A VERDADE SOBRE O BATISMO NA ÁGUA
1 – Introdução
Já reparou como há muita confusão religiosa em torno deste tema.
Sempre que você vir o sistema religioso discutindo fervorosamente sobre um
determinado tema, pode estar certo de que ele está tentando desviar tua atenção
para aquilo que não tem tanta importância (isto quando o
assunto tem importância).
Se debate acerca de:
1.
Como deve ser o batismo;
2.
Quem tem autoridade para batizar;
3.
A partir de que idade a pessoa pode batizar;
4.
Quanto tempo deve a pessoa ser discipulada antes de batizar;
5.
Qual a fórmula batismal correta;
6.
Qual o verdadeiro significado do batismo.
Tanta confusão e guerra teológica em torno deste tema e, enquanto
isto, o amor a Deus e ao próximo tem sido negligenciado (ver
Lc 11.41,42). Com relação, em particular ao item quatro, a finalidade é
batizar apenas quem converteu. Eu te pergunto: como saber que a pessoa
realmente converteu?
Todavia, batismo na água não passa de uma prática ritual de
lavagem com a suposta finalidade de purificação ou iniciação. Também chamado de
ablução.
Diante disto, vem a pergunta: será que isto é verdade?
2 – Qual a importância do batismo
para os judeus?
·
“E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por
que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João
respondeu-lhes, dizendo: eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem
vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual
eu não sou digno de desatar a correia da alparca.” (Jo
1.25,26).
Por
este versículo podemos ver o quão importante era, para os judeus (em particular os líderes religiosos), o fato de João estar batizando.
Do contrário, eles não questionariam acerca da identidade dele. Na mente dos
membros do sistema religioso só poderia batizar quem fosse profeta ou o
Messias.
Vem
a questão: qual a importância da água na cultura e religião judaica da época de
Jesus?
·
“E um homem limpo ajuntará a cinza da
novilha, e a porá fora do arraial, num lugar limpo, e ficará ela guardada para
a congregação dos filhos de Israel, para a água da separação; expiação é.”
(Nm 19.9)
– esta água deveria
ser espargida sobre quem tocasse em algum morto ou numa sepultura, bem como
sobre a tenda e os móveis onde um morto fosse encontrado.
·
“Porque, havendo Moisés anunciado a todo
o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e
dos bodes, com água, lã purpúrea e hissope, e aspergiu tanto o mesmo
livro como todo o povo, dizendo: este é o sangue do testamento que Deus vos tem
mandado. E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos
do ministério. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue;
e sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hb
9.19-22) – Foram
aspergidos sangue e água sobre o tabernáculo com todos os seus vasos, bem como
o livro da lei e o povo. E depois o Espírito Santo visitou o mesmo com Sua
nuvem de glória (Êx 40.34,35), o que lembra (1Jo 5.8).
·
“Mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem
sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; dando nisto a
entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava
descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo, que é uma
alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto
à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço; consistindo
somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne,
impostas até ao tempo da correção.” (Hb 9.7-10) – ablução = lavagem do corpo ou
parte dele.
O fato
de, constantemente, estarem sendo oferecidos holocaustos, ofertas e abluções
pelo pecado era prova de que o caminho para o santuário continuava encoberto. Isto
ensina que não devemos nos aproximar de Deus sem morrermos para nós mesmos (Mt 16.24)
e nada havia que o sistema religioso pudesse fazer em prol disto. Como a
consciência da pessoa não tinha sido aperfeiçoada, a presença de Deus só trazia
condenação. Com base nisto, podemos concluir que a salvação não depende do
desejo da pessoa em ser salva, muito menos em seu esforço para conquistar a
salvação (Rm 9.16).
O
grande desafio não é fazer coisas para agradar a Deus, mas sim ter prazer Nele
e no que Ele tem para operar em nós e através de nós. As abluções, incluindo o
batismo, é uma tentativa da carne de se justificar. Podemos ver isto em Pedro:
·
“Jesus, sabendo que o Pai tinha
depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para
Deus, levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se.
Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a
enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão
Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus, e
disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar,
não tens parte comigo.” (Jo 13.3-8).
Note
que Pedro queria seguir Jesus, mas com o mesmo espírito das sete mulheres de Is
4.1: buscando justificar a si mesmo. É muito mais fácil confiar num ritual
físico que está dentro dos nossos limites e controle do que se sujeitar a
alguém (ainda mais quando se trata do próprio Deus). É difícil entregar o controle
nas mãos de Deus.
Não é
em vão que João diz que quem não ama a seu irmão não ama a Deus (1Jo 4.20,21).
Afinal, se não tentamos nos sujeitar nem mesmo a um ser humano (onde um cede daqui e o outro de lá, como numa barganha), jamais perceberemos o óbvio:
que para agradar a Deus não adianta fazermos acordos. Apenas aceitando a
aliança Dele poderemos ser salvos, e isto implica em nos negarmos por completo.
Talvez
você questione: “mas, aparentemente, foi Deus quem o batismo nas águas”.
Todos
os rituais do Antigo Testamento foram ordenados por Deus e, ainda assim, não
justificavam aqueles que os praticava. Pelo contrário, só geravam canseira (ver Ml 1.13),
afastavam as pessoas ainda mais de Deus (Gl 5.4), as enchia de pecados (Rm 7.7-11; Tg 2.10)
e as tornava malditas (Gl 3.10).
·
As
mesmas janelas do céu que se abriram para derramar o dilúvio sobre a terra
também era símbolo de bênção, já que a chuva era necessária para a colheita (Ml 3.10,11).
Por outro lado, a provisão abundante é ocasião para temor, cova e laço (Is 24.17,18),
já que estimula a cobiça (Pv 1.19; 1Tm 6.9-11).
·
“Por que transgridem os teus discípulos
a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão.” (Mt 15.2);
“E estavam ali postas seis talhas de
pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou
três almudes.” (Jo 2.6);
Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o
interior está cheio de rapina e de iniqüidade. Fariseu cego! Limpa primeiro o
interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.” (Mt 23.25,26);
E o Senhor lhe disse: agora vós, os
fariseus, limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso interior
está cheio de rapina e maldade. Loucos! Quem fez o exterior não fez também o
interior? Antes dai esmola do que tiverdes, e eis que tudo vos será limpo.” (Lc 11.39-41)
– O problema é que o líderes religiosos estavam comendo e bebendo à custa da
exploração dos pobres (por exemplo, as viúvas – Lc
20.46,47). Se
eles pensassem em dar a cada um exatamente o que este precisa (que Deus colocou em sua despensa para ele – Mt 24.45; 1Co 4.1-2;
1Pe 4.10), eles
não usariam as leis para criticar e desprezar as pessoas, mas para ver em que
elas precisavam ser salvas. Deste modo, não julgariam as pessoas por não
seguirem tradição de homens (Jo 2.6), muito menos sujariam interior deles
querendo parecer justos diante dos homens (Lc 16.15);
·
“Então
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias
e de todos os vossos ídolos vos purificarei.”
(Ez 36.25).
Entendendo que
muitas destas imundícias eram ocasionadas por situações que eram alheias à
vontade da pessoa (menstruação ou doenças como
lepra ou algum líquido fluindo da sua carne) ou até como consequência de algo natural (lamentar a morte de um parente querido), bom (ajudar alguém
com uma das doenças acima)
e até vital (sêmen da cópula) ou ordenado por Deus (no exercício do sacerdócio), isto implica em não sermos mais censurados quando fazemos
a vontade de Deus (Rm 14.16; 1Co 10.30) ou abençoamos alguém, muito
menos quando somos vítimas de circunstâncias desagradáveis que nos torna
abomináveis aos olhos de Deus e de todos, mesmo sem ter feito nada para merecer
isto.
·
“Vós
já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.” (Jo 15.3) – O que nos limpa é a Palavra que
Jesus nos fala pessoalmente (Is 55.10,11), e não as que os líderes
religiosos falam, por mais certas que sejam;
·
“Jesus respondeu, e disse-lhe: qualquer
que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu
lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma
fonte de água que salte para a vida eterna.” (Jo
4.13,14) – Quem
bebe daquilo que Jesus dá, e não daquilo que os outros nos dão ou do que
gostamos e colocamos para dentro (tipo por exemplo, os shows
gospel que muitos participam).
Detalhe: quem bebe da Água Viva nunca mais tem sede. Daí a vida Dele ser
chamada de vida eterna. No entanto esta vida está escondida com Jesus (e Seu corpo)
em Deus, ou seja, naquilo que diz respeito a Ele (Cl 3.3).
·
“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e
clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como
diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do
Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo
ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (Jo 7.37-39)
– O Espírito Santo genuíno é dado apenas por Jesus àqueles que querem ser fonte
bondade e misericórdia (Sl 23.6) para conduzir muitos à vida
eterna (Jo 4.14).
Para tais pessoas, a sede interior terá fim quando o Espírito Santo viver a
Palavra de Jesus para os purificar das imundícias e dos ídolos. Note como só
deixaremos de confiar (descansar) em outras coisas, nos envolvendo
com algo que não reflita em tudo o caráter e Palavra de Cristo, quando nossa
vida (nosso DNA)
tiver se originada no Espírito Santo (visão) e na Sua Verdade (conceito)
(Jo 4.23,24).
Não adianta visão (que implica em estímulo) correta com conceitos errados,
nem conceitos certos usados com más motivações.
·
“Também Mefibosete, filho de Saul, desceu a encontrar-se com o
rei, e não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha
lavado as suas vestes desde o dia em que o rei tinha saído até ao dia em
que voltou em paz.” (2Sm 19.24);
·
“Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei
os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.” (Jo 13.14);
·
“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo
lavado com água limpa,” (Hb 10.22);
·
“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a
vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.”
(Tg 4.8).
No que
Jesus ofertou Seu corpo, aperfeiçoou para sempre os que são separados para uso
exclusivo de Deus (Hb 10.14). A partir de então, o Espírito
Santo tornou Suas leis o desejo do coração dos santificados (visão correta)
e os levou a entendê-las corretamente (do ponto de
vista espiritual)
(Hb 10.16).
Diante disto, não há mais lugar para o pecado na vida destes (Hb 10.17).
Em outras palavras, ao ser imerso na verdade de Jesus (Jo 8.32)
pelo próprio Jesus (Jo 8.36), a oferta para combater pecados (Hb 10.18)
ganha um novo significado: ao invés de se fazer um ritual externo para
convencer Deus a apagar o pecado de modo místico (como se
supõe), Jesus
oferece Seus dons internamente que irão fixar a Palavra de Deus e Seu caráter na
pessoa, de modo que o pecado não consegue encontrar lugar para se manifestar.
Agora,
com a pessoa enxergando e entendendo as coisas do ponto de vista espiritual,
ela passa a fazer parte da vida daqueles que, como ela, foram trabalhadas pelo
Espírito Santo ao vivo, de modo que passar a ser vistos como um só corpo. Este
corpo (de Cristo)
é o caminho para se entrar no santuário celestial. Contudo, isto só pode ser
feito pelo sangue de Jesus, ou seja, por aqueles que concordam em viver Sua
vida (Gl 2.20).
Jesus
agora é o único sacerdote (Hb 10.21), cujo objetivo é multiplicar em
abundância o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) para, com isto, aniquilar o
pecado. Jesus é grande sacerdote porque, no que fez de nós Seu corpo, agora
controla nossa alma e espírito, de modo a ser possível chegar-se ao Pai (Hb 10.22):
·
Com
coração verdadeiro – que vê e entende do jeito certo, não enganando a si e aos
demais achando que está buscando a Deus quando, na verdade, está se afastando
nele (é o que acontece no sistema religioso);
·
Em
inteira certeza de fé – nada de fé dobre, que tenta conciliar o sistema
babilônico com as coisas espirituais;
·
Com
o coração nosso e dos outros purificados da má consciência – muitos acabam
entrando no Reino de Deus para acusar os que não dão conta (diabo)
e para incitar as pessoas a buscarem o melhor desta terra (satanás (Mt 16.23), já que tal busca leva as pessoas a
esquecerem as coisas espirituais, como Jesus deseja (Mt 6.19-21));
·
Com
o corpo lavado com água pura.
No Antigo Testamento isto era muito
utilizado. Por exemplo, a pessoa que tinha fluxo saindo da sua carne,
tornava quem estava perto imundo, seja por:
a)
tocar
a sua cama (Lv 15.5);
b)
se
assentar sobre aquilo em que se assentou o que tem o fluxo (Lv 15.6);
c)
tocar
a carne do que tem o fluxo (Lv 15.7);
d)
receber
saliva do que tem o fluxo (Lv 15.8);
e)
tocar
em alguma coisa que esteve debaixo dele, bem como levá-la para algum lugar (Lv 15.10);
f)
ser
tocado pelo que tem o fluxo sem haver lavado as suas mãos com água (Lv 15.11).
Os
itens “a”, “b” e “e” valem para a mulher na época da menstruação (Lv 15.19-27).
Tal pessoa
deveria lavar o seu corpo e roupas com água (e mesmo assim
ainda seria imundo até à tarde).
Também dever-se-ia proceder do mesmo modo:
·
Quando
a pessoa que tem o fluxo em sua carne ficasse curada (Lv 15.13);
·
Quando
o homem ejaculasse (Lv 15.16,17);
·
Aquele
que levasse o bode emissário (Lv 16.26)
·
O
responsável por queimar a peles, a carne e o esterco do novilho e do bode da
expiação (Lv 16.27,28);
·
Aquele
que comesse corpo morto ou dilacerado (Lv 17.15);
·
Todo
aquele que tocasse em algum morto, cadáver de algum homem (Lv 19.13);
·
Todo
aquele que entrasse ou estivesse na tenda em que morreu alguém (Lv 19.14);
·
Quem
tocar num morto ou nos ossos de algum homem ou numa sepultura (Lv 19.16);
·
O
sacerdote que oferecesse a novilha ruiva, bem como aquele que a queimou (Lv 19.7,8).
Detalhe: ambos também seriam imundos até à tarde. De certo pelo fato de que o
simples contato com o cadáver de um animal já tornava a pessoa imunda (Lv 11.39,40).
Isto mostra que, embora o ritual tivesse por finalidade purificar as pessoas
dos pecados, o exercício do sacerdócio já deixava a pessoa contaminada. Ou
seja, a obra do sistema religioso (que quase todos acham que é a
de Deus), ao
invés de purificar, deixa a pessoa ainda mais contaminada pelo pecado.
Também
deveria lavar seu corpo com água aquela pessoa que tocasse em algum réptil ou
em algum homem que se tornou imundo (seja por ser leproso, ter
fluxo, por ter tocado em alguma coisa imunda de tocar em um cadáver ou réptil) (Lv 22.4-6).
O sumo-sacerdote
também deveria lavar seu corpo com água ao vestir a ao tirar a túnica santa de
linha (Lv 16.4,24)
por ocasião do dia da expiação.
Isto
influenciou tanto os judeus que, muitos, por causa disto, deduziram que a água
era capaz de purificar tudo, a ponto de transformarem em tradição lavar as mãos
(Mc 7.2,3),
bem como utensílios usados para comer (Mc 7.4).
Tanto
que Mefibosete, triste pela ausência de Davi, fica sem lavar os pés e as
vestes, como que para mostrar, com sua vida, o quão imundo era Absalão e seu
reino.
Por
tudo isto é que Deus usa a água para o anúncio da chegada do Reino de Deus:
primeiro com o batismo de João; depois, Jesus usa a metáfora da lavação dos pés
(Jo 13.14)
e Tiago a da limpeza das mãos que, juntas, lembram a obrigação dos sacerdotes
de lavarem mãos e pés ao entrarem para servir a Deus (Êx 30.19,20).
Ajuntando
com a questão do sumo-sacerdote entrando no Santo dos Santos, a lição que
podemos aprender de lavar o corpo com a água limpa é:
·
Para
resolver a cobiça de querer ser o maior, a receita é se colocar como servo de
próximo, de modo a conservar Sua caminhada por este mundo limpa (Jo 13.4);
·
Para
vencer o mundo com seus atrativos e, assim, ver o fim das guerras e contendas (Tg 4.1-3)
e diabo fugindo de nós (Tg 4.7,8), a receita é limpar as mãos, ou
seja, deixar Deus usar nossas mãos ao invés de querer enchê-la de bens deste
mundo, ainda que com a desculpa que é para ser vir a Deus;
·
Para
que possamos servir como instrumento de Deus para que os pecados das pessoas
sejam perdoados, nosso ser deve ficar completamente limpo do pecado.
Enfim,
para que possamos nos aproximar das pessoas (o verdadeiro
Santo dos Santos),
de modo a sermos bênção na vida delas, só existe uma receita: lavar o corpo com
água pura (repare que, todas as referências que se faz à água
no Antigo Testamento nunca se coloca a palavra “pura”, pois nenhuma água neste
mundo é totalmente pura),
ou seja:
·
“Purificando as vossas almas pelo
Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos
ardentemente uns aos outros com um coração puro” (1Pe
1.22).
3 – Batismo de João Batista
Vejamos,
primeiramente, a missão de João Batista:
·
“E irá adiante dele no espírito e
virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes
à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.” (Lc 1.17);
·
“Voz do que clama no deserto: Preparai o
caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.” (Is 40.3);
·
“Disseram-lhe pois: Quem és? para que
demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Disse: Eu sou a
voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o
profeta Isaías.” (Jo 1.22,23).
Ele
foi enviado como precursor do Messias para preparar-Lhe o caminho rumo ao
coração dos homens. Como Ele iria fazer isto?
·
“Apareceu João batizando no deserto, e
pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados.” (Mc 1.4);
·
“E percorreu toda a terra ao redor do
Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados;” (Lc 3.3);
·
“Tendo primeiramente João, antes da
vinda dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo do arrependimento.” (At 13.24).
Vem
a questão: o batismo de João realmente conduzia ao arrependimento que promove o
perdão dos pecados? Com certeza não! O próprio João Batista reconhecia a
ineficácia do seu batismo:
·
“E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por
que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João
respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem
vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual
eu não sou digno de desatar a correia da alparca. No dia seguinte João viu a
Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado
do mundo.” (Jo 1.25-27,29).
·
“E eu, em verdade, vos batizo com água,
para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu;
cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e
com fogo.” (Mt 3.11).
Se
isto não é suficiente, lembre-se que, quando Jesus quis ser batizado, João não
quis batizá-lo justamente por saber que este batismo não tinha sentido para
Jesus (Mt 3.14).
Considerando que a Igreja é o corpo Dele, então isto se aplica a nós.
Até
o próprio Jesus diz:
·
“Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At. 1:5).
Paulo
depois confirma isto ao mostrar que o batismo nada tinha haver com a
evangelização (1Co 1.13-17). Do contrário, se a salvação
tivesse algo haver com o batismo, então a evangelização de Paulo estaria
incompleta, já que, conforme Jesus disse, quem fazia discípulos também deveria
batizar a pessoa (Mt 28.19). Felizmente, como será visto, o
batismo a que Jesus está se referindo é algo bem diferente.
Além disto, para que a cruz de Cristo não se
faça vã, não podemos ir com sublimidade de palavras e, como é bem sabido, todos
que iam para serem batizados por João, o faziam confessando os seus pecados (Mt 3.6).
Se fizessem uso de um belo discurso, estariam anulando 1Co 2.4,5; se fizesse
uso de poucas palavras, ficaria parecendo que as mesmas eram uma fórmula
mágica. Sem contar que, indiretamente, eles estavam se comprometendo a viverem
um novo estilo de vida apoiados na própria força e desejo deles.
João
Batista pode ter sido o maior homem nascido de mulher. Contudo, qualquer um que
é cidadão do Reino de Deus (o que acontece após ter sido
batizado pelo Espírito Santo)
é maior do que Ele (Mt 11.11). Ajuntando com o fato de que a
lei e os profetas duraram até João Batista (Lc 16.16) e que o batismo era um preceito
da lei, logo já não tem mais validade (Ef 2.13-15; Hb
7.12).
A
razão de se ter escolhido o batismo nas águas para arrependimento é tão somente
para que as pessoas percebessem que a limpeza dada pela lei (e seus rituais)
era tão somente superficial, externa e temporária. Apenas a companhia constante
do Espírito Santo é que mantém nossa mente e coração incontaminados para
sempre.
Alguém
pode argumentar: mas então, por que Jesus consentiu que os discípulos
batizassem?
Pense
da seguinte forma: se o batismo é tão importante, como Jesus poderia deixar
pessoas que não O amavam (Jo 14.28), que nem convertidos eram (Lc 22.31,32),
batizassem? Mesmo após andar com Ele por mais de três anos, eles ainda eram tão
carnais e meninos na fé que Judas o traiu (Mt 10.4), João chegou a desejar que
caísse fogo do céu para destruir os samaritanos (Lc 9.54), Pedro cortou a orelha de Malco (Jo 18.10),
além de negá-Lo três vezes (Lc 22.61). Fora as várias vezes que eles
disputaram para ver quem era o maior (Mt 18.1;
20.24-28; 23.11; Mc 9.34; Lc 9.46; 22.24, sendo esta última por ocasião da
santa ceia).
Se
mesmo na véspera da morte de Jesus eles nem convertidos eram, quão dirá no
início da caminhada com Jesus, quando mal conheciam Ele e Seus ensinamentos. Não
passavam de pessoas rudes que acabaram de ser chamadas para segui-Lo. E para
piorar as coisas, nem mesmo da tribo de Levi eles eram (lembre-se que o Novo Testamento só começou com a morte de Jesus
– Hb 9.16).
Ou
seja, nunca houve alguém tão despreparado quanto eles.
Mas,
se o batismo não tem valor, então por que Jesus permitiu que eles batizassem?
Para que eles e todos percebessem que o ritual não é importante, mas sim a
operação do Espírito Santo. Não importa o quão erudito seja o ministro de Deus
ou quão bem elaborado é o ritual, quem salva é o Espírito Santo, e isto por
meio da fé da pessoa:
·
“E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.” (Lc 7.50);
·
“E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha,
a tua fé te salvou; vai em paz.” (Lc 8.48);
·
“E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.” (Lc 17.19);
·
“E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou.” (Lc 18.42).
Por
isto é que os obreiros da iniquidade ficam espantados ao verem Deus dando
profecias, expulsando demônios e fazendo muitas maravilhas e ainda assim Jesus
dizer que não os conhecia (Mt 7.21-23). Eles achavam que era por causa
deles que Deus estava fazendo os milagres, quando, na verdade, Deus estava
passando por cima deles, o que lembra o que se deu no dia da páscoa, quando o
anjo da morte era obrigado a passar por cima de toda casa que estava coberta
com o sangue do cordeiro (Êx 12.23). A única diferença é que, aqui,
Jesus passa por cima das portas do inferno disfarçadas (Mt 16.18)
a fim de que Sua salvação alcance Suas ovelhas.
Enfim,
a ideia é que todos vissem que batismo de João, em si, nada significava e,
assim, ao invés de permanecerem se alegrando com aquela pequena candeia (Jo 5.35),
fossem despertados para a necessidade de buscar e seguir a verdadeira luz do
mundo (Jo 8.12).
Como
já vista, o papel de João era preparar o caminho do Senhor. E a melhor forma
para isto era usar um ritual que lembrava muito os métodos usados pelos judeus
para purificação dos pecados a fim de que eles percebessem a inutilidade dos
mesmos.
É
claro que nenhum deles funcionava, mas a ideia era justamente esta: mostrar que
qualquer método externo de purificação é sem valor e que apenas o amor contínuo
pelo próximo (Lc 11.41) após batizado pelo Espírito
Santo (daí João tanto enfatizar isto em Jesus – Mt 3.11) pode limpar de vez o coração da
pessoa.
Infelizmente,
até hoje, muitos, como Apolo, não têm compreendido esta verdade:
·
“Este era instruído no caminho do
Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas
do SENHOR, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar
ousadamente na sinagoga; e, quando o ouviram Priscila e Áqüila, o levaram
consigo e lhe declararam mais precisamente o caminho de Deus.” (At 18.25,26).
Ou
seja, pregam o evangelho, dizem que a salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2.8,9),
mas no fundo ainda creem disfarçadamente no batismo de João, ou seja, de que é
necessário algum ritual ou oferta carnal para purificação dos pecados ou
receber bênçãos (como, por exemplo, jejuns,
campanhas, dízimo, ofertas, votos, etc.). É triste ser instruído no caminho do Senhor, mas
enxergando e buscando apenas as coisas deste mundo (1Co 15.19).
Hoje,
o batismo de João não tem valor.
·
“E eu vos digo que, entre os nascidos de
mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de
Deus é maior do que ele. E todo o povo que o ouviu e os publicanos, tendo sido
batizados com o batismo de João, justificaram a Deus.” (Lc 7.28,29).
Na
época, contudo, isto era tão importante que ser batizado por João era um modo
de glorificar a Deus. Mas como, se ele não tinha nenhuma utilidade prática? É o
mesmo que se deu na época de Moisés: ele deveria ir falar com faraó, mesmo
sabendo que este não o iria ouvir (Êx 3.19,20).
Ou
seja, embora o batismo de João não perdoasse pecados, quem amava a Deus
participaria disto por saber que vinha de Deus e que fazia parte do processo
pelo qual se chegaria ao verdadeiro batismo. Para ser mais exato, como já dito,
era necessário servir de instrumento para mostrar a inutilidade da lei a um
povo que a endeusava (Jo 9.28).
Hoje,
o caminho do santuário já foi aberto (Hb 10.19-22), de modo que não precisamos mais
destes rituais externos para chegar a Jesus e ser cheio do Espírito Santo.
Foi
isto que o Espírito Santo tentou ensinar a Pedro e a todos na casa de Cornélio,
mas eles não entenderam a mensagem (At 10.44-46), nem os que se dizem crentes
hoje, a saber: que o batismo nas águas não tem serventia alguma.
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