ESTUDO DO LIVRO DE MIQUÉIAS
INTRODUÇÃO:
Tema: O juízo de Deus: sua finalidade, características e
agentes de execução.
Objetivo: O livro foi escrito para o povo de Judá. Tanto é
assim que apenas os reis de Judá são citados em Mq 1.1. Ele fala a
respeito do que ia acontecer em Samaria a fim de que os judeus vissem
que seus cultos de louvor e adoração nada tinham haver com ele.
Muitos judeus estavam interpretando errado o silêncio de Deus (Mq
3.5-7), como se fosse um sinal de
desaprovação (isto
era verdade para os que tinham erguido seus ídolos no coração –
Ez 14.7,11). Com base nesta desculpa e vendo
o sucesso de Jeroboão filho de Jeoás, muitos, ainda presos aos
prazeres da carne, estavam indo a Israel, aderindo aos seus
deliciosos cultos, supostamente dedicados ao Senhor.
Deus então mostra que as adversidades eram uma forma de limpar
Israel dos falsos líderes religiosos e libertar os pobres da
exploração.
Pense: a invasão estrangeira era ruim para os ricos, já que eram
escravizados e despojados de suas terras. Contudo, para os pobres,
muitas vezes significava o fim dos trabalhos forçados (ver
2Rs 25.12; Jr 52.16), das dívidas, etc.
Afinal, com os credores mortos, além de não precisarem pagar mais
nada, talvez até pudessem ficar com as terras dos ricos (que,
conforme pode ser visto, eram muito cruéis e injustos (Mq 2.1,2;
6.10-12)). Daí a invasão dos estrangeiros.
Fique claro que não era o pobre fazendo uma revolução contra os
ricos, mas sim Deus remindo-os de toda a iniquidade (Mq
7.18-20) e julgando a causa deles.
Não há como amar a Deus e ao próximo usando os métodos do homem
ou com o auxílio deste. O silêncio de Deus era prova de que Deus
não queria que os líderes fossem seguidos. Deus não dava a direção
a ser seguida porque, quando uma pessoa está no lugar errado ou com
a visão errada, ela é capaz de errar até mesmo quando acerta. Por
exemplo: ajudar o necessitado é mandamento (Tg
2.14-17; 1Jo 3.17). Contudo, praticar isto
numa favela, muitas vezes implica em contribuir com a ociosidade dos
seus moradores.
Ainda há outro problema: ninguém se preocupava em saber para quem
estava trabalhando e o que estava sendo feito. O pensamento é o
seguinte: “minha intenção é somente adquirir coisas para
glorificar a Deus e fazer o bem para a minha família.”. Com isto,
ajudavam seus senhores desonestos a explorarem os menos favorecidos.
MIQUÉIAS 1 → A BONDADE DE DEUS AFASTA O BEM DAQUELES QUE ESTÃO CONTAMINADOS
1
→ QUEM ESCREVEU O LIVRO E QUANDO
ELE FOI ESCRITO?
Miquéias significa “Quem é semelhante a Iavé?”.
Dentre os profetas que profetizaram na época de Jotão, Acaz e
Ezequias, Amós veio primeiro. Depois, vieram Oséias e Isaías (que
eram contemporâneos). Depois Miquéias
(provavelmente
o último antes do cativeiro de Israel).
2
a 7 → A DESTRUIÇÃO DE TUDO
AQUILO QUE OS ENVOLVIA EM ATIVIDADES DESONESTAS, FALSAS, INJUSTAS E
MALIGNAS A FIM DE QUE ELES TIVESSEM NOVA OPORTUNIDADE PARA ENXERGAREM
O ESTILO DE VIDA DE CRISTO
Diferentemente do que acontece em Dt 32.1 e Is 1.2, aqui Deus se
dirige apenas à terra e a tudo que nela há (vs
2). Deus se aproxima para testemunhar contra
eles (tal
como em Ml 3.5). Seu amor seria a base de
acusação contra a maldade deles (Mq
6.4,5).
Hoje é comum as pessoas orarem pensando em convencer Deus a sair do
Seu lugar. Ignoram que, sempre que Deus fez isto, foi para repreender
o povo por causa da Sua iniquidade (vs
3; Is 26.21). Afinal, o que Deus faz pelos
Seus é exatamente o contrário: Ele nos faz andar sobre as alturas
da terra (Dt
32.13), sobre as nossas alturas (Hc
3.19) e até mesmo sobre as alturas dos
inimigos (Dt
33.29). Mas para isto o Senhor tem que ser a
nossa alegria. Do contrário, a pessoa pode se acostumar com o monte
e querer fazer dele, sua habitação permanentemente, quando, na
verdade, o objetivo de Deus é nos lugar para o lugar onde o fogo da
Sua Palavra (Dt
33.2; Jr 23.29) nos permita pisar (ou
seja, desprezemos – Mt 7.6) aquilo que é
elevado diante dos homens (Sl
131.1; Rm 12.16).
Mas que lugar seria este? Em Sua presença, já que é aí que os
montes se derretem (Jz
5.5; Is 64.1-3; Am 9.2; Hc 3.6). Inclusive,
a verdadeira razão pelo qual iremos pisar os altos dos ímpios não
é porque Deus irá nos levar até lá, mas sim porque Deus os
derreterá aos nossos olhos (ou
seja, nos fará enxergar que os mesmos não valem nada).
A partir daí, não encontraremos dificuldade em humilhar a nós
mesmos (Mt
23.12; Lc 14.11), ou seja, em nos negarmos
(Mt
16.24), renunciando tudo temos (Lc
14.31) em virtude de, agora, enxergarmos que
tudo isto representa tão somente perda para nós (Fp
3.7,8). Em outras palavras, Deus nos faz
enxergar que a manutenção de tais coisas só nos leva a perder o
que realmente é importante para nós: o amor do próximo, já que é
através deste amor que Deus faz brotar Sua vida e bênçãos na
nossa vida (ver
Is 43.20,21; Rm 8.18-22; Jo 4.14; 7.37-39).
Aqui Ele está saindo do Seu lugar só para derreter as alturas
(montes)
da terra (afinal,
Israel estava indo de monte em monte para cultuar outros deuses –
Jr 15.6. Daí Lc 16.15; Rm 12.16) e separar
os vales em duas partes através da ação da Sua Palavra (vs
3 e 4).
Os montes, aqui, representam aquilo que a pessoa exaltou na sua vida,
ou seja, considerou como digno de seus esforços e atenções e,
obviamente, dos seus pecados. Com relação a Israel, o motivo de
orgulho deles era a capital, ou seja, Samaria (capital
das 10 tribos do norte) e Jerusalém
(capital
de Judá). Ou seja, a desculpa que eles
davam para tentarem usar e abusar dos outros era a conservação
destas cidades-ídolos (vs
5). A verdade é que, sempre que tentamos
exaltar ou nos dedicar a alguém (ou
a alguma coisa), isto se torna, na nossa
vida, uma montanha alta cujo topo nunca pode ser visto ou alcançado,
de modo que não temos tempo para mais nada.
Já os vales são o lugar para onde as águas se dirigem. Por um lado
é bom, pois o rio é vital para a sobrevivência de uma cidade.
Todavia, o rio também dificulta a comunicação e o transporte entre
os dois lados da margem (ver
Sl 104.10).
De igual modo, o mesmo Rio de Vida que sacia nossa sede também
promove a separação natural entre nós e as demais pessoas (ver
Mt 10.34-35). Ele remove todo o elo de
ligação que poderíamos ter, na carne, com alguém neste mundo (é
exatamente disto que a marca da besta trata: usar o dinheiro para
tentar fazer a sociedade funcionar sem o Amor e a Palavra de Jesus –
Ap 13.16,17), de modo que o único elo de
ligação entre nós e as pessoas fica sendo o Espírito Santo e Sua
Palavra.
Por isto é que Deus promete fazer de Samaria e Jerusalém um montão
de pedras (vs
6; Mq 3.12). Afinal, Deus não quer uma
unidade em torno de algo deste mundo. E para ensinar isto, Ele
permitiu que 2 cidades esplendorosas se tornassem um matagal tão
grande que, por algum tempo, o máximo que alguém iria pensar em
fazer é arar o terreno para plantar vinhas.
A destruição de Jerusalém por Nabucodonosor (Ez
13.14) e de Samaria pela Assíria (2Rs
19.25) seria de tal modo intensa que até os
fundamentos da cidade ficariam descobertos. Todas as grandes
construções (montes)
seriam demolidas e suas pedras lançadas no vale, de modo que este se
tornaria completamente dividido (vs
4,6), praticamente impossível de se
atravessar de um lado para o outro.
E não podia ser de outro modo: os ídolos haviam escravizado de tal
forma a mente das pessoas que suas cidades estavam repletas de
imagens de escultura e tudo que elas adquiriam era fruto de alguma
atividade ilícita:
- Os ricos se enchiam de violência e destruição (Is 3.14,15; Am 3.10; Mq 2.1,2; 6.10-12), querendo ser os únicos moradores da terra (Is 5.8);
- Os empregados ajudavam a encher de violência e engano a casa dos seus senhores (Is 1.9), a ponto de Miquéias compor a lamentação de Mq 7.1-6. Tudo porque achavam que o salário deles vinha dos serviços que prestavam aos seus senhores. Ninguém se importava se a atividade que estava a exercer pelo seu patrão era lícita ou não, se os que estão de fora do sistema seriam ou não injustiçados e maltratados.
Tampouco eles se importavam se o salário deles vinha de culto a
outros deuses (vs
7; Os 2.5,12). O que eles queriam eram os
recursos necessários para obter, dos seus deuses, o que desejavam. A
verdade é que a pessoa tende a usar os recursos que ela recebe da
mesma forma que seus patrões também usavam (vs
7). Afinal, a partir do momento que a pessoa
se dispõe a trabalhar para alguém, ela é obrigada a acreditar na
autenticidade e legitimidade daquilo em que está a trabalhar, já
que precisará defender seu patrão (encobrindo
suas falcatruas) para garantir o emprego.
Obviamente, ela acaba se tornando tão abominável quanto aquilo a
que se dispôs a servir (Dt
7.25-26; Sl 115.4-8; 135.15-18; Pv 16.7).
8
a 9 → SE O CORAÇÃO ESTÁ
CONTAMINADO, A PESSOA CONTAMINA TUDO QUE TOCA
Uma das características do verdadeiro profeta é a de, não apenas
falar, mas viver a mensagem. Quando, por exemplo, Deus quis dizer que
os egípcios iriam para cativeiro nus e descalços, ele teve que
andar despojado e nu (Is
20.2-4). Aqui, como a mensagem era de
tristeza, ele tinha que lamentar, uivar, andar como alguém que foi
despojado e nu, além de fazer lamentar lamentações e pranto (vs
8), tal como fizeram Isaías (Is
21.3; 22.4) e Jeremias (Jr
4.19).
É importante que fique claro que não trata-se de um teatro, mas sim
de o profeta deixando Jesus comunicar Seus sentimentos a ele (ver
Fp 3.10; Cl 1.24), de modo que ele passa a
sentir o mesmo que Jesus. Assim como Deus ordenou a Ezequiel que
ficasse de pé e o Seu próprio Espírito o fez levantar (Ez
2.1,2), Deus fala com o profeta como deveria
ficar (ver
Ez 24.16-24) e o próprio Espírito Santo o
fazia ficar assim. O Reino de Deus é tão somente a pessoa deixando
a pessoa governar, não apenas seus pensamentos, mas também Seus
sentimentos.
Aqui, em particular, havia motivo de sobra para tamanha tristeza,
considerando que a chaga de Israel, além de incurável, era
altamente contagiosa (vs
9). Não só chegou a Judá, mas até a
Jerusalém (foco
do ministério de Miquéias – daí ele chamar o povo de Jerusalém
de “meu povo” – vs 9).
Tal como se dava quando alguém entrava em contato com um cadáver no
Antigo Testamento (Lv
11.24-28,36-40; 21.11; Nm 6.9), o contato
com alguém no pecado acaba contaminando quem está por perto (ver
Hb 12.15). Por exemplo: quem não ama o
irmão está em trevas (1Jo
1.7; 2.9-11) e, portanto, está com a
consciência contaminada (Mt
6.22,23; Lc 11.33-36; Tt 1.15), sendo uma
maldição ambulante (Dt
28.16,19). E não podia ser de outro modo,
já que quem é do mundo, só é capaz de cogitar e falar daquilo que
é do mundo (Mt
16.23; Jo 3.31; 1Jo 4.5,6). Não podemos
esquecer que a terra se tornou maldita por causa do homem (Gn
3.17). Logo, falar do mundo é falar
maldição, já que seus princípios são inimizade contra Deus (Tg
4.4) e loucura aos olhos Dele (1Co
3.18-20).
Daí Jesus chamar os fariseus de sepulturas invisíveis (Mt
23.27; Lc 11.44). Afinal, como por dentro
eles estavam cheios de ossos e de rapina, o contato com eles deixava
todo o povo de Israel contaminado com suas heresias. Tanto que foram
eles que infamaram a multidão para pedir a crucificação de Jesus
(Mt
27.20).
E para que Judá pudesse constatar isto, Deus permitiu Senaqueribe
tomar todas as cidades fortificadas de Judá (2Rs
18.13) e chegar até Jerusalém (Is
8.7,8).
10
a 16 → A RETIRADA DO BEM PERMITE A
CHEGADA DO MAL
Pesquisando em um site, li que Miquéias, neste trecho, cita o
castigo que viria a cada cidade, em conformidade com os nomes das
mesmas. Ex:
- Gate = Cidade de Anúncios (vs 10): “Não o anuncieis em Gate”;
- Bete-Leafra = Cidade de Pó (vs 10): “Revolvei-vos no pó, em Bete-Leafra”;
- Laquis = Cidade do Cavalo (vs 13): “Ata os corcéis ao carro, ó moradora de Laquis”;
- Aczibe = Fonte de Decepção ou Fraude (vs 14): “As casas de Aczibe serão para engano dos reis de Israel”;
- Marote = Fonte (amarga (vs 12)): “A moradora de marote sofre pelo bem”.
- Maressa = Se parece com o verbo hebraico “conquistar” ou “apoderar-se” (vs 15): Ainda te trarei um herdeiro, ó moradora de Maressa.
- Moresete-Gate (vs 14): Possessão de Gate ou Possessão de uma prensa de vinho: “Darás presentes de despedida a Moresete-Gate.
- Bete-Ezel (vs 11): Um lugar perto: “O pranto de Bete-Ezel tira de vós o vosso refúgio”.
Uma coisa é certa: a disciplina de Deus vai de encontro àquilo que
cada um é. Com base nisto, analisemos cada uma das cidades:
1º Gate – Não anuncieis em Gate (vs
10).
Ninguém deve anunciar os problemas aos inimigos do Senhor (veja
o exemplo desta mulher – 2Rs 4.23,26),
pois isto só os fará se alegrarem nas suas maldades (ver
Jz 16.23; 2Sm 1.20; Hc 1.15,16). Além
disto, eles não têm interesse em ajudar.
O lugar de chorar é na presença do Senhor (vs
10; Jr 6.26). Quando a pessoa perde a
esperança por aquilo que é bom, é porque já se adaptou ao mal é
até viu nele algo conveniente (uma
desculpa para a ociosidade e para não aprender o bem – ver Jr
13.23).
2º Bete-Leafra - revolve-te no pó, em Bete-Leafra (vs
10).
- “Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.” (Lm 3.29).
Havia o costume de se vestir de saco e cinza ou lançar pó sobre as
cabeças quando se estava triste (Jó
2.12; Et 4.1,3; Is 58.5; Dn 9.3). Era a
forma que eles conheciam para mostrar, fisicamente, sua humilhação
diante de Deus.
3º Safir – Passa com vergonhosa nudez (vs
11).
Sempre que Deus queria envergonhar um dado povo, o castigo era expor
a nudez da pessoa (Is
20.4; 47.2,3; Jr 13.22; Ez 16.37; Na 3.5). É
bem verdade que, hoje, a nudez é ostentada e vista como um meio de
exploração financeira e de sedução. No entanto, também a
corrupção moral daqueles que disto se utilizam para alcançar seus
objetivos.
É triste e vergonhoso quando a sociedade não tem mais interesse e
disposição em buscar e manter a simplicidade. A tentativa de manter
relações diplomáticas com o pecado acaba tornando necessária uma
série de medidas que, no final, acabam em dor, injustiça, miséria,
inimizades, etc.
4º Zaanã – Não pode sair para ajudar (vs
11).
Muitos não podem sair para nos ajudar porque estão presos em seus
próprios interesses. É bem verdade que as pessoas usam algo como
desculpa para não ajudar. Gostam de se apegar a problemas para
encobrirem o desejo de investirem no seu egoísmo.
5º Bete-Ezel – o pranto deles tira o refúgio de Israel (vs
11)
Ao virem Bete-Ezel chorar, eles veriam que eles não tinham
condições de ajudar. Sentir-se-iam como se tivessem sido
abandonados, sem qualquer esperança de refúgio. É bom lembrar que
existe diferença entre a tristeza segundo o mundo e segundo Deus
(2Co
7.9,10). Apenas esta produz salvação.
Há diferença entre o clamor na presença de Deus (Jl
2.12-17) e o clamor vão e profano (Is
1.15; 1Tm 6.20) que só traz a ira de Deus
para mais perto (ver
Gn 6.13; 11.5; 18.20,21).
6º Marote – Sofrem de tanto esperar pelo bem (vs
12).
Como o mal desceu até à porta de Jerusalém (vs
12), eles estavam ansiosos por socorro. E
não adiantava clamar ao Senhor porque Ele não haveria de ouvi-los,
já que este mal veio Dele para disciplinar o povo. É inútil orar a
Deus em favor de algo que não é para dar certo.
As pessoas sempre usam tentam encontrar uma desculpa para não
precisar refrear a sua maldade. Entretanto, quando você não
consegue encontrar um meio para a bondade pura e santa do Senhor
Jesus se manifestar, é um forte indício que você está no lugar
errado, fazendo a coisa errada, do jeito errado. Mesmo porque Deus
não é de confusão, mas sim de paz (1Co
14.33). Neste caso, a solução é sair da
Babilônia (Ap
18.4).
7º Laquis – Deveriam atar animais ligeiros ao carro (vs
13).
Laquis foi uma das cidades de Canaã que Josué conquistou. Quando os
israelitas invadiram o país, o rei de Laquis aderiu a uma coligação
sob a liderança do rei de Jerusalém para pelejar contra Gibeom. Na
batalha que se seguiu, o rei de Laquis foi morto e a sua cidade
capturada (Js
10:5-32,33; Js 12:11). Mais tarde, passou a
pertencer a Judá e o rei Roboão fortaleceu as suas fortificações
(2Cr
11:9). Tanto que Laquis foi uma das últimas
cidades fortes de Judá a caírem quando Nabucodonosor invadiu (Jr
34.7).
O rei Amazias procurou refúgio em Laquis, ao fugir dos seus
conspiradores, mas foi morto nesta cidade (2Rs
14:19; 2Cr 25:27). Foi de Laquis que
Senaqueribe enviou um destacamento a Jerusalém, exigindo que a
capital se rendesse (2Rs
18.14,17; 2Cr 32.9; Is 36.2).
Laquis foi uma das primeiras cidades que se apegaram às
transgressões das 10 tribos do norte, o que estimulou todo Judá ao
pecado (vs
13). Agora, a ordem era para fugir desta
cidade, ainda que a mesma parecesse um bom refúgio. A princípio o
“Egito”, com seus carros e cavalos (ver
Sl 20.7; Is 30.1-3; 31.1-3) ou a Babilônia,
com o seu esplendor e facilidades, pode parecer conveniente. Contudo,
pode estar certo de que a Escritura Sagrada está certa: que ninguém
pode ser feliz e bem sucedido no pecado (Sl
56.7; 62.10,11 Ec 8.8; Pv 12.3; Ez 7.13).
Você pode dizer que trata-se de uma estratégia para alcançar os
perdidos. Entretanto, a ordem para sair da Babilônia é clara (Is
48.20; Zc 2.6). Não adianta tentar
recuperá-la, pois ela não tem cura (Jr
51.9).
8º Moresete-Gate – Receberia presentes de despedida (vs
14).
Moresete-Gate seria levado cativo e o povo de Israel, obrigado a dar
presentes aos seus moradores a fim de que tivessem o necessário para
chegarem bem ao lugar do seu cativeiro. Não é uma lástima quando
nada restou em nós, senão a capacidade de humilharmos diante das
pessoas e as bajuláramos, só para obtermos umas poucas migalhas que
mal nos permite sentir o gosto do que poderia ser a verdadeira
felicidade?
Agora eles seriam confrontados com o que mais intimida o ser humano
carnal: a possibilidade de estar servindo em troca de uma recompensa
que, na maioria das vezes, nunca virá.
9º Aczibe – Suas casas servirão de engano para os reis de Israel
(vs
14).
O povo de Aczibe seria uma armadilha para os reis de Israel. A bem da
verdade, quando renunciamos nossa posição junto a Jesus, passamos a
ser governados pelo mal comportamento do povo, o que nos leva a uma
série de atos injustos para com os bons (o
que resulta na maldição de Pv 17.15).
Vamos permitir que o mal comportamento de alguns destrua tudo de bom
que pode haver em nós?
“Mas e se não tiver como conservar a bondade de Deus em uma dada
situação?” Você pode estar se perguntando. Então pode estar
certo de que você está vivendo no lugar errado ou andando no
caminho errado (ver
Gl 5.16,25).
10º Maressa – Deus lhe enviaria o inimigo que haveria de herdá-la
Foi em Maressa que Deus deu a Asa uma vitória maravilhosa contra
Zera, o etíope (2Cr
14.9,10). Agora esta cidade passaria para as
mãos do inimigo. Este é o resultado inevitável da rebeldia.
Aqueles que não querem trabalhar direito buscando pressionar as
autoridades a adotarem medidas a seu favor (ver
Pv 24.21), acabam desestimulando as pessoas
que fazem uso do serviço do qual eles fazem parte, o que acaba
resultando no fechamento da instituição ou na entrega da mesma a
pessoas inescrupulosas, que só a utilizarão como meio facilitador
da ruína das pessoas, já que a maioria das pessoas preferem entrar
pela porta larga ao invés de esperar pela estreita (ver
Mt 7.13-14).
A verdade é que, se não valorizarmos nossas pérolas e coisas
santas, elas acabarão sendo comidas pelos cães e pisadas pelos
porcos (Mt
7.6). Assim, deixes teus amados! Cuide
pessoalmente deles, antes que os inimigos o possuam.
11º Adulão – Os maiorais de Israel viriam a ela para se
esconderem
Adulão era uma antiga cidade cananeia (Gn
38:1, 2) que tinha ligação com Jarmute e
Socó (Js
15:35), que foi conquistada por Josué (Js
12.15). A partir daí, passou a pertencer a
Judá (Js
15:35). Foi aí que Davi escondeu-se de Saul
numa caverna (1Sm
22:1; 2Sm 23:13; 1Cr 11:15), bem como na
ocasião em que os filisteus estavam acampados em Refaim (2Sm
23.13-16).
Roboão fortificou esta cidade (2Cr
11:7), a qual voltou a ser habitada depois
do exílio (Ne
11:30).
As autoridades de Israel iriam se esconder na caverna que fica perto
da cidade de Adulão. Mas não se elege um líder justamente para
que, nos momentos difíceis, ele possa ser usado por Deus para
apontar a direção a ser seguida? Um líder que foge quando vê o
lobo (Jo
10.11-13) ou se cala quando o vê se
aproximando das ovelhas (Is
56.10-12) é falso.
Infelizmente a maioria dos “líderes” de hoje tentam se esconder
dentro de cultos divertidos que lhes dê a impressão de estarem bem
consigo mesmos, quando estão apenas se alienando (embriagando).
Como ser feliz, ignorando que seus problemas, antes de tudo, são
consequências dos problemas dos outros?
Gate, Maressa, Laquis e Adulão eram cidades do reino de Judá que
foram fortificadas por Roboão (2Cr
11.7-11). Com base no vs 16 (por
causa dos filhos das tuas delícias), dá a
entender que todas estas cidades pertenciam a Judá.
Agora, muitos dos moradores destas cidades seriam mortos e os demais,
levados cativos. Assim como a águia arranca suas penas velhas a fim
de que novas surjam no lugar e ela, então, tenha condições de
voltar a voar, eles deveriam transformar todo o gozo que tinham no
pecado em tristeza (Tg
4.8,9), na esperança de que Deus concedesse
ao Seu povo misericórdia diante dos seus inimigos (2Cr
30.9).
Detalhe: quando um israelita, ao vencer uma guerra, achasse uma
mulher formosa à vista entre as prisioneiras (Dt
21.10-14) e desejasse se casar com ela, esta
deveria rapar a cabeça e cortar as unhas. Também havia o costume de
fazer calva entre os olhos por causa de algum morto (Dt
14.1), coisa proibida por Deus aos
sacerdotes (Lv
21.5; Is 15.2; Ez 7.18; 29.18; Am 8.10).
Em outras palavras, ao dizer para alargar a calva, Deus estava
estabelecendo uma sentença: a de que eles seriam levados para o meio
de povos onde eles não teriam outra alternativa, senão se
contaminarem ainda mais (Ez
20.25), a fim de que eles pudessem ver a
diferença entre servir Jesus e servir o mundo (2Cr
12.8). Daí João ordenar Ap 22.11.
MIQUÉIAS 2 → CRISTO UNE PARA LIBERTAR x LÍDERES POLÍTICOS-RELIGIOSOS UNEM PARA FICAR MAIS FÁCIL CONTROLAR E EXPLORAR (AS DIFERENTES FORMAS DE SE USAR O PODER)
1
a 2 → USANDO O PODER DE DEUS PARA
VIOLENTAR OS MAIS FRACOS
Quantas pessoas estavam se aproveitando do poder que Deus tinha lhes
dado para colocar em prática o mal que tanto prazer lhes dava (vs
1). Não conseguiam perceber que perda de
tempo seria, já que tudo estava prestes a ser destruído.
A verdade é que o ímpio nunca tem paz (Is
48.22; 57.21). De noite fica maquinando o
mal (vs
1); de dia, trabalha ardentemente a fim de
colocá-lo em prática (Os
7.6).
Mesmo que a destruição não viesse, de quê adianta cobiçar campos
e casas e tomá-los à força (ver
Is 5.8), já que, no final, seremos
arrebatados deste mundo através da morte? A exemplo de Acabe que,
para tomar posse da herança de Nabote (1Rs
21.7), nada fez para impedir Jezabel de
armar aquela cilada para ele (antes,
silenciosamente teve prazer no mal, já que este lhe convinha, mas
nenhuma coragem tinha para fazê-lo por medo da punição de Deus),
assim o povo estava imitando este mal comportamento (daí
Mq 6.16).
Alguém pode questionar: “mas Deus não faz nada para livrar?”.
Quando a pessoa faz a vontade Dele, sim! Foi o que aconteceu com
Jacó. Deus impediu Labão de usar seu poder (Gn
31.29).
3
a 5 → A EXPLORAÇÃO DOS POBRES
RESULTARIA NA DISTRIBUIÇÃO DAS TERRAS ENTRE OS INIMIGOS. ESTES NÃO
SERIAM MAIS CONQUISTADOS.
Quando eram os inimigos que estavam explorando os pobres, eles
tinham esperança de melhora com a libertação ou com a volta do
cativeiro. Mas, e quando eram os próprios líderes de Israel os
exploradores, que esperança restava?
Já que os mais poderosos estavam explorando os mais pobres, ao invés
de Deus repartir a terra dos inimigos entre as tribos de Israel, a
terra deles é que seria repartida. Muitas vezes os israelitas
exploravam mais uns aos outros do que os estrangeiros. Talvez seja
também por isto que a maioria dos israelitas não quiseram sair da
Babilônia quando Ciro emitiu o decreto (Ed
1.1-4 - daí a ordem de Is 48.20; Zc 2.6).
Haja visto que, na época de Salomão, o jugo por ele estabelecido
foi tão pesado que, tão logo Roboão subiu ao poder, o povo de
Israel pediu alívio (2Cr
10.4). Muitas vezes parecia até que a
servidão imposta por Salomão era maior do que a do Egito (haja
visto a grande quantidade de coisas que ele fez e adquiriu com a
exploração do trabalho do povo – ver 1Rs 4; 10.14-29; 2Cr
1.14-17; 9.13-28).
Agora você entende como é possível um Deus tão bom projetar o mal
(vs
3)?
Como eles rejeitaram Jesus e tudo que vinha Dele, o que mais poderia
haver para eles? Deus não obriga ninguém a receber Sua vontade.
Mesmo sabendo o quão mal e amargo é deixar o Senhor (Jr
2.19), Deus, por respeitar o arbítrio de
cada um, muitas vezes permite que eles recebam o que desejam. Daí
Ele trocar a porção de Israel (vs
4), ou seja, mudar sua herança.
A herança de todo o Israel (e
não apenas dos levitas - Dt 10.9; 18.1,2)
deveria ser o próprio Criador. Contudo, como eles O rejeitaram, a
herança deles, agora, passaria a ser no meio dos demais povos,
servindo a outros deuses (Dt
4.28; 28.64; Rm 10.19). Em outras palavras,
eles perderam o privilégio de servir unicamente a Ele. Como não se
agradaram da herança do Senhor, nem de serem separados dos demais
povos, então para quê continuar naquela terra? Daí Deus
despojá-los de tudo que tinha haver com Ele na terra prometida e
reparti-la entre as nações pagãs (vs
4; Daí Mq 1.15).
E pensar que Deus, antes mesmo de criar Israel, quando distribuía as
heranças às nações, quando dividia os filhos de Adão uns dos
outros, pôs os termos dos povos conforme o número dos filhos de
Israel (Gn
10.25; 11.8; Dt 32.8,9; At 17.26). Ou seja,
tudo fez Deus pensando no melhor para Israel. Que lástima tudo que
haveria de acontecer com eles (vs
4)! É de lamentar que, aquilo que foi
criado especialmente para o povo de Deus, viesse a ser desfrutado
pelos inimigos, simplesmente porque eles não tinham maturidade para
conviverem uns com os outros (Gl
4.1,2) no lugar da bênção.
Basta pensar que os mais ricos estavam mudando os marcos, a fim de
irem, aos poucos, tomando o que era dos menos favorecidos, até se
apropriarem de vez do que era deles (algo
altamente condenado por Deus – Dt 19.14; 27.17; Pv 22.28; 23.10; Os
5.10).
Na verdade, quando foi profetizado a vinda do tempo mau (ver
Am 5.13), fique claro que isto se refere
apenas aos ricos, já que os necessitados estavam neste há muito.
Nada disto, porém, precisava acontecer. Se o povo se dispusesse a
conhecer Jesus (Os
4.6) e entender qual era a vontade do Senhor
(Ef
5.16,17), não seria transtornado (Os
4.14). Veja o quão importante é remir o
tempo (Cl
4.5), já que, quando a enchente do mal vem,
não dá tempo de aprender a nadar. E, nesta hora, será impossível
tirar o pescoço de tudo que virá (vs
3).
Felizmente, quando a terra prometida fosse repartida de novo entre o
povo do Senhor, nenhum deles teria parte nela (ver
Lc 13.28) (tal
como se deu na época de Josué – Nm 26.55; 33.54; 34.13; 36.2; Js
14.2; 19.51). Inicialmente, os inimigos é
que disputariam a terra de Israel. Assim será até que chegue o
tempo em que o reino há de ser entregue aos santos do Altíssimo
(ver
vs 12; Dn 7.27).
6
a 11 → O POVO QUERIA ENCONTRAR
DESCANSO NAS PALAVRAS MENTIROSAS DOS PROFETAS INESCRUPULOSOS, AO
QUAIS LHES FACILITAVAM EXPLORAR OS MAIS POBRES COM ILUSÕES
Os líderes religiosos estavam espalhando as ovelhas. Isto porque
esta é a forma mais eficaz de dominar o povo. E, uma vez calada a
boca dos profetas (vs
6; Is 30.9-11; Am 2.12), as pessoas ficam
como ovelhas sem pastor: se espalham e ficam a vagar sem rumo e
destino (Nm
27.17; 1Rs 22.17; 2Cr 18.16; Mt 9.36; Mc 6.34; Zc 13.7; Mt 26.31),
cada um fazendo o que parece bom aos seus olhos (Dt
12.8; Jz 17.6; 21.25). Isto prova que, onde
não há profecia, o povo se corrompe (Pv
29.18).
E o pior é que o próprio povo gostava desta corrupção (ver
Jr 5.30-31; 2Tm 4.3,4). De modo que, toda
profecia que predizia alguma catástrofe era vista com maus olhos.
Tal como nos dias de hoje, o povo não achava que algum infortúnio
na carne pudesse vir do Senhor, já que só ouviam falar dos milagres
de outrora (inclusive,
as festas sagradas eram lembrança de tais dias).
- “Não babujeis, dizem eles. Não babujeis tais coisas, porque a desgraça não cairá sobre nós. Tais coisas anunciadas não alcançarão a casa de Jacó. Está irritado o Espírito do SENHOR? São estas as suas obras?...” (vs 6 e 7);
É bem verdade que Deus opera maravilhas e não tem prazer no mal (Mq
7.18). Porém, a Palavra de Deus só faz bem
aos que andam retamente (vs7).
Bramando como leão (que
só ruge quando já conseguiu a presa – Am 3.4),
cada um fazia uso da Palavra e das bênçãos de Deus para fazer o
povo se sentir seguro (vs
8) e, deste modo, ficar mais fácil remover
o que lhes restou (ver
Ez 38.11). Ou seja, estavam usando a Palavra
de Deus como anticristos, a saber, para ocupar o lugar de Deus na
vida deles.
Nem as crianças estavam sendo poupadas. O verdadeiro louvor a Deus
estava lhes sendo privado (vs
9). Tal como hoje, as mulheres estavam sendo
incentivas a abandonarem os lares a fim de que as crianças fossem
ensinadas pelos líderes religiosos da forma errada (vs
9) e, com isto, aceitarem suas falcatruas
com mais facilidade.
Isto, sem contar os ricos que, se aproveitando do infortúnio que
sobrevinha aos pobres, aproveitavam para escravizá-los e obrigar
também mulheres e crianças a serem seus escravos. Eles sabiam muito
bem que, se as mulheres fossem tiradas dos seus lares, os filhos
ficariam à mercê dos conselhos dos ímpios (ver
Sl 1.1,2) e, portanto, sujeitos a perderem
para sempre as bênçãos que Jesus prometeu para eles (vs
9).
A história não muda! Desde que Adão pecou, não importa o que o
homem faça, o mundo continua entregue à destruição (Gn
2.17; 2Pe 3.10-12) por causa da corrupção
que destrói (vs
10), de modo que aqui não é mais lugar de
descanso (daí
sermos convocados a lutar – Fp 1.29,30; Cl 1.29; 4.12; 1Tm 6.12;
2Tm 2.4,5,7; Hb 10.32). Quando se lê Dt
12.9, a impressão que se tem é que o lugar de descanso a que Israel
deveria entrar era Canaã. Isto não é verdade! Tanto que o escritor
de Hebreus diz que Josué, ao introduzi-los na terra prometida, não
lhes deu descanso (Hb
4.7-9).
Basta a pessoa se acomodar para o pecado tomar conta da vida dela (a
prova está em Jr 3.2).
É o que tinha acontecido em Israel. Agora, o que eles queriam era
alguém que viesse em seu próprio nome (seguindo
seu espírito mentiroso – Jo 5.43)
prometendo vinho e bebida forte (ou
seja, fartura) (exatamente
como fazem os políticos hoje).
12
a 13 → JESUS QUER UNIR SUAS
OVELHAS PARA, COM ELAS, ROMPER COM AS PORTAS DOS APRISCO (Mt
16.18) E LIBERTAR OS QUE ALI ESTÃO CATIVOS,
A FIM DE QUE TODOS POSSAM ACHAR PASTAGENS (Jo
10.9)
Há duas coisas que Deus está prometendo aqui (vs
12):
- Ele iria ajuntar Jacó por inteiro a fim de julgar Israel e as nações (Ez 39.4,11; Jl 3.11-14; Zc 14.2-5; Ap 16.13-16). Seriam colocados juntos como palha ou joio para ser queimado (Mt 3.12; 13.30,40-42; 25.41-46);
- Ele iria congregar o remanescente de Israel que haveria de ser salvo (Is 10.22; Rm 9.27; Mt 25.34-40). Destes que passaram pelo seu tratamento (Zc 13.9), Ele faria uma multidão (Ez 36.37) e reinaria sobre eles no Monte Sião desde agora e para sempre (Os 3.5; Mq 4.6,7) e haveria muita alegria (Jr 31.10-13).
Inclusive, por aqui fica claro que ajuntamento só é bom quando
existe pureza de coração. Do contrário, unidade sem amor e
verdade, é contradição penal, conhecido como “crime de formação
de quadrilha”.
Já o vs 13 aponta para Cristo em um sentido espiritual (compare
o vs 13 com Jo 10.3,4,9 e ajunte Is 52.12).
Jesus reúne em Si aqueles que Nele creem para a salvação, de modo
que eles possam entrar pelas portas do aprisco e resgatar as ovelhas
que foram presas pelo sistema político ou religioso, a fim de que,
juntas, possam seguir ao Bom Pastor (1Pe
2.25) rumo aos pastos verdejantes (Sl
23.2).
MIQUÉIAS 3 → O SILÊNCIO DE DEUS NA VIDA DAQUELES QUE TENTAM CONSTRUIR SUA VIDA ÀS CUSTAS DA EXPLORAÇÃO AO PRÓXIMO
1
a 4 → O SILÊNCIO DE DEUS NA VIDA
DAQUELES QUE QUEREM FAZER DO POVO O SEU ALIMENTO
Isto se refere, principalmente, aos líderes religiosos. Muitos, com
medo de serem expostos, usam Mt 7.1 para intimidar os membros, de
modo que eles não venham a fazer a menor crítica, mas aceitem todas
as suas aberrações teológicas.
O que não podemos é julgar segundo a aparência (Jo
7.24), antes que a verdade seja plenamente
revelada (Mt
7.1-5; 1Co 4.5; 6.1-5). Quem assim faz, tem
como objetivo colocar tropeço na vida dos irmãos (Rm
14.13). Porém, uma vez que o Espírito
Santo tiver revelado, devemos julgar as profecias (1Co
14.29) e provar os espíritos (1Jo
4.1) a fim de que as pessoas tenham chance
de se converter e arrepender e, deste modo, serem salvas dos tropeços
da sua iniquidade (Ez
3.20).
Se não condenarmos as obras das trevas (Ef
5.11) na vida delas, seremos
responsabilizados por Deus (Ez
3.17-21; 33.7-9). Contudo, que fique claro:
não é para julgar o profeta (pois
já tem quem o julgue – Rm 14.10; 2Co 5.10),
mas sim as profecias.
Além do mais, como podemos pensar em estar em paz, quando tudo e
todos à nossa volta estão perturbados (Jr
29.7)? Como esperar que algo dê certo
quando as pessoas aborrecem o bem e amam o mal (vs
2) (o
contrário de Sl 97.10; Am 5.15; Rm 12.9)?
Ainda que tenham prazer no mal a fim de que o bem venha, a condenação
de tais pessoas é justa (Rm
3.8), já que de uma mesma língua não pode
sair bênção e maldição (Tg
3.9-12).
Jamais devemos ter medo de repreender as pessoas com medo de
magoá-las. É preciso diferenciar (2Co
7.9,10:
- Choro de remorso -> lamento pelos bens materiais perdidos;
- Choro de arrependimento -> lamento pelo caráter perdido.
Cabe
aos líderes religiosos (e também àqueles que creem em Jesus, já
que foram feitos reis e sacerdotes – 1Pe 2.5; Ap 1.6; 5.10)
saber aquilo que é direito (vs
1). Infelizmente, a maioria tem tanto prazer
no mal (vs
2; Jo 3.19-21), em virtude do desejo de
fazer do povo no seu alimento (vs
2,3; Sl 14.4; 53.4; Os 4.8), que preferem,
de comum acordo, quebrar o jugo de Jesus (Sl
2.1-3) e romper com seus laços de amor (Jr
5.4,5; Os 11.4). Isto pode ser visto entre
os funcionários de uma firma, onde cada um acoberta as falcatruas do
outro para encher de violência e engano a casa dos seus senhores
(Sf 1.9).
Resumindo: os do povão eram pobres e loucos espiritualmente por não
saber o caminho e o juízo do Criador; já os maiorais, sabiam, mas
queriam convencer a si e aos demais que poderiam determinar o modo de
Deus agir. Daí clamarem ao Senhor e não serem ouvidos, nem sequer O
enxergarem (vs
4). Afinal, como Deus pode auxiliar alguém
na má obra? Deus teria que ser mal. Veja os exemplos:
- (Pv 1.28) -> Se a pessoa rejeitou a sabedoria de Deus, com base em quê ela espera que Ele opere?
- (Is 1.15) -> Se as ações são só no sentido de maltratar e destruir pessoas, então que lugar há para o amor?
- (Ez 8.18) -> Quando se introduz elementos de adoração a falsos deuses daquilo que fazemos para o Criador, como Ele poderá nos ouvir? Como poderemos agradar a Ele fazendo aquilo que apraz ao diabo?
- (Zc 7.9-13) -> No que eles se fizeram resistentes a toda expressão de piedade e bondade, o que Deus poderia lhes dizer, já que Nele não há treva alguma (1Jo 1.7)?
5
a 8 → PROFETA QUE NÃO ANUNCIA AO
POVO DE DEUS O SEU PECADO, É FALSO. FICARÁ DESACREDITADO E SEM
SABER O QUE DIZER DIANTE DAS SITUAÇÕES TENEBROSAS QUE SURGIRÃO
Características dos falsos profetas (vs
5):
- Não ensinam ao povo o que eles precisam saber (Is 56.10);
- Só pensam naquilo que irá satisfazer seu apetite (Is 56.11). Em troca de um punhado de cevada e pedaços de pão, eles estavam conservando vivo os perversos e condenando os justos, se tornando abomináveis (Ez 13.19; Pv 17.15);
- Só pregam aquilo que agrada o povo, de modo a fortalecer as más ações de cada um (Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10), quando o correto é levar a pessoa a enxergar o quão mau e injusto é o sistema que rege este mundo (Jo 14.30; Ef 2.1,2; 1Jo 15.19), de modo que ela sinta nojo de permanecer nele servindo-o e passe a desejar a vinda de Cristo, para um mundo onde nunca mais será impossível fazer o bem.
- Querem caçar as almas a fim de guardá-las para si (tal como aquele que guardou a mina embrulhada num lenço – Lc 19.20). Para isto, profetizam de paz, de modo que eles possam relaxar com a ideia da falsa salvação, sem qualquer preocupação com a mudança do coração (Ez 13.18). Mas que espécie de paz é esta?
- Fazem um conluio com outros falsos profetas com vista a devorar almas e tomar tesouros e coisas preciosas (Ez 22.25);
- Vêm vestidos de ovelhas (tendo aparência de piedade – 2Tm 3.5), mas interiormente são lobos devoradores (Mt 7.15);
- Estavam profanando o próprio Deus, ou seja, buscando-o de maneira inadequada e fora do contexto do reino dos céus. Em outras palavras, buscavam-O com base nos métodos deste mundo, com vistas a obter recursos deste mundo (ver 1Co 15.19), o que fazia deles pessoas completamente miseráveis (sem o quê oferecer e, portanto, avarentas).
- Promovem guerra contra aqueles que nenhum benefício lhes traz (vs 5).
Punição: quem não se fala segundo à Escritura Sagrada, nunca verá
a alva (Is
8.20). Pelo contrário: será arrastado para
a escuridão (Is
5.30; 8.22), ou seja, entenebrecido com
ânsias em meio à angústia e escuridão (Is
8.22). Far-se-á noite sem visão para eles,
a fim de que não haja profecia, nem adivinhações.
O sol se porá em pleno meio-dia e a terra na qual eles estão se
entenebrecerá em dia de luz (vs
6; Am 8.9). Ou seja, eles não saberão o
que fazer, nem mesmo em tempo de paz (vs
7). Já que não serão mais capazes de ver
a vaidade, nem fazer adivinhações (Ez
13.23), visto que toda esperança carnal
morrerá (ver
Ez 37.11; At 27.20; 2Co 1.8). Isto lembra o
que se deu com os acusadores de Jesus, que não conseguiam achar nem
mesmo um testemunho falso (Mt
26.59).
Daí a expressão “cobrir o bigode” (vs
7) que lembra:
- como o leproso deveria proceder ao sair no meio do povo (Lv 13.45) ou
- a manifestação de alguma tristeza ou vergonha (ver Ez 24.15-17).
Ou seja, tais profetas, diante pureza e santidade dos homens de Deus,
se sentiriam imundos e envergonhados, completamente tristes por serem
obrigados a experimentarem apenas a companhia daqueles que também
haviam renegado ao Senhor.
Enquanto Miquéias, repleto daquilo que Deus podia fazer através
Dele, cheio de juízo e de ânimo para anunciar, aos que se chamam
pelo Seu nome, os pecados deles (vs
8; Is 58.1) (independente
se eles eram sinceros ou não, convertidos ou buscando a Cristo
apenas com sua carne), os falsos profetas
estavam fadados à insensatez (2Tm
3.9), já que não haveria resposta de Deus
para eles (vs
7; Am 8.11-13).
9
a 12 → NÃO TEMOS DIREITO DE USAR
DE INJUSTIÇA E VIOLÊNCIA, MESMO QUE SEJA PARA, SUPOSTAMENTE,
FAZERMOS A “OBRA DO SENHOR” (Mt
7.24-27)
Eis os erros do sistema religioso:
- - abominava o juízo (vs 9) -> não dormem, se não fizerem mal, e foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar (Pv 4.16);
- - pervertia tudo o que é direito (vs 9) -> Mudava a verdade de Deus em mentira (Rm 1.25);
- - edificando a Sião com sangue e a Jerusalém com injustiça (vs 10; Hc 2.12) -> Não podemos nos conformar que alguém se sinta prejudicado por nossa causa. Muito menos devemos pagar ao próximo menos do que lhe é devido (Jr 22.13) ou aproveitar do seu infortúnio (Is 33.14,15) ou ingenuidade para tirar vantagem (Ez 18.8);
- - dão as sentenças por presentes (vs 11) -> Rugindo como leão, os príncipes faziam como o diabo (1Pe 5.8) a fim de deixar as pessoas descuidadas e, deste modo, poder enriquecer mais facilmente às custas das sentenças (Am 3.4; Sf 3.3). Eles amavam os subornos e corriam atrás de recompensas (Is 1.23), sem se preocupar com a causa dos que nada podia lhes dar (Mq 7.3). E o pior é que muitos, por causa disto, jogavam a culpa em Deus, como se Ele fosse um juiz injusto que tudo vê e nada faz (ver Hc 1.2-4; Ml 3.13-15; Lc 18.1-8);
- - ensinam por interesse (vs 11) -> Desonravam a Deus transgredindo a lei que eles usavam se para exaltarem (Rm 2.23)
- - adivinham por dinheiro (vs 11) -> Profetas e sacerdotes usavam de falsidade, cada um se dando à avareza (Jr 6.13);
- - se encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá (vs 11) -> Achavam que o nome do Senhor e o templo que foi erguido supostamente para Ele era a garantia de que nenhum mal lhes sobreviria (Is 48.2; Jr 7.3-11; Rm 2.17). Ou seja, tudo era visto como talismã que lhes permitiria viver para si mesmos, sem sofrer as consequências dos seus atos.
O detalhe é que, embora todos estes erros tenham sido cometidos
principalmente pelos líderes religiosos, toda a Jerusalém e o monte
Sião sofreriam as consequências. Logo, esta teoria de que o líder
da instituição religiosa irá responder pelos nossos erros é
mentira! Cada um será responsabilizado pelos seus pecados (Rm
14.10; 2Co 5.10)
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