domingo, 5 de julho de 2015

93 - SE JESUS REPUDIA A INJUSTIÇA, PORQUE, ENTÃO, ELE NÃO FAZ ALGO A RESPEITO?

SE JESUS REPUDIA A INJUSTIÇA, PORQUE, ENTÃO, ELE NÃO FAZ ALGO A RESPEITO?

 

Por muito tempo fiz esta pergunta. Até que entendi que o julgamento do Eterno contra o pecado está em toda a parte. O mundo em que estamos, por si só, é um julgamento contra o pecado, visto que ele jaz no maligno (1Jo 5.19). Aliás, o simples fato de o mundo estar entregue a Ha-Satan já é um julgamento terrível (Lc 4.6; Jo 14.30; Ef 2.1,2).

Todos nascem escravos do pecado (Rm 3.9) e, por causa disto, sujeitos a todo o juízo do Eterno que paira sobre este mundo (Gl 4.3), a saber: doença, envelhecimento, , injustiça, morte, violência, etc. Em outras palavras, até mesmo a impunidade contra a injustiça e os crimes faz parte do juízo do Eterno (ver Rm 13.1,2).

Para ser mais exato: quando crimes, até mesmo os hediondos, são cometidos é porque o Eterno está a disciplinar. Na verdade, o mundo, por ter se afastado do Eterno, se tornou uma perpétua condenação ao ser humano, que se vê submerso numa interminável rotina de pecar e sofrer as consequências do pecado (ver Is 33.1; 2Tm 3.13; Tt 3.3).

Quer tormento maior que tudo isto junto? Quer forma melhor de julgar os injustos?

Assim sendo, a grande pergunta não é “por que o Eterno não julga as injustiças”, mas sim “como fazer para ficar livre desta condenação que paira sobre o mundo?

Entendendo que este mundo é uma Babilônia, a ordem do Eterno é clara:

 

·         Fugi do meio de Babilônia, e livrai cada um a sua alma, e não vos destruais na sua maldade; porque este é o tempo da vingança do SENHOR; que lhe dará a sua recompensa.” (Jr 51.6);

·         Saí do meio dela, ó povo meu, e livrai cada um a sua alma do ardor da ira do SENHOR.” (Jr 51.45);

·         “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.” (Ap 18.4).

 

Enquanto estivermos dentro da Babilônia, estaremos sujeitos aos juízos inerentes a ela. É claro que isto não é fácil, já que o desejo da nossa carne é ser vitoriosa neste mundo. O que todos querem ao servir Jesus é conciliar os prazeres do mundo com as virtudes do Reino dos Céus. Querem sucesso no céu e na terra, tal como prometia a Aliança da Lei (conhecida como Antiga Aliança). Contudo, está mais que provado o fracasso da mesma (Hb 7.11,18,19). Por isto é que a Escritura Sagrada é clara:

 

·         Quem quiser ser o maior no Reino dos Céus tem que ser o último aqui;

·         Quem quiser salvar a sua vida neste mundo irá perdê-la para o lago de fogo e enxofre (Mt 10.39);

·         Temos que fazer morrer nossa natureza terrena (Cl 3.5);

·         Quem não renuncia a tudo quanto tem não pode ser discípulo de Jesus (Lc 14.26,27,33);

·         Quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo do Eterno (Tg 4.4);

·         Aqueles que estão na carne não podem agradar o Eterno (Rm 8.5-8);

·         Se alguém quiser ir após Cristo deve negar-se a si mesmo, tomar cada dia sua cruz e segui-Lo (Lc 9.23).

·         Aqueles que só pensam nas coisas terrenas são inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18,19).

 

Ou seja, por mais doloroso que isto possa soar, enquanto insistirmos em buscar em Cristo apenas nas coisas desta vida, seremos as mais miseráveis das criaturas (1Co 15.19). Se quisermos que Jesus seja vitorioso na nossa vida, temos que aceitar a derrota nas coisas concernentes a esta vida (2Co 4.10,11), como está escrito:

 

·         Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2.20);

·         “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gl 6.14).

 

Nossa cidadania é celestial (Fp 3.18,19). Neste mundo, somos tão somente estrangeiros e peregrinos (Hb 11.13; 1Pe 2.11). E já que vamos ter que deixar toda riqueza material para trás, então nada mais sábio do que trocar todas elas por bens espirituais, a saber: a verdade (Pv 2.3-5; 3.13-15; 23.23), o caráter de Cristo (o Pai é glorificado quando damos fruto, muito fruto - Jo 15.8; Gl 5.22), o testemunho de Cristo em nós e a amizade verdadeira:

·         “E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” (Lc 16.9).

 

Ao invés de tentarmos lucrar na área material, que aceitemos de bom grado morrer dia após dia (Rm 8.36; 1Co 15.31) a fim de que a vida de Cristo possa se manifestar em nossa carne mortal (2Co 4.10,11) e, deste modo, possamos ter mais e mais memoriais escrito no céu daquilo que Cristo fez em nós (Ml 2.16).

Enfim, que possamos usar as riquezas terrenas para adquirirmos riquezas espirituais e, deste modo, sermos ricos para com o Eterno (Lc 12.21).

 

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