AMÓS 4 → QUANTO MAIS CULTUA A DEUS, MAIS SERÁ REPREENDIDO, RECEBENDO O MAL COMO RECOMPENSA. Afinal...
Vs 1 a 3 →... SAIR
DO LUGAR QUE DEUS NOS COLOCOU SÓ PARA NOS VERMOS LIVRES DOS PROBLEMAS, ACABARÁ
TRAZENDO SOBRE NÓS, O MAL QUE TEMEMOS
Basã era
uma região extremamente fértil. Tanto que, após a derrota de Ogue, rei de Basã,
os rubenitas, os gaditas e meia tribo dos manassitas requereram aquela região
para si, pois sabiam que era terra excelente para criar gado (daí Dt 32.14; Sl 22.12; Ez 39.18).
Aqui o povão
estava sendo comparado às vacas que eram criadas em Basã, mas que estavam no
monte de Samaria. Ou seja, trata-se daquelas pessoas que mudam de lugar quando
a situação fica difícil, a fim de conseguir melhores condições de vida (como fazem as multinacionais – ver Na 3.16,17) e,
com isto, adquirirem mais recursos para explorarem os pobres e necessitados,
bem como privilégio diante dos líderes políticos e religiosos a fim de obterem
mais vinho.
A menção
de vaca ao invés de touro mostra a qualidade de efeminado deles, ou seja, de
eles se sujeitarem a homens (ver 1Co 7.23) em
troca de prazeres sensuais.
Infelizmente,
hoje, são poucos os que ousam terem seus próprios negócios e trabalhar com as
próprias mãos (1Ts 4.11,12). Preferem abrir mão do
mandamento de Gn 1.28 só para não terem que pensar, nem terem compromisso com qualidade.
Muito menos se preocuparem a felicidade daqueles a quem estão a servir.
Vaca
também lembra gado, o qual ilustra Deus transformando a Israel corrupta em
sacrifício para suprir aves e animais (como em Ez 39.19; Ap
19.17,18).
O método
de levar os prisioneiros com anzóis no nariz a fim de que eles não pensassem em
escapar era muito comum no Antigo Testamento (ver 2Cr
33.11; Ez 29.4; Jó 41.1,2; Jr 16.16; Hc 1.15). No final, a Assíria
também seria levada deste jeito (2Rs 19.28).
Antes
disto, porém, a Assíria iria romper os muros de Damasco (agora,
sob o poderio de Israel – Am 3.12) e Samaria e iria forçar o povo a
sair um atrás do outro, não pelas portas, mas pelo buraco feito no muro pelo
inimigo, tal como se faz com o gado. Isto seria a retribuição pelo fato de o
povo sair, como gado, após os seus líderes corruptos, na brecha que eles
providenciaram atrás de si, a fim de se embebedarem nos seus palácios luxuosos (Am 3.10,15; 4.1).
Hoje, a
elite global tenta cercar o povão (a quem eles chamam de gado)
de todos os lados (seja pela mídia sensual ou
leis absurdas), de modo que este possa, não só concordar, mas
desejar ser conduzido ao matadouro, sem sequer perceberem isto.
Ou seja, o
povo de Israel deixava a companhia daqueles que foram feitos especialmente para
eles a fim de constituírem alianças políticas que lhes permitisse embebedar e
explorar os indefesos. Hoje, é comum os pobres trabalharem para os ricos e
defenderem seus interesses, esperando, com isto, obterem privilégios e
promoções, sem se importarem se o negócio deles é justo, quantas pessoas serão
prejudicadas através daquilo que estão a fazer, se, no final, isto será
benéfico aos patrões; e tudo com a desculpa que é para sustentar a família.
Deus,
contudo, com base na Sua santidade, declara que toda esta maldade, estava para
terminar. Eles iriam ser levados cativos um após o outro com ganchos ou anzóis
nos narizes, passando pelas brechas existentes entre os muros. Alguns, de certo
os mais ricos, poderiam pensar que ficariam de fora. Contudo, mesmo que eles
fossem os últimos a saírem da cidade, ainda assim não escapariam, nem eles, nem
suas relíquias.
Mas, por
que com base na Sua santidade? Como esta nação foi escolhida para “dar uvas
boas”, no que ela estava dando uvas bravas (Is 5.1,2), estava
envergonhando o nome de Deus. É bom que fique claro que o foco da justiça de
Deus não é defender um corrupto do outro, nem mesmo acumular o justo de riqueza
e poder neste mundo. Antes, Deus age para defender Seu nome (Is 37.35; 48.9; Ez 20.9,14,22,44; 36.31).
Por isto é
que, muitas vezes, não vemos Deus agir hoje. Infelizmente são poucos que estão
interessados em Sua verdade, pureza, santidade.
Vs 4 a 5 →... O
VERDADEIRO CULTO A DEUS É PRESTADO NO CORAÇÃO, DEIXANDO O ESPÍRITO SANTO
MANIFESTAR SUA PALAVRA NA VIDA DE CADA UM COM QUEM ENTRAMOS EM CONTATO.
FORMALISMO RELIGIOSO SÓ ATRAI O JUÍZO DE DEUS
Gilgal foi o lugar onde:
Josué levantou uma coluna com as 12 pedras que
os 12 homens de Israel (um para cada tribo)
tiraram do meio do Jordão quando suas águas se empilharam para eles passarem (Js 4.4-8,20);
Os filhos de Israel foram circuncidados quando
entraram em Canaã, o que serviu como instrumento de Deus para retirar-lhes o
opróbrio do Egito (Js 5.7-9);
Celebraram a primeira páscoa na terra prometida (Js 5.10);
Comeram, pela primeira vez, do fruto da terra (Js 5.11,12);
O Criador se manifestou a Josué, prometendo-lhe
vitória contra Jericó (Js 5.13; 6.5);
O reino de Israel foi renovado e Saul proclamado
rei (1Sm 11.14,15);
O povo recebeu Davi quando ele voltou a reinar
em Jerusalém (2Sm 19.15);
Elias estava, quando iniciou sua última jornada
rumo ao céu (2Rs 2.1).
Foi de Gilgal que Josué partiu ao vencer a
guerra contra os reis dos amorreus que se ajuntaram contra Gibeão e foi para lá que voltaram após derrotarem
vários reis (Js 10.7,9);
Foi em Gilgal que Calebe recebeu, de Josué, a
herança que Deus lhe prometeu por meio de Moisés (Js
14.6).
Infelizmente,
foi também em Gilgal que Josué cometeu o erro de fazer aliança com os
gibeonitas.
Mas agora,
Deus estava dizendo para que não o buscassem em Gilgal (Os
4.15; 5.5). Isto porque toda a malícia de Israel se achava em Gilgal
(Os 9.15; 12.11). Além disto, Deus está muito mais
interessado em que ouçamos Sua voz e nos disponhamos nas mãos Dele para que Ele
cumpra toda Sua Palavra em nós.
Quando a
pessoa não tem interesse pelo próprio Deus em pessoa, Ele prefere que a pessoa
vá servir aos Seus ídolos, pois assim ela não fica profanando Seu nome com suas
dádivas. Mesmo porque, isto é uma forma de eles verem que a idolatria não
funciona (Is 47.12; Ez 20.39; Ap 22.11).
Entenda:
quando nosso culto a Deus não é resultado daquilo que Deus é para nós, tudo que
fazemos acaba sendo uma ofensa, já que estaremos comunicando exatamente o
contrário daquilo que Ele quer fazer. O verdadeiro culto jamais deve ser
separado da vida cotidiana de cada um, mas visando uma comunidade fraternal
onde a prática da justiça possa ser uma realidade. O tabernáculo com seus
utensílios e rituais nunca foi um fim em si mesmo. Antes, foi o que Deus fez
para que o povo pudesse enxergar o quão inútil é tentar agradá-lo com ídolos no
coração ocupando o lugar do Seu Espírito Santo.
Por isto
Deus convoca o povo, por meio de Amós, ir até Betel e Gilgal para multiplicar
as transgressões:
Trazendo, cada manhã, os sacrifícios deles (Nm 28.3,4);
Trazendo os dízimos de 3 em 3 dias, ao invés de
3 em 3 anos, como a lei mandava (Dt 14.28; 26.12);
Oferecendo sacrifício de louvores do que é
levedado (Lv 7.13). Detalhe: os pães levedados
não poderiam ser oferecidos em sacrifício, mas tão somente acompanhar os bolos
asmos (Lv 7.12,13);
Apregoando ofertas voluntárias, e publicando-as (Lv 22.18,21).
Já que era
disso que eles gostavam, Deus, para acelerar o juízo sobre eles, dá a palavra
de ordem a fim de que eles pudessem, rapidamente, encher as medidas dos pecados
deles e, assim, serem julgados mais depressa. Mesmo porque Betel já estava
condenado (Am 3.14).
Enfim,
rituais e cerimonial religioso externo envergonha o nome de Deus e acelera Seu
juízo. Note que eles preservaram algumas ordenanças da lei de Moisés (por exemplo, o sacrifício diário (Nm 28.3,4) e os dízimos (Dt
14.28; 26.12)), a saber, aquelas partes que lhes permitia comer mais
e se embebedarem (Am 4.1). Porém, agora que estavam
cultuando o deus que inventaram e que podia ser controlado por eles,
transformaram o culto num piquenique (o dízimo, que deveria ser
comido na própria cidade de 3 em 3 anos, agora era comido de 3 em 3 dias).
Vs 6 a 11 →... QUANDO
SE CULTUA O DEUS VERDADEIRO TAL COMO EGITO, SODOMA E GOMORRA CULTUAM SEUS ÍDOLOS,
ESTAMOS IGUALANDO DEUS A ELES. DAÍ AS PRAGAS PARA CONSUMIREM ESTE TIPO DE CULTO
Estas
coisas já vinham acontecendo em Israel, mas eles não conseguiam enxergar que
era Deus quem estava agindo. Veja, por exemplo, a declaração de Judá a Jeremias
(Jr 44.18):
“Mas desde que cessamos de queimar incenso à
rainha dos céus, e de lhe oferecer libações, tivemos falta de tudo, e fomos
consumidos pela espada e pela fome”.
Mesmo
acontecendo também, entre eles, coisas deste tipo, eles achavam que tudo era
normal. Hoje, muitos se conformam em viver infelizes, como se isto fosse
normal. Ora, então o que é feito da vida abundante que Jesus prometeu (Jo 10.10)? Mas a verdade é que tais pessoas querem
mais desculpas para não se voltarem ao Senhor (veja Is
9.13; Jr 5.3; Os 7.10).
Tribulações,
como as citadas abaixo, são sinais da reprovação de Deus:
Falta do pão -> “Também vos deixei de dentes
limpos em todas as vossas cidades e com falta de pão em todos os vossos
lugares; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR” (vs 6). É bem provável que esta fome é aquela
anunciada em 2Rs 8.1, tendo sido promovida pelo que está descrito em Am 4.8,9.
No entanto, há algo importante a ser observado: o estábulo
fica limpo quando não há bois (Pv 14.4). Como os
bois de Samaria haviam se tornado vacas, não estava havendo produtividade de
nada bom. A verdade é que, onde há serviço, há também bagunça, lixo. Quem não
quer problema, também não quer vitória, nem bênção.
Nem sempre suavidade e pureza é sinal de espiritualidade
elevada. Veja o caso da igreja de Éfeso: embora fosse extremamente rígida no
cumprimento da lei de Deus, não havia amor entre eles (Ap 2.4).
Inclusive, considerando que todo crescimento espiritual gera desconforto, a
inexistência de atritos é algo anormal. A real piedade implica em luta e temor.
Tranquilidade, moral e bons costumes só têm valor quando é em prol do amor que
temos por alguém e que queremos que ele tenha para si;
Seca -> “Além disso, retive de vós a chuva,
três meses ainda antes da ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra,
não; um campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se secou.” (vs 7) (esta seca pode estar se
referindo à de 1Rs 17.1 e Jr 14.1-7. Deus prometia dar a chuva temporã e a
serôdia quando o povo se convertesse a Ele (Os 6.3; Jl 2.23);
Falta de água -> “Andaram duas ou três
cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo,
não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.” (vs 8);
Crestamento, ferrugem e gafanhoto (Dt 28.22; Ag 2.17) -> “Feri-vos com o crestamento
e a ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas
figueiras, e das vossas oliveiras, devorou-a o gafanhoto; contudo, não vos convertestes
a mim, disse o SENHOR.” (vs 9). Em alguns
casos, o gafanhoto representa o exército que Deus envia para disciplinar o povo.
O mesmo vento oriental que traz a queimadura e a ferrugem sobre a plantação (ver Gn 41.6) também traz os gafanhotos (Êx 10.13). O que Deus estava dizendo é que não
adiantava eles lutarem para melhorar a produtividade. Se eles não se
arrependessem e convertessem, Deus destruiria todo o trabalho das mãos deles;
Peste, espada e roubo de animais -> “Enviei a
peste contra vós outros à maneira do Egito; os vossos jovens, matei-os à
espada, e os vossos cavalos, deixei-os levar presos, e o mau cheiro dos vossos
arraiais fiz subir aos vossos narizes; contudo, não vos convertestes a mim,
disse o SENHOR.” (vs 10) (ver Êx
9.3,6, 12.29; Dt 28.27,60). Mau cheiro era um sinal da reprovação de
Deus (Êx 7.21; 8.14; Is 3.24; 19.6; 34.3; Jl 2.20)
em contraste com o cheiro suave requerido nos sacrifícios (Lv
1.9,13,17; 2.2,9,12; 3.16; 4.31; 6.15,21; 8.21,28; 2Co 2.15-17).
Detalhe: observe a mesma expressão “à maneira do Egito” em
Is 10.24;
Destruição de cidades no fogo -> “Subverti
alguns dentre vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um
tição arrebatado da fogueira; contudo, não vos convertestes a mim, disse o
SENHOR.” (vs 11) (ver Gn
19.24-25; Is 13.19; Jr 49.18). Todas as vezes que Deus quer falar de
uma destruição terrível, Ele cita Sodoma e Gomorra como exemplo (Dt 29.23; Is 13.19; Jr 49.18; 50.40; 2Pe 2.6; Jd 6).
Todos devemos ter compaixão das pessoas, fazendo o necessário para arrebata-las
do fogo (Jd 1.23). Josué foi comparado com um
tição tirado do fogo (Zc 3.2), como que
dizendo: é por um milagre que conseguiu escapar da destruição total;
De igual modo, isto lembra quando, por um milagre, Judá
escapou da destruição total empreendida por Rezim e Peca (Is 7.4)
que eram dois tições fumegantes. E o mais lamentável é que o rei Acaz achou que
foi por causa do rei da Assíria (ver 2Rs 16.9).
A ideia destas
pragas era fazer com que eles parassem de fazer, do culto a Deus, um
piquenique. A falta de alimento, água, doença, roubo e assassinato é sinal de
que não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus. Contudo, não se
convertiam a Ele.
Deus priva
do bem a fim de que as pessoas não fiquem cultuando Ele de modo luxuoso, e
assim, oprimam mais pobres. Este negócio de pedir os recursos dos outros para
poder ajudar os necessitados é enganação do diabo:
1º -
Porque ninguém consegue ajudar eficazmente
muitas pessoas ao mesmo tempo (ajunte At 4.34,35 com 6.1 e
constate isto);
2º -
Porque deixa as pessoas acomodadas na sua
vidinha. Se cada uma ouvisse a voz de Deus e se dispusesse a ser usado por Ele,
ficaria mais fácil ajudar a pessoa certa e do modo certo. Mesmo porque o Reino
de Deus não consiste de uma pessoa fazendo o certo por todos, tampouco em
fazendo o mal que cada uma gostaria de fazer, mas que não faz por medo da
punição. Antes, implica em cada um tendo compromisso com a verdade.
Vs 12 a 13 →... NÃO
É COM A IMAGEM QUE CRIAMOS DE DEUS QUE TEREMOS QUE NOS ENCONTRAR, MAS SIM COM QUEM
ELE REALMENTE É
Deus já
vinha fazendo tudo o que foi descrito nos vs 6 a 11 e continuaria fazendo. E não adiantava alguém
pensar que iria escapar disto, porque não iria. Todos iriam se encontrar com o
Criador. Todos compareceremos perante o tribunal de Cristo (Rm
14.10; 2Co 5.10) para prestar contas de cada segundo da nossa vida,
que será exibida diante dos anjos e dos que hão de herdar a salvação (ver Ap 20.12,13).
A
exortação “prepara-te para te encontrares com o Senhor teu Deus” é vista também
em (Am 5.4,6,8,14,15). Deus ordena que todos
subissem às brechas para repararem as fendas da casa de Israel (Ez 13.5; 22.30). Em outras palavras, quem deseja
estar na presença de Deus, deve estar disposto a ser soldado (Jr 46.14; Lc 14.31,32; 2Tm 2.3,4). Jesus veio para
trazer a espada (Mt 10.34) e, se quisermos ter paz com
Ele, devemos nos apoderar da força de Deus (Is 27.4,5) e
usá-la (Lv 19.17; Jr 48.10; Ez 22.14; Hb 4.12).
Porque o
povo de Israel falhou em retornar para Deus, Ele iria cumprir tudo aquilo que
Ele disse que faria contra eles. Era inútil achar que, fazendo alguma espécie
de penitência, seriam livres do juízo. O que eles tinham que fazer, uma vez que
estavam longes de Deus, era julgarem a si mesmos (1Co
11.31). Afinal, quem se afastou de Deus, perdeu a possibilidade de
ser convencido (Jo 16.8) e julgado pelo próprio Deus (1Co 4.1), já que seu coração ficou endurecido (At 28.27; Rm 11.7; 2Co 3.14).
É
interessante como, por 4 vezes, neste livro, vemos o poder de Deus como criador
e mantenedor de toda a natureza (Am 4.13; 5.8,27; 9.6)
sendo destacado e atrelado ao Seu nome (Is 47.4; Jr 10.16).
Isto, na verdade, é Ele se mostrando presente a fim de revelar Sua identidade e
natureza. Isto é para que eles percebessem a diferença entre buscar a Deus e
ser religioso. Ou seja, percebessem que
toda a religiosidade descrita em Am 4.4,5; 5.21-24
nada tinha haver com Ele em pessoa.
O detalhe
é que no apocalipse, a mensagem de um dos anjos tem haver com isto:
“Dizendo
com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu
juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das
águas.” (Ap 14.7).
Isto não é
tudo! Além de formar os montes (algo visível forte e, a
princípio, estável) e criar o vento (invisível
e transitório, muitas vezes sutil), Ele também (vs 13):
Declara ao homem qual é o seu pensamento (Dn 2.28). Ou seja, nem mesmo o homem sabe o que está
pensando (Jr 10.23). Daí a Palavra de Deus
penetrar até à divisão da alma e do espírito para discernir os pensamentos e
intenções do coração (Hb 4.12). Às
vezes o homem está pensando algo mau e nem está se dando conta disto. Acha que
tudo que está fazendo está correto. Foi assim na época de Malaquias (Ml 1.6; 2.17; 3.13) e assim será no fim dos tempos,
onde aqueles não amam a verdade (2Ts 2.10),
estarão servindo ao anticristo, mas acreditando piamente que estão servindo a
Cristo (Mt 7.21-23; 25.12; Lc 13.23-28) por
causa dos sinais e prodígios da mentira (2Ts 2.9) que,
aparentemente, estarão confirmando tudo que está sendo pregado;
Faz da manhã trevas (Am 5.8;
8.9). Ou seja, todo mau e confusão, antes de tudo, ocorre com a
permissão Dele (Is 45.7). Assim, ao invés de temermos
o mal com seus problemas, devemos temer aquele que tem poder sobre tudo isto (Lc 12.5; Ap 16.9). Figuradamente, isto significa que
Ele torna a prosperidade dos impiedosos em repentina destruição (Sl 73.12,18,19; Jr 13.16; Rm 11.9). Ou seja, ao
invés de se preocupar em correr atrás de bênçãos, a pessoa deve buscar
maturidade (Gl 4.3) a fim de que a prosperidade
que Deus lhe permitir ter, não se transforme em laço, armadilha, tropeço e
ruína na sua vida (1Tm 6.9-11).
Pisa os altos da terra (Mq 1.3).
Como naquela época não havia avião, a probabilidade de alguém atingir o cume de
um alto monte era pequena. Durante toda uma vida, a pessoa conseguiria atingir,
no máximo 2 ou 3 cumes, e isto uns poucos privilegiados. Contudo, uma vez que
nosso Deus pisa os altos da terra, temos condições de obter o que há de melhor
em cada um destes montes através do Seu Espírito Santo, bastando para nós
confiarmos Nele. Mesmo porque Deus promete nos fazer pisar sobre as alturas da
terra (Dt 32.13; 33.29).
Sem contar que Ele nos criou para dominarmos sobre os
peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre tudo o que se move sobre a terra (Gn 1.28). No entanto, este domínio só está presente
na nossa vida quando ouvimos a voz de Deus (como se deu com Pedro – Mt
14.28,29). Quando a pessoa ouve a voz de Deus, ela não está mais
sujeita às leis deste mundo. Aliás, o melhor de Deus para nós vai além de tudo
que há neste mundo (1Co 2.9).
Além, Deus não é apenas o criador das coisas fortes fisicamente.
Lembre-se que Deus se manifestou em um cicio manso e suave (1Rs
19.12) e que escolheu as coisas fracas, loucas, vis, desprezíveis do
mundo para operar Suas maravilhas (1Co 1.26-29).
AMÓS 5 → SERÁ REPREENDIDO POR ESTAR BUSCANDO LUGARES, LÍDERES E RITUAIS RELIGIOSOS EM LUGAR DE BUSCAR O CRIADOR E AMAR AO PRÓXIMO. Quem assim faz...
Vs 1 a 3 →... ESTARÁ
IMPOSSIBILITADO DE SE LEVANTAR EM VIRTUDE DE NÃO HAVER NINGUÉM INTERESSADO EM
LEVANTÁ-LO, JÁ QUE TODOS GOSTARAM DE FICAR CAÍDOS
O pecado
não é algo com que podemos nos envolver e sair ilesos. Seu salário sempre
resultará em morte (Rm 6.23). Um tom
fúnebre há nesta lamentação proferida por Amós (o que
lembra também Jr 7.29; Ez 19.1; 27.2): apenas 10% do exército que saísse
para lutar seria poupado, não importando o tamanho do grupo que saísse. De
1.000 restaria 100 e, se estes 100 decidissem lutar novamente, sobrariam apenas
10. Ou seja, quanto mais lutassem, maiores seriam as perdas (Dt 28.62).
Até aqueles
que vinham lutando para não se prostituíram com outros deuses, finalmente
cederam à tentação e nunca mais seriam capazes de se levantar (vs 2):
1º - Por
não ter ninguém para levantá-los;
2º - Por
não terem, eles mesmos, interesse algum mais em se reerguer espiritualmente.
A virgem filha
de Sião (termo usado também em Is 23.12; Jr 18.13;
31.4,21; Lm 2.13) finalmente caiu após a ressurreição de Jesus (compare Ap 12.1 com Ap 12.5,6). Isto porque, até
então, Israel se manteve junto, embora tenha ido em cativeiro para a Assíria e
Judá, para Babilônia. Contudo, depois eles voltam a ser uma nação por ocasião
do decreto de Ciro (Ed 1.1).
Apenas
após 70 D.C. é que Israel é finalmente espalhado por todas as nações, vindo a
se misturar com os pagãos (embora, pelo poder de Deus,
conseguissem manter sua identidade). A partir daí (após ter caído), não mais se levantará (vs 2; Is 24.19,20) até se complete o tempo dos
gentios (Ez 30.3; Lc 21.24), depois de “dois
dias” (Os 6.1,2).
Até então,
Israel será deixado na sua terra à entrega do desejo dos inimigos (compare Ez 29.5; 32.4) e o pior: gostando disto (veja Jr 5.30-31).
Vs 4 a 6 →... ESTÁ
SENDO REBELDE, SE CONVERTENDO AO SISTEMA RELIGIOSO AO INVÉS DE BUSCAR O CRIADOR
Betel,
Gilgal e Berseba foram lugares onde Deus manifestou algo em favor de Israel.
Contudo, com o passar do tempo, se tornou um centro de adoração idólatra.
Betel, por
exemplo:
Foi onde Jacó teve a visão da escada cujo topo
chegava ao céu (Gn 28.19);
Foi onde Deus se manifestou a Jacó, quando fugia
da face de seu irmão (Gn 35.1);
Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada ao pé
de Betel (Gn 35.8);
Infelizmente,
foi ali que Jeroboão colocou um dos bezerros de ouro, passando a ser a
referência de Israel para o culto falso.
Já Berseba,
pertencente a Judá (1Rs 19.3):
Foi onde Abraão e Abimeleque fizeram aliança (Gn 21.31-33);
Foi também onde Isaque e Abimeleque fizeram
aliança (Gn 26.33);
Era considerado um dos limites de Israel (Jz 20.1; 1Sm 3.20; 2Sm 3.10; 17.11; 24.2,15; 1Rs 4.25).
Agora,
todavia, o caminho de Berseba era idolatrado (Am
8.14) e eles iam a Betel para transgredir e a Gilgal para
multiplicar as transgressões (Am 4.4), usando o
culto a Deus para sugar os pobres (indo contra o que Deus disse
em Pv 22.16).
Por tudo
isto, Gilgal será levada em cativeiro e Betel, completamente destruído (vs 5). Já Berseba, seu destino nem sequer é
mencionado, ficando como que sem destino, à deriva. Não fora determinado que
tipo de juízo sofreria, mas também não tinha promessa de Deus, que gera
esperança, que é a âncora da alma (Hb 6.18,19).
Talvez porque, como Berseba ficava em Judá e o juízo dela não vinha
diretamente, nada é dito acerca dela.
Por aqui,
vê-se que Judá já estava se corrompendo (Os 4.15) de tanto
Israel ir a Berseba. Por isto Deus repreende Israel, ordenando que não
espalhasse seu culto imundo e idólatra. Talvez alguns achassem que, estando
mais perto do templo de Jerusalém, seriam mais abençoados.
Deus
mostra, então, que não era o lugar o problema, mas sim o coração deles que, em
vez de estarem buscando o próprio Deus em pessoa, só se ajuntavam para comer e
beber (Os 7.13,14).
Enfim, a
ordem era (2 Cr 15.2; Jr 29.13; Is 55.3):
“Buscai-me e vivei”. Caso eles não fizessem isto, Deus agiria, na vida deles,
como fogo (ver Dt 4.24; Is 10.17; 27.4; 33.14; Lm 2.3).
Nessa hora, ninguém em Betel conseguiria apagar este fogo com nenhum dos
rituais que ali se fizesse (ver Os 4.5). Pelo
fato de ter se tornado tão vã (nada), Betel
passou a ser chamado de Bete-Áven (Os 4.15; 10.5,8)
e seria, agora, desfeito naquilo que se tornou: em “nada”.
Detalhe: o
fato de citar a casa de José se dá em virtude da tribo de Efraim, que procedeu
de José, ter sido a que mais se destacou (ver Ez 37.16).
Vs 7 a 9 →... ESTÁ
BUSCANDO O CRIADOR POR AQUILO QUE QUER QUE ELE FAÇA, E NÃO POR AQUILO QUE ELE É
E FAZ,
Como
devemos enxergar Jesus?
O que faz o Sete-estrelo e o Órion (vs 8; Jó 8.8; 38.31) → cria aquilo que ninguém mais é capaz de criar e tem controle
sobre tudo e todos;
Torna a densa treva em manhã (vs 8; Am 4.13) → faz com que, aquilo que parece escuro aos olhos dos outros,
seja luz para nós (é claro que, para isto, é
preciso ter bons olhos – Mt 6.22,23). A verdadeira oportunidade vem
acompanhada de problemas, assim como a bênção, de cobranças (Lc 12.47,48). Quem não gosta de resolver problemas,
então também não gosta de oportunidades, muito menos de crescimento ou de
relacionamentos verdadeiros e duradouros;
Muda o dia em noite (vs 8)
→
Transforma a agitação, conflitos e correria do dia a dia em descanso, em motivo
de alegria. A maioria gosta de ir para o oásis, mas são poucos o que
aceitam Deus usar suas vidas para transformar o deserto em rio (Is 41.18,19; 43.19,20), a escuridão em luz (2Co 4.6).
O que chama as águas do mar e as derrama sobre a
terra (vs 8; Jó 38.34; Am 9.6) → Faz a Água Viva vir de longe, se
necessário, para que brote, na nossa vida, a fonte que jorre para a vida eterna
(Jo 4.14; 7.37-39), de modo que nossa alma seja como
um jardim regado (Is 58.11; Jr 31.12). Também chama a
chuva a fim de prover uma inundação para limpar a maldade (Jz 5.5,
20-22);
Faz vir súbita destruição sobre o forte e ruína
contra a fortaleza (vs 9) → Destrói toda força que nos afasta
de Deus ou, se preferir, que acaba com toda a força que Ele poderia exercer na
nossa vida. Deus destrói o forte, não tanto para aliviar o sofrimento dos
justos, mas sim para que eles não se deixem influenciar pela vida daquele, a
ponto de mudarem seu caráter e comportamento, seja para obter favores ou por
medo.
Em particular, Deus está mostrando para Israel que, embora
eles parecessem fortes por causa do sucesso de Jeroboão, Ele poderia fazer com
que o mais fraco dos inimigos deles causasse enorme destruição no meio deles (como se vê em 2Cr 24.24).
A forma
com a qual percebemos as coisas, afeta nossa maneira de pensar que, por sua
vez, nos conduz a sentir de um determinado modo, o que culmina em um dado
comportamento. Se passarmos a perceber as coisas de modo espiritual, passaremos
a pensar nas coisas do alto (como ordena Cl 3.1,2),
a sentir como Jesus sente (ver 1Co 2.16) e a
nos comportarmos como filhos de Deus.
Àqueles que
transformam a justiça em algo difícil de ser buscado (vs 7;
Am 6.12) é ordenado buscar Aquele que tem poder contra a natureza e
é capaz de destruir a mais poderosa das fortalezas, mesmo que, aparentemente,
pareça que Ele não está fazendo nada (Hb 2.8).
É bem
verdade que a maldade tem multiplicado tanto, que muitas vezes dá vontade de
“deitar por terra” a justiça de Deus (como em Dn 8.12) e
procurar estabelecer nossa própria justiça (Rm 10.3). São 2
os erros que as pessoas cometem:
O de se afastar das situações e pessoas
constrangedoras. Lembre-se que Davi cresceu indo para cima do gigante (1Sm 17.48) e derrotando-o. Inclusive, note como,
mesmo Davi sendo pouco reconhecido pela maioria, sua ousadia em enfrentar o
leão e o urso (1Sm 17.34-35) não passaram
despercebidas aos olhos de todos (1Sm 16.18);
O de querer subjugar situações e pessoas
esmagando-as. Isto é como querer transitar rapidamente com um carro por uma
estrada esburacada. Mesmo que se consiga chegar ao destino, o carro se perderá.
Se realmente a ocasião exige uma rápida viagem a um dado lugar nestas
circunstâncias, então tal viagem não é de Deus, já que a vontade Dele é boa,
perfeita e agradável (Rm 12.2). Você
não pode sacrificar a pessoa, cavalo ou veículo que Deus lhe deu como
“companheiro” para facilitar tua jornada, só porque alguém assim quer.
O correto é: primeiro, verificar se
a jornada é de Deus ou não. Caso seja, aprenda a fazer bom uso da bênção que
Deus colocou na tua vida, respeite seus limites e vá devagar, se desviando de
todos os buracos, até chegar ao destino final. O importante não é a rapidez com
que se chega lá, mas sim chegar todos juntos e em perfeito estado de
conservação, sem transgredir os princípios da Palavra de Deus.
No mundo,
os juízes, para poderem ficar sem fazer nada, convertem o juízo em alosna (vs 7), ou seja, torna difícil alguém obter o que lhe
é de direito, só para que desanimem de entrar com processo para defender o que
lhe é de direito. É bem verdade que não devemos procurar os poderes deste mundo
para obrigarmos os poderosos a fazer, contra a pessoa, o mal que achamos ser
ela merecedora (Sl 20.7; Is 30.1-3; 31.1-3). Afinal, não
temos direito de julgar ninguém. Quem assim faz, está julgando a lei e,
principalmente, quem a fez (Tg 4.11,12). Por
pior que seja a autoridade, ela está a nos apontar o caminho que Deus deseja
que sigamos (Rm 13.1,2)2.
Por outro
lado, a justiça não deveria ser privilégio de poucos; muito menos tombar para o
lado de quem lhe favorece.
Vs 10 a 12 →... NÃO
AMA O PRÓXIMO, RETÉM MAIS DO QUE É JUSTO E, COM ISTO, ACABA PERDENDO TODO O
FRUTO DO SEU TRABALHO (Pv 11.24-26)
A sentença
de Deus foi clara: “... não habitareis nas casas de pedras lavradas que tendes
edificado; nem bebereis do vinho das vides desejáveis que tendes plantado.” (vs 10; Mq 6.15 – este método de punição era muito usado por
Deus (Sf 1.13; Ag 1.6), o qual Deus disse que faria uso dele desde o princípio (Dt
28.30,33,38,39)). Apenas no milênio isto irá mudar (Am 9.14; Is 65.21,22). E tudo por que?
Ø
Aborreciam na porta ao que os repreendia (vs 10), armando-lhes laço (Is
29.21). Ou seja, tentavam destruir as verdadeiras testemunhas e os
juízes honestos;
Ø
Abominavam o que fala sinceramente (vs 10), tal como o rei Acabe (1Rs
22.8), tal como aqueles que são néscios (Pv 9.8;
12.1) e maus (Jr 36.23). Hoje,
as pessoas não são mais capazes de sofrer e suportar a sã doutrina (2Tm 4.3,4);
Ø
Pisavam o pobre (vs 11;
Am 2.6) → passavam por cima das necessidades legítimas deles, não se
importando em saber qual o propósito de tal vida;
Ø
Exigiam do pobre um tributo de trigo (vs 11) → exigiam do pobre aquilo que ele não podia
dar. Ao invés de tributar as pessoas a fim de promover aquilo que é em prol de
todos os membros da sociedade, tributavam os pobres a fim de sustentar a pompa
dos ricos. Mas isto é resultado do julgamento de Deus, já que nunca foi ideia
de Deus que os tributos fossem destinados a ajudar os pobres (já que isto é algo que cada um deve exercer particularmente –
Mt 22.39);
Ø
Afligis o justo (vs 12)
→ faziam de tudo para desviar o justo daquilo que Deus era na vida deles;
Ø
Tomavam suborno (vs 12)
→ vendiam a justiça ao que pagasse melhor. Em outras palavras, colocavam seu
caráter à venda, o que revela o quanto eles não valorizavam as virtudes que
Deus tinha lhes dado. Ou, pensando de outro modo, permitiam que, aqueles que
tinham causa injusta, libertassem a si mesmos, tapando os olhos para tudo o que
é direito (ver 1Sm 12.3). A verdade é que, quando
caímos ou nos colocamos nas mãos de alguém, só tal pessoa pode nos libertar,
sendo necessário, para isto, um resgatador (ver Lv 25.26-28)
que lhes converta bênção em maldição (como se deu em Dt 23.5).
Do contrário, tal perdão será apenas de boca.
Ø
Rejeitavam os necessitados na porta (vs 12) → dificultavam, ao máximo, o acesso dos
pobres à justiça (por exemplo, fazendo caro os custos dos processos
judiciários).
Como se
isto já não fosse pouco, eles não aceitavam repreensão (vs 10).
Abominavam qualquer um que dissesse a verdade. Temos que pensar que, se as
pessoas estão nos tratando mal é porque elas estão deduzindo algo mau a nosso
respeito. Logo:
Se isto é verdade, conserte;
Se não é, tente contornar a situação mostrando à
pessoa a importância dela para você e para Deus, sem jamais esquecer que é Deus
quem nos justifica (Sl 37.4,5; Rm 8.33; 1Co
4.3,4).
Ao invés
de enxergarem a importância de cada pessoa que Deus colocou em suas vidas e
lutarem para caminhar junto com cada uma delas com base em Sua Palavra, acham
mais fácil descartar aqueles que se lhes opõem. Contudo, temos que pensar que o
objetivo da nossa vida neste mundo não é adquirir recursos. Já reparou que as
pessoas que têm riquezas não conseguem usar quase nada delas (Ec 5.11)? Enquanto isto, outros são obrigados a
conviverem com pouquíssimo.
Contudo,
não somos nós que adquirimos os recursos. Antes, é Deus quem no-lo dá a fim de
que possamos construir relacionamentos eternos em Cristo por meio de Sua
Palavra.
Os pecados
deles, além de muitos, eram graves. Mas, acaso há diferença entre pecado e
pecado? Na consequência, sim. Ou seja, pecado grave é aquele que a pessoa faz
consciente de que está desagradando a Deus. No esforço de tentarem agradar este
mundo corrompido, resultante das modificações que as pessoas fizeram no planeta
para tentar fazê-lo próspero sem Deus, são excluídos todos aqueles que não são
capazes de prover algo útil para o sistema.
Vs 13 a 15 →... AO
INVÉS DE VIVER A PALAVRA DE DEUS EM FAVOR DO QUE DEUS QUER FAZER NA VIDA DE
CADA UM (COMO
FAZ O PRUDENTE), SE
RESTRIGE A SIMPLESMENTE FALAR A PALAVRA DE DEUS
Mesmo
fazendo tanta maldade, eles ainda achavam que Deus estava com eles (Mq 3.11). Como eles podiam pensar isto, se o
prudente era obrigado a guardar silêncio (vs 13) e o justo era
afligido (vs 12)? O tempo era mau (vs 13; e ainda é (Mt 6.34) e, portanto, hora de
entender a vontade do Senhor (Ef 5.16). Os justos não podiam ficar resignados,
como se a maldade fosse algo normal.
Mesmo que
o mundo não tenha conserto, se ele ainda não foi entregue ao fogo (2Pe 3.10-12) é porque ainda há pessoas para
enxergarem a Verdade que se acha oculta em meio a tudo que acontece à nossa
volta. Detalhe: é possível achá-la (Mt 10.26; Mc 4.22; Lc 12.2;
1Co 4.5) e ela está bem perto de nós (At
17.27,28; Rm 10.8). É só recebê-la (Jo
1.12).
Mas não é
para o prudente guardar silêncio (Am 5.13)? Sim!
Não é para querer brigar com o mundo e seus cidadãos. Antes, é para deixarmos
Jesus usar Sua boca a fim de chamarmos as ovelhas para fora do aprisco do materialismo e da religião (Jo 10.2-4).
Se eles (vs 14,15) amassem e buscassem o bem e, ao mesmo
tempo, aborrecessem o mal, eles viveriam
e poderiam ser contemplados com a compaixão de Deus (vs 15)
em favor dos que restassem (Êx 32.30; 2Rs 19.4; 2Cr
30.9). A expressão “resto de José” (vs 15)
deve-se ao fato de que tal profecia se deu após ao massacre promovido por
Hazael, rei da Síria (2Rs 10.32,33).
A
expressão de dúvida “talvez” no vs 15 deve-se ao fato de que é muito difícil ao
ser humano se adequar à vontade de Deus e achar lugar de arrependimento no
coração (Hb 12.16,17), e não apenas na mente (daí também tais expressões em Gn 16.2; Jl 2.14; At 8.22).
Isto também serve para despertar o zelo pela vontade de Deus no coração das
pessoas, já que elas poderão perceber que não se pode brincar com Deus (Gl 6.7), pecando e pedindo perdão.
Que fique
claro: rejeitar o mal não significa forçar todos a praticarem o bem, mas sim
estar disposto a ser usado por Deus para manifestar as riquezas da Sua glória (Rm 9.23), mesmo que seja necessário, por um breve
tempo, receber este mal (1Pe 1.6; 2.18-24; 3.8,9; 4.12-19).
Inclusive,
o amor sem hipocrisia (Rm 12.9) e a
verdadeira compaixão (Rm 12.1)
consistem em entregarem o corpo para amarem o bem e rejeitarem o mal (ver Is 1.16,17), sendo este o verdadeiro culto.
Inclusive, o verdadeiro significado de Igreja é a tenda do Criador, a qual Ele
prometeu a Davi (2Sm 7.13) que enviaria o Messias para
edificá-la (Mt 16.18; 1Pe 2.5).
Perceba
que não basta amar o bem. O mal precisa ser reprovado, já que Jesus veio para
desfazer as obras do diabo (1Jo 3.8). Mas
isto, não de modo escandaloso, como, supostamente, faziam os escribas. Antes,
individualmente, na vida daqueles que Jesus mostrasse (Mt
18.15-17).
Além
disto, considerando que os dias são maus (Ef 5.16), temos
que remir o tempo (Cl 4.5). Ao invés
de ficarmos agitados com males irremediáveis (1Jo
5.16,17), devemos lutar apenas por aquilo que Deus ordenar. Temos
que esperar pacientemente pelo tempo de Deus para dar livramento, permanecendo
em submissão silenciosa (Sl 39.8,9) até
que o mesmo chegue. Do contrário, poderemos ser dilacerados pelos porcos (Mt 7.6) que não suportam serem repreendidos (Pv 9.8).
Quem
tentar buscar em Jesus apenas nas coisas corrompidas do mundo, será usado para
promover as misérias deste (1Co 15.19). Buscar
o bem significa buscar o que é do alto (como manda Cl 3.1,2; Tg
1.16,17).
Vs 16 a 17 →... NÃO
CONSEGUE DISCERNIR O QUE REALMENTE ACONTECE QUANDO O SENHOR VISITA O SEU POVO
Uma vez
que era para buscar o bem e não o mal, era necessário arrependimento (2Cr 7.14) e conversão. Para tanto, era necessário
cada um sentir a sua miséria, lamentar e chorar por causa dela, converter o
riso em pranto e o alegria em tristeza (Tg 4.9).
E como,
naquela época, o coração do povo estava muito endurecido, Deus manda contratar
as carpideiras, em outras palavras, aqueles que sabiam prantear (Ec 12.5; Jr 9.17) a fim de que o ambiente de luto
crescesse em Israel e houvesse, quem sabe, oportunidade para que o povo fosse
despertado para uma transformação de caráter.
Contudo, a
situação de Israel era tão dramática que, nem mesmo ajuntando todas as
carpideiras disponíveis, seria suficiente para produzir tal quebrantamento de
espírito. Daí eles chamarem, não apenas os que sabiam, mas também os lavradores
que nada entendiam disto (vs 16).
Mas por
que tristeza? Porque é com a tristeza de rosto que o coração se faz melhor (Ec 7.3) e a tristeza segundo Deus opera
arrependimento para a salvação (2Co 7.9,10) e
permite que a vida de Jesus se manifeste na nossa carne mortal (2Co 4.10,11).
Daí a
associação da presença de Deus com o pranto em todas as vinhas (vs 16). As vinhas eram lugares de grandes festas,
principalmente na época da colheita. Porém, a verdadeira Palavra de Deus corta
mais do que qualquer espada de 2 gumes (Hb 4.12) e o amor
de Jesus nos constrange (2Co 5.14), de
modo que, aquilo que antes era motivo de alegria, passa a ser motivo de
vergonha e tristeza (Rm 6.21; ver Tg 4.8,9, onde
diz para que nossa alegria seja convertida em tristeza). Aliás,
considerando que a Palavra de Deus também é fogo que purifica prata e ouro (mais de 800 graus de temperatura – Ml 3.3) e martelo
que esmiúça o coração de pedra para colocar um de carne no lugar (Jr 23.29; Ez 11.19; 36.26).
Enfim,
para que Deus pudesse ter compaixão do remanescente de José, era necessário uma
mudança de conceitos e valores. Como eles estavam impregnados de tantas obras
más, daí a tristeza por toda a parte: praças, ruas, vinhas. Afinal, quando se percebe
que tudo que se tem, faz e é está contaminado e corrompido, a única coisa que a
se fazer é lamentar a miséria na qual se encontra.
Em outras
palavras, se eles quisessem o favor e a presença de Deus, deveriam estar
prontos para a correção que só traz alegria depois (Hb
12.11). A presença de Deus é algo maravilhoso quando estamos retos
aos olhos Dele (traz livramento – Êx 12.23). Do
contrário, traz medo (Gn 28.16,17; Dn 10.7; At
22.9) e dor (Êx 12.12; Na 1.12).
E o pior:
a palavra “portanto” no vs 16 nada mais é do que Deus profetizando que Israel
não ia atender à exortação dos vs 14 e 15.
A
expressão “o SENHOR, Deus dos Exércitos, o Senhor” (vs 16)
é um acúmulo de títulos para indicar que Sua soberania sobre todas as coisas é
o clímax, ou seja, o motivo principal pelo qual devemos buscar ao Senhor e
viver a vida que Ele nos der (e não a que queremos viver).
Ou seja, ao invés de buscar fugir ou resolver problemas, bem como obter prazer
através dos recursos materiais, a solução para toda a nossa insatisfação e
adversidades é a presença Dele nos dando o necessário a fim de que Ele possa
fazer em nós (e através de nós) o que é do Seu
agrado (lembre-se que a alegria do Senhor é que é a nossa
força (Ne 8.10) e beleza (Pv 15.3)).
Vs 18 a 20 →... DESEJA
A VINDA DO SENHOR PORQUE SUPÕE QUE SERÁ LIVRE DOS PROBLEMAS (OU, PARA SER MAIS EXATO, DAQUELES
QUE CHAMAM DE PROBLEMAS)?
O povo
estava tão revoltado com as autoridades e desejando alívio, que desejava
ardentemente a vinda do Senhor (vs 18), sem se
preocupar com o fato de que a mesma ira significar trevas e morte na vinda de
muitos. Israel não conseguia aceitar o que já vinha sendo pregado acerca do dia
do Senhor. Eles achavam que o mal iria cair apenas sobre a vida dos outros (Jr 30.7; Jl 2.2; Sf 1.15), ignorando que Deus não
faz acepção de pessoas (Dt 10.17; 2Cr 19.7; At
10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; 1Pe 1.17).
Ora, como
um servo de Deus pode ter tanto prazer no mal dos outros, sabendo que Deus não
entristece ninguém de bom grado (Mq 7.18) e que
Jesus deu Sua vida na cruz justamente para livrar os pecadores do mal a que
estavam destinados (Jo 3.16; Rm 4.25)?
Logo, ao perguntar: “Para que desejais vós o Dia do SENHOR?”, Deus estava
levando-os a pensar na maldição que estava para cair sobre eles. Não conseguiam
perceber o valor de uma vida e, obviamente, o prejuízo que é a morte, mesmo de
um bandido (note a responsabilidade em cuidar da figueira
que pesava sobre aquele que foi contratado para cuidar de uvas num
terreno repleto de pés de uva - Lc 13.6-9).
Afinal, a
presença de cada um aponta para algo particular que Deus deseja fazer. Querer
eliminar uma vida é se rebelar contra o plano de Deus em mostrar as riquezas da
Sua glória nos vasos de misericórdia (ver Rm 9.22,23).
Ai
daqueles que desejam trevas para os outros (vs 18)! Jamais
poderá receber o bem de alguém, já que ninguém pode dar o que não tem (ver Lc 6.45). Como alguém pode nos dar algo bom, se
ela só enxerga o mal e se tudo que ela considera como bom é, na verdade algo
ruim (Is 5.20)? Como alguém pode desejar um
dia que ninguém sabe a finalidade do mesmo, já que são poucos os que sabem a
verdade, e cada um fala algo diferente, a fim de iludir e atrair discípulos
após si (At 20.30; Gl 4.17; Ef 4.14)? Com isto,
aqueles que são sinceros, na maioria das vezes, estão sinceramente enganados (ver Gl 6.3)? Você tenta fugir de uma pessoa má e
acaba se deparando com outra ainda pior, correndo o risco de ser envenenado até
mesmo em casa (vs 19; veja Jó 20.24; Is 24.18; Jr 48.44).
Que fique
claro: não devemos fugir das pessoas, nem nos apoiarmos em ninguém, mas buscar
de Deus aquilo que Ele tem para nós através da vida daquela pessoa e o que Ele
colocou em nós para ela.
A verdade
é que, para quem foge do julgamento de Deus, continua cheio de brechas em sua
alma, as quais constituem excelente esconderijo para os parasitas da alma (ver Ap 18.2,3). Se fugirmos de um, outro estará
pronto para nos atacar (vs 19).
Não
podemos fugir dos males, nem querer acabar com os mesmos. Nem sempre eles têm
solução (ver 1Jo 5.16,17). É preciso ouvir a
voz de Deus para nos prepararmos para a mudança que Deus quer promover, ou para
o que Ele quer de nós quando algo precisar acontecer até que se cumpram as
palavras de Deus (Ap 17.17).
Além
disto, já pensou no motivo pelo qual Jesus ordena que amemos os inimigos (Mt 5.44)? Porque são eles que nos leva a crescer. A
prova de que o ser humano não foi feito para tranquilidade é que Deus fez de
nós soldados (2Tm 2.3,4). Nenhuma bênção de Deus é
para trazer tranquilidade e conforto. Inclusive, se você receber alguma bênção
que não o desafiar a ser uma pessoa melhor, com certeza tal bênção não é de
Deus.
No
entanto, Israel ficava esperando, ansioso, que Deus se apressasse e acabasse
Sua obra, a fim de que eles pudessem vê-la (Is 5.19; como em Jr 17.15).
Não pensavam (ou não queriam aceitar) que a bênção,
talvez, não fosse para eles, mas sim para seus descendentes (Hb 11.39,40; 1Pe 1.10-12). Daí o mal tomar conta do
coração deles, de modo que passassem a dizer que a Palavra que Deus falava, de
tão longe que estava o seu cumprimento (como se deu em Ez 12.27),
iria acabar no esquecimento (Ez 12.22).
Detalhe:
trevas é sinônimo de apostasia. Ou seja, o que caracteriza a proximidade da
vinda do Senhor é uma prosperidade egoísta (Lc 17.26-30) e o
desvio da fé verdadeira (2Ts 2.1-3).
Vs 21 a 24 →... NÃO
TEM INTERESSE EM VIVER O JUÍZO E JUSTIÇA DE DEUS NA VIDA DO PRÓXIMO, MAS APENAS
ADORÁ-LO COM RITUAIS
As pessoas
acham que cultuar a Deus é algo separado das atividades corriqueiras, como se
as mesmas tivessem sido dadas para nos afastar Dele. Não acha isto uma
incoerência? Como Deus poderia nos ter feito com necessidades que,
supostamente, servissem apenas para nos manter ocupados com as coisas desta
vida e roubar nosso tempo com Ele?
Amós
condena Israel por duas razões:
Por estar tentando agradar a Deus com
sacrifícios, sem se preocupar com a obediência (Is
1.11-18);
Por estar ofertando a Deus sacrifícios
corrompidos (tal como na época de Malaquias – Ml 1.7,8,12;
2.3).
A ideia
era que buscássemos a justiça Dele a cada instante, para a vida de cada pessoa.
A partir do momento que não existe interesse em ver a o juízo e a justiça de
Deus fluindo como um rio perene (Mq 6.8), então
qual é a finalidade de festas sagradas, assembleias solenes, sacrifícios,
ofertas, cânticos (vs 21 a 23; Lv 26.31; Pv
21.27; Jr 6.20; Os 8.13; Mq 6.6,7)? Sem obediência e retidão, Deus
não gosta nem que ore (Is 1.15), oferte (Is 1.12; Ml 2.13), pronuncie Sua Palavra (Sl 50.16), nem lhe faça qualquer outra coisa (1Sm 15.22; Sl 66.18; Os 6.6).
Já reparou
a quantidade de conflitos que existe nas instituições religiosas? É Deus
aborrecendo estes cultos, a fim de que todos percebam que não estão Lhe
agradando (note que Deus diz “vossas” festas, “vossas”
assembleias solenes, ao invés de dizer “minhas”).
Basta
pensar que Deus não é Deus de confusão, mas de paz (1Co
14.33). Deus não quer ser bajulado, mas sim lembrado nas mínimas
coisas, nos detalhes do dia a dia. Ao invés de sairmos por aí nos desgastando
em uma enorme quantidade de tarefas (Is 47.13; 57.10; Lm 2.14),
enganando-nos a nós mesmos (como se deu com os obreiros
da iniquidade – Mt 7.21-23; Lc 13.23-28), pensando que estamos
alegrando o coração de Deus, se empenhe em entender (Ef
5.17) a vontade do Senhor para que você não seja reprovado na boa
obra.
Quando
Deus diz “afasta de mim...” (vs 23), a ideia é
a de alguém que foi sobrecarregado com rituais vazios e fúteis, repleto de
coisa imunda e deseja, desesperadamente, ficar livre de tudo isto.
Vs 25 a 27 →... NÃO
PERGUNTA A SI MESMO: A QUEM ESTOU CULTUANDO? O OBJETIVO FINAL É AGRADAR A DEUS,
OU SER AGRADADO POR ELE?
Tal como
hoje, muitos achavam que estavam cultuando a Deus (Mt
7.21-23; Lc 13.23-28) quando, na verdade, estavam cultuando a eles
mesmos através dos deuses que eles criaram (vs 26; (Dt 32.17; Js 24.14;
Ez 20.8,16,24; At 7.42; Is 43.23):
Estabeleceram reis sem o consentimento de Deus (Os 8.4);
Os deuses deles eram tão numerosos quanto as
suas cidades (Jr 2.28);
Até dentro do templo estavam as contaminações
deles (Ez 8.10-16).
Urge salientar
que a pergunta “Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por
quarenta anos, ó casa de Israel?” não significa que eles não estivessem
oferecendo algo a Deus. Como se vê em Êx 24.4, eles ofereciam sacrifícios a
Deus. O problema, contudo, é que eles levavam, às escondidas, ídolos consigo (vs 26; como se deu em Ez 20.39). De modo que, embora
eles seguissem as ordenanças de Deus corretamente (enquanto
estavam no deserto), estavam praticando transferência de identidade,
ou seja, adorando a Deus como se Ele fosse um dos ídolos do Egito. Embora
Moisés soubesse que eles estavam em rebeldia (Dt
31.21,27), é bem provável que ele não soubesse os detalhes. A
verdade é que, ou nossa felicidade está na companhia do próprio Deus, ou estará
naquilo que Ele tem para nos oferecer.
Inclusive,
o fato de Deus se proclamar Aquele que criou as estrelas, se deve ao fato de
eles adorarem a estrela do Deus renfã (Am 5.8; At 7.43).
De igual modo, ao se proclamar Senhor dos Exércitos (Am
5.14) e “o que faz súbita destruição sobre o forte” (Am 5.9), Ele estava dizendo que não havia
necessidade de eles levarem consigo um rei (vs 26), já que
Ele é poderoso para guiar e salvar. Veja que o desejo de ter um rei carnal já vinha
sendo alimentado no coração deles desde o êxodo. Até que, na velhice de Samuel,
eles tiveram permissão, para ruína deles, de escolher quem haveria de governar
sobre eles (1Sm 8.7,19,20).
Eles
queriam que Deus fosse como estes falsos deuses. Tanto que Miriã, ao promover
um dança junto com as outras mulheres (Êx 15.20), tomou
como base o modo dos egípcios prestarem culto aos seus deuses.
Já que eles
queriam servir a criatura, Deus permitiria que eles fossem servir a estranhos além
de Damasco (vs 17); Estêvão, contudo, confirma que
era para além de Babilônia (At 7.43), o que
confirma que o cativeiro predito (Am 4.3; 6.14) era
na Assíria, o qual começou a se cumprir quando Tiglate-Pilezer, a serviço de
Acaz, rei de Judá, invade Israel e a Síria (2Rs 15.29; 16.9; Is 8.4).
Aqui cita
“para além de Damasco” (vs 27) porque a
estrada que ligava Israel a Assíria passava por Damasco, que eles conheciam bem
e temiam, em vista da invasão por Hazael, rei da Síria (2Rs
10.32,33; 13.7).
Já que eles
não queriam negar a si mesmos, suprindo seus desejos e necessidades em Cristo,
fazendo Dele seu motivo de alegria, de modo que apenas Jesus fosse visto, nada
melhor do que ir para um lugar onde o homem é honrado. Muitos buscam isto, como
se a fama fosse a melhor coisa do mundo. Contudo, esta só serve para separar
ainda mais as pessoas:
Àqueles que conseguem atingir a fama, é imposto
o fardo de carregar a sociedade nas costas e sustentar uma imagem. A bem da
verdade, cada um, hoje, vive o vs 26, fazendo uma imagem de si mesmo diante do
público e carregando isto nas costas, completamente incapaz se de ver livre
desta carga. Sua alma entrou em cativeiro (Is 46.2) e clama
para poder sair, não consegue achar o caminho;
Aos que não conseguem atingir a fama, querem
viver às custas daqueles que conseguiram. Não conseguem, nem têm interesse em
criar algo novo. Não têm nenhuma expectativa boa da vida.
Seja qual
for o caso, a felicidade se acha longe de todos.
Alguém pode
questionar: mas por que é que aqueles que alcançaram a fama não buscaram
alcançar a felicidade sendo autênticos? Simples: porque o sistema é quem
determina o tipo de pessoa que lhe convém e muitas, por causa dos privilégios
prometidos, desistem de si mesmos para serem o que jamais deveriam ser.
AMÓS 6 → SERÁ AMALDIÇOADO POR TENTAR ENCONTRAR SUA VIDA NESTE MUNDO (Mt 10.39). TAL PESSOA FARÁ MAU USO DA PALAVRA, BÊNÇÃOS, DONS, TALENTOS E JUSTIÇA DE DEUS. Isto porque...
Vs 1 a 6 →... A
VIDA REGALADA ENSOBERBECE E ENDURECE O CORAÇÃO, A PONTO DE NINGUÉM SE IMPORTAR
COM O PRÓXIMO, MAS FAZER USO DO PODER JUDICIÁRIO SÓ PARA EXTORQUI-LO, SUPONDO
QUE, COM ISTO, AFASTARÁ O DIA MAU
Eis o
motivo dos israelitas estarem sendo repreendidos e amaldiçoados (vs 1):
Andam à vontade em Sião (vs 1).
É bem visto pelo povão, considerado com benfeitor por fazer bem a si mesmo (ver Sl 49.18; Lc 6.24; 22.25);
Vivem sem receio no monte de Samaria (vs 1). Trata-se de homens notáveis da principal das
nações, aos quais vêm a casa de Israel. Samaria e Sião eram consideradas pelo
povo de Israel e Judá, respectivamente, como a principal das cidades, o lugar
para onde deveriam se dirigir aqueles que tinham alguma questão a tratar.
É bom lembrar que, naquela época, Samaria gozava de grande
prosperidade e a elite vivia tranquila em meio à prosperidade terrena;
Imaginais estar longe o dia mau (Am 9.10) e fazeis chegar o trono da violência (vs 3; Am 6.12) (fizeram um trono para a
violência – Sl 94.20). Por acharem que jamais seriam julgados por
toda maldade (parecia que ia demorar o cumprimento da Palavra
de Deus - Ez 12.22,27), iam fazendo leis para fortalecer os mais
fortes e enfraquecer os mais fracos (Is 10.1).
Dormis em camas de marfim (Am
3.15), e vos espreguiçais sobre o vosso leito (vs 4).
Conseguiam dormir tranquilamente, sem se importar com a causa do pobre e do
necessitado;
Comeis os cordeiros do rebanho e os bezerros do
cevadouro (vs 4). Quem come demais está comendo o
pão de outro (compare com a “santa ceia” de Corinto (1Co 11.21));
Cantais à toa ao som da lira (vs 5; Is 5.12). Se alegravam do nada (Am 6.13);
Inventais, como Davi, instrumentos músicos para
vós mesmos (vs 5). Só inventavam aquilo que lhes
convinha. Contudo, usavam o nome de Davi para justificar seus cultos luxuosos,
já que ele era, para Israel, o exemplo de que um cantor, músico ou poeta
deveria ser (2Sm 23.1; 1Cr 23.5; Ne 12.36).
No entanto, enquanto ele desenvolveu suas habilidades
musicais nos momentos de paz para louvar a Deus, o povo de Israel estava
buscando prazer egoísta, enquanto a ira de Deus pairava sobre a nação;
Bebeis vinho em taças, como cães gulosos que não
se podem fartar (vs 6; Is 56.10-12). Só querem explorar
os outros para adquirirem mais ocasiões para festejar;
Vos ungis com o mais excelente óleo (vs 6). Tentando aplacar o mau-cheiro que exalava do
interior deles (ver Mt 23.27; 2Co 2.14-16).
Enquanto a
elite vivia na prosperidade deste mundo, ninguém se afligia com a ruína de José,
ou seja, com o sofrimento dos necessitados. Tampouco estavam interessados no
mal que haveria de vir sobre a nação inteira (ver Sl
60.2; Ez 34.4). O fato de achar que o mal não o atingirá, torna a
pessoa negligente quanto ao bem (Ec 8.12,13; Is 47.8,10; Sf
2.15; Mt 24.48). Basta pensar que o povo de Israel, de igual modo,
estava fazendo os mais pobres de escravos (Am 2.6) a fim de
vendê-los (Am 8.5,6).
A aflição
de José lembra quando José foi lançado na cova sem água (Gn
37.24). Enquanto José agonizava, seus irmãos se assentavam para
comer pão (Gn 37.25) e decidir o destino dele.
A sensação
de segurança do povo religioso, por estar numa das nações mais proeminentes da
época, os fizeram ir em busca de uma vida regalada, sem qualquer preocupação
com os necessitados. E o pior: se
achavam melhores que os outros reinos.
O vs 2
constitui um parênteses. Calné foi derrotada pela Assíria (Is
10.9) e Hamate primeiro subjugada por Jeroboão II (2Rs 14.25) e depois pela Assíria (2Rs 18.34). Ambas eram duas importantes cidades da
Síria. Gate também era cidade proeminente, que foi conquistada por Uzias (2Cr 26.6). Deus estava querendo mostrar que, assim
como estas cidades de destaque seriam destruídas, eles também seriam. Se países
menores foram alvo da cobiça da Assíria, quão dirá países bem maiores, como
Israel e Judá.
Israel não
deveria supor que, por estar gozando de um momento de prosperidade, seria
poupado da tragédia. Inclusive, por aqui pode-se ver que, quanto mais recursos
as pessoas adquirem, mais fácil fica para elas se tornarem egoístas e más. Isto
porque, ao invés de usarem os recursos para ajudarem os outros, eles agora se
sentem obrigados a se esforçarem para conservarem o que pensam ter, além do
desejo que surge de adquirir mais.
Vs 7 a 11 →... ÀQUELES
QUE PENSAM EM ACHAR SUA VIDA NESTE MUNDO (Mt 10.39), NÃO É PERMITIDO CULTUAR AO CRIADOR. OS TAIS PERDERAM SUA VERDADEIRA
VIDA E NÃO TÊM MAIS ALMA PARA COMUNICAR
Por causa
da indiferença para com os sofredores e pobres, o Criador iria permitir que
eles fossem levados cativos para que os festins dos banqueteadores cessassem (vs 7) e os palácios onde os mesmos acontecem, fossem
destruídos.
Não há o
que pensar: quem busca conforto material, quer motivos para não ter que pensar
no próximo, independente se mora em uma casa grande ou pequena (vs 11). Isto mais uma vez confirma a impiedade de
todos, independente da classe social (vs 11) e explica
o motivo pelo qual ambas as casas seriam destruídas.
Daí a
destruição de tudo, o cativeiro e o fim do culto.
A situação
era tão dramática e imutável que Deus fez questão de jurar 3 vezes:
“Jurou o SENHOR Deus por si mesmo, o SENHOR, Deus dos Exércitos, e disse: Abomino a
soberba de Jacó e odeio os seus castelos; e abandonarei a cidade e tudo o que
nela há.” (Am 6.8);
“Jurou o Senhor DEUS, pela sua santidade, que dias estão para vir
sobre vós, em que vos levarão com ganchos e a vossos descendentes com anzóis de
pesca.” (Am 4.2);
“Jurou o SENHOR pela glória de Jacó: Eu não me esquecerei de todas as suas obras
para sempre.” (Am 8.7).
Isto nos
faz lembrar 2 outras ocasiões semelhantes:
“Jurou
o SENHOR dos Exércitos por si mesmo, dizendo: Ainda que te enchi de
homens, como de lagarta, contudo levantarão gritaria contra ti.” (Jr 51.14);
“Porque,
quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem
jurasse, jurou por si mesmo,” (Hb 6.13).
Embora toda
Palavra de Deus seja séria e verdadeira, o juramento é uma forma de fortalecer
aquilo que já é forte em si mesmo e colocar em evidência aquilo que Deus quer
mostrar. No caso em questão, mostrar (vs 8):
O quanto era abominável a soberba de Jacó, a
saber, os seus santuários (principalmente o templo – Jr
7.3; Ez 24.21). Eles se vangloriavam de serem os portadores da
revelação de Deus (Rm 3.1,2,9; 9.4,5),
seus escolhidos;
O quão odiosos eram os castelos de Israel, já
que eles estavam sendo construídos com a exploração dos mais fracos, e isto
para armazenar o que eles extorquiram e roubaram deles (Am
3.10,15). E pensar que tais casas, outrora, fora objeto da alegria
de Deus (Sl 48.3,13; 87.2);
A rapidez com que a cidade (tanto
Samaria quanto Jerusalém) seria abandonada, com todos e tudo o que
nela há.
E de fato
isto funciona. Uma das coisas que todo ser humano deseja é estabilidade,
certeza, segurança. E, se o próprio Deus faz questão de dar esta certeza, de
modo duplo, quão dirá nós.
Se
queremos que as pessoas confiem em nós, devemos dizer sempre a verdade e sem
mudarmos de posição (1Tm 3.8; Tg 1.5-8).
Afinal, se Deus não muda, também não devemos mudar. Mesmo porque, tudo que não
provém de fé é pecado (Rm 14.23).
E note
como funciona. No que Deus jurou por 3 vezes e eles viram a destruição
acontecendo, o parente chegado, quando vê que aquele que estava no interior da
casa ia mencionar o nome do Senhor, na mesma hora intervém, dizendo que eles
não tinham autorização de fazer menção do nome Dele, sob pena de que a casa
grande viria a ser destroçada em ruínas e a pequena, feita em pedaços (vs 11; Am 3.15). Sem contar que os 10 que restassem
dentro de uma casa, poderiam morrer, nem que fosse de peste (Jr 24.10; 44.13; Ez 6.11).
A maldade
era tanta, que eles não podiam nem mencionar o nome do Senhor (vs 10). Antes, quem fosse prudente deveria guardar
silêncio (Am 5.13) a fim de não ser precipitado
em pronunciar nenhuma palavra diante de Deus (Ec
5.1-3). Afinal, já pensou que tragédia comprometer-se com Deus em
algo mau? Neste caso, mesmo com dano nosso (Sl 15.4), não
podemos mudar (ver Js 9.19; 11.35; Sl 15.4; 1Tm 3.8),
sob pena de acontecer o mesmo que se deu na época de Davi (2Sm
21.1,2). Até quando fossem enterrar alguém, eles deveriam guardar
silêncio (Am 8.3) para não correr o risco de
usar o nome do Senhor em vão (Êx 20.7). Naquela
época era comum entoar lamentações pelos mortos. Contudo, em muito destas
lamentações o nome do Senhor era proferido (2Sm 1.17-27; Cr 35.25).
Daí o tio mandar a pessoa se calar: para não entoar lamentações.
Eles, que
se orgulhavam de serem o povo do Senhor, agora teriam medo até mesmo de
agradecerem a Deus por terem sobrevivido (terror semelhante acontecerá
em Ap 6.16).
Alguém
poderia questionar: como é possível que restassem 10 pessoas numa casa? Por que
o inimigo não haveria de destruí-los também? A menos que fosse num vilarejo
pobre. Trata-se, todavia, de um número simbólico (Lv
26.26; Zc 8.23; Mt 25.1; Dt 33.2; 1Co 4.15; 14.19; Ap 2.10; 12.3; 13.1; 17.3;
Mt 18.24; Lc 14.31; 15.8; 19.13), indicando que, não importa o
esforço que eles fizessem para fugir da perseguição do inimigo: enquanto se
mantivessem em rebeldia, morreriam de uma forma ou de outra.
Inclusive,
por aqui podemos perceber que até mesmo os pobres exploravam seus companheiros
de pobreza. Ao invés de se unirem ao Senhor e uns com os outros para, juntos, amadurecerem
e crescerem, preferiram ajudar os ricos a prejudicarem os outros (e a si mesmos, ainda que não percebessem isto), em
troca de um salário miserável (Am 4.1; Sf 1.9).
Urge
ressaltar que o parente chegado não foi enterrando eles como era normal (Gn 25.9; 35.29; Jz 16.31), mas os queimou. Talvez um
ato de desespero, para evitar contaminação (isto lembra - 1Sm 31.12,13)
através de uma possível peste, como mencionado acima. Também é oportuno
salientar que, ao contrário do rei de Edom que queimou os ossos por completo
por ruindade (Am 2.1), aqui queimou apenas a carne
para impedir a putrefação (tanto que estavam levando os
ossos para fora de casa – vs 10).
O fato de
o parente mais próximo de um dos 10 ser um tio, mostra que, mesmo que alguém
escapasse dos inimigos e da peste, viveria para ver a dor, sofrimento e morte
do que tanto amava (isto, muitas vezes, é pior
do que morrer – ver Jr 20.17,18). E quanto ao único sobrevivente dos
10 que restaram na casa (vs 10), que
tristeza é viver vendo as pessoas próximas a si (talvez
até entes queridos) padecerem, morrerem e, por fim, serem
enterrados.
Como todos
os 10 deveriam morrer (vs 10), o tio
achava que, se permanecessem calado, quem sabe poderiam ser poupados da morte.
Ignoravam que, quando Deus envia Sua Palavra, ela se cumpre cabalmente: não
volta vazia (Is 55.10,11).
Vs 12 a 14 →... A
VERDADEIRA JUSTIÇA É A ÚNICA COISA CAPAZ DE ALEGRAR O CORAÇÃO, SENDO IMPOSSÍVEL
SEPARÁ-LADA COMPAIXÃO E MISERICÓRDIA (JAMAIS SENDO BUSCADA EM PROVEITO PRÓPRIO – VER Is 59.4).
Quem se
considera forte, procura se alegrar do nada (vs 13),
só para não ter compromisso com a justiça. Afinal, justiça e juízo amargos são
a garantia desta falsa prosperidade.
O fato de
não querer precisar de ninguém, torna a pessoa dura como rocha, impossível de
ser arada pela Palavra de Deus e de aceitar a luz. No que, através de Jeroboão
de Jeoás (2Rs 14.25), eles conseguiram derrotar
os inimigos (pela própria força deles – vs 13),
eles passaram a se achar fortes o suficiente para vencerem tudo e todos
sozinhos e, assim, conquistarem o poder, ou seja, a capacidade de realizar
trabalho. No entanto, que serventia pode ter um trabalho, quando o objetivo não
é compartilhar o mesmo (juntamente com seus frutos)
com o próximo?
Assim como
é impossível cavalos correrem na rocha e de bois a lavrarem, é inadmissível que
a verdadeira justiça seja algo venenoso e amargoso como absinto (Ap 8.11). Que adianta tombar a balança da justiça
para o nosso lado, quando o que realmente tem valor sempre fica do lado oposto
da balança? Por não enxergarem isto, multiplicavam palavras, jurando falsamente,
a fim de fazerem alianças (Os 10.4) malignas
para atrair este juízo amargoso para junto de si (vs 12; Am
5.7).
No que
eles traíam a verdadeira justiça, eles estavam impedindo a bênção de Deus de chegar
ao Seu povo, o que fazia deles, pessoas malditas. Eles estavam se comportando
como rocha dura (Ez 11.19; 36.26), na qual Seu favor
não pode correr, nem arar. A verdade é que, quem não aceita ser cultivado como
campo, será abandonado como rocha.
A verdadeira
justiça só nos leva a nos alegrarmos com aquilo que é bom para o caráter de
todos. A verdadeira justiça jamais se conforma que alguém seja prejudicado, nem
se alegra quando alguém precisa ser punido. Antes, considera o fim de um ser
humano sem Cristo, uma grande perda.
A
verdadeira justiça não necessita de vinho (vs 6), música (vs 5), banquete (vs 4) ou luxo
para forçar uma alegria no coração. Antes, ela é a verdadeira alegria daquele
que crê (1Co 13.6).
No final, a
opressão que tanto temem será a recompensa deles. Note como, mais uma vez o
inimigo não é citado: justamente para dar ocasião a novos candidatos no futuro.
Jeroboão de
Jeoás tinha acabado de conquistar para Israel, a terra desde a entrada de Hamate
(cidade da Síria, limite norte da terra que Deus deu para Israel
– Nm 34.7-9) até o mar da planície (vs 14;
2Rs 14.25). Em outras palavras, Deus estava dizendo que eles não
deveriam se alegrar com a terra recentemente conquistada, pois ela seria o
ponto de partida da invasão do exército Assírio (o que
realmente aconteceu – 2Rs 17.24; 18.34). E pensar que, na época de
Salomão, ele celebrou uma festa desde a entrada de Hamate (limite
norte de Israel) até ao rio do Egito (limite
sul prometido por Deus a Israel).
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