APOCALIPSE 07
·
“E depois destas coisas vi quatro anjos
que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra,
para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra
árvore alguma.” (Ap
7.1).
Há
quatro anjos maus (um
em cada canto da terra),
pronto para promoverem as guerras que irá resultar na morte de metade da
população mundial. Estes são os quatro ventos do céu que estão sendo mantidos
presos pelos quatro anjos bons a fim de que os quatro cavaleiros do apocalipse (Zc 6.1-8 quatro espíritos do céu –
Ap 6.1-8) e cavalaria de
20.000 vezes dez milhares (Ap
9.14,15) só venham no
momento certo, ou seja, quando a septuagésima semana estiver começado.
E
para que você veja como vento tem haver com anjo e com guerra, veja os
versículos abaixo:
·
“E trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro cantos dos
céus, e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá nação
aonde não cheguem os fugitivos de Elão.” (Jr 49.36).
·
“Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da
noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande.” (Dn 7.2).
·
“E o anjo respondeu, dizendo-me: Estes são os quatro espíritos
do céu, saindo donde estavam perante o Senhor de toda a terra.” (Zc 6.5). – obs: espírito = vento.
·
“E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de
seus ministros labareda de fogo.” (Hb 1.7).
Os
anjos têm sido com frequência engajados na execução do julgamento divino neste
mundo. Eles são visto agindo:
·
No
Egito, quando os primogênitos do Egito tinham que morrer (Êx 12.22);
·
Um
anjo foi enviado para executar a morte de setenta mil israelitas (2Sm 24.16,17);
·
Um
anjo executou a matança de cento e oitenta mil assírios do exército de
Senaqueribe (2Rs
19.35).
·
Dois
anjos foram enviados para salvar Ló e suas filhas da destruição de Sodoma e
Gomorra (Gn
19.15,16).
Não
podemos também ignorar que a ação dos quatro cavaleiros vêm com o objetivo de
promover todo vento de doutrina para confundir os seguidores do Eterno (Ef 4.14).
Vem
a questão: o que significam as expressões:
·
Quatro
ventos do céu?
·
Quatro
cantos da terra? Qual é o canto de algo redondo?
A
conclusão que chego é que a base do planeta terra é um quadrado perfeito cujas
pontas foram unidas uma à outra, de modo a formar uma esfera. E os quatro
ventos do céu retratam o modo de agir do Eterno com relação a este mundo:
quatro espíritos partindo dos quatro cantos da terra, cada um agindo em um
quadrante, de modo a agir em toda a terra.
·
“E vi outro anjo subir do lado do sol
nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro
anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,” (Ap 7.2).
Os
olhos do Eterno sobre os justos, bem como Seu nome, o nome de Jesus e o
Espírito Santo (os
quais constituem Seu selo na vida deles).
Este selo é:
1.
Símbolo
de redenção;
2.
Marca
de possessão;
3.
Indicativo
de semelhança;
4.
Distintivo
de serviço;
5.
Garantia
de segurança.
Logo,
o selo é o próprio Jesus. Mesmo porque, veja o que diz o livro de Cantares:
·
“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu
braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as
suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas.” (Ct 8.6).
Além
disto, considere que o selo é o nome do Cordeiro, o nome de Seu Pai (Ap 14.1) e o Espírito Santo (Ef 1.14). E como é bem sabido, Jesus é quem
representa tudo isto.
E
para você ter uma ideia de como o nome é algo poderoso e valioso na Escritura
Sagrada, veja que o nome do Eterno, do Cordeiro e da Nova Jerusalém são
recompensas para os vencedores:
·
“A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele
nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome
da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e
também o meu novo nome.” (Ap 3.12).
E,
de fato, o nome do Eterno é visto na testa dos vencedores:
·
“E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o
trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto,
e nas suas testas estará o seu nome.” (Ap 22.3,4).
Por
que o Anjo vem do lado do sol nascente? Analisemos algumas passagens que fazem
destaque ao oriente:
1
– os querubins foram colocados ao oriente do jardim do Éden, o que indica que a
entrada para o mesmo era por ali:
·
“E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do
jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o
caminho da árvore da vida.” (Gênesis 3.24).
2
- A frente do tabernáculo e do templo estava para o oriente:
·
“E os que armarão as suas tendas diante do tabernáculo, ao
oriente, diante da tenda da congregação, para o nascente, serão Moisés e Arão,
com seus filhos, tendo o cuidado da guarda do santuário, pela guarda dos filhos
de Israel; e o estranho que se chegar morrerá.” (Nm 3.38).
·
“E levou-me para o átrio interior da casa do SENHOR, e eis que
estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de
vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR, e com os rostos para o
oriente; e eles, virados para o oriente adoravam o sol.” (Ezequiel 8.16).
3
- A glória do Eterno deverá vir do caminho do oriente:
·
“Então me levou à porta, à porta que olha para o caminho do
oriente. E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a
sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua
glória. E a glória do SENHOR entrou na casa pelo caminho da porta, cuja face
está para o lado do oriente.” (Ezequiel 43.1,2,4).
4
– O próprio Jesus foi chamado de “Oriente do alto”:
·
“Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, Com que o
oriente do alto nos visitou;” (Lucas 1.78).
Ou
seja, isto nos ensina que a operação de Jesus é à direita, normalmente
relacionado com justiça, retidão, auxílio. Além disto, considerando que, para o
Eterno, o dia começa ao meio-dia (daí a expressão “tarde e manhã” em Gn 1), logo o nascer do sol representa o
começo do fim. Ou seja, o anjo vindo do nascente do sol representa o começo do
fim desta dispensação, a saber, o início da septuagésima e última semana. Assim
como há um descanso entre a tarde e a manhã, tem havido um período de descanso
entre a 69ª e a 70ª semana de Daniel.
Vem
a questão: e quem é este anjo?
Note
que este anjo tinha o selo do Deus vivo (trazia consigo o nome do Pai e do Filho de um modo vivo –
Ap 14.1). Ou seja, este
anjo iria fazer com que todos os 144.000 tenham sobre si a identidade do Eterno
e de Seu Filho de modo vivo, a saber, através do Espírito do Eterno agindo
neles (Ef
1.13; 4.30). Estes 144.000 serão
uma excelente expressão de quem o Eterno é.
Considerando
que o único que batiza com o Espírito Santo é Jesus (Mt 3.11), logo este mensageiro é Jesus e quanto
ao plural “até selarmos na fronte os servos do nosso Deus”, é porque quem irá
selar é o Eterno com todos os Seus centros de consciência (afinal, Ele não dá o Espírito por
medida, mas completo – João 3.34).
Além
disto, observe:
1.
A
gloriosa origem deste anjo: Ele subiu do leste, a fonte da glória, donde o sol
vem para inundar o mundo com sua luz;
2.
A
divina credencial deste anjo: tem o selo do Deus Vivo;
3.
O
grande zelo deste anjo: “clamou com grande voz” a fim de fazer com o que o
julgamento do Eterno não fosse antecipado pela ânsia dos anjos maus (os quatro ventos).
Vem
a questão: Mas, por que Jesus restringe os 4 anjos maus? Porque Seu trabalho
ainda não estava finalizado. Jesus (Aquele que tem o selo do Deus Vivo) tinha ainda que selar os 144.000? E por
que isto era importante? Como você verá abaixo, para que seja visível e notória
a diferença que o selo do Espírito Santo faz na vida de quem o recebe. A imagem
de selar é derivada do livro de Ezequiel (Ez 9.2,6,11).
Havia um grupo que precisava ser especialmente selado.
E
como Jesus porá este selo? Durante a primeira metade da 70ª semana, as duas
testemunhas estarão pregando o evangelho Eterno que receberão diretamente do
anjo que tem o evangelho eterno para pregar (Ap 14.6),
o mesmo que João foi instruído a comer (Ap 10.9-11).
Quando estes 144.000 tiverem recebido o testemunho de Cristo na vida deles,
eles serão selados.
Surge
outra pergunta: que espécie de proteção este selo trará aos 144.000? Tem algo a
ver com as sete trombetas?
Estes
144.000 terão suas mentes protegidas pelo conhecimento exato de quem é o
Eterno. Considerando o enorme flagelo das sete trombetas e o aparente sucesso
do anticristo, quem não tiver sua mente bem firme em Jesus, se deixará enganar
pelas ilusões dele (Mt
24.24).
Logo,
a finalidade maior destes selos é mostrar que somente quem tem intimidade com
Jesus e está marcado por Sua presença dentro de si é capaz de permanecer firme
sem pecar em meio às seduções do anticristo. Afinal, apenas estes 144.000
judeus é que permanecerão em Cristo “acordados” na primeira metade da 70ª
semana. Os demais judeus ou estarão dormindo (as 5 virgens prudentes – Mt 25.1), ou não estarão preparados para a vinda
de Cristo (as
5 virgens néscias) ou
estarão na apostasia.
Em
outras palavras, este selo é para mostrar a diferença que Cristo faz e que
realmente, sem Ele, ninguém consegue ficar firme.
·
“Dizendo:
Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado
nas suas testas os servos do nosso Deus.” (Ap 7.3).
Por
que a ordem “não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores”? Esta ordem
era para mostrar aos quatro anjos bons que estava na hora de libertar os quatro
anjos maus, de modo que eles trouxessem os três primeiros cavaleiros.
Todavia,
o quarto cavaleiro não era ainda para ser libertado, o qual irá trazer grande
destruição sobre terra (construções humanas), mar e árvores (alimentação
humana).
Os
três primeiros cavaleiros atuam principalmente na alma e no espírito dos
indivíduos e é isto que deverá ser
trazido inicialmente.
O
poder dos quatro anjos de danificar a terra e o mar era para ser liberado
apenas após os 144.000 serem selados.
O
selo do Eterno apresenta Jesus como:
1.
protegendo
a mente dos Seus;
2.
mostrando
para os Seus o quanto Ele os ama;
3.
mostrando
aos demais que Nele crê ou hão de crer o quão belo é o caráter do Eterno em
quem o tem, bem como a força do Eterno em conservar isto na vida deles.
4.
Concedendo,
aos Seus filhos, indivíduos em quem eles podem investir suas vidas com
segurança.
O
selo é um penhor (Ef
1.3; 4.30; 2Co 1.22), ou
seja, uma garantia de que o indivíduo será livre da hora da tentação que há de
vir sobre todo o mundo (Ap
3.10; 9.4; Ez 9.4).
O
ato de assinalar os que são do Eterno demonstra o cuidado amoroso do Eterno em
livrar os Seus do verdadeiro mal. O Eterno, antes de permitir a destruição,
provê um método de escape (Na
1.3; 1Co 10.13) para
aqueles que Ele elege (Ez
9.2-6,11).
Ele
fez isto na época de Ló:
·
“Apressa-te, escapa-te para ali; porque nada poderei fazer,
enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da cidade Zoar.” (Gn 19.22).
Ele
fez isto na época de Noé:
·
“Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a
minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a
terra. Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca
e a betumarás por dentro e por fora com betume.” (Gn 6.13,14).
Ele
fez isto na época de Moisés:
·
“E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o
primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os
deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR. E aquele sangue vos será por
sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e
não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.” (Êxodo 12.12,13).
Ezequiel
profetizou a mesma coisa:
·
“E disse-lhe o SENHOR: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de
Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem
por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela. E aos outros
disse ele, ouvindo eu: Passai pela cidade após ele, e feri; não poupe o vosso
olho, nem vos compadeçais. Matai velhos, jovens, virgens, meninos e mulheres,
até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o sinal não vos chegueis; e
começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante
da casa.” (Ez 9.4-6)
Jesus
também prometeu a mesma coisa:
·
“E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os
quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra
extremidade dos céus.” (Mt 24.31).
Não
que os justos são isentos da tribulação (Noé, Ló, etc., tiveram que afligir suas almas ao ver o
pecado dos outros).
Todavia, o Eterno provê um modo de livrá-los da apostasia corrente e de
salvá-los da ira vindoura (1Ts
1.10).
Mas
como que o Eterno irá livrar os Seus? Através da Sua fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38).
·
“O segredo do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes
mostrará a sua aliança.” (Sl 25.14).
·
“Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor
conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da
iniqüidade.” (2Tm 2.19).
É
bom lembrar que o selo do Eterno implica em intimidade, em revelação de
segredo. Aliás, o que difere uma relação de outra é a quantidade de segredos
relevados.
Em
outras palavras, não são as coisas que pioram após aceitar Jesus; antes, o
Eterno levou o indivíduo a aceitar Jesus antes de as coisas piorarem. Ou,
pensando de outro modo: é porque o Eterno está projetando algo mau por vir que
Ele chama Seus escolhidos para fazerem diferença e, assim, darem oportunidade
para que os demais possam ver a Luz em meio às trevas em que andam habitando (Is 9.1,2; Mt 4.15,16).
A
razão de ser assinalado na testa é porque este é um lugar notável na vida do ser
humano. Tanto que é aí que é colocado o capacete da salvação (Is 59.17; Ef 6.17).
Quanto
ao ato de selar os 144.000, podemos assim resumir:
·
A
razão atribuída para barrar os quatro demônios de executar o juízo do Eterno: “até que hajamos assinalado nas suas testas
os servos do nosso Deus” (Ap
7.3);
·
Em
que consiste selar alguém:
proteger mente e coração dele a fim de que nada os impeça de crer em Cristo;
·
O
agente da selagem:
Jesus com todos os Seus centros de consciência;
·
O
alvo da selagem:
144.000 judeus escolhidos para evangelizarem toda a região de Israel durante a
primeira metade da 70ª semana;
·
A
visibilidade da marca:
na testa;
·
O
motivo da marca:
conceder-lhes fé sobrenatural, de modo que eles não venham a cair na fé por
causa das perseguições do anticristo e do terrível sofrimento das trombetas.
·
“E ouvi o número dos assinalados, e eram
cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de
Israel.” (Ap
7.4).
Os 144.000 são os primeiros frutos para o Cordeiro (os primeiros israelitas convertidos na 70ª semana – Ap 7.1-8), cujo ministério será seguida por uma colheita de “tabernáculos” (almas) vindos de todos os povos da terra (Ap 7.9-17).
Por
que eles são selados?
1º – porque os
144.000 eram do Eterno, o qual os deu ao Cordeiro (João 17.6).
2º – porque,
embora o Cordeiro os tenha recebido como presente, Ele teve que comprá-los com
Seu sangue. Note como a verdadeira bênção do Eterno é viva, ou seja, embora
devemos recebê-la como dádiva, ainda assim teremos que investir nossa vida para
tomar posse dela e mantê-la.
3º – porque
eles receberam dentro de si a palavra da verdade (Ef 1.13).
4º – para que
o testemunho de Cristo neles possa se digno de credibilidade por quem quer a verdade.
5º – a fim de
que eles possam ter uma boca repleta de verdade e, com isto, sirvam a Jesus de
modo irrepreensível (Ap
14.5), por exemplo,
mostrando como o Eterno é poderoso para conservar em pureza e santidade
milhares de uma nação, mesmo diante da maior tentação que há de vir sobre o
mundo, mesmo sendo esta nação a que tem o coração mais endurecido com relação a
Cristo.
Note
que João ouviu o número dos assinalados, ou seja, trata-se de uma coisa exata (e não algo que ele simplesmente viu). Muitos tentam alegorizar a quantidade
de indivíduos selados, bem como sua origem. No entanto, considerando que cada
uma das tribos de Israel é citada, logo com certeza este versículo deve ser
considerado de modo literal.
Em
outras palavras, trata-se dos primeiros 144.000 israelitas que irão se
converter a Jesus (daí
serem primícias para o Eterno e para o Cordeiro – Ap 14.4) pela pregação das duas testemunhas de
Ap 11. Quanto aos demais israelitas, milhares irão aderir ao anticristo. Dos
que não aderirem e que não pertencerem às virgens prudentes, dois terços serão
eliminados e um terço, purificado na Grande Tribulação:
·
“E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes
dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei
passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a
prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a
ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus.” (Zc 13.8,9).
·
“Da tribo de Judá, havia doze mil
assinalados; da tribo de Rúben, doze mil assinalados; da tribo de Gade, doze
mil assinalados; da tribo de Aser, doze mil assinalados; da tribo de Naftali,
doze mil assinalados; da tribo de Manassés, doze mil assinalados; da tribo de
Simeão, doze mil assinalados; da tribo de Levi, doze mil assinalados; da tribo
de Issacar, doze mil assinalados; da tribo de Zebulom, doze mil assinalados; da
tribo de José, doze mil assinalados; da tribo de Benjamim, doze mil
assinalados.” (Ap
7.5-8).
Observação
quanto às tribos citadas:
·
Judá
é citada em primeiro lugar por ter sido, originalmente, uma expressão de louvor
(Gn 29.35) ao Eterno. E como é bem sabido, o
subtema do apocalipse é adoração e louvor. Além disto, é desta tribo que vem o
Messias (Gn
49.10).
·
Rúben
deveria ser o primogênito, mas perdeu a primogenitura por ter coabitado com a
concubina de seu pai (Gn
49.3,4; 1Cr 5.1).
·
Dã
e Efraim não são citados. Vem a questão: por que?
Bom,
não é a primeira vez que uma das tribos de Israel não é citada:
è
A
tribo de Dã é omitida na genealogia de 1Cr 4-7 e a tribo de José é desmembrada
em Manassés e Efraim:
·
Judá
(1Cr 4.1);
·
Simeão
(1Cr 4.20);
·
Rúben
(1Cr 5.1);
·
Meia
tribo de Manassés que ficou além do Jordão (1Cr 5.23);
·
Levi
(1Cr 6.1);
·
Zebulom
(1Cr 6.63);
·
Gade
(1Cr 6.63);
·
Issacar
(1Cr 7.1);
·
Benjamim
(1Cr 7.6);
·
Naftali
(1Cr 7.13);
·
Manassés
(1Cr 7.14);
·
Efraim
(1Cr 7.20);
·
Aser
(1Cr 7.30)
José,
embora mencionado em (1Cr
5.1,2; 7.29), ele não é
visto herdando nada, nem dando de sua herança separado de Efraim e Manassés.
Apenas
a tribo de Dã não é mencionada nestes capítulos.
è
Em
Deuteronômio 33 Simeão não é mencionado.
·
Rúben
(Dt 33.6);
·
Judá
(Dt 33.7);
·
Levi
(Dt 33.8);
·
Benjamim
(Dt 33.12);
·
José
(Dt 33.13);
·
Zebulom
(Dt 33.18);
·
Issacar
(Dt 33.18);
·
Gade
(Dt 33.20);
·
Dã (Dt 33.22);
·
Naftali
(Dt 33.23);
·
Aser
(Dt 33.24).
Efraim e Manassés são mencionados, mas
como um desdobramento de José. Embora os dois sejam mencionados normalmente no
lugar de José e Levi, aqui Manassés e Efraim não estão preenchendo uma lacuna,
sendo o único lugar onde apenas onze tribos é mencionada.
è
Em
números 13.4-15, Levi é omitido e, ao citar o nome de Manassés, cita-se também
o nome de José:
·
4 E estes são os seus nomes: Da tribo de Rúben, Samua, filho de
Zacur;
·
5 Da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori;
·
6 Da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné;
·
7 Da tribo de Issacar, Jigeal, filho de José;
·
8 Da tribo de Efraim, Oséias, filho de Num;
·
9 Da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu;
·
10 Da tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sodi;
·
11 Da tribo de José, pela tribo de Manassés, Gadi filho de Susi;
·
12 Da tribo de Dã, Amiel, filho de Gemali;
·
13 Da tribo de Aser, Setur, filho de Micael;
·
14 Da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi;
·
15 Da tribo de Gade, Geuel, filho de Maqui.
Também não é a primeira vez que as
tribos são citadas em ordem diferente:
Em
Gênesis 49, eis a ordem das tribos (primeiro ele cita os seis filhos de Léia e termina com os
dois filhos de Raquel):
·
Rúbem
(Gn 49.3);
·
Simeão
(Gn 49.5);
·
Levi
(Gn 49.5);
·
Judá
(Gn 49.8);
·
Zebulom
(Gn 49.13);
·
Issacar
(Gn 49.14);
·
Dã (Gn 49.16);
·
Gade
(Gn 49.19);
·
Aser
(Gn 49.20);
·
Naftali
(Gn 49.21);
·
José
(Gn 49.22);
·
Benjamim
(Gn 49.27).
Aqui
em Apocalipse 7, a ordem citada é:
1º
- Os dois primogênitos: o primogênito espiritual (pelas razões citadas acima) e o primogênito legal;
2º
- Os dois filhos da escrava da mulher desprezada;
3º
- Os dois filhos da escrava da mulher amada;
4º
- Os quatro filhos da desprezada;
5º
- Os dois filhos da amada.
Eu creio que o Eterno prioriza os filhos
dos mais desprezados primeiro para acabar com toda divisão que possa haver entre
aqueles que Ele chama para ser Sua família (ver 1Co 12.24-25).
Mas afinal, por que ninguém de Efraim e
Dã não são selados?
Efraim está associado grandemente com
idolatria:
·
“Efraim está entregue aos ídolos; deixa-o.” (Os 4.17).
·
“Os que juram pela culpa de Samaria, dizendo: Vive o teu deus, ó
Dã; e vive o caminho de Berseba; esses mesmos cairão, e não se levantarão
jamais.” (Am 8.14).
Depois que Israel se rebela contra o
mando de Judá, Efraim se destaca e várias vezes é visto afrontando Israel (1Rs 12.19).
Quanto a Dã:
Primeiro: Dã é a tribo que primeiro caiu em
idolatria.
·
“E os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem de
escultura; e Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos
foram sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra. Assim,
pois, estabeleceram para si a imagem de escultura, que fizera Mica, por todos
os dias em que a casa de Deus esteve em Siló.” (Jz 18.30,31).
Segundo: é bem provável que o anticristo venha
da tribo de Dã, embora de alguma forma irá convencer a todos de que é da tribo
de Judá:
·
“Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dã
será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os
calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás.” (Gn 49.16,17).
·
“Já desde Dã se ouve o resfolegar dos seus cavalos, toda a terra
treme ao som dos rinchos dos seus fortes; e vêm, e devoram a terra, e sua
abundância, a cidade e os que habitam nela. Porque eis que envio entre vós
serpentes e basiliscos, contra os quais não há encantamento, e vos morderão,
diz o SENHOR.” (Jr 8.16,17).
Além
disto, é bom lembrar que foi nestas duas tribos que os dois bezerros de
Jeroboão, filho de Nebate, foram colocados (1Rs 12.29; Js 16.1).
Observe que Betel era de Efraim (Js 16.1,2).
Contudo,
vale notar que Dã aparece nas portas da Nova Jerusalém:
·
“E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas
doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos
filhos de Israel.” (Ap 21.12).
Talvez
você questione: como sei disto, se não é registrado explicitamente quais doze
tribos estão sendo referidas?
Em
Ez 48.31-34, onde é falado das portas de Jerusalém no milênio, são citadas as
doze tribos originais de Israel, só que em ordem diferente:
·
“31 E as portas da cidade serão conforme os nomes das tribos de
Israel; três portas para o norte: a porta de Rúben uma, a porta de Judá outra,
a porta de Levi outra.
·
32 E do lado oriental quatro mil e quinhentas canas, e três
portas, a saber: a porta de José uma, a porta de Benjamim outra, a porta de Dã
outra.
·
33 E do lado sul quatro mil e quinhentas canas por medida, e
três portas: a porta de Simeão uma, a porta de Issacar outra, a porta de
Zebulom outra.
·
34 Do lado ocidental quatro mil e quinhentas canas, e as suas
três portas: a porta de Gade uma, a porta de Aser outra, a porta de Naftali
outra.” (Ez 48.31-34).
Além
disto, ao citar José, Manassés e Efraim estão sendo incluídos.
Além
disto, em Ezequiel 48.1-27, Dã é a primeira a ser citada e Levi não é citado (quando se fala de herança):
·
E Estes são os nomes das tribos: desde o extremo norte, ao longo
do caminho de Hetlom, indo para Hamate, até Hazar-Enom, termo de Damasco para o
norte, ao pé de Hamate, terá Dã uma parte, desde o lado oriental até o
ocidental.
·
2 E junto ao termo de Dã, desde o lado oriental até o ocidental,
Aser terá uma porção.
·
3 E junto ao termo de Aser, desde o lado oriental até o
ocidental, Naftali, uma porção.
·
4 E junto ao termo de Naftali, desde o lado oriental até o lado
ocidental, Manassés, uma porção.
·
5 E junto ao termo de Manassés, desde o lado oriental até o lado
ocidental, Efraim, uma porção.
·
6 E junto ao termo de Efraim, desde o lado oriental até o lado
ocidental, Rúben, uma porção.
·
7 E junto ao termo de Rúben, desde o lado oriental até o lado
ocidental, Judá, uma porção.
·
23 E, quanto ao restante das tribos, desde o lado oriental até o
lado ocidental, Benjamim terá uma porção.
·
24 E junto ao termo de Benjamim, desde o lado oriental até o
lado ocidental, Simeão terá uma porção.
·
25 E junto ao termo de Simeão, desde o lado oriental até o lado
ocidental, Issacar terá uma porção.
·
26 E junto ao termo de Issacar, desde o lado oriental até o lado
ocidental, Zebulom terá uma porção.
·
27 E junto ao termo de Zebulom, desde o lado oriental até o lado
ocidental, Gade terá uma porção.
Em
outras palavras, note que Dã e Efraim estão incluídos no reino milenar, nenhum
foi rejeitado como povo e Levi voltará a ser a tribo sacerdotal.
A
diferença está com relação aos 144.000 que foram eleitos para reconhecerem
Jesus antes da vinda de Cristo e na primeira metade da 70ª semana. Como em
Cristo Jesus todos são sacerdotes (Ap 1.6; 5.10),
não há mais necessidade de uma tribo sacerdotal. Daí Levi ser mencionado. E
quem não honrou o Eterno no passado (pelos motivos citados acima), não confessou Seu nome, agora serão
negados acerca de tal privilégio (Mt 10.32,33).
Se
bem que, como da tribo de José são selados 12.000, logo é bem provável que
muitos de Efraim sejam incluídos entre estes selados. Contudo, devido a toda a
sua indignidade em representar Israel (no passado, Efraim representava as dez tribos do norte), em Cristo ele não merece ser nomeado.
Tanto
é assim que o Eterno disse que Efraim deixaria de ser povo:
·
“E Deus disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu
povo, nem eu serei vosso Deus.” (Os 1.9).
·
“Porém a cabeça da Síria será Damasco, e a cabeça de Damasco
Rezim; e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será destruído, e deixará de
ser povo.” (Is 7.8).
É
bem verdade que a profecia tem a ver com Israel como um todo. Todavia, não é em
vão que o Eterno se refere a Israel como Efraim.
E
que esta profecia se cumpriu, vejamos algumas passagens envolvendo Efraim:
·
“Então designaram a Quedes na Galiléia, na montanha de Naftali,
e a Siquém, na montanha de Efraim, e a Quiriate-Arba ( esta é Hebrom ), na montanha de
Judá.” (Josué 20.7).
·
“E o termo de Manassés foi desde Aser até Micmetá, que está
defronte de Siquém; e estende-se este termo à direita até os moradores de
En-Tapua.” (Josué 17.7).
Note
como Siquém fica na terra de Efraim, fazendo fronteira com Manassés:
·
“Saiu depois a sorte dos filhos de José, desde o Jordão, na
direção de Jericó, junto às águas de Jericó, para o oriente, estendendo-se pelo
deserto que sobe de Jericó pelas montanhas de Betel. E de Betel vai para Luz, e
passa ao termo dos arquitas, até Atarote,” (Josué 16.1,2).
·
“E tirou a sorte da tribo dos filhos de Benjamim, segundo as
suas famílias; e coube-lhe o termo da sua sorte entre os filhos de Judá e os
filhos de José. E o seu termo foi para o lado do norte, desde o Jordão; e sobe
aquele termo ao lado de Jericó para o norte, e sobe pela montanha para o
ocidente, terminando no deserto de Bete-Áven. E dali passa este termo a Luz, ao
lado de Luz ( que é Betel ), para o sul; e desce a Atarote-Adar, ao pé do monte que está do
lado do sul de Bete-Horom de baixo;” (Js 18.11-13).
Note
como Betel fica na terra de Efraim, fazendo fronteira com a terra de Benjamim.
Quanto
a Samaria, veja como ela foi fundada:
·
“E de Semer comprou o monte de Samaria por dois talentos de
prata, e edificou nele; e chamou a cidade que edificou Samaria, do nome de
Semer, dono do monte.” (1Rs 16.24).
Originalmente
ela era uma cidade. Isto pode ser comprovada nos versículos abaixo:
·
“E o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, estavam assentados
cada um no seu trono, vestidos de trajes reais, na praça, à entrada da porta de
Samaria; e todos os profetas profetizavam na sua presença.” (I Reis 22.10)
·
“E Acazias, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel, em
Samaria, no ano dezessete de Jeosafá, rei de Judá; e reinou dois anos sobre
Israel.” (I Reis 22.52).
Depois,
ela se destacou tanto que passou a se identificar com Efraim, local onde ela
ficava.
A
prova disto pode ser vista no versículo abaixo:
·
“Porque certamente se cumprirá o que pela palavra do SENHOR
exclamou contra o altar que está em Betel, como também contra todas as casas
dos altos que estão nas cidades de Samaria.” (I Reis 13.32).
1
- se Samaria era uma cidade, como uma região inteira pode ser referida como Samaria?
·
“E sucedeu depois destas coisas que, Nabote, o jizreelita, tinha
uma vinha em Jizreel junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria.” (I Reis 21.1).
2
– Acabe era rei de todas as dez tribos de Israel (que era referido, nesta época, como Efraim), e não apenas de uma cidade.
·
“Entretanto a cabeça de Efraim será Samaria, e a cabeça de
Samaria o filho de Remalias; se não o crerdes, certamente não haveis de
permanecer.” (Isaías 7.9).
·
“E todo este povo o saberá, Efraim e os moradores de Samaria,
que em soberba e altivez de coração, dizem:” (Isaías 9.9).
3
– Samaria era a capital de Efraim. Embora Efraim aqui se refere a Israel,
novamente é oportuno destacar que não é em vão que o autor prefere citar Efraim
ao invés de Israel.
Depois
de muito tempo em idolatria, o Eterno permite a Assíria invadir e levar as dez
tribos de Israel em cativeiro. Veja o que acontece:
·
“E o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta,
de Ava, de Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades
de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram a Samaria em herança,
e habitaram nas suas cidades. E sucedeu que, no princípio da sua habitação ali,
não temeram ao SENHOR; e o SENHOR mandou entre eles, leões, que mataram a
alguns deles. Por isso falaram ao rei da Assíria, dizendo: A gente que
transportaste e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não sabe o costume do
Deus da terra; assim mandou leões entre ela, e eis que a matam, porquanto não
sabe o culto do Deus da terra. Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali
um dos sacerdotes que transportastes de lá; e vá e habite lá, e ele lhes ensine
o costume do Deus da terra. Veio, pois, um dos sacerdotes que transportaram de
Samaria, e habitou em Betel, e lhes ensinou como deviam temer ao SENHOR. Porém
cada nação fez os seus deuses, e os puseram nas casas dos altos que os
samaritanos fizeram, cada nação nas cidades, em que habitava.” (2Rs 17.24-29).
Note
que todos os israelitas são expulsos de Samaria e, para lá, é enviado gente de
Babilônia, Cuta, Ava, Hamate e Sefarvaim. Ou seja, Samaria passou a ser
habitada por estrangeiros, cumprindo-se a profecia citada acima: que Efraim
deixaria de ser povo (Os
1.9; Is 7.8).
Entretanto,
como os leões estavam devorando o povo, eles passaram a adorar o Eterno também (junto com seus deuses).
Após
cerca de 90 anos, o rei Josias fez uma purificação espiritual nas cidades de
Samaria (em
Efraim):
·
“Demais disto também Josias tirou todas as casas dos altos que
havia nas cidades de Samaria, e que os reis de Israel tinham feito para
provocarem à ira o SENHOR; e lhes fez conforme todos os atos que tinha feito em
Betel.” (II Reis 23.19).
E
esta purificação teve seu efeito:
·
“Sucedeu, pois, no dia seguinte, depois que ele matara a
Gedalias, sem ninguém o saber, que vieram homens de Siquém, de Siló, e de
Samaria; oitenta homens, com a barba rapada, e as vestes rasgadas, e
retalhando-se; e trazendo nas suas mãos ofertas e incenso, para levarem à casa
do SENHOR.” (Jr 41.4,5).
Note
que estes estrangeiros habitando em Efraim (Siquém, Siló e Efraim) (depois
de cerca de 25 anos da reforma de Josias)
foram até Jerusalém para adorar o Eterno.
Quando
chegou a época de Esdras (cerca
de 70 anos depois), eis o
que aconteceu:
·
“Ouvindo, pois, os adversários de Judá e Benjamim que os que
voltaram do cativeiro edificavam o templo ao SENHOR Deus de Israel, chegaram-se
a Zorobabel e aos chefes dos pais, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar
convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus; como também já lhe
sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir
aqui. Porém Zorobabel, e Jesuá, e os outros chefes dos pais de Israel lhes
disseram: Não convém que nós e vós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós
sozinhos a edificaremos ao SENHOR Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro,
rei da Pérsia.” (Ed 4.1-4).
·
“Escreveram, pois, Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, uma
carta contra Jerusalém, ao rei Artaxerxes do teor seguinte: então escreveu
Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, e os outros seus companheiros, os
dinaítas, afarsaquitas, tarpelitas, afarsitas, arquevitas, babilônios,
susanquitas, deavitas, elamitas, E os outros povos, que o grande e afamado
Asnapar transportou, e que fez habitar na cidade de Samaria, e nas demais
províncias dalém do rio.” (Ed 4.8-10).
·
“E o rei enviou esta resposta a Reum, o chanceler, e a Sinsai, o
escrivão, e aos demais seus companheiros, que habitavam em Samaria; como também
aos demais que estavam dalém do rio: Paz! em tal tempo.” (Esdras 4.17).
Como
você pode ver todos estes estrangeiros continuavam habitando toda a região de
Samaria (Efraim) adorando ao Eterno e aos seus deuses e
achando que tinham direito de construir o templo junto com os judeus. Como,
todavia, os judeus, desde aquela época, se recusaram a permitir isto, surgiu a
inimizade entre judeus e samaritanos.
Esta
inimizade continuou até os tempos de Neemias:
·
“E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e
disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isto? Sacrificarão?
Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram
queimadas?” (Neemias 4.2).
E
tal inimizade jamais deixou de existir, vindo a ter influência até os tempos de
Jesus:
·
“Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da
herdade que Jacó tinha dado a seu filho José.” (Jo 4.5).
·
“Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me
pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? ( porque os judeus não se comunicam com
os samaritanos ). (Jo 4.9).
Enfim,
como você pode ver, os Samaritanos eram estrangeiros que habitavam na região
que outrora era de Efraim. Que eles eram estrangeiros, Jesus confirma isto:
·
“E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e
este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E
onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão
este estrangeiro?” (Lc 17.16-18).
Em
outras palavras, na época de Jesus, a tribo de Efraim não eram mais reconhecida,
sendo seu local ocupado por estrangeiros. Daí Jesus dizer:
·
“Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis
pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;” (Mateus 10.5).
Afinal,
o ministério de Jesus era direcionado a israelitas (que tinham o “sangue de Abraão”
correndo em suas veias):
·
“Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;” (Mateus 10.6)
·
“E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Israel.” (Mateus 15.24).
Inclusive,
note a rejeição dos samaritanos a Jesus:
·
“E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa
aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada, mas não o receberam, porque
o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.” (Lucas 9.52).
O
único momento em que Jesus prega aos samaritanos é em João 4.
Resumindo:
a única tribo da qual a Escritura Sagrada registra que os habitantes israelitas
foram substituídos por estrangeiros foi Efraim.
Vem
a questão: quem, então, são os doze mil da tribo de José? São israelitas da
tribo de Manassés. Eu creio que não é em vão que o Eterno permitiu que Manassés
tivesse duas porções de terra em Canaã: para mostrar que, embora Jacó tenha escolhido
Efraim como primogênito (Gn
48.17-19), o Eterno não
mudou sua escolha.
E
aqui não é diferente: novamente o Eterno reafirma a primogenitura de Manassés
selando dentre eles o dobro de indivíduos, sendo que os outros doze mil era
para suprir a lacuna deixada por Efraim e, ao mesmo tempo, confirmar a escolha
da José como primogênito de Jacó (aquele que haveria de herdar o dobro que seus irmãos):
·
“Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel ( pois ele era o
primogênito; mas porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura
aos filhos de José, filho de Israel; de modo que não foi contado, na genealogia
da primogenitura, porque Judá foi poderoso entre seus irmãos, e dele veio o
soberano; porém a primogenitura foi de José ).” (1Cr 5.1,2).
É
bem provável que estes doze mil se identificam mais com José, com tudo que ele
foi.
Por
fim, vale observar que tribos grandes como Judá tiveram o mesmo número de
selados que o pequeno Benjamim. A verdade é que muito crescimento sem Cristo
significa tão somente aumento de coisas ruins.
·
“Depois destas coisas olhei, e eis aqui
uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e
povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando
vestes brancas e com palmas nas suas mãos;” (Ap 7.9).
Vê-se
adoração no trono (um
trono que expressa, ao mesmo tempo, julgamento, graça e glória), atividade no templo e culto que começa
no coração e é expresso com vozes e mãos. O louvor no céu não é simplesmente
palavras e música, mas um esclarecimento acerca dos reais conceitos e valores
do céu, bem como da felicidade que é server ao Eterno. Daí todos louvarem em
uníssono.
Fique
claro que estes redimidos não vão ficar lá no céu cantando vinte e quatro
horas, muito menos cantando a mesma coisa. O fato de eles estarem cantando tão
somente mostra a mensagem que eles deveriam transmitir, bem como o modo de
realizarem esta transmissão: com muito prazer na justiça do Eterno.
Enquanto
que o grupo anterior representa os primeiros israelitas a se converterem na 70ª
semana (os
demais que permanecerem vivos só irão se converter no final da 70ª semana), este grupo é composto pelos gentios a
se converterem na 70ª semana (durante
a segunda metade da 70ª semana),
a saber, aqueles que morrerão naturalmente na 70ª semana em virtude das taças.
Perceba
que, enquanto que João ouviu o número exato de judeus a serem selados, aqui ele
não ouviu acerca da quantidade de gentios que foi comprada por Jesus de entre
os gentios (ver
Ap 5.9). Eis a
característica deles:
I.
O
número deles é muito grande para ser calculado. Isto implica em:
a)
Um
encorajamento a todo trabalho em prol de Cristo. Afinal, com tantos convertidos
num momento extremamente difícil, isto prova o sucesso do verdadeiro evangelho;
b)
Um
sentimento de eterna dívida para com o Eterno. Com tantos indivíduos lá (com uma seara tão grande e poucos
trabalhadores – Mt 9.37),
jamais devemos pensar em tirar férias ou aposentar do ministério, como se este
fosse uma mera profissão (Rm
13.8). Não importa quantos
indivíduos conseguimos conduzir a Cristo, nunca servimos ao Eterno de modo
suficiente;
c)
Uma
demonstração da importância de ajudar o próximo em suas necessidades;
d)
Uma
confirmação do benevolente Criador;
II.
De
onde eles virão? “de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas;” (Ap 7.9). Ou seja, sua variedade inclui toda a
raça humana. Isto mostra a imparcialidade do evangelho. É uma reprovação a todo
partidarismo. Afinal, o verdadeiro evangelho é poderoso para sociabilizar
pessoas das mais diversas situações;
Embora
no céu vemos muitos unidos em uma única expressão de adoração (Ap 7.9), note como elas continuam possuindo sua
tribo, língua, povo e nação. De igual modo, considerando que, na casa do
Eterno, que é o coração de cada um, existe várias moradas (Jo 14.1,2), por melhor que seja a comunhão entre
os indivíduos em nosso interior, cada um continua possuindo sua casa, tendo sua
família.
A
adoração será em cada língua, mas com um único propósito, uma única mensagem a
comunicar. Embora a distinção entre classes continue, não haverá discórdia
entre elas.
III.
Eles
conservam sua individualidade: sua tribo, língua, povo e nação. Daí perguntar:
“estes, quem são?”;
IV.
Tudo
que aconteceu com eles aqui na terra permanece
em vista. Daí a pergunta: “de onde vieram?”;
V.
Sua
vida terrena foi marcada pela maior tribulação que há de sobrevir à terra:
a)
Isto
deve nos ensinar a buscar o contentamento em meio às nossas tribulações. Nosso
alvo supremo deve ser nos tornarmos homens de verdade;
b)
Isto
deve nos inspirar a buscar toda nobreza do caráter de Cristo em meio a cada acontecimento
da nossa vida. Afinal, se diante da maior tribulação eles saíram vencedores em
Cristo, não há desculpa para nossa infidelidade. Nosso maior amor deve vir de
Jesus e ser direcionado em prol daqueles que Jesus colocou na nossa vida.
VI.
Possuem
caráter extremamente glorioso:
a)
Local: Estão posicionados diante do trono e
perante o Cordeiro (Ap
7.9). Isto implica em:
i.
Mais
nobre serviço;
ii.
Maior
honra;
iii.
Maior
integridade.
Note,
todavia, que Jesus estava ali, para eles, na qualidade de Cordeiro (e não como juiz ou rei), ou seja, como aquele que deu seu Sua
vida em resgate deles;
b)
Vestimenta: Eles brilham a beleza da justiça do
Eterno através dos atos de justiça dos santos (Ap 19.8),
lavados pelo sangue do Cordeiro. Foi a vida do Cordeiro agindo na vida daqueles
santos que foram colocados em suas vidas (Ap 19.8)
que lhes proporcionou uma justiça pura, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante (Ap
3.5,18; 4.4; 6.11; 7.14).
c)
Emprego: Servem ao Eterno dia e noite;
d)
Companhia: são pastoreados pelo próprio Jesus (Ap 7.17);
e)
Manutenção: comem e bebem de Cristo (Jo 6.51-57; Ap 7.17), o verdadeiro alimento;
f)
Sucesso: passar pela grande tribulação
conservando a verdade em pureza e santidade;
g)
Esforço: ao invés de batalharem por dinheiro e
posição a fim de que se verem livres ao máximo do efeito das pragas da Grande
Tribulação, batalharam para permanecerem descansando e esperando no Eterno o
cumprimento daquilo que Ele prometeu;
VII. O louvor deles:
a)
Perfeito
em sua forma;
b)
Tem
como tema a redenção de suas almas;
c)
Tem
como objetivo expressar gratidão:
i. ao Eterno, por ser o autor da salvação;
ii. ao Redentor como o mediador da salvação.
d)
É
repleto de alegria e entusiasmo;
e)
É
contagioso em seu efeito (veja
os anjos louvando após eles).
VIII.
Como
eles chegarão lá? Uniformidade:
a)
Eles
viverão a mesma experiência: “Estes são os que vieram da grande tribulação.” (Ap 7.14);
b)
Eles
alcançarão o céu através da mesma redenção: “lavaram as suas vestes e as
branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap 7.14).
c)
A
fonte de tudo que eles se tornaram era Jesus e Seu sacrifício. Eles eram
originalmente impuros, mas pelo sangue do Cordeiro eles experimentaram toda a
mudança citada acima.
IX.
Qual
será a alegria deles?
a)
Libertação
de todo mal:
i. Não haverá mais pecado, já que receberão
reconhecimento, perpétua oportunidade de ser usado para algo bom e nobre, e
proteção – “Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de
noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a
sua sombra.” (Ap
7.15).
ii. O privilégio do poder desfrutar da
companhia do Eterno: “Porque o Cordeiro que está no meio do trono os
apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida” (Ap 7.17).
b)
Fim
do sofrimento físico:
i.
"Nunca
mais terão fome,” (Ap
7.16).
ii.
“nunca
mais terão sede” (Ap
7.16).
iii.
“nem
sol nem calma alguma cairá sobre eles.” (Ap 7.16; Is 49.10).
c)
Fim
da agonia da alma:
i.
“Deus
limpará de seus olhos toda a lágrima.” (Ap 7.17).
Cada lágrima que o indivíduo derramou neste mundo e que foi guardada pelo
Eterno (Sl
56.8) agora será
esclarecida.
As
palmas lembram a entrada de Jesus em Jerusalém (Jo 12.13)
quando eles clamaram o mesmo que se acha descrito no salmo 118:
·
“Salva-nos, agora, te pedimos, ó SENHOR; ó SENHOR, te
pedimos, prospera-nos. Bendito aquele que vem em nome do SENHOR; nós vos
bendizemos desde a casa do SENHOR.” (Sl 118.25,26).
·
“E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e
outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. E a multidão
que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi;
bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!” (Mt 21.8,9).
·
“No dia seguinte, ouvindo uma grande
multidão, que viera à festa, que Jesus vinha a Jerusalém, tomaram ramos de
palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o Rei de
Israel que vem em nome do Senhor.” (João 12.12,13).
Hosana
significa “Salva-nos, agora”. Note como o foco do Salmo 118 é a salvação do
Eterno (Sl
118.14,15,21).
As
palmas também lembram a festa dos Tabernáculos (começando no dia 15 do sétimo mês hebraico), que era a festa de encerramento do
trabalho no campo (daí
também ser chamada de Festa da Colheita).
Ela lembrava a vitoriosa e abundante colheita que o Eterno lhes permitiu. Nesta
festa cada um tinha que comer da própria colheita, ser cheio com o fruto dos
seus feitos (ilustrando,
assim, Gálatas 6.7-9).
Os
outros dois meses eram meses de descanso do trabalho campestre, onde eles
comiam do que colheram, um contraste entre o trabalho incessante do Egito e o
descanso provido pelo Eterno.
O
povo de Israel louvava o Eterno pela colheita feita e se lembrava do livramento
que eles tiveram do Egito e de sua preservação no deserto por 40 anos, quando
eles habitaram em tabernáculos e foram providos sobrenaturalmente pelo Eterno (Lv 23.40).
Aqui,
contudo, são os não-israelitas que seguram estas palmas. Eles estão mais
próximos que os anjos porque, enquanto estes têm retidão natural de criação, os
redimidos receberam em si a retidão de Jesus.
Os
serafins são vistos cobrindo seus rostos (Is 6.2).
Todavia, cada um dos redimidos é trazido para junto do Eterno por meio do
sangue de Cristo.
O
que você sente quando você ouve outros sendo salvos e trazidos para mais perto
do Eterno que você? Inveja e ódio, ou você se prostra diante do Eterno e o
louva? Foi justamente aí que Ha-Satan caiu. Os anjos do Eterno, por outro lado,
O louvam (Ap
7.11,12).
Esta
visão serve para mostrar que não são poucos os que se salvam, bem como o mais
alto nível de glória (na
presença do Eterno) e
alegria (com
palmas nas mãos) que
experimentam os que creem em Jesus.
No
milênio, a Festa dos Tabernáculos será restaurada para relembrar a salvação do
Eterno que preservou Israel, apesar de eles andarem espalhados no meio dos povos
por mais de 1.800 anos (Zc
14.16-21).
Para
os redimidos não israelitas, contudo, o louvor é em virtude de ter sido
preservado pelo Eterno enquanto peregrinava como estrangeiro (1Pe 2.11) por este mundo que, no fundo, é um
verdadeiro deserto. É o reconhecimento de Jesus como Aquele que realmente veio
para salvar.
Urge
salientar que o que os capacitou para serem recebidos no céu e estarem na
presença do Eterno foi a lavagem e alvejamento das vestiduras no sangue do
Cordeiro (Ap
7.14,15). Trata-se da
purificação da consciência (Hb
9.14; 10.22), ou seja,
mudança de caráter (conceitos
e valores).
A
libertação do pecado se deu pela santificação, ou seja, por serem empregados
definitivamente no serviço do Eterno em Sua presença.
·
“E clamavam com grande voz, dizendo:
Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.” (Ap 7.10).
O
ato de clamar com grande voz demonstra a grandeza da alegria e o ardor do
louvor deles.
Perceba
como nenhum destes redimidos estava murmurando contra o Eterno. Eles atribuíam
a Ele apenas salvação, e isto em cântico, a fim de mostrar a alegria que eles tinham
nesta salvação. E não é para menos: a perseverança que o Eterno concede aos
Seus é nossa salvação e Sua paciência, a vida eterna.
Enquanto
a salvação é pouco pensada e buscada aqui na terra, no céu ela é o auge do
regozijo dos eleitos, o capacete que ocupa as suas mentes.
A
verdadeira salvação pertence apenas ao Eterno. Enquanto não reconhecermos Ele
como única fonte de salvação (ver
Sl 3.8; Is 43.11; Jr 3.23; Os 13.4; Ap 12.10; 19.1), sempre seremos obrigados a mendigar a
“boa” vontade do ser humano.
E
o que está incluído na salvação?
è
Sair
da ignorância para o verdadeiro conhecimento;
è
Restauração
da impureza para santidade;
è
Libertação
do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos do Eterno (Rm 8.21);
è
Mudança
do egoísmo para benevolência;
è
Libertação
do império das trevas para ser transportado para o filho do Seu amor (Cl 1.13).
Estes
redimidos venceram, não foi porque reivindicaram seus direitos perante o mundo,
mas sim pelo sangue do Cordeiro, pela palavra do testemunho que deram e por não
terem amado suas vidas até à morte (Ap 12.11).
É
observável aqui que os redimidos atribuem salvação tanto ao Cordeiro quanto
Àquele que está assentado no trono. Ou seja, a salvação é atribuída a alguém
que tem tudo sob controle sem o menor esforço e a alguém manso que, ao invés de
lutar pelos seus direitos ou por aquilo que acreditava ser o melhor, se sujeitou
ao Eterno e Seu plano. Nem mesmo a frágil e decaída natureza do ser humano o
fez mudar de caráter.
Consegue,
agora, entender o porquê da distinção entre Deus e o Cordeiro?
O
Eterno trabalha Sua salvação através do Seu Espírito agindo em nós e nos
capacitando a viver como cordeiros (Mt 10.16).
Quanto
ao uso do termo “clamavam” implica em um louvor contínuo, e não um mero
acontecimento isolado.
·
“E todos os anjos estavam ao redor do
trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono
sobre seus rostos, e adoraram a Deus,” (Ap 7.11).
Repare
o contraste:
·
em
Ap 5.11 havia muitos anjos louvando; em Ap 7.11, todos os anjos são vistos
louvando;
·
em
Ap 5.11 os anjos louvam o Cordeiro; em Ap 7.11 eles louvam o Eterno.
O
festival de Ap 5.11 mostra muitos anjos louvando a vitória de Cristo sobre o
mal já existente na vida de todos os que creem. O festival de Ap 7.11 mostra todos
os anjos louvando ao Eterno pelo privilégio de nunca virem a seguir o mal.
Observe
a posição daqueles que louvam:
·
O
trono do Eterno estava no centro;
·
Ao
redor do trono e no meio do trono estavam os quatro seres viventes. Ou seja,
eles estavam como que debaixo do trono, com o corpo voltado para fora, como se
os quatro estivessem sustentando o trono;
·
Ao
redor do trono e dos seres viventes estavam os vinte e quatro anciãos;
·
Ao
redor do trono e dos seres viventes e dos vinte e quatro anciãos estavam os
anjos.
·
Diante
do trono estavam os que vieram da Grande Tribulação, ou seja, ao redor destes
todos.
Levando
em consideração que os anjos estavam em redor do trono e se prostraram diante
do trono, logo a expressão “diante do trono” implica em estar voltado para o trono.
Como o Eterno é espírito e onisciente, isto significa que, não importa a
posição que o indivíduo se encontra: se ele estiver voltado para o Eterno, ele
estará diante Dele.
Quando
os que vêm da Grande Tribulação louvam o Eterno, os anjos também se mobilizam
para adorá-Lo, prostrando-se sobre os seus rostos.
·
“Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e
sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo
o sempre. Amém.” (Ap
7.12).
Temos
aqui, da parte dos anjos, a expressão mais completa do que vem a ser a adoração
ao Eterno:
·
Amém
-> Esta palavra aqui indica que os anjos concordam que a salvação
pertence ao Eterno;
·
Louvor -> Somente o Eterno é capaz de
receber louvor sem ter o caráter deturpado;
·
Glória -> Como apenas o Eterno é capaz de
ser quem Ele é (Êx 3.14), logo qualquer glória verdadeira que tivermos vem,
antes de tudo, Dele;
·
Honra -> Toda nossa vida deve ser uma
continuação de tudo que Jesus foi quando esteve aqui;
·
Sabedoria -> Devemos aprender apenas aquilo
que o Eterno nos ensina. Afinal, é em Cristo que estão todos os tesouros da
sabedoria e ciência (Cl 2.3), bem como a mente para entendê-las (1Co 2.15,16);
·
Ação
de graças -> Devemos
ser gratos por tudo e apenas por aquilo que o Eterno faz por nós. Nada de
aceitar presentes que não provenham Dele (Pv 15.27).
·
Poder -> Devemos estar sujeitos e nos
sujeitar apenas ao Eterno e àquilo que é Dele e nos submetermos apenas àqueles
que são Dele (ver
Jo 17.9).
·
Força -> Devemos nos fortalecer apenas com
a presença do Eterno, deixando que Ele peleje por nós.
·
Para
todo o sempre -> Não é só de vez em quando, mas sim continuamente, sem
jamais esmorecer (Gl
6.9)
·
Amém
-> Esta palavra aqui indica que os anjos, não só falam isto, mas também
vivem isto.
O
Eterno nos dá estes itens acima, bem como a autoridade, não para os usarmos a
nosso favor, mas para que tenhamos condições de exaltá-Lo com aquilo que Ele
nos deu.
Cada
um dá os motivos de culto de acordo com o relacionamento no qual eles estão: os
redimidos consoante sua redenção e os anjos, com base no reconhecimento que
toda forma de controle de um ser humano sobre o outro deve estar unicamente nas
mãos do Eterno.
·
“E um dos anciãos me falou, dizendo:
Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram?” (Ap 7.13).
Como
João não sabia o que perguntar, o ancião, então, perguntou-lhe a fim de que ele
pudesse atentar para o que realmente é importante e, assim, abrir caminho para
que a informação pudesse ser dada. Provavelmente João estava vendo apenas mais
um grupo louvando ao Eterno, como se suas particularidades não merecessem uma
atenção especial.
Em
outras palavras, isto também serve para João perceber a extensão de sua
ignorância.
As
vestes também constituem um uniforme e implicam em responsabilidade, serviço,
reputação, status social e privilégio.
·
“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele
disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas
vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap 7.14).
É
bem provável que João tenha tomado emprestado “Senhor, tu sabes”, de Ezequiel (Ez 37.3). De certo ele não queria cometer o
mesmo erro de Pedro que supunha ser capaz de dar a própria vida para salvar
Jesus (Jo
13.37,38).
Veja
as características destes amados:
1º - Eles passaram através da Grande
Tribulação, ao invés de tentarem, de algum modo, desfrutar dos prazeres
transitórios do pecado. Eles sentiam tristeza por causa do pecado;
2º - Eles tinham fé naquele que justifica o
ímpio (Rm
4.5). Eles não tentaram,
por eles mesmos, lavarem suas vestiduras. Antes, eles permitiram que suas
vestes fossem lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro. Veja que só a lavagem
não é suficiente para deixar as vestes brancas. Daí o Espírito Santo operar
dois tipos de purificação:
a.
regeneração. Aqui temos a lavagem, que implica na
restauração nos relacionamentos.
b.
renovação (Tt 3.4-6).
Aqui temos o branqueamento, a qual consiste em amadurecer os relacionamentos
existentes e criar novos.
3º - Eles tinham espírito de devoção. Eles
estavam diante do trono do Eterno e o serviam dia e noite em Seu templo, ou
seja, em seus corações (1Co
3.16; 6.19; 2Co 6.16).
4º - Eles foram responsáveis por uma grande
colheita de almas. Eles não venceram pela própria força a ponto de merecerem as
palmas; antes, eles permitiram que Jesus vencesse neles e conduzisse muitos à
vida eterna. Daí tantos convertidos na Grande Tribulação. Eles se evangelizaram
uns aos outros;
5º - Eles ficaram muito mansos, a ponto de
poderem ser conduzidos por um Cordeiro (e não por um ditador cruel).
6º - Eles ficaram muito puros, a ponto de não
envergonharem Ele que é sem mancha, mácula, ruga ou coisa semelhante;
7º - Eles ficaram muito inocentes e sem
desejos, a ponto de poderem constituir um só rebanho para Ele.
A
purificação pelo sangue de Jesus é muito difundida (ver Ap 1.5; Is 1.18; Hb 9.14; Zc
3.3-5; Jo 1.29; 1Jo 1.7; Ap 1.5; 3.5; 6.11). O que poucos entendem é que perdoar não é esquecer. O
Eterno não se esquece do que fizemos (tanto que teremos que comparecer ao tribunal de Cristo
para prestarmos conta do que fizemos – Rm 14.10; 2Co 5.10).
É
bem verdade que a Escritura Sagrada diz:
·
“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de
mim, e dos teus pecados não me lembro.” (Isaías 43.25).
·
“Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, E de
seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.” (Hebreus 8.12).
Todavia,
é imprescindível entendermos o que Jesus fez por nós:
·
“E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão
da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as
ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a
qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a
na cruz.” (Cl 1.13,14).
Ou
seja, quando a Escritura Sagrada diz que Jesus perdoou nossas ofensas, o que
está querendo dizer é que, como Jesus anulou a lei do Antigo Testamento na cruz
(Ef 2.14), logo não temos mais pecado no sentido
legal da coisa, visto que, onde não há lei, também não há transgressão (Rm 4.15). Jesus anulou a lei a fim de acabar com
toda inimizade que pudesse haver entre os Seus (Ef 2.14-16).
O
castigo pelo descumprimento da lei do Antigo Testamento foi tomado por Jesus a
fim de que a paz (a
harmonização com nosso próximo)
pudesse ser trazida a nós.
Todavia,
o pecado continua ativo em nossa carne e é Jesus ressuscitado vivendo em nós
que garante a vitória sobre o mesmo (1Jo 1.9).
Ou seja, o que nos deve estimular a vencer o pecado não é uma lei proibindo ou
condenando o mesmo, mas sim o nosso desejo de viver em harmonia com o próximo
na Verdade, sendo-lhe perfeitamente útil.
Note,
na oração do Pai Nosso, que ainda temos uma dívida para com o Eterno (Mt 6.12), a saber, o amor (Rm 13.8). Ao pedir o Eterno para nos perdoar, o
que estamos pedindo, na verdade, é a capacidade de viver como Jesus viveu, a
saber: dando nossa vida para que o pecado dos outros possa ser coberto.
·
“E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e
estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse;
porém a ninguém achei.” (Ez 22.30).
·
“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de
Cristo.” (Gl 6.2).
·
“Porque cada qual levará a sua própria carga.” (Gl 6.5).
Note
como cada um irá levar sua própria carga, colher o que semeou (Gl 6.7-9). No entanto, não é para nós lavarmos os
nossos pés, mas sim lavarmos os pés uns dos outros (Jo 13.14), tal como uma mão é muito melhor limpa
pela outra do que por si própria.
Enfim,
nenhum pecado é para ser esquecido. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23), ou seja, é um mal cujas consequências
não podem ser apagadas. Nosso papel é darmos nossa vida pelos irmãos (Jo 15.12,13) a fim de que possamos encontrar lugar
neles para preenchermos e também para sermos preenchidos.
Tal
como Jesus, devemos dar
nossa vida para que o pecado de alguém e o nosso seja coberto.
Para
você entender como funciona, imagine que o homem é uma tábua cheia de saliência
e a mulher de buracos. Entre as saliências do homem há espaços vazios, bem como
nos buracos da mulher. Todavia, quando ambos se juntam, os excessos do homem
preenchem as faltas da mulher e ambos ficam completos e sem buracos.
Em
outras palavras, o pecado deixou todo mundo injusto, uns para mais, outros para
menos (uns
tombando para a direita, outros para a esquerda, uns defendendo uma classe de
indivíduo, outros defendendo outra, etc.).
Todavia, quando cada um se encaixa com o indivíduo certo, ambos se completam. E
é claro que o encaixe só é sólido e firme se houver uma resistência ao encaixe.
Toda
luta da sociedade é para vencer o mal e dele ficar livre, seja este sofrimento,
enfermidade, miséria, solidão, desprezo, etc. Mas afinal, porque fugir da
morte, quando não se encontra motivo para viver?
Gastamos
mais tempo tentando combater o mal do que manifestando o bem. É inútil dizer ao
próximo que ele está errado, quando sequer sabemos o que é bom aos olhos do
Eterno em meio à situação que ele está vivendo.
O
mal é destruído, não simplesmente com a destruição dos que o mundo alega serem
perversos, mas sim quando o mal é destruído de cada coração que crê. Ou nossa
vida está contaminada pelos nossos pecados, ou ela será manchada pelos pecados
dos outros contra nós.
Temos
que ser incorporação, não só da verdade, poder, santidade, etc., mas antes de
tudo do próprio Jesus.
Nós
somos como operadores em um escritório de telégrafo tocando chaves aqui o qual
faz impressões sobre fitas em uma terra além do mar e, quando nós chegarmos lá,
teremos que ler tudo o que nós escrevemos aqui.
Céu
não é meramente outro lugar ou outra circunstância, mas sobretudo uma mudança
de companhia.
Muitos
pensam que céu é sinônimo de fim de todo sofrimento e trabalho. Para os tais, o
sofrimento e trabalho aqui é algo normal e sua expectativa é ir ao céu para se
ver livre de todo sofrimento e enfado.
Contudo,
já parou para pensar que o céu estava ali na cruz do Gólgota (ver Hb 1.9)? Afinal, céu é onde Jesus está. Jesus
veio, entre outras coisas, mostrar que o que principalmente caracteriza o céu
não é a ausência de sofrimento, mas sim o sofrimento com um propósito nobre e,
sobretudo, a vitória sobre ele (Jo
14.27; 2Co 4.10,11) através
do prazer na companhia do Eterno (Habacuque 3.19; Salmo 37.4) e Sua doce voz (João 3.29).
Nosso
Deus é sofredor (Salmo
86.15; 145.8; 1Coríntios 13.4),
Jesus foi homem de dores (Is
53.3) e nos convém ser
assim também (2Timóteo
2.24; Fp 1.29; 1Pe 2.18-24)
se quisermos descobrir o real significado de viver, bem como a real paz e
felicidade. Afinal, como que o amor de Cristo pode estar em alguém que consegue
encontrar felicidade e sossego, mesmo sabendo que há tanta gente sofrendo (Tg 2.14-17)?
A
igreja de Cristo é constituída de mártires que preferiam morrer a serem falsos
com Cristo, que são entusiastas no seu ofício e vive por amor a Cristo e uns
aos outros.
O
que permite a cada um poder se aproximar do trono é o fato de ser lavado no
sangue de Jesus, ou seja, de aceitar receber a vida de Cristo em si por reconhecer
que todo o sangue que Jesus derramou foi por nossa culpa.
Nenhum
deles se tornou branco através de suas lágrimas de arrependimento, muito menos
por meio de sacrifícios (rigor
ascético – Cl 2.24), como o
derramar do sangue de cordeiros e bodes. Mesmo o sofrimento pela causa de
Cristo não faz um homem santo, mas santidade fará o homem bravo o suficiente
para sofrer. Mera falta de culpa não faz alguém santo em Cristo, muito menos
salvo:
·
“Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se
arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento.” (Lc 15.7).
É
a dependência de Cristo para se manter puro e santo que conduz à salvação, e
não alguém conseguir ser puro e santo por esforço próprio. Quem se aproxima do
Eterno sem o sangue de Cristo é um apóstata. Pense: durante o episódio da sarça
ardente, Moisés foi impedido de se aproximar do Eterno; no monte Sinai,
todavia, ele subiu para a presença íntima do Eterno. O que mudou? No primeiro
caso, Moisés foi ao encontro do Eterno; no segundo, ele foi chamado pelo
Eterno.
Não
por alguma obra de retidão feita por eles, as quais são imperfeitas e imundas e
necessitam de lavagem no sangue de Cristo. Todos são salvos pela vida de Cristo
que beberam (Jo
6.51-57). Mais: Lavaram os
atos de justiça dos santos próximos a eles na medida que eles amaram o próximo,
de modo a dar ocasião para que a vida de Cristo neles fizesse todo o trabalho.
·
“Por isso estão diante do trono de Deus,
e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o
trono os cobrirá com a sua sombra.” (Ap 7.15).
“Por
isso”, ou seja, pelo fato de eles terem sido completamente lavados
interiormente (ver
Ap 21.27; Ef 5.25-27), eles
têm condição de permanecer diante do trono do Eterno. Afinal, apenas os limpos
de coração verão ao Eterno (Mt
5.8) face a face (1Co 13.12). Isto é que significa estar diante
Dele.
Note
a conexão entre trono e templo, indicando que o trono do Eterno está no Seu
templo, sendo aí onde Ele reina. Não existe separação entre secular e
espiritual. Em Jesus há harmonia entre o ofício real e o sacerdotal (Zc 6.13). Ou seja:
·
Não
há como ofertar algo ao Eterno sem estar a Seu serviço ao longo do dia;
·
Não
adianta querer servir ao Eterno sem estar disposto a oferecer sua vida em favor
dos outros.
Trono
é lugar de justiça e templo, de sacrifício. O templo não serve para outra
coisa, senão para sacrifício:
·
O
átrio era o lugar do sacrifício dos nossos pecados (dos nossos métodos) a fim de que Jesus seja o nosso Caminho;
·
O
Santo Lugar era o lugar do sacrifício dos nossos dons e talentos (da nossa verdade, daquilo que
achamos saber ou ser capaz):
o
Castiçal
de ouro: sacrifício do
nosso óleo de alegria e autoridade para que Jesus nos faça a alegria de todos
os que amam a verdade;
o
Mesa
com os pães da proposição.
Proposição significa juízo, expor à vista. É a palavra do Eterno expondo à
vista o nosso juízo. Devemos sacrificar o nosso juízo para que Jesus faça de
nós um juízo (instrumento
de condenação – Pv 28.4; Jo 15.22. Ver Dt 31.21) para os rebeldes (2Co 10.3-6).
o
Altar
do incenso: sacrifício
do mal cheiro do nosso conhecimento de Cristo e de Sua Palavra (2Co 2.14-16; 5.16) a fim de que possamos ser nova criatura
a servir de perfume para o relacionamento dos outros com o Eterno.
·
O
Santo dos Santos era lugar do sacrifício de vida (direitos e sonhos)
para que possamos viver a vida de Cristo que serve para manter os indivíduos
ligados ao Eterno (Mt
18.18-20) e perto Dele. O
Eterno quer habitar no meio do Seu povo e estar com eles por meio de nós (Ap 21.3).
O
fato de servirem dia e noite lembram o que se dava no tabernáculo terrestre (1Cr 9.33; Sl 134.1). É claro que, no santuário celestial
não há noite (Ap
22.5). No entanto, isto
quer dizer que não há desculpa para alguém parar de adorar e servir o Eterno,
já que a adoração lá é contínua.
Céu
é um estado de serviço sem sofrimento, de descanso sem brincadeira ou preguiça.
E este serviço não é um ritual a cumprir, mas sim algo útil para glória do Seu
nome.
Aqui
o povo é louco por feriado. Lutam e lutam pela expectativa de ir ao céu onde,
supostamente, irão ficar sem fazer nada. Contudo, não há lugar de mais
atividade do que na presença do Eterno. Todavia, lá o trabalho ganha outra
dimensão, vindo a ser um luxo e recreio louvar e servir o Eterno.
Infelizmente o mundo estabelece uma rotina
rígida de separação entre nossos interesses e o dos outros, nossa vida e as
necessidades do sistema. No entanto, o correto é estarmos sempre descanso e
esperando no Eterno (Sl
37.7) para que possamos
estar prontos quando Ele nos chamar.
Quanto
ao ato de o Eterno cobrir com a Sua sombra, em outra versão diz “estenderá
sobre eles o Seu tabernáculo”. E qual é o tabernáculo do Eterno? Veja (Lv 21.3; Is 4.5,6; 8.14; 25.4; Ez
37.27; Ap 21.3,22).
O
termo “cobrirá com a sua sombra” é uma alusão à ocasião em que os israelitas,
eram cobertos pela coluna de nuvem durante o dia a fim de serem protegidos do
calor intenso, como se todo o Israel fosse o tabernáculo do Eterno.
Veja
os versículos abaixo:
·
“E o Verbo se fez carne,
e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do
Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14).
·
“Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais.
Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande
ira, sabendo que já tem pouco tempo.” (Ap 12.12).
·
“E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do
seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu.” (Ao 13.6).
·
“E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo
de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo,
e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” (Ap 21.3).
Na
Escritura Sagrada, habitar e “tabernacular” são sinônimos.
Assim,
“cobrirá com Sua sombra” é uma alusão à Shekinah, a nuvem do Eterno que cobria
o assento da misericórdia e protegia Israel do calor durante o dia.
Junto
com a ideia do templo, esta proteção também tem a ver com o tabernáculos
construídos na festa dos tabernáculos para lembrar os tempos em que Israel
viveu em tabernáculos do deserto por 40 anos (para que eles não se esquecessem de que somos
estrangeiros e peregrinos nesta terra – 1Pe 2.11).
Também
lembra o tabernáculo onde Moisés era protegido dos pecados de Israel fora do
arraial (Êx
33.7-11). Ali os sacerdotes
podiam exercer os serviços sagrados totalmente protegidos da contaminação dos
gentios e do povo de Israel.
Com
base nestes versículos, podemos concluir que o tabernáculo do Eterno é Ele
próprio com Sua Igreja e que a bênção do Eterno é servi-Lo face a face (no Seu trono), se oferecendo em sacrifício (templo) a fim de ser coberto de tudo
aquilo que nos afasta de Jesus e daquilo que Ele quer de nós.
No
juízo final, os indivíduos não serão esmagados pela majestade do Eterno, mas
sim pelo amor e sacrifício de Cristo, já que é isto que irão encarar e, como é
bem sabido, Jesus, é quem melhor mostra a natureza e caráter do Eterno.
·
“Nunca mais terão fome, nunca mais terão
sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles.” (Ap 7.16).
Não
terão:
·
Fome,
pois Jesus é o Pão da Vida (Jo
6.35,48), o verdadeiro
alimento sagrada que satisfaz nossa alma;
·
Sede,
pois Jesus dá Seu Espírito (Jo
7.37-39) o que se fará
neles fonte de água que salta para a vida eterna (Jo 4.13,14);
·
Problemas
de vista, pois Jesus será a luz deles (Jo 8.12);
·
Calor,
pois Jesus é o amor (1Jo
4.8,16) que nos mantém a
temperatura.
Eis
as únicas coisas que limitam os irmãos em Ap 7.9:
·
As
riquezas incompreensíveis de Cristo (Ef 3.7);
·
Multiforme
sabedoria do Eterno (Ef
3.10);
·
As
riquezas da Sua glória (Ef
3.16);
·
amor
de Cristo que excede todo o entendimento (Ef 3.19).
Ainda
há algo a considerar: os redimidos de Ap 7.9 não precisarão pedir. Vem a
questão: por que nós precisamos pedir e eles não? Se o Eterno sabe o que
precisamos, então por que pedir?
Analise
os trechos relacionados a pedir na Escritura Sagrada:
·
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pedi, e
dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” (Mt 7.1,7);
·
“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre,
e nunca desfalecer, dizendo: havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus
temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa
viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.” (Lucas 18.1-3).
·
“De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm
disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar;
combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis,
porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tg 4.1-3).
·
“Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for
procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que
um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que
apresentar-lhe; se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já
está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso
levantar-me para tos dar; digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos,
por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe
dará tudo o que houver mister. E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;” (Lc 11.5-9).
Perceba
como as vezes que a Escritura Sagrada nos ensina a pedir, não está se referindo
às nossas necessidades (veja
Mt 6.31,32), muito menos a
nossos desejos. Antes, tem a ver com os indivíduos que o Eterno coloca na nossa
vida.
·
“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas
petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com
ação de graças.” (Fp 4.6).
Ou
seja, a Escritura Sagrada não está nos ensinando a pedir algo a Jesus. Antes,
está nos instruindo acerca do modo como devemos nos dirigir aos indivíduos
quando formos a eles para pedir alguma coisa. Nossos pedidos devem ser
conhecidos diante do Eterno, ou seja, sempre no sentido de despertar nos
indivíduos a bondade de Cristo, a saber, o desejo de fazer algo bom.
Obs:
Jesus, em pessoa (e
não um anjo), irá prover ao
Seu povo como um pastor às suas ovelhas.
·
“Porque o Cordeiro que está no meio do
trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida;
e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.” (Ap 7.17).
Antes
de tudo, é bom lembrar que há dois tronos no céu. Os 24 anciãos, os quatro
seres viventes estão ao redor do trono de Jesus (a Igreja)
e Cristo, por Sua vez, está no meio dela (Ap 5.6).
Jesus está junto com a Igreja conduzindo-a em adoração. A santidade do Eterno
que está sendo guardada pelos quatro animais é a Igreja. E os vinte e quatro
anciãos são a “comissão de frente”. Os quatro seres viventes voam tão rápido
que parecem estar ao mesmo tempo ao redor e por cima da Igreja guardando-a.
Embora
Ap 7.17 seja uma referência a uma profecia do Antigo Testamento, aqui no
apocalipse ela ganha uma profundidade espiritual maior. Compare:
·
“Nunca terão fome, nem sede, nem o calor, nem o sol os afligirá;
porque o que se compadece deles os guiará e os levará mansamente aos mananciais
das águas.” (Is 49.10).
Em
Is 49.10 é “o que se compadece” quem guia Israel; em Ap 7.17, quem apascenta é
o Cordeiro que está no meio do trono. Ou seja, é o Cordeiro de Deus que tira os
pecados do mundo e que está diante dos redimidos quem os guia, e não apenas
alguém que se compadece.
Em
Is 49.10 Israel é guiado “aos mananciais das águas”; em Ap 7.17, elas são
levadas “às fontes das águas da vida”. Ou seja, aqui no apocalipse não se trata
de saciar apenas o corpo, mas principalmente o espírito com o Espírito Santo,
que trabalha em nós como águas de virtude que transbordam através de nós
constantemente. Em outras palavras, não são apenas feitos periódicos, mas
virtudes a serem vividas constantemente em qualquer lugar e hora.
Ajunte
com o versículo seguinte:
·
“E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação.” (Isaías 12.3).
.
Este
versículo era citado no último dia da festa dos tabernáculos – os sacerdotes desciam
do templo, enchiam vasos de ouro na fonte, traziam a água de volta e a
derramavam nos pátios do templo, cantando Isaías 12.3. Durante isto a alegria
do povo atingia seu auge, o qual rodeava os sacerdotes e balançavam seus ramos
de palmeira.
Não
é em vão Jesus exclama:
·
“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e
clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como
diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do
Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo
ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (Jo 7.37-39).
Afinal,
Jesus é a legítima fonte da salvação da qual todos poderiam tirar água de
virtude e derramá-la na vida de todos quantos desejarem recebê-la.
À
noite a festividade da Festa dos Tabernáculos continuava, havendo grande
iluminação no templo. Esta foi provavelmente aludida por Jesus logo após a
Festa dos Tabernáculos, quando Ele fala “Eu sou a luz do mundo; quem me segue
não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo 8.12).
Vale
ressaltar que Jesus vai apascentar na qualidade de Cordeiro, ou seja, com Sua
vida simples e cordial, de entrega total ao Pai em prol da salvação dos pecadores
(e não como um
ditador super-poderoso). Ou
seja, tais indivíduos terão suas necessidades preenchidas sem contra-indicações
se concordarem em receber em si a vida que Cristo viveu aqui sem qualquer
resistência (pois
Ele não irá forçar ninguém a nada).
Note
que é o Cordeiro que está no meio do trono, ou seja, no centro da vontade do
Eterno. É Ele que nos servirá de guia para as fontes das águas que irão sair de
nós, destinada a cada um dos indivíduos que o Eterno quer nos dar (Ez 34.23; Hb 13.20; Ap 22.1-5). Pensando de outro modo:
·
Ele
quer nos conduzir ao descanso e nos dar tudo que é necessário à vida e piedade (Sl 23.1,2; Ef 1.3; 2Pe 1.3);
·
Ele
quer nos conhecer pelo nome, ou seja, ter intimidade conosco (Jo 10.2-5);
·
Ele
quer supervisionar nossa alma (1Pe
2.25);
·
“Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor
JEOVÁ as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de
toda a terra; porque o SENHOR o disse.” (Isaías 25.8).
·
“E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá
mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são
passadas.” (Apocalipse 21.4).
·
“Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e
lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de
seus olhos toda a lágrima.” (Ap 7.17).
O
Eterno irá limpar-lhes as lágrimas porque aniquilará a morte para sempre (ver Hb 2.14,15), nos livrará de tudo que causa tristeza
e, principalmente: por nos fazer conhecer acerca de tudo que se passou aqui
neste mundo conosco.
Entenda:
no que o Eterno abrir os livros (Ap 20.12),
entenderemos a razão de todos os sofrimentos que nós e aqueles que amamos
passamos neste mundo passamos. Então, ficaremos consolados, tanto pelas
injustiças sofridas, quanto pela ida de muitos entes queridos para o lago de
fogo e enxofre.
Somado
isto ao corpo glorificado, à presença só de santos e, sobretudo, do próprio
Eterno nos dando de modo recalcado, sacudido e transbordante tudo que
precisamos (Lc
6.38), não haverá nada mais
a nos separar uns dos outros e tudo que bom, perfeito e agradável (Rm 12.2)
Ou
seja, embora nos lembraremos de tudo, não vamos ser atormentados pelas
lembranças passadas, pois em tudo veremos a perfeição, justiça e amor do
Eterno.
Detalhe:
note que é “fontes das águas da vida” e não “fontes das águas vivas”. Afinal,
não existe várias águas vivas, mas sim várias fontes de água (água de amor, paz, felicidade, etc.) que jorram da Vida (Jesus).
“Fontes
das águas da vida” lembram a água que sai do solo borbulhando e fluindo avante (ou seja, é o contrário de água
parada).