terça-feira, 25 de dezembro de 2012

35 - ESTUDO DO LIVRO DE 2TESSALONICENSES



ESTUDO DO LIVRO DE 2 TESSALONICENSES

            Tema: A NECESSIDADE DE NOS PREPARAMOS PARA A VINDA DE CRISTO

Propósito da Carta: Algumas pessoas, tentando destruir a fé dos tessalonicenses, estavam se infiltrando na igreja e escrevendo cartas em nomes dos apóstolos (2Ts 2.2). Alguns chegavam ao ponto de imitar a letra de Paulo (2Ts 3.17). Tais pessoas afirmavam que o dia da vinda do Senhor estava perto (2Ts 2.2). E muitos estavam acreditando, por causa das tribulações e aflições que eles estavam tendo que suportar (2Ts 1.4).
Isto estava levando muitos crentes a abandonarem seus empregos e viverem desordenadamente, se intrometendo na vida alheia (2Ts 1.6) e fazendo coisas vãs (2Ts 3.11). Ora, eles deveriam trabalhar ainda mais, só que visando as coisas do Espírito Santo.
Paulo então explica que a vinda de Cristo se daria somente após a apostasia ter tomado conta das igrejas e o anticristo se manifestasse (2Ts 2.3), se assentando no santuário de Deus e ostentando-se como se fosse o próprio Deus (2Ts 2.4) (o que se dará 30 dias antes da metade da 70ª semana (Dn 12.11).
Além disto, mesmo que Jesus estivesse para vir, isto não era motivo para eles pararem de fazer o bem (2Ts 3.13), visto que, aqueles que não conhecem a Deus e não obedecem ao evangelho de Jesus padecerão eterna perdição (2Ts 1.9) quando Ele vier. A vinda de Cristo só é descanso para aqueles que são atribulados pelo nome de Cristo (2Ts 1.7), os quais têm como desejo ser vestido por Deus com Sua glória a fim de que Ele se faça admirável (2Ts 1.10).
De modo que a ordem era trabalhar (2Ts 3.10-12) para ter com que acudir o necessitado (At 20.35; Ef 4.28; Gl 6.9), a fim de sermos cada vez mais frutíferos (2Pe 1.5-8). A vida de Cristo só é descanso para quem acolhe as tribulações como oportunidade para servir de modelo para a roupagem da glória de Deus.

2 TESSALONICENSES 1

Subtema: A TRIBULAÇÃO COMO UMA AMOSTRA DO JUÍZO DE DEUS QUE ESTÁ POR VIR

Versículos 1 – 2 – Deus não muda e é somente um

Saudação bem parecida com a da primeira carta, o que mostra a dificuldade deles de aceitarem o favor e a paternidade de Deus. A luta era tanta que havia necessidade de dizer as mesmas coisas a fim de que eles tivessem segurança (Fp 3.1). Eis as diferenças:
1.     No lugar de “o Pai”, agora é “nosso Pai” – Paulo sente uma necessidade de colocar mais ênfase no fato de que ele não estava pregando um deus diferente do que ele cria, mas o mesmo Deus, o qual era o Pai deles. Embora muitas vezes parecesse que Deus era injusto por permitir tanto sofrimento na vida deles, Paulo mostra que o pecado era a causa de todo sofrimento. Contudo, se Deus não poupa nem mesmo aqueles que O servem quando fazem algo errado (Hb 12.11), quão dirá os ímpios (2Ts 1.6).
2.     No lugar de “graça e paz tenhais de Deus”, agora é “graça e paz a vós da parte de Deus”. Paulo, agora, mostra que a verdadeira graça e paz vêm da parte de Deus, e não do conforto mundano. Ou seja, é Jesus quem nos torna verdadeiramente unido uns com os outros e faz com que estes relacionamentos tenham sentido.

Versículos 3 – 12 – Só quem ama Jesus e o próximo é capaz de ter prazer nas tribulações, aproveitando estas para estarem mais próximos de Deus

Sempre devemos ser gratos a Deus pelas pessoas que Ele nos dá (2Ts 1.3).
Com relação aos tessalonicenses, havia um motivo adicional para isto: a fé deles crescia muitíssimo e o amor de uns para com os outros aumentava (vs 3). Vem a questão: e nós? Temos conseguido ser gratos a Deus pelas pessoas que Ele introduz no Seu corpo (At 2.47)? Somos capazes de perder noites de sono pensando no mal que as pessoas desejam nos fazer (e, com certeza, no mal que achamos que teremos que fazer para mantê-las afastadas de nós), nos divertindo ou quando conseguimos uma bênção muito grande, mas não somos capazes de investir uma noite sequer de sono orando por alguém ou pela imensa felicidade de saber que mais uma ovelha perdida foi resgatada (Lc 15.6,7).
Paulo fazia dos tessalonicenses a sua glória (1Ts 2.19,20), ou seja, ele fazia questão de se identificar diante de todos como sendo um daqueles que foi usado por Deus para alcançá-los para Cristo. Em outras palavras, a paciência e a fé deles em todas as perseguições e aflições que eles suportavam (vs 4) correspondiam exatamente àquilo que Paulo era.
Já pensou que bênção poder ser visto na vida das pessoas que nos cercam? E nós, temos nos identificado com o quê? Será que temos conseguido penetrar no coração das pessoas que nos cercam?
A paciência (constância, a capacidade de descansar em Deus) e a confiança em Deus nas lutas faziam com que todos, ao olharem para eles, vissem a vida de Paulo. Vem a pergunta: que tem sido a nossa vida até agora?
Para que sejamos dignos do reino de Deus, é necessário nos submetermos ao juízo de Deus (Hb 12.11). Contudo, é justamente o julgamento de Deus sobre nós, a prova de que estamos sendo aceitos por Ele como filhos (Hb 12.5-10) e de que estamos servindo a um Deus justo. Afinal, se Deus, por “amor” a nós, deixasse de nos corrigir quando fizéssemos o mal alguém, com certeza Ele faria o mesmo quando nós fôssemos a vítima. Contudo, se Deus favorecesse alguém no erro, consideraríamo-lO como corrupto e não havia um padrão sólido para saber até que ponto podemos errar sem sermos punidos.
Isto incentivaria as pessoas a serem conformadas com o erro e a não se importarem com o sofrimento das pessoas que foram vítimas do nosso erro. Agora fica claro o motivo de a correção de Deus ser motivo de alegria para nós? Pela certeza que se nos dá por saber que nenhuma arma forjada contra nós irá prosperar (Is 54.17) e que, no céu, não ficará ninguém que possa intentar algum mal contra nós. Entretanto, Deus também não quer que valorizemos mais os bens do que as pessoas. As tribulações visam nos lembrar daquilo que causa dor às pessoas para, deste modo, aceitarmos de bom grado sermos tratados por Deus a fim de não virmos mais a causar mal a ninguém. Ou seja, a tribulação tem por finalidade nos incentivar a buscar a cura para o pecado que tanto atormenta nossa alma, pela profunda tristeza (arrependimento) de saber o quão contagiosa a contaminação espiritual que está a nos corroer por dentro pode ser na vida das pessoas que nos cercam.
Se, de fato, é justo diante de Deus que Ele pague com tribulação àqueles que nos atribulam (vs 6), é necessário que, primeiro, o julgamento comece pela casa de Deus (1Pe 4.17-19) a fim de que, por meio da Igreja, os ímpios possam ter uma referência sólida do que vem a ser a verdade (ver 1Tm 3.15). Ou seja, Deus corrige a Igreja primeiro para que os ímpios tenham oportunidade para se arrepender.
Muitos, como na época do Antigo Testamento, queriam muito o dia do Senhor (Is 2.12; 13.6,9; 46.10; Ez 30.3; Jl 1.15; 2.1,11,31; 3.14; Am 5.18,20; Ob 15; Sf 1.7,14; Zc 14.1). Todavia, apenas aqueles que aceitam passar pela tribulação a fim de serem tratados e servirem de testemunho para confirmar a Palavra é que poderão desfrutar do descanso de Deus quando Ele vier (vs 7).
Os demais (aqueles que não conhecem a Deus e não obedecem ao evangelho) serão alvo da vingança de Deus (vs 8). Observe que o evangelho que salva é o do nosso Senhor Jesus Cristo. Ou seja, a boa notícia é que, aquele que Deus capacitou para nos direcionar em tudo, não muda (Hb 13.8). A boa nova é que não precisamos fazer mais nada sozinhos. Com Cristo nos dizendo o que fazer, não há como dar errado.
Jesus vem como labaredas de fogo (vs 8), a saber, como a Palavra que não falhou em nada e que em nada pode ser contraditada (Jr 23.29; Dt 33.2; Jr 5.14; At 4.14,16; 1Pe 2.12). Aquela palavra contra a qual o pecador não tem o que argumentar (Mt 22.12), mas é obrigado a se prostrar perante ela e confessar que Jesus é o Senhor (Is 45.23; Rm 14.11; Fp 2.10).
Aqueles que insistem em viver segundo o parecer do seu coração malvado (Pv 1.31; Jr 3.17; 7.24; 9.13,14; 11.8; Ez 20.25,26; Sl 81.10-12), ficarão perpetuamente perdidos em si mesmos, em seus desejos (vs 9). Mesmo contemplando ao longe a face do Senhor e a glória do Seu poder (Lc 16.23), ainda assim não conseguem ter acesso a elas, sendo condenados a viver para si mesmos por toda a eternidade (vs 9), sem jamais encontrar satisfação.
Que tragédia é a pessoa ser constantemente queimada pela Palavra e Amor que deveriam salvá-la, não conseguir encontrar a paz naquele que é o Príncipe da Paz (Is 9.5). Ser condenada a fugir daquilo que é o melhor para sua vida (Gn 3.8).
Jesus vem para ser glorificado nos seus santos e se fazer admirável em todos os que creem no testemunho que Deus dá de Seu Filho e de Sua Palavra (vs 10; 1Jo 5.9-11). Por isto devemos sempre orar uns pelos outros. Afinal, é imprescindível que Deus:
·         nos faça dignos da Sua vocação (vs 11);
·         cumpra, com o Seu poder, todo o desejo da Sua bondade (aquele que constrange o pecador (2Co 5.14) e o conduz ao arrependimento (Rm 2.4)) e obra de fé (que leva as pessoas a  confiarem Nele).

Note que o objetivo não é nós nos tornando dignos, nem mesmo cumprindo Sua vontade e fazendo Sua obra pela nossa capacidade, mas pelo poder de Deus, visto que o reino de Deus consiste em poder (1Co 4.19,20). Uma vez que a vocação de Deus é sublime, não podemos exercê-la de qualquer jeito. Mesmo porque, o importante não é tanto a tarefa em si, mas o modo com o qual a Palavra de Deus se cumpre em nossas vidas, bem como aquilo que Deus é nas nossas vidas.
A ministração de Deus é muito mais profunda, em nosso interior, construindo em nós experiências vivas com Ele através de Sua Palavra. Repare que a meta de Deus é levar a pessoa a se entristecer com os pecados seus e dos outros (2Co 7.9,10), bem como a serem como criancinhas pequenas que confiam no Pai para tudo (Mt 18.3,4; Mc 10.14,15). Deus não quer nada que nos faça poderosos (ver Dn 12.7) diante Dele (Gn 10.8,9). Ainda nossa intenção seja promover uma unidade que nos faça chegar ao céu (Gn 11.4), o que Deus espera não é que tentemos mudar as pessoas, mas que confiemos Nele para transformar o pecador (Rm 4.5).
Infelizmente há muitos relacionamentos desgastados justamente porque uns tentam mudar os outros. Em momento algum Deus planejou isto, nem que nos culpássemos pelos erros dos outros. Ao invés de ficarmos pensando no bem que poderíamos ter tido se não tivéssemos cometido tal erro, temos que pensar no nome do “nosso Senhor Jesus Cristo” (vs 12). Entendendo que Ele é Senhor, tanto nosso como da pessoa que nos prejudicou (Pv 30.10) e que cada vai dar contas de si mesmo a Deus (Rm 14.4,12; 2Co 5.10; Ef 6.8), não cabe a nós irmos contra ela. A verdade é que cada pessoa que passa na nossa vida é levantada por Deus para nos mostrar e ensinar algo. Ao invés de nos rebelarmos contra a autoridade que Deus lhe deu (ver Rm 13.1,2; Tg 4) e nos negarmos a aprender a lição, temos que pensar: o que o Senhor tem para nós? Para onde Ele deseja nos levar? Sempre há uma direção correta a ser seguida.
Todas as coisas contribuem a fim de nos levar para o bem (Rm 8.28). Não apenas para que estejamos bem, mas para que o bem esteja presente no nosso coração. Afinal, o que realmente faz com que estejamos bem é o sentimento sadio (Pv 14.30).
O nome de Jesus tem que ser glorificado em nós e nós, neste nome (vs 12). Ou seja, nossa vida deve ser um referencial contínuo de onde Jesus atua e Jesus deve ser o referencial de onde nós estamos sempre (a saber, em Sua presença lá no céu em espírito através da oração). Aliás, servir a Deus em espírito (Jo 4.23,24) é isto: estarmos sempre nos lugares celestiais (Ef 1.3; 2.6), movidos pelo Espírito Santo em oração (Rm 8.26), a fim de termos contato com Deus. Isto glorifica a Deus diante dos anjos, já que mostra o nosso apreço por Sua companhia (note a necessidade de confessarmos Jesus diante dos anjos – Mt 10.32; Lc 12.8 ; Ef 3.10; 1Co 4.9; 11.10; 1Pe 1.12).
Inclusive, o que significa ser confessado por Jesus diante do Pai? É ali que estão os anjos, bem como aqueles que verdadeiramente têm compromisso com Deus. Ser conhecido pelos tais no céu implica em uma comunhão profunda no Espírito Santo (como a que se deu em 1Co 5.3-5).
Isto, é claro, tem que ser segundo a graça (vida):
1.    de nosso Deus – nosso relacionamento direto com Ele (Is 26.20,21; Mt 6.6).
2.    do Senhor Jesus Cristo – nosso relacionamento com Ele através do Seu corpo.

Ou seja, a única forma de glorificarmos a Deus é estando em total conformidade com a graça Dele. É Sua graça que nos veste de glória. Ou seja, é o Espírito Santo e cada uma das vidas que compõem a Sua Igreja que faz com que sejamos alguém no céu e na terra (At 19.15).


2 TESSALONICENSES 2
Subtema:

Versículos 1 – 7 – A importância de se ensinar acerca da volta de Cristo a fim de que ninguém passe a considerá-la como algo banal e venha a enganar-se a si mesmo

Em Ez 12.22 as pessoas, quando ouvia uma profecia de advertência, alegava que a mesma era para um futuro distante e que, portanto, eles não tinham com que se preocupar. Deus os repreende severamente (Ez 12.23), visto que não é o medo que deve nos motivar a fazer algo bom, mas o interesse de ser usado por Deus para que o próximo possa enxergar algo bom em nossas vidas.
Paulo fazia questão de enfatizar acerca da vinda de Cristo enquanto estava no meio deles (vs 5). Considerando que ele ficou apenas 3 semanas com eles, logo este assunto merece especial destaque. Afinal, com tão pouco tempo disponível e com tanta coisa para ensinar, ele optou por ministrar acerca deste assunto. Logo, trata-se de algo urgente!
A bem da verdade, ele constitui uma das bases do cristianismo (junto com a morte e ressurreição de Cristo). Infelizmente, hoje a escatologia é vista só nos seminários e cursos teológicos (e isto quando a pessoa já está madura na fé), Paulo fez questão de ensinar sobre isto a pessoas recém-convertidas.
Mas afinal, por que é tão importante falar sobre a vinda de Cristo?                                                             
Se a volta de Cristo não for ensinada, as pessoas irão se acomodar a este mundo achando que irá demorar muito; se, por outro lado, for anunciando que Jesus vem bem antes da hora, isto vai dando ocasião para os escarnecedores fazerem conforme dito em (2Pe 3.3,4). Daí a urgência de ensinar-se sobre este assunto e de não mudarmos facilmente de opinião sobre este assunto.
Todos devem se preparar para a vinda de Cristo e a reunião com Ele. Porém, tal preparação não deve ser vista apenas de modo egoísta. Nossa preparação tem em vista despertar nas pessoas o senso de urgência para aquilo que realmente é importante. Trata-se de uma verdadeira batalha na qual devemos estar dispostos a tudo a fim de que cada princípio da palavra de Deus seja confirmado em nós.
Embora devamos nos preparar, jamais devemos ficar perturbados supondo que o dia da Senhor já chegou. A questão não é a data exata em que Ele virá, mas sim o prazer em ser preparado por Deus para que Ele tenha condição de vir.
Eis as 3 formas de perturbação usadas pelo diabo:
1.    espírito – o diabo usava demônios para enganar com visão, profecia, etc. Transformando-se em anjo de luz (2Co 11.13-15), eles fazem de tudo para fazer parecer que foram enviados por intermédio da intercessão dos irmãos na fé;
2.    palavra – a ideia era evitar os falatórios inúteis e profanos (2Tm 2.16) que corrompem os bons costumes (1Co 15.33). Muitos ensinavam outra doutrina, alegando terem obtido visão de anjos (Cl 2.18; 1Tm 1.3; 6.3) para agradarem os ouvintes (Jd 16) e arrastar as pessoas após si (At 20.29,30; Gl 4.17).
3.    epístola – pessoas inescrupulosas escreviam cartas em nome dos apóstolos. Eles deturpavam os ensinamentos a fim de induzirem todos a enxergarem nos acontecimentos o que nada tinha haver com as escrituras.

Ninguém deve se deixar enganar, pensando que a vinda de Cristo é simplesmente para dar fim a todo o sofrimento pessoal. É bem verdade que quase todas as pessoas gostam da mentira por ser suave na boca (Pv 20.17). Contudo, a verdade é que devemos esperar a vinda de Cristo pelo prazer que temos na companhia Dele, bem como na manifestação da verdade. Entretanto, tal como Paulo, devemos ficar tristes por saber que muitos irão para a perdição eterna (ver Fp 1.21-26).
Aliás, a vinda de Cristo não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia (desvio da fé verdadeira) e o anticristo se revele (vs 3). Mas, como reconhecer o anticristo? Eis o que irá caracterizá-lo:
1.    Homem do pecado – aquele que veio para possibilitar às pessoas pecarem mais facilmente e, pelo menos aparentemente, conseguirem ficar livres das consequências dos seus pecados.
2.    Filho da perdição – O objetivo do anticristo é levar as pessoas a se perderem cada vez mais nos seus desejos. Por isto ele tanto se empenha pela paz (1Ts 5.3): a fim de que as pessoas possam ter mais esperança nos seus desejos, vindo a se perder neles com mais facilidade e, com isto, se isolem cada vez mais das pessoas, sem serem recriminados. Obviamente, isto só é possível com a modificação da verdade em mentira (Jr 14.10; Os 9.17; Rm 1.18; Is 5.20; Jd 13).
3.    Aquele que se levanta contra tudo que se chama deus ou é objeto de culto (vs 4) – ou seja, que não quer estar debaixo de nenhuma autoridade (2Pe 2.10,11; Jd 8,9). Quer viver sem limites, sem regras, como se a única verdade que existisse estivesse dentro dele, como se a única coisa confiável fosse ele próprio (contrariando – Jr 17.9).
4.    Aquele que se assenta no santuário de Deus como se fosse o próprio Deus – ele não irá guerrear contra Cristo, mas sim tentar ocupar o lugar dele.

Desde o éden que o homem vem tentando ser como Deus (Gn 3.5), tal como o diabo (Is 14.12-14) e Ninrode na Torre de Babel (Gn 11.4). Não pense que a intenção deles tenha, inicialmente, sido má. Toda pessoa tem uma atitude positiva, ou seja, todo mundo quer sempre fazer o bem, contanto que isto resulte em algo bom para si. O que muda de pessoa para pessoa é a forma que ela usa para fazer o bem àqueles que lhe convém, mas, a bem da verdade, sempre a pessoa tenta tirar das demais aquilo que supõe ser bom aos seus.
Quando o diabo quis ser como Deus, de repente ele até queria ser bom como Ele. O problema é que, independente das nossas intenções, quando não estamos agindo com Deus, sempre iremos trazer prejuízo a alguém, visto que o referencial de justiça e bondade passa a ser nós mesmos (aquilo que nos afeta, seja para bem ou para mal).
O anticristo será caracterizado como uma pessoa que irá promover a paz (1Ts 5.1-3) e a prosperidade. Ele fará as pessoas se sentirem bem consigo mesmas, sem precisarem se preocupar com o que as outras pessoas sentem (infelizmente a sociedade entende isto como paz).
Se ele até agora não se manifestou é porque o Espírito Santo o estava detendo através da manifestação da Verdade e da conservação de Jesus Cristo na liderança da Igreja por meio dos Seus dons, sinais e prodígios (vs 6). E agora, através desta carta, os tessalonicenses estavam tendo a oportunidade de enxergar o que realmente é capaz de impedir o anticristo de se manifestar.
Ou seja, não é a nossa “boa” vontade, nem as nossas armas, que serão capazes de impedir que o anticristo tenha livre curso no nosso meio. Aliás, sua manifestação é algo inevitável, visto que a palavra de Deus não pode falhar (Js 23.14; 1Rs 8.56). Desde a época de Paulo o mistério da injustiça tem se desenvolvido, a saber, a globalização. Seu intento é unir as pessoas do mundo inteiro para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso (Ap 16.14), a qual nada mais é do que o esforço máximo do diabo em tentar produzir uma sociedade próspera e igualitária, sem Deus. E o único que tem tentado impedir o anticristo é o Espírito Santo (ver Ez 22.30; Is 59.16,17; 63.3,5,6).
Talvez você se pergunte: mas por que o Espírito Santo iria impedir a paz? Veja Mt 10.34 e Lc 12.51. Quando a pessoa está tentando ajuntar sem Jesus Cristo, na verdade o que ela está fazendo é espalhar (Mt 12.30). Pense: sem Jesus, em que consiste a paz? Um mero acordo entre pessoas a fim de que cada uma tenha condições de viver sua vidinha do jeito que acha melhor. Trata-se de uma união hipócrita, repleta de gentilezas e favores, mas que nada tem haver com aquilo que existe no coração de cada um e, como bem pode ser visto ao longo de todo o Novo Testamento, nada há que mais entristece o coração de Deus do que a mornidão (a falsidade nos cuidados – Ap 3.15,16). A prova disto é que direto se vê Jesus confrontando os fariseus e doutores da lei (por exemplo, Mt 23), mas, em momento algum, se vê Jesus confrontando os servos do diabo. Jesus não amaldiçoou a figueira por estar ela com frutos podres ou envenenados, mas por não ter frutos (Mt 21.19).
Para você entender a gravidade do problema, o amor falso induz a pessoa a investir pesado em algo que, nada mais fará, senão consumir-lhe tempo e recursos. Pense: como contar com alguém que está voltado apenas para si mesmo? Como encontrar a real felicidade de amar e ser amado na vida de alguém que está voltado apenas para si mesmo?
Por isto Deus tem permitido todas estas tragédias: para impedir que as pessoas se apeguem ainda mais a si mesmas, a saber, ao seu ego corrompido. Porém, está para nascer o tempo em que a apostasia terá tomado conta das igrejas de tal forma que não haverá mais lugar para o Espírito Santo. Ele então deixará de se manifestar e, por algum tempo, irá reter as pragas.
O lamentável é que as pessoas gostam tanto desta paz terrena que não satisfaz (1Ts 5.3) que, quando Deus novamente entra em ação através das taças que anunciam o julgamento de Deus, o povo começa a blasfemar de Deus por causa do imenso desconforto (Ap 9.20,21; 16.9,21). Não conseguem perceber que o verdadeiro mal não está nas circunstâncias, mas na falta de pessoas, as quais não veem motivo para se unirem ao nosso egoísmo.
                                                                                                                                                                               
Versículos 8 – 12 – A enganação do diabo é doce: tudo o que o nosso coração sempre desejou

A fim de que as pessoas tenham oportunidade de sentirem todo o gosto da mentira, a Verdade é retirada para que o iníquo tenha condições de se revelar (vs 8) conforme toda a eficácia do adversário de Deus (2Ts 2.9). Até a sua vinda será algo fora do comum (Ap 11.7; 13.3; 17.8).
Seu objetivo é tentar convencer a todos de que é possível fazer deste mundo um lugar aprazível para se viver, sem precisar de Jesus e sem seguir os princípios da Sua Palavra. Contudo, o que as pessoas não percebem é que, não importa o quanto cresçamos, nunca achamos que crescemos o suficiente. Sempre haverá o que ser aperfeiçoado. O problema, com isto, é que, tudo o que é elevado entre os homens, é abominação diante de Deus (Lc 24.6). Para o ser humano crescer, o planeta terra precisa diminuir, ou seja, ser todo devastado (ver Sl 102.26; Is 24.3-6; 50.9; Is 51.6; Hb 1.11).
Já reparou como a bíblia chama o anticristo?
·         A besta que, de tão terrível que é, devasta toda a terra (Dn 7.23).
·         A abominação da desolação (Dn 9.27; 12.11; Mt 24.15; Mc 13.14).
Ele é referido como sendo Gogue da terra de Magogue (Ez 38.1; 39.1), ou seja, aquele que veio para completar a obra que Ninrode começou e falhou (Gn 10,8-10, 11.4), a saber, reunir todas as nações que há nos quatro cantos da terra (Ap 20.8) a fim de que, juntos, possam provar que a humanidade unida é capaz de qualquer coisa (esta é verdadeira batalha do dia do Deus Todo-Poderoso (Ap 16.14; 19.19; 20.8): como se cada um fosse um semi-deus e, juntos, se tornassem deuses (Gn 3.5).
Ele é aquele que cresce tanto que, com toda a força maligna a seu dispor, consegue estabelecer a paz (1Ts 5.3). Todavia, a terra não suporta todo este poderio e esforço tecnológico e sobrenatural para tentar conter o pecado e manter tudo em ordem e, por isto, acaba se rompendo (Is 24.19,20) e descontrolando (Zc 14.6,7; Ap 11.18). Daí as catástrofes das trombetas do apocalipse.
A Grande Babilônia é conhecida como a “mãe das meretrizes e das abominações da terra”, ou seja, como a religião que cresce muito a ponto de conquistar todo o poder físico (trono do diabo – Ap 13.2) necessário  para se tornar rica (Ap 18.11-17) e aprazível ao mundo (Ap 18.19), bem como todo o poder espiritual que lhe permitirá ter todos os seus desejos satisfeitos (Lc 17.26-29), a ponto de acharem que não precisam de Jesus para nada (Jd 4). Acham-se ricos, abastados e sem necessidade de coisa alguma (Ap 3.17,20).
Seu público alvo será aqueles que perecem (vs 10), que têm prazer na iniquidade, na injustiça e em todo o engano que delas provém.
Mas, como é possível que alguém possa ter tanto prazer em tudo isto?
Quando a pessoa não acolhe o amor que vem da verdade a fim de ter condições de ser salva (vs 10), ela se entrega à dissolução para poder cometer toda a impureza (Ef 4.17-19). Ou seja, sem a verdade e o amor que vem dela, a pessoa fica sem ocupação e sem direção, livre para correr atrás de suas ambições. É a lei viva de Deus que nos mostra a direção a ser seguida e aquilo que realmente precisa ser alcançado (Sl 119.105). A lei aponta para o meio que servirá para que o nosso caráter seja tratado pelo Espírito Santo.
Para ser mais exato: sem o desconforto na carne, não tem como Deus manifestar Seu poder para trabalhar Sua Palavra no nosso caráter, já que não há um motivo real para que o caráter faça diferença. Por exemplo: não tem sentido falar em exercitar a paciência perto de pessoas agradáveis, nem a bondade para com aqueles que nos amam (Mt 5.46,47). É nas horas de alguma fraqueza na nossa carne que o poder de Deus tem condições de nos aperfeiçoar (2Co 12.9,10) e se tornar eficaz em nós (Ef 3.20).
Infelizmente, a maioria das pessoas não se interessam em serem pessoas melhores. Pelo contrário, são capazes de encontrar prazer na infelicidade das pessoas, e até vivem disso (vs 12).
Por isto Deus envia a operação do erro: para que eles possam crer com mais convicção na mentira e, com isto, possam levá-la a cabo, de modo a poderem ver, em si mesmos, a merecida recompensa dos seus erros (Rm 1.27). O objetivo é que eles vejam o quão malignos são seus desejos e ideias e, deste modo, possam ser julgados por não crer a verdade (vs 12).
Inclusive, a permissão para o diabo multiplicar seus feitos é dada justamente para que as pessoas possam ter todos os problemas resolvidos, terem a vida que sempre desejaram ter e, com isto, enxergarem que não alcançaram a felicidade tão desejada (vs 9 e 10).
Repare que é dito que é DEUS (e não o diabo) que envia a operação do erro (vs 11). Mas como é que Deus fará isto? Ele permitirá que todos tenham o mesmo intento (Ap 17.13,17). Por aqui se pode ver que, nem mesmo o inferno todo junto, tem poder para promover uma unidade maligna e que a unidade global satânica faz parte do cumprimento dos propósitos de Deus.
Por isto é que, no 5º selo, os mártires clamam por vingança e justiça (Ap 6.9-11). Justiça, segundo Deus, é a capacidade de fazer de alguém uma pessoa justa. É ser capaz de se tornar anátema (maldito) e até separado de Cristo (Rm 9.3), se preciso (tal como fez Jesus – Rm 8.3,4; 2Co 5.21; Gl 3.13), só pelo privilégio de ver alguém ser livre da maldição da lei (Gl 3.13). Vingança é a vitória (sucesso) sobre o mal que nos foi feito.
Os mártires estavam perplexos por ver Deus dando asas às maquinações do anticristo, quando o desejo deles era ver Cristo transformando corações e prosperando em meio ao pecado. Eles não conseguiam enxergar que o fato de Deus ter enviando Seus anjos para conter todos os ventos de guerra (Ap 7.1-3) e, deste modo, a paz e a segurança pudessem ser estabelecidos (1Ts 5.1-3) dentro dos padrões do mundo, fazia parte do plano Dele em mostrar a todos que, nem mesmo com todo o poder do diabo a favor deles e com a cooperação de Deus, alguém poderá ter paz firmado nos recursos deste mundo e nos propósitos do seu coração malvado (Is 48.22; 57.19-21; Jr 7.24; 11.8).
O simples sopro da boca do Senhor é capaz de desfazer o iníquo. O esplendor da vinda de Cristo é capaz de aniquilar o filho da perdição (vs 8). Note como a “simples” presença de Deus já desmantela todo o esquema do diabo. O conhecimento da verdade, dentro de si, liberta (Jo 8.32) e o do amor, que brota a partir desta verdade, salva.
A verdadeira verdade sempre resulta em amor (1Pe 1.22; 1Jo 4.20,21). Logo, não importa o quão teologicamente alguém possa estar correto, se esta verdade não está sendo acompanhada do amor a Deus e ao próximo, com certeza é apenas mais um dos enganos do diabo.
Veja no Éden. Qual era o mal que havia em Eva desejar o conhecimento do bem e do mal (Gn 3.5,6)? Ela queria conhecimento sem compromisso. Mesmo que o conhecimento científico possa estar correto, a menos que esteja nos sendo dado por Deus para assistirmos, na casa do Senhor, nos momentos difíceis de cada um que a compõe (Sl 134.1), com certeza trata-se de um ato abominável de crescer acima de todos (Lc 16.15; Rm 12.16; Sl 131.1; Is 14.12-14).
Alguém pode questionar: “mas se é para ajudar, que mal há nisto?”. Ora, os poderes, sinais e prodígios da mentira (vs 9) do diabo são justamente para dar conforto material. Por isto os mundanos ficam tão eufóricos (1Jo 4.4,5; Ap 13.8) quando o anticristo sobe ao poder. Se pensarmos que o interesse do diabo é roubar, matar e destruir (Jo 10.10), logo tais benefícios na carne em nada farão as pessoas felizes. Pelo contrário, só irá corroer a imagem de Deus nelas (Pv 21.17; Gl 6.8).
Veja o caso da Grande Babilônia (Ap 18.3,7,9) e de Nínive (Sf 2.15): elas eram caracterizadas por se entregarem aos prazeres como Sodoma (Ez 16.49) e o resultado foi o aumento da violência contra os inocentes, que resultou na corrupção moral e espiritual de toda carne (Gn 6.5,11,12), bem como aos clamores vãos e profanos dirigidos a Deus (Gn 18.20,21; 1Tm 6.20).
As pessoas acabaram enganando a si mesmas (como os obreiros da iniquidade – Mt 7.21-23; Lc 13.23-28, as 10 virgens – Mt 25.12 e o povo de Israel – Jr 7.3), achando que estão em paz e amor, quando, na verdade, estão comendo comida com os porcos (Lc 15.16). Não é que a verdade seja difícil de ser descoberta. O problema é que as pessoas preferem confiar em algo que tem haver com eles mesmas, que está consoante sua capacidade de entender e controlar.
Vem a questão: se o povo gosta tanto da mentira, então porque o Espírito Santo não deixa que eles vivam indefinidamente deste jeito? Por amor aos escolhidos, a fim de que eles possam enxergar a verdadeira paz e felicidade e não continuarem enganados como os demais.
Além disto, Deus mesmo não traz a destruição, já que Deus é só amor. Entretanto, o amor leva a pessoa a destruir (Jo 3.19-21) quando ela tem prazer na maldade, tal como se vê no caso dos fariseus que, mesmo sabendo que Jesus era Mestre vindo de Deus (Jo 3.1,2), ainda assim tiveram a petulância de chamá-lO de príncipe dos demônios (Mt 12.24).
Ninguém pode viver deliberadamente no pecado, rejeitando (desprezando) Sua misericórdia, verdade, bondade e amor. Quando a pessoa se afasta destas coisas, ela pode ser condenada eternamente a crer na mentira. É exatamente isto que acontecerá quando o anticristo se manifestar. Ele é chamado de “homem do pecado” porque é o homem que se levantou para incentivar as pessoas a servirem a si mesmas pensando que estão servindo a Deus.


Versículos 13 – 17 – Os Escolhidos São Aqueles Que Deus Elegeu Para Serem Alcançados Pela Glória de Cristo e, Deste Modo, Serem Santificados Pelo Espírito Santo e Guiados Pela Fé da Verdade

A verdadeira salvação só é possível dentro da (vs 13):
·         santificação do Espírito Santo – uma coisa é estar perto dos que hão de herdar a salvação (Hb 1.14) e até ajudá-los e ser ajudado por eles; outra é ser um com eles.
Todos querem estar dentro. Vem a questão: dentro de quê? Com qual grupo você quer se identificar? Não é triste ficar fora de um grupo que se ama de verdade? Saber que sua ajuda de nada serve para nós e nossa ajuda de nada serve para um deles? Sempre se sentir menos amado do que os outros por não se interessarem em nos ajudar (por serem nossas obras más) e por estarem sempre ajudando os demais (como não nos interessamos em ajudá-los por estarmos interessados apenas em nós mesmos, achamos tal ajuda desnecessária)? É triste quando ninguém nos interessa ou quando nosso interesse em alguém é baseado apenas no conforto que queremos obter através desta pessoa.
Não somos nós que nos separamos para Deus de acordo com a nossa conveniência, mas sim Deus que nos separa para si. Não é escolhido aquele que se prepara para Deus, mas aquele que aceita ser preparado por Ele e, por isto, carrega dentro de si, muito daquilo que Deus é (não é o bisturi que vai atrás do médico, mas este que escolhe o que é mais adequado para o serviço). Tal pessoa é tirada do mundo.
·         fé da Verdade -> a verdadeira fé que salva é a de Cristo (Gl 2.20; Ef 4.17-19). Não basta crer. É preciso acreditar do modo correto. E só Deus pode nos ensinar a forma correta de enxergar Deus (Mt 11.28; Jo 6.44,45).

Quando Deus escolhe alguém, o faz desde o princípio (vs 13) a fim de que fique manifesto que não é por iniciativa nossa. Ou seja, não somos nós que decidimos crer em Deus. Jesus é quem nos dá fé para crer e nos tira do mundo para que nada nos atrapalhe nesta confiança. Ele nos dá os dons espirituais e nós simplesmente “ativamos” os mesmos (por obedecer ao que Jesus nos disse) que passam, então, a operar em nós aquilo que Deus quer fazer (1Co 12.7-11).
Isto é motivo de darmos a graça de Deus sempre pelas pessoas que assim são escolhidas (vs 13). A verdadeira ação de graças a Deus é deixar que Sua graça se mostre eficaz em nós e através de nós.
Deus nos chama para a salvação por meio do evangelho com o objetivo de alcançarmos a glória de Cristo (vs 14), a saber, sermos alcançados por ela (Êx 16.10; 24.16,17; 40.34,35; Nm 14.10; 16.42; 20.6; 1Rs 8.11; 2Cr 5.14; 7.1-3).
Mas por que Deus faz questão de nos chamar para Sua glória (1Ts 2.12)? Porque Ele mesmo quer nos aperfeiçoar, confirmar, fortificar e fortalecer (1Pe 5.10), de modo que todos tenhamos condições de sermos um (Jo 17.21-23) em Cristo.
Infelizmente o ser humano repudia aquilo que é bom para ele. Submissão a uma autoridade se tornou palavrão. Todavia, já pensou no motivo pelo qual as pessoas querem tanto enriquecer? Porque desejam ficar o tempo todo livre de preocupações e estresse. Elas acreditam que mamom (Mt 6.24) poderá cuidar de tudo por elas, de modo que possam ter tudo que supõem precisar. Por isto são submissas às riquezas. Contudo, o dinheiro acaba levando a pessoa a se prender e se atormentar com muitas dores (Is 19.10; 1Tm 6.9,10).
Por isto Deus nos conduz pela porta estreita (Mt 7.13,14). Não é que esta porta seja difícil. O que acontece é que, quanto mais nos aproximamos de Cristo, menos necessidade temos, já que Ele supre tudo. Como Deus é tudo que precisamos (Êx 3.14) e é eterno (infinito) em todos os sentidos (Gn 21.33; Rm 16.26), quando estamos 100% Nele, não necessitamos de coisa alguma, já que Ele nos dá tudo, em todas as áreas, e em abundância (Lc 6.38; 2Co 9.8-11).
Por isto Ele é o alfa e o ômega (Ap 22.13): quando estamos em Cristo, não precisamos ir a lugar algum. Já estamos no lugar certo e todas as nossas necessidades são supridas com a Sua glória (Fp 4.19). Ele é eterno tanto em direção ao passado, quando rumo ao futuro. Ou seja, não importa o que tenhamos feito no passado, Sua presença a tudo transforma (ver Ez 47.8-10) e projeta coisas boas para o futuro.
A bem da verdade, o fato de Jesus ser o princípio e o fim, mostra que Ele é o caminho que concilia o passado com o futuro no presente, de modo que as decepções de outrora não mais influenciam nossa forma de ver o futuro, mas nos deixam livres do tempo no dia de hoje. Nossas ações não visam fazer ou reparar coisas, mas viver cada relacionamento de um modo totalmente novo e sem perspectivas (ver Ap 21.5), como se estivéssemos conhecendo a pessoa agora (ver Fp 3.13,14). Nosso único prazer é experimentar Deus usando nossa vida, fazendo do passado e do futuro uma única coisa (ver Ec 1.9; 3.15). Não há mais nada a perder, nem para ganhar, pois Deus, não só é dono de tudo (Gl 15.1), mas Ele mesmo é tudo (Êx 3.14).
A boa notícia do que Deus fez para nos salvar é o que garante que seremos o lugar onde a glória de Deus há de se manifestar a todos, não pelo que fazemos, mas aceitando o que Ele fez. A salvação não é algo que lutamos para alcançar, mas um combate que recebemos da parte de Deus (Gl 5.16,17) (pois antes de Cristo nem sentíamos necessidade de ser salvos, já que a causa de todos os nossos males, supostamente, estava fora de nós) e contra o qual não devemos resistir (Lc 14.28-33).
A vitória vem de pararmos de combater o bem com o mal, ou seja, de querermos trazer o tormento à vida daquelas pessoas que nos atingiram de algum modo.
É preciso reter a tradição bíblica (vs 15) firmemente, pois não há outro caminho e é em graça que Deus nos dá eterna consolação e boa esperança (vs 16). Inclusive, já pensou no motivo pelo qual Deus nos gera justamente para uma esperança viva (1Pe 1.3)? É porque a esperança é a única coisa capaz de manter nossa alma segura e firme no Santo dos Santos (Hb 6.18,19), de modo a podermos consolar as pessoas com o mesmo consolo que recebemos de Deus (2Co 1.3-6).
Daí Deus nos dar boa esperança: a fim de que possamos permanecer alegremente no amor de Deus. Afinal, é a presença Dele continuamente conosco que realmente nos traz segurança em meio a este mundo tão hostil e complexo. Mesmo que possuíssemos tudo que este mundo pode nos oferecer, ainda assim não nos sentiríamos seguros o suficiente.
Note novamente a ênfase de Paulo em dizer “nosso Senhor Jesus Cristo” (15 vezes nas duas cartas: 7 na primeira (1Ts 1.3; 2.19; 3.11,13; 5.9,23,28) e 8 na segunda (2Ts 1.8,12; 2.1,14,16; 3.6,12,18)). Das 56 vezes que esta expressão aparece no Novo Testamento, 45 vezes são nas epístolas paulinas.
Com isto fica manifesto ser difícil convencer as pessoas, em particular os tessalonicenses, que Deus não muda. Inclusive, é por isto que junto com “nosso Senhor Jesus Cristo” aparece “nosso Deus e Pai”: para que eles não pensassem que havia distinção entre Jesus e Deus. Jesus continuava sendo Emanuel: Deus conosco (Mt 1.23). Jesus representa aquilo que Deus queria realizar na vida do ser humano, a saber, o que está descrito em Jo 14.17: derramar em nós o combustível da vida, a saber, o amor, a fim de que passemos a ter a capacidade de amar (ver 1Jo 4.9,10,19).
Não é à toa que a ação do Espírito é comparada com vento (Jo 3.8). Todos somos como um lata de spray vazia cuja utilidade é determinada por aquilo que é colocado nela. Sem o Espírito Santo, cada um fica apenas espumando a sua sujidade (Jd 13; Mc 7.20-23). Com Ele passamos a exalar o bom perfume da Palavra de Deus (2Co 2.14-16).
Em suma, receber Jesus é receber a capacidade de amar, dar a vida em favor das pessoas (Jo 15.13). Jesus representa a vida daquelas pessoas que Deus escolheu para amar, ou seja, para ser uma expressão viva do que vem a ser o verdadeiro amor.
Por isto Paulo ora a fim de que Jesus, em pessoa, console o coração deles e conforte em toda boa palavra e obra (vs 17), onde este conforto nada mais é do que uma confirmação da Palavra de Deus na nossa vida, em cada situação. Deus conforta o nosso coração (1Ts 3.13) e nos confirma a fim de sermos irrepreensíveis em santidade (1Co 1.8) (Note como até a nossa santidade deve ser irrepreensível).
Deus nos conforta apenas na boa obra e palavra (vs 17) e a única obra e palavra boas são as de Cristo.

2 TESSALONICENSES 3


Subtema:

Versículos 1 – 5 – A importância de conservarmos o amor de Deus e aquilo que Ele nos ensinou, a fim de que não haja lugar para os hereges e o evangelho possa expandir livremente

Para que a Palavra de Deus tenha livre curso e seja glorificada é necessário as orações dos irmãos (vs 1). Sem o interesse dos demais membros da Igreja, não tem como o nosso ministério ter sucesso. Aliás, o interesse dos irmãos é o sucesso do nosso ministério, bem como a comprovação de que tudo que foi pregado é verdade. O objetivo é que a Palavra de Deus, ao ser pregada, seja acompanhada pela glória de Deus, ou seja, pela manifestação viva Dele pronunciando com Sua própria voz Sua Palavra no coração da pessoa.
A ideia é que eles não se apoiassem apenas em manifestações sobrenaturais, mas naquilo que saía da boca de Deus (Mt 4.4).
Por isto é que Paulo diz que confiava na operação de Deus na vida deles (vs 4). Mesmo porque, se assim não fosse, então ficaria manifesta a indiferença de Cristo pela Sua Noiva. Mas a verdadeira glória é dada a Deus quando a Igreja se mostra interessada naquilo que Deus tem para fazer.
Infelizmente, por causa da entrada de homens perversos e dissolutos (vs 2) que diziam que a vinda do Senhor já tinha acontecido ou estava pertíssimo de acontecer (2Ts 2.2), muitos estavam deixando de trabalhar (2Ts 3.11,12) para se envolver em negócios vãos e se intrometerem nos negócios de outros (1Ts 4.11,12).
É bem verdade que Deus confirma a fé de Cristo em nós (vs 3) e nos guarda destas enganações do maligno (2Ts 2.9-12). Entretanto, é necessário continuarmos a fazer tudo que Jesus nos ordenou e passarmos a fazer aquilo que Ele nos revela (vs 4). Só assim podemos ser encaminhados no amor de Deus e na constância de Cristo (vs 5).
Entenda: antes do maligno (vs 3) enviar seus lobos devoradores (At 20.29,30), os tessalonicenses possuíam alegria do Espírito Santo (1Ts 1.6) para serem capazes de ofertar na vida dos irmãos na fé (2Co 8.1-5). Eram capazes de dar acima das posses deles.
Agora, todavia, eles estavam deixando de trabalhar. Perderam o brilho de ajudar o próximo (ver At 20.35). Daí Paulo incentivá-los à oração (vs 1), a fim de que o Espírito Santo pudesse ter lugar para encaminhar, não apenas o corpo, mas o coração deles no amor e na paciência.
O amor de Deus representa o fato de Ele não ter feito nada para livrar Seu Filho da cruz, mesmo vendo Sua agonia. E tudo isto para que o mundo fosse salvo através de possibilidade de confiar plenamente Nele (Jo 3.16). Ou seja, a cruz do Calvário é a grande prova que Deus nos deu de que Seu amor é tão grande que Ele não mede esforços para nos salvar e que, por isto, podemos confiar Nele em toda circunstância (Rm 8.32).
E a constância de Cristo representa Sua permanência na cruz até o fim. Ele poderia ter saído dali e acabado tudo, mas não o fez por nos querer perto dele por toda a eternidade. A ideia é que não mudemos de opinião tão facilmente, mas sempre confiramos tudo nas escrituras (At 17.10,11).

Versículos 6 – 15 – A vinda de Cristo, de modo algum deve servir de desculpa para justificar nossa indisposição para o bem. Antes, devemos trabalhar mais do que as outras pessoas a fim de que elas possam ter um exemplo da veracidade da Palavra de Deus

            Devemos nos apartar de todo irmão que esteja andando sem a ordem de Deus (vs 6). A ideia é que o desordenado possa enxergar a gravidade do mal e, deste modo, pense em se submeter à disciplina de Deus que lhe dará condições e esperança para servir de modo proveitoso. Eis algumas instruções a respeito disto:
·         E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.” (Rm 16.17-18);
·         “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” (1Co 5.9-11);
·         “Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe.” (2Ts 3.14);
·         “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.” (1Tm 6.3-5);
·         Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” (2Tm 3.1-5).
·         Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” (Tt 3.10,11).
·         “Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.” (Jd 10,11).

            Fique claro que tais pessoas não devem ser consideradas como inimigas, mas serem advertidas como alguém que é importante para nós e cuja queda muita falta nos fará (vs 15).
            É conveniente imitarmos os bons exemplos deixados pelos homens de Deus na bíblia (vs 7), para que não sejamos cúmplices das más obras. Antes, tais pessoas fiquem envergonhadas e parem de insistir em comer, de graça, o pão de alguém (vs 8). Como é bem sabido:
·         ai daquele que se serve do serviço do seu próximo, sem lhe dar a devida paga (Jr 22.13);
·         ninguém pode comparecer no local escolhido por Deus (a saber, a Igreja, que somos nós – 1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16) de mãos vazias (Êx 23.15; 34.20; Dt 16.16).

Entenda: comer de graça não se trata simplesmente de deixar de pagar a pessoa, mas também:
·         aproveitar do infortúnio dos outros para lucrar – “Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? O que anda em justiça, e o que fala com retidão; o que rejeita o ganho da opressão, o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue e fecha os seus olhos para não ver o mal.” (Is 33.14-15);
·         cobrar além do preço justo – “Não dando o seu dinheiro à usura, e não recebendo demais, desviando a sua mão da injustiça, e fazendo verdadeiro juízo entre homem e homem” (Ez 18.8);
·         não pagar aos empregados o devido salário – “O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos.” (Tg 5.3,4).

A ordem de Deus visa justamente nos dar condições para que, qualquer que seja a pessoa que se aproximar de nós, sempre saia satisfeita (pelo menos no que depender de nós – Rm 12.18) pelo tempo que gastou conosco, seja fazendo algo para nós ou permanecendo em nossa companhia.
Por isto é que Paulo trabalhava noite e dia (vs 8 - a saber, quando Deus o queria usar de dia, ele trabalhava de noite e vice-versa. Ou seja, ou ele estava servindo a Deus pregando a Palavra, ou servia a Deus vivendo a Palavra no seu trabalho): para ter com o quê acudir ao necessitado (Ef 4.28) e também não servir de peso na vida de ninguém. Paulo não queria que sua presença fosse um incômodo ou motivo para que as pessoas se sentissem sobrecarregadas, mas sim servir de alívio, já que é para isto que Jesus foi enviado (Mt 11.28).
Afinal, todos já estão sobrecarregados e, embora muitas vezes tenhamos direito de exigir algo das pessoas, sempre devemos ter em mente que não é para sermos servidos que estamos aqui (Mt 20.28; Mc 10.45). Antes, devemos ser exemplo de libertação a ser imitado (vs 9).
Muitos buscam libertação nas igrejas, mas nós é que devemos ser a libertação das pessoas pela presença de Cristo em nós, já que é a manifestação sobrenatural de Jesus a nos usar que dará à pessoa a liberdade para fazer a escolha certa. Nossa presença deve estimulá-la a esperar em Deus sempre (Sl 42.5,11; 43.5; 27.14; Os 12.6).
Quem não está disposto a trabalhar na vida de alguém, também não deve dele se aproximar para obter dele alguma coisa (vs 10). Não podemos nos conformar que a pessoa saia da nossa presença com aquilo que sabemos que não lhe trará nenhum benefício. Chega de fazer pelas pessoas coisas vãs.
Por que insistimos em perder tempo com algo que proveito algum trará às pessoas que Deus traz até nós? Trabalhemos com sossego (sem ser movido de cobiça – Pv 21.25,26), alimentando apenas daquilo que é alimento para nós (vs 12). Aquilo que é pão para os outros, para nós, não necessariamente, é algo bom.
Já reparou que o nosso desassossego acontece justamente quando corremos atrás de coisas inúteis e más? Por que gastamos nosso tempo e energia com aquilo que não alimenta e satisfaz (Is 55.2) a nós, nem a ninguém?
Em suma, estarmos sempre prontos para a vinda de Cristo não significa deixar de trabalhar para ficar só envolvido na obra de Deus. Antes, é viver tudo que Deus manda, na companhia Dele e sempre tendo em vista as coisas celestiais (Cl 3.1,2), e não as deste mundo e sempre disposto a fazer o bem (vs 13). As tribulações jamais devem nos induzir a pensar que é perda de tempo fazer o bem (Is 49.4; Gl 6.9).

Versículos 16 – 18 –
                                              
Nosso Deus é reconhecido como o Senhor da paz (vs 16). E a verdadeira paz só pode ser experimentada quando nos tornamos vazios de nós mesmos, quando nosso único interesse é estar na presença de Cristo. Diferentemente do mundo (Jo 14.27), a paz de Cristo não é o fim das lutas e conflitos, mas a certeza de que somos mais que vencedores (Rm 8.37) por meio de Jesus que tanto nos ama, ou seja, manifestar Seu amor para com as pessoas em nós. Se quisermos que Deus seja conosco, algumas coisas são necessárias:
1.     regozijarmos -> estarmos alegres em toda e qualquer circunstância;
2.     sermos perfeitos -> ou seja, que reúne todas qualidades concebíveis, sendo, por isto, incomparável, único;
3.     sermos consolados -> sendo o Espírito Santo o Consolador (Jo 16.8), o mais lógico de pensar é que, quem é de Cristo com certeza precisa de constante consolo. Como só tem sentido falar de consolo quando há luta, logo se quisermos ter Deus conosco, precisamos nos engajar no bom combate (2Tm 4.7; Fp 1.30; Hb 10.32; 1Tm 6.12);
4.     sede de um mesmo parecer -> quem muda constantemente de opinião é sinal que não tem convicção firme. Afirma as coisas sem ter certeza. Tratando com as vidas de modo irresponsável, expondo-as ao inimigo;
5.     viver em paz -> em perfeita harmonia com os ensinamentos de Cristo, independente das pessoas com quem convive e das circunstâncias que sobrevém.

Se mantivéssemos nossos olhos firmes na Palavra e caráter de Cristo, estaríamos em paz de toda a maneira (vs 16). O objetivo não é ser bem sucedido com as pessoas ou circunstâncias, mas com a Palavra da Vida. Independente se a obra ficou pronta ou pela metade, bem feita ou não, se a circunstância ainda não está resolvida, o importante é a perfeição de Cristo ser evidente. É claro que nunca faremos algo bem feito, quão dirá perfeito (não é à toa que tudo que existe será destruído pelo fogo – 2Pe 3.10-12). Entretanto, em matéria de relacionamento com a Palavra e o Corpo por ela mantido, isto sim tem que ser perfeito.
O incômodo com as perdas se dá porque as pessoas ainda não compreenderam que nenhuma vitória carnal traz real satisfação. O importante é que o Senhor Jesus seja com todos que nos cercam, o que só será possível quando, de fato, formos o templo do Deus vivo (1Co 3.16).
Daí Paulo sempre saudar as pessoas com a graça de Cristo (vs 18). Mais duas epístolas terminam exatamente com a mesma saudação (Rm 16.24; Fp 4.23) e, em 1Ts 5.28, só muda uma palavra. Inclusive, Paulo desta sua saudação a sua marca registrada (seu sinal em cada epístola – vs 18), fazendo questão de escrevê-la com seu próprio punho a fim de que as pessoas tivessem duas evidências de que era ele mesmo quem estava a escrever.