3 – RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES DO SISTEMA REGIOSO
1ª – Mas e quanto às várias passagens onde aparece a palavra igrejas?
Por exemplo (At 9.31;
15.41; 16.5; Rm 16.4,16; 1Co 7.17; 11.16; 1Co 14.33,34; 16.1,19; 2Co
8.1,18,19,23,24; 11.8,28; 12.13; Gl 1.2,22; 1Ts 2.14; 2Ts 1.4; Ap 1.4,11,20;
2.7,11,17,23,29; 3.6,13,22; Ap 22.16).
Infelizmente, em alguns
lugares, a tradução para o português deixa um pouco a desejar. Considerando que
a Igreja é a Noiva de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.25-27; Ap 21.9;
22.17), não há possibilidade de haver duas igrejas. A
Igreja é única e indivisível, tal como num corpo um membro não se separa do
outro, mas estão sempre juntos.
Para tentar contornar esta
dificuldade, o sistema religioso diz que existem dois tipos de igreja: igreja
universal (que seria a Noiva de Cristo)
e igreja local. O problema com tal separação é que não existe respaldo na Escritura
Sagrada para a mesma, o que dá margem para a comunhão parcial tão difundida
pelo sistema religioso.
Nesta, cada membro é induzido
a achar que sua instituição religiosa é melhor (tal como a
Assíria considerava as imagens de escultura dos pagãos melhores que as de
Jerusalém – Is 10.10,11) que as demais, sendo a fidelidade à mesma e ao
seu líder a garantia às bênçãos e à salvação. Embora professem com a mente crer
que é Jesus quem salva pela graça mediante à fé (Ef 2.8,9),
no fundo acreditam ser necessário mais alguma coisa para garantir o interesse
de Cristo por eles.
Contudo, se no lugar da
palavra “igrejas” fosse adotada uma outra para deixar bem clara a diferença ou
transcrevesse todo o significado da palavra (que seria
“pessoas nascidas de novo que são reunidas pelo Espírito Santo para a comunicação
de algum dom espiritual um com o outro, independente da quantidade de irmãos,
lugar ou hora – ver Rm 1.11”), não haveria este problema.
As epístolas, por exemplo,
eram instruções de como os irmãos deveriam se portar diante um do outro cada
vez que se encontrassem, bem como diante do mundo.
2ª – Mas Deus sempre elegeu líderes para liderar Seu povo
Conforme já visto, no Antigo
Testamento, Deus assim procedeu por causa da dureza do coração do povo (Mt 19.8)
que, por se recusar a aceitar a vontade de Deus em suas vidas (Hb 12.18-21),
preferiu seguir Deus à distância (Êx 20.18,19).
Se instituição religiosa fosse
algo tão bom, então por que Jesus nunca mencionou a institucionalização de uma
organização religiosa sem fins lucrativos? Quando Deus quer algo, Ele é bem
claro (veja por exemplo: At 9.11,12;
10.5,6). Tanto que escreveu com Sua mão os 10
mandamentos (Êx 31.18; 32.15,16)
e explicou como cada detalhe do tabernáculo deveria ser feito (Êx 25 a 31).
No entanto, a única coisa que
Jesus disse foi para amar a Deus e ao próximo (Mt 22.37-39)
e fazer discípulos (Mt 28.19).
Com a validação do Novo Testamento (a saber, após a morte de Cristo – Ef 2.14-16; Hb 9.15-18),
tudo mudou. Afinal, com a presença Dele, em pessoa, a habitar naqueles que aceitaram
de bom grado ser os guardiães da Palavra de Deus (Jo 14.21,23;
1Tm 3.15; Tg 1.21), não havia mais necessidade de métodos rudes
para conservar a pessoa longe do pecado com sua contaminação (Cl 2.20,21). Daí Jesus tocar em leproso (coisa antes inadmissível): Ele estava mostrando que,
Nele, não precisaríamos evitar o contato com nenhum ser humano, já que o pecado
não seria capaz de nos corromper (Rm 6.14).
Em pelo menos quatro ocasiões
vemos Jesus ensinando os discípulos acerca de quem é o maior no Reino de Deus,
sendo que, em três delas os discípulos estavam disputando para ver quem era o
maior:
“Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus,
dizendo: Quem é o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando um menino, o pôs
no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não
vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto,
aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino
dos céus.” (Mt 18.1-4).
“Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis
que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem
autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser
entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; e, qualquer que entre vós
quiser ser o primeiro, seja vosso servo; bem como o Filho do homem não veio
para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.”
(Mt 20.25-28).
“E chegou a Cafarnaum e, entrando em casa, perguntou-lhes: Que
estáveis vós discutindo pelo caminho? Mas eles calaram-se; porque pelo caminho
tinham disputado entre si qual era o maior. E ele, assentando-se, chamou os
doze, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de
todos e o servo de todos. E, lançando mão de um menino, pô-lo no meio deles
e, tomando-o nos seus braços, disse-lhes: Qualquer que receber um destes
meninos em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber, recebe,
não a mim, mas ao que me enviou.” (Mc 9.33-37);
“E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia
ser o maior. E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que
têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim;
antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.
Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está
à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve.” (Lc 22.24-27). Inclusive, foi justamente
para ensinar esta verdade que Jesus lavou os pés dos discípulos na santa ceia (Jo 13.13-17).
Ao invés de querermos crescer
para dominar (e trazer maldição sobre nós – Ec
8.9) ou diminuir para dar trabalho para os outros,
devemos optar pelo caminho plano, que condiz com o andar de todo aquele que é
verdadeiramente justo (Is 26.7).
Além disto, pense no
tabernáculo. Você já parou para pensar no motivo pelo qual era o sacerdote quem
oferecia os sacrifícios a Deus? É bom lembrar que:
o
os animais sacrificados apontavam para o
sacrifício de Jesus na cruz;
o
o tabernáculo era sombra das coisas celestiais (Hb 8.5) e dos bens futuros (Hb 10.1),
ou seja, do que Deus haveria de fazer na Nova Aliança;
o
o Antigo Testamento era deficiente e não podia
promover o perdão dos pecados (Hb 8.7; 10.1,4,11).
E não podia ser diferente. Uma
vez que o Antigo Testamento tinha um homem como mediador entre o homem e o
Criador, é lógico que tinha que fracassar, pois o ser humano murcha como a erva
(Jó 14.1,2; Is 40.6-8),
o que faz das suas obras de justiça meros trapos de imundície (Is 64.6).
Não é à toa que Deus ordenou
que se fizesse querubins na arca (Êx 25.18-20,22),
nas cortinas do tabernáculo (Êx 26.1)
e no véu que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos (Êx 26.31): para mostrar a todos o quanto o sistema
religioso irrita o Criador, sendo abominável diante Dele (veja Êx 20.4; Dt 4.12,15-18,25; 5.8).
Nunca foi plano de Deus que houvesse um homem entre Ele e as demais pessoas (ver Êx 19.6; 1Sm 8.7). Afinal, cada um seria
tentado a passar para as outras pessoas a imagem que tem de Deus e o pior:
estas veriam o Criador do modo que melhor lhes convinha, optando pelos mestres
que mais atendiam às suas expectativas (ver 1Co
1.11-13; 3.3-5; 2Tm 4.3,4).
Já notou que os dois pecados
mais ressaltados na Escritura Sagrada são idolatria (que tem haver
com visão) e prostituição (que tem haver
com conceito). Assim é porque tudo na nossa vida é determinado
pelo modo nosso de ver e entender as coisas, respectivamente.
Ou seja, o tabernáculo era o
símbolo vivo do quão maldito é o sistema religioso aos olhos de Deus, sendo
proibido aos olhos de Deus que alguém buscasse a Deus por nós.
No entanto, Deus permitiu o
proibido a fim de que ficasse evidente que os planos Dele são perfeitos e que,
mesmo se Ele abençoasse aquilo que Ele não planejou, não daria certo. Com base
nisto, podemos concluir que jamais um sistema religioso ou político irá
funcionar, por mais bem intencionado que sejam seus líderes.
No final das contas, eles o
que eles farão é matar Jesus na vida das pessoas:
a) se
o líder for mau, irá perseguir os verdadeiros seguidores de Jesus ou distorcer
as escrituras para enganar, se possível, aqueles que, como Samuel na infância,
ainda não conheciam ao Criador (nunca ouviram Sua voz ou
experimentaram Seu poder operando neles – 1Sm 3.7);
b) se
o líder for bom, as ovelhas poderão se acomodar a ouvir a voz deste ao invés de
buscar pessoalmente a Deus, ficando como Jó: seguindo o deus dos outros (Jó 42.5). Mesmo que o Deus apresentado seja o verdadeiro,
mas a única forma de se conhecer bem alguém é permanecendo continuamente junto
dele (ver Jo 15.9).
Enfim, o fato de serem os
sacerdotes que sacrificavam os animais é para ilustrar que era o sistema
religioso através dos seus líderes religiosos que iria crucificar o Salvador. O
dia da expiação, por exemplo, era para ilustrar como o sistema religioso vê
Jesus:
O bode da expiação (Lv 16.15)
indica aquilo que se passa na mente do ser humano, a começar pelo sistema
religioso: que a culpa por tudo de “ruim” que acontece a nós, no final das
contas, é do próprio Deus (ver Jo 11.49-51),
já que Ele poderia ter feito alguma coisa para impedir ou sanar a circunstância
adversa que nos sobreveio, seja pela ação ou omissão de algum ser humano. Daí
Jesus ter vindo em carne: pois sempre culpamos a alguém (direta ou indiretamente) pelos nossos infortúnios (ver Tg 4.11,12).
O bode emissário (Lv 16.10)
indica aquilo que se passa na mente do sistema babilônico (político + religioso): que se Jesus com Seus
ensinamentos for levado para longe da nossa sociedade então este mundo poderá
ser feliz e próspero, já que todo sentimento de culpa terá sido levado para
longe (sem lei nada é considerado como
pecado – Rm 7.8,9), como se todos os males da sociedade fossem
resultado das ideias erradas que fazemos dos outros ou de baixa auto-estima,
quando, na verdade, a maldição consome a terra porquanto as pessoas transgridem
a lei de Deus, quebram Seus estatutos e a aliança eterna (Is 24.5).
Até a páscoa servia para
mostrar como o sistema religioso encara Deus: como Aquele que precisa ser morto
a fim de que eles possam tomar posse da herança do Criador (Seu povo), manipulando-os a seu bel-prazer, iludindo-os
com a promessa que Deus pode fazer por eles a mesma coisa que Ele fez no
passado (e note que muitos se apoiavam
nisto - Jz 6.13; daí Deus muitas vezes se referir ao povo deste modo – por
exemplo em Dn 9.15; Os 11.5; 12.9; 13.4; Am 2.10; 3.1; 9.7; Mq 6.4; 7.15).
Enfim, embora todos os
sacrifícios simbolizem Jesus como a solução de todos os nossos problemas,
também representam as inúmeras manobras do sistema religioso para tomar o lugar
do Criador no coração do Seu povo (Mt 21.37-39).
Para ser mais exato: o que
Deus queria mostrar é que, apesar de todas as manobras da Grande Babilônia para
conservar as pessoas longe da verdade, se e pessoa confiar no próprio Jesus em
pessoa e se dispuser a ouvir apenas a Sua voz (Jo 10.2-5),
ela jamais será confundida (Rm 10.11; Fp 1.15-20).
3ª - A bíblia ordena obedecer às autoridades
Vejamos alguns destes
versículos:
Ø “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.” (Rm 13.1-5).
Ø “Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos; como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei. Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos maus.” (1Pe 2.13-18)
O quê Paulo e Pedro quiseram
dizer ao ordenar que nos sujeitássemos às potestades superiores, uma vez que
todo este mundo jaz no maligno (Jo 14.10; Ef 2.1,2; 1Jo 5.19)?
Aqui as potestades superiores se referem ao poder executivo, legislativo e
judiciário, ou seja, o governo daqueles que não têm ligação direta conosco (Mt 17.25,26).
Sujeitar significa render-se.
Ou, se preferir, nas palavras de Jesus:
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir
após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;” (Mt 16.24).
A autoridade tem por objetivo
nos conduzir a morrer para nós mesmos (Rm 6.1-4; Cl
3.3), independente do que ela seja ou deixe de ser.
Ou seja, considerando que, no final, iremos perder, para a morte, tudo que
conquistamos materialmente (1Tm 6.7,8),
então, ao invés de tentar vencer as autoridades injustas, devemos perder a boa
vida que poderíamos ter neste mundo por amor a Jesus a fim de herdarmos a
verdadeira vida (Mt 10.39).
Esta é a melhor forma de taparmos a boca dos homens insensatos que correm
desenfreadamente rumo à dissolução e não sermos levados rumo à ignorância deles
(1Pe 4.3,4).
Sem contar que estamos aqui
para fazer a vontade de Deus. Logo, a melhor forma de agradarmos a Deus não é
tentando combater aquilo que achamos ser mal, mas sim buscando enxergar a
situação com a mente de Cristo (1Co 2.16),
firmada nas coisas do alto (Is 55.8,9; Cl 3.1,2)
e, sobretudo, procurando ouvir direto Dele aquilo que Ele quer de nós em meio à
situação. Jamais devemos consentir que a maldade dos outros contamine nossa
consciência pura, de modo que passemos a ver tudo de modo contaminado (ver Mt 6.22,23; 1Tm 3.9; 2Tm 1.3; 2.22; Tt 1.15),
o que nos fará colher o mal (1Pe 3.10-12),
já que Deus não faz acepção de pessoas (Cl 3.25).
Entendendo que é Deus quem
forma a luz e cria as trevas, que faz a paz e cria o mal (Is 45.7), que cria o assolador para destruir (Is 54.16) e o perverso para o dia da calamidade (Pv 16.4), que mantém o faraó perverso para, através dele,
mostrar o Seu poder a fim de que o nome Dele seja anunciado em toda a terra (Êx 9.16; Rm 9.17), devemos sempre nos sujeitar
aos tais a fim de que toda a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2) possa ser assimilada por todos (ver 2Cr 12.7,8).
Não se esqueça que Jesus tem
domínio sobre toda carne (Sl 24.1; Jo 17.1,2)
e que Deus inclina o coração dos reis conforme Seu desejo (Pv 21.1). Por exemplo, os governantes corruptos têm por
finalidade disciplinar o povo corrupto (ver exemplos
disto em 2Sm 24.1; Is 9.16,17; 27.11; 30.9-11; Jr 5.30,31; Mt 15.14).
Todavia, que fique claro: sujeitamos
à ordenação humana, não por causa dela propriamente dita, mas por amor ao
Senhor. Em outras palavras, isto nem sempre significa seguir as ordens da
autoridade, como é o caso, por exemplo, de:
Ananias, Misael e Azarias que não se curvaram diante da estátua
de Nabucodonosor, o que serviu para que este visse como o Deus verdadeiro se
importa com os que lhe são fiéis (Dn 3.29);
Daniel que não deixou de orar, apesar da ordem explícita do rei,
o que serviu de testemunho a todos de como Deus protege os que O honram (Dn 6.25-27);
Jesus que expulsou os mercadores do templo, mesmo não tendo
autoridade terrena para isto, com o objetivo de que dar a todos a oportunidade
de enxergarem o quão mal estavam a proceder diante de Deus (Mt 21.12,13).
Em outras palavras, devemos
negar a nós mesmos (Lc 14.26,27,33),
não para satisfazer os desejos do governante, mas para que a vontade que Deus
estabeleceu para ele se cumpra por meio de nós. Para ser mais exato: nos
sujeitamos àquilo que Deus quer para o governante, não àquilo que ele quer para
si.
Ø “Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo; não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens. Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre.” (Ef 6.5-8).
Ø “Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas.” (Cl 3.22-25).
Aqui a referência é àqueles
que Deus colocou para governar diretamente nossa vida: pais, marido, patrões.
Mais uma vez o objetivo é nos conduzir à simplicidade de coração (que nos conduz à felicidade, mesmo nas coisas mais elementares
da vida – ver 1Tm 6.7,8) e a ter medo de entristecer ao Senhor (ver Pv 9.10) e tremer diante das terríveis
consequências da desobediência (ver Is 66.2,5).
Ao invés de nos colocarmos como juízes, tentando decidir quem merece o quê (e, obviamente, nos colocando na posição de julgar o
comportamento de Deus e a eficácia dos princípios estabelecidos na Sua palavra
- ver Tg 4.11,12), devemos fazer a vontade de Deus com o coração,
ou seja, aceitando Deus chamar para dentro de nós (ver Jo 10.2-5;
Ap 3.20) os pecadores que Ele deseja conduzir ao
arrependimento (ver Mt 9.12,13; 2Tm 2.25,26).
Todavia,
note mais uma vez que o objetivo não é agradar a homens, mas a Deus. Jamais
Deus projetou que déssemos certo com o ego corrompido da pessoa (também conhecido como velho homem, natureza carnal – Gl
5.16,17; Ef 4.22; Cl 3.9), mas com seu ego original (a verdadeira pessoa que se acha escondida no seu coração em
meio aos inúmeros pensamentos e sentimentos maus trazidos com o pecado).
Tanto é
assim que, antes de tudo, tais governantes devem se submeter à vontade de Deus
para conosco:
“Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a
igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com
a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa,
sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim
devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos.
Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Assim também vós, cada um em
particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o
marido.” (Ef
5.25-28,.33).
“E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os
na doutrina e admoestação do Senhor.” (Ef 6.4);
“E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças,
sabendo também que o SENHOR deles e vosso está no céu, e que para com ele não
há acepção de pessoas.” (Ef 6.9).
“Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra
elas. Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao
Senhor. Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.” (Cl 3.19);
“Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o
ânimo.” (Cl 3.21);
“Vós, senhores, fazei o que for de justiça e eqüidade a vossos
servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus.” (Cl 4.1).
Vem a questão: e se eles não
tiverem se submetido a Jesus? Neste caso, primeiro teremos que nos sujeitar a
eles, ou seja, renunciar nossos direitos a fim de que Jesus possa usar nossa
vida para transformar seus corações e, deste modo, eles passem a ter dentro de
si a força e influência do Espírito Santo. Só então podemos obedecê-los.
Todavia,
no Reino de Deus, autoridade tem um novo significado, como foi visto acima e
continuaremos a ver:
Ø “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: o trabalhador é digno do seu salário. (1Tm 5.17,18 – ARA 2).
Um dos problemas ao traduzir a
Escritura Sagrada para o português é o princípio adotado pelo sistema religioso
quando decidiu acerca de qual palavra “traduzir” e qual “transliterar”:
Traduzir significa escrever o significado da
palavra. Por exemplo, “house”, em inglês é “casa”;
Transliterar significa escrever a pronúncia da
palavra. Por exemplo, “house” em inglês se pronuncia algo tipo “rauss”.
Aqui, a palavra presbítero é
uma transliteração do original. O problema com isto é que os desavisados
interpretam esta palavra como um cargo na instituição religiosa. Contudo, se
tivessem traduzido para “anciãos”, não restaria dúvidas de que as pessoas a
serem estimadas eram os maduros na fé. Em virtude de se afadigarem na
palavra e no ensino, eles tinham muita sabedoria, conhecimento e experiência
com Deus. Assim sendo, eles mereciam:
dupla honra porque a palavra deles era confiável
duas vezes: por ser irmão em Cristo e por ser maduro na fé;
dobrados honorários porque, em virtude do enorme
gasto de energia, eles precisavam de mais alimento para refazerem suas forças.
Além disto, como muitos
presbíteros estavam sendo desonrados pelo fato de estarem aceitando donativos
dos outros (1Tm 5.19),
além da honra que os irmãos deviam uns aos outros (Rm 12.10),
eles precisavam receber uma honra extra a fim de ficarem tão honrados quanto os
demais membros e assim houvesse igualdade (ver 1Co
12.22-25; 2Co 8.12-15).
Logo, nunca foi intenção de
Paulo que os presbíteros estivessem acima dos demais membros. Nem de Pedro:
Ø “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória. Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (1Pe 5.1-5).
Note como, no versículo 1,
aparece “presbíteros” (transliterado)
e, no versículo 5, “anciãos” (traduzido),
como se os jovens devessem ser sujeitos a todos os anciãos quando, na verdade,
eles deveriam ser sujeitos apenas aos anciãos que tinham cuidado do rebanho de
Deus voluntariamente, de ânimo pronto, sempre procurando servir de exemplo ao
rebanho. Os jovens não deveriam se submeter a um ancião réprobo na fé, pois,
assim, estariam compactuando com o erro deles.
Veja que estes anciãos jamais
deveriam pensar em dominar o rebanho de Deus (mesmo porque o
rebanho é de Deus, e não do pastor, como a maioria pensa),
a saber, aqueles que Ele trouxe para serem discipulados por eles.
Entenda: o trabalho daquele
que tem o ministério de pastor não é dar aula para as ovelhas, mas sim ajudar
aquelas ovelhas que ainda são novas na fé a experimentarem o mover de Deus,
confirmando Sua Palavra, em meio às diversas situações que surgem em suas
vidas, seja por consequência dos pecados outrora cometidos, por ainda estarem
presos ao mundo ou para conhecerem melhor as coisas celestiais (ver Cl 3.1,2). E isto até atingirem a
maturidade da fé (Ef 4.11-14)
quando, então poderiam ser usadas por Deus para aquilo que Ele as tem designado
(ver At 13.1,2).
Enfim, as ovelhas deveriam se
submeter ao ancião que, antes de tudo, já tinha se submetido a Cristo e elas (daí sujeitai-vos uns aos outros – Ef 5.21),
no sentido de prover-lhes a quantidade necessária de demonstração de Espírito e
poder (ver 1Co 2.4,5; 4.19,20)
até que elas não tivessem mais dúvidas de que jamais deveriam resolver
quaisquer questões por métodos carnais e com base nos recursos deste mundo. É
isto que significa fazer discípulos (Mt 28.19).
Para ser mais exato,
autoridade no Reino de Deus não é aquele que manda, mas sim aquele que, em
virtude do costume, tem seus sentidos exercitados para discernir o bem e o mal (Hb 5.12-14). Em outras palavras, são
pessoas que, não só entendem bem a vontade de Deus, mas a têm dentro de si e
nela têm prazer, a ponto da mesma não ser uma obrigação em sua vida, mas um
privilégio a ser vivido (ver 1Jo 4.9; 5.3).
Tal pessoa vive a Palavra de Deus de um modo tão natural, que serve de modelo
às demais pessoas.
Agora fica fácil de entender o
que quis dizer o escritor de hebreus:
Ø “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.” (Hb 13.17).
Obedecer significa colocar-se
debaixo de uma força ou influência. Como eles entregaram suas vidas nas mãos de
Jesus a fim de poderem ter o privilégio de verem Jesus velar pelas Suas almas
através deles, logo nada mais indicado do que eles se submeterem a esta força
ou influência, a saber, à do Espírito Santo.
Dentro destas condições:
Ø “... o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.” (Gl 6.6).
Afinal, ajudar quem é realmente
usado pelo Espírito Santo para mostrar o Reino dos Céus com suas virtudes, é
servir a Cristo e ser bênção na vida de muitos.
Mas que fique claro: tal
pessoa não é superior, nem mais importante do que nós. Não existe elite
religiosa, como o trecho a seguir parece sugerir:
Ø “Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso:” (Ap 2.1).
Cada uma das sete cartas do
apocalipse é dirigida ao “anjo da igreja”. Mas, quem é este anjo?
“Porque os lábios do sacerdote
guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo
do Senhor dos Exércitos.” (Ml 2.7 – ARC)
Não é segredo que Deus fez, de
cada um que Nele crê, rei e sacerdote (1Pe 2.5; Ap
1.6; 5.10). Logo, cada membro da Igreja é anjo (mensageiro) do Senhor dos Exércitos.
Tanto é assim que o mandamento de ser livre para poder ser guiado pelo Espírito
Santo por onde quer que Ele vá (Jo 3.8; Rm 8.14)
é para TODOS que nasceram de novo (ver Jr 2.2).
Autoridade, no Reino de Deus,
é aquela pessoa que está sendo usada por Deus. Daí a ordem para servirmos de
suporte na vida uns aos outros (Ef 4.2; Cl 3.13)
a fim de “lavarmos seus pés” (Jo 13.14).
Note que, em momento algum, a
Escritura Sagrada aprova o modelo de reunião realizado nas instituições
religiosas:
Ø “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (1Co 14.26).
Note como, em momento algum, o
culto está entregue nas mãos de uma elite religiosa. Muito menos é o pastor (bispo, reverendo, etc.) que monopoliza, controla ou
ministra o culto. Antes, quando dois ou três irmãos eram reunidos por Jesus em
um lugar qualquer (ver Mt 18.20),
cada um ministrava aquilo que Deus colocou em seu coração (ver Rm 1.11; 1Co 12.7,11).
Não te esqueças de cada uma
das referências onde aparece a expressão “uns aos outros”. Não é:
Um ao outro, como se fazem nas chamadas
“panelinhas”;
Um aos outros, como se coubesse apenas ao líder
religioso o papel de amar o próximo como a si mesmo;
Uns ao outro, como se fosse papel das ovelhas
suprir os pastores quando, na verdade, é o pastor que conduz as ovelhas aos
pastos verdejantes (Sl 23.1,2; Jo 10.9)
e os pais que devem entesourar para os filhos (2Co 12.14).
Muito menos o objetivo é satisfazer os caprichos de um membro em particular.
Antes, é “uns aos outros”, ou
seja: quando um irmão vê outro necessitado, vai em busca dos demais a fim de,
juntos, serem usados por Deus, não só para abençoá-lo, mas para receberem
dentro de si a mesma bênção a ele destinada (ver Tg 5.13-16;
2Co 1.3-5). Basta pensar que, quando um membro é honrado,
os demais também o são (1Co 12.26).
Se cada pessoa que diz crer em
Jesus estivesse com os interesses voltados para Cristo, nenhum irmão chegaria a
outro para tratar dos seus interesses pessoais, mas sim daquilo que é
pertinente ao Reino de Deus. Todos estariam lutando pela causa de Cristo ao
invés de fazer obras (supostamente para Jesus, como se
Ele precisasse disto – ver Jo 5.34,41; At 17.24,25)
para tentar calar a sua consciência culpada.
4ª – Mas então, porque a ordem de estabelecer bispos (Tt 1.5) e diáconos (At 6.3) e até instruções acerca de como fazê-lo (1Tm 3.1-13)?
Antes de tudo,
analise as características que um bispo ou diácono deveria preencher:
Bispo:
a) irrepreensível (1Tm 3.2) -> pelo tempo de permanência com Deus, Sua Palavra tornou-se um
hábito em sua vida, a qual Ele pratica de bom grado. Não é infiel ao próximo;
b) marido de uma mulher (1Tm 3.2) -> é capaz de se dedicar a uma pessoa,
sem jamais abandoná-la apesar dos conflitos internos que a presença dela lhe
traz;
c) vigilante (1Tm 3.2) -> está sempre atento àquilo que Deus quer operar na vida do
próximo;
d) sóbrio (1Tm 3.2) -> é capaz de fazer bom uso de cada coisa que Deus lhe deu, sendo
capaz de ser feliz com isto;
e) honesto (1Tm 3.2) -> que faz ao próximo apenas aquilo que gostaria que fizesse com
ele (Mt 7.12);
f)
hospitaleiro
(1Tm 3.2) -> que acolhe um estranho ou peregrino
por amor e bondade, a fim de dar-lhe o que precisa para que possa cumprir a
missão que Deus lhe deu;
g) apto para ensinar (1Tm 3.2) -> seu caráter, estilo de vida e modo
de agir é um ensinamento;
h) não dado ao vinho (1Tm 3.3) -> não busca se alegrar sem um motivo
legítimo (Am
6.13);
i)
não
espancador (1Tm 3.3)
-> que disciplina com o intuito de consolar (Sl 23.4), livrar a pessoa do dia mal (Sl 94.11-13);
j)
não
cobiçoso de torpe ganância (1Tm 3.3)
-> não fica desejando e correndo atrás de coisas vis, que denigrem o seu
lar;
k) moderado
(1Tm
3.3) -> prudente, ou
seja, que tem intimidade profunda com Deus (Pv 9.10);
l)
temperante
(Tt 1.8) -> que sabe utilizar bem os recursos e
ser feliz com eles;
m) não contencioso (1Tm 3.3)
-> que tem fé plena e, por isto, não sente necessidade de brigar por suas
convicções, já que a verdade fala por si só e contra fatos não há argumentos (veja Mt 26.59,60; At
4.13,16);
n) não avarento (1Tm 3.3)
-> que consegue enxergar o valor do ser humano aos olhos de Deus e, deste
modo, não fixa os olhos em bens materiais que, no fim, nada valem (Pv 23.5; Is 55.1-3);
o) que governe bem a sua própria casa, tendo
seus filhos em sujeição, com toda a modéstia
(Porque,
se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de
Deus?) (1Tm 3.4,5) -> consegue mostrar com clareza o que
é bom e verdadeiro, de modo que todos possam pensar e sentir a mesma coisa (ver Mt 12.25);
p) não neófito, para que, ensoberbecendo-se,
não caia na condenação do diabo (1Tm 3.6) -> é preciso ter experiência com Deus (fé exercitada e provada –
ver 1Pe 1.6,7) a fim de
que a pessoa não tenha dúvida de que não há proveito algum em fazer algo
separado Dele, ainda que tal coisa possa parecer boa aos nossos olhos (Mt 12.30). Tal coisa pode trazer alívio físico, mas
não produz segurança verdadeira, a qual só é possível quando nossa alma está
ancorada em alguém que nos ama e nunca falha (ver Hb 6.18,19).
Sem contar que é Dele que precisamos (ver 1Jo 4.8,16), sendo Ele o único capaz de fazer algo bom (Mt 19.17; Tg 1.16,17). É triste ser condenado a amar mais as
trevas (Jo
3.19), tal como Adão que,
após pecar, não conseguia mais ter paz no paraíso criado especialmente para
ele;
q) convém também que tenha bom testemunho dos
que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo (1Tm 3.7)
-> não se deixa influenciar pelas pessoas que estão à sua volta; antes, é
ele quem as influencia para o bem.
r) justo (Tt 1.8) -> disposto a abrir mão de seus direitos para que o próximo não
venha a colher o fruto do seu pecado, mas receba o perdão de Cristo. Mesmo
porque seus direitos lhe foram concedidos (riquezas mortas) para que pudéssemos negociá-las, trocando-as por riquezas vivas (Lc 16.9; 19.13).
s) santo (Tt 1.8) -> separado para uso exclusivo de Deus (2Tm 2.19-21);
t) retendo firme a fiel palavra, que é
conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã
doutrina, como para convencer os contradizentes (Tt 1.9). Não desiste daquilo que acredita (ver Cl 4.5; 2Tm 2.15; 1Pe 3.15).
Diáconos:
a) “honestos” (1Tm 3.8);
b) “não de língua dobre” (1Tm 3.8) -> não tenta dizer duas coisas ao
mesmo tempo, como se o objetivo fosse agradar as pessoas, independente do que
elas dizem ou fazem, tal como se dá, por exemplo, quando dois países ou
partidos políticos entram em guerra. É o mesmo grupo (a elite global) que financia ambos os lados a fim de
sugá-los e direcioná-los consoante seus interesses;
c) “não dados a muito vinho” (1Tm 3.8) -> não se entregam a muitas alegrias.
Sua única alegria é a presença do Senhor (Hc 3.18);
d) “não cobiçosos de torpe ganância;” (1Tm 3.8);
e) “guardando o mistério da fé numa
consciência pura.” (1Tm 3.9)
-> purificar a consciência a fim de que a Igreja possa ser guardada dentro
dela e, assim, dar a cada um o que realmente precisa na hora certa (ver Mt 24.45);
f) “irrepreensíveis” (1Tm 3.10);
g) “maridos de uma só mulher” (1Tm 3.12) -> teve sabedoria para se unir àquela
que realmente iria auxiliá-la, ou seja, alguém honesta, não maldizente, sóbria
e fiel em tudo (1Tm 3.11);
h) “governem bem a seus filhos e suas
próprias casas.” (1Tm 3.12)
É bom lembrar também que, naquela
época, não havia templos religiosos para adoração ao Deus verdadeiro, muito
menos os métodos de culto tal como os de hoje. Este modelo de templo e adoração
foi introduzido no cristianismo por Constantino em 325 D.C. no Concílio de
Nicéia, tomando emprestado tais ideias do paganismo.
No tabernáculo, por exemplo,
apenas os sacerdotes podiam chegar-se a ele para ministrar. Nem mesmo os
levitas tinham autorização, a não ser quando era para transportar, e isto com
os utensílios sagrados todos cobertos (Nm 4).
Quanto aos demais israelitas, só
podiam chegar até o átrio, e isto enquanto o sacrifício a seu favor era feito (Lv 1.3,4; Nm 18.22). Quanto aos gentios,
nenhum sequer podia chegar perto.
No templo, mesmo na época de
Jesus, quando tudo estava bagunçado, apenas os sacerdotes entravam no interior.
As demais pessoas ficavam tão somente no átrio que, nesta época, passou a ser
algo como um shopping (daí a dupla
repreensão de Jesus - Jo 2.14-16; Lc 19.45-48).
Enfim, ninguém prestava culto a
Deus dentro do tabernáculo ou do templo. Mesmo nas sinagogas, o que eles faziam
basicamente era meditar na Escritura Sagrada. Todas as instruções para louvar a
Deus com instrumentos e danças eram executadas fora de tudo isto; ou seja, em
lugares públicos (ver Êx 15.20,21; Nm 10.9; Jz
11.34; 2Cr 20.21,22; Lc 15.24,25). A ideia era que, no dia a dia,
eles permanecessem se lembrando de Deus nos seus negócios, guerras e diversões.
Procurando agradar a Deus em tudo (como em 1Co
10.31).
É bem verdade que os irmãos em
Cristo se reuniam no templo (somente
aqueles que moravam em Jerusalém, e isto no pátio até o templo ser destruído).
Contudo, note como a partilha do pão ocorria de casa em casa (At 2.46). Logo, não havia instruções para
nada do que se faz hoje nos templos.
Em particular, nas casas, nem
havia espaço para muita gente. Logo, o papel dos presbíteros e diáconos com
certeza não era presidir cultos, nem mesmo ficar controlando os membros. Antes,
era ter contato com o marido de cada lar, de modo a fortalecer-lhes a fé com
seu testemunho de vida. E isto por causa da dureza dos corações (Mt 19.8) que começaram a jogar a responsabilidade de amar
o próximo nas costas dos líderes religiosos (At 4.34)
para, assim, poderem abarrotar sua alma com diversões vãs e recheadas de
malícia (hoje, por exemplo, o pleno esgoto
mental, moral e espiritual dos programas de TV – ver Dt 7.26; Is 33.14,15).
Na verdade, esta atitude revela o
distanciamento de Deus dos membros, já que a vontade absoluta de Deus é
que todos permanecessem no amor de Jesus (Jo 15.9)
indo nas casas uns dos outros (At 2.46)
a fim de poderem enxergar aquilo que cada um precisa e poderem, PESSOAMENTE,
compartilhar o que Deus colocou na sua despensa (Mt 24.45; Lc
16.1; 1Co 4.1,2; 1Pe 4.10).
Para quê a
necessidade de cargo? Quando se sabe o que é para ser feito, não existe motivo
para a negligência. Isto revela a indisposição dos ministros em fazer o bem e
dos membros, em recebê-lo.
A rigor, o objetivo de Paulo ao
incitar Timóteo e Tito a buscarem pessoas com tantos requisitos era que todos
percebessem o quão distantes de Deus estavam eles e os habitantes de Éfeso (1Tm 1.3) e Creta (Tt
1.5). A distância era tal que Paulo foi obrigado a tolerar que os
membros de Cristo nestas localidades fossem auxiliadas na fé por pessoas que
ingeriam bebida alcóolica (1Tm 3.3,8).
Provavelmente para que eles percebessem que jamais deveriam esperar que alguém
lhes dissesse como seguir a Jesus, muito menos buscasse a Deus por eles, mas
buscassem isto direto Dele (tal como Paulo
– Gl 1.11,12,15-17).
No mundo, as cartas
de recomendação (por exemplo: diploma de
teologia ou seminário, certificados, CNPJ, etc.) podem ser
necessárias, mas para quem é do Reino de Deus tais referências não devem ser
necessárias, já que não devemos julgar a ninguém, nem mesmo transferir a outros
a oportunidade de julgar por nós (Mt 7.1).
Antes, devemos ouvir a voz de Deus para saber o quê devemos buscar de quem,
quando e com qual finalidade, bem como aquilo que é para ser compartilhado com
tal pessoa.
A ordem é a de zelarmos (vigiarmos) pela vida de cada membro do corpo de Jesus (1Co 12.25; 2Co 11.2; Lc 12.36-43).
Àqueles que amavam com hipocrisia (Rm 12.9; 1Pe 1.22),
que não eram zelosos (Ap 3.19; ver Jr 48.10) seriam
vomitados por Jesus em virtude de sua mornidão (Ap 3.16).
O nosso zelo em querer a glória de Deus despertando amor na Igreja pela Palavra
de Deus é o que estimula muitos a permanecerem firmes em Jesus (ver Fp 1.14; 2Co 9.2).
A ideia de Deus sempre foi
construir um edifício de amor (pessoas ligadas pela Palavra de
Deus dentro daquilo que Ele sempre quis que fôssemos),
de modo que pudéssemos ser tomados de toda a plenitude de Deus (Ef 3.19,20) através do poder do Espírito
Santo operando em nós.
Além disto, templos e cargos
tinham finalidades diferentes do que se vê hoje. Se você acha que não, eu te
pergunto: os diáconos e bispos (também conhecido como presbítero,
reverendo, pastor, ancião, cooperador, apóstolo, missionário, etc.)
preenchem todos os requisitos citados acima? Se realmente a instrução de Paulo
a duas pessoas (e não a uma instituição religiosa,
nem mesmo aos irmãos de uma dada localidade, como nas demais epístolas)
era um aval para a criação de instituições religiosas e eleição de líderes,
então porque não existe nenhuma preocupação em buscar alguém que preencha todos
os requisitos? Uma vez que Cristo não é ministro do pecado (Gl 2.17) e um pouco apenas de fermento é suficiente para
levedar toda a massa (1Co 5.6; Gl 5.9),
não podemos fazer concessão, conformando com menos do que Deus estabeleceu (ver 1Co 5.2).
5ª– Mas Jesus pregava todos os dias no templo (Mt 26.55)
“E de dia ensinava no templo, e à noite, saindo, ficava no monte
chamado das Oliveiras. E todo o povo ia ter com ele ao templo, de manhã cedo,
para o ouvir.” (Lc 21.37,38).
Como você pode observar,
estamos em Lucas 21, nos últimos dias da vida de Jesus. Como Jesus deveria
morrer em Jerusalém e ser o nosso cordeiro pascal (Jo 1.29,36; 1Co
5.7), Ele deveria permanecer em Jerusalém desde o 10º
dia do mês de abibe até o 14º, a fim de que todos os líderes religiosos
pudessem verificar se Nele havia algum defeito (veja Êx 12.3-6,
23.15; 34.18; Dt 16.1). Inclusive, era por isto que Ele foi todos estes
dias no templo, já que era ali que os sacerdotes ficavam e os judeus se
ajuntavam (Jo 18.20).
Contudo, em todos os demais
dias, vê-se Jesus peregrinando por toda Galiléia, Samaria e Judéia e, como não
havia nenhum meio de transporte avançado na época, era impossível Ele estar em
todos estes lugares e em Jerusalém num mesmo dia.
Além dia, repare em como os
discípulos ficaram maravilhados ao virem o templo:
E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus
discípulos: Mestre, olha que pedras, e que edifícios!” (Mc 13.1).
Se Jesus tivesse o costume de
ir todos os dias ao templo, então porque Seus discípulos ficaram tão admirados
com a beleza do templo (urge salientar que este episódio
se deu no finalzinho da vida de Jesus, quando faltava cerca de uma semana para
Ele subir aos céus)? Na Escritura Sagrada vê-se Jesus indo ao templo
apenas em 6 ocasiões (Jo 2.14-23; 5.14; 7.28; 8.59;
10.23; e na última semana de Sua vida).
Ora, pense: se o templo de
Jerusalém era o templo do Criador, então por que Jesus não ficou ali
administrando tudo e recebendo as pessoas que queriam ir a Deus? Ainda mais
considerando que ninguém vem ao Pai senão por Jesus (Jo 14.6),
nada mais indicado que Jesus ficasse num lugar fixo. Assim, aqueles que
quisessem conhecer melhor a Deus, saberiam onde encontrá-Lo e, deste modo,
receber ensino certo.
Vem a questão: por que, então,
Jesus não fez isto?
1º -
Porque Ele não queria apenas transmitir
ensinamentos para cada um resolver as coisas por si mesmo, mas sim participar
diretamente da vida de cada um em seu dia a dia. Em outras palavras, jamais foi
plano de Deus instituir preceitos religiosos que nada tivessem haver com a vida
de cada um. Antes, a ideia é que cada um que confia Nele tenha prazer em ver o
Espírito Santo usar Sua Palavra para manifestar Sua perfeita justiça;
2º -
Porque ninguém lhe tinha dado esta autoridade (ver Mt 21.23; Mc 11.28).
Ora, mas o templo,
teoricamente, não era do Pai. Quem é mais indicado para administrar os negócios
do Pai: o Filho ou os empregados (líderes religiosos)?
No entanto, o suposto Herdeiro do templo, misteriosamente, sempre ficou à
margem das decisões religiosas tomadas, sendo ameaçado de morte inclusive neste
templo que insistem em dizer que era dele (Jo 8.59; 11.56).
Se este templo era realmente
de Jesus, então por que Jesus nunca reivindicou Seus direitos? Pelo contrário:
Ele pregou contra o templo (Mt 24.2).
Note como a Escritura Sagrada deixa claro que o templo (Is 64.11) e a sinagoga pertenciam ao sistema religioso (Mt 9.35; 12.9; 13.54; Mc 1.23,39).
Embora Deus tenha concordado
em permitir que Seu nome fosse associado ao templo deles (2Cr 7.15,16), eis o que era realmente
importante para Ele:
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e
orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu
ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (2Cr 7.14).
Tanto que o Pai só entende por
casa Sua aquele que tem relacionamento íntimo com Ele através da oração (Is 56.7; Mt 21.13; Mc 11.17; Lc 19.46).
O templo foi tão somente um lugar de sacrifícios (2Cr 7.12).
Ora, mas Jesus não ofereceu para sempre um único sacrifício pelos pecados (Hb 10.12), então qual a necessidade do templo? O
sacrifício de Jesus não foi suficiente?
6ª – A Igreja, em Atos 2, se reunia todos os dias no templo
“Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de
casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração”
(At 2.46).
Temos que perseverar na comunhão
DIÁRIA e CONSTANTEMENTE, e não apenas duas ou três vezes na semana. Note o
nível de intimidade que eles tinham, a ponto de partir o pão “de casa em casa”.
Ou seja, um participava da vida do outro.
Quanto ao templo, a razão de
eles perseverarem nele é porque, infelizmente, eles ainda estavam muito
arraigados na cultura judaica (como se vê em At 10.28; 11.2,3;
15.1,2; 21.20-24), o que contribuiu para que eles se acomodassem
ali.
Repare como, de acordo com a
ordem de Jesus, eles deveriam ficar em Jerusalém somente até que, do alto,
fossem revestidos pelo poder do Espírito Santo (At 1.4,5).
Após então, eles deveriam ir por toda Judéia e Samaria (At 1.8). Infelizmente, eles negligenciaram este
mandamento, sendo necessária a intervenção direta de Deus através de Saulo de
Tarso a fim de espalhá-los (At 8.1).
7ª – O anjo disse para os apóstolos se apresentarem no templo
“Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas da prisão e,
tirando-os para fora, disse: ide e apresentai-vos no templo, e dizei ao povo
todas as palavras desta vida.” (At 5.19,20).
O anjo ordenou isto apenas uma
vez. Era algo para ser feito naquele momento, em particular. Mesmo porque, se
fosse para se fazer isto perpetuamente, teríamos que ir ao templo de Jerusalém,
já que o anjo não disse para eles irem em qualquer templo, mas especificamente
no templo que ficava em Jerusalém.
Contudo, tanto ele não é mais
necessário que foi destruído e até hoje não foi erguido. O único que terá êxito
nesta missão é o anticristo.
E não é para menos: nunca foi
interesse do Pai ser adorado em um lugar específico (nem mesmo em
Jerusalém – Jo 4.21), mas em espírito e em verdade (Jo 4.23,24) a fim de que Sua glória encha
todo o mundo (ver Is 11.9; Hc 2.14).
E mesmo sabendo, por meio de
Paulo, que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens, nem tampouco é
servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa (At 17.24,25), ainda assim insistem em
erguer templos e mais templos e a tratá-Lo como um deus morto que necessita de
pessoas que defendam Seu nome e façam coisas por Ele.
Deus quer fazer Sua obra
pessoalmente (2Cr 16.9).
A única razão para os líderes religiosos manterem o templo hoje é porque o
mesmo é a desculpa usada para recolher dinheiro dos devotos (com a desculpa que é para manter a “casa de Deus” e fazer a
obra Dele).
E o pior é que o povo gosta
disto, já que é muito mais fácil executar alguns rituais do que amar o próximo
como a si mesmo. Aliás, a razão de ser do sistema religioso é justamente a
indisposição das pessoas em obedecer aos dois mandamentos de Jesus. A exemplo
de Jeroboão (1Rs 12.28-30),
aproveitando desta situação, líderes se levantam prometendo construir a “torre
que irá a tocar os céus” (Gn 11.4)
com seus preceitos, dogmas e rituais. É claro que é tudo em vão, mas quem se
importa? O povo gosta de viver na fantasia (daí o sucesso
dos desenhos animados, novelas, filmes, estórias infantis, etc. – Is 30.9-11;
Jr 5.30,31; 20.10; Am 2.11,12), por que não inventar um
caminho mais fácil para se chegar ao céu e às bênçãos sem precisar amar e
perdoar? Por que não divulgá-lo? Que diferença faz se é verdade ou mentira (ver Is 30.9-11; 2Tm 4.3-4), já que, no fundo, não
acreditam em Deus (ver Is 29.13; Mt 15.3-9)?
Infelizmente, o importante para todos é a conveniência (mesmo que nenhum sentido haja. Afinal, sem amor e perdão, há
alguma coisa que faça sentido?), um lugar que lhes faça
sentir bem consigo mesmos.
8ª – “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.” (1Co 1.9)
Não fomos chamados a qualquer
comunhão, mas à comunhão de Jesus (ou, se preferir, do Espírito Santo
– 2Co 13.13; Fp 2.1). Isto faz diferença, pois os ecumênicos se apoiam
no amor de Jesus para difundir suas crenças. Porém, em momento algum Jesus
disse para desprezarmos a verdade em prol da unidade. Antes, a bíblia é a verdade
que une pessoas. Por isto Jesus disse que não veio para trazer paz, mas espada (Lc 12 49-53): porque é melhor estarmos
separados pela verdade (Lc 12.52,53)
do que unidos no erro (At 5.9).
Vem a questão: o que é amar,
dentro do ponto de vista de Deus? Com certeza é bem diferente dos conceitos do
mundo. Basta pensar que Deus corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe
por filho (Hb 12.5,6),
sendo Sua vara, consolo para nossa alma (Jó 5.17-18; Sl
23.4; 94.11-13).
Com certeza é bem diferente da
“comunhão” entre os sócios de uma empresa ou dos acordos nupciais de hoje que,
lamentavelmente, muitos chamam de casamento.
Mas, o que é a comunhão de
Jesus Cristo?
·
“Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão
do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de
Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque
todos participamos do mesmo pão” (1Co 10.16,17)?
Trata-se da comunhão do Seu
corpo que foi dado para a purificação dos pecados de todos (arrependimento e conversão) (Jo 3.16)
e da Sua vida (sangue)
que foi derramada em nós para que fôssemos justos (Rm 4.25;
6.18,19), ou seja, para que, através de nós, as pessoas
fossem estimuladas à justiça. Em outras palavras, o objetivo é ter comunhão com
os sofrimentos de Jesus pela Sua Igreja (At 2.21,24;
14.22; Fp 1.29; Cl 1.24; 2Tm 2.3; 1Pe 4.12-16).
Quem não se compadece com os
sofrimentos das pessoas já está se regozijando neles (o contrário do amor – 1Co 13.6)
e até contribuindo para os mesmos. Como podemos nos conformar em ver pessoas
sofrendo e fazendo outros sofrer (a pessoa só pode dar aquilo que
tem – Lc 6.45) a menos que isto esteja nos trazendo alguém
benefício (nem que seja a satisfação íntima
por se sentir mais privilegiado e superior do que eles)?
Você acha normal alguém que diz crer em Jesus fugir para um lugar tranquilo,
sabendo que muitos estão a sofrer? Se ela nada sente pelos que estão na região
da sombra da morte (Sl 23.4; Is 9.1,2; Mt 4.15,16),
é sinal de que a mente foi cauterizada, já que Jesus fez justamente o
contrário: saiu da Sua zona de conforto no céu para vir sofrer a fim de que
pudesse repartir conosco a herança que era só Dele.
Talvez você questione: “mas
isto nem sempre é verdade”. Quem realmente se compadece das pessoas que estão
sofrendo não consegue ficar parado sem fazer nada! Dizer (e fazer cara) que está triste é apenas
hipocrisia, só para não ser jugado insensível pelos outros. Tal pessoa não ama
e, portanto, já está odiando e, obviamente, em trevas (1Jo 2.9,11) e fora da comunhão de Jesus (1Jo 1.3,6).
Enfim, comunhão não é se
ajuntar com outras pessoas três ou quatro vezes por semana num lugar à parte da
sua realidade de vida, mas participar constantemente da vida de cada membro da
Igreja que Deus nos traz e vice-versa, de modo que a vida de Cristo encontre
ocasião para se manifestar cada vez mais (2Co 4.10,11).
9ª – Alegrei-me quando me disseram “vamos à casa do SENHOR” (Sl 122.1)
Como isto poderia este
versículo estar se referindo ao:
Tabernáculo, já que o mesmo estava desfeito (veja 1Sm 7.1,2; 2Sm 6.17; 1Rs 3.2-4);
Templo, já que o mesmo ainda não existia, mas
fora construído posteriormente por Salomão.
Analise o contexto do Salmo
122 e você verá que está se referindo às pessoas que habitavam em Jerusalém (veja, em particular, o versículo 9).
Afinal, quer maior alegria do que estar na presença de alguém que guarda em seu
coração o testemunho (a lei de Deus, que no Antigo
Testamento representava Sua vontade – Êx 25.21; Sl 122.4).
Em outras palavras, a alegria
de Davi não era a de ficar perto de uma instituição religiosa, mas de pessoas
cujo louvor a Deus constituía o seu coração.
E mesmo naquelas passagens em
que Casa do Senhor parece se referir ao templo, entenda: a importância não está
no mesmo em si, mais naquilo que, pelo menos, isto deveria significar no
coração de cada um.
No final, acabou que o templo
superou em importância o próprio Deus, a ponto de as pessoas, não mais
conhecerem o verdadeiro significado de Jerusalém e do templo, a saber, que o
SENHOR fundou a Sião, para que os opressos do seu povo nela encontrem refúgio (Is 14.32). Sião, como um todo, deveria ter sido o que a
Igreja de Jesus tem que ser: coluna e baluarte de verdade (1Tm 3.15).
Infelizmente não foi e jamais
poderia ser. Nenhum reino construído externamente a nós tem condição de
funcionar. Tanto que só pode agradar a Deus quem está em espírito (Rm 8.5-9), ou seja, só quem nasceu de novo (Jo 3.3) e agora só anda na novidade de vida provida pelo
Espírito Santo (Rm 7.6; 2Co 5.17).
Daí o Reino de Deus ser
construído dentro de nós (Lc 17.20,21 – ARA2):
a fim de que o Pai possa oferecer sacrifícios agradáveis dentro de nós (1Pe 2.5).
10ª – Jesus disse: “Dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores.” (Lc 19.46).
Para início de conversa, a
Casa do Pai é de oração, e não de repetições vãs:
·
“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que
pensam que por muito falarem serão ouvidos.” (Mt 6.7).
Ora, que sentido há em ficar
cantando hinos repetidos, sempre fazer menção dos mesmos clichês nas “orações”
e sempre pregar as mesmas coisas para as mesmas pessoas?
·
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e
outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo
de Cristo; até que todos cheguemos à
unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida
da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes,
levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com
astúcia enganam fraudulosamente.” (Ef 4.11-14).
Deus não deu cargos, mas
ministérios, sendo que os mesmos jamais deveriam ser encarados como profissões (Rm 15.20; 2Co 10.13-16), mas sim para serem exercidos
na vida daqueles que Deus nos deu para serem gerados dentro de nós (Gl 4.19), e isto ATÉ que a pessoa esteja madura na fé e
possa se “casar com Jesus” (2Co 11.2).
Lembre-se que Jesus vem arrebatar A Noiva (e não um bando
de meninos – Ef 5.25-27). Tanto que a fé, embora comece bem pequena, deve
crescer tanto quanto um grão de mostarda (Mt 13.31,32; Lc
17.6). Note que a fé não precisa de esforço nosso (Mc 4.26-29). Antes, como cresce por si
só, sendo impossível permanecer encoberta (Mc 4.21,22).
Além disto, se a Casa do Pai é
de oração (relacionamento com Ele),
como poderia estar se referindo ao templo, já que era destinado a sacrifícios (2Cr 7.12) e as pessoas não podiam entrar em seu interior (só os sacerdotes)? Se o templo é Casa de
oração, então quer dizer que não posso orar em nenhum outro lugar?
Além do mais, a Casa do Pai é
Casa “de” oração e não “para” oração. Ou seja, a própria Casa do
Pai possui uma personalidade de oração. Logo, estava se referindo ao povo de
Israel e, agora, a cada um de nós (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16).
Ao comerciar as almas humanas
como a Grande Babilônia (Ap 18.13),
esses mercadores (líderes religiosos – ver Jo
10.12,13) estavam transformando o coração de cada membro
do povo de Israel um esconderijo para ladrões e salteadores (Lc 19.46), ou seja, um lugar a ser habitado por pessoas
que nunca pensaram em fazer nada de bom por ninguém, mas que querem nos usar
unicamente para seus interesses. E, para nosso prejuízo, nos iludimos achando
que poderemos tirar algo realmente de bom disto.
Ora, como? Se os interesses
nossos e o da pessoa são maus, como algo de bom pode vir disto (ver Sl 42.7)?
Além disto, qual é o lugar
onde Deus pode descansar (casa é lugar de descanso – Is
66.1,2)? E o que Deus entende por descanso? Já que é o
nosso pecado que cansa Deus (Is 43.23,24),
logo, para Deus, descansar é poder trabalhar por nós (ver Is 64.4; Jo 5.16,17). Mesmo porque nossas justiças
são trapos de imundície (Is 64.6).
Enfim, não é num templo que
Deus pode descansar (ali não há nada para Ele fazer, já
que é ali que as pessoas tentam se esconder de quem são e dos seus compromissos
e lutas), mas no coração de alguém contrito e quebrantado
que teme e treme diante Dele e de Sua Palavra (Sl 34.18; Is
57.15).
11ª – “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” (Hb 10.24,25).
A que congregação o escritor
de Hebreus se refere? Segundo afirmam os estudiosos da bíblia, esta carta foi
escrita perto do ano 70 D.C., quando as forças de Roma invadiram Jerusalém e
destruíram tudo (incluindo o templo),
dando início à diáspora. Como seria possível os judeus não deixarem sua
congregação nestas condições, ainda mais considerando que eles foram espalhados
pelos quatro cantos da terra?
Logo, congregação não está se
referindo a pertencer a uma instituição religiosa. Mas a quê, então se refere?
Se você prestar atenção no contexto do capítulo dez, o que está sendo feito é
um contraste entre o antigo caminho (Antigo Testamento)
e no novo. Enquanto na Antiga Aliança a lei de Deus era deixada no templo ou
nas sinagogas, agora ela seria deixada nos corações dos que cressem (Hb 10.16), de onde então as pessoas deveriam, então,
buscar a lei e a Palavra do Senhor (hoje somos a Nova Jerusalém – Is
2.2,3).
Ou seja, a congregação é o
próprio corpo de Cristo (Hb 10.20)
onde Ele, pessoalmente, é o Sumo-sacerdote (Hb 10.21).
Em outras palavras, a ideia é que os judeus não abandonassem a Graça da Nova
Aliança e retrocedesse para o regime da lei, àqueles rituais que nunca serviram
para eliminar o pecado (Hb 10.11).
Muito menos aos poderes deste mundo (ver Is 30.1-3; 31.1-3).
Para ser mais exato: Cristo
com Seus dons e Sua graça e Palavra é a nossa congregação ou seja, a real
motivação que deve nos mover em direção a alguém. Enfim, sempre que nos
dirigirmos a alguém, nossa motivação deve ser ter comunhão direta com o Pai e
Seu Filho Jesus (1Jo 1.3).
Não devemos permitir que nada
neste mundo nos embarace (2Tm 6.9-11; 2.3-5)
a ponto de nos impedir de chegar ao coração daqueles que são de Jesus, como se
não fosse necessário chegar a eles (2Co 10.13,14). Pelo contrário: devemos
sempre estar em contato direto com o próximo que Deus colocou no nosso caminho,
além de permanecermos sempre abertos às pessoas que Deus quer trazer até nós.
E o objetivo disto é nos
estimularmos UNS AOS OUTROS ao amor e às boas obras através da admoestação. Ou
seja, não é para simplesmente estarmos juntos uns com os outros ouvindo o que o
líder espiritual tem para dizer, mas para deixarmos Deus nos usar para operar
pessoalmente na vida uns dos outros.
Aliás, uma vez que todos temos
livre acesso ao Pai (Jo 15.16; Hb 4.16; 10.19,20),
qual a necessidade de um líder religioso? No Antigo Testamento havia um homem,
o sumo-sacerdote, para servir de intermediário entre o povo e Deus e os
profetas para falar com Ele. Hoje, porém, Jesus Cristo é este homem (At 2.5): nosso Sumo Sacerdote (Hb 3.1; 4,14. 5.1,5,10; 6.20; 9.11)
e Profeta (Hb 1.1).
Inclusive já pensou no
significado das pedras maravilhosas do templo sendo fendidas (Mt 24.1; Mc 13.1; Lc 21.5) e o seu véu sendo rasgado (Mt 27.51)? Isto significa que a Palavra que Jesus disse
para a samaritana finalmente se cumprira (Jo 4.20-24):
que não se adoraria ao Pai em montes, nem em Jerusalém (e seu templo), mas dentro do seu espírito,
vivendo a verdade.
Era o fim de todo o sistema
legal! Note que Jesus não reparou (lavou)
o véu (consertou ou limpou a religião
judaica (fariseu ou saduceu)), muito menos trocou-o (criando uma nova religião). Ele destruiu o véu e fendeu
suas pedras como um último aviso ao povo de Judá que insistia em manter os ritos
judaicos. Daí o escritor dizer que o Antigo Testamento tinha envelhecido e
estava prestes a desaparecer (Hb 8).
Diante de Deus já tinha desaparecido, mas o hoje teimava em mantê-lo. Mas a
destruição de Jerusalém, com seu templo e preceitos religiosos estava prestes a
varrer de vez toda a Antiga Aliança do mapa.
Infelizmente, muitos líderes,
seja por ignorância ou hipocrisia, insistem em reconstruir este templo e
costurar novamente este véu maldito, ou seja, fundar instituições religiosas
com seus preceitos e mediadores humanos, se propondo a desempenhar, na vida de
cada um, o papel já feito pelo Salvador.
Ora, pense: o que o líder
espiritual pode fazer por você ou por alguém que valha 10% de tudo que você
ganha?
Amar o próximo no teu lugar (Mt 22.37-39)? Entendendo que coisa mais
bem-aventurada é dar do que receber (At 20.35),
ao entregar teus recursos nas mãos de uma instituição, seja religiosa ou
“filantrópica” (está mais para pilantrópica do que
para filantrópica, já que está roubando de você a grande dádiva conquistada
pelo Salvador para você na cruz: a felicidade que vem por amar ao próximo),
o que você está fazendo é cuspindo no que Jesus fez por e para você (Hb 10.29).
Buscar a Deus por nós? Mas é para nós nos
achegarmos ao trono da Graça - Hb 4.16)?
Interceder por nós? Mas não é o Espírito Santo
quem intercede com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26),
ou seja, buscando para algo que nem sequer imaginamos que exista (1Co 2.9,12; Fp 3.20)?
Nos libertar, curar e conduzir ao céu? Mas isto
já não foi feito por Jesus (Is 53.4,5)
e unicamente por Ele (Jo 14.6)?
Nos ensinar? Mas o único ensino que garante a
nossa salvação é aquele que é ministrado diretamente pelo Espírito Santo (Jo 6.44,45; Mt 11.28-30; Ef 4.20,21)
que habita em nós (e não apenas visita – 1Jo 4.27)?
Além disto é obrigação de cada membro conhecer bem a Palavra de Deus para
convencer qualquer que contradisser e realmente ser-lhe de agrado (veja Sl 1.1,2; Cl 4.5,6; 2Tm 2.15 Tt 1.9; 1Pe 3.15).
Sem
contar que o dever de ensinar é teu! Não seja como Adão ou Eva que transferiram
a responsabilidade dos seus feitos para outros (Gn 3.12,13).
Como já visto, você é o anjo da Igreja.
Depois de tudo isto, você
ainda acha justo ele viver do suor do rosto dos outros (contrariando Gn 3.19)? Pense: no que ele ganha 10%
de cada membro, é como se, de cada 10 membros que trabalharam duro para
sustentar sua família, ele ficasse com o salário integral de uma delas,
enquanto estes ficam apenas com 90%, e isto sem fazer nada útil.
Não se deixe enganar! Isto é
uma estratégia do diabo e sua elite global para preparar o caminho para o
cristo deles (o anticristo).
Como o anticristo é aquele que vem para tomar o lugar de Cristo e este era
judeu, nada mais indicado de que judaizar o cristianismo, para que o verdadeiro
Espírito Santo seja retirado (2Ts 2.1-3)
e as pessoas se acostumem de tal modo com o espírito do erro (2Ts 2.7-12) que seus ensinamentos fiquem
marcados em sua forma de ver e sentir as coisas (fronte),
bem como em suas atitudes no seu dia a dia (mão)
(Ap 13.16,17).
Cabe a cada um de nós pedir a
Deus de forma submissa (de acordo com a vontade Dele)
insistente (sem desistir)
que possamos ser o instrumento para que as pessoas venham a conhecer Jesus (1Tm 2.4), independente da hora em lugar (1Tm 2.8), sempre dando graças a Deus por esta vida (1Tm 2.1), de modo que cada pessoa jamais coloque alguém
ou algo entre si e o Criador (incluindo o céu),
mas entenda que precisa buscar conhecer a Deus diretamente e ser conhecido por
Ele.
Você talvez diga que é porque
o líder espiritual tem mais conhecimento teológico. É bem verdade que o sistema
religioso, não tendo mais como impedir o acesso das pessoas à Escritura
Sagrada, usou de astúcia para enganar os indoutos, inconstantes e incautos (2Pe 3.15,16). Multiplicou o número de
versões e difundiu a teoria de que é necessário compreender grego, hebraico e
aramaico, história e geografia bíblica, etc. para se entender corretamente, já
que, supostamente, a Escritura Sagrada teria sido escrita nestas três línguas e
o significado original da palavra é bem diferente do significado desta no
português.
Jesus, todavia, foi muito claro
ao dizer que as grandezas celestiais foram escondidas dos sábios e entendidos e
reveladas aos pequeninos (Mt 10.27).
Paulo e Tiago confirmam que são poucos os de nobres nascimento que seriam
chamados (1Co 1.26-29; Tg 2.5),
sendo mais fácil um camelo entrar pelo fundo de uma agulha do que um rico
entrar no Reino dos Céus (Mt 19.23,24).
Se isto é pouco, o Reino dos
Céus pertence aos pequenos (Mc 10.14),
sendo necessário nascer de novo (Jo 3.3)
para nos tornarmos como crianças (Mc 10.15)
e podermos, não só ver e entrar no Reino de Deus, mas louvá-Lo com perfeição (Mt 21.16). Até na hora de evangelizar ninguém deveria se
preocupar com o que dizer porque o Espírito Santo, na hora, ensinaria à pessoa
o que falar (Mt 10.19,20; 1Jo 2.27).
Infelizmente são poucos os que
realmente amam Jesus, a ponto de fazerem questão de estarem perto Dele
continuamente, ouvindo Sua voz e fazendo Sua vontade. A maioria se limita a
fazer a vontade do pastor, e isto porque lhes é prometido que Deus irá
facilitar-lhes a vida e atender todos os seus desejos (deturpando o real significado de Sl 37.4; Is 1.19).
Pense no seguinte: por que
Deus estaria mais interessado em operar dentro de um templo do que em outra
parte? O que faz com que um lugar físico seja mais agradável a Deus do que outro?
Será que Deus precisa de outras pessoas para nos amar, a ponto de precisarmos
nos ajuntar a elas para fazer uma corrente (como que
tentando acorrentar Deus para obrigá-Lo a agir do jeito que queremos)?
Se assim fosse, quantas pessoas seriam necessárias para isto?
Felizmente não depende de quem
quer, nem de quem corre, mas apenas de Deus que se compadece (Rm 9.15-18). Se para Deus fazer algo por
nós dependesse de nós ou de alguém que se interessasse por nós, estávamos
perdidos. Felizmente para amarmos a Deus e manifestarmos Sua bondade e
misericórdia para com o próximo depende exclusivamente de recebermos Dele Seu
amor por nós e pela humanidade (Sl 23.6; 1Jo 4.19).
Se confiarmos, não no que o mundo tem para oferecer, mas no que Jesus quer nos
dar (Seus dons, talentos e o Espírito
Santo), teremos a vida eterna presente conosco
continuamente (Jo 17.3),
de modo que não perecemos na maldade existente no mundo (Jo 3.16).
Enfim, o objetivo de duas ou
três pessoas (Mt 18.20)
se congregarem não é porque tal ajuntamento produz uma corrente mística
forte que atrai bons fluídos ou força Deus a mudar de atitude ou a se
interessar por nós. Antes, o objetivo é servir de estímulo para despertar
diretamente o amor em cada coração que tem contato com Ele. Nada de amor aparente
ou à distância, mas intervenção direta na vida de cada um pelo poder do
Espírito Santo com base na Sua Palavra.
12ª – “OH! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.” (Salmo 133.1)
Nunca foi plano de Deus que
alguém fosse até outrem para ter comunhão com Ele (Is 1.12-15).
Antes, a ideia é que, como fruto da comunhão com Deus a pessoa fosse conduzida
diretamente até aqueles em quem Ele deseja operar (Mt 28.19; Mc
16.15). Ou seja, não é para nos ajuntarmos com os
irmãos e buscarmos a Deus que congregamos; antes, é porque já estamos unidos à
Cabeça (Jesus)
e ao Corpo (Igreja)
que Jesus nos congrega a uma ou duas pessoas (Mt 18.20).
A bondade e a suavidade de
Deus só serão realidade na nossa vida se VIVERMOS
em união com a Igreja. Não é estar em união, mas VIVER em união (24 horas). A comunhão não pode estar restrita ao ambiente
do templo religioso e aos horários de culto. O braço, por exemplo, permanece no
corpo 24 horas, mesmo quando não está sendo utilizado, pois, a qualquer
momento, pode ser necessário.
De igual modo, precisamos
permanecer no amor de Deus (Jo 15.9),
a saber, Sua Igreja (compare com Jo 8.16; 1Jo 4.9).
Uma vez que Igreja é corpo de Cristo, seus membros jamais devem se separar (1Co 12.12). Mesmo por que, separar para ir aonde? Para
fazer o quê? O que pode haver de bom em algo que é separado de Cristo e Sua
Palavra?
Não é para amar só de vez em
quando. Em Tiago 5.13-16 vemos todos os membros se mobilizando em favor de um (Tg 5.14) e todos sendo curados (Tg 5.16). Como soldados de Jesus (2Tm 2.3-5), devemos estar sempre disponíveis na vida dos
irmãos, já que não sabemos quando um de nosso membros será afrontado pelo
inimigo (compare Ec 4.90-12 com 1Co
12.23-26) ou requisitado pelo Senhor Jesus.
Será que nossos interesses são
tão importantes a ponto de justificar nossa indisposição de largar tudo para
atender ao chamado de Cristo? Tal como o soldado larga tudo (inclusive família) quando é convocado pelo
general, nada neste mundo pode impedir de sermos guiados pelo Espírito Santo (Jo 3.8; Rm 8.14).
Para que fique claro: o amor
tem que ser sem hipocrisia (Rm 12.9).
Pense: você costuma marcar hora para ir à casa de teu pai, filho ou uma pessoa
muito íntima? Assim sendo, se de fato a Igreja é uma família (e uma apenas), então por que a necessidade
de um local e horário fixo para nos reunirmos? Ainda mais um lugar à parte,
como o templo, que nada tem haver com nenhum dos membros? O correto é nas casas
uns dos outros (At 2.46).
Até hoje as pessoas não
entenderam a mensagem da santa ceia. Quando as pessoas leem (Jo 6.51-57), a impressão que têm é que
temos que alimentar a nós mesmos de Cristo. No entanto, Jesus não deu apenas um
mandamento, mais dois. Que serventia teria sermos cheios do Espírito Santo, se
nossa vida não servisse de proveito a ninguém?
A santa ceia é para ser
vivida, não apenas uma vez por mês (ou ano, dependendo da instituição
religiosa), muito menos por meio de algo tão pequeno (como um pedacinho de pão e suco de uva (vinho)).
Antes, é para a vivermos constantemente na vida uns dos outros em todas as
áreas da vida. Em outras palavras, a ideia é nos enchermos com o amor de Jesus
pelas pessoas e depois compartilharmos, ou seja, darmos de nós mesmos a elas.
Pense: qual é a finalidade da
instituição religiosa? Se a ideia é ir para nos enchermos de bênçãos e de tudo
que Deus é, vem a pergunta: quem está dando?
Se você me disser que é o pastor, eu te pergunto:
“mas Jesus não é o único HOMEM entre nós e Deus” (1Tm 2.5).
Como, então, você pode esperar que ele possa resolver os teus problemas? Ele
não dá conta de resolver nem os dele!
Ainda que você teime em dizer que ele é mediador entre você e Jesus (o que é um erro – At 4.12), você acredita mesmo que o
pastor possa manipular Deus? Fica até parecendo que o pastor (tão pecador como você) é mais compreensivo que Deus.
Se você disser que Deus pode usar alguém, eu te
pergunto: como, se todos estão só querendo receber.
Por fim, se é o Espírito Santo diretamente, então
qual a necessidade do templo? Acaso é só ali que Ele opera? E se você precisar
de Deus num horário que o templo está fechado?
Note como as pessoas vão ao
templo pensando em buscar, de Deus, apenas o que diz respeito aos seus próprios
problemas. Eu te pergunto: que comunhão (comum + união)
você vê nisto? Mesmo dentro da mesma instituição religiosa, é difícil haver
duas pessoas que pensam e sentem a mesma coisa (ver At 4.32;
1Co 1.10; Rm 12.16; Fp 4.2).
Enfim, o Reino de Deus não é a
execução de tarefas externas que o homem faz por si ou por outrem (que nada têm haver com a vida, o caráter delas),
mas sim tarefas operadas pelo Espírito Santo no interior de cada um a fim de
promover Sua lavagem da regeneração e renovação (Tt 3.4-6),
de modo que todos possam ter tudo em comum (At 2.44; 4.32).
13ª – As pessoas precisam de um lugar especial, onde sua fé possa ser fortalecida
Alguns alegam se, não houver
uma instituição religiosa, o culto a Deus irá virar uma bagunça. Eu te
pergunto: mais do que é bagunçado? Como se já não fosse a enorme quantidade de
religiões, seitas, filosofias, esquemas de auto-ajuda, etc., já reparou que o
cristianismo é a religião que mais discrepâncias há? Só no Brasil, estima-se
que há mais de 20.000 denominações evangélicas, cada uma dizendo algo
diferente.
E mesmo as outras religiões
como católica ou islamismo que mantém uma uniformidade razoável, elas
resolveram os problemas da humanidade? Aliás, se uniformidade resolvesse alguma
coisa, quando o imperador Constantino fundou a religião católica em 325 D.C. no
concílio de Nicéia e a proclamou como religião oficial do império romano, então
era para, finalmente, a paz ter sido estabelecida e, como bem sabemos, isto
jamais aconteceu.
Por outro lado, como o
Espírito Santo não é de confusão, e sim de paz (1Co 14.33),
se cada pessoa fosse guiada pessoalmente por Ele (como deve
acontecer com todo filho de Deus – Jo 3.8; Rm 8.14),
a verdadeira unidade seria estabelecida:
·
“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” (Ef 4.3).
Note que a verdadeira unidade
é promovida pela presença do Espírito Santo em cada coração, sendo a paz com
Deus o vínculo. Tanto que a essência do ministério é a paz com Deus (2Co 5.18-20).
Ora, que sentido teria a paz
com Deus se não fosse para cada um ouvir diretamente a voz de Deus e ser
conduzido por Ele?
Além disto, o que você imagina
que poder-se-ia fazer no templo que pudesse corroborar com a fé das pessoas?
Você realmente acredita que ficar cantando hinos, dançando, dando glória a
Deus, fazendo shows gospel, reteté de Jesus, ungindo pessoas e objetos aumenta
a fé? Mesmo que assim seja, eu te pergunto: fé em quê? Em quem? Ainda que fosse
em Jesus, mas que Jesus é este que está sendo pregado por aí? É realmente o
Jesus da Escritura Sagrada (ver Gl 1.6-9; 2Co 11.4)?
Você pode me questionar: “na
instituição religiosa a pessoa pode aprender a Palavra de Deus”. Se a única
coisa que Jesus deseja é que a pessoa saiba a Palavra Dele, Ele poderia
escrevê-la no céu, nas pedras ou fazer com que dentro de cada fruta, verdura,
legume, etc., viesse um versículo escrito. Além disto, veja o que diz a
Escritura Sagrada:
·
“OS céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra
das suas mãos.” (Sl 19.1);
·
“Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a
casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em
seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por
povo; e não ensinará cada um a seu próximo, Nem cada um ao seu irmão,
dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, Desde o menor deles até
ao maior” (Hb
8.10,11).
·
“E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes
necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas
as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim
nele permanecereis.” (1Jo 2.27).
Como você pode ver, mesmo que
o ensino ministrado nas instituições religiosas fosse verdadeiro, seria
desnecessário. Todavia, eu te pergunto: o que anda sendo ensinado nas
instituições religiosas? São coisas realmente relevantes para nós? Se é assim,
então por que nosso país continua sendo o país do futebol, dominado por uma
padroeira, repleto de drogas, promiscuidade (até marcha para
legalizar a maconha e a prostituição já foram feitas),
injustiça e confusão religiosa? Enquanto Paulo e Silas (basicamente) em 2 anos, sem sair do lugar
e sem tecnologia, conseguiu a conversão de praticamente toda a Ásia (At 19.8-10), o que se vê hoje é aqueles que
se dizem igreja de Cristo se convertendo ao mundo para tentar crescer e
florescer nele, quando a ordem sempre foi sair do mundo (Mt 6.19,20; Rm 12.2; Ap 18.4) e esperar a volta de Cristo (Fp 3.20,21; 1Ts 1.9,10; 3.12,13; 5.23).
Leia (Isaías 30.9-11; Jeremias 5.30-31; Amós 6.3-6; Miquéias 7.1-7)
e veja se não é o retrato da nossa sociedade? Analise o teor das pregações e
veja se corresponde ao que Jesus ensinou.
Basta você pensar que, em
virtude do contato contínuo com o mundo e suas delícias, o coração dos que
dizem crer em Jesus está tão obcecado com as coisas desta vida (ver Mt 16.23; 1Co 15.19), de modo que o tesouro delas
tem estado aqui (ajunte Pv 4.23 com Mt 6.21).
Tanto que o evangelho não tem sido mais Cristocêntrico, mas antropocêntrico (com o homem no centro), como se tudo girasse em
torno de homem: seus desejos e aquilo que ele tem que fazer para conseguir a
salvação e as bênçãos.
A graça já não tem mais sido
de graça. Pelo contrário: quanto se paga para conseguir os objetos ungidos,
participar de congressos, shows, fora as campanhas, votos, ofertas e dízimos
para que o devorador seja repreendido e a pessoa seja livre (em outras palavras, o sacrifício de Jesus não foi suficiente).
E não importa o quão bem
intencionada a pessoa seja: sai geração e entra geração e jamais alguém
conseguiu elaborar uma religião (seita, igreja ou seja lá como a
pessoa resolva chamar) que conseguisse conduzir a Deus e resolver todos
os conflitos do ser humano, seja interno ou externo.
Não acha que, depois de cerca
de 6.000 anos, alguém não deveria ter tido sucesso nesta missão? Mas não
importa o tempo, a época, o local, a cultura, raça, credo, condição social,
jamais alguém teve êxito. E o motivo é simples: porque apenas Jesus, EM PESSOA, é O caminho (Jo 14.6; At 4.19; 1Tm 2.5).
Não adianta querer substituí-Lo ou colocá-lo ao lado de outro. Daí o primeiro
mandamento do decálogo (Êx 20.3):
não ter outros deuses na presença dele. No final das contas, é isto que
a instituição religiosa, com seus líderes e rituais têm sido na vida das
pessoas: pequenos deuses. Tanto que a maioria não consegue sequer imaginar a
hipótese de buscar Deus diretamente, sendo que foi justamente para isto que
Jesus morreu: para acabar de vez com tudo aquilo que nos separava de Deus (Hb 10.19,20): templo (note como as pedras do templo se fenderam junto com o véu deste
- Mt 27.51), véu (Lc 23.45)
e rituais (lei sem amor é ritual vazio e sem
valor – Ef 2.14-16; Cl 2.14).
Tanto que Ele nos comprou (1Co 6.20) para que, de escravos do pecado (Rm 6.17,18,20), nem de pessoas (1Co 7.23) passássemos à condição de reis (Rm 5.17,20) e sacerdotes (Ap 1.6; 5.10), como deveria ter sido desde
o início (Gn 1.28).
Jesus reconquistou esta posição de autoridade (Mt 28.18)
e a concedeu a Seu corpo (Ef 1.21-23),
mas as pessoas insistir em permanecer debaixo do jugo imposto pelo mundo e seus
líderes religiosos. Pois, mesmo os que dizem está a serviço de Cristo, só
cogitam das coisas dos homens (Mt 16.23).
Não falam de outra coisa senão das coisas do mundo (Jo 3.31).
A prova disto é que o mundo os ouve (1Jo 4.4,5)
e exalta, recebendo-os na política e na mídia corporativa. Como isto é
possível, já que ambos jazem no maligno (Jo 14.30; Ef
2.1,2; 1Jo 5.19). Não é estranho (medite com
carinho e leve a sério o que Jesus disse em Lc 6.26)?
14ª – É preciso um lugar onde se possa servir a Deus, tomar santa ceia, dar dízimo
Há também um detalhe a ser
observado: compare a diferença no comportamento de Marta e Maria. Quando Jesus
chegou em Betânia, havendo já quatro dias que Lázaro morrera, Marta saiu ao
encontro de Jesus (Jo 11.20),
enquanto que Maria só foi após ser chamada (Jo 11.28-31).
Quando a pessoa tem intimidade
com Jesus ela não precisa ir desesperada a Jesus, como Marta. Ela sabe que, no
momento certo, será chamada. Marta foi a Jesus, mas sem saber o motivo disto.
Embora dissesse que cria no que Jesus podia fazer (Jo 11.21-27),
quando Jesus se propôs a fazer, reprovou-O (Jo 11.39).
Em outras palavras, o
importante não é servir a Deus, mesmo porque Ele não é servido por mãos de
homens (At 17.25),
nem aceita testemunho ou glória de homem algum (Jo 5.34,41).
Antes, o modo de glorificar o nome Dele é servindo de habitação para Sua glória
(lembre-se que Ele não divide Sua
glória com ninguém – Is 42.8). Ou seja, nosso papel é, tão
somente, servir para que todos possam ver Ele, em pessoa, através de nós.
Além disto, a tendência das
pessoas é se acomodarem, achando que o único lugar onde precisam ser santas é
no templo, bastando fazer uma série de rituais vazios em si mesmos para agradar
a Deus. Até hoje insistem em não querer enxergar que a única forma de cumprir a
lei é amando ao próximo (Rm 13.8-10),
a saber, vivendo o significado dos rituais, e não apenas praticando-os
formalmente.
Por exemplo, a santa ceia,
como ritual, só teria sentido se o ato de compartilhar o pão e o suco de uva
fosse vivido por cada pessoa na vida do seu próximo sem hipocrisia (Rm 12.9), ou seja, se ao chegar no irmão mais próximo, a
pessoa olhasse firmemente nos olhos dele a fim de que todo o amor de Cristo em
seu coração por ele fosse transmitido, dando início a uma vida intensa e contínua
de compartilhar mútuo. A longo prazo, a ideia é que o coração de cada um fosse
dilatado (Is 54.1-3; 2Co 6.11-13),
de modo que cada pessoa se colocasse à disposição do seu irmão 24 horas como
soldado (2Tm 2.3-5),
pronto para entrar em ação tão logo Deus deseje operar em seu coração.
Por fim, analise com calma
este trecho da Escritura Sagrada:
·
Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis,
mas, como tenho dito aos judeus: Para onde eu vou não podeis vós ir; eu vo-lo
digo também agora. Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como
eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. Disse-lhe
Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus
lhe respondeu: Para onde eu vou não podes agora seguir-me, mas depois me
seguirás.
·
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em
mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria
dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei
outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós
também. Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis
o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como
podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também
conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o
que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes
conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o
Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que
eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as
obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por
causa das mesmas obras. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê
em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque
eu vou para meu Pai. (Jo 13.33-36; 14.1-12).
Em primeiro instante, as
pessoas são tentadas a achar que Jesus estava indo para o céu. Então, ao
responder a Pedro, Jesus disse que estava voltando (e não indo)
ao Pai. Ou seja, não era Ele se esforçando para ir ao Pai, como se Ele
estivesse distante (uma que Ele é onipresente. Além
disso, mesmo em vida Jesus estava no céu – Jo 3.13).
Antes, o Pai estava Nele e vice-versa (Jo 14.9-11).
Contudo, como cada segundo da Sua vida era entregue ao Pai, Jesus cada vez mais
crescia fisicamente em estatura e graça diante de Deus (porque os anjos iam percebendo o que Deus é capaz de fazer
através de um ser humano quando este confia inteiramente Nele – ver Ef 3.9,10;
1Pe 1.12) e dos homens (pois Ele é a
comprovação de toda a perfeição e eficácia da Palavra de Deus – Jo 1.1,14)
(Lc 2.52).
Ou seja, quanto mais a Palavra
de Deus se cumpria Nele pelo Espírito Santo (At 10.38),
mais o Pai O estava trazendo Jesus homem junto de si (note que são as mesmas obras que identificam o Pai com o Filho
– Jo 14.11). Após a cruz do Calvário, tudo o que o Pai é se
cumpriria no homem Jesus, de modo que ninguém teria dúvida de que Aquele homem
é o próprio Deus (é assim que o Pai, fisicamente
falando, estava trazendo Jesus para junto do Si, ou seja, de quem Ele é em
poder e autoridade. De outra sorte, tal afirmação não teria sentido, já que Ele
e o Pai sempre foram um).
Esta é uma das razões do nosso
mediador ser Jesus como homem (1Tm 2.5):
porque Ele é a prova de que é possível viver de modo santo e puro. Daí ser uma
heresia dizer que Jesus não veio em carne (1Jo 4.3).
No instante que Jesus disse
isto a Pedro e aos apóstolos, eles não podiam seguir Jesus porque só com o
Espírito Santo eles ser trazidos para junto de tudo que o Pai é em termos de
caráter, de modo que todos pudessem, através deles, saber quem é Jesus.
Note como não é a pessoa que
se esforça para ser como o Pai ou para ir até Ele, mas sim é o Pai que vai
fazendo esta obra na vida daqueles que deixam (Jo 6.44,45; Tt
3.4-6). Para tanto devemos amar ao próximo, e isto do
jeito que Jesus amou, a saber, renunciando tudo para que o amor pelo Pai
pudesse ser despertado nas pessoas. Afinal, a casa do Pai é o nosso coração, o
qual possui muitas moradas (Jo 14.1,2),
a qual deverá ser habitada justamente por aqueles pecadores que, de tão ruins,
o mundo não consegue enxergar justiça neles (Mt 9.13,14),
justamente para que todos possam perceber que não há pecado que seja tão forte,
grande ou intenso que não possa ser sobrepujado pela Sua graça (Rm 5.20; ver 1Tm 1.13-16).
A ideia é deixar que Deus faça
de nós, diante de principados e potestades (Ef 3.8-10),
aquilo que Ele quer que sejamos a fim de que todos possam conhecer, por meio de
cada um, uma nova faceta da Sua multiforme sabedoria e graça (1Pe 4.10).
4 - CONCLUSÃO
Para finalizar, tomemos Cristo
como o modelo perfeito.
Note como Jesus não estava
apenas de vez em quando com os discípulos, mas viveu o tempo todo junto com
eles por onde quer que ia, trabalhando individualmente na vida de um por um,
até todos estarem preparados para serem conduzidos interiormente pelo Espírito
Santo. Quando isto se cumpriu, Ele os deixou fisicamente. Daqui podemos tirar
as seguintes lições:
1º - Jesus
nunca ficou com os discípulos presos a um lugar físico;
2º - Jesus
nunca os deixou durante os quase quatro anos de discipulado;
3º - Jesus
não ficou fisicamente com os discípulos até estes morrerem, mas tão somente até
estarem preparados para passarem de discípulos para apóstolos;
4º - Jesus
não ia para receber algo dos homens (nem mesmo adoração – Jo 5.34,41),
nem esperava que os homens fossem até Ele (embora muitos,
por motivos carnais, como cura e libertação, fossem até Ele).
Antes, ia por onde quer que o Espírito Santo o conduzia, ofertando a cada um o
que Deus tinha para ele.
E como todo que crê em Jesus
tem que viver como Ele (1Jo 2.6)
e fazer as obras que Ele faz (Jo 14.12),
é isto que temos que buscar para nossa vida (2Co 4.10,11; Gl
2.20).
Por fim, como o discípulo não
é maior que o Mestre (Mt 10.24,25; Jo 15.20),
é muita petulância alguém achar que pode discipular, ao mesmo tempo, mais
pessoas que Jesus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário