terça-feira, 15 de setembro de 2020

192 - Apocalipse 21.9 a 22.6

APOCALIPSE 21.9 a 22.6

INTRODUÇÃO

 

Oito coisas que acontecerão no milênio:

 

        I.     Jesus iluminará o mundo (Ap 21.23);

       II.     Águas vivas sairão de Jerusalém (Ap 22.1);

     III.     As árvores darão seu fruto de mês em mês (Ap 22.2);

       IV.     Todos os lugares desolados de Israel serão reconstruídos;

        V.     Jerusalém será construído de pedras preciosas (Ap 21.19-21);

       VI.     A vaca e a ursa pastarão juntas (Is 11.7);

     VII.     Uma aliança será feita entre Israel e todos os animais do campo e répteis da terra (Os 2.18);

   VIII.     Não há mais nem choro, nem clamor, nem dor no santo monte do Criador (Is 11.9).

 

Características da Nova Jerusalém de hoje (espiritualmente) e do milênio (fisicamente):

 

·       Há templo fora da Nova Jerusalém: ainda há imperfeição, fraqueza e limitações que nos impede de servir Jesus na vida dos indivíduos.

·       As portas (Ap 21.20): as condições de entrada;

·       Os fundamentos (Ap 21.19): embora Jesus seja o único fundamento (1Co 3.10,11), Ele é nomeado de doze maneiras diferentes (ver Rm 15.20);

·       O muro (Ap 21.17): sua perfeita segurança;

·       E as nações andarão à sua luz (Ap 21.24): universal influência;

·       e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra (Ap 21.24). E a ela trarão a glória e honra das nações (Ap 21.26): universal reconhecimento;

·       “E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. Ou seja, trabalho e adoração não têm pausa, pois não há cansaço.

·       E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 21.27): imunidade contra contaminação e profanação (nenhum elemento estranho ao reino do Eterno entra).

·       Rio da Vida (Ap 22.1): o tipo de limpeza e modo correto de matar a sede do povo;

·       Árvore da Vida (Ap 22.2): o verdadeiro alimento e cura.

·       Trono do Criador e do Cordeiro (Ap 22.1): o direto Relacionamento com o Criador, sem intermediários como reis ou sacerdotes.

·       O serviço (Ap 22.3): direto ao Criador com maior inteligência, realizando serviço de nível mais elevado e com mais nobre companheirismo;

·       E verão o Seu rosto (Ap 22.4): o grau intenso de intimidade entre a Igreja e o Noivo (2Co 3.18; 1João 3.1,2);

·       Eles reinarão para todo o sempre (Ap 22:5): durabilidade da autoridade.

 

Eis algumas analogias entre Ezequiel e Apocalipse:

 

·       Ambos tiveram sua visão em um monte alto (Ez 40.2; Ap 21.10);

·       A glória do Criador na Nova Jerusalém (Ap 21.11) corresponde à glória do Criador que vem do oriente no templo de Ezequiel (Ez 43.1,2);

·       Ezequiel se concentra no templo do milênio, enquanto que João descreve uma grande cidade, cujo templo era tão desprezível, quando comparado com a glória do Criador que João não o viu (Ap 21.22).

 

Semelhanças entre Apocalipse 17 e Apocalipse 21:

 

APOCALIPSE 17

APOCALIPSE 21

"Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas".

"Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro".

Está assentada no deserto (Ap 17.3).

É colocada num grande e alto monte (Ap 21.10; como em Ezequiel 40.2). Contudo, ela passou um tempo no deserto (Ap 12.6,14).

Estava adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas (Ap 17.4).

As portas eram pérolas (Ap 21.21), os fundamentos estavam adornados de toda pedra preciosa (Ap 21.19) e as ruas eram de ouro (Ap 21.18,21).

É chamada de Grande Cidade pelos ímpios.

É usada medida de homem, isto é, de anjo, para medir. Dentro da perspectiva de anjo, é uma cidade grande, mas de tamanho razoável; dentro da visão humana, sua medida parece ser astronômica, pois ela é extremamente mais excelente em cada coisa que havia na Grande Babilônia.

 

Características do milênio:

 

  I.     A remoção da maldição (e ali nunca mais haverá maldição contra alguém). A vida será pura e repleta de bênçãos, visto que cada efeito do ódio do Criador pelo pecado será totalmente removido;

II.     O grande reino finalmente chegou (e nela estará o trono de Creator e do Cordeiro – isto prova a divindade de Jesus). Este reino despertará o serviço sagrado dentro da alma e:

1. despertará o mais verdadeiro e sincero sentimento para o serviço;

2. imputará a mais alta capacidade de serviço;

3. revelará a melhor oportunidade para o serviço;

III.     O eterno e maravilhoso serviço (e os Seus servos o servirão). Este é o mais honorável título no universo:

a.  Quando este serviço começa? Quando Jesus tiver exterminado todos os ímpios;

b.  Como ele começa? Com Jesus

c.  Como ele é conduzido?

                   i.   Sem fraqueza;

                 ii.   Sem enfado;

                iii.   Sem distração;

                 iv.   Sem interrupção ou intervalo (seja para realizar trabalho físico ou dormir);

                   v.   Sem o menor defeito, imperfeição ou pecado;

d.  Onde é ele mantido?

e.  Quanto tempo ele durará? Será um serviço eterno;

f.  Qual é sua característica? É um serviço sacerdotal, mas ao mesmo tempo da realeza;

g.  Qual será o esforço necessário para cumpri-lo? Será um serviço e trabalho sabático, ou seja, de participar do descanso do Criador;

h.  Recompensa: será um serviço gratificante e que expressa gratidão.

IV.     A eterna, perfeita e mais maravilhosa visão ou, se preferir, a verdadeira imagem (E verão o seu rosto). Isto é profetizado em (Jó 19.26; Sl 41.12; Is 52.8). Isto é uma alusão ao privilégio de Moisés (Êx 33.11; Nm 12.8; Dt 34.10), o qual só pode ser experimentado pelos justos que serão aperfeiçoados (Jó 42:5-6; Is 6:5; Sl 17.15; Hb 12.14), ou seja, os puros de coração (1Jo 3:2-3), tal como os anjos das crianças O veem (Mt 18.10). Hoje nós vemos o Criador na face de Cristo (2Co 4.6), mas na Nova Jerusalém nós O veremos face a face (1Co 13.12) e seremos semelhantes a Ele (2Co 3:18; Rm 8:29; 1Jo 3:2).

O fato de eles verem a face do Criador implica em:

a.  Salvação certa;

b.  Confiança humilde, santa e plena em se achegar ao trono da graça para alcançar misericórdia (Hb 4.16);

c.  Claro conhecimento de Cristo, sendo possível vê-lo em Seu corpo glorificado e exaltado;

d.  Favor, ou seja, um perfeito regozijo do amor e misericórdia do Criador;

e.  Grande intimidade;

f.  Complete transformação;

g.  Honra. Não é qualquer um que pode ver a face de um rei (Et 1.14);

h.  Poder. Quem vê a face do rei, normalmente, são seus familiares ou conselheiros, vice-regentes, etc., todos que fazem sua vontade e em quem ele pode confiar. Com relação a Jesus, este privilégio é para os vencedores (Ap 2.26,27; 3.21).

  V.     A eterna e mais maravilhosa marca que alguém pode receber (e nas suas testas estará o Seu nome). O nome na face mostra o quão evidente é o caráter de Cristo, não em nossas ações, mas em nossas crenças. Aqueles que são do Criador serão eternamente identificados com Ele, não havendo dúvida acerca de quem pertence a Ele ou não. Isto lembra a lâmina de ouro puro na cabeça do sumo-sacerdote onde estava gravado “santidade ao SENHOR” (Êxodo 28.36; 39.30; ver também Zacarias 14.20) – o sumo-sacerdote era o representante de todo o Israel diante do Criador. O profeta era o representante do Criador diante de Israel;

VI.     O eterno dia (E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina - Isa_9:19). Isto é uma repetição (Ap 21.23; Ap 21.25).

VII.     O eterno reinado dos que creem em Jesus (reinarão para todo o sempre). Este reino é bonito:

a.  Toda beleza natural estará nele;

b.  Toda beleza artística estará nele. O instinto do artista é revelar a beleza de algo em seus mais diversos aspectos e neste reino todo artista encontrará a inspiração necessária para isto.

c.  Toda beleza moral estará nele. A beleza que há em Cristo e Sua pureza e santidade adornará cada espírito.

CARACTERÍSTICAS FÍSCAS DO MILÊNIO

  • “E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.” (Apocalipse 21.9).

 

É perigoso não atender o chamado de Cristo imediatamente (lembre-se da mulher de Ló e de Nm 13).

O mesmo anjo que mostrou a Grande Babilônia para João, também mostrou-lhe a Nova Jerusalém. Ele é um dos que tinha as sete pragas (Ap 17.1). Isto nos ensina que a última bênção sobre a Igreja está ligada com o julgamento sobre os inimigos. Este anjo não é um anjo que executa o trabalho mau, mas apenas anuncia o mal.

Agora o Noivo é Marido (por duas vezes a metáfora da noiva fora usada – Ap 19.7; 21.2). De Ap 21.9 a 22.6, nós temos a Nova Jerusalém do milênio, a qual é uma figura da Nova Jerusalém eterna (a Igreja) que entrará em vigor após a Juízo do Trono Branco.

O que distingue a Noiva?

 

  1. Seu vestido e enfeites de noiva?

 

Ø  “Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça, como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a noiva que se enfeita com as suas jóias.” (Isaías 61.10).

 

  1. Sua união indissolúvel (Rm 8.38,39).

 

Suba e veja a Noiva como você nunca a viu (e nem ela esperava ser), a saber, como foi decretado que ela seja:

 

1.  No regozijo da mais íntima comunhão;

2.  Participando das mais altas honras – vestida com vestes brancas;

3.  Possuindo um conhecimento mais largo e profundo;

4.  Inteiramente absorvida contemplando o Noivo;

5.  Além do poder do tentador;

6.  Além dos trapos de pobreza e experiência de fome;

7.  De longe removida dos dardos do inimigo;

8.  Fora de toda a maldição e enfado do passado;

 

Suba aqui e veja como a noiva será em relação ao seu Marido:

 

1.  Seu marido pagou seus débitos;

2.  Seu marido é imutável;

3.  Não há divórcio;

4.  Nenhum perigo de alienação da parte dela;

5.  Não há mais morte;

 

Suba aqui e veja como a Noiva será eternamente:

 

I.      Sua origem;

II.     Sua localização: centralizada;

III.   Seu esplendor;

IV.     Sua amplitude – ele é constituída de indivíduos de toda tribo, língua, povo e nação;

V.      Seu sistema de iluminação: mais brilhante que sol e lua. É perfeitamente iluminada 24 horas;

VI.     A insignificância do seu templo;

VII.   Sua magnitude em relação ao mundo: “Formoso de sítio, e alegria de toda a terra é o monte Sião sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei.” (Sl_48:2).

VIII.  Sua suprema santidade.

IX.     Sua maravilhosa construção. Afinal, o artífice e construtor é o Criador. Sua fundação é eterna (fundamento dos apóstolos - Mt 24.35). Não há brecha, falha, fraqueza ou deformidade. É quadrada, ou seja, perfeita em todas as partes;

X.      Seu soberano é o mais poderoso e excelente. Não há corrupção, desordem, anarquia, injustiça, rebelião, etc. ;

XI.     Sua segurança. Além dos muros e portas, há doze anjos guardando cada porta;

XII.   Sua população: imensa em número (Gn 22.17; Ap 7.9) e honorável em ocupação (Ap 7.15) e sua santidade (Ap 19.8).

XIII.  Seu miraculoso e puro sistema de irrigação: River of Life.

XIV.   Sua pureza (Ap 21.27).

XV.     Sua glória (Is 9.11; Hc 2.14).

XVI.   Sua alegria e bênçãos (Sl 48.2; 1Co 15.28 – O Criador é tudo em todos);

XVII.  Sua maravilhosa provisão: uma árvore da vida que se espalha ao longo de todo o Rio de Vida, dando doze tipos de frutos durante o ano todo, cujas folhas são para cura das nações.

 

Para fazer o contraste entre a Grande Meretriz e a Noiva do Cordeiro, o mesmo tipo de anjo (um dos que tinha as sete taças) é enviado para mostrar a João ambas as mulheres (Ap 17.1). Também note como a expressão usada “vem, mostrar-te-ei a noiva” lembra o modo de o anjo apresentar a Grande Babilônia a João (vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta). O fato de ser este anjo é bem coerente, já que o juízo do Criador acaba com toda confusão, deixando bem evidente a diferença entre a Igreja verdadeira e as imitações baratas de Ha-Satan.

Enquanto a Noiva do Cordeiro se dedica exclusivamente a Ele, a Grande Meretriz busca uma organização político-religiosa poderosa o suficiente para fascinar e cativar as muitas águas (grupos de pessoas - Ap 17.1) e, com isto, induzir todos a apoiar o fim das liberdades individuais (incentivando-os a exigir a marca da besta para excluir dissidentes – Ap 13.16,17).

O objetivo da Igreja não é formar uma organização religiosa constituída dos mais diversos grupos de indivíduos que, embora tenham interesses e desejos diferentes, concordem em se unir para fazer uma única coisa. Antes, o alvo é a formação de uma família, partilhando do único Favor de vida (ver 1Pe 3.7), ou seja, tendo todos a vida de Cristo em si (ver Gl 2.20) e, por isto, vivendo uns no coração dos outros.

Vendo de outra forma, trata-se de Jesus vivendo aqui as mais diversas personagens (o pobre, o rico, o escravo, o livre, o homem, a mulher, a criança, o jovem, o velho, etc.) através da vida de cada um. Jesus se relaciona apenas com um povo (Jo 10.16; 2Co 6.16; Ap 21.3), o qual busca tudo apenas Nele.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO MILÊNIO

·       “Levou-me pelo Espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a santa cidade de Jerusalém, descendo do céu da parte de Deus,” (Ap 21.10 – TB1917).

 

Novamente João é levado em espírito (Ap 1.10), ou seja, ele não apenas viu, mas vivencia tudo.

Ezequiel teve semelhante visão: uma grande montanha, sobre o qual estava um edifício de cidade (Ez 40.2). A diferença é que, aqui, quem desce do céu da parte do Criador é a Igreja. No milênio ela é instalada no cume de um alto monte; na eternidade, o monte alto encherá toda a terra, de modo que Nova Jerusalém estará em um lugar plano (Dn 2.35). Não existirá mais prioridade, mas o Criador será tudo em todos (1Co 15.28).

Para entender bem esta questão, vamos esquematizar:

 

1º - Ha-Satan reúne as nações para pelejar contra a Nova Jerusalém que está num monte alto (Is 2.1);

2º - Desce fogo do céu e consome este povo;

3º - Céu e terra fogem de diante do Criador (Ap 20.11);

4º - Todos os mortos que não tiveram parte no primeiro tipo de ressurreição, agora ressuscitam. O mar dá os mortos que nele havia.

5º - Tudo que há na terra e no primeiro céu é consumido pelo fogo (2Pe 3.10-12). O lago de fogo e enxofre, que estava apenas em uma porção da terra (Is 66.24 – tal como a Geena de Mc 9.42-48), agora tomará conta de toda a terra.

6º - Após o julgamento, a morte, o inferno e todos que não estavam no livro da vida do Cordeiro serão lançados no imenso lago de fogo e enxofre que se tornou a terra;

7º - O Criador, então, recrirá céu e terra, reduzindo o lago de fogo e enxofre a uma porção da terra (Ap 14.10,11) para servir de memorial. Ao contrário do dilúvio em que a água teve que desaparecer para surgir a porção seca, agora o imenso monte que surgiu no milênio para assentar a Nova Jerusalém preenche toda terra, refazendo-a (Dn 2.34,35,44,45).

 

·       “e tendo a glória de Deus. O seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.” (Ap 21.11 – TB1917).

 

Enquanto no Testamento da Lei a Jerusalém terrena recebia eventualmente a visita da glória do Eterno, a partir do milênio o próprio Eterno é a glória da Nova Jerusalém (ver Zc 2.5; Ap 21.23), ou seja, Aquele que faz dela algo diferente.

Isto condiz com o papel que Jesus requer da Igreja (Mt 5.14-16; Fp 2.14,15) a ser operado por Ele agindo nela (Jo 8.12; 9.5; Ap 21.23; 22.5). Condiz, inclusive, com a promessa feita a Jerusalém (Is 60.1,2), a qual foi cumprida na primeira vinda de Jesus, mas atingirá seu ápice no milênio.

Mas, o que significa o Eterno morar em Jerusalém? Afinal, Ele é espírito, não pode ser tocado, nem limitado a um lugar físico.

Pense: o que define a presença de alguém? Muitas vezes pensamos que é a possibilidade de este estar no lugar fazendo algo. Mas a verdade é que, quando fazemos ou falamos algo que caracteriza alguém, isto fará todos se lembrarem dele (ver 1Co 11.24,25). Ou seja, a presença de Jesus é determinada, antes de tudo, pelo Seu caráter vivendo na vida de cada um.

O brilho da Nova Jerusalém é a combinação da glória do Criador com a capacidade singular de refletir a luz da Nova Jerusalém, mostrando com exatidão quem é o Criador.

 

·       Tinha um muro grande e alto. Tinha doze portas e junto às portas doze anjos, e sobre elas nomes escritos que são os da doze tribos dos filhos de Israel.” (Ap 21.12)

 

Antes de tudo, qual seria a finalidade deste muro após o milênio? Nenhuma! Após o milênio este muro não existirá. O muro tem quatro finalidades:

 

·       Definição: deixar evidente o que é santo e o que é profano;

·       Limitação: quem está de dentro fica limitado ao bem que há no interior. Os tais não devem poder sair para perder tempo com coisas que mancham a alma e roubam o tempo;

·       Defesa: proteger quem está de dentro de qualquer investida satânica daqueles que não podem ou não querem receber e praticar tudo que revela Jesus (At 16.20,21).

·       Separação: quem está de fora tem que se santificar para poder ter acesso a quem está de dentro.

 

Fisicamente o muro alto será para dupla segurança:

 

·       Embora as nações não aprenderão mais a guerra (Is 2.4; 4.3), a lembrança do ataque terrível de Gogue e Magogue contra as cidades não muradas (Ez 38.11) irá marcar o coração dos Israelitas por muitos e muitos anos. Além disto, um ataque de tal magnitude se repetirá após o milênio (Ap 20.7,8);

·       Para impedir que os israelitas sejam seduzidos pelas outras nações. Afinal, o pecado, embora seja diminuído, não será extinto. É bom lembrar que a rebelião do anticristo será caracterizada pelo casamento de Israel com o mundo.

 

Além disto, o muro serve para livrar os seguidores do Cordeiro da agonia de ser obrigado a contemplar o mal (cumprindo a promessa de Sofonias 3.15 – tu não verás mais mal algum), seja o mal que trabalha na vida das pessoas que estão de fora ou o tormento que caiu sobre os “bodes” de Mateus 25.41-46 (Is 66.24).

Ou seja, o muro representa a ação do Eterno impedindo que Sua Igreja e os Israelitas vejam o mal (ver Sf 3.15). É bom lembrar que não se fará mal nem dano algum em todo o santo Monte do Eterno (Is 65.20-25), não entrará nela nada que contamina ou que cometa abominação e mentira (Ap 21.27) e uma linguagem pura será dada aos povos para que todos sirvam ao Eterno com o mesmo consenso (Sf 3.9)

Além disto, os israelitas terão os céus abertos (Jesus estará reinando na Nova Jerusalém pessoalmente). Contudo, tudo isto não significa que eles serão imunes a tudo. Para protegê-los, o Criador fará com que os Israelitas estejam no Monte Sião rodeando a Igreja e o templo de Ezequiel (Zc 2.4). Todos estarão voltados para o grupo de salvos reinando com Cristo (Ap 20.4) e servindo no templo (Ap 7.15), bem como para os vinte e quatro anciãos julgando, a saber: os doze apóstolos, sobre Israel (Mt 19.28) e os outros doze anciãos julgando os não judeus.

A presença da Igreja no milênio mostrará aos judeus na carne que o verdadeiro tabernáculo não é o templo de Ezequiel, mas sim a Igreja de Cristo. Por outro lado, a Igreja poderá, através disto, ter a oportunidade de ter suas dúvidas sanadas, além de ver confirmada a ideia de que não há ritual religioso, por mais perfeito que seja, que possa transformar a vida de alguém.

Sem contar a promessa à Igreja vitoriosa de reger as nações com vara de ferro (Ap 2.26,27) e sentar no trono para reinar (Ap 3.21). No entanto, note que a Igreja fará isto com Jesus ou, se preferir, quem fará tudo será Jesus. A Igreja, bem como todos os citados acima, irá tão somente servir de testemunho em Seu reinado e julgamento.

Que fique claro: embora os anjos estejam ali para impedirem fisicamente os ímpios de entrarem, antes de tudo, eles sirvirão de referência para quem pensar em entrar na Nova Jerusalém. A ideia é que o amor e pureza do Eterno na vida deles constranja qualquer um que venha para contaminar ou cometer abominação e mentira (Ap 21.27).

É bom lembrar que haverá indivíduos no milênio vivendo em carne cujos nomes estarão escritos no livro da vida e, deste modo, entrarão na Nova Jerusalém para a honrarem e glorificarem com suas vidas por ocasião da festa dos tabernáculos (Zc 14.16-21).

No entanto, apesar das várias oportunidades que os habitantes de Jerusalém terão para irem até a Nova Jerusalém, ainda assim a maioria não irá se converter a Jesus. Preferirão ficar fora dela, se restringindo tão somente a celebrar a Festa dos Tabernáculos no templo de Ezequiel.

Estes anjos também protejerão os israelitas que estarão acampados ao redor da Nova Jerusalém.

 

·       “Tinha um muro grande e alto. Tinha doze portas e junto às portas doze anjos, e sobre elas nomes escritos que são os da doze tribos dos filhos de Israel.” (Ap 21.12).

 

Qual a finalidade da porta? Certamente, não é para permitir a saída de quem está na Nova Jerusalém (não que eles não possam sair; a questão é que eles não têm tal interesse). O brilho da glória do Criador (somado ao brilho semelhante ao jaspe do muro) na vida deles estimula os de dentro a não quererem sair. A única coisa que os de dentro conseguem ver na direção da porta são os anjos (e é o que eles querem ver), e eles não estão na porta para impedir os que estão dentro de sair.

A porta é para permitir a entrada daqueles que desejam trazer sua honra à Nova Jerusalém (Ap 21.24-27; ver Jr 15.19). Eles têm que ir de ano em ano para celebrar a Festa dos Tabernáculos (Zc 14.16-19) e para trazer a glória e a honra das nações para dentro dela (Ap 21.24-27). No entanto, apesar das inúmeras oportunidades que eles terão de ir até a Nova Jerusalém, ainda assim não mudam de ideia. Preferem ficar fora dela.

O nome das doze tribos de Israel está escrito nas portas, o que lembra o nome das doze tribos de Israel escritas nas duas pedras de ônix (Êx 28.9) e nas doze pedras do peitoral (Êx 39.14) (contraste isto com os nomes de blasfêmia na besta – Ap 17.3). Isto deve-se ao fato de que o que irá permitir o acesso dos não-israelitas à Nova Jerusalém é o fato de que eles estarão vindo em obediência ao mandamento estabelecido pelo culto israelita ao Criador. Será a oportunidade para as nações verem Jesus “tabernaculando” neste mundo.

Os nomes dos apóstolos e tribos de Israel gravados em material não perecível indica que, no milênio, os Israelitas servirão ao Criador com seus rituais, mas baseados na doutrina dos apóstolos, do ponto de vista ensinado por eles.

·       “Três portas estavam ao oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas ao ocidente.” (Ap 21.13).

 

Por que três portas e não apenas uma? Seria mais fácil manter a segurança.

Por que três portas e não quatro, cinco, etc.? Seria mais fácil para as pessoas entrarem.

Aliás, para que muro, uma vez que o Criador possui milhares de anjos a Seu serviço que poderiam, juntos, constituir uma grande e perfeita muralha? Sem contar que o próprio Criador prometeu ser um muro de fogo em redor (Zc 2.5).

 

Na profecia de Ezequiel há algo semelhante (Efraim e Manassés não são mencionados):

Ø  três portas para o norte: a porta de Rúben, a de Judá e a de Levi (Ez 48.31);

Ø  três portas para o leste: a a porta de José, a de Benjamim e a de (Ez 48.32);

Ø  três portas para o sul: a porta de Simeão, a de Issacar e a de Zebulom (Ez 48.33);

Ø  três portas para o oeste: a porta de Gade, a de Aser e a de Naftali. (Ez 48.34).

 

Em contrapartida, o arranjo no livro de números é diferente (José e Levi não são mencionados):

 

Ø  três tribos se acampavam a leste do tabernáculo: Judá, Issacar e Zebulom (Nm 2.3,5,7);

Ø  três tribos se acampavam a sul do tabernáculo: Rúben, Simeão e Gade (Nm 2.10,12,14);

Ø  três tribos se acampavam a oeste do tabernáculo: Efraim, Manassés e Benjamim. (Nm 2.18,20,22).

Ø  três tribos se acampavam ao norte do tabernáculo: , Aser e Naftali (Nm 2.25,27,29);

 

Contudo, estas tribos se acampavam ao derredor do tabernáculo. Ao redor estavam os levitas:

 

Ø  As famílias de Gerson se acampavam a oeste (atrás) do tabernáculo (Nm 3.23).

Ø  As famílias de Coate se acampava a sul do tabernáculo: (Nm 3.29);

Ø  As famílias de Merari se acampava ao norte do tabernáculo (Nm 3.35);

Ø  As famílias de Moisés e Arão se acampavam a leste (diante) do tabernáculo (Nm 3.38);

 

O nome de cada tribo numa porta aponta para a tribo de Israel que estará posicionada defronte de cada porta a fim de receber os não-israelitas que vierem para celebrar a Festa dos Tabernáculos. Ou seja, um grupo será ministrado pela tribo de Rúben, outro grupo pela tribo Simeão, etc.

As portas foram citadas no sentido horário e eram perfeitamente quadradas, sem nenhum deslize. E Jerusalém será conhecida como “O Senhor está ali” (Ez 48.35 em comparação com Ap 21.3) porque Jesus e Sua Igreja ali estariam.

 

·       “E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” (Ap 21.14).

 

O fato de cada fundamento ser feito de uma pedra preciosa também serve para mostrar a multiforme graça (1Pe 4.10) e sabedoria (Ef 3.10) do Criador. Tal como cada animal tem uma peculiaridade impossível de ser imitada perfeitamente pela sabedoria humana e cada pedra preciosa reflete a luz de um modo singular, cada indivíduo tem algo único para revelar acerca do Criador (Sl 25.14).

Antigamente, havia o costume de os donos de um edifício exigir que seus nomes fossem gravados nos fundamentos do edifício em memória deles. Embora os apóstolos não são os donos da Nova Jerusalém, seus nomes estão nos fundamentos porque eles foram usados pelo Cordeiro para estabelecer os fundamentos da fé verdadeira.

Tal como os artistas, quando fazem uma obra de arte, colocam seus nomes na pintura ou escultura, aqui os invidíduos que servirão de suporte aos demais (tal como os apóstolos) receberão o que lhes identificou: seus nomes, a saber, o nome que Cristo lhes deu e que manifestava a todos seu caráter e ministério.

 

NOME ORIGINAL DO APÓSTOLO (Mt 10.2-4; Mc 3.16-19; Lc 6.14-16)

NOME DADO POR CRISTO

Simão

Pedro

André

 

Tiago

Boanerges

João

Boanerges

Felipe

 

Natanael

Bartolomeu

Tomé

Dídimo

Levi

Mateus

Tiago (filho de Alfeu)

 

Lebeu (Judas)

Tadeu

Simão

Zelote

Judas Iscariotes

 

 

No décimo segundo fundamento está o nome de Judas, mesmo porque Paulo se considera um traidor de Cristo (1Tm 1.15) antes de sua conversão (1Co 15.9). Além disto, Jesus disse que Seus doze apóstolos (incluindo Judas Iscariotes) irão se assentar em doze tronos para julgar as dozes tribos de Israel (Mt 19.28). Além disto, Pedro, quando propôs a ideia de alguém ocupar o lugar de Judas Iscariotes, ele citou uma profecia do livro de Salmos “tome outro o seu encargo” (Atos 1.20). Logo, o cargo é de Judas, ainda que fora ocupado por Paulo mais adiante.

Assim como o número das tribos de Israel pode ser considerado 14 (mais Efraim e Manassés), assim também o número dos apóstolos (mais Matias e Paulo).

 

·       “O que falava comigo tinha uma cana de ouro, que servia de medida, para medir a cidade, as suas portas e o seu muro”. (Ap 21.15).

 

Em Apocalipse 11.2 o átrio exterior não foi medido por ser dado aos pagãos. Logo, ao medir aqui toda a cidade, está implícito que toda a cidade é consagrada. Para uma cidade de ouro, nada mais apropriado do que usar uma vara de ouro para medir.

Mas, se, por um lado, na Jerusalém terrena, apenas o santuário é medido (nem mesmo o átrio exterior do templo é tido em conta), na Nova Jerusalém toda ela é medida, até nas mínimas coisas, o que mostra o cuidado do Criador.

Quem mede aqui não é um homem, nem João (como em Ap 11.1), mas um anjo, o mesmo que mostrou a João a Nova Jerusalém.

Perceba que, embora as portas devessem ser medidas, a medida das mesmas não consta. Talvez porque a medida das mesmas seja de acordo com o físico daquele que por ela ia entrar, de modo que não ficasse muito folgada para uns e apertada demais para outras.

 

·       “A cidade é quadrangular, de comprimento igual à largura. Ele mediu a cidade com a cana, e tinha doze mil estádios; o seu comprimento e a sua largura e a sua altura são iguais.” (Ap 21.16)

 

A riqueza da Nova Jerusalém é profetizada em (Is 54.12). O grande tamanho da cidade mostra que o povo, além de numeroso, estará perfeitamente unido num só lugar. Ela é grande o suficiente para caber dentro de si todas as pessoas do mundo (ou seja, há lugar para todos, embora a maioria não irá desejar isto). Sua medida denota um número largo e completo:

 

·       1 côvado = 45 cm.

·       1 estádio = 400 côvados.

·       Cada lado da cidade de 1000 estádios = 400.000 côvados = 18.000.000 cm = 180.000 m = 180 Km.

 

O número perfeito lembra o Santo dos Santos.

As pessoas ficarão maravilhadas com o tamanho da Grande Babilônia, mas ela não é nada comparada com o tamanho da Nova Jerusalém.

A Nova Jerusalém ficará situada num alto monte, onde nenhum mal será feito (Isaías 11.9). A glória do Criador iluminará o interior de toda a cidade, mas o alto muro é também para conservar toda esta luz apenas no interior da cidade. Os israelitas irão montar seus arraiais de fora da cidade, rodeando-a (ver Ap 20.9).

A cidade não é planejada segundo o homem, nem construída com base no mero ajuntamento de indivíduos um perto do outro, mas planejada pelo Criador com base nas características do Seu amor (Ef 3.18). Também não é limitada por algo físico (montes, rios ou ravinas).

A cidade possuía comprimento, largura e altura iguais, medindo cada um mil estádios (considere que doze mil estádios corresponde à cidade, e não apenas um lado da cidade). Considerando a perfeita simetria da cidade, é bem provável que a distância entre o início do muro e a porta mais próxima, bem como a distância entre as portas seja de duzentos e cinquenta estádios.

 

·       “Mediu também o seu muro, e ele tinha cento e quarenta e quatro cúbitos, segundo a medida de homem, isto é, de anjo.” (Ap 21.17 – TB 1917)

 

Medição é símbolo de proteção.

O fato de a medida do homem ser igual à do anjo significa que, agora, o ser humano não julgará mais pela vista dos seus olhos, pela aparência, mas pela reta justiça (João 7.24). Isto também significa que o anjo não usou uma medida fora dos padrões humanos.

Seu muro era cento e quarenta e quatro cúbitos e era de jaspe (Ap 21.18).

Pensemos: de que se trata esta medida? Com certeza não é o comprimento, já que o mesmo tem que ser, no mínimo, do comprimento da cidade. Do contrário, não tem sentido se falar de muro. Seria a altura? Se assim for, então a maior parte da cidade ficará acima do muro.

Logo, a medida de 144 cúbitos é relativo à espessura do muro. Considerando que a porta é estreita e o caminho apertado (Mt 7.13,14), é bem provável que a abertura da porta seja exatamente da largura e altura do indivíduo que vai entrar, e isto com o corpo todo deitado em terra (sem folga). Isto serve para privar os de dentro de verem a maldade que há no lado de fora e desencorajar quem pense em sair, bem como encha de temor qualquer um que pense em entrar mal-intencionado. E o anjo diante da porta acentua isto. Note como os anjos ficam do lado de fora da Igreja para guardá-la, tal como querubins foram colocados ao oriente do jardim do Éden para guardá-lo (Gn 3.24).

Para quem está de fora, só consegue enxergar uma amostra de tudo que há dentro e o que terá que ser renunciado para poder entrar na vida.

Repare que as medidas da Nova Jerusalém são expressas em múltiplos de 12. Quando se ia medir alguma construção, o instrumento a ser usado na Escritura Sagrada era a cana de medir (ver Ez 40.3; Zc 2.1; Ap 11.1). E o fato de ser um anjo a medir implica em perfeição de medida. É bom lembrar que a medida do ser humano nunca consegue se igualar com precisão à medida do Eterno.

Mas, se é assim, como a medida de homem pode ser de anjo? O que acontece é que, na Nova Jerusalém, as pessoas serão como anjos (Mt 22.30) e irão medir as coisas, não de acordo com aquilo que veem ou sentem, mas conforme a orientação do Eterno. Tentar medir as coisas do Eterno com métodos carnais jamais sairá algo perfeito.

 

·       “E a fundação do seu muro era de jaspe, e a cidade era puro ouro, como vidro límpido” (Ap 21.18 –MKJV traduzido).

 

A cidade ser de ouro implica beleza e riqueza bem maior que qualquer coisa existente neste mundo.

Aqui, é impossível haver ouro e transparência como vidro ao mesmo tempo. Mesmo se isto fosse possível, não poderia ser empregado na construção. Excelências serão combinadas na Nova Jerusalém, as quais, agora, são incompatíveis.

A cidade era construída sobre a rocha, que é Jesus em pessoa (1Co 10.4). O fundamento dos apóstolos e profetas é o Verbo do Criador (1Co 3.11; Lc 6.47,48) e vida de Cristo é a pedra angular (Ef 2.20). A Igreja é coluna e baluarte (firmeza) da verdade (1Tm 3.15). Logo, a Igreja constitui as colunas da Nova Jerusalém (Ap 3.12) e a verdade, os tijolos de ouro que compõem os edifícios (ver Pv 2.3-5; 3.13-15; 23.23)

O muro, assim como o restante da cidade, é construído de ouro puro. Contudo, cada fundamento é de jaspe, enfeitado com pedras preciosas. Afinal, como cada pedra preciosa tem um grau de dureza diferente, não é conveniente que o material de cada fundamento seja diferente. Cada parte do muro estaria apoiado de modo diferente.

Além disto, a Escritura Sagrada é clara ao dizer que só há um fundamento: Cristo (1Co 3.11).

 

·        “Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros.” (Isaías 26.1).

 

·       “E os fundamentos do muro da cidade eram adornados com toda a espécie de pedras preciosas: o primeiro fundamento, jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; o quinto, sardônio; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; e o duodécimo, ametista.” (Ap 21.19,20 – MKJV - traduzido).

 

Nós certamente gostaríamos de apagar algumas cores, por exemplo a cor vermelha que representa dor, sofrimento, lágrimas. Contudo, o resultado seria miseravelmente desapontador, pois a cor púrpura da realeza é composta de azul e vermelho, a cor dourada tem vermelho na sua base e a perfeita luz branca necessita de todas as cores (mesmo das mais escuras) para ser completa. Não se pode alcançar a superestrutura de jaspe sem passar pela provação com paciência e perseverança.

Esta cidade tem profundidade: o fundamento dos apóstolos.

Os filhos deste mundo cegamente erram em supor que a cidade redentora é um cercado estreito o qual esconde e lhes separa da ampla varidade que eles imaginam existir no mundo. Contudo, cada fundamento era feito de jaspe e enfeitado com um tipo de pedra preciosa (Ap 21.14,18-20), algo já profetizado por Isaías (Is 54.11,12):

 

·        “Tu, oprimida, arrojada com a tormenta e desconsolada, eis que eu assentarei as tuas pedras com todo o ornamento, e te fundarei sobre as safiras. E farei os teus vitrais de rubis, e as tuas portas de carbúnculos, e todos os teus termos de pedras aprazíveis.” (Is 54.11,12).

 

Elas se assemelham às pedras do peitoral do sumo-sacerdote (Êx 28.17-20; 39.10; Ez 28.13; Is 54.11), nas quais estavam os nomes das dozes tribos de Israel (Ex 39.10-14):

 

·        “E o encherás de pedras de engaste, com quatro ordens de pedras; a ordem de um sárdio, de um topázio, e de um carbúnculo; esta será a primeira ordem; e a segunda ordem será de uma esmeralda, de uma safira, e de um diamante; e a terceira ordem será de um jacinto, de uma ágata, e de uma ametista; e a quarta ordem será de um berilo, e de um ônix, e de um jaspe; engastadas em ouro serão nos seus engastes. E serão aquelas pedras segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão esculpidas como selos, cada uma com o seu nome, para as doze tribos.” (Êx 28.17-21).

 

E cada pedra preciosa tem sua característica. Analisemos cada uma delas:

 

·       jaspe -> era, provavelmente, diamante (ver Ap 4:3) e representa Cristo. Ela é mencionada em conexão com a luz da cidade (Ap 21.11) e com o material compondo o muro (Ap 21.18). Está relacionado com a tribo de Benjamim;

·       safira -> Variedade transparente de coríndon de grande valor, de cor azul celeste (Êx 24.10) (provavelmente lápis lazuli), contendo pequenas quantidades de óxidos de cobalto, de cromo e titânio; é muito preciosa (Jó 28.16). Ela representa calma e paz, a qual vem de repousarmos em Cristo e por um senso de perdão. Está relacionado com a tribo de Issacar;

·       calcedônia -> Calcedônia é branca, mas contém mistura de outras cores. Representa a pureza do jovem fervoroso discípulo de Cristo: não perfeito e não livre no egoísmo. Está relacionado com a tribo de Levi;

·       esmeralda -> Pedra preciosa transparente de cor verde brilhante, o qual representa a esperança do discípulo em prosseguir na fé apesar de todas as suas dificuldades. Está relacionado com a tribo de Judá;

·       sardônico -> lembra uma mistura de sárdio (vermelho) com ônix (branco) (como superfície branca sobre chão escuro). É uma espécie de ônix, muito valorizada por ser possível gravar imagens nela. Isto lembra quando o fervor do primeiro amor se foi e é chegado o tempo da tentação, a qual induz muitos a esfriarem na fé e até pensarem em recuar (Hb 10.38,39). O fundo escuro lembra a velha natureza, a qual, estimada morta, reaparece. Está relacionado com a tribo de José;

·       sárdio -> possui cor de sangue, simboliza sofrimento, paciência e morte diante das provações, o que lembra Cristo (e O que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica – Ap 4.3). Isto lembra o sofrimento, o qual é usado por Cristo para corrigir nossas impurezas. Quando o fervor da fé e o brilho do amor diminui, então o espírito tenebroso deste mundo reaparece debaixo da branca profissão de fé em Cristo. Neste momento, é hora de provar do cálice do martírio de Cristo (Mc 10.39), voltar a ser companheiro em Seus sofrimentos (2Co 1.5; Cl 1.24; 1Pe 4.3) e viver em conformidade com Sua morte (Gl 6.14,17). Está relacionado com a tribo de Rúben;

·       crisólito -> é pedra preciosa radiante amarelo dourado, mostrando como o seguidor de Cristo fica após o batismo de fogo (refinado e glorioso como ouro – 1Pe 1.6,7). Está relacionado com a tribo de Aser;

·       berilo -> outra tonalidade de azul, representando a calma celestial, mas é mais rico, profundo e claro azul que a safira porque esta segunda paz (oriunda do batismo com Cristo em Seus sofrimentos) é mais profunda e duradoura. Está relacionado com a tribo de ;

·       topázio -> Topázio é verde misturado com amarelo. É uma requintada mistura da alegria concretizada com a alegria esperada. Está relacionado com a tribo de Simeão;

·       crisópraso -> é uma mistura de dourado e azul. As riquezas do amor e da graça do Criador e a paz que excede todo o entendimento se mostram mais puras, profundas e refinadas. Está relacionado com a tribo de Naftali;

·       jacinto -> é a mais escura púrpura, emblema de vitória e triunfo. Está relacionado com a tribo de Zebulon;

·       ametista -> variedade gemológica do quartzo, de coloração azul-púrpuro (mais clara púrpura). Está relacionado com a tribo de Gade.

 

Enfim, há dois tipos de pedras preciosas:

 

·       A pedra que é preciosa por ser ornamental;

·       A pedra que é preciosa em virtude da enorme utilidade.

 

Em resumo, as cores das pedras preciosas são: azulado (safira, jacinto, ametista), esverdeado (jaspe, calcedônia, esmeralda, berilo, topázio, crisóprazo), avermelhando (sardônico, sárdio) e amarelado (crisólito)

Mas, após a Ametista, vem novamente o jaspe, que é o símbolo de Cristo. Tudo começa em Cristo e termina Nele.

Os grandes homens do Eterno esperavam por esta cidade que tem fundamentos (Hb 11.10). Considerando a simetria da cidade, cada porta estava situada entre dois fundamentos. Logo, o indivíduo era obrigado a entrar ou sair da cidade engatinhando ou rastejando (se humilhando), sempre tendo em vista a verdade (contida no muro e no chão) e pelo menos dois dos fundamentos da fé com Cristo.

 

       “As doze portas eram doze pérolas; e cada uma das portas era feita de uma só pérola. A rua da cidade era de ouro puro como vidro transparente.” (Ap 21.21).

 

A pérola é a mais comum das joias (Mt 7.6; 13.46; 1Tm 2.9). Ela é formada a partir da luta da ostra para se defender de um antígeno.

A porta era estreita de largura e apertada na altura (Mt 7.13,14), de modo que, para conseguir passar, o indivíduo deveria entrar nesse mini-túnel se arrastando e sem levar nada consigo, seja de fora para dentro (para não contaminar a cidade santa), seja de dentro para fora (para não santificar o profano – ver Ez 44.19; analise Lv 16.23,24). Todo este túnel será de 144 côvados.

O que diferencia uma porta da outra é o lugar por onde o indivíduo irá entrar na Nova Jerusalém. Considerando as enormes dimensões da cidade, isto faz uma diferença enorme. No entanto, isto não muda o fato de que o modo de entrar é o mesmo (sendo casto e seguindo o Cordeiro por onde quer que Ele vá – ver Jr 2.2; Ap 14.1-4).

Alguém pode questionar: mas por que o caminho do Eterno tem que ser tão difícil? Ele só é difícil para quem é ansioso e cheio de desejos. Os tais querem correr atrás de riquezas que incentive todos a terem compromisso com eles, quando eles mesmos não têm interesse nenhum em assumirem compromisso com o próximo. Quando o indivíduo anseia por conseguir coisas, qualquer obstáculo (incluindo suas próprias limitações) é um tormento. É bom lembrar que a Igreja não é constituída da vontade da carne, do sangue, nem de homem algum (Jo 1.12,13), mas tão somente de receber Jesus.

Jesus é esta porta viva (Jo 10.9), a palavra profética (Jo 1.1) que devemos observar enquanto tivermos no túnel escuro da falta de conhecimento do Criador (2Pe 1.19). Ela é composta de um grupo de pessoas que, de tão unidas, são como se fossem um só homem (ver Js 6.16; Jz 20.1,8,11; 1Sm 11.7; 2Sm 19.14; Ed 3.1,9; 6.20; Ne 8.1): é a bondade e misericórdia que brotam da verdade (o muro é a verdade e a porta, bondade e misericórdia).

No entanto, para aquele que enxerga a verdadeira riqueza, rastejar pelo fundamento de pedra preciosa não será um tormento, mas uma oportunidade para enxergar:

 

·       a beleza de Cristo dentro daqueles que compõem o chão, cuja fé serve de apoio para quem caminha, bem como para limpar os pés e mãos dos que vão entrando. Também é oportunidade para enxergar a bondade e misericórdia (veja Sl 23.6) que se abrem para quem aceita a Verdade;

·       a si próprio, bem como ao amor do Eterno por si, através do luz do Eterno refletida nestes túneis (Fp 2.14,15);

·       o fundamento da Escritura Sagrada.

 

Trata-se de um momento de aprendizado, crescimento, e de conhecimento da principal faceta do amor do Eterno. Para quem está de dentro, a ideia é que, caso alguém pense em se desviar da fé, possa ter tempo suficiente para contemplar o reflexo daquilo que o Eterno já começou a fazer na sua vida, bem como mais uma referência da bondade e da misericórdia do Eterno que está a desprezar e, assim, tenha tempo de arrepender, converter e voltar para a Nova Jerusalém. Para quem está de fora, a ideia é que tudo isto estimule o indivíduo a querer ser aceito permanentemente dentro.

Vem a questão: como alguém, ao se arrepender de pensar em desviar, conseguirá voltar para a cidade, já que o caminho é apertado e a porta, estreita? Note que a conversão não está relacionada com uma mudança de direção, mas sim de visão. Ao invés de o indivíduo olhar para frente, ele deve permanecer olhando para as paredes do túnel e contemplando sua beleza.

Se o indivíduo entrar na Nova Jerusalém olhando para frente, ele verá a cidade. Se estiver saindo dela, verá o mundo. Tanto uma hipótese quanto outra são ruins. O indivíduo tem que permanecer olhando para o amor que mantém as pedras do túnel unidas, e não para aquilo que podem ganhar ao se disporem a servir a Cristo (frente de quem entra), muito menos para o que o mundo pode, aparentemente, oferecer à carne (frente de quem sai).

Quanto à “rua de ouro”, é bom lembrar que em outras traduções aparece “praça de ouro”. Considerando que toda a cidade é feita de ouro e que, provavelmente, há várias ruas, o mais razoável é que a melhor tradução é “praça de ouro”.

Mas, se toda a cidade é de ouro, para que enfatizar que a praça é de ouro? Provavelmente para informar que haverá praça e que a mesma é está em harmonia com o restante da cidade.

 

·       “Não vi nela santuário, porque o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro são o seu santuário.” (Ap 21.22 – TB1917).

 

No milênio, haverá o templo de Ezequiel. João não o viu porque o objeto de toda adoração (o Criador) e a grande sacrifício (o Cordeiro) estarão ali presentes, ofuscando toda a beleza e significado do templo. Além disso, o templo ficará ao redor da Nova Jerusalém.

Os sacrifícios ali oferecidos serão apenas para confirmar que o problema com a ineficácia dos mesmos (Hb 7.11,18) não se devia à imperfeição dos levitas e sacerdotes do Testamento da Lei, mas sim aos sacrifícios em si que eram incapazes tocar a alma e o espírito do adorador.

A luz da Nova Jerusalém:

 

I.      É peculiar;

II.    É imutável;

III.   É festiva;

IV.    Preenche todo o local;

V.      É a luz do amor.

 

Neste mundo, Ha-Satan é príncipe porque os mundanos o servem pensando nas coisas do mundo; e é o deus deste século porque os mundanos o adoram com base nos conceitos, valores e desejos deste século.

Contudo, a partir do milênio, toda a terra se encherá da glória do Senhor (Is 9.11; Hc 2.14) e, então, seremos nós que habitaremos fisicamente no Eterno, ou seja, teremos comunhão ininterrupta, imediata e direta com Ele. Jesus mencionou isto (Jo 4.21-24), só que até hoje muitos não conseguiram entender a mensagem.

Aqui nós somos o santuário do Criador (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16). No milênio o Criador e o Cordeiro serão o santuário. Na eternidade eu creio que será as duas coisas.

 

·       “A cidade não precisa do sol nem da lua para a iluminar; porque a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua candeia.” (Ap 21.23 – TB1917).

 

A antiga Jerusalém, algumas vezes, recebia a glória do Criador. A Nova Jerusalém tem o Criador em Sua glória.

Apenas em Jerusalém é que não haverá dia e noite porque o sol e a lua irão se envergonhar em virtude da glória de Cristo:

 

·       “E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o SENHOR dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém, e perante os seus anciãos gloriosamente.” (Is 24.23).

 

A presença do próprio Eterno na Nova Jerusalém a torna independente de toda a criação do Criador (ver Jo 17.2; Ef 1.21-23, onde se vê tudo sendo colocando debaixo dos pés da Igreja). Por exemplo, ela não depende da luz do sol, lua e estrelas (ver Is 24.23; Is 1,60.19,20; Ap 21.11; 22.5).

A glória do Criador ilumina como se fosse o sol (amplamente), só que com mais intensidade e 24 horas por dia; o Cordeiro ilumina como lâmpada (localmente), só que 24 horas por dia. O castiçal de ouro no tabernáculo é uma amostra disto.

 

·       “As nações caminharão à sua luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória.” (Ap 21.24).

 

As nações do milênio caminharão pelo significado da luz do Eterno que sai de Jerusalém (ver Is 2.2). Os reis da terra que outrora valorizavam a glória e a honra das nações (Is 60.3,5,11), no milênio irão depositá-las aos pés de Jesus a fim de evitar que alguém cresça demais a ponto de desprezar o próximo. As riquezas das nações não terão mais valor, pois, além da Nova Jerusalém ser toda feita de pedras preciosas, ninguém ali irá se corromper por causa delas.

Mas, o que é esta glória a ser trazida? Trata-se também dos israelitas que ainda restaram espalhados pelo mundo (Is 60.9; 66.20). No milênio, os israelitas que estão na carne não entram na Nova Jerusalém. Na Nova Jerusalém, em particular, só estarão os santos glorificados Muitos Israelitas irão morar no Monte Sião, onde não fará mal nem dano algum (Is 11.9; 65.25).

Outros, todavia, espalhar-se-á por toda a terra e apenas irão ali para louvarem o Criador periodicamente. Daí serem levados nos ombros ou sobre animais até ela (veja Is 19.23-25; Zc 8.23; alguns israelitas só subirão incentivados pelos gentios).

Mas então, por que os reis trarão glória e honra das nações, se a Nova Jerusalém não precisa de nada disto? O que é esta glória a ser trazida?

O que acontece é que os reis finalmente perceberão que tudo isto ocupa lugar na vida deles. Isto os levará a considerarem tudo como refugo para poderem andar pela luz de Cristo (Is 2.2; Fp 3.8).

Não é à toa que a glória da Nova Jerusalém é indescritível. Só a glória do Eterno já é mais que suficiente (Ap 21.11), visto ser Ele indescritível (Ap 4.3). Somado a isto, temos as nações trazendo para ela sua glória e honra.

No milênio, a Nova Jerusalém irá reinar sobre os israelitas no Monte Sião, e sobre os demais povos ao longo de todas as nações. Quanto às hierarquias, o objetivo é simplesmente coordenar as coisas, de modo que aqueles que têm mais para oferecer sejam colocados numa posição que lhes dê melhores condições para servir.

 

·       “As suas portas não se fecharão de dia, porque noite não haverá ali. A ela trarão a glória e a honra das nações.” (Ap 21.25,26).

 

Nova Jerusalém será uma cidade imperial que recebe tributo das outras nações (Is 45.14; 49.23; Is 60.10-11). Suas portas não se fecharão:

 

·       “E as tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as riquezas dos gentios, e, conduzidos com elas, os seus reis.” (Is 60.11).

 

Todo este esplendor e riqueza já fora prometido pelo Criador (Is 54.11,12).

No milênio, as nações andarão conforme a luz da Nova Jerusalém, a saber, Cristo (Jo 8.12; 9.5). E como esta nunca míngua (Is 60.11,20; Ap 22.5), haverá contínuo ingresso livre a ela a todos quantos desejarem. Não há dia nem hora. Sempre haverá alguém pronto para receber todo mundanismo das mãos dos fiéis (Ap 21.26), tal como hoje podemos chegar à presença do Eterno em qualquer hora e lugar. Só nós podemos nos privar da graça do Criador (ver Jo 6.37; Hb 12.15; Ap 22.17).

Enquanto a Grande Babilônia terá que se prostituir para conseguir esta “glória” e “honra” (e isto sem ser capaz de retê-la), a Nova Jerusalém conseguirá com pureza e santidade em Cristo por toda a eternidade.

Características da noite da Nova Jerusalém:

 

      i.    Não há luz natural;

     ii.    Não há noite do pecado;

   iii.    Não há noite de sofrimento;

     iv.    Não há noite de ignorância;

      v.    Não há noite de enfermidades;

     vi.    Não há noite de misteriosas providências;

   vii.    Não há noite de orações impedidas;

  viii.    Não há noite de separação;

     ix.    Não há noite de tentação;

      x.    Não há noite da morte;

     xi.    Não há noite de más mudanças;

   xii.    Não há noite de enfado;

  xiii.    Não há noite a esconder a beleza de Cristo no mundo (Rm 1.20);

   xiv.    Não há noite com a luz encoberta ou minguante.

 

Vem a questão: como os habitantes da Nova Jerusalém contarão dias, meses e anos se a luz do sol e da lua não faz diferença na Nova Jerusalém?

 

·       Nela não entrará coisa alguma impura, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os que estão escritos no livro da vida do Cordeiro. (Ap 21.27).

Na Nova Jerusalém não existe as contaminações da Grande Babilônia (Ap 17.4,5). Só entrará quem está no livro da vida (Ap 3.5; Ap 13.8; Ap 17.8; Ap 20.12,15).

As bênçãos da Nova Jerusalém:

 

·       Não há mais maldição;

·       O trono do Criador e do Cordeiro ali estarão;

·       O desejo do Criador e Sua perfeita autoridade serão confessadas, sendo motivo de grande alegria;

·       Seus servos O servirão com paz, vivacidade, prontidão e deleite de modo efetivo. Ninguém fará serviço mal feito, com má vontade, muito menos com impuros motivos.

·       Todos verão a face do Criador. Será plena intimidade, repleta de alegria;

·       Todos terão em suas testas uma confirmação de que eles pertencem ao Criador;

·       Não haverá nenhuma espécie de noite;

·       Eles reinarão com Cristo para sempre.

·       Tudo ali é puro (ver 2Pe 3.13).

 

Características do livro da vida:

 

1.  É o livro da vida do Cordeiro, O qual é o autor da vida, a cabeça da Igreja, o juiz final;

2.  O livro da vida foi escrito por Cristo e fala acerca da Sua vida

3.  Os nomes ali escritos são os todos os pecadores que se arrependeram de todas as eras, países, dispensações e condições;

4.  As recompensas ali mostradas são: honra e riquezas divinas, glória celestial, bem como toda espécie de bem;

5.  Seu conteúdo deve produzir: alegria indizível, inteira confiança, cuidado santo, fidelidade e perseverante obediência.

6.  Nenhum ministro, sacramento ou serviços sagrados podem fazer o nome de alguém ser escrito nele. Ninguém é escrito também em virtude da sua parentela ou direito de nascimento.

 

Quantos indivíduos gostariam de ter seus nomes e até mesmo sua vida registrada em um livro ou dvd, de tal forma que sua influência possa continuar após a sua morte...

Muitos veem a Escritura Sagrada com os olhos do mundo, supondo que “não entrar” significa que serão barrados, impedidos de entrar pelos anjos que estão em cada porta. Embora isto também seja verdade, o ponto é que muitos não desejarão entrar em virtude do apego que têm pelas coisas do mundo. Não suportam tanta pureza e santidade.

Os governantes vêm para a Nova Jerusalém com toda honra e glória das nações (as quais são loucura aos olhos do Eterno – 1Co 3.18-20) a fim de dar aos nascidos no milênio o privilégio de crescerem num mundo de igualdade social. No entanto, esta glória e honra não entram na Nova Jerusalém para fazerem parte dela, mas para serem aniquiladas. A ideia é que, ao ver a beleza da Nova Jerusalém, o brilho deste mundo se apague diante deles.

Afinal, a Nova Jerusalém não precisará de mais glória do que ela já tem, visto que o Eterno é glória dela. Ou seja, os reis irão renunciar a glória (aquilo que identifica as nações) e honra (toda a possibilidade que as nações têm de gerarem seguidores que deem continuidade aos seus costumes) das nações para que elas tenham condições de serem identificadas por aquilo que o Eterno é e, então, propagarem isto.

Mas afinal, o que seria coisa impura?

Não se trata de mera sujeira (como a poeira fina trazida pelo ar), mas algo que corrompe o caráter dos indivíduos. Nada imundo entra na cidade porque isto pode corromper os israelitas que ali estão. Por aqui pode-se entender o motivo pelo qual as coisas trazidas pelos reis da terra não se tornarão parte da Nova Jerusalém.

Também não entrará na Nova Jerusalém quem pratica:

 

·       Abominação -> Quem semeia contenda entre irmãos (Pv 6.19), ou seja, quem estimula um querer ser maior do que o outro, se destacar sobre este.

·       Mentira -> Quem distorce ou modifica a verdade.

 

Note que não está escrito “dizer a mentira”, mas “fazer uma mentira”. Isto lembra o versículo abaixo:

 

·       “E nenhum deles cai em si, e já não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne, e a comi; e faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ei ao que saiu de uma árvore? Apascenta-se de cinza; o seu coração enganado o desviou, de maneira que já não pode livrar a sua alma, nem dizer: Porventura não há uma mentira na minha mão direita” (Is 44.19,20).

 

·       “Mostrou-me um rio da água da vida, resplandecente como cristal, saindo do trono de Deus e do Cordeiro.” (Ap 22.1).

 

Em alguns lugares da Escritura Sagrada nós temos um rio especial sendo profetizado no Antigo Testamento (Is 33:21; 35:6, 7; Jl 3:18; Ez 47:1-12; Zc 14:8).

·       Em Gênesis, o rio saía do Éden para regar o jardim, se dividindo após este em quatro braços (Gn 2.10-14) para para saciar árvores comuns e o homem;

Ø  “E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.” (Gn 2.10).

·       No livro de Ezequiel, o rio saía do templo (Ez 47.1) para tornar saudáveis as águas;

Ø  “Depois disto me fez voltar à porta da casa, e eis que saíam águas por debaixo do umbral da casa para o oriente; porque a face da casa dava para o oriente, e as águas desciam de debaixo, desde o lado direito da casa, ao sul do altar.” (Ez 47.1).

Ø  “Então disse-me: Estas águas saem para a região oriental, e descem ao deserto, e entram no mar; e, sendo levadas ao mar, as águas tornar-se-ão saudáveis.” (Ez 47.8).

·       No livro de Zacarias, águas vivas saíam de Jerusalém (Zc 14.8);

·       No Testamento da Lei, os profetas usavam o rio para simbolizar riqueza, provisão e paz (Is 48.18; Zc 14.8; Ez 47.1-9):

Ø  “Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã.” (Sl 46.4,5).

·       Aqui, porém, o rio sai do trono do Eterno e do Cordeiro. Este rio sai direto do trono do Eterno para regar a árvore da vida, de modo que ela pudesse dar seu fruto de mês em mês.

Ø  “E mostrou-me rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações.” (Rev 22.1,2).

 

Ezequiel e Zacarias se refiriam à Jerusalém do milênio, quando haverá um rio saindo do templo de Jerusalém, no qual está o trono do Criador e do Cordeiro, o qual irá purificar todas as águas (Ez 47.8-10). Este é o rio físico que alegra a cidade do Criador (Sl 46.7).

No entanto, o único rio capaz de alegrar a cidade do Eterno (Sl 46.4) é o Rio de Vida (Jo 7.37-39). A Água Viva é prometida em Apocalipse três vezes (Ap 7.17; 21.6; 22.17), como um cumprimento da profecia de Isaías (Is 44.3).

O Rio de vida é muito mais excelente, alimentando o indivíduo de dentro para fora (Jo 4.10,14; 7.37-39), sendo resplandecente como o cristal. Obviamente, era livre de manchas. Se, por um lado, em Ap 4.6 tem-se diante do trono um mar de vidro semelhante ao cristal, aqui temos o Rio de Vida resplandecente como cristal saindo do trono do Eterno e do Cordeiro.

Fisicamente, o Rio de vida é caracterizado por:

 

Sua fonte: celestial;

Suas propriedades:

o   É purificador: ele purifica por onde passa (Ez 47.8-10);

o   É um rio de poder (ele vem do trono do Criador que está no Seu templo – ver Ez 47.1): Quem dele bebe ou por ele passa torna a viver;

o   É embelezador e frutificador: (Is 35.1,6,7; Is 58.11);

Seu progresso: sai para a região oriental, e desce ao deserto e entra no mar (Ez 47.8). Ou seja, não é uma fonte de água estagnada or um ribeiro de águas bravias, mas um rio profundo, com grande volume de água e de contínuo movimento.

Sua durabilidade: suas águas estarão sempre fluindo sem jamais se extinguir;

Sua aparência: claro como cristal (Ap 22.1).

 

  • “No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações.” (Ap 22.2).

 

Nos tempos da Escritura Sagrada, as árvores (em particular, o carvalho) ocuparam um papel importante. Por exemplo:

 

·       Em Gênesis 3.24, querubins foram postos ao oriente de Éden para guardar o jardim e uma espada inflamada guardava o caminho da árvore da vida;

·       O Criador se manifestou a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3.2);

·       Jacó, disposto a servir de todo o coração o Criador, recolheu todos os ídolos e os escondeu debaixo de um carvalho que estava em Siquém (Gênesis 35.4);

·       Quando morreu Débora, a ama de Rebeca, ela foi sepultada ao pé de Betel, debaixo do carvalho cujo nome chamou Alom-Bacute (Gênesis 35.8);

·       Josué escreveu as palavras dos israelitas no livro da lei do Criador; e tomou uma grande pedra, e a erigiu ali debaixo do carvalho que estava junto ao santuário do SENHOR (Josué 24.26);

·       Um carvalho era usado para marcar os limites (Gênesis 12.6; Juízes 4.11; Juízes 9.37; 1Samuel 10.3; 1Samuel 17.2,19; 21.9; 1Reis 13.14);

·       Débora profetizava debaixo de uma palmeira (Juízes 4.5);

·       O anjo do SENHOR veio e assentou-se debaixo do carvalho que está em Ofra quando ele fora convocar Gideão para a guerra (Juízes 6.11,19);

·       Abimeleque foi constituído rei junto a um carvalho (Juízes 9.6);

·       O Criador usou as copas das amoreiras para sinalizar para Davi o momento de atacar o arraial dos filisteus (2Smauel 5.23,24);

·       Absalão ficou preso nos ramos de um grande carvalho (2Samuel 18.9,10,14);

·       Saul e seus filhos foram enterrados debaixo de um carvalho (1Crônicas 10.12);

·       Era debaixo de árvores frondosas que o povo se prostituía espiritualmente (Isaías 1.29; 2.13; Ezequiel 6.13; Oséias 4.13);

·       Ídolos eram feitos, muitas vezes, de madeira (Isaías 44.14);

·       Árvores eram usadas como símbolo de Israel e da Igreja (Isaías 1.30; 6.13) e até dos inimigos (Amós 2.9);

 

Características da Árvore da Vida:

 

·       Sua raiz é centralizada – está no meio da praça;

·       É vital – ela é origem, o fim (Rm 14.7,8) e fonte de nossa vida física e espiritual;

·       É maravilhosamente frutífera;

·       Atende perfeitamente a cada estação;

·       Cura universalmente;

·       Seus frutos são agradáveis (Ct 2.3);

·       Seus frutos são proveitosos e alegram o coração de quem os come (Jz 9.13);

 

O que esta Árvore da Vida proporcionará aos indivíduos?

 

·       O que é perpetuado não é a vida natural do corpo, pois para isto tinha muitas outras árvores no Éden e o corpo continuou vivo após ser privado da Árvore da Vida. Além disto, se o Criador quisesse, Ele poderia tirar a vida de Adão, já que Jesus é a Vida (Jo 11.25; 14.6);

·       O que é continuado não é a vida espiritual, pois isto significa muito mais que a imortalidade. Além disto, se o Eterno quiser que alguém não tenha comunhão com Ele, basta Ele se calar.

·       Logo, isto está se referindo à alma e à capacidade de se manter jovo. Sem a Árvore da Vida, o homem passou a ter que comer do suor do seu rosto (Gn 3.17), ou seja, passou a estar sujeito a cansaço e velhice.

 

A doença das nações:

 

·       É universal;

·       É bem arraigada. Não é uma doença superficial, nem acidental, mas uma doença constitucional;

·       Torna o indivíduo desagradável ao Criador;

·       É fonte de toda miséria e maldição das pessoas.

 

Aqui a Árvore da Vida produz fruto, não apenas uma vez por ano, mas o ano todo; não apenas um tipo de fruto, mas doze. Assim todos os gostos podem ser satisfeitos, tendo nada sobre ela inútil ou que tende a decair.

As folhas são algo que a árvore produz naturalmente (por ela mesma). Já o fruto, este depende de haver fecundação. A fecundação gera a semente da vida e o fruto para proteger e nutrir esta semente. Se o ramo não dá fruto é porque nele não ocorre fecundação:

 

·       ou ele não tem flor;

·       ou seu pólen é infértil;

·       ou seu pólen é preso à flor e impossível de ser carregado pelo vento ou por algum inseto.

 

Embora a folha seja de extrema importância para a árvore, o fruto é a confirmação de que o ramo permanece maduro e vivendo em amor e verdade.

Inclusive, é por isto que o ramo que não dá fruto é cortado e lançado fora (Jo 15.2). Ele simboliza o nascimento de um filho (semente), onde o fruto do Espírito Santo é o alimento que protege este filho, o qual depois servirá de alimento para muitas vidas, seja:

 

·       para alimentar o corpo;

·       para alimentar a mente com conhecimento e sabedoria;

·       para alimentar a sentimento com consolo, esperança, felicidade, etc.

·       para alimentar o espírito com a presença do Espírito Santo.

 

A praça está no meio da cidade e a Árvore da Vida, no meio da praça (Ap 2.7 – a Árvore da Vida estará no meio do paraíso do Eterno, tal como em Gênesis 2 ela estava no meio do Jardim do Éden – Gn 2.9).

Vem a questão: as folhas da Árvore da Vida são para cura ou saúde das nações? Tem versão que diz “cura” e outras, “saúde”. Em outras palavras, as folhas da Árvore da Vida são para remediar um mal ou para conservar o que é bom?

 

·       “Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele.” (Rm 6.8,9)

·       “Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento; porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.” (Lc 20.36).

 

Considerando que os frutos da Árvore da Vida são para conservar o indivíduo vivo (Gn 3.22) e que, como visto acima, quem ressuscitou não morre mais, logo esta árvore só tem serventia no milênio, para conceder longevidade a israelitas e não-israelitas e para prover cura aos não-israelitas (ver Ez 47.12). Como não se fará mal, nem dano algum em todo o santo monte do Criador os israelitas, no milênio, não ficarão doentes (Is 11.9).

Ao contrário daqueles que advogam que Adão e Eva não comeram da Árvore de Vida (baseado em Gn 3.22), se o fato de comer apenas uma única vez bastasse, então não havia necessidade de a Árvore de Vida ficar eternamente produzindo fruto. O homem seria imortal, independente dela. Como bem sabemos, em toda eternidade, dependeremos de Jesus (a Árvore de Vida). Não há bênção real que venha a nós fora da praça da comunhão.

Logo, Adão e Eva comeram da Árvore de Vida. Além disto, lembre-se que todos aqueles que viveram antes do dilúvio chegaram a viver quase mil anos. É bem provável que isto foi consequência de Adão e Eva terem comido da Árvore de Vida. Seu efeito pôde ser visto por várias gerações, indo aos poucos diminuindo até nada restar.

 

  • “Não haverá jamais maldição. O trono de Deus e do Cordeiro estará nela, e os seus servos o servirão, e verão a sua face; e o seu nome estará nas testas deles.” (Ap 22.3,4).

 

Não haverá mais a maldição do pecado que teve lugar em (Gn 3.17,22-24), a chamada maldição Adâmica. Embora a maldição tenha entrado neste mundo através da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (Dt 11.26; 30.19), ela se tornou ativa a partir do momento que Adão provou dela. A partir daí Adão foi expulso do paraíso e impedido de voltar por meio de querubins e de uma espada inflamada que guardava o caminho da árvore da vida (Gn 1.24), sendo condenado a um trabalho desgastante e sem proveito que tudo se perde com o tempo. Sem contar que ele iria voltar ao pó (Gn 3.19).

No entanto, esta maldição não é algo essencialmente mau. Imagine o ser humano poder viver para sempre como uma maldição ambulante (Gn 3.17). Imagine ser eterno, deixando um rastro de maldição por onde passa.

Felizmente, Jesus resgatou a os que creem da maldição da lei do arbítrio (Gl 3.10,13), de modo que eles não precisam mais morrer para darem fim à sua caminhada de maldição. Agora, basta eles morrer para si mesmos (Mt 11.28,29; Rm 6.1-4; Gl 2.20; Cl 3.3) e sua caminhada de maldição terminará (eles passarão da morte para a vida – Jo 5.24; 1Jo 3.14).

Glórias ao Eterno que dá fim à maldição por causa Dele mesmo (Is 43.24,25), pois Ele não pode suportar a iniquidade, nem contemplar o mal (Hc 1.13).

A Noiva de Cristo é caracterizada pela comunhão contínua com o Eterno, como num casamento, onde o objetivo é a perfeita unidade com o Espírito Santo (Jo 17.11,21-23; 1Co 6.17).

É claro que, em tais circunstâncias, não há lugar para maldição, pois quem é capaz de desejar ou fazer algo mau, sendo guiado individualmente pelo Espírito Santo, vendo, sentindo e entendendo as coisas do modo correto?

No entanto, a bênção no milênio é tão maravilhosa que, mesma para a Jerusalém física não haverá maldição física porque ela habitará segura (Zc 14.11). Note como a segurança do Eterno (corroborada pelo fato de Ele estar ali – Ez 48.35) é indispensável para o fim da maldição. E toda a criação espera por este dia (Rm 8.20,21).

A promessa mais esperada por quem ama o Criador é poder vê-Lo face a face. Veja alguns destes versículos:

 

  • "Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar" (Sal. 17:15).
  • "Depois que me arranquem a pele, já sem carne, verei deus; eu mesmo o verei, e não outro, meus próprios olhos o verão. O coração me desfaz no peito!" (Jó. 19:26, 27).
  • "Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mat. 5:8).
  • "... Então veremos face a face" (1 Cor. 13:12).
  • "... Haveremos de vê-lo como ele é" (1 João 3:2).

 

Aqui a narrativa passa para o tempo futuro. A presença do trono do Criador e do Cordeiro é uma consequência de não haver mais qualquer fonte de maldição (Josué 7.12,13), incluindo a de Gênesis 3.16-19:

 

·       Dor ao dar à luz;

·       Briga entre os sexos;

·       A necessidade de duro e fútil trabalho para o sustento do homem;

·       Morte.

 

Analisemos cada uma das características:

 

  • O nome do Criador e do Cordeiro estará na testa de quem crê -> Em Ap 7.3; 14.1, apenas 144.000 recebem na testa o selo contendo o nome do Criador e do Cordeiro. No entanto, aqui todos os que creem são vistos com este selo. Logo, estes 144.000 são uma amostra do que será concedido a todos os que crrem. E o fato de a Igreja estar marcada com o nome do Criador é uma confirmação de sua filiação, diante de todos os cidadãos celestiais, a qual ocorreu no interior do coração (Ap 3.17).

Além disto, enquanto a marca da besta foi recebida na testa e na mão (Ap 13.16,17 – para desfrutar do mundo), em imitação ao regime legal do Antigo Testamento (Êx 13.13,16 – para desfrutar das promessas físicas do Criador), os que creem só necessitam de selo na testa (que confirme sua filiação), pois a lei do Criador não é morta nela (ver 2Co 3.6), mas vive através do Amor presente em seu interior. Além disto, o selo do Criador não é para alguém se exibir, mas para transformar o caráter e a mente de quem o recebe. Isto, por sua vez, já implica em mudança de atitude;

  • Os seus servos o servirão, e verão a sua face -> Enquanto que, no Antigo Testamento, os servos dos sacerdotes (os levitas) sequer podiam se aproximar do Santo Lugar ou tocar nas coisas sagradas, aqui até mesmo os servos mais humildes do Cordeiro O verão face a face;

Que fique claro: não se trata de uma retribuição. Ou seja, não vamos servir Àquele que nos serviu (mesmo porque em momento algum Jesus nos serviu. Antes, Ele serviu ao Pai). Vamos servir ao Único que é digno.

Alguém pode questionar: “mas no céu não iremos descansar?”. Das nossas fadigas (Ap 14.13), e não do serviço.

Mas isto não é tudo! O fato de todos no céu serem servos dá fim a qualquer distinção de classes sociais, bem como demonstra que qualquer um aqui na terra pode ter acesso. Basta aceitar o convite de Jesus e Seus termos. A partir de então, embora servos, reinaremos com Ele.

  • O trono do Criador e do Cordeiro está na Nova Jerusalém -> Todos terão certeza de estarem fazendo a coisa certa. Deste forma...
  • Não haverá jamais maldição.

 

  • E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre.(Ap 22.5).

 

Novamente é dito que “não haverá mais noite” (Ap 21.25). Não haverá necessidade de luz artificial (candeia) ou natural (sol, lua). A noite existe hoje porque é quando Jesus sela a Sua instrução em nós. (Jó 33.15,16).

  • “Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras, e o Senhor Deus dos espíritos dos profetas enviou o seu anjo para mostrar aos seus servos o que deve acontecer brevemente.” (Ap 22.6)

 

É curioso como em (Ap 1.1) é mencionado apenas um servo (João) e agora são mencionados vários servos.

O Deus do espírito dos profetas enviou Seu anjo para falar, ou seja, Ele não assenta mudo no Seu trono e fica vendo tudo acontecer sem fazer nada. E Ele fala com um único indivíduo como se ele fosse único.

Por três vezes é dito que o apocalipse é fiel e verdadeira Palavra do Eterno (Ap 19.9; 21.5; 22.6) (algo semelhante ocorre em Dn 8.26). Em meio a tantas provas e lutas (como as que João e seus companheiros estavam testemunhando), muitas vezes é difícil crer nas promessas gloriosas do Eterno. Estamos tão acostumados à miséria deste mundo caído que, quando o Eterno revela algo tão maravilhoso como Ap 19 a 22 parece difícil acreditar. Tanto é assim que é muito difícil alguém estudar o apocalipse. E quando o faz, preocupa-se apenas com a besta, falso profeta, a grande prostituta, etc. Infelizmente é muito difícil alguém interessar sobre a Noiva do Cordeiro: primeiro, pelo prazer que têm no mal; segundo, pela dificuldade que há em acreditar que o amor supera tudo.

Com respeito à primeira hipótese, não precisamos perder tempo desejando o mal para os incrédulos, pois eles já estão no mal. Que empreguemos melhor o tempo retirando do mundo os servos do Eterno que estão presos nas garras de Ha-Satan.

Com relação à segunda hipótese, pode crer que a Palavra do Eterno não é mera utopia de um visionário, mas a única fonte de verdade. Embora os que a proferiram foram simples seres humanos, jamais alguma profecia da Escritura Sagrada foi proferida pela vontade de alguém ou em prol de interesses particulares (2Pe 1.21). Antes, os profetas falaram inspirados pelo Espírito Santo (1Pe 1.11) conforme o Eterno lhes concedia que falassem (1Co 12.4-11). Daí a expressão “o Senhor Deus dos espíritos dos profetas”. Embora o espírito dos profetas lhes estivessem sujeitos (1Co 14.32), nem por isto algo saía fora do controle do Criador.

Enfim, o que João está dizendo é que o apocalipse, bem como todas as demais profecias, são dignas de total credibilidade. Trata-se de Jesus (Ap 1.1) enviando Seu anjo para mostrar aos seus servos o que deve acontecer de modo rápido. Ou seja, o apocalipse é um livro para deixar todo o povo do Eterno alerta, de modo que, quando tudo isto vier a acontecer, nenhum seja pego de surpresa.

CARACTERÍSTICAS DA IGREJA NOS DIAS DE HOJE

1ª – É uma nova criação que faz parte de uma nova criação

  • “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” (Apocalipse 21.1).

 

Muitas vezes estamos vivendo o Novo Testamento da mesma forma que Israel vivia o Antigo Testamento. A menos que mudemos de atitude, a tendência é acontecer como mostrado abaixo.

 

·       “No meio da congregação e da assembléia foi que eu me achei em quase todo o mal.” (Provérbios 5.14).

 

Infelizmente, as pessoas foram acostumadas a irem às instituições religiosas para cumprir rituais ao invés de usarem o tempo para conhecerem um ao outro melhor, para se aproximar e ser mais íntimo de Jesus e, acima de tudo, estar pronta para ser usada por Ele (Lc 12.36).

Os cristãos estão apegados aos seus rituais que, se um mendigo, andarilho, bêbado, etc. entra na instituição religiosa, eles tentam expulsá-lo em lugar de acolhê-los, e cada um ministrar a dádiva de Jesus em suas vidas (salmo, ensino, línguas, revelação, etc. (1Co 14.26). Afinal, a Igreja é um hospital espiritual (veja Is 14.32), onde cada membro necessita ser preparado para a ação do Espírito Santo.

A Igreja não sobrevive de rituais, mas de cada Palavra que sai da boca do Criador (Dt 8.3; Mt 4.4; Lc 4.4). Jesus fala com aqueles que desejam ardentemente ouvi-Lo e é esta Palavra que penetra até à divisão da alma e do espírito (Hb 4.12), restaurando nosso homem interior.

2ª – Sua origem é celestial e seu adorno é para seu Noivo, e não para os estranhos

  • “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.” (Apocalipse 21.2).

·       “A casa e os bens são herança dos pais; porém do SENHOR vem a esposa prudente.” (Provérbios 19.14)

 

Assim como a esposa prudente vem do Criador, a verdadeira Igreja é algo celestial, sobrenatural e edificada pelo próprio Jesus (Mt 16.18). Como a boa dádiva e o dom perfeito vêm do Criador, ela desce do céu, do Pai das luzes (Tg 1.16,17).

Ela não precisa de ajustes humanos. Ela é adereçada pelo Criador, o qual a enfeita para Si mesmo (e não para os outros). É por isto que, muitas vezes, não conseguimos enxergar beleza em muitos dos membros da Igreja: a transformação promovida pelo Criador na vida deles não visa agradar nossa carne, mas sim cumprir Sua missão, a qual, muitas vezes, é nos disciplinar e tratar.

 

3ª - É fundada por Jesus em pessoa (Mt 16.18) a fim de que Ele possa habitar neste mundo

  • “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” (Apocalipse 21.3).

 

O que é a Igreja? “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens”. Igreja corresponde àqueles que têm relacionamento pessoal com Jesus e que, portanto, servem como referência para aqueles que desejam conhecê-Lo melhor e ter contato e até intimidade com Ele.

 

Qual a finalidade da Igreja: o Criador deseja usá-la para habitar entre os homens. Não se trata de mera visita esporádica (como se vê em muitos cultos onde se clama pela vinda do Espírito Santo). Não! Não somos templos de visitação, mas habitação do Espírito Santo (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16).

 

O que pretende o Criador através da Igreja? Criar para Si um povo, uma semente de piedosos (Ml 2.15) que retrate quem é o Criador em Sua essência.

 

Quem é este Deus que está com Seu povo? Éle é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Ml 3.6; Hebreus 13.8), quer no céu ou na terra. Não é um Deus diferente, mas é o mesmo Deus que agiu no Antigo, no Novo Testamento, que age hoje, agirá no milênio e por toda a eternidade. Embora ele possa mudar Seu modo de agir, Ele não muda Seu caráter.

 

Que benefício isto traz ao povo? O Criador é o Deus dos vencedores, ou seja, a plena satisfação e realização de cada um, de modo que Ele é o suprimento de todas as nossas necessidades (Sl 37.4).

4ª - Está sempre pronta a consolar, vivificar, ouvir, \compadecer

  • “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse 21.4).

 

Embora o cumprimento plena de cada um destes itens se dará após o Juízo Final, a Igreja é capaz de manifestar cada um destes espiritualmente. Assim, analisemos item por item:

 

·       “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” – Jesus concluiu Seu ministério aqui fazendo dos que creem Nele Seus embaixadores (2Co 5.18-20) e ordenando que ministrassem o evangelho a todo mundo (Mt 28.18-20; Mc 16.15).

 

É claro que, para a Igreja cumprir Seu papel, é necessário que ela observe atentamente o versículo abaixo:

 

·        “Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no íntimo do teu coração. Porque são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo.” (Provérbios 4.20-22).

 

Note como a obediência a este versículo capacita a Igreja para os itens abaixo:

 

·       “e não haverá mais morte” – Jesus é a Palavra do criador que traz vida para todos que O encontram, além de fazer dos tais uma fonte de água que salta para a vida eterna (Jo 4.13,14; 7.37-39).

 

·       “e não haverá pranto” – quem atendeu às palavras do Criador e recebeu Seu consolo bem presente na angústia (Sl 40.1), está pronto para servir de consolo (2Co 1.3-5), ou seja, de ânimo em meio às lutas (ver como o Criador tratou a depressão de Elias – 1Reis 19).

 

·       “e não haverá clamor” – quem inclina o ouvido às razões do Criador é capaz de ouvir o desespero do próximo, sofrer junto com ele, buscando em Cristo a vitória que agora será de ambos (daí a razão pela qual quem crem em Jesus é mais que vencedor – Rm 8.37).

 

·       “e não haverá dor” – A palavra de Jesus é saúde para todo o corpo.

 

·        “As palavras suaves são favos de mel, doces para a alma, e saúde para os ossos”. (Provérbios 16.24).

 

·       “porque já as primeiras coisas são passadas” – quem não deixa seus olhos se apartarem do que Jesus diz está sempre se achegando ao Seu trono para alcançar Sua misericórdia (Hb 4.16) que se renova a cada dia (Lm 3.22,23) e capacita para andar em novidade de vida (Rm 6.4; 7.6; 2Co 5.17).

5ª - Anda em novidade de espírito, e não na caducidade da letra (Rm 7.6)

 

  • “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.” (Apocalipse 21.5).

 

Muitas vezes nós estamos nos apegando demais ao passado e a regras, principalmente quando somos vítima de maus-tratos. Todavia, devemos sempre ter em mente que:

 

·        “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” (Proverbs 4.19).

 

Ainda que eles possam merecer punição, devemos guardar nosso coração, visto que é dele que sai a fonte da vida (Prov 4.23), bem como os maus desígnios (Mark 7.20-23). Não consintamos que o ímpio tenha sucesso em sujar nosso coração, deixando-o na mais completa trevas, e portanto, incapaz de perceber que podem estar a tropeçar em algo valioso.

Embora leis tenham seu valor, elas devem ser apenas um referencial para guiar os novos na fé a Cristo (Gálatas 3.24,25). Todavia, o alvo supremo é a comunhão direta com Cristo, ouvido direto de Sua boca a decisão correta a ser tomada em cada situação que vivemos.

Em suma: a Igreja anda em novidade de vida (Rm 6.4), esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante dela, prosseguindo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.13,14).

6ª - Tudo o que ela faz é conforme o que ela ouve e vê de Jesus, movida pelo Seu poder e visando conhecê-Lo melhor

  • E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.” (Apocalipse 21.6).

 

Jesus, não só é o Princípio (Verdade) e o Fim (a Vida eterna 1João 5.20), mas também o Caminho que conduz à Verdade e à Vida:

 

·        “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6).

 

Isto é compreensível:

 

·        “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” (Colossenses 1.16,17).

·        “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Romanos 11.36).

 

Isto significa que a Igreja só tem autorização para agir:

 

·       após ouvir a orientação de Jesus. Who doesn’t wish to be devoured by the fire of the Creator, needs to recall that Jesus is the First (Revelation 22.13);

·       do jeito que Jesus orientou. Não temos o direito de fazer as coisas do nosso jeito, de acordo com os métodos do mundo;

·       visando unicamente conhecer Jesus melhor e glorificar Seu nome. Jamais devemos buscar Jesus por interesses pessoais, visto que devemos perder nossa vida neste mundo para achá-la em Cristo (Mt 10.39; Cl 3.3).

 

7ª - Está sempre pronta para alimentar e saciar gratuitamente a sede espiritual de quem desejar

  • “E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.” (Apocalipse 21.6).

 

A Igreja obedece à determinação do Criador:

 

·        “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mateus 10.8).

 

Ninguém tem o direito de cobrar para louvar, pregar o evangelho, orar, etc. Primeiramente, porque quem realmente executa a obra é o Espírito Santo. Além disto, quem dá a mensagem ao profeta or capacita alguém para entender e pregar o evangelho, para louvar com unção, é Ele:

 

·        “Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?” (1Co 4.7).

 

E se alguém parece ungido ou espiritual e não obedece a Escritura Sagrada, que este seja ignorado (1Co 14.38) porque nele não há luz:

 

·        “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.” (Is 8.20).

 

E o evangelho é para ser pregado para todos persistentemente, em tempo e for a de tempo, reprovando, repreendendo, exortando com toda longanimidade e doutrina (2Tm 4.2). Não importa se a pessoas parece ser resistente ao evangelho ou está num estado que parece impossível compreender a mensagem de Jesus:

 

·        “...pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.” (Rm 9.16).

 

Resumindo: a Igreja não retém a fé em Jesus mostrando favoritismo (Tg 2.1), nem pregando ou ensinando por torpe ganância (Tt 1.11).

8ª – Ela não se deixa vencer pelas tentações mundanas

  • “Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” (Apocalipse 21.7,8).

 

A Igreja sempre enfrenta com ousadia as maquinações do inimigo para fazer as coisas funcionarem (Pv 28.1):

 

1.  A Igreja não se intimida diante dos escárnios, perseguições, pressões, ameaças e até punições dos ímpios (Dn 3.17-21; 6.13-17). Nem mata os indivíduos que assim procedem. Ela se mantém confiante, sempre orando, consagrando, evangelizando e vivendo o evangelho;

2.  A Igreja não naufraga na quando o mundo parece prestes a desabar sobre sua cabeça. Antes sempre conserva a fidelidade e a boa consciência (1Tm 1.19) ao invés de usar os conceitos e valores do mundo para resolver os problemas;

3.  A Igreja não pratica abominação, ou seja, ela não tenta promover intrigas (como fará o anticristo – Dn 8.23) a fim de alcançar privilégios e recursos, nem tenta ser superior aos outros;

4.  A Igreja não fornica com outros deuses, nem tenta resolver seus problemas conjugais e sexuais com alguém que não foi escolhido pelo Criador para ser seu cônjuge. Não tenta se saciar sua carne sem assumir aliança com o Criador junto a este indivíduo;

5.  A Igreja não tenta violentar o Criador com “feitiçaria cristã”, a saber, praticando rituais que visem convencê-Lo (e até obrigá-Lo) a fazer o que ela deseja. Antes, ela procura conhecer a vontade do Criador e se submeter a ela.

6.  A Igreja não idolatra, ou seja, não confia nos poderosos e poderes deste mundo para resolver seus problemas (Sl 20.7; 147.10,11). Jesus é Seu único Senhor, Salvador e Tesouro (Gn 15.1).

7.  A Igreja não pratica a mentira, ou seja, nunca tenta enganar alguém para se ver livre de uma situação difícil e constrangedora, muito menos para privar o outro do que lhe é de direito. Antes, ela sempre diz a verdade, mesmo sabendo que pode ser importunada, molestada ou punida.

9ª - Ela não se ostenta; antes, é humilde debaixo da mão poderosa do Criador (Tg 5.5-7)

  • “E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.” (Apocalipse 21.10).

 

João foi transportado para um grande e alto monte a fim de ver com precisão toda a grandeza e glória da Nova Jerusalém. A mesma coisa fez Ha-Satan com Jesus, só que com um propósito diferente. E a semelhança da frase “E levou-me em espírito a um grande e alto monte” (ARC) com a frase “E levou-me em espírito a um deserto”, também serve para acentuar ainda mais o contraste entre Grande Babilônia e a Noiva do Cordeiro.

Note que a Igreja não desce por vontade própria, mas como embaixatriz do Criador (ver 2Co 5.18-20). Ou seja, ela não tenta forçar uma igualdade, mas é o próprio Criador quem a promove, exaltando ou humilhando de acordo com a necessidade (Ez 17.24; Dn 4.17,25).

O monte alto sobre o qual a Nova Jerusalém será construída e que encherá toda a terra é Jesus (Dn 2.35; Mt 16.18).

10ª - Tem a glória do Criador

  • “E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente.” (Apocalipse 21.11).

 

A cidade-templo que desceu do céu, embora seja literal, também representa a Noiva do Cordeiro.

“Quem” ou “o que” a Igreja foi antes de se tornar a Noiva do Cordeiro?

 

·       Não possuía um parente nobre ou poderoso de quem se vangloriar;

·       Sua linhagem não era real, mas vil e desprezível;

·       Não tinha beleza, nem formosura;

·       Não tinha bondade, nem capacidade para amar e, portanto, ela era alguém indigna de ser amada (Rm 3.9-18);

·       Não tinha recomendação pessoal ou familiar;

·       Era estrangeira (Ef 2.12, cativa do pecado e rebelde (Rm 7.13-21; Ef 2.1-6; Cl 1.21)).

 

Após a operação de Jesus, ela passou a ser capaz de receber e refletir toda a beleza da glória e santidade de Cristo (Sl 29.2; 96.9).

11ª - É a luz do mundo (Mt 5.14-16)

·       “e tendo a glória de Deus. O seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.” (Ap 21.11 – TB1917).

 

De igual modo, sendo jaspe uma pedra cristalina, ela reflete com pureza a luz que sobre ela incide, sem modificá-la. A Nova Jerusalém, como um todo, tem esta característica. Todos nós devemos resplandecer a luz de Cristo (Jo 8.12) com exatidão e pureza melhor do que astros no mundo (Fp 2.14,15), ou seja, como quem não concentra a luz numa única direção. A ideia é que todos vejam e se beneficiem (Mt 5.14-16), e não apenas aqueles que queremos. A grande virtude é conservarmos o caráter de Cristo, mesmo em meio a situações adversas. Não devemos esperar recompensa por agirmos corretamente. Antes, nossa recompensa deve ser a de mostrar a todos o quão firme é o caráter do Eterno.

Não adquirirmos conhecimento para arbitrarmos, mas para servirmos a quem quer que deseje a verdade e que Jesus coloque na nossa vida para servirmos.

Quem faz acepção de pessoas, está se comportando como juiz e, obviamente, tomado de maus pensamentos. Não há motivo para negarmos algum benefício a alguém que deseja algo realmente bom (mesmo porque, são poucos os que infelizmente, desejam isto). Na verdade, quando este mundo nega algum benefício a alguém, é porque tal coisa é má, ou seja, estimula a carne do indivíduo no sentido de uns terem privilégio sobre os outros. Daí a divisão da sociedade em classes sociais e, obviamente, a acepção de pessoas (Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; Tg 2.1,9; 1Pe 1.17).

12ª – É perfeitamente separada e protegida deste mundo

  • “E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel.” (Apocalipse 21.12).

 

Espiritualmente, este muro representa dupla proteção para a Igreja:

 

·       Considere que Jesus é poderoso para nos guardar de tropeçar (Jd 24; 1Co 10.13) e guardar o nosso depósito (2Tm 1.12) até o dia que Ele vier nos buscar. Ele nos guarda em Sua mão (Jo 10.28,29).

·       Jesus é nosso advogado (1Jo 2.1). Ele nos concede todos os recursos necessários (a saber, toda sorte de bênçãos espirituais nos lugares celestiais – Ef 1.3):

o   Seus dons (Ef 4.8);

o   Seus talentos (Mt 25.14,15);

o   Seu corpo (a Igreja – Jo 6.51-57);

o   Seu Espírito (Jo 16.8);

o   Sua graça e misericórdia (Hb 4.16);

o   Seu fruto (Gl 5.22);

o   Sua armadura (Ef 6.10-18);

o   Todas as coisas que dizem respeito à vida e piedade (2Pe 1.3);

 

Na antiguidade, o muro tinha quatro propostas:

 

1.  Definição: a posição da Igreja em relação ao mundo deve ser bem definida.

2.  Limitação: muro é para fechar o povo em torno de um limite, a fim de que a Igreja não seja em bando de andarilhos vagando sem rumo e destino como espíritos imundos. A Igreja, embora seja estrangeira e peregrina neste mundo (1Pe 2.11), ela está no Caminho e com um destino: habitar para sempre com Jesus.

3.  Defesa: para impedir a invasão de lobos devoradores cruéis que não poupem o rebanho (Mt 7.15; At 20.29);

4.  Separação: previne que indivíduos que andam desregradamente entrem e saiam sem qualquer restrição. Só entra quem segue os mandamentos do Criador revelados no Testamento da Lei, mas do ponto de vista da Aliança do Favor do Eterno.

 

Contudo, a Igreja possui doze portas, ou seja: seus membros não estão ali por falta de opção (por não ser possível sair); e, os fora não estão ali porque não há possibilidade de entrar (o problema é que eles não querem seguir as leis que os possibilita a interagirem dentro dela).

Note que não cabe à Igreja defender a si própria. É o Criador quem nos justifica e protege (Rm 8.32), e não nós mesmos (ver 1Sm 25.39). O muro é construído pelo próprio Eterno, de modo a conceder Seus bons olhos aos de fora (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36; Tt 1.15; Ap 3.18) e manter Seus bons olhos nos de dentro.

O muro serve para mostrar que a Igreja não pode ter em contato com o mal. Trata-se da capacitação de Cristo para que os Seus para sejam contaminados quando evangelizando. Afinal, não cabe à Igreja ficar desprezando com a desculpa que é para não se contaminar. Cada um deve se sujeitar a Cristo (Tg 4.7) e deixar que Ele use o anjo que está acampado ao nosso redor para decidir quem deve se aproximar ou não (Sl 34.7).

Muro implica em separação. O muro ser grande (espesso) e alto implica em extrema proteção, segurança. Por outro lado, as portas abertas de contínuo (Ap 21.25) implica em liberdade. A Igreja é livre (2Co 3.17), mas ao mesmo tempo segura. Mas segura contra o quê?

Contra a possibilidade de perecer na fé. O muro indica a proteção interior, um incentivo para permanecer contemplando os lugares celestiais (Ef 2.6), ao invés de fitar os olhos no mal e ser obrigado a implorar o favor de homens insensatos e sem coração.

Aquele crente que é parte do muro serve para tirar a liberdade do indivíduo para o mal, para que este não faça o que quer, mas o que Jesus quer (Gl 5.16,17). O muro guarda os de dentro dos de fora; o anjo impede os de fora de entrarem indevidamente.

13ª - É livre interiormente, dentro dos limites estabelecidos pelo Criador

·       “Tinha um muro grande e alto. Tinha doze portas e junto às portas doze anjos, e sobre elas nomes escritos que são os da doze tribos dos filhos de Israel.” (Ap 21.12).

 

Espiritualmente, Jesus é a porta (Is 28:16; 1Pe 2:4-5; Is 26:1; Jo 14:6). Cada um que tem Jesus no coração é como uma porta do Criador. Eles estão sempre abertos, confiando no Criador que acampa Seu anjo para protegê-los (Sl 34.7). A porta aberta representa perfeita paz, liberdade e possibilidade de entrar.

A presença dos anjos, por outro lado, representa segurança inteligente, não baseada em sabedoria humana e mundana, mas Naquele cujos caminhos são mais altos do que os nossos caminhos, e cujos pensamentos são mais altos do que os nossos pensamentos (Is 55.9).

Ou seja, a segurança não está em força e poder mundanos, mas na força do amor que move anjos a se acamparem junto aos servos do Eterno (Sl 34.8) pelo prazer de poder conhecer o Criador melhor (Ef 3.10; 1Pe 1.12).

Note que é um anjo para cada porta, o que implica em segurança pessoal (e não coletiva). Isto lembra Gênesis 3.24, quando o Criador colocou querubins ao oriente do Jardim do Éden para guardá-lo (Gn 3.24).

É o Eterno quem nos justifica e protege (Rm 8.32), e não nós mesmos (ver 1Sm 25.39).

Fique claro que porta é tão somente uma abertura retangular para indicar uma mudança de contexto (lado de fora e lado de dentro), bem como a possibilidade de mudança.

Sem porta: quem está dentro é obrigado a obedecer; quem está de fora não tem possibilidade de salvação. No entanto, a porta aponta para a possibilidade de alguém se desviar (tal como se deu com Ha-Satan), bem como a possibilidade de conversão e transformação.

E o que permite esta transição é a carne (tal como a carne de Jesus era o véu do tabernáculo – Hebreus 10.21):

 

·       As concupiscências da carne que levam quem crê a desviar e quem não crê a permanecer distante do Criador;

·       É a crucificação da nossa natureza carnal (o morrer nossa natureza terrena – Gl 2.20; 6.14; Cl 3.5), a qual é operada por Cristo de alto a baixo (Fp 2.12,13; Cl 2.11), que nos permite acesso livre ao Reino dos Céus;

 

Quando o indivíduo ainda não se converteu ao Criador, o pecado se comporta como uma porta maciça que lacra a abertura do coração (a porta, que é Cristo e que deveria servir-lhe de liberdade, para a entrada de Cristo e Sua Igreja – 2Co 3.17). Só se consegue entrar na vida deste indivíduo por outra parte, a saber, invadindo, seja pelas janelas da alma (olhos, sedução) ou arrombando seus muros através do medo, do despertar dos desejos da carne ou da promessa de ser independente e ter todos sob controle.

Contudo, quando o indivíduo é convertido a si mesmo, esta porta do pecado é derrubada e o indivíduo volta a ser livre.

Sei que isto parece esquisito. Contudo, na oração do Pai Nosso nós pedimos ao Criador para trazer o reino Dele até nós. Se fosse para nós nos convertermos a Cristo e caminharmos com Ele rumo ao céu, a oração deveria ser “leva-nos ao Teu reino”.

Além disto, em Apocalipse 3.20, Jesus diz que está à porta do nosso coração batendo. Logo, não precisamos ir até Ele: Ele está sempre à porta tentando entrar. Jesus é o Bom Pastor e, ao mesmo tempo, a porta (abertura) do nosso coração (João 10.7,11). Ele só não entra porque esta liberdade que Jesus nos deu em Si mesmo (porta, abertura) foi fechada pela porta maciça do pecado.

Logo, o indivíduo, ao invés de ser egoísta (viver pensando em tudo e todos), deve ser convertido a si mesmo, aceitando o reino do Criador dentro de si (Lc 17.21). Você pode questionar: “mas a Escritura Sagrada diz para nos convertermos a Cristo” (2Co 3.16; 1Ts 1.9).

Correto. Mas como fazemos isto? Não é indo em direção ao céu, mas nos abrindo para Jesus, de modo que possamos viver o céu aqui na terra dentro de nós. Tanto é assim que o filho pródigo se arrependeu quando ele caiu em si (Lc 15.17). E o pai deste jovem foi claro: “tinha-se perdido, e achou-se” (Lc 15.32).

De modo que, quando o indivíduo passa a fazer parte da Igreja do Criador, ele é batizado com Cristo em Sua morte (Rm 6.4-7). A partir de então, não existe mais obstáculo fechando a porta da Igreja (como havia o véu no tabernáculo). Lembrando que Jesus é a porta (o espaço que permite a entrada e saída) das ovelhas e Seu anjo, o porteiro (ver Jo 10.3,7).

A Igreja precisa estar aberta para todos, confiando que o Criador só permitirá entrar quem andar nos Seus caminhos e observar Sua ordenança (Zc 3.7), e isto para:

 

·       Trazer o julgamento e juízo de Cristo a nós, visto que são através deles que os moradores do mundo aprendem a justiça (Is 26.9);

·       Servir de guarda para o bom depósito do Criador em nós (2Tm 1.14);

·       Ter livre acesso entre os que Jesus colocou dentro de nós, a fim de comunicar conosco algum dom (ver Rm 1.11; Fp 4.15).

 

Quanto ao nome das doze tribos de Israel nas portas, isto mostra que a graça não anula o propósito da lei, mas a completa e aperfeiçoa. Só é permitido entrar no corpo de Cristo quem obedece aos propósitos (não os preceitos) da Escritura Sagrada que estão registrados no Antigo Testamento. Afinal, só pode ter acesso à graça quem já aprendeu a se submeter ao Criador.

Quanto às portas abertas, é importante ficar claro que o Eterno nunca projetou casa (e obviamente portas, janelas, muros, etc.). No Éden, após criar todas as coisas, o Eterno deixa claro que tudo que fora criado era muito bom (Gn 1.31), perfeito. O Eterno descansou, no sétimo dia, na perfeição da Sua obra (Gn 2.2) e não havia casa nem algo do gênero. Afinal, o objetivo do Eterno sempre foi gerar uma única família (Ml 2.15) sem qualquer barreira de separação.

O muro é um mal que passou a ser necessário por causa do pecado. A ideia é mostrada abaixo:

 

·        “Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? O que anda em justiça, e o que fala com retidão; o que rejeita o ganho da opressão, o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue e fecha os seus olhos para não ver o mal.” (Is 33.14,15).

 

Embora a porta do nosso coração deve permanecer aberta, ainda assim devemos estar cercados pelo muro de fogo do Eterno (Zc 2.5) e com os anjos guardando as portas do nosso coração para que não vejamos nem ouçamos o mal. Nossos olhos precisam permanecer bons (na bondade – Mt 6.21-23). Apenas o brilho da glória do Eterno na vida dos anjos, somado o brilho do jaspe do muro, faz com que o brilho deste mundo seja apagado e ninguém pense em sair fora de si (abandonar seu “principado”) para ir após outra carne, ministério, etc., que nada tem a ver com o projeto do Eterno para si.

Todavia, devemos estar prontos para receber quem realmente deseja conceder ao Criador sua glória e honra (Ap 21.24-27; ver Jr 15.19).

Enfim, considerando que a Nova Jerusalém é a Igreja, parte dos que creem faz parte do muro e parte, da porta.

Para quem faz parte do muro da Igreja, seu papel é estar perfeitamente ajustado e grudado com as demais pedras vivas vizinhas a ela, de modo a não haver possibilidade de ser dali arrancado e, com isto, ficar sofrendo isolado e deixando exposto uma brecha que pode ser fatal à Igreja. Ou seja, este tipo de seguidor de Cristo foi levantado para proteger os irmãos.

Para quem não faz parte do muro, tal proteção está disponível, o que lhes permite se entregar sem reservas nas mãos do Criador para chamar os pecadores ao arrependimento (Mt 9.12,13; Lc 15.7)

Se você aceitar viver a vida de Cristo, ou seja, deixar que Ele viva a vida Dele em ti (Gl 2.20), te dispondo nas mãos Dele que veio para salvar os pecadores (ver Lc 15.7), mesmo correndo o risco de ser afligido (1Pe 3.8,9; 4.12-19), certamente terás esta dádiva na tua vida.

Enfim, o crente muro tem que servir para impedir o mal de entrar, mas ao mesmo tempo manifestar a glória do Criador dentro para que ninguém encontre motivos para apostatar da fé.


14ª - Não faz acepção de pessoas. Está sempre aberta de todos os lados para o bem (Dt 10.17; 16.19; 2Cr 19.7; Jó 13.10; 32.21; Ml 2.9; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; Tg 2.1,9; 1Pe 1.17)

  • “Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas.” (Apocalipse 21.13).

 

O crente porta constitui uma abertura no muro rígido que permite a ligação da Igreja com o mundo. Trata-se dos evangelistas que dão abertura para o próprio Cristo se manifestar aos que estão de fora e, ao mesmo tempo, dão espaço para Jesus trazer os que aceitaram Sua salvação para dentro.

Para você que é porta, não julgue ninguém (Mt 7.1). Não faça acepção de pessoas (Dt 10.17; 16.19; 2Cr 19.7; Jó 13.10; 32.21; Ml 2.9; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25). Mantenha comunhão com o “muro da cidade”, sempre confiando nos anjos que o Eterno designou para acamparem ao teu redor (Sl 34.7) e decidir quem entra ou não. Não deixe teu arbítrio interferir e, com certeza, você permanecerá puro, mesmo abrindo-te para todo aquele que o Eterno trouxer a ti (Mt 25.34-46; Ap 3.20). Sobretudo, aprenda a ouvir a voz do Pastor (Jesus – Ap 3.20; Jo 10.2,3).

Para você que não é porta, permaneça dentro da Nova Jerusalém acolhendo quem entra, mesmo que tal indivíduo não pareça ser agradável. Confie que o anjo só deixará entrar quem realmente for para ser trabalhado por Jesus.

Há diferentes modos de aproximação (intelectual e moralmente):

 

·       Uns sairão do misticismo oriental;

·       Outros sairão do rico e refinado mundo europeu;

·       Outros sairão da ignorância ocidental;

·       Outros sairão da selva e pobreza africana.

15ª - A santidade não é arbitrária, mas fundamentada naquilo que Jesus é e faz

  • “E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” (Apocalipse 21.14).

Espiritualmente, no Antigo Testamento cada homem escolhido por Josué teve que carregar uma pedra em favor da tribo por ele representada (Js 4.4-9). Agora, cada seguidor de Jesus é uma pedra viva (1Pe 2.5), colocada pelo próprio Jesus na Sua cidade santa (Mt 16.18).

Os nomes dos doze apóstolos (e não apenas Pedro) foram colocados nos fundamentos do muro da cidade (embora os irmãos em Jerusalém consideravam apenas Pedro, Tiago e João como colunas – Gl 2.20). Ou seja, o muro da cidade está fundamentado em cima daquilo que Jesus foi e fez na vida dos Seus doze apóstolos, sendo o próprio Jesus a pedra angular. De modo que nossa fé deve estar fundamentada naquilo que Jesus manifestou na vida dos apóstolos.

Vem a questão: mas Paulo não disse que somos edificados sobre o fundamento dos apóstolos e “profetas” (Ef 2.20)? Por que não se vê o nome dos profetas escrito? Porque Jesus é o cumprimento de todas as profecias, bem como Aquele que veio para cumprir as profecias (Mt 5.17).

A palavra dos profetas deveria ser observada até o indivíduo conhecer Jesus. (ver 2Pe 1.19). Após isso, a prática do indivíduo deve estar baseada no que o Espírito Santo ministra, cujo ensino é fundamentado no ensino dos apóstolos.

A Igreja se santifica (se separa do mundo para ser usada exclusivamente pelo Criador), não em virtude de preceitos religiosos (rigor ascético – como em Cl 2.18-23) ou para tentar conseguir (ou garantir) a salvação, mas sim por não ter que perder tempo com aquilo que não edifica (ver Jo 14.12; Ef 4.29; 5.14-17; Cl 4.5).

Se andarmos na luz com Jesus (1Jo 1.7), teremos comunhão uns com os outros e seremos livres das trevas e de toda contaminação (1Jo 2.9-11), a saber, seremos purificados dos pecados dos indivíduos com quem entramos em contato. Se o sangue de Jesus nos purificasse apenas dos nossos pecados, estaríamos sempre nos manchando e contaminando ao entrar em contato com a lepra espiritual (pecado) dos outros.

Quando a Escritura Sagrada diz que temos pecado (1João 1.8-10), está se referindo aos pecados dos outros que levamos conosco (tal como acontecia acerca dos levitas que levavam a iniquidade dos filhos de Israel - Êx 28.38; Lv 10.17; Nm 18.1,23). A ideia é que Jesus nos use para cumprir a promessa de Isaías 53.4-6: levar sobre Si as iniquidades das pessoas.

A partir de então, não precisaremos temer a entrada na nossa vida de nada que contamine ou cometa abominação e mentira (Ap 21.27). Poderemos deixar a porta da lei da condenação e da morte (2Co 3.7,9) aberta na nossa vida (ou seja, poderemos abrir mão de nosso arbítrio), pois teremos bons olhos (Mt 6.22,23; Lc 11.33-36). E, como é bem sabido, para quem os tem, nada é contaminado ou impuro (Tt 1.15).

Os fundamentos dos apóstolos (e profetas) implica na vida que cada um viveu em prol de testificar Cristo e Sua Palavra. Um dos fundamentos contém o nome de Judas, o qual representa a traição (1Tm 1.15,16). Porém, quem estará julgando Israel na cadeira de Judas é Paulo, o qual é o traidor arrependido. O fato de cada um ser constituído de uma pedra preciosa implica que cada discípulo tem um testemunho de vida diferente, mas que é precioso aos olhos do Criador e, sobretudo, doze sólidas confirmações de que não é apenas Jesus isoladamente quem consegue refletir a glória do Criador presente em Sua Palavra. O que eles viveram e venceram servem de apoio para o muro da defesa contra o esfriamento na fé e as investidas de Ha-Satan.

Contudo, os fundamentos não são vistos, pois estão rodeados por pedras preciosas. Isto nos ensina que, o que nós devemos enxergar não é a vida destes grandes homens e mulheres do Criador, mas toda a multiforme graça e sabedoria de Jesus que é possível ser vista através do que eles viveram e na vida daqueles que foram diretamente influenciados por eles. Ou seja, eles não são exemplos a serem seguidos. Só Jesus é o nosso exemplo.

Para quem faz parte do fundamento, sirva este de suporte na vida dos indivíduos que o Criador acrescenta à Sua Igreja (At 2.46).

Para quem não é fundamento, aceite ser suportado (Hb 13.7; Gl 6.6).

Mas afinal, quais são os doze fundamentos da fé em Cristo?

 

Primeiro fundamento: “ser conhecido por Jesus”:

 

·        “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.” (2Tim 2.19).

 

Segundo fundamento: “o arrependimento de obras mortas”:

 

·        “Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,” (Hebreus 6.1).

 

Terceira fundamento: é “a fé”:

 

·        “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” (Hebreus 11.1).

 

Quarto fundamento: “a bondade”:

 

·        “A fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós ( para não dizermos vós ) deste firme fundamento de glória.” (2Cor 9.4).

·        “Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.” (1Tm 6.18,19)

 

Quinto fundamento: “o amor”, visto que Jesus é Deus e Deus é amor (1John 4.8,16).

 

·        “For other foundation can no man lay besides that which [is] laid, which is Jesus Christ.” (1Cor 3.11).

 

Sexto fundamento: “justiça e julgamento”:

 

·        “Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.” (Psalms 89.14).

·        “Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono.” (Salmo 97.2).

Sétimo fundamento: “perdoar um ao outro” ou, se preferir, “suportar uns aos outros”.

 

·        “Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,” (Efésios 4.2).

·        “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.” (Colossenses 3.13).

 

Oitavo fundamento: “mansidão”. Como eu concluí isto?

 

1º - É necessário buscar a justiça e a mansidão a fim de que possamos fazer com eficácia a obra do Criador e manifestar o Seu juízo:

 

·        “Buscai ao SENHOR, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira do SENHOR.” (Sf_2:3).

 

2º - Em Sua majestade o Criador monta a fim de estabelecer a verdade, mansidão e justiça junto:

 

·        “E neste teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da verdade, da mansidão e da justiça; e a tua destra te ensinará coisas terríveis.”. (Psa_45:4).

 

3º - mansidão é algo do qual nós necessitamos nos revestir e seguir:

 

·        “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;” (Col_3:12).

·        “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” (1Tim 6:11)

 

4º - mansidão deve determiner nossa caminhada e o caminho pelo qual nós devemos receber a Palavra de Jesus em nós:

 

·        “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,” (Ef 4:1,2).

·        “Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas.” (Tg 1:21)

 

5º - mansidão deve caracterizar nosso modo de relacionar com as pessoas que Jesus põe em nosso caminho:

 

·        “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.” (Gl 6:1)”.

·        “Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade,” (2Tm 2:25).

·        “Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens.” (Tt 3:2).

·        “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.”. (Tg 3:13).

·        “Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,” (1Pe 3:15).

 

6º - a mansidão de Jesus (Mt 11.29) é o que nos faz grande:

 

·        “Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu.”. (Sl 18:35).

 

Nono Fundamento: é “bondade”. Uma vez que bondade conduz ao arrependimento, o qual é um dos fundamentos daqueles que são de Cristo, consequentemente bondade é uma fundação também.

 

·        “Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?” (Rm 2.4).

 

Décimo fundamento: “a paz de Cristo”:

 

·        “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Fp 4.7).

·        “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.” (Cl 3.15).

 

Décimo primeiro fundamento: “a felicidade”:

 

·        “Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do SENHOR é a vossa força.” (Ne 8.10).

·        “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.” (Fp 4.4).

·        “Regozijai-vos sempre.” (1Ts 5.16).

·        “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.” (Hc 3.17,18).

 

Décimo segundo fundamento: “ouvir a voz de Jesus e obedecer”:

 

·        “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” (Mt 7.24-27).

·        “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).

16ª – É zelosa com zelo do Criador (Nm 25.11-13; Gl 4.18; Tt 2.14; 1Pe 3.13; Ap 3.19). Não faz nada relaxadamente (Jr 48.10)

  • “E aquele que falava comigo tinha uma cana de ouro, para medir a cidade, e as suas portas, e o seu muro.” (Apocalipse 21.15).

 

É claro que a justificação vem pelo Favor do Criador mediante a fé (Ef 2.8,9). Todavia, isto não é ocasião para a pessoa relaxar (mesmo porque o Criador abomina trabalho relaxado), mas sim para fazer tudo com perfeição (ver Mt 5.48).

Por fim, não devemos deixar passar as seguintes considerações:

 

1º -   Note como, apesar de toda cidade ter sido medida, há uma ênfase ao muro (cidade inclui muro);

2º -   Repare que, apesar de ser mencionado o muro, é mencionado também as portas que estão no muro;

3º -   A Nova Jerusalém é comparada com uma noiva porque, ao descer do céu para ficar entre o povo, lembra muito o que se dá num casamento. Ou seja, trata-se de Jesus vindo para se unir definitivamente com Seu povo, conhecido por ter renunciado tudo que o mundo diz que é bom para buscar, não apenas o que o Criador tem de bom para dar, mas sim a própria Bondade em pessoa.

17ª - É uniforme de fora, mas multiforme em sabedoria (Ef 3.10) e graça (1Pe 4.10) em seu interior

  • “E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e altura eram iguais.” (Apocalipse 21.16).

 

Tal como a Nova Jerusalém, nós devemos ser equilibrados. Cada um deve ter sua largura, comprimento e altura. E estes precisam ser iguais. Alguns, porém:

 

·       se isolam demais em sua altura, pensando só no espiritual e negligenciando o corpo e alma;

·       são isolados no comprimento, ou seja, vivem de aparência, pensam em obras, muitas e grandiosas, mas negligenciam a espiritualidade e leis;

·       preferem se concentrar na largura, ou seja, são pessoas que pensam muito em qualidade, mas se fecham neste pequeno grupinho. Não se expandem. Se cercam de cuidados, a ponto de não deixarem Jesus controlar tudo. Valorizam teoria, conhecimento.

 

Aqui neste mundo, nunca existe o absoluto. Se alguém se destaca em alguma coisa, o tal é definhado em outras áreas. Na Nova Jerusalém, contudo, a Igreja é rica, cheia, forte e completa em todos os ângulos.

Esta extrema precisão de igualdade é para nos ensinar que, com o Criador não há dois pesos e duas medidas (Pv 20.10). Ele não faz concessões. Embora Jesus ame a todos e recebe todos quantos o Pai traz a Ele (Jo 6.44,45), Ele veio chamar apenas aqueles que estão dispostos a se arrependerem (Mt 9.12,13), que já estão cansados de serem pecadores compulsivos vivendo uma vida vazia de significado num mundo de vaidade (Mt 11.28,29); e a Igreja verdadeira não abre mão da verdade em prol da unidade.

Mas afinal, qual o significado de uma cidade com comprimento, largura e altura iguais a 180Km? Isto representa a simetria, perfeição, vastidão e completude da Igreja, algo que vai muito além de tudo que alguém precisa (1Co 2.9; Ef 3.20), de modo que ninguém precisa sair dela esperando encontrar algo melhor.

18ª - Só permite a entrada de quem realmente quer Jesus em sua vida, a saber, tudo aquilo que Ele é.

  • “E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo.” ” (Apocalipse 21.17).

 

Se, por um lado, na Jerusalém terrena, apenas o santuário é medido (nem mesmo o átrio exterior do templo é tido em conta), na Nova Jerusalém toda ela é medida, até nas mínimas coisas, o que mostra o cuidado do Criador.

Infelizmente, na nossa sociedade, deixar a pessoa à vontade é prova de amor. Entretanto, esta liberdade significa falta de cuidado. Tudo que é importante, para ser bem feito, é construído com base em normas bem rígidas. Quanto mais rígida é a norma, mais bem feito é o objeto.

Ou seja, o fato de a Nova Jerusalém ser medida de homem, isto é, de anjo, indica que o verdadeiro homem é mensageiro do Criador. Ou seja, tal pessoa não mede as coisas por medir, mas sempre no sentido de comunicar algo do Criador. Não desvia, nem para a direita, nem para a esquerda (Js 1.6-8).

Logo, nós não devemos fazer nada antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá do Criador o louvor (1Co 4.5).

 

·        “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” (João 7.24).

19ª - Manifesta a sabedoria do Criador por onde passa, sem jamais atrair a atenção das pessoas para si

  • “E a construção do seu muro era de jaspe, e a cidade de ouro puro, semelhante a vidro puro.” (Apocalipse 21.18).

O muro de jaspe implica em firmeza e brilho. Ele é grande também para que a beleza da glória do Criador possa ser refletida a longas distâncias (Is 9.11; Hc 2.14) e, ao mesmo tempo, impedir que os de dentro tenham o desprazer de ver outra coisa, senão a glória do Criador.

Embora o ser humano não seja robô, todos eles são pedras cortadas conforme o único modelo de referência: a pedra angular. Toda a cidade é de pedra transparente, ou seja, não há nada para esconder, nada para ser mantido em segredo. Tudo será aberto a todos porque não há nada vergonhoso ou egoísta.

João usou o que este mundo considera riqueza para descrever a Nova Jerusalém a fim de manifestar o verdadeiro valor santidade, pureza e fé (1Pe 1.6,7) na vida de quem crê em Jesus.

A cidade é feita de um material resistente, precioso, brilhante, mas que, ao mesmo tempo, não obstrui a visão de ninguém. Isto nos ensina que, nos relacionamentos da Igreja, não existe corrupção, nem nada encoberto, mas a glória do Eterno é refletida em cada gesto, fala ou ato, por menor que seja.

Um indivíduo não impede a visão dos demais. É sempre valioso para quem dele se aproxima (como ordena Cl 4.6), mas nunca impede que este enxergue o valor dos demais que o rodeia. Pelo contrário: seus pensamentos e sentimentos despertam em cada um maior interesse pelos demais (algo que o mundo luta para não acontecer).

João viu pessoas vestidas com a “couraça” da justiça (Ap 19.8) e cingidas com a “verdade” (ouro simboliza a verdade – ver Pv 2.3-5; 3.13-15). Tais pessoas, embora sejam muito valiosas por refletirem a sabedoria do “Sol” da justiça (Ml 4.2; Fp 2.14,15) de um modo não perecível (vale lembrar que fé provada é mais preciosa que o ouro perecível – 1Pe 1.6,7), nunca usam as riquezas para promoverem-se, mas para facilitar a caminhada das pessoas, sem jamais ocultar o que existe dentro de si, à sua volta e embaixo de si (incluindo sua real motivação).

Todos ao olharem para cada edifício da cidade santa (1Pe 2.4,5), verão o brilho da glória do Eterno refletida, bem como os indivíduos que dentro dele estão. Isto nos ensina que, o que trará glória a cada irmão na Nova Jerusalém não é a beleza da sua formosura (a qual fez Ha-Satan cair – Ez 28.18), mas sim o amor dos indivíduos que dentro dele se encontram, bem como a possibilidade de refletir quem o Eterno é.

20ª - É fundamentada na fé que se tem no caráter de Cristo e adornada das pessoas que dela fazem parte

  • “E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; o quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista.” (Apocalipse 21.19,20).

 

Quando o bem na vida daqueles que amam Jesus fica evidente ao se ajuntarem todas as experiências vividas (Rm 8.28), cada pedra preciosa reflete a luz que vem do Criador e do Cordeiro de uma maneira peculiar, especial, mostrando toda a beleza que há na palavra do Criador.

Pedras preciosas:

 

·       são as coisas mais fortes da terra e, talvez, as mais velhas;

·       nada é tão puro e claro neste mundo como pedras preciosas;

·       nenhum outro objeto é tão livre de corrupção e degradação, tão além do alcance de mancha por dentro;

·       nada há tão ricamente colorido, semelhante ao arco-íris em cor e, contudo, bem visto através deles;

·       são ótimos para obter e dar luz.

 

Enquanto que o esplendor da Grande Babilônia (Ap 18.12) estava na cabeça (exaltação, soberba), na Nova Jerusalém está no fundamento. Ou seja, a Igreja não investe em obras (as quais não trazem salvação nem pra quem as pratica, nem para quem é beneficiado por elas), mas no caráter. O que há de mais precioso, resistente e belo fica encoberto para que toda glória seja dada ao Eterno e não haja divisão no corpo.

O fundamento normalmente está coberto (veja Ez 13.14), por baixo (ver 2Sm 22.16; Jn 2.4; Mq 1.6). No entanto, como o ouro do chão era transparente, será possível enxergar os fundamentos através da vida dos filhos do Eterno.

E os fundamentos preciosos da cidade estavam ornados de pedras preciosas. Embora cada fundamento fosse de jaspe e representa a Palavra do Criador, doze grupos de indivíduos se reuniam, cada um em torno de um fundamento, manifestando uma característica especial da Escritura Sagrada (a saber, um fundamento da fé com Cristo).

Nova Jerusalém tem doze fundamentos -> “Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.(1Tm 6.19);

·       1 - Ser conhecido por Jesus -> “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.(2Tm 2.19).

·       2 - Arrependimento -> “POR isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,(Hebreus 6.1).

·       3 - -> “ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.(Hebreus 11.1)

·       4 - Jesus Cristo – amor -> “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.(1Co 3.11).

·       5 - Benignidade -> “A fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós ( para não dizermos vós ) deste firme fundamento de glória.(2Co 9.4).

·       6 - Justice and Judgement -> “Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.(Psalms 89.14).

·       Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono.(Psalms 97.2).

·       7 - Suportar uns aos outros -> “Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,(Ephesians 4.2).

·       Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.(Colossians 3.13).

 

Detalhe: quando os servos se sujeitam a seus senhores, procurando agradá-los em tudo sem contradizer, eles se tornam ornamento da doutrina de Cristo (Tt 2.9-10). Além disto:

 

·        “Mas eles calaram-se; porque pelo caminho tinham disputado entre si qual era o maior. E ele, assentando-se, chamou os doze, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos.” (Mc 9.34-35)

21ª - Igreja não é constituída de quem deseja entrar, mas sim daqueles que ouvem a voz do Criador, aceitam Seu chamado (Mt 11.27; Jo 1.12; 6.44,45; Ap 3.20) e serve de suporte e testemunho na vida daqueles que o Eterno coloca na vida deles

  • “E as doze portas eram doze pérolas; cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente.” (Apocalipse 21.21).

 

Estas portas de pérolas são formadas a partir da experiência difícil que nós vivemos e vencemos. As doze portas representam as doze formas de se ouvir a voz do Criador ou, se preferir, os doze tipos de chamados.

Considerando que todos devem servir de suporte (Rm 15.1; Ef 4.2; Cl 3.13) e lavar os pés uns dos outros (Jo 13.14), logo o que João viu foi um grupo de indivíduos repletos de fé e envolvidos por indivíduos amorosos, de modo que, juntos:

 

·       suportavam a fraqueza dos fracos (Rm 14.1; 15.1) até o Eterno fazer toda a limpeza na vida delas (Tt 3.4-6; ver Mt 22.12);

·       serviam de testemunho na vida daqueles que pensavam em se desviar (sair da cidade), de modo que tivessem tempo suficiente para enxergarem a bondade e misericórdia que estavam a rejeitar (Sl 23.6);

·       revelavam para quem estava entrando que a verdadeira riqueza da cidade é a perfeita unidade entre os membros.

 

Todos devem enxergar através da rua da cidade santa a fim de perceberem que o verdadeiro sustento não está na rua (nas pedras vivas que compõem o chão). Antes, a presença da rua é apenas para impedir qualquer contato dos pés com as imundícies deste mundo (daí Jo 13.14), para que a ira do Criador não lhes atinja (Nm 25.11-13) pelo pecado delas (At 7.60).

A Igreja aponta para a verdadeira firmeza da vida das pessoas, estando pronta para lavar os pés uns dos outros (Jo 13.14) e servir de apoio nos momentos de dificuldade (Is 14.32; Ef 4.2; Cl 3.13).

Tem versão que no lugar de “rua” está escrito “praça”. A praça é caracterizada por um lugar público destinado ao encontro de indivíduos, de modo que estes possam relaxar e se conhecerem (Jó 18.17; Isaías 42.2; Sofonias 3.6; Zacarias 8.4; Mateus 11.16; Lucas 7.32; Mateus 20.3; Atos 17.17; Atos 28.15), ou senão para que todos se reúnam com a finalidade de deliberarem acerca de alguma coisa (Deuteronômio 13.16; I Reis 22.10; II Crônicas 18.9; II Crônicas 29.4; II Crônicas 32.6; Esdras 10.9; Neemias 8.1,3; Eclesiastes 12.5; Atos 16.19). Não é em vão que, no Novo Testamento, levava-se os enfermos às praças para ser curados por Jesus (Marcos 6.56) e os líderes religiosos amavam as saudações nas praças (Mateus 23.7; Marcos 12.38; Lucas 11.43; Lucas 20.46).

O lugar onde os fiéis se encontravam para terem comunhão uns com os outros era feito também de ouro puro e transparente. Afinal, aqueles que são usados pelo Eterno para unir indivíduos devem uni-los com base na pureza e extremo valor da Sua Palavra (Pv 2.3-5; 3.13-15) com vistas a um relacionamento transparente que sempre tenha em vista os fundamentos dos apóstolos.

Para ser mais exato: o indivíduo que está promovendo o encontro entre dois ou três indivíduos deve levá-los a ouvir a voz do Eterno em meio à Sua vontade (Sua obra salvífica e Sua Palavra). Isto lembra o propiciatório (assento da misericórdia) na arca da aliança que unia os dois querubins, formando uma única peça, no meio dos quais a Palavra do Eterno era falada.

E é no meio desta praça que está a Árvore da Vida. Como é dito em Mateus 18.20, onde Jesus está, Seu povo se reúne no Seu nome.

Para você que é uma das pedras das ruas da Nova Jerusalém, você serve como caminho para alguém ter condições de alcançar seu destino. Considere que Jesus é o Caminho que nos traz ao Pai (Jo 14.6). Logo, você é o instrumento para Jesus poder apresentar a Igreja a Si como Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e irrepreensível (Ef 5.27).

E como Jesus fará isto através de você? Pela transparência que tem que existir em você (o ouro da Nova Jerusalém é transparente como cristal – Ap 21.21) os indivíduos poderão contemplar os fundamentos dos apóstolos (Ap 21.14). Mas, para isto, você não pode ficar magoado quando alguém pisar em ti.

Isto parece horrível, mas lembre-se que ruas serve de suporte (Cl 3.13; 1Pe 5.5). Além disso:

 

·        “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção.” (1Pe 3.8,9).

 

Assim, se não queremos retardar as bênçãos de Cristo, não desperdice tempo com atividades inúteis, nem tente afastar os ímpios para longe. Antes, sirva de espelho para que todos vejam quem são, mas sem deixar de ser translúcido, de modo que todos possam ver os fundamentos de Cristo e, assim, possam se comportar como descrito abaixo:

 

·        “Estão sentados na terra, silenciosos, os anciãos da filha de Sião; lançam pó sobre as suas cabeças, cingiram sacos; as virgens de Jerusalém abaixam as suas cabeças até à terra.” (Lm 2.10).

 

Não é em vão que o Criador mandava a pessoa tirar o sapato (ou sandália) dos pés quando o lugar era santo (Êx 3.5; Js 5.15). Como você é santo, você será usado para limpar os pés das pessoas, exatamente como Jesus ordenou (Jo 13.14).

Se você não é pedra da rua da Nova Jerusalém, aprenda de Jesus como caminhar sobre estas pedras preciosas. Afinal, sendo Jesus o Caminho que nos traz ao Pai (João 14.6), certamente nós teremos que caminhar pelas Suas pedras que compõem este Caminho. Assim, entenda que não é para você pisar nelas humilhando, maltratando ou simplesmente usando-as para chegar onde você deseja ou precisa. Lembre-se que o importante não é apenas o resultado das coisas, mas nossa caminhada com Cristo até chegar lá.

Procure conhecer e ter relacionamento com cada um que o Criador colocou para servir-te de caminho até tua missão estar cumprida.

 

·        “Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbadas estão as minhas entranhas, o meu fígado se derramou pela terra por causa do quebrantamento da filha do meu povo; pois desfalecem o menino e a criança de peito pelas ruas da cidade.” (Lm 2.11).

 

Esteja sempre vindo a Cristo (o qual habita dentro de você – 1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) enquanto você caminha por estas pessoas a fim de que teus pés permaneçam limpos (1Jo 1.7). E não tente ser auto-suficiente: aceite ser sustentado (suportado, ajudado) por estes indivíduos do jeito que Jesus tocar no coração delas (see Mt 10.10; Lc 10.7), mesmo que seja um “samaritano”, ou seja, alguém que você não gosta ou até mesmo odeia.

Lembre-se: não é ir a Cristo (como se Ele estivesse longe), mas vir a Ele (Jo 14.6), ou seja, buscá-Lo em nós e para nós, em meio à situação que estamos vivendo. Por exemplo: se vamos evangelizar, não pregamos para os outros, mas para nós mesmos, ou seja, buscamos o que é necessário para que Cristo seja visto em nós enquanto ajudamos o indivíduo naquilo ele está vivendo.

Se você é parte da porta da Nova Jerusalém, não mude para agradar os indivíduos. Deixe que Jesus molde você de modo que ninguém consiga entrar na Nova Jerusalém a menos que se dispa de tudo que não é do Criador. Não se fecha para ninguém! Permita que o Criador e Seus anjos controle a entrada e saída dos indivíduos através de você.

Se você não é porta, se submeta ao tratamento de Jesus ao invés de ficar só de longe contemplando ou tentar entrar por outra parte (Mt 22.11,12).

Se você é parte da praça, esteja pronto para receber os indivíduos que o Criador trouxer para se alimentarem da Árvore da Vida.

Se você não é parte da praça, quando você for se alimentar da Árvore da Vida, espere pelos outros, aprenda a repartir e pise na praça de modo a não estragar o ouro que dela faz parte.

22ª – É constituída de pessoas que não buscam o Criador num lugar em específico (Jo 4.20,21), mas que fazem do local onde estão um tempo (e templo) de adoração.

  • “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.” (Apocalipse 21.22).

 

Embora espiritualmente nós estejamos em Cristo (Jo 15.4,5,7) e assentado nas regiões celestiais (Ef 2.6), fisicamente estamos neste mundo. Contudo, o Criador nos consola habitando em nós (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) e nos dando descanso com Sua presença (Êx 33.14; At 4.19) enquanto peregrinamos neste imenso deserto (Hb 11.13-16; 1Pe 2.11) dos povos (ver Ez 20.35).

A importância de Jerusalém nunca esteve na cidade em si, mas no fato de o Eterno ter permitido seu nome habitar ali. De igual modo, a importância nunca esteve no tabernáculo, mas no fato de o Eterno se propor a habitar no meio deles (Êx 25.8,45).

Fisicamente, o tabernáculo representava um pequeno lugar em todo o mundo que seria usado exclusivamente pelo próprio Criador, onde o indivíduo poderia ter comunhão com Ele. É claro que isto nunca funcionou, pois, bem ou mal, ao sair dali, o indivíduo voltava a ter contato com toda a crueldade que permeia este mundo. Isto foi permitido pelo Eterno para que ninguém se iluda achando que poderia ser santo mantendo contato com este mundo. Apenas pelo poder do Espírito Santo é possível vencer o mundo (1Jo 5.4) ou, se preferir, apenas se Ele vier e morar em nós (Jo 14.21,23).

E a Igreja, ou seja, a vida das pessoas que têm compromisso com Jesus, é o lugar consagrado onde podemos usar nossos dons apenas para confirmar a Escritura Sagrada, de modo que Jesus tenha como viver em nós (Mt 18.18-20).

Que fique claro:

 

·       No Testamento da Lei os indivíduos buscavam o Eterno se dirigindo a um lugar santo e se esforçando para cumprir suas ordenanças e tentar agradá-Lo;

·       No Testamento do Favor do Eterno, ao invés de o homem tentar fazer algo para agradar o Eterno, é o Eterno quem busca viver na vida de quem crê (Jo 4.23,24).

·       No milênio os indivíduos irão viver suas vidas no Eterno (Cl 3.3).

 

Que não haja confusão: na atual dispensação, nós estamos mortos para nós mesmos a fim de que Cristo viva dentro de nós (Gl 2.20). Não é nós indo até o Eterno, mas Ele nos trazendo para Si dentro do nosso coração. No milênio, viveremos nossas vidas dentro do Eterno (na realidade Dele). Ao invés de ser o Eterno vivendo na nossa limitação, seremos nós vivendo na plenitude Dele, na vida Dele (esta é a promessa de Ap 2.26,27; 3.21).

Fica uma dúvida: porque os sacrifícios só podiam ser oferecidos no templo?

23ª – Não depende dos recursos deste mundo, mas, por meio de Jesus, todas as coisas lhe estão sujeitas

  • “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.” (Apocalipse 21.23).

 

Espiritualmente, Jesus aniquilou com a maldição adâmica, de modo que a ordenança do Criador de sujeitar todas as coisas ao ser humano foi restaurada (Gn 1.28). Para você ter uma ideia do quão séria é a ideia de não estarmos sujeitos ao mundo, veja as orientações da Escritura Sagrada:

 

·       “Não chameis conjuração, a tudo quanto este povo chama conjuração; e não temais o que ele teme, nem tampouco vos assombreis. Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro. Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel; por armadilha e laço aos moradores de Jerusalém.” (Is 8.12-14).

·       “Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu para que temas o homem que é mortal, ou o filho do homem, que se tornará em erva? E te esqueces do SENHOR que te criou, que estendeu os céus, e fundou a terra, e temes continuamente todo o dia o furor do angustiador, quando se prepara para destruir; pois onde está o furor do que te atribulava?” (Is 51.12,13)

·       “Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações.” (Jr 10.2);

·       “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E assim com confiança ousemos dizer: O SENHOR é o meu ajudador, e não temerei O que me possa fazer o homem.” (Hb 13.5,6).

 

Para você entender isto, se ficarmos dependentes do mundo, ficaremos presos no Sistema Babilônico que o rege e, é claro, incapacitados de amar. Querendo ou não, seremos obrigados a nos sujeitarmos ao ser humano, o que faz de nós pessoas malditas e incapazes de ver o bem (Jr 17.5,6).

Para ilustrar isto, imagine um comerciante debaixo da maldição adâmica (do suor do teu rosto comerás – Gn 3.19). Como ele tem uma família para sustentar, é obrigado, a todo custo, vender sua mercadoria, sem se importar com a satisfação do próximo.

Por outro lado, se ele crer que seu sustento vem de Jesus (Sl 127.1,2; Fp 4.19) e que o trabalho é só para ter o que repartir com o que tiver necessidade (Ef 4.28), mesmo que as contas estejam vencendo, ele não vai explorar o próximo (se aproveitando da sua ingenuidade), nem vender mercadoria estragada, falsificada ou de má qualidade (ver Mt 7.12), pois não quer perder o tempo da visitação de Jesus (ver Mt 24.45; Mc 13.33-37; Lc 19.44). Além disto, ele sabe que, no final, Jesus irá supri-lo com o que realmente é bom para a sua vida.

Ou seja, esta liberdade é importante a fim de que, como membro de Cristo, possamos buscar Jesus tanto de dia como de noite (e em qualquer lugar), bem como sermos buscados por Ele quando Ele desejar se revelar a alguém.

Luz tem a ver com beleza. Sem luz a beleza não existe, já que as características ornamentais de cada indivíduo não podem ser vistas. Logo, se nossos olhos forem bons, todo nosso corpo servirá para revelar os adornos existentes em cada coisa à nossa volta.

Luz também tem a ver com conhecimento e, no céu, nosso conhecimento sobre Jesus e Sua vontade será pleno.

24ª – incentiva os poderosos a repartirem toda a glória das nações para andarem consoante a Luz de Cristo

  • “E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra.” (Apocalipse 21.24).

 

Espiritualmente, isto vem a confirmar o que Jesus disse: que a Igreja é a luz do mundo (Mt 5.14-16) a ser seguida por todos (e não o contrário, tal como se dá no sistema religioso que tenta se adaptar aos desejos carnais do povo – ver Is 60.3-5). Não é a Igreja que segue os ditames do mundo, mas sim aqueles que estão no mundo e querem uma mudança de vida é que decidem sair dele e vir para Cristo (Jr 15.19).

A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18). Jesus é a luz do mundo (Jo 8.12; 9.15). Contudo, aprouve a Ele fazer de nós luz neste mundo também (Mt 5.14-16), de modo que devemos manifestar a luz de Cristo em cada momento.

Nesta luz as nações hão de caminhar, cada vez mais renunciando a si mesmo, já que os mundanos não conseguem se libertar por conta própria (Is 44.20).

Todavia, devemos também receber esta luz vindo da vida dos irmãos em Cristo. Não podemos pensar que precisamos apenas de Jesus em nós. Daí Jesus dizer que devemos estar Nele e Ele em nós (Jo 15.7):

 

·       Estar Nele, ou seja, junto com Ele no coração dos irmãos;

·       Ele em nós: devemos estar prontos para sermos usados para glória Sua.

 

Não é a Igreja que deve ir atrás da glória do mundo, mas sim o mundo é que deve trazer sua glória para a Igreja, não para que esta possua recursos, como diz o sistema religioso, mas para que cada um possa ter exatamente o que necessita (ver Ef 4.28). A ideia é repartir a glória e honra do mundo, a fim de que ninguém seja superior e, assim, todos possam participar do Amor no Reino do Criador (veja 2Co 8.12-15).

A Igreja, como coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15), deve estimular as pessoas a estarem cansadas de serem quem são e da vida que vêm levando a fim de buscarem: arrependimento, conversão e, por fim, saírem do mundo a fim de poderem se preparar e estar prontos para quando Cristo vier.

Detalhe: regeneração é a morte da célula velha a fim de dar lugar para uma célula novinha que acabou de ser produzida com as mesmas características da antiga para desempenhar sua função. De igual modo, regeneração espiritual é a morte do velho homem a fim de que novo homem (que na verdade é mais antigo que o velho, pois foi criado primeiro pelo Criador para glória Sua) possa ocupar o lugar do velho (1Co 15.36).

Entenda: o novo homem é igual ao velho (a pessoa não muda de fisionomia, nem de memória), só que livre do pecado. O velho homem tem este título porque, nos tempos da Escritura Sagrada, velhice era sinônimo de sabedoria (Jó 32.6,7). No que o novo homem foi se enchendo da sabedoria, costumes e gostos do mundo, ele se tornou velho e acabou usurpando o lugar que pertence ao novo homem por direito (aquele que anda em novidade de vida (Romanos 7.6).

25ª – As suas portas nunca se fecham, mas está aberto para todos, independente das suas intenções

  • “E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações.” (Apocalipse 21.25,26).

 

Ao contrário dos membros das instituições religiosas (e dos pagãos) que ficam sempre a julgar as pessoas para decidir quem entra na sua vida e quem não, a Igreja está sempre aberta para todos.

Mas como? Assim, aparentemente, vão entrar pessoas contaminadas e imundas. Não vão (Ap 21.27), pois, como deves lembrar, há um anjo guardando cada porta (Ap 21.12). Lembrando que a guarda não é pela força da violência, mas do caráter.

Se a Igreja tenta selecionar quem deve ou não entrar, cometerá um erro fatal. Primeiro, porque Jesus veio para chamar os pecadores ao arrependimento, e não os justos (Mt 9.12,13). Além disto, como o coração do homem é enganoso (Jr 17.9), a pessoa acabará escolhendo os que não lhe trarão nenhum proveito espiritual (nem físico também) e deixando de fora os que, embora no início sejam inúteis (Fm 11; 1Co 1.26-28), depois irão recebê-los nos tabernáculos eternos (Lc 16.9).

Pense: sendo a ciência do homem limitada, quais seriam as bases em cima das quais iria fazer tal arbitragem? É neste contexto que Jesus disse “não julgueis para não serdes julgados” (Mt 7.1). Quando a Igreja é fiel a Jesus, nada de ruim penetra em seu interior. Ela não precisa se preocupar em conservar o que é do Criador, pois Ele próprio vela pela Sua Palavra (Jr 1.11,12) e nenhum dos Seus planos pode ser frustrado (Jó 42.2).

Observe que, pela segunda vez, é dito que a glória das nações será trazida para a Nova Jerusalém. Isto mostra a importância de termos contato com Jesus a fim de permanecermos consagrados.

26ª – Dentro dela, só há lugar para aquilo que dá lugar para o Criador agir.

  • “E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Apocalipse 21.27).

 

Espiritualmente, na Igreja não entra ninguém que tenta fazer as coisas por sua força ou violência (Is 35.8; Zc 4.6), mas somente quem concordou em fazer parte da vida do Cordeiro, de modo a entrar para a história Dele (ver Ap 3.5; 13.8; 20.12; Fp 4.3, onde mostra a importância do livro da vida). Muitas nomes entram para a história da humanidade, mas felizes daqueles que fazem parte da história do Reino dos Céus.

A verdade é que não existe desculpa para fazer o mal. Se cedermos ao mal, ainda que seja para combater algo que acreditamos ser mal, então o mal já venceu. Quando alguém deseja vingança ou tem inveja, na verdade o que lhe atormenta é ver o bem na vida do outro indivíduo. Ele não se conforma que os outros sejam abençoados, a não ser que isto traga algum lucro para si.

Mas afinal, por que é dito que não entrará o mal na Nova Jerusalém (ver Is 35.8; 52.1; 60.21; Jl 3.17; Ap 22.14-15)? Afinal, isto parece incoerência, já que a ideia, a princípio, é mostrar o evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Contudo, aqui e no Testamento da Lei, muito é falado da não penetração dos impuros (por exemplo, Ez 44.9).

Isto vem a mostrar que não é o contato com as coisas sagradas que leva alguém a se converter:

 

·       “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do SENHOR.” (Is 26.10).

27º - nela o Espírito Santo se move constantemente, pois ali está o trono do Criador e do Cordeiro

  • “E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.” (Apocalipse 22.1).

 

Espiritualmente, o Rio de Vida:

 

Sua fonte: celestial;

Suas propriedades:

o   É purificador. Ele purifica quem nele permanece (Ez 36.25; Ef 4.30).

o   É um rio de poder (ele vem do trono do Criador). Quem dele bebe e permanece torna a viver (Jo 4.10; 7.37-39);

o   Frutificador (Ap 22.12; Jr 17.8; Sl 1.3; Is 55.1);

o   É um Rio de Graça, já que procede do trono do Cordeiro.

Seu progresso: a terra se encherá com o conhecimento da glória do Criador como as águas cobrem o mar (Ez 47.8);

Sua durabilidade: suas águas estarão sempre fluindo sem jamais se extinguir.

 

Em (Ap 7.17; 21.6,7; 22.1) os salvos estão sempre perto da Água da Vida.

 

A diferença é que, em Ap 4.6, a ênfase está na posição das pessoas que servem ao Criador em relação ao Seu trono. Alguém só pode afirmar que serve Jesus se estiver diante do Seu trono. Aqui, este rio semelhante ao cristal simboliza os que creem em Jesus se movendo rumo àqueles que desejam dar fruto para o Criador, a fim de que Ele seja glorificado (Jo 15.8).

Em outras palavras, o mar de vidro representa o Espírito Santo regenerando e renovando a Igreja (Tt 3.4-6). O Rio de Vida representa o Espírito Santo movendo a Igreja para regenerar, saciar a sede interior, purificar, etc., aqueles que, por terem recebido Jesus, são filhos do Criador (Jo 1.12). É a Igreja servindo à Igreja, uns aos outros.

A alegria sobrenatural da vida celestial é:

 

1 – abundante em sua medida (rio). Grandes cidades são construídas à margem de rios para garantir saúde, comércio e prazer. Assim, para a evangelização é utilizada o emblema de um rio (Hc 2.14; Sl 46.4). O Criador estenderá sobre a Nova Jerusalém a paz como um rio, e a glória dos gentios como um ribeiro que transborda (Is 66.12).

2 – pura em sua natureza (claro como cristal).

3 – regivorante em sua energia (de vida).

4 – de acordo com as necessidades da alma humana.

5 – o resultado da misericórdia soberana do Criador (procede do trono).

 

Por que a Igreja deseja tanto a volta de Cristo? É impossível assegurar a paz mundial enquanto o pecado reinar na natureza humana. Jesus fará tudo novo, acabará com o erro e trará a retidão. Então o ser humano será mais importante do que as coisas materiais. A verdadeira espiritualidade será propagada e todos crescerão em graça e, obviamente, amarão mais ao Criador e desejarão mais ardentemente estar perto Dele.

Vem uma questão: a Nova Jerusalém é um paraíso dentro de uma cidade ou uma cidade dentro do paraíso?

28º - Sempre produz fruto e remédio a todos quantos necessitem

  • “No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações.” (Apocalipse 22.2).

 

Um detalhe a ser observado é que, em Ap 7.3; 14.1, apenas 144.000 receberam na testa o selo contendo o nome do Eterno e do Cordeiro. No entanto aqui, toda a Igreja é vista com este selo. E qual a finalidade dele? Eliminar qualquer dúvida que possa haver entre os seguidores do Eterno da sinceridade do amor expresso uns aos outros. O selo da identidade do Pai nos dá segurança que estamos trabalhando para o Eterno e, obviamente, que nosso trabalho não será vão.

Ainda é preciso considerar que, enquanto a marca da besta foi recebida na testa e na mão (Ap 13.16,17 – para desfrutar do mundo), em imitação ao regime legal do Antigo Testamento (Êx 13.13,16 – para desfrutar das promessas físicas do Eterno), a Igreja só necessita de selo na testa (que confirme sua filiação).

Isto não é tudo! O fato de a Igreja estar marcada com o nome do Eterno é uma confirmação de sua filiação diante de todos os cidadãos celestiais, a qual ocorreu no interior do coração (Ap 3.17).

No entanto, para isto é necessário estar disposto a aceitar o trono do Eterno e do Cordeiro. Ou seja, é preciso entender que toda situação, antes de tudo, foi projetada pelo Eterno. Isto quer dizer que, ao invés de lutarmos contra carne e sangue (Ef 6.12), devemos procurar entender onde o Eterno nos quer, o que Ele quer que façamos e de que modo.

Ou seja, tudo acontece para nos apertar para o lugar e condições interiores corretas.

O grande problema é que, na maioria das vezes, insistimos em lutar contra os aguilhões (At 9.5; 26.14). E olha que quando Paulo ouviu isto de Jesus não havia nada nem ninguém, fisicamente falando, impedindo o caminho dele ou obrigando ele a fazer aquilo. Logo, o aguilhão que estava espetando Paulo era o amor e a verdade que provinha dos seguidores de Jesus. Ele não estava querendo ceder a isto. Ou seja, embora ele sentisse algo diferente na vida dos discípulos, ele se recusava a aceitar isto. Daí Jesus dizer que era Ele quem estava sendo perseguido por Paulo.

De igual modo, muitas vezes nossa sede de vingança nos impede de ceder ao amor do Eterno pelos pecadores e, deste modo, ficamos nos recalcitrando contra todo bem que Ele deseja lhes fazer.

O Eterno deu a lei por meio de Moisés e Jesus veio para mostrar como um homem deve viver para que toda lei possa se cumprir na vida dele (não é o ser humano cumprindo a lei, mas sim a lei se cumprindo na vida dele – Rm 8.1-4). Note que Jesus conquistou a posição de juiz e rei como Cordeiro. Daí o Eterno dizer que o Favor Dele é dado aos humildes (Tg 4.6; 1Pe 5.5).

Espiritualmente Jesus é a Árvore da Vida que alimenta e cura as nações. Ele faz isto convidando todas as nações a virem até Ele. Agora todos têm a quem recorrer. Seus frutos são:

 

·       Amor;

·       Gozo;

·       Paz;

·       Longanimidade;

·       Benignidade;

·       Bondade;

·       Fé;

·       Mansidão;

·       Temperança;

·       Verdade (Mt 12.24);

·       Graça;

·       Poder.

 

Qualidades da vida que a Árvore da Vida nos dá:

 

·       É divina, ou seja, é o Espírito Santo comunicando Sua vida em nós;

·       É a mais excelente vida, imortal;

·       É uma vida real e sacerdotal (Ap 1.6; 5.10);

·       É uma vida celestial (Ef 1.3; 2.6; 2Pe 1.3);

·       É uma vida de eterno crescimento (ver Ef 4.11-13);

 

Os frutos da grande, gloriosa e amável intercessão de Jesus:

 

·       Levou cativo o sistema religioso, o qual mantinha os indivíduos cativos de ministros enganadores;

·       Concedeu dons aos homens (Ef 4.8);

·       O derramar do Espírito Santo sem medida (Jo 3.34);

·       Preparou lugar no coração dos homens para habitarmos na vida uns dos outros;

·       Somos livres do pecado e temos força contra a tentação (Lc 22.31-32);

·       Coragem e confiança diante do Criador e aceitação no Seu trono (Hb 4.16);

·       Nós, nossas orações e nossas obras se tornam aceitáveis diante do Criador, o que nos proporciona imediata resposta aos desafios e acusações que são trazidas contra nós;

·       Temos segurança acerca de todas as promessas do Testamento do Favor do Eterno, bem como de suas bênçãos.

 

A abundante presença de folhas na Árvore da Vida indica cura para as enfermidades da alma que são consequência do pecado. Ou seja, a Igreja é para ser o lugar onde os indivíduos tenham onde encontrar perdão para seus pecados e, obviamente, a cura para suas enfermidades.

 

·       “E morador nenhum dirá: enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da iniqüidade.” (Isaías 33.24).

·       “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe.” (Lc 17.3,4).

 

Talvez você diga: mas se toda vez que pecar o indivíduo alcançar perdão e cura, ele nunca vai se converter.

Muitos realmente não:

 

·       “Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do SENHOR.” (Is 26.9,10).

 

Para quem é de Jesus, as oportunidades de perdão vão consolidando dentro dele o amor e a justiça de Jesus; para quem não é, isto vai consolidando o mal, endurecendo-lhe o coração (2Co 3.1-3; 1Pe 2.5-8). Todavia, isto não muda o fato que foi lhe dada oportunidade para se arrepender.

Jesus disse que Ele é a Videira (Árvore da Vida) Verdadeira e nós os ramos (Jo 15.1). Ou seja, os frutos da Árvore da Vida são a parte da Igreja responsável por manter a alma dos irmãos viva (cheia de bons pensamentos e sentimentos), saudável e cheia de energia. Sendo a praça um lugar de reunião (Zc 8.4,5; Mt 11.16), logo no centro da comunhão da Igreja deve estar o alimento espiritual e a perfeita sanidade e a Verdadeira Bebida (daí Sl 133.1). Não há bênção real que venha a nós fora da praça da comunhão.

Inclusive, por aqui, vemos que não basta sermos cheios do Espírito Santo. É preciso dar fruto, de modo que os indivíduos à nossa volta possam ser alimentados pelo amor do Eterno (Gn 5.22) e possuírem “azeite” nas suas vasilhas, além de poderem encontrar perdão e cura para suas enfermidades.

Urge salientar, contudo, que, quando Jesus disse que o Pai é glorificado em virtude de a Noiva dar muito fruto (Jo 15.8), isto de modo algum implica em um esforço pessoal no sentido de encher a si mesmo de fruto. Antes, implica em estar aberto a toda ação do Espírito Santo, não colocar nenhum impedimento à Sua ação na nossa vida, deixando circular dentro de nós o amor e a Palavra de Jesus. Ao fazer isto, o fruto surge naturalmente.

Logo, sendo Jesus, espiritualmente, a Árvore da Vida e nós os ramos, eis as curas de Jesus que devem brotar através de nós:

·       Algúem é cego? Eis uma folha para esta doença (Sl 146.8; Ap 3.18);

·       Alguém é surdo a ponto de não ouvir a voz de Jesus em Sua palavra ou vara? Eis uma folha para ti (Is 35.5);

·       Alguém é coxo que não pode caminhar no caminho do Criador? Eis a folha para isto (Is 35.6);

·       Alguém é mudo que não pode orar, louvar, adorar ou proclamar o evangelho do Criador? Eis a folha (Is 35.6);

 

Beber do Espírito Santo (1Co 12.13) e fazer da Igreja o nosso alimento (Jo 6.51-57) constitui a essência do Reino do Criador. Isto torna a Igreja independente do mundo, visto que, a partir de então, ela não precisará de:

 

Ø  Água, porque o Espírito Santo sacia a sede (Jo 7.37-39);

Ø  Alimento, pois o fruto vem dos próprios galhos da Igreja que estão ligados a Cristo (ver Ef 4.11-16) (veja a importância da promessa de comermos da Árvore da Vida – Ap 2.7);

Ø  Veste, pois ela é vestida com os atos de justiça dos santos (Ap 19.8);

Ø  Santuário (local de descanso, proteção e adoração), pois o próprio Criador é o templo;

Ø  Luz do sol, lua ou candeia, pois o Criador e o Cordeiro a iluminam com Sua glória;

Ø  Médico ou remédio, pois as folhas (dons e talentos) da Igreja são para cura;

Ø  Enfeite, pois o próprio Criador a enfeita com Sua verdade, amor, sabedoria e pessoas tementes a Ele (ouro, pedras preciosa, pérolas, etc.).

Ø  Líder, pois o Criador e o Cordeiro estão em Seu trono conduzindo-a o tempo todo;

Ø  Pessoas mundanas para servir, pois nela está uma multidão, como um mar, resplandecente como cristal (Ap 4.3), os quais:

§  não estarão servindo por obrigação (ver Jo 15.14,15, onde Jesus faz de nós amigos do Criador);

§  não servirão o Criador à distância, mas ouvindo Sua voz e vendo Sua face (algo prometido em Sl 17.15; Mt 5.8; 1Jo 3.2 e que, só não será real agora se não acreditarmos nisto) e tendo suas mentes marcadas pelo nome do Criador (Ap 22.3,4)

§  seguirão a Escritura Sagrada consoante os conceitos e valores do Reino do Criador (e não conforme a sabedoria do sistema que rege este mundo).

Para entender a importância de ver a face do Eterno, basta lembrar que todos quantos, no Testamento da Lei, quiseram vê-la, não puderam (Êx 33.20,23; Mt 13.17). No entanto, a glória Dele pôde ser vista na face de Cristo (Jo 1.14,18; 14.19; 2Co 4.6). Jesus revelou o Pai através de Sua face (Jo 1.14,18) e, no que se refere à Igreja, jamais haverá confusão (1Co 14.33), como se deu com Filipe (Jo 14.9).

Desde já a glória do Eterno desde já pode ser contemplada na vida de quem a Cristo se entrega (Sl 17.15) mas seu ápice será quando Jesus vier (Is 33.17; Mt 5.8; Ap 3.12), o que fará que sejamos semelhantes a Ele (1Jo 3.2).

Como se isto já não fosse suficiente, a Igreja também poderá, em Cristo, conhecer a si mesma e ao Eterno do mesmo jeito que ela é conhecida no Reino dos Céus (1Co 13.12).

29º - Nela não há maldição. Todos são guiados por Jesus e O servem por amor

  • “E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão.” (Apocalipse 22.3).

 

Qual deve ser a referência adotada por aqueles que servem o Criador?

 

1.  A partir da soberana, rica e gratuita graça do Criador;

2.  A partir do mérito e intercessão de Jesus;

3.  A partir da efiência do Espírito Santo (no qual estais selados para o dia da redenção – Efésios 4.30);

4.  A partir da fidelidade do Criador;

5.  A partir da imutabilidade do Criador.

 

Conversão é uma mudança de serviço, mestre, motivo e trabalho.

É importante notar que o verdadeiro pastor, o líder do rebanho, não é o carneiro mais forte, mas O Cordeiro, indicando o governo do amor, da inocência, da humildade. Isto também implica que o rebanho é constituído de indivíduos deste tipo.

Todas as promessas de Apocalipse 22.3-5 são consequência do fim de toda maldição e coisa maldita, incluindo o pecado.

 

Não há mais maldição

Perfeita Restoração

Trono está no centro

Perfeita Administração

Servos servirão o Criadore voluntariamente

Perfeita Subordinação

Todos verão a face do Criador

Perfeita Intimidade

Nome do Criador em todas as testas

Perfeita Identificação

O Criador é a luz

Perfeita Iluminação

Reinarão para sempre

Perfeita Exultação

Nela não entrará nada contaminado, impuro, nem quem comete abominação ou mentira (Ap 21.27).

Perfeita Transformação

 

Em resumo podemos dizer que:

 

·       Não há maldição dentro da Igreja, pois Jesus se fez maldição por nós a fim de nos resgatar da maldição da lei (Gl 3.13), de modo que somos fonte de bênção.

·       Nela está o trono do Criador e do Cordeiro. A Igreja é governada pelos conceitos e valores do Criador a fim de manifestarem que Cristo está vivo, a saber, vivendo como Ele viveu.

·       Nela estão aqueles que servem o Criador por amor, pelo privilégio de conhecê-Lo melhor e estar junto Dele.

30ª - É caracterizada por uma profunda intimidade e conhecimento do Pai

  • “E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome.” (Apocalipse 22.4).

 

A Igreja vê o Criador exatamente como Ele é. Ela não faz suposições acerca de quem é o Criador. Ela conhece bem o Criador e faz o que Lhe agrada (e não o que é mais conveniente a ela).

A Igreja é perfeitamente identificada como pertencendo ao Criador. Não há dúvidas, pois seus pensamentos e sentimentos estão marcados por tudo que Jesus é.

31ª – Não tem descanso físico neste mundo, mas, como soldado, ela está sempre ponta para ser usada por Jesus na vida de quem Ele deseja

  • “E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre.” (Apocalipse 22.5).

 

Para a Igreja não é para existir noite (Rm 13.11-14; 1Ts 5.6-8). Antes, como soldado (2Tm 2.3-5), ela deve estar sempre pronta para ser usada por Jesus (Mt 24.45; Mc 13.33-37). Se o tempo usado no verbo é o futuro (haverá) é porque, infelizmente, os membros da Igreja, na atualidade, ainda não tomaram consciência disto, além de estar restrita às fraquezas e limites carnais.

Como consequência, continuam dependentes das luzes deste mundo (conhecimento e sabedoria secular), bem como de seus recursos, para serem falsamente iluminados (ver Mt 6.23) e, deste modo, terem seus desejos supridos.

Contudo, a verdadeira Igreja já recebeu a abundância do Favor do Eterno, a ponto de ser luz do mundo (Mt 5.14-16), estando assim em total condições de reinar já através de Jesus (Rm 5.17). Contudo, para isto, é preciso participarmos dos sofrimentos de Cristo por Sua Noiva (Fp 1.29; 3.10; Cl 1.24; 2Tm 2.12; 1Pe 4.12-19). Se bem que a plenitude deste promessa se dará no milênio e, por fim, na eternidade (Ap 3.21), tal como prometido por meio dos profetas (Dn 7.18,27).

Se a promessa de ser iluminada por Jesus vale para Israel no milênio (Is 60.19,20), quão dirá para a Igreja de Jesus hoje (Ap 21.23). Todo este esplendor e riqueza já fora prometido pelo Criador (Is 54.11,12).

Basta pensar na promessa dada pelo Eterno de que os sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento (Dn 12.3) e que é para seremos luz do mundo (Mt 5.14), resplandecermos como astros no mundo (Fp 2.14,15). Basta fazermos todos as coisas sem murmurações nem contendas (Ec 9.10) e aproveitaremos bem cada oportunidade (Ec 9.11; Ef 5.14-17; Cl 4.5).

Espiritualmente, também não haverá necessidade da luz obscura da lei cerimonial sob a dispensação da lei (candeia), nem a luz mais clara do evangelho, seus dons e ordenanças, pois na dispensação do reino, nossa aparente visão será substituída pela visão real e viva do Criador e tudo que Lhe diz respeito.

A plena e abençoada luz celestial implica que lá não haverá:

 

·       Pecado. Qualquer trabalho das trevas será excluído;

·       Tristeza;

·       Repreensão;

·       Tentação nem provação;

·       Ignorância. Todos saberão quem são, quem é o Criador e qual a Sua vontade para com eles;

·       Deterioração, pois não haverá corrupção;

·       Solidão;

·       Adversário;

·       Distanciamento.

 

A felicidade e eternidade do céu é fundada sobre:

 

·       A eternidade, imutabilidade e perfeição do Criador e Seu amor, graça, bondade e misericórdia;

·       A vontade boa, perfeita e agradável do Eterno (Rm 12.2).

·       O poder do Criador, o qual é Todo-Poderoso e Eterno;

·       A santidade do Criador;

·       A justiça e retidão do Criador (2Tm 4.8; 2Ts 1.6,7);

·       A eterna eficácia da mediação de Cristo;

·       A eterna comunhão com o Espírito Santo. Ele veio para permanecer conosco para sempre (Jo 14.16; 1João 2.27).

32ª – ELA BUSCA CONHECER, VIVER, SE APROFUNDAR E PASSAR A VERDADE ADIANTE

  • “E disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer.” (Apocalipse 22.6).

 

“Eis que presto venho: Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.” (Apocalipse 22.7). As coisas brevemente deve acontecer. Isto significa que o tempo para nos prepararmos é curto (Ap 1.1,3). Os justos devem ser recompensados e os ímpios, punidos (Ap 11.18).

A profecia é para ser comunicada a outros (Ap 1.3). A Igreja tem a obrigação de tomar conhecimento daquilo que o Criador revelou especialmente para ela e, é claro, confirmar a veracidade e fidelidade disto diante dos indivíduos.

LIÇÃO A SER APLICADA NO CASAMENTO

1ª – O casamento é algo completamente novo e celestial

  • “Vi um novo céu e uma nova terra: porque o primeiro céu e a primeira terra já se foram, e o mar já não é.” (Ap 21.1).

 

A Nova Jerusalém é comparada com uma noiva porque, ao descer do céu para ficar entre o povo, lembra muito o que se dá num casamento, onde marido e mulher deixam seus pais (Gn 2.24; Sl 45.10) e tudo que viveram outrora a fim de darem início a uma nova vida, uma nova manifestação do amor e sabedoria do Eterno resultante daquilo que o Eterno começou a fazer na vida dos pais de ambos: o marido continua a obra que Jesus começou no seu pai e ajudado pela obra que Jesus começou na vida do pai da esposa. Juntos eles multiplicam e frutificam isto na vida dos filhos.

Tanto é assim que é ordenado:

 

·       Ao homem que deixe pai e mãe para se unir á sua mulher (Gn 2.24);

·       À mulher que se esqueça da casa de seu pai (Sl 45.10).

 

Ou seja, o tempo do pai implantar sua imagem no filho passou. Agora é hora do filho ser usado para dar continuidade à obra que o Criador começou na vida de seu pai, tendo em vista aquilo que lhe foi passado por ele.

Para trás ficou o mar de pessoas (por exemplo, coleguinhas) que agitaram a vida de ambos. Este é substituído pela dedicação mútua em favor daquilo que o Criador deseja a fazer por meio deles na vida do próximo.

2ª – O objetivo do casamento NÃO é tentar achar o paraíso perdido através da vida um do outro e, com isto, se isolar do mundo

  • “Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para seu noivo.” (Ap 1.2).

 

Assim como a Noiva do Cordeiro não é alguém isolado, mas uma cidade inteira, assim é no casamento. Este não o fim, mas o começo de uma obra maravilhosa do Eterno na vida do casal que visa preencher as muitas moradas de Jesus no coração de ambos, de dentro do interior de ambos para dentro do interior do próximo (Jo 14.1,2), a começar pelos filhos.

Ou seja, a Nova Jerusalém é construída dentro do coração de cada um (Ef 2.20,22; Cl 2.7; 1Pe 2.5). Quando Jesus prometeu àquele cuja mina rendeu dez, autoridade sobre dez cidades (Lc 19.16,17), Ele estava prometendo ter acesso ao coração dos dez indivíduos que foram discipulados pelo Espírito Santo através Dele, bem como ao coração de cada um que habita no coração deles (os quais, juntos, constituíam uma cidade em seus corações).

No casamento o maior mal que existe é o de um achar que o outro pode preencher todo o vazio do coração. O casamento deve ser encarado como o ponto de partida para frutificar, multiplicar, encher a terra e sujeitá-la ao senhorio de Cristo (Gn 1.28). Só assim todo vazio no coração do casal será preenchido, evitando o desgaste do relacionamento conjugal.

Contudo, que fique claro: não se trata simplesmente de fazer amizades. O casamento é santo e desce do céu da parte do Eterno, ou seja:

 

·       É separado para uso exclusivo do Eterno;

·       Não é baseado em conceitos terrenos, mas voltado para os conceitos e valores celestiais (Cl 3.1-3);

·       Não é da vontade da carne, nem do sangue, nem de homem algum, mas do Eterno (Jo 1.12,13).

 

Ou seja, o casamento visa preparar ambos os corações a fim de que o Eterno possa frutificar através de ambos (Gl 5.22), ou seja, preenchê-los com Seus conceitos e valores através daqueles que o Eterno coloca em suas vidas.

Como Noiva de Cristo, a esposa se adorna para seu marido, e não para os estranhos. O objetivo de uma noiva de Cristo é ser bela aos olhos do marido. Entretanto, não é ela que se ornamenta. Sua beleza e alegria tem que ser a presença do marido (Ez 16.14; Jo 3.29). É o marido quem a veste (Ap 19.8).

Logo, a esposa não é bela apenas internamente, como advogam aqueles que dizem que o Eterno só olha o coração (como se Ele fosse açougueiro ou cardiologista, distorcendo o sentido de 1Sm 16.7). Embora o livro do Apocalipse seja alegórico e haja muita coisa espiritual a ser aprendida neste livro, é preciso que fique claro que a fé escondida não é fé, mas hipocrisia (ver Tg 2.17-20). Mesmo porque, como pode, por exemplo, uma fonte de água se dizer doce, quando só se observa nela água amarga (Tg 3.10-12)?

Não se trata de alguém “mau” tentando ser bom (o que é impossível – Mt 7.15-20), mas sim de “ser” bom. É possível alguém disfarçar, mas jamais ser o que não é (Mt 12.33,34).

De igual modo, há dois erros que comete-se:

 

·       O de se preocupar apenas com a aparência, tentando ser bonita aos olhos de todos, mas vazia por dentro;

·       O de tentar se preocupar apenas com o coração, mas relaxar na aparência. O Eterno se preocupa também com o corpo (1Co 6.20; 1Ts 5.23). Tanto que a Noiva foi vestida de linho fino, resplandecente e puro (Ap 19.8) e adornada (Ap 21.2). O edifício e arranjos da cidade serve à mesma proposta que o vestido e ornamentos de uma noiva (Is 61.10).

 

No entanto, o que faz qualquer esposa bela é ela se deixar enfeitar pelo marido, de modo que todos possam ver nela a glória do marido (1Co 11.7), ou seja, para que através dela seu marido possa mostrar seu amor e sabedoria a todos (Pv 31.23) e passar isto adiante através dos filhos (honrar o marido).

Não é para a mulher viver sua vida e, ao mesmo tempo, tentar agradar ao marido e ser valorizada pelos que a rodeiam. Antes, a ideia é que o marido seja valorizado na vida dela, recebendo a mesma graça de vida que está sobre ele (1Pe 3.7), ou seja, vivendo a vida que o Eterno deu para ele.

 

·        “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (Jo 14.3).

 

Veja aqui Jesus prometendo nos levar ao coração dos indivíduos a fim de ter relacionamento conosco ali. De igual modo, Jesus quer ter relacionamento com o casal através da vida do cônjuge e filhos.

E note a intensidade de amor e intimidade entre os filhos e os pais:

 

·        “Porque, como o jovem se casa com a virgem, assim teus filhos se casarão contigo; e como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus.” (Is 62.5).

 

O amor deve ser tal, ao ponto de cada um aceitar de bom grado ficar cativo no coração do outro.

Grande é o mistério de Cristo, já que, embora a Nova Jerusalém esteja dentro de cada um, ela é uma única cidade.

3ª – O casamento tem por finalidade tornar visível e constante a presença de Cristo neste mundo

  • “E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles.” (Ap 21.3).

 

Quando João 1.14 diz que Jesus se fez carne e “tabernaculou” entre nós, não pense que isto era só para acontecer uma vez (espiritualmente falando, é claro). A ideia é que, através do casamento, todos possam enxergar: através do marido, o cuidado de Jesus por Sua Noiva; através da mulher, a submissão que a Igreja deve a Cristo.

O fato de o homem possuir sua esposa deve apontar para Cristo tomando posse de Sua Igreja, a fim de ser Dele. Isto pode soar arbitrário na sociedade, já que a moda em voga é “ninguém é de ninguém”.

Todavia, pense no quão triste é não pertencermos a ninguém. No início pode soar como liberdade não ter que prestar contas a ninguém. No entanto, isto significa não fazer diferença na vida de ninguém e vice-versa.

O fato de sabermos que somos de Jesus é que nos traz segurança, pois sabemos que não estamos jogados por aí como algo rejeitado, mas que Ele se importa conosco e zela de nós como um homem zela de seus tesouros ou de sua mulher (Dt 32.9,10), querendo estar com eles o tempo todo (habitar). Afinal, o coração do Criador está onde Ele colocou Seu tesouro (Mt 6.21), a saber, no coração daqueles que O servem. Ou, se preferir, Ele coloca Sua Palavra e Espírito no coração da Igreja para que possa estar presente com ela todos os dias até a consumação do século (Mt 28.20).

Enfim, o casamento é o Eterno introduzindo Seu tabernáculo no meio dos homens a fim de poder habitar com eles (Ap 21.3) pessoalmente (“e Deus mesmo estará com eles”). A ideia do Eterno é constituir um povo para Si, ou seja, um grupo de indivíduos a Seu dispor 24 horas, movidos em favor da vida eterna (o próprio Jesus – Jo 17.3; 1Jo 5.20) por amor a Jesus e a tudo que Ele é (Seu caráter expresso na Sua Palavra).

Entenda: assim como o Criador gerou a Igreja para constituir uma semente de piedosos (Ml 2.15), o homem deve casar com a mulher para constituir um povo para si, tal como, no Testamento da Lei, muitos homens acabavam constituindo para si uma cidade.

Assim como o Criador gerou a Igreja para estar com seus membros e ser Deus deles, o homem deve casar para ter pessoas com quem ele possa estar presente o tempo todo e ser um referencial de quem é o Criador.

O Criador ordenou a criação do tabernáculo para habitar separado junto ao povo de Israel (Êx 33.7,8). Depois Ele gerou a Igreja a fim de habitar separado junto com a humanidade. De igual modo, o homem deve casar a fim de se separar para servir a Cristo por amor ao próximo. Ou seja, perto deles, mas como água e óleo: sem se misturar com ele.

4ª – O objetivo do casamento é vencer o pecado e os efeitos que vieram acompanhando-o

  • Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Ap 21.3,4).

 

Comecemos analisando as características da mulher que seria agraciada pelo Eterno através da Sua Noiva:

 

·        “Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido; tendo testemunho de boas obras: se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou toda a boa obra.” (1Tm 5.9-10).

 

Ou seja, a viúva tinha que, enquanto vivia o marido, ter servido de consolo e descanso na vida dos necessitados. Ou seja, o casamento não é a construção de um mundinho egoísta constituído apenas do cônjuge e filhos.

A esposa deve ser como o tabernáculo do Criador no deserto, ou seja, servir para que os opressos do Seu povo encontrem refúgio nela (ver Is 14.32).

Ou seja, o casamento, como a célula da Igreja, tem por finalidade levantar uma família que tenha a companhia do próprio Criador como recompensa, com vistas a ser usada por Ele para dar fim à morte (ver Jo 5.24,25), ao pranto, choro (com o consolo do Criador (2Co 1.3-6) a pessoa percebe que, não importa o quanto a maldade pareça prosperar, sempre existe lugar para ela no plano do Criador (veja o exemplo de Elias – 1Rs 19.15-18) e nunca é sem recompensa (Hb 6.10)).

Como assim dar fim à morte? O casamento é o modo mais eficaz usado pela Palavra do Criador para acabar com a separação trazida pelo pecado, sendo muito mais do que uma mera união de interesses. Antes, é uma união de vidas para servir de canal para manifestação do poder do Criador.

Enfim, o casamento é a prova mais concreta de que as primeiras coisas são passadas (Ap 21.3,4), já que não se trata de um mero ajuntamento de duas pessoas na mesma casa, mas sim um novo corpo completamente diferente dos dois corpos que o deram origem.

Isto lembra o que o Criador fez por meio de Jesus, O qual, ao invés de imputar pecados às pessoas, operou o ministério da reconciliação (2Co 5.18-20). Ou seja, Jesus, ao invés de ficar negociando mudança de caráter na vida da pessoa, Ele simplesmente liga esta ao corpo, bastando tão somente que ela concorde em esquecer tudo que foi (seus desejos, planos, pensamentos, sentimentos, ações), permita que os conceitos e valores do Reino do Eterno preencham todo o seu interior (Mt 22.37,38) e aceite a liderança de Cristo rumo ao fruto do Espírito Santo.

De igual modo, ao invés de o marido cobrar mudanças de atitude por parte da esposa, ele deve ligá-la a si por meio da Palavra do Criador; a esposa, ao invés de tentar mudar o marido, deve deixar seu passado para trás, se submeter à vida de Cristo no marido, de modo a ser o meio pelo qual Jesus irá mudá-lo (1Pe 3.1-6).

Para ser mais exato, ao invés de ficar consertando uma atitude aqui, outra ali, Jesus nos concede, por meio do Espírito Santo, Seu modo de ver e entender as coisas, de modo que a pessoa passa a ser outra.

Ou seja, casamento não sobrevive do passado, mas da novidade de vida (Rm 7.6) que Criador opera cada dia. Casamento não é correr atrás dos prejuízos do passado, mas andar após os lucros de Criador no tempo presente. Basta tão somente a pessoa dar lugar em seu espírito para o Espírito Santo crer em Jesus através dela. Como? Abandonando, por exemplo, a justiça própria, ou seja, a ideia de que cada um precisa pagar pelos pecados que cometeu.

Vem a questão: como conseguir isto? Crendo naquele que está assentado no trono.

5ª – O objetivo do casamento é a renovação de todas as coisas.

  • “Disse aquele que estava sentado sobre o trono: Eis que faço novas todas as coisas. Disse-me ele também: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Ap 21.5).

 

O casamento é algo tão sério que, tudo que tem a ver com ele, tem que ser registrado.

Quando marido e mulher se casam formam uma só carne (Gn 2.24), tal como se dá com ligas metálicas. Por exemplo, quando cobre, estanho e chumbo se fundem, formam o bronze que possui propriedades bem diferentes do cobre, estanho e chumbo que lhe deram origem.

De igual modo, quando o verdadeiro casamento em Cristo ocorre, a identidade do marido e da mulher deixam de existir. O que se vê é o novo corpo que surge (como se dá no novo nascimento - 2Co 5.17), bem diferente das duas vidas que a compõem.

Ou seja, o casamento começa com um novo corpo formado pelo agir do Criador (Gn 2.24) com vistas a manifestar coisas novas na vida do casal.

6ª – O casamento é firmado naquilo que Jesus já cumpriu (Jo 19.30), e não nas promessas de um para com o outro

  • “Disse-me ainda: Tudo está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Àquele que tem sede, eu lhe darei a beber gratuitamente da fonte da água da vida.” (Ap 21.6).

 

Veja que, ao tratar da Noiva de Cristo, é dito a João: “tudo está cumprido” (tal como disse Jesus na cruz - Jo 19.30). Um dos maiores erros do casal é basear o relacionamento no esforço de tentar agradar um ao outro. Ora, não existe salvação por meio de obras (Ef 2.8,9). Isto inclui o sucesso do casamento. Quantos tentam salvar o casamento fazendo promessas ou tentando mudar certos hábitos. Isto apenas adia e agrava o problema.

O relacionamento em Cristo é firmado no descanso (veja, por exemplo, Sl 23.4; 37.7; 91.1; Mt 11.28; 22.3,4). O Eterno já cumpriu tudo que é necessário para um casamento bem sucedido. Em momento algum Ele projetou que a Escritura Sagrada fosse um método de ensino ou auto-ajuda para que o homem pudesse construir seu lar de um modo eficaz.

Tudo que é necessário à verdadeira união foi consumado. O ensino da Escritura Sagrada é tão somente para que seja possível reconhecer o lugar que Cristo vem ocupando no casamento.

O que precisamos é reconhecer que Jesus é o Alfa e o Ômega (o começo e o final do aprendizado), o Princípio e o Fim. Ou seja, não há nada que possamos fazer antes de Ele chegar, nem nada há para fazer depois de Ele agir, pois Sua obra é completa (Rm 12.2), não havendo necessidade de revisões, melhorias, etc. Basta confiarmos em Jesus e na Sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm 12.2).

Considerando que Jesus promete, GRATUITAMENTE, a Água da vida (Jo 4.13,14; 7.37-39) a quem tem sede, não há porque pecar.

Mas, se é assim, então por que tantos casamentos se desfazem?

 

1.  Porque não está havendo sede do Eterno e Sua justiça, mas sim sede de justiça humana, cujo objetivo é unicamente garantia de interesses individuais;

2.  Porque, infelizmente, ninguém está crendo que o amor não pode ser comprado (Ct 8.6,7).

 

Insistem em querer pagar por uma coisa que já foi paga por Jesus e, como não conseguem, querem cobrar isto dos outros. O indivíduo se sente limitado por não ser capaz de adquirir tudo que precisa ou que deseja e, por isto, passa a cobrar dos outros, como se eles fossem obrigados a colaborarem. E é este jogo de contabilidade (aprendida do Sistema Babilônico) que arrebenta com qualquer relacionamento. Como ninguém faz nada bom de graça, quer depois cobrar isto de volta dos filhos e cônjuge.

Com base na justiça própria (Rm 10.3), a mulher começa a cobrar do marido por todas as vezes que cedeu para satisfazê-lo e vice-versa. Mas, se cada um se esquecesse das coisas que para trás ficam (Fp 3.13,14) e prosseguisse para o alvo (a vida eterna), crendo que, não importa o tamanho do prejuízo, o Eterno pode nos dar muito mais, ninguém jogaria suas pérolas aos porcos (Mt 7.6). A ideia é que cada um enxergasse o privilégio de ver seu dom apreciado e sendo usado pelo Eterno, ao invés de buscar recompensas materiais.

Além do mais, que temos nós que, antes de tudo, não tenhamos recebido (1Co 4.7; 1Tm 6.7,8)? E se recebemos tudo das mãos do Pai, incluindo o próprio favor Dele, porque Ele não nos daria, em Cristo, todas as demais coisas (Rm 8.32)? Tem sentido em confiar no suposto potencial que temos para manipular indivíduos? Por que os indivíduos têm que agir, o tempo todo como robôs ou sendo manipulados?

Contudo, se crêssemos que a bênção do Eterno é gratuita (Sl 145.9; Mt 5.44,45), não precisaríamos nos prender na mesquinhez e pequenez da nossa mente. Não precisaríamos limitar o nosso potencial àquilo que o mundo diz que podemos ser e ter e com o qual, infelizmente, acabamos concordando.

Enfim, gratuitamente significa que não temos que buscar em ninguém para adquirir recurso, muito menos é preciso ter o recurso conosco. Antes, está disponível a qualquer que confiou em Jesus o suficiente para se negar a aplacar a sede com os recursos deste mundo até receber a provisão de Jesus.

7ª – O casamento busca a perfeita unidade em Cristo, e não em subterfúgios malignos e carnais

  • “O vencedor herdará estas coisas; eu serei o seu Deus, e ele será meu filho. Mas quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte.” (Ap 21.7-8).

 

O casal vencedor é aquele que conseguiu se libertar da ideia de comércio e bebeu da Água da Vida (sem fazer como Simão – At 8.20,21). Este casal herdará a oportunidade de:

 

·       ser tabernáculo vivo do Eterno;

·       ser filho do Eterno, ou seja, uma expressão viva de quem Ele é;

·       ter Jesus como seu Deus, ou seja, como seu tudo, Aquele em quem se pode confiar plenamente em todos os momentos.

 

Por outro lado, herdarão o lago de fogo e enxofre o casal perdedor, a saber, os que, para serem bem sucedidos, fizeram uso de:

 

·       medo => quantos casais, com medo de perder o favor do cônjuge, prendem-se mutuamente em um ciúme escravizador;

·       incredulidade => o amor tudo crê (1Co 13.7), pois não está firmado na fidelidade do cônjuge, mas sim na certeza de que, o que o Eterno uniu, ninguém pode separar (a menos que nós nos separemos, ou seja, aceitemos a separação dentro de nós). A prova disto é nem mesmo dois reis pagãos conseguiram possuir Sara, mesmo tendo Abraão mentido (Gn 12.17-19; 20.4-7). Além disto, o casamento não é bem sucedido a partir do nosso esforço em acertar e na exigência de que o cônjuge acerte, mas sim em enxergar no perdão um privilégio.

·       abominação => por causa do ciúme, o marido exige que a esposa corte relações com outros homens e vice-versa. Ou seja, o casamento acaba servindo para semear contenda entre eles e com os irmãos (Pv 6.19).

·       homicídio => aborrecendo o cônjuge (ver 1Jo 3.15), esquecendo que isto significa maltratar a própria carne (Ef 5.28,29) e renunciar a comunhão com o Eterno (Ml 2.13-16; 1Pe 3.7);

·       fornicação => cada um usa o cônjuge para se prostituir, tratando-o como amante para mera satisfação carnal. Ao invés de irem em busca de uma renovação do interior, vão atrás de casos extraconjugais para fugir da monotonia do lar (2Co 4.16);

·       feitiçaria => usam de sedução para conquistar o cônjuge, tentando mostrar a ele uma coisa que não é (através de joias, maquiagens, penteados, roupas, etc.). Ou seja, quer prendê-lo através de seus desejos mais vis, ao invés de entregar-se para o trabalho do Espírito Santo no caráter dele, enchendo-o de virtudes, e vice-versa (1Pe 3.1-6). Sem contar que muitos buscam, através de orações, jejuns, campanhas, etc., convencer (ou mesmo forçar) Jesus a fazer com que seu cônuge fique do jeito que lhe convém;

·       idolatria => tenta paparicar o cônjuge com elogios (ver Pv 26.28; 28.23; 29.5) e se sacrificando para satisfazer seus gostos, como se ele fosse o seu deus. O correto é buscar em Jesus a transformação necessária para ser o instrumento de transformação do cônjuge.

·       mentira => Faz uso da mentira para agradar o cônjuge e se ver livre de importunações (por exemplo, concordando em fazer algo que, no fundo, não quer fazer).

 

Lançar mão de tais artifícios para agradar ou conquistar o cônjuge é filosofia de perdedor. O casamento verdadeiro é caracterizado pela vitória sobre todos estes métodos de Ha-Satan para tentar prender um ao outro.

A partir de agora, um dos anjos que tinha as taças do julgamento do Eterno, mostra intimamente a Noiva (Ap 21.9).

8º - No casamento, jamais se renuncia aos elevados e perfeitos padrões do Criador (a começar pelo amor que o Criador colocou no casal um pelo outro) para conseguir algo deste mundo

·        “Levou-me pelo Espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a santa cidade de Jerusalém, descendo do céu da parte de Deus” (Ap 21.10).

 

O casamento não é algo banal. Tanto que, para que João pudesse a ver a Noiva descendo, o Eterno precisou colocá-lo em um grande e alto monte.

Mas, o que seria este grande monte? De acordo com Daniel, isto representa o Reino do Eterno (Dn 2.35,44). Enquanto os impérios são considerados montes (Ap 17.9), o Reino do Eterno é um grande monte que enche toda a terra.

Ou seja, uma esposa de Cristo não é deste mundo (desce do céu) e ela só desce quando o Eterno a conduz, e não por vontade própria. É bom lembrar que a esposa prudente vem do Eterno (Pv 19.14), sendo que aquele contra quem o Eterno se ira cai na lábia da estranha (Pv 22.14).

E perceba o lugar que a esposa irá ocupar: um alto e grande monte, ou seja, o Reino do Eterno aqui na terra, o qual:

 

Ø  É grande o suficiente para preencher toda a terra, ao invés de ficar restrito a um lugar, dificultando em muito o acesso de quem deseja;

Ø  É alto, ou seja, nunca renuncia ao padrão do Eterno para agradar aos outros (Mt 22.16; Jo 5.44).


Quantos descem deste patamar elevado de amor
(o casamento) (ver Sl 127; 128.1-4; Pv 5.19; Ec 9.9) em troca de coisas tão banais. Em primeiro lugar, o fato de a esposa descer significa que o homem não precisa renunciar o caráter de Cristo para agradar a esposa.

Aliás, não há coisa pior quando o marido, para conquistar a noiva (e vice-versa) precisa encenar uma personagem. No Reino do Criador, o descer da Noiva revela de onde vem seu amor e sabedoria (ver Tg 1.16,17). Não é ela tentando subir ao céu. Ela já está lá (Ef 1.3; 2.6) e só desce porque o Eterno deseja que Seu reino seja percebido por este mundo e Sua vontade feita na terra e no céu (Mt 6.10).

Contudo, ela nunca fica abaixo das pessoas, como se precisasse se sujeitar a elas, como se fosse levantada pelo Criador simplesmente para realizar um serviço.

É oportuno entendermos que, embora Jesus tenha vindo para servir (Mt 20.28), ainda assim Ele nunca deixou de ser Rei. Ou seja, Ele serve a fim de que nossa vida seja conduzida de acordo com o Pai, para que ninguém tenha desculpa de que não deu conta cumprir cabalmente toda a vontade do Pai.

De igual modo, o marido dá sua vida à esposa (Ef 5.25-27) a fim de que ela tenha total condições de se submeter a ele. Por fim, a Igreja se submete ás pessoas que vão ao seu encontro para que deste modo, todos tenham condições para crer, arrepender e converter.

A maioria, por não perceber isto, acaba lutando para encontrar o “grande amor” de sua vida e, quando encontra quem o Eterno lhe preparou, troca-o por qualquer coisa. Logo se esquecem do compromisso que assumiram diante do Eterno, na vida um do outro, de nunca se separarem para correrem após outra carne (Mc 4.19; Lc 8.14):

 

 

Ø  Enganos das Riquezas -> Neste caso, o casamento deixou de ser uma riqueza, vindo a ser apenas mais uma “mercadoria” (muitas vezes até uma tralha) em meio a tantas outras;

Ø  Deleites -> Nesta hipótese, o casamento, que antes parecia satisfazer por completo, agora necessita das fontes de prazer do mundo para ser complementado;

Ø  Cuidados da Vida -> Aqui, o casamento, que deveria ser um prazer, se torna uma enfadonha obrigação a ser mantida. Quantos se escravizam atrás de um balcão ou após horas extras e mal têm tempo para este amor que tanto almejavam. Infelizmente a esposa deixou de ser a auxiliadora idônea (que iria fazer a semente do marido frutificar e multiplicar – Gn 1.28) para ser um mero objeto de prazer.

Ø  Demais ambições -> Nesta hipótese, o casamento, que era a única ambição, passa a ser considerado como algo consumado (conquistado). São poucos os que conseguem enxergar a possível grandeza do Eterno a ser conhecida na vida um do outro. Infelizmente ninguém tem percebido o coração do cônjuge como um imenso terreno a ser explorado e conquistado, vindo a simplesmente passarem pela vida ao invés de vivê-la em amor junto ao cônjuge.

 

É claro que o casamento não é nada em si mesmo. É o que Cristo deseja fazer por meio dele que faz do casamento algo especial.

Em outras palavras, no Reino do Eterno o verdadeiro casamento consiste em o Eterno concedendo ao rapaz a visão celestial das coisas e colocando-o no Seu reino, de modo que a moça que almeja algo que vá bem além deste mundo, se deixe conduzir pelo Espírito Santo até este patamar de pureza e santidade. A moça se deixa conquistar, não pelo rapaz em si, mas por aquilo que ela sempre quis ser conquistada e que o Eterno colocou na vida dele, de modo que ela pudesse crescer no Reino Dele e ficar mais próxima Dele.

9ª – O casamento tem que contar com a presença viva e constante do Criador, sem jamais escondê-la

·        “e tendo a glória de Deus. O seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.” (Ap 21.11).

 

O casamento deve contar com a glória do Eterno: não é nem a glória da mulher, nem a do marido, nem a glória Dele na vida de cada um separado. Antes, é a glória do Eterno em ambos ao mesmo tempo (1Pe 3.7).

O brilho do casamento é mostrar a perfeita união que é possível existir entre dois indivíduos tão diferentes quando o Espírito Santo os une. O brilho nada mais é do que o resultado do reflexo da luz, o qual deve ser semelhante ao de uma pedra de jaspe cristalina. Ou seja, o casal não deve ficar com a luz da Palavra do Eterno só para si, nem refleti-la sem absorver como se dá com o metal perfeito; muito menos só refratá-la como um vidro, por onde a luz passa sem sofrer praticamente nenhuma variação. Antes, o casal deve absorvê-la (amor), permitir que ela seja refratada através de si (permitindo todos enxergarem a pureza de Cristo em si) e refleti-la (em santidade) do modo que convém ao Eterno.

De igual modo, o casal deve ser constituído de pureza e santidade a fim de poder receber Jesus em sua vida, refleti-Lo com exatidão e deixá-lo manifestar o que existe no interior deles. Daí o jaspe cristalino. Ou seja, o casal recebe a revelação, os dons e a presença do próprio Criador, absorve isto em seu ser e, em seguida, transmite aos outros de acordo com a vontade do Eterno, mas sempre vivendo uma vida transparente.

Logo, quem casa e separa está dando mal testemunho da união de Cristo com a Igreja, a qual é indissolúvel.

10ª – No lar só entra aquilo que vem para confirmar o chamado do Criador na vida do casal

 

·        “Tinha um muro grande e alto. Tinha doze portas e junto às portas doze anjos, e sobre elas nomes escritos que são os da doze tribos dos filhos de Israel.” (Ap 21.12).

 

No livro de cantares, a mulher virtuosa é considerada como um muro e seus seios como torres:

 

  • “Temos uma irmã pequena, que ainda não tem seios; que faremos a esta nossa irmã, no dia em que dela se falar? Se ela for um muro, edificaremos sobre ela um palácio de prata; e, se ela for uma porta, cercá-la-emos com tábuas de cedro. Eu sou um muro, e os meus seios são como as suas torres; então eu era aos seus olhos como aquela que acha paz.” (Ct 8.8-10).

 

No casamento, a mulher deve ser aquela que fecha seu lar para tudo que é contaminado ou impuro. Seu ato de amamentar os filhos não é apenas para alimentá-los, mas sim uma desculpa para estar mais próximo deles e:

 

·       vigiá-los, de modo que eles não venham a perder a oportunidade de serem usados pelo Eterno (Mt 24.45; Mc 13.35,36);

·       preencher o interior deles com o leite da Palavra do Eterno (1Pe 2.1,2), de modo que não haja estômago na vida deles para outro tipo de alimento (Fp 3.19).

 

Se existe porta é porque, antes de tudo, existe um muro (ou parede). Jacó teve doze filhos e Jesus, doze apóstolos. Logo, as portas representas os filhos do casal (tanto naturais como espirituais).

Na Nova Jerusalém temos: 12 portas, 12 anjos e os nomes das 12 tribos de Israel. A porta representa a lei (já que é ela que determina quem entra e quem fica de fora) e os fundamentos, a graça (pois suporta qualquer um que esteja sobre eles, independente se merece ou não).

Através de cada um dos relacionamentos em Cristo que o marido estabelece com a Igreja (incluindo os filhos - ver Mt 18.18-20), ao mesmo tempo que ele permite que entre em seu lar aquilo que é bom (Ap 21.24-27), dá espaço para que dele saia a justiça e a paz para todos quantos desejarem (ver Is 2.1-4).

O homem deve construir amizades com “anjos”, ou seja, com mensageiros do Senhor que servirão para conservar a mente sua e de toda a família fixas em Jesus e Seu chamado. Contudo, o propósito por trás dos dez mandamentos deve ser aceito por cada um que pense em se aproximar. Lembrando que oito mandamentos são negativos (o que não deve ser feito para preservar a qualidade dos relacionamentos) e dois são positivos (o que deve ser feito para tornar os relacionamentos mais profundos e sólidos).

Sobre a porta está escrito qual a finalidade da porta: permitir a entrada apenas daquilo que está de acordo com a lei do Eterno. Isto pode parecer algo bom. No entanto, é preciso cautela, pois todos os que tentam se justificar com base na lei caem do Favor do Eterno (Gl 5.4) e acabam envolvidos em muitos pecados (Rm 5.20). Daí o Testamento da Lei ser aliança da morte e da condenação (2Co 3.7,9). A lei tem que ser obedecida, mas visando a comunhão física em prol do exercício da misericórdia.

Logo, deve existir portas, mas estas devem estar sempre aberta.

No entanto, nem por isto esta porta pode ser relaxada. Pelo contrário, a ideia é que, ao passar pela porta estreita e caminho apertado, o indivíduo tenha: por cima de si, o muro de fogo do Eterno (Sua Palavra, a qual é escudo e broquel – Sl 91.4); por baixo, o fundamento da fé com a identidade e amor expresso na vida de um dos apóstolos de Jesus; por trás há o anjo guardião da porta e à frente a Vida Eterna está à espera.

Para ser mais exato: se por um lado os filhos deve estar abertos a quem quer que seja que o Eterno trouxer até eles, ainda assim eles deve manter firme os padrões de santidade e pureza do Eterno, de modo que só consiga entrar quem realmente quiser experimentar uma mudança de vida, ou seja, anseia por estar debaixo de Sua Palavra, fundamentado na fé de Cristo (Gl 2.20) (a qual foi codificada através da doutrina dos apóstolos), guardado do pecado pelos anjos e visando a verdadeira vida.

Quando alguém tenta se aproximar deve se deparar com os “anjos” e ver, na vida dos filhos, a confirmação de que a mensagem dos anjos (seus amigos verdadeiros) está correta, ou seja, que não há como entrar na vida deles (e, obviamente, em seu lar) a não ser que seja para se submeter à Palavra do Criador.

11ª – O lar deve ser aberto a todos as pessoas, contanto que tragam consigo as marcas de Jesus (Gl 6.17), a saber, a vivência de Sua Palavra

·        “Três portas estavam ao oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas ao ocidente. O muro da cidade tinha doze fundamentos e sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” (Ap 21.13,14).

 

Quanto ao número doze, o emprego do mesmo representa a totalidade daqueles que o Eterno quer discipular pessoalmente através do casal. Entenda: assim como Jacó também teve doze filhos naturais que deveriam estar junto com ele o tempo todo, Jesus chamou a doze (filhos espirituais) para participar intimamente de Sua vida. A diferença é que, enquanto os doze patriarcas de Israel eram descendentes do que recebeu a promessa (de Abraão, pela carne), os apóstolos foram chamados diretamente por Jesus, vindo a ser filhos do Criador pela fé em Jesus (Jo 1.12; Gl 3.22).

Hoje, o marido deve estar igualmente atento em todas as direções (leste, norte, sul, oeste), pois ele nunca sabe em qual porta (área da sua vida) Jesus irá bater (Ap 3.20). Cada filho deve expressar a identidade de um dos filhos de Israel, ou seja, a lei do Criador, independente do que (ou de quem) está diante dele, de modo que só entre no lar quem quer se submeter à vontade de Cristo e ser guardado pelo anjo guardião da porta.

Mas qual o significado do nome dos doze apóstolos no fundamento? Quer dizer que a graça não é para ser exercida de qualquer maneira. Devemos amar o próximo, mas de acordo com aquilo que Jesus ensinou acerca de comunhão. A graça implica em favorecer um de modo a capacitá-lo para abençoar os demais e confirmar o ensino dos apóstolos. Do contrário, correremos o risco de corromper os mandamentos de Cristo, tornando-os algo nojento e abominável.

Embora o fundamento da caminhada com Cristo seja a fé em Jesus, nosso corpo e alma também devem estar entregues a Jesus (1Co 6.20; 1Ts 5.23). Assim como na caminhada para vir ao Pai não se pode renunciar Jesus como Caminho (ou modo de viver), jamais o marido deve concordar que alguém entre em seu lar a menos que seja movido pelo Espírito Santo dentro dos princípios básicos da Escritura Sagrada (2Jo 1.10,11), em busca de plena santificação do Espírito Santo. Logo, os filhos devem estar abertos para o próximo, mas sem abrir mão dos fundamentos que compõem o muro.

Assim como a mulher é o muro, ela é também o esteio (alicerce, fundamento) do lar. Ou seja, a mulher, como muro, deve impedir a entrada no lar daquilo que não está fundamentado na doutrina dos apóstolos. Como fundamento, ela deve servir de suporte ao marido e filhos a fim de mantê-los separados para uso exclusivo do Eterno.

Para entender isto, pense no seguinte: por que você acha que Jesus criou o ser humano? Apesar de ser o único criado à imagem e semelhança Dele (Gn 1.25,26) (nem mesmo os anjos são considerados filhos do Eterno – Hb 1.5), é justamente aquele que mais lhe dá trabalho. Na verdade, quando Jesus deu Sua vida pela Igreja, o que Ele estava procurando era mais serviço e dor de cabeça.

Que fique claro: Jesus não é um mártir que morre por amor ao Eterno e, depois disto, descansa (Ap 14.13). Jesus deu Sua vida, ou seja, morreu, mas ressuscitou a fim de viver para trabalhar em nós Seu amor e palavra (Hb 7.25), deixando um exemplo a ser seguido (1Pe 2.21-24).

Assim, a essência do casamento consiste em o marido dando a vida pela esposa e a mulher sendo (Ef 5.25-27):

·       Obediente ao homem, ou seja, se colocando debaixo da força e influência dele ou, se preferir, estando totalmente disposta a receber dele sua força ou influência que ele tem para oferecer. Em outras palavras, ao invés de tentar fazer as coisas por si mesma, ela deixará o marido ser sua força (tem a ver com “com quem” fazer);

·       Sujeita ao homem, ou seja, estando sempre pronta para auxiliá-lo na missão que o Eterno lhe confiou (Gn 1.28; 2.18) do jeito que o marido lhe especificou (tem a ver com “com o que” fazer);

·       Submissa ao homem, ou seja, estando pronta para renunciar sua vida para viver a vida do marido. Isto pode parecer difícil. No entanto, se a mulher esperar no Eterno (Sl 40.1), Ele a levará ao homem que terá planos e ideias muitos melhores que os dela, de modo que ela não terá dificuldade em assumir os sonhos do Eterno na vida do marido como seus (tem a ver com “como” fazer”).

Ou seja, a mulher se submete ao homem (recebendo seus planos e pensamentos), se sujeita a ele (trabalha em cima daquilo que o marido lhe disse para fazer) e o obedece (busca receber deles todos os recursos físicos, bem como sua força e influência para fazer a tarefa).

É claro que o marido não pode ser autoritário (querer que a mulher faça tudo pela força e influência dela). Antes, ele tem que ser autoridade (um exemplo a servir de estímulo para o que é bom, para vislumbre da beleza da santidade que há no Eterno – Sl 29.2; 96.9).

O marido tem que estar disposto a trabalhar no coração de todos que almejarem estar em Cristo por meio do seu lar sempre de olho na expressão do amor que o Eterno quer manifestar na vida dele. Lembre-se que o objetivo é Cristo vivendo no indivíduo, e não o indivíduo vivendo para si.

12ª – O casamento é um projeto do Criador, medido nos mínimos detalhes

·        “O que falava comigo tinha uma cana de ouro, que servia de medida, para medir a cidade, as suas portas e o seu muro.” (Ap 21.15).

 

O casamento é um projeto do Eterno. Sendo assim, tudo nele é medido rigorosamente. Um dos maiores erros dos indivíduos é acharem que casamento é algo qualquer que pode ser levado de qualquer jeito.

Não conseguem perceber que casamento é, antes de tudo, investimento de caráter. Muitos encaram o Reino do Eterno como mera obediência a regras. As leis apontam para a coisa certa, mas só ao ouvir a voz do Eterno poderemos saber onde e como cumprir a vontade Dele (Rm 10.17). Como podemos nos dizer servos de Cristo insistindo em mantermos nossos planos (ver Sl 119.1; Is 64.4,5)? É importante termos em vista o lugar certo (a cidade santa), a coisa certa (o fundamento) e a modo certo (porta).

Uma vez que foi o Eterno quem uniu marido e mulher (Gn 2.24), pode estar certo que tal união tem um objetivo sublime. Até hoje poucos entendem que o objetivo do casamento não é conquistar alguém que lhe faça feliz, mas sim receber quem o Eterno colocou em sua vida para dar-lhe a oportunidade de receber Seu amor e expressá-lo em direção a alguém especial.

Assim como só é possível medir algo que existe, só é possível amar quando o indivíduo amado estiver habitando interiormente. Note que era para medir apenas a cidade, o muro e as portas. Não se tenta conquistar alguém com atitudes, mas sim recebendo-o, antes de tudo, no coração (quando Jesus o traz – Ap 3.20). O grande problema nosso é o de querer medir os indivíduos que estão no mundo. Uma vez eles estão fora, não cabe a nós julgar (Rm 14.4).

Temos que julgar a nós mesmos (1Co 11.31), e isto quando o Eterno vier e trouxer à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestar os desígnios dos corações (1Co 4.5). Ou seja, temos que medir o edifício do Eterno na nossa vida, composto das pedras vivas que Ele nos deu (1Pe 2.5-7). Afinal, nós só seremos medidos se também medirmos (Mc 4.24; Lc 6.38). Nossa vida, incluindo aqueles que o Eterno colocou dentro de nós, precisam ser medidos. Não podemos levar a vida de qualquer jeito.

O amor não pode ser medido com medida humana (Ef 3.19), nem comprado com dinheiro (Is 55.1; Ct 8.6,7). Fisicamente, o verdadeiro amor é recebido quando acolhemos o amor da verdade (2Ts 2.10). Não há nada que possamos fazer para estimulá-lo em nós ou nos que Jesus nos deu. O Eterno é amor (1Jo 4.8,16): ou O recebemos e temos este amor, ou O rejeitamos e ficamos vazios.

Apenas no interior é que este amor tem a oportunidade de crescer, a saber, quando o Eterno dá testemunho de Si mesmo na vida do casal. E o que é medido:

 

  • A quantidade e qualidade dos relacionamentos (cidade). Não é qualquer cana, mas sim de ouro, o qual é símbolo da verdade e sabedoria do Eterno (Pv 2.3-5; 3.13-15; 23.23). Quando alguém é repleto da verdade sagrada, ele é considerado como ouro e prata (ver Zc 13.9);
  • A qualidade do isolamento promovido pelo Eterno na vida da mulher entre o mundo e seu lar (muro);
  • Os conceitos e valores dos filhos (porta), de modo a não dar motivos para que, aqueles que estão dentro, pensem em sair e, ao mesmo tempo, desencorajar todos os mau intencionados que pensam em entrar. Os filhos não podem fazer acepção de indivíduos e se fechar, mas também não pode relaxar no cumprimento da boa, agradável e perfeita vontade do Eterno (Rm 12.2).

 

Daí dizer que era medida de homem, isto é, de anjo.

13ª – O casamento visa a uniformidade (marido e mulher pensando, sentindo e trabalhando na mesma coisa – ver Jo 17.11,21-23; At 4.32; 1Co 1.10; Fp 4.2) e abundância

·        “A cidade é quadrangular, de comprimento igual à largura. Ele mediu a cidade com a cana, e tinha doze mil estádios; o seu comprimento e a sua largura e a sua altura são iguais. Mediu também o seu muro, e ele tinha cento e quarenta e quatro cúbitos, segundo a medida de homem, isto é, de anjo.” (Ap 21.16,17).

 

Não podemos medir de qualquer jeito (Mt 7.1,2; 2Co 10.13), mesmo porque a medida do Eterno é recalcada, sacudida e transbordante (Lc 6.38). A prova disto é o tamanho imenso da cidade e do muro.

Embora as portas também devessem ser medidas, por alguma razão João não se preocupou em registrar as medidas delas. Isto porque a porta (e, implicitamente, o caminho) deve ser do tamanho exato do ego original de quem entra, de modo a permitir a entrada apenas daquilo que o Eterno fez (o indivíduo não pode levar nada consigo deste mundo). Assim como nós entramos nesta vida sem nada, entraremos na vida eterna sem nada também.

Contudo, ao contrário do que se dá nas construções humanas, a obra feita pelo Criador é boa e perfeita, tanto por dentro quanto por fora, mesmo naqueles lugares invisíveis aos olhos da maioria das pessoas (ou até de todas).

Ou seja, o casamento é construído de coisas valiosas nos seus mínimos detalhes, independente se os outros vão reconhecer isto ou não. O casal investe em si por amar a si mesmo e, deste modo, ser capaz de amar o próximo (Mt 22.39) e ao Criador (1Jo 4.20,21).

E o esforço é uniforme, ou seja, não é apenas em uma dimensão. O Sistema Babilônico induz a pessoa a trabalhar num regime de robô-escravo, onde o único benefício é a parte material.

Quando, todavia, o casal segue a orientação de Paulo dada aos Tessalonicenses (1Ts 4.11,12), o casal investe nas quatro dimensões do ser humano:

·       Comprimento (corpo) -> marido, mulher e filhos, trabalhando juntos e no mesmo negócio, proveem a parte material;

·       Largura (alma) -> no que estão juntos no trabalho, não existe pressa em terminar, pois eles já estão onde gostaria de estar (na companhia um do outro);

·       Altura (mente) -> por meio do trabalho, eles se ensinam uns aos outros;

·       Profundidade (espírito) -> se eles trabalharem conforme a vontade do Criador, poderão experimentar a provisão, proteção, etc. sobrenatural Dele em meio àquilo que estão a fazer.

14ª – Cada membro da família deve refletir, de um modo precioso e singular, o caráter de Cristo

·        “A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido. Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda; o o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e o duodécimo, de ametista. As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente.” (Ap 21.18-21 – ARA2).

 

Se o Criador faz com tanto esmero a erva do campo cujo tempo de existência é tão insignificante (Mt 6.28-30), quão será esplêndida Sua obra em nós:

 

Ø Fundamentos adornados de pedras preciosas -> A fé tem que estar ornamentada com amor (Rm 13.14; Cl 3.14), visto através das boas obras (2Co 9.8; Fp 1.6; Cl 1.10; 1Tm 5.10; 2Tm 2.21; 3.17; Tt 1.16; 3.1; Hb 13.21; Tg 2.13-18; 2Pe 1.5-8); não conforme os conceitos do mundo, mas consoante a boa dádiva que desce do céu (Tg 1.16,17).

Lembre-se a fé a ser transmitida aos filhos não pode ser meramente intelectual.

E não existe melhor obra do que o ser humano, visto ter sido feito ele à imagem e semelhança do Criador (Gn 1.25-27).

De igual modo, considerando que a mulher é o esteio da casa (Sl 144.12; Pv 14.1), logo ela deve servir de apoio a todo o lar e o marido deve cobrir a mulher com todos os tesouros da sabedoria e ciência (Cl 2.3). Lembre-se que a mulher caiu na fé justamente porque ela desejava conhecimento.

A mulher deve estar ornamentada com o marido (Ez 16.14);

Ø Muro de jaspe -> É importante esclarecer que a finalidade do muro é, antes de tudo, fazer separação. No entanto, não se trata de separar o mal do bem, mas sim manifestar o fogo do amor (Ct 8.6,7) do Eterno (Zc 2.5). Não é em vão que o adorno da mulher não é exterior, mas sim o incorruptível trajo de um espírito manso e quieto que é de grande valor diante do Eterno (1Tm 3.1-3). É isto que resplandece com pureza quem é the Criador;

Ou seja, o muro não é só para impedir o mal externo de entrar, mas principalmente para que aqueles que estão dentro se concentrem no exercício do amor. Afinal, o verdadeiro mal vem de dentro (Mc 7.20-23) e a única forma de impedir que o mesmo se manifeste é através do exercício do amor, com o homem dando à mulher o que lhe é devido e a mulher recebendo isto sem reservas (Pv 5.19; 1Co 7.3-5). Se o amor preencher cada área e minuto na vida do casal e dos filhos, não haverá tempo e espaço para o mal se manifestar.

O casal precisa vigiar sobre o rebanho do Eterno (Pv 27.23-27) (e não contra o inimigo. Nem mesmo tentando adivinhar quando Jesus virá). Devemos, é claro, estarmos atentos para não sermos pegos de surpresa quando Jesus vier (Mc 13.33-37), mas devemos estar prontos para o que o Eterno deseja fazer através de nós (Jo 4.13,14; 7.37-39). Ou seja, o privilégio não é o que o casal pode receber dos filhos, mas sim a oportunidade que o casal tem de ofertar (At 20.35; 2Co 12.14). É a vigilância (por sinal, o muro é símbolo de vigilância, já que era nele que ficavam as torres de vigia) que leva o casal a enxergar que os filhos não pertencem a eles, mas a Jesus. Isto evita os pais de ficarem magoados com os outros e com o Eterno caso um deles venha a ser chamado por Ele. Eles não podem ser pegos de surpresa ao Jesus vir, seja:

o   Por se apegarem ao filho, considerando Jesus como ladrão que veio tirar a quem eles amam (Ap 16.15; ver 1Rs 17.20);

o   Pelo remorso de não terem feito tudo que era possível (Lc 13.6-9), considerando Jesus como ladrão que veio lhes tirar a mordomia (ver Lc 16.1).

o   Por terem maltratado aqueles a quem deveriam cuidar (Mt 24.50), considerando Jesus como o ladrão que veio tirar a fonte de prazer deles (Mt 24.48-51).

A mulher, como muro, deve refletir a glória de Cristo e ser forte para servir de proteção, separação e vigilância. A mulher vigia internamente (os filhos) e o homem usa o suporte da mulher para enxergar os inimigos externos.

Ø Cidade de ouro semelhante a vidro puro -> os filhos naturais e espirituais do casal devem refletir a beleza da verdade e santidade de Cristo, sem jamais prender a atenção dos outros a si. Como eles vão fazer isto? Permitindo que o interior deles seja esquadrinhado, de modo que, ao olhar para eles, todos vejam Jesus.

Ø Portas de Pérolas inteiriças -> Sendo a Igreja a pérola de grande valor (Mt 13.45,46), os filhos devem ser constituídos do corpo e sangue de Cristo (Jo 6.51-57), sempre resplandecendo a pureza da Palavra Dele. Ao olhar para eles, todos devem encontrar uma porta aberta (confiando plenamente em Cristo e Seu amor), mas que busca se adaptar com precisão à estatura de quem pensa em entrar, de modo que este só consiga entrar caso se dispa do velho homem com seus feitos (Colossians 3.9). Afinal, os inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18), a saber, cães e porcas (Mt 7.6; 2Pe 2.21,22), não devem encontrar lugar para si no lar (Jr 15.19).

Ø Rua (praça) de ouro como vidro transparente -> como o chão cobre o fundamento (que é a mulher) e Jesus, como mestre, lavou os pés dos discípulos (ver Jo 13.14), logo as ruas da cidade são o marido. Este deve ser humilde, de modo a servir para limpar os pés de quem entra. A mulher auxilia-o nesta missão (1Tm 5.10).

Para tanto, a candeia do corpo, que são os olhos (Mt 6.22,23; Tt 1.15), deve estar acesa (Lc 12.35) e a Palavra do Eterno deve ser manejada corretamente (2Tm 2.15) para servir de lâmpada para os pés e luz para o caminho (Sl 119.105). Daí a rua ser de ouro (verdade sagrada).

A rua é transparente para que jamais a fonte da verdadeira firmeza seja esquecida (a Pedra Angular, Jesus).

Mas a praça é também de ouro. Como a praça é um local público de socialização, logo ele representa a família toda.

A praça representa a família, a qual o Espírito Santo usa para escrever Sua Palavra no coração daqueles que o Eterno leva até eles (2Co 3.1-3). O objetivo é unir uns aos outros num relacionamento verdadeiro, onde a virtude de Cristo seja vista no coração de cada um.

A família só ganha brilho quando os cômodos na vida do casal são preenchidos com os filhos físicos e espirituais que Jesus lhes dá (Ap 3.20). A praça serve para lembrar que estes filhos precisam se harmonizar uns com outros e com o casal na Palavra. Casamento não é mero ajuntamento de indivíduos, mas sim a perfeita harmonia entre eles.

15ª – O casamento deve conduzir o casal à intimidade celestial com o Criador, ou seja, a a caminhar com Ele nas regiões celestiais ao invés de só buscarem que Ele os conduza neste mundo.

·        “Não vi nela santuário, porque o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro são o seu santuário.” (Ap 21.22).

 

Isto parece contraditório. Como é possível que o Eterno seja o santuário, sendo que a Noiva é o tabernáculo do Eterno (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16; Ap 21.3)?

Na atual dispensação a Noiva é o santuário do Criador espiritualmente pelo mundo afora. Todavia, a Igreja deve ser mais do que isto. Na vida de pessoas mais amadurecidas, além de ser o Criador dirigindo a vida dela aqui (e ela vendo as maravilhas do Criador aqui), temos ela principalmente vivenciando o Criador nas regiões celestiais (ver Ef 1.3; 2.6; 6.12), conhecendo o agir Dele com base nas coisas eternas (ver Ef 1.3; 2.6; 6.12). Não se trata de continuar vendo o mundo do mesmo jeito, só que contando com a ajuda do Criador; antes, é o indivíduo vendo o mundo com os conceitos e valores do Criador.

No milênio, o Criador irá habitar na Nova Jerusalém fisicamente e todos nela estarão Nele (em comunhão com Ele o tempo todo);

Na eternidade, a Noiva será o santuário do Criador espiritualmente pelo mundo afora, mas ao mesmo tempo o Criador irá habitar na Nova Jerusalém fisicamente e todos lá estarão Nele.

Hoje, assim como a Noiva é santuário do Criador, a mulher deve ser o principal local onde o homem pode ter comunhão com o Criador, sem contar que a mulher deve manifestar a glória de Cristo que está no marido (1Co 11.7).

O verdadeiro casamento conduz o casal a uma intimidade celestial com o Eterno, a uma nova visão acerca deste mundo. Infelizmente muitos insistem em sua visão pequena (Is 55.8,9), achando que o que precisam é da ajuda do Eterno para serem bem sucedidos nele. No entanto, a Nova Jerusalém é nova porque Jesus faz uma mudança a visão do casal.

16ª – O casamento serve para levar o casal a vencer o mundo sem depender da luz deste mundo

·        “A cidade não precisa do sol nem da lua para a iluminar; porque a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua candeia.” (Ap 21.23).

 

O lar que está em Cristo não precisa temer o que os mundanos temem (Is 8.12-14; 51.12,13; Jr 10.2; Lc 21.25-28; Hb 13.5,6). Cristo o resgatou da maldição adâmica de modo que, Nele, voltam a estar por cima da criação (ver Gn 1.28; Sl 24.1; Jo 17.2; Ef 1.21-23).

Note que a glória do Eterno ilumina a Noiva de dia e o Cordeiro é a candeia à noite. Ou seja, no casamento, é o Eterno quem a conduz, tanto as tarefas do cotidiano, como o descanso (Jo 9.4). Ou seja, o casamento jamais deveria ser um fardo pesado, como a maioria hoje considera.

Basta pensar no dito popular: “tenho uma família para sustentar”. Ajudar os filhos nas suas necessidades se tornou algo tão penoso que é raríssimo uma família não fazer uso de algum método anticoncepcional. E pensar que, outrora, o filho era sinônimo de galardão (Sl 127.3-5).

E tudo porque uma ideia errada invadiu a sociedade. É bem verdade que os pais devem entesourar para os filhos (2Co 12.14). Todavia, isto em momento algum significa que os filhos não devam fazer nada. Eles são a flecha na aljava do marido (Sl 127.3-5), o motivo do Eterno guardar e edificar a casa (Sl 127.1,2; contraste isto com o resultado da avareza – Is 57.17).

Infelizmente os casais que se dizem seguidores do Eterno estão conduzindo seus lares com base em conceitos mundanos (contrariando a orientação do Eterno de ouvirmos apenas a voz Dele – Gn 3.11). Nada de seguir os conselhos dos ímpios (Sl 1.1), mas se lembra do Eterno no caminho Dele (Is 64.4,5). Só Jesus é o Pai das luzes (Jo 8.12; 9.5; Tg 1.16,17).

17ª – O lar deve ser uma referência de misericórdia e verdade

·        “As nações caminharão à sua luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória.” (Ap 21.24).

 

Jamais devemos nos conformar com a ideia de que a única forma de sobreviver neste mundo é aderindo ao Sistema Babilônico. Ao invés do casal ser tentando a adaptar ao mundo, às circunstâncias, ao sistema, o casal precisa seguir a Cristo por onde quer que Ele vá (Jr 2.2) e buscando pescar do mundo aqueles que o Eterno traz (Lc 5.10).

A ideia é que os mundanos passem para o lado do casal (Jr 15.19), ou seja, tentem se adaptar a Cristo por meio do casal (mesmo porque foi para isto que Jesus colocou-os aqui).

Afinal, em Cristo, é este quem possuí a verdadeira riqueza. Os indivíduos é que deveriam fazer fila para servir ao casal com sua glória, pelo privilégio de poder caminhar conforme a luz de Cristo brilhando através dele (ver Is 55.5).

Jamais o casal deve mendigar o interesse do mundo, vindo a abrir mão da pureza e santidade das coisas celestiais em troca de uma glória humano fútil (ver Jo 5.41,44).

O casal deve ser luz do mundo (Mt 5.14-16) e estar pronto para receber a glória, não para si mesmo, mas para ofertarem diante do Eterno (ver Ap 4.10), de modo que nada haja para impedi-los de caminhar (1Co 7.29-35). Aliás, a luz do Eterno é justamente para que nunca houvesse noite na vida do casal que pudessem impedi-los de prosseguir rumo à vontade do Eterno (ver Êx 13.21).

18ª – O casamento implica em adquirir, de Cristo, prontidão de ânimo para aquilo que o Criador deseja operar, independente do lugar e hora

·        “As suas portas não se fecharão de dia, porque noite não haverá ali. A ela trarão a glória e a honra das nações.” (Ap 21.25,26).

 

E tal é a intensidade disto que jamais as portas do lar que está em Cristo deveriam se fechar. Para quem é de Jesus, não é para existir noite (Rm 13.12,13; 1Ts 5.6). Você pode estar se perguntando o motivo disto.

Veja:

 

·        “E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu. Levanta em redor os teus olhos, e vê; todos estes já se ajuntaram, e vêm a ti; teus filhos virão de longe, e tuas filhas serão criadas ao teu lado.” (Is 60.3,4).

·        “E as tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as riquezas dos gentios, e, conduzidos com elas, os seus reis.” (Is 60.11).

·        “Assim diz o Senhor DEUS: Eis que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os povos arvorarei a minha bandeira; então trarão os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros.” (Is 49.22).

·        “E trarão a todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por oferta ao SENHOR, sobre cavalos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários, trarão ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o SENHOR; como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à casa do SENHOR.” (Is 66.20).

 

Perceba que a glória e honra das nações está relacionado aos indivíduos que faziam parte do povo do Criador, mas que estavam espalhadas pelo mundo afora. A qualquer momento poderá vir até nós alguém querendo conhecer o caminho do Eterno (Is 2.2-4). É o Eterno trazendo a nós aqueles que Ele nos deu.

Muitos se queixam de solidão, mas a verdade é que o casal que crê tem muitos filhos espirituais espalhados pelo mundo que eles sequer sabem existir (ver Is 49.21), mas que no momento certo serão trazidos até eles, muitas vezes por meio de desculpas mundanas (um pneu furado, uma vidraça quebrada, etc.) ou por meio de indivíduos que querem conhecer melhor o Eterno.

Por isto é que devemos ser como soldados de Cristo (2Tm 2.3,4), ou seja, sempre prontos para servir o Eterno a qualquer momento e hora. O motivo pelo qual quase todos perdem o melhor do Eterno para suas vidas é porque limitam o tempo da bênção do Eterno em suas vidas.

Quando nos cansamos para o bem, seja por cansaço, doença, etc., perdemos o melhor do Eterno para nós (ver Gl 6.9). Como Jesus pode desejar vir a nós a qualquer momento, devemos estar sempre atentos (Mt 24.45; Mc 13.35). É na hora que menos cuidamos que vem aqueles que farão diferença na nossa vida.

Muitos gostam de aderir ao sistema religioso porque, assim, têm a sensação de entrar no Reino do Eterno sem precisar de amar o próximo como a si mesmo. Afinal, no sistema religioso, é possível envolver-se em atividades, cumprir regras, sem ter qualquer compromisso com a melhora do próximo. Note como o sistema religioso se comporta igual ao mundo, o qual obriga o indivíduo a melhorar-se, ao invés de buscar junto com ele a sua melhora.

Se não houvesse o templo religioso, os indivíduos só poderiam conhecer melhor de Cristo através da oração, da meditação na Escritura Sagrada e da comunhão uns com os outros (que é o correto – Sl 133.1). Os que cressem seriam obrigados a ter contato direto uns com os outros ao invés de quererem ficar de longe apenas ouvindo sem ter compromisso com ninguém. Neste caso, cada um seria obrigado a amar o irmão, mesmo com suas falhas, já que era por meio dele que a ligação com o espiritual é feita (Mt 18.18), que as coisas acontecem (Mt 18.19) e que realmente conseguimos a tão almejada comunhão com o Eterno. É tal certeza que nos levará a lutar contra nós mesmos, ou seja, contra a ideia errada que temos de Cristo (Rm 5.10; Cl 1.21).

O casal, assim, deve estar sempre na luz (Rm 13.12,13; 1Ts 5.4-8), ou seja, pronto para receber a quem o Eterno trouxer. Mas sobretudo, o casal deve estar pronto para entregar toda a identidade (glória) e semente (honra) que receberam das nações ao Eterno, ao invés de querer ostentar isto em sua vida.

Assim, o casal deve jamais desperdiçar energia com coisas sem proveito.

Se fosse para cada um cultuar sua carne, então era melhor que ficassem sozinhos, pois seriam livres para fazer o que quisessem (e, é claro, colher os resultados disto – Ec 11.9). O casamento é justamente para tirar a liberdade da carne a fim de que o Criador tenha lugar para agir no espírito.

19ª – Ninguém no lar negocia seu caráter para agradar alguém. Quem quiser entrar, tem que deixar do lado de fora tudo que o mundo chama de riqueza

·        “Nela não entrará coisa alguma impura, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os que estão escritos no livro da vida do Cordeiro.” (Ap 21.27).

 

No lar jamais deve entrar algo que seja imundo, nem ninguém que ocupa sua vida com abominações (que só serve para separar pessoas) e mentiras (aquilo que não é real, a saber, as coisas deste mundo). Ao invés disto, que entre apenas aquelas pessoas que estão escritas no livro da vida do Cordeiro.

Embora muitos dos que vierem trarão a glória e a honra das nações como presente, tudo o que não for bênção pura do Criador deve ficar fora do lar como testemunho de que a beleza, poder e força do casal (bem como da Igreja) não está no que o mundo possa lhe dar, mas no que Cristo faz nele.

Inclusive, com a descrição da Nova Jerusalém, eu te pergunto: que há de mais precioso no mundo que, antes de tudo, não haverá na Nova Jerusalém? Todo lugar será construído com ouro ou pedras preciosas. Não haverá nenhuma parte comum, imperfeita ou imunda (At 10.14,15).

Semelhantemente, o que o Eterno quer fazer no lar é mais precioso do que tudo que existe neste mundo.

Isto de modo algum significa desprezar quem vem, mas sim acolhê-lo do modo certo, a saber, sem abrir mão da pureza e santidade do Criador. Nenhuma religião pagã abre mão das suas tradições para agradar alguém. Por que deveriam os servos do Criador renunciar tão grandiosa justiça (Dt 4.6,7) só para agradar aqueles que não têm disposição em agradar ninguém?

Se o casal mantiver sua confiança no Eterno, com certeza no lar não irá entrar:

 

·       algo impuro, ou seja, não haverá ninguém tentando melhorar o que o Eterno criou;

·       ninguém que ocupa sua vida com abominações, ou seja, com tentativa de favorecer uns em detrimento dos outros. É bom lembrar que no milênio a perversão será bem menor. Logo, embora abominação possa ser algo mau, em geral será algo bom sendo trazido a alguém em particular (para elevá-lo sobre os outros).

Pense: quando alguém semeia contenda entre irmãos (Pv 6.19), o que esta pessoa, na verdade, está fazendo? Ele faz intriga, fofoca. O problema com tais coisas não é, como muitos pensam, o de diminuir a vítima (se assim fosse seria coisa boa – Lc 6.22,23), mas sim o de elevar quem toma parte neste tipo de comportamento (foi tal sentimento que levou Ha-Satan cair – Ez 28.17). Qualquer coisa que contribui para que um indivíduo se destaque sobre os demais deve ser excluído da vida do casal;

Para ilustrar isto, pense: qual o objetivo fundamental da doença? Dar ao indivíduo aquilo que ele tanto deseja: motivo para cuidar de si mesmo. Toda doença leva o indivíduo a ocupar-se consigo mesmo e, em certos casos, ele leva muitos a ter que cuidar dele.

·       mentira, ou seja, nenhuma informação que, embora correta e de certo modo eficaz, não tem nenhuma ligação com o que o Eterno quer revelar para o casal. Não cabe a nós saber além do que convém (ver Gn 3.11; Dt 29.29). O que for para nós sabermos deve ser fruto da oração, da meditação na Escritura Sagrada (Sl 1.1,2) e da comunhão DIRETA com os irmãos (Ef 4.15,16). O conhecimento não é para nos fazer sobressair aos outros, mas sim para podermos servi-los de modo mais eficaz.

 

Ao invés disto, só entrará na vida do casal os que estão escritas no livro da vida Cordeiro. Que fique claro: não é o casal que irá fazer tal separação, decidindo quem entra e quem fica de fora, mas o próprio Eterno. No entanto, o casal tem que estar predisposto a participar da vida de Cristo. Afinal, o objetivo do Eterno é trazer apenas os que terão parte da história de Cristo neste mundo.

20ª – O casal deve estar sempre atento ao que anda saindo do seu coração, a fim de verificar se a Palavra do Criador está corretamente guardada na mente e no coração

·        “E Mostrou-me um rio da água da vida, resplandecente como cristal, saindo do trono de Deus e do Cordeiro.” (Ap 22.1).

 

Entendendo que o coração de cada indivíduo deve ser o templo Dele (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) e que marido e mulher formam um só corpo em Cristo (Gn 2.24), logo o Rio de Vida (o Espírito Santo – Jo 7.37-39) deve sair do coração do casal.

Mas o que significa ser trono do Eterno e do Cordeiro?

Como trono do Eterno, o casal deve conduzir a vida de todos que estão por perto. Como assim? A partir do momento que estivermos sendo guiados por Jesus, qualquer um que se envolver conosco terá participação direta na obra que o Eterno está a realizar em nós e através de nós. Afinal, se estamos fazendo a vontade Dele, logo qualquer interação conosco implica em: atravessar o Caminho do Eterno, caminhar à beira desta Caminho, levar os outros a tropeçarem ou serem sufocados Nele ou, então, a frutificar Nele (ver Mt 13.1-8).

Como trono do Eterno, o casal deve ouvir Sua voz e receber Dele tudo que Ele tem para os que O amam (coisas que ninguém viu, ouviu, nem sequer imaginou existir – 1Co 2.9). Como trono do Cordeiro, o casal deve amar o próximo, seguindo o exemplo de Cristo (1Pe 2.21-24) a fim de que a pessoa possa ter seus pés lavados (Jo 13.14) das sujeiras deste mundo, de modo que ela seja liberta do pecado e livre da opressão (Is 14.32).

Como trono do Cordeiro, o casal deve servir de acolhimento nos momentos de opressão (Is 14.32), buscando em sua vida o necessário para saciar a sede de amor, paz, justiça, etc.

Para entender a importância disto, basta pensarmos no que Jesus disse:

 

·        “E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7.20-23)

 

Mas, uma vez que tudo que vem de fora não entra no homem, então por que guardar o coração (Pv 4.23)? A questão está em nossa forma de reagirmos às coisas. Os maus pensamentos e sentimentos dos indivíduos não podem entrar em nós. Contudo, a nossa forma de reagirmos a elas marcam nossa vida.

Entenda: o que vai marcar nosso coração é o tempo que gastaremos com nossos pensamentos, sentimentos, desejos, planos e ações. Logo, o que tem caracterizado os mesmos? O que estamos deixando crescer em nós? Logo, o que nos marca não são as cenas, acontecimentos ou conhecimento que vem de fora, mas a interpretação e importância que damos a cada um deles. No final, o que levamos quando morremos não são os acontecimentos ou os indivíduos em si, mas sim o nosso modo de os enxergarmos, as lembranças de tudo que se passou em nosso interior e que foi posto para fora.

Veja:

 

·        “Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no íntimo do teu coração. Porque são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo. Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4.20-23).

 

Se guardamos a Palavra do Eterno, que é vida, no nosso coração, então dele irá proceder as fontes da vida. Do contrário, seremos movidos pelo nosso arbítrio, o qual irá consolidar os maus pensamentos.

Por outro lado, quando o casal recebe do alto a boa dádiva e o dom perfeito do Eterno (Tg 1.16,17), o que dele sairá é a fonte da vida, que resplandece como cristal, ou seja, permite que todos que estão por perto se vejam perfeitamente como num espelho, bem como tenham uma compreensão perfeita do que vem a ser o Reino do Eterno. Isto, além de limpar o casal por dentro e saciar sua sede, muda a vida de todos que estão por perto.

21ª – A vida do casal dever servir de alimento e saúde (sendo que um tem ligação com o outro)

·        “No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a Árvore da Vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações.” (Ap 22.2).

 

Aqui temos a Árvore da Vida, de cuja raiz se estenderá ao longo de todo o Rio da vida e da qual brotar-se-á vários troncos, dando a impressão que são várias árvores (Ezekiel 47.12): de uma e outra banda do rio e no meio da praça que serve como que ponte sobre o rio.

Isto nos ensina que o casal, não só tem que ser cheio do Espírito Santo (Rio de Vida), mas necessita espalhar as suas raízes ao longo do Rio de Vida (Jeremiah 17.7,8) e ter seus troncos dispostos ao longo do Rio de Vida de modo a servir de alimento a quem quer que se aproxime de Jesus, não importando o estágio espiritual em que o indivíduo se encontre. Também deve brotar no centro da comunhão que deve haver entre os irmãos. Afinal, de que adianta ser cheio do Espírito Santo sem ser capaz de preencher o interior de alguém com coisas boas (ver Mt 25.3,4)?

Um casal em Cristo só não conseguirá dar fruto se permitir que seu ego se imponha em seu interior. O casal em Cristo não busca a grandeza do mundo, mas aquilo que é necessário para que Jesus se faça grande em si e aos olhos de todos (2Co 12.9,10).

O casal deve buscar, em meio às suas necessidades que Jesus cresça, o que acontecerá quando ele permitir que Jesus supra segundo as riquezas da Sua glória (Fp 4.19) com aquilo que vai além de toda a sua imaginação (1Co 2.9; Fp 3.20,21).

Resumindo: o casal tem que viver da fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Afinal, o Reino do Eterno não é constituído de Palavras, mas de demonstração do poder do Eterno (1Co 2.4,5; 4.19,20).

Quanto às folhas, elas são para cura das nações. Ou seja, o lar do casal deve servir para curar o interior dos outros. Note como as folhas são bem mais abundantes do que os frutos. E não é para menos, já que, a cada segundo, estamos fazendo ou falando algo (mesmo quando dormindo), exigindo, assim, que tudo seja saudável. Daí a importância do casal ter cuidado para que em seu lar os indivíduos encontrem remédio, e não veneno.

Urge salientar que a diferença entre o veneno e o remédio é tão somente a dose aplicada.

Enfim, as folhas mantém pensamentos e sentimentos moldados segundo Cristo e o fruto concede a energia para que os mesmos se concretizem. O lar é para ser um lugar de cura e alimento a todo instante, durante todo o ano e de acordo com a necessidade de quem necessita.

 

·        “A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.” (Sl 128.3).

22ª – O casamento visa livrar o casal da maldição, de modo que eles possam servir ao Criador como filhos Dele, vendo-O do jeito que Ele é, ouvindo Sua voz e compreendendo com o coração

·        “Não haverá jamais maldição. O trono de Deus e do Cordeiro estará nela, e os seus servos o servirão e verão a sua face; e o seu nome estará nas testas deles.” (Ap 22.3,4).

 

 

Uma das coisas fundamentais que caracteriza o casal convertido é a intimidade com o Eterno:

 

Ø  Não haverá jamais maldição:

§  “Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás; esta é a herança dos servos do SENHOR, e a sua justiça que de mim procede, diz o SENHOR.” (Is 54.17).

O lar tem por finalidade quebrar a maldição do pecado chamada egoísmo. É o principal instrumento do Criador para estimular os pais a ofertarem gratuitamente para os filhos os bens materiais, conhecimento, sabedoria, unicamente em troca de em troca de vivenciar o verdadeiro Amor (1João 4.8,16) neles.

Ø  O trono do Eterno e do Cordeiro estará nela -> O lar deve ser o lugar ideal para a presença viva do Eterno com Seus pensamentos, sentimentos, planos e desejos se estabelecerem e se expressarem através do casal que aceita viver a vida do Cordeiro neste mundo.

O Reino do Eterno é constituído de quem aceitou o reinado de Jesus em si, tendo em vista a glória Dele, tanto nos momentos bons, como nas adversidades. O casal tem que ser guiado diretamente pelo próprio Eterno e, ao mesmo tempo, servir de guia;

Ø  Seus servos servirão ao Eterno e verão Sua face -> o que Moisés tanto queria e não pôde obter (Êx 33.18-23), será uma realidade: poderão servir ao Eterno sem o pecado para restringi-los e impedi-los de ver o Eterno como Ele realmente é.

O lar deve ser o lugar onde seus membros possam ter o privilégio de servir por amor e, assim, contemplarem a face de Cristo na vida uns dos outros;

Ø  O nome do Eterno estará nas testas deles -> Tudo aquilo que o Eterno realmente é, deverá marcar a mente do casal e filhos, a ponto de eles serem identificados com Cristo.

 

Note como uma coisa implica na outra: quando o casal concorda em ter o Eterno conduzindo sua vida, ele é liberto da tirania do pecado (Rm 6.14). A partir daí, o casal pode realmente servir ao Eterno (coisa que não é possível àqueles que estão na carne – Rm 8.5-9), vê-Lo do jeito que Ele realmente é e, assim, pensar e sentir tudo do modo correto, a ponto de ser identificado pelo nome do Eterno, a saber, como Seu filho (Jo 1.12; Rm 8.14).

É claro que, diante deste quadro, não tem como haver maldição, pois esta só tem lugar quando o casal não ouve a voz do Criador (Dt 28.15).

23ª – O casamento visa capacitar ambos (marido e mulher) à boa obra, de modo que jamais se cansem de fazer o bem (Gl 6.9).

·        “Não haverá mais noite; nem precisam mais da luz da candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus os iluminará, e eles reinarão pelos séculos dos séculos.” (Ap 22.5).

 

Com o próprio Eterno iluminando a vida do casal, nada há para impedi-los de reinar pelos séculos dos séculos. Não há mais noite, ou seja, motivo para dormir na fé (ser negligente ou ficar envolvido no pecado) ou farrear (1Ts 5.6,7). Ao invés da luz do sol, é a luz de do Eterno que capacita para o trabalho. E como, agora, a presença do Eterno é o regozijo do casal, não há mais necessidade de candeia para iluminar diversões noturnas (Êx 33.14; At 4.19) na busca desesperada de tentar achar um sentido para a vida.

Espitualmente falando, não há mais a maldição do cansaço (associe Gn 3.17-19 com Ap 22.3). Embora o físico se canse, o espírito está sempre pronto (Mt 26.41). O casal estará em contínuo descanso em Jesus (Sl 37.7), tendo suas forças renovadas pelo Seu mover contínuo nele (Is 40.31).

Ou seja, o casamento visa capacitar ambos (marido e mulher) a jamais se cansarem de fazer o bem (Pv 3.27; Gl 6.9) e a serem sempre mais que vencedores sobre o pecado (Romanos 5.17; 8.37).

 

 

 

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