sexta-feira, 18 de maio de 2018

168 - ORAÇÃO: POR QUE MUITAS VEZES NÃO ESCUTAMOS A RESPOSTA DO ETERNO?

ORAÇÃO: POR QUE MUITAS VEZES NÃO ESCUTAMOS A RESPOSTA DO ETERNO?

 

Muito se fala a respeito de fé. Mas a questão é: até que ponto realmente a consideramos um elemento importante na nossa caminhada diária? Estamos sempre sendo movidos de fé ao longo do dia, ou só lembramos desta palavra quando queremos que algo aconteça “na marra”, do jeito que achamos que deve acontecer?

Para se ter uma ideia da importância da fé, veja o que diz o escritor de Hebreus:

 

·       “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11.6).

 

Além disto, a Escritura Sagrada assim promete acerca da oração:

 

·       “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tg 5.14-16).

·       “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; e, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.” (Mt 21.21,22).

·       “Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis.” (Mc 11.24).

 

Note como a oração da fé é poderosa. Ora, se existe a oração da fé, o mais lógico de pensar é que também existe a oração da incredulidade.

Vem a questão: temos orado com fé ou com incredulidade? Ou, perguntando de outro modo: estamos nos aproximando de Jesus em plena certeza de fé ou certos de que Ele não está nem um pouco interessado em nos ouvir e ajudar?

É claro que, em primeira instância, somos levados a pensar que nossa oração é provida de fé. Contudo, se isto é verdade, então por que muitas vezes não recebemos o que pedimos?

Ainda mais considerando o que Jesus disse:

 

·       “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.7-11).

 

Muitas vezes nos desculpamos que ainda não chegou o tempo do Eterno agir. Ora, por que Ele haveria de adiar algo que realmente necessitamos? Acaso Seu amor por nós amanhã estará maior do que hoje?

Fica então a pergunta: por que muitas das nossas orações não são respondidas?

Vejamos o que Paulo diz:

 

·       “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6).

 

Note como nossas petições devem ser conhecidas EM TUDO (e não apenas em parte) diante do Eterno, e isto por meio de três coisas:

 

1.     Oração: diálogo. Quando você pede algo para alguém, de um modo geral, você não chega já pedido e, muito menos, fica pedindo isto repetidamente, já que isto, além de ser desgastante para ambas as partes, pode gerar inimizade e até acabar em tragédia.

 

É bem verdade que existe a parábola do Juiz Iníquo:

 

·       “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer,” (Lc 18.1).

 

Contudo, quando você comparece a um juiz, você não fica sempre falando a mesma coisa. Embora a mensagem seja a mesma, você vai apresentando novos argumentos que corroborem a tua causa (para reforçar teus argumentos).

Mas sobretudo, sendo alguém honesto e bom, você não quer simplesmente arruinar o adversário. Você quer justiça, ou seja, descobrir o que realmente está se passando com ele e, na medida do possível, buscar no Juiz dos juízes, a justiça do Reino do Eterno que lhe permitirá experimentar uma renovação total de vida.

A oração, semelhantemente, é um momento de intimidade com nosso Noivo (Jesus) a fim de podermos conhecer Seu plano para nós em meio ao que estamos vivendo, bem como receber Dele Seus recursos espirituais para manifestar Sua glória, de modo que todos possam ver quem Ele realmente é.

A oração não é para tentar ensinar Jesus e convencê-Lo a agir do nosso jeito. Isto é orar com incredulidade. E o pior é que é assim que muitas vezes vamos ao Eterno: na certeza de que Ele não nos ama, está distante e nem um pouco se interessa pelo que estamos passando, sendo, por isto, necessário algum sacrifício para convencê-Lo (daí os jejuns, campanhas, votos, etc.).

Ora, o Deus que foi capaz de dar Seu único filho para nos salvar de nós mesmos, como não nos dará (por meio de Jesus) todas as coisas que realmente precisamos (Romanos 8.31,32)?

 

·       “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? ( Porque todas estas coisas os gentios procuram ). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.31-33).

·       “Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces.” (Salmos 139.4).

 

Afinal, em que Deus de fato estamos crendo? Quem realmente é Ele? Se Jesus é realmente quem diz ser, então por que não cremos naquilo que Ele prometeu?

Muitas vezes oramos a Jesus como se Ele não fosse onisciente e onipresente, como se Ele não soubesse quem somos ou do que realmente precisamos. Mais ainda: como se ele fosse um Noivo qualquer que precisasse ser seduzido e conquistado pela sua noiva.

Todas as vezes que oramos deste jeito, estamos orando com incredulidade. Infelizmente, não estamos confiando no amor e sabedoria de Jesus. Oramos a Ele como se Ele precisasse se arrepender de ser tão insensível ao sofrimento humano e se converter do Seu mau caminho de ver tanta corrupção, injustiça e calamidade acontecendo e não fazer nada. Não é de hoje que o ser humano culpa ao Eterno por tudo de ruim que acontece.

 

·       “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi agora, ó casa de Israel: Porventura não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos tortuosos?” (Ez 18.25).

·       “Contudo, diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é direito. Porventura não são direitos os meus caminhos, ó casa de Israel? E não são tortuosos os vossos caminhos?” (Ez 18.29).

·       “Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada, ou, onde está o Deus do juízo?” (Ml 2.17).

·       “As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.” (Ml 3.13-15).

 

Aliás, isto começou lá no Éden:

 

·       “Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.” (Gn 3.12).

 

Note que, ocultamente, Adão culpou ao Eterno por ter lhe dado uma esposa. Noé, inclusive, recebeu este nome porque Lameque considerava o Eterno como o culpado da maldição a que a terra foi submetida por culpa de Adão (Gn 3.17).

 

·       “E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho, a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou.” (Gn 5.28,29).

 

Vem então a questão: e nossa oração? Tem sido realmente agradável ao Eterno, ou tem sido um tormento? Veja o caso dos israelitas do tempo de Isaías:

 

·       “Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.” (Is 1.17).

 

Ele tem tido prazer em nossa companhia, em nos ouvir, ou nossa oração tem sido uma ofensa a Ele?

 

·       “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” (Pv 28.9).

 

Mesmo que não digamos explicitamente palavras ofensivas a Jesus (tal como vimos acima), muitas vezes nossa oração revela a mágoa que temos Dele.

Você pode estar se perguntando: mas como? Eu não estou magoado com Jesus!

Pensemos no caso de Marta e Maria:

 

·       “Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.” (Jo 11.21).

·       “Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.” (Jo 11.32).

 

Analise com calma e você verá que, no fundo, elas estavam chateadas porque Jesus não foi ter com eles imediatamente após ouvir que Lázaro estava doente (Jo 11.6).

E elas não foram as primeiras a ficarem magoadas com o Eterno. Asafe também ficou (medite no Salmo 73). Isaías, por alguns instantes, começou a achar que servir ao Eterno era algo inútil:

 

·       “Porém eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia o meu direito está perante o SENHOR, e o meu galardão perante o meu Deus.” (Isaías 49.4).

 

Habacuque, num dado momento de sua vida, ficou, no mínimo, perplexo com os acontecimentos à volta Dele:

 

·       Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás? Por que razão me mostras a iniqüidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.” (Hc 1.2-4).

 

Ele ficava por entender porque Ele clamava ao Eterno e nada mudava. Note como ele estava acreditando que o Eterno é insensível ou cabeça dura. Muitas vezes, lamentavelmente, estamos nos portando pior que Ha-Satan: enquanto ele quis ser igual ao Eterno (Isaías 14.12-14), nós, muitas vezes, estamos nos achando melhores do que Ele e no direito, não só de ensinar-Lhe acerca do que fazer, mas até de cobrar e exigir isto Dele.

Jeremias também questionou:

 

·       “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR Deus dos Exércitos. Nunca me assentei na assembléia dos zombadores, nem me regozijei; por causa da tua mão me assentei solitário; pois me encheste de indignação. Por que ddura a minha dor continuamente, e a minha ferida me dói, e já não admite cura? Serias tu para mim como coisa mentirosa e como águas inconstantes? Portanto assim diz o SENHOR: Se tu voltares, então te trarei, e estarás diante de mim; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.” (Jr 15.16-19).

 

Não só isto! Na época de Malaquias, muitos também questionavam:

 

·       “As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.” (Ml 3.13-15).

 

Veja o caso de Ezequias:

 

·       “Naqueles dias Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal; e veio a ele o profeta Isaías, filho de Amós, e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás. Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao SENHOR. E disse: Ah! SENHOR, peço-te, lembra-te agora, de que andei diante de ti em verdade, e com coração perfeito, e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.” (Is 38.1-3).

 

Ele não achava justo morrer naquele momento. Contudo, se ele tivesse confiado na sabedoria do Eterno e obedecido, fecharia sua vida com chave de ouro. Todavia, nos quinze anos que lhe foi acrescentado, ele só fez bobagem (entre elas, gerou Manassés, que foi o pior rei que todo o Israel e Judá teve, o qual foi o responsável pela ida de Judá ao cativeiro – 2Rs 24.3).

E nós, quando oramos a Jesus, estamos realmente interessados em entender e aceitar de coração Sua vontade para nossas vidas e a receber Dele tudo que é necessário para glorificarmos Seu nome, independente da situação que é trazida a nós (ver Jr 2.2)? Ou estamos, no fundo, indo em busca de um método eficaz para colocá-Lo sob nosso controle e obrigá-Lo a fazer o que achamos bom, correto, justo? Nossas orações são de louvor e gratidão a Jesus, ou uma acusação disfarçada (por exemplo, de abandonar Seus filhos, de não fazer nem bem, nem mal (Sofonias 1.12))?

Que jamais nos fechemos para a ação do Espírito Santo; antes, permitamos que Ele use nosso espírito para nos ensinar a orar como convém (Rm 8.26):

 

·       “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; *porque não sabemos o que havemos de pedir como convém*, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8.26).

 

Note que não existe exceção: ninguém sabe orar como convém. Isto significa que este versículo responde a famosa pergunta que todos nós fazemos: “Ah! Por que será que o Eterno não atende as minhas orações?”. Agora você já sabe: uma vez que nenhum de nós sabe orar corretamente, como podemos esperar que o Eterno atenda pedidos maus, mesquinhos, impuros, imperfeitos, etc.?

Na verdade, nossa surpresa deveria acontecer quando o Eterno ouvisse a oração de alguém, tal como se vê abaixo:

 

·       “Então Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. *E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem*; porque o SENHOR pelejava por Israel.” (Js 10.12-14).

EXEMPLOS DE ORAÇÃO DE INCREDULIDADE

Para exemplificar orações de incredulidade que fazemos, imaginemos quatro situações:

Primeiro: alguém está com problemas financeiros. Normalmente, tal indivíduo irá orar a Jesus pedindo-Lhe dinheiro (mamom – ver Mt 6.24) para pagar as contas.

Aparentemente parece algo normal. Contudo, já parou para pensar como o Eterno sustenta toda a sua criação (animais e plantas) sem precisar de escola e dinheiro? Cada um nasce sabendo o que precisa para cumprir seu papel aqui na terra e recebe o necessário para isto.

E não pense que é só para com animais e plantas que o Eterno assim faz. Ele também promete isto a todos quantos creem Nele:

 

·       “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” (Fp 2.12,13).

 

E podemos ver um exemplo disto no Testamento da Lei, quando toda a nação de Israel, ao sair do Egito, (composta de mais de seiscentas mil pessoas, sem contar mulheres e crianças) foi sustentada pelo Eterno durante 40 anos no deserto sem precisar de dinheiro.

Sem contar que Jesus prometeu:

 

·       “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33).

 

E Paulo confirmou esta promessa:

 

·       “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Fp 4.19).

 

Logo, orar pedindo a Jesus bens materiais implica em não crer Nele e, consequentemente, está a chamá-Lo de mentiroso:

 

·       “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” (1João 5.10).

 

Ainda mais considerando que a bênção vem e segue quem ouve a voz de Jesus:

 

·       “E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.” (Dt 28.1,2).

 

Logo, a oração da fé implica em buscar em Jesus ter um coração preparado para ouvir Sua voz e ser capaz de receber dentro de si a Palavra que Ele quer enxertar (Tg 1.21), a qual é poderosa para nos capacitar a buscar Seu reino e justiça. Afinal, sendo tudo isto verdade na nossa vida, bem nenhum nos faltará (Sl 34.10).

 

Segundo: suponha que alguém pretenda sair para ir a algum lugar. Como, normalmente, tal indivíduo ora a Jesus? Para que Ele o livre de todo e qualquer tipo de problema. Você já pensou se Jesus atendesse este tipo de oração de cada um que diz crer Nele Não haveria alegria no céu:

 

·       “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (Lc 15.7).

 

Afinal, como os bandidos, prostitutas, etc. iriam se arrepender e converter sem experimentarem a bondade do Eterno em suas vidas (Rm 2.4) através de um dos Seus servos (Rm 10.14,15)?

Eu, melhor que ninguém, sei o quanto um problema é algo desagradável e doloroso. Contudo, se de fato cremos que onde o pecado abunda, a graça superabunda (Rm 5.20), e que, quanto mais temos que perdoar alguém para conservar o relacionamento, mais depois será a experiência de amor que vivenciaremos em Cristo através deste indivíduo (Lc 7.47), nós certamente nos tornaríamos caçadores de problemas. Afinal, quanto mais difícil o problema, maior a vitória e maior a glória e recompensa com ele vinda (ver Rm 9.24-27).

E a propósito: não podemos esquecer que só há promessa para vencedores na Escritura Sagrada (Ap 2.7,11,17,26; 3.5,12,21). Como, porém, vencer e ser aprovado sem prova, luta (2Tm 2.15)?

Logo, nossa oração deveria ser no sentido de nos achegarmos, pois, com confiança ao trono da graça para que possamos alcançar misericórdia, acharmos graça, a fim de sermos ajudados no tempo oportuno (Hb 4.16), em prol de consolarmos nossos inimigos que foram parar no vale da sombra da morte (Sl 23.4,5; Is 9.1,2; Mt 4.15,16). Afinal, lembre-se que nada nos faltará porque o Eterno irá prover o banquete que necessitamos na presença deles em meio a este vale no qual eles escolheram habitar.

Que sempre amanheçamos plenamente capazes de consolar os inimigos (Mt 5.44,45) que estiverem em alguma tribulação, com a mesma consolação com que recebemos do Eterno (2Co 1.4). Que Jesus nos encha sempre de ânimo, de modo que jamais desistamos de lutar por aqueles que Jesus colocou no nosso caminho, até que seja eliminado tudo o que lhes impede de ouvir Sua voz e se deixarem usar por Ele.

 

Terceiro: e quando alguém depende da decisão de outrem para conseguir algo? A tendência deste indivíduo é orar para que Jesus o mude a seu favor. Contudo, o que diz a Escritura Sagrada?

 

·       “Sendo os caminhos do homem agradáveis ao SENHOR, até a seus inimigos faz que tenham paz com ele” (Pv 16.7).

 

Em outras palavras, o motivo pelo qual muitos não estão nos apoiando é porque aquilo que estamos fazendo não está sendo agradável aos olhos do Eterno. Do contrário, como nenhum dos planos do Eterno podem ser frustrados (Jó 42.2) (visto que, quando Ele age, ninguém é capaz de impedir (Is 43.13)), logo, ao invés de sairmos por aí buscando mudar tudo e todos e até querendo forçar Jesus a nos ajudar nesta empreitada, o mais sensato é orarmos a Ele a fim de tomarmos conhecimento da Sua vontade e, então, a ela nos submetermos.

Ainda mais considerando que Sua vontade, além de soberana, é boa, perfeita e agradável (Romanos 12.2), além de operar em nós Sua salvação (Filipenses 2.12,13).

Enfim, quem crê de verdade, expõe a Jesus a situação na qual está vivendo e busca Nele ouvir Sua vontade e receber Dele o poder de ser feito Seu filho (João 1.12), o qual irá capacitá-lo com tudo para glorificá-Lo diante de principados e potestades (Efésios 3.10) em meio a tudo que está vivendo (ver Rm 8.31,32).

Assim, que todos nós busquemos, em Jesus, Seu caminho em meio à tormenta e à tempestade (Na 1.3), bem como Seu escape em meio às tentações da vida (1Co 10.13).

E no mais, se alguma mudança é para acontecer aonde estamos, saiba disso: nenhuma mudança há de acontecer na nossa vida que, antes de tudo, não comece transformando nosso interior:

 

·       “Os aflitos e necessitados buscam águas, e não há, e a sua língua se seca de sede; eu o SENHOR os ouvirei, eu, o Deus de Israel não os desampararei. Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em lagos de águas, e a terra seca em mananciais de água.” (Is 41.17,18).

·       “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (João 7.37-39).

 

Note que o Eterno não simplesmente aplaca a sede do sedento; antes, faz dele um fonte a fartar lugares desertos.

 

·       “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.” (2Co 4.6).

 

Ao invés do Eterno tirar das trevas, note que Ele faz Sua luz brilhar em nós (ver Is 60.1) a fim de que possamos ser luz no meio deste mundo tenebroso (Mt 5.14-16).

Resumindo: para que o lugar ou a situação na qual estamos mude, antes de tudo, devemos permitir que esta mudança aconteça em nós e flua através de nós.

 

Quarto: suponha que alguém está doente. A tendência natural é pedir a Jesus para ser curado. Contudo, a Escritura Sagrada é clara:

 

·       “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Is 53.4-5).

 

Muitos dizem que esta promessa é apenas para o futuro. Contudo, já pensou se isto fosse verdade? Continuaríamos à mercê do sistema de saúde, tal como qualquer ímpio, o que é algo extremamente dispendioso e complicado. Além disto, a Escritura Sagrada diz que “Ele tomou sobre si nossas enfermidades” (passado).

Sei que parece bom demais para ser verdade, mas temos que crer no que diz o Salmo 46.1:

 

·       “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.” (Sl 46.1).

 

Note como o socorro do Eterno não é futuro, mas bem presente. Afinal:

 

·       “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.11).

 

Que pai, tendo um filho e vendo-o sofrer, vai ficar parado sem fazer nada (estando em suas mãos a capacidade de resolver o problema naquele exato momento)? Quão dirá o Eterno:

 

·       “Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniqüidade, e que passa por cima da rebelião do restante da sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na sua benignidade.” (Mq 7.18)

·       “Não é Efraim para mim um filho precioso, criança das minhas delícias? Porque depois que falo contra ele, ainda me lembro dele solicitamente; por isso se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me compadecerei dele, diz o SENHOR.” (Jeremias 31.20).

 

Logo, se a bênção não chega a nós, há algo que está impedindo que ela chegue.

Entenda: ainda que o Eterno permita certas situações para nos provar, disciplinar, corrigir, ensinar, ainda assim o problema não é para se apossar de nós e nos manter escravos dele para sempre.

Além disso, está escrito:

 

·       “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da iniqüidade.” (Isaías 33.24)

 

Note como enfermidade e iniquidade estão intimamente ligados. Inclusive, mesmo que a promessa de Isaías 53.4,5 fosse apenas espiritual (ou seja, curar nosso interior), obviamente, como consequência, teríamos a cura física também, visto que a enfermidade espiritual implica na enfermidade da carne.

 

Enfim, se realmente cremos em Jesus, temos que crer no que Ele prometeu. Do contrário, que sentido tem nossa fé? Seremos como qualquer outro cidadão do mundo que vive tão somente para se manter vivo, ter um pouco de prazer, sofrer as consequências dos pecados dos outros, ver impotente o mal se espalhando sem poder fazer nada e o pior: estar condenado a fazer os outros sofrerem por causa dos próprios pecados e a colher este mal de volta (Gl 6.7-9).

Creia: Jesus não é homem para mentir, nem filho do homem para se arrepender (Nm 23.19) e nada que se acha na Escritura Sagrada falha (Js 23.14; 1Rs 8.56). Logo, ao invés de aceitarmos passivamente qualquer debilidade na nossa vida minguando nossas forças e nos atrapalhando de sermos mais úteis ao próximo, que a esperança de Cristo na nossa vida sirva como âncora para conservar nossa alma fincada em Cristo e em tudo que Ele tem para nós (Hb 4.16; 6.18,19).

Não nos conformemos com menos do que Cristo prometeu para nós. Se recusar a tomar posse de algo que Ele conquistou para nós é considerado por Ele uma ofensa:

Afinal, se Cristo nos concede algum dom, talento, etc., é porque isto é necessário para cumprirmos Seu papel em nós neste mundo. Logo, não se trata de um direito a ser exercido, mas um dever.

Uma vez que ficou claro o que é a oração da incredulidade, o próximo passo é descobrir o que vem a ser súplica:

SÚPLICA

·       “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6).

 

De acordo com o dicionário, súplica é pedido insistente e humilde, frequentemente desesperado. Súplica é desespero verdadeiro. Não é um desespero falso, como de alguém que está fingindo que está desesperado para fazer chantagem sentimental, nem o desespero de alguém que está fazendo “tempestade em copo d’água”.

O primeiro ponto a observar é a humildade. Muitos entendem mal a Parábola do Juiz Iníquo:

 

·       “E contou-lhes também uma parábola *sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer*, dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, *para que enfim não volte, e me importune muito*.” (Lc 18.1-5).

 

É bem verdade que devemos perseverar na oração. Todavia, pense: exatamente o que levou o juiz a atender a viúva? O que ele temia que ela fizesse? Com certeza não é a mera insistência dela, já que ele, não temendo a nenhum deus ou ser humano, poderia muito bem mandar matar aquela mulher e acabar com a importunação.

Aliás, ele poderia com facilidade manter aquela viúva longe dele. Vem a questão: o que levava aquele juiz a ficar recebendo aquela viúva importuna? E por que ele não a quis ouvir por algum tempo?

Eu só consigo encontrar uma explicação para isto. A causa da viúva era justa, ela realmente se importava com esta causa, sabia que apenas aquele juiz poderia resolver seu problema e ela não queria simplesmente ver a causa atendida: ela queria, através da humildade, atingir os corações de todos, de modo que o maior número de indivíduos (incluindo o juiz) pudessem sentir, dentro deles, a importância desta causa e, então decidissem fazer da mesma a causa deles também.

Vem a questão: que causa estamos levando a Jesus em oração? Os nossos desejos mesquinhos ou que o reino e justiça Dele (Mt 6.33) possam encontrar lugar no coração de cada um que nos cerca dentro de nós? Esta causa é realmente importante e até vital, a ponto de sermos capazes de perseverar nela até que milhares de corações sejam tocados, ou tudo que queremos é a satisfação do nosso ego?

Quando alguém pede algo extremamente vital e está plenamente convicto de que só há um indivíduo que pode resolver seu problema, ele entrega toda sua vida a esta causa até ver a mesma atendida, não apenas para ter um capricho seu atendido ou para fazer um nome para si, mas por reconhecer que não existe outra solução.

Vem a questão: aquilo pelo que estamos orando realmente merece a atenção de todos? Aliás, isto merece nossa atenção? Aquilo que estamos buscando apenas Jesus pode resolver, ou é algo que podemos, com nossos esforços, conseguir através dos recursos deste mundo?

Para sabermos se nossa causa é justa, basta pensar que a verdadeira riqueza do Eterno para os que O amam vai bem além deste mundo limitado: é coisa que olho não pode ver, ouvido não pode ouvir e vai bem além de tudo que nossa mente pode imaginar ou compreender (1Co 2.9; Ef 3.20). O que realmente é bom, perfeito e agradável (Rm 12.2) apenas Jesus pode fazer, e isto quando os corações à nossa volta estiverem preparados para receber.

Entendido o que significa “oração” e “súplica”, falta descobrirmos o que é “ações de graças”:

AÇÕES DE GRAÇAS

·       “Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças;” (Fp 4.6 – AR 1967).

 

Note como nossas orações devem ser acompanhadas por atitudes que expressam nossa gratidão para com Cristo, o que implica em ações que deem lugar para que a Sua graça opere em nós e através de nós.

Vem então a pergunta: quando vamos a Jesus, vamos a Ele movidos por gratidão e pelo prazer de vê-Lo desenvolver Sua salvação em nós com temor e tremor (Fp 2.12), ou vamos murmurando e lamentando a nossa sorte?

Temos prazer em Jesus (Sl 37.4) e somos gratos a Ele pelo privilégio que Ele nos deu de sermos usados por Ele onde o pecado abundou (no vale da sombra da morte, na presença dos inimigos do Eterno – Sl 23.4,5)? Para nós é uma alegria e satisfação podermos ver Sua graça superabundar (Rm 5.20) e Seu amor crescer em nós (Lc 7.47) onde o pecado abunda, ou nossa única preocupação é ficar livre de todo desconforto para melhor curtir os prazeres da carne?

Queremos encher o filme da nossa vida com ações (testemunhos) de Cristo transformando corações e realidades através de nós? Queremos o filme da nossa vida repleto de momentos de fé, esperança, verdade e vitórias sobre o pecado, Ha-Satan e o mundo?

Lembre-se que só há promessas na Escritura Sagrada para vencedores (ver Romanos 9.24-27; Ap 2.7,11,17,26; 3.5,12,21) e que temos que nos apresentar ao Eterno aprovados (2Tm 2.15). Logo é necessário provas em meio às quais possamos sofrer a sã doutrina (2Tm 4.3,4). E quanto mais fortes e intensas são as provas, maior é nossa coroa de glória (1Ts 2.19).

Resumindo: acolhemos as lutas e provações com gratidão, visto que as mesmas são uma oportunidade a mais para crescermos em fé, amor, graça, virtude, verdade, e testemunho de Cristo, ou estamos buscando em Cristo apenas saciar o nosso ventre:

 

·       “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,” (Filipenses 3.18-20).

A ESPERANÇA

Creio que com tudo isto é possível saber como fazer a oração ideal. Contudo, um dos erros daqueles que estudam sobre oração ou fé é fazer estudos separados sobre estes dois temas, já que os dois estão interligados, como já foi visto.

Mas pior que isto: esquecem de estudar um elemento imprescindível, o qual une a fé com a oração: a esperança. Muitos acham que sua oração não surtiu efeito e, por isto, recorrem a outros para orarem por eles, como se a oração deles fosse mais poderosa ou eles fossem mais queridos por Jesus.

Errado! O Eterno não faz acepção de pessoas (Dt 10.17; 2Cr 19.7; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; 1Pe 1.17). O problema é que, na maioria das vezes, não sabemos o que esperar das nossas orações (ou estamos esperando a coisa errada). Vem a questão: que tipo de resposta devemos esperar das nossas orações?

Comecemos, então, analisando a figura de linguagem do amigo importuno:

 

·       “Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; se ele, respondendo de dentro, disser: não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister.” (Lucas 11.5-8).

 

Pelo contexto, dá a entender que, assim como nós devemos importunar o nosso amigo que está dormindo, também devemos “importunar” Jesus. Vem então a pergunta: o que poderia importunar Jesus? Seria ficar falando a mesma coisa no ouvido Dele? Com certeza não!

 

·       “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.” (Mt 6.7,8).

 

Inclusive, por aqui podemos ver que perseverar em oração não é ficar sempre pedindo a mesma coisa (isto é condenado!). Além disto, não pense que tua oração são apenas meras palavras transportadas pelo ar.

Pode estar certo de que tuas orações sempre são ouvidas e registradas, e tuas lágrimas, guardadas:

 

·       “Tu contas as minhas vagueações; põe as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?” (Sl 56.8)

·       “E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus.” (Ap 8.4)

 

E no momento certo estas orações produzirão o seu devido efeito:

 

·       “E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos e terremotos.” (Ap 8.5).

 

Até aquilo que conversamos de Jesus com os indivíduos está registrado:

 

·       “Então aqueles que temeram ao SENHOR falaram freqüentemente um ao outro; e o SENHOR atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome.” (Ml 3.16).

 

Logo, não há sentido repetições. Vem a questão: o que é importunação e qual o tipo de importunação que toca o coração de Jesus?

Antes de tudo, importunação é insistir em algo que não é oportuno. Para entendermos melhor isto, voltemos à parábola do juiz iníquo:

 

·       “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, dizendo: havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: faze-me justiça contra o meu adversário.” (Lucas 18.1-3).

 

A mulher representa Israel que, espiritualmente falando, representa a Igreja. O adversário é Ha-Satan que quer, com todas as suas acusações e mundanismo, destruir a real identidade da Igreja.

Note que a mulher não quer a destruição ou a ruína do adversário, mas a justiça do Eterno contra as investidas do adversário, a fim de permanecer no propósito para o qual Ele a criou.

 

·       “E por algum tempo não quis atendê-la...” (Lucas 18.4).

 

O juiz não quis atendê-la porque sua causa, ainda que justa, estava sendo proferida fora do momento oportuno. O mesmo pode ser visto na seguinte passagem:

 

·       “E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom. E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. *Mas ele não lhe respondeu palavra*. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós. E ele, respondendo, disse: *Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel*. Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me! Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. E ela disse: Sim, SENHOR, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: *Ó mulher, grande é a tua fé*! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.” (Mateus 15.21-28).

 

Note como o momento não era oportuno (daí, inicialmente, Jesus não lhe responder palavra). Quando, todavia, a insistência da mulher havia cumprido seu propósito (incomodar os discípulos a fim de que eles pudessem conhecer a real missão de Jesus e imensidão de Sua misericórdia, capaz de passar por cima de qualquer lei quando encontra um coração realmente contrito e quebrantado pela fé e causa correta), então Jesus atendeu a mulher.

O mesmo se deu com Daniel:

 

·       “E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo. Então me disse: Não temas, Daniel, porque *desde o primeiro dia* em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que *Miguel, um dos primeiros príncipes*, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.” (Daniel 10.11-13).

 

Ainda que o anjo foi enviado para dar a resposta a Daniel desde o primeiro dia que ele começou a orar, note que apenas quando a persistência de Daniel tinha tocado o número suficiente de anjos é que o arcanjo Miguel foi enviado para expulsar o demônio que vinha agindo na Pérsia (onde Daniel estava) e permitir que o anjo chegasse com a resposta que Daniel tanto buscava.

De igual modo, quando o tempo oportuno chegou, ou seja, quando a atitude da viúva havia tocado o número completo de corações (veja Rm 11.25; Lc 21.24; Gn 15.16), a situação mudou:

 

·       ... mas depois disse consigo: ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito.” (Lucas 18.4,5).

 

Ainda que este juiz não tome decisões com base nos que os indivíduos acreditam ou no que eles estão pensando ou sentindo (sendo, muitas vezes, por isto, considerado como injusto por aqueles que acham que sabem como ele deveria agir), quando chegou a hora correta, ele atendeu.

Entenda: se o juiz atendesse a viúva de imediato, muitos servos de Jesus não seriam tocados para arrependimento (associe com Mt 13.28). Por outro lado, se o juiz não atendesse no momento oportuno, o ânimo dos fiéis iria se desanimar:

 

·       “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” (Eclesiastes 8.11).

 

Com isto, a mulher (que simboliza Israel e, por conseguinte, a Igreja), não iria voltar até o juiz para buscar sua justiça.

Resultado: o juiz não iria ter mais causa contra o adversário (Ha-Satan), não poderia sentenciá-lo, o que implicaria no alastramento no pecado no seio de Israel, algo que traz tremenda dor e cansaço ao Eterno:

Primeiro: cansaço por causa do pecado:

 

·       “Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com os teus pecados, e *me cansaste com as tuas iniquidades*. Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.” (Is 43.24,25).

 

Dor por causa da destruição que tem que vir sobre Seu povo:

 

·       “Pois o provocaram à ira com os seus altos, e moveram o seu zelo com as suas imagens de escultura. Deus ouviu isto e se indignou; e aborreceu a Israel sobremodo. Por isso desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda que estabeleceu entre os homens. E deu a sua força ao cativeiro, e a sua glória à mão do inimigo. E entregou o seu povo à espada, e se enfureceu contra a sua herança. O fogo consumiu os seus jovens, e as suas moças não foram dadas em casamento. Os seus sacerdotes caíram à espada, e as suas viúvas não fizeram lamentação. *Então o Senhor despertou*, como quem acaba de dormir, como um valente que se alegra com o vinho.” (Sl 78.58-65).

·       “Então enviou o SENHOR a peste a Israel, desde a manhã até ao tempo determinado; e desde até Berseba, morreram setenta mil homens do povo. Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, *o SENHOR se arrependeu daquele mal*; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.” (2Sm 24.15,16).

 

Daí o Eterno ordenar:

 

·       “Ó Jerusalém, sobre os teus muros pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; ó vós, os que fazeis lembrar ao SENHOR, não haja descanso em vós, nem deis a ele descanso, até que confirme, e até que ponha a Jerusalém por louvor na terra.” (Is 62.6,7).

·       “Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: poupa a teu povo, ó SENHOR, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?” (Jl 2.17).

 

Sem contar que os pecados de Israel dão lugar para os adversários blasfemarem o nome do Eterno (ver Rm 2.24).

Assim sendo, não ache que o Eterno é um injusto juiz porque não atende tuas orações de imediato:

 

·       “E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz” (Lucas 18.6).

 

Pode ter certeza: Jesus está te ouvindo. Enquanto você clama dia e noite, teu coração está sendo aperfeiçoado na verdade e justiça, e muitos corações estão sendo tocados:

 

·       “E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18.7-8).

 

O Eterno é tardio para com nossas ansiosas expectativas, mas é rápido para agir na hora certa. Vem, contudo, a questão: quando Ele vier em nosso auxílio, Ele conseguirá achar fé verdadeira em nós?

Entendido melhor a parábola do juiz iníquo, creio que isto facilita o entendimento acerca do amigo importuno.

Infelizmente, a tradução em português dificulta um pouco de descobrir qual importunação levou o amigo sonolento a atender:

 

·       “digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister.” (Lucas 11.8).

 

Não pode ser a nossa importunação, porque, neste caso, estaríamos contrariando o que é dito em Mateus 6.7,8 e Zacarias 4.6:

 

·       “E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Zc 4.6).

 

Muito menos pode ser a importunação do amigo que chegou de viagem, visto que nem contato com ele o sonolento teve.

Logo, este sonolento estava sendo importunado por ele mesmo, por sua consciência (veja João 8.9). A verdade é que, quando estamos retos aos olhos do Eterno, Ele toca a consciência de cada um (veja 1João 3.19-22) que nos rodeia (veja Provérbios 16.7).

Se você analisar com calma esta passagem, verá que o amigo não chegou de viagem por qualquer motivo (muito menos por mero capricho). Ele era um emissário do Eterno para despertar os indivíduos a fim de que pudessem “acender suas lâmpadas e se prepararem para a vinda de Cristo” (veja Mateus 25.6).

O pão era uma desculpa para acordar o sonolento. E o pior é que, muitas vezes, quando ajudamos alguém, achamos que estamos fazendo um favor para este indivíduo (e o pior: até mesmo para Jesus), sendo que, na verdade, alguém se aproxima de nós a fim de Jesus possa, antes de tudo, mostrar Seu Favor em nós e nos salvar de nós mesmos.

A verdade, contudo, é que, quando o caminho de alguém é agradável aos olhos do Eterno, tudo o que ele realmente precisa lhe será concedido por algum servo do Eterno, seja por amor (por ser amigo), seja por se sentir-se incomodado por não fazer aquilo que é certo.

Você pode pensar: como sei que o amigo que chegou de viagem e o amigo sonolento são servos de Jesus? Porque só é amigo de verdade de um discípulo de Jesus quem Nele crê.

Assim, quando queremos algo, temos que pensar: o que estamos pedindo realmente é justo e bom? E a quem estamos pedindo? Lembre-se que TODA boa dádiva e TODO dom perfeito vem de Jesus (Tg 1.16,17). Tudo que não provém de Jesus, ainda que possa ser valioso e prazeroso aos olhos do mundo, certamente só nos trará problemas.

Logo, cuidado para não pedir ao indivíduo errado!!! Não pense que Jesus está longe de ti, ainda mais se tiveres um coração contrito (sentimento pungente de arrependimento por ter entristecido o coração do Eterno com os pecados) e quebrantado (que não se mantém duro, rígido, inteiro, ou seja, sem “sangrar” de dor por ver tantas vidas sofrendo por não conhecerem Jesus):

 

·       “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Salmos 51.17).

·       “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” (Isaías 57.15).

 

Outra coisa importante a ser observada é:

a quem estamos realmente orando?

·       “E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, *orava de si para si mesmo*: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.” (Lc 18.9-14).

 

Embora o fariseu, em sua mente, estivesse orando ao Eterno, note como o alvo da sua oração era ele mesmo (a oração saía dele e voltava para ele, quando o correto é que a oração brote em nós movida pelo Espírito Santo e alcance Jesus – Rm 8.14,26).

Observe como a oração deve ter como base aquilo que o Eterno quer fazer em nós e através de nós (e não aquilo que fazemos ou queremos fazer por Ele ou pelo próximo).

Observe também como é possível a ação de graças ser repulsiva ao Eterno. Embora o fato de não sermos ímpios seja um privilégio a ser agradecido ao Eterno, ainda assim jamais devemos confiar que somos quem somos por nossa própria bondade. Isto fatalmente nos fará desprezar os indivíduos, principalmente aqueles que não consideramos bons dentro dos nossos padrões (lembre-se de Jó (que se justificava a si mesmo, mais do que a Deus – Jó 32.2) e do profeta Jonas).

Apenas Jesus é quem é. Nós somos aquilo que Jesus nos capacita para ser, e isto a fim de que, através de nós, Ele possa capacitar outros a serem o que Ele quer que eles sejam.

Entenda: uma coisa é ser grato a Jesus por receber coisas que os faz maiores que os outros; outra é ser grato pela liberdade que Jesus nos dá de sermos livres de nós mesmos a fim de podermos servir mais eficazmente ao próximo.

Daí Jesus dizer: quem a si mesmo se exalta (ou seja, se enche de si mesmo), tenta se fazer grande diante de todos e, assim, acaba perdendo a possibilidade de ser vestido com os atos de justiça dos santos (Ap 19.8). Afinal, além da justiça do indivíduo ser mundana, tal justiça é separada daquilo que os outros à sua volta são. Não há uma ligação de amor e graça, mas tão somente uma mera aproximação de conveniência.

Por outro lado, quem se humilha (se esvazia de si mesmo), será exaltado dentro do coração do próximo e pela presença dele dentro do coração. Mesmo porque, para alguém encontrar lugar dentro do tempo de alguém, este tem que estar vazio de desejos e planos. Daí Jesus dizer:

 

·       “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;” (Mt 5.3).

 

Note como só tem o direito de tomar posse do reino dos céus (ou seja, do reinado que Jesus virá estabelecer neste mundo) quem tem um espírito pobre de sonhos e desejos. Inclusive, por aqui podemos ver que, embora Jesus seja o Rei, o reino pertence a cada um que crê (diferente de hoje, onde o país no qual vivemos não é nosso, nem para nós).

Mas afinal, que tipo de oração agrada ao Eterno?

·       “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6).

 

Note como as petições têm que ser conhecidas diante do Eterno. A princípio, isto pode parecer simples. Contudo, note o que o Eterno diz a Israel por meio de Malaquias:

 

·       “Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é mau? Ora *apresenta-o ao teu governador*; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos.” (Ml 1.8).

 

Considerando que o Eterno faz esta comparação, vale então pensarmos: quem tem acesso livre a um governador, rei, presidente da república (ou outra autoridade importante)? Só pessoas muito íntimas e que estejam inteiramente alinhadas com todos os interesses desta autoridade.

É por este motivo que o Eterno ordenou que fôssemos sujeitos às autoridades (Rm 13.1,2; Hb 13.17; 1Pe 2.18,19). Infelizmente, muitos não enxergam a finalidade da submissão, a saber: buscar a perfeita unidade na Verdade com aqueles que o Eterno coloca na nossa vida.

Com o Eterno não é diferente, como pode ser visto abaixo:

 

·       “E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mt 25.40).

 

Logo, nossa petição só poderá ser conhecida diante do Eterno se tivermos intimidade com Ele e completamente em sintonia com Sua vontade:

 

·       “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (1Jo 5.14).

·       “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” (Hb 4.16).

 

Como apenas Jesus preenche tal requisito (nem mesmo os anjos tem tal nível de intimidade com o Eterno – Jó 4.18), daí a necessidade de nascermos de novo da água e do espírito para podermos receber Jesus em nós e, com isto, vermos o Eterno e Seu reino (Jo 3.3).

Entenda: se nossa petição não for conhecida diante do Eterno (diretamente por Ele), ela não será considerada, já que não haverá ninguém para levar nossas petições até Ele, visto que Ele não trabalha com intermediários (1Tm 2.5).

Você pode questionar: “mas o Eterno é onipresente.”. Em termos divinos, sim. Contudo, só poderemos experimentar a presença do Eterno na nossa vida quando nossa alma estiver pronta para ser conduzida pelo Espírito Santo agindo em nosso espírito para onde Ele nos quer.

Você pode se perguntar: mas, o que haveria de impedir isto?

 

·       “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,” (Mateus 5.23).

·       “E nisto conhecemos que somos da verdade, e diante dele asseguraremos nossos corações; sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas. Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista.” (1João 3.19-22).

·       “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” (Rm 2.14,15).

 

Muitas vezes uma situação mal resolvida conosco mesmos ou com nosso próximo está limitando a ação do Eterno na nossa vida ou está nos deixando muito pesados e, deste modo, incapazes de sermos levados pelo vento do Espírito Santo (João 3.8).

Afinal, o único motivo para as guerras, contendas (Tg 4.1) e o excesso de desejos é porque ainda não nos conscientizamos acerca de quem somos e da nossa missão aqui. Por causa disto, não sabemos com o que alimentar nossa alma e espírito, o que nos leva a desejarmos muitas coisas e a passarmos por cima de todos que, de algum modo, nos atrapalhem na aquisição das mesmas.

Por aqui, agora, fica fácil respondermos à seguinte pergunta: para que serve, afinal, a oração?

Como saber se Ele está falando conosco?

Enfim, a oração, sendo nossa intimidade com o Eterno, deve ser feita no sentido de nos levar para mais perto Dele e daqueles que Ele deseja trazer para cear Sua santa ceia dentro de nós (Ap 3.20).

Talvez você já tenha se perguntado: como fazer para Jesus falar comigo? Na verdade, Ele sempre fala: nós é que não queremos entender o recado. Na maioria das vezes queremos tanto que as coisas sejam do nosso jeito que, quando algo sucede diferente do que esperávamos, achamos que Jesus não existe ou que Ele nos abandonou, não se interessa por nós. Todavia, cada acontecimento, seja pequeno ou grande, é uma parábola a nos mostrar Sua boa, agradável e perfeita vontade para nós (Rm 12.2).

Todavia, há duas considerações a serem feitas a este respeito:

 

1.     Muitas vezes Ele não fala porque não há mais nada a dizer. Afinal, Ele já nos mandou que permanecêssemos em algum lugar ou que seguíssemos uma determinada direção ou que fizéssemos uma determinada coisa e nos recusamos. Como podemos esperar que Ele nos guie, se estamos em meio às nossas tentações (ver Mt 6.13)?

2.     Muitas vezes Ele não fala porque bloqueamos o canal que Ele queria usar para nos abençoar.

 

·       “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.” (Mt 18.18,19).

 

Jesus foi claro:

 

·       “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.” (Mt 5.23,24).

 

Talvez você pense: que tem haver oração com oferta? Tudo! Além da oração ser uma oferta espiritual, muitos indivíduos perdiam o foco da verdadeira finalidade da oferta. Veja o caso de Davi após se arrepender de ter adulterado com Bate-Seba:

 

·       “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares.” (Sl 51.4).

 

Embora Ele tivesse pecado contra Bate-Seba, Urias e, indiretamente, até contra Israel (2Sm 12.14), na mente dele, seu pecado era apenas contra o Eterno. De igual modo, a grande dificuldade da Igreja é aceitar que Sua função aqui é mostrar o que o Espírito do Eterno, agindo no espírito do homem, é capaz de fazer na vida deste.

Milagres externos Ele já fez no Antigo Testamento e quando esteve aqui como homem e, como é bem sabido, os mesmos nunca foram capazes de transformar o interior de ninguém. Logo, cabe a nós não nos afastarmos (muito menos desejarmos vingança) dos que nos ofenderam, mas sim permanecermos junto a eles enquanto Jesus nos usa para transformar eles e nós.

Mesmo hoje, quantos indivíduos fazem distinção entre “trabalho secular” e “trabalhar para o Senhor Jesus” (como se amar ao Eterno e ao próximo fossem duas coisas distintas), sendo que na Escritura Sagrada não existe tal distinção! E não é mesmo para existir, uma vez que o princípio pelo qual o Eterno criou todos é que cada planta ou animal tivesse sua identidade bem definida e desse fruto segundo a sua espécie.

E, em Mateus 5.23,24, o que Jesus está ensinando é justamente que não há sentido em servir ao Eterno sem nos colocarmos a serviço do próximo: se vamos louvar, nossos hinos devem ser dirigidos ao próximo e com mensagens que deem ocasião para Jesus ministrar no coração dele; se vamos orar, nosso objetivo deve ser obter de Jesus o necessário para nos confirmarmos na vida do próximo por meio da Sua verdade (Tg 5.13).

Se fôssemos para servirmos a Jesus isoladamente, Ele levaria cada um que Nele cresse para uma ilha deserta e lhe daria um exemplar da Escritura Sagrada, de modo que pudessem ficar o tempo todo um com o outro sem interrupções.

Temos que entender que a vida com Cristo consiste em levarmos a Ele as cargas uns dos outros (Gl 6.2). Lembre-se que nossas petições devem ser conhecidas EM TUDO (e não apenas em parte – Fp 4.16) diante do Eterno.

Lembre-se das ordens dadas a Adão: lavrar e guardar o jardim do Éden (Gn 2.15), se alimentar livremente de toda árvore do jardim (com exceção da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal – Gn 2.16,17) e dar nome aos animais (Gn 2.19). Qual o motivo de tais ordens? Fazer com que Adão conhecesse TUDO: as plantas (através dos frutos – Mt 7.15-20), o terreno (através da aragem), os animais (identificando-os cuidadosamente) e as circunstâncias enviadas pelo Eterno (através da guarda, vigilância).

Em outras palavras, a oração só tem sentido quando temos intimidade com TUDO que o Eterno nos dá (indivíduos, recursos e circunstâncias). Só assim seremos capazes de expor tudo corretamente diante do Eterno. Logo, abrace também as adversidades, pois, além de elas serem o exercício espiritual do Eterno para nos fortalecer, elas são o meio para conduzir ao melhor do Eterno para nós.

Uma vez que ficou claro que, antes de algo melhorar, primeiro piora, que Jesus nos dê ânimo, força e amor para não desistirmos diante dos problemas que os indivíduos trazem até nós (ou, até mesmo, causam a nós). Afinal, oração não é para arrancarmos de Jesus o que queremos, mas sim para receber tudo que Ele já preparou para nós a fim de sermos mais que vencedores em tudo que estamos passando (Rm 8.37) e, assim, hábeis para consolar outros que estão vivendo nossa realidade (1Pe 5.8,9), com este mesmo consolo que recebemos (2Co 1.3-5).

O AMOR AO PRÓXIMO E NOSSAS ORAÇÕES

Para que fique mais claro a importância de amar o próximo nas nossas orações, compare, por exemplo, a interpretação de Jesus acerca do maior mandamento DA LEI e o que Paulo disse acerca de cumprir a lei:

 

·       “Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. *Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.*(Mt 22.37-40).

·       “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, *tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.* O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Rm 13.8-10).

 

Como explicar esta aparente divergência?

Quando pensamos de modo legalista, passamos a idolatrar a lei, como se ela fosse a solução para todos os problemas da sociedade. Como isto poderia ser possível, uma vez que somos tão frágeis, limitados e com tendência para o mal (Is 64.6)?

A preocupação do legalista é: “pode” ou “não pode” fazer? Ele não se preocupa com os indivíduos, mas tão somente em manter o sistema babilônico que rege este mundo e em defender seus direitos. Para o tal, servir ao Eterno e ao próximo são duas coisas distintas e tão somente regras a serem seguidas, serviços a serem executados.

Para quem, todavia, é movido pela graça de Cristo, o importante são os indivíduos e, principalmente, aquilo que Jesus quer fazer na vida deles. A preocupação deles é “devo” ou “não devo” fazer tal coisa? Será que isto é conveniente para edificar os que estão à minha volta?

Para os tais, o importante não é buscar ao Eterno a fim de agradar os deuses que elegeram sobre si para satisfazer os apetites da sua carne (Êxodo 20.3):

 

·       Porque qualquer homem da casa de Israel, e dos estrangeiros que peregrinam em Israel, que se alienar de mim, e levantar os seus ídolos no seu coração, e puser o tropeço da sua maldade diante do seu rosto, e vier ao profeta, para me consultar por meio dele, eu, o SENHOR, lhe responderei por mim mesmo.(Ez 14.7).

 

O importante é buscar ao Eterno a fim de que todo o coração deles encontre o que precise em Cristo Jesus na presença daqueles que Ele colocou junto a si (Sl 47.4).

Para ser mais claro: ou estamos buscando ao Eterno como amantes (pensando no bem que sobrevirá a nós), ou, como noivas, estamos buscando-O a fim de sermos realmente úteis àqueles que o Ele colocou na nossa vida e, deste modo, possamos conhecê-Lo melhor e sermos livres de fazermos qualquer mal.

Já pensaste em qual era a finalidade das ofertas do Antigo Testamento?

·       “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne,” (Hb 9.13).

Como você pode ver, os sacrifícios e ofertas tinham por finalidade purificar a lei levítica (purificação da carne), de modo que todo o povo de Israel pudesse ver que a mesma estava em validade e a cumprisse, de modo a serem separados dos demais povos para uso exclusivo do Eterno:

 

·       “Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o SENHOR meu Deus; para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, *que tenha deuses tão chegados como o SENHOR nosso Deus*, todas as vezes que o invocamos? E que nação há tão grande, *que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei* que hoje ponho perante vós?” (Dt 4.5-8).

 

E esta separação era para que todos os povos vissem o privilégio de ter intimidade com o Deus vivo e verdadeiro e de ser justo para com o próximo.

Logo, que sentido tinha ofertar algo ao Eterno estando magoado com alguém? Que Jesus trabalhe em nosso espírito a fim de que, ao invés de lutarmos pelos direitos a receber que a lei nos confere, lutemos pelos direitos que a graça nos dá de ofertarmos nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Ele em meio às afrontas e prejuízos que sofremos (Rm 12.1).

Afinal, não é um contrassenso querer agradar Jesus com ofertas, quando nos recusamos a fazer o que Ele nos pede? Como manter uma comunidade santa para o Eterno havendo divergência entre seus membros? Ainda que seja um “simples Acã” que esteja fora de sintonia com o resto da Igreja (Josué 7), isto é o suficiente para acabar com perfeita unidade que deve haver no corpo de Cristo (João 17.11,21-23) e, consequentemente, para fazer cada um enxergar o próximo como um inimigo a ser vencido a fim de que a concretização dos sonhos próprios possa ser concretizada.

É bom lembrar que cada um que crê em Jesus foi chamado para ser casa de oração, ou seja, um lugar vivo onde aqueles que desejam intimidade com Jesus possam se encontrar ou obter refúgio (Is 14.32).

Logo, que oração ou oferta pode fazer sentido diante de inimizade? Afinal, o Eterno não precisa das nossas ofertas. Ao contrário do que se dá no reino dos homens (onde impostos caríssimos são cobrados), o Reino do Eterno, consiste em Ele ofertando para nós aquilo que precisamos para conhecê-Lo e glorificar Seu nome.

Note como, quando Jesus esteve aqui, Sua mensagem foi:

 

·       “E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus.” (Lucas 10.9)

 

Ora, se o Reino do Eterno chegou com Jesus, logo todo aquele sistema religioso existente em Israel não era Reino do Eterno.

Isto nos leva a concluir que o Reino do Eterno não consiste de formalismo religioso (regras a serem seguidas e obras a serem feitas), mas em Jesus operando na vida dos irmãos através da nossa comunhão com Ele (em oração).

Para ilustrar isto, veja o que Pedro diz acerca da relação entre oração e casamento:

 

·       “Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.” (1Pe 3.7).

 

Note como a oração é anulada quando o casal não vai bem.

E isto não é tudo! Veja o que Isaías dizer:

 

·       “Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” (Is 1.15-18).

 

Perceba como o Eterno nem suporta olhar para nós quando nossas atitudes (e, principalmente, nossas motivações) são más.

E não é para menos! Com ódio no coração, iremos cometer o mesmo erro que os adoradores da besta: tentar violentar o Cordeiro do Eterno, de modo a tentar enchê-Lo de ira contra aqueles que achamos ser alvo do juízo divino (Ap 6.16,17).

Sei que esta ideia parece estranha, mas a verdade é que os seguidores da besta estarão adorando-a como se ela fosse o Cristo. E se estivermos orando repleto de violência contra o próximo, estaremos cometendo o mesmo erro que eles, bem como dos crentes diluvianos (Gn 6.13), dos crentes de Sodoma e Gomorra (Gn 18.20,21) e, inclusive, o mesmo erro de Pedro:

 

·       “E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” (Mt 16.22,23).

 

O anticristo é conhecido por falar das coisas do mundo (1João 4.4,5) e, quem ora a Cristo com vista apenas às coisas deste mundo, acaba se tornando tão miserável quanto este (1Co 15.19) e, fatalmente, irá querer converter Jesus à sua própria imagem e semelhança.

Todavia, se queremos nossas necessidades supridas (Mt 6.25-33), temos que dar ocasião para que o Reino do Eterno consiga repousar em nós. E isto só acontecerá quando todo espírito de acusação na nossa vida for expulso (Ap 12.10) e passarmos enxergar as afrontas das pessoas contra nós, não como um estorvo, mas como uma oportunidade a mais que Jesus está nos dando para O conhecermos melhor.

Por fim, vamos pensar:

SERÁ QUE DEVEMOS PEDIR ALGO A JESUS EM NOSSAS ORAÇÕES?

·       “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6).

 

Note como nossas petições devem ser conhecidas EM TUDO diante do Eterno. Vem a questão: pedir a quem? De quem devemos buscar? Na porta de quem devemos bater?

A princípio esta resposta pode parecer óbvia. Contudo, pense: se é para pedirmos ao Eterno, então nossa petição já está conhecida diante dele, o que faz de Filipenses 4.6 um trecho irrelevante.

Além disto, pense em Ap 7.9:

 

·       “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;” (Ap 7.9).

 

Note como estes redimidos não precisarão pedir. Vem a questão: se é para pedirmos algo a Jesus, então por que nós precisamos pedir e eles não? Se o Eterno sabe o que precisamos, então por que pedir (Sl 139.4; Mt 6.32)?

Analise os trechos relacionados a pedir na Escritura Sagrada:

 

·        “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” (Mt 7.1,7);

·        “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, dizendo: havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.” (Lucas 18.1-3).

·        “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tg 4.1-3).

·        “Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister. E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;” (Lc 11.5-9).

 

Perceba como as vezes que a Escritura Sagrada nos ensina a pedir, não está se referindo às nossas necessidades (veja Mt 6.31,32), muito menos a nossos desejos. Antes, tem a ver com os indivíduos que o Eterno coloca na nossa vida.

Ou seja, a Escritura Sagrada não está nos ensinando a pedir algo a Jesus. Antes, está nos instruindo acerca do modo como devemos nos dirigir aos indivíduos quando formos a eles para pedir alguma coisa. Nossos pedidos devem ser conhecidos diante do Eterno, ou seja, sempre devemos pedir no sentido de despertar nos indivíduos a bondade de Cristo, a saber, o desejo de fazer algo bom.

 

 

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