Noemi - Uma Mulher Virtuosa Esquecida
Quando lemos o livro de Rute, o primeiro
indivíduo que nos vem à mente é ela própria. De fato, ela é uma mulher
virtuosa. Todavia, ninguém para pra pensar no que
estimulou Rute a buscar experimentar uma real conversão de vida.
Veja a
fala dela:
·
“Respondeu, porém, Rute: Não me instes a que te abandone e deixe de
seguir-te. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares,
ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus.
Onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Assim me faça o
Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.” (Rt 1.16,17 – AR1967).
Note que até este momento o povo de Rute e
seus deuses eram os de Moabe. Ou seja, durante o
tempo que ela esteve casada com Malom, ela não
experimentara nenhuma transformação interior. Logo, o que estimulou a conversão
de Rute era a vida de Noemi. Ela tratava suas noras como filhas, tal como
sugere o termo usado na língua inglesa (daughter-in-law):
·
“Noêmi, porém, respondeu: Voltai, minhas
filhas; porque ireis comigo? Tenho eu ainda filhos no meu ventre, para que vos
viessem a ser maridos?” (Rt 1.11).
Rute via algo diferente na vida de Noemi que a
estimulou a esta mudança. Mas não foi apenas isto.
Repare a fala de Noemi:
·
“Não me chameis Noemi; chamai-me Mara; porque grande amargura me
tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o SENHOR me fez tornar; por que
pois me chamareis Noemi? O SENHOR testifica contra mim, e o Todo-Poderoso me
tem feito mal.” (Rt 1.20,21).
Primeiro: ela disse
que partiu cheia. Ora, Noemi saiu da terra sem nada (eles estavam fugindo da
fome – Rt 1.1). Logo, ela se considerava cheia por
causa de seu marido e filhos, ou seja, ela sabia enxergar o valor da sua
família.
Segundo: Ela estava
amargurada contra o Eterno.
Sei que isto, a princípio, pode soar algo
negativo (e é). Contudo, ninguém fica amargurado à toa.
Vamos esclarecer: uma coisa é ficar irritado:
isto qualquer um pode ficar a qualquer momento. Amargura, contudo, só brota no
coração de quem se considera digno de algum favor.
Vem a questão: o que Noemi fez por amor ao
Eterno que levou-a a crer que não merecia o que estava
passando?
·
“E sucedeu que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome
na terra; por isso um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele e sua mulher, e seus dois filhos;” (Rt 1.1).
Ela seguiu o marido dela. Ainda que ela
pudesse ter feito isto por amor a Elimeleque, ela fez
isto, antes de tudo, por amor ao Eterno. Ela, como uma boa israelita, sabia
muito bem que era errado peregrinar em Moabe.
·
“Nenhum amonita nem moabita
entrará na congregação do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na
congregação do SENHOR eternamente. Porquanto não saíram com pão e água, a
receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti
a Balaão, filho de Beor, de Petor,
de Mesopotâmia, para te amaldiçoar. Porém o SENHOR teu Deus não quis ouvir
Balaão; antes o SENHOR teu Deus trocou em bênção a maldição; porquanto o SENHOR
teu Deus te amava. Não lhes procurarás nem paz nem bem em todos os teus dias
para sempre.” (Dt 23.3-6).
Ela sabia que, ao seguir Elimeleque,
estava sujeita a sofrer as consequências do pecado do seu marido. Contudo,
ainda assim ela não discutiu com ele, nem o abandonou ou divorciou dele. Antes,
foi submissa a ele como manda a Escritura Sagrada (Ef
5.22). Veja que grande exemplo!
Muitas mulheres questionam a submissão que
devem ao marido. Todavia, por meio da vida de Noemi podemos ver que os erros do
marido não justificam sua rebeldia, tal como diz Pedro:
·
Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios
maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas
mulheres sejam ganhos sem palavra; considerando a vossa vida casta, em temor. O
enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem
encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que
é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as
santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios
maridos; como Sara obedecia a
Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não
temendo nenhum espanto.” (1Pe 3.1-6).
É óbvio que é difícil ser submisso a alguém quando
este está errado, ainda mais sabemos que sofreremos também pelas decisões
erradas que ele tomar.
Contudo, lembre-se do final que teve Noemi:
não só ela ganhou uma nora tão maravilhosa (uma amiga verdadeira), como também
teve privilégio de ser avó de Obede, de cuja
descendência veio Jesus Cristo (é bom lembrar que, segundo a Lei do Levirato, o primeiro de filho de Boaz
e Rute pertencia ao falecido Malom:
·
“E de que também tomo por mulher a Rute, a moabita,
que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do
falecido sobre a sua herança, para que o nome do falecido não seja desarraigado
dentre seus irmãos e da porta do seu lugar; disto sois hoje testemunhas.” (Rt 4.10).
Diante disto, eu pergunto para vocês mulheres:
qual você prefere: evitar os problemas trazidos pelas decisões erradas do seu
marido (se separando dele) para desfrutar por um pouco dos prazeres
transitórios do pecado, ou permanecer junto dele, enfrentando as consequências
do seu pecado na presença de Cristo com base na Sua palavra e, com isto, herdar
uma bênção inimaginável?
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