segunda-feira, 14 de maio de 2018

166 - Noemi - Uma Mulher Virtuosa Esquecida

Noemi - Uma Mulher Virtuosa Esquecida

 

Quando lemos o livro de Rute, o primeiro indivíduo que nos vem à mente é ela própria. De fato, ela é uma mulher virtuosa. Todavia, ninguém para pra pensar no que estimulou Rute a buscar experimentar uma real conversão de vida.

Veja a fala dela:

 

·      “Respondeu, porém, Rute: Não me instes a que te abandone e deixe de seguir-te. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Assim me faça o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.” (Rt 1.16,17 – AR1967).

 

Note que até este momento o povo de Rute e seus deuses eram os de Moabe. Ou seja, durante o tempo que ela esteve casada com Malom, ela não experimentara nenhuma transformação interior. Logo, o que estimulou a conversão de Rute era a vida de Noemi. Ela tratava suas noras como filhas, tal como sugere o termo usado na língua inglesa (daughter-in-law):

 

·        Noêmi, porém, respondeu: Voltai, minhas filhas; porque ireis comigo? Tenho eu ainda filhos no meu ventre, para que vos viessem a ser maridos?” (Rt 1.11).

 

Rute via algo diferente na vida de Noemi que a estimulou a esta mudança. Mas não foi apenas isto.

Repare a fala de Noemi:

 

·        “Não me chameis Noemi; chamai-me Mara; porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o SENHOR me fez tornar; por que pois me chamareis Noemi? O SENHOR testifica contra mim, e o Todo-Poderoso me tem feito mal.” (Rt 1.20,21).

 

Primeiro: ela disse que partiu cheia. Ora, Noemi saiu da terra sem nada (eles estavam fugindo da fome – Rt 1.1). Logo, ela se considerava cheia por causa de seu marido e filhos, ou seja, ela sabia enxergar o valor da sua família.

Segundo: Ela estava amargurada contra o Eterno.

Sei que isto, a princípio, pode soar algo negativo (e é). Contudo, ninguém fica amargurado à toa.

Vamos esclarecer: uma coisa é ficar irritado: isto qualquer um pode ficar a qualquer momento. Amargura, contudo, só brota no coração de quem se considera digno de algum favor.

Vem a questão: o que Noemi fez por amor ao Eterno que levou-a a crer que não merecia o que estava passando?

 

·        “E sucedeu que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; por isso um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele e sua mulher, e seus dois filhos;” (Rt 1.1).

 

Ela seguiu o marido dela. Ainda que ela pudesse ter feito isto por amor a Elimeleque, ela fez isto, antes de tudo, por amor ao Eterno. Ela, como uma boa israelita, sabia muito bem que era errado peregrinar em Moabe.

 

·        “Nenhum amonita nem moabita entrará na congregação do SENHOR; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do SENHOR eternamente. Porquanto não saíram com pão e água, a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, de Mesopotâmia, para te amaldiçoar. Porém o SENHOR teu Deus não quis ouvir Balaão; antes o SENHOR teu Deus trocou em bênção a maldição; porquanto o SENHOR teu Deus te amava. Não lhes procurarás nem paz nem bem em todos os teus dias para sempre.” (Dt 23.3-6).

 

Ela sabia que, ao seguir Elimeleque, estava sujeita a sofrer as consequências do pecado do seu marido. Contudo, ainda assim ela não discutiu com ele, nem o abandonou ou divorciou dele. Antes, foi submissa a ele como manda a Escritura Sagrada (Ef 5.22). Veja que grande exemplo!

Muitas mulheres questionam a submissão que devem ao marido. Todavia, por meio da vida de Noemi podemos ver que os erros do marido não justificam sua rebeldia, tal como diz Pedro:

 

·        Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; considerando a vossa vida casta, em temor. O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos; como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto.” (1Pe 3.1-6).

 

É óbvio que é difícil ser submisso a alguém quando este está errado, ainda mais sabemos que sofreremos também pelas decisões erradas que ele tomar.

Contudo, lembre-se do final que teve Noemi: não só ela ganhou uma nora tão maravilhosa (uma amiga verdadeira), como também teve privilégio de ser avó de Obede, de cuja descendência veio Jesus Cristo (é bom lembrar que, segundo a Lei do Levirato, o primeiro de filho de Boaz e Rute pertencia ao falecido Malom:

 

·        “E de que também tomo por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido sobre a sua herança, para que o nome do falecido não seja desarraigado dentre seus irmãos e da porta do seu lugar; disto sois hoje testemunhas.” (Rt 4.10).

 

Diante disto, eu pergunto para vocês mulheres: qual você prefere: evitar os problemas trazidos pelas decisões erradas do seu marido (se separando dele) para desfrutar por um pouco dos prazeres transitórios do pecado, ou permanecer junto dele, enfrentando as consequências do seu pecado na presença de Cristo com base na Sua palavra e, com isto, herdar uma bênção inimaginável?




 

 

 

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