APOCALIPSE 21.9 a 22.6
INTRODUÇÃO
Oito
coisas que acontecerão no milênio:
I. Jesus iluminará o mundo (Ap
21.23);
II. Águas vivas sairão de Jerusalém (Ap
22.1);
III. As árvores darão seu fruto de mês em mês (Ap
22.2);
IV. Todos os lugares desolados de Israel serão reconstruídos;
V. Jerusalém será construído de pedras preciosas (Ap
21.19-21);
VI. A vaca e a ursa pastarão juntas (Is
11.7);
VII. Uma aliança será feita entre Israel e todos os
animais do campo e répteis da terra (Os 2.18);
VIII.
Não há mais nem
choro, nem clamor, nem dor no santo monte do Criador (Is
11.9).
Características da Nova Jerusalém de hoje (espiritualmente) e
do milênio (fisicamente):
·
Há templo fora da Nova Jerusalém: ainda há
imperfeição, fraqueza e limitações que nos impede de servir Jesus na vida dos
indivíduos.
· As
portas (Ap
21.20): as condições de entrada;
· Os
fundamentos (Ap
21.19): embora Jesus seja o único fundamento (1Co 3.10,11), Ele é nomeado de doze
maneiras diferentes (ver Rm 15.20);
· O
muro (Ap 21.17):
sua perfeita segurança;
· E
as nações andarão à sua luz (Ap 21.24): universal influência;
· e
os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra (Ap 21.24). E
a ela trarão a glória e honra das nações (Ap 21.26): universal reconhecimento;
· “E
as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. Ou seja,
trabalho e adoração não têm pausa, pois não há cansaço.
· E
não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas
só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 21.27):
imunidade contra contaminação e profanação (nenhum elemento estranho ao reino do Eterno entra).
· Rio
da Vida (Ap
22.1): o tipo de limpeza e modo correto de matar a sede do povo;
· Árvore
da Vida (Ap
22.2): o verdadeiro alimento e cura.
· Trono
do Criador e do Cordeiro (Ap 22.1): o direto Relacionamento com o Criador, sem
intermediários como reis ou sacerdotes.
· O
serviço (Ap
22.3): direto ao Criador com maior inteligência, realizando serviço de
nível mais elevado e com mais nobre companheirismo;
· E
verão o Seu rosto (Ap
22.4): o grau intenso de intimidade entre a Igreja e o Noivo (2Co 3.18; 1João 3.1,2);
· Eles
reinarão para todo o sempre (Ap 22:5): durabilidade da autoridade.
Eis
algumas analogias entre Ezequiel e Apocalipse:
·
Ambos tiveram sua visão em um monte alto (Ez 40.2; Ap 21.10);
·
A glória do Criador na Nova Jerusalém (Ap 21.11)
corresponde à glória do Criador que vem do oriente no templo de Ezequiel (Ez 43.1,2);
·
Ezequiel se concentra no templo do milênio,
enquanto que João descreve uma grande cidade, cujo templo era tão desprezível,
quando comparado com a glória do Criador que João não o viu (Ap 21.22).
Semelhanças entre Apocalipse 17 e Apocalipse 21:
APOCALIPSE 17 |
APOCALIPSE 21 |
"Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo,
dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha
sentada sobre muitas águas". |
"Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos
últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a
esposa do Cordeiro". |
Está assentada no deserto (Ap 17.3). |
É colocada num grande e alto monte (Ap 21.10; como em Ezequiel 40.2). Contudo, ela passou um
tempo no deserto (Ap
12.6,14). |
Estava adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas (Ap 17.4). |
As portas eram pérolas (Ap 21.21), os fundamentos estavam adornados de
toda pedra preciosa (Ap
21.19) e as ruas eram de ouro (Ap 21.18,21). |
É chamada de Grande Cidade pelos ímpios. |
É usada medida de homem, isto é, de anjo, para medir. Dentro da
perspectiva de anjo, é uma cidade grande, mas de tamanho razoável; dentro da
visão humana, sua medida parece ser astronômica, pois ela é extremamente mais
excelente em cada coisa que havia na Grande Babilônia. |
Características do milênio:
I. A remoção da maldição (e ali nunca mais haverá maldição contra alguém). A vida será pura e
repleta de bênçãos, visto que cada efeito do ódio do Criador pelo pecado será
totalmente removido;
II.
O grande reino finalmente chegou (e
nela estará o trono de Creator e do Cordeiro – isto prova a divindade de Jesus). Este reino despertará
o serviço sagrado dentro da alma e:
1. despertará o mais verdadeiro e sincero sentimento
para o serviço;
2.
imputará a mais alta capacidade de
serviço;
3.
revelará a melhor oportunidade para o
serviço;
III.
O eterno e maravilhoso serviço (e
os Seus servos o servirão). Este é o mais honorável título no universo:
a. Quando este serviço
começa? Quando Jesus tiver exterminado todos os ímpios;
b. Como ele começa? Com
Jesus
c. Como ele é conduzido?
i. Sem fraqueza;
ii. Sem enfado;
iii. Sem distração;
iv. Sem interrupção ou
intervalo (seja para realizar
trabalho físico ou dormir);
v. Sem o menor defeito,
imperfeição ou pecado;
d. Onde
é ele mantido?
e. Quanto tempo ele durará?
Será um serviço eterno;
f. Qual é sua
característica? É um serviço sacerdotal, mas ao mesmo tempo da realeza;
g. Qual será o esforço
necessário para cumpri-lo? Será um serviço e trabalho sabático, ou seja, de
participar do descanso do Criador;
h. Recompensa: será um
serviço gratificante e que expressa gratidão.
IV.
A eterna, perfeita e mais maravilhosa visão ou, se preferir, a verdadeira
imagem (E verão o seu rosto). Isto é profetizado em (Jó
19.26; Sl 41.12; Is 52.8). Isto é uma alusão
ao privilégio de Moisés (Êx 33.11; Nm 12.8; Dt 34.10), o qual só pode ser experimentado pelos justos
que serão aperfeiçoados (Jó 42:5-6; Is 6:5; Sl 17.15; Hb 12.14), ou seja, os puros de coração (1Jo 3:2-3), tal como os anjos das crianças O veem (Mt
18.10). Hoje nós
vemos o Criador na face de Cristo (2Co
4.6), mas na Nova
Jerusalém nós O veremos face a face (1Co
13.12) e seremos
semelhantes a Ele (2Co 3:18; Rm 8:29; 1Jo
3:2).
O
fato de eles verem a face do Criador implica em:
a.
Salvação certa;
b.
Confiança humilde,
santa e plena em se achegar ao trono da graça para alcançar misericórdia (Hb
4.16);
c.
Claro conhecimento
de Cristo, sendo possível vê-lo em Seu corpo glorificado e exaltado;
d.
Favor, ou seja, um
perfeito regozijo do amor e misericórdia do Criador;
e.
Grande intimidade;
f.
Complete transformação;
g.
Honra. Não é
qualquer um que pode ver a face de um rei (Et 1.14);
h.
Poder. Quem vê a
face do rei, normalmente, são seus familiares ou conselheiros, vice-regentes,
etc., todos que fazem sua vontade e em quem ele pode confiar. Com relação a
Jesus, este privilégio é para os vencedores (Ap 2.26,27; 3.21).
V.
A eterna e mais maravilhosa marca que alguém pode receber (e nas suas testas estará o Seu nome). O nome na face mostra
o quão evidente é o caráter de Cristo, não em nossas ações, mas em nossas
crenças. Aqueles que são do Criador serão eternamente identificados com Ele,
não havendo dúvida acerca de quem pertence a Ele ou não. Isto lembra a lâmina de
ouro puro na cabeça do sumo-sacerdote onde estava gravado “santidade ao SENHOR”
(Êxodo 28.36; 39.30; ver também Zacarias
14.20) – o sumo-sacerdote
era o representante de todo o Israel diante do Criador. O profeta era o
representante do Criador diante de Israel;
VI.
O eterno dia (E ali
não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque
o Senhor Deus os ilumina - Isa_9:19). Isto é uma
repetição (Ap 21.23; Ap 21.25).
VII.
O eterno reinado dos que creem em Jesus (reinarão
para todo o sempre). Este reino é bonito:
a. Toda beleza natural
estará nele;
b. Toda beleza artística
estará nele. O instinto do artista é revelar a beleza de algo em seus mais
diversos aspectos e neste reino todo artista encontrará a inspiração necessária
para isto.
c. Toda beleza moral estará
nele. A beleza que há em Cristo e Sua pureza e santidade adornará cada
espírito.
CARACTERÍSTICAS FÍSCAS DO MILÊNIO
- “E
veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas
sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a
mulher do Cordeiro.” (Apocalipse 21.9).
É perigoso não atender o chamado de Cristo
imediatamente (lembre-se da mulher de Ló e de Nm 13).
O mesmo
anjo que mostrou a Grande Babilônia para João, também mostrou-lhe a Nova
Jerusalém. Ele é um dos que tinha as sete pragas (Ap 17.1). Isto nos ensina que a última bênção sobre a Igreja está ligada com o
julgamento sobre os inimigos. Este anjo não é um anjo que executa o trabalho
mau, mas apenas anuncia o mal.
Agora o Noivo é Marido (por
duas vezes a metáfora da noiva fora usada – Ap 19.7; 21.2). De Ap 21.9 a 22.6, nós temos a Nova Jerusalém do milênio, a qual é uma
figura da Nova Jerusalém eterna (a Igreja) que entrará em vigor após a Juízo do Trono Branco.
O que distingue a Noiva?
- Seu vestido e
enfeites de noiva?
Ø “Regozijar-me-ei
muito no SENHOR, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de
roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna
com turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas jóias.” (Isaías
61.10).
- Sua união indissolúvel (Rm 8.38,39).
Suba e veja a Noiva como você nunca a viu (e nem ela esperava ser), a saber, como foi decretado que ela seja:
1. No regozijo da mais íntima comunhão;
2. Participando das mais altas honras – vestida com vestes brancas;
3. Possuindo um conhecimento mais largo e profundo;
4. Inteiramente absorvida contemplando o Noivo;
5. Além do poder do tentador;
6. Além dos trapos de pobreza e experiência de fome;
7. De longe removida dos dardos do inimigo;
8. Fora de toda a maldição e enfado do passado;
Suba aqui e veja como a noiva será em
relação ao seu Marido:
1. Seu marido pagou seus débitos;
2. Seu marido é imutável;
3. Não há divórcio;
4. Nenhum perigo de alienação da parte dela;
5. Não há mais morte;
Suba aqui e veja como a Noiva será
eternamente:
I.
Sua origem;
II.
Sua localização: centralizada;
III.
Seu esplendor;
IV.
Sua amplitude – ele é
constituída de indivíduos de toda tribo, língua, povo e nação;
V.
Seu sistema de
iluminação: mais brilhante que sol e lua. É perfeitamente iluminada 24 horas;
VI.
A insignificância do
seu templo;
VII.
Sua magnitude em
relação ao mundo: “Formoso de sítio, e alegria de toda a terra é o monte Sião
sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei.” (Sl_48:2).
VIII. Sua suprema santidade.
IX.
Sua maravilhosa
construção. Afinal, o artífice e construtor é o Criador. Sua fundação é eterna (fundamento
dos apóstolos - Mt 24.35). Não há brecha, falha, fraqueza ou
deformidade. É quadrada, ou seja, perfeita em todas as partes;
X.
Seu soberano é o mais
poderoso e excelente. Não há corrupção, desordem, anarquia, injustiça,
rebelião, etc. ;
XI.
Sua segurança. Além
dos muros e portas, há doze anjos guardando cada porta;
XII.
Sua população: imensa
em número (Gn 22.17; Ap 7.9) e honorável
em ocupação (Ap 7.15) e sua santidade (Ap
19.8).
XIII. Seu miraculoso e puro sistema de irrigação: River of Life.
XIV.
Sua pureza (Ap
21.27).
XV.
Sua glória (Is
9.11; Hc 2.14).
XVI.
Sua alegria e bênçãos
(Sl 48.2; 1Co 15.28 – O Criador é tudo em todos);
XVII. Sua maravilhosa provisão: uma árvore da vida que se espalha ao longo de
todo o Rio de Vida, dando doze tipos de frutos durante o ano todo, cujas folhas
são para cura das nações.
Para fazer o contraste entre a Grande
Meretriz e a Noiva do Cordeiro, o mesmo tipo de anjo (um dos
que tinha as sete taças) é enviado para mostrar a João ambas as
mulheres (Ap 17.1). Também note como a
expressão usada “vem, mostrar-te-ei a noiva” lembra o modo de o anjo apresentar
a Grande Babilônia a João (vem, mostrar-te-ei a condenação da
grande prostituta). O fato de ser este anjo é bem coerente,
já que o juízo do Criador acaba com toda confusão, deixando bem evidente a
diferença entre a Igreja verdadeira e as imitações baratas de Ha-Satan.
Enquanto a Noiva do Cordeiro se dedica
exclusivamente a Ele, a Grande Meretriz busca uma organização
político-religiosa poderosa o suficiente para fascinar e cativar as muitas
águas (grupos de pessoas - Ap 17.1) e, com isto, induzir todos a apoiar o fim das liberdades individuais (incentivando-os
a exigir a marca da besta para excluir dissidentes – Ap 13.16,17).
O objetivo da Igreja não é formar
uma organização religiosa constituída dos mais diversos grupos de indivíduos
que, embora tenham interesses e desejos diferentes, concordem em se unir para
fazer uma única coisa. Antes, o alvo é a formação de uma família, partilhando
do único Favor de vida (ver 1Pe 3.7), ou seja, tendo todos a vida de Cristo em si (ver Gl
2.20) e, por isto, vivendo uns no coração dos outros.
Vendo de outra forma, trata-se de Jesus
vivendo aqui as mais diversas personagens (o pobre, o rico, o escravo,
o livre, o homem, a mulher, a criança, o jovem, o velho, etc.) através da vida de cada um. Jesus se relaciona apenas com um povo (Jo
10.16; 2Co 6.16; Ap 21.3), o qual busca tudo apenas Nele.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO MILÊNIO
·
“Levou-me pelo Espírito a um
grande e alto monte, e mostrou-me a santa cidade de Jerusalém, descendo do céu
da parte de Deus,” (Ap 21.10 – TB1917).
Novamente João é levado em espírito (Ap 1.10), ou seja, ele não
apenas viu, mas vivencia tudo.
Ezequiel teve semelhante visão: uma grande montanha, sobre o qual estava
um edifício de cidade (Ez 40.2). A diferença é que,
aqui, quem desce do céu da parte do Criador é a Igreja. No milênio ela é
instalada no cume de um alto monte; na eternidade, o monte alto encherá toda a
terra, de modo que Nova Jerusalém estará em um lugar plano (Dn
2.35). Não
existirá mais prioridade, mas o Criador será tudo em todos (1Co
15.28).
Para entender bem esta questão, vamos esquematizar:
1º - Ha-Satan reúne as
nações para pelejar contra a Nova Jerusalém que está num monte alto (Is
2.1);
2º - Desce fogo do céu e
consome este povo;
3º - Céu e terra fogem de
diante do Criador (Ap 20.11);
4º - Todos os mortos que
não tiveram parte no primeiro tipo de ressurreição, agora ressuscitam. O mar dá
os mortos que nele havia.
5º - Tudo que há na terra
e no primeiro céu é consumido pelo fogo (2Pe 3.10-12). O lago de fogo e
enxofre, que estava apenas em uma porção da terra (Is
66.24 – tal como a Geena de Mc 9.42-48), agora tomará conta de toda a terra.
6º - Após o julgamento, a
morte, o inferno e todos que não estavam no livro da vida do Cordeiro serão
lançados no imenso lago de fogo e enxofre que se tornou a terra;
7º - O Criador, então,
recrirá céu e terra, reduzindo o lago de fogo e enxofre a uma porção da terra (Ap
14.10,11)
para servir de memorial. Ao contrário do dilúvio em que a água teve que
desaparecer para surgir a porção seca, agora o imenso monte que surgiu no
milênio para assentar a Nova Jerusalém preenche toda terra, refazendo-a (Dn
2.34,35,44,45).
·
“e tendo a glória de Deus. O
seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe
cristalina.” (Ap 21.11 – TB1917).
Enquanto no Testamento da Lei a Jerusalém terrena recebia eventualmente
a visita da glória do Eterno, a partir do milênio o próprio Eterno é a glória
da Nova Jerusalém (ver Zc 2.5; Ap 21.23), ou seja, Aquele que
faz dela algo diferente.
Isto condiz com o papel que Jesus requer da Igreja (Mt
5.14-16; Fp 2.14,15) a ser operado por Ele agindo nela (Jo 8.12; 9.5; Ap 21.23;
22.5). Condiz,
inclusive, com a promessa feita a Jerusalém (Is 60.1,2), a qual foi cumprida
na primeira vinda de Jesus, mas atingirá seu ápice no milênio.
Mas, o que significa o Eterno morar em Jerusalém? Afinal, Ele é
espírito, não pode ser tocado, nem limitado a um lugar físico.
Pense: o que define a presença de alguém? Muitas vezes pensamos que é a
possibilidade de este estar no lugar fazendo algo. Mas a verdade é que, quando
fazemos ou falamos algo que caracteriza alguém, isto fará todos se lembrarem
dele (ver 1Co 11.24,25). Ou seja, a presença de Jesus é determinada, antes de tudo, pelo Seu
caráter vivendo na vida de cada um.
O brilho da Nova Jerusalém é a combinação da glória do Criador com a
capacidade singular de refletir a luz da Nova Jerusalém, mostrando com exatidão
quem é o Criador.
Antes de tudo, qual seria a finalidade deste muro após o milênio? Nenhuma!
Após o milênio este muro não existirá. O muro tem quatro finalidades:
·
Definição: deixar evidente o que é santo e o que é profano;
·
Limitação: quem está de dentro fica limitado ao bem que há no interior. Os tais
não devem poder sair para perder tempo com coisas que mancham a alma e roubam o
tempo;
·
Defesa:
proteger quem está de dentro de qualquer investida satânica daqueles que não
podem ou não querem receber e praticar tudo que revela Jesus (At
16.20,21).
·
Separação: quem está de fora tem que se santificar para poder ter acesso a quem
está de dentro.
Fisicamente o muro alto será para dupla segurança:
·
Embora as nações não aprenderão mais a guerra (Is
2.4; 4.3),
a lembrança do ataque terrível de Gogue e Magogue contra as cidades não muradas
(Ez 38.11)
irá marcar o coração dos Israelitas por muitos e muitos anos. Além disto, um
ataque de tal magnitude se repetirá após o milênio (Ap
20.7,8);
·
Para impedir que os israelitas sejam seduzidos pelas outras nações.
Afinal, o pecado, embora seja diminuído, não será extinto. É bom lembrar que a
rebelião do anticristo será caracterizada pelo casamento de Israel com o mundo.
Além disto, o muro serve para livrar os seguidores do Cordeiro da agonia
de ser obrigado a contemplar o mal (cumprindo a promessa de
Sofonias 3.15 – tu não verás mais mal algum), seja o mal que trabalha na vida das pessoas que
estão de fora ou o tormento que caiu sobre os “bodes” de Mateus 25.41-46 (Is
66.24).
Ou seja, o muro representa a ação do Eterno impedindo que Sua Igreja e os
Israelitas vejam o mal (ver Sf 3.15). É bom lembrar que
não se fará mal nem dano algum em todo o santo Monte do Eterno (Is
65.20-25),
não entrará nela nada que contamina ou que cometa abominação e mentira (Ap
21.27)
e uma linguagem pura será dada aos povos para que todos sirvam ao Eterno com o
mesmo consenso (Sf 3.9)
Além disto, os israelitas terão os céus abertos (Jesus
estará reinando na Nova Jerusalém pessoalmente). Contudo, tudo isto não significa que
eles serão imunes a tudo. Para protegê-los, o Criador fará com que os
Israelitas estejam no Monte Sião rodeando a Igreja e o templo de Ezequiel (Zc
2.4). Todos
estarão voltados para o grupo de salvos reinando com Cristo (Ap
20.4) e servindo
no templo (Ap 7.15), bem como para os vinte e quatro anciãos julgando,
a saber: os doze apóstolos, sobre Israel (Mt 19.28) e os outros doze
anciãos julgando os não judeus.
A presença da Igreja no milênio mostrará aos judeus na carne que o
verdadeiro tabernáculo não é o templo de Ezequiel, mas sim a Igreja de Cristo.
Por outro lado, a Igreja poderá, através disto, ter a oportunidade de ter suas
dúvidas sanadas, além de ver confirmada a ideia de que não há ritual religioso,
por mais perfeito que seja, que possa transformar a vida de alguém.
Sem contar a promessa à Igreja vitoriosa de reger as nações com vara de
ferro (Ap 2.26,27) e sentar no trono para reinar (Ap
3.21). No
entanto, note que a Igreja fará isto com Jesus ou, se preferir, quem fará tudo
será Jesus. A Igreja, bem como todos os citados acima, irá tão somente servir
de testemunho em Seu reinado e julgamento.
Que fique claro: embora
os anjos estejam ali para impedirem fisicamente os ímpios de entrarem, antes de
tudo, eles sirvirão de referência para quem pensar em entrar na Nova Jerusalém.
A ideia é que o amor e pureza do Eterno na vida deles constranja qualquer um
que venha para contaminar ou cometer abominação e mentira (Ap
21.27).
É bom lembrar que
haverá indivíduos no milênio vivendo em carne cujos nomes estarão escritos no
livro da vida e, deste modo, entrarão na Nova Jerusalém para a honrarem e
glorificarem com suas vidas por ocasião da festa dos tabernáculos (Zc
14.16-21).
No entanto, apesar
das várias oportunidades que os habitantes de Jerusalém terão para irem até a
Nova Jerusalém, ainda assim a maioria não irá se converter a Jesus. Preferirão
ficar fora dela, se restringindo tão somente a celebrar a Festa dos Tabernáculos
no templo de Ezequiel.
Estes anjos também
protejerão os israelitas que estarão acampados ao redor da Nova Jerusalém.
·
“Tinha um muro grande e
alto. Tinha doze portas e junto às portas doze anjos, e sobre elas nomes
escritos que são os da doze tribos dos filhos de Israel.” (Ap 21.12).
Qual a finalidade da
porta? Certamente, não é para permitir a saída de quem está na Nova
Jerusalém (não
que eles não possam sair; a questão é que eles não têm tal interesse). O
brilho da glória do Criador (somado ao brilho semelhante ao jaspe do muro) na
vida deles estimula os de dentro a não quererem sair. A única coisa que os de
dentro conseguem ver na direção da porta são os anjos (e é o que eles querem ver), e
eles não estão na porta para impedir os que estão dentro de sair.
A porta é para permitir a entrada daqueles que
desejam trazer sua honra à Nova Jerusalém (Ap 21.24-27; ver Jr 15.19).
Eles têm que ir de ano em ano para celebrar a Festa dos Tabernáculos (Zc 14.16-19) e
para trazer a glória e a honra das nações para dentro dela (Ap 21.24-27).
No entanto, apesar das inúmeras oportunidades que eles terão de ir até a Nova
Jerusalém, ainda assim não mudam de ideia. Preferem ficar fora dela.
O nome das doze tribos de Israel está escrito
nas portas, o que lembra o nome das doze tribos de Israel escritas nas duas
pedras de ônix (Êx
28.9) e nas doze pedras do peitoral (Êx 39.14) (contraste isto com os nomes de
blasfêmia na besta – Ap 17.3). Isto deve-se ao fato de que o que irá
permitir o acesso dos não-israelitas à Nova Jerusalém é o fato de que eles
estarão vindo em obediência ao mandamento estabelecido pelo culto israelita ao
Criador. Será a oportunidade para as nações verem Jesus “tabernaculando” neste
mundo.
Os nomes dos apóstolos e tribos de Israel
gravados em material não perecível indica que, no milênio, os Israelitas
servirão ao Criador com seus rituais, mas baseados na doutrina dos apóstolos,
do ponto de vista ensinado por eles.
·
“Três portas estavam ao oriente, três portas ao norte, três portas
ao sul e três portas ao ocidente.” (Ap 21.13).
Por que três portas e não apenas uma? Seria mais
fácil manter a segurança.
Por que três portas e não quatro, cinco, etc.?
Seria mais fácil para as pessoas entrarem.
Aliás, para que muro, uma vez que o Criador possui
milhares de anjos a Seu serviço que poderiam, juntos, constituir uma grande e
perfeita muralha? Sem contar que o próprio Criador prometeu ser um muro de fogo
em redor (Zc 2.5).
Na profecia de Ezequiel há algo semelhante (Efraim
e Manassés não são mencionados):
Ø três portas para o norte: a porta de Rúben,
a de Judá e a de Levi (Ez 48.31);
Ø três portas para o leste: a a porta de José,
a de Benjamim e a de Dã (Ez 48.32);
Ø três portas para o sul: a porta de Simeão, a
de Issacar e a de Zebulom (Ez 48.33);
Ø três portas para o oeste: a porta de Gade, a
de Aser e a de Naftali. (Ez 48.34).
Em contrapartida, o arranjo no livro de números é
diferente (José e Levi não são mencionados):
Ø três tribos se acampavam a leste do tabernáculo: Judá,
Issacar e Zebulom (Nm 2.3,5,7);
Ø três tribos se acampavam a sul do tabernáculo: Rúben,
Simeão e Gade (Nm 2.10,12,14);
Ø três tribos se acampavam a oeste do tabernáculo: Efraim,
Manassés e Benjamim. (Nm 2.18,20,22).
Ø três tribos se acampavam ao norte do tabernáculo: Dã,
Aser e Naftali (Nm 2.25,27,29);
Contudo, estas tribos se acampavam ao derredor
do tabernáculo. Ao redor estavam os levitas:
Ø As famílias de Gerson se acampavam a oeste (atrás) do tabernáculo (Nm 3.23).
Ø As famílias de Coate se acampava a sul do
tabernáculo: (Nm 3.29);
Ø As famílias de Merari se acampava ao norte do
tabernáculo (Nm 3.35);
Ø As famílias de Moisés e Arão se acampavam a leste (diante) do tabernáculo (Nm 3.38);
O
nome de cada tribo numa porta aponta para a tribo de Israel que estará
posicionada defronte de cada porta a fim de receber os não-israelitas que vierem
para celebrar a Festa dos Tabernáculos. Ou seja, um grupo será ministrado pela
tribo de Rúben, outro grupo pela tribo Simeão, etc.
As portas foram citadas no sentido horário e eram
perfeitamente quadradas, sem nenhum deslize. E Jerusalém será conhecida como “O
Senhor está ali” (Ez 48.35 em comparação com Ap 21.3) porque Jesus e Sua Igreja ali estariam.
·
“E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos
doze apóstolos do Cordeiro.” (Ap 21.14).
O
fato de cada fundamento ser feito de uma pedra preciosa também serve para
mostrar a multiforme graça (1Pe 4.10) e sabedoria (Ef 3.10) do Criador. Tal como cada
animal tem uma peculiaridade impossível de ser imitada perfeitamente pela
sabedoria humana e cada pedra preciosa
reflete a luz de um modo singular, cada indivíduo tem algo único para revelar
acerca do Criador (Sl
25.14).
Antigamente,
havia o costume de os donos de um edifício exigir que seus nomes fossem
gravados nos fundamentos do edifício em memória deles. Embora os apóstolos não
são os donos da Nova Jerusalém, seus nomes estão nos fundamentos porque eles
foram usados pelo Cordeiro para estabelecer os fundamentos da fé verdadeira.
Tal
como os artistas, quando fazem uma obra de arte, colocam seus nomes na pintura
ou escultura, aqui os invidíduos que servirão de suporte aos demais (tal como os apóstolos) receberão
o que lhes identificou: seus nomes, a saber, o nome que Cristo lhes deu e que
manifestava a todos seu caráter e ministério.
NOME
ORIGINAL DO APÓSTOLO (Mt 10.2-4; Mc 3.16-19; Lc 6.14-16) |
NOME
DADO POR CRISTO |
Simão |
Pedro |
André |
|
Tiago |
Boanerges |
João |
Boanerges |
Felipe |
|
Natanael |
Bartolomeu |
Tomé |
Dídimo |
Levi |
Mateus |
Tiago
(filho de
Alfeu) |
|
Lebeu
(Judas) |
Tadeu |
Simão |
Zelote |
Judas
Iscariotes |
|
No
décimo segundo fundamento está o nome de Judas, mesmo porque Paulo se considera
um traidor de Cristo (1Tm 1.15) antes de sua conversão (1Co 15.9).
Além disto, Jesus disse que Seus doze apóstolos (incluindo Judas Iscariotes)
irão se assentar em doze tronos para julgar as dozes tribos de Israel (Mt 19.28).
Além disto, Pedro, quando propôs a ideia de alguém ocupar o lugar de Judas
Iscariotes, ele citou uma profecia do livro de Salmos “tome outro o seu
encargo” (Atos
1.20). Logo, o cargo é de Judas, ainda que fora ocupado por Paulo mais
adiante.
Assim
como o número das tribos de Israel pode ser considerado 14 (mais Efraim e Manassés),
assim também o número dos apóstolos (mais Matias e Paulo).
·
“O que falava comigo tinha
uma cana de ouro, que servia de medida, para medir a cidade, as suas portas e o
seu muro”. (Ap 21.15).
Em Apocalipse 11.2 o átrio exterior não foi medido
por ser dado aos pagãos. Logo, ao medir aqui toda a cidade, está implícito que
toda a cidade é consagrada. Para uma cidade de ouro, nada mais apropriado do
que usar uma vara de ouro para medir.
Mas, se, por um lado,
na Jerusalém terrena, apenas o santuário é medido (nem
mesmo o átrio exterior do templo é tido em conta), na Nova Jerusalém toda ela é medida, até nas mínimas coisas, o que
mostra o cuidado do Criador.
Quem mede aqui não é
um homem, nem João (como em Ap 11.1), mas um anjo, o mesmo que mostrou a João a Nova
Jerusalém.
Perceba que, embora
as portas devessem ser medidas, a medida das mesmas não consta. Talvez porque a
medida das mesmas seja de acordo com o físico daquele que por ela ia entrar, de
modo que não ficasse muito folgada para uns e apertada demais para outras.
·
“A cidade é quadrangular, de
comprimento igual à largura. Ele mediu a cidade com a cana, e tinha doze mil
estádios; o seu comprimento e a sua largura e a sua altura são iguais.” (Ap 21.16)
A riqueza da Nova Jerusalém é profetizada em (Is 54.12). O
grande tamanho da cidade mostra que o povo, além de numeroso, estará
perfeitamente unido num só lugar. Ela é grande o suficiente para caber dentro
de si todas as pessoas do mundo (ou seja, há lugar para todos, embora a maioria não irá
desejar isto). Sua medida denota um número largo e completo:
·
1 côvado = 45 cm.
·
1 estádio = 400 côvados.
·
Cada lado da cidade de 1000 estádios = 400.000 côvados = 18.000.000 cm = 180.000 m =
180 Km.
O número perfeito lembra o Santo dos Santos.
As pessoas ficarão maravilhadas com o tamanho da
Grande Babilônia, mas ela não é nada comparada com o tamanho da Nova Jerusalém.
A Nova Jerusalém ficará situada num alto monte,
onde nenhum mal será feito (Isaías 11.9). A glória do Criador iluminará o
interior de toda a cidade, mas o alto muro é também para conservar toda esta
luz apenas no interior da cidade. Os israelitas irão montar seus arraiais de
fora da cidade, rodeando-a (ver Ap 20.9).
A cidade não é planejada segundo o homem, nem
construída com base no mero ajuntamento de indivíduos um perto do outro, mas
planejada pelo Criador com base nas características do Seu amor (Ef 3.18).
Também não é limitada por algo físico (montes, rios ou ravinas).
A cidade possuía comprimento, largura e altura
iguais, medindo cada um mil estádios (considere que doze mil estádios corresponde à cidade,
e não apenas um lado da cidade). Considerando a perfeita simetria da
cidade, é bem provável que a distância entre o início do muro e a porta mais
próxima, bem como a distância entre as portas seja de duzentos e cinquenta
estádios.
·
“Mediu também o seu muro, e
ele tinha cento e quarenta e quatro cúbitos, segundo a medida de homem, isto é,
de anjo.” (Ap 21.17 – TB 1917)
Medição é símbolo de
proteção.
O fato de a medida do
homem ser igual à do anjo significa que, agora, o ser humano não julgará mais
pela vista dos seus olhos, pela aparência, mas pela reta justiça (João
7.24). Isto também significa que o anjo não
usou uma medida fora dos padrões humanos.
Seu muro era cento e
quarenta e quatro cúbitos e era de jaspe (Ap 21.18).
Pensemos: de que se
trata esta medida? Com certeza não é o comprimento, já que o mesmo tem que ser,
no mínimo, do comprimento da cidade. Do contrário, não tem sentido se falar de muro.
Seria a altura? Se assim for, então a maior parte da cidade ficará acima do
muro.
Logo, a medida de 144
cúbitos é relativo à espessura do muro. Considerando que a porta é estreita e o
caminho apertado (Mt 7.13,14),
é bem provável que a abertura da porta seja exatamente da largura e altura do
indivíduo que vai entrar, e isto com o corpo todo deitado em terra (sem
folga). Isto serve para privar os de dentro de verem
a maldade que há no lado de fora e desencorajar quem pense em sair, bem como
encha de temor qualquer um que pense em entrar mal-intencionado. E o anjo
diante da porta acentua isto. Note como os anjos ficam do lado de fora da
Igreja para guardá-la, tal como querubins foram colocados ao oriente do jardim
do Éden para guardá-lo (Gn 3.24).
Para quem está de
fora, só consegue enxergar uma amostra de tudo que há dentro e o que terá que
ser renunciado para poder entrar na vida.
Repare que as medidas
da Nova Jerusalém são expressas em múltiplos de 12. Quando se ia medir alguma
construção, o instrumento a ser usado na Escritura Sagrada era a cana de medir (ver Ez
40.3; Zc 2.1; Ap 11.1). E o fato de ser um
anjo a medir implica em perfeição de medida. É bom lembrar que a medida do ser
humano nunca consegue se igualar com precisão à medida do Eterno.
Mas, se é assim, como
a medida de homem pode ser de anjo? O que acontece é que, na Nova Jerusalém, as
pessoas serão como anjos (Mt 22.30) e irão medir as coisas, não de acordo com aquilo
que veem ou sentem, mas conforme a orientação do Eterno. Tentar medir as coisas
do Eterno com métodos carnais jamais sairá algo perfeito.
·
“E a fundação do seu muro
era de jaspe, e a cidade era puro ouro, como vidro límpido” (Ap 21.18 –MKJV
traduzido).
A cidade ser de ouro
implica beleza e riqueza bem maior que qualquer coisa existente neste mundo.
Aqui, é impossível haver
ouro e transparência como vidro ao mesmo tempo. Mesmo se isto fosse possível,
não poderia ser empregado na construção. Excelências serão combinadas na Nova
Jerusalém, as quais, agora, são incompatíveis.
A cidade era construída
sobre a rocha, que é Jesus em pessoa (1Co 10.4). O fundamento dos apóstolos e profetas é o Verbo
do Criador (1Co 3.11; Lc 6.47,48) e vida de Cristo é a pedra angular (Ef 2.20). A Igreja é coluna e baluarte (firmeza) da
verdade (1Tm
3.15). Logo, a Igreja constitui as colunas da Nova Jerusalém (Ap 3.12) e a
verdade, os tijolos de ouro que compõem os edifícios (ver Pv 2.3-5; 3.13-15; 23.23)
O muro, assim como o
restante da cidade, é construído de ouro puro. Contudo, cada fundamento é de
jaspe, enfeitado com pedras preciosas. Afinal, como cada pedra preciosa tem um
grau de dureza diferente, não é conveniente que o material de cada fundamento
seja diferente. Cada parte do muro estaria apoiado de modo diferente.
Além disto, a
Escritura Sagrada é clara ao dizer que só há um fundamento: Cristo (1Co
3.11).
·
“Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma
cidade forte, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros.” (Isaías 26.1).
·
“E os fundamentos do muro da
cidade eram adornados com toda a espécie de pedras preciosas: o primeiro fundamento,
jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; o
quinto, sardônio; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o
nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; e o duodécimo,
ametista.” (Ap 21.19,20 – MKJV - traduzido).
Nós certamente
gostaríamos de apagar algumas cores, por exemplo a cor vermelha que representa
dor, sofrimento, lágrimas. Contudo, o resultado seria miseravelmente desapontador,
pois a cor púrpura da realeza é composta de azul e vermelho, a cor dourada tem
vermelho na sua base e a perfeita luz branca necessita de todas as cores (mesmo das
mais escuras) para ser completa.
Não se pode alcançar a superestrutura de jaspe sem passar pela provação com
paciência e perseverança.
Esta cidade tem
profundidade: o fundamento dos apóstolos.
Os filhos deste mundo
cegamente erram em supor que a cidade redentora é um cercado estreito o qual
esconde e lhes separa da ampla varidade que eles imaginam existir no mundo.
Contudo, cada fundamento era feito de jaspe e enfeitado com um tipo de pedra
preciosa (Ap 21.14,18-20), algo já profetizado por
Isaías (Is
54.11,12):
·
“Tu, oprimida, arrojada com a tormenta e desconsolada, eis que
eu assentarei as tuas pedras com todo o ornamento, e te fundarei sobre as
safiras. E farei os teus vitrais de rubis, e as tuas portas de carbúnculos, e
todos os teus termos de pedras aprazíveis.” (Is 54.11,12).
Elas se assemelham às
pedras do peitoral do sumo-sacerdote (Êx 28.17-20; 39.10; Ez
28.13; Is 54.11), nas quais estavam os
nomes das dozes tribos de Israel (Ex 39.10-14):
·
“E o encherás de pedras de engaste, com quatro ordens de pedras;
a ordem de um sárdio, de um topázio, e de um carbúnculo; esta será a primeira
ordem; e a segunda ordem será de uma esmeralda, de uma safira, e de um
diamante; e a terceira ordem será de um jacinto, de uma ágata, e de uma
ametista; e a quarta ordem será de um berilo, e de um ônix, e de um jaspe;
engastadas em ouro serão nos seus engastes. E serão aquelas pedras segundo os
nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão esculpidas como
selos, cada uma com o seu nome, para as doze tribos.” (Êx 28.17-21).
E cada pedra preciosa
tem sua característica. Analisemos cada uma delas:
· jaspe -> era,
provavelmente, diamante (ver Ap 4:3) e representa Cristo. Ela é mencionada em conexão
com a luz da cidade (Ap 21.11) e com o material compondo o muro (Ap
21.18). Está relacionado com a tribo de Benjamim;
· safira -> Variedade transparente
de coríndon de grande valor, de cor azul celeste (Êx 24.10) (provavelmente
lápis lazuli), contendo pequenas quantidades de
óxidos de cobalto, de cromo e titânio; é muito preciosa (Jó 28.16). Ela representa calma e paz, a qual vem de
repousarmos em Cristo e por um senso de perdão. Está relacionado com a tribo de
Issacar;
· calcedônia -> Calcedônia é branca, mas contém mistura de outras cores.
Representa a pureza do jovem fervoroso discípulo de Cristo: não perfeito e não
livre no egoísmo. Está relacionado com a tribo de Levi;
· esmeralda -> Pedra preciosa transparente
de cor verde brilhante, o qual representa a
esperança do discípulo em prosseguir na fé apesar de todas as suas
dificuldades. Está relacionado com a tribo de Judá;
· sardônico -> lembra
uma mistura de sárdio (vermelho) com ônix (branco) (como superfície branca sobre chão
escuro). É uma espécie de ônix, muito valorizada
por ser possível gravar imagens nela. Isto lembra quando o fervor do primeiro
amor se foi e é chegado o tempo da tentação, a qual induz muitos a esfriarem na
fé e até pensarem em recuar (Hb 10.38,39). O fundo escuro lembra a velha natureza, a qual,
estimada morta, reaparece. Está relacionado com a tribo de José;
· sárdio -> possui
cor de sangue, simboliza sofrimento, paciência e morte diante das provações, o
que lembra Cristo (e O que estava assentado era, na aparência,
semelhante à pedra jaspe e sardônica – Ap 4.3). Isto lembra o sofrimento, o qual é usado por Cristo para corrigir
nossas impurezas. Quando o fervor da fé e o brilho do amor diminui, então o
espírito tenebroso deste mundo reaparece debaixo da branca profissão de fé em
Cristo. Neste momento, é hora de provar do cálice do martírio de Cristo (Mc
10.39), voltar a ser companheiro em Seus
sofrimentos (2Co 1.5; Cl 1.24; 1Pe 4.3) e viver em conformidade com Sua morte (Gl
6.14,17). Está relacionado com a tribo de Rúben;
· crisólito -> é
pedra preciosa radiante
amarelo dourado, mostrando como o seguidor de Cristo fica após o batismo de
fogo (refinado e glorioso como ouro – 1Pe 1.6,7). Está relacionado com a tribo de Aser;
· berilo -> outra
tonalidade de azul, representando a calma celestial, mas é mais rico, profundo
e claro azul que a safira porque esta segunda paz (oriunda
do batismo com Cristo em Seus sofrimentos)
é mais profunda e duradoura. Está relacionado com a tribo de Dã;
· topázio -> Topázio
é verde misturado com amarelo. É uma requintada mistura da alegria concretizada
com a alegria esperada. Está relacionado com a tribo de Simeão;
· crisópraso -> é uma mistura de dourado e azul. As riquezas do amor e da graça do
Criador e a paz que excede todo o entendimento se mostram mais puras, profundas
e refinadas. Está relacionado com a tribo de Naftali;
· jacinto -> é
a mais escura púrpura, emblema de vitória e triunfo. Está relacionado com a
tribo de Zebulon;
· ametista -> variedade
gemológica do quartzo, de coloração azul-púrpuro
(mais clara púrpura). Está
relacionado com a tribo de Gade.
Enfim,
há dois tipos de pedras preciosas:
·
A pedra que é
preciosa por ser ornamental;
·
A pedra que é
preciosa em virtude da enorme utilidade.
Em resumo, as cores
das pedras preciosas são: azulado (safira, jacinto, ametista), esverdeado (jaspe, calcedônia,
esmeralda, berilo, topázio, crisóprazo),
avermelhando (sardônico, sárdio) e amarelado (crisólito)
Mas, após a Ametista,
vem novamente o jaspe, que é o símbolo de Cristo. Tudo começa em Cristo e
termina Nele.
Os
grandes homens do Eterno esperavam por esta cidade que tem fundamentos (Hb 11.10). Considerando
a simetria da cidade, cada porta estava situada entre dois fundamentos. Logo, o
indivíduo era obrigado a entrar ou sair da cidade engatinhando ou rastejando (se humilhando),
sempre tendo em vista a verdade (contida no muro e no chão) e pelo menos dois dos
fundamentos da fé com Cristo.
•
“As doze portas eram doze pérolas; e cada uma das portas era feita
de uma só pérola. A rua da cidade era de ouro puro como vidro transparente.” (Ap 21.21).
A pérola é
a mais comum das joias (Mt 7.6; 13.46; 1Tm 2.9). Ela é formada a partir da luta da
ostra para se defender de um antígeno.
A porta era estreita
de largura e apertada na altura (Mt 7.13,14), de modo que, para conseguir passar, o indivíduo
deveria
entrar nesse mini-túnel se arrastando e sem levar nada consigo, seja de fora
para dentro (para não contaminar a cidade santa), seja de dentro para
fora (para não santificar o profano – ver Ez 44.19; analise Lv 16.23,24). Todo este túnel será
de 144 côvados.
O que diferencia uma porta da outra é o lugar por onde o indivíduo irá
entrar na Nova Jerusalém. Considerando as enormes dimensões da cidade, isto faz
uma diferença enorme. No entanto, isto não muda o fato de que o modo de entrar
é o mesmo (sendo casto e seguindo o Cordeiro por onde quer
que Ele vá – ver Jr 2.2; Ap 14.1-4).
Alguém pode questionar: mas por que o caminho do Eterno tem que ser tão
difícil? Ele só é difícil para quem é ansioso e cheio de desejos. Os tais
querem correr atrás de riquezas que incentive todos a terem compromisso com
eles, quando eles mesmos não têm interesse nenhum em assumirem compromisso com
o próximo. Quando o indivíduo anseia por conseguir coisas, qualquer obstáculo (incluindo
suas próprias limitações) é um tormento. É bom lembrar que a Igreja não é constituída da vontade
da carne, do sangue, nem de homem algum (Jo 1.12,13), mas tão somente de
receber Jesus.
Jesus é esta porta viva (Jo 10.9), a palavra profética
(Jo 1.1)
que devemos observar enquanto tivermos no túnel escuro da falta de conhecimento do Criador (2Pe
1.19). Ela é composta de um grupo de pessoas
que, de tão unidas, são como se fossem um só homem (ver Js
6.16; Jz 20.1,8,11; 1Sm 11.7; 2Sm 19.14; Ed 3.1,9; 6.20; Ne 8.1): é a bondade e misericórdia que brotam da verdade (o muro
é a verdade e a porta, bondade e misericórdia).
No
entanto, para aquele que enxerga a verdadeira riqueza, rastejar pelo fundamento
de pedra preciosa não será um tormento, mas uma oportunidade para enxergar:
· a
beleza de Cristo dentro daqueles que compõem o chão, cuja fé serve de apoio
para quem caminha, bem como para limpar os pés e mãos dos que vão entrando.
Também é oportunidade para enxergar a bondade e misericórdia (veja Sl 23.6) que
se abrem para quem aceita a Verdade;
· a si
próprio, bem como ao amor do Eterno por si, através do luz do Eterno refletida
nestes túneis (Fp
2.14,15);
· o
fundamento da Escritura Sagrada.
Trata-se
de um momento de aprendizado, crescimento, e de conhecimento da principal
faceta do amor do Eterno. Para quem está de dentro, a ideia é que, caso alguém
pense em se desviar da fé, possa ter tempo suficiente para contemplar o reflexo
daquilo que o Eterno já começou a fazer na sua vida, bem como mais uma
referência da bondade e da misericórdia do Eterno que está a desprezar e,
assim, tenha tempo de arrepender, converter e voltar para a Nova Jerusalém.
Para quem está de fora, a ideia é que tudo isto estimule o indivíduo a querer
ser aceito permanentemente dentro.
Vem a
questão: como alguém, ao se arrepender de pensar em desviar, conseguirá voltar
para a cidade, já que o caminho é apertado e a porta, estreita? Note que a
conversão não está relacionada com uma mudança de direção, mas sim de visão. Ao
invés de o indivíduo olhar para frente, ele deve permanecer olhando para as
paredes do túnel e contemplando sua beleza.
Se o
indivíduo entrar na Nova Jerusalém olhando para frente, ele verá a cidade. Se
estiver saindo dela, verá o mundo. Tanto uma hipótese quanto outra são ruins. O
indivíduo tem que permanecer olhando para o amor que mantém as pedras do túnel
unidas, e não para aquilo que podem ganhar ao se disporem a servir a Cristo (frente de quem entra),
muito menos para o que o mundo pode, aparentemente, oferecer à carne (frente de quem sai).
Quanto
à “rua de ouro”, é bom lembrar que em outras traduções aparece “praça de ouro”.
Considerando que toda a cidade é feita de ouro e que, provavelmente, há várias
ruas, o mais razoável é que a melhor tradução é “praça de ouro”.
Mas,
se toda a cidade é de ouro, para que enfatizar que a praça é de ouro?
Provavelmente para informar que haverá praça e que a mesma é está em harmonia
com o restante da cidade.
·
“Não vi nela santuário,
porque o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro são o seu santuário.” (Ap 21.22 – TB1917).
No milênio, haverá o templo de Ezequiel. João não
o viu porque o objeto de toda adoração (o Criador) e a grande sacrifício (o
Cordeiro) estarão ali presentes,
ofuscando toda a beleza e significado do templo. Além disso, o templo ficará ao
redor da Nova Jerusalém.
Os sacrifícios ali oferecidos serão apenas para
confirmar que o problema com a ineficácia dos mesmos (Hb
7.11,18) não se devia à imperfeição dos
levitas e sacerdotes do Testamento da Lei, mas sim aos sacrifícios em si que
eram incapazes tocar a alma e o espírito do adorador.
A luz da Nova Jerusalém:
I. É peculiar;
II. É imutável;
III. É festiva;
IV. Preenche todo o local;
V. É a luz do amor.
Neste mundo, Ha-Satan
é príncipe porque os mundanos o servem pensando nas coisas do mundo; e é o deus
deste século porque os mundanos o adoram com base nos conceitos, valores e
desejos deste século.
Contudo,
a partir do milênio, toda a terra se encherá da glória do Senhor (Is 9.11; Hc 2.14) e,
então, seremos nós que habitaremos fisicamente no Eterno, ou seja, teremos
comunhão ininterrupta, imediata e direta com Ele. Jesus mencionou isto (Jo 4.21-24), só
que até hoje muitos não conseguiram entender a mensagem.
Aqui
nós somos o santuário do Criador (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16). No milênio o Criador
e o Cordeiro serão o santuário. Na eternidade eu creio que será as duas coisas.
·
“A cidade não precisa do sol
nem da lua para a iluminar; porque a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é
a sua candeia.” (Ap 21.23 – TB1917).
A antiga Jerusalém, algumas vezes, recebia a
glória do Criador. A Nova Jerusalém tem o Criador em Sua glória.
Apenas em Jerusalém é que não haverá dia e noite
porque o sol e a lua irão se envergonhar em virtude da glória de Cristo:
·
“E a lua se envergonhará, e o sol
se confundirá quando o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião e em
Jerusalém, e perante os seus anciãos gloriosamente.” (Is 24.23).
A presença do próprio
Eterno na Nova Jerusalém a torna independente de toda a criação do Criador (ver Jo
17.2; Ef 1.21-23, onde se vê tudo sendo colocando debaixo dos pés da Igreja). Por exemplo, ela não depende da luz do sol, lua e
estrelas (ver Is 24.23; Is 1,60.19,20; Ap 21.11; 22.5).
A glória do Criador
ilumina como se fosse o sol (amplamente), só que com mais intensidade e 24 horas por dia; o
Cordeiro ilumina como lâmpada (localmente), só que 24 horas por dia. O castiçal de ouro no
tabernáculo é uma amostra disto.
·
“As nações caminharão à sua
luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória.” (Ap 21.24).
As
nações do milênio caminharão pelo significado da luz do Eterno que sai de
Jerusalém (ver
Is 2.2). Os reis da terra que outrora valorizavam a glória e a honra das nações
(Is 60.3,5,11), no
milênio irão depositá-las aos pés de Jesus a fim de evitar que alguém cresça
demais a ponto de desprezar o próximo. As riquezas das nações não terão mais
valor, pois, além da Nova Jerusalém ser toda feita de pedras preciosas, ninguém
ali irá se corromper por causa delas.
Mas, o
que é esta glória a ser trazida? Trata-se também dos israelitas que ainda
restaram espalhados pelo mundo (Is
60.9; 66.20). No milênio, os israelitas que estão na carne não
entram na Nova Jerusalém. Na Nova Jerusalém, em particular, só estarão os santos
glorificados Muitos Israelitas irão
morar no Monte Sião, onde não fará mal nem dano algum (Is 11.9; 65.25).
Outros,
todavia, espalhar-se-á por toda a terra e apenas irão ali para louvarem o
Criador periodicamente. Daí serem levados nos ombros ou sobre animais até ela (veja Is 19.23-25; Zc 8.23; alguns
israelitas só subirão incentivados pelos gentios).
Mas
então, por que os reis trarão glória e honra das nações, se a Nova Jerusalém
não precisa de nada disto? O que é esta glória a ser trazida?
O que
acontece é que os reis finalmente perceberão que tudo isto ocupa lugar na vida
deles. Isto os levará a considerarem tudo como refugo para poderem andar pela
luz de Cristo (Is
2.2; Fp 3.8).
Não é
à toa que a glória da Nova Jerusalém é indescritível. Só a glória do Eterno já
é mais que suficiente (Ap
21.11), visto ser Ele indescritível (Ap 4.3). Somado a isto, temos as nações trazendo
para ela sua glória e honra.
No
milênio, a Nova Jerusalém irá reinar sobre os israelitas no Monte Sião, e sobre
os demais povos ao longo de todas as nações. Quanto às hierarquias, o objetivo
é simplesmente coordenar as coisas, de modo que aqueles que têm mais para
oferecer sejam colocados numa posição que lhes dê melhores condições para
servir.
·
“As suas portas não se fecharão de dia, porque noite não haverá
ali. A ela trarão a glória e a honra das nações.” (Ap 21.25,26).
Nova Jerusalém será uma cidade imperial que
recebe tributo das outras nações (Is 45.14; 49.23; Is 60.10-11).
Suas portas não se fecharão:
·
“E as tuas portas estarão abertas
de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as
riquezas dos gentios, e, conduzidos com elas, os seus reis.” (Is 60.11).
Todo este esplendor e riqueza já fora prometido
pelo Criador (Is
54.11,12).
No milênio, as nações andarão conforme a luz da
Nova Jerusalém, a saber, Cristo (Jo 8.12; 9.5). E como esta nunca míngua (Is 60.11,20; Ap 22.5),
haverá contínuo ingresso livre a ela a todos quantos desejarem. Não há dia nem
hora. Sempre haverá alguém pronto para receber todo mundanismo das mãos dos
fiéis (Ap
21.26), tal como hoje podemos chegar à presença do Eterno em qualquer hora
e lugar. Só nós podemos nos privar da graça do Criador (ver Jo 6.37; Hb 12.15; Ap 22.17).
Enquanto a Grande Babilônia terá que se
prostituir para conseguir esta “glória” e “honra” (e isto sem ser capaz de retê-la), a
Nova Jerusalém conseguirá com pureza e santidade em Cristo por toda a
eternidade.
Características da noite da Nova Jerusalém:
i. Não
há luz natural;
ii. Não
há noite do pecado;
iii. Não
há noite de sofrimento;
iv. Não
há noite de ignorância;
v. Não
há noite de enfermidades;
vi. Não
há noite de misteriosas providências;
vii. Não
há noite de orações impedidas;
viii.
Não há noite de separação;
ix. Não
há noite de tentação;
x. Não
há noite da morte;
xi. Não
há noite de más mudanças;
xii. Não
há noite de enfado;
xiii.
Não há noite a esconder a beleza de Cristo no
mundo (Rm
1.20);
xiv. Não
há noite com a luz encoberta ou minguante.
Vem a questão: como os habitantes da Nova
Jerusalém contarão dias, meses e anos se a luz do sol e da lua não faz
diferença na Nova Jerusalém?
· Nela não entrará coisa
alguma impura, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os que estão
escritos no livro da vida do Cordeiro. (Ap 21.27).
Na Nova
Jerusalém não existe as contaminações da Grande Babilônia (Ap 17.4,5). Só entrará quem está no livro da vida (Ap 3.5; Ap 13.8; Ap 17.8; Ap 20.12,15).
As bênçãos da Nova Jerusalém:
·
Não há mais maldição;
·
O trono do Criador e do Cordeiro ali estarão;
·
O desejo do Criador e Sua perfeita autoridade
serão confessadas, sendo motivo de grande alegria;
·
Seus servos O servirão com paz, vivacidade,
prontidão e deleite de modo efetivo. Ninguém fará serviço mal feito, com má
vontade, muito menos com impuros motivos.
·
Todos verão a face do Criador. Será plena
intimidade, repleta de alegria;
·
Todos terão em suas testas uma confirmação de
que eles pertencem ao Criador;
·
Não haverá nenhuma espécie de noite;
·
Eles reinarão com Cristo para sempre.
·
Tudo ali é puro (ver 2Pe 3.13).
Características do
livro da vida:
1. É o livro da vida do Cordeiro, O qual é o autor da
vida, a cabeça da Igreja, o juiz final;
2. O livro da vida foi escrito por Cristo e fala
acerca da Sua vida
3. Os nomes ali escritos são os todos os pecadores que
se arrependeram de todas as eras, países, dispensações e condições;
4. As recompensas ali mostradas são: honra e riquezas
divinas, glória celestial, bem como toda espécie de bem;
5. Seu conteúdo deve produzir: alegria indizível,
inteira confiança, cuidado santo, fidelidade e perseverante obediência.
6. Nenhum ministro, sacramento ou serviços sagrados
podem fazer o nome de alguém ser escrito nele. Ninguém é escrito também em
virtude da sua parentela ou direito de nascimento.
Quantos
indivíduos gostariam de ter seus nomes e até mesmo sua vida registrada em um
livro ou dvd, de tal forma que sua influência possa continuar após a sua
morte...
Muitos
veem a Escritura Sagrada com os olhos do mundo, supondo que “não entrar”
significa que serão barrados, impedidos de entrar pelos anjos que estão em cada
porta. Embora isto também seja verdade, o ponto é que muitos não desejarão
entrar em virtude do apego que têm pelas coisas do mundo. Não suportam tanta
pureza e santidade.
Os governantes
vêm para a Nova Jerusalém com toda honra e glória das nações (as quais são loucura aos olhos do
Eterno – 1Co 3.18-20) a fim de dar aos nascidos no milênio o
privilégio de crescerem num mundo de igualdade social. No entanto, esta glória
e honra não entram na Nova Jerusalém para fazerem parte dela, mas para serem
aniquiladas. A ideia é que, ao ver a beleza da Nova Jerusalém, o brilho deste
mundo se apague diante deles.
Afinal,
a Nova Jerusalém não precisará de mais glória do que ela já tem, visto que o
Eterno é glória dela. Ou seja, os reis irão renunciar a glória (aquilo que identifica as nações) e honra
(toda a
possibilidade que as nações têm de gerarem seguidores que deem continuidade aos
seus costumes) das nações para que elas tenham condições de
serem identificadas por aquilo que o Eterno é e, então, propagarem isto.
Mas
afinal, o que seria coisa impura?
Não
se trata de mera sujeira (como a poeira fina trazida pelo ar),
mas algo que corrompe o caráter dos indivíduos. Nada imundo entra na cidade
porque isto pode corromper os israelitas que ali estão. Por aqui pode-se
entender o motivo pelo qual as coisas trazidas pelos reis da terra não se
tornarão parte da Nova Jerusalém.
Também
não entrará na Nova Jerusalém quem pratica:
· Abominação
-> Quem semeia contenda entre irmãos (Pv 6.19), ou seja, quem estimula um
querer ser maior do que o outro, se destacar sobre este.
· Mentira
-> Quem distorce ou modifica a verdade.
Note que não está
escrito “dizer a mentira”, mas “fazer uma mentira”. Isto lembra o versículo
abaixo:
·
“E nenhum deles cai em si, e já
não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e
cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne, e a comi; e faria eu do
resto uma abominação? Ajoelhar-me-ei ao que saiu de uma árvore? Apascenta-se de
cinza; o seu coração enganado o desviou, de maneira que já não pode livrar a
sua alma, nem dizer: Porventura não há uma mentira na minha mão direita” (Is 44.19,20).
·
“Mostrou-me um rio da água
da vida, resplandecente como cristal, saindo do trono de Deus e do Cordeiro.” (Ap 22.1).
Em alguns lugares da Escritura Sagrada nós temos
um rio especial sendo profetizado no Antigo Testamento (Is 33:21; 35:6, 7; Jl 3:18; Ez
47:1-12; Zc 14:8).
· Em
Gênesis, o rio saía do Éden para regar o jardim, se dividindo após este em
quatro braços (Gn
2.10-14) para para saciar árvores comuns e o homem;
Ø
“E saía um rio do Éden para
regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.” (Gn 2.10).
· No
livro de Ezequiel, o rio saía do templo (Ez 47.1) para tornar saudáveis as
águas;
Ø
“Depois disto me fez voltar à
porta da casa, e eis que saíam águas por debaixo do umbral da casa para o
oriente; porque a face da casa dava para o oriente, e as águas desciam de
debaixo, desde o lado direito da casa, ao sul do altar.” (Ez 47.1).
Ø
“Então disse-me: Estas águas saem
para a região oriental, e descem ao deserto, e entram no mar; e, sendo levadas
ao mar, as águas tornar-se-ão saudáveis.” (Ez 47.8).
· No
livro de Zacarias, águas vivas saíam de Jerusalém (Zc 14.8);
· No Testamento
da Lei, os profetas usavam o rio para simbolizar riqueza, provisão e paz (Is 48.18; Zc 14.8; Ez 47.1-9):
Ø
“Há um rio cujas correntes alegram
a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela;
não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã.” (Sl 46.4,5).
· Aqui,
porém, o rio sai do trono do Eterno e do Cordeiro. Este rio sai direto do trono
do Eterno para regar a árvore da vida, de modo que ela pudesse dar seu fruto de
mês em mês.
Ø
“E mostrou-me rio puro da água da
vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio
da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são
para a saúde das nações.” (Rev 22.1,2).
Ezequiel e Zacarias se refiriam à Jerusalém do
milênio, quando haverá um rio saindo do templo de Jerusalém, no qual está o
trono do Criador e do Cordeiro, o qual irá purificar todas as águas (Ez 47.8-10).
Este é o rio físico que alegra a cidade do Criador (Sl 46.7).
No entanto, o único rio capaz de alegrar a
cidade do Eterno (Sl
46.4) é o Rio de Vida (Jo 7.37-39). A Água Viva é prometida em Apocalipse
três vezes (Ap
7.17; 21.6; 22.17), como um cumprimento da profecia de Isaías (Is 44.3).
O Rio de vida é muito mais excelente,
alimentando o indivíduo de dentro para fora (Jo 4.10,14; 7.37-39), sendo
resplandecente como o cristal. Obviamente, era livre de manchas. Se, por um
lado, em Ap 4.6 tem-se diante do trono um mar de vidro semelhante ao cristal,
aqui temos o Rio de Vida resplandecente como cristal saindo do trono do Eterno
e do Cordeiro.
Fisicamente, o Rio
de vida é caracterizado por:
Sua fonte: celestial;
Suas propriedades:
o É purificador: ele purifica por onde passa (Ez 47.8-10);
o É um rio de poder (ele vem do trono do Criador que
está no Seu templo – ver Ez 47.1):
Quem dele bebe ou por ele passa torna a viver;
o É embelezador e frutificador: (Is 35.1,6,7; Is 58.11);
Seu progresso: sai para a região oriental, e desce ao deserto e entra no mar (Ez 47.8). Ou seja, não é uma fonte de água estagnada or um
ribeiro de águas bravias, mas um rio profundo, com grande volume de água e de
contínuo movimento.
Sua durabilidade: suas águas estarão sempre fluindo sem jamais se
extinguir;
Sua aparência: claro como cristal (Ap
22.1).
- “No meio da sua praça, e de ambos os lados do
rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de
mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações.” (Ap 22.2).
Nos tempos da Escritura Sagrada, as árvores (em particular,
o carvalho) ocuparam um papel
importante. Por exemplo:
·
Em Gênesis 3.24,
querubins foram postos ao oriente de Éden para guardar o jardim e uma espada
inflamada guardava o caminho da árvore da vida;
·
O Criador se
manifestou a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3.2);
·
Jacó, disposto a
servir de todo o coração o Criador, recolheu todos os ídolos e os escondeu
debaixo de um carvalho que estava em Siquém (Gênesis 35.4);
·
Quando morreu
Débora, a ama de Rebeca, ela foi sepultada ao pé de Betel, debaixo do carvalho
cujo nome chamou Alom-Bacute (Gênesis 35.8);
·
Josué escreveu as
palavras dos israelitas no livro da lei do Criador; e tomou uma grande pedra, e
a erigiu ali debaixo do carvalho que estava junto ao santuário do SENHOR (Josué
24.26);
·
Um carvalho era usado
para marcar os limites (Gênesis 12.6; Juízes 4.11; Juízes
9.37; 1Samuel 10.3; 1Samuel 17.2,19; 21.9; 1Reis 13.14);
·
Débora profetizava
debaixo de uma palmeira (Juízes 4.5);
·
O anjo do SENHOR
veio e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra quando ele fora
convocar Gideão para a guerra (Juízes 6.11,19);
·
Abimeleque foi
constituído rei junto a um carvalho (Juízes 9.6);
·
O Criador usou as
copas das amoreiras para sinalizar para Davi o momento de atacar o arraial dos
filisteus (2Smauel 5.23,24);
·
Absalão ficou preso
nos ramos de um grande carvalho (2Samuel 18.9,10,14);
·
Saul e seus filhos
foram enterrados debaixo de um carvalho (1Crônicas 10.12);
·
Era debaixo de
árvores frondosas que o povo se prostituía espiritualmente (Isaías
1.29; 2.13; Ezequiel 6.13; Oséias 4.13);
·
Ídolos eram feitos,
muitas vezes, de madeira (Isaías 44.14);
·
Árvores eram usadas
como símbolo de Israel e da Igreja (Isaías 1.30; 6.13) e até dos inimigos (Amós 2.9);
Características da Árvore da Vida:
·
Sua raiz é centralizada – está no meio da praça;
·
É vital – ela é origem, o fim (Rm 14.7,8) e fonte de nossa
vida física e espiritual;
·
É maravilhosamente frutífera;
·
Atende perfeitamente a cada estação;
·
Cura universalmente;
·
Seus frutos são agradáveis (Ct 2.3);
·
Seus frutos são proveitosos e alegram o coração de
quem os come (Jz
9.13);
O que esta Árvore da Vida proporcionará aos
indivíduos?
·
O que é perpetuado não é a vida natural do corpo, pois para isto
tinha muitas outras árvores no Éden e o corpo continuou vivo após ser privado
da Árvore da Vida. Além disto, se o Criador quisesse, Ele poderia tirar a vida
de Adão, já que Jesus é a Vida (Jo
11.25; 14.6);
·
O que é continuado não é a vida espiritual, pois
isto significa muito mais que a imortalidade. Além disto, se o Eterno quiser
que alguém não tenha comunhão com Ele, basta Ele se calar.
·
Logo, isto está se referindo à alma e à capacidade
de se manter jovo. Sem a Árvore da Vida, o homem passou a ter que comer do suor
do seu rosto (Gn
3.17),
ou seja, passou a estar sujeito a cansaço e velhice.
A doença das nações:
·
É universal;
·
É bem arraigada. Não é uma doença superficial, nem
acidental, mas uma doença constitucional;
·
Torna o indivíduo desagradável ao Criador;
·
É fonte de toda miséria e maldição das pessoas.
Aqui a Árvore da Vida produz fruto, não apenas uma vez por ano, mas o
ano todo; não apenas um tipo de fruto, mas doze. Assim todos os gostos podem
ser satisfeitos, tendo nada sobre ela inútil ou que tende a decair.
As folhas são algo
que a árvore produz naturalmente (por ela mesma). Já o fruto, este depende de haver fecundação. A
fecundação gera a semente da vida e o fruto para proteger e nutrir esta
semente. Se o ramo não dá fruto é porque nele não ocorre fecundação:
·
ou ele não tem flor;
·
ou seu pólen é
infértil;
·
ou seu pólen é preso
à flor e impossível de ser carregado pelo vento ou por algum inseto.
Embora a folha seja
de extrema importância para a árvore, o fruto é a confirmação de que o ramo
permanece maduro e vivendo em amor e verdade.
Inclusive, é por
isto que o ramo que não dá fruto é cortado e lançado fora (Jo
15.2). Ele simboliza o nascimento de um filho (semente), onde o fruto do Espírito Santo é o alimento que
protege este filho, o qual depois servirá de alimento para muitas vidas, seja:
·
para alimentar o corpo;
·
para alimentar a
mente com conhecimento e sabedoria;
·
para alimentar a sentimento
com consolo, esperança, felicidade, etc.
·
para alimentar o
espírito com a presença do Espírito Santo.
A praça está no meio da cidade e a Árvore da
Vida, no meio da praça (Ap 2.7 – a Árvore da Vida estará no meio do paraíso do Eterno,
tal como em Gênesis 2 ela estava no meio do Jardim do Éden – Gn 2.9).
Vem a questão: as folhas da Árvore da Vida são
para cura ou saúde das nações? Tem versão que diz “cura” e outras, “saúde”. Em
outras palavras, as folhas da Árvore da Vida são para remediar um mal ou para
conservar o que é bom?
·
“Ora, se já morremos com Cristo,
cremos que também com ele viveremos; sabendo que, tendo sido Cristo
ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre
ele.” (Rm
6.8,9)
·
“Mas os que forem havidos por
dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem hão
de casar, nem ser dados em casamento; porque já não podem mais morrer; pois são
iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.” (Lc 20.36).
Considerando que os frutos da Árvore da Vida são
para conservar o indivíduo vivo (Gn 3.22) e que, como visto acima,
quem ressuscitou não morre mais, logo esta árvore só tem serventia no milênio,
para conceder longevidade a israelitas e não-israelitas e para prover cura aos
não-israelitas (ver
Ez 47.12). Como não se fará mal, nem dano algum em todo o santo monte do
Criador os israelitas, no milênio, não ficarão doentes (Is 11.9).
Ao contrário daqueles que advogam que Adão e Eva
não comeram da Árvore de Vida (baseado em Gn 3.22), se o fato de comer apenas
uma única vez bastasse, então não havia necessidade de a Árvore de Vida ficar
eternamente produzindo fruto. O homem seria imortal, independente dela. Como
bem sabemos, em toda eternidade, dependeremos de Jesus (a Árvore de Vida).
Não há bênção real que venha a nós fora da praça da comunhão.
Logo,
Adão e Eva comeram da Árvore de Vida. Além disto, lembre-se que todos aqueles
que viveram antes do dilúvio chegaram a viver quase mil anos. É bem provável
que isto foi consequência de Adão e Eva terem comido da Árvore de Vida. Seu
efeito pôde ser visto por várias gerações, indo aos poucos diminuindo até nada
restar.
- “Não
haverá jamais maldição. O trono de Deus e do Cordeiro estará nela, e os
seus servos o servirão, e verão a sua face; e o seu nome estará nas testas
deles.” (Ap 22.3,4).
Não
haverá mais a maldição do pecado que teve lugar em (Gn 3.17,22-24), a
chamada maldição Adâmica. Embora a maldição tenha entrado neste mundo através
da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (Dt 11.26; 30.19), ela se tornou ativa a
partir do momento que Adão provou dela. A partir daí Adão foi expulso do
paraíso e impedido de voltar por meio de querubins e de uma espada inflamada
que guardava o caminho da árvore da vida (Gn 1.24), sendo condenado a um
trabalho desgastante e sem proveito que tudo se perde com o tempo. Sem contar
que ele iria voltar ao pó (Gn 3.19).
No entanto, esta maldição não é algo
essencialmente mau. Imagine o ser humano poder viver para sempre como uma
maldição ambulante (Gn 3.17). Imagine ser eterno, deixando um rastro de
maldição por onde passa.
Felizmente, Jesus resgatou a os que creem da
maldição da lei do arbítrio (Gl 3.10,13), de modo que eles não precisam mais
morrer para darem fim à sua caminhada de maldição. Agora, basta eles morrer
para si mesmos (Mt
11.28,29; Rm 6.1-4; Gl 2.20; Cl 3.3) e sua caminhada de
maldição terminará (eles passarão da morte para a vida – Jo 5.24; 1Jo 3.14).
Glórias ao Eterno que dá fim à maldição por
causa Dele mesmo (Is
43.24,25), pois Ele não pode suportar a iniquidade, nem contemplar o mal (Hc 1.13).
A Noiva de Cristo é caracterizada pela comunhão
contínua com o Eterno, como num casamento, onde o objetivo é a perfeita unidade
com o Espírito Santo (Jo 17.11,21-23; 1Co 6.17).
É claro que, em tais circunstâncias, não há
lugar para maldição, pois quem é capaz de desejar ou fazer algo mau, sendo
guiado individualmente pelo Espírito Santo, vendo, sentindo e entendendo as
coisas do modo correto?
No entanto, a bênção no milênio é tão
maravilhosa que, mesma para a Jerusalém física não haverá maldição física porque
ela habitará segura (Zc 14.11). Note como a segurança do Eterno (corroborada pelo fato de Ele
estar ali – Ez 48.35) é indispensável para o fim da maldição. E toda
a criação espera por este dia (Rm 8.20,21).
A
promessa mais esperada por quem ama o Criador é poder vê-Lo face a face. Veja
alguns destes versículos:
- "Quanto a
mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua
semelhança quando acordar" (Sal. 17:15).
- "Depois
que me arranquem a pele, já sem carne, verei deus; eu mesmo o verei, e não
outro, meus próprios olhos o verão. O coração me desfaz no peito!" (Jó. 19:26, 27).
- "Bem-aventurados
os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mat. 5:8).
- "... Então
veremos face a face" (1 Cor. 13:12).
- "...
Haveremos de vê-lo como ele é" (1 João 3:2).
Aqui
a narrativa passa para o tempo futuro. A presença do trono do Criador e do
Cordeiro é uma consequência de não haver mais qualquer fonte de maldição (Josué 7.12,13),
incluindo a de Gênesis 3.16-19:
· Dor
ao dar à luz;
· Briga
entre os sexos;
· A
necessidade de duro e fútil trabalho para o sustento do homem;
· Morte.
Analisemos cada uma das características:
- O nome do
Criador e do Cordeiro estará na testa de quem crê -> Em Ap 7.3; 14.1,
apenas 144.000 recebem na testa o selo contendo o nome do Criador e do
Cordeiro. No entanto, aqui todos os que creem são vistos com este selo.
Logo, estes 144.000 são uma amostra do que será concedido a todos os que
crrem. E o fato de a Igreja estar marcada com o nome do Criador é uma
confirmação de sua filiação, diante de todos os cidadãos celestiais, a
qual ocorreu no interior do coração (Ap 3.17).
Além disto, enquanto a
marca da besta foi recebida na testa e na mão (Ap 13.16,17 – para desfrutar do mundo),
em imitação ao regime legal do Antigo Testamento (Êx 13.13,16 – para desfrutar das promessas físicas do Criador), os
que creem só necessitam de selo na testa (que confirme sua filiação),
pois a lei do Criador não é morta nela (ver 2Co 3.6), mas vive através do Amor
presente em seu interior. Além disto, o selo do Criador não é para alguém se
exibir, mas para transformar o caráter e a mente de quem o recebe. Isto, por
sua vez, já implica em mudança de atitude;
- Os seus servos
o servirão, e verão a sua face -> Enquanto que, no Antigo Testamento,
os servos dos sacerdotes (os levitas) sequer podiam se
aproximar do Santo Lugar ou tocar nas coisas sagradas, aqui até mesmo os
servos mais humildes do Cordeiro O verão face a face;
Que fique claro: não se
trata de uma retribuição. Ou seja, não vamos servir Àquele que nos serviu (mesmo porque em momento algum
Jesus nos serviu. Antes, Ele serviu ao Pai). Vamos servir ao Único que
é digno.
Alguém pode questionar:
“mas no céu não iremos descansar?”. Das nossas fadigas (Ap 14.13), e
não do serviço.
Mas isto não é tudo! O fato
de todos no céu serem servos dá fim a qualquer distinção de classes sociais,
bem como demonstra que qualquer um aqui na terra pode ter acesso. Basta aceitar
o convite de Jesus e Seus termos. A partir de então, embora servos, reinaremos
com Ele.
- O trono do
Criador e do Cordeiro está na Nova Jerusalém -> Todos terão certeza de
estarem fazendo a coisa certa. Deste forma...
- Não haverá
jamais maldição.
- “E ali não haverá mais noite, e não
necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os
ilumina; e reinarão para todo o sempre.” (Ap 22.5).
Novamente é dito que “não haverá mais noite” (Ap 21.25). Não haverá necessidade de luz artificial (candeia) ou natural (sol, lua). A noite existe hoje porque é quando Jesus sela a
Sua instrução em nós. (Jó 33.15,16).
- “Disse-me
ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras, e o Senhor Deus dos
espíritos dos profetas enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos o
que deve acontecer brevemente.” (Ap 22.6)
É curioso como em (Ap
1.1) é mencionado apenas um servo (João) e agora são mencionados vários servos.
O Deus do espírito dos profetas enviou Seu
anjo para falar, ou seja, Ele não assenta mudo no Seu trono e fica vendo tudo
acontecer sem fazer nada. E Ele fala com um único indivíduo como se ele fosse
único.
Por três vezes é dito que o apocalipse é fiel e
verdadeira Palavra do Eterno (Ap 19.9; 21.5; 22.6) (algo semelhante ocorre em Dn 8.26).
Em meio a tantas provas e lutas (como as que João e seus companheiros estavam testemunhando),
muitas vezes é difícil crer nas promessas gloriosas do Eterno. Estamos tão
acostumados à miséria deste mundo caído que, quando o Eterno revela algo tão
maravilhoso como Ap 19 a 22 parece difícil acreditar. Tanto é assim que é muito
difícil alguém estudar o apocalipse. E quando o faz, preocupa-se apenas com a
besta, falso profeta, a grande prostituta, etc. Infelizmente é muito difícil
alguém interessar sobre a Noiva do Cordeiro: primeiro, pelo prazer que têm no
mal; segundo, pela dificuldade que há em acreditar que o amor supera tudo.
Com respeito à primeira hipótese, não precisamos
perder tempo desejando o mal para os incrédulos, pois eles já estão no mal. Que
empreguemos melhor o tempo retirando do mundo os servos do Eterno que estão
presos nas garras de Ha-Satan.
Com relação à segunda hipótese, pode crer que a
Palavra do Eterno não é mera utopia de um visionário, mas a única fonte de
verdade. Embora os que a proferiram foram simples seres humanos, jamais alguma
profecia da Escritura Sagrada foi proferida pela vontade de alguém ou em prol
de interesses particulares (2Pe 1.21). Antes, os profetas falaram inspirados pelo
Espírito Santo (1Pe
1.11) conforme o Eterno lhes concedia que falassem (1Co 12.4-11).
Daí a expressão “o Senhor Deus dos espíritos dos profetas”. Embora o espírito
dos profetas lhes estivessem sujeitos (1Co 14.32), nem por isto algo saía
fora do controle do Criador.
Enfim, o que João está dizendo é que o
apocalipse, bem como todas as demais profecias, são dignas de total credibilidade.
Trata-se de Jesus (Ap
1.1) enviando Seu anjo para mostrar aos seus servos o que deve acontecer
de modo rápido. Ou seja, o apocalipse é um livro para deixar todo o povo do
Eterno alerta, de modo que, quando tudo isto vier a acontecer, nenhum seja pego
de surpresa.
CARACTERÍSTICAS DA IGREJA NOS DIAS
DE HOJE
1ª – É uma nova criação que faz
parte de uma nova criação
- “E
vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira
terra passaram, e o mar já não existe.” (Apocalipse
21.1).
Muitas vezes estamos vivendo
o Novo Testamento da mesma forma que Israel vivia o Antigo Testamento. A menos
que mudemos de atitude, a tendência é acontecer como mostrado abaixo.
·
“No meio da congregação e da assembléia foi que eu me achei
em quase todo o mal.” (Provérbios 5.14).
Infelizmente, as
pessoas foram acostumadas a irem às instituições religiosas para cumprir
rituais ao invés de usarem o tempo para conhecerem um ao outro melhor, para se
aproximar e ser mais íntimo de Jesus e, acima de tudo, estar pronta para ser
usada por Ele (Lc 12.36).
Os cristãos estão
apegados aos seus rituais que, se um mendigo, andarilho, bêbado, etc. entra na
instituição religiosa, eles tentam expulsá-lo em lugar de acolhê-los, e cada um
ministrar a dádiva de Jesus em suas vidas (salmo, ensino, línguas, revelação,
etc. (1Co 14.26). Afinal, a Igreja é
um hospital espiritual (veja Is 14.32), onde cada membro necessita ser preparado para a
ação do Espírito Santo.
A Igreja não
sobrevive de rituais, mas de cada Palavra que sai da boca do Criador (Dt
8.3; Mt 4.4; Lc 4.4). Jesus fala com
aqueles que desejam ardentemente ouvi-Lo e é esta Palavra que penetra até à
divisão da alma e do espírito (Hb 4.12), restaurando nosso homem interior.
2ª – Sua origem é celestial e seu
adorno é para seu Noivo, e não para os estranhos
- “E
eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu,
adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.” (Apocalipse
21.2).
·
“A casa e os bens são herança dos
pais; porém do SENHOR vem a esposa prudente.” (Provérbios 19.14)
Assim como a esposa
prudente vem do Criador, a verdadeira Igreja é algo celestial, sobrenatural e
edificada pelo próprio Jesus (Mt 16.18). Como a boa dádiva e o dom perfeito vêm do
Criador, ela desce do céu, do Pai das luzes (Tg 1.16,17).
Ela não precisa de
ajustes humanos. Ela é adereçada pelo Criador, o qual a enfeita para Si mesmo (e não
para os outros). É por isto que,
muitas vezes, não conseguimos enxergar beleza em muitos dos membros da Igreja:
a transformação promovida pelo Criador na vida deles não visa agradar nossa
carne, mas sim cumprir Sua missão, a qual, muitas vezes, é nos disciplinar e
tratar.
3ª - É fundada por Jesus em pessoa
(Mt
16.18) a fim de que Ele possa
habitar neste mundo
- “E
ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com
os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus
estará com eles, e será o seu Deus.” (Apocalipse 21.3).
O que é a Igreja? “Eis
aqui o tabernáculo de Deus com os homens”. Igreja corresponde àqueles que têm
relacionamento pessoal com Jesus e que, portanto, servem como referência para
aqueles que desejam conhecê-Lo melhor e ter contato e até intimidade com Ele.
Qual a finalidade da Igreja: o
Criador deseja usá-la para habitar entre os homens. Não se trata de mera visita
esporádica (como
se vê em muitos cultos onde se clama pela vinda do Espírito Santo).
Não! Não somos templos de visitação, mas habitação do Espírito Santo (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16).
O que pretende o Criador através da Igreja? Criar
para Si um povo, uma semente de piedosos (Ml 2.15) que retrate quem é o
Criador em Sua essência.
Quem é este Deus que está com Seu povo? Éle
é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Ml 3.6; Hebreus 13.8), quer no céu ou na
terra. Não é um Deus diferente, mas é o mesmo Deus que agiu no Antigo, no Novo
Testamento, que age hoje, agirá no milênio e por toda a eternidade. Embora ele
possa mudar Seu modo de agir, Ele não muda Seu caráter.
Que benefício isto traz ao povo? O
Criador é o Deus dos vencedores, ou seja, a plena satisfação e realização de
cada um, de modo que Ele é o suprimento de todas as nossas necessidades (Sl 37.4).
4ª - Está sempre pronta a
consolar, vivificar, ouvir, \compadecer
- “E
Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse
21.4).
Embora o cumprimento
plena de cada um destes itens se dará após o Juízo Final, a Igreja é capaz de
manifestar cada um destes espiritualmente. Assim, analisemos item por item:
·
“E Deus limpará de
seus olhos toda a lágrima” – Jesus concluiu Seu ministério aqui fazendo dos que
creem Nele Seus embaixadores (2Co 5.18-20) e ordenando que ministrassem o evangelho a todo
mundo (Mt 28.18-20; Mc 16.15).
É claro que, para a
Igreja cumprir Seu papel, é necessário que ela observe atentamente o versículo
abaixo:
·
“Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões
inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no
íntimo do teu coração. Porque são vida para os que as acham, e saúde para todo
o seu corpo.” (Provérbios 4.20-22).
Note como a
obediência a este versículo capacita a Igreja para os itens abaixo:
·
“e não haverá mais
morte” – Jesus é a Palavra do criador que traz vida para todos que O encontram,
além de fazer dos tais uma fonte de água que salta para a vida eterna (Jo
4.13,14; 7.37-39).
·
“e não haverá pranto”
– quem atendeu às palavras do Criador e recebeu Seu consolo bem presente na
angústia (Sl 40.1),
está pronto para servir de consolo (2Co 1.3-5), ou seja, de ânimo em meio às lutas (ver
como o Criador tratou a depressão de Elias – 1Reis 19).
·
“e não haverá clamor”
– quem inclina o ouvido às razões do Criador é capaz de ouvir o desespero do
próximo, sofrer junto com ele, buscando em Cristo a vitória que agora será de
ambos (daí a razão pela qual quem crem em Jesus é mais
que vencedor – Rm 8.37).
·
“e não haverá dor” –
A palavra de Jesus é saúde para todo o corpo.
·
“As palavras suaves são favos de mel, doces para a alma, e saúde
para os ossos”. (Provérbios 16.24).
·
“porque já as
primeiras coisas são passadas” – quem não deixa seus olhos se apartarem do que
Jesus diz está sempre se achegando ao Seu trono para alcançar Sua misericórdia (Hb
4.16) que se renova a cada dia (Lm
3.22,23) e capacita para andar em novidade de vida
(Rm 6.4; 7.6; 2Co 5.17).
5ª - Anda em novidade de espírito,
e não na caducidade da letra (Rm 7.6)
- “E o que estava assentado sobre o trono disse:
Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas
palavras são verdadeiras e fiéis.” (Apocalipse 21.5).
Muitas vezes nós
estamos nos apegando demais ao passado e a regras, principalmente quando somos
vítima de maus-tratos. Todavia, devemos sempre ter em mente que:
·
“O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que
tropeçam.” (Proverbs 4.19).
Ainda que eles possam
merecer punição, devemos guardar nosso coração, visto que é dele que sai a
fonte da vida (Prov 4.23),
bem como os maus desígnios (Mark 7.20-23). Não consintamos que o ímpio tenha sucesso em sujar
nosso coração, deixando-o na mais completa trevas, e portanto, incapaz de
perceber que podem estar a tropeçar em algo valioso.
Embora leis tenham
seu valor, elas devem ser apenas um referencial para guiar os novos na fé a
Cristo (Gálatas 3.24,25). Todavia, o alvo supremo é a comunhão direta com Cristo, ouvido direto
de Sua boca a decisão correta a ser tomada em cada situação que vivemos.
Em suma: a Igreja
anda em novidade de vida (Rm 6.4), esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando
para as que estão diante dela, prosseguindo para o alvo, pelo prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.13,14).
6ª - Tudo o que ela faz é conforme
o que ela ouve e vê de Jesus, movida pelo Seu poder e visando conhecê-Lo melhor
- “E
disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.
A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.” (Apocalipse
21.6).
Jesus, não só é o
Princípio (Verdade)
e o Fim (a Vida eterna 1João 5.20), mas também o Caminho que conduz à Verdade e à
Vida:
·
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6).
Isto é compreensível:
·
“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na
terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é
antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” (Colossenses
1.16,17).
·
“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória,
pois, a ele eternamente. Amém.” (Romanos 11.36).
Isto significa que a
Igreja só tem autorização para agir:
·
após ouvir a
orientação de Jesus. Who doesn’t wish
to be devoured by the fire of the Creator, needs to recall that Jesus is the First
(Revelation 22.13);
·
do jeito que
Jesus orientou. Não temos o direito
de fazer as coisas do nosso jeito, de acordo com os métodos do mundo;
·
visando
unicamente conhecer Jesus melhor e glorificar Seu nome. Jamais devemos buscar Jesus por interesses
pessoais, visto que devemos perder nossa vida neste mundo para achá-la em
Cristo (Mt 10.39; Cl 3.3).
7ª - Está sempre pronta para
alimentar e saciar gratuitamente a sede espiritual de quem desejar
- “E
disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o
fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da
vida.” (Apocalipse 21.6).
A Igreja obedece à
determinação do Criador:
·
“Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos,
expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mateus 10.8).
Ninguém tem o direito
de cobrar para louvar, pregar o evangelho, orar, etc. Primeiramente, porque
quem realmente executa a obra é o Espírito Santo. Além disto, quem dá a
mensagem ao profeta or capacita alguém para entender e pregar o evangelho, para
louvar com unção, é Ele:
·
“Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas
recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras
recebido?” (1Co 4.7).
E se alguém parece
ungido ou espiritual e não obedece a Escritura Sagrada, que este seja ignorado (1Co
14.38) porque nele não há luz:
·
“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta
palavra, é porque não há luz neles.” (Is 8.20).
E o evangelho é para
ser pregado para todos persistentemente, em tempo e for a de tempo, reprovando,
repreendendo, exortando com toda longanimidade e doutrina (2Tm
4.2). Não importa se a pessoas parece ser
resistente ao evangelho ou está num estado que parece impossível compreender a
mensagem de Jesus:
·
“...pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de
Deus, que se compadece.” (Rm 9.16).
Resumindo: a Igreja
não retém a fé em Jesus mostrando favoritismo (Tg 2.1), nem pregando ou ensinando por torpe ganância (Tt
1.11).
8ª – Ela não se deixa vencer pelas
tentações mundanas
- “Quem
vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu
filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos
homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a
todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre;
o que é a segunda morte.” (Apocalipse 21.7,8).
A Igreja sempre enfrenta
com ousadia as maquinações do inimigo para fazer as coisas funcionarem (Pv 28.1):
1. A Igreja não se intimida diante dos
escárnios, perseguições, pressões, ameaças e até punições dos ímpios (Dn
3.17-21; 6.13-17). Nem mata os
indivíduos que assim procedem. Ela se mantém confiante, sempre orando,
consagrando, evangelizando e vivendo o evangelho;
2. A Igreja não naufraga na fé quando o mundo
parece prestes a desabar sobre sua cabeça. Antes sempre conserva a fidelidade e
a boa consciência (1Tm 1.19) ao
invés de usar os conceitos e valores do mundo para resolver os problemas;
3. A Igreja não pratica abominação, ou seja,
ela não tenta promover intrigas (como fará o anticristo – Dn
8.23) a fim de alcançar privilégios e recursos,
nem tenta ser superior aos outros;
4. A Igreja não fornica com outros deuses, nem
tenta resolver seus problemas conjugais e sexuais com alguém que não foi
escolhido pelo Criador para ser seu cônjuge. Não tenta se saciar sua carne sem
assumir aliança com o Criador junto a este indivíduo;
5. A Igreja não tenta violentar o Criador com “feitiçaria
cristã”, a saber, praticando rituais que visem convencê-Lo (e até
obrigá-Lo) a fazer o que ela deseja. Antes, ela procura
conhecer a vontade do Criador e se submeter a ela.
6. A Igreja não idolatra, ou seja, não confia
nos poderosos e poderes deste mundo para resolver seus problemas (Sl 20.7;
147.10,11). Jesus é Seu único Senhor, Salvador e
Tesouro (Gn 15.1).
7. A Igreja não pratica a mentira, ou seja,
nunca tenta enganar alguém para se ver livre de uma situação difícil e
constrangedora, muito menos para privar o outro do que lhe é de direito. Antes,
ela sempre diz a verdade, mesmo sabendo que pode ser importunada, molestada ou
punida.
9ª - Ela não se ostenta; antes, é
humilde debaixo da mão poderosa do Criador (Tg 5.5-7)
- “E
levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande
cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.” (Apocalipse
21.10).
João foi transportado
para um grande e alto monte a fim de ver com precisão toda a grandeza e glória
da Nova Jerusalém. A mesma coisa fez Ha-Satan com Jesus, só que com um
propósito diferente. E a semelhança da frase “E levou-me em espírito a um grande e alto
monte” (ARC) com a frase “E levou-me em espírito a um deserto”,
também serve para acentuar ainda mais o contraste entre Grande Babilônia e a
Noiva do Cordeiro.
Note que a Igreja não desce por vontade própria, mas como embaixatriz do
Criador (ver 2Co 5.18-20). Ou seja, ela não tenta forçar uma
igualdade, mas é o próprio Criador quem a promove, exaltando ou humilhando de
acordo com a necessidade (Ez 17.24; Dn 4.17,25).
O monte alto sobre o qual a Nova Jerusalém será construída e que encherá
toda a terra é Jesus (Dn 2.35; Mt 16.18).
10ª - Tem a glória do Criador
- “E
tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra
preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente.” (Apocalipse
21.11).
A cidade-templo que
desceu do céu, embora seja literal, também representa a Noiva do Cordeiro.
“Quem” ou “o que” a
Igreja foi antes de se tornar a Noiva do Cordeiro?
·
Não possuía um parente
nobre ou poderoso de quem se vangloriar;
·
Sua linhagem não era
real, mas vil e desprezível;
·
Não tinha beleza, nem formosura;
·
Não tinha bondade, nem
capacidade para amar e, portanto, ela era alguém indigna de ser amada (Rm
3.9-18);
·
Não tinha recomendação
pessoal ou familiar;
·
Era estrangeira (Ef 2.12,
cativa do pecado e rebelde (Rm 7.13-21; Ef 2.1-6; Cl 1.21)).
Após a operação de
Jesus, ela passou a ser capaz de receber e refletir toda a beleza da glória e
santidade de Cristo (Sl 29.2; 96.9).
11ª - É a luz do mundo (Mt 5.14-16)
·
“e tendo a glória de Deus. O seu brilho era semelhante a uma pedra
preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.” (Ap 21.11 – TB1917).
De igual modo, sendo jaspe uma pedra cristalina, ela reflete com pureza
a luz que sobre ela incide, sem modificá-la. A Nova Jerusalém, como um todo,
tem esta característica. Todos nós devemos resplandecer a luz de Cristo (Jo
8.12) com
exatidão e pureza melhor do que astros no mundo (Fp 2.14,15), ou seja, como quem
não concentra a luz numa única direção. A ideia é que todos vejam e se
beneficiem (Mt 5.14-16), e não apenas aqueles que queremos. A grande
virtude é conservarmos o caráter de Cristo, mesmo em meio a situações adversas.
Não devemos esperar recompensa por agirmos corretamente. Antes, nossa
recompensa deve ser a de mostrar a todos o quão firme é o caráter do Eterno.
Não adquirirmos conhecimento para arbitrarmos, mas para servirmos a quem
quer que deseje a verdade e que Jesus coloque na nossa vida para servirmos.
Quem faz acepção de pessoas, está se comportando como juiz e,
obviamente, tomado de maus pensamentos. Não há motivo para negarmos algum
benefício a alguém que deseja algo realmente bom (mesmo porque, são poucos os
que infelizmente, desejam isto). Na verdade, quando este mundo nega algum benefício a alguém, é porque
tal coisa é má, ou seja, estimula a carne do indivíduo no sentido de uns terem
privilégio sobre os outros. Daí a divisão da sociedade em classes sociais e,
obviamente, a acepção de pessoas (Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25;
Tg 2.1,9; 1Pe 1.17).
12ª – É perfeitamente separada e
protegida deste mundo
- “E
tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e
nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de
Israel.” (Apocalipse 21.12).
Espiritualmente, este muro representa dupla proteção para a Igreja:
·
Considere que Jesus é poderoso para nos guardar de tropeçar (Jd 24;
1Co 10.13)
e guardar o nosso depósito (2Tm 1.12) até o dia que Ele
vier nos buscar. Ele nos guarda em Sua mão (Jo 10.28,29).
·
Jesus é nosso advogado (1Jo 2.1). Ele nos concede
todos os recursos necessários (a saber, toda sorte de bênçãos
espirituais nos lugares celestiais – Ef 1.3):
o
Seus dons (Ef 4.8);
o
Seus talentos (Mt 25.14,15);
o
Seu corpo (a Igreja – Jo 6.51-57);
o
Seu Espírito (Jo 16.8);
o
Sua graça e misericórdia (Hb 4.16);
o
Seu fruto (Gl 5.22);
o
Sua armadura (Ef 6.10-18);
o
Todas as coisas que dizem respeito à vida e piedade (2Pe
1.3);
Na antiguidade, o muro
tinha quatro propostas:
1. Definição: a
posição da Igreja em relação ao mundo deve ser bem definida.
2. Limitação:
muro é para fechar o povo em torno de um limite, a fim de que a Igreja não seja
em bando de andarilhos vagando sem rumo e destino como espíritos imundos. A
Igreja, embora seja estrangeira e peregrina neste mundo (1Pe 2.11), ela está no Caminho e com um destino: habitar
para sempre com Jesus.
3. Defesa:
para impedir a invasão de lobos devoradores cruéis que não poupem o rebanho (Mt 7.15;
At 20.29);
4. Separação:
previne que indivíduos que andam desregradamente entrem e saiam sem qualquer
restrição. Só entra quem segue os mandamentos do Criador revelados no
Testamento da Lei, mas do ponto de vista da Aliança do Favor do Eterno.
Contudo, a Igreja possui
doze portas, ou seja: seus membros não estão ali por falta de opção (por não
ser possível sair); e, os fora não estão
ali porque não há possibilidade de entrar (o problema é que eles não
querem seguir as leis que os possibilita a interagirem dentro dela).
Note que não cabe à Igreja defender a si própria. É o Criador quem nos
justifica e protege (Rm 8.32), e não nós mesmos (ver
1Sm 25.39).
O muro é construído pelo próprio Eterno, de modo a conceder Seus bons olhos aos
de fora (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36; Tt 1.15; Ap 3.18) e manter Seus bons
olhos nos de dentro.
O muro serve para mostrar que a Igreja não pode ter em contato com o
mal. Trata-se da capacitação de Cristo para que os Seus para sejam contaminados
quando evangelizando. Afinal, não cabe à Igreja ficar desprezando com a
desculpa que é para não se contaminar. Cada um deve se sujeitar a Cristo (Tg
4.7) e deixar que
Ele use o anjo que está acampado ao nosso redor para decidir quem deve se aproximar
ou não (Sl 34.7).
Muro implica em separação. O muro ser grande (espesso) e alto implica em
extrema proteção, segurança. Por outro lado, as portas abertas de contínuo (Ap
21.25)
implica em liberdade. A Igreja é livre (2Co 3.17), mas ao mesmo tempo
segura. Mas segura contra o quê?
Contra a possibilidade de perecer na fé. O muro indica a proteção
interior, um incentivo para permanecer contemplando os lugares celestiais (Ef
2.6), ao invés
de fitar os olhos no mal e ser obrigado a implorar o favor de homens insensatos
e sem coração.
Aquele crente que é parte do muro serve para tirar a liberdade do
indivíduo para o mal, para que este não faça o que quer, mas o que Jesus quer (Gl
5.16,17).
O muro guarda os de dentro dos de fora; o anjo impede os de fora de entrarem
indevidamente.
13ª - É livre interiormente,
dentro dos limites estabelecidos pelo Criador
·
“Tinha um muro grande e alto. Tinha doze portas e junto às
portas doze anjos, e sobre elas nomes escritos que são os da doze tribos
dos filhos de Israel.” (Ap 21.12).
Espiritualmente, Jesus é a porta (Is 28:16; 1Pe 2:4-5; Is 26:1; Jo 14:6).
Cada um que tem Jesus no coração é como uma porta do Criador. Eles estão sempre
abertos, confiando no Criador que acampa Seu anjo para protegê-los (Sl 34.7). A porta aberta representa perfeita paz, liberdade e
possibilidade de entrar.
A presença dos anjos,
por outro lado, representa segurança inteligente, não baseada em sabedoria
humana e mundana, mas Naquele cujos caminhos são mais altos do que os nossos
caminhos, e cujos pensamentos são mais altos do que os nossos pensamentos (Is
55.9).
Ou seja, a segurança
não está em força e poder mundanos, mas na força do amor que move anjos a se
acamparem junto aos servos do Eterno (Sl 34.8) pelo prazer de poder conhecer o Criador melhor (Ef
3.10; 1Pe 1.12).
Note que é um anjo
para cada porta, o que implica em segurança pessoal (e não
coletiva). Isto lembra Gênesis 3.24, quando o
Criador colocou querubins ao oriente do Jardim do Éden para guardá-lo (Gn
3.24).
É o Eterno quem nos
justifica e protege (Rm 8.32), e não nós mesmos (ver 1Sm 25.39).
Fique claro que porta
é tão somente uma abertura retangular para indicar uma mudança de contexto (lado
de fora e lado de dentro), bem como a
possibilidade de mudança.
Sem porta: quem está
dentro é obrigado a obedecer; quem está de fora não tem possibilidade de
salvação. No entanto, a porta aponta para a possibilidade de alguém se desviar (tal
como se deu com Ha-Satan), bem como a
possibilidade de conversão e transformação.
E o que permite esta
transição é a carne (tal como a carne de Jesus era o véu
do tabernáculo – Hebreus 10.21):
·
As concupiscências da
carne que levam quem crê a desviar e quem não crê a permanecer distante do
Criador;
·
É a crucificação da
nossa natureza carnal (o morrer nossa natureza terrena – Gl
2.20; 6.14; Cl 3.5), a qual é operada
por Cristo de alto a baixo (Fp 2.12,13; Cl 2.11), que nos permite acesso livre ao Reino dos Céus;
Quando o indivíduo
ainda não se converteu ao Criador, o pecado se comporta como uma porta maciça que
lacra a abertura do coração (a porta, que é Cristo e que deveria
servir-lhe de liberdade, para a entrada de Cristo e Sua Igreja – 2Co 3.17). Só se consegue entrar na vida deste indivíduo por
outra parte, a saber, invadindo, seja pelas janelas da alma (olhos,
sedução) ou arrombando seus muros através do medo,
do despertar dos desejos da carne ou da promessa de ser independente e ter
todos sob controle.
Contudo, quando o
indivíduo é convertido a si mesmo, esta porta do pecado é derrubada e o
indivíduo volta a ser livre.
Sei que isto parece
esquisito. Contudo, na oração do Pai Nosso nós pedimos ao Criador para trazer o
reino Dele até nós. Se fosse para nós nos convertermos a Cristo e caminharmos
com Ele rumo ao céu, a oração deveria ser “leva-nos ao Teu reino”.
Além disto, em
Apocalipse 3.20, Jesus diz que está à porta do nosso coração batendo. Logo, não
precisamos ir até Ele: Ele está sempre à porta tentando entrar. Jesus é o Bom
Pastor e, ao mesmo tempo, a porta (abertura) do nosso coração (João 10.7,11). Ele só não entra porque esta liberdade que Jesus
nos deu em Si mesmo (porta, abertura) foi fechada pela porta maciça do pecado.
Logo, o indivíduo, ao
invés de ser egoísta (viver pensando em tudo e todos), deve ser convertido a si mesmo, aceitando o reino
do Criador dentro de si (Lc 17.21). Você pode questionar: “mas a Escritura Sagrada
diz para nos convertermos a Cristo” (2Co 3.16; 1Ts 1.9).
Correto. Mas como
fazemos isto? Não é indo em direção ao céu, mas nos abrindo para Jesus, de modo
que possamos viver o céu aqui na terra dentro de nós. Tanto é assim que o filho
pródigo se arrependeu quando ele caiu em si (Lc 15.17). E o pai deste jovem foi claro: “tinha-se perdido,
e achou-se” (Lc 15.32).
De modo que, quando o
indivíduo passa a fazer parte da Igreja do Criador, ele é batizado com Cristo
em Sua morte (Rm 6.4-7).
A partir de então, não existe mais obstáculo fechando a porta da Igreja (como
havia o véu no tabernáculo). Lembrando
que Jesus é a porta (o espaço que permite a entrada e
saída) das ovelhas e Seu anjo, o porteiro (ver Jo
10.3,7).
A Igreja precisa
estar aberta para todos, confiando que o Criador só permitirá entrar quem andar
nos Seus caminhos e observar Sua ordenança (Zc 3.7), e isto para:
·
Trazer o julgamento e
juízo de Cristo a nós, visto que são através deles que os moradores do mundo
aprendem a justiça (Is 26.9);
·
Servir de guarda para
o bom depósito do Criador em nós (2Tm 1.14);
·
Ter livre acesso
entre os que Jesus colocou dentro de nós, a fim de comunicar conosco algum dom (ver Rm
1.11; Fp 4.15).
Quanto ao nome das
doze tribos de Israel nas portas, isto mostra que a graça não anula o propósito
da lei, mas a completa e aperfeiçoa. Só é permitido entrar no corpo de Cristo
quem obedece aos propósitos (não os preceitos) da Escritura Sagrada que estão
registrados no Antigo Testamento. Afinal, só pode ter acesso à graça quem já
aprendeu a se submeter ao Criador.
Quanto às portas
abertas, é importante ficar claro que o Eterno nunca projetou casa (e
obviamente portas, janelas, muros, etc.).
No Éden, após criar todas as coisas, o Eterno deixa claro que tudo que fora
criado era muito bom (Gn 1.31), perfeito. O Eterno descansou, no sétimo dia, na
perfeição da Sua obra (Gn 2.2) e não havia casa nem algo do gênero. Afinal, o
objetivo do Eterno sempre foi gerar uma única família (Ml
2.15) sem qualquer barreira de separação.
O muro é um mal que
passou a ser necessário por causa do pecado. A ideia é mostrada abaixo:
·
“Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os
hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós
habitará com as labaredas eternas? O que anda em justiça, e o que fala com
retidão; o que rejeita o ganho da opressão, o que sacode das suas mãos todo o
presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de
sangue e fecha os seus olhos para não ver o mal.” (Is 33.14,15).
Embora a porta do
nosso coração deve permanecer aberta, ainda assim devemos estar cercados pelo
muro de fogo do Eterno (Zc 2.5) e com os anjos guardando as portas do nosso
coração para que não vejamos nem ouçamos o mal. Nossos olhos precisam
permanecer bons (na bondade – Mt 6.21-23). Apenas o brilho da glória do Eterno na vida dos
anjos, somado o brilho do jaspe do muro, faz com que o brilho deste mundo seja
apagado e ninguém pense em sair fora de si (abandonar seu “principado”) para ir após outra carne, ministério, etc., que
nada tem a ver com o projeto do Eterno para si.
Todavia, devemos
estar prontos para receber quem realmente deseja conceder ao Criador sua glória
e honra (Ap 21.24-27; ver Jr 15.19).
Enfim, considerando
que a Nova Jerusalém é a Igreja, parte dos que creem faz parte do muro e parte,
da porta.
Para quem faz parte
do muro da Igreja, seu papel é estar perfeitamente ajustado e grudado com as
demais pedras vivas vizinhas a ela, de modo a não haver possibilidade de ser
dali arrancado e, com isto, ficar sofrendo isolado e deixando exposto uma
brecha que pode ser fatal à Igreja. Ou seja, este tipo de seguidor de Cristo
foi levantado para proteger os irmãos.
Para quem não faz
parte do muro, tal proteção está disponível, o que lhes permite se entregar sem
reservas nas mãos do Criador para chamar os pecadores ao arrependimento (Mt
9.12,13; Lc 15.7)
Se você aceitar viver
a vida de Cristo, ou seja, deixar que Ele viva a vida Dele em ti (Gl
2.20), te dispondo nas mãos Dele que veio para
salvar os pecadores (ver Lc 15.7), mesmo correndo o risco de ser afligido (1Pe
3.8,9; 4.12-19), certamente terás
esta dádiva na tua vida.
Enfim, o crente muro
tem que servir para impedir o mal de entrar, mas ao mesmo tempo manifestar a
glória do Criador dentro para que ninguém encontre motivos para apostatar da
fé.
14ª - Não faz acepção de pessoas. Está sempre aberta de todos os lados para
o bem (Dt 10.17; 16.19; 2Cr 19.7; Jó 13.10; 32.21; Ml 2.9; At
10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; Tg 2.1,9; 1Pe 1.17)
- “Do
lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado
do sul, três portas, do lado do poente, três portas.” (Apocalipse
21.13).
O crente porta
constitui uma abertura no muro rígido que permite a ligação da Igreja com o
mundo. Trata-se dos evangelistas que dão abertura para o próprio Cristo se
manifestar aos que estão de fora e, ao mesmo tempo, dão espaço para Jesus
trazer os que aceitaram Sua salvação para dentro.
Para você que é porta, não julgue ninguém (Mt 7.1).
Não faça acepção de pessoas (Dt 10.17; 16.19; 2Cr 19.7; Jó 13.10; 32.21; Ml 2.9; At 10.34;
Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25). Mantenha comunhão com o “muro da cidade”,
sempre confiando nos anjos que o Eterno designou para acamparem ao teu redor (Sl 34.7) e
decidir quem entra ou não. Não deixe teu arbítrio interferir e, com certeza,
você permanecerá puro, mesmo abrindo-te para todo aquele que o Eterno trouxer a
ti (Mt
25.34-46; Ap 3.20). Sobretudo, aprenda a ouvir a voz do Pastor (Jesus – Ap 3.20; Jo 10.2,3).
Para você que não é porta, permaneça dentro da
Nova Jerusalém acolhendo quem entra, mesmo que tal indivíduo não pareça ser
agradável. Confie que o anjo só deixará entrar quem realmente for para ser
trabalhado por Jesus.
Há diferentes modos
de aproximação (intelectual e moralmente):
·
Uns sairão do
misticismo oriental;
·
Outros sairão do rico
e refinado mundo europeu;
·
Outros sairão da
ignorância ocidental;
·
Outros sairão da
selva e pobreza africana.
15ª - A santidade não é
arbitrária, mas fundamentada naquilo que Jesus é e faz
- “E
o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro.” (Apocalipse 21.14).
Espiritualmente, no
Antigo Testamento cada homem escolhido por Josué teve que carregar uma pedra em
favor da tribo por ele representada (Js 4.4-9). Agora, cada seguidor de Jesus é uma pedra viva (1Pe 2.5), colocada pelo próprio Jesus na Sua cidade santa (Mt 16.18).
Os nomes dos doze
apóstolos (e não apenas Pedro) foram colocados nos fundamentos do muro da cidade (embora os
irmãos em Jerusalém consideravam apenas Pedro, Tiago e João como colunas – Gl
2.20). Ou seja, o muro da cidade está fundamentado
em cima daquilo que Jesus foi e fez na vida dos Seus doze apóstolos, sendo o
próprio Jesus a pedra angular. De modo que nossa fé deve estar fundamentada
naquilo que Jesus manifestou na vida dos apóstolos.
Vem a questão: mas Paulo
não disse que somos edificados sobre o fundamento dos apóstolos e “profetas” (Ef 2.20)? Por que não se vê o nome dos profetas escrito?
Porque Jesus é o cumprimento de todas as profecias, bem como Aquele que veio
para cumprir as profecias (Mt 5.17).
A palavra dos profetas
deveria ser observada até o indivíduo conhecer Jesus. (ver 2Pe
1.19). Após isso, a prática do indivíduo deve
estar baseada no que o Espírito Santo ministra, cujo ensino é fundamentado no
ensino dos apóstolos.
A Igreja se santifica (se separa
do mundo para ser usada exclusivamente pelo Criador), não em virtude de preceitos religiosos (rigor
ascético – como em Cl 2.18-23) ou para tentar
conseguir (ou garantir) a
salvação, mas sim por não ter que perder tempo com aquilo que não edifica (ver Jo
14.12; Ef 4.29; 5.14-17; Cl 4.5).
Se andarmos na luz com
Jesus (1Jo 1.7),
teremos comunhão uns com os outros e seremos livres das trevas e de toda
contaminação (1Jo 2.9-11), a
saber, seremos purificados dos pecados dos indivíduos com quem entramos em
contato. Se o sangue de Jesus nos purificasse apenas dos nossos pecados, estaríamos
sempre nos manchando e contaminando ao entrar em contato com a lepra espiritual
(pecado) dos outros.
Quando a Escritura
Sagrada diz que temos pecado (1João 1.8-10),
está se referindo aos pecados dos outros que levamos conosco (tal como
acontecia acerca dos levitas que levavam a iniquidade dos filhos de Israel - Êx
28.38; Lv 10.17; Nm 18.1,23). A ideia é que
Jesus nos use para cumprir a promessa de Isaías 53.4-6: levar sobre Si as
iniquidades das pessoas.
A partir de então, não
precisaremos temer a entrada na nossa vida de nada que contamine ou cometa
abominação e mentira (Ap 21.27).
Poderemos deixar a porta da lei da condenação e da morte (2Co
3.7,9) aberta na nossa vida (ou seja, poderemos
abrir mão de nosso arbítrio), pois teremos
bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36). E, como é bem sabido, para quem os tem, nada é
contaminado ou impuro (Tt 1.15).
Os fundamentos dos
apóstolos (e profetas)
implica na vida que cada um viveu em prol de testificar Cristo e Sua Palavra.
Um dos fundamentos contém o nome de Judas, o qual representa a traição (1Tm
1.15,16). Porém, quem estará julgando Israel na
cadeira de Judas é Paulo, o qual é o traidor arrependido. O fato de cada um ser
constituído de uma pedra preciosa implica que cada discípulo tem um testemunho
de vida diferente, mas que é precioso aos olhos do Criador e, sobretudo, doze
sólidas confirmações de que não é apenas Jesus isoladamente quem consegue
refletir a glória do Criador presente em Sua Palavra. O que eles viveram e
venceram servem de apoio para o muro da defesa contra o esfriamento na fé e as
investidas de Ha-Satan.
Contudo, os fundamentos
não são vistos, pois estão rodeados por pedras preciosas. Isto nos ensina que,
o que nós devemos enxergar não é a vida destes grandes homens e mulheres do
Criador, mas toda a multiforme graça e sabedoria de Jesus que é possível ser
vista através do que eles viveram e na vida daqueles que foram diretamente influenciados
por eles. Ou seja, eles não são exemplos a serem seguidos. Só Jesus é o nosso
exemplo.
Para quem faz parte do fundamento, sirva este de suporte na vida
dos indivíduos que o Criador acrescenta à Sua Igreja (At
2.46).
Para quem não é
fundamento, aceite ser suportado (Hb 13.7; Gl 6.6).
Mas afinal, quais são
os doze fundamentos da fé em Cristo?
Primeiro fundamento: “ser conhecido por Jesus”:
·
“Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O
Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo
aparte-se da iniqüidade.” (2Tim 2.19).
Segundo fundamento: “o arrependimento de
obras mortas”:
·
“Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo,
prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do
arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,” (Hebreus 6.1).
Terceira fundamento: é “a fé”:
·
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a
prova das coisas que se não vêem.” (Hebreus 11.1).
Quarto fundamento: “a bondade”:
·
“A fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem
desapercebidos, não nos envergonharmos nós ( para não dizermos vós ) deste firme
fundamento de glória.” (2Cor 9.4).
·
“Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente,
e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o
futuro, para que possam alcançar a vida eterna.” (1Tm 6.18,19)
Quinto fundamento: “o amor”, visto que
Jesus é Deus e Deus é amor (1John
4.8,16).
·
“For other foundation can no man lay
besides that which [is]
laid, which is Jesus Christ.” (1Cor 3.11).
Sexto fundamento: “justiça e julgamento”:
·
“Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade
irão adiante do teu rosto.” (Psalms 89.14).
·
“Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e juízo são a
base do seu trono.” (Salmo 97.2).
Sétimo fundamento: “perdoar um ao outro”
ou, se preferir, “suportar uns aos outros”.
·
“Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor,” (Efésios 4.2).
·
“Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros,
se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei
vós também.” (Colossenses 3.13).
Oitavo fundamento: “mansidão”. Como eu
concluí isto?
1º - É necessário buscar a
justiça e a mansidão a fim de que possamos fazer com eficácia a obra do Criador
e manifestar o Seu juízo:
·
“Buscai ao SENHOR, vós todos os mansos da terra, que tendes
posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que
sejais escondidos no dia da ira do SENHOR.” (Sf_2:3).
2º - Em Sua majestade o
Criador monta a fim de estabelecer a verdade, mansidão e justiça junto:
·
“E neste teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da
verdade, da mansidão e da justiça; e a tua destra te ensinará coisas terríveis.”.
(Psa_45:4).
3º - mansidão é algo do
qual nós necessitamos nos revestir e seguir:
·
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de
entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;”
(Col_3:12).
·
“Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça,
a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” (1Tim 6:11)
4º - mansidão deve
determiner nossa caminhada e o caminho pelo qual nós devemos receber a Palavra
de Jesus em nós:
·
“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno
da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,” (Ef 4:1,2).
·
“Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de
malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as
vossas almas.” (Tg 1:21)
5º - mansidão deve
caracterizar nosso modo de relacionar com as pessoas que Jesus põe em nosso
caminho:
·
“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma
ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão;
olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.” (Gl 6:1)”.
·
“Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura
Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade,” (2Tm 2:25).
·
“Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos,
mostrando toda a mansidão para com todos os homens.” (Tt 3:2).
·
“Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato
as suas obras em mansidão de sabedoria.”. (Tg 3:13).
·
“Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai
sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir
a razão da esperança que há em vós,” (1Pe 3:15).
6º - a mansidão de Jesus (Mt 11.29) é o que nos faz grande:
·
“Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me
susteve, e a tua mansidão me engrandeceu.”. (Sl 18:35).
Nono Fundamento: é
“bondade”. Uma vez que bondade conduz ao arrependimento, o qual é um dos
fundamentos daqueles que são de Cristo, consequentemente bondade é uma fundação
também.
·
“Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e
longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?” (Rm 2.4).
Décimo fundamento: “a paz de Cristo”:
·
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os
vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Fp 4.7).
·
“E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um
corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.” (Cl 3.15).
Décimo primeiro fundamento: “a felicidade”:
·
“Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e
enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é
consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do
SENHOR é a vossa força.” (Ne 8.10).
·
“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.”
(Fp
4.4).
·
“Regozijai-vos sempre.” (1Ts 5.16).
·
“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na
vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam
mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais
não haja gado; todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha
salvação.” (Hc 3.17,18).
Décimo segundo fundamento: “ouvir a voz de Jesus e
obedecer”:
·
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as
pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a
rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que
ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato,
que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e
assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.”
(Mt
7.24-27).
·
“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e
abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).
16ª – É zelosa com zelo do Criador (Nm 25.11-13; Gl 4.18; Tt 2.14; 1Pe 3.13; Ap 3.19). Não faz nada relaxadamente (Jr 48.10)
- “E
aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as
suas portas, e o seu muro.” (Apocalipse 21.15).
É claro que a justificação vem pelo Favor do
Criador mediante a fé (Ef 2.8,9). Todavia, isto não é ocasião para a pessoa
relaxar (mesmo
porque o Criador abomina trabalho relaxado), mas sim para fazer tudo
com perfeição (ver
Mt 5.48).
Por fim, não devemos deixar passar as seguintes
considerações:
1º -
Note como, apesar de toda cidade ter sido
medida, há uma ênfase ao muro (cidade inclui muro);
2º -
Repare que, apesar de ser mencionado o muro, é
mencionado também as portas que estão no muro;
3º -
A Nova Jerusalém é comparada com uma noiva
porque, ao descer do céu para ficar entre o povo, lembra muito o que se dá num casamento.
Ou seja, trata-se de Jesus vindo para se unir definitivamente com Seu povo,
conhecido por ter renunciado tudo que o mundo diz que é bom para buscar, não
apenas o que o Criador tem de bom para dar, mas sim a própria Bondade em pessoa.
17ª - É uniforme de fora, mas
multiforme em sabedoria (Ef 3.10) e
graça (1Pe 4.10)
em seu interior
- “E
a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a
sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu
comprimento, largura e altura eram iguais.” (Apocalipse
21.16).
Tal como a Nova Jerusalém, nós devemos ser
equilibrados. Cada um deve ter sua largura, comprimento e altura. E estes
precisam ser iguais. Alguns, porém:
·
se isolam demais em sua altura, pensando
só no espiritual e negligenciando o corpo e alma;
·
são isolados no comprimento, ou seja,
vivem de aparência, pensam em obras, muitas e grandiosas, mas negligenciam a
espiritualidade e leis;
·
preferem se concentrar na largura, ou
seja, são pessoas que pensam muito em qualidade, mas se fecham neste pequeno
grupinho. Não se expandem. Se cercam de cuidados, a ponto de não deixarem Jesus
controlar tudo. Valorizam teoria, conhecimento.
Aqui neste mundo, nunca existe o absoluto. Se
alguém se destaca em alguma coisa, o tal é definhado em outras áreas. Na Nova
Jerusalém, contudo, a Igreja é rica, cheia, forte e completa em todos os
ângulos.
Esta extrema precisão de igualdade é para nos
ensinar que, com o Criador não há dois pesos e duas medidas (Pv 20.10).
Ele não faz concessões. Embora Jesus ame a todos e recebe todos quantos o Pai
traz a Ele (Jo
6.44,45), Ele veio chamar apenas aqueles que estão dispostos a se
arrependerem (Mt
9.12,13), que já estão cansados de serem pecadores compulsivos vivendo uma
vida vazia de significado num mundo de vaidade (Mt 11.28,29); e a Igreja verdadeira não
abre mão da verdade em prol da unidade.
Mas
afinal, qual o significado de uma cidade com comprimento, largura e altura
iguais a 180Km? Isto representa a simetria, perfeição, vastidão e completude da
Igreja, algo que vai muito além de tudo que alguém precisa (1Co 2.9; Ef 3.20),
de modo que ninguém precisa sair dela esperando encontrar algo melhor.
18ª - Só permite a entrada de quem realmente quer Jesus em sua vida, a saber, tudo aquilo que Ele é.
- “E
mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida
de homem, que é a de um anjo.” ” (Apocalipse 21.17).
Se, por um lado, na Jerusalém terrena, apenas o
santuário é medido (nem mesmo o átrio exterior do templo
é tido em conta), na Nova Jerusalém
toda ela é medida, até nas mínimas coisas, o que mostra o cuidado do Criador.
Infelizmente, na
nossa sociedade, deixar a pessoa à vontade é prova de amor. Entretanto, esta
liberdade significa falta de cuidado. Tudo que é importante, para ser bem
feito, é construído com base em normas bem rígidas. Quanto mais rígida é a
norma, mais bem feito é o objeto.
Ou seja, o fato de a
Nova Jerusalém ser medida de homem, isto é, de anjo, indica que o verdadeiro
homem é mensageiro do Criador. Ou seja, tal pessoa não mede as coisas por
medir, mas sempre no sentido de comunicar algo do Criador. Não desvia, nem para
a direita, nem para a esquerda (Js 1.6-8).
Logo, nós não devemos
fazer nada antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as
coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então
cada um receberá do Criador o louvor (1Co 4.5).
·
“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta
justiça.” (João 7.24).
19ª - Manifesta a sabedoria do
Criador por onde passa, sem jamais atrair a atenção das pessoas para si
- “E
a construção do seu muro era de jaspe, e a cidade de ouro puro, semelhante
a vidro puro.” (Apocalipse 21.18).
O muro de jaspe implica
em firmeza e brilho. Ele é grande também para que a beleza da glória do Criador
possa ser refletida a longas distâncias (Is 9.11; Hc 2.14) e, ao mesmo tempo, impedir que os de dentro tenham
o desprazer de ver outra coisa, senão a glória do Criador.
Embora o ser humano
não seja robô, todos eles são pedras cortadas conforme o único modelo de
referência: a pedra angular. Toda a cidade é de pedra transparente, ou seja,
não há nada para esconder, nada para ser mantido em segredo. Tudo será aberto a
todos porque não há nada vergonhoso ou egoísta.
João usou o que este mundo considera riqueza
para descrever a Nova Jerusalém a fim de manifestar o verdadeiro valor santidade, pureza e fé (1Pe
1.6,7) na vida de quem crê em Jesus.
A cidade é feita de
um material resistente, precioso, brilhante, mas que, ao mesmo tempo, não
obstrui a visão de ninguém. Isto nos ensina que, nos relacionamentos da Igreja,
não existe corrupção, nem nada encoberto, mas a glória do Eterno é refletida em
cada gesto, fala ou ato, por menor que seja.
Um indivíduo não
impede a visão dos demais. É sempre valioso para quem dele se aproxima (como
ordena Cl 4.6), mas nunca impede
que este enxergue o valor dos demais que o rodeia. Pelo contrário: seus
pensamentos e sentimentos despertam em cada um maior interesse pelos demais (algo
que o mundo luta para não acontecer).
João viu pessoas
vestidas com a “couraça” da justiça (Ap 19.8) e cingidas com a “verdade” (ouro
simboliza a verdade – ver Pv 2.3-5; 3.13-15).
Tais pessoas, embora sejam muito valiosas por refletirem a sabedoria do “Sol”
da justiça (Ml 4.2; Fp 2.14,15) de um modo não perecível (vale lembrar que fé provada
é mais preciosa que o ouro perecível – 1Pe 1.6,7), nunca usam as riquezas para promoverem-se, mas para facilitar a
caminhada das pessoas, sem jamais ocultar o que existe dentro de si, à sua
volta e embaixo de si (incluindo sua real motivação).
Todos ao olharem para
cada edifício da cidade santa (1Pe 2.4,5), verão o brilho da glória do Eterno refletida, bem
como os indivíduos que dentro dele estão. Isto nos ensina que, o que trará
glória a cada irmão na Nova Jerusalém não é a beleza da sua formosura (a qual
fez Ha-Satan cair – Ez 28.18), mas sim o
amor dos indivíduos que dentro dele se encontram, bem como a possibilidade de
refletir quem o Eterno é.
20ª - É fundamentada na fé que se
tem no caráter de Cristo e adornada das pessoas que dela fazem parte
- “E
os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra
preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro,
calcedônia; o quarto, esmeralda; o quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o
sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo,
crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista.” (Apocalipse
21.19,20).
Quando o bem na vida
daqueles que amam Jesus fica evidente ao se ajuntarem todas as experiências
vividas (Rm 8.28),
cada pedra preciosa reflete a luz que vem do Criador e do Cordeiro de uma
maneira peculiar, especial, mostrando toda a beleza que há na palavra do
Criador.
Pedras preciosas:
·
são as coisas mais
fortes da terra e, talvez, as mais velhas;
·
nada é tão puro e
claro neste mundo como pedras preciosas;
·
nenhum outro objeto é
tão livre de corrupção e degradação, tão além do alcance de mancha por dentro;
·
nada há tão ricamente
colorido, semelhante ao arco-íris em cor e, contudo, bem visto através deles;
·
são ótimos para obter
e dar luz.
Enquanto que o esplendor da Grande
Babilônia (Ap
18.12) estava na cabeça (exaltação,
soberba), na Nova Jerusalém está no fundamento. Ou seja, a Igreja não investe em
obras (as
quais não trazem salvação nem pra quem as pratica, nem para quem é beneficiado
por elas), mas no caráter. O que há de mais precioso, resistente e belo fica
encoberto para que toda glória seja dada ao Eterno e não haja divisão no corpo.
O fundamento normalmente está coberto (veja Ez 13.14), por
baixo (ver
2Sm 22.16; Jn 2.4; Mq 1.6). No entanto, como o ouro do chão era
transparente, será possível enxergar os fundamentos através da vida dos filhos
do Eterno.
E os fundamentos
preciosos da cidade estavam ornados de pedras preciosas. Embora cada fundamento
fosse de jaspe e representa a Palavra do Criador, doze grupos de indivíduos se
reuniam, cada um em torno de um fundamento, manifestando uma característica
especial da Escritura Sagrada (a saber, um fundamento da fé com
Cristo).
Nova Jerusalém tem
doze fundamentos -> “Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para
o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.” (1Tm
6.19);
·
1 - Ser conhecido
por Jesus -> “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este
selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo
aparte-se da iniqüidade.” (2Tm
2.19).
· 2 - Arrependimento -> “POR isso,
deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não
lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em
Deus,” (Hebreus 6.1).
·
3 - Fé -> “ORA,
a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que
se não vêem.” (Hebreus 11.1)
· 4 - Jesus Cristo – amor -> “Porque
ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus
Cristo.” (1Co 3.11).
·
5 - Benignidade
-> “A fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem
desapercebidos, não nos envergonharmos nós (
para não dizermos vós ) deste firme
fundamento de glória.” (2Co 9.4).
·
6 - Justice and
Judgement -> “Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e
verdade irão adiante do teu rosto.” (Psalms 89.14).
·
“Nuvens e
escuridão estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono.” (Psalms 97.2).
· 7 - Suportar uns aos outros -> “Com
toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros
em amor,” (Ephesians 4.2).
·
“Suportando-vos
uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra
outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.” (Colossians
3.13).
Detalhe: quando os
servos se sujeitam a seus senhores, procurando agradá-los em tudo sem
contradizer, eles se tornam ornamento da doutrina de Cristo (Tt
2.9-10). Além disto:
·
“Mas eles calaram-se; porque pelo caminho tinham disputado entre
si qual era o maior. E ele, assentando-se, chamou os doze, e disse-lhes: Se
alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos.” (Mc 9.34-35)
21ª - Igreja não é constituída de quem deseja entrar, mas sim daqueles que
ouvem a voz do Criador, aceitam Seu
chamado (Mt 11.27; Jo 1.12; 6.44,45; Ap
3.20) e serve de suporte e
testemunho na vida daqueles que o Eterno coloca na vida deles
- “E as doze portas eram doze
pérolas; cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro
puro, como vidro transparente.” (Apocalipse 21.21).
Estas portas de pérolas são formadas a partir da
experiência difícil que nós vivemos e vencemos. As doze portas representam as doze formas
de se ouvir a voz do Criador ou, se preferir, os doze tipos de chamados.
Considerando que
todos devem servir de suporte (Rm 15.1; Ef 4.2; Cl 3.13) e lavar os pés uns dos outros (Jo
13.14), logo o que João viu foi um grupo de
indivíduos repletos de fé e envolvidos por indivíduos amorosos, de modo que,
juntos:
·
suportavam a fraqueza
dos fracos (Rm 14.1; 15.1)
até o Eterno fazer toda a limpeza na vida delas (Tt 3.4-6; ver Mt 22.12);
·
serviam de testemunho na
vida daqueles que pensavam em se desviar (sair da cidade), de modo que tivessem tempo suficiente para
enxergarem a bondade e misericórdia que estavam a rejeitar (Sl 23.6);
·
revelavam para quem
estava entrando que a verdadeira riqueza da cidade é a perfeita unidade entre
os membros.
Todos devem enxergar através da rua da cidade santa a fim de perceberem
que o verdadeiro sustento não está na rua (nas pedras vivas que
compõem o chão).
Antes, a presença da rua é apenas para impedir qualquer contato dos pés com as
imundícies deste mundo (daí Jo 13.14), para que a ira do
Criador não lhes atinja (Nm 25.11-13) pelo pecado delas (At
7.60).
A Igreja aponta para a verdadeira firmeza da vida das pessoas, estando
pronta para lavar os pés uns dos outros (Jo 13.14) e servir de apoio
nos momentos de dificuldade (Is 14.32; Ef 4.2; Cl 3.13).
Tem versão que no lugar de “rua” está escrito “praça”. A praça é
caracterizada por um lugar público destinado ao encontro de indivíduos, de modo
que estes possam relaxar e se conhecerem (Jó 18.17; Isaías 42.2;
Sofonias 3.6; Zacarias 8.4; Mateus 11.16; Lucas 7.32; Mateus 20.3; Atos 17.17;
Atos 28.15),
ou senão para que todos se reúnam com a finalidade de deliberarem acerca de
alguma coisa (Deuteronômio 13.16; I Reis 22.10; II Crônicas
18.9; II Crônicas 29.4; II Crônicas 32.6; Esdras 10.9; Neemias 8.1,3;
Eclesiastes 12.5; Atos 16.19). Não é em vão que, no Novo Testamento, levava-se os enfermos às praças
para ser curados por Jesus (Marcos 6.56) e os líderes
religiosos amavam as saudações nas praças (Mateus 23.7; Marcos 12.38;
Lucas 11.43; Lucas 20.46).
O lugar onde os fiéis se encontravam para terem comunhão uns com os
outros era feito também de ouro puro e transparente. Afinal, aqueles que são
usados pelo Eterno para unir indivíduos devem uni-los com base na pureza e
extremo valor da Sua Palavra (Pv 2.3-5; 3.13-15) com vistas a um
relacionamento transparente que sempre tenha em vista os fundamentos dos
apóstolos.
Para ser mais exato: o indivíduo que está promovendo o encontro entre
dois ou três indivíduos deve levá-los a ouvir a voz do Eterno em meio à Sua
vontade (Sua obra salvífica e Sua Palavra). Isto lembra o
propiciatório (assento da misericórdia) na arca da aliança
que unia os dois querubins, formando uma única peça, no meio dos quais a
Palavra do Eterno era falada.
E é no meio desta praça que está a Árvore da Vida. Como é dito em Mateus
18.20, onde Jesus está, Seu povo se reúne no Seu nome.
Para você que é uma das pedras das ruas da Nova Jerusalém, você serve
como caminho para alguém ter condições de alcançar seu destino. Considere que
Jesus é o Caminho que nos traz ao Pai (Jo 14.6). Logo, você é o
instrumento para Jesus poder apresentar a Igreja a Si como Igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e irrepreensível (Ef
5.27).
E como Jesus fará isto através de você? Pela transparência que tem que
existir em você (o ouro da Nova Jerusalém é transparente como
cristal – Ap 21.21) os indivíduos poderão contemplar os fundamentos dos apóstolos (Ap
21.14).
Mas, para isto, você não pode ficar magoado quando alguém pisar em ti.
Isto parece horrível, mas lembre-se que ruas serve de suporte (Cl
3.13; 1Pe 5.5).
Além disso:
·
“E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos,
amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal
por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que
para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção.” (1Pe 3.8,9).
Assim, se não queremos retardar as bênçãos de Cristo, não desperdice
tempo com atividades inúteis, nem tente afastar os ímpios para longe. Antes,
sirva de espelho para que todos vejam quem são, mas sem deixar de ser translúcido,
de modo que todos possam ver os fundamentos de Cristo e, assim, possam se
comportar como descrito abaixo:
·
“Estão sentados na terra, silenciosos, os anciãos da filha de
Sião; lançam pó sobre as suas cabeças, cingiram sacos; as virgens de Jerusalém
abaixam as suas cabeças até à terra.” (Lm 2.10).
Não é em vão que o
Criador mandava a pessoa tirar o sapato (ou sandália) dos pés quando o lugar era santo (Êx
3.5; Js 5.15). Como você é santo,
você será usado para limpar os pés das pessoas, exatamente como Jesus ordenou (Jo
13.14).
Se você não é pedra da rua
da Nova Jerusalém, aprenda de Jesus como caminhar sobre estas pedras preciosas.
Afinal, sendo Jesus o Caminho que nos traz ao Pai (João 14.6), certamente nós teremos que caminhar pelas Suas pedras que compõem este
Caminho. Assim, entenda que não é para você pisar nelas humilhando, maltratando
ou simplesmente usando-as para chegar onde você deseja ou precisa. Lembre-se
que o importante não é apenas o resultado das coisas, mas nossa caminhada com
Cristo até chegar lá.
Procure conhecer e
ter relacionamento com cada um que o Criador colocou para servir-te de caminho
até tua missão estar cumprida.
·
“Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbadas estão as
minhas entranhas, o meu fígado se derramou pela terra por causa do
quebrantamento da filha do meu povo; pois desfalecem o menino e a criança de
peito pelas ruas da cidade.” (Lm 2.11).
Esteja sempre vindo a
Cristo (o qual habita dentro de você – 1Co 3.16; 6.19; 2Co
6.16) enquanto você caminha por estas pessoas a
fim de que teus pés permaneçam limpos (1Jo 1.7). E não tente ser auto-suficiente: aceite ser
sustentado (suportado, ajudado) por estes indivíduos do jeito que Jesus tocar no coração delas (see Mt
10.10; Lc 10.7), mesmo que seja um
“samaritano”, ou seja, alguém que você não gosta ou até mesmo odeia.
Lembre-se: não é ir a
Cristo (como se Ele estivesse longe), mas vir a Ele (Jo 14.6), ou seja, buscá-Lo em nós e para nós, em meio à
situação que estamos vivendo. Por exemplo: se vamos evangelizar, não pregamos
para os outros, mas para nós mesmos, ou seja, buscamos o que é necessário para
que Cristo seja visto em nós enquanto ajudamos o indivíduo naquilo ele está
vivendo.
Se você é parte da porta
da Nova Jerusalém, não mude para agradar os indivíduos. Deixe que Jesus molde
você de modo que ninguém consiga entrar na Nova Jerusalém a menos que se dispa
de tudo que não é do Criador. Não se fecha para ninguém! Permita que o Criador
e Seus anjos controle a entrada e saída dos indivíduos através de você.
Se você não é porta,
se submeta ao tratamento de Jesus ao invés de ficar só de longe contemplando ou
tentar entrar por outra parte (Mt 22.11,12).
Se você é parte da
praça, esteja pronto para receber os indivíduos que o Criador trouxer para se
alimentarem da Árvore da Vida.
Se você não é parte
da praça, quando você for se alimentar da Árvore da Vida, espere pelos outros,
aprenda a repartir e pise na praça de modo a não estragar o ouro que dela faz
parte.
22ª – É constituída de pessoas que
não buscam o Criador num lugar em específico (Jo 4.20,21), mas que fazem do local onde estão um tempo (e templo) de adoração.
- “E nela não vi templo,
porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.” (Apocalipse
21.22).
Embora espiritualmente nós
estejamos em Cristo (Jo 15.4,5,7) e assentado nas regiões celestiais (Ef
2.6), fisicamente estamos neste mundo.
Contudo, o Criador nos consola habitando em nós (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) e nos dando descanso com Sua presença (Êx
33.14; At 4.19) enquanto
peregrinamos neste imenso deserto (Hb 11.13-16; 1Pe 2.11) dos
povos (ver
Ez 20.35).
A
importância de Jerusalém nunca esteve na cidade em si, mas no fato de o Eterno
ter permitido seu nome habitar ali. De igual modo, a importância nunca esteve
no tabernáculo, mas no fato de o Eterno se propor a habitar no meio deles (Êx 25.8,45).
Fisicamente,
o tabernáculo representava um pequeno lugar em todo o mundo que seria usado
exclusivamente pelo próprio Criador, onde o indivíduo poderia ter comunhão com
Ele. É claro que isto nunca funcionou, pois, bem ou mal, ao sair dali, o
indivíduo voltava a ter contato com toda a crueldade que permeia este mundo.
Isto foi permitido pelo Eterno para que ninguém se iluda achando que poderia
ser santo mantendo contato com este mundo. Apenas pelo poder do Espírito Santo
é possível vencer o mundo (1Jo
5.4) ou, se preferir, apenas se Ele vier e morar em nós (Jo 14.21,23).
E a Igreja, ou seja,
a vida das pessoas que têm compromisso com Jesus, é o lugar consagrado onde
podemos usar nossos dons apenas para confirmar a Escritura Sagrada, de modo que
Jesus tenha como viver em nós (Mt 18.18-20).
Que
fique claro:
· No
Testamento da Lei os indivíduos buscavam o Eterno se dirigindo a um lugar santo
e se esforçando para cumprir suas ordenanças e tentar agradá-Lo;
· No
Testamento do Favor do Eterno, ao invés de o homem tentar fazer algo para
agradar o Eterno, é o Eterno quem busca viver na vida de quem crê (Jo 4.23,24).
· No
milênio os indivíduos irão viver suas vidas no Eterno (Cl 3.3).
Que
não haja confusão: na atual dispensação, nós estamos mortos para nós mesmos a
fim de que Cristo viva dentro de nós (Gl 2.20). Não é nós indo até o Eterno, mas Ele nos
trazendo para Si dentro do nosso coração. No milênio, viveremos nossas vidas
dentro do Eterno (na
realidade Dele). Ao invés de ser o Eterno vivendo na nossa
limitação, seremos nós vivendo na plenitude Dele, na vida Dele (esta é a promessa de Ap 2.26,27;
3.21).
Fica
uma dúvida: porque os
sacrifícios só podiam ser oferecidos no templo?
23ª – Não depende dos recursos
deste mundo, mas, por meio de Jesus, todas as coisas lhe estão sujeitas
- “E a cidade não necessita de
sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem
iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.” (Apocalipse
21.23).
Espiritualmente,
Jesus aniquilou com a maldição adâmica, de modo que a ordenança do Criador de
sujeitar todas as coisas ao ser humano foi restaurada (Gn
1.28). Para você ter uma ideia do quão séria é
a ideia de não estarmos sujeitos ao mundo, veja as orientações da Escritura
Sagrada:
·
“Não chameis conjuração, a tudo
quanto este povo chama conjuração; e não temais o que ele teme, nem tampouco
vos assombreis. Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso
temor e seja ele o vosso assombro. Então ele vos será por santuário; mas
servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel; por
armadilha e laço aos moradores de Jerusalém.” (Is 8.12-14).
·
“Eu, eu sou aquele que vos
consola; quem, pois, és tu para que temas o homem que é mortal, ou o filho do
homem, que se tornará em erva? E te esqueces do SENHOR que te criou, que
estendeu os céus, e fundou a terra, e temes continuamente todo o dia o furor do
angustiador, quando se prepara para destruir; pois onde está o furor do que te
atribulava?” (Is
51.12,13)
·
“Assim diz o SENHOR: Não aprendais
o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles
se atemorizam as nações.” (Jr 10.2);
·
“Sejam vossos costumes sem
avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei,
nem te desampararei. E assim com confiança ousemos dizer: O SENHOR é o meu
ajudador, e não temerei O que me possa fazer o homem.” (Hb 13.5,6).
Para você entender
isto, se ficarmos dependentes do mundo, ficaremos presos no Sistema Babilônico
que o rege e, é claro, incapacitados de amar. Querendo ou não, seremos
obrigados a nos sujeitarmos ao ser humano, o que faz de nós pessoas malditas e
incapazes de ver o bem (Jr 17.5,6).
Para ilustrar isto,
imagine um comerciante debaixo da maldição adâmica (do
suor do teu rosto comerás – Gn 3.19).
Como ele tem uma família para sustentar, é obrigado, a todo custo, vender sua
mercadoria, sem se importar com a satisfação do próximo.
Por outro lado, se
ele crer que seu sustento vem de Jesus (Sl 127.1,2; Fp 4.19) e que o trabalho é só para ter o que repartir com
o que tiver necessidade (Ef 4.28), mesmo que as contas estejam vencendo, ele não vai
explorar o próximo (se aproveitando da sua ingenuidade), nem vender mercadoria estragada, falsificada ou
de má qualidade (ver Mt 7.12),
pois não quer perder o tempo da visitação de Jesus (ver Mt
24.45; Mc 13.33-37; Lc 19.44). Além
disto, ele sabe que, no final, Jesus irá supri-lo com o que realmente é bom
para a sua vida.
Ou seja, esta
liberdade é importante a fim de que, como membro de Cristo, possamos buscar
Jesus tanto de dia como de noite (e em qualquer lugar), bem como sermos buscados por Ele quando Ele
desejar se revelar a alguém.
Luz tem a ver com
beleza. Sem luz a beleza não existe, já que as características ornamentais de
cada indivíduo não podem ser vistas. Logo, se nossos olhos forem bons, todo
nosso corpo servirá para revelar os adornos existentes em cada coisa à nossa
volta.
Luz também tem a ver
com conhecimento e, no céu, nosso conhecimento sobre Jesus e Sua vontade será
pleno.
24ª – incentiva os poderosos a repartirem
toda a glória das nações para andarem consoante a Luz de Cristo
- “E as nações dos salvos
andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e
honra.” (Apocalipse 21.24).
Espiritualmente, isto
vem a confirmar o que Jesus disse: que a Igreja é a luz do mundo (Mt
5.14-16) a ser seguida por todos (e não
o contrário, tal como se dá no sistema religioso que tenta se adaptar aos
desejos carnais do povo – ver Is 60.3-5).
Não é a Igreja que segue os ditames do mundo, mas sim aqueles que estão no
mundo e querem uma mudança de vida é que decidem sair dele e vir para Cristo (Jr
15.19).
A vereda dos justos é
como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18). Jesus é a luz do mundo (Jo
8.12; 9.15). Contudo, aprouve a
Ele fazer de nós luz neste mundo também (Mt 5.14-16), de modo que devemos manifestar a luz de Cristo em
cada momento.
Nesta luz as nações
hão de caminhar, cada vez mais renunciando a si mesmo, já que os mundanos não
conseguem se libertar por conta própria (Is 44.20).
Todavia, devemos
também receber esta luz vindo da vida dos irmãos em Cristo. Não podemos pensar
que precisamos apenas de Jesus em nós. Daí Jesus dizer que devemos estar Nele e
Ele em nós (Jo 15.7):
·
Estar Nele, ou seja,
junto com Ele no coração dos irmãos;
·
Ele em nós: devemos
estar prontos para sermos usados para glória Sua.
Não é a Igreja que
deve ir atrás da glória do mundo, mas sim o mundo é que deve trazer sua glória
para a Igreja, não para que esta possua recursos, como diz o sistema religioso,
mas para que cada um possa ter exatamente o que necessita (ver Ef
4.28). A ideia é repartir a glória e honra do
mundo, a fim de que ninguém seja superior e, assim, todos possam participar do
Amor no Reino do Criador (veja 2Co 8.12-15).
A Igreja, como coluna
e baluarte da verdade (1Tm 3.15), deve estimular as pessoas a estarem cansadas de
serem quem são e da vida que vêm levando a fim de buscarem: arrependimento,
conversão e, por fim, saírem do mundo a fim de poderem se preparar e estar prontos
para quando Cristo vier.
Detalhe: regeneração
é a morte da célula velha a fim de dar lugar para uma célula novinha que acabou
de ser produzida com as mesmas características da antiga para desempenhar sua
função. De igual modo, regeneração espiritual é a morte do velho homem a fim de
que novo homem (que na verdade é mais antigo que o velho, pois foi
criado primeiro pelo Criador para glória Sua) possa ocupar o lugar do velho (1Co 15.36).
Entenda: o novo homem
é igual ao velho (a pessoa não muda de fisionomia, nem de memória), só que livre do pecado. O velho homem tem este
título porque, nos tempos da Escritura Sagrada, velhice era sinônimo de
sabedoria (Jó 32.6,7).
No que o novo homem foi se enchendo da sabedoria, costumes e gostos do mundo,
ele se tornou velho e acabou usurpando o lugar que pertence ao novo homem por
direito (aquele que anda em novidade de vida (Romanos 7.6).
25ª – As suas portas nunca se
fecham, mas está aberto para todos, independente das suas intenções
- “E as suas portas não se fecharão
de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das
nações.” (Apocalipse 21.25,26).
Ao contrário dos
membros das instituições religiosas (e dos pagãos) que ficam sempre a julgar as pessoas para decidir
quem entra na sua vida e quem não, a Igreja está sempre aberta para todos.
Mas como? Assim,
aparentemente, vão entrar pessoas contaminadas e imundas. Não vão (Ap
21.27), pois, como deves lembrar, há um anjo
guardando cada porta (Ap 21.12). Lembrando que a guarda não é pela força da
violência, mas do caráter.
Se a Igreja tenta
selecionar quem deve ou não entrar, cometerá um erro fatal. Primeiro, porque
Jesus veio para chamar os pecadores ao arrependimento, e não os justos (Mt
9.12,13). Além disto, como o coração do homem é
enganoso (Jr 17.9),
a pessoa acabará escolhendo os que não lhe trarão nenhum proveito espiritual (nem
físico também) e deixando de fora
os que, embora no início sejam inúteis (Fm 11; 1Co 1.26-28), depois irão recebê-los nos tabernáculos eternos (Lc
16.9).
Pense: sendo a
ciência do homem limitada, quais seriam as bases em cima das quais iria fazer
tal arbitragem? É neste contexto que Jesus disse “não julgueis para não serdes
julgados” (Mt 7.1).
Quando a Igreja é fiel a Jesus, nada de ruim penetra em seu interior. Ela não
precisa se preocupar em conservar o que é do Criador, pois Ele próprio vela
pela Sua Palavra (Jr 1.11,12)
e nenhum dos Seus planos pode ser frustrado (Jó 42.2).
Observe que, pela
segunda vez, é dito que a glória das nações será trazida para a Nova Jerusalém.
Isto mostra a importância de termos contato com Jesus a fim de permanecermos consagrados.
26ª – Dentro dela, só há lugar
para aquilo que dá lugar para o Criador agir.
- “E não entrará nela coisa
alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão
inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Apocalipse
21.27).
Espiritualmente, na
Igreja não entra ninguém que tenta fazer as coisas por sua força ou violência (Is
35.8; Zc 4.6), mas somente quem
concordou em fazer parte da vida do Cordeiro, de modo a entrar para a história
Dele (ver Ap 3.5; 13.8; 20.12; Fp 4.3, onde mostra a importância do livro da
vida). Muitas nomes entram para a história da
humanidade, mas felizes daqueles que fazem parte da história do Reino dos Céus.
A verdade é que não
existe desculpa para fazer o mal. Se cedermos ao mal, ainda que seja para
combater algo que acreditamos ser mal, então o mal já venceu.
Quando alguém deseja vingança ou tem inveja, na verdade o que lhe atormenta é
ver o bem na vida do outro indivíduo. Ele não se conforma que os outros sejam
abençoados, a não ser que isto traga algum lucro para si.
Mas
afinal, por que é dito que não entrará o mal na Nova Jerusalém (ver Is 35.8; 52.1; 60.21; Jl
3.17; Ap 22.14-15)? Afinal, isto parece incoerência, já que a
ideia, a princípio, é mostrar o evangelho a toda criatura (Mc 16.15).
Contudo, aqui e no Testamento da Lei, muito é falado da não penetração dos
impuros (por
exemplo, Ez 44.9).
Isto
vem a mostrar que não é o contato com as coisas sagradas que leva alguém a se
converter:
·
“Ainda que se mostre favor ao
ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a
iniqüidade, e não atenta para a majestade do SENHOR.” (Is 26.10).
27º - nela o Espírito Santo se
move constantemente, pois ali está o trono do Criador e do Cordeiro
- “E mostrou-me o rio puro da
água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do
Cordeiro.” (Apocalipse 22.1).
Espiritualmente, o
Rio de Vida:
Sua fonte: celestial;
Suas propriedades:
o É purificador. Ele purifica quem nele permanece (Ez
36.25; Ef 4.30).
o É um rio de poder (ele vem do trono do
Criador). Quem dele bebe e permanece torna a
viver (Jo 4.10; 7.37-39);
o Frutificador (Ap 22.12; Jr 17.8; Sl 1.3;
Is 55.1);
o É um Rio de Graça, já que procede do trono do
Cordeiro.
Seu progresso: a terra se encherá com o conhecimento da glória do Criador como as
águas cobrem o mar (Ez 47.8);
Sua durabilidade: suas águas estarão sempre fluindo sem jamais se
extinguir.
Em (Ap
7.17; 21.6,7; 22.1) os salvos estão
sempre perto da Água da Vida.
A diferença é que, em Ap 4.6, a ênfase está na
posição das pessoas que servem ao Criador em relação ao Seu trono. Alguém só
pode afirmar que serve Jesus se estiver diante do Seu trono. Aqui, este rio
semelhante ao cristal simboliza os que creem em Jesus se movendo rumo àqueles
que desejam dar fruto para o Criador, a fim de que Ele seja glorificado (Jo 15.8).
Em outras palavras, o mar de vidro representa o Espírito
Santo regenerando e renovando a Igreja (Tt 3.4-6). O Rio de Vida representa
o Espírito Santo movendo a Igreja para regenerar, saciar a sede interior,
purificar, etc., aqueles que, por terem recebido Jesus, são filhos do Criador (Jo 1.12). É
a Igreja servindo à Igreja, uns aos outros.
A alegria
sobrenatural da vida celestial é:
1 – abundante em sua medida (rio). Grandes cidades são construídas à margem de rios
para garantir saúde, comércio e prazer. Assim, para a evangelização é utilizada
o emblema de um rio (Hc 2.14; Sl 46.4). O Criador estenderá sobre a Nova Jerusalém a paz
como um rio, e a glória dos gentios como um ribeiro que transborda (Is
66.12).
2 – pura em sua natureza (claro
como cristal).
3 – regivorante em sua energia (de
vida).
4 – de acordo com as necessidades da alma humana.
5 – o resultado da misericórdia soberana do
Criador (procede do trono).
Por que a Igreja
deseja tanto a volta de Cristo? É impossível assegurar a paz mundial enquanto o
pecado reinar na natureza humana. Jesus fará tudo novo, acabará com o erro e
trará a retidão. Então o ser humano será mais importante do que as coisas
materiais. A verdadeira espiritualidade será propagada e todos crescerão em
graça e, obviamente, amarão mais ao Criador e desejarão mais ardentemente estar
perto Dele.
Vem uma questão: a
Nova Jerusalém é um paraíso dentro de uma cidade ou uma cidade dentro do
paraíso?
28º - Sempre produz fruto e remédio a todos quantos necessitem
- “No meio da sua praça, e de
um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze
frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a
saúde das nações.” (Apocalipse 22.2).
Um detalhe a ser observado é que, em Ap 7.3;
14.1, apenas 144.000 receberam na testa o selo contendo o nome do Eterno e do
Cordeiro. No entanto aqui, toda a Igreja é vista com este selo. E qual a
finalidade dele? Eliminar qualquer dúvida que possa haver entre os seguidores
do Eterno da sinceridade do amor expresso uns aos outros. O selo da identidade
do Pai nos dá segurança que estamos trabalhando para o Eterno e, obviamente,
que nosso trabalho não será vão.
Ainda é preciso considerar que, enquanto a marca
da besta foi recebida na testa e na mão (Ap 13.16,17 – para desfrutar do mundo),
em imitação ao regime legal do Antigo Testamento (Êx 13.13,16 – para desfrutar das promessas físicas do
Eterno), a Igreja só necessita de selo na testa (que confirme sua filiação).
Isto não é tudo! O fato de a Igreja estar
marcada com o nome do Eterno é uma confirmação de sua filiação diante de todos
os cidadãos celestiais, a qual ocorreu no interior do coração (Ap 3.17).
No entanto, para isto é necessário estar
disposto a aceitar o trono do Eterno e do Cordeiro. Ou seja, é preciso entender
que toda situação, antes de tudo, foi projetada pelo Eterno. Isto quer dizer
que, ao invés de lutarmos contra carne e sangue (Ef 6.12), devemos procurar entender
onde o Eterno nos quer, o que Ele quer que façamos e de que modo.
Ou seja, tudo acontece para nos apertar para o
lugar e condições interiores corretas.
O grande problema é que, na maioria das vezes,
insistimos em lutar contra os aguilhões (At 9.5; 26.14). E olha que quando Paulo
ouviu isto de Jesus não havia nada nem ninguém, fisicamente falando, impedindo
o caminho dele ou obrigando ele a fazer aquilo. Logo, o aguilhão que estava
espetando Paulo era o amor e a verdade que provinha dos seguidores de Jesus.
Ele não estava querendo ceder a isto. Ou seja, embora ele sentisse algo
diferente na vida dos discípulos, ele se recusava a aceitar isto. Daí Jesus
dizer que era Ele quem estava sendo perseguido por Paulo.
De igual modo, muitas vezes nossa sede de
vingança nos impede de ceder ao amor do Eterno pelos pecadores e, deste modo,
ficamos nos recalcitrando contra todo bem que Ele deseja lhes fazer.
O Eterno deu a lei por meio de Moisés e Jesus
veio para mostrar como um homem deve viver para que toda lei possa se cumprir
na vida dele (não
é o ser humano cumprindo a lei, mas sim a lei se cumprindo na vida dele – Rm
8.1-4). Note que Jesus conquistou a posição de juiz e rei como Cordeiro.
Daí o Eterno dizer que o Favor Dele é dado aos humildes (Tg 4.6; 1Pe 5.5).
Espiritualmente Jesus é a Árvore da Vida que alimenta e cura as nações.
Ele faz isto convidando todas as nações a virem até Ele. Agora todos têm a quem
recorrer. Seus frutos são:
·
Amor;
·
Gozo;
·
Paz;
·
Longanimidade;
·
Benignidade;
·
Bondade;
·
Fé;
·
Mansidão;
·
Temperança;
·
Verdade (Mt 12.24);
·
Graça;
· Poder.
Qualidades da vida que a Árvore da Vida nos dá:
·
É divina, ou seja, é o Espírito Santo comunicando
Sua vida em nós;
·
É a mais excelente vida, imortal;
·
É uma vida real e sacerdotal (Ap 1.6; 5.10);
·
É uma vida celestial (Ef 1.3; 2.6; 2Pe 1.3);
·
É uma vida de eterno crescimento (ver Ef 4.11-13);
Os frutos da grande,
gloriosa e amável intercessão de Jesus:
·
Levou cativo o sistema religioso, o qual mantinha
os indivíduos cativos de ministros enganadores;
·
Concedeu dons aos homens (Ef 4.8);
·
O derramar do Espírito Santo sem medida (Jo 3.34);
·
Preparou lugar no coração dos homens para
habitarmos na vida uns dos outros;
·
Somos livres do pecado e
temos força contra a tentação (Lc 22.31-32);
·
Coragem e confiança
diante do Criador e aceitação no Seu trono (Hb 4.16);
·
Nós, nossas orações e
nossas obras se tornam aceitáveis diante do Criador, o que nos proporciona
imediata resposta aos desafios e acusações que são trazidas contra nós;
·
Temos segurança acerca
de todas as promessas do Testamento do Favor do Eterno, bem como de suas
bênçãos.
A abundante presença de folhas na Árvore da Vida
indica cura para as enfermidades da alma que são consequência do pecado. Ou
seja, a Igreja é para ser o lugar onde os indivíduos tenham onde encontrar
perdão para seus pecados e, obviamente, a cura para suas enfermidades.
·
“E morador nenhum dirá: enfermo
estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da iniqüidade.” (Isaías 33.24).
·
“Olhai por vós mesmos. E, se teu
irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se
pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo,
dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.” (Lc 17.3,4).
Talvez você diga: mas se toda vez que pecar o
indivíduo alcançar perdão e cura, ele nunca vai se converter.
Muitos realmente não:
·
“Com minha alma te desejei de
noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te;
porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem
justiça. Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça;
até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade
do SENHOR.” (Is
26.9,10).
Para
quem é de Jesus, as oportunidades de perdão vão consolidando dentro dele o amor
e a justiça de Jesus; para quem não é, isto vai consolidando o mal,
endurecendo-lhe o coração (2Co 3.1-3; 1Pe 2.5-8). Todavia, isto não muda o
fato que foi lhe dada oportunidade para se arrepender.
Jesus disse que Ele é a Videira (Árvore da Vida)
Verdadeira e nós os ramos (Jo 15.1). Ou seja, os frutos da Árvore da Vida são a
parte da Igreja responsável por manter a alma dos irmãos viva (cheia de bons pensamentos e
sentimentos), saudável e cheia de energia. Sendo a praça um
lugar de reunião (Zc
8.4,5; Mt 11.16), logo no centro da comunhão da Igreja deve
estar o alimento espiritual e a perfeita sanidade e a Verdadeira Bebida (daí Sl 133.1). Não
há bênção real que venha a nós fora da praça da comunhão.
Inclusive, por aqui, vemos que não basta sermos
cheios do Espírito Santo. É preciso dar fruto, de modo que os indivíduos à
nossa volta possam ser alimentados pelo amor do Eterno (Gn 5.22) e
possuírem “azeite” nas suas vasilhas, além de poderem encontrar perdão e cura
para suas enfermidades.
Urge salientar, contudo, que, quando Jesus disse
que o Pai é glorificado em virtude de a Noiva dar muito fruto (Jo 15.8),
isto de modo algum implica em um esforço pessoal no sentido de encher a si
mesmo de fruto. Antes, implica em estar aberto a toda ação do Espírito Santo, não
colocar nenhum impedimento à Sua ação na nossa vida, deixando circular dentro
de nós o amor e a Palavra de Jesus. Ao fazer isto, o fruto surge naturalmente.
Logo, sendo Jesus, espiritualmente, a Árvore da
Vida e nós os ramos, eis as curas de Jesus que devem brotar através de nós:
·
Algúem é cego? Eis uma folha para esta doença (Sl 146.8; Ap 3.18);
·
Alguém é surdo a ponto de não ouvir a voz de Jesus
em Sua palavra ou vara? Eis uma folha para ti (Is 35.5);
·
Alguém é coxo que não pode caminhar no caminho do
Criador? Eis a folha para isto (Is
35.6);
·
Alguém é mudo que não pode orar, louvar, adorar ou
proclamar o evangelho do Criador? Eis a folha (Is 35.6);
Beber do Espírito Santo (1Co 12.13) e
fazer da Igreja o nosso alimento (Jo 6.51-57) constitui a essência do
Reino do Criador. Isto torna a Igreja independente do mundo, visto que, a
partir de então, ela não precisará de:
Ø
Água, porque o Espírito Santo sacia a sede (Jo 7.37-39);
Ø
Alimento, pois o fruto vem dos próprios galhos
da Igreja que estão ligados a Cristo (ver Ef 4.11-16) (veja a importância da promessa de comermos da Árvore da Vida –
Ap 2.7);
Ø
Veste, pois ela é vestida com os atos de justiça
dos santos (Ap
19.8);
Ø
Santuário (local de descanso, proteção e adoração),
pois o próprio Criador é o templo;
Ø
Luz do sol, lua ou candeia, pois o Criador e o
Cordeiro a iluminam com Sua glória;
Ø
Médico ou remédio, pois as folhas (dons e talentos) da
Igreja são para cura;
Ø
Enfeite, pois o próprio Criador a enfeita com
Sua verdade, amor, sabedoria e pessoas tementes a Ele (ouro, pedras preciosa, pérolas,
etc.).
Ø
Líder, pois o Criador e o Cordeiro estão em Seu
trono conduzindo-a o tempo todo;
Ø
Pessoas mundanas para servir, pois nela está uma
multidão, como um mar, resplandecente como cristal (Ap 4.3),
os quais:
§
não estarão servindo por obrigação (ver Jo 15.14,15, onde Jesus faz
de nós amigos do Criador);
§
não servirão o Criador à distância, mas ouvindo
Sua voz e vendo Sua face (algo prometido em Sl 17.15; Mt 5.8; 1Jo 3.2 e que, só não será
real agora se não acreditarmos nisto) e tendo suas mentes
marcadas pelo nome do Criador (Ap 22.3,4)
§
seguirão a Escritura Sagrada consoante os
conceitos e valores do Reino do Criador (e não conforme a sabedoria do sistema que rege este
mundo).
Para entender a importância de ver a face do
Eterno, basta lembrar que todos quantos, no Testamento da Lei, quiseram vê-la,
não puderam (Êx
33.20,23; Mt 13.17). No entanto, a glória Dele pôde ser vista na
face de Cristo (Jo
1.14,18; 14.19; 2Co 4.6). Jesus revelou o Pai através de Sua face (Jo 1.14,18) e,
no que se refere à Igreja, jamais haverá confusão (1Co 14.33),
como se deu com Filipe (Jo 14.9).
Desde já a glória do Eterno desde já pode ser
contemplada na vida de quem a Cristo se entrega (Sl 17.15) mas seu ápice será quando Jesus
vier (Is 33.17;
Mt 5.8; Ap 3.12), o que fará que sejamos semelhantes a Ele (1Jo 3.2).
Como se isto já não fosse suficiente, a Igreja
também poderá, em Cristo, conhecer a si mesma e ao Eterno do mesmo jeito que
ela é conhecida no Reino dos Céus (1Co 13.12).
29º - Nela não há maldição. Todos são guiados por Jesus e O servem por amor
- “E ali nunca mais haverá
maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os
seus servos o servirão.” (Apocalipse 22.3).
Qual deve ser a
referência adotada por aqueles que servem o Criador?
1.
A partir da soberana, rica e gratuita graça do Criador;
2. A partir do mérito e intercessão de Jesus;
3. A partir da efiência do Espírito Santo (no
qual estais selados para o dia da redenção – Efésios 4.30);
4. A partir da fidelidade do Criador;
5. A partir da imutabilidade do Criador.
Conversão é uma
mudança de serviço, mestre, motivo e trabalho.
É importante notar
que o verdadeiro pastor, o líder do rebanho, não é o carneiro mais forte, mas O
Cordeiro, indicando o governo do amor, da inocência, da humildade. Isto também
implica que o rebanho é constituído de indivíduos deste tipo.
Todas as promessas de Apocalipse 22.3-5 são
consequência do fim de toda maldição e coisa maldita, incluindo o pecado.
Não há mais maldição |
Perfeita Restoração |
Trono está no centro |
Perfeita Administração |
Servos servirão o Criadore
voluntariamente |
Perfeita Subordinação |
Todos verão a face do Criador |
Perfeita Intimidade |
Nome do Criador em todas as testas |
Perfeita Identificação |
O Criador é a luz |
Perfeita Iluminação |
Reinarão para sempre |
Perfeita Exultação |
Nela não entrará nada contaminado,
impuro, nem quem comete abominação ou mentira (Ap
21.27). |
Perfeita Transformação |
Em
resumo podemos dizer que:
·
Não há maldição
dentro da Igreja, pois Jesus se fez maldição por nós a fim de nos resgatar da
maldição da lei (Gl 3.13),
de modo que somos fonte de bênção.
·
Nela está o trono do
Criador e do Cordeiro. A Igreja é governada pelos conceitos e valores do
Criador a fim de manifestarem que Cristo está vivo, a saber, vivendo como Ele
viveu.
·
Nela estão aqueles
que servem o Criador por amor, pelo privilégio de conhecê-Lo melhor e estar
junto Dele.
30ª - É caracterizada por uma profunda intimidade e conhecimento do Pai
- “E verão o seu rosto, e nas suas testas
estará o seu nome.” (Apocalipse 22.4).
A Igreja vê o Criador
exatamente como Ele é. Ela não faz suposições acerca de quem é o Criador. Ela
conhece bem o Criador e faz o que Lhe agrada (e não o que é mais
conveniente a ela).
A Igreja é
perfeitamente identificada como pertencendo ao Criador. Não há dúvidas, pois
seus pensamentos e sentimentos estão marcados por tudo que Jesus é.
31ª – Não tem descanso físico neste mundo, mas, como soldado, ela está sempre ponta para ser usada por Jesus na vida de quem Ele deseja
- “E ali não haverá mais
noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor
Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre.” (Apocalipse
22.5).
Para a Igreja não é para existir noite (Rm 13.11-14; 1Ts 5.6-8).
Antes, como soldado (2Tm 2.3-5), ela deve estar sempre pronta para ser
usada por Jesus (Mt
24.45; Mc 13.33-37). Se o tempo usado no verbo é o futuro (haverá) é
porque, infelizmente, os membros da Igreja, na atualidade, ainda não tomaram
consciência disto, além de estar restrita às fraquezas e limites carnais.
Como consequência, continuam dependentes das
luzes deste mundo (conhecimento
e sabedoria secular), bem como de seus recursos, para serem
falsamente iluminados (ver Mt 6.23) e, deste modo, terem seus desejos
supridos.
Contudo, a verdadeira Igreja já recebeu a
abundância do Favor do Eterno, a ponto de ser luz do mundo (Mt 5.14-16),
estando assim em total condições de reinar já através de Jesus (Rm 5.17).
Contudo, para isto, é preciso participarmos dos sofrimentos de Cristo por Sua
Noiva (Fp
1.29; 3.10; Cl 1.24; 2Tm 2.12; 1Pe 4.12-19). Se bem que a plenitude
deste promessa se dará no milênio e, por fim, na eternidade (Ap 3.21),
tal como prometido por meio dos profetas (Dn 7.18,27).
Se
a promessa de ser iluminada por Jesus vale para Israel no milênio (Is 60.19,20),
quão dirá para a Igreja de Jesus hoje (Ap 21.23). Todo este esplendor e
riqueza já fora prometido pelo Criador (Is 54.11,12).
Basta pensar na promessa dada pelo Eterno de que os sábios
resplandecerão como o fulgor do firmamento (Dn 12.3) e que é para seremos luz
do mundo (Mt
5.14), resplandecermos como astros no mundo (Fp 2.14,15). Basta fazermos todos as
coisas sem murmurações nem contendas (Ec 9.10) e aproveitaremos bem cada
oportunidade (Ec
9.11; Ef 5.14-17; Cl 4.5).
Espiritualmente,
também não haverá necessidade da luz obscura da lei cerimonial sob a
dispensação da lei (candeia), nem a luz mais clara do evangelho, seus dons e
ordenanças, pois na dispensação do reino, nossa aparente visão será substituída
pela visão real e viva do Criador e tudo que Lhe diz respeito.
A plena e abençoada
luz celestial implica que lá não haverá:
·
Pecado. Qualquer
trabalho das trevas será excluído;
·
Tristeza;
·
Repreensão;
·
Tentação nem
provação;
·
Ignorância. Todos
saberão quem são, quem é o Criador e qual a Sua vontade para com eles;
·
Deterioração, pois
não haverá corrupção;
·
Solidão;
·
Adversário;
·
Distanciamento.
A felicidade e
eternidade do céu é fundada sobre:
·
A eternidade,
imutabilidade e perfeição do Criador e Seu amor, graça, bondade e misericórdia;
·
A vontade boa,
perfeita e agradável do Eterno (Rm 12.2).
·
O poder do Criador,
o qual é Todo-Poderoso e Eterno;
·
A santidade do
Criador;
·
A justiça e retidão
do Criador (2Tm 4.8; 2Ts 1.6,7);
·
A eterna eficácia da
mediação de Cristo;
·
A eterna comunhão
com o Espírito Santo. Ele veio para permanecer conosco para sempre (Jo
14.16; 1João 2.27).
32ª – ELA BUSCA CONHECER, VIVER, SE APROFUNDAR E PASSAR A VERDADE ADIANTE
- “E disse-me: Estas palavras
são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o
seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de
acontecer.” (Apocalipse 22.6).
“Eis que presto
venho: Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.” (Apocalipse
22.7). As coisas brevemente deve acontecer.
Isto significa que o tempo para nos prepararmos é curto (Ap
1.1,3). Os justos devem ser recompensados e os
ímpios, punidos (Ap 11.18).
A profecia é para ser
comunicada a outros (Ap 1.3). A Igreja tem a obrigação de tomar conhecimento
daquilo que o Criador revelou especialmente para ela e, é claro, confirmar a
veracidade e fidelidade disto diante dos indivíduos.
LIÇÃO A SER
APLICADA NO CASAMENTO
1ª – O casamento é algo completamente
novo e celestial
- “Vi um novo céu e uma nova terra:
porque o primeiro céu e a primeira terra já se foram, e o mar já não é.” (Ap 21.1).
A Nova Jerusalém é comparada com uma noiva porque,
ao descer do céu para ficar entre o povo, lembra muito o que se dá num
casamento, onde marido e mulher deixam seus pais (Gn 2.24; Sl 45.10) e tudo que viveram
outrora a fim de darem início a uma nova vida, uma nova manifestação do amor e
sabedoria do Eterno resultante daquilo que o Eterno começou a fazer na vida dos
pais de ambos: o marido continua a obra que Jesus começou no seu pai e ajudado
pela obra que Jesus começou na vida do pai da esposa. Juntos eles multiplicam e
frutificam isto na vida dos filhos.
Tanto é assim que é ordenado:
·
Ao homem que deixe pai e mãe para se unir á sua mulher (Gn
2.24);
·
À mulher que se esqueça da casa de seu pai (Sl
45.10).
Ou seja, o tempo do pai implantar sua imagem no
filho passou. Agora é hora do filho ser usado para dar continuidade à obra que
o Criador começou na vida de seu pai, tendo em vista aquilo que lhe foi passado
por ele.
Para trás ficou o mar de pessoas (por
exemplo, coleguinhas) que agitaram a vida de ambos. Este é substituído pela dedicação mútua
em favor daquilo que o Criador deseja a fazer por meio deles na vida do
próximo.
2ª – O objetivo do casamento NÃO
é tentar achar o paraíso perdido através da vida um do outro e, com isto, se
isolar do mundo
- “Vi também a cidade santa, a nova
Jerusalém, descendo do céu da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada
para seu noivo.” (Ap 1.2).
Assim
como a Noiva do Cordeiro não é alguém isolado, mas uma cidade inteira, assim é
no casamento. Este não o fim, mas o começo de uma obra maravilhosa do Eterno na
vida do casal que visa preencher as muitas moradas de Jesus no coração de
ambos, de dentro do interior de ambos para dentro do interior do próximo (Jo
14.1,2), a começar pelos filhos.
Ou
seja, a Nova Jerusalém é construída dentro do coração de cada um (Ef
2.20,22; Cl 2.7; 1Pe 2.5). Quando Jesus
prometeu àquele cuja mina rendeu dez, autoridade sobre dez cidades (Lc
19.16,17), Ele estava prometendo ter acesso ao
coração dos dez indivíduos que foram discipulados pelo Espírito Santo através Dele,
bem como ao coração de cada um que habita no coração deles (os
quais, juntos, constituíam uma cidade em seus corações).
No
casamento o maior mal que existe é o de um achar que o outro pode preencher
todo o vazio do coração. O casamento deve ser encarado como o ponto de partida
para frutificar, multiplicar, encher a terra e sujeitá-la ao senhorio de Cristo
(Gn 1.28). Só assim todo vazio
no coração do casal será preenchido, evitando o desgaste do relacionamento
conjugal.
Contudo,
que fique claro: não se trata simplesmente de fazer amizades. O casamento é
santo e desce do céu da parte do Eterno, ou seja:
·
É separado para uso
exclusivo do Eterno;
·
Não é baseado em
conceitos terrenos, mas voltado para os conceitos e valores celestiais (Cl
3.1-3);
·
Não é da vontade da
carne, nem do sangue, nem de homem algum, mas do Eterno (Jo
1.12,13).
Ou
seja, o casamento visa preparar ambos os corações a fim de que o Eterno possa
frutificar através de ambos (Gl 5.22), ou seja, preenchê-los com Seus conceitos e
valores através daqueles que o Eterno coloca em suas vidas.
Como
Noiva de Cristo, a esposa se adorna para seu marido, e não para os estranhos. O
objetivo de uma noiva de Cristo é ser bela aos olhos do marido. Entretanto, não
é ela que se ornamenta. Sua beleza e alegria tem que ser a presença do marido (Ez
16.14; Jo 3.29). É o marido quem a
veste (Ap 19.8).
Logo,
a esposa não é bela apenas internamente, como advogam aqueles que dizem que o
Eterno só olha o coração (como se Ele fosse açougueiro ou
cardiologista, distorcendo o sentido de 1Sm 16.7). Embora o livro do Apocalipse seja alegórico e haja muita coisa
espiritual a ser aprendida neste livro, é preciso que fique claro que a fé
escondida não é fé, mas hipocrisia (ver Tg 2.17-20). Mesmo porque, como pode, por exemplo, uma fonte
de água se dizer doce, quando só se observa nela água amarga (Tg
3.10-12)?
Não
se trata de alguém “mau” tentando ser bom (o que é impossível – Mt
7.15-20), mas sim de “ser” bom. É possível alguém
disfarçar, mas jamais ser o que não é (Mt 12.33,34).
De
igual modo, há dois erros que comete-se:
·
O de se preocupar
apenas com a aparência, tentando ser bonita aos olhos de todos, mas vazia por
dentro;
·
O de tentar se
preocupar apenas com o coração, mas relaxar na aparência. O Eterno se preocupa
também com o corpo (1Co 6.20; 1Ts 5.23). Tanto que a Noiva foi vestida de linho fino,
resplandecente e puro (Ap 19.8) e adornada (Ap 21.2). O edifício e arranjos da cidade serve à mesma
proposta que o vestido e ornamentos de uma noiva (Is 61.10).
No
entanto, o que faz qualquer esposa bela é ela se deixar enfeitar pelo marido,
de modo que todos possam ver nela a glória do marido (1Co 11.7), ou seja, para que através dela seu marido possa
mostrar seu amor e sabedoria a todos (Pv 31.23) e passar isto adiante através dos filhos (honrar
o marido).
Não
é para a mulher viver sua vida e, ao mesmo tempo, tentar agradar ao marido e
ser valorizada pelos que a rodeiam. Antes, a ideia é que o marido seja
valorizado na vida dela, recebendo a mesma graça de vida que está sobre ele (1Pe
3.7), ou seja, vivendo a vida que o Eterno deu
para ele.
·
“E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos
levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (Jo 14.3).
Veja
aqui Jesus prometendo nos levar ao coração dos indivíduos a fim de ter
relacionamento conosco ali. De igual modo, Jesus quer ter relacionamento com o
casal através da vida do cônjuge e filhos.
E
note a intensidade de amor e intimidade entre os filhos e os pais:
·
“Porque, como o jovem se casa com a virgem, assim teus filhos se
casarão contigo; e como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o
teu Deus.” (Is 62.5).
O
amor deve ser tal, ao ponto de cada um aceitar de bom grado ficar cativo no
coração do outro.
Grande
é o mistério de Cristo, já que, embora a Nova Jerusalém esteja dentro de cada
um, ela é uma única cidade.
3ª – O casamento tem por finalidade
tornar visível e constante a presença de Cristo neste mundo
- “E ouvi uma grande voz, vinda do
trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois
com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com
eles.” (Ap 21.3).
Quando João 1.14 diz que Jesus se fez carne e
“tabernaculou” entre nós, não pense que isto era só para acontecer uma vez (espiritualmente
falando, é claro).
A ideia é que, através do casamento, todos possam enxergar: através do marido,
o cuidado de Jesus por Sua Noiva; através da mulher, a submissão que a Igreja
deve a Cristo.
O fato de o homem possuir sua esposa deve apontar
para Cristo tomando posse de Sua Igreja, a fim de ser Dele. Isto pode soar
arbitrário na sociedade, já que a moda em voga é “ninguém é de ninguém”.
Todavia, pense no quão triste é não pertencermos a
ninguém. No início pode soar como liberdade não ter que prestar contas a
ninguém. No entanto, isto significa não fazer diferença na vida de ninguém e
vice-versa.
O fato de sabermos que somos de Jesus é que nos
traz segurança, pois sabemos que não estamos jogados por aí como algo
rejeitado, mas que Ele se importa conosco e zela de nós como um homem zela de
seus tesouros ou de sua mulher (Dt 32.9,10), querendo estar com
eles o tempo todo (habitar). Afinal, o coração do Criador está onde Ele
colocou Seu tesouro (Mt 6.21), a saber, no coração
daqueles que O servem. Ou, se preferir, Ele coloca Sua Palavra e Espírito no
coração da Igreja para que possa estar presente com ela todos os dias até a
consumação do século (Mt 28.20).
Enfim, o casamento é
o Eterno introduzindo Seu tabernáculo no meio dos homens a fim de poder habitar
com eles (Ap 21.3)
pessoalmente (“e Deus mesmo estará com eles”). A ideia do Eterno é constituir um povo para Si,
ou seja, um grupo de indivíduos a Seu dispor 24 horas, movidos em favor da vida
eterna (o próprio Jesus – Jo 17.3; 1Jo 5.20) por amor a Jesus e a tudo que Ele é (Seu
caráter expresso na Sua Palavra).
Entenda: assim como o Criador gerou a Igreja para
constituir uma semente de piedosos (Ml 2.15), o homem deve casar
com a mulher para constituir um povo para si, tal como, no Testamento da Lei, muitos
homens acabavam constituindo para si uma cidade.
Assim como o Criador gerou a Igreja para estar com
seus membros e ser Deus deles, o homem deve casar para ter pessoas com quem ele
possa estar presente o tempo todo e ser um referencial de quem é o Criador.
O Criador ordenou a criação do tabernáculo para
habitar separado junto ao povo de Israel (Êx 33.7,8). Depois Ele gerou a
Igreja a fim de habitar separado junto com a humanidade. De igual modo, o homem
deve casar a fim de se separar para servir a Cristo por amor ao próximo. Ou seja,
perto deles, mas como água e óleo: sem se misturar com ele.
4ª – O objetivo do casamento é vencer
o pecado e os efeitos que vieram acompanhando-o
- Ele enxugará de seus olhos toda
lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem
dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Ap 21.3,4).
Comecemos
analisando as características da mulher que seria agraciada pelo Eterno através
da Sua Noiva:
·
“Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a
que tenha sido mulher de um só marido; tendo testemunho de boas obras: se criou
os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu
os aflitos, se praticou toda a boa obra.” (1Tm 5.9-10).
Ou
seja, a viúva tinha que, enquanto vivia o marido, ter servido de consolo e
descanso na vida dos necessitados. Ou seja, o casamento não é a construção de
um mundinho egoísta constituído apenas do cônjuge e filhos.
A esposa deve ser como o tabernáculo do Criador no deserto, ou seja,
servir para que os opressos do Seu povo encontrem refúgio nela (ver Is
14.32).
Ou seja, o casamento, como a célula da Igreja, tem
por finalidade levantar uma família que tenha a companhia do próprio Criador
como recompensa, com vistas a ser usada por Ele para dar fim à morte (ver Jo
5.24,25),
ao pranto, choro (com o consolo do Criador (2Co 1.3-6) a pessoa percebe que, não importa o quanto a
maldade pareça prosperar, sempre existe lugar para ela no plano do Criador (veja o
exemplo de Elias – 1Rs 19.15-18) e
nunca é sem recompensa (Hb 6.10)).
Como assim dar fim à morte? O casamento é o modo
mais eficaz usado pela Palavra do Criador para acabar com a separação trazida
pelo pecado, sendo muito mais do que uma mera união de interesses. Antes, é uma
união de vidas para servir de canal para manifestação do poder do Criador.
Enfim, o casamento é a prova mais concreta de que
as primeiras coisas são passadas (Ap 21.3,4), já que não se trata
de um mero ajuntamento de duas pessoas na mesma casa, mas sim um novo corpo
completamente diferente dos dois corpos que o deram origem.
Isto lembra o que o Criador fez por meio de Jesus,
O qual, ao invés de imputar pecados às pessoas, operou o ministério da
reconciliação (2Co 5.18-20). Ou seja, Jesus, ao invés de ficar negociando mudança de caráter na vida da pessoa, Ele
simplesmente liga esta ao corpo, bastando tão somente que ela concorde em
esquecer tudo que foi (seus desejos, planos, pensamentos,
sentimentos, ações), permita que os conceitos e
valores do Reino do Eterno preencham todo o seu interior (Mt
22.37,38)
e aceite a liderança de Cristo rumo ao fruto do Espírito Santo.
De igual modo, ao invés de o marido cobrar mudanças
de atitude por parte da esposa, ele deve ligá-la a si por meio da Palavra do
Criador; a esposa, ao invés de tentar mudar o marido, deve deixar seu passado
para trás, se submeter à vida de Cristo no marido, de modo a ser o meio pelo
qual Jesus irá mudá-lo (1Pe 3.1-6).
Para ser mais exato, ao invés de ficar consertando
uma atitude aqui, outra ali, Jesus nos concede, por meio do Espírito Santo, Seu
modo de ver e entender as coisas, de modo que a pessoa passa a ser outra.
Ou seja, casamento não sobrevive do passado, mas da
novidade de vida (Rm 7.6) que Criador opera cada dia. Casamento não é correr
atrás dos prejuízos do passado, mas andar após os lucros de Criador no tempo
presente. Basta tão somente a pessoa dar lugar em seu espírito para o Espírito
Santo crer em Jesus através dela. Como? Abandonando, por exemplo, a justiça
própria, ou seja, a ideia de que cada um precisa pagar pelos pecados que
cometeu.
Vem
a questão: como conseguir isto? Crendo naquele que está assentado no trono.
5ª – O objetivo do casamento é a
renovação de todas as coisas.
- “Disse aquele que estava sentado
sobre o trono: Eis que faço novas todas as coisas. Disse-me ele
também: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Ap 21.5).
O casamento é algo tão sério que, tudo que tem a ver
com ele, tem que ser registrado.
Quando marido e mulher se casam formam uma só carne
(Gn 2.24),
tal como se dá com ligas metálicas. Por exemplo, quando cobre, estanho e chumbo
se fundem, formam o bronze que possui propriedades bem diferentes do cobre, estanho
e chumbo que lhe deram origem.
De igual modo, quando o verdadeiro casamento em
Cristo ocorre, a identidade do marido e da mulher deixam de existir. O que se
vê é o novo corpo que surge (como se dá no novo nascimento - 2Co
5.17), bem
diferente das duas vidas que a compõem.
Ou seja, o casamento começa com um novo corpo
formado pelo agir do Criador (Gn 2.24) com vistas a
manifestar coisas novas na vida do casal.
6ª – O casamento é firmado naquilo
que Jesus já cumpriu (Jo 19.30), e
não nas promessas de um para com o outro
- “Disse-me ainda: Tudo está
cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Àquele que tem
sede, eu lhe darei a beber gratuitamente da fonte da água da vida.” (Ap 21.6).
Veja
que, ao tratar da Noiva de Cristo, é dito a João: “tudo está cumprido” (tal
como disse Jesus na cruz - Jo 19.30).
Um dos maiores erros do casal é basear o relacionamento no esforço de tentar
agradar um ao outro. Ora, não existe salvação por meio de obras (Ef
2.8,9). Isto inclui o sucesso do casamento.
Quantos tentam salvar o casamento fazendo promessas ou tentando mudar certos
hábitos. Isto apenas adia e agrava o problema.
O
relacionamento em Cristo é firmado no descanso (veja, por exemplo, Sl 23.4;
37.7; 91.1; Mt 11.28; 22.3,4). O Eterno
já cumpriu tudo que é necessário para um casamento bem sucedido. Em momento algum
Ele projetou que a Escritura Sagrada fosse um método de ensino ou auto-ajuda para
que o homem pudesse construir seu lar de um modo eficaz.
Tudo
que é necessário à verdadeira união foi consumado. O ensino da Escritura
Sagrada é tão somente para que seja possível reconhecer o lugar que Cristo vem
ocupando no casamento.
O
que precisamos é reconhecer que Jesus é o Alfa e o Ômega (o começo
e o final do aprendizado), o Princípio e o Fim.
Ou seja, não há nada que possamos fazer antes de Ele chegar, nem nada há para
fazer depois de Ele agir, pois Sua obra é completa (Rm
12.2), não havendo necessidade de revisões,
melhorias, etc. Basta confiarmos em Jesus e na Sua boa, agradável e perfeita
vontade (Rm 12.2).
Considerando
que Jesus promete, GRATUITAMENTE, a Água da vida (Jo 4.13,14; 7.37-39) a quem tem sede, não há porque pecar.
Mas,
se é assim, então por que tantos casamentos se desfazem?
1.
Porque não está
havendo sede do Eterno e Sua justiça, mas sim sede de justiça humana, cujo
objetivo é unicamente garantia de interesses individuais;
2.
Porque, infelizmente,
ninguém está crendo que o amor não pode ser comprado (Ct
8.6,7).
Insistem
em querer pagar por uma coisa que já foi paga por Jesus e, como não conseguem,
querem cobrar isto dos outros. O indivíduo se sente limitado por não ser capaz
de adquirir tudo que precisa ou que deseja e, por isto, passa a cobrar dos
outros, como se eles fossem obrigados a colaborarem. E é este jogo de contabilidade
(aprendida do Sistema Babilônico)
que arrebenta com qualquer relacionamento. Como ninguém faz nada bom de graça,
quer depois cobrar isto de volta dos filhos e cônjuge.
Com
base na justiça própria (Rm 10.3), a mulher começa a cobrar do marido por todas as
vezes que cedeu para satisfazê-lo e vice-versa. Mas, se cada um se esquecesse
das coisas que para trás ficam (Fp 3.13,14) e prosseguisse para o alvo (a vida
eterna), crendo que, não importa o tamanho do prejuízo,
o Eterno pode nos dar muito mais, ninguém jogaria suas pérolas aos porcos (Mt
7.6). A ideia é que cada um enxergasse o
privilégio de ver seu dom apreciado e sendo usado pelo Eterno, ao invés de
buscar recompensas materiais.
Além do mais, que
temos nós que, antes de tudo, não tenhamos recebido (1Co
4.7; 1Tm 6.7,8)? E se recebemos tudo
das mãos do Pai, incluindo o próprio favor Dele, porque Ele não nos daria, em
Cristo, todas as demais coisas (Rm 8.32)? Tem sentido em confiar no suposto potencial que temos
para manipular indivíduos? Por que os indivíduos têm que agir, o tempo todo
como robôs ou sendo manipulados?
Contudo,
se crêssemos que a bênção do Eterno é gratuita (Sl 145.9; Mt 5.44,45), não precisaríamos nos prender na mesquinhez e
pequenez da nossa mente. Não precisaríamos limitar o nosso potencial àquilo que
o mundo diz que podemos ser e ter e com o qual, infelizmente, acabamos
concordando.
Enfim,
gratuitamente significa que não temos que buscar em ninguém para adquirir recurso,
muito menos é preciso ter o recurso conosco. Antes, está disponível a qualquer
que confiou em Jesus o suficiente para se negar a aplacar a sede com os
recursos deste mundo até receber a provisão de Jesus.
7ª – O casamento busca a perfeita
unidade em Cristo, e não em subterfúgios malignos e carnais
- “O vencedor herdará estas coisas;
eu serei o seu Deus, e ele será meu filho. Mas quanto aos medrosos, e aos
incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos
feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, sua parte será no lago
que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte.” (Ap 21.7-8).
O
casal vencedor é aquele que conseguiu se libertar da ideia de comércio e bebeu
da Água da Vida (sem fazer como Simão – At 8.20,21). Este casal herdará a oportunidade de:
·
ser tabernáculo vivo
do Eterno;
·
ser filho do Eterno,
ou seja, uma expressão viva de quem Ele é;
·
ter Jesus como seu
Deus, ou seja, como seu tudo, Aquele em quem se pode confiar plenamente em
todos os momentos.
Por
outro lado, herdarão o lago de fogo e enxofre o casal perdedor, a saber, os
que, para serem bem sucedidos, fizeram uso de:
·
medo => quantos
casais, com medo de perder o favor do cônjuge, prendem-se mutuamente em um
ciúme escravizador;
·
incredulidade => o
amor tudo crê (1Co 13.7),
pois não está firmado na fidelidade do cônjuge, mas sim na certeza de que, o
que o Eterno uniu, ninguém pode separar (a menos que nós nos
separemos, ou seja, aceitemos a separação dentro de nós). A prova disto é nem mesmo dois reis pagãos
conseguiram possuir Sara, mesmo tendo Abraão mentido (Gn
12.17-19; 20.4-7). Além disto, o
casamento não é bem sucedido a partir do nosso esforço em acertar e na
exigência de que o cônjuge acerte, mas sim em enxergar no perdão um privilégio.
·
abominação => por
causa do ciúme, o marido exige que a esposa corte relações com outros homens e
vice-versa. Ou seja, o casamento acaba servindo para semear contenda entre eles
e com os irmãos (Pv 6.19).
·
homicídio =>
aborrecendo o cônjuge (ver 1Jo 3.15), esquecendo que isto significa maltratar a própria
carne (Ef 5.28,29)
e renunciar a comunhão com o Eterno (Ml 2.13-16; 1Pe 3.7);
·
fornicação => cada
um usa o cônjuge para se prostituir, tratando-o como amante para mera
satisfação carnal. Ao invés de irem em busca de uma renovação do interior, vão atrás
de casos extraconjugais para fugir da monotonia do lar (2Co
4.16);
·
feitiçaria => usam
de sedução para conquistar o cônjuge, tentando mostrar a ele uma coisa que não
é (através de joias, maquiagens, penteados, roupas, etc.). Ou seja,
quer prendê-lo através de seus desejos mais vis, ao invés de entregar-se para o
trabalho do Espírito Santo no caráter dele, enchendo-o de virtudes, e
vice-versa (1Pe 3.1-6).
Sem contar que muitos buscam, através de orações, jejuns, campanhas, etc.,
convencer (ou mesmo forçar) Jesus a fazer com que seu cônuge fique do jeito que lhe convém;
·
idolatria => tenta
paparicar o cônjuge com elogios (ver Pv 26.28; 28.23; 29.5) e se sacrificando para satisfazer seus gostos,
como se ele fosse o seu deus. O correto é buscar em Jesus a transformação
necessária para ser o instrumento de transformação do cônjuge.
·
mentira => Faz uso
da mentira para agradar o cônjuge e se ver livre de importunações (por
exemplo, concordando em fazer algo que, no fundo, não quer fazer).
Lançar
mão de tais artifícios para agradar ou conquistar o cônjuge é filosofia de
perdedor. O casamento verdadeiro é caracterizado pela vitória sobre todos estes
métodos de Ha-Satan para tentar prender um ao outro.
A
partir de agora, um dos anjos que tinha as taças do julgamento do Eterno,
mostra intimamente a Noiva (Ap 21.9).
8º - No casamento, jamais se renuncia aos elevados e perfeitos padrões do
Criador (a começar pelo amor que o Criador colocou no casal um pelo
outro) para conseguir algo
deste mundo
·
“Levou-me pelo Espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a
santa cidade de Jerusalém, descendo do céu da parte de Deus” (Ap 21.10).
O casamento não é
algo banal. Tanto que, para que João pudesse a ver a Noiva descendo, o Eterno
precisou colocá-lo em um grande e alto monte.
Mas, o que seria este
grande monte? De acordo com Daniel, isto representa o Reino do Eterno (Dn
2.35,44). Enquanto os impérios são considerados
montes (Ap 17.9),
o Reino do Eterno é um grande monte que enche toda a terra.
Ou seja, uma esposa
de Cristo não é deste mundo (desce do céu) e ela só desce quando o Eterno a conduz, e não por
vontade própria. É bom lembrar que a esposa prudente vem do Eterno (Pv
19.14), sendo que aquele contra quem o Eterno se
ira cai na lábia da estranha (Pv 22.14).
E perceba o lugar que
a esposa irá ocupar: um alto e grande monte, ou seja, o Reino do Eterno aqui na
terra, o qual:
Ø É grande o suficiente para preencher toda a terra,
ao invés de ficar restrito a um lugar, dificultando em muito o acesso de quem
deseja;
Ø É alto, ou seja, nunca renuncia ao padrão do Eterno
para agradar aos outros (Mt 22.16; Jo 5.44).
Quantos
descem deste patamar elevado de amor (o casamento) (ver Sl 127; 128.1-4; Pv 5.19; Ec
9.9) em troca de coisas tão banais. Em primeiro
lugar, o fato de a esposa descer significa que o homem não precisa renunciar o
caráter de Cristo para agradar a esposa.
Aliás, não há coisa
pior quando o marido, para conquistar a noiva (e vice-versa) precisa encenar uma personagem. No Reino do
Criador, o descer da Noiva revela de onde vem seu amor e sabedoria (ver Tg
1.16,17). Não é ela tentando subir ao céu. Ela já
está lá (Ef 1.3; 2.6)
e só desce porque o Eterno deseja que Seu reino seja percebido por este mundo e
Sua vontade feita na terra e no céu (Mt 6.10).
Contudo, ela nunca
fica abaixo das pessoas, como se precisasse se sujeitar a elas, como se fosse
levantada pelo Criador simplesmente para realizar um serviço.
É oportuno
entendermos que, embora Jesus tenha vindo para servir (Mt
20.28), ainda assim Ele nunca deixou de ser Rei.
Ou seja, Ele serve a fim de que nossa vida seja conduzida de acordo com o Pai,
para que ninguém tenha desculpa de que não deu conta cumprir cabalmente toda a
vontade do Pai.
De igual modo, o
marido dá sua vida à esposa (Ef 5.25-27) a fim de que ela tenha total condições de se
submeter a ele. Por fim, a Igreja se submete ás pessoas que vão ao seu encontro
para que deste modo, todos tenham condições para crer, arrepender e converter.
A maioria, por não
perceber isto, acaba lutando para encontrar o “grande amor” de sua vida e,
quando encontra quem o Eterno lhe preparou, troca-o por qualquer coisa. Logo se
esquecem do compromisso que assumiram diante do Eterno, na vida um do outro, de
nunca se separarem para correrem após outra carne (Mc
4.19; Lc 8.14):
Ø Enganos das Riquezas -> Neste caso, o casamento
deixou de ser uma riqueza, vindo a ser apenas mais uma “mercadoria” (muitas
vezes até uma tralha) em meio a tantas
outras;
Ø Deleites -> Nesta hipótese, o casamento, que
antes parecia satisfazer por completo, agora necessita das fontes de prazer do
mundo para ser complementado;
Ø Cuidados da Vida -> Aqui, o casamento, que
deveria ser um prazer, se torna uma enfadonha obrigação a ser mantida. Quantos
se escravizam atrás de um balcão ou após horas extras e mal têm tempo para este
amor que tanto almejavam. Infelizmente a esposa deixou de ser a auxiliadora idônea
(que iria fazer a semente do marido frutificar e multiplicar – Gn 1.28) para ser um mero objeto de prazer.
Ø Demais ambições -> Nesta hipótese, o casamento,
que era a única ambição, passa a ser considerado como algo consumado (conquistado). São poucos os que conseguem enxergar a possível
grandeza do Eterno a ser conhecida na vida um do outro. Infelizmente ninguém
tem percebido o coração do cônjuge como um imenso terreno a ser explorado e
conquistado, vindo a simplesmente passarem pela vida ao invés de vivê-la em
amor junto ao cônjuge.
É claro que o
casamento não é nada em si mesmo. É o que Cristo deseja fazer por meio dele que
faz do casamento algo especial.
Em outras palavras,
no Reino do Eterno o verdadeiro casamento consiste em o Eterno concedendo ao
rapaz a visão celestial das coisas e colocando-o no Seu reino, de modo que a
moça que almeja algo que vá bem além deste mundo, se deixe conduzir pelo
Espírito Santo até este patamar de pureza e santidade. A moça se deixa
conquistar, não pelo rapaz em si, mas por aquilo que ela sempre quis ser
conquistada e que o Eterno colocou na vida dele, de modo que ela pudesse
crescer no Reino Dele e ficar mais próxima Dele.
9ª – O casamento tem que contar
com a presença viva e constante do Criador, sem jamais escondê-la
·
“e tendo a glória de Deus. O seu brilho era semelhante a uma pedra
preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.” (Ap 21.11).
O casamento deve contar com a glória do
Eterno: não é nem a glória da mulher, nem a do marido, nem a glória Dele na
vida de cada um separado. Antes, é a glória do Eterno em ambos ao mesmo tempo (1Pe
3.7).
O brilho do casamento
é mostrar a perfeita união que é possível existir entre dois indivíduos tão
diferentes quando o Espírito Santo os une. O brilho nada mais é do que o
resultado do reflexo da luz, o qual deve ser semelhante ao de uma pedra de
jaspe cristalina. Ou seja, o casal não deve ficar com a luz da Palavra do
Eterno só para si, nem refleti-la sem absorver como se dá com o metal perfeito;
muito menos só refratá-la como um vidro, por onde a luz passa sem sofrer
praticamente nenhuma variação. Antes, o casal deve absorvê-la (amor), permitir que ela seja refratada através de si (permitindo
todos enxergarem a pureza de Cristo em si)
e refleti-la (em santidade)
do modo que convém ao Eterno.
De igual modo, o
casal deve ser constituído de pureza e santidade a fim de poder receber Jesus
em sua vida, refleti-Lo com exatidão e deixá-lo manifestar o que existe no interior
deles. Daí o jaspe cristalino. Ou seja, o casal recebe a revelação, os dons e a
presença do próprio Criador, absorve isto em seu ser e, em seguida, transmite
aos outros de acordo com a vontade do Eterno, mas sempre vivendo uma vida
transparente.
Logo, quem casa e separa
está dando mal testemunho da união de Cristo com a Igreja, a qual é
indissolúvel.
10ª – No lar só entra aquilo que
vem para confirmar o chamado do Criador na vida do casal
·
“Tinha um muro grande e alto. Tinha doze portas e junto às portas
doze anjos, e sobre elas nomes escritos que são os da doze tribos dos filhos de
Israel.” (Ap 21.12).
No livro de cantares, a mulher virtuosa é considerada como um muro e
seus seios como torres:
- “Temos uma irmã pequena, que ainda
não tem seios; que faremos a esta nossa irmã, no dia em que dela se falar?
Se ela for um muro, edificaremos sobre ela um palácio de prata; e, se ela
for uma porta, cercá-la-emos com tábuas de cedro. Eu sou um muro, e os
meus seios são como
as suas torres; então eu era aos seus olhos como aquela que acha paz.” (Ct 8.8-10).
No casamento, a
mulher deve ser aquela que fecha seu lar para tudo que é contaminado ou impuro.
Seu ato de amamentar os filhos não é apenas para alimentá-los, mas sim uma
desculpa para estar mais próximo deles e:
·
vigiá-los, de modo
que eles não venham a perder a oportunidade de serem usados pelo Eterno (Mt
24.45; Mc 13.35,36);
·
preencher o interior
deles com o leite da Palavra do Eterno (1Pe 2.1,2), de modo que não haja estômago na vida deles para
outro tipo de alimento (Fp 3.19).
Se existe porta é
porque, antes de tudo, existe um muro (ou parede). Jacó teve doze filhos e Jesus, doze apóstolos. Logo,
as portas representas os filhos do casal (tanto naturais como
espirituais).
Na Nova Jerusalém
temos: 12 portas, 12 anjos e os nomes das 12 tribos de Israel. A porta
representa a lei (já que é ela que determina quem entra e quem fica
de fora) e os fundamentos, a graça (pois
suporta qualquer um que esteja sobre eles, independente se merece ou não).
Através de cada um
dos relacionamentos em Cristo que o marido estabelece com a Igreja (incluindo
os filhos - ver Mt 18.18-20), ao mesmo
tempo que ele permite que entre em seu lar aquilo que é bom (Ap
21.24-27), dá espaço para que dele saia a justiça e
a paz para todos quantos desejarem (ver Is 2.1-4).
O homem deve
construir amizades com “anjos”, ou seja, com mensageiros do Senhor que servirão
para conservar a mente sua e de toda a família fixas em Jesus e Seu chamado.
Contudo, o propósito por trás dos dez mandamentos deve ser aceito por cada um
que pense em se aproximar. Lembrando que oito mandamentos são negativos (o que
não deve ser feito para preservar a qualidade dos relacionamentos) e dois são positivos (o que
deve ser feito para tornar os relacionamentos mais profundos e sólidos).
Sobre a porta está
escrito qual a finalidade da porta: permitir a entrada apenas daquilo que está
de acordo com a lei do Eterno. Isto pode parecer algo bom. No entanto, é
preciso cautela, pois todos os que tentam se justificar com base na lei caem do
Favor do Eterno (Gl 5.4)
e acabam envolvidos em muitos pecados (Rm 5.20). Daí o Testamento da Lei ser aliança da morte e da
condenação (2Co 3.7,9). A lei tem que ser obedecida, mas visando a
comunhão física em prol do exercício da misericórdia.
Logo, deve existir
portas, mas estas devem estar sempre aberta.
No entanto, nem por
isto esta porta pode ser relaxada. Pelo contrário, a ideia é que, ao passar
pela porta estreita e caminho apertado, o indivíduo tenha: por cima de si, o
muro de fogo do Eterno (Sua Palavra, a qual é escudo e
broquel – Sl 91.4); por baixo, o
fundamento da fé com a identidade e amor expresso na vida de um dos apóstolos
de Jesus; por trás há o anjo guardião da porta e à frente a Vida Eterna está à
espera.
Para ser mais exato:
se por um lado os filhos deve estar abertos a quem quer que seja que o Eterno
trouxer até eles, ainda assim eles deve manter firme os padrões de santidade e
pureza do Eterno, de modo que só consiga entrar quem realmente quiser experimentar
uma mudança de vida, ou seja, anseia por estar debaixo de Sua Palavra,
fundamentado na fé de Cristo (Gl 2.20) (a qual foi codificada através da
doutrina dos apóstolos), guardado do pecado
pelos anjos e visando a verdadeira vida.
Quando alguém tenta
se aproximar deve se deparar com os “anjos” e ver, na vida dos filhos, a
confirmação de que a mensagem dos anjos (seus amigos verdadeiros) está correta, ou seja, que não há como entrar na
vida deles (e, obviamente, em seu lar) a não ser que seja para se submeter à Palavra do
Criador.
11ª – O lar deve ser aberto a
todos as pessoas, contanto que tragam consigo as marcas de Jesus (Gl 6.17), a saber, a vivência de Sua Palavra
·
“Três portas estavam ao oriente, três portas ao norte, três portas
ao sul e três portas ao ocidente. O muro da cidade tinha doze fundamentos e
sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” (Ap 21.13,14).
Quanto ao número
doze, o emprego do mesmo representa a totalidade daqueles que o Eterno quer
discipular pessoalmente através do casal. Entenda: assim como Jacó também teve
doze filhos naturais que deveriam estar junto com ele o tempo todo, Jesus
chamou a doze (filhos espirituais) para participar intimamente de Sua vida. A diferença é que, enquanto os
doze patriarcas de Israel eram descendentes do que recebeu a promessa (de
Abraão, pela carne), os apóstolos foram
chamados diretamente por Jesus, vindo a ser filhos do Criador pela fé em Jesus (Jo
1.12; Gl 3.22).
Hoje, o marido deve
estar igualmente atento em todas as direções (leste, norte, sul, oeste), pois ele nunca sabe em qual porta (área
da sua vida) Jesus irá bater (Ap
3.20). Cada filho deve expressar a identidade de
um dos filhos de Israel, ou seja, a lei do Criador, independente do que (ou de
quem) está diante dele, de modo que só entre no
lar quem quer se submeter à vontade de Cristo e ser guardado pelo anjo guardião
da porta.
Mas qual o
significado do nome dos doze apóstolos no fundamento? Quer dizer que a graça
não é para ser exercida de qualquer maneira. Devemos amar o próximo, mas de
acordo com aquilo que Jesus ensinou acerca de comunhão. A graça implica em
favorecer um de modo a capacitá-lo para abençoar os demais e confirmar o ensino
dos apóstolos. Do contrário, correremos o risco de corromper os mandamentos de
Cristo, tornando-os algo nojento e abominável.
Embora o fundamento
da caminhada com Cristo seja a fé em Jesus, nosso corpo e alma também devem
estar entregues a Jesus (1Co 6.20; 1Ts 5.23). Assim como na caminhada para vir ao Pai não se
pode renunciar Jesus como Caminho (ou modo de viver), jamais o marido deve concordar que alguém entre
em seu lar a menos que seja movido pelo Espírito Santo dentro dos princípios
básicos da Escritura Sagrada (2Jo 1.10,11), em busca de plena santificação do Espírito Santo.
Logo, os filhos devem estar abertos para o próximo, mas sem abrir mão dos
fundamentos que compõem o muro.
Assim como a mulher é
o muro, ela é também o esteio (alicerce, fundamento) do lar. Ou seja, a mulher, como muro, deve impedir
a entrada no lar daquilo que não está fundamentado na doutrina dos apóstolos.
Como fundamento, ela deve servir de suporte ao marido e filhos a fim de
mantê-los separados para uso exclusivo do Eterno.
Para entender isto,
pense no seguinte: por que você acha que Jesus criou o ser humano? Apesar de
ser o único criado à imagem e semelhança Dele (Gn 1.25,26) (nem mesmo os anjos são considerados
filhos do Eterno – Hb 1.5), é
justamente aquele que mais lhe dá trabalho. Na verdade, quando Jesus deu Sua
vida pela Igreja, o que Ele estava procurando era mais serviço e dor de cabeça.
Que fique claro:
Jesus não é um mártir que morre por amor ao Eterno e, depois disto, descansa (Ap
14.13). Jesus deu Sua vida, ou seja, morreu, mas
ressuscitou a fim de viver para trabalhar em nós Seu amor e palavra (Hb
7.25), deixando um exemplo a ser seguido (1Pe
2.21-24).
Assim, a essência do
casamento consiste em o marido dando a vida pela esposa e a mulher sendo (Ef
5.25-27):
·
Obediente ao
homem, ou seja, se colocando debaixo da força e
influência dele ou, se preferir, estando totalmente disposta a receber dele sua
força ou influência que ele tem para oferecer. Em outras palavras, ao invés de
tentar fazer as coisas por si mesma, ela deixará o marido ser sua força (tem a
ver com “com quem” fazer);
·
Sujeita ao
homem, ou seja, estando sempre pronta para
auxiliá-lo na missão que o Eterno lhe confiou (Gn 1.28; 2.18) do jeito que o marido lhe especificou (tem a
ver com “com o que” fazer);
·
Submissa ao
homem, ou seja, estando pronta para renunciar
sua vida para viver a vida do marido. Isto pode parecer difícil. No entanto, se
a mulher esperar no Eterno (Sl 40.1), Ele a levará ao homem que terá planos e ideias
muitos melhores que os dela, de modo que ela não terá dificuldade em assumir os
sonhos do Eterno na vida do marido como seus (tem a ver com “como”
fazer”).
Ou seja, a mulher se
submete ao homem (recebendo seus planos e pensamentos), se sujeita a ele (trabalha em cima daquilo
que o marido lhe disse para fazer)
e o obedece (busca receber deles todos os recursos físicos, bem
como sua força e influência para fazer a tarefa).
É claro que o marido
não pode ser autoritário (querer que a mulher faça tudo pela
força e influência dela). Antes, ele tem que
ser autoridade (um exemplo a servir de estímulo para o que é bom,
para vislumbre da beleza da santidade que há no Eterno – Sl 29.2; 96.9).
O marido tem que
estar disposto a trabalhar no coração de todos que almejarem estar em Cristo
por meio do seu lar sempre de olho na expressão do amor que o Eterno quer
manifestar na vida dele. Lembre-se que o objetivo é Cristo vivendo no indivíduo,
e não o indivíduo vivendo para si.
12ª – O casamento é um projeto do Criador, medido nos mínimos detalhes
·
“O que falava comigo tinha uma cana de ouro, que servia de medida,
para medir a cidade, as suas portas e o seu muro.” (Ap 21.15).
O casamento é um
projeto do Eterno. Sendo assim, tudo nele é medido rigorosamente. Um dos
maiores erros dos indivíduos é acharem que casamento é algo qualquer que pode
ser levado de qualquer jeito.
Não conseguem
perceber que casamento é, antes de tudo, investimento de caráter. Muitos
encaram o Reino do Eterno como mera obediência a regras. As leis apontam para a
coisa certa, mas só ao ouvir a voz do Eterno poderemos saber onde e como
cumprir a vontade Dele (Rm 10.17). Como podemos nos dizer servos de Cristo
insistindo em mantermos nossos planos (ver Sl 119.1; Is 64.4,5)? É importante termos em vista o lugar certo (a
cidade santa), a coisa certa (o fundamento) e a modo certo (porta).
Uma vez que foi o
Eterno quem uniu marido e mulher (Gn 2.24), pode estar certo que tal união tem um objetivo
sublime. Até hoje poucos entendem que o objetivo do casamento não é conquistar
alguém que lhe faça feliz, mas sim receber quem o Eterno colocou em sua vida
para dar-lhe a oportunidade de receber Seu amor e expressá-lo em direção a
alguém especial.
Assim como só é
possível medir algo que existe, só é possível amar quando o indivíduo amado
estiver habitando interiormente. Note que era para medir apenas a cidade, o
muro e as portas. Não se tenta conquistar alguém com atitudes, mas sim
recebendo-o, antes de tudo, no coração (quando Jesus o traz – Ap
3.20). O grande problema nosso é o de querer
medir os indivíduos que estão no mundo. Uma vez eles estão fora, não cabe a nós
julgar (Rm 14.4).
Temos que julgar a
nós mesmos (1Co 11.31),
e isto quando o Eterno vier e trouxer à luz as coisas ocultas das trevas, e
manifestar os desígnios dos corações (1Co 4.5). Ou seja, temos que medir o edifício do Eterno na
nossa vida, composto das pedras vivas que Ele nos deu (1Pe
2.5-7). Afinal, nós só seremos medidos se também
medirmos (Mc 4.24; Lc 6.38). Nossa vida, incluindo aqueles que o Eterno colocou dentro de nós,
precisam ser medidos. Não podemos levar a vida de qualquer jeito.
O amor não pode ser
medido com medida humana (Ef 3.19), nem comprado com dinheiro (Is
55.1; Ct 8.6,7). Fisicamente, o
verdadeiro amor é recebido quando acolhemos o amor da verdade (2Ts
2.10). Não há nada que possamos fazer para
estimulá-lo em nós ou nos que Jesus nos deu. O Eterno é amor (1Jo
4.8,16): ou O recebemos e temos este amor, ou O
rejeitamos e ficamos vazios.
Apenas no interior é que este amor tem a oportunidade de crescer, a
saber, quando o Eterno dá testemunho de Si mesmo na vida do casal. E o que é
medido:
- A quantidade e qualidade dos relacionamentos (cidade). Não é qualquer
cana, mas sim de ouro, o qual é símbolo da verdade e sabedoria do Eterno (Pv
2.3-5; 3.13-15; 23.23). Quando alguém é repleto da verdade sagrada, ele é considerado
como ouro e prata (ver Zc 13.9);
- A qualidade do isolamento promovido pelo Eterno na vida da mulher
entre o mundo e seu lar (muro);
- Os conceitos e valores dos filhos (porta), de modo a não
dar motivos para que, aqueles que estão dentro, pensem em sair e, ao mesmo
tempo, desencorajar todos os mau intencionados que pensam em entrar. Os
filhos não podem fazer acepção de indivíduos e se fechar, mas também não
pode relaxar no cumprimento da boa, agradável e perfeita vontade do Eterno
(Rm 12.2).
Daí dizer que era medida de homem, isto é, de anjo.
13ª – O casamento visa a
uniformidade (marido e mulher pensando, sentindo e trabalhando na mesma
coisa – ver Jo 17.11,21-23; At 4.32; 1Co 1.10; Fp 4.2) e abundância
·
“A cidade é quadrangular, de comprimento igual à largura. Ele mediu
a cidade com a cana, e tinha doze mil estádios; o seu comprimento e a sua
largura e a sua altura são iguais. Mediu também o seu muro, e ele tinha cento e
quarenta e quatro cúbitos, segundo a medida de homem, isto é, de anjo.” (Ap 21.16,17).
Não podemos medir de
qualquer jeito (Mt 7.1,2; 2Co 10.13), mesmo porque a medida do Eterno é recalcada, sacudida e transbordante (Lc
6.38). A prova disto é o tamanho imenso da
cidade e do muro.
Embora as portas
também devessem ser medidas, por alguma razão João não se preocupou em
registrar as medidas delas. Isto porque a porta (e, implicitamente, o
caminho) deve ser do tamanho exato do ego original
de quem entra, de modo a permitir a entrada apenas daquilo que o Eterno fez (o
indivíduo não pode levar nada consigo deste mundo). Assim como nós entramos nesta vida sem nada, entraremos
na vida eterna sem nada também.
Contudo, ao contrário
do que se dá nas construções humanas, a obra feita pelo Criador é boa e
perfeita, tanto por dentro quanto por fora, mesmo naqueles lugares invisíveis
aos olhos da maioria das pessoas (ou até de todas).
Ou seja, o casamento
é construído de coisas valiosas nos seus mínimos detalhes, independente se os
outros vão reconhecer isto ou não. O casal investe em si por amar a si mesmo e,
deste modo, ser capaz de amar o próximo (Mt 22.39) e ao Criador (1Jo 4.20,21).
E o esforço é uniforme, ou seja,
não é apenas em uma dimensão. O Sistema Babilônico induz a pessoa a trabalhar
num regime de robô-escravo, onde o único benefício é a parte material.
Quando, todavia, o casal segue a orientação de Paulo dada aos
Tessalonicenses (1Ts 4.11,12), o casal investe nas quatro dimensões do ser
humano:
·
Comprimento (corpo) -> marido, mulher e filhos,
trabalhando juntos e no mesmo negócio, proveem a parte material;
·
Largura (alma) -> no que estão juntos no trabalho, não existe
pressa em terminar, pois eles já estão onde gostaria de estar (na
companhia um do outro);
·
Altura (mente) -> por meio do trabalho, eles se ensinam uns
aos outros;
·
Profundidade (espírito) -> se eles trabalharem
conforme a vontade do Criador, poderão experimentar a provisão, proteção, etc.
sobrenatural Dele em meio àquilo que estão a fazer.
14ª – Cada membro da família deve refletir,
de um modo precioso e singular, o caráter de Cristo
·
“A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro,
semelhante a vidro límpido. Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados
de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o
segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda; o o
quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de
berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e
o duodécimo, de ametista. As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas
portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro
transparente.” (Ap 21.18-21 – ARA2).
Se o Criador faz com
tanto esmero a erva do campo cujo tempo de existência é tão insignificante (Mt
6.28-30), quão será esplêndida Sua obra em nós:
Ø Fundamentos adornados de pedras preciosas -> A fé tem que estar ornamentada com amor (Rm
13.14; Cl 3.14), visto através das
boas obras (2Co 9.8; Fp 1.6; Cl 1.10; 1Tm 5.10; 2Tm 2.21;
3.17; Tt 1.16; 3.1; Hb 13.21; Tg 2.13-18; 2Pe 1.5-8); não conforme os conceitos do mundo, mas consoante
a boa dádiva que desce do céu (Tg 1.16,17).
Lembre-se a fé a ser transmitida aos filhos não
pode ser meramente intelectual.
E não existe melhor obra do que o ser humano, visto
ter sido feito ele à imagem e semelhança do Criador (Gn
1.25-27).
De igual modo, considerando que a mulher
é o esteio da casa (Sl 144.12; Pv 14.1), logo ela deve servir de apoio a todo o lar e o
marido deve cobrir a mulher com todos os tesouros da sabedoria e ciência (Cl
2.3). Lembre-se que a mulher caiu na fé
justamente porque ela desejava conhecimento.
A mulher deve estar
ornamentada com o marido (Ez 16.14);
Ø Muro de jaspe -> É importante esclarecer que a finalidade do muro é, antes de
tudo, fazer separação. No entanto, não se trata de separar o mal do bem, mas
sim manifestar o fogo do amor (Ct 8.6,7) do Eterno (Zc 2.5). Não é em vão que o adorno da mulher não é
exterior, mas sim o incorruptível trajo de um espírito manso e quieto que é de
grande valor diante do Eterno (1Tm 3.1-3). É isto que resplandece com pureza quem é the
Criador;
Ou seja, o muro não é
só para impedir o mal externo de entrar, mas principalmente para que aqueles
que estão dentro se concentrem no exercício do amor. Afinal, o verdadeiro mal
vem de dentro (Mc 7.20-23)
e a única forma de impedir que o mesmo se manifeste é através do exercício do
amor, com o homem dando à mulher o que lhe é devido e a mulher recebendo isto
sem reservas (Pv 5.19; 1Co 7.3-5). Se o amor preencher cada área e minuto na vida do casal e dos filhos,
não haverá tempo e espaço para o mal se manifestar.
O casal precisa
vigiar sobre o rebanho do Eterno (Pv 27.23-27) (e não contra o inimigo. Nem mesmo
tentando adivinhar quando Jesus virá).
Devemos, é claro, estarmos atentos para não sermos pegos de surpresa quando
Jesus vier (Mc 13.33-37),
mas devemos estar prontos para o que o Eterno deseja fazer através de nós (Jo
4.13,14; 7.37-39). Ou seja, o
privilégio não é o que o casal pode receber dos filhos, mas sim a oportunidade
que o casal tem de ofertar (At 20.35; 2Co 12.14). É a vigilância (por sinal, o muro é símbolo
de vigilância, já que era nele que ficavam as torres de vigia) que leva o casal a enxergar que os filhos não
pertencem a eles, mas a Jesus. Isto evita os pais de ficarem magoados com os
outros e com o Eterno caso um deles venha a ser chamado por Ele. Eles não podem
ser pegos de surpresa ao Jesus vir, seja:
o Por se apegarem ao filho, considerando Jesus como
ladrão que veio tirar a quem eles amam (Ap 16.15; ver 1Rs 17.20);
o Pelo remorso de não terem feito tudo que era
possível (Lc 13.6-9),
considerando Jesus como ladrão que veio lhes tirar a mordomia (ver Lc
16.1).
o Por terem maltratado aqueles a quem deveriam cuidar
(Mt 24.50), considerando Jesus
como o ladrão que veio tirar a fonte de prazer deles (Mt
24.48-51).
A mulher, como muro, deve refletir a glória de
Cristo e ser forte para servir de proteção, separação e vigilância. A mulher
vigia internamente (os filhos) e o homem usa o suporte da mulher para enxergar os
inimigos externos.
Ø Cidade de ouro semelhante a vidro puro -> os filhos naturais e espirituais do
casal devem refletir a beleza da verdade e santidade de Cristo, sem jamais
prender a atenção dos outros a si. Como eles vão fazer isto? Permitindo que o
interior deles seja esquadrinhado, de modo que, ao olhar para eles, todos vejam
Jesus.
Ø Portas de Pérolas inteiriças -> Sendo a Igreja a pérola de grande valor (Mt
13.45,46), os filhos devem ser constituídos do
corpo e sangue de Cristo (Jo 6.51-57), sempre resplandecendo a pureza da Palavra Dele.
Ao olhar para eles, todos devem encontrar uma porta aberta (confiando
plenamente em Cristo e Seu amor),
mas que busca se adaptar com precisão à estatura de quem pensa em entrar, de
modo que este só consiga entrar caso se dispa do velho homem com seus feitos (Colossians
3.9). Afinal, os inimigos da cruz de Cristo (Fp
3.18), a saber, cães e porcas (Mt
7.6; 2Pe 2.21,22), não devem encontrar
lugar para si no lar (Jr 15.19).
Ø Rua (praça) de ouro como vidro transparente -> como o chão cobre o fundamento (que é
a mulher) e Jesus, como mestre, lavou os pés dos
discípulos (ver Jo 13.14),
logo as ruas da cidade são o marido. Este deve ser humilde, de modo a servir
para limpar os pés de quem entra. A mulher auxilia-o nesta missão (1Tm
5.10).
Para tanto, a candeia do corpo, que são os olhos (Mt
6.22,23; Tt 1.15), deve estar acesa (Lc
12.35) e a Palavra do Eterno deve ser manejada
corretamente (2Tm 2.15)
para servir de lâmpada para os pés e luz para o caminho (Sl
119.105). Daí a rua ser de ouro (verdade
sagrada).
A rua é transparente para que jamais a fonte da
verdadeira firmeza seja esquecida (a Pedra Angular, Jesus).
Mas a praça é também
de ouro. Como a praça é um local público de socialização, logo ele representa a
família toda.
A praça representa a
família, a qual o Espírito Santo usa para escrever Sua Palavra no coração
daqueles que o Eterno leva até eles (2Co 3.1-3). O objetivo é unir uns aos outros num
relacionamento verdadeiro, onde a virtude de Cristo seja vista no coração de
cada um.
A família só ganha
brilho quando os cômodos na vida do casal são preenchidos com os filhos físicos
e espirituais que Jesus lhes dá (Ap 3.20). A praça serve para lembrar que estes filhos
precisam se harmonizar uns com outros e com o casal na Palavra. Casamento não é
mero ajuntamento de indivíduos, mas sim a perfeita harmonia entre eles.
15ª – O casamento deve conduzir o
casal à intimidade celestial com o Criador, ou seja, a a caminhar com Ele nas
regiões celestiais ao invés de só buscarem que Ele os conduza neste mundo.
·
“Não vi nela santuário, porque o Senhor Deus Todo-poderoso e o
Cordeiro são o seu santuário.” (Ap 21.22).
Isto parece contraditório. Como é possível que o
Eterno seja o santuário, sendo que a Noiva é o tabernáculo do Eterno (1Co
3.16; 6.19; 2Co 6.16; Ap 21.3)?
Na atual dispensação a Noiva é o santuário do
Criador espiritualmente pelo mundo afora. Todavia, a Igreja deve ser mais do
que isto. Na vida de pessoas mais amadurecidas, além de ser o Criador dirigindo
a vida dela aqui (e ela vendo as maravilhas do Criador aqui), temos ela principalmente vivenciando o Criador
nas regiões celestiais (ver Ef 1.3; 2.6; 6.12), conhecendo o agir Dele com base nas coisas
eternas (ver Ef 1.3; 2.6; 6.12). Não se trata de continuar vendo o mundo do mesmo
jeito, só que contando com a ajuda do Criador; antes, é o indivíduo vendo o
mundo com os conceitos e valores do Criador.
No milênio, o Criador irá habitar na Nova Jerusalém
fisicamente e todos nela estarão Nele (em comunhão com Ele o tempo
todo);
Na eternidade, a Noiva será o santuário do Criador espiritualmente
pelo mundo afora, mas ao mesmo tempo o Criador irá habitar na Nova Jerusalém
fisicamente e todos lá estarão Nele.
Hoje, assim como a Noiva é santuário do Criador, a
mulher deve ser o principal local onde o homem pode ter comunhão com o Criador,
sem contar que a mulher deve manifestar a glória de Cristo que está no marido (1Co
11.7).
O verdadeiro casamento conduz o casal a uma
intimidade celestial com o Eterno, a uma nova visão acerca deste mundo.
Infelizmente muitos insistem em sua visão pequena (Is
55.8,9), achando que o que precisam é da ajuda do
Eterno para serem bem sucedidos nele. No entanto, a Nova Jerusalém é nova
porque Jesus faz uma mudança a visão do casal.
16ª – O casamento serve para levar
o casal a vencer o mundo sem depender da luz deste mundo
·
“A cidade não precisa do sol
nem da lua para a iluminar; porque a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é
a sua candeia.” (Ap 21.23).
O lar que está em Cristo não precisa temer o que os
mundanos temem (Is 8.12-14; 51.12,13; Jr 10.2; Lc 21.25-28; Hb
13.5,6). Cristo o resgatou da maldição adâmica de
modo que, Nele, voltam a estar por cima da criação (ver Gn
1.28; Sl 24.1; Jo 17.2; Ef 1.21-23).
Note que a glória do Eterno ilumina a Noiva de dia
e o Cordeiro é a candeia à noite. Ou seja, no casamento, é o Eterno quem a
conduz, tanto as tarefas do cotidiano, como o descanso (Jo
9.4). Ou seja, o casamento jamais deveria ser
um fardo pesado, como a maioria hoje considera.
Basta pensar no dito popular: “tenho uma família
para sustentar”. Ajudar os filhos nas suas necessidades se tornou algo tão
penoso que é raríssimo uma família não fazer uso de algum método
anticoncepcional. E pensar que, outrora, o filho era sinônimo de galardão (Sl
127.3-5).
E tudo porque uma ideia errada invadiu a sociedade.
É bem verdade que os pais devem entesourar para os filhos (2Co
12.14). Todavia, isto em momento algum significa
que os filhos não devam fazer nada. Eles são a flecha na aljava do marido (Sl
127.3-5), o motivo do Eterno guardar e edificar a
casa (Sl 127.1,2; contraste isto com o resultado da avareza – Is 57.17).
Infelizmente os casais que se dizem seguidores do
Eterno estão conduzindo seus lares com base em conceitos mundanos (contrariando
a orientação do Eterno de ouvirmos apenas a voz Dele – Gn 3.11). Nada de seguir os conselhos dos ímpios (Sl
1.1), mas se lembra do Eterno no caminho Dele (Is
64.4,5). Só Jesus é o Pai das luzes (Jo
8.12; 9.5; Tg 1.16,17).
17ª – O lar deve ser uma
referência de misericórdia e verdade
·
“As nações caminharão à sua
luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória.” (Ap 21.24).
Jamais devemos nos
conformar com a ideia de que a única forma de sobreviver neste mundo é aderindo
ao Sistema Babilônico. Ao invés do casal ser tentando a adaptar ao mundo, às
circunstâncias, ao sistema, o casal precisa seguir a Cristo por onde quer que
Ele vá (Jr 2.2)
e buscando pescar do mundo aqueles que o Eterno traz (Lc
5.10).
A ideia é que os
mundanos passem para o lado do casal (Jr 15.19), ou seja, tentem se adaptar a Cristo por meio do
casal (mesmo porque foi para isto que Jesus colocou-os
aqui).
Afinal, em Cristo, é este quem possuí a
verdadeira riqueza. Os indivíduos é que deveriam fazer fila para servir ao
casal com sua glória, pelo privilégio de poder caminhar conforme a luz de
Cristo brilhando através dele (ver Is 55.5).
Jamais o casal deve mendigar
o interesse do mundo, vindo a abrir mão da pureza e santidade das coisas
celestiais em troca de uma glória humano fútil (ver Jo 5.41,44).
O casal deve ser luz
do mundo (Mt 5.14-16)
e estar pronto para receber a glória, não para si mesmo, mas para ofertarem
diante do Eterno (ver Ap 4.10),
de modo que nada haja para impedi-los de caminhar (1Co
7.29-35). Aliás, a luz do Eterno é justamente para
que nunca houvesse noite na vida do casal que pudessem impedi-los de prosseguir
rumo à vontade do Eterno (ver Êx 13.21).
18ª – O casamento implica em
adquirir, de Cristo, prontidão de ânimo para aquilo que o Criador deseja
operar, independente do lugar e hora
·
“As suas portas não se
fecharão de dia, porque noite não haverá ali. A ela trarão a glória e a honra
das nações.” (Ap 21.25,26).
E tal é a intensidade
disto que jamais as portas do lar que está em Cristo deveriam se fechar. Para
quem é de Jesus, não é para existir noite (Rm 13.12,13; 1Ts 5.6). Você pode estar se perguntando o motivo disto.
Veja:
·
“E os
gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu. Levanta em
redor os teus olhos, e vê; todos estes já se ajuntaram, e vêm a ti; teus filhos
virão de longe, e tuas filhas serão criadas ao teu lado.” (Is
60.3,4).
·
“E as
tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão;
para que tragam a ti as riquezas dos gentios, e, conduzidos com elas, os seus
reis.” (Is 60.11).
·
“Assim
diz o Senhor DEUS: Eis que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os
povos arvorarei a minha bandeira; então trarão os teus filhos nos braços, e
as tuas filhas serão levadas sobre os ombros.” (Is
49.22).
·
“E trarão
a todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por oferta ao SENHOR,
sobre cavalos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários,
trarão ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o SENHOR; como quando os filhos de
Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à casa do SENHOR.” (Is
66.20).
Perceba que a glória
e honra das nações está relacionado aos indivíduos que faziam parte do povo do
Criador, mas que estavam espalhadas pelo mundo afora. A qualquer momento poderá
vir até nós alguém querendo conhecer o caminho do Eterno (Is
2.2-4). É o Eterno trazendo a nós aqueles que
Ele nos deu.
Muitos se queixam de
solidão, mas a verdade é que o casal que crê tem muitos filhos espirituais
espalhados pelo mundo que eles sequer sabem existir (ver Is
49.21), mas que no momento certo serão trazidos
até eles, muitas vezes por meio de desculpas mundanas (um pneu
furado, uma vidraça quebrada, etc.)
ou por meio de indivíduos que querem conhecer melhor o Eterno.
Por isto é que
devemos ser como soldados de Cristo (2Tm 2.3,4), ou seja, sempre prontos para servir o Eterno a
qualquer momento e hora. O motivo pelo qual quase todos perdem o melhor do
Eterno para suas vidas é porque limitam o tempo da bênção do Eterno em suas
vidas.
Quando nos cansamos
para o bem, seja por cansaço, doença, etc., perdemos o melhor do Eterno para
nós (ver Gl 6.9). Como Jesus pode
desejar vir a nós a qualquer momento, devemos estar sempre atentos (Mt
24.45; Mc 13.35). É na hora que menos
cuidamos que vem aqueles que farão diferença na nossa vida.
Muitos gostam de
aderir ao sistema religioso porque, assim, têm a sensação de entrar no Reino do
Eterno sem precisar de amar o próximo como a si mesmo. Afinal, no sistema
religioso, é possível envolver-se em atividades, cumprir regras, sem ter
qualquer compromisso com a melhora do próximo. Note como o sistema religioso se
comporta igual ao mundo, o qual obriga o indivíduo a melhorar-se, ao invés de
buscar junto com ele a sua melhora.
Se não houvesse o
templo religioso, os indivíduos só poderiam conhecer melhor de Cristo através
da oração, da meditação na Escritura Sagrada e da comunhão uns com os outros (que é
o correto – Sl 133.1). Os que cressem
seriam obrigados a ter contato direto uns com os outros ao invés de quererem
ficar de longe apenas ouvindo sem ter compromisso com ninguém. Neste caso, cada
um seria obrigado a amar o irmão, mesmo com suas falhas, já que era por meio
dele que a ligação com o espiritual é feita (Mt 18.18), que as coisas acontecem (Mt 18.19) e que realmente conseguimos a tão almejada
comunhão com o Eterno. É tal certeza que nos levará a lutar contra nós mesmos,
ou seja, contra a ideia errada que temos de Cristo (Rm
5.10; Cl 1.21).
O casal, assim, deve
estar sempre na luz (Rm 13.12,13; 1Ts 5.4-8), ou seja, pronto para receber a quem o Eterno
trouxer. Mas sobretudo, o casal deve estar pronto para entregar toda a
identidade (glória)
e semente (honra)
que receberam das nações ao Eterno, ao invés de querer ostentar isto em sua
vida.
Assim, o casal deve jamais
desperdiçar energia com coisas sem proveito.
Se fosse para cada um
cultuar sua carne, então era melhor que ficassem sozinhos, pois seriam livres
para fazer o que quisessem (e, é claro, colher os resultados
disto – Ec 11.9). O casamento é
justamente para tirar a liberdade da carne a fim de que o Criador tenha lugar
para agir no espírito.
19ª – Ninguém no lar negocia seu
caráter para agradar alguém. Quem quiser entrar, tem que deixar do lado de fora
tudo que o mundo chama de riqueza
·
“Nela
não entrará coisa alguma impura, nem o que pratica abominação e mentira, mas
somente os que estão escritos no livro da vida do Cordeiro.” (Ap
21.27).
No lar jamais deve entrar algo que seja imundo, nem ninguém que ocupa
sua vida com abominações (que só serve para separar pessoas) e mentiras (aquilo
que não é real, a saber, as coisas deste mundo). Ao invés disto, que entre apenas aquelas
pessoas que estão escritas no livro da vida do Cordeiro.
Embora muitos dos que vierem trarão a glória e a honra das nações como
presente, tudo o que não for bênção pura do Criador deve ficar fora do lar como
testemunho de que a beleza, poder e força do casal (bem
como da Igreja)
não está no que o mundo possa lhe dar, mas no que Cristo faz nele.
Inclusive, com a descrição da Nova Jerusalém, eu te pergunto: que há de
mais precioso no mundo que, antes de tudo, não haverá na Nova Jerusalém? Todo
lugar será construído com ouro ou pedras preciosas. Não haverá nenhuma parte
comum, imperfeita ou imunda (At 10.14,15).
Semelhantemente, o que o Eterno quer fazer no lar é mais precioso do que
tudo que existe neste mundo.
Isto de modo algum significa desprezar quem vem, mas sim acolhê-lo do
modo certo, a saber, sem abrir mão da pureza e santidade do Criador. Nenhuma
religião pagã abre mão das suas tradições para agradar alguém. Por que deveriam
os servos do Criador renunciar tão grandiosa justiça (Dt
4.6,7)
só para agradar aqueles que não têm disposição em
agradar ninguém?
Se o casal mantiver
sua confiança no Eterno, com certeza no lar não irá entrar:
·
algo impuro, ou seja, não haverá ninguém tentando melhorar o
que o Eterno criou;
·
ninguém que
ocupa sua vida com abominações,
ou seja, com tentativa de favorecer uns em detrimento dos outros. É bom lembrar
que no milênio a perversão será bem menor. Logo, embora abominação possa ser
algo mau, em geral será algo bom sendo trazido a alguém em particular (para
elevá-lo sobre os outros).
Pense:
quando alguém semeia contenda entre irmãos (Pv 6.19), o que esta pessoa, na verdade, está fazendo? Ele
faz intriga, fofoca. O problema com tais coisas não é, como muitos pensam, o de
diminuir a vítima (se assim fosse seria coisa boa – Lc 6.22,23), mas sim o de elevar quem toma parte neste tipo de
comportamento (foi tal sentimento que levou Ha-Satan cair – Ez
28.17). Qualquer coisa que contribui para que um
indivíduo se destaque sobre os demais deve ser excluído da vida do casal;
Para
ilustrar isto, pense: qual o objetivo fundamental da doença? Dar ao indivíduo
aquilo que ele tanto deseja: motivo para cuidar de si mesmo. Toda doença leva o
indivíduo a ocupar-se consigo mesmo e, em certos casos, ele leva muitos a ter
que cuidar dele.
·
mentira, ou seja, nenhuma informação que, embora correta e
de certo modo eficaz, não tem nenhuma ligação com o que o Eterno quer revelar
para o casal. Não cabe a nós saber além do que convém (ver Gn
3.11; Dt 29.29). O que for para nós
sabermos deve ser fruto da oração, da meditação na Escritura Sagrada (Sl
1.1,2) e da comunhão DIRETA com os irmãos (Ef
4.15,16). O conhecimento não é para nos fazer
sobressair aos outros, mas sim para podermos servi-los de modo mais eficaz.
Ao invés disto, só
entrará na vida do casal os que estão escritas no livro da vida Cordeiro. Que
fique claro: não é o casal que irá fazer tal separação, decidindo quem entra e
quem fica de fora, mas o próprio Eterno. No entanto, o casal tem que estar
predisposto a participar da vida de Cristo. Afinal, o objetivo do Eterno é
trazer apenas os que terão parte da história de Cristo neste mundo.
20ª – O casal deve estar sempre
atento ao que anda saindo do seu coração, a fim de verificar se a Palavra do
Criador está corretamente guardada na mente e no coração
·
“E
Mostrou-me um rio da água da vida, resplandecente como cristal, saindo do trono
de Deus e do Cordeiro.” (Ap 22.1).
Entendendo que o coração de cada indivíduo deve ser o templo Dele (1Co
3.16; 6.19; 2Co 6.16) e que marido e mulher formam um só corpo em Cristo (Gn
2.24), logo o Rio
de Vida (o Espírito Santo – Jo 7.37-39) deve sair do coração
do casal.
Mas o que significa ser trono do Eterno e do Cordeiro?
Como trono do Eterno, o casal deve conduzir a vida de todos que estão
por perto. Como assim? A partir do momento que estivermos sendo guiados por
Jesus, qualquer um que se envolver conosco terá participação direta na obra que
o Eterno está a realizar em nós e através de nós. Afinal, se estamos fazendo a
vontade Dele, logo qualquer interação conosco implica em: atravessar o Caminho
do Eterno, caminhar à beira desta Caminho, levar os outros a tropeçarem ou
serem sufocados Nele ou, então, a frutificar Nele (ver Mt
13.1-8).
Como trono do Eterno, o casal deve ouvir Sua voz e receber Dele tudo que
Ele tem para os que O amam (coisas que ninguém viu, ouviu, nem
sequer imaginou existir – 1Co 2.9). Como trono do Cordeiro, o casal deve amar o
próximo, seguindo o exemplo de Cristo (1Pe 2.21-24) a fim de que a
pessoa possa ter seus pés lavados (Jo 13.14) das sujeiras deste
mundo, de modo que ela seja liberta do pecado e livre da opressão (Is
14.32).
Como trono do Cordeiro, o casal deve servir de acolhimento nos momentos
de opressão (Is 14.32), buscando em sua vida o necessário para saciar a
sede de amor, paz, justiça, etc.
Para entender a importância disto, basta pensarmos no que Jesus disse:
·
“E
dizia: O que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração
dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os
homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a
inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro
e contaminam o homem.” (Mc
7.20-23)
Mas, uma vez que tudo que vem de fora não entra no homem, então por que
guardar o coração (Pv 4.23)? A questão está em nossa forma de reagirmos às
coisas. Os maus pensamentos e sentimentos dos indivíduos não podem entrar em
nós. Contudo, a nossa forma de reagirmos a elas marcam nossa vida.
Entenda: o que vai marcar nosso coração é o tempo que gastaremos com
nossos pensamentos, sentimentos, desejos, planos e ações. Logo, o que tem
caracterizado os mesmos? O que estamos deixando crescer em nós? Logo, o que nos
marca não são as cenas, acontecimentos ou conhecimento que vem de fora, mas a
interpretação e importância que damos a cada um deles. No final, o que levamos
quando morremos não são os acontecimentos ou os indivíduos em si, mas sim o
nosso modo de os enxergarmos, as lembranças de tudo que se passou em nosso
interior e que foi posto para fora.
Veja:
·
“Filho
meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não
as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no íntimo do teu coração. Porque
são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo. Sobre tudo o que
se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.”
(Pv 4.20-23).
Se guardamos a Palavra do Eterno, que é vida, no nosso coração, então
dele irá proceder as fontes da vida. Do contrário, seremos movidos pelo nosso
arbítrio, o qual irá consolidar os maus pensamentos.
Por outro lado, quando o casal recebe do alto a boa dádiva e o dom
perfeito do Eterno (Tg 1.16,17), o que dele sairá é a
fonte da vida, que resplandece como cristal, ou seja, permite que todos que
estão por perto se vejam perfeitamente como num espelho, bem como tenham uma
compreensão perfeita do que vem a ser o Reino do Eterno. Isto, além de limpar o
casal por dentro e saciar sua sede, muda a vida de todos que estão por perto.
21ª – A vida do casal dever servir
de alimento e saúde (sendo que um tem ligação com o outro)
·
“No
meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a Árvore da Vida, que
produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são
para a cura das nações.” (Ap 22.2).
Aqui temos a Árvore da Vida, de cuja raiz se estenderá ao longo de todo
o Rio da vida e da qual brotar-se-á vários troncos, dando a impressão que são
várias árvores (Ezekiel 47.12): de uma e outra banda do rio e no meio da praça
que serve como que ponte sobre o rio.
Isto nos ensina que o casal, não só tem que ser cheio do Espírito Santo (Rio de
Vida), mas necessita
espalhar as suas raízes ao longo do Rio de Vida (Jeremiah 17.7,8) e ter seus troncos
dispostos ao longo do Rio de Vida de modo a servir de alimento a quem quer que
se aproxime de Jesus, não importando o estágio espiritual em que o indivíduo se
encontre. Também deve brotar no centro da comunhão que deve haver entre os
irmãos. Afinal, de que adianta ser cheio do Espírito Santo sem ser capaz de
preencher o interior de alguém com coisas boas (ver Mt 25.3,4)?
Um casal em Cristo só não conseguirá dar fruto se permitir que seu ego
se imponha em seu interior. O casal em Cristo não busca a grandeza do mundo,
mas aquilo que é necessário para que Jesus se faça grande em si e aos olhos de
todos (2Co 12.9,10).
O casal deve buscar, em meio às suas necessidades que Jesus cresça, o que
acontecerá quando ele permitir que Jesus supra segundo as riquezas da Sua
glória (Fp 4.19) com aquilo que vai além de toda a sua imaginação (1Co
2.9; Fp 3.20,21).
Resumindo: o casal tem que viver da fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11;
Hb 10.38).
Afinal, o Reino do Eterno não é constituído de Palavras, mas de demonstração do
poder do Eterno (1Co 2.4,5; 4.19,20).
Quanto às folhas, elas são para cura das nações. Ou seja, o lar do casal
deve servir para curar o interior dos outros. Note como as folhas são bem mais
abundantes do que os frutos. E não é para menos, já que, a cada segundo,
estamos fazendo ou falando algo (mesmo quando dormindo), exigindo, assim,
que tudo seja saudável. Daí a importância do casal ter cuidado para que em seu
lar os indivíduos encontrem remédio, e não veneno.
Urge salientar que a diferença entre o veneno e o remédio é tão somente
a dose aplicada.
Enfim, as folhas mantém pensamentos e sentimentos moldados segundo
Cristo e o fruto concede a energia para que os mesmos se concretizem. O lar é
para ser um lugar de cura e alimento a todo instante, durante todo o ano e de
acordo com a necessidade de quem necessita.
·
“A tua
mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como
plantas de oliveira à roda da tua mesa.” (Sl 128.3).
22ª – O casamento visa livrar o
casal da maldição, de modo que eles possam servir ao Criador como filhos Dele,
vendo-O do jeito que Ele é, ouvindo Sua voz e compreendendo com o coração
·
“Não
haverá jamais maldição. O trono de Deus e do Cordeiro estará nela, e os seus
servos o servirão e verão a sua face; e o seu nome estará nas testas deles.” (Ap
22.3,4).
Uma
das coisas fundamentais que caracteriza o casal convertido é a intimidade com o
Eterno:
Ø Não haverá jamais maldição:
§ “Toda a ferramenta preparada contra ti não
prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás;
esta é a herança dos servos do SENHOR, e a sua justiça que de mim procede, diz
o SENHOR.” (Is 54.17).
O lar tem por finalidade quebrar a maldição do
pecado chamada egoísmo. É o principal instrumento do Criador para estimular os
pais a ofertarem gratuitamente para os filhos os bens materiais, conhecimento,
sabedoria, unicamente em troca de em troca de vivenciar o verdadeiro Amor (1João
4.8,16) neles.
Ø O trono do Eterno e do Cordeiro estará nela -> O lar deve ser o lugar ideal para a presença
viva do Eterno com Seus pensamentos, sentimentos, planos e desejos se
estabelecerem e se expressarem através do casal que aceita viver a vida do Cordeiro
neste mundo.
O Reino do
Eterno é constituído de quem aceitou o reinado de Jesus em si, tendo em vista a
glória Dele, tanto nos momentos bons, como nas adversidades. O casal tem que
ser guiado diretamente pelo próprio Eterno e, ao mesmo tempo, servir de guia;
Ø Seus servos servirão ao Eterno e verão Sua face -> o que Moisés tanto queria e não pôde obter (Êx
33.18-23), será uma realidade: poderão servir ao
Eterno sem o pecado para restringi-los e impedi-los de ver o Eterno como Ele
realmente é.
O lar deve
ser o lugar onde seus membros possam ter o privilégio de servir por amor e,
assim, contemplarem a face de Cristo na vida uns dos outros;
Ø O nome do Eterno estará nas testas deles -> Tudo aquilo que o Eterno realmente é, deverá
marcar a mente do casal e filhos, a ponto de eles serem identificados com
Cristo.
Note
como uma coisa implica na outra: quando o casal concorda em ter o Eterno
conduzindo sua vida, ele é liberto da tirania do pecado (Rm
6.14). A partir daí, o casal pode realmente
servir ao Eterno (coisa que não é possível àqueles que estão na
carne – Rm 8.5-9), vê-Lo do jeito que
Ele realmente é e, assim, pensar e sentir tudo do modo correto, a ponto de ser
identificado pelo nome do Eterno, a saber, como Seu filho (Jo
1.12; Rm 8.14).
É
claro que, diante deste quadro, não tem como haver maldição, pois esta só tem
lugar quando o casal não ouve a voz do Criador (Dt 28.15).
23ª – O casamento visa capacitar
ambos (marido e mulher) à boa obra, de modo que jamais
se cansem de fazer o bem (Gl 6.9).
·
“Não
haverá mais noite; nem precisam mais da luz da candeia, nem da luz do sol,
porque o Senhor Deus os iluminará, e eles reinarão pelos séculos dos séculos.” (Ap
22.5).
Com
o próprio Eterno iluminando a vida do casal, nada há para impedi-los de reinar
pelos séculos dos séculos. Não há mais noite, ou seja, motivo para dormir na fé
(ser negligente ou ficar envolvido no pecado) ou farrear (1Ts 5.6,7). Ao invés da luz do sol, é a luz de do Eterno que
capacita para o trabalho. E como, agora, a presença do Eterno é o regozijo do
casal, não há mais necessidade de candeia para iluminar diversões noturnas (Êx
33.14; At 4.19) na busca desesperada
de tentar achar um sentido para a vida.
Espitualmente
falando, não há mais a maldição do cansaço (associe Gn 3.17-19 com Ap
22.3). Embora o físico se canse, o espírito
está sempre pronto (Mt 26.41). O casal estará em contínuo descanso em Jesus (Sl
37.7), tendo suas forças renovadas pelo Seu
mover contínuo nele (Is 40.31).
Ou
seja, o casamento visa capacitar ambos (marido e mulher) a jamais se cansarem de fazer o bem (Pv
3.27; Gl 6.9) e a serem sempre
mais que vencedores sobre o pecado (Romanos 5.17; 8.37).
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