PARÁBOLA DO SEMEADOR: a
parábola dos tipos de relacionamentos
Introdução
Embora
próprio Jesus tenha chamado esta parábola de “Parábola do Semeador” (Mt 13.18 - creio ser esta a única parábola que jesus pessoalmente
nomeou),
todos que ministram esta parábola enfatizam a semente e, principalmente, 4
tipos de terreno.
Entrementes,
se você for parar para pensar, o terreno (ou a terra, se
preferir)
é um só. O que existe são quatro lotes feitos da mesma substância (somos pó e
ao pó voltaremos – Gn 3.19). O que diferencia cada
lote é aquilo que entra em contato com ele (daí a exortação de Pr 4.27).
O
lote à beira do caminho é a parte do terreno que foi pisado e maltratado pelas
frustrações de relacionamentos irresponsáveis. O lote pedregoso é a parte do
terreno que recebeu muito entulho advindo das cobranças do Sistema Babilônico e
dos destroços de relacionamentos mal resolvidos entre terceiros e que, agora,
limitam a vida de quem os recebeu. O lote espinhoso é aquele que recebeu
sementes indevidas. Ele produz tanto quanto o fértil, só que, como está repleto
de desejos e sentimentos infrutuosos, os mesmos acabam roubando parte dos
recursos necessários para os bons frutos amadurecerem.
Quanto
ao nome parábola do semeador, o mais lógico de se pensar é que Ele seja o foco
da parábola. Contudo, fomos tão viciados na interpretação dada pelo sistema
religioso que temos dificuldade de enxergar a importância do semeador. No
entanto, note como a parábola começa:
“E falou-lhe de muitas
coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.” (Mt 13.3).
Jesus
tinha saído com os discípulos especialmente para semear a Escritura Sagrada no
coração deles (Mc 4.14).
Os discípulos eram o alvo do ensino. Contudo, logo se ajuntou muita gente ao pé
dele (Mt 13.2). Foi a partir de
então que cada um destes indivíduos teve o privilégio de receber uma porção da
Escritura Sagrada ministrada por Jesus, uns mais, outros menos, conforme a
disposição de ouvir de cada um (Mt 13.9,12).
Ou
seja, esta parábola era um retrato do que estava acontecendo ao vivo naquele
momento.
Visando
colocar o semeador (Jesus – Mt 13.37) no lugar de
destaque que ele merece nesta passagem, vamos revê-la, ressaltando como cada
tipo de coração reage ao amor pelo Eterno e pelo próximo.
Obs: As palavras
sublinhadas apontam para aquilo que cada evangelista destacou.
1º Tipo de Lote: à
beira do caminho
· “E, quando semeava, uma parte da semente
caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;” (Mt 13.4);
· “E aconteceu que semeando ele, uma parte
da semente caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e a comeram;”
(Mc 4.4);
· “Um semeador saiu a semear a sua semente
e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves
do céu a comeram;” (Lc 8.5);
· “Ouvindo alguém a palavra do reino,
e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado
no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho.” (Mt 13.19);
· “E, os que estão junto do caminho são
aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás
e tira a palavra que foi semeada nos seus corações.” (Mc 4.15);
· “E os que estão junto do caminho, estes são
os que ouvem; depois vem o diabo, e tira-lhes do coração a palavra, para
que não se salvem, crendo;” (Lc 8.12).
Note
que não foi qualquer palavra que foi semeada nos corações, mas o evangelho do
reino (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Mc 1.14; Lc 4.43; 8.1).
E
não basta apenas ouvir, nem decorar como um papagaio. É preciso entender a
vontade do Eterno (Ef 5.16,17). Do contrário, o
maligno, caracterizado também como diabo (acusador) e satanás (inimigo,
adversário)
vem e arrebata (toma violentamente)
o que é semeado no coração.
Vem
a questão: o que foi semeado no coração? Perceba que não está escrito “A que foi semeada” (se
referindo à semente),
mas “O que foi semeado”. Não
foi uma simples palavra (ensinamento)
que foi semeada nos corações.
Quem
semeou foi o “Filho do Homem” e, não um mero ser humano. E quando Ele assim
procedeu, ele também semeou a si mesmo nos corações, bem como a seus filhos. Ou
seja, esta é uma parábola de relacionamentos.
Para
ser mais exato: Jesus semeou a Si mesmo, à Sua Palavra e aos Seus filhos neste
coração que estava à beira do caminho (que é Jesus – Jo 14.6).
Isto explica o motivo pelo qual há tantos relacionamentos desfeitos: porque um
sempre esteve à beira do caminho do outro. Nunca os dois se interagiram com a
Palavra a fim de serem um só caminho em Cristo Jesus.
Mas
por que isto este tipo de coração reage deste modo? O terreno à beira do
caminho é aquele que é pisado por todo tipo de indivíduo e animal e, de tanto
que foi pisado, ficou duro demais para a semente penetrar. A semente, assim,
acaba sendo pisada também (algo semelhante se dá em Mt
7.6) até ser devorada pelas aves do céu.
E
não é de se admirar. Uma semente celestial só pode ser devorada por aves
celestiais. Ou seja, os malignos acusadores deste mundo não são meros
adversários físicos, mas movidos por Ha-Satan e seus
demônios para roubar tudo que o Filho do Eterno quer fazer na vida dos indivíduos.
Ou
seja, não se trata apenas do rompimento de um relacionamento, mas uma
interrupção do tratamento que o Eterno estava a operar em ambas as partes (ver Mt 18.18-20).
Enfim,
não precisa se iludir. Caso você esteja pensando em se relacionar com alguém
que vive à beira do caminho, pode estar certo de que este relacionamento não
vai vingar e o pior: acabará acontecendo como descrito em Mt
7.6. Tudo que você fizer por elas só irá alimentar a inimizade, a acusação e a
inimizade na vida delas contra você.
Todavia,
quando isto acontecer, você não deve se intimidar, desanimar, permitindo que
tudo que o Eterno tem para operar em você e através de você seja interrompido.
Assim como Oséias não desistiu de casar com Gômer,
mesmo após o Eterno relevando quem ela realmente ela, mas aceitou que sua vida
fosse usada para ilustrar o amor do Eterno pelo Israel adúltero (Os 1.2,3), que
você nunca desista de ser usado pelo Eterno para semear Sua presença e Palavra
na vida de alguém que, no final, acabará de odiando por todo bem que fizeste.
2º Tipo de Lote: O
pedregoso
· “E outra parte caiu em pedregais, onde
não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; mas,
vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.” (Mt 13.5,6).
· “E outra caiu sobre pedregais, onde não
havia muita terra, e nasceu logo, porque não tinha terra profunda; mas, saindo
o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou-se.” (Mc 4.5,6);
· “E outra caiu sobre pedra e, nascida,
secou-se, pois que não tinha umidade;” (Lc 8.6);
· “O que foi semeado em pedregais é o
que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo,
antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa
da palavra, logo se ofende;” (Mt 13.20,21).
· “E da mesma forma os que recebem a
semente sobre pedregais; os quais, ouvindo a palavra, logo com prazer a
recebem; mas não têm raiz em si mesmos, antes são temporãos; depois, sobrevindo
tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo se escandalizam.” (Mc 4.16,17).
· “E os que estão sobre pedra, estes
são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz,
apenas crêem por algum tempo, e no
tempo da tentação se desviam;” (Lc 8.13).
Repare
como a semente que estava sobre a pedra não vingou. Mas não é importante
edificar a casa sobre a rocha (Mt 7.24-27)? Como edifícios,
devemos estar fundados em Jesus, mas como árvores do jardim do Eterno, nossas
raízes devem ser aprofundadas nele (Ef 3.17; Cl 2.7). O problema não
estão nas rochas (mesmo porque estas sempre vão existir), mas sim em não querer
achar um caminho por entre elas de sorte encontrar águas mais profundas que as
farão sempre verdes e frutíferas na estação apropriada (Jr
17.7,8; Sl 1.1-3). Note que a semente não morreu por causa
do sol, mas sim pela falta de umidade.
Embora
tudo que vamos fazer deva estar fundamentado naquilo que Jesus é, nossa
comunhão com Jesus não deve se limitar a obras. Antes, é preciso aprofundarmos
nossas raízes nele, tenho um relacionamento cada vez mais profundo com Ele, de
modo a nos tornarmos um com Ele, com Sua Palavra e com aqueles que são Seus.
Infelizmente
a maioria dos indivíduos consideram muito apertado o caminho entre as pedras e
preferem ficar na superficialidade de um relacionamento só circunstancial.
Quando
Jesus semeia a si, à Sua Palavra e a Seus filhos neste tipo de coração, o
indivíduo os recebe com alegria no início e, aparentemente, este tipo de
relacionamento parece promissor. No entanto, todo relacionamento em que um não
tenta se enraizar no outro, em Jesus e na Escritura Sagrada de modo a se
tornarem um em Cristo, é passageiro. Um crê no outro por algum tempo, mas basta
uma dificuldade (uma tentação)
para surgir uma briga e uma raiz de amargura que acaba contaminando o relacionamento
e trazendo perturbação (Hb 12.15). Todo o
relacionamento se seca, restando apenas um mero cumprimento de formalidades
(direitos e deveres).
Mas,
o que seriam estas pedras? Trata-se de marcos (limites) que o Eterno
colocou na vida de cada um a fim de guiá-lo em direção ao caminho certo (ver
Jr 31.21).
Infelizmente muitos se prendem a estes limites, fazendo deles um limite para o
Amor e os relacionamentos que Ele pretende construir dentro deles.
Mas,
do que são feitos estes limites? Tanto podem ser limites naturais (falta
de dinheiro, saúde, etc.)
ou o lixo sólido que nós permitimos que entre no nosso coração advindo de
relacionamentos partidos, das frustrações dos outros.
Se
permitirmos que isto nos encha de medo de sofrer nos relacionamentos, não
seremos aperfeiçoados no amor (1Jo 4.18)
e, tal como Jó, o mal que tanto tememos nos sobrevirá (Jó
3.25,26).
Quando vier o sol do tropeço, angústia e perseguição, com certeza aceitaremos
facilmente, de modo passivo, o fim do relacionamento.
Você
pode questionar: mas aqui está sendo falado de tropeço, angústia e perseguição
por causa da Palavra. Todavia, se você for parar para pensar, todo tropeço,
angústia e perseguição é por causa da Palavra, já que o principal motivo por
traz do fim dos relacionamentos é a verdadeira razão de ser deles. Para ser
mais exato, tal como a raiz suga terra, água e o estrume que nela é colocada
para gerar, caule, folha, flor e fruto, nosso papel é amarmos tudo aquilo que é
inimizade contra o Eterno na vida do indivíduo (Mt
5.44,45),
de modo que, através de nós, a Palavra do Eterno possa ser confirmada em cada
uma destas áreas problemáticas através de nós e, assim, possamos ser um em
Cristo e Sua Palavra.
Em
outras palavras, a causa das inimizades vem justamente quando alguém se
considera justos demais, com base nos conceitos e valores do Eterno, a ponto de
não admitir, na vida do outro, qualquer falha com relação aos mesmos.
Aqueles
que se permitem encher de pedras não aceitam a ideia de que o Eterno os enviou
justamente para se deixarem consumir pelas falhas de outros, até que Cristo
seja formado neles (ver Mt 10.39; Gl
4.19).
3º Tipo de Lote: O
espinhoso
· “E outra caiu entre espinhos, e os
espinhos cresceram e sufocaram-na.” (Mt 13.7);
· “E outra caiu entre espinhos e,
crescendo os espinhos, a sufocaram e não deu fruto.” (Mc 4.7);
· “E outra caiu entre espinhos e crescendo
com ela os espinhos, a sufocaram;” (Lc 8.7);
· “E o que foi semeado entre espinhos é o que
ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas
sufocam a palavra, e fica infrutífera;” (Mt 13.22);
· “E outros são os que recebem a semente
entre espinhos, os quais ouvem a palavra; Mas os cuidados deste mundo, e
os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando,
sufocam a palavra, e fica infrutífera.” (Mc 4.18,19);
· “E a que caiu entre espinhos, esses são os
que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas
e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição;” (Lc 8.14).
A
semente que caiu entre os espinhos, embora tenha dado fruto, este não chegou a
amadurecer. Ela não deu fruto útil. E tudo por quê? Porque os espinhos
cresceram junto com a semente. Não cresceu o fruto e depois a semente, nem a
semente e depois o fruto. Se assim fosse, o fruto talvez encontrasse lugar para
crescer e amadurecer entre os espinhos, podendo ser colhido somente por
indivíduos eleitos.
No
entanto, no que ambos cresceram juntos, o fruto não amadureceu. É um erro
tentar firmar um relacionamento em obras da carne (obras que a carne é
capaz de fazer),
nas coisas deste mundo, por mais nobre que possa ser a causa.
Embora
possa ser bonito ver a cooperação existente nos desenhos animados entre os
heróis que estão lutando pelo bem geral da humanidade e deste mundo, o
verdadeiro relacionamento vai muito além de tudo que se vê (2Co 4.18). Mesmo
porque o mundo foi entregue a Ha-Satan (Lc 4.6; Jo 14.30; 1Jo 5.19) e está condenado (2Pe
3.10-12).
A
base do relacionamento tem que ser celestial. Afinal, nada que começa na carne
termina no Eterno:
1º -
Os
que estão na carne não podem agradar o Eterno (Rm
8.8);
2º -
Apenas
o Espírito é que vivifica. A carne para nada aproveita (Jo 6.63);
3º -
Quem
não nasce de novo não pode nem mesmo ver o Reino do Eterno (Jo
3.3).
Lembre-se
que esta é a parábola em que o Semeador é quem semeia a Si mesmo, a Sua Palavra
e Seus filhos no coração de quem permite. Não é o ser humano tentando semear a
Escritura Sagrada e a si mesmo no coração uns dos outros. É Jesus quem faz o
serviço na qualidade de Filho do Homem, ou seja, como aquele que faz o ventre
do homem frutificar.
Quem
é nascido de mulher é nascido da carne. Apenas aquele que é nascido do ventre
do homem é espiritual, já que, para isto acontecer, é necessário descer sobre
ele o Espírito Santo, para que o poder do Altíssimo o cubra, dando-lhe
capacidade de conceber filhos espirituais. O que se deu com Maria foi um
símbolo do que o Eterno haveria de fazer com o homem (Lc 1.35).
Primeiro Jesus nasceu da mulher para se fazer carne e habitar entre nós. Agora
Jesus nasce do homem para habitar no coração dos indivíduos, de modo que Seu
reino esteja neles (Lc 17.21).
Quando
o relacionamento cresce junto com espinhos (cuidados deste mundo,
sedução das riquezas, deleites da vida e demais ambições), ainda que os dois
possam permanecer amigos por toda a vida, sempre o espinho de um estará
espetando o outro. Não existe uma amizade plena. O que existe é um acordo de
conveniências e interesses.
Aqui
podemos incluir os relacionamentos criados na infância, na escola, no trabalho,
nas instituições religiosas, a maioria dos casamentos não desfeitos, etc. São
relacionamentos que permanecem, mas sem que o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22)
possa ser visto e apreciado nesta relação, já que eles estão sempre indo por
diante. Como ambos estão insatisfeitos, eles não conseguem parar a fim de
descansarem e esperarem no eterno (Sl 37.4,7).
É
uma unidade repleta de atividades, muito agitada, produtiva, mas cujos frutos
nunca satisfazem quem os produz nem quem deles se alimenta.
4º Tipo de Lote: O
frutífero
· “E outra caiu em boa terra, e deu fruto:
um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.” (Mt 13.8);
· “E outra caiu em boa terra e deu fruto,
que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro sessenta, e outro
cem.” (Mc 4.8);
· “E outra caiu em boa terra, e, nascida,
produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem
tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Lc 8.8).
· “Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve
e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e
outro trinta.” (Mt 13.23).
· “E os que recebem a semente em boa terra
são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, um a trinta, outro
a sessenta, outro a cem, por um.” (Mc 4.20)
· “E a que caiu em boa terra, esses são os
que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão
fruto com perseverança.” (Lc 8.15).
Quando
a semente conseguiu encontrar uma boa terra (aquela que não possui
os acréscimos oferecidos por este mundo por meio dos homens), ela produziu
fruto bom, de acordo com a capacidade de ouvir dos ouvintes. Quanto melhor o
indivíduo compreende a vontade do Eterno (Ef 5.16,17),
a recebe e conserva num coração honesto e bom, maior a produtividade.
E
não pense que isto é apenas momentâneo. Tais indivíduos dão fruto com
perseverança.
No
entanto, a semente tem que nascer, vingar, crescer para, então, dar fruto. Ou
seja, só é possível alcançar isto quando o indivíduo HABITA no esconderijo do
Altíssimo (Sl 91.1,2), faz Dele seu
prazer (Sl 37.4), descanso (Sl 37.7; Mt 11.28-30), lugar de
permanência (Jo 15.9), refúgio e
fortaleza (Sl 46.1).
Quando
Jesus semeia a Si mesmo, à Sua Palavra e a Seus filhos neste tipo de coração,
não existe interesse neste mundo para gerar facção. A união se dá em torno dos
valores espirituais. Ou seja, o importante não é fazer obrar, mas sim
desenvolver conceitos e valores, a fim de que os mesmos possam ser vistos na perfeita
unidade (Jo 17.11,21-23), quando todos os
envolvidos pensarem e sentirem a mesma coisa (At 4.32; Rm 12.16; 1Co 1.10; Fp 4.2). O esforço é para
preservar a unidade do Espírito Santo pelo vinculo da paz (Ef 4.3-6).
Conclusão
Esta
parábola mostra o que acontece quando Jesus, Sua Palavra e Seus filhos são
gerados no coração de um homem. Este dá a luz à semente da vida na forma de um
relacionamento sadio com base na Palavra do Eterno.
Se
o coração do indivíduo que está a receber este relacionamento tiver sido muito
pisado, esta semente de relacionamento acabará sendo engolida pelos inimigos e
acusadores malignos enviados por Ha-Satan. Em outras
palavras, só irá fortalecer o império das trevas na vida do indivíduo.
Se
o coração que receber este relacionamento estiver repleto de entulho
proveniente das frustrações trazidas pelo mundo (é bom lembrar que o
mundo só privilegia coisas elevadas, as quais são abominação diante do Eterno –
Lc 16.15),
as quais produzem sentimento de inferioridade ou medo de sofrer nos
relacionamentos, esta semente será queimada pelas lutas em virtude dos
conceitos e valores da Escritura Sagrada. Resultado: o indivíduo terminará na
solidão de uma vida seca e estéril, mesmo que esteja rodeado de indivíduos.
Se
o coração que receber este relacionamento possuir também semente espinhosa, o
indivíduo pode até conseguir relacionamentos duradouros produtivos, mas tal
produção, além de nunca dar sentido à vida, sempre trará algum desgosto em
ambas as partes, o qual terá que ser engolido para não comprometer o
relacionamento.
Se
o coração que receber este relacionamento for puro e santo, o indivíduo
experimentará uma qualidade de relacionamento que o fará mudar interiormente e
fazer dele alguém cada vez mais parecido com Jesus (2Co 3.18), que realmente
manifesta a glória do Eterno por onde passa (Mt
5.14-16).
Percebeu
que a ênfase da parábola está no que o Eterno faz no coração do homem que crê e
no de quem recebe este em quem o Eterno trabalhou os conceitos e valores de Sua
Palavra? Daí ser Parábola do Semeador (e não do terreno).
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