quarta-feira, 23 de maio de 2018

169 - APOCALIPSE 07

APOCALIPSE 07

 

·        “E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma.” (Ap 7.1).

 

Há quatro anjos maus (um em cada canto da terra), pronto para promoverem as guerras que irá resultar na morte de metade da população mundial. Estes são os quatro ventos do céu que estão sendo mantidos presos pelos quatro anjos bons a fim de que os quatro cavaleiros do apocalipse (Zc 6.1-8 quatro espíritos do céu – Ap 6.1-8) e cavalaria de 20.000 vezes dez milhares (Ap 9.14,15) só venham no momento certo, ou seja, quando a septuagésima semana estiver começado.

E para que você veja como vento tem haver com anjo e com guerra, veja os versículos abaixo:

 

·        “E trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro cantos dos céus, e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá nação aonde não cheguem os fugitivos de Elão.” (Jr 49.36).

·        “Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande.” (Dn 7.2).

·        “E o anjo respondeu, dizendo-me: Estes são os quatro espíritos do céu, saindo donde estavam perante o Senhor de toda a terra.” (Zc 6.5). – obs: espírito = vento.

·        “E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo.” (Hb 1.7).

 

Os anjos têm sido com frequência engajados na execução do julgamento divino neste mundo. Eles são visto agindo:

 

·        No Egito, quando os primogênitos do Egito tinham que morrer (Êx 12.22);

·        Um anjo foi enviado para executar a morte de setenta mil israelitas (2Sm 24.16,17);

·        Um anjo executou a matança de cento e oitenta mil assírios do exército de Senaqueribe (2Rs 19.35).

·        Dois anjos foram enviados para salvar Ló e suas filhas da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.15,16).

 

Não podemos também ignorar que a ação dos quatro cavaleiros vêm com o objetivo de promover todo vento de doutrina para confundir os seguidores do Eterno (Ef 4.14).

Vem a questão: o que significam as expressões:

 

·        Quatro ventos do céu?

·        Quatro cantos da terra? Qual é o canto de algo redondo?

A conclusão que chego é que a base do planeta terra é um quadrado perfeito cujas pontas foram unidas uma à outra, de modo a formar uma esfera. E os quatro ventos do céu retratam o modo de agir do Eterno com relação a este mundo: quatro espíritos partindo dos quatro cantos da terra, cada um agindo em um quadrante, de modo a agir em toda a terra.

 

·        “E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,” (Ap 7.2).

 

Os olhos do Eterno sobre os justos, bem como Seu nome, o nome de Jesus e o Espírito Santo (os quais constituem Seu selo na vida deles). Este selo é:

 

1.     Símbolo de redenção;

2.     Marca de possessão;

3.     Indicativo de semelhança;

4.     Distintivo de serviço;

5.     Garantia de segurança.

 

Logo, o selo é o próprio Jesus. Mesmo porque, veja o que diz o livro de Cantares:

 

·        “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas.” (Ct 8.6).

 

Além disto, considere que o selo é o nome do Cordeiro, o nome de Seu Pai (Ap 14.1) e o Espírito Santo (Ef 1.14). E como é bem sabido, Jesus é quem representa tudo isto.

E para você ter uma ideia de como o nome é algo poderoso e valioso na Escritura Sagrada, veja que o nome do Eterno, do Cordeiro e da Nova Jerusalém são recompensas para os vencedores:

 

·        “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.” (Ap 3.12).

 

E, de fato, o nome do Eterno é visto na testa dos vencedores:

 

·        “E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome.” (Ap 22.3,4).

 

Por que o Anjo vem do lado do sol nascente? Analisemos algumas passagens que fazem destaque ao oriente:

 

1 – os querubins foram colocados ao oriente do jardim do Éden, o que indica que a entrada para o mesmo era por ali:

 

·        “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gênesis 3.24).

 

2 - A frente do tabernáculo e do templo estava para o oriente:

 

·        “E os que armarão as suas tendas diante do tabernáculo, ao oriente, diante da tenda da congregação, para o nascente, serão Moisés e Arão, com seus filhos, tendo o cuidado da guarda do santuário, pela guarda dos filhos de Israel; e o estranho que se chegar morrerá.” (Nm 3.38).

·        “E levou-me para o átrio interior da casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR, e com os rostos para o oriente; e eles, virados para o oriente adoravam o sol.” (Ezequiel 8.16).

 

3 - A glória do Eterno deverá vir do caminho do oriente:

 

·        “Então me levou à porta, à porta que olha para o caminho do oriente. E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória. E a glória do SENHOR entrou na casa pelo caminho da porta, cuja face está para o lado do oriente.” (Ezequiel 43.1,2,4).

 

4 – O próprio Jesus foi chamado de “Oriente do alto”:

 

·        “Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, Com que o oriente do alto nos visitou;” (Lucas 1.78).

 

Ou seja, isto nos ensina que a operação de Jesus é à direita, normalmente relacionado com justiça, retidão, auxílio. Além disto, considerando que, para o Eterno, o dia começa ao meio-dia (daí a expressão “tarde e manhã” em Gn 1), logo o nascer do sol representa o começo do fim. Ou seja, o anjo vindo do nascente do sol representa o começo do fim desta dispensação, a saber, o início da septuagésima e última semana. Assim como há um descanso entre a tarde e a manhã, tem havido um período de descanso entre a 69ª e a 70ª semana de Daniel.

Vem a questão: e quem é este anjo?

Note que este anjo tinha o selo do Deus vivo (trazia consigo o nome do Pai e do Filho de um modo vivo – Ap 14.1). Ou seja, este anjo iria fazer com que todos os 144.000 tenham sobre si a identidade do Eterno e de Seu Filho de modo vivo, a saber, através do Espírito do Eterno agindo neles (Ef 1.13; 4.30). Estes 144.000 serão uma excelente expressão de quem o Eterno é.

Considerando que o único que batiza com o Espírito Santo é Jesus (Mt 3.11), logo este mensageiro é Jesus e quanto ao plural “até selarmos na fronte os servos do nosso Deus”, é porque quem irá selar é o Eterno com todos os Seus centros de consciência (afinal, Ele não dá o Espírito por medida, mas completo – João 3.34).

Além disto, observe:

 

1.     A gloriosa origem deste anjo: Ele subiu do leste, a fonte da glória, donde o sol vem para inundar o mundo com sua luz;

2.     A divina credencial deste anjo: tem o selo do Deus Vivo;

3.     O grande zelo deste anjo: “clamou com grande voz” a fim de fazer com o que o julgamento do Eterno não fosse antecipado pela ânsia dos anjos maus (os quatro ventos).

 

Vem a questão: Mas, por que Jesus restringe os 4 anjos maus? Porque Seu trabalho ainda não estava finalizado. Jesus (Aquele que tem o selo do Deus Vivo) tinha ainda que selar os 144.000? E por que isto era importante? Como você verá abaixo, para que seja visível e notória a diferença que o selo do Espírito Santo faz na vida de quem o recebe. A imagem de selar é derivada do livro de Ezequiel (Ez 9.2,6,11). Havia um grupo que precisava ser especialmente selado.

E como Jesus porá este selo? Durante a primeira metade da 70ª semana, as duas testemunhas estarão pregando o evangelho Eterno que receberão diretamente do anjo que tem o evangelho eterno para pregar (Ap 14.6), o mesmo que João foi instruído a comer (Ap 10.9-11). Quando estes 144.000 tiverem recebido o testemunho de Cristo na vida deles, eles serão selados.

Surge outra pergunta: que espécie de proteção este selo trará aos 144.000? Tem algo a ver com as sete trombetas?

Estes 144.000 terão suas mentes protegidas pelo conhecimento exato de quem é o Eterno. Considerando o enorme flagelo das sete trombetas e o aparente sucesso do anticristo, quem não tiver sua mente bem firme em Jesus, se deixará enganar pelas ilusões dele (Mt 24.24).

Logo, a finalidade maior destes selos é mostrar que somente quem tem intimidade com Jesus e está marcado por Sua presença dentro de si é capaz de permanecer firme sem pecar em meio às seduções do anticristo. Afinal, apenas estes 144.000 judeus é que permanecerão em Cristo “acordados” na primeira metade da 70ª semana. Os demais judeus ou estarão dormindo (as 5 virgens prudentes – Mt 25.1), ou não estarão preparados para a vinda de Cristo (as 5 virgens néscias) ou estarão na apostasia.

Em outras palavras, este selo é para mostrar a diferença que Cristo faz e que realmente, sem Ele, ninguém consegue ficar firme.

 

·        “Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus.” (Ap 7.3).

 

Por que a ordem “não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores”? Esta ordem era para mostrar aos quatro anjos bons que estava na hora de libertar os quatro anjos maus, de modo que eles trouxessem os três primeiros cavaleiros.

Todavia, o quarto cavaleiro não era ainda para ser libertado, o qual irá trazer grande destruição sobre terra (construções humanas), mar e árvores (alimentação humana).

Os três primeiros cavaleiros atuam principalmente na alma e no espírito dos indivíduos e é isto que deverá ser trazido inicialmente.

O poder dos quatro anjos de danificar a terra e o mar era para ser liberado apenas após os 144.000 serem selados.

O selo do Eterno apresenta Jesus como:

 

1.     protegendo a mente dos Seus;

2.     mostrando para os Seus o quanto Ele os ama;

3.     mostrando aos demais que Nele crê ou hão de crer o quão belo é o caráter do Eterno em quem o tem, bem como a força do Eterno em conservar isto na vida deles.

4.     Concedendo, aos Seus filhos, indivíduos em quem eles podem investir suas vidas com segurança.

 

O selo é um penhor (Ef 1.3; 4.30; 2Co 1.22), ou seja, uma garantia de que o indivíduo será livre da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo (Ap 3.10; 9.4; Ez 9.4).

O ato de assinalar os que são do Eterno demonstra o cuidado amoroso do Eterno em livrar os Seus do verdadeiro mal. O Eterno, antes de permitir a destruição, provê um método de escape (Na 1.3; 1Co 10.13) para aqueles que Ele elege (Ez 9.2-6,11).

Ele fez isto na época de Ló:

 

·        “Apressa-te, escapa-te para ali; porque nada poderei fazer, enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da cidade Zoar.” (Gn 19.22).

 

Ele fez isto na época de Noé:

 

·        “Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra. Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume.” (Gn 6.13,14).

 

Ele fez isto na época de Moisés:

 

·        “E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.” (Êxodo 12.12,13).

 

Ezequiel profetizou a mesma coisa:

 

·        “E disse-lhe o SENHOR: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela. E aos outros disse ele, ouvindo eu: Passai pela cidade após ele, e feri; não poupe o vosso olho, nem vos compadeçais. Matai velhos, jovens, virgens, meninos e mulheres, até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o sinal não vos chegueis; e começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa.” (Ez 9.4-6)

 

Jesus também prometeu a mesma coisa:

 

·        “E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” (Mt 24.31).

 

Não que os justos são isentos da tribulação (Noé, Ló, etc., tiveram que afligir suas almas ao ver o pecado dos outros). Todavia, o Eterno provê um modo de livrá-los da apostasia corrente e de salvá-los da ira vindoura (1Ts 1.10).

Mas como que o Eterno irá livrar os Seus? Através da Sua fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).

 

·        “O segredo do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança.” (Sl 25.14).

·        “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.” (2Tm 2.19).

 

É bom lembrar que o selo do Eterno implica em intimidade, em revelação de segredo. Aliás, o que difere uma relação de outra é a quantidade de segredos relevados.

Em outras palavras, não são as coisas que pioram após aceitar Jesus; antes, o Eterno levou o indivíduo a aceitar Jesus antes de as coisas piorarem. Ou, pensando de outro modo: é porque o Eterno está projetando algo mau por vir que Ele chama Seus escolhidos para fazerem diferença e, assim, darem oportunidade para que os demais possam ver a Luz em meio às trevas em que andam habitando (Is 9.1,2; Mt 4.15,16).

A razão de ser assinalado na testa é porque este é um lugar notável na vida do ser humano. Tanto que é aí que é colocado o capacete da salvação (Is 59.17; Ef 6.17).

Quanto ao ato de selar os 144.000, podemos assim resumir:

 

·        A razão atribuída para barrar os quatro demônios de executar o juízo do Eterno: “até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus” (Ap 7.3);

·        Em que consiste selar alguém: proteger mente e coração dele a fim de que nada os impeça de crer em Cristo;

·        O agente da selagem: Jesus com todos os Seus centros de consciência;

·        O alvo da selagem: 144.000 judeus escolhidos para evangelizarem toda a região de Israel durante a primeira metade da 70ª semana;

·        A visibilidade da marca: na testa;

·        O motivo da marca: conceder-lhes fé sobrenatural, de modo que eles não venham a cair na fé por causa das perseguições do anticristo e do terrível sofrimento das trombetas.

 

·        “E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel.” (Ap 7.4).

 

Os 144.000 são os primeiros frutos para o Cordeiro (os primeiros israelitas convertidos na 70ª semana – Ap 7.1-8), cujo ministério será seguida por uma colheita de “tabernáculos” (almas) vindos de todos os povos da terra (Ap 7.9-17).

Por que eles são selados?

 

1º – porque os 144.000 eram do Eterno, o qual os deu ao Cordeiro (João 17.6).

2º – porque, embora o Cordeiro os tenha recebido como presente, Ele teve que comprá-los com Seu sangue. Note como a verdadeira bênção do Eterno é viva, ou seja, embora devemos recebê-la como dádiva, ainda assim teremos que investir nossa vida para tomar posse dela e mantê-la.

3º – porque eles receberam dentro de si a palavra da verdade (Ef 1.13).

4º – para que o testemunho de Cristo neles possa se digno de credibilidade por quem quer a verdade.

5º – a fim de que eles possam ter uma boca repleta de verdade e, com isto, sirvam a Jesus de modo irrepreensível (Ap 14.5), por exemplo, mostrando como o Eterno é poderoso para conservar em pureza e santidade milhares de uma nação, mesmo diante da maior tentação que há de vir sobre o mundo, mesmo sendo esta nação a que tem o coração mais endurecido com relação a Cristo.

 

Note que João ouviu o número dos assinalados, ou seja, trata-se de uma coisa exata (e não algo que ele simplesmente viu). Muitos tentam alegorizar a quantidade de indivíduos selados, bem como sua origem. No entanto, considerando que cada uma das tribos de Israel é citada, logo com certeza este versículo deve ser considerado de modo literal.

Em outras palavras, trata-se dos primeiros 144.000 israelitas que irão se converter a Jesus (daí serem primícias para o Eterno e para o Cordeiro – Ap 14.4) pela pregação das duas testemunhas de Ap 11. Quanto aos demais israelitas, milhares irão aderir ao anticristo. Dos que não aderirem e que não pertencerem às virgens prudentes, dois terços serão eliminados e um terço, purificado na Grande Tribulação:

 

·        “E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus.” (Zc 13.8,9).

 

·        “Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil assinalados; da tribo de Gade, doze mil assinalados; da tribo de Aser, doze mil assinalados; da tribo de Naftali, doze mil assinalados; da tribo de Manassés, doze mil assinalados; da tribo de Simeão, doze mil assinalados; da tribo de Levi, doze mil assinalados; da tribo de Issacar, doze mil assinalados; da tribo de Zebulom, doze mil assinalados; da tribo de José, doze mil assinalados; da tribo de Benjamim, doze mil assinalados.” (Ap 7.5-8).

 

Observação quanto às tribos citadas:

 

·        Judá é citada em primeiro lugar por ter sido, originalmente, uma expressão de louvor (Gn 29.35) ao Eterno. E como é bem sabido, o subtema do apocalipse é adoração e louvor. Além disto, é desta tribo que vem o Messias (Gn 49.10).

·        Rúben deveria ser o primogênito, mas perdeu a primogenitura por ter coabitado com a concubina de seu pai (Gn 49.3,4; 1Cr 5.1).

·        Dã e Efraim não são citados. Vem a questão: por que?

 

Bom, não é a primeira vez que uma das tribos de Israel não é citada:

 

è A tribo de Dã é omitida na genealogia de 1Cr 4-7 e a tribo de José é desmembrada em Manassés e Efraim:

 

·        Judá (1Cr 4.1);

·        Simeão (1Cr 4.20);

·        Rúben (1Cr 5.1);

·        Meia tribo de Manassés que ficou além do Jordão (1Cr 5.23);

·        Levi (1Cr 6.1);

·        Zebulom (1Cr 6.63);

·        Gade (1Cr 6.63);

·        Issacar (1Cr 7.1);

·        Benjamim (1Cr 7.6);

·        Naftali (1Cr 7.13);

·        Manassés (1Cr 7.14);

·        Efraim (1Cr 7.20);

·        Aser (1Cr 7.30)

 

José, embora mencionado em (1Cr 5.1,2; 7.29), ele não é visto herdando nada, nem dando de sua herança separado de Efraim e Manassés.

Apenas a tribo de Dã não é mencionada nestes capítulos.

 

è Em Deuteronômio 33 Simeão não é mencionado.

 

·        Rúben (Dt 33.6);

·        Judá (Dt 33.7);

·        Levi (Dt 33.8);

·        Benjamim (Dt 33.12);

·        José (Dt 33.13);

·        Zebulom (Dt 33.18);

·        Issacar (Dt 33.18);

·        Gade (Dt 33.20);

·        (Dt 33.22);

·        Naftali (Dt 33.23);

·        Aser (Dt 33.24).

 

Efraim e Manassés são mencionados, mas como um desdobramento de José. Embora os dois sejam mencionados normalmente no lugar de José e Levi, aqui Manassés e Efraim não estão preenchendo uma lacuna, sendo o único lugar onde apenas onze tribos é mencionada.

 

è Em números 13.4-15, Levi é omitido e, ao citar o nome de Manassés, cita-se também o nome de José:

 

·        4 E estes são os seus nomes: Da tribo de Rúben, Samua, filho de Zacur;

·        5 Da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori;

·        6 Da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné;

·        7 Da tribo de Issacar, Jigeal, filho de José;

·        8 Da tribo de Efraim, Oséias, filho de Num;

·        9 Da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu;

·        10 Da tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sodi;

·        11 Da tribo de José, pela tribo de Manassés, Gadi filho de Susi;

·        12 Da tribo de Dã, Amiel, filho de Gemali;

·        13 Da tribo de Aser, Setur, filho de Micael;

·        14 Da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi;

·        15 Da tribo de Gade, Geuel, filho de Maqui.

 

Também não é a primeira vez que as tribos são citadas em ordem diferente:

 

Em Gênesis 49, eis a ordem das tribos (primeiro ele cita os seis filhos de Léia e termina com os dois filhos de Raquel):

 

·        Rúbem (Gn 49.3);

·        Simeão (Gn 49.5);

·        Levi (Gn 49.5);

·        Judá (Gn 49.8);

·        Zebulom (Gn 49.13);

·        Issacar (Gn 49.14);

·        (Gn 49.16);

·        Gade (Gn 49.19);

·        Aser (Gn 49.20);

·        Naftali (Gn 49.21);

·        José (Gn 49.22);

·        Benjamim (Gn 49.27).

 

Aqui em Apocalipse 7, a ordem citada é:

 

1º - Os dois primogênitos: o primogênito espiritual (pelas razões citadas acima) e o primogênito legal;

2º - Os dois filhos da escrava da mulher desprezada;

3º - Os dois filhos da escrava da mulher amada;

4º - Os quatro filhos da desprezada;

5º - Os dois filhos da amada.

 

Eu creio que o Eterno prioriza os filhos dos mais desprezados primeiro para acabar com toda divisão que possa haver entre aqueles que Ele chama para ser Sua família (ver 1Co 12.24-25).

Mas afinal, por que ninguém de Efraim e Dã não são selados?

Efraim está associado grandemente com idolatria:

 

·        “Efraim está entregue aos ídolos; deixa-o.” (Os 4.17).

·        “Os que juram pela culpa de Samaria, dizendo: Vive o teu deus, ó Dã; e vive o caminho de Berseba; esses mesmos cairão, e não se levantarão jamais.” (Am 8.14).

 

Depois que Israel se rebela contra o mando de Judá, Efraim se destaca e várias vezes é visto afrontando Israel (1Rs 12.19).

Quanto a Dã:

 

Primeiro: Dã é a tribo que primeiro caiu em idolatria.

 

·        “E os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem de escultura; e Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra. Assim, pois, estabeleceram para si a imagem de escultura, que fizera Mica, por todos os dias em que a casa de Deus esteve em Siló.” (Jz 18.30,31).

 

Segundo: é bem provável que o anticristo venha da tribo de Dã, embora de alguma forma irá convencer a todos de que é da tribo de Judá:

 

·        Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás.” (Gn 49.16,17).

·        “Já desde Dã se ouve o resfolegar dos seus cavalos, toda a terra treme ao som dos rinchos dos seus fortes; e vêm, e devoram a terra, e sua abundância, a cidade e os que habitam nela. Porque eis que envio entre vós serpentes e basiliscos, contra os quais não há encantamento, e vos morderão, diz o SENHOR.” (Jr 8.16,17).

 

Além disto, é bom lembrar que foi nestas duas tribos que os dois bezerros de Jeroboão, filho de Nebate, foram colocados (1Rs 12.29; Js 16.1). Observe que Betel era de Efraim (Js 16.1,2).

Contudo, vale notar que Dã aparece nas portas da Nova Jerusalém:

 

·        “E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel.” (Ap 21.12).

 

Talvez você questione: como sei disto, se não é registrado explicitamente quais doze tribos estão sendo referidas?

Em Ez 48.31-34, onde é falado das portas de Jerusalém no milênio, são citadas as doze tribos originais de Israel, só que em ordem diferente:

 

·        “31 E as portas da cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel; três portas para o norte: a porta de Rúben uma, a porta de Judá outra, a porta de Levi outra.

·        32 E do lado oriental quatro mil e quinhentas canas, e três portas, a saber: a porta de José uma, a porta de Benjamim outra, a porta de Dã outra.

·        33 E do lado sul quatro mil e quinhentas canas por medida, e três portas: a porta de Simeão uma, a porta de Issacar outra, a porta de Zebulom outra.

·        34 Do lado ocidental quatro mil e quinhentas canas, e as suas três portas: a porta de Gade uma, a porta de Aser outra, a porta de Naftali outra.” (Ez 48.31-34).

 

Além disto, ao citar José, Manassés e Efraim estão sendo incluídos.

Além disto, em Ezequiel 48.1-27, Dã é a primeira a ser citada e Levi não é citado (quando se fala de herança):

 

·        E Estes são os nomes das tribos: desde o extremo norte, ao longo do caminho de Hetlom, indo para Hamate, até Hazar-Enom, termo de Damasco para o norte, ao pé de Hamate, terá Dã uma parte, desde o lado oriental até o ocidental.

·        2 E junto ao termo de Dã, desde o lado oriental até o ocidental, Aser terá uma porção.

·        3 E junto ao termo de Aser, desde o lado oriental até o ocidental, Naftali, uma porção.

·        4 E junto ao termo de Naftali, desde o lado oriental até o lado ocidental, Manassés, uma porção.

·        5 E junto ao termo de Manassés, desde o lado oriental até o lado ocidental, Efraim, uma porção.

·        6 E junto ao termo de Efraim, desde o lado oriental até o lado ocidental, Rúben, uma porção.

·        7 E junto ao termo de Rúben, desde o lado oriental até o lado ocidental, Judá, uma porção.

·        23 E, quanto ao restante das tribos, desde o lado oriental até o lado ocidental, Benjamim terá uma porção.

·        24 E junto ao termo de Benjamim, desde o lado oriental até o lado ocidental, Simeão terá uma porção.

·        25 E junto ao termo de Simeão, desde o lado oriental até o lado ocidental, Issacar terá uma porção.

·        26 E junto ao termo de Issacar, desde o lado oriental até o lado ocidental, Zebulom terá uma porção.

·        27 E junto ao termo de Zebulom, desde o lado oriental até o lado ocidental, Gade terá uma porção.

 

Em outras palavras, note que Dã e Efraim estão incluídos no reino milenar, nenhum foi rejeitado como povo e Levi voltará a ser a tribo sacerdotal.

A diferença está com relação aos 144.000 que foram eleitos para reconhecerem Jesus antes da vinda de Cristo e na primeira metade da 70ª semana. Como em Cristo Jesus todos são sacerdotes (Ap 1.6; 5.10), não há mais necessidade de uma tribo sacerdotal. Daí Levi ser mencionado. E quem não honrou o Eterno no passado (pelos motivos citados acima), não confessou Seu nome, agora serão negados acerca de tal privilégio (Mt 10.32,33).

Se bem que, como da tribo de José são selados 12.000, logo é bem provável que muitos de Efraim sejam incluídos entre estes selados. Contudo, devido a toda a sua indignidade em representar Israel (no passado, Efraim representava as dez tribos do norte), em Cristo ele não merece ser nomeado.

Tanto é assim que o Eterno disse que Efraim deixaria de ser povo:

 

 

·        “E Deus disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus.” (Os 1.9).

·        “Porém a cabeça da Síria será Damasco, e a cabeça de Damasco Rezim; e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será destruído, e deixará de ser povo.” (Is 7.8).

 

É bem verdade que a profecia tem a ver com Israel como um todo. Todavia, não é em vão que o Eterno se refere a Israel como Efraim.

E que esta profecia se cumpriu, vejamos algumas passagens envolvendo Efraim:

 

·        “Então designaram a Quedes na Galiléia, na montanha de Naftali, e a Siquém, na montanha de Efraim, e a Quiriate-Arba ( esta é Hebrom ), na montanha de Judá.” (Josué 20.7).

·        “E o termo de Manassés foi desde Aser até Micmetá, que está defronte de Siquém; e estende-se este termo à direita até os moradores de En-Tapua.” (Josué 17.7).

 

Note como Siquém fica na terra de Efraim, fazendo fronteira com Manassés:

 

·        “Saiu depois a sorte dos filhos de José, desde o Jordão, na direção de Jericó, junto às águas de Jericó, para o oriente, estendendo-se pelo deserto que sobe de Jericó pelas montanhas de Betel. E de Betel vai para Luz, e passa ao termo dos arquitas, até Atarote,” (Josué 16.1,2).

·        “E tirou a sorte da tribo dos filhos de Benjamim, segundo as suas famílias; e coube-lhe o termo da sua sorte entre os filhos de Judá e os filhos de José. E o seu termo foi para o lado do norte, desde o Jordão; e sobe aquele termo ao lado de Jericó para o norte, e sobe pela montanha para o ocidente, terminando no deserto de Bete-Áven. E dali passa este termo a Luz, ao lado de Luz ( que é Betel ), para o sul; e desce a Atarote-Adar, ao pé do monte que está do lado do sul de Bete-Horom de baixo;” (Js 18.11-13).

 

Note como Betel fica na terra de Efraim, fazendo fronteira com a terra de Benjamim.

Quanto a Samaria, veja como ela foi fundada:

 

·        “E de Semer comprou o monte de Samaria por dois talentos de prata, e edificou nele; e chamou a cidade que edificou Samaria, do nome de Semer, dono do monte.” (1Rs 16.24).

 

Originalmente ela era uma cidade. Isto pode ser comprovada nos versículos abaixo:

 

·        “E o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, estavam assentados cada um no seu trono, vestidos de trajes reais, na praça, à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam na sua presença.” (I Reis 22.10)

·        “E Acazias, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel, em Samaria, no ano dezessete de Jeosafá, rei de Judá; e reinou dois anos sobre Israel.” (I Reis 22.52).

 

Depois, ela se destacou tanto que passou a se identificar com Efraim, local onde ela ficava.

A prova disto pode ser vista no versículo abaixo:

 

·        “Porque certamente se cumprirá o que pela palavra do SENHOR exclamou contra o altar que está em Betel, como também contra todas as casas dos altos que estão nas cidades de Samaria.” (I Reis 13.32).

 

1 - se Samaria era uma cidade, como uma região inteira pode ser referida como Samaria?

 

·        “E sucedeu depois destas coisas que, Nabote, o jizreelita, tinha uma vinha em Jizreel junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria.” (I Reis 21.1).

 

2 – Acabe era rei de todas as dez tribos de Israel (que era referido, nesta época, como Efraim), e não apenas de uma cidade.

 

·        “Entretanto a cabeça de Efraim será Samaria, e a cabeça de Samaria o filho de Remalias; se não o crerdes, certamente não haveis de permanecer.” (Isaías 7.9).

·        “E todo este povo o saberá, Efraim e os moradores de Samaria, que em soberba e altivez de coração, dizem:” (Isaías 9.9).

 

3 – Samaria era a capital de Efraim. Embora Efraim aqui se refere a Israel, novamente é oportuno destacar que não é em vão que o autor prefere citar Efraim ao invés de Israel.

 

Depois de muito tempo em idolatria, o Eterno permite a Assíria invadir e levar as dez tribos de Israel em cativeiro. Veja o que acontece:

 

·        “E o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram a Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades. E sucedeu que, no princípio da sua habitação ali, não temeram ao SENHOR; e o SENHOR mandou entre eles, leões, que mataram a alguns deles. Por isso falaram ao rei da Assíria, dizendo: A gente que transportaste e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não sabe o costume do Deus da terra; assim mandou leões entre ela, e eis que a matam, porquanto não sabe o culto do Deus da terra. Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá; e vá e habite lá, e ele lhes ensine o costume do Deus da terra. Veio, pois, um dos sacerdotes que transportaram de Samaria, e habitou em Betel, e lhes ensinou como deviam temer ao SENHOR. Porém cada nação fez os seus deuses, e os puseram nas casas dos altos que os samaritanos fizeram, cada nação nas cidades, em que habitava.” (2Rs 17.24-29).

 

Note que todos os israelitas são expulsos de Samaria e, para lá, é enviado gente de Babilônia, Cuta, Ava, Hamate e Sefarvaim. Ou seja, Samaria passou a ser habitada por estrangeiros, cumprindo-se a profecia citada acima: que Efraim deixaria de ser povo (Os 1.9; Is 7.8).

Entretanto, como os leões estavam devorando o povo, eles passaram a adorar o Eterno também (junto com seus deuses).

Após cerca de 90 anos, o rei Josias fez uma purificação espiritual nas cidades de Samaria (em Efraim):

 

·        “Demais disto também Josias tirou todas as casas dos altos que havia nas cidades de Samaria, e que os reis de Israel tinham feito para provocarem à ira o SENHOR; e lhes fez conforme todos os atos que tinha feito em Betel.” (II Reis 23.19).

 

E esta purificação teve seu efeito:

 

·        “Sucedeu, pois, no dia seguinte, depois que ele matara a Gedalias, sem ninguém o saber, que vieram homens de Siquém, de Siló, e de Samaria; oitenta homens, com a barba rapada, e as vestes rasgadas, e retalhando-se; e trazendo nas suas mãos ofertas e incenso, para levarem à casa do SENHOR.” (Jr 41.4,5).

 

Note que estes estrangeiros habitando em Efraim (Siquém, Siló e Efraim) (depois de cerca de 25 anos da reforma de Josias) foram até Jerusalém para adorar o Eterno.

Quando chegou a época de Esdras (cerca de 70 anos depois), eis o que aconteceu:

 

·        “Ouvindo, pois, os adversários de Judá e Benjamim que os que voltaram do cativeiro edificavam o templo ao SENHOR Deus de Israel, chegaram-se a Zorobabel e aos chefes dos pais, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir aqui. Porém Zorobabel, e Jesuá, e os outros chefes dos pais de Israel lhes disseram: Não convém que nós e vós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós sozinhos a edificaremos ao SENHOR Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.” (Ed 4.1-4).

·        “Escreveram, pois, Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, uma carta contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes do teor seguinte: então escreveu Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, e os outros seus companheiros, os dinaítas, afarsaquitas, tarpelitas, afarsitas, arquevitas, babilônios, susanquitas, deavitas, elamitas, E os outros povos, que o grande e afamado Asnapar transportou, e que fez habitar na cidade de Samaria, e nas demais províncias dalém do rio.” (Ed 4.8-10).

·        “E o rei enviou esta resposta a Reum, o chanceler, e a Sinsai, o escrivão, e aos demais seus companheiros, que habitavam em Samaria; como também aos demais que estavam dalém do rio: Paz! em tal tempo.” (Esdras 4.17).

 

Como você pode ver todos estes estrangeiros continuavam habitando toda a região de Samaria (Efraim) adorando ao Eterno e aos seus deuses e achando que tinham direito de construir o templo junto com os judeus. Como, todavia, os judeus, desde aquela época, se recusaram a permitir isto, surgiu a inimizade entre judeus e samaritanos.

Esta inimizade continuou até os tempos de Neemias:

 

·        “E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isto? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?” (Neemias 4.2).

 

E tal inimizade jamais deixou de existir, vindo a ter influência até os tempos de Jesus:

 

·        “Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José.” (Jo 4.5).

·        “Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? ( porque os judeus não se comunicam com os samaritanos ). (Jo 4.9).

 

Enfim, como você pode ver, os Samaritanos eram estrangeiros que habitavam na região que outrora era de Efraim. Que eles eram estrangeiros, Jesus confirma isto:

 

·        “E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?” (Lc 17.16-18).

 

Em outras palavras, na época de Jesus, a tribo de Efraim não eram mais reconhecida, sendo seu local ocupado por estrangeiros. Daí Jesus dizer:

 

·        “Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;” (Mateus 10.5).

 

Afinal, o ministério de Jesus era direcionado a israelitas (que tinham o “sangue de Abraão” correndo em suas veias):

 

·        “Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;” (Mateus 10.6)

·        “E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mateus 15.24).

 

Inclusive, note a rejeição dos samaritanos a Jesus:

 

·        “E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada, mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.” (Lucas 9.52).

 

O único momento em que Jesus prega aos samaritanos é em João 4.

Resumindo: a única tribo da qual a Escritura Sagrada registra que os habitantes israelitas foram substituídos por estrangeiros foi Efraim.

Vem a questão: quem, então, são os doze mil da tribo de José? São israelitas da tribo de Manassés. Eu creio que não é em vão que o Eterno permitiu que Manassés tivesse duas porções de terra em Canaã: para mostrar que, embora Jacó tenha escolhido Efraim como primogênito (Gn 48.17-19), o Eterno não mudou sua escolha.

E aqui não é diferente: novamente o Eterno reafirma a primogenitura de Manassés selando dentre eles o dobro de indivíduos, sendo que os outros doze mil era para suprir a lacuna deixada por Efraim e, ao mesmo tempo, confirmar a escolha da José como primogênito de Jacó (aquele que haveria de herdar o dobro que seus irmãos):

 

·        “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel ( pois ele era o primogênito; mas porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que não foi contado, na genealogia da primogenitura, porque Judá foi poderoso entre seus irmãos, e dele veio o soberano; porém a primogenitura foi de José ).” (1Cr 5.1,2).

 

É bem provável que estes doze mil se identificam mais com José, com tudo que ele foi.

Por fim, vale observar que tribos grandes como Judá tiveram o mesmo número de selados que o pequeno Benjamim. A verdade é que muito crescimento sem Cristo significa tão somente aumento de coisas ruins.

 

·        “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;” (Ap 7.9).

 

Vê-se adoração no trono (um trono que expressa, ao mesmo tempo, julgamento, graça e glória), atividade no templo e culto que começa no coração e é expresso com vozes e mãos. O louvor no céu não é simplesmente palavras e música, mas um esclarecimento acerca dos reais conceitos e valores do céu, bem como da felicidade que é server ao Eterno. Daí todos louvarem em uníssono.

Fique claro que estes redimidos não vão ficar lá no céu cantando vinte e quatro horas, muito menos cantando a mesma coisa. O fato de eles estarem cantando tão somente mostra a mensagem que eles deveriam transmitir, bem como o modo de realizarem esta transmissão: com muito prazer na justiça do Eterno.

Enquanto que o grupo anterior representa os primeiros israelitas a se converterem na 70ª semana (os demais que permanecerem vivos só irão se converter no final da 70ª semana), este grupo é composto pelos gentios a se converterem na 70ª semana (durante a segunda metade da 70ª semana), a saber, aqueles que morrerão naturalmente na 70ª semana em virtude das taças.

Perceba que, enquanto que João ouviu o número exato de judeus a serem selados, aqui ele não ouviu acerca da quantidade de gentios que foi comprada por Jesus de entre os gentios (ver Ap 5.9). Eis a característica deles:

I.       O número deles é muito grande para ser calculado. Isto implica em:

a)     Um encorajamento a todo trabalho em prol de Cristo. Afinal, com tantos convertidos num momento extremamente difícil, isto prova o sucesso do verdadeiro evangelho;

b)     Um sentimento de eterna dívida para com o Eterno. Com tantos indivíduos lá (com uma seara tão grande e poucos trabalhadores – Mt 9.37), jamais devemos pensar em tirar férias ou aposentar do ministério, como se este fosse uma mera profissão (Rm 13.8). Não importa quantos indivíduos conseguimos conduzir a Cristo, nunca servimos ao Eterno de modo suficiente;

c)     Uma demonstração da importância de ajudar o próximo em suas necessidades;

d)     Uma confirmação do benevolente Criador;

II.     De onde eles virão? “de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas;” (Ap 7.9). Ou seja, sua variedade inclui toda a raça humana. Isto mostra a imparcialidade do evangelho. É uma reprovação a todo partidarismo. Afinal, o verdadeiro evangelho é poderoso para sociabilizar pessoas das mais diversas situações;

Embora no céu vemos muitos unidos em uma única expressão de adoração (Ap 7.9), note como elas continuam possuindo sua tribo, língua, povo e nação. De igual modo, considerando que, na casa do Eterno, que é o coração de cada um, existe várias moradas (Jo 14.1,2), por melhor que seja a comunhão entre os indivíduos em nosso interior, cada um continua possuindo sua casa, tendo sua família.

A adoração será em cada língua, mas com um único propósito, uma única mensagem a comunicar. Embora a distinção entre classes continue, não haverá discórdia entre elas.

III.    Eles conservam sua individualidade: sua tribo, língua, povo e nação. Daí perguntar: “estes, quem são?”;

IV.   Tudo que aconteceu com eles aqui na terra permanece em vista. Daí a pergunta: “de onde vieram?”;

V.     Sua vida terrena foi marcada pela maior tribulação que há de sobrevir à terra:

a)     Isto deve nos ensinar a buscar o contentamento em meio às nossas tribulações. Nosso alvo supremo deve ser nos tornarmos homens de verdade;

b)     Isto deve nos inspirar a buscar toda nobreza do caráter de Cristo em meio a cada acontecimento da nossa vida. Afinal, se diante da maior tribulação eles saíram vencedores em Cristo, não há desculpa para nossa infidelidade. Nosso maior amor deve vir de Jesus e ser direcionado em prol daqueles que Jesus colocou na nossa vida.

VI.   Possuem caráter extremamente glorioso:

a)     Local: Estão posicionados diante do trono e perante o Cordeiro (Ap 7.9). Isto implica em:

                                           i.      Mais nobre serviço;

                                          ii.      Maior honra;

                                         iii.      Maior integridade.

Note, todavia, que Jesus estava ali, para eles, na qualidade de Cordeiro (e não como juiz ou rei), ou seja, como aquele que deu seu Sua vida em resgate deles;

b)     Vestimenta: Eles brilham a beleza da justiça do Eterno através dos atos de justiça dos santos (Ap 19.8), lavados pelo sangue do Cordeiro. Foi a vida do Cordeiro agindo na vida daqueles santos que foram colocados em suas vidas (Ap 19.8) que lhes proporcionou uma justiça pura, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante (Ap 3.5,18; 4.4; 6.11; 7.14).

c)     Emprego: Servem ao Eterno dia e noite;

d)     Companhia: são pastoreados pelo próprio Jesus (Ap 7.17);

e)     Manutenção: comem e bebem de Cristo (Jo 6.51-57; Ap 7.17), o verdadeiro alimento;

f)       Sucesso: passar pela grande tribulação conservando a verdade em pureza e santidade;

g)     Esforço: ao invés de batalharem por dinheiro e posição a fim de que se verem livres ao máximo do efeito das pragas da Grande Tribulação, batalharam para permanecerem descansando e esperando no Eterno o cumprimento daquilo que Ele prometeu;

VII. O louvor deles:

a)     Perfeito em sua forma;

b)     Tem como tema a redenção de suas almas;

c)     Tem como objetivo expressar gratidão:

                                        i.     ao Eterno, por ser o autor da salvação;

                                      ii.     ao Redentor como o mediador da salvação.

d)     É repleto de alegria e entusiasmo;

e)     É contagioso em seu efeito (veja os anjos louvando após eles).

VIII.         Como eles chegarão lá? Uniformidade:

a)     Eles viverão a mesma experiência: “Estes são os que vieram da grande tribulação.” (Ap 7.14);

b)     Eles alcançarão o céu através da mesma redenção: “lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap 7.14).

c)     A fonte de tudo que eles se tornaram era Jesus e Seu sacrifício. Eles eram originalmente impuros, mas pelo sangue do Cordeiro eles experimentaram toda a mudança citada acima.

IX.   Qual será a alegria deles?

a)     Libertação de todo mal:

                                        i.     Não haverá mais pecado, já que receberão reconhecimento, perpétua oportunidade de ser usado para algo bom e nobre, e proteção – “Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.” (Ap 7.15).

                                      ii.     O privilégio do poder desfrutar da companhia do Eterno: “Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida” (Ap 7.17).

b)     Fim do sofrimento físico:

                                           i.      "Nunca mais terão fome,” (Ap 7.16).

                                          ii.      “nunca mais terão sede” (Ap 7.16).

                                         iii.      “nem sol nem calma alguma cairá sobre eles.” (Ap 7.16; Is 49.10).

c)     Fim da agonia da alma:

                                           i.      “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.” (Ap 7.17). Cada lágrima que o indivíduo derramou neste mundo e que foi guardada pelo Eterno (Sl 56.8) agora será esclarecida.

 

As palmas lembram a entrada de Jesus em Jerusalém (Jo 12.13) quando eles clamaram o mesmo que se acha descrito no salmo 118:

 

·        Salva-nos, agora, te pedimos, ó SENHOR; ó SENHOR, te pedimos, prospera-nos. Bendito aquele que vem em nome do SENHOR; nós vos bendizemos desde a casa do SENHOR.” (Sl 118.25,26).

·        “E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!” (Mt 21.8,9).

·        “No dia seguinte, ouvindo uma grande multidão, que viera à festa, que Jesus vinha a Jerusalém, tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor.” (João 12.12,13).

Hosana significa “Salva-nos, agora”. Note como o foco do Salmo 118 é a salvação do Eterno (Sl 118.14,15,21).

As palmas também lembram a festa dos Tabernáculos (começando no dia 15 do sétimo mês hebraico), que era a festa de encerramento do trabalho no campo (daí também ser chamada de Festa da Colheita). Ela lembrava a vitoriosa e abundante colheita que o Eterno lhes permitiu. Nesta festa cada um tinha que comer da própria colheita, ser cheio com o fruto dos seus feitos (ilustrando, assim, Gálatas 6.7-9).

Os outros dois meses eram meses de descanso do trabalho campestre, onde eles comiam do que colheram, um contraste entre o trabalho incessante do Egito e o descanso provido pelo Eterno.

O povo de Israel louvava o Eterno pela colheita feita e se lembrava do livramento que eles tiveram do Egito e de sua preservação no deserto por 40 anos, quando eles habitaram em tabernáculos e foram providos sobrenaturalmente pelo Eterno (Lv 23.40).

Aqui, contudo, são os não-israelitas que seguram estas palmas. Eles estão mais próximos que os anjos porque, enquanto estes têm retidão natural de criação, os redimidos receberam em si a retidão de Jesus.

Os serafins são vistos cobrindo seus rostos (Is 6.2). Todavia, cada um dos redimidos é trazido para junto do Eterno por meio do sangue de Cristo.

O que você sente quando você ouve outros sendo salvos e trazidos para mais perto do Eterno que você? Inveja e ódio, ou você se prostra diante do Eterno e o louva? Foi justamente aí que Ha-Satan caiu. Os anjos do Eterno, por outro lado, O louvam (Ap 7.11,12).

Esta visão serve para mostrar que não são poucos os que se salvam, bem como o mais alto nível de glória (na presença do Eterno) e alegria (com palmas nas mãos) que experimentam os que creem em Jesus.

No milênio, a Festa dos Tabernáculos será restaurada para relembrar a salvação do Eterno que preservou Israel, apesar de eles andarem espalhados no meio dos povos por mais de 1.800 anos (Zc 14.16-21).

Para os redimidos não israelitas, contudo, o louvor é em virtude de ter sido preservado pelo Eterno enquanto peregrinava como estrangeiro (1Pe 2.11) por este mundo que, no fundo, é um verdadeiro deserto. É o reconhecimento de Jesus como Aquele que realmente veio para salvar.

Urge salientar que o que os capacitou para serem recebidos no céu e estarem na presença do Eterno foi a lavagem e alvejamento das vestiduras no sangue do Cordeiro (Ap 7.14,15). Trata-se da purificação da consciência (Hb 9.14; 10.22), ou seja, mudança de caráter (conceitos e valores).

A libertação do pecado se deu pela santificação, ou seja, por serem empregados definitivamente no serviço do Eterno em Sua presença.

 

·        “E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.” (Ap 7.10).

 

O ato de clamar com grande voz demonstra a grandeza da alegria e o ardor do louvor deles.

Perceba como nenhum destes redimidos estava murmurando contra o Eterno. Eles atribuíam a Ele apenas salvação, e isto em cântico, a fim de mostrar a alegria que eles tinham nesta salvação. E não é para menos: a perseverança que o Eterno concede aos Seus é nossa salvação e Sua paciência, a vida eterna.

Enquanto a salvação é pouco pensada e buscada aqui na terra, no céu ela é o auge do regozijo dos eleitos, o capacete que ocupa as suas mentes.

A verdadeira salvação pertence apenas ao Eterno. Enquanto não reconhecermos Ele como única fonte de salvação (ver Sl 3.8; Is 43.11; Jr 3.23; Os 13.4; Ap 12.10; 19.1), sempre seremos obrigados a mendigar a “boa” vontade do ser humano.

E o que está incluído na salvação?

 

è Sair da ignorância para o verdadeiro conhecimento;

è Restauração da impureza para santidade;

è Libertação do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos do Eterno (Rm 8.21);

è Mudança do egoísmo para benevolência;

è Libertação do império das trevas para ser transportado para o filho do Seu amor (Cl 1.13).

 

Estes redimidos venceram, não foi porque reivindicaram seus direitos perante o mundo, mas sim pelo sangue do Cordeiro, pela palavra do testemunho que deram e por não terem amado suas vidas até à morte (Ap 12.11).

É observável aqui que os redimidos atribuem salvação tanto ao Cordeiro quanto Àquele que está assentado no trono. Ou seja, a salvação é atribuída a alguém que tem tudo sob controle sem o menor esforço e a alguém manso que, ao invés de lutar pelos seus direitos ou por aquilo que acreditava ser o melhor, se sujeitou ao Eterno e Seu plano. Nem mesmo a frágil e decaída natureza do ser humano o fez mudar de caráter.

Consegue, agora, entender o porquê da distinção entre Deus e o Cordeiro?

O Eterno trabalha Sua salvação através do Seu Espírito agindo em nós e nos capacitando a viver como cordeiros (Mt 10.16).

Quanto ao uso do termo “clamavam” implica em um louvor contínuo, e não um mero acontecimento isolado.

 

·        “E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus,” (Ap 7.11).

 

Repare o contraste:

 

·        em Ap 5.11 havia muitos anjos louvando; em Ap 7.11, todos os anjos são vistos louvando;

·        em Ap 5.11 os anjos louvam o Cordeiro; em Ap 7.11 eles louvam o Eterno.

 

O festival de Ap 5.11 mostra muitos anjos louvando a vitória de Cristo sobre o mal já existente na vida de todos os que creem. O festival de Ap 7.11 mostra todos os anjos louvando ao Eterno pelo privilégio de nunca virem a seguir o mal.

Observe a posição daqueles que louvam:

 

·        O trono do Eterno estava no centro;

·        Ao redor do trono e no meio do trono estavam os quatro seres viventes. Ou seja, eles estavam como que debaixo do trono, com o corpo voltado para fora, como se os quatro estivessem sustentando o trono;

·        Ao redor do trono e dos seres viventes estavam os vinte e quatro anciãos;

·        Ao redor do trono e dos seres viventes e dos vinte e quatro anciãos estavam os anjos.

·        Diante do trono estavam os que vieram da Grande Tribulação, ou seja, ao redor destes todos.

 

Levando em consideração que os anjos estavam em redor do trono e se prostraram diante do trono, logo a expressão “diante do trono” implica em estar voltado para o trono. Como o Eterno é espírito e onisciente, isto significa que, não importa a posição que o indivíduo se encontra: se ele estiver voltado para o Eterno, ele estará diante Dele.

Quando os que vêm da Grande Tribulação louvam o Eterno, os anjos também se mobilizam para adorá-Lo, prostrando-se sobre os seus rostos.

 

·        “Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém.” (Ap 7.12).

 

Temos aqui, da parte dos anjos, a expressão mais completa do que vem a ser a adoração ao Eterno:

 

·        Amém -> Esta palavra aqui indica que os anjos concordam que a salvação pertence ao Eterno;

·        Louvor -> Somente o Eterno é capaz de receber louvor sem ter o caráter deturpado;

·        Glória -> Como apenas o Eterno é capaz de ser quem Ele é (Êx 3.14), logo qualquer glória verdadeira que tivermos vem, antes de tudo, Dele;

·        Honra -> Toda nossa vida deve ser uma continuação de tudo que Jesus foi quando esteve aqui;

·        Sabedoria -> Devemos aprender apenas aquilo que o Eterno nos ensina. Afinal, é em Cristo que estão todos os tesouros da sabedoria e ciência (Cl 2.3), bem como a mente para entendê-las (1Co 2.15,16);

·        Ação de graças -> Devemos ser gratos por tudo e apenas por aquilo que o Eterno faz por nós. Nada de aceitar presentes que não provenham Dele (Pv 15.27).

·        Poder -> Devemos estar sujeitos e nos sujeitar apenas ao Eterno e àquilo que é Dele e nos submetermos apenas àqueles que são Dele (ver Jo 17.9).

·        Força -> Devemos nos fortalecer apenas com a presença do Eterno, deixando que Ele peleje por nós.

·        Para todo o sempre -> Não é só de vez em quando, mas sim continuamente, sem jamais esmorecer (Gl 6.9)

·        Amém -> Esta palavra aqui indica que os anjos, não só falam isto, mas também vivem isto.

 

O Eterno nos dá estes itens acima, bem como a autoridade, não para os usarmos a nosso favor, mas para que tenhamos condições de exaltá-Lo com aquilo que Ele nos deu.

Cada um dá os motivos de culto de acordo com o relacionamento no qual eles estão: os redimidos consoante sua redenção e os anjos, com base no reconhecimento que toda forma de controle de um ser humano sobre o outro deve estar unicamente nas mãos do Eterno.

 

·        “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram?” (Ap 7.13).

 

Como João não sabia o que perguntar, o ancião, então, perguntou-lhe a fim de que ele pudesse atentar para o que realmente é importante e, assim, abrir caminho para que a informação pudesse ser dada. Provavelmente João estava vendo apenas mais um grupo louvando ao Eterno, como se suas particularidades não merecessem uma atenção especial.

Em outras palavras, isto também serve para João perceber a extensão de sua ignorância.

As vestes também constituem um uniforme e implicam em responsabilidade, serviço, reputação, status social e privilégio.

 

·        “E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap 7.14).

 

É bem provável que João tenha tomado emprestado “Senhor, tu sabes”, de Ezequiel (Ez 37.3). De certo ele não queria cometer o mesmo erro de Pedro que supunha ser capaz de dar a própria vida para salvar Jesus (Jo 13.37,38).

Veja as características destes amados:

 

         1º -     Eles passaram através da Grande Tribulação, ao invés de tentarem, de algum modo, desfrutar dos prazeres transitórios do pecado. Eles sentiam tristeza por causa do pecado;

         2º -     Eles tinham fé naquele que justifica o ímpio (Rm 4.5). Eles não tentaram, por eles mesmos, lavarem suas vestiduras. Antes, eles permitiram que suas vestes fossem lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro. Veja que só a lavagem não é suficiente para deixar as vestes brancas. Daí o Espírito Santo operar dois tipos de purificação:

a.     regeneração. Aqui temos a lavagem, que implica na restauração nos relacionamentos.

b.     renovação (Tt 3.4-6). Aqui temos o branqueamento, a qual consiste em amadurecer os relacionamentos existentes e criar novos.

         3º -     Eles tinham espírito de devoção. Eles estavam diante do trono do Eterno e o serviam dia e noite em Seu templo, ou seja, em seus corações (1Co 3.16; 6.19; 2Co 6.16).

         4º -     Eles foram responsáveis por uma grande colheita de almas. Eles não venceram pela própria força a ponto de merecerem as palmas; antes, eles permitiram que Jesus vencesse neles e conduzisse muitos à vida eterna. Daí tantos convertidos na Grande Tribulação. Eles se evangelizaram uns aos outros;

         5º -     Eles ficaram muito mansos, a ponto de poderem ser conduzidos por um Cordeiro (e não por um ditador cruel).

         6º -     Eles ficaram muito puros, a ponto de não envergonharem Ele que é sem mancha, mácula, ruga ou coisa semelhante;

         7º -     Eles ficaram muito inocentes e sem desejos, a ponto de poderem constituir um só rebanho para Ele.

 

A purificação pelo sangue de Jesus é muito difundida (ver Ap 1.5; Is 1.18; Hb 9.14; Zc 3.3-5; Jo 1.29; 1Jo 1.7; Ap 1.5; 3.5; 6.11). O que poucos entendem é que perdoar não é esquecer. O Eterno não se esquece do que fizemos (tanto que teremos que comparecer ao tribunal de Cristo para prestarmos conta do que fizemos – Rm 14.10; 2Co 5.10).

É bem verdade que a Escritura Sagrada diz:

 

·        “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.” (Isaías 43.25).

·        “Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.” (Hebreus 8.12).

 

Todavia, é imprescindível entendermos o que Jesus fez por nós:

 

·        “E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Cl 1.13,14).

 

Ou seja, quando a Escritura Sagrada diz que Jesus perdoou nossas ofensas, o que está querendo dizer é que, como Jesus anulou a lei do Antigo Testamento na cruz (Ef 2.14), logo não temos mais pecado no sentido legal da coisa, visto que, onde não há lei, também não há transgressão (Rm 4.15). Jesus anulou a lei a fim de acabar com toda inimizade que pudesse haver entre os Seus (Ef 2.14-16).

O castigo pelo descumprimento da lei do Antigo Testamento foi tomado por Jesus a fim de que a paz (a harmonização com nosso próximo) pudesse ser trazida a nós.

Todavia, o pecado continua ativo em nossa carne e é Jesus ressuscitado vivendo em nós que garante a vitória sobre o mesmo (1Jo 1.9). Ou seja, o que nos deve estimular a vencer o pecado não é uma lei proibindo ou condenando o mesmo, mas sim o nosso desejo de viver em harmonia com o próximo na Verdade, sendo-lhe perfeitamente útil.

Note, na oração do Pai Nosso, que ainda temos uma dívida para com o Eterno (Mt 6.12), a saber, o amor (Rm 13.8). Ao pedir o Eterno para nos perdoar, o que estamos pedindo, na verdade, é a capacidade de viver como Jesus viveu, a saber: dando nossa vida para que o pecado dos outros possa ser coberto.

 

·        “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” (Ez 22.30).

·        “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gl 6.2).

·        “Porque cada qual levará a sua própria carga.” (Gl 6.5).

 

Note como cada um irá levar sua própria carga, colher o que semeou (Gl 6.7-9). No entanto, não é para nós lavarmos os nossos pés, mas sim lavarmos os pés uns dos outros (Jo 13.14), tal como uma mão é muito melhor limpa pela outra do que por si própria.

Enfim, nenhum pecado é para ser esquecido. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23), ou seja, é um mal cujas consequências não podem ser apagadas. Nosso papel é darmos nossa vida pelos irmãos (Jo 15.12,13) a fim de que possamos encontrar lugar neles para preenchermos e também para sermos preenchidos.

Tal como Jesus, devemos dar nossa vida para que o pecado de alguém e o nosso seja coberto.

Para você entender como funciona, imagine que o homem é uma tábua cheia de saliência e a mulher de buracos. Entre as saliências do homem há espaços vazios, bem como nos buracos da mulher. Todavia, quando ambos se juntam, os excessos do homem preenchem as faltas da mulher e ambos ficam completos e sem buracos.

Em outras palavras, o pecado deixou todo mundo injusto, uns para mais, outros para menos (uns tombando para a direita, outros para a esquerda, uns defendendo uma classe de indivíduo, outros defendendo outra, etc.). Todavia, quando cada um se encaixa com o indivíduo certo, ambos se completam. E é claro que o encaixe só é sólido e firme se houver uma resistência ao encaixe.

Toda luta da sociedade é para vencer o mal e dele ficar livre, seja este sofrimento, enfermidade, miséria, solidão, desprezo, etc. Mas afinal, porque fugir da morte, quando não se encontra motivo para viver?

Gastamos mais tempo tentando combater o mal do que manifestando o bem. É inútil dizer ao próximo que ele está errado, quando sequer sabemos o que é bom aos olhos do Eterno em meio à situação que ele está vivendo.

O mal é destruído, não simplesmente com a destruição dos que o mundo alega serem perversos, mas sim quando o mal é destruído de cada coração que crê. Ou nossa vida está contaminada pelos nossos pecados, ou ela será manchada pelos pecados dos outros contra nós.

Temos que ser incorporação, não só da verdade, poder, santidade, etc., mas antes de tudo do próprio Jesus.

Nós somos como operadores em um escritório de telégrafo tocando chaves aqui o qual faz impressões sobre fitas em uma terra além do mar e, quando nós chegarmos lá, teremos que ler tudo o que nós escrevemos aqui.

Céu não é meramente outro lugar ou outra circunstância, mas sobretudo uma mudança de companhia.

Muitos pensam que céu é sinônimo de fim de todo sofrimento e trabalho. Para os tais, o sofrimento e trabalho aqui é algo normal e sua expectativa é ir ao céu para se ver livre de todo sofrimento e enfado.

Contudo, já parou para pensar que o céu estava ali na cruz do Gólgota (ver Hb 1.9)? Afinal, céu é onde Jesus está. Jesus veio, entre outras coisas, mostrar que o que principalmente caracteriza o céu não é a ausência de sofrimento, mas sim o sofrimento com um propósito nobre e, sobretudo, a vitória sobre ele (Jo 14.27; 2Co 4.10,11) através do prazer na companhia do Eterno (Habacuque 3.19; Salmo 37.4) e Sua doce voz (João 3.29).

Nosso Deus é sofredor (Salmo 86.15; 145.8; 1Coríntios 13.4), Jesus foi homem de dores (Is 53.3) e nos convém ser assim também (2Timóteo 2.24; Fp 1.29; 1Pe 2.18-24) se quisermos descobrir o real significado de viver, bem como a real paz e felicidade. Afinal, como que o amor de Cristo pode estar em alguém que consegue encontrar felicidade e sossego, mesmo sabendo que há tanta gente sofrendo (Tg 2.14-17)?

A igreja de Cristo é constituída de mártires que preferiam morrer a serem falsos com Cristo, que são entusiastas no seu ofício e vive por amor a Cristo e uns aos outros.

O que permite a cada um poder se aproximar do trono é o fato de ser lavado no sangue de Jesus, ou seja, de aceitar receber a vida de Cristo em si por reconhecer que todo o sangue que Jesus derramou foi por nossa culpa.

Nenhum deles se tornou branco através de suas lágrimas de arrependimento, muito menos por meio de sacrifícios (rigor ascético – Cl 2.24), como o derramar do sangue de cordeiros e bodes. Mesmo o sofrimento pela causa de Cristo não faz um homem santo, mas santidade fará o homem bravo o suficiente para sofrer. Mera falta de culpa não faz alguém santo em Cristo, muito menos salvo:

 

·        “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lc 15.7).

 

É a dependência de Cristo para se manter puro e santo que conduz à salvação, e não alguém conseguir ser puro e santo por esforço próprio. Quem se aproxima do Eterno sem o sangue de Cristo é um apóstata. Pense: durante o episódio da sarça ardente, Moisés foi impedido de se aproximar do Eterno; no monte Sinai, todavia, ele subiu para a presença íntima do Eterno. O que mudou? No primeiro caso, Moisés foi ao encontro do Eterno; no segundo, ele foi chamado pelo Eterno.

Não por alguma obra de retidão feita por eles, as quais são imperfeitas e imundas e necessitam de lavagem no sangue de Cristo. Todos são salvos pela vida de Cristo que beberam (Jo 6.51-57). Mais: Lavaram os atos de justiça dos santos próximos a eles na medida que eles amaram o próximo, de modo a dar ocasião para que a vida de Cristo neles fizesse todo o trabalho.

 

·        “Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.” (Ap 7.15).

 

“Por isso”, ou seja, pelo fato de eles terem sido completamente lavados interiormente (ver Ap 21.27; Ef 5.25-27), eles têm condição de permanecer diante do trono do Eterno. Afinal, apenas os limpos de coração verão ao Eterno (Mt 5.8) face a face (1Co 13.12). Isto é que significa estar diante Dele.

Note a conexão entre trono e templo, indicando que o trono do Eterno está no Seu templo, sendo aí onde Ele reina. Não existe separação entre secular e espiritual. Em Jesus há harmonia entre o ofício real e o sacerdotal (Zc 6.13). Ou seja:

 

·        Não há como ofertar algo ao Eterno sem estar a Seu serviço ao longo do dia;

·        Não adianta querer servir ao Eterno sem estar disposto a oferecer sua vida em favor dos outros.

 

Trono é lugar de justiça e templo, de sacrifício. O templo não serve para outra coisa, senão para sacrifício:

 

·        O átrio era o lugar do sacrifício dos nossos pecados (dos nossos métodos) a fim de que Jesus seja o nosso Caminho;

·        O Santo Lugar era o lugar do sacrifício dos nossos dons e talentos (da nossa verdade, daquilo que achamos saber ou ser capaz):

o   Castiçal de ouro: sacrifício do nosso óleo de alegria e autoridade para que Jesus nos faça a alegria de todos os que amam a verdade;

o   Mesa com os pães da proposição. Proposição significa juízo, expor à vista. É a palavra do Eterno expondo à vista o nosso juízo. Devemos sacrificar o nosso juízo para que Jesus faça de nós um juízo (instrumento de condenação – Pv 28.4; Jo 15.22. Ver Dt 31.21) para os rebeldes (2Co 10.3-6).

o   Altar do incenso: sacrifício do mal cheiro do nosso conhecimento de Cristo e de Sua Palavra (2Co 2.14-16; 5.16) a fim de que possamos ser nova criatura a servir de perfume para o relacionamento dos outros com o Eterno.

·        O Santo dos Santos era lugar do sacrifício de vida (direitos e sonhos) para que possamos viver a vida de Cristo que serve para manter os indivíduos ligados ao Eterno (Mt 18.18-20) e perto Dele. O Eterno quer habitar no meio do Seu povo e estar com eles por meio de nós (Ap 21.3).

 

O fato de servirem dia e noite lembram o que se dava no tabernáculo terrestre (1Cr 9.33; Sl 134.1). É claro que, no santuário celestial não há noite (Ap 22.5). No entanto, isto quer dizer que não há desculpa para alguém parar de adorar e servir o Eterno, já que a adoração lá é contínua.

Céu é um estado de serviço sem sofrimento, de descanso sem brincadeira ou preguiça. E este serviço não é um ritual a cumprir, mas sim algo útil para glória do Seu nome.

Aqui o povo é louco por feriado. Lutam e lutam pela expectativa de ir ao céu onde, supostamente, irão ficar sem fazer nada. Contudo, não há lugar de mais atividade do que na presença do Eterno. Todavia, lá o trabalho ganha outra dimensão, vindo a ser um luxo e recreio louvar e servir o Eterno.

Infelizmente o mundo estabelece uma rotina rígida de separação entre nossos interesses e o dos outros, nossa vida e as necessidades do sistema. No entanto, o correto é estarmos sempre descanso e esperando no Eterno (Sl 37.7) para que possamos estar prontos quando Ele nos chamar.

Quanto ao ato de o Eterno cobrir com a Sua sombra, em outra versão diz “estenderá sobre eles o Seu tabernáculo”. E qual é o tabernáculo do Eterno? Veja (Lv 21.3; Is 4.5,6; 8.14; 25.4; Ez 37.27; Ap 21.3,22).

O termo “cobrirá com a sua sombra” é uma alusão à ocasião em que os israelitas, eram cobertos pela coluna de nuvem durante o dia a fim de serem protegidos do calor intenso, como se todo o Israel fosse o tabernáculo do Eterno.

Veja os versículos abaixo:

 

·        “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14).

·        “Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” (Ap 12.12).

·        “E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu.” (Ao 13.6).

·        “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” (Ap 21.3).

 

Na Escritura Sagrada, habitar e “tabernacular” são sinônimos.

Assim, “cobrirá com Sua sombra” é uma alusão à Shekinah, a nuvem do Eterno que cobria o assento da misericórdia e protegia Israel do calor durante o dia.

Junto com a ideia do templo, esta proteção também tem a ver com o tabernáculos construídos na festa dos tabernáculos para lembrar os tempos em que Israel viveu em tabernáculos do deserto por 40 anos (para que eles não se esquecessem de que somos estrangeiros e peregrinos nesta terra – 1Pe 2.11).

Também lembra o tabernáculo onde Moisés era protegido dos pecados de Israel fora do arraial (Êx 33.7-11). Ali os sacerdotes podiam exercer os serviços sagrados totalmente protegidos da contaminação dos gentios e do povo de Israel.

Com base nestes versículos, podemos concluir que o tabernáculo do Eterno é Ele próprio com Sua Igreja e que a bênção do Eterno é servi-Lo face a face (no Seu trono), se oferecendo em sacrifício (templo) a fim de ser coberto de tudo aquilo que nos afasta de Jesus e daquilo que Ele quer de nós.

No juízo final, os indivíduos não serão esmagados pela majestade do Eterno, mas sim pelo amor e sacrifício de Cristo, já que é isto que irão encarar e, como é bem sabido, Jesus, é quem melhor mostra a natureza e caráter do Eterno.

 

·        “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles.” (Ap 7.16).

 

Não terão:

 

·        Fome, pois Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.35,48), o verdadeiro alimento sagrada que satisfaz nossa alma;

·        Sede, pois Jesus dá Seu Espírito (Jo 7.37-39) o que se fará neles fonte de água que salta para a vida eterna (Jo 4.13,14);

·        Problemas de vista, pois Jesus será a luz deles (Jo 8.12);

·        Calor, pois Jesus é o amor (1Jo 4.8,16) que nos mantém a temperatura.

 

Eis as únicas coisas que limitam os irmãos em Ap 7.9:

 

·        As riquezas incompreensíveis de Cristo (Ef 3.7);

·        Multiforme sabedoria do Eterno (Ef 3.10);

·        As riquezas da Sua glória (Ef 3.16);

·        amor de Cristo que excede todo o entendimento (Ef 3.19).

 

Ainda há algo a considerar: os redimidos de Ap 7.9 não precisarão pedir. Vem a questão: por que nós precisamos pedir e eles não? Se o Eterno sabe o que precisamos, então por que pedir?

Analise os trechos relacionados a pedir na Escritura Sagrada:

 

·        “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” (Mt 7.1,7);

·        “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, dizendo: havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.” (Lucas 18.1-3).

·        “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tg 4.1-3).

·        “Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister. E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;” (Lc 11.5-9).

 

Perceba como as vezes que a Escritura Sagrada nos ensina a pedir, não está se referindo às nossas necessidades (veja Mt 6.31,32), muito menos a nossos desejos. Antes, tem a ver com os indivíduos que o Eterno coloca na nossa vida.

 

·        “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6).

 

Ou seja, a Escritura Sagrada não está nos ensinando a pedir algo a Jesus. Antes, está nos instruindo acerca do modo como devemos nos dirigir aos indivíduos quando formos a eles para pedir alguma coisa. Nossos pedidos devem ser conhecidos diante do Eterno, ou seja, sempre no sentido de despertar nos indivíduos a bondade de Cristo, a saber, o desejo de fazer algo bom.

Obs: Jesus, em pessoa (e não um anjo), irá prover ao Seu povo como um pastor às suas ovelhas.

 

·        “Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.” (Ap 7.17).

 

Antes de tudo, é bom lembrar que há dois tronos no céu. Os 24 anciãos, os quatro seres viventes estão ao redor do trono de Jesus (a Igreja) e Cristo, por Sua vez, está no meio dela (Ap 5.6). Jesus está junto com a Igreja conduzindo-a em adoração. A santidade do Eterno que está sendo guardada pelos quatro animais é a Igreja. E os vinte e quatro anciãos são a “comissão de frente”. Os quatro seres viventes voam tão rápido que parecem estar ao mesmo tempo ao redor e por cima da Igreja guardando-a.

Embora Ap 7.17 seja uma referência a uma profecia do Antigo Testamento, aqui no apocalipse ela ganha uma profundidade espiritual maior. Compare:

 

·        “Nunca terão fome, nem sede, nem o calor, nem o sol os afligirá; porque o que se compadece deles os guiará e os levará mansamente aos mananciais das águas.” (Is 49.10).

 

Em Is 49.10 é “o que se compadece” quem guia Israel; em Ap 7.17, quem apascenta é o Cordeiro que está no meio do trono. Ou seja, é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo e que está diante dos redimidos quem os guia, e não apenas alguém que se compadece.

Em Is 49.10 Israel é guiado “aos mananciais das águas”; em Ap 7.17, elas são levadas “às fontes das águas da vida”. Ou seja, aqui no apocalipse não se trata de saciar apenas o corpo, mas principalmente o espírito com o Espírito Santo, que trabalha em nós como águas de virtude que transbordam através de nós constantemente. Em outras palavras, não são apenas feitos periódicos, mas virtudes a serem vividas constantemente em qualquer lugar e hora.

Ajunte com o versículo seguinte:

 

·        “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação.” (Isaías 12.3).

.

Este versículo era citado no último dia da festa dos tabernáculos – os sacerdotes desciam do templo, enchiam vasos de ouro na fonte, traziam a água de volta e a derramavam nos pátios do templo, cantando Isaías 12.3. Durante isto a alegria do povo atingia seu auge, o qual rodeava os sacerdotes e balançavam seus ramos de palmeira.

Não é em vão Jesus exclama:

 

·        “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (Jo 7.37-39).

 

Afinal, Jesus é a legítima fonte da salvação da qual todos poderiam tirar água de virtude e derramá-la na vida de todos quantos desejarem recebê-la.

À noite a festividade da Festa dos Tabernáculos continuava, havendo grande iluminação no templo. Esta foi provavelmente aludida por Jesus logo após a Festa dos Tabernáculos, quando Ele fala “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo 8.12).

Vale ressaltar que Jesus vai apascentar na qualidade de Cordeiro, ou seja, com Sua vida simples e cordial, de entrega total ao Pai em prol da salvação dos pecadores (e não como um ditador super-poderoso). Ou seja, tais indivíduos terão suas necessidades preenchidas sem contra-indicações se concordarem em receber em si a vida que Cristo viveu aqui sem qualquer resistência (pois Ele não irá forçar ninguém a nada).

Note que é o Cordeiro que está no meio do trono, ou seja, no centro da vontade do Eterno. É Ele que nos servirá de guia para as fontes das águas que irão sair de nós, destinada a cada um dos indivíduos que o Eterno quer nos dar (Ez 34.23; Hb 13.20; Ap 22.1-5). Pensando de outro modo:

 

·        Ele quer nos conduzir ao descanso e nos dar tudo que é necessário à vida e piedade (Sl 23.1,2; Ef 1.3; 2Pe 1.3);

·        Ele quer nos conhecer pelo nome, ou seja, ter intimidade conosco (Jo 10.2-5);

·        Ele quer supervisionar nossa alma (1Pe 2.25);

 

·        “Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor JEOVÁ as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o SENHOR o disse.” (Isaías 25.8).

·        E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse 21.4).

·        “Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.” (Ap 7.17).

 

O Eterno irá limpar-lhes as lágrimas porque aniquilará a morte para sempre (ver Hb 2.14,15), nos livrará de tudo que causa tristeza e, principalmente: por nos fazer conhecer acerca de tudo que se passou aqui neste mundo conosco.

Entenda: no que o Eterno abrir os livros (Ap 20.12), entenderemos a razão de todos os sofrimentos que nós e aqueles que amamos passamos neste mundo passamos. Então, ficaremos consolados, tanto pelas injustiças sofridas, quanto pela ida de muitos entes queridos para o lago de fogo e enxofre.

Somado isto ao corpo glorificado, à presença só de santos e, sobretudo, do próprio Eterno nos dando de modo recalcado, sacudido e transbordante tudo que precisamos (Lc 6.38), não haverá nada mais a nos separar uns dos outros e tudo que bom, perfeito e agradável (Rm 12.2)

Ou seja, embora nos lembraremos de tudo, não vamos ser atormentados pelas lembranças passadas, pois em tudo veremos a perfeição, justiça e amor do Eterno.

Detalhe: note que é “fontes das águas da vida” e não “fontes das águas vivas”. Afinal, não existe várias águas vivas, mas sim várias fontes de água (água de amor, paz, felicidade, etc.) que jorram da Vida (Jesus).

“Fontes das águas da vida” lembram a água que sai do solo borbulhando e fluindo avante (ou seja, é o contrário de água parada).