sidônias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos
de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira
perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu
Salomão com amor. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas
concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.” (1Rs 11.1-3).
A
partir daí, Israel começou a eleger reis sem consultar o Criador:
·
“Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas
eu não o soube; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem
destruídos.” (Oséias 8.4).
Por
fim, Jerusalém se tornou mestre em se prostituir (seja fisicamente ou com outros deuses, ou ambos) para estabelecer alianças políticas,
principalmente com vistas a proteção militar:
·
“Também te prostituíste com os filhos do Egito, teus vizinhos
grandes de carne, e multiplicaste a tua prostituição para me provocares à ira.
Por isso estendi a minha mão sobre ti, e diminuí a tua porção; e te entreguei à
vontade das que te odeiam, das filhas dos filisteus, as quais se envergonhavam
do teu caminho depravado. Também te prostituíste com os filhos da Assíria,
porquanto eras insaciável; e prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste
farta. Antes multiplicaste as tuas prostituições na terra de Canaã até Caldéia,
e nem ainda com isso te fartaste.” (Ez 16.26-29).
·
“Enamorou-se dos filhos
da Assíria, dos capitães e dos magistrados seus vizinhos, vestidos com primor,
cavaleiros que andam montados em cavalos, todos jovens cobiçáveis.” (Ez 23.12).
E
não será diferente quando Jesus estiver para vir novamente:
·
“Quanto ao que viste do
ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não
se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.” (Dn 2.43).
Ou
seja, o que temos aqui é o espírito de Jezabel agindo
nas mulheres, incentivando-as a seduzirem os homens a fim de perverter-lhes o
coração (como
se deu em Nm 25.1,2) e induzi-los a:
·
estabelecerem
alianças que nada tem a ver com o Criador;
·
prostituírem
e, com isto, contaminá-los com suas imundíces, de
modo que venham a adorar outros deuses;
Como
exemplo, tem-se o movimento feminista que visa usar as mulheres para controlarem
os homens, seja diretamente ou nas sombras, tal como se deu com Jezabel.
Sétima Cabeça: Israel. Seu principal rei será o anticristo, o qual fará aliança
com os líderes religiosos de Israel por sete anos (Dn
9.24-27) em prol da
religião deles: reconstrução do templo e restauração do culto judaico.
Veja
como a Escritura Sagrada se refere a ele:
·
“E tu, ó profano e ímpio príncipe de Israel, cujo dia virá no
tempo da extrema iniqüidade, assim diz o Senhor DEUS:
Tira o diadema, e remove a coroa; esta não será a mesma; exalta ao humilde, e
humilha ao soberbo.” (Ez 21.25,26).
Aqui
é preciso prestar muita atenção. O anticristo não é a besta do mar, mas apenas
uma de suas cabeças (a
sétima). Contudo, o oitavo
rei não é apenas uma cabeça (mesmo
porque a besta não tem oito cabeças),
mas sim a besta toda.
O
oitavo rei não é “um dos sete”, mas “dos sete”, ou seja, irá agregar a si o
poder e influência dos sete reis anteriores, inclusive, a característica do
anticristo de ser o homem do pecado, tendo como pai a perdição (2Ts 2.3-8).
Detalhe:
a expressão “filho da perdição” só é usada para o anticristo e Judas (Jo 17.12). Ele foi filho da perdição porque foi
por meio dele que Jesus foi entregue às autoridades religiosas (levando a sociedade para longe de
Jesus). O anticristo será
filho de perdição também porque é ele quem irá levar a sociedade para bem longe
de Jesus (afinal,
ele irá se passar pelo Messias).
Para
ser mais preciso: a besta que sobe do mar não é um
indivíduo, mas a monstruosidade que surge quando o povo tenta governar este
mundo sem o Eterno. A besta do mar é o regime de governo mundial feroz (tirano) que visa governar tudo e todos pela
força do medo (ver
Hb 2.14,15).
A Grande Babilônia irá acrescentar a isto a força de sedução dos prazeres deste
mundo intensificados pela possessão demoníaca que fará o indivíduo sentir um
prazer além de toda a imaginação.
Ela
irá se assentar sobre os sete poderes deste mundo (sete montes) ou, se preferir, irá fazer uso de todos
eles para tornar sua sedução mais ampla e sensual. Ela não controla tais
poderes, mas lhe é concedido acesso a todos eles. Em outras palavras, seu vinho
é constituído do que o mundo tem de melhor, somado ao modo de capacitar a carne
para chegar ao extremo do prazer por meio disto.
Quando
a sétima cabeça (o
anticristo) for golpeada de
morte (Ap 13.3),
o anjo do abismo possuirá o corpo do anticristo (simulando uma falsa ressurreição, o que fará o povo a
acreditar ainda mais que ele era o Messias prometido, pois estará simulando o
que Jesus fez) e agregará a
si todo o poder das sete cabeças e dos dez chifres, vindo a ser “a besta que sobe do abismo”. E como Israel é a sétima cabeça, agora
Israel será considerado como a besta toda (daí dizer que a besta “era”, “não é”, mas “há de vir”).
Para ser mais exato, o anjo do abismo será
tudo que besta do mar é, mas de uma só vez e de modo intensificado por toda
eficácia de Ha-Satan (2Ts 2.9).
É
bem verdade que apenas Jesus é quem tem a chave da morte e do inferno, sendo
Ele a Ressurreição e a Vida (Jo 11.25).
Logo qualquer ressurreição é impossível ocorrer sem Cristo:
·
“E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da
morte e do inferno.” (Ap 1.18).
·
“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais
viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete
chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a
terra.” (Ap 5.6).
Mas
a aparente ressurreição do anticristo (sétima cabeça)
é suficiente para deixar o povo maravilhado (Ap 13.3).
Detalhe:
nas dores de parto a qual preparam para a regeneração, há também terremotos e
perturbações por meio das quais o anticristo sobe ao poder (“mar”, Ap
13.1; Mc 13.8; Lc 21.9-11).
Israel
é caracterizado pela religião,
visto que dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação de toda a terra (Jr 3.9; 23.15).
Esta
cabeça lembra a Oholiau de Sardes, a qual tinha nome
de que vivia (em
virtude das inúmeras obras praticadas),
mas estava morta em delitos e pecados (Ef 2.1,2). Suas obras não eram justas diante do
Eterno, mas mero ritualismo religioso.
A
melhor característica de Ha-Satan para tentar o lugar
de Cristo aqui é baalins
(idolatria, obra
das mãos):
·
Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos, e à
obra das nossas mãos já não diremos mais: tu és o nosso deus; porque por ti o
órfão alcança misericórdia.” (Os 14.3).
·
“Os ídolos deles são prata e ouro, obra
das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não
cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai
da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos
os que neles confiam.” (Sl 115.5-8).
A
ordem era que a memória deles fosse apagada dos céus:
·
“Totalmente destruireis todos os lugares, onde as nações que
possuireis serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os
outeiros, e debaixo de toda a árvore frondosa; e derrubareis os seus altares, e
quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e destruireis
as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar.”
(Deuteronômio
12.2,3)
A
verdadeira obra do Criador não é aquilo que podemos fazer por ele, mas sim que
o Ele fez e quer fazer por todos nós e através de nós.
Veja
como tudo se encaixa harmoniosamente:
·
Cinco
tinham caído na época de João: Egito, Assíria, Babilônia, Média-Pérsia, Grécia;
·
Um
existia na época de João: Roma.
·
Outro
ainda não era vindo: o anticristo.
·
a
besta era e já não é, mas que virá: na época de João Israel não existia mais
como nação. Outrora, tinha existido e foi um império grandioso na época de
Salomão (1Rs
4.21-28) e veio a aparecer
em 1948.
Enfim,
as sete cabeças são os sete montes que permitem a alguém obter o controle
mundial, o qual também tem ligação com os sete impérios mundiais que fizeram
acordo com Israel, a saber:
Montes |
Império |
Rei expoente |
Igreja |
Nome de Blasfêmia |
Economia
(comércio) |
Egito |
Faraó
da época de José |
Laodicéia |
aferidor
de medida (Ez 28.12) |
Tecnologia
e Poder militar |
Assíria |
Tiglate-Pileser |
Esmirna |
deus
das fortalezas (Dn 11.38) |
Leis
(sistema
jurídico) |
Babilônia |
Nabucodonosor |
Éfeso |
juízo
humano (Tg 4.11,12) |
Recursos
naturais |
Média-Pérsia |
Ciro |
Filadélfia |
Mamom (Mt 6.24) |
Comunicação
(sabedoria) |
Grécia |
- |
Pérgamo |
deus
deste século (2Co
4.4) |
Política |
Roma |
César |
Tiatira |
Jezabel (Ap 2.20) |
Religião |
Israel |
Anticristo |
Sardes |
baalins |
A
mulher, Jerusalém (Grande
Babilônia), está assentada
sobre estes sete montes, ou seja, irá se firmar nestas sete coisas que estarão
sob controle da besta do abismo, o qual até o final da septuagésima semana
estará do lado dela.
A
característica fundamental do reinado do anticristo é que ele irá durar pouco
tempo (sete
anos), subirá do abismo e
irá à perdição (daí
ser chamado de filho da perdição – 2Ts 2.3).
Abismo
é uma palavra usada para designar depósito de águas subterrâneas (Gn 7.11), profundezas dos mares (Sl 107.26), vasta quantidade de águas quando o
mundo estava sendo formado (Gn 1.2; Pv 8.27) e também o abismo que separa o Seio de
Abraão do inferno no mundo dos mortos (Sl 88.11; Rm
10.7; Lc 16.26).
Dá a entender que este abismo está repleto de águas.
Inclusive,
não é em vão que a besta que sobe do abismo é atirado vivo no lago que arde com fogo e enxofre. Afinal,
ela já viera do abismo e, portanto, só restava a condenação final. Ela sai da
perdição (abadom)
e vai para a perdição (confirmando
Sl 42.7; Rm 11.16, onde
tudo que começa bem termina bem e tudo que começa mal termina mal).
Fica
uma dúvida: por que o falso profeta também é atirado no lago de fogo e enxofre
ao invés de ir para o inferno, como todos os demais? Porque ele é a blasfêmia
viva contra o Espírito Santo (Mt 12.31,32).
Enquanto
que a besta na qual esta mulher está assentada tinha um nome de blasfêmia em
cada cabeça em Ap 13.1, aqui esta
besta está repleta de nomes de blasfêmia (Ap 17.3). Ou seja, o contato com a mulher
multiplicou o nome de blasfêmias na besta. Para ser mais exato: quem deu
condições para a besta do abismo blasfemar foi Jerusalém (Jr 23.15), tal como Balaão, embora conhecesse o
Senhor, ensinou Balaque a armar tropeços para Israel
prostituir e idolatrar (Ap 2.14).
Veja
o que há comum na queda de reis:
·
“E te deixarei no deserto, a ti e a todo o peixe dos teus rios;
sobre a face do campo cairás; não serás recolhido nem ajuntado; aos animais da
terra e às aves do céu te dei por mantimento.” (Ez 29.5);
·
“Assim diz o SENHOR: Também cairão os que sustém o Egito, e
descerá a soberba de seu poder; desde a torre de Syene
ali cairão à espada, diz o Senhor DEUS.” (Ez 30.6);
·
“E eis agora vem um carro com homens, e um par de cavaleiros.
Então respondeu e disse: Caída é Babilônia, caída é! E todas as imagens de
escultura dos seus deuses quebraram-se no chão.” (Is 21.9).
Além
disto, a besta do mar e do abismo também tinha sete cabeças e dez chifres, tal
como o dragão (Ap 12.3).
A única diferença é que, enquanto as coroas (diademas)
estão nas sete cabeças do dragão, na besta, elas estarão nos dez chifres.
Esta
diferença deve-se ao fato de que, enquanto em toda a história da humanidade os
reis, entronizados por Ha-Satan, faziam uso da
astúcia para manipular as pessoas, a besta do abismo opta por cultuar as forças
(Dn 11.38),
achando que é pela força que se obtém o controle de tudo.
Isto
pode ser visto em:
·
“O qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é
muito, e mais poderoso do que nós. Eia, usemos de sabedoria para com
eles, para que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também
se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra.” (Êx 1.9,10).
·
Veja
o modo como Senaqueribe, através de Rabsaqué, tenta desanimar o rei Ezequias (2Rs 18 e 19).
·
Veja
as alianças feitas pelos reis da Babilônia (Dn 2.48,49), Média-Persia
(Et
10.1) e Roma com Israel (Jo 19.15);
·
Sem
contar que o anticristo é conhecido por ser mestre de intrigas e, por meio
disto, sobe ao poder (Dn 8.23-25; 11.21).
·
E
não pense que os gregos ficaram de fora. Eles, com sua “sabedoria”,
simplesmente influenciaram a cultura do mundo inteiro, incluindo Israel (analise 1Co 1.22).
Ainda
que todos estes reinos usassem o poderio militar (ou usará, no caso do anticristo), o que os manteve no poder foi e será a
sagacidade.
·
“E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o
reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta.” (Ap 17.12).
Eles
não são reis, mas receberão poder como se fossem reis (não como presidentes, imperadores,
xás, sultões, primeiros ministros, etc., mas como reis). Note como estes dez recebem este tipo
de poder juntamente com a besta (até então, o poder deles será parcial – em parte forte,
em parte frágil – Dn 2.41-42) durante uma hora, ou seja, no final da
septuagésima semana, quando eles destruírem toda a Grande Babilônia (a besta do mar + mulher montada
nela).
Estes
reis são dez das treze famílias de banqueiros internacionais mais ricas do
mundo.
No
momento, eles ficam apenas nos bastidores, usando os governos como fantoche.
Quando chegar o momento de elegerem o anticristo, dez das treze famílias vão
escolher um fantoche e serão empossados reis juntamente com a besta.
No
entanto, o falso profeta irá se desentender com três deles (Dn 7.20) e as outras três famílias que ficaram
de fora ocuparão o lugar dos três que serão derrubados.
·
“Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade
à besta.” (Ap 17.13).
Estes
dez reis, então, entregarão todo seu poder e autoridade nas mãos do fantoche
deles.
·
“Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá,
porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele,
chamados, e eleitos, e fiéis.” (Ap 17.14).
Características
do conquistador:
·
Quem
vence? O Cordeiro é o
vencedor, e não a besta. Ou seja, não é a aparência ou o poderio carnal que
determina a vitória. Jesus vence, não como leão, mas como cordeiro;
·
Por
que Ele vence? Porque
Ele é o Rei dos reis e Senhor dos Senhores (Ap 19.16; Dn
2.47). Jesus vencerá, não
por causa do que Ele fará, mas por ser quem Ele é: o ser supremo. O ser humano
fica lutando para vencer simplesmente porque quer ocupar o lugar dos outros,
ser o que não é. Cada um é para vencer naquilo que é e na missão que o Eterno lhe
designou.
·
Com
quem Ele vence? Com
aqueles que são chamados:
o
Eleitos: foram escolhidos por Ele para aquilo
que Ele deseja;
o
Fiéis: aqueles em que a fidelidade de Cristo
os faz dedicados e zelosos com relação ao Eterno e Sua vontade para com eles.
Os soldados deste mundo não se engajam
na guerra por amor à justiça e verdade, mas por motivos sórdidos e sinistros.
Alguém
pensaría que um exército de cordeiros encabeçado por
um cordeiro jamais poderia prevalecer contra um exército de lobos encabeçado
por uma besta monstruosa inspirada por um grande dragão vermelho. Contudo, é
bom lembrar que Jesus é manso, não por causa dos homens, mas por causa do
Eterno. Ele não é fraco e tenro como um cordeiro quando se trata do cumprimento
do plano do Eterno.
·
“Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um
cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus
tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.” (Is 53.7)
Um
Cordeiro e, contudo, Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Parece um paradoxo.
Como isto é possível?
1.
Por
direito e autoridade:
Ele é Filho do Homem, mas também Filho do Eterno (Sl 2.1,2);
2.
Por
virtude do Seu sacrifício;
3.
Pelo
poder da mansidão:
mansidão é poder, sacrifício é soberania, perder a vida é ganhá-la (Mt 10.39), a cruz produz coroa.
4.
Pela
Sua pura consciência (Rm 2.15).
5.
Pela
graça que Ele concede a Seu povo.
Pela paciência, eles são capazes de fazer calar o inimigo (Tt 2.8; 1Pe
3.16).
6.
Por
aquilo que Sua presença faz na vida do Seu povo (ver Fp 4.1; 1Ts 2.19).
Como
o Cordeiro é, por direito, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Dn 2.47; Ap 19.16; Dt 10.17; 1Tm 6.15), mesmo em sua aparência humilde e
sofredora, Ele vence. Isto é para nos ensinar que a vitória não vem pela
multidão de força e poder (Ec 9.11),
mas pelo favor de Jesus por nós (Zc 4.6). Quem tem a autoridade de Cristo (Mt 28.18), ou seja, está com Ele, pode ir entre
os lobos como cordeiro (Mt 10.16)
que já é mais que vencedor (Rm 8.37; Pv 16.7). O Favor de Jesus é superior a todo
poder do inimigo.
·
“E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são
povos, e multidões, e nações, e línguas.” (Ap 17.15).
Como
Ha-Satan dissimula as coisas do Eterno, ele colocou
sua grande meretriz (besta
do abismo mais mulher)
sobre muitas águas, tal como o Eterno é visto se assentando sobre o dilúvio (Sl 29.10):
·
“O SENHOR se assentou sobre o dilúvio; o SENHOR se assenta como
Rei, perpetuamente.” (Sl 29.10).
Eis
o que compõe as águas onde a grande meretriz está assentada:
·
Povos
-> Indivíduos de uma dada nação que se identificam com ela;
·
Multidões
-> Conjunto de várias tribos que vivem de modo independente na nação onde
estão;
·
Nações
-> Cada país, como uma pessoa jurídica;
·
Línguas
-> Cada forma de comunicação existente.
·
“E os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a
prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão
no fogo.” (Ap 17.16).
Quanto
ao fato de esta mulher ter sido queimada, trata-se de uma punição legal:
·
“E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se,
profana a seu pai; com fogo será queimada.” (Levítico 21.9)
O
pensamento de comer este tipo de carne é tomado do Testamento da Lei:
·
“Quando os malvados, meus adversários e meus inimigos, se
chegaram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e caíram.” (Sl 27.2).
·
“E que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e
lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne dentro
do caldeirão.” (Mq 3.3).
·
“E naquele dia será diminuída a glória de Jacó, e a gordura da
sua carne ficará emagrecida.” (Is 17.4).
E
eis o que isto significa:
·
“Caiu, pois, sobre mim o Espírito do SENHOR, e disse-me: Fala:
Assim diz o SENHOR: Assim haveis falado, ó casa de Israel, porque, quanto às
coisas que vos sobem ao espírito, eu as conheço. Multiplicastes os vossos
mortos nesta cidade, e enchestes as suas ruas de mortos. Portanto, assim diz o
Senhor DEUS: Vossos mortos, que deitastes no meio dela, esses são a carne e ela
é o caldeirão; a vós, porém, vos tirarei do meio dela.” (Ez 11.5-7).
Ou
seja, matavam os indivíduos para se alimentarem daquilo que eles foram e
tiveram.
Na
metade da septuagésima semana, o Eterno permitirá que a besta que sobe do abismo destrua e queime muitas casas e seus
moradores (todos
os que apoiam rigidamente o sistema de culto israelita).
·
“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que
falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; então, os que
estiverem na Judéia, fujam para os montes; e quem estiver sobre o telhado não
desça a tirar alguma coisa de sua casa; e quem estiver no campo não volte atrás
a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que
amamentarem naqueles dias!” (Mt 24.15-19).
·
“Eis que vem um dia do Senhor, em que os teus despojos se
repartirão no meio de ti. Pois eu ajuntarei todas as nações para a peleja
contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as
mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro mas
o resto do povo não será exterminado da cidade.” (Zc 14.1-2).
Quando
isto estiver prestes a acontecer o Eterno dará Seu ultimato aos fiéis de
Israel:
·
“E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para
que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas
pragas.” (Ap 18.4).
Só
ficarão no que sobrou de Jerusalém os que reconhecerem o anticristo como deus (Dn 11.39), mesmo assim sob regime de servidão. Os
que não o reconhecerem serão levados em cativeiro. Todavia, o Eterno irá salvar
Seus fiéis:
·
“E o SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou,
sim, no dia da batalha. E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das
Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras
será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale
muito grande; e metade do monte
se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos
meus montes, pois o vale dos
montes chegará até Azel; e fugireis assim como
fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias,
rei de Judá....” (Zc 14.3-5).
·
“E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que
voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos,
e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua
boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse
arrebatar. E a terra ajudou a
mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.” (Ap 12.14-16).
·
“E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima
parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais
ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.” (Ap 11.13)
Ele
fará a terra abrir Sua boca para engolir o exército da besta do abismo, ou
seja, enviará um terremoto que fará o Monte das Oliveiras se dividir em duas
partas (para
o oriente e para o ocidente)
a fim de que os eleitos tenham por onde escapar. Enquanto eles estão escapando,
Ele moverá uma das metades do monte para o norte e a outra metade para o sul, o
que causará a queda de muitas pedras que irá soterrar o exército da besta do
abismo.
Neste
grande terremoto sete mil morrerão e a décima parte de Jerusalém cairá.
Neste
período Jerusalém será morada de demônios (Ap 18.2).
No
final, da septuagésima semana, o Eterno, então, ordenará o derramamento da
sétima taça, a qual trará um grande terremoto que dividirá Jerusalém em três
partes:
·
“E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto,
como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão
grande terremoto. E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as
cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar
o cálice do vinho da indignação da sua ira.” (Ap 16.18,19).
Após
o terremoto, haverá praga, morte, pranto e fome para os que ainda restaram em
Jerusalém:
·
Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a
fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga.” (Ap 18.8).
Depois
de tantas pragas (seis
taças), a besta que sobe do abismo e os dez chifres ficarão revoltados com tudo
que de alguma forma tem relação com o Criador e, por isto, farão uma destruição
por completo de Jerusalém, bem como de todo o sistema político-religioso
existente no mundo:
·
“E os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a
prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão
no fogo.” (Ap 17.16).
É
a besta do abismo querendo ser deus:
·
“O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus,
ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo
parecer Deus.” (2Ts 2.4).
Repare
como os próprios aliados (amantes) de Jerusalém são os responsáveis pela
destruição dela (como
se vê em Ez 16.37; 23.25-30; Os
2.3). Embora a besta e os
dez reis pareçam estar do lado dela, no íntimo eles a odeiam (ver Pv
23.7).
Pelo
poder mundano de Roma, Jerusalém crucificou Jesus; por este mesmo poder
Jerusalém foi destruída em 70 D.C. A prostituição de Israel com Assíria e
Babilônia resultou em ser levado em cativeiro por eles. De igual modo, Israel,
ao se apoiar no Egito, o qual é uma cana quebrada, acabou transpassado por ele
e, por fim, o Egito foi punido.
De
igual modo, os israelitas apóstatas começarão governando o mundo por meio da
besta do abismo e acabarão sendo destruídos pelo oitavo rei que tomou conta
desta mesma besta.
Quando
chegar a hora da queda definiva da Grande Babilônia,
ela (Jerusalém) será destruída de vez.
Após
isto, a besta do abismo mobilizará todas as nações para aniquilarem de vez com
todos os seguidores de Cristo que se encontram no Vale de Jeosafá
(também chamado
Vale da Decisão ou Armagedom), já que é para lá que o “um terço” irá
fugir:
·
“Porque, eis que naqueles
dias, e naquele tempo, em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém,
congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá;
e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança,
Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra.” (Jl 3.1,2).
Entenda:
os outros dois terços serão extirpados: parte da metade que foi para o
cativeiro e a metade que permaneceu na cidade (Zc 14.2). O um terço remanescente estará sendo
passado pelo fogo da perseguição pela besta que sobe
do abismo:
·
“E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes
dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei
passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a
prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a
ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus.” (Zc 13.8,9).
Quando
não houver mais escapatória, Jesus virá com todos os santos (Zc 14.5):
·
“...Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos com ele.” (Zc 14.5).
Quando
chegar o momento do fim, nada poderá salvar a Grande Babilônia:
·
“E dizendo: Ai, ai daquela grande cidade! que estava vestida de
linho fino, de púrpura, de escarlata; e adornada com ouro e pedras preciosas e
pérolas! porque numa hora foram assoladas tantas riquezas.” (Ap 18.16).
·
“E dirás: Assim será afundada Babilônia, e não se levantará, por
causa do mal que eu hei de trazer sobre ela; e eles se cansarão. Até aqui são
as palavras de Jeremias.” (Jr 51.64).
Enfim,
Jerusalém:
·
Ficará
nua porque todos os rituais sagrados que eram feitos, bem como o templo serão
destruídos. Todos finalmente enxergão que toda aquela prosperidade era
enganosa. Sua espiritualidade era vazia e inútil.
·
Ficará
desolada porque ela será totalmente destruída, queimada no fogo, vindo a ficar
deserta;
·
Terá
sua carne comida porque será devastada a tamanha riqueza que ela adquiriu (Ap 18.8,16;
ver Ps 14:4; 27:2; Jer 10:25; Mic
3:2,3) e seus moradores serão largados mortos
pelas ruas e campos (ver
Ap 19.17,18).
Vem
a questão: por que a besta e os dez chifres odiarão tanto a mulher (Jerusalém), a ponto de fazer tal crueldade com ela
(ainda mais considerando
o lucro que ela dara – ver Ap
18.3,9-11)? Porque o desejo
de controlar diretamente a todos é maior. Eles não confiam em nada, nem em
ninguém, senão neles mesmos. Eles querem controlar a todos a fim de terem
certeza de que ninguém irá atrapalhar seus interesses, nem consumir os recursos
naturais de que tanto necessitam. Querem ser deuses, a ponto de decidirem até
mesmo quem deve morrer (a
fim de diminuir o consumo de recursos naturais) e quem tem permissão para viver (os que se sujeitam sem reservas a
aceitarem todas as suas imposições e limitações).
·
“Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma
mesma idéia, e que dêem à
besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.” (Ap 17.17).
Os
dez chifres têm poder externo, mas eles não conseguem, através disto, controlar
toda a população mundial. É necessário a habilidade, a sutileza, a sabedoria,
os quais são encontrados apenas no domínio espiritual. É aí que a mulher entra:
é ela quem controla e guia a besta para atingir este objetivo.
Contudo,
no final da septuagésima semana, os dez chifres, não querendo mais qualquer
espécie de interferência (seja
física ou espiritual),
entregam todo seu poder à besta do abismo e destroem toda fonte de poder.
Com
o fim de todo poder político e religioso, durante uma hora, a besta do abismo
se proclamará deus e imperador do mundo e reinará absoluto neste mundo. Sua
vontade é uma: acabar de vez com Jesus e tudo que Ele representa neste mundo.
Assim, convocarão todos para perseguirem os seguidores de Cristo. Depois de uma
hora Jesus vem e, então, todos os povos do mundo passarão a guerrear
diretamente contra Ele.
Fique
claro que quem se rebelará são os dez chifres, os quais não eram reis na terra,
mas receberão poder como reis por uma hora. Os que realmente são reis da terra
não se rebelarão contra ela, mas lamentarão sua queda.
E
o detalhe é que tudo isto é plano do Eterno.
·
“Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que
agora resiste até que do meio seja tirado;” (2Ts 2.7).
Quando
chegar o momento certo o Eterno, que agora resiste ao domínio da besta, irá
apoiá-lo. Note que os dez reis dão à besta seu reino a fim de que o intento do
Eterno seja cumprido, para que todas as Suas palavras se cumpram. Ou seja,
muitas vezes, ir contra o mal que toma conta deste mundo é, na verdade, ir
contra o próprio Eterno.
Mas
por que o Eterno faz isto? Ele tem ordenado o pleno suporte político dos dez
reis à besta do abismo, pois, ao assim fazer, o Eterno concede ao mundo
exatamente o que ele deseja: uma religião e governantes sem piedade e sem o
verdadeiro Deus e Sua Palavra.
Que
fique claro: o Eterno não impõe um sentimento; tão somente permite que cada um
seja entregue aos desejos de seu coração (Rm 1.28).
Detalhe:
os feitos dos perversos, mesmo quando efetuando os propósitos do Eterno, não
trazem alegria para eles mesmos. Apenas os justos se regozijam (Ap 18.20).
·
“E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da
terra.” (Ap 17.18).
Inicialmente,
a mulher se encontra embutida nos chifres da segunda besta que tinha chifres
como de cordeiro, ou seja, que terá aparência de piedade. Depois ela é vista
como uma mulher extremamente sedutora conduzindo a besta que sobe do abismo.
Esta
mulher, que deveria ter Jesus como marido, preferirá se casar com a besta do
abismo e prostituir com os reis da terra:
·
Usar
política e diplomacia;
·
Fazer
da carne o seu braço (Jr
17.5);
·
Buscar
nos poderes mundanos proteção contra ameaças (ver Is 30.1-3; 31.1-3).
·
Usar
coisas profanas para propósitos santos e vice-versa;
·
Espalhar
seu domínio por meio da espada, comércio, comunicação, religião, política,
tecnologia, etc.;
·
Fascinar
indivíduos por meio de rituais extremamente sensuais (por exemplo: danças, capoeira, etc.);
·
Tornar-se
senhora de cerimônia para dignatários do mundo;
·
Lisonjear
príncipes e indivíduos;
Ajuntando
uma coisa com a outra, apesar de sua aparência sexy e atraente, por dentro ela
é uma besta infernal. Por isto ela não tem medo da besta: ela é uma besta:
sensual, mas furiosa, inquieta (Pv 7.11).
Qual
é a cidade que domina sobre (todos) os reis da terra? Note que não há
nenhuma restrição, o que significa que se trata de TODOS os reis da terra.
Roma, nem nenhuma outra cidade, até hoje, dominou sobre TODOS os reis da terra.
Logo,
esta profecia ainda não se cumpriu. É bem verdade que João fala no presente.
Contudo, é bom lembrar que João não teve simplesmente uma visão, mas “foi
levado em espírito” (Ap 17.1)
até o dia em que tudo isto há de cumprir. Ou seja, o presente para João é o
final da septuagésima semana.
E
qual é a cidade
que irá dominar mentes e corações de todos os reis da terra? Com certeza é
Jerusalém. Embora Israel seja um país pequeno e com relativamente poucas
riquezas naturais (se
comparadas com outros países),
ainda assim Nabucodonosor fez questão de colocar seu exército sitiando
Jerusalém quase um ano e meio (Jr
52.4-6).
Sem
contar Roma que fez questão de fazer acordo com Israel, a ponto de Herodes vir
a gastar quarenta e seis anos reconstruindo o templo de Jerusalém e se empenhar
em fazer uma construção esplêndida (Jo 2.20) e um centurião construir uma sinagoga
para os israelitas (Lc 7.2-5).
Mesmo
quando Tito invadiu Jerusalém em 70 D.C., pense: por que o imperador de Roma
iria fazer tanta questão de empreender tal destruição, a menos que considerasse
a rebelião dos israelitas uma terrível ameaça para
eles?
Você
pode questionar: mas quando João teve as visões do apocalipse (cerca de 90 D.C.) Jerusalém estava arrasada. Sim, mas
tudo que ela foi no passado estava impregnado na mente de todos. Haja visto a
perseguição de Roma contra os seguidores do Eterno.
E
hoje, então? Note como Israel faz parte do noticiário caríssimo de todos os telejornais?
Israel está no centro de todas as negociações internacionais.
E
no futuro, quando todo o apocalipse for se cumprir, Israel será a sede principal
do governo e religião mundiais.
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