terça-feira, 17 de dezembro de 2013

50 - COMO SABER SE ESTAMOS SALVOS? A FUNÇÃO DO MEDIADOR



COMO SABER SE ESTAMOS SALVOS? A FUNÇÃO DO MEDIADOR
           
Muitas pessoas questionam qual instituição religiosa é a certa ou a melhor. Eu te digo: nenhuma!
Pense da seguinte forma: uma nota de dinheiro deve possuir várias características para ser considerada como verdadeira. Eu te pergunto: quantas destas características podem faltar, a fim de que a nota ainda seja considerada como verdadeira? Será que uma nota que não possui uma das características é menos falsa do que uma que não possui cinco, seis ou sete das características?
De igual modo:

E  o que uma pessoa precisa ser ou ter para que seja considerada você? Alguém pode até ser parecido com você, mas jamais será exatamente você;
E  quantas relações sexuais uma mulher precisa ter para não ser considerada mais virgem? Tem jeito de uma mulher ser mais virgem do que outra?

Por fim, tem como eu receber você em minha casa apenas pela metade? Ou seja, suponhamos que eu goste de você, mas não me agradei do teu dedinho do pé direito. Você iria arrancá-lo para entrar na minha casa?
De igual modo, o que faz você pensar que pode aceitar Jesus apenas 99%? Ou você crê Nele, ou não. Não tem esta de crer mais ou menos. Quem crê de vez em quando (só quando é conveniente), na verdade, não crê: está apenas enganando a si mesmo.
Logo, ou você acredita em tudo que Jesus diz, ou já está chamando Ele de mentiroso (1Jo 5.10). Aliás, o pecado deixou o ser humano tão complicado que, muitas vezes, um cachorrinho é mais exemplar que o ser humano feito à imagem e semelhança de Deus. Para você entender o que digo, no dia 16/12/2013 às 16:00 eu estava na UAI do Tibery e um cachorrinho ficava de um lado para o outro tentando achar alguém que lhe desse atenção. No que eu brinquei com ele por cinco minutos e o coloquei do meu lado, simplesmente ele relaxou, dormiu, confiando plenamente em mim que sou um simples pecador. Por outro lado Deus, apesar de ser perfeito e das inúmeras provas que dá diariamente do Seu amor para conosco (Sl 33.5; 40.5; 103.2), ainda assim até hoje desconfiamos Dele. Afinal, todas as vezes que pecamos é isto que estamos dizendo: que não confiamos Nele, que nossas ideias são melhores ou que Ele está sendo injusto por demorar demais.
Com base nisto, pense: a partir do momento que Jesus não ordenou a construção de templos, nem a criação de instituição religiosa, é porque a mesma, no mínimo é desnecessária. Ou você acha que tuas ideias (ou a de terceiros) pode ser melhor do que a de Deus?
Por que você acha que a Escritura Sagrada diz por três vezes para o mesmo grupo de seguidores de Jesus que somos o templo de Deus (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16)?
Simples! Porque só existe uma Igreja que presta para você. Aquela que Jesus quer construir dentro de você (1Pe 2.5). Não é para você entregar a outros o privilégio de amar a Deus e ao próximo. Além disto, o que você acha que Jesus dizer ao falar:

E  “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28).

Note como Jesus não disse para ir a uma instituição religiosa, muito menos após um líder religioso, mas diretamente a Ele. Afinal, Ele não ressuscitou? Então Ele continua vivo e, obviamente, este mandamento permanece válido literalmente. Ainda mais considerando que Ele prometeu estar conosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.20).
Através do Espírito Santo, Jesus prometeu morar junto com o Pai dentro de nós (Jo 14.21,23). Ele mesmo disse que aquele que bebesse de Sua Água Viva (Jo 4.13,14), a saber, o Espírito Santo (Jo 7.37-39), jamais teria sede.
E não é para menos! Afinal, NÃO somos templo de “visitação”, mas de “habitação” do Espírito Santo (1Jo 2.27). A ideia é fazer do esconderijo do Altíssimo a nossa habitação (Sl 91.1) e tê-Lo, em pessoa, como nosso pastor:

E  “O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.” (Sl 23.1)
E  “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.” (1Pe 2.25).

Jesus nunca intencionou que houvesse alguém para nos ensinar:

E  “E todos os teus filhos serão ensinados do SENHOR; e a paz de teus filhos será abundante.” (Is 54.13);
E  “Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao SENHOR; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” (Jr 31.31-34).
E  “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mt 11.29);
E  “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” (Jo 6.44,45).
E  “Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus;” (Ef 4.20,21).
E  “Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo; e não ensinará cada um a seu próximo, Nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior. Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.” (Hb 8.10-12);
E  “E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.” (1Jo 2.27).

Sempre foi intenção de Deus nos guiar (ensinar) pessoalmente. Mas você pensar que apenas aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus é que são filhos de Deus.” (Rm 8.14). Ser filho de Deus implica em ser guiado por Ele.

E  “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” (Jo 3.8).

Só é nascido de Deus quem ouve a voz do Espírito Santo e está livre para ir onde Ele quer levá-lo.
Afinal, o que você imagina que Jesus quis dizer ao ordenar:

E  “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lc 9.23).

Em primeiro lugar, é para seguirmos a Ele, e não a uma instituição religiosa.
Além disto, o que você imagina que significa seguir Jesus? Com certeza não se trata de um caminho físico, mesmo porque Ele é O Caminho (Jo 14.6).
Veja o que diz Paulo:

E  “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”(Gl 2.20)

Ou seja, não se trata de seguir Jesus de modo físico, tal como fizeram os apóstolos. Do contrário, se isto fosse a solução, Jesus não teria pregado por menos de 4 anos. Antes, poderia ter ficado vivo até hoje, já que Ele, por não ter pecado, não precisa receber o salário do pecado (Rm 6.23). Quer alguém para liderar Sua Igreja do que Ele em pessoa? Mas então por que Ele preferiu dar Sua vida? Simplesmente porque mais bem-aventurado é aquele que crê sem nunca ter visto (Jo 20.29).
Ora, como pode ser isto? O que Jesus quis dizer é que a salvação jamais será alcançada simplesmente vivendo de circunstâncias (veja o tipo de justiça que agrada a Deus – Is 11.3). Por que você acha que Jesus disse que o Pai era maior do que Ele? Porque, enquanto vivo em carne e sangue, Jesus agia fisicamente. Embora o Espírito Santo fizesse milagres, tudo que Ele falava e fazia era físico, já que a Antiga Aliança tinha em vista benefícios carnais. Os apóstolos viam tudo ocorrer externamente a eles.
 Porém, nenhuma mudança interna ocorria, de modo que, ainda que eles fossem fiéis a Jesus em tudo, cada um continuava buscando os próprios interesses (veja eles, direto, disputando para ver quem era o maior (Mt 18.1,4; 20.25-28; 23.11; Lc 22.26). Não havia perfeita unidade (Jo 17.11,21-23). Ninguém pensava e sentia o mesmo que Jesus (At 4.32; 1Co 1.10; Fp 4.2). Ninguém amava Jesus de verdade (Jo 14.28).
Diante deste quadro eu te pergunto: pode-se afirmar que alguém era salvo. Se assim é, eu te pergunto: salvo do quê? Em quê consiste a salvação conquistada por Jesus na cruz?
Salvação nada mais é do que amar a Deus de tal maneira, a ponto de ser alegre por ser usado por Ele para amar o próximo que surgir, independente de quem seja ele (Mt 22.37-39). Embora quem salve é Jesus, a salvação só se torna efetiva em nós quando Deus nos usa direta e pessoalmente na vida do próximo.
Como instrumentos de Deus, pense na seguinte ilustração. Um piano só tem valor quando utilizado por um pianista bom. Ele para nada serve se o pianista tocar somente em outros pianos. Mesmo que este piano fosse vivo e se esforçasse para manter os outros pianos conservados, livres de cupim e afinados, ele em si, como instrumento, valor algum teria. De nada adiantaria também o pianista estar fazendo um punhado de coisas perto do piano. Ele não experimentaria nenhuma música dentro de si.
Ou seja, nosso papel não é fazer apenas com que os outros estejam preparados para serem usados por Deus (como em 2Co 11.2). Tampouco preparar o terreno para Deus fazer sinais, prodígios e milagres externos. Antes, o objetivo é nós mesmos sermos usados por Deus a fim de que Ele possa operar Seu maior milagre: o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Afinal, não há nada que estimula mais as pessoas a enxergarem a real identidade e grandeza do Seu amor (Jo 17.21-23) do que o mesmo se manifestando na vida de alguém tão frágil em caráter quanto nós (Is 64.6). Tanto que a única forma de ser reconhecido como discípulo de Jesus é pelo amor uns aos outros (Jo 13.34,35), a saber, permitindo que as pessoas façam parte da produção do fruto do Espírito Santo em nós e nos dispormos a servir de nutriente para que o fruto do Espírito Santo se multiplique na vida dos irmãos.
Inclusive, é justamente aí que Jesus entra como mediador (1Tm 2.5).
Aqui há duas considerações a serem feitas. Primeira, que é Jesus, como homem, o nosso mediador. Quase todos veem Jesus como mediador no céu. Todavia, não é em vão que toda autoridade foi dada a Jesus também na terra (Mt 28.18): justamente para que nenhum homem se colocasse entre nós e Deus, seja como pastor, bispo, padre, etc. Como já visto, não há necessidade disto, já que o próprio Jesus nos ensina tudo e até ordena a aprendermos direto Dele (Mt 11.29). Mesmo porque apenas Ele, em pessoa é capaz de revelar o Pai:

E “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” (Mt 11.27).

Além disto, já prestou atenção no motivo de Jesus ter sido feito mediador? Repare no contexto:

E  “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” (1Tm 2.1-6).

Note como o objetivo não é irmos até Jesus a fim de que Ele convença o Pai a nos dar as bênçãos que desejamos. Repare como o objetivo de Deus é redimir a todos, usando nós como intercessores. Infelizmente, até hoje as pessoas insistem em achar que a “casa do Pai” é o templo de alvenaria ou o céu.
No entanto, note mais uma vez sendo enfatizado que a “casa do Pai” são as pessoas. Afinal, o objetivo de buscarmos a mediação de Jesus é para nos aproximarmos delas a fim de serem salvas junto conosco (1Jo 1.3).
Como, todavia, se dá a mediação de Jesus?
Tomando como base a regra de Jr 15.19, Jesus busca intimidade, por exemplo, com você e com a pessoa que Ele deseja trazer para junto de ti. Quanto mais contato com Ele (ver Ez 19.5,6), mais você e a outra pessoa vão ficando parecidos com Jesus (2Co 3.18). Se permanecerdes neste caminho, chegará o momento em que você e a outra pessoa se identificarão com Jesus. A partir de então, por consequência, você e a outra pessoa irão se identificar uma com a outra.
Ou seja, ao dizer que o Jesus é mediador entre nós e Deus, o que Paulo quer dizer é que:

*      Só podemos nos aproximar de alguém quando temos em vista o que Jesus fez para que o fruto do Espírito Santo apareça na nossa vida (Jo 15.8);
*      Só podemos nos aproximar de Deus através daquilo que Jesus fez em prol do fruto do Espírito Santo na vida de cada um;

Inclusive, note no trecho acima (1Tm 2.1-6) como devemos, antes de nos aproximar de quem quer que seja, orar por ele a fim de que Jesus possa intermediar o contato entre nós e a pessoa ser salva. A ordem para jamais comparecermos de mãos vazias perante o Senhor, no lugar que Ele escolheu para ali fazer habitar o Seu nome, ainda continua valendo (Êx 34.20; Dt 16.16). A diferença é que, hoje, isto tem haver com a vida de todo aquele que crê em Jesus. Quem comparece pobre, cego e nu diante do próximo (Ap 3.17), é porque Jesus não está presente em sua vida (Ap 3.20) e, portanto, é ladrão e salteador:

E  “Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” (Jo 10.8).

Não precisa ficar com dúvida: se alguém se aproxima de você sem a mediação de Jesus, está vazio de coisas boas (ver Tg 1.16,17) e, com certeza está mal intencionado: é ladrão e salteador e, portanto, só irá lhe sugar. Mesmo que venha repleto de dádivas, no final você irá vomitá-las e perder até mesmo o que tinha antes, tal como se dá com o peixe (Pv 23.1-8).
Assim como, no Antigo Testamento, as pessoas só podiam se alimentar de animais puros, hoje só podemos alimentar nosso coração seguindo Jesus na vida de todos que, com um coração puro, invocam ao Senhor (2Tm 2.22).
Que fique claro: não é para seguirmos Jesus isoladamente, ou seja, para nossos propósitos mesquinhos, nem para seguirmos as pessoas só porque elas, supostamente, seguem Jesus. Antes, nós é que temos que seguir Jesus diretamente na vida de cada pessoa que Ele traz até nós, com vistas a salvá-la.
Somente quem tal amor no coração possui o Espírito Santo e, obviamente, é nascido de Deus (1Jo 2.29; 4.7).
Observação: leia a carta de 1João e verifique se você é realmente nascido de novo da água e do Espírito Santo, ou se está apenas enganando a si mesmo por viver uma vida religiosa. Para tanto, basta você levar a sério, LITERALMENTE, o que nela está escrito. De preferência, use a versão ARC 1995 (Almeida Revista Corrigida, edição de 1995), pois nela o pecado é tratado com mais seriedade, e não como um mero acidente de percurso (como parece sugerir outras versões). Afinal, já que é a verdade que liberta (Jo 8.32), eu te pergunto: quem será salvo enganando a si mesmo ou permitindo que outro o engane? Assim, nada mais indicado que você mesmo busque direto de Deus na Escritura Sagrada a verdade.

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