ESTUDO DO LIVRO DE AMÓS
INTRODUÇÃO:
Tema
Principal: BUSCAI AO SENHOR E VIVEI A VIDA DELE (Am
5.4,6), AO INVÉS DE IR EM BUSCA DE UMA RELIGIÃO.
Tema Secundário: PREPARA-TE PARA
TE ENCONTRARES COM JESUS (Am 4.12), POIS O
DIA DELE ESTÁ PRÓXIMO (Am 9.1).
Logo, cada capítulo de Amós deve ser
entendido como uma resposta à pergunta: o que acontece
quando alguém não busca ao Senhor e procura viver Sua vida, com a expectativa
ardente (como de uma noiva
apaixonada) de, em breve, poder
encontrá-lO, sem sentir vergonha de si mesmo (1Jo
2.28)?
Versículo Chave: “Odeio, desprezo as vossas
festas, e as vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que
me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem
atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o
estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas.
Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso.” (Am 5.21-24).
Objetivo:
Após a morte de Salomão, Israel se dividiu em duas nações, sendo que as 10
tribos do norte passaram a ser governadas por Jeroboão I. Com medo de que o
povo, ao ir até Jerusalém para cultuar o Deus vivo pudesse rejeitá-lo como rei,
ele coloca em prática a ideia de fazer o povo acreditar que os 2 bezerros de
ouro eram o Deus que os fez subir do Egito (1Rs 12.26-30).
Tanto povo gostou desta situação cômoda que todos os demais reis de Israel não
conseguiram apartar a si e a Israel desta mentira, incluindo Jeroboão II.
Entretanto, porque Deus não tinha falado nada acerca de
destruir Israel, Ele permitiu que Jeroboão lograsse êxitos em muitas das suas
campanhas militares, o que levou o povo a pensar que Deus estava se agradando
deles e que o mal demoraria a atingi-los (Am 6.3). Por
causa disto, aproveitaram para explorar os mais pobres (Am
2.6,7) e viverem uma vida regalada (Am
6.3-6). Para conseguirem isto, prestavam culto aos ídolos a fim de
induzir o povão a cultuá-los, como se estivessem cultuando o próprio Deus (Am 5.25-26), sem perceber que, na verdade, era uma
estratégia para sugar-lhe as bênçãos de Deus (Am 2.8).
Amós, então, é levantado por Deus a fim de exortar o povo
ao arrependimento, a enxergar que Deus não tem prazer em cultos, mas em amar e
fazer justiça ao próximo (1Co 5.22-24).
Ele começa
fazendo-os lembrar o quão horrível é ser humilhado e maltratado pelo próximo.
Note como Amós não apenas menciona o juízo contra as nações vizinhas, mas
também os faz lembrar de tudo que eles sofreram e vinham sofrendo por parte dos
inimigos. A ideia é que eles recordassem o quanto seus atos vinham sendo
dolorosos e alertá-los quanto à punição que viria, caso não se arrependessem.
Note como Israel praticava, com os da sua carne, o que os inimigos faziam com
os estrangeiros:
|
Nação Estrangeira
|
Israel
|
Crueldade para com
os fracos
|
Damasco (Am
1.3)
|
Am 3.9; 4.1; 5.12
|
Deportações em massa
|
Gaza (Am 1.6)
|
Mq 2.9
|
Tráfico de escravos
e violação de alianças firmadas
|
Tiro (Am 1.9)
|
Am 2.6,7; Ml 2.10,11,14
|
Ódio contínuo e
perpétuo
|
Edom (Am 1.11)
|
Is 29.21; Am 3.10; 5.10
|
Guerra de extermínio
|
Amom (Am 1.13)
|
Is 5.8; Am 5.11
|
Transformar o mal em
algo a ser cultuado
|
Moabe (Am
2.1)
|
Am 6.3
|
Rejeitaram a Palavra
de Deus
|
Judá (Am 2.4)
|
Am 2.7,12; 8.14
|
Amazias é o
retrato perfeito de como era o coração dos demais israelitas: faziam de tudo
para que os profetas de Deus se calassem (Am 2.12), mesmo
que para isto tivessem que fazer falsas acusações (Am
7.10,11).
Amós deve ter começado em torno do ano 750 a.C., “dois
anos antes do terremoto”, durante o reinado de Jeroboão II. Aquela era uma
época de prosperidade para o reino. Sob o reinado de Jeroboão, Israel conseguiu
recuperar territórios que havia perdido no lado oriental do Jordão. Entre
outras coisas, ele recuperou as terras que Síria tinha tomado de Israel (2Rs 14.25-28). Certamente, o sucesso militar e o
aumento da riqueza despertou grande entusiasmo. Contudo, aumentaram a
desigualdade entre os diversas classes sociais. Os ricos aumentaram as suas riquezas,
enquanto que os pobres afundavam cada vez mais na miséria. Tudo porque queriam
viver no luxo e na ociosidade (Am 6.3-6; ver Ez 16.49).
O povo
humilde sofria nas mãos dos poderosos e, para piorar as coisas, os juízes e
tribunais de justiça roubavam-lhes qualquer chance de obterem seus direitos (Am 5.7,12,15,24; 6.12). A vida religiosa havia se
corrompido com práticas pagãs de outros povos e a piedade e misericórdia,
completamente excluídas da vida cotidiana (Am 5.24; 6.6).
Diante
deste quadro, o profeta insta: “Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o
teu Deus” (Am 4.12).
Os
capítulos 7, 8 e o início do 9 contém uma série de visões que anunciam a
impossibilidade de se escapar do juízo de Deus, mesmo apesar dos apelos
insistentes de Amós. Contudo, o objetivo não é destruir a Israel, mas
reedificá-lo e restaurá-lo (Am 9.11-15), a
fim de que o propósito de Deus pudesse se cumprir por meio de Israel.
Podemos resumir assim as transgressões de Israel:
Luxo demais (Am 6.3-6);
Grande desejo por lucro (Am
8.4-6);
Falsa religiosidade (Am
5.25,26)
Abominação a tudo que é justo (Is 5.20).
Enfim, o
objetivo do livro é mostrar que o sistema religioso nunca funcionou (e jamais funcionará!!!) e que, se queremos estar
preparados para quando Jesus vier nos buscar, devemos nos aprofundar na
intimidade com Ele (ver Mt 7.21-23; 11.28,29; 25.12;
Lc 13.23-28; Jo 6.44,45; 1Jo 2.27,28).
Vs 1.1 →
QUEM ESCREVEU O LIVRO, QUANDO E PARA QUEM ELE FOI ESCRITO?
Acredita-se que o nome Amós significa
“carregador de fardos” ou “carregado”. Quando a Escritura Sagrada fala que ele
estava entre os pastores de Tecoa, revela que ele não era um mero peão, mas
alguém que gozava de uma boa situação econômica antes de ser chamado a exercer
a missão profética. Tanto que ele era boieiro e cultivador de sicômoros em
Tecoa, aldeia de Judá, situada próximo a Belém (Am
7.14).
Como, naquela época, era comum dar-se à
cidade o nome da pessoa que a deu origem, é bem provável que Roboão (2Cr 11.6) a tenha edificado em homenagem a Tecoa ou
a Asur, seu pai (1Cr 2.24; 4.5).
Tecoa também era a cidade natal daquela
mulher que Joabe contratou para persuadir Davi (2Sm
14.4,9). Também foi para ali que Josafá se dirigiu quando teve
aquela vitória maravilhosa contra Edom, Amom e Moabe (2Cr
20.20).
Tempo em
que se deu a profecia: quando Uzias era rei de Judá e Jeroboão II era rei de
Israel, 2 anos antes do terremoto. Este terremoto, com certeza, foi deveras
marcante, já que Zacarias, há cerca de 200 anos depois, o menciona (Zc 14.5). E o fato de este terremoto ter sido citado
aqui revela a crença que Amós tinha de que o terremoto era o sinal de Deus para
confirmar sua mensagem ao povo de Israel (este é mencionado várias
vezes – Am 1.1; 2.13; 3.14; 9.1).
Quanto a
Jeroboão, trata-se do filho de Jeoás. Em seu reinado Israel prosperou muito
“porque viu o SENHOR que a miséria de Israel era muito amarga, e que nem havia
escravo, nem absolvido, nem quem ajudasse a Israel. E ainda não falara o SENHOR
em apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém os livrou por meio de
Jeroboão, filho de Jeoás.” (2Rs 14.26).
Entretanto,
quanto mais Israel prosperava, mais crescia as desigualdades sociais e a
exploração dos pobres pela classe dominante.
Dentre os
profetas que profetizaram na época de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, Amós veio
primeiro. Depois, vieram Oséias (Os 1.1) e Isaías.
Depois Miquéias.
Amós via
suas mensagens que eram destinadas principalmente a Israel, o Reino do Norte.
Vs 1.2 →
DE ONDE VEM A PALAVRA DO SENHOR E QUAL O SEU EFEITO NA VIDA DOS PECADORES
A Palavra
de Deus possui um poder fortíssimo, quando pronunciada pela boca de Deus.
Porém, Sua Palavra se origina a partir daqueles que Ele elegeu, e isto quando
os mesmos se acham no lugar que Ele os quer.
Note que a
frase “o SENHOR bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz” também se
encontra em Jl 3.16, onde mostra que a finalidade disto era fazer tremer céus e
terra, de modo que o único refúgio e fortaleza para Seu povo seja o próprio
Deus.
Sempre que
se vê Deus trovejando com Sua voz, está expressando ira contra a Seu povo (Sl 18.13; Jr 25.30). Inclusive, com base neste
último trecho vê-se que, muitas vezes, os gritos de alegria são um sinal de
reprovação contra nós (veja Ec 2.2; 7.3).
Afinal, se a pessoa está se alegrando “do nada” (Am
6.13), ou seja, se sua alegria não vem de ter ajudado o próximo a prosperar,
então sua alegria será o resultado de ter, de algum modo, se aproveitado dele.
Se
pensarmos que Deus brama desde o alto e faz ouvir Sua voz desde a morada da Sua
santidade, logo o monte Sião deveria ser elevado em padrões morais e
espirituais, de modo que a santidade de Deus pudesse se fazer presente em
Jerusalém. Não é à toa que Ele brama contra Sua habitação. Como Jesus poderia
ser rei sobre o monte Sião em meio a tanta maldade? Jesus foi ungido rei
daquele lugar, e não de outro. Ou seja, se queremos o reinado de Jesus, temos
que estar no lugar que Ele escolheu para ser rei, ao invés de irmos para o
lugar que nos convém e querer que Jesus reine ali à força através de nós.
Não adianta
querermos que este mundo mude, porque isto não acontecerá! (Jr
51.9). Desde que Adão pecou, este mundo está preparado para o fogo (2Pe 3.10-12). Sua transgressão se agravará (Is 24.20), o que fará o amor de quase todos esfriar (Mt 24.12).
A menção de
Sião e Jerusalém (centro do reinado de Deus) é feita
para contrastar com Dã e Betel (centro de reinado da
idolatria).
Quanto ao
Carmelo, trata-se de lugar fértil, belo e junto ao mar (Ct 7:5; 1Sm 25.2; Is
33:9; 35:2; Jr 50:19; Na 1:4), no território
de Aser. Logo, era inacreditável que, de repente, este lugar pudesse se tornar
seco. Contudo, as habitações dos pastores iriam sofrer com o pecado de Israel (daí Paulo dizer que toda a criação geme – Rm 8.19-22).
Como a natureza geme enquanto os filhos do Reino de Deus não se manifestam!
Por
exemplo: quantos animais marinhos sofrem quando ocorre vazamento de óleo no mar
por causa de uma atividade irresponsável do ser humano.
AMÓS 1.3 a 2.16 → SOFRE NAS MÃOS DOS LÍDERES CRUÉIS QUE LHE RODEIAM (PRINCIPALMENTE DE PESSOAS QUE SE DIZEM CRENTES EM JESUS E LÍDERES ESPIRITUAIS), por causa...
Nos capítulos 1 e 2 é mostrado os
ataques que o povo de Israel sofreu das nações vizinhas, incluindo Judá e,
principalmente, dos seus próprios governantes. O motivo de Deus começar
anunciando Seu juízo às nações vizinhas para, depois, se dirigir a Israel, é porque
os mesmos tipos de pecados estavam sendo cometidos em Israel. Em outras
palavras, ao anunciar Seu juízo sobre os inimigos de Israel, Deus estava, na
verdade, alertando eles para o que lhes sobreviria caso não se arrependessem
dos mesmos pecados.
Para ser mais exato: ao vir seus
inimigos sendo punidos, ao invés de se alegrarem, deveriam temer que o mesmo
viesse a lhes suceder (Pv 24.17).
Afinal, se Deus não poupou nem mesmo as nações pagãs que desconheciam Sua
palavra, quão dirá Israel que tinha, em suas mãos, as leis, promessas, etc. de
Deus (ver Lc 12:47, 48; Tg 4:17)!
Deus, nos 2 primeiros capítulos, promete colocar fogo na
principal das cidades e consumir as mais belas construções.
A expressão
"Por três transgressões... e por quatro" significam “por causa de
todas as suas transgressões, mas principalmente por esta que encheu a medida
dos seus pecados (Mt 23.32; 1Ts 2.16)”. Fórmulas
semelhantes a esta podem ser vistas em:
Terceira e quarta: (Êx 20.5)
– até a 3ª geração e a 4ª, que completou a medida dos seus pecados;
Três e quatro (Pv
30.15,18,21,29) – três coisas que destacam e a quarta, que confirma;
Seis e sétima: (Jó
5.19) – seis angústias vem para que toda brecha que há em ti seja
fechada e a 7ª não te toque;
Uma e duas (Jó 33.14) – Uma vez
que Deus fala é mais que suficiente. A 2ª é para acabar com toda dúvida;
Duas e três (Jó 33.29) – Deus
livra duas vezes. A 3ª vez é para que sua alma seja desviada da perdição (Jó 33.28) e, deste modo, alumiado com a luz dos
viventes (Jó 33.30);
Sete e oito (Ec 11.2) –
Reparte com os sete que têm compromisso com Deus e até com o 8º que nada quer
com Ele.
Em suma,
tudo isto significa: pela manifestação da Sua vontade em cima daquilo que é
perfeito e até em cima daquilo que não é (ou pelo menos, que parece
não ser perfeito) para confirmar Sua soberania.
O uso do
fogo como instrumento de purificação é porque, enquanto a água, como a do
dilúvio, destrói tudo, o fogo, normalmente, só destrói palha, feno e madeira
sem, contudo, destruir a prata e o ouro (veja este mesmo tipo de
punição em Jr 51.30; Os 8.14). Inclusive, o dilúvio é a prova de que
o problema não é externo, mas no nosso interior.
Por isto,
na atual dispensação, o termo mais usado para purificação é o fogo. O fogo
significa que países iriam guerrear contra tal cidade (ver Nm
21.28; Is 26.11) e colocar fogo nas principais construções.
Detalhe:
Gileade foi causa de juízo para dois países:
Síria (Am 1.3) e Amom (Am
1.13).
Filístia (Am 1.6) e Tiro (Am 1.9) entregaram os cativos a Edom. Talvez Edom
tenha feito aliança com eles para assim fazerem, tamanho o ódio que eles tinham
por Israel (Am 1.11).
Vs 1.3 a 1.5 → ...
DA OBSCESSÃO DELES EM CONTROLAR, POR COMPLETO, AQUELES QUE DEUS LHES DÁ NA MÃO
Damasco era
a principal cidade da Síria. Devido à crueldade com a qual tratava aqueles que
se lhes opunham, Deus então pronunciara várias profecias contra a Síria (veja Is 8.4; 17.1; Jr 49.23,27; Zc 9.1). Aqui Amós
usa a metáfora dos trilhos de ferro, os quais eram instrumentos de madeira com
dentes de ferro, usados para trilhar o grão (Is
28.27; veja 2Rs 13.7). Detalhe: Davi fez o mesmo com os amonitas (2Sm 12.31).
Com isto,
Deus estava mostrando o ódio cruel que tomava conta deles quando Ele lhes
concedia poder sobre as pessoas. Como eles sabiam da insatisfação dos cativos,
eles não toleravam a mínima expressão de indignação. Queriam que o medo neles
fosse tal, que tivessem receio até de pensar algo mau contra eles.
Achavam
que, por terem conquistado terras e pessoas, agora eram proprietários legítimos
das mesmas. Não se importavam em reconhecer que o verdadeiro dono de tudo é
Deus e que Ele lhes entregou apenas por um instante de tempo a fim de
administrarem a vara da correção na vida dos povos conquistados.
Em
particular, eles foram cruéis com Gileade, uma região situada ao sul de Damasco
e ao oriente do rio Jordão. Na época de Jeú, a fim de disciplinar Israel, Deus
começou a diminuir os termos deles, permitindo que Hazael atacasse várias
cidades de Israel, incluindo Gileade. Com certeza é desta ocasião que está
sendo referida aqui (2Rs 10.32,33; 13.7).
Hazael e seu filho Ben-Hadade foram muito cruéis, o que despertou a ira de Deus
contra eles.
Biqueate-Áven
significa, em hebraico, vale da maldade, e Bete-Éden, casa de prazer. É bem
provável que se trata de nomes simbólicos para as cidades de Damasco, com o
intuito de retratar o quadro da sociedade daquela época:
·
Os habitantes estavam fazendo, das profundezas
da maldade, o seu lar;
·
Já os governantes, estavam liderando no sentido
de fazerem casas para seu prazer;
Uma coisa
importante a ser observada é o singular usado na expressão “o morador de
Biqueate-Áven” ao invés de “os moradores”. Talvez isto sirva para indicar como
Damasco estava tão unida na maldade que parecia ser um só homem (lembrando a era do anticristo (Ap 13.4; 1Ts 5.3) e o que se deu
algumas vezes quando Israel foi para guerrear (Jz 20.1,8,11; 1Sm 11.7)).
Agora, até
mesmo o ferrolho da principal das cidades da Síria seria quebrado e o povo,
levado para Quir, cidade de Moabe (Is 15.1).
Tiglate-Pileser, rei da Assíria, cumpriu esta profecia quando, atendeu ao apelo
de Acaz, rei de Judá. Ele matou Rezim e levou o povo cativo para Quir (2Rs 16.9) que, então, estava sob domínio da Assíria,
a qual também cumpriu a profecia contra Moabe em (Am
2.2,3). Daí Isaías relatando a Assíria atacando Elão, e Quir e
ameaçando Judá (Is 22.6).
Vs 1.6 a 1.8 → ...
DO DESEJO DELES DE SUBJUGAR PESSOAS, SÓ PARA FAZEREM COMÉRCIO DELAS E AS VIREM SENDO
MASSACRADAS POR AQUELES QUE MAIS OS ODIAVAM
Trechos que
mostram o juízo sobre os filisteus (Is 14.29-31; Jr 47; Jl
3.4-8; Sf 2.4-7; Zc 9.5-7).
Gaza,
Asdode, Asquelom e Ecrom eram cidades que faziam parte da chamada “Pentápolis
filistéia” (a quinta cidade era Gate que, por ter sido
subjugada por Uzias (2Cr 26.6), não tinha mais proeminência (daí também não ser
citada por Sofonias (Sf 2.4,5)). Eles tinham o prazer de dar a Israel,
ocasião de sofrer todo o mal que é possível cair sobre o ser humano. Eles não
se acharam cruéis o suficiente para fazer Israel sofrer tudo que achavam que
eles mereciam e, por isto, preferiram deixar esta tarefa nas mãos dos edomitas,
deportando em massa os habitantes para Edom e, com isto, aproveitando para ganharem um dinheirinho extra. Isto lembra o
que Davi fez com Urias (2Sm 11.14,15).
Não podemos
entregar as pessoas para serem destruídas pelos ímpios (Sl
82.4,5; Jr 20.13; 21.12; 22.3; Pv 19.17; 24.11,12; 31.8). Não basta
não fazermos o mal! Quando desejamos, no íntimo, que outro faça o mal por nós
contra aquele que odiamos, estamos tão culpados aos olhos de Deus como um
assassino (ver 1Jo 3.15).
Quando não
temos compaixão, ou seja, excluímos o próximo do bem que há em nós, damos
ocasião para ele ir trabalhar para os ímpios.
Veja os
crimes dos filisteus contra Israel:
executaram vingança com desprezo de coração,
para destruírem com perpétua inimizade (Ez 25.15-17);
levaram a prata, o ouro e as coisas desejáveis e
formosas destinadas à adoração ao Criador e puseram nos templos pagãos deles. A
boca deles estava repleta de comida imunda e do sangue de animais provenientes dos
sacrifícios idólatras deles (Jl 3.5);
Venderam os filhos de Judá e os filhos de
Jerusalém aos filhos dos gregos, para os apartar para longe dos seus termos (Jl 3.6);
Estes, junto com os árabes, subiram a Judá, e
deram sobre ela, e levaram todos os bens que se achou na casa do rei, como
também a seus filhos e a suas mulheres; de modo que não lhe deixaram filho
algum, senão a Joacaz, o mais moço de seus filhos (2Cr
21.16,17);
Deram sobre as cidades da campina e do sul de
Judá, e tomaram a Bete-Semes, e a Aijalom, e a Gederote e a Socó, e os lugares
da sua jurisdição, e a Timna, e os lugares da sua jurisdição, e a Ginzo, e os
lugares da sua jurisdição; e habitaram ali (2Cr 28.18).
Filístia é destruída, também, para que não houvesse mais
quem socorresse Tiro e Sidom (Jr 47.4,5);
Esta
profecia, também predita em (Is 14.29),
começou a ser cumprida por Uzias (2Cr 26.6) e
depois por Ezequias (2Rs 18.8).
Vs 1.9 a 1.10 → ...
DO TRÁFICO DE ESCRAVOS
Trechos que
mostram o juízo sobre Tiro (Is 23; Jr 47.4; Ez 26 a 28).
Tiro era
conhecida pelo comércio, principalmente tráfico de escravos. No que eles
conquistaram Israel, eles venderam seus moradores a Edom, sem considerar:
A reconciliação entre Jacó e Esaú. Eles estavam
estimulando um comportamento que faria Edom esquecer este episódio (Gn 33);
A aliança entre Hirão, rei de Tiro e Salomão,
onde um considerava o outro como irmão (1Rs 9.12,13).
Quantos
patrões comercializam a alma dos seus funcionários, só para aumentarem seus
lucros e obterem o que desejam. Pior: quantos empregados entregam suas almas no
“mercado negro”, se deixando usar em prol de toda sorte de crimes contra a
humanidade, só para obterem um pouco de comida que mal satisfaz! Se aqueles que
cressem em Jesus se contentassem apenas com o básico, poderiam, em Cristo e Sua
Palavra, suprir as necessidades uns dos outros, sem precisarem se envolver com
o sistema e com aquele que está por trás dele.
Além disto,
Tiro e Sidom também levaram a prata, o ouro e os utensílios sagrados e os colocaram
nos templos sagrados deles (Jl 3.4,5).
Vs 1.11 a 1.12 →...
DA PERPÉTUA FALTA DE MISERICÓRDIA QUE OS INQUIETA E ATORMENTA, A PONTO DE NÃO
ACEITAREM VER, NA VIDA DE ALGUÉM, UMA BÊNÇÃO DA QUAL É PRIVADA
Trechos que
mostram o juízo sobre Edom (Is 21.11,12; 34.5-17; 63.1-6;
Jr 49.7-22; Ez 25.12-14; 35.1-15; 36.5; Jl 3.19; Ob; Ml 1.2-5).
Eis os
crimes de Edom contra Israel:
perseguiu o seu irmão à espada e baniu toda a
misericórdia; e a sua ira não cessou de despedaçar, e reteve a sua indignação
para sempre (vs 11), a qual começou com Jacó
aproveitando a fraqueza de Esaú para tomar-lhe o direito de primogenitura (que, no final, acabou não servindo para ele de nada, já que ele
foi obrigado a fugir – Gn 27.42,43) e, depois, cresceu quando Jacó
roubou a bênção dele (Gn 27.36,41).
“Por causa da violência feita a teu irmão
Jacó, cobrir-te-á a confusão, e serás exterminado para sempre.” (Ob 10);
No dia em que o confrontaste, no dia em que
estranhos levaram cativo o seu exército, e os estrangeiros entravam pelas suas
portas, e lançaram sortes sobre Jerusalém, tu eras também como um deles” (Ob 11).
“Mas tu não devias olhar com prazer para o
dia de teu irmão, no dia do seu infortúnio; nem alegrar-te sobre os filhos
de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca, no dia da angústia” (Ob 12);
“Nem entrar pela porta do meu povo, no dia da
sua calamidade; sim, tu não devias olhar satisfeito o seu mal, no dia da sua
calamidade; nem lançar mão dos seus bens, no dia da sua calamidade” (Ob 13). Veja um exemplo disto (comparando
2Cr 28.17 com 2Rs 16.5);
“Nem parar nas encruzilhadas, para
exterminares os que escapassem; nem entregar os que lhe restassem, no dia
da angústia.” (Ob 14);
“Assim diz o Senhor DEUS: Porquanto Edom se
houve vingativamente para com a casa de Judá, e se fez culpadíssimo, quando
se vingou deles” (Ez 25.12);
“Porquanto guardaste inimizade perpétua, e
espalhaste os filhos de Israel pelo poder da espada no tempo da sua
calamidade e no tempo da iniqüidade final.” (Ez
35.5). Eis um lugar onde mostra claramente como eles guardaram a
inimizade (Nm 20.14,21).
“Porquanto disseste: As duas nações e as duas
terras serão minhas, e as possuiremos, sendo que o SENHOR se achava ali.” (Ez 35.10);
“E saberás que eu, o SENHOR, ouvi todas as
tuas blasfêmias, que proferiste contra os montes de Israel, dizendo: Já
estão assolados, a nós nos são entregues por pasto.” (Ez
35.12);
“Como te alegraste da herança da casa de
Israel, porque foi assolada, assim te farei a ti; assolado serás, ó monte
Seir, e todo o Edom, sim, todo ele; e saberão que eu sou o SENHOR.” (Ez 35.15);
Tudo isto,
sem contar a soberba que havia no coração de Edom em virtude de morar em
lugares aparentemente seguros. O que mais estimula o ser humano a deixar
extravasar toda a maldade que há no seu coração é a sensação de
invulnerabilidade. Daí a busca por riqueza e poder (veja Pv
18.11).
Nestas
circunstâncias, é claro, ninguém há que se importe com a vontade de Deus.
O detalhe é
que Deus não pune os filhos pelos pecados dos pais, mas sim visita a iniquidade
deles nos filhos (Êx 20.5), de modo que estes vão
enchendo sempre as medidas dos pecados daqueles, já que a tendência dos filhos
é sempre fazer mais e pior do que os pais (Mt 23.32).
Temã foi um
dos netos de Edom (Gn 36.11,15). Bozra
e Temã eram cidades de Edom, sendo que esta era destacada pela sua sabedoria (Jr 49.7; Ob 8,9).
Vs 1.13 a 1.15 →...
DE SUA GUERRA DE EXTERMÍNIO CONTRA ISRAEL, SÓ PARA FICAR COM SUAS TERRAS
Trechos que
mostram o juízo sobre Amon (Jr 49.1-6; Ez 21.28-32;
25.1-7; Sf 2.8-11).
Crimes de
Amon contra Israel:
“... rasgaram o ventre às grávidas de Gileade,
para dilatarem os seus próprios limites” (vs 13), tal como
Hazael fez (2Rs 8.12). Oséias profetiza que
Samaria sofreria o mesmo (Os 13.16);
“... Assim diz o SENHOR: Acaso Israel não tem
filhos, nem tem herdeiro? Por que, pois, herdou Malcã a Gade e o seu povo
habitou nas suas cidades?” (Jr 49.1). Ou
seja, ao rasgar o ventre das grávidas, o objetivo era deixar Israel sem
herdeiros, de modo que pudessem herdar suas terras;
“... Porquanto tu disseste: Ah! contra o meu
santuário, quando foi profanado; e contra a terra de Israel, quando foi
assolada; e contra a casa de Judá, quando foi ao cativeiro.” (Ez 25.3);
“... Porquanto bateste com as mãos, e pateaste
com os pés, e com todo o desprezo do teu coração te alegraste contra a terra de
Israel” (Ez 25.6);
“Isso terão em recompensa da sua soberba, porque
escarneceram, e se engrandeceram contra o povo do SENHOR dos Exércitos.” (Sf 2.10).
É bem
provável que Amom não se conformasse com a escolha errada de Ló e culpasse
Israel pelo fato de ser condenado a morar em uma terra inferior. Afinal, o
acordo foi um ir para o lado oposto ao outro (Gn
13.8,9).
Assim, eles
queriam exterminar por completo a Gileade, de modo que eles pudessem habitar em
suas terras, sem qualquer possibilidade de, no futuro, vir a perdê-la para os
descendentes. Enfim, o objetivo deles era apagar o nome de Gileade e, quem
sabe, até de todo o Israel de debaixo do céu, a fim de que, supostamente,
pudessem viver em paz.
Contudo,
pare para pensar e você verá que nunca houve guerra entre pessoas diferentes,
já que todos descendem de um só: Adão. As pessoas foram se diferenciando na
medida em que se distanciaram umas das outras.
É bem
verdade que, na época de Davi, Joabe pelejou contra Rabá (a
capital) e a tomou (2Sm 12.26). Mais
tarde, porém, após reconstruírem a cidade, para se vingar, fizeram tamanha
crueldade contra Gileade. Quantas pessoas, ao sofrerem uma perda, ao invés de
buscarem de Deus Sua vontade, preferem reconstruir seus erros e se vingar
daqueles que foram responsáveis por corrigir os mesmos e até desfazê-los.
Veja!
Muitas vezes Deus envia o destruidor para destruir aquilo que há de errado na
nossa vida, para nos expulsar para longe daquilo que estava nos afastando de
Deus. Nós, porém, ao invés de louvarmos a Deus pelo Seu imenso amor para
conosco (Pv 3.11,12), preferimos destruir
aqueles que por Ele foram usados para nos livrar de nós mesmos (analise com calma Lc 14.26-33 e veja como há certas guerras que
não são para serem vencidas e certas construções que não são para serem
acabadas). Não podemos perder de vista que o importante não é o que
a pessoa sente a nosso respeito, mas sim aquilo que Deus está tentando nos
mostrar e fazer na nossa vida.
Infelizmente
Amom não entendeu o recado de Deus e agiu impiedosamente, buscando aumentar
espaço para manifestar Sua maldade e, agora, seria punido veloz e subitamente (vs 14), sendo que seu rei e seus príncipes (que podem estar também se referindo a Moloque, seu ídolo e aos
seus sacerdotes, já que, em Is 43.28, a palavra príncipe foi usada para se
referir a estes) iriam para cativeiro.
Vs 2.1 a 2.3 →...
DO ÓDIO COMPULSIVO DELES, QUE NÃO SE CONTENTAM APENAS COM A MORTE DOS INIMIGOS
Trechos que
mostram o juízo sobre Moabe (Is 15.1—16.14; 25.10-12; Jr
48; Ez 25.8-11; Sf 2.8-11).
Os moabitas
tinham tanto ódio pelo rei de Edom que não queriam que sobrasse qualquer
vestígio dele. Mas que diferença fazia entre enterrar o rei de Edom, deixar
exposto para as aves do céu e os animais da terra comerem, ou cremar?
Primeiro:
era necessário uma dedicação de tempo muito grande para a efetivação deste ato.
Em vez de aproveitar o tempo com algo bom, faziam questão de desperdiçá-lo com
algo que proveito algum teria para eles, a não ser para alimentarem sua soberba
e malignidade.
Além disto,
o ato de destruir tudo com fogo era algo feito apenas por Deus. Tanto que os maiores
juízos após o dilúvio eram em forma de fogo (por
exemplo, Is 42.25; 2Pe 3.10-12). Aqui mesmo, em Amós 1 e 2, note
como a sentença de Deus era sempre o fogo. Logo, ao queimar os ossos do rei de
Edom, eles queriam fazer aquilo que só Deus, efetivamente, tem poder para
fazer.
É bem
verdade que a punição com fogo era a sentença para crimes sexuais (Lv 21.9).
Entretanto, nenhum fogo humano, por mais intenso que seja, é suficiente para
purificar todo o mal que assola uma sociedade.
Embora a
ênfase era à queima dos ossos do rei de Edom, Moabe era terrível contra os
israelitas:
“Nenhum amonita nem moabita entrará na
congregação do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do
SENHOR eternamente. Porquanto não saíram com pão e água, a receber-vos no
caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho
de Beor, de Petor, de Mesopotâmia, para te amaldiçoar” (Dt
23.3);
“Assim diz o Senhor DEUS: Porquanto dizem Moabe
e Seir: Eis que a casa de Judá é como todos os gentios” (Ez
25.8);
“Eu ouvi o escárnio de Moabe e as injuriosas
palavras dos filhos de Amom, com que escarneceram do meu povo e se
engrandeceram contra o seu termo. Isso terão em recompensa da sua soberba,
porque escarneceram, e se engrandeceram contra o povo do SENHOR dos Exércitos.”
(Sf 2.8,10);
Além de
tudo isto, Moabe era bastante soberbo e arrogante, o que fazia dele um
mentiroso (Is 16.6), já que ele estava mostrando
algo que não era. Tudo porque ele confiava nas obras dele e nos seus tesouros (Jr 48.7). A crueldade de Moabe era tal que, certa
vez, a fim de subjugar Israel, seu rei teve coragem de oferecer seu próprio
filho em holocausto ao seu deus (2Rs 3.27).
É claro
que, nestas condições, os juízes teriam de ser eliminados, juntamente com os
príncipes, já que o verdadeiro juízo não seria possível.
Note a
semelhança de juízo entre Amom (Am 1.14) e Moabe (vs 2), ambos descendentes dos filhos de Ló (Gn 19.31-38). Contudo, o fato de citar juiz ao invés
de rei, mostra uma sentença mais grave que a de Amom, já que o juiz era o
legítimo representante de Deus, enquanto que o rei só era dado por causa da
rebeldia do povo (1Sm 8.5-7,19,20).
O detalhe é
que, mesmo recebendo tal profecia, Moabe não se arrependeu, tendo que ser
novamente repreendido por Jeremias mais tarde (Jr
48.41).
O fato de
Moabe morrer com grande estrondo (tumulto) indica
que ele ia morrer em meio a muita confusão interna (Os
10.14). A verdade é que, o método mais cruel para se destruir um
império (seja religioso, civil ou político) é
promovendo corrupção no seu interior. Foi assim que o império romano se
desintegrou.
Hoje, por
exemplo, líderes das sociedades secretas (como maçonaria, satanismo,
etc.), tem se infiltrado no meio dos cristãos sinceros a fim de
apartá-los para longe do caminho (Jr 6.16; 18.15). Isto,
porém, tem por finalidade mostrar para as pessoas que nenhum caminho morto pode
conduzir à salvação. Apenas Jesus, O Caminho vivo (Jo
14.6), nos garante a salvação, já que não se trata um destino a ser
alcançado, mas sim um caráter a ser adquirido.
Detalhe:
Moabe é o único país que não é acusado, aqui, de crimes contra o povo de
Israel.
Vs 2.4 e 2.5 →...
DA FIDELIDADE DELES ÀS SUAS TRADIÇÕES MENTIROSAS
Ao invés de
se submeterem à vontade de Deus preferiram confiar nos seus próprios ídolos.
Veja, por exemplo:
“E ele tirou a coberta de Judá, e naquele dia
olhaste para as armas da casa do bosque. E vistes as brechas da cidade de Davi,
porquanto já eram muitas, e ajuntastes as águas do tanque de baixo. Também
contastes as casas de Jerusalém, e derrubastes as casas, para fortalecer os
muros. Fizestes também um reservatório entre os dois muros para as águas do
tanque velho, porém não olhastes acima, para aquele que isto tinha feito, nem
considerastes o que o formou desde a antiguidade.” (Is
22.8-11);
“Porque Israel se esqueceu do seu Criador, e
edificou templos, e Judá multiplicou cidades fortificadas. Mas eu enviarei um
fogo contra as suas cidades, que consumirá os seus palácios.” (Os 8.14).
Judá é o
único país que não é acusado de crimes contra pessoas, mas sim contra o próprio
Criador. E o pior: de modo deliberado e intencional. Note como eles se
esqueceram de Deus, só para poderem confiar em mentiras (Jr
13.25). Com isto, os pais deles só herdaram vaidade e mentira (Jr 16.19), quando a ordem era para não valorizar nem
os soberbos, nem os que se desviam para a mentira.
Inclusive,
este trecho serve para comprovar aquele ditado que diz que “de boa intenção o
inferno está cheio”. O fato de a pessoa crer sinceramente nas suas mentiras,
não as livrou do juízo (vs 4; ver Rm 1.25,26,28; 2Ts
2.11,12). Ou seja, não adianta sermos fiéis à imagem que criamos de
Deus, nem às regras que estabelecemos para Lhe agradar (veja Is
29.13; Mc 7.7). Quando mudamos uma vírgula ou til que seja da Sua
Palavra, estamos mudando Seu caráter: já não é o deus verdadeiro. Se
sinceridade no erro salvasse, então todos os religiosos seriam salvos,
independente da religião.
Ao invés de
buscarem conhecer a vontade de Deus para a vida deles e se arrependerem e converterem,
buscaram no poder temporal o refúgio e fortaleza de que necessitavam (Is 30.1-3; 31.1-3; Os 8.4). Note em todos os juízos
como Deus manda fogo justamente àquilo que parece ser mais forte e imponente,
justamente para que as pessoas percebam que a vida de cada um não consiste na
abundância dos bens que possui (Lc 12.15).
No entanto,
apesar de todas as evidências, eles insistiram em rejeitar a lei do Senhor e
não guardar os seus estatutos, tal como fizeram seus pais. É impressionante
como as pessoas são fiéis ao que não presta, o que vem a comprovar que, sem
Cristo, todos são escravos do pecado (Rm 3.9). Veja o
caso de Israel, por exemplo. Desde que Jeroboão inventou os dois bezerros de
ouro, nunca mais Israel conseguiu se apartar disto (2Rs
17.22).
É preciso
que fique claro que Deus, em momento algum, ordenou que seguíssemos a tradição
dos nossos pais (ver Mt 15.3,6; 23.32; At 7.51). A
ordem é para seguirmos a Jesus e Sua Palavra.
Por causa
da rebeldia deles, em Jr 17.27 Deus promete enviar fogo contra Judá e seus
palácios e, em Lm 2.9, vemos que Deus cumpriu Sua promessa (Lv
26.14,15; Ne 1.7; Dn 9.11).
Vs 2.6 a 2.16 →...
DE TODO O MAL QUE CONCORDAM EM ALIMENTAR E SOFRER DENTRO DE SI, SÓ PARA
OBTEREM UM POUCO DE PRAZER
Eis os
pecados dos líderes de Israel contra o seu povo:
·
Os juízes, em troca de dinheiro, entregavam o
justo nas mãos de pessoas inescrupulosas (vs 6). Naquela
época era comum, caso alguém não pudesse pagar uma dívida, vender seus bens e
família para servirem como escravos até que a dívida fosse paga (2Rs 4.1).
·
aproveitaram a falta de recursos dos
necessitados para comprar seus dons e
talentos (vs 6; Am
5.12). Mesmo que a dívida fosse algo pequeno como um par de sapatos.
Ou seja, mesmo que a recompensa fosse algo pequeno, ainda assim os israelitas
mais privilegiados vendiam seus irmãos mais necessitados (Am 8.6).
Note como a vida estava valendo pouco. Uma curiosidade a respeito do suborno é
que a pessoa começa corrompendo a justiça por causa de causa de quantias
exorbitantes e, depois, acabam vendendo seu caráter por algo pequeno, como um
par de sapatos. Para tanto, tentavam arrancar da pessoa, palavras para a
condenarem (Is 29.21).
Detalhe: o par de sapatos lembra também costume que havia
de um homem descalçar o sapato e o dar ao seu próximo a fim de confirmar toda
remissão e permuta (Rt 4.7).
·
Tinham prazer em ver os pobres lamentarem (vs 7; Ver 2Sm 1.2; Et 4.1; Jó 2.12; Ez 27.30).
·
Pervertem o caminho dos mansos para que eles
desistissem de serem piedosos (vs 7; Jó 24.4; Is 10.2).
O mesmo se dá nos dias de hoje;
·
Israel tornava o nome do criador algo comum,
quando violava a aliança que fizeram com Ele através da Sua esposa (Ml 2.13-16). Chegavam ao ponto de um homem e seu pai
terem relação sexual com a mesma mulher (vs 7);
·
Se deitavam ao pé de qualquer altar (vs 8). Isto, por si só, já envergonhava o nome de
Deus, em virtude de fazer, deles, participantes da mesa dos demônios (Ez 23.41; 1Co 8.10; 10.21) É bem provável que eram
nestas cerimônias pagãs que pai e filho possuíam a mesma jovem (veja outros tipos de prostituição em Ez 22.11), algo
que, nem mesmo entre os gentios, era admissível ser nomeado (1Co 5.1). Quando um servo de Deus cai, muitas vezes
ele fica pior do que o ímpio (Mt 12.43-45).
Para piorar as coisas, as roupas usadas para forrar o chão
onde se prostituíam eram roupas empenhadas (algo que Deus abominava – Êx
22.26). Forjavam o mal tendo uma lei como pretexto (Sl 94.20), faziam uma pessoa culpada por suas
palavras (Is 29.21), só para poderem, com a
multa, se prostituirem e beberem no templo dos deuses deles, sem serem
apedrejados ou discriminados. Isto quando não inventavam leis só para
incriminarem mais pessoas (Is 10.1,2);
·
Corrompiam aqueles que se consagraram ao Criador
e faziam calar aqueles que Ele separou para ser sua boca (vs 12;
Is 30.9-11). É bom lembrar que os nazireus não podiam beber nada que
fosse de uva (Nm 6.3).
Eles não
paravam para pensar em tudo que Deus tinha feito por eles:
? Ele
destruiu diante deles o amorreu, cuja altura era como a dos cedros (Nm 13.32.33), e que era forte como os carvalhos; e
destruiu o seu fruto por cima e as suas raízes por baixo (vs 9).
Ou seja, a destruição foi completa, de modo que não houvesse mais lembrança dos
inimigos (vs 9; Jó 18.16; Ez 17.9; Ml 4.1). Deus
deu a Israel vitória sobre os inimigos (Nm 21.24; Dt 2.31; Js 24.8),
embora eles tivessem sido incrédulos e rebeldes ao mandado de Deus (Nm 13.28,32,33), falando mal da bênção que Deus lhes
deu, sendo ingrato pelas mesmas;
? Ele
fez Israel subir da terra do Egito e quarenta anos os conduziu no deserto, para
que possuíssem a terra do amorreu (vs 10). Esteve
sempre junto com eles até que toda a Sua palavra fosse cabalmente cumprida (Êx 12.51; Mq 6.4; Dt 2.7; 8.2). Inclusive, com base
nisto, quando alguém está atravessando o deserto, mas não encontra provisão, é
sinal de que, ou não precisa estar neste deserto, ou existe algo impedindo de
receber a provisão de Deus. O fato de citar os amorreus é porque eles, provavelmente,
eram os mais fortes do povo de Canaã (Gn 15.16; 48.22; Dt 1.20; Js
7.7).
Detalhe: Deus os fez vagar 40 anos no deserto a fim de
discipliná-los em sua lei, de modo que, quando entrassem em Canaã, eles não
caminhassem desenfreadamente para o mal (ver Dt 8.2,3).
? Dentre
os filhos deles, suscitou profetas e, dentre os seus jovens, nazireus (Nm 6.2). Um exemplo deste tipo de pessoa é Samuel (1Sm 1.11), Sansão (Jz
13.5) e João Batista (Lc 1.15). Ou
seja, testificou claramente que Ele estava no meio deles (vs 11).
Mas várias vezes eles tentaram calar os profetas (Jr
11.21; Am 7.12,13; Mq 2.6).
Note como
Deus faz questão de levá-los a meditar em Sua Palavra, conduzindo-os a
confessarem sua culpa e declararem a veracidade de tudo que Deus disse.
Com base
nisto, pense em (Rm 10.9):
? “A
saber: Se com a tua boca confessares Jesus como Senhor e em teu coração creres
que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração
se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.”
A verdadeira
confissão que salva se dá quando, constrangido pelo amor de Deus (2Co 5.14) e movido pelo Espírito Santo, a pessoa é
incapaz de negar que Jesus é o Senhor. Em outras palavras, é o amor intenso do
Espírito Santo ardendo em nós que nos leva à confissão salvífica em Cristo
Jesus.
No que eles
decidiram não enxergar Deus na vida deles através dos Seus grandes feitos, a
punição viria, primeiramente através de um terremoto. O objetivo era eles
perceberem que, quando a ira de Deus vem, nenhum recurso deste mundo é
suficiente para livrá-los. Tampouco alguma habilidade física fará diferença:
? Ficariam
apertados no lugar deles (vs 13), tal como
se vê em nossos dias, onde a carga tributária altíssima e as taxas vão
diminuindo a possibilidade de as pessoas adquirirem algo, de modo que, mesmo
teoricamente sendo livres, por causa do medo, estão presos a patrões cruéis que
lhes sugam tudo.
No entanto, todas aquelas coisas injustas que os líderes de
Israel estavam fazendo com o povo (Am 2.6-8), estavam
acontecendo para discipliná-lo, de modo que o caminho deles ficasse estreito e,
com isto, pudessem ser salvos (Mt 7.13,14). Quando
Davi diz que Deus lhe deu largueza na angústia (Sl 4.1),
o que ele quis dizer é que Deus tratou seu coração de tal modo que Sua Palavra,
embora estreita, lhe parecia larga, já que seu coração estava sendo livre de
todo desejo maligno (ver Pv 4.11,12).
Deus faz questão de atropelar o ímpio no lugar dele (Jó 40.12).
? De
nada valerá a fuga ao ágil (vs 14; Am 9.1),
já que não haverá para onde fugir;
? O
forte não usará a sua força (vs 14; Jr 9.23),
pois não terá como fazer uso da mesma;
? Nem
o valente salvará a sua vida (vs 14);
? O
que maneja o arco não resistirá (vs 15). Não
haverá ânimo para resistir, já que a vida em Israel, aos olhos dos pobres, era
vista como um castigo;
? Nem
o ligeiro de pés se livrará (vs 15);
? Nem
tampouco o que vai montado a cavalo salvará a sua vida (vs 15);
? O
mais corajoso entre os valentes fugirá nu naquele dia (vs 16). Ou seja, só poderá se salvar caso renuncie a
todos os bens e poderio deste mundo (ver Jr 52.15,16).
Isto aqui
serve para nos ensinar que de nada adianta tentarmos conquistar ou mudar algo
neste mundo. Infelizmente, até hoje a Igreja não entendeu qual a finalidade
deste mundo e de estarmos aqui. Uma vez que vamos morrer e todo este mundo irá
envelhecer (Sl 102.25,26; Hb 1.10,11), se desgastar
(Is 24.1,3,4) e ser destruído (2Pe
3.10-12), logo o objetivo não é fazermos o nosso bem (tentando manter afastado ou atenuar as consequências do pecado,
a saber, a morte – Rm 6.23), mas sim Deus nos usar para fazer o bem
Dele, de modo que todos possam conhecê-lO (ver Is 9.11; Hc 2.14).
No final, tudo acabará em fogo, como aconteceu com Israel (Os
8.14; Ml 4.1).
Situações
que profanam o nome do Senhor, impedindo que as pessoas O conheçam:
Quando não tomamos posse (Nm
14.40) ou perdemos aquilo que Deus nos deu (Ez
36.20);
Quando oferecemos nossos filhos a falsos deuses (Lv 20.3);
Quando procedemos de modo contrário ao descrito
na Palavra de Deus (Rm 2.24).
AMÓS 3 → SERÁ REPREENDIDO POR DEUS ATRAVÉS DOS PRINCIPADOS E POTESTADES DESTE MUNDO, AO INVÉS SER SALVO POR ELES (Rm 13.1,2), JÁ QUE É A ELEIÇÃO DE DEUS QUE NOS GARANTE A SALVAÇÃO. Assim sendo...
Vs 1 a 2 →... ISRAEL
DEVERIA ENXERGAR O PRIVILÉGIO QUE É SER ESCOLHIDO POR DEUS
Deus visita
as injustiças justamente daqueles que Ele conhece (Dn
9.12; Lc 12.47; Rm 2.9; 1Pe 4.17). Muitas vezes a injustiça é tal
que o justo prefere a morte do que continuar a viver (Jr
8.1-3; 20.14-18; Hc 1.2,3).
Muitas
vezes ele não castiga de imediato porque eles foram eleitos para serem vasos de
ira, até que chegue o momento da sua perdição (Rm 9.22,23;
ver Pv 16.4). Um exemplo disto é a elite global sendo usada pelo
diabo para eleger o anticristo. João é claro ao firmar que é Deus quem colocou,
na mente deles, o mesmo intento (Ap 17.17). Note
como toda a maldade deles visa a confirmação da veracidade da Palavra de Deus.
Logo, mesmo quando os líderes parecem ou são maus, pode crer que foi Deus quem
elegeu tais autoridades (Rm 13.1,2).
Os que Ele
ama, contudo, Ele disciplina a fim de que venham a ser salvos (Pv 3.11,12; Hb 12.5-8). Por isto é que muitos têm a
impressão de que, depois que aceitaram a Cristo, as coisas parecem ter ficado
mais difíceis.
O que
acontece é que, antes, a pessoa estava condenada, entregue aos seus deleites (Sl 81.11,12; Rm 1.24,28), sendo obrigada a viver a
maldição que caiu sobre Adão (Gn 3.19) e com o
estilo de vida de Ismael (Gn 16.12). Agora,
Jesus está trabalhando Sua salvação através das provações e lutas.
É um
privilégio ser escolhido por Deus. Ainda mais que, dentre todas as famílias da
terra, apenas eles foram escolhidos (Êx 19.5; Dt 4.20; 7.6;
10.15).
Entretanto,
isto não significa ser colocado acima das demais nações. Antes, pesa a
responsabilidade de ser o exemplo a ser seguido. Quanto maior o privilégio,
maior a punição para quem faz mau uso dos mesmos. Afinal, tal pessoa está
acrescentando mais uma ofensa: a ingratidão, visto que tal pessoa, ao invés de
retribuir o favor (a confiança que lhe foi
dada) de representar o chefe na vida dos seus subordinados e
vice-versa, a pessoa se apropria do privilégio para gozar de benefícios
egoístas.
Deus
escolhe alguém para que este possa ser usado apenas por Ele a fim de confirmar
Sua Palavra na verdadeira boa obra (2Tm 2.19). Por
isto é que Deus pune por todas as iniquidades. Afinal, de que adiantaria Deus
fazer todo o Israel subir do Egito, se eles insistissem em levar o Egito
consigo? Deus os estava libertando do Egito e lhes dando uma terra, para que
eles não mais precisassem ser obrigados a fazer algo que envergonhasse o nome
de Deus (ver Dt 26.17-19).
É
importante observar que, quando a Palavra de Deus diz que Ele conhece os justos
(Sl 1.6; 144.3; Is 64.5; Jo 10.14; 2Tm 2.19), isto
não significa que nossa justiça atrai a presença de Deus, mas sim que Sua
presença nos move à justiça.
Hoje, a
Grande Babilônia de Ap 17 e 18 representa a sujeição de Israel a todas as
nações, tentando conseguir a paz através de acordos político-econômico-religiosos.
Detalhe:
Salomão, quando construiu o templo mais magnífico de toda a história da
humanidade, declarou que nem mesmo aquele templo poderia conter o Deus
verdadeiro (1Rs 8.27), o que nos ensina que nenhum
sistema físico ou religioso é poderoso para conter o Deus vivo, vindo a
explodir, a fim de que o evangelho se espalhe por todo o mundo e pregado em
toda criatura (Mc 16.15).
Por que
transformar o casamento numa demonstração de egoísmo e escravidão? Ele deveria
ser novas de grande alegria para todos os povos (como se
deu quando Jesus veio ao mundo (Lc 2.10). Inclusive, as boas novas do evangelho
tem haver com isto (ver (Rm 10.15)).
Vs 3 a 8 →... NÃO
HÁ MOTIVO PARA PREOCUPAÇÕES: SE ESTIVERMOS RETOS AOS OLHOS DE DEUS, ELE NOS
AVISARÁ DO PERIGO; SENÃO, NÃO VÃO SER NOSSOS CUIDADOS QUE IRÃO AFASTAR O MAL DE
NÓS
Neste trecho temos o vs 7 como um
parênteses, interrompendo a sequência de perguntas feitas por Deus a Israel, o
que nos leva a concluir que, a menos que Deus opere, a resposta para todas as
perguntas será “não”. Como Deus não fazia nada sem revelar Seu segredo aos
profetas que O serviam (vs 7; ver Gn 6.13; 18.17; Jo
15.15), eles não deveriam se preocupar com nada. Que fique claro:
Deus revelava aos profetas e não ao mundo (Sl 25.14; Jo 15.15;
17.25,26).
Mas o que
significam as perguntas? Cada uma destas figuras de linguagem simboliza os
diversos modos usados por Deus para revelar o mal que Ele está prestes a
permitir na vida do pecador:
E “Andarão
dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (vs 3).
Como é possível que vários profetas predissessem unanimemente o mal contra
Israel, a menos que o Senhor tivesse enviado eles? Apenas Jesus pode promover a
verdadeira unidade (Jo 17.11,21-23).
Eles achavam que era impossível Deus falar ou fazer algo que causasse algum
desconforto físico (ver 1Rs 18.17; 22.18,24,27;
Jr 43.2), já que outrora eles foram sobremodo conhecidos por Deus em
poder (Am 3.2). Ele andava no meio deles (Lv 26.12) como Pai e Marido (Is
54.5; Jr 3.14). Não conseguiam enxergar que, agora, eles e Deus não
tinham mais nada haver (ver Sl 119.63; 2Co 6.16,17;
Ef 5.11; Tg 4.4). Não havia mais aliança de mente e sentimento.
Agora, Deus caminharia entre eles para puni-los, tal como o leão faz com sua
presa, o caçador com a ave que é pega pelo seu laço ou pela invasão dos
adversários como se vê abaixo. Quem realmente é servo de Deus, não pode se
calar ante o que Deus quer dizer, nem falar outra palavra que não seja de juízo
(Jr 20.9; Ez 9.11).
O seja, a falta de harmonia é o 1º sinal do mal;
E “Rugirá o
leão no bosque, sem que tenha presa?” (vs 4). Alguém só
poderá conseguir alimento se Deus abrir Sua mão e no-lo der (Sl 104.27,28; 147.7,8). A prosperidade dos maus é o
2º sinal do mal;
E “Levantará
o leãozinho no covil a sua voz, se nada tiver apanhado?” (vs 4).
O leãozinho só levanta sua voz quando seu pai apanhou a presa. As conquistas
daqueles que têm bem menos recursos e capacidade do que nós (por estarem apoiados nos poderosos corruptos deste mundo – Is
30.1-3; 31.1-3) é o 3º sinal do mal.
E “Cairá a
ave no laço em terra, se não houver armadilha para ela?” (vs 5).
Quando a ave tenta voar e, de repente, é puxada para baixo, é sinal que foi
pega pelo laço. Logo, quando tentamos fazer algo e não dá certo, é sinal que
existe algo nos prendendo. Deus, a princípio, nos livra do laço do
passarinheiro (Sl 91.3). Mas, para nossa disciplina,
muitas vezes Ele permite que sejamos aprisionados pelo ídolo que nos apegamos (ver 1Tm 6.9-11). Logo, as armadilhas contra nós é o
4º sinal do mal;
E “Levantar-se-á
o laço da terra, sem que tenha apanhado alguma coisa?” (vs 5).
Deus não iria retirar os Assírios, a vara da sua punição, até que eles tivessem
sido devidamente punidos. Ou seja, quando o ímpio se eleva e domina (Pv 29.2; Ec 5.8), temos o 5º sinal do mal;
E “Tocar-se-á
a trombeta na cidade, sem que o povo se estremeça?” (vs 6).
A trombeta era usada:
o
Para reunir todo Israel à porta da tenda da
congregação (tocando as 2 trombetas - Nm 10.3);
o
Para reunir os príncipes de cada uma das tribos (quando se tocasse 1 trombeta apenas - Nm 10.4);
o
Para determinar a partida dos arraiais (tocando as 2 trombetas retinindo - Nm 10.5,6);
o
Quando saíssem para pelejar contra o inimigo (tocando as 2 trombetas retinindo - Nm 10.9);
o
No dia da alegria e das solenidades deles (tocando as 2 trombetas - Nm 10.10);
o
No princípio de cada mês, sobre os holocaustos e
sacrifícios pacíficos (tocando as 2 trombetas - Nm
10.10);
o
Para avisar o povo da aproximação do inimigo;
o
Para anunciar a proclamação de um rei (2Sm 15.10; 1Rs 1.34,39; 2Rs 11.14);
o
No início do 7º mês, que era o mais importante,
já que as principais festas sagradas aconteciam neste mês (Lv
23.24);
o
Para anunciar o início do ano do jubileu (Lv 25.9).
Se pensarmos que todos deveriam se aproximar de Deus com
temor e tremor (Ef 2.12), logo o soar da trombeta era
algo de estremecer, já que implicava em avisar o povo para parar o que estavam
fazendo, de modo a buscarem a vontade de Deus sobre um determinado assunto. No
entanto, ao invés do povo tentar entender o aviso de Deus (Ef
5.14-17), eles não estavam se alarmando, como fazem os cidadãos ao
ouvir o som da trombeta;
As ameaças de guerra e revoluções (Mt
24.6) são o 6º sinal do mal;
E “Sucederá
algum mal à cidade, sem que o SENHOR o tenha feito?” (vs 6).
O Senhor é quem faz o bem e o mal (Is 45.7), faz a
ferida e a cura (Jó 5.18); que cria o perverso para o
dia da calamidade (Pv 16.4) e dá
Egito e Etiópia para resgatar os Seus (Is 43.3). Ou
seja, independente de quem é o agente para o mal que veio até nós, o que
importa é que trata-se de algo que Deus quer tratar na nossa vida. Ao invés de
querer sair mudando tudo, brigando com tudo e com todos, o correto é buscar
entender o que Deus está tentando nos dizer;
As tribulações são o 7º sinal do mal;
E “Rugiu o
leão, quem não temerá?” (vs 8). Embora o
leão só ruja após ter conseguido a presa, ainda assim muitos ficam com medo.
Inclusive, o diabo se aproveita disso para enganar as pessoas (1Pe 5.8,9):
o
Pegando os sábios na própria astúcia deles (Jó 5.13; 1Co 3.19), já que, por saberem que o leão
só ruge quando pegou a presa, logo, quando o “leão” ruge, acham que podem ficar
desapercebidos e folgarem;
o
Mantendo os tímidos e medrosos longe de todo o
bem.
O medo tomando conta dos corações, de modo que um não
consiga mais confiar no outro (Ez 4.16,17) é o 8º
sinal do mal;
E “Falou o
SENHOR Deus, quem não profetizará?” (vs 8). A Palavra
de Deus é o 9º sinal do mal. Jacó experimentou esta sensação quando Deus lhe
apareceu em Betel, já que ele tinha acabado de enganar o irmão (Gn 28.15-17). Inclusive, a promessa de Jacó em dar o
dízimo, aqui, era fruto de incredulidade (Gn 28.22), medo e
desejo de achar seu lugar neste mundo.
Quando Deus fala, não tem como a pessoa permanecer calada (Am 1.2; At 4.20; 5.20,29; 1Co 9.16). Tal como, na
hora que o leão ruge, ninguém há que possa ajudar (lembre-se
que não havia arma de fogo na época), quando Deus profetiza, nada há
que se possa fazer para mudar a sentença de Deus. A única coisa que o profeta
pode fazer é profetizar e orar, na esperança que o povo se arrependa e
converta. E Ele quer ser com a boca de cada um de nós (Êx
4.12; Is 6.6,7; Jr 1.8; Mt 10.20).
Deus
revela, através dos profetas, o segredo que se acha escondido em cada
acontecimento (ver 1Co 14.24,25). Basta que haja alguém
que esteja no Seu conselho (Jr 23.18,22), posicionado
na brecha existente nas pessoas (Ez 22.30).
Vs 9 a 10 →... JAMAIS
DEVEMOS FAZER DO MAL A NOSSA PROFISSÃO, RAZÃO DE VIVER OU MEIO DE CONSEGUIRMOS
AS COISAS
A invasão
mencionada em Am 1.6 provavelmente é uma resposta ao chamado de Deus no vs 9.
Entretanto, é importante que fique claro que o mal sempre será mal,
independente do motivo que alegamos para o praticarmos. E quem o pratica só irá
colher corrupção (Gl 6.8) e morte (Rm
6.23).
Isto quer
dizer que profissões como a de vigilante, policial, juiz, etc., jamais devem
ser exercidas por aqueles que se dizem seguidores de Jesus. Mesmo que nos
desculpemos dizendo que tais marginais merecem ser punidos, não queira ser um
vaso de ira. Deixe o trabalho sujo para os vasos de ira (Rm 9.22)
que foram criados justamente para o dia da calamidade (Pv
16.4). Deixe que a terra engula o rio podre que sai da boca do diabo
(Ap 12.16). Quem se envolve com o mal, acaba se
tornando incapaz para o bem (Jr 4.22; 13.23).
Muitas
vezes Deus nos ordena coisas, não para que façamos, mas para que questionemos.
Veja exemplos disto:
“Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto a
este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora, pois, deixa-me, para que o
meu furor se acenda contra ele, e o consuma; e eu farei de ti uma grande nação.
Moisés, porém, suplicou ao SENHOR seu Deus e disse: Ó SENHOR, por que se acende
o teu furor contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e
com forte mão? Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou,
para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra? Torna-te do
furor da tua ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo. Lembra-te de
Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens
jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas
dos céus, e darei à vossa descendência toda esta terra, de que tenho falado,
para que a possuam por herança eternamente. Então o SENHOR arrependeu-se do mal
que dissera que havia de fazer ao seu povo.” (Êx
32.9-14).
“E disse o SENHOR a Moisés: Até quando me
provocará este povo? e até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais
que fiz no meio dele? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei; e te farei a
ti povo maior e mais forte do que este. E disse Moisés ao SENHOR: Assim os
egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio
deles. E dirão aos moradores desta terra, os quais ouviram que tu, ó SENHOR,
estás no meio deste povo, que face a face, ó SENHOR, lhes apareces, que tua
nuvem está sobre ele e que vais adiante dele numa coluna de nuvem de dia, e
numa coluna de fogo de noite. E se matares este povo como a um só homem, então
as nações, que antes ouviram a tua fama, falarão, dizendo: Porquanto o SENHOR
não podia pôr este povo na terra que lhe tinha jurado; por isso os matou no
deserto. Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça; como
tens falado, dizendo: O SENHOR é longânimo, e grande em misericórdia, que
perdoa a iniqüidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente, e
visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos até à terceira e quarta geração.
Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia;
e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui. E disse o
SENHOR: Conforme à tua palavra lhe perdoei.” (Nm
14.11-20).
“E a tua comida, que hás de comer, será do peso
de vinte siclos por dia; de tempo em tempo a comerás.Também beberás a água por
medida, a saber, a sexta parte de um him; de tempo em tempo beberás. E o que
comeres será como bolos de cevada, e cozê-los-ás sobre o esterco que sai do
homem, diante dos olhos deles. E disse o SENHOR: Assim comerão os filhos de
Israel o seu pão imundo, entre os gentios para onde os lançarei. Então disse
eu: Ah! Senhor DEUS! Eis que a minha alma não foi contaminada, pois desde a
minha mocidade até agora, nunca comi daquilo que morrer de si mesmo, ou que é
despedaçado por feras; nem carne abominável entrou na minha boca. E disse-me:
Vê, dei-te esterco de vacas, em lugar de esterco de homem; e sobre ele
prepararás o teu pão.” (Ez 4.10-15).
Em outras
palavras, não podemos nos conformar com aquilo que Deus permitiu por causa da
dureza dos corações das pessoas (Mt 19.8). Antes,
devemos buscar Sua verdade absoluta. A ordem é para amarmos o próximo (Mt 22.39), mesmo quando este for nosso inimigo (Mt 5.44).
Note, no vs
9, que só foram convidados para verem os tumultos e opressões em Samaria,
aqueles que são deste mundo. Em momento algum, Deus convida algum dos Seus
servos piedosos para verem semelhante injustiça (o que
contrariaria Is 33.14,15). É bem verdade que Deus enviou anjos Seus
a Sodoma (Gn 18.20-22). Entretanto, o objetivo
era dar a Ló uma oportunidade de ser salvo. Não era para os anjos verem alguma
coisa, mas para Ló e os seus virem (Hb 13.2).
Quem
entesoura em seus corações a violência e a devastação (ver Sl
109.17,18; Hc 2.6-12), vindo depois a usar destes métodos para
adquirir coisas, jamais será capaz de fazer algo reto. Antes, acabará possuído
pelo poder que tanto almejou, vindo a oprimir, ao invés de corrigir, todos que
considera transgressores (Jó 35.9; Ec 4.1).
E o resultado disto é uma cidade tumultuosa e opressa.
A situação
era tão grave que Deus chama homens pecadores (asdoditas
e egípcios) para servir de testemunha.
Agora
pense: se até estes, apesar de sua má conduta estavam em condições de julgar a
Israel:
1.
Quão dirá Deus;
2.
Era sinal de que o pecado estava sobremodo
agravado na vida deles.
Para piorar
a situação, são convocados os magnatas destas nações, que estavam em constantes
orgias nos seus palácios. Veja o contraste: enquanto em Mq 1.10 era ordenado
não anunciar nada em Gate, aqui era para anunciar a Asdode (ambos
filisteus).
Samaria
estava situada em um monte baixo (ver Am 4.1; 1Rs 16.24).
Os montes simbolizam tribunais de julgamento, de onde os asdoditas e egípcios,
convocados para ouvir e protestar contra a casa de Jacó (Am
3.13), deveriam permanecer para poder ver tudo corretamente e, com
isto, julgar com equidade.
A
princípio, quem deve julgar o povo de Deus é o próprio povo de Deus (1Co 6.6). Mas a mente deles estava tão cauterizada (1Tm 4.1-3; 6.3-5) que já não podiam mais atinar com
as veredas da vida (Pv 2.19). Não é
que eles não tivessem conhecimento. O problema é que, como o coração e a mente
deles estavam corrompidos e repletos de maus desejos, quanto mais conhecimento
e bênçãos eles adquiriam, mais se afastavam de Deus (cresciam
para a direção errada, para o erro – Mc 12.24,27).
Vs 11 a 15 →... NENHUM
LÍDER POLÍTICO OU RELIGIOSO PODERÁ SALVAR ALGUÉM DA IRA DE DEUS. MUITO MENOS
FORTALEZAS, MANSÕES OU CULTO AOS ÍDOLOS
Detalhe: o
inimigo mencionado por Amós, a princípio, é a Assíria (2Rs
17.3,6; 18.9-11). Entretanto, ele prefere não dizer o nome, mas
apenas cita “um inimigo”. O motivo disto é dar espaço, nesta profecia, para
outros candidatos no futuro. Note como, sempre os primeiros a serem destruídos,
são os mais fortes, belos, robustos e que parecem ser alguma coisa (2Rs 18.13):
derribará a tua fortaleza (vs 11),
que pode muito bem simbolizar o dinheiro (ver Pv 10.15);
os teus castelos serão saqueados (vs 11). Uma vez que eles entesouraram nos seus
palácios destruindo e violentando as pessoas (vs 10),
logo nada do que estava em poder deles pertencia, de fato, a eles (ver Hc 2.6-8);
derribarei a casa de inverno com a casa de verão.
Casa de inverno (Jr 36.22) e casa de verão (Jz 3.20) eram casas que o rei construía
especialmente para si, a fim de se manter aquecido no frio e refrigerado no
calor (vs 15);
as casas de marfim perecerão (vs 15; as casas dos reis eram assim (1Rs 22.39; Sl 45.8));
as grandes casas serão destruídas (vs 15).
Nesta
hora, os israelitas que habitavam em Samaria seriam salvos da mesma forma que
os pastores andavam livrando suas ovelhas da boca do leão: apenas as duas
pernas ou um pedacinho da orelha. Diferentemente de Davi que, por se importar
com seu pai e suas ovelhas, era capaz de buscar, no Senhor, o auxílio
necessário para vencer o leão e o urso (1Sm 17.34,35),
estes pastores eram meros mercenários (Jo 10.12,13).
Davi não se conformava em ver uma ovelha do rebanho ser arrebatada porque, com
certeza, ele tinha intimidade com as ovelhas, conhecendo-as pelo nome, já que
esta é a atitude de um bom pastor (Jo 10.3).
Assim, os
pastores da época de Amós se limitavam a fazer o que um qualquer faria caso o
seu próximo lhe confiasse seu animal: apresentar os restos do mesmo como prova
de que foi devorado por outro animal (Gn 31.39; Êx 22.13).
Este comportamento lembra o que fizeram os irmãos de José ao mostrar a túnica
dele manchada do sangue de um animal (Gn 37.31,32).
Ou seja,
seus líderes políticos e espirituais, em quem eles tanto confiavam para fazer o
mal no lugar deles (1S, 8.19,20), não
seriam capazes de assegurar-lhes nada de proveito. Não é à toa que Deus exorta
os pagãos filisteus e egípcios (vs 9) a ouvirem Ele
e protestarem contra Israel (vs 13), que,
agora, é chamada pelo nome de Jacó (enganador): a
ideia é que eles servissem de testemunha das maldades de Israel, de modo que
ninguém pudesse alegar que houve injustiça da parte de Deus ao discipliná-los.
O fato de Deus ser chamado de Senhor dos Exércitos é para que ficassem claro
que as invasões foram promovidas por Ele e que, se os inimigos ameaçavam, é
porque Ele estava irado e usando-os para disciplinar Israel.
Tão logo
os egípcios e filisteus comparecessem, Ele visitaria Israel e seus altares a
fim de puni-los e acabar com toda a segurança que a falsa religião deles
poderia trazer (vs 14). Os altares idólatras deles não
poderiam mais lhes trazer livramento.
Para
entender isto, é bom lembrar que as pontas do altar eram lugar de refúgio para
quem estava ameaçado de morte (1Rs 1.50,51; 2.28).
Também eram nos chifres do altar que o sangue dos animais sacrificados era
derramado (Êx 29.12,20). Em outras palavras, Deus
estava mostrando que a falsa religião deles jamais poderia lhes proporcionar
salvação.
Detalhe:
Betel, ao norte de Jerusalém, era considerado santuário do rei e casa de todo o
reino.
Entendendo
que Israel foi induzido a pensar que aqueles bezerros de ouro foram os
responsáveis por tirá-los do Egito (1Rs 12.28), logo
eles achavam que tais sacrifícios serviriam para expiar os pecados deles e
garantir-lhes o favor de Deus (o que lembra o mesmo que se
deu com os obreiros da iniquidade (Mt 7.21-23; Lc 13.23-28), Sansão (Jz 16.20)
e Laodicéia (Ap 3.17)), quando, na verdade, aqueles cultos foram a principal
causa de pecado dos israelitas (1Rs 12.32; 13.2; 2Rs
17.21,22; 23.15-16). E quanto mais Deus os abençoava, mais altares
construíam (Os 8.11; 10.1), visto serem os mesmos
grandes fontes de renda.
Aliás, o
motivo do culto formal é justamente este: arrumar desculpas para sugar o povo
de Deus.
O canto da
cama ou parte do leito (vs 12) é uma
forma de mostrar que eles seriam punidos justamente naquilo que eles mais
amavam: em seus atos de luxúria (ver Jr 2.20; Os 4.13; Am
2.7,8; 6.4), principalmente aqueles praticados nos cultos pagãos.
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