terça-feira, 17 de dezembro de 2013

53 - O QUE É A VERDADE? O QUE É NECESSÁRIO PARA ADQUIRI-LA?



O QUE É A VERDADE? O QUE É NECESSÁRIO PARA ADQUIRI-LA?

Parece uma pergunta boba. Todavia, pense: quem conhece a verdade é liberto (Jo 8.32). Não diz que há exceção.  Entretanto, quando a Escritura Sagrada fala de Jesus, o menciona como pedra angular e, ao mesmo tempo, pedra de tropeço:

*      “Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa,
*      mas, para os rebeldes, A pedra que os edificadores reprovaram, Essa foi a principal da esquina, e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.” (1Pe 2.6-8).

Entendendo que Jesus é a verdade (Jo 14.6), era de se esperar que, para um determinado grupo de pessoas, a verdade servisse de firmeza e para outros, de tropeço. Todavia, quem conhece a verdade é sempre liberto.
Mas então, o que é a verdade? Muitos acham que é sinônimo de afirmação correta. No entanto, pense:

*      Quando Adão pecou, ele não negou que tivesse comido. Eva sim mentiu, já que ela disse que fora enganada pela serpente quando, na verdade, ela foi enganada por ela mesma (1Tm 2.14). Contudo, apesar de Adão ter dito uma afirmação correta, nem por isto podemos dizer que ele foi verdadeiro (Gn 3.12).
*      Jesus rejeitou a palavra do diabo, mesmo tendo ele citado algo contido na Escritura Sagrada (compare Mt 4.6 com Sl 91.11,12)
*      Quando foram tentar achar um testemunho falso contra Jesus, veja o que diz a Escritura Sagrada:

o   “Ora, os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o conselho, buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem dar-lhe a morte; e não o achavam;” (Mt 26.59).
o   “E, levantando-se alguns, testificaram falsamente contra ele, dizendo: Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens.” (Mc 14.57,58).
O detalhe é que, embora Jesus não tenha dito exatamente o que eles estavam alegando, a afirmação, no fundo, é verdadeira (Jo 2.19). Todavia, tal testemunha foi considerada falsa.

Ou seja, é preciso mais do que assertivas corretas para uma frase ser considerada como verdade. Pense, por exemplo, nas peças de um carro. Mesmo que todas sejam novinhas e perfeitas, de que servem?

Ø  Para mecânico é bênção, já que delas precisa para consertar o carro;
Ø  Para o consumidor, contudo, elas só servem de tropeço, como esconderijo de animais e para ajuntar poeira.

Assim, de nada adianta conceitos certos, mas incompletos, fora de lugar ou nas mãos da pessoa errada. Veja:

*      “De que serviria o preço na mão do tolo para comprar sabedoria, visto que não tem entendimento?” (Pv 17.16).

Não podemos ser pragmáticos, ou seja, achar que algo é verdade só porque está funcionando.
Pense: por mais de 5.000 anos as pessoas creram que era o sol que girava em torno da terra. Embora tal conceito tenha funcionado para várias gerações, nem por isto estava correto. E quanto à casa que o indivíduo construiu sobre a areia? Ela chegou a ser concluída (Mt 7.24-27). Tudo parecia estar indo bem. Todavia, quando veio a tempestade (e nós sabemos que ela virá – Jo 16.33), tudo caiu.
Logo, a distância entre verdade e mentira é tênue. Mesmo se uma ideia é correta, se colocada no contexto errado, pode se tornar uma maldição. Basta pensar que, para condenar o Salvador e Daniel, fizeram uso da Palavra de Deus (Dn 6.5).
Por isto Jesus disse que somente é liberto aquele que conhece a Verdade dentro de si (Jo 8.32). Não basta apenas sabê-la ou acreditar nela. É preciso ser exercitado nela para que a mesma venha a fazer parte de nós. Note como o diabo não permaneceu na verdade porque não há verdade nele (Jo 8.44).
E não pense que a verdade é fácil de ser adquirida. Embora ela seja evidente (Rm 1.18), ela também precisa ser encontrada (Mt 7.13,14). Embora seja de graça (Is 55.1-3), precisa ser adquirida (Pv 2.3-5; 3.13-15; 23.23).
Sei que isto parece um paradoxo. Contudo, a dificuldade não está em Deus, mas sim na nossa forma de ver (conforme os desejos da nossa carne) e entender (conforme aquilo que nos foi ensinado) todas as coisas. Embora a verdade seja óbvia e esteja na nossa cara, precisamos aceitar a mudança que Deus deseja operar nos nossos hábitos para que a mesma possa ser compreendida e assimilada por nós.
O esforço para adquirir sabedoria é justamente para este fim, a saber: para que o coração seja preparado (ver Ed 7.9,10), de modo que a pessoa possa acolher com mansidão a palavra que Deus deseja enxertar (Tg 1.21).

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