AMÓS 7.1 a 9.6 → NÃO CONSEGUE, NEM QUER ENXERGAR A VINDA IMINENTE DO JUÍZO DE DEUS, BEM COMO O MOTIVO DE ELE NÃO TER VINDO AINDA! Tal pessoa sofrerá...
Vs 7.1 a 7.3 (1ª VISÃO)
→... EM VIRTUDE DE SUA FIDELIDADE E SUBMISSÃO À LÍDERANÇA QUE ELEGERAM NO LUGAR
DE DEUS.
Tal como
hoje o governo recolhe os impostos dos seus funcionários antes que o salário
deles lhes venha à mão, primeiro vinham as ceifas do rei para, depois, o povo
ceifar para si (a erva serôdia brotava depois da ceifa do rei –
vs 1). Isto fazia parte da repreensão de Deus por terem, os filhos
de Israel, pedido um rei para si (1Sm 8.5,14,15,19).
E agora, como todo Israel estava em pecado, Deus estava dizendo que ia destruir
toda a colheita que era destinada a eles (erva serôdia).
Alguém
poderia questionar: “mas, uma vez que o rei induzia e até obrigava o povo a
prostituir após outros deuses (ver 1Rs 12.28,29),
não deveria apenas o rei ser punido? Inclusive, quando Davi levantou o censo do
povo de Israel, quem foi punido foi o povo (1Cr 21.1,7). Isto
pode parecer injustiça, mas não é! Embora os líderes fossem os maiores
culpados, mas foi o povo que assim quis (Jr 5.30,31). A
verdade é que, por traz de um bandido, sempre existem aqueles que dão apoio à
sua bandidagem. Do contrário, ele não consegue permanecer muito tempo no crime.
Além do
mais, isto serve para nos ensinar que ninguém pode alegar que fez o mal porque
seu chefe, patrão, líder espiritual, etc., o obrigou. Muito menos podemos jogar
a culpa em Deus, dizendo que Ele nos disse para nos submetermos às autoridades (Rm 13.1,2). Deus disse para reprovarmos as obras das
trevas (Ef 5.11).
O que
Paulo estava nos ensinando é que, sempre que uma autoridade nos diz para fazer
algo, antes de tudo, foi Deus que colocou Sua vontade na mente ou no coração da
pessoa. Todavia, tal como na brincadeira do telefone sem fio, como a pessoa
está contaminada com o seu ego, ao ouvir a mensagem de Deus, ele a transmite de
modo completamente distorcido. Se eu obedecer a esta ordem, não só estarei em rebeldia
contra Deus, mas contra a própria pessoa, já que a vontade de Deus para vida
dela é bem diferente do que estamos fazendo. Embora seja a pessoa que tenha nos
induzido a esta coisa absurda, cabe a nós buscar direto do próprio Deus a
verdadeira mensagem que lhe foi confiada, a fim de que nos desgastemos
trabalhando em grande erro (Jr 9.5; Mc 12.27),
mas sejamos fiéis ao que Deus quer para a vida dela.
É sempre
bom lembrar que:
Não é só o cego que guia que cai na cova, mas
também o que por ele se deixa guiar (Mt 15.14);
Não é só o falso profeta que é destruído, mas
também o que o consulta (Ez 14.9,10);
Não é só auxiliador ímpio que tropeça, mas
também o que é ajudado (Is 31.3).
Sem contar que Safira também foi punida em sua
submissão ao marido, quando este determinara mentir para o Espírito Santo (At 5.9,10);
A praga de
gafanhotos era terrível porque consumia toda a erva (veja vs
2; Êx 10.12-15; Jl 1.4; 2.2-11). Note, contudo a postura de Amós: ao
enxergar o quão fraco era Israel, a ponto de ele não poder resistir a tamanha
repreensão, busca o perdão de Deus na sua vida em favor de Israel. Ao contrário
da sociedade que não tem tolerância com os fracos (contrariando
Rm 14.1; 15.1), Amós se dispôs a buscar ocasião para que o favor de
Deus pudesse alcançar Israel. E, quando Deus acha alguém que se coloca na
brecha (Ez 22.30), Deus se arrepende (entristece) do mal.
Simbolicamente
isto poderia fazer menção à invasão Assíria sobre o comando de Pul (2Rs 15.19,20) que estava prestes a ocorrer. Depois
de ser tão judiado por Hazael e seu filho Ben-Hadade (2Rs
13.3), isto acabaria de vez com Israel. Deus atendeu a oração de
Amós, permitindo que o suborno de Menaém tivesse êxito. É claro que não foi
este suborno que afastou Pul, mas sim a intercessão de Amós, mas foi isto que
muitos pensaram que deu certo.
É bom que
fique claro que não é Deus que mudou de ideia (Nm
23.19). Antes, no que alguém se interessou por Israel (Is 51.19; Ez 22.30; ver também Gn 18.23-33; 1Sm 15.11; Jr
42.10; Jn 3.10; Tg 5.16-20), se lembrando da aliança que Ele fez com
Seu povo (Sl 106.45), Ele operou (Jr 5.1) a fim de manter seu caráter de amor e
misericórdia.
Em outras
palavras, no que há mudança no coração do pecador, para que Seu caráter não mude,
é preciso que os acontecimentos externos mudem.
Vs 7.4 a 7.6 (2ª VISÃO)
→... POR NÃO ESTAR PREPARADA PARA CONVIVER COM O FOGO CONSUMIDOR QUE CONSERVA A
VERDADEIRA JUSTIÇA NUMA TERRA (Is 33.14)
Deus
estava chamando o fogo para exercer Sua justiça (vs 4).
Entretanto, Israel estava tão enganador, que é chamado de Jacó (ao invés de Israel). Amós, vendo que ele não estava
preparado para a disciplina do Senhor, pede a Deus que cesse (exatamente o contrário do que o povo estava pedindo – Am 5.18-20.
Na época de Malaquias acontecia o mesmo Ml 2.17).
De tanto
que eles desejaram o dia do Senhor, Deus finalmente mostra o que iria acontecer
se Ele atendesse o anseio do povo. Amós então entende que não era isto que
Deus, no fundo, queria fazer e, embora enxergasse a grande iniquidade de
Israel, percebe o motivo pelo qual, aparentemente, Deus ainda não tinha julgado
a causa dos justos (como via Habacuque – Hc
1.2-4). Afinal, embora isto significasse secar o grande abismo,
também significava devorar Israel, que é a herança do Senhor (Dt 32.9,10; Ml 3.17).
Ou seja,
Israel não estava em condições de ser purificado como a prata, pois isto
significaria cortar Israel e profanar o nome do Senhor (Is
48.9-11).
A ira de
Deus era justamente por ser Samaria uma cidade de grandes orgias e alvoroços (Am 3.9; 6.1,3-6). Deus queria contender
judicialmente com Israel por meio do fogo (ver Jó 9.3; Is 66.16; Ez
38.22), que tanto poderia ser seca (como em
Am 4.6-11) ou guerra (ver Nm 21.28; Jz 9.20).
Neste caso, estava se referindo a Tiglate-Pileser (2Rs
15.29). Como o grande abismo representa muitas águas que, por sua
vez, simboliza multidão tumultuada (Ap 17.15), pode
muito bem lembrar a destruição que Tiglate-Pileser fez na terra deleitosa (Nm 32.1-5) de Gade, Rúben e meia tribo de Manassés (1Cr 5.26).
Note que o
fogo consome todo o grande abismo. A intercessão de Amós apenas impede o fogo
de consumir também a terra, a fim de dar ocasião para eles se arrependerem (Ez 16.49).
Vs 7.7 a 7.9 (3ª VISÃO)
→... MESMO RECEBENDO A MENSAGEM CORRETA. O SACRIFÍCIO DE JESUS PROVA ISTO. NOTE
COMO, MESMO DE POSSE DA VERDADE, FORAM CAPAZES DE MATAR O PRÓPRIO DEUS, SÓ PARA
QUE NINGUÉM O TIVESSE EM SEU CORAÇÃO
Aqui Amós
não pensa em interceder. É bem provável que, ao compreender a dor do coração de
Deus em virtude de tanta maldade em
Israel, ele não sabia mais o que dizer.
Embora
Amós relate ter visto um muro (o muro da filha de Sião – Lm
2.8) e um prumo (o prumo da justiça – Is
28.17), na hora que ele recebera a visão, ele enxergou apenas o
prumo (vs 8), como se apenas este fosse
importante. Talvez pelo fato de que a justiça seria regrada pelo prumo (Is 28.17). Embora visse a dificuldade que era Deus
estabelecer Sua justiça em Israel, ainda assim ele não deixava de desejá-la.
Todos
temos a tendência de focar apenas a parte da Palavra de Deus que nos convém. Deus,
em Zc 2.5, se propõe a ser um muro de fogo
em redor de Jerusalém. Sempre Ele quis ser o refúgio e fortaleza do Seu povo (Sl 46.1). Todavia, no que Israel quis defender (justificar) a si mesmo, prestando cultos a Deus
altamente sofisticados (Am 5.21-23), eles
próprios se tornaram como um muro. Em outras palavras, uns impediam os outros
de chegarem a si e aos seus amados. Cada pessoa passou a ser um obstáculo difícil
de transpor e um muro prestes a cair sobre as demais pessoas (Is 30.12,13).
Antes de
Deus se afastar por completo de Israel (ou seja, deixar de falar com
eles, como se Deus entre Malaquias e João Batista, bem como na atual
dispensação), Ele poria o prumo (Sua justiça, Jesus)
no meio do Seu povo, de modo que eles pudessem ver o quão errado eles estavam.
Inclusive, o sacrifício de Jesus era justamente que ninguém pudesse ter dúvida
o quão sem conserto os israelitas estavam. Tanto que eles só irão reconhecer a
Jesus em Sua 2ª vinda (Zc 12.10).
Isto não é
tudo! E quanto aos altos de Isaque? Trata-se de lugares de culto levantados nas
colinas, onde os cananeus outrora adoraram a Baal, antes da chegada dos hebreus
(veja 1Rs 3.2). No entanto, Israel nunca conseguiu
tirar estes altos (1Rs 3.3; 12.31,32; 13.2;
15.14; 22.44; 2Rs 12.3; 14.4; 15.4,35; 16.4; 21.3). Só Ezequias e Josias
é que, finalmente, teve êxito nesta missão (2Rs 18.4,22; 23.8,9,13,19,20).
Também se refere aos lugares que eles consideravam sagrados (Gn 26.23; Am 5.5; 8.14)
Os altos
de Isaque pode também estar relacionado com Berseba, já que, ali, Isaque fez um
altar para adorar ao Senhor (Gn 26.23-25),
algo que, posteriormente, foi feito por Jacó (Gn
46.1) e continuou até os dias de Amós (Am 5.5;
8.14). Eles se vangloriavam pelo fato de serem descendentes de
Abraão, Isaque e Jacó (ver Jo 8.33,39),
como se isso pudesse salvar a eles e aos santuários que eles tanto amavam e do
qual passaram a depender para obter recursos para a orgia deles (Am 2.6-8; 6.1,3-6,13).
Contudo,
embora eles estivessem imitando Isaque e Jacó neste ponto em particular, não
estavam agradando a Deus, pois, agora, o lugar para se cultuar a Deus era
outro. Em outras palavras, o fato de Isaque e Jacó terem agradado a Deus
outrora, agora o modo de adorar a Deus era outro.
Finalmente,
Deus promete destruir os seus descendentes de Jeroboão a fim de que eles
percebessem que aquela prosperidade que eles estavam gozando não era prova de
que estavam agradando a Deus. Ele iria usar a espada de Salum, filho de Jabes (2Rs 15.10).
Deus, mais
adiante, iria usar este mesmo prumo para medir a destruição de Jerusalém (2Rs 21.13). O cordel, por exemplo, era usado para
retratar destruição (Is 34.11), sendo
usado para mostrar como a justiça de Deus não é feita de qualquer jeito, mas
sim é medida de modo exato. O cordel prova que, embora Deus não deva satisfação
para ninguém, Ele faz questão que todos percebam o Seu modo de agir.
E aqui
nesta visão, ao contrário das duas primeiras que envolviam apenas a periferia
de Israel, agora é anunciado o julgamento sobre a principal cidade de Israel:
Samaria. Este foi cumprido por meio de Salmanezer, rei da Assíria. Após 3 anos
de cerco, leva todos em cativeiro (2Rs 17.3,5,6,23).
Embora
Deus passe por cima de transgressão por ter prazer na benignidade (Pv 19.11; Mq 7.18), a situação aqui era tão
dramática que não tinha mais como Deus continuar passando no meio do Seu povo (Am 8.2).
Vs 7.10 a 7.17 →... JÁ QUE, QUEM SE
PRENDE NA APARÊNCIA DO SISTEMA RELIGIOSO, ACABA ACREDITANDO QUE A ILUSÃO É A
REALIDADE E VICE-VERSA
Como é
difícil a uma pessoa que está gozando de prosperidade, renunciar a mesma em
favor da verdade! Amazias, por ser sacerdote de Betel, não só não queria perder
aquela posição, mas até mesmo ser congratulado. Do contrário, porque tanto
empenho em expulsar Amós de Betel (algo costumeiro em Israel –
Am 2.12; Is 30.9-11)?
Infelizmente,
a aparência quase sempre engana:
Com o reinado de Jeroboão em expansão, parecia
que nada poderia detê-lo, que seria impossível a terra sofrer o cativeiro e
Jeroboão, a morte (vs 10,11);
Como Amós estava profetizando, Amazias achou que
ele era um profeta como os outros.
Amós,
então, mostra que não. Ele não era profeta, nem discípulo ou filho de profeta (veja 1Rs 20.35; 2Rs 2.5; 4.38; 6.1), ou seja, não
pertencia a uma comunidade de profetas (ver 1Sm 10.5,10; 19.20; 2Rs
2.3). Em outras palavras, não foi ele que decidiu ser profeta, muito
menos era filiado a uma instituição religiosa a fim de tomar o dinheiro dos
outros (algo do que Amazias o acusou – vs 12).
Mesmo porque, sendo ele boiadeiro e cultivador de sicômoros (uma planta considerada desprezível na época. Seu fruto era
comido pelos mais pobres – veja 1Rs 10.27), ele gozava de uma boa
condição social e financeira (vs 14). Detalhe:
tal declaração será feita por ocasião da 2ª vinda de Jesus (ver Zc
13.5).
Ele estava
ali em Betel porque o Senhor o tirou da condição de líder do gado (perceba como o líder vai após, e não à frente, se colocando
como último, em lugar de servo – Mt 20.26-28) a fim de que fosse
profetizar a Israel, mostrando que, apesar de tudo, eles ainda continuavam
sendo povo Seu (vs 15). Infelizmente, Jeroboão de
Jeoás e Amazias, seu sacerdote, haviam se apossado de Betel, como se este fosse
santuário do rei e templo de todo o reino, exatamente como acontece hoje.
Quantos
pastores, em adultério espiritual, se apossam da igreja, como se ela lhe
pertencesse. Acham que os membros da sua igreja lhe pertencem e que, por isto,
ninguém tem o direito de lhes anunciar o evangelho. Usam deturpadamente as
palavras de Paulo (Rm 15.20; 2Co 10.13-16)
a fim de que ninguém lhes roube a fartura dos dízimos e ofertas.
Ora, a
Igreja pertence a Cristo e Ele veio, não para manter Suas ovelhas presas no
aprisco que cada líder religioso criou para si, mas sim para TIRÁ-LAS destes
apriscos (Jo 10.2-4) a fim de, com isto, estarem
livres para ir por todo o mundo pregando o evangelho a toda a criatura (Mc 16.15) e fazendo discípulos (Mt
28.19) para que toda a terra seja cheia da glória do Senhor (Is 11.9; Hc 2.14).
Entretanto,
como todo líder religioso, Amazias criou uma espiritualidade virtual e se
apegou a esta, como se tudo fosse real (como também fizeram os
fariseus que, por se apegarem à religião deles, não conseguiam visualizar o
próprio Deus que eles tanto cultuavam, ali diante deles). O fato de
dizer que Amazias era o sacerdote de Betel indica que ele estava ali, não em
prol do rei ou do estado de Israel, mas para obter seu próprio sustento. Por
isto ele achou ruim a presença de Amós: pois achava que seus lucros iriam
diminuir (ver Am 7.12).
Na
verdade, o santuário de Betel e Dã, desde o princípio, eram dispositivos do
estado político para conservar Israel separado de Judá (ver 1Rs
12.26-28). Usar a religião para realizar manobras políticas sempre
aconteceu em Israel (veja 1Rs 18.17; Jr 37.13,14;
Jo 19.12; Jo 11.48-50; At 17.6,7; 24.5).
Por isto
ele não conseguiu enxergar que:
v
A profecia não era contra a casa de Isaque, mas justamente
para evitar o que estava prestes a vir sobre eles (vs 16).
Daí Amós enfatizar que Deus nada faz sem revelar Seu segredo aos profetas (Am 3.7);
v
A profecia não era contra a terra de Israel, mas
para que ela não continuasse sofrendo os males citados em Am 4.6-13.
Baseado
nisto, podemos constatar a facilidade que as pessoas têm de se acostumarem com
o mal. Amazias pensava que Israel não poderia sofrer nenhum mal, quando, na
verdade, eles já vinham sofrendo isto há muito, e nem estavam se dando conta
disto (Am 4.6-11). É impressionante o quão
facilmente o ser humano se adapta ao que não presta, e até briga por isto, como
se fosse o melhor de Deus para suas vidas (ignorando 1Co 2.9).
E é claro:
quando isto acontece, qualquer coisa que aconteça, sempre contribui para o
agravamento do mal. Quanto mais a pessoa adquire, mais ela se separa daquilo
que realmente é importante para ela. Com tantas cargas vãs que Amazias impunha
sobre si e o povo (Lm 2.14), não era
de se estranhar que (vs 17):
ü
A mulher de Amazias iria se prostituir na cidade
e ele nada iria poder fazer para impedir. Isto, na verdade, era uma amostra do
estupro que todas as mulheres de Israel iriam sofrer (Is
13.16; Zc 14.2), justamente por gostarem de se prostituir nos cultos
pagãos (Os 4.13,14). E isto aconteceu (Lm 5.11);
ü
Os filhos e filhas de Amazias cairiam à espada;
ü
A terra de Amazias seria repartida a cordel;
ü
Amazias morreria na terra imunda (provavelmente na Assíria, já que, depois de alguns anos, Israel
vai em cativeiro para lá);
ü
Israel, certamente, fosse levado cativo para
fora da sua terra.
Quanto a
Amazias acusar Amós de conspirar contra o rei “no meio da casa de Israel” tem
haver com o fato de ele dizer que Deus poria o prumo “no meio do povo de
Israel” (Am 7.8), mostrando que não seria
apenas a periferia que seria atingida, mas até mesmo a cidade principal onde o
rei habitava. Entretanto, Amós não disse que Jeroboão morreria, mas sim que
Deus se levantaria com a espada contra a casa de Jeroboão (vs 11).
Ele exagerou a fim de colocar Jeroboão contra Amós. Como, por alguma razão,
Jeroboão não lhe deu ouvidos, ele tenta incitar Amós a voltar para sua própria
terra, dando a parecer que, se ele permanecesse ali, seria arruinado, enquanto
que, em Judá, ele poderia viver das suas profecias, como fazia um falso profeta
que dizia o que seus ouvintes queriam em troca de punhados de cevada ou pedaços
de pão (Ez 13.19). Ele achava que Amós era um
falso profeta tão desprezível quanto ele (daí chamá-lo desdenhosamente
de “vidente” (vs 12).
O rei
preferia Betel a Dã em virtude do culto prestado por Jacó ali no passado (Gn 28.16,19; 35.6,7). Tanto é assim que ele
estabeleceu um palácio real ali por questão de conveniência, a fim de dar mais credibilidade
ao culto prestado em Betel e facilitar sua devoção. Ele acusa Amós de ele, como
um “simples” homem, ter a audácia de falar contra o lugar que o rei elegeu para
devoção, tendo ele próprio determinado como deveria ser o culto ali prestado.
Amós, em
resposta à acusação de Amazias (vs 12), diz que
não era da linhagem dos profetas. Muito menos havia entrado numa escola para
profetas a fim de fazer, disto, uma profissão (tal
como os profetas mercenários de Betel ou com os pastores de hoje que se formam
em seminários teológicos). Os profetas de Betel eram mantidos pelo
rei (tal como se dava com os profetas de Baal e Asera
na época de Acabe – 1Rs 18.19), tal como os pastores de hoje, pelos
dízimos e ofertas dos “fiéis”.
Foi Deus
que, assim como fez com Davi (2Sm 7.8; Sl 78.70,71),
fez Amós deixar de seguir o gado para profetizar a Israel. Embora Deus tivesse
plena autoridade sobre o Seu povo, Ele prefere resgatá-la através do ministério
dos profetas (daí a expressão “meu povo” no vs 15).
A ideia
era a de fazer a Palavra de Deus gotejar como chuva (Dt
32.2; Ez 21.2), ou seja, para esfriar o ânimo da pessoa pelas coisas
más, exatamente o contrário do que se dava com os falsos profetas (Mq 2.6,11). Como estes tornaram a terra de Israel
imunda (Is 24.5; Jr 2.7), agora eles iriam
habitar numa terra repleta de imundície (vs 17 - a Assíria).
Observação:
este bloco (Am 7.10-17) constitui um parênteses.
Trata-se da intervenção de Amazias, atrapalhando Amós de pregar a Palavra de
Deus até o fim. Em outras palavras, Amós teria pulado da 3ª para a 4ª visão se
Amazias não o tivesse interrompido. Este parênteses serve para nos mostrar o
motivo de, muitas vezes, Deus não falar conosco: porque, para quem está
contaminado com suas ilusões, dificilmente desejará renunciar a elas, ainda
mais quando as mesmas lhes confere status. É bom lembrar que, quando Jeroboão
instituiu o culto em Betel, levantou aqueles que eram os mais baixos (socialmente falando) entre o povo (1Rs 12.31; 2Rs 17.32).
Resultado:
eles ficaram cheios de falsos profetas, o que, posteriormente, influenciou
deveras Judá (Jr 29.21,25,31,32).
Vs 8.1 a 8.3 (4ª VISÃO)
→... NAS MÃOS DOS PERVERSOS, VISTO ESTAR PRONTA PARA LHES SER ÚTIL NA ARTE DE
APERFEIÇOAR A MALDADE (VER Jr 2.33)
A visão dos
frutos de verão (maduros) confirmam a visão do muro e
do prumo. Chegou o fim para o povo de Israel que está maduro, pronto para ser
arrancado como uma fruta madura (vs 2, confirmando Am 7.8;
algo semelhante é mostrado em Ez 7.2,6). É isto que acontece com
aquelas pessoas que se especializam nas coisas deste mundo. Quando estão
repletas de maldade (a qual se vê através da sagacidade
e violência que fazem para manter as pessoas longe do que tomaram delas pela
força), é hora de serem colhidas pelo mundo.
E para você
ter uma ideia de como uma honestidade parcial é pior do que a desonestidade, já
parou para pensar que a elite global só tem condições de manter 70% da riqueza
do mundo em suas mãos porque existe um grupo de pessoas que, se dizendo
honestas, optam por trabalhar como vigilantes, policiais, juízes, etc., a fim
de impedir que as demais pessoas avancem contra eles? Se tais pessoas fossem
totalmente desonestas, se aliariam ao povão para matar a elite global e
repartir a riqueza. Embora isto fosse um crime, pelo menos a opressão e ameaça
que paira sobre o planeta seria desfeita. Contudo, por causa destes bandidos
disfarçados de profissionais (é bem verdade que existem
alguns que, por estarem na ignorância, não conseguem enxergar isto),
eles têm a chance de levar avante todos os seus maus intentos.
Inclusive,
o anticristo irá surgir justamente quando cada pessoa estiver como uvas más maduras
(ver Is 63.3; Ap 14.18-20), completamente incapazes
de suportar a sã doutrina (2Tm 4.3,4; 2Ts 2.3,7-12).
Assim como a maldade dos israelitas, na época de Jesus, estava grande o
suficiente para mover toda uma cidade a pedir a morte de Jesus, a maldade será
grande o suficiente para conservar as pessoas na prostituição espiritual e
completamente eufóricas ante à possibilidade de se manterem na prática do
pecado, mas sem sofrer as consequências do mesmo (1Ts
5.3). Daí o prazer enorme em adorar o dragão, a besta (Ap 13.4) e de receberem de bom grado sua marca (Ap 13.16,17).
Tal como
Israel ficou cerca de 400 anos sem receber Palavra de Deus e depois foi colhido
pelos romanos, agora são mais de 1.900 anos sem receber qualquer palavra de
Deus e, em breve, serão colhidos pelo anticristo. Enquanto isto não acontece,
os cadáveres se multiplicam na terra de Israel, sendo lançados fora, em silêncio
(vs 3).
Os cânticos
entoados, que deveriam ser de alegria seriam transformados em uivos (vs 3). É bom lembrar que, em Israel, não existia
templo (este ficava em Jerusalém), assim como,
no momento, também não há. Logo, os cânticos do templo estavam sendo cantados
em lugares privados (nos templos pagãos e nos
palácios em ocasiões festivas – ver Am 2.7,8; 4.1; 6.1-6).
Conforme já
dito, eles cultuavam os bezerros como se os mesmos simbolizassem o Criador (1Rs 12.28). Crendo nisto, eles entoavam cânticos do
templo de Jerusalém. Mas agora, isto não mais aconteceria, nem mesmo para
lamentar a morte de um parente querido (Am 5.23; Am 6.10; 7.13).
Antes, haveria apenas choro.
Vs 8.4 a 8.6 →... O QUE A LEVARÁ A NEGAR O DESCANSO DE
DEUS ÀS PESSOAS (PRIVANDO A PESSOA DO CONTATO
COM SUA FAMÍLIA, POR EXEMPLO) A FIM DE DESPERTAR, NELAS, DESEJOS QUE
SERVIRÃO PARA “DOMESTICÁ-LAS”
O sábado (Êx 20.10) e a Festa da Lua Nova (Sl
81.3; Nm 28.11-15; 1Sm 20.5; 2Rs 4.23) eram ocasiões em que não se
podia trabalhar.
O esforço
para dar fim aos dias consagrados a Deus comprova que, quem se apega ao
trabalho, nunca se farta da renda (Pv 27.20; Ec 5.10; 6.7)
e, certamente acaba se aproveitando da ingenuidade e fraqueza dos pobres. E
como bem sabemos, Deus abomina a balança enganadora (Lv
19.35-36; Dt 25.13-16; Pv 11.1; Mq 6.10-11).
Este
trecho expressa com precisão o que se passa na mente dos ricos e poderosos
deste mundo. Eles dizem: “Quem dera que a Festa da Lua Nova já tivesse
terminado para que pudéssemos voltar a vender os cereais! Como seria bom se o
sábado já tivesse passado (algo condenado por Deus – Ne
13.15,16)! Aí começaríamos a vender trigo de novo, cobrando preços
bem altos, usando pesos e medidas falsos e vendendo trigo que não presta. Os
pobres não terão dinheiro para pagar as suas dívidas, nem mesmo os que tomaram
dinheiro emprestado para comprar um par de sandálias (Am 2.6).
Assim eles se venderão a nós e serão nossos escravos (Mq
6.10,11)!”.
Não é à
toa que as empresas fabricam instrumentos tão frágeis. Eles não querem apenas
ganhar dinheiro, mas principalmente conservar a atenção contínua das pessoas
nos seus produtos, de modo que eles não se cansem de tentar adquiri-los e, com
isto, aceitem permanecer escravos deles em suas fábricas.
Em outras
palavras, as empresas são as senzalas dos pobres, onde a elite global pode
mantê-los sob seu total controle. Porém, para que eles se sujeitem a este tipo
de escravidão, é preciso mantê-los insatisfeitos. Daí tirarem as mulheres do
lar (casa das suas delícias) e eliminarem a
glória de Deus da vida das crianças através de uma mídia corrupta (Mq 2.9). O que eles querem que as pessoas fiquem
como robôs: 24 horas ocupados em seus desejos que, por serem vãos, os mantém
debaixo da sujeição deles. Inclusive, é também por isto que eles tornam a saúde
pública, algo tão difícil ser conseguido: para manter o povo débil e, assim,
mais fácil de comandar.
Enfim, o
desejo deles é compelir os necessitados a se venderem a eles como escravos (em desacordo com Lv 25.39) em troca de promessa
ilusória de riqueza (que eles nunca pretendem
dar) ou de algum bem material fútil, mas que é atraente à vista. Por
exemplo, a fim de não ficarem no prejuízo, eles vendiam o refugo do trigo pros
pobres (isto quando não o misturava no meio do trigo).
Como eles não tinham dinheiro para pagarem pelo trigo, acabavam comprando isto
que, embora enchesse o estômago, não tinha nenhum nutriente (vs 6).
Entenda:
como eles não confiam em mais ninguém, além deles mesmos, o que eles desejam é
tornar as pessoas cada vez mais miseráveis para, por fim, poder tragá-las (escravizando todos e eliminando os que se recusarem a se
submeter), de modo que possam ser os únicos moradores da terra (Is 5.8). É tanta a sede de desejo deles, que eles
não se conformam em dividir com outras pessoas (Jó 7.2).
Era tão
ávido o desejo deles pelos bens materiais que eles se tornaram incapazes da
honestidade, além de não se conformarem em ficar um dia sequer sem trabalhar (ou melhor, fazer os outros trabalharem por eles – como, por
exemplo, nos sábados de descanso – Ne 10.31). Eram verdadeiros
inimigos de Deus e deles mesmos.
Sem contar
que eles tomavam maior peso de dinheiro (no Antigo Testamento o
dinheiro era pesado – Gn 23.16) que o devido (desrespeitando
Dt 25.13,14; Ez 18.8).
Vs 8.7 a 8.10 →... PUNIÇÃO, A FIM DE
QUE TODA MOTIVAÇÃO ERRADA EM BUSCÁ-LO E DE USAR SEUS BENS DE MODO ERRADO CESSE
Pelo fato
de, aparentemente, Deus não estar fazendo nada (daí
eles ficarem ansiosos esperando o dia do Senhor – Am 5.18-20), o
coração dos filhos de Israel estava inteiramente disposto para fazer o mal (Ec 8.11). E o pior: achando que Deus era igual a
eles (Sl 50.21). Jurou, então, o Senhor,
pela Glória de Jacó (que é Ele próprio),
que jamais Ele iria esquecer tudo que eles estavam fazendo (vs 7; das
obras de iniquidade (ver Mt 7.21-23) no santuário (Os 8.13; 9.9)). O
dia do Senhor logo chegaria:
A terra iria estremecer (vs 8;
Os 4.3 – o terremoto já dito antes (Am 1.1; 2.13; 3.14-15; 9.1));
Todo que habitava na terra iria ficar de luto (vs 8). Haveria tristeza de coração;
Pano de saco seria colocado sobre todos os
lombos e calva sobre toda cabeça (isto era sinal de luto - vs
10; Jr 6.26; Zc 12.10; Is 15.2-3; Jr 48.37; Ez 7.18; 27.31), como se
dava entre os pagãos. A dor seria grande, como se fosse luto por filho único, a
ponto de eles esquecerem até mesmo quem eles eram, indo lamentar da mesma forma
que os ímpios (Is 15.2; Jr 47.5; Ez 27.31), algo que
era proibido em Israel (Dt 14.1). E no
fim, tudo terminaria em amargura (vs 10). É triste
quando a pessoa começa a proceder, nos momentos de dor, tal como as demais
pessoas que não têm esperança (1Ts 4.13). O
mundo pode estar em perplexidade (Lc 21.25-28), mas
nós não podemos temer o que eles temem (Is 8.12-14; 51.12,13; Jr
10.2; Hb 13.5,6);
Certamente, levantar-se-ia toda como o Nilo,
seria agitada e abaixaria como o rio do Egito (vs 8).
Em outras palavras, haveria muita perturbação e rebelião (o que
se pode ver com o fato de que, 4 dos 6 últimos reis de Israel morreram
assassinados – 2Rs 15.10,14,25,30). Enchente representa a invasão
esmagadora de um exército (Dn 9.26) ímpio,
cujas “águas” lançam de si lama e lodo (Is 57.20; Jd 13);
O sol se poria ao meio-dia e a terra seria
entenebrecida em dia claro (isto lembra o que se deu
quando Jesus foi colocado na cruz – Lc 23.44; também em Jó 5.14; Is 13.10;
59.9-10; Jr 15.9; Ez 32.7-10; Mq 3.6). Inclusive, com base nestes
últimos trechos, podemos ver que as trevas implica em falta de justiça ou
ausência da Palavra de Deus.
As festas seriam convertidas em luto e os
cânticos em lamentações (vs 10). Até o
modo de elas cultuarem a Deus seria afetado. Já não haveria mais alegria de
coração em buscar a Deus, muito menos nas assembleias solenes.
A terra (vs 9) ficaria num estado de escuridão espiritual tão
grande que as pessoas seriam tomadas por um desejo profundo para chorar e
lamentar, como se estivessem tristes pela morte de um filho único (Jr 6.26; Zc 12.10).
Tal como
se deu na época de Amós, hoje, por causa da soberba, os religiosos acham que
podem ser mais do que realmente são e, por isto, preferem investir em bens a
fim de não precisarem de ninguém. Como Deus só ministra aos necessitados, não
há como eles ouvirem a voz de Deus:
1º-
Porque,
quem não quer fazer nada de bom por alguém, não necessita do que é bom;
2º-
Porque
não há, na vida deles, quem necessite do que Deus tem para oferecer, já que
tais só querem luxo e conforto;
Além
disto, eles não ficavam tão indignados quando alguém falava da parte do Senhor,
a ponto de fazer de tudo para desencaminhar e calar os servos Dele (Am 2.11,12; Is 30.9-11; Jr 2.25; 18.12; Zc 7.11,12)?
Logo, nada mais razoável do que Deus deixar Israel sem palavra alguma por 400
anos e, após finalmente rejeitar Seu filho, por mais de 1.900 anos (Mt 21.33-43).
Hoje isto
se cumpre! Quantas pessoas ficam ansiosas, andando de mar a mar, do norte ao oriente
(onde ficava Israel), procurando a palavra do Senhor,
sem jamais achá-la (vs 12) (como Jesus predisse
que aconteceria (Lc 17.22; Jo 7.34; 8.21). É raro aquele que ouve,
de verdade, a voz de Deus (como se deu também no Antigo Testamento - 1Sm 3.1; 28.6; Sl
74.9; Ez 7.26; Mq 3.7). Tal como o filho pródigo experimentou a fome
(Lc 15.14), assim Israel já havia experimentado esta
lamentação pela ausência do Senhor (1Sm 3.1; 7.2).
Infelizmente,
Israel, bem como a maioria dos evangélicos, ainda não entenderam o valor da voz
de Deus. Não percebem que a pior punição que pode haver é a de ser entregue aos
desejos do próprio coração (Sl 81.11-16; Pv 1.19; Rm
1.24,28). Todos necessitam de seguir algo. Se a pessoa não está
seguindo a Jesus, então o que (ou a quem) ela
está seguindo? À falsa impressão que ela ou as demais pessoas têm deste mundo,
foi captada pelos seus sentidos deficientes. Resultado: a pessoa será tomada de
perversidade, vindo a se degradar até acabar escrava de forças diabólicas.
Detalhe: a
religião dos judeus é a única que pode ser abolida, mesmo contra a vontade do
povo, já que ela é dependente do templo. Com este destruído, o ritual levítico
teve que cessar, já que estava intimamente ligado a ele. Mas isto foi projetado
para que as pessoas percebessem que a lei era tão somente um caminho para o
evangelho. Infelizmente, ninguém percebeu isto e o templo teve que ser novamente
erguido por Zorobabel e Jesua para ser novamente destruído em 70 D.C. por Titom
(bem como toda a Jerusalém) para que pudessem
aprender a lição. Infelizmente, mesmo após quase 1.900 anos sem pátria, até
hoje os judeus (nem o restante do mundo) não
entenderam a lição: de que não se adora a Deus em um lugar ou hora específicos (Jo 4.20,21).
Quanto à busca por ouvir a Palavra do Senhor,
não é porque eles tivessem o desejo de estar perto Dele e agradá-lO, mas sim
para poderem se ver livres dos inimigos e recuperarem a prosperidade perdida.
Se até os jovens fortes e as belas donzelas desfaleciam, quão dirá os mais
fracos (Is 40.30,31).
Tem-se
aqui a continuação do juízo que começou em Am 8.7-10.
Eles
queriam tanto ver Deus julgar! Pois bem! Ele agora declara que iria julgar os
que juram pelo ídolo de Samaria e declaravam ser certo dar vida ao culto de
Berseba e ao culto ao deus de Dã (um dos bezerros construídos
por Jeroboão) (vs 14).
Que
lástima! Eles lutando tanto por um culto que estava, na verdade, afastando eles
cada vez mais de Deus. É triste a pessoa trabalhar, se desgastar tanto para, no
final, ser reprovado (2Tm 2.4,5; 2Co 13.5).
Estas pessoas iriam cair, sem jamais poderem se levantar (vs 14),
ou seja, sem jamais atinarem com as veredas da vida (como se
dá em Pv 2.19), tal como se dá com quem recebe a marca da besta (Ap 14.10,11): não será mais capaz de enxergar e
aceitar a bondade de Deus e, consequentemente, achar lugar de arrependimento (tristeza de Cristo que salva – 2Co 7.10,11) (Rm 2.4; Hb 12.16,17) e ser salvo.
Deus já
estava em pé junto ao altar, pronto para derrubar os templos pagãos sobre a
cabeça do povo de Israel (vs 14 – isto lembra Sl
68.21; Hc 3.13). Agora, com a palavra de ordem dada, Amós estava
mais que capacitado para esta obra. Quando Deus profere Sua Palavra, Ele já
está dando à pessoa todas as condições para que a mesma se cumpra.
Aqui, em
particular, embora Deus estivesse para enviar a Assíria, a qual mataria muitos
à espada, também revela uma triste verdade: Sua palavra faz bem aos que andam
retamente (Mq 2.7). Contudo, àqueles que querem
viver de qualquer jeito, a Palavra de Deus é como um fogo (Jr
23.29) que vai consumindo o interior de cada um (ver Ez
28.18). Daí a morte pela espada do espírito (Hb
4.12; Ef 6.17), a qual sai da boca de Jesus (Ap
19.21). Em outras palavras, é a pessoa matando a si e aos outros à
medida que se aprofunda na Palavra (vs 1).
O
cumprimento da Palavra só é bênção quando a pessoa está com o coração limpo de
más intenções, conceitos e valores. Aos que invocam um falso deus, pensando que
estão invocando o Deus verdadeiro, receberão como resposta às suas orações, apenas
o mal que vinham praticando.
Nenhum
deles fugiria e escaparia (vs 1; Am 2.14-16):
Ainda que descessem ao mais profundo abismo, a mão
do Criador os tiraria de lá (vs 2; Sl 139.8);
Se subissem ao céu, de lá os faria descer (vs 2; Jr 49.16; Ob 4; Jó 20.6,7; Jr 51.53). Ou seja,
não importava o lugar que fossem: sem ouvir a voz de Deus, a maldição os
acompanha por onde quer que vá (Dt 28.16) e ali
permanece (Dt 28.19), fazendo deles pessoas
odiosas (Zc 8.13; Tt 3.3), em eterna briga (Gn 16.12);
Caso se escondessem no cimo do Carmelo, de lá Ele
os buscaria e os tiraria (vs 3);
Se dos Seus olhos se ocultassem no fundo do mar,
de lá daria ordem à serpente (que simboliza um rei cruel e
opressivo – Sl 74.13,14), e ela os morderia (vs 3; Is
27.1);
Se fossem para o cativeiro diante de seus
inimigos, ali daria ordem à espada, e ela os mataria (vs 4;
Am 5.27; Lv 26.33; Dt 28.65; Ez 5.12). Ou seja, não é se rendendo
aos inimigos que eles seriam salvos;
Poria os olhos sobre eles para o mal e não para
o bem (Lv 17.10; Jr 44.11).
Você vê o
contraste aqui? Em Am 5.18-20 eles desejavam que o dia que o Senhor estivesse
presente no meio deles. Agora, estavam buscando todos os modos possíveis de
ficar longe Dele (como em Ap 6.16), como se fosse
possível (Jr 23.23,24; Sl 139.7-12). O pavor era
tão grande que eles chegaram a desejar ir para o abismo (sheol,
o mundo dos mortos), caracterizado por ser:
Um lugar escuro, situado no mais profundo da
terra (Jó 10.21-22; Sl 63.9);
Uma “região de silêncio” (Sl
115.17);
Um lugar onde os mortos não podiam exercer
nenhuma atividade, muito menos louvar a Deus (Sl
30.9; 88.4-6,10-12; Is 38.18-19).
Afinal,
que Deus é este a quem eles deviam temer?
O Senhor dos Exércitos é o que faz a terra se
derreter com Seu toque (vs 5; Mq 1.4), de
modo que todos os que habitam nela fiquem de luto e tumultuados (instável) como o rio do Egito (conforme
já descrito em Am 8.8). Ou seja, Ele está confirmando a onipotência
de Deus, capaz de fazer o julgamento cair sobre eles, não importasse a
estratégia que eles adotassem para escapar do julgamento de Deus;
Deus é o que chama as águas do mar e as derrama
sobre a terra (vs 6; Am 5.8). Para que ninguém
achasse que isto era mero fenômeno natural, Ele enfatiza que é Ele quem faz
tudo isto!
Deus é o que edifica as suas câmaras no céu e a
sua abóbada fundou na terra (vs 6; Sl 104.3,13; Am 4.13),
como se o horizonte servisse de apoio a esta.
Com base
em tudo isto, podemos concluir que é uma ofensa cultuar Jesus porque:
1º-
Estamos dizendo que Ele é corruptível ou, se
preferir, pode ser manipulado (o que contraria Hb 13.8);
2º-
Isto faz parecer que Ele é miserável como qualquer
ser humano, que só faz algo em troca de favor;
3º-
Ele não necessita do homem para ser servido, nem
honrado (Jo 5.41; At 17.25-28). Ele é o dono de
tudo e tem poder sobre toda a carne (Sl 24.1; 50.10-12; Ef
1.21-23).
4º-
Ele não precisa de ser defendido, já que Ele é quem
livra e defende a todos (Sl 46.1).
5º-
Ele não precisa de casa, já que é Ele quem
estabelece os limites da habitação de cada um (Is
66.1,2; At 7.48).
Note a
ênfase dada ao poder de Deus (Am 4.13; 5.8,9; 9.5,6),
justamente para contrastar com os ídolos vãos.
Enfim, o
importante não é apenas o lugar para onde vamos ou o quê vamos fazer. Antes de
tudo, nosso coração tem que estar puro, ou seja, com motivações vindas
genuinamente de Deus. Para ser mais exato: precisamos estar em constante
comunhão com Deus, ouvindo Sua voz e permitindo que Ele (Gl
5.16,25) manifeste Seu poder, força, amor, sabedoria, etc., através
de nós. Do contrário, as coisas de Deus só irão nos afastar das pessoas e de
Jesus (veja, por exemplo, o caso do diabo (Ez 28.17) e
de Uzias (2Cr 26.15,16)).
Resumindo:
o juízo de Deus para o pecador é o aumento da bênção (veja Ec
2.26). Quanto mais larga a porta, mais fácil é para a pessoa se
perder (Mt 7.13,14; veja Os 4.16).
Que fique
claro: o que seria destruído pela Assíria e, posteriormente, por Roma, era
Israel como estado político. Entretanto, restaria um remanescente (Mq 5.7; Am 9.8; Jr 30.11; 31.35-36) que estaria
entre as nações como um vermezinho (Is 41.14).
Primeiro
Deus faria os santuários pagãos caírem sobre as cabeças dos idólatras de Israel
e depois destruiria o templo de Jerusalém (primeiro por Nabuconosor e
depois por Roma). Afinal, para que o tabernáculo de Davi pudesse ser
reerguido, era preciso, primeiro, destruir a Antiga Aliança com tudo aquilo que
a ela pertencia (incluindo o templo - Hb 10.9).
O pecado
de Samaria eram os bezerros de Dã e Betel (Dt 9.21), bem como
o caminho (modo de cultuar) de Betesda. Detalhe:
era comum jurar pelo nome do Senhor dizendo: “vive o Senhor” (ver Jz 8.19; Rt 3.13; 1Sm 14.39,45; 19.6; 20.3,21; 25.26,34;
26.10,16, 28.10; 29.6; 2Sm 4.9; 12.5; 14.11; 15.21; 22.47; 1Rs 1.29; 2.24;
17.1,12; 18.10,15; 22.14; 2Rs 2.2,4,6; 3.14; 4.30; 5.16,20; 2Cr 18.13; Jr 4.2;
5.2; 12.16; 16.14,15; 23.7,8; 38.16; 44.26; Os 4.15). Logo, eles
estavam encarando o ídolo como um deus verdadeiro.
AMÓS 9.7 a 9.15 → NÃO CONSEGUIRÁ VER OS BENEFÍCIOS QUE A JUSTIÇA DE DEUS TRAZ AOS QUE ACEITAM SER ALCANÇADOS E SACUDIDOS POR ELA (VER Hb 12.11), já que:
Vs 7 a 10 →... A SACUDIDA DE DEUS NÃO É PARA DESTRUIR
ISRAEL, MAS PARA ANIQUILAR OS PECADORES E PROMOVER A UNIDADE ENTRE OS SEUS
A
princípio, a sequência normal deste trecho seria vs 8, vs 10, vs 7 e vs 9. No
entanto, aprouve a Amós dispor os versículos na ordem como se vê na Escritura
Sagrada. Em outras palavras, Amós intercala a ira de Deus contra Israel com Seu
favor em voltar a trazer Israel de volta para o seu lugar, começando pela Sua
bênção.
As cidades
de Israel serão destruídas da face da terra em virtude de acharem que jamais
iriam sofrer as consequências das suas más ações (vs 10;
Am 6.3). Estes tipos de pecadores são enfatizados várias vezes na
bíblia (Sf 2.15; Is 47.8; Ap 18.7), já que
eles acomodam a si e aos outros à ociosidade e à busca de luxo cada vez maior (Ez 16.49).
Entretanto,
haveria um remanescente que seria salvo (Mq 4.7;5.7; Sf 3.13; Rm 9.27).
No entanto, para isto, seria necessário uma sacudida da parte de Deus (vs 9) em cada uma das nações que elas estiverem. Assim
como Deus fez subir a Israel da terra do Egito, e de Caftor (Jr 47.4; Dt 2.23), os filisteus, e de Quir, os siros
(vs 7; Am 1.5), Ele iria sacudir Israel para
ajuntá-lo de novo na Sua própria terra, sem que nenhum dos Seus se perdesse (vs 9).
Na atual
dispensação, é bem provável que os muçulmanos sejam o instrumento de Deus para
sacudir Israel de todas as nações, já que eles têm se multiplicado e espalhado
por todo o mundo, e se posicionado como um dos maiores inimigos de Israel e dos
cristãos.
Os israelitas achavam que, pelo fato de Deus ter escolhido seus
antepassados (Abraão, Isaque e Jacó) e ter lhes dado
tantos livramentos, bem como todas as ordenanças de culto sagrado, que eles
eram melhores que as outras nações. Deus então mostra que eles eram iguais aos
etíopes (daí usá-los em algumas passagens – por exemplo,
Jr 13.23) e que, assim como
Ele dava livramento aos estrangeiros (libertou os filisteus da
escravidão em Caftor (Dt 2.23) e o sírios, da escravidão em Quir) e
depois os conduzia de volta ao cativeiro quando agiam perversamente (Is 14.29; Jr 47.4) (como
ele profetizou que aconteceria com a Síria (Am 1.5), o que se cumpriu em (2Rs
16.9)), de igual modo Ele procederia com Israel.
Detalhe: foram os cuxitas (do qual surgiram os etíopes)
que deram origem à Babilônia (Gn 10.6,8,10).
Logo, ao igualar Israel aos etíopes, Deus estava mostrando a imensa confusão
que eles produziram em Israel (Am 3.9) por
deixarem de buscar a Deus para se dedicar a uma religião sem vida.
Daí os olhos do Senhor estarem contra o reino de Israel (ajunte Am 9.4,8 com Sl 34.15,16). Contudo, por causa
do juramento feito aos antepassados, Deus deixaria a Israel um remanescente (Jr 30.11) que constituiria uma semente (ver Jr 3.14; 31.36; Rm 9.27). Para tanto Deus iria
usar o mesmo processo empregado por alguém que deseja separar o grão da casca:
coloca-o numa peneira e o lança para cima soprando-o. A casca voa e fica apenas
o grão (ver Sl 1.4; Lc 22.31,32).
Os pecadores do povo morrerão à espada (vs 9 e
10; compare vento com espada em Ez 5.2,12) a fim que o remanescente
fiel habite seguro (Jo 6.39; 10.28).
Vs 11 a 15 →... A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL NÃO É PARA
DAR-LHES DIREITO A UMA VIDA EGOISTICAMENTE PLENA, MAS DEIXÁ-LOS LIVRES, A FIM
DE QUE NADA VIESSE A DISTRAÍ-LOS E, COM ISTO, IMPEDIR DEUS DE USÁ-LOS PARA
CONDUZIR TODO O POVO A ELE
Com a
destruição dos pecadores e a reunião dos eleitos, finalmente Israel poderia
tomar das posses das bênçãos citadas em Dn 9.24-27:
o
Restauração da dinastia do rei mais querido pela
casa de Israel e remoção do cativeiro → “Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas
brechas; e, levantando-o das suas ruínas, restaurá-lo-ei como fora nos
dias da antiguidade; para que possuam o restante de Edom (como em
Nm 24.18; Ob 19) e todas as nações que são chamadas pelo meu nome,
diz o SENHOR, que faz estas coisas” (vs 11,12; Jl 3.18-21).
Quando Tiago, irmão de Jesus, interpreta esta profecia (At
15.16,17), Ele deixa claro que o restante de Edom significa o restante
de todos judeus que se achavam em outras nacionalidades (e que,
muitas vezes, eram considerados imundos como os samaritanos – ver At 10.28).
Logo, o tabernáculo caído de Davi seria reparado, restaurado e levantado a fim
de todos os homens buscassem ao Senhor. Israel deveria possuir o restante de
Edom (judeus dispersos) e todos os gentios
convertidos (que são chamados pelo nome de Jesus),
não para subjugá-los, mas para conduzi-los a Jesus do modo correto (para não haver tanta confusão religiosa, como se vê).
Detalhe: no dia de pentecostes, estavam reunidas pessoas
das mais diferentes nacionalidades (At 2.5-11);
o
Disposição para o trabalho → Eis que vêm dias,
diz o SENHOR, em que o que lavra segue logo ao que ceifa (vs 13;
Lv 26.5; Is 65.21-23). A prosperidade da terra será tal que, ao
invés de se empenharem em guerras para conquistarem mais terras, gastarão todo
o tempo investindo na própria terra e comendo do seu fruto (a raiz
do justo produz o seu próprio alimento – Pv 12.12). Ao invés de
tentarem se alimentar daquilo que Deus fez para os outros, vão experimentar o
próprio alimento de Deus para si.
o
Fertilidade da terra → “e o que pisa as uvas
[segue] ao que lança a semente; os montes destilarão mosto, e todos os outeiros
se derreterão” (vs 13; Jl 3.18);
o
Recompensa trabalhista: colherão todo o bem que
semearam → “Mudarei a sorte do meu povo de Israel;... plantarão vinhas e
beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto” (vs 14);
o
Voltarão para o lugar que Deus preparou para
eles e ali permanecerão → reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão (vs 14; Jr 30.3; 32.41; Is 61.4; 65.21; Ez 36.33-36).
“Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão
arrancados, diz o SENHOR, teu Deus.” (vs 15). A pior
coisa que há é ser obrigado a ficar no lugar que não foi preparado para nós por
Deus.
A
restauração do tabernáculo de Davi não pode estar se referindo à reconstrução
do templo:
1.
Porque a promessa estava sendo dada,
primeiramente, a Israel (a quem este livro é
destinado primeiramente) e em Israel não havia templo;
2.
Davi não construíra nenhum templo. Muito menos
havia algum construído na época dele.
A
restauração não pode, também, estar se referendo à construção do templo por
Zorababel porque:
1.
Não incluía Israel, o principal objeto da
profecia de Amós;
2.
Sob Zorobabel, Jerusalém não era independente (ver Ne 13.6);
3.
Todos os profetas terminam as suas profecias com
alguma referência à 2ª vinda do Messias para curar toda desordem promovida pelo
pecado;
4.
Em alguns lugares é mencionado a volta de Davi
como rei (Jr 30.9; Ez 34.24; 37.24);
5.
A promessa de possuir o restante de Edom e todos
os gentios era uma confirmação daquilo que Deus prometeu.
Pense: a
Escritura não diz: “tabernáculo de Moisés”, mas “tabernáculo caído de Davi”. A
diferença é que, na época de Davi, a arca inicialmente ficou em Quiriate-Jearim
(1Sm 7.1,2). Depois foi para a casa de Obede-Edom (2Sm 6.10) e, finalmente, para Jerusalém (2Sm 6.12). Já a tenda da congregação estava no alto
de Gibeom (1Cr 16.39; 21.29; 2Cr 1.3). Enquanto
que, na época de Moisés, a arca ficava dentro do tabernáculo.
Vem a
questão: “mas se o tabernáculo de Moisés era o correto (foi
ordenado por Deus 2 vezes), então por que Deus não prometeu
restaurá-lo ao invés de restaurar o de Davi, que era um tabernáculo caído (fora da direção de Deus)?”.
Simples!
Deus estava mostrando o fim da religião do Antigo Testamento. Deus nunca
planejou que nada, nem mesmo a Palavra Dele, O substituísse.
O
tabernáculo de Moisés era “vivo” porque, uma vez que alguém cumprisse os
mandamentos da Antiga Aliança, viveria (Gl 3.12).
Contudo, hoje, ninguém é salvo pelas obras da lei (Ef
2.8,9). Aliás, a letra mata e o Espírito Santo vivifica (2Co 3.6). A lei de Deus é para nos conduzir a Jesus (Gl 3.24) matando o nosso ego a fim de que, então,
não sejamos nós a viver, mas Cristo a viver em nós (Gl
3.20).
Inclusive,
repare como a igreja de Éfeso foi excluída “simplesmente” por ter abandonado o
primeiro amor. Em primeira instância, parece que Jesus pegou pesado, já que
esta igreja era tão rigorosa em cumprir os preceitos bíblicos (Ap 2.1-6). Contudo, quando a pessoa se apega à
religião, ou ela se arrepende e converte, ou simplesmente é cortada! Não existe
possibilidade de correção (como Deus opera, através da
fome, peste, espada, etc.). Tal pessoa irá se rebelar ainda mais (Is 1.5), tentando resolver tudo por si mesma.
Por isto é
que Deus prometeu restaurar o tabernáculo caído (“morto”,
já que é como se a cabeça (arca) estivesse separado do corpo (tenda da
congregação)): para que a pessoa, ao invés de tentar se justificar
longe Dele seguindo leis, dependesse Dele como crianças (Mc
10.14,15).
Em outras
palavras, eles e nós deveríamos entender que a perfeição do culto não está nos
cerimoniais religiosos bem formulados e organizados, mas sim na atuação direta
Dele no nosso espírito. A igreja é esse tabernáculo caído de Davi. Tanto que,
quando tenta se organizar baseada na Palavra de Deus, o resultado é a
proliferação de uma série de heresias. Quando, porém, deixar que Jesus remova o
véu da lei, ela poderá experimentar a liberdade que a presença de Jesus nos
concede (2Co 3.17).
E o pior é
que muitos pensam que a restauração do tabernáculo era a restauração do templo.
É justamente o contrário! É o anúncio do fim do mesmo, já que, para o
tabernáculo de Davi pudesse ser restaurado, era preciso, primeiro, remover o
templo de Jerusalém (Hb 10.9).
Entendendo
que nosso corpo é chamado de tabernáculo (2Co 5.1,4; 2Pe 1.13,14),
logo Jo 1.14 poderia ser traduzido “E o Verbo se fez carne, e tabernaculou entre nós, e vimos a sua
glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14). Em Ap 21.3 a Nova Jerusalém, que simboliza
a Igreja (Ap 21.9,10), o corpo de Cristo (Ef 1.21-23), é chamada de tabernáculo de Deus com os
homens.
A menção
do nome Davi lembra os dias em que o reino de Israel estava unido e atingiu
toda a sua extensão (daí a expressão “taparei as
suas aberturas” e “como nos dias da antiguidade” – vs 11).
A
expressão “que são chamadas pelo meu nome” apontam para aquelas nações as quais
Deus reivindica como Suas (Sl 2.8), pelas
quais Ele operou a Sua salvação amorosa (é justamente a isto que se
refere a expressão “que faz estas coisas”). A base da restauração
divina é Ele voltar a escolher Israel como Seu povo, como era antigamente.
Mc 8.22-25; Fp 3.1 Assim como o mesmo remédio precisa ser
tomado várias fazer para se chegar à cura, é se submetendo aos diversos toques
da mesma palavra de Deus que seremos curados. Note como, embora a Palavra de
Deus seja sempre a mesma (e Jesus também – Ml 3.6; Hb
13.8), ainda assim, através do Espírito Santo, ela se renova cada
dia. Considerando que é dito para examinarmos tudo e retermos o que é bom (1Ts 5.22), logo devemos analisar a “rotina”, pois,
talvez, ela traga algo peculiar que, embora pequenino, é o fator que fará toda
a diferença daqui para frente. É a incapacidade de enxergar o valor destas
minúsculas coisas que esfria muitas amizades e destrói casamentos.
Deus
sempre confirma o que Ele já fez ou fará. Note a expressão Terceira e quarta (Êx 20.5), três e quatro (Pv
30.15,18,21,29), seis e sétima (Jó 5.19), uma e
duas (Jó 33.14), duas e três (Jó 33.29), sete e oito (Ec
11.2), por três e quatro (Am 1.3,6,9,11,13; 2.1,4,6)
que significam: pela manifestação da Sua vontade em cima daquilo que é perfeito
e até em cima daquilo que não é (ou pelo menos, que parece
não ser perfeito - para confirmar Sua soberania).
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