domingo, 29 de março de 2015

86 - PARÁBOLA DO SEMEADOR: a parábola dos tipos de relacionamentos

PARÁBOLA DO SEMEADOR: a parábola dos tipos de relacionamentos

 

Introdução

 

Embora próprio Jesus tenha chamado esta parábola de “Parábola do Semeador” (Mt 13.18 - creio ser esta a única parábola que jesus pessoalmente nomeou), todos que ministram esta parábola enfatizam a semente e, principalmente, 4 tipos de terreno.

Entrementes, se você for parar para pensar, o terreno (ou a terra, se preferir) é um só. O que existe são quatro lotes feitos da mesma substância (somos pó e ao pó voltaremos – Gn 3.19). O que diferencia cada lote é aquilo que entra em contato com ele (daí a exortação de Pr 4.27).

O lote à beira do caminho é a parte do terreno que foi pisado e maltratado pelas frustrações de relacionamentos irresponsáveis. O lote pedregoso é a parte do terreno que recebeu muito entulho advindo das cobranças do Sistema Babilônico e dos destroços de relacionamentos mal resolvidos entre terceiros e que, agora, limitam a vida de quem os recebeu. O lote espinhoso é aquele que recebeu sementes indevidas. Ele produz tanto quanto o fértil, só que, como está repleto de desejos e sentimentos infrutuosos, os mesmos acabam roubando parte dos recursos necessários para os bons frutos amadurecerem.

Quanto ao nome parábola do semeador, o mais lógico de se pensar é que Ele seja o foco da parábola. Contudo, fomos tão viciados na interpretação dada pelo sistema religioso que temos dificuldade de enxergar a importância do semeador. No entanto, note como a parábola começa:

 

“E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.” (Mt 13.3).

 

Jesus tinha saído com os discípulos especialmente para semear a Escritura Sagrada no coração deles (Mc 4.14). Os discípulos eram o alvo do ensino. Contudo, logo se ajuntou muita gente ao pé dele (Mt 13.2). Foi a partir de então que cada um destes indivíduos teve o privilégio de receber uma porção da Escritura Sagrada ministrada por Jesus, uns mais, outros menos, conforme a disposição de ouvir de cada um (Mt 13.9,12).

Ou seja, esta parábola era um retrato do que estava acontecendo ao vivo naquele momento.

Visando colocar o semeador (Jesus – Mt 13.37) no lugar de destaque que ele merece nesta passagem, vamos revê-la, ressaltando como cada tipo de coração reage ao amor pelo Eterno e pelo próximo.

Obs: As palavras sublinhadas apontam para aquilo que cada evangelista destacou.

 

Tipo de Lote: à beira do caminho

 

·       “E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;” (Mt 13.4);

·       “E aconteceu que semeando ele, uma parte da semente caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e a comeram;” (Mc 4.4);

·       “Um semeador saiu a semear a sua semente e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram;” (Lc 8.5);

·       “Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho.” (Mt 13.19);

·       “E, os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada nos seus corações.” (Mc 4.15);

·       “E os que estão junto do caminho, estes são os que ouvem; depois vem o diabo, e tira-lhes do coração a palavra, para que não se salvem, crendo;” (Lc 8.12).

 

 

Note que não foi qualquer palavra que foi semeada nos corações, mas o evangelho do reino (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Mc 1.14; Lc 4.43; 8.1).

E não basta apenas ouvir, nem decorar como um papagaio. É preciso entender a vontade do Eterno (Ef 5.16,17). Do contrário, o maligno, caracterizado também como diabo (acusador) e satanás (inimigo, adversário) vem e arrebata (toma violentamente) o que é semeado no coração.

Vem a questão: o que foi semeado no coração? Perceba que não está escrito “A que foi semeada” (se referindo à semente), mas “O que foi semeado”. Não foi uma simples palavra (ensinamento) que foi semeada nos corações.

Quem semeou foi o “Filho do Homem” e, não um mero ser humano. E quando Ele assim procedeu, ele também semeou a si mesmo nos corações, bem como a seus filhos. Ou seja, esta é uma parábola de relacionamentos.

Para ser mais exato: Jesus semeou a Si mesmo, à Sua Palavra e aos Seus filhos neste coração que estava à beira do caminho (que é Jesus – Jo 14.6). Isto explica o motivo pelo qual há tantos relacionamentos desfeitos: porque um sempre esteve à beira do caminho do outro. Nunca os dois se interagiram com a Palavra a fim de serem um só caminho em Cristo Jesus.

Mas por que isto este tipo de coração reage deste modo? O terreno à beira do caminho é aquele que é pisado por todo tipo de indivíduo e animal e, de tanto que foi pisado, ficou duro demais para a semente penetrar. A semente, assim, acaba sendo pisada também (algo semelhante se dá em Mt 7.6) até ser devorada pelas aves do céu.

E não é de se admirar. Uma semente celestial só pode ser devorada por aves celestiais. Ou seja, os malignos acusadores deste mundo não são meros adversários físicos, mas movidos por Ha-Satan e seus demônios para roubar tudo que o Filho do Eterno quer fazer na vida dos indivíduos.

Ou seja, não se trata apenas do rompimento de um relacionamento, mas uma interrupção do tratamento que o Eterno estava a operar em ambas as partes (ver Mt 18.18-20).

Enfim, não precisa se iludir. Caso você esteja pensando em se relacionar com alguém que vive à beira do caminho, pode estar certo de que este relacionamento não vai vingar e o pior: acabará acontecendo como descrito em Mt 7.6. Tudo que você fizer por elas só irá alimentar a inimizade, a acusação e a inimizade na vida delas contra você.

Todavia, quando isto acontecer, você não deve se intimidar, desanimar, permitindo que tudo que o Eterno tem para operar em você e através de você seja interrompido. Assim como Oséias não desistiu de casar com Gômer, mesmo após o Eterno relevando quem ela realmente ela, mas aceitou que sua vida fosse usada para ilustrar o amor do Eterno pelo Israel adúltero (Os 1.2,3), que você nunca desista de ser usado pelo Eterno para semear Sua presença e Palavra na vida de alguém que, no final, acabará de odiando por todo bem que fizeste.

 

Tipo de Lote: O pedregoso

 

·       “E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda; mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.” (Mt 13.5,6).

·       “E outra caiu sobre pedregais, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque não tinha terra profunda; mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou-se.” (Mc 4.5,6);

·       “E outra caiu sobre pedra e, nascida, secou-se, pois que não tinha umidade;” (Lc 8.6);

·       O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende;” (Mt 13.20,21).

·       “E da mesma forma os que recebem a semente sobre pedregais; os quais, ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem; mas não têm raiz em si mesmos, antes são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo se escandalizam.” (Mc 4.16,17).

·       “E os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, e no tempo da tentação se desviam;” (Lc 8.13).

 

Repare como a semente que estava sobre a pedra não vingou. Mas não é importante edificar a casa sobre a rocha (Mt 7.24-27)? Como edifícios, devemos estar fundados em Jesus, mas como árvores do jardim do Eterno, nossas raízes devem ser aprofundadas nele (Ef 3.17; Cl 2.7). O problema não estão nas rochas (mesmo porque estas sempre vão existir), mas sim em não querer achar um caminho por entre elas de sorte encontrar águas mais profundas que as farão sempre verdes e frutíferas na estação apropriada (Jr 17.7,8; Sl 1.1-3). Note que a semente não morreu por causa do sol, mas sim pela falta de umidade.

Embora tudo que vamos fazer deva estar fundamentado naquilo que Jesus é, nossa comunhão com Jesus não deve se limitar a obras. Antes, é preciso aprofundarmos nossas raízes nele, tenho um relacionamento cada vez mais profundo com Ele, de modo a nos tornarmos um com Ele, com Sua Palavra e com aqueles que são Seus.

Infelizmente a maioria dos indivíduos consideram muito apertado o caminho entre as pedras e preferem ficar na superficialidade de um relacionamento só circunstancial.

Quando Jesus semeia a si, à Sua Palavra e a Seus filhos neste tipo de coração, o indivíduo os recebe com alegria no início e, aparentemente, este tipo de relacionamento parece promissor. No entanto, todo relacionamento em que um não tenta se enraizar no outro, em Jesus e na Escritura Sagrada de modo a se tornarem um em Cristo, é passageiro. Um crê no outro por algum tempo, mas basta uma dificuldade (uma tentação) para surgir uma briga e uma raiz de amargura que acaba contaminando o relacionamento e trazendo perturbação (Hb 12.15). Todo o relacionamento se seca, restando apenas um mero cumprimento de formalidades (direitos e deveres).

Mas, o que seriam estas pedras? Trata-se de marcos (limites) que o Eterno colocou na vida de cada um a fim de guiá-lo em direção ao caminho certo (ver Jr 31.21). Infelizmente muitos se prendem a estes limites, fazendo deles um limite para o Amor e os relacionamentos que Ele pretende construir dentro deles.

Mas, do que são feitos estes limites? Tanto podem ser limites naturais (falta de dinheiro, saúde, etc.) ou o lixo sólido que nós permitimos que entre no nosso coração advindo de relacionamentos partidos, das frustrações dos outros.

Se permitirmos que isto nos encha de medo de sofrer nos relacionamentos, não seremos aperfeiçoados no amor (1Jo 4.18) e, tal como Jó, o mal que tanto tememos nos sobrevirá (Jó 3.25,26). Quando vier o sol do tropeço, angústia e perseguição, com certeza aceitaremos facilmente, de modo passivo, o fim do relacionamento.

Você pode questionar: mas aqui está sendo falado de tropeço, angústia e perseguição por causa da Palavra. Todavia, se você for parar para pensar, todo tropeço, angústia e perseguição é por causa da Palavra, já que o principal motivo por traz do fim dos relacionamentos é a verdadeira razão de ser deles. Para ser mais exato, tal como a raiz suga terra, água e o estrume que nela é colocada para gerar, caule, folha, flor e fruto, nosso papel é amarmos tudo aquilo que é inimizade contra o Eterno na vida do indivíduo (Mt 5.44,45), de modo que, através de nós, a Palavra do Eterno possa ser confirmada em cada uma destas áreas problemáticas através de nós e, assim, possamos ser um em Cristo e Sua Palavra.

Em outras palavras, a causa das inimizades vem justamente quando alguém se considera justos demais, com base nos conceitos e valores do Eterno, a ponto de não admitir, na vida do outro, qualquer falha com relação aos mesmos.

Aqueles que se permitem encher de pedras não aceitam a ideia de que o Eterno os enviou justamente para se deixarem consumir pelas falhas de outros, até que Cristo seja formado neles (ver Mt 10.39; Gl 4.19).

 

Tipo de Lote: O espinhoso

 

·       “E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.” (Mt 13.7);

·       “E outra caiu entre espinhos e, crescendo os espinhos, a sufocaram e não deu fruto.” (Mc 4.7);

·       “E outra caiu entre espinhos e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram;” (Lc 8.7);

·       “E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;” (Mt 13.22);

·       “E outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera.” (Mc 4.18,19);

·       “E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição;” (Lc 8.14).

 

A semente que caiu entre os espinhos, embora tenha dado fruto, este não chegou a amadurecer. Ela não deu fruto útil. E tudo por quê? Porque os espinhos cresceram junto com a semente. Não cresceu o fruto e depois a semente, nem a semente e depois o fruto. Se assim fosse, o fruto talvez encontrasse lugar para crescer e amadurecer entre os espinhos, podendo ser colhido somente por indivíduos eleitos.

No entanto, no que ambos cresceram juntos, o fruto não amadureceu. É um erro tentar firmar um relacionamento em obras da carne (obras que a carne é capaz de fazer), nas coisas deste mundo, por mais nobre que possa ser a causa.

Embora possa ser bonito ver a cooperação existente nos desenhos animados entre os heróis que estão lutando pelo bem geral da humanidade e deste mundo, o verdadeiro relacionamento vai muito além de tudo que se vê (2Co 4.18). Mesmo porque o mundo foi entregue a Ha-Satan (Lc 4.6; Jo 14.30; 1Jo 5.19) e está condenado (2Pe 3.10-12).

A base do relacionamento tem que ser celestial. Afinal, nada que começa na carne termina no Eterno:

 

                     1º -             Os que estão na carne não podem agradar o Eterno (Rm 8.8);

                     2º -             Apenas o Espírito é que vivifica. A carne para nada aproveita (Jo 6.63);

                     3º -             Quem não nasce de novo não pode nem mesmo ver o Reino do Eterno (Jo 3.3).

 

Lembre-se que esta é a parábola em que o Semeador é quem semeia a Si mesmo, a Sua Palavra e Seus filhos no coração de quem permite. Não é o ser humano tentando semear a Escritura Sagrada e a si mesmo no coração uns dos outros. É Jesus quem faz o serviço na qualidade de Filho do Homem, ou seja, como aquele que faz o ventre do homem frutificar.

Quem é nascido de mulher é nascido da carne. Apenas aquele que é nascido do ventre do homem é espiritual, já que, para isto acontecer, é necessário descer sobre ele o Espírito Santo, para que o poder do Altíssimo o cubra, dando-lhe capacidade de conceber filhos espirituais. O que se deu com Maria foi um símbolo do que o Eterno haveria de fazer com o homem (Lc 1.35). Primeiro Jesus nasceu da mulher para se fazer carne e habitar entre nós. Agora Jesus nasce do homem para habitar no coração dos indivíduos, de modo que Seu reino esteja neles (Lc 17.21).

Quando o relacionamento cresce junto com espinhos (cuidados deste mundo, sedução das riquezas, deleites da vida e demais ambições), ainda que os dois possam permanecer amigos por toda a vida, sempre o espinho de um estará espetando o outro. Não existe uma amizade plena. O que existe é um acordo de conveniências e interesses.

Aqui podemos incluir os relacionamentos criados na infância, na escola, no trabalho, nas instituições religiosas, a maioria dos casamentos não desfeitos, etc. São relacionamentos que permanecem, mas sem que o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) possa ser visto e apreciado nesta relação, já que eles estão sempre indo por diante. Como ambos estão insatisfeitos, eles não conseguem parar a fim de descansarem e esperarem no eterno (Sl 37.4,7).

É uma unidade repleta de atividades, muito agitada, produtiva, mas cujos frutos nunca satisfazem quem os produz nem quem deles se alimenta.

 

Tipo de Lote: O frutífero

 

·       “E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.” (Mt 13.8);

·       “E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro sessenta, e outro cem.” (Mc 4.8);

·        “E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Lc 8.8).

·       “Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.” (Mt 13.23).

·       “E os que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, um a trinta, outro a sessenta, outro a cem, por um.” (Mc 4.20)

·       “E a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança.” (Lc 8.15).

 

Quando a semente conseguiu encontrar uma boa terra (aquela que não possui os acréscimos oferecidos por este mundo por meio dos homens), ela produziu fruto bom, de acordo com a capacidade de ouvir dos ouvintes. Quanto melhor o indivíduo compreende a vontade do Eterno (Ef 5.16,17), a recebe e conserva num coração honesto e bom, maior a produtividade.

E não pense que isto é apenas momentâneo. Tais indivíduos dão fruto com perseverança.

No entanto, a semente tem que nascer, vingar, crescer para, então, dar fruto. Ou seja, só é possível alcançar isto quando o indivíduo HABITA no esconderijo do Altíssimo (Sl 91.1,2), faz Dele seu prazer (Sl 37.4), descanso (Sl 37.7; Mt 11.28-30), lugar de permanência (Jo 15.9), refúgio e fortaleza (Sl 46.1).

Quando Jesus semeia a Si mesmo, à Sua Palavra e a Seus filhos neste tipo de coração, não existe interesse neste mundo para gerar facção. A união se dá em torno dos valores espirituais. Ou seja, o importante não é fazer obrar, mas sim desenvolver conceitos e valores, a fim de que os mesmos possam ser vistos na perfeita unidade (Jo 17.11,21-23), quando todos os envolvidos pensarem e sentirem a mesma coisa (At 4.32; Rm 12.16; 1Co 1.10; Fp 4.2). O esforço é para preservar a unidade do Espírito Santo pelo vinculo da paz (Ef 4.3-6).

 

Conclusão

 

Esta parábola mostra o que acontece quando Jesus, Sua Palavra e Seus filhos são gerados no coração de um homem. Este dá a luz à semente da vida na forma de um relacionamento sadio com base na Palavra do Eterno.

Se o coração do indivíduo que está a receber este relacionamento tiver sido muito pisado, esta semente de relacionamento acabará sendo engolida pelos inimigos e acusadores malignos enviados por Ha-Satan. Em outras palavras, só irá fortalecer o império das trevas na vida do indivíduo.

Se o coração que receber este relacionamento estiver repleto de entulho proveniente das frustrações trazidas pelo mundo (é bom lembrar que o mundo só privilegia coisas elevadas, as quais são abominação diante do Eterno – Lc 16.15), as quais produzem sentimento de inferioridade ou medo de sofrer nos relacionamentos, esta semente será queimada pelas lutas em virtude dos conceitos e valores da Escritura Sagrada. Resultado: o indivíduo terminará na solidão de uma vida seca e estéril, mesmo que esteja rodeado de indivíduos.

Se o coração que receber este relacionamento possuir também semente espinhosa, o indivíduo pode até conseguir relacionamentos duradouros produtivos, mas tal produção, além de nunca dar sentido à vida, sempre trará algum desgosto em ambas as partes, o qual terá que ser engolido para não comprometer o relacionamento.

Se o coração que receber este relacionamento for puro e santo, o indivíduo experimentará uma qualidade de relacionamento que o fará mudar interiormente e fazer dele alguém cada vez mais parecido com Jesus (2Co 3.18), que realmente manifesta a glória do Eterno por onde passa (Mt 5.14-16).

Percebeu que a ênfase da parábola está no que o Eterno faz no coração do homem que crê e no de quem recebe este em quem o Eterno trabalhou os conceitos e valores de Sua Palavra? Daí ser Parábola do Semeador (e não do terreno).

 

 

 

 

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