ORAÇÃO: POR QUE MUITAS VEZES NÃO
ESCUTAMOS A RESPOSTA DO ETERNO?
Muito se fala a respeito de fé. Mas a questão é:
até que ponto realmente a consideramos um elemento importante na nossa
caminhada diária? Estamos sempre sendo movidos de fé ao longo do dia, ou só
lembramos desta palavra quando queremos que algo aconteça “na marra”, do jeito
que achamos que deve acontecer?
Para se ter uma ideia da importância da fé, veja
o que diz o escritor de Hebreus:
·
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe;
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e
que é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11.6).
Além disto, a Escritura Sagrada assim promete
acerca da oração:
·
“Está alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração
da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido
pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e
orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito
em seus efeitos.” (Tg 5.14-16).
·
“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em
verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi
feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te
no mar, assim será feito; e, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o
recebereis.” (Mt 21.21,22).
·
“Por isso vos digo que todas as coisas que
pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis.” (Mc 11.24).
Note como a oração da fé é poderosa. Ora, se
existe a oração da fé, o mais lógico de pensar é que também existe a oração da
incredulidade.
Vem a
questão: temos orado com fé ou com incredulidade? Ou, perguntando de outro
modo: estamos nos aproximando de Jesus em plena certeza de fé ou certos de que
Ele não está nem um pouco interessado em nos ouvir e ajudar?
É claro que, em primeira instância, somos levados
a pensar que nossa oração é provida de fé. Contudo, se isto é verdade, então
por que muitas vezes não recebemos o que pedimos?
Ainda mais considerando o que Jesus disse:
·
“Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual de entre vós é o homem que,
pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará
uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos
filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe
pedirem?” (Mt 7.7-11).
Muitas vezes nos desculpamos que ainda não chegou
o tempo do Eterno agir. Ora, por que Ele haveria de
adiar algo que realmente necessitamos? Acaso Seu amor por nós amanhã estará
maior do que hoje?
Fica então a pergunta: por que muitas das nossas
orações não são respondidas?
Vejamos o que Paulo diz:
·
“Não estejais inquietos por coisa alguma;
antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela
oração e súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6).
Note como nossas petições devem ser conhecidas EM
TUDO (e não apenas
em parte)
diante do Eterno, e isto por meio de três coisas:
1. Oração: diálogo. Quando você pede algo para alguém, de
um modo geral, você não chega já pedido e, muito menos, fica pedindo isto
repetidamente, já que isto, além de ser desgastante para ambas as partes, pode
gerar inimizade e até acabar em tragédia.
É bem verdade que existe a parábola do Juiz
Iníquo:
·
“E contou-lhes também uma parábola sobre o
dever de orar sempre, e nunca desfalecer,” (Lc 18.1).
Contudo, quando você comparece a um juiz, você
não fica sempre falando a mesma coisa. Embora a mensagem seja a mesma, você vai
apresentando novos argumentos que corroborem a tua causa (para reforçar teus argumentos).
Mas sobretudo, sendo alguém honesto e bom, você
não quer simplesmente arruinar o adversário. Você quer justiça, ou seja,
descobrir o que realmente está se passando com ele e, na medida do possível,
buscar no Juiz dos juízes, a justiça do Reino do Eterno que lhe permitirá
experimentar uma renovação total de vida.
A oração, semelhantemente, é um momento de
intimidade com nosso Noivo (Jesus) a fim de podermos conhecer Seu plano para nós em meio ao que
estamos vivendo, bem como receber Dele Seus recursos espirituais para
manifestar Sua glória, de modo que todos possam ver quem Ele realmente é.
A oração não é para tentar ensinar Jesus e convencê-Lo
a agir do nosso jeito. Isto é orar com incredulidade. E o pior é que é assim
que muitas vezes vamos ao Eterno: na certeza de que Ele não nos ama, está
distante e nem um pouco se interessa pelo que estamos passando, sendo, por
isto, necessário algum sacrifício para convencê-Lo (daí os jejuns, campanhas, votos, etc.).
Ora, o Deus que foi capaz de dar Seu único filho
para nos salvar de nós mesmos, como não nos dará (por meio de Jesus) todas as coisas que realmente precisamos (Romanos 8.31,32)?
·
“Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que
comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? ( Porque todas estas coisas os gentios procuram ). De certo vosso
Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai
primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.” (Mt 6.31-33).
·
“Não havendo ainda palavra alguma na minha
língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces.” (Salmos
139.4).
Afinal,
em que Deus de fato estamos crendo? Quem realmente é Ele? Se Jesus é realmente
quem diz ser, então por que não cremos naquilo que Ele prometeu?
Muitas
vezes oramos a Jesus como se Ele não fosse onisciente e onipresente, como se
Ele não soubesse quem somos ou do que realmente precisamos. Mais ainda: como se
ele fosse um Noivo qualquer que precisasse ser seduzido e conquistado pela sua
noiva.
Todas
as vezes que oramos deste jeito, estamos orando com incredulidade.
Infelizmente, não estamos confiando no amor e sabedoria de Jesus. Oramos a Ele
como se Ele precisasse se arrepender de ser tão insensível ao sofrimento humano
e se converter do Seu mau caminho de ver tanta corrupção, injustiça e
calamidade acontecendo e não fazer nada. Não é de hoje que o ser humano culpa
ao Eterno por tudo de ruim que acontece.
·
“Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é
direito. Ouvi agora, ó casa de Israel: Porventura não é o meu caminho direito?
Não são os vossos caminhos tortuosos?” (Ez 18.25).
·
“Contudo, diz a casa de Israel: O caminho
do Senhor não é direito. Porventura não são direitos os meus caminhos, ó casa
de Israel? E não são tortuosos os vossos caminhos?” (Ez 18.29).
·
“Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e
ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal
passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada, ou, onde está
o Deus do juízo?” (Ml 2.17).
·
“As vossas palavras foram agressivas para
mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito:
Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus
preceitos, e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? Ora, pois, nós
reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são
edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.” (Ml
3.13-15).
Aliás,
isto começou lá no Éden:
·
“Então disse Adão: A mulher que me deste
por companheira, ela me deu da árvore, e comi.” (Gn 3.12).
Note
que, ocultamente, Adão culpou ao Eterno por ter lhe dado uma esposa. Noé,
inclusive, recebeu este nome porque Lameque
considerava o Eterno como o culpado da maldição a que a terra foi submetida por
culpa de Adão (Gn 3.17).
·
“E viveu Lameque
cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho, a quem chamou Noé, dizendo: Este
nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da
terra que o SENHOR amaldiçoou.” (Gn 5.28,29).
Vem
então a questão: e nossa oração? Tem sido realmente agradável ao Eterno, ou tem
sido um tormento? Veja o caso dos israelitas do tempo de Isaías:
·
“Por
isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda
que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos
estão cheias de sangue.” (Is 1.17).
Ele
tem tido prazer em nossa companhia, em nos ouvir, ou nossa oração tem sido uma
ofensa a Ele?
·
“O que desvia os seus ouvidos de ouvir a
lei, até a sua oração será abominável.” (Pv 28.9).
Mesmo
que não digamos explicitamente palavras ofensivas a Jesus (tal como vimos acima), muitas vezes nossa
oração revela a mágoa que temos Dele.
Você
pode estar se perguntando: mas como? Eu não estou magoado com Jesus!
Pensemos
no caso de Marta e Maria:
·
“Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu
estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.” (Jo 11.21).
·
“Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus
estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu
estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.” (Jo 11.32).
Analise
com calma e você verá que, no fundo, elas estavam chateadas porque Jesus não
foi ter com eles imediatamente após ouvir que Lázaro estava doente (Jo
11.6).
E
elas não foram as primeiras a ficarem magoadas com o Eterno. Asafe também ficou (medite no Salmo 73). Isaías, por alguns
instantes, começou a achar que servir ao Eterno era algo inútil:
·
“Porém eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças;
todavia o meu direito está perante o SENHOR, e o meu galardão perante o meu
Deus.” (Isaías 49.4).
Habacuque,
num dado momento de sua vida, ficou, no mínimo, perplexo com os acontecimentos
à volta Dele:
·
“Até
quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e
não salvarás? Por que razão me mostras a iniqüidade,
e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de
mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa a lei
se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça
se manifesta distorcida.” (Hc 1.2-4).
Ele
ficava por entender porque Ele clamava ao Eterno e nada mudava. Note como ele
estava acreditando que o Eterno é insensível ou cabeça dura. Muitas vezes,
lamentavelmente, estamos nos portando pior que Ha-Satan:
enquanto ele quis ser igual ao Eterno (Isaías 14.12-14), nós, muitas vezes, estamos nos achando
melhores do que Ele e no direito, não só de ensinar-Lhe acerca do que fazer,
mas até de cobrar e exigir isto Dele.
Jeremias
também questionou:
·
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi,
e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu
nome sou chamado, ó SENHOR Deus dos Exércitos. Nunca me assentei na assembléia dos zombadores, nem me regozijei; por causa da
tua mão me assentei solitário; pois me encheste de indignação. Por que ddura a minha dor continuamente, e a minha ferida me dói, e
já não admite cura? Serias tu para mim como coisa mentirosa e como águas
inconstantes? Portanto assim diz o SENHOR: Se tu voltares, então te trarei, e
estarás diante de mim; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha
boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.” (Jr 15.16-19).
Não
só isto! Na época de Malaquias, muitos também questionavam:
·
“As vossas palavras foram agressivas para
mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito:
Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus
preceitos, e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? Ora, pois, nós
reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são
edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.” (Ml
3.13-15).
Veja
o caso de Ezequias:
·
“Naqueles dias Ezequias adoeceu de uma
enfermidade mortal; e veio a ele o profeta Isaías, filho de Amós, e lhe disse:
Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás.
Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e orou ao SENHOR. E disse: Ah!
SENHOR, peço-te, lembra-te agora, de que andei diante de ti em verdade, e com
coração perfeito, e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias
muitíssimo.” (Is 38.1-3).
Ele
não achava justo morrer naquele momento. Contudo, se ele tivesse confiado na
sabedoria do Eterno e obedecido, fecharia sua vida com chave de ouro. Todavia,
nos quinze anos que lhe foi acrescentado, ele só fez bobagem (entre elas, gerou Manassés, que foi o pior rei que todo o Israel e Judá teve,
o qual foi o responsável pela ida de Judá ao cativeiro – 2Rs 24.3).
E
nós, quando oramos a Jesus, estamos realmente interessados em entender e
aceitar de coração Sua vontade para nossas vidas e a receber Dele tudo que é
necessário para glorificarmos Seu nome, independente
da situação que é trazida a nós (ver Jr 2.2)? Ou estamos, no fundo, indo em busca de um método eficaz
para colocá-Lo sob nosso controle e obrigá-Lo a fazer o que achamos bom,
correto, justo? Nossas orações são de louvor e gratidão a Jesus, ou uma
acusação disfarçada (por exemplo, de abandonar Seus filhos, de não fazer nem bem,
nem mal (Sofonias 1.12))?
Que
jamais nos fechemos para a ação do Espírito Santo; antes, permitamos que Ele
use nosso espírito para nos ensinar a orar como convém (Rm
8.26):
·
“E da mesma maneira também o Espírito ajuda
as nossas fraquezas; *porque não sabemos o que havemos de pedir como convém*,
mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8.26).
Note
que não existe exceção: ninguém sabe orar como convém. Isto significa que este
versículo responde a famosa pergunta que todos nós fazemos: “Ah! Por que será
que o Eterno não atende as minhas orações?”. Agora você já sabe: uma vez que
nenhum de nós sabe orar corretamente, como podemos esperar que o Eterno atenda
pedidos maus, mesquinhos, impuros, imperfeitos, etc.?
Na
verdade, nossa surpresa deveria acontecer quando o Eterno ouvisse a oração de
alguém, tal como se vê abaixo:
·
“Então Josué falou ao SENHOR, no dia em que
o SENHOR deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos
israelitas: Sol, detém-te em Gibeom, e tu, lua, no
vale de Ajalom. E o sol se deteve, e a lua parou, até
que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se
apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. *E não houve dia semelhante a este,
nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem*; porque o
SENHOR pelejava por Israel.” (Js 10.12-14).
EXEMPLOS DE ORAÇÃO DE INCREDULIDADE
Para
exemplificar orações de incredulidade que fazemos, imaginemos quatro situações:
Primeiro: alguém está com
problemas financeiros. Normalmente, tal indivíduo irá orar a Jesus pedindo-Lhe
dinheiro (mamom – ver Mt 6.24) para pagar as contas.
Aparentemente
parece algo normal. Contudo, já parou para pensar como o Eterno sustenta toda a
sua criação (animais e plantas) sem precisar de escola e dinheiro? Cada um nasce
sabendo o que precisa para cumprir seu papel aqui na terra e recebe o
necessário para isto.
E
não pense que é só para com animais e plantas que o Eterno assim faz. Ele
também promete isto a todos quantos creem Nele:
·
“De sorte que, meus amados, assim como
sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha
ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus
é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade.” (Fp 2.12,13).
E
podemos ver um exemplo disto no Testamento da Lei, quando toda a nação de
Israel, ao sair do Egito, (composta de mais de seiscentas mil pessoas, sem contar mulheres
e crianças)
foi sustentada pelo Eterno durante 40 anos no deserto sem precisar de dinheiro.
Sem
contar que Jesus prometeu:
·
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a
sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33).
E
Paulo confirmou esta promessa:
·
“O meu Deus, segundo as suas riquezas,
suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Fp 4.19).
Logo,
orar pedindo a Jesus bens materiais implica em não crer Nele e,
consequentemente, está a chamá-Lo de mentiroso:
·
“Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem
o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no
testemunho que Deus de seu Filho deu.” (1João
5.10).
Ainda
mais considerando que a bênção vem e segue quem ouve a voz de Jesus:
·
“E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu
Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno,
o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.” (Dt 28.1,2).
Logo,
a oração da fé implica em buscar em Jesus ter um coração preparado para ouvir Sua
voz e ser capaz de receber dentro de si a Palavra que Ele quer enxertar (Tg
1.21), a
qual é poderosa para nos capacitar a buscar Seu reino e justiça. Afinal, sendo
tudo isto verdade na nossa vida, bem nenhum nos faltará (Sl
34.10).
Segundo: suponha que alguém
pretenda sair para ir a algum lugar. Como, normalmente, tal indivíduo ora a
Jesus? Para que Ele o livre de todo e qualquer tipo de problema. Você já pensou
se Jesus atendesse este tipo de oração de cada um que diz crer Nele Não haveria
alegria no céu:
·
“Digo-vos que assim haverá alegria no céu
por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não
necessitam de arrependimento.” (Lc 15.7).
Afinal,
como os bandidos, prostitutas, etc. iriam se arrepender e converter sem
experimentarem a bondade do Eterno em suas vidas (Rm 2.4) através de um dos Seus
servos (Rm 10.14,15)?
Eu,
melhor que ninguém, sei o quanto um problema é algo desagradável e doloroso.
Contudo, se de fato cremos que onde o pecado abunda, a graça superabunda (Rm
5.20), e
que, quanto mais temos que perdoar alguém para conservar o relacionamento, mais
depois será a experiência de amor que vivenciaremos em Cristo através deste
indivíduo (Lc 7.47), nós certamente nos tornaríamos caçadores de
problemas. Afinal, quanto mais difícil o problema, maior a vitória e maior a
glória e recompensa com ele vinda (ver Rm 9.24-27).
E
a propósito: não podemos esquecer que só há promessa para vencedores na
Escritura Sagrada (Ap 2.7,11,17,26; 3.5,12,21). Como, porém, vencer e
ser aprovado sem prova, luta (2Tm 2.15)?
Logo,
nossa oração deveria ser no sentido de nos achegarmos, pois, com confiança ao
trono da graça para que possamos alcançar misericórdia, acharmos graça, a fim
de sermos ajudados no tempo oportuno (Hb 4.16), em prol de consolarmos
nossos inimigos que foram parar no vale da sombra da morte (Sl
23.4,5; Is 9.1,2; Mt
4.15,16).
Afinal, lembre-se que nada nos faltará porque o Eterno irá prover o banquete
que necessitamos na presença deles em meio a este vale no qual eles escolheram
habitar.
Que
sempre amanheçamos plenamente capazes de consolar os inimigos (Mt
5.44,45)
que estiverem em alguma tribulação, com a mesma consolação com que recebemos do
Eterno (2Co 1.4). Que Jesus nos encha
sempre de ânimo, de modo que jamais desistamos de lutar por aqueles que Jesus
colocou no nosso caminho, até que seja eliminado tudo o que lhes impede de
ouvir Sua voz e se deixarem usar por Ele.
Terceiro: e quando alguém depende
da decisão de outrem para conseguir algo? A tendência deste indivíduo é orar
para que Jesus o mude a seu favor. Contudo, o que diz a Escritura Sagrada?
·
“Sendo os caminhos do homem agradáveis ao
SENHOR, até a seus inimigos faz que tenham paz com ele” (Pv 16.7).
Em
outras palavras, o motivo pelo qual muitos não estão nos apoiando é porque
aquilo que estamos fazendo não está sendo agradável aos olhos do Eterno. Do
contrário, como nenhum dos planos do Eterno podem ser frustrados (Jó 42.2) (visto que, quando Ele age, ninguém
é capaz de impedir (Is 43.13)), logo, ao invés de
sairmos por aí buscando mudar tudo e todos e até querendo forçar Jesus a nos
ajudar nesta empreitada, o mais sensato é orarmos a Ele a fim de tomarmos
conhecimento da Sua vontade e, então, a ela nos submetermos.
Ainda
mais considerando que Sua vontade, além de soberana, é boa, perfeita e
agradável (Romanos 12.2), além de operar em nós
Sua salvação (Filipenses 2.12,13).
Enfim,
quem crê de verdade, expõe a Jesus a situação na qual está vivendo e busca Nele
ouvir Sua vontade e receber Dele o poder de ser feito Seu filho (João 1.12), o qual irá capacitá-lo
com tudo para glorificá-Lo diante de principados e potestades (Efésios 3.10) em meio a tudo que está
vivendo (ver Rm 8.31,32).
Assim,
que todos nós busquemos, em Jesus, Seu caminho em meio à tormenta e à
tempestade (Na 1.3), bem como Seu escape em meio às tentações da vida (1Co 10.13).
E
no mais, se alguma mudança é para acontecer aonde estamos, saiba disso: nenhuma
mudança há de acontecer na nossa vida que, antes de tudo, não comece
transformando nosso interior:
·
“Os aflitos e necessitados buscam águas, e
não há, e a sua língua se seca de sede; eu o SENHOR os ouvirei, eu, o Deus de
Israel não os desampararei. Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio dos
vales; tornarei o deserto em lagos de águas, e a terra seca em mananciais de
água.” (Is 41.17,18).
·
“E no último dia, o grande dia da festa,
Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.
Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu
ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem;
porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido
glorificado.” (João 7.37-39).
Note
que o Eterno não simplesmente aplaca a sede do sedento; antes, faz dele um fonte a fartar lugares desertos.
·
“Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação
do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.” (2Co 4.6).
Ao
invés do Eterno tirar das trevas, note que Ele faz Sua luz brilhar em nós (ver Is
60.1) a
fim de que possamos ser luz no meio deste mundo tenebroso (Mt
5.14-16).
Resumindo:
para que o lugar ou a situação na qual estamos mude, antes de tudo, devemos
permitir que esta mudança aconteça em nós e flua através de nós.
Quarto: suponha que alguém está
doente. A tendência natural é pedir a Jesus para ser curado. Contudo, a
Escritura Sagrada é clara:
·
“Verdadeiramente ele tomou sobre si as
nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por
aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas
transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades;
o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados.” (Is 53.4-5).
Muitos
dizem que esta promessa é apenas para o futuro. Contudo, já pensou se isto
fosse verdade? Continuaríamos à mercê do sistema de saúde, tal como qualquer
ímpio, o que é algo extremamente dispendioso e complicado. Além disto, a
Escritura Sagrada diz que “Ele tomou sobre si nossas enfermidades” (passado).
Sei
que parece bom demais para ser verdade, mas temos que crer no que diz o Salmo
46.1:
·
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza,
socorro bem presente na angústia.” (Sl 46.1).
Note
como o socorro do Eterno não é futuro, mas bem presente. Afinal:
·
“Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas
coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens
aos que lhe pedirem?” (Mt 7.11).
Que
pai, tendo um filho e vendo-o sofrer, vai ficar parado sem fazer nada (estando em suas mãos a
capacidade de resolver o problema naquele exato momento)? Quão dirá o Eterno:
·
“Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniqüidade, e que passa por cima da rebelião do restante da
sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na sua
benignidade.” (Mq 7.18)
·
“Não é Efraim para mim um filho precioso,
criança das minhas delícias? Porque depois que falo contra ele, ainda me lembro
dele solicitamente; por isso se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me
compadecerei dele, diz o SENHOR.” (Jeremias 31.20).
Logo,
se a bênção não chega a nós, há algo que está impedindo que ela chegue.
Entenda:
ainda que o Eterno permita certas situações para nos provar, disciplinar,
corrigir, ensinar, ainda assim o problema não é para se apossar de nós e nos
manter escravos dele para sempre.
Além
disso, está escrito:
·
“E morador nenhum dirá: Enfermo estou;
porque o povo que habitar nela será absolvido da iniqüidade.”
(Isaías 33.24)
Note
como enfermidade e iniquidade estão intimamente ligados. Inclusive, mesmo que a
promessa de Isaías 53.4,5 fosse apenas espiritual (ou seja, curar nosso interior), obviamente, como
consequência, teríamos a cura física também, visto que a enfermidade espiritual
implica na enfermidade da carne.
Enfim,
se realmente cremos em Jesus, temos que crer no que Ele prometeu. Do contrário,
que sentido tem nossa fé? Seremos como qualquer outro cidadão do mundo que vive
tão somente para se manter vivo, ter um pouco de prazer, sofrer as
consequências dos pecados dos outros, ver impotente o mal se espalhando sem
poder fazer nada e o pior: estar condenado a fazer os outros sofrerem por causa
dos próprios pecados e a colher este mal de volta (Gl 6.7-9).
Creia:
Jesus não é homem para mentir, nem filho do homem para se arrepender (Nm
23.19) e
nada que se acha na Escritura Sagrada falha (Js 23.14; 1Rs 8.56). Logo, ao invés de
aceitarmos passivamente qualquer debilidade na nossa vida minguando nossas forças
e nos atrapalhando de sermos mais úteis ao próximo, que a esperança de Cristo
na nossa vida sirva como âncora para conservar nossa alma fincada em Cristo e em
tudo que Ele tem para nós (Hb 4.16; 6.18,19).
Não
nos conformemos com menos do que Cristo prometeu para nós. Se recusar a tomar
posse de algo que Ele conquistou para nós é considerado por Ele uma ofensa:
Afinal,
se Cristo nos concede algum dom, talento, etc., é porque isto é necessário para
cumprirmos Seu papel em nós neste mundo. Logo, não se trata de um direito a ser
exercido, mas um dever.
Uma
vez que ficou claro o que é a oração da incredulidade, o próximo passo é
descobrir o que vem a ser súplica:
SÚPLICA
De
acordo com o dicionário, súplica
é pedido insistente e humilde, frequentemente desesperado. Súplica é
desespero verdadeiro. Não é um desespero falso, como de alguém que está
fingindo que está desesperado para fazer chantagem sentimental, nem o desespero
de alguém que está fazendo “tempestade em copo d’água”.
O
primeiro ponto a observar é a humildade. Muitos entendem mal a Parábola do Juiz
Iníquo:
·
“E contou-lhes também uma parábola *sobre
o dever de orar sempre, e nunca desfalecer*, dizendo: Havia numa cidade um
certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela
mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça
contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse
consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta
viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, *para que enfim não volte, e me
importune muito*.” (Lc 18.1-5).
É
bem verdade que devemos perseverar na oração. Todavia, pense: exatamente o que
levou o juiz a atender a viúva? O que ele temia que ela fizesse? Com certeza
não é a mera insistência dela, já que ele, não temendo a nenhum deus ou ser
humano, poderia muito bem mandar matar aquela mulher e acabar com a
importunação.
Aliás,
ele poderia com facilidade manter aquela viúva longe dele. Vem a questão: o que
levava aquele juiz a ficar recebendo aquela viúva importuna? E por que ele não
a quis ouvir por algum tempo?
Eu
só consigo encontrar uma explicação para isto. A causa da viúva era justa, ela
realmente se importava com esta causa, sabia que apenas aquele juiz poderia
resolver seu problema e ela não queria simplesmente ver a causa atendida: ela
queria, através da humildade, atingir os corações de todos, de modo que o maior
número de indivíduos (incluindo o juiz) pudessem sentir, dentro deles, a importância
desta causa e, então decidissem fazer da mesma a causa deles também.
Vem
a questão: que causa estamos levando a Jesus em oração? Os nossos desejos
mesquinhos ou que o reino e justiça Dele (Mt
6.33) possam
encontrar lugar no coração de cada um que nos cerca dentro de nós? Esta causa é
realmente importante e até vital, a ponto de sermos capazes de perseverar nela
até que milhares de corações sejam tocados, ou tudo que queremos é a satisfação
do nosso ego?
Quando
alguém pede algo extremamente vital e está plenamente convicto de que só há um
indivíduo que pode resolver seu problema, ele entrega toda sua vida a esta
causa até ver a mesma atendida, não apenas para ter um capricho seu atendido ou
para fazer um nome para si, mas por reconhecer que não existe outra solução.
Vem
a questão: aquilo pelo que estamos orando realmente merece a atenção de todos?
Aliás, isto merece nossa atenção? Aquilo que estamos buscando apenas Jesus pode
resolver, ou é algo que podemos, com nossos esforços, conseguir através dos
recursos deste mundo?
Para
sabermos se nossa causa é justa, basta pensar que a verdadeira riqueza do
Eterno para os que O amam vai bem além deste mundo limitado: é coisa que olho
não pode ver, ouvido não pode ouvir e vai bem além de tudo que nossa mente pode
imaginar ou compreender (1Co 2.9; Ef 3.20). O que realmente é bom,
perfeito e agradável (Rm 12.2) apenas Jesus pode fazer,
e isto quando os corações à nossa volta estiverem preparados para receber.
Entendido
o que significa “oração” e “súplica”, falta descobrirmos o que é “ações de
graças”:
AÇÕES DE GRAÇAS
·
“Não andeis ansiosos por coisa alguma;
antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e
súplica com ações de graças;” (Fp 4.6 – AR 1967).
Note
como nossas orações devem ser acompanhadas por atitudes que expressam nossa
gratidão para com Cristo, o que implica em ações que deem lugar para que a Sua
graça opere em nós e através de nós.
Vem
então a pergunta: quando vamos a Jesus, vamos a Ele movidos por gratidão e pelo
prazer de vê-Lo desenvolver Sua salvação em nós com temor e tremor (Fp
2.12),
ou vamos murmurando e lamentando a nossa sorte?
Temos
prazer em Jesus (Sl 37.4) e somos gratos a Ele pelo
privilégio que Ele nos deu de sermos usados por Ele onde o pecado abundou (no vale da sombra da morte, na
presença dos inimigos do Eterno – Sl 23.4,5)? Para nós é uma alegria
e satisfação podermos ver Sua graça superabundar (Rm 5.20) e Seu amor crescer em
nós (Lc 7.47) onde o pecado abunda, ou nossa única preocupação
é ficar livre de todo desconforto para melhor curtir os prazeres da carne?
Queremos
encher o filme da nossa vida com ações (testemunhos) de Cristo transformando corações e realidades
através de nós? Queremos o filme da nossa vida repleto
de momentos de fé, esperança, verdade e vitórias sobre o pecado, Ha-Satan e o mundo?
Lembre-se
que só há promessas na Escritura Sagrada para vencedores (ver Romanos 9.24-27; Ap 2.7,11,17,26; 3.5,12,21) e que temos que nos
apresentar ao Eterno aprovados (2Tm 2.15). Logo é necessário provas em meio às quais possamos sofrer a
sã doutrina (2Tm 4.3,4). E quanto mais fortes e intensas são as provas, maior é nossa
coroa de glória (1Ts 2.19).
Resumindo:
acolhemos as lutas e provações com gratidão, visto que as mesmas são uma
oportunidade a mais para crescermos em fé, amor, graça, virtude, verdade, e
testemunho de Cristo, ou estamos buscando em Cristo apenas saciar o nosso
ventre:
·
“Porque muitos há, dos quais muitas vezes
vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo
fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles,
que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde
também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,” (Filipenses 3.18-20).
A ESPERANÇA
Creio
que com tudo isto é possível saber como fazer a oração ideal. Contudo, um dos
erros daqueles que estudam sobre oração ou fé é fazer estudos separados sobre
estes dois temas, já que os dois estão interligados, como já foi visto.
Mas
pior que isto: esquecem de estudar um elemento imprescindível, o qual une a fé
com a oração: a esperança. Muitos acham que sua oração não surtiu efeito e, por
isto, recorrem a outros para orarem por eles, como se a oração deles fosse mais
poderosa ou eles fossem mais queridos por Jesus.
Errado!
O Eterno não faz acepção de pessoas (Dt 10.17; 2Cr 19.7; At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; 1Pe
1.17). O
problema é que, na maioria das vezes, não sabemos o que esperar das nossas
orações (ou estamos
esperando a coisa errada). Vem a questão: que tipo de resposta devemos esperar das
nossas orações?
Comecemos,
então, analisando a figura de linguagem do amigo importuno:
·
“Disse-lhes também: Qual de vós terá um
amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três
pães, pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho
que apresentar-lhe; se ele, respondendo de dentro, disser: não me importunes;
já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso
levantar-me para tos dar; digo-vos que, ainda que não
se levante a dar-lhos, por ser seu amigo,
levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que
houver mister.” (Lucas 11.5-8).
Pelo
contexto, dá a entender que, assim como nós devemos importunar o nosso amigo
que está dormindo, também devemos “importunar” Jesus. Vem então a pergunta: o
que poderia importunar Jesus? Seria ficar falando a mesma coisa no ouvido Dele? Com certeza não!
·
“E, orando, não useis de vãs repetições,
como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos
assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes
de vós lho pedirdes.” (Mt 6.7,8).
Inclusive,
por aqui podemos ver que perseverar em oração não é ficar sempre pedindo a
mesma coisa (isto é condenado!). Além disto, não pense que tua oração são apenas
meras palavras transportadas pelo ar.
Pode
estar certo de que tuas orações sempre são ouvidas e registradas, e tuas lágrimas,
guardadas:
·
“Tu contas as minhas vagueações; põe as
minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?” (Sl 56.8)
·
“E a fumaça do incenso subiu com as orações
dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus.” (Ap 8.4)
E
no momento certo estas orações produzirão o seu devido efeito:
·
“E o anjo tomou o incensário, e o encheu do
fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e
relâmpagos e terremotos.” (Ap 8.5).
Até
aquilo que conversamos de Jesus com os indivíduos está registrado:
·
“Então aqueles que temeram ao SENHOR
falaram freqüentemente um ao outro; e o SENHOR
atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o
SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome.” (Ml
3.16).
Logo,
não há sentido repetições. Vem a questão: o que é importunação e qual o tipo de
importunação que toca o coração de Jesus?
Antes
de tudo, importunação é insistir em algo que não é oportuno. Para entendermos
melhor isto, voltemos à parábola do juiz iníquo:
·
“E contou-lhes também uma parábola sobre o
dever de orar sempre, e nunca desfalecer, dizendo: havia numa cidade um certo
juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma
cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: faze-me justiça contra o
meu adversário.” (Lucas 18.1-3).
A
mulher representa Israel que, espiritualmente falando, representa a Igreja. O
adversário é Ha-Satan que quer, com todas as suas
acusações e mundanismo, destruir a real identidade da Igreja.
Note
que a mulher não quer a destruição ou a ruína do adversário, mas a justiça do
Eterno contra as investidas do adversário, a fim de permanecer no propósito
para o qual Ele a criou.
·
“E por algum tempo não quis atendê-la...” (Lucas 18.4).
O
juiz não quis atendê-la porque sua causa, ainda que justa, estava sendo
proferida fora do momento oportuno. O mesmo pode ser visto na seguinte
passagem:
·
“E, partindo Jesus dali, foi para as partes
de Tiro e de Sidom. E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo:
Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está
miseravelmente endemoninhada. *Mas ele não lhe respondeu palavra*. E os seus
discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem
gritando atrás de nós. E ele, respondendo, disse: *Eu não fui enviado senão às
ovelhas perdidas da casa de Israel*. Então chegou ela, e adorou-o, dizendo:
Senhor, socorre-me! Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos
filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. E ela disse: Sim, SENHOR, mas também os
cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Então
respondeu Jesus, e disse-lhe: *Ó mulher, grande é a tua fé*! Seja isso feito
para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.” (Mateus 15.21-28).
Note
como o momento não era oportuno (daí, inicialmente, Jesus não lhe responder palavra). Quando, todavia, a
insistência da mulher havia cumprido seu propósito (incomodar os discípulos a fim de que eles pudessem
conhecer a real missão de Jesus e imensidão de Sua misericórdia, capaz de
passar por cima de qualquer lei quando encontra um coração realmente contrito e
quebrantado pela fé e causa correta), então Jesus atendeu a mulher.
O
mesmo se deu com Daniel:
·
“E me disse: Daniel, homem muito amado,
entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a
ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo. Então
me disse: Não temas, Daniel, porque *desde o primeiro dia* em que aplicaste o
teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as
tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da
Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que *Miguel, um dos primeiros príncipes*,
veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.” (Daniel 10.11-13).
Ainda
que o anjo foi enviado para dar a resposta a Daniel desde o primeiro dia que
ele começou a orar, note que apenas quando a persistência de Daniel tinha
tocado o número suficiente de anjos é que o arcanjo Miguel foi enviado para
expulsar o demônio que vinha agindo na Pérsia (onde Daniel estava) e permitir que o anjo
chegasse com a resposta que Daniel tanto buscava.
De
igual modo, quando o tempo oportuno chegou, ou seja, quando a atitude da viúva
havia tocado o número completo de corações (veja Rm 11.25; Lc 21.24; Gn 15.16), a situação mudou:
·
“... mas depois
disse consigo: ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como
esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me
importune muito.” (Lucas 18.4,5).
Ainda
que este juiz não tome decisões com base nos que os indivíduos acreditam ou no
que eles estão pensando ou sentindo (sendo, muitas vezes, por isto, considerado como injusto por
aqueles que acham que sabem como ele deveria agir), quando chegou a hora
correta, ele atendeu.
Entenda:
se o juiz atendesse a viúva de imediato, muitos servos de Jesus não seriam
tocados para arrependimento (associe com Mt 13.28). Por outro lado, se o
juiz não atendesse no momento oportuno, o ânimo dos fiéis iria se desanimar:
·
“Porquanto não se executa logo o juízo
sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente
disposto para fazer o mal.” (Eclesiastes 8.11).
Com
isto, a mulher (que simboliza Israel e, por conseguinte, a Igreja), não iria voltar até o
juiz para buscar sua justiça.
Resultado:
o juiz não iria ter mais causa contra o adversário (Ha-Satan), não poderia
sentenciá-lo, o que implicaria no alastramento no pecado no seio de Israel,
algo que traz tremenda dor e cansaço ao Eterno:
Primeiro:
cansaço por causa do pecado:
·
“Não me compraste por dinheiro cana
aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste
trabalho com os teus pecados, e *me cansaste com as tuas iniquidades*. Eu, eu
mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus
pecados não me lembro.” (Is 43.24,25).
Dor
por causa da destruição que tem que vir sobre Seu povo:
·
“Pois o provocaram à ira com os seus altos,
e moveram o seu zelo com as suas imagens de escultura. Deus ouviu isto e se
indignou; e aborreceu a Israel sobremodo. Por isso desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda que estabeleceu entre os homens. E deu a sua
força ao cativeiro, e a sua glória à mão do inimigo. E entregou o seu povo à
espada, e se enfureceu contra a sua herança. O fogo consumiu os seus jovens, e
as suas moças não foram dadas em casamento. Os seus sacerdotes caíram à espada,
e as suas viúvas não fizeram lamentação. *Então o Senhor despertou*, como quem
acaba de dormir, como um valente que se alegra com o vinho.” (Sl 78.58-65).
·
“Então enviou o SENHOR a peste a Israel,
desde a manhã até ao tempo determinado; e desde Dã
até Berseba, morreram setenta mil homens do povo.
Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, *o SENHOR
se arrependeu daquele mal*; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o
povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de
Araúna, o jebuseu.” (2Sm
24.15,16).
Daí
o Eterno ordenar:
·
“Ó Jerusalém, sobre os teus muros pus
guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; ó vós, os que fazeis
lembrar ao SENHOR, não haja descanso em vós, nem deis a ele descanso, até que
confirme, e até que ponha a Jerusalém por louvor na terra.” (Is 62.6,7).
·
“Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR,
entre o alpendre e o altar, e digam: poupa a teu povo, ó SENHOR, e não
entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque
diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?” (Jl 2.17).
Sem
contar que os pecados de Israel dão lugar para os adversários blasfemarem o nome
do Eterno (ver Rm 2.24).
Assim
sendo, não ache que o Eterno é um injusto juiz porque não atende tuas orações
de imediato:
·
“E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto
juiz” (Lucas 18.6).
Pode
ter certeza: Jesus está te ouvindo. Enquanto você clama dia e noite, teu
coração está sendo aperfeiçoado na verdade e justiça, e muitos corações estão
sendo tocados:
·
“E Deus não fará justiça aos seus
escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém
vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18.7-8).
O
Eterno é tardio para com nossas ansiosas expectativas, mas é rápido para agir
na hora certa. Vem, contudo, a questão: quando Ele vier em nosso auxílio, Ele
conseguirá achar fé verdadeira em nós?
Entendido
melhor a parábola do juiz iníquo, creio que isto facilita o entendimento acerca
do amigo importuno.
Infelizmente,
a tradução em português dificulta um pouco de descobrir qual importunação levou
o amigo sonolento a atender:
·
“digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por
causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister.” (Lucas 11.8).
Não
pode ser a nossa importunação, porque, neste caso, estaríamos contrariando o
que é dito em Mateus 6.7,8 e Zacarias 4.6:
·
“E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra
do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por
violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Zc 4.6).
Muito
menos pode ser a importunação do amigo que chegou de viagem, visto que nem
contato com ele o sonolento teve.
Logo,
este sonolento estava sendo importunado por ele mesmo, por sua consciência (veja João 8.9). A verdade é que, quando
estamos retos aos olhos do Eterno, Ele toca a consciência de cada um (veja 1João 3.19-22) que nos rodeia (veja Provérbios 16.7).
Se
você analisar com calma esta passagem, verá que o amigo não chegou de viagem
por qualquer motivo (muito menos por mero capricho). Ele era um emissário do
Eterno para despertar os indivíduos a fim de que pudessem “acender suas
lâmpadas e se prepararem para a vinda de Cristo” (veja Mateus 25.6).
O
pão era uma desculpa para acordar o sonolento. E o pior é que, muitas vezes,
quando ajudamos alguém, achamos que estamos fazendo um favor para este
indivíduo (e o pior: até
mesmo para Jesus),
sendo que, na verdade, alguém se aproxima de nós a fim de Jesus possa, antes de
tudo, mostrar Seu Favor em nós e nos salvar de nós mesmos.
A
verdade, contudo, é que, quando o caminho de alguém é agradável aos olhos do
Eterno, tudo o que ele realmente precisa lhe será concedido por algum servo do
Eterno, seja por amor (por ser amigo), seja por se sentir-se incomodado por não fazer
aquilo que é certo.
Você
pode pensar: como sei que o amigo que chegou de viagem e o amigo sonolento são
servos de Jesus? Porque só é amigo de verdade de um discípulo de Jesus quem Nele crê.
Assim,
quando queremos algo, temos que pensar: o que estamos pedindo realmente é justo
e bom? E a quem estamos pedindo? Lembre-se que TODA boa dádiva e TODO dom
perfeito vem de Jesus (Tg 1.16,17). Tudo que não provém de
Jesus, ainda que possa ser valioso e prazeroso aos olhos do mundo, certamente
só nos trará problemas.
Logo,
cuidado para não pedir ao indivíduo errado!!! Não pense que Jesus está longe de
ti, ainda mais se tiveres um coração contrito (sentimento pungente de arrependimento por ter
entristecido o coração do Eterno com os pecados) e quebrantado (que não se mantém duro, rígido,
inteiro, ou seja, sem “sangrar” de dor por ver tantas vidas sofrendo por não
conhecerem Jesus):
·
“Os sacrifícios para Deus são o espírito
quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Salmos 51.17).
·
“Porque assim diz o Alto e o Sublime, que
habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como
também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos
abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” (Isaías 57.15).
Outra
coisa importante a ser observada é:
a quem estamos realmente orando?
·
“E disse também esta
parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e
desprezavam os outros: dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e
o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, *orava de si para si mesmo*: Ó
Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos
e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou
os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe,
nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus,
tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua
casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e
qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.” (Lc 18.9-14).
Embora
o fariseu, em sua mente, estivesse orando ao Eterno, note como o alvo da sua
oração era ele mesmo (a oração saía dele e voltava para ele, quando o correto é que a
oração brote em nós movida pelo Espírito Santo e alcance Jesus – Rm 8.14,26).
Observe
como a oração deve ter como base aquilo que o Eterno quer fazer em nós e
através de nós (e não aquilo que fazemos ou queremos fazer por Ele ou pelo
próximo).
Observe
também como é possível a ação de graças ser repulsiva ao Eterno. Embora o fato
de não sermos ímpios seja um privilégio a ser agradecido ao Eterno, ainda assim
jamais devemos confiar que somos quem somos por nossa própria bondade. Isto
fatalmente nos fará desprezar os indivíduos, principalmente aqueles que não
consideramos bons dentro dos nossos padrões (lembre-se de Jó (que se justificava a si mesmo, mais
do que a Deus – Jó 32.2) e do profeta Jonas).
Apenas
Jesus é quem é. Nós somos aquilo que Jesus nos capacita para ser, e isto a fim
de que, através de nós, Ele possa capacitar outros a serem o que Ele quer que
eles sejam.
Entenda:
uma coisa é ser grato a Jesus por receber coisas que os faz maiores que os
outros; outra é ser grato pela liberdade que Jesus nos dá de sermos livres de
nós mesmos a fim de podermos servir mais eficazmente ao próximo.
Daí
Jesus dizer: quem a si mesmo se exalta (ou seja, se enche de si mesmo), tenta se fazer grande
diante de todos e, assim, acaba perdendo a possibilidade de ser vestido com os
atos de justiça dos santos (Ap 19.8). Afinal, além da justiça
do indivíduo ser mundana, tal justiça é separada daquilo que os outros à sua
volta são. Não há uma ligação de amor e graça, mas tão somente uma mera
aproximação de conveniência.
Por outro lado, quem se humilha (se esvazia de si mesmo), será exaltado dentro do
coração do próximo e pela presença dele dentro do coração. Mesmo porque, para
alguém encontrar lugar dentro do tempo de alguém, este tem que estar vazio de
desejos e planos. Daí Jesus dizer:
·
“Bem-aventurados os pobres de espírito,
porque deles é o reino dos céus;” (Mt 5.3).
Note
como só tem o direito de tomar posse do reino dos céus (ou seja, do reinado que Jesus
virá estabelecer neste mundo) quem tem um espírito pobre de sonhos e desejos.
Inclusive, por aqui podemos ver que, embora Jesus seja o Rei, o reino pertence
a cada um que crê (diferente de hoje, onde o país no qual vivemos não é nosso, nem
para nós).
Mas afinal, que tipo de oração agrada ao Eterno?
·
“Não estejais inquietos por coisa alguma;
antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela
oração e súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6).
Note
como as petições têm que ser conhecidas diante do Eterno. A princípio, isto
pode parecer simples. Contudo, note o que o Eterno diz a Israel por meio de
Malaquias:
·
“Porque, quando ofereceis animal cego para
o sacrifício, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou enfermo, isso não é
mau? Ora *apresenta-o ao teu governador*; porventura terá ele agrado em ti? ou
aceitará ele a tua pessoa? diz o SENHOR dos Exércitos.” (Ml 1.8).
Considerando
que o Eterno faz esta comparação, vale então pensarmos: quem tem acesso livre a
um governador, rei, presidente da república (ou outra autoridade importante)? Só pessoas muito
íntimas e que estejam inteiramente alinhadas com todos os interesses desta
autoridade.
É
por este motivo que o Eterno ordenou que fôssemos sujeitos às autoridades (Rm
13.1,2; Hb 13.17; 1Pe 2.18,19). Infelizmente, muitos
não enxergam a finalidade da submissão, a saber: buscar a perfeita unidade na
Verdade com aqueles que o Eterno coloca na nossa vida.
Com
o Eterno não é diferente, como pode ser visto abaixo:
·
“E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em
verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a
mim o fizestes.” (Mt 25.40).
Logo,
nossa petição só poderá ser conhecida diante do Eterno se tivermos intimidade
com Ele e completamente em sintonia com Sua vontade:
·
“E esta é a confiança que temos nele, que,
se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (1Jo 5.14).
·
“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da
graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos
ajudados em tempo oportuno.” (Hb 4.16).
Como
apenas Jesus preenche tal requisito (nem mesmo os anjos tem tal nível de intimidade com o Eterno – Jó
4.18),
daí a necessidade de nascermos de novo da água e do espírito para podermos receber
Jesus em nós e, com isto, vermos o Eterno e Seu reino (Jo
3.3).
Entenda:
se nossa petição não for conhecida diante do Eterno (diretamente por Ele), ela não será
considerada, já que não haverá ninguém para levar nossas petições até Ele,
visto que Ele não trabalha com intermediários (1Tm 2.5).
Você
pode questionar: “mas o Eterno é onipresente.”. Em termos divinos, sim.
Contudo, só poderemos experimentar a presença do Eterno na nossa vida quando
nossa alma estiver pronta para ser conduzida pelo Espírito Santo agindo em
nosso espírito para onde Ele nos quer.
Você
pode se perguntar: mas, o que haveria de impedir isto?
·
“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao
altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,” (Mateus 5.23).
·
“E nisto conhecemos que somos da verdade, e
diante dele asseguraremos nossos corações; sabendo que, se o nosso coração
nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as
coisas. Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com
Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos
os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista.” (1João 3.19-22).
·
“Porque, quando os gentios, que não têm
lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si
mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando
juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer
defendendo-os;” (Rm 2.14,15).
Muitas
vezes uma situação mal resolvida conosco mesmos ou com nosso próximo está
limitando a ação do Eterno na nossa vida ou está nos deixando muito pesados e,
deste modo, incapazes de sermos levados pelo vento do Espírito Santo (João 3.8).
Afinal,
o único motivo para as guerras, contendas (Tg 4.1) e o excesso de desejos é
porque ainda não nos conscientizamos acerca de quem somos e da nossa missão
aqui. Por causa disto, não sabemos com o que alimentar nossa alma e espírito, o
que nos leva a desejarmos muitas coisas e a passarmos por cima de todos que, de
algum modo, nos atrapalhem na aquisição das mesmas.
Por
aqui, agora, fica fácil respondermos à seguinte pergunta: para que serve,
afinal, a oração?
Como saber se Ele está falando conosco?
Enfim,
a oração, sendo nossa intimidade com o Eterno, deve ser feita no sentido de nos
levar para mais perto Dele e daqueles que Ele deseja
trazer para cear Sua santa ceia dentro de nós (Ap 3.20).
Talvez
você já tenha se perguntado: como fazer para Jesus falar comigo? Na verdade, Ele
sempre fala: nós é que não queremos entender o recado. Na maioria das vezes
queremos tanto que as coisas sejam do nosso jeito que, quando algo sucede
diferente do que esperávamos, achamos que Jesus não existe ou que Ele nos
abandonou, não se interessa por nós. Todavia, cada acontecimento, seja pequeno
ou grande, é uma parábola a nos mostrar Sua boa, agradável e perfeita vontade
para nós (Rm 12.2).
Todavia,
há duas considerações a serem feitas a este respeito:
1. Muitas vezes Ele não fala
porque não há mais nada a dizer. Afinal, Ele já nos mandou que permanecêssemos
em algum lugar ou que seguíssemos uma determinada direção ou que fizéssemos uma
determinada coisa e nos recusamos. Como podemos esperar que Ele nos guie, se
estamos em meio às nossas tentações (ver Mt 6.13)?
2. Muitas vezes Ele não fala
porque bloqueamos o canal que Ele queria usar para nos abençoar.
·
“Em verdade vos digo que tudo o que
ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será
desligado no céu. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na
terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu
Pai, que está nos céus.” (Mt 18.18,19).
Jesus
foi claro:
·
“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao
altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali
diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e,
depois, vem e apresenta a tua oferta.” (Mt 5.23,24).
Talvez
você pense: que tem haver oração com oferta? Tudo! Além da oração ser uma
oferta espiritual, muitos indivíduos perdiam o foco da verdadeira finalidade da
oferta. Veja o caso de Davi após se arrepender de ter adulterado com Bate-Seba:
·
“Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz
o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro
quando julgares.” (Sl 51.4).
Embora
Ele tivesse pecado contra Bate-Seba,
Urias e, indiretamente, até contra Israel (2Sm 12.14), na mente dele, seu pecado era apenas contra o
Eterno. De igual modo, a grande dificuldade da Igreja é aceitar que Sua função
aqui é mostrar o que o Espírito do Eterno, agindo no espírito do homem, é capaz
de fazer na vida deste.
Milagres
externos Ele já fez no Antigo Testamento e quando esteve aqui como homem e,
como é bem sabido, os mesmos nunca foram capazes de transformar o interior de
ninguém. Logo, cabe a nós não nos afastarmos (muito menos desejarmos vingança) dos que nos ofenderam,
mas sim permanecermos junto a eles enquanto Jesus nos usa para transformar eles
e nós.
Mesmo
hoje, quantos indivíduos fazem distinção entre “trabalho secular” e “trabalhar
para o Senhor Jesus” (como se amar ao Eterno e ao próximo fossem duas coisas
distintas),
sendo que na Escritura Sagrada não existe tal distinção! E não é mesmo para existir, uma vez que o
princípio pelo qual o Eterno criou todos é que cada planta ou animal tivesse
sua identidade bem definida e desse fruto segundo a sua espécie.
E,
em Mateus 5.23,24, o que Jesus está ensinando é justamente que não há sentido
em servir ao Eterno sem nos colocarmos a serviço do próximo: se vamos louvar,
nossos hinos devem ser dirigidos ao próximo e com mensagens que deem ocasião
para Jesus ministrar no coração dele; se vamos orar, nosso objetivo deve ser
obter de Jesus o necessário para nos confirmarmos na vida do próximo por meio
da Sua verdade (Tg 5.13).
Se
fôssemos para servirmos a Jesus isoladamente, Ele levaria cada um que Nele
cresse para uma ilha deserta e lhe daria um exemplar da Escritura Sagrada, de
modo que pudessem ficar o tempo todo um com o outro sem interrupções.
Temos
que entender que a vida com Cristo consiste em levarmos a Ele as cargas uns dos
outros (Gl 6.2). Lembre-se que nossas petições devem ser conhecidas EM TUDO (e não apenas em parte – Fp 4.16) diante do Eterno.
Lembre-se
das ordens dadas a Adão: lavrar e guardar o jardim do Éden (Gn
2.15),
se alimentar livremente de toda árvore do jardim (com exceção da Árvore do Conhecimento do Bem e do
Mal – Gn 2.16,17) e dar nome aos animais (Gn
2.19). Qual
o motivo de tais ordens? Fazer com que Adão conhecesse TUDO: as plantas (através dos frutos – Mt 7.15-20), o terreno (através da aragem), os animais (identificando-os cuidadosamente) e as circunstâncias
enviadas pelo Eterno (através da guarda, vigilância).
Em
outras palavras, a oração só tem sentido quando temos intimidade com TUDO que o
Eterno nos dá (indivíduos, recursos e circunstâncias). Só assim seremos
capazes de expor tudo corretamente diante do Eterno. Logo, abrace também as
adversidades, pois, além de elas serem o exercício espiritual do Eterno para
nos fortalecer, elas são o meio para conduzir ao melhor do Eterno para nós.
Uma
vez que ficou claro que, antes de algo melhorar, primeiro piora, que Jesus nos
dê ânimo, força e amor para não desistirmos diante dos problemas que os
indivíduos trazem até nós (ou, até mesmo, causam a nós). Afinal, oração não é para arrancarmos de
Jesus o que queremos, mas sim para receber tudo que Ele já preparou para nós a
fim de sermos mais que vencedores em tudo que estamos passando (Rm
8.37) e,
assim, hábeis para consolar outros que estão vivendo nossa realidade (1Pe 5.8,9), com este mesmo consolo
que recebemos (2Co 1.3-5).
O AMOR AO PRÓXIMO E NOSSAS ORAÇÕES
Para
que fique mais claro a importância de amar o próximo nas nossas orações, compare,
por exemplo, a interpretação de Jesus acerca do maior mandamento DA LEI e o que
Paulo disse acerca de cumprir a lei:
·
“Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a
tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E
o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. *Destes
dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.*” (Mt 22.37-40).
·
“A ninguém devais coisa alguma, a não ser o
amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a
lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso
testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, *tudo nesta palavra
se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.* O
amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Rm 13.8-10).
Como
explicar esta aparente
divergência?
Quando
pensamos de modo legalista, passamos a idolatrar a lei, como se ela fosse a
solução para todos os problemas da sociedade. Como isto poderia ser possível,
uma vez que somos tão frágeis, limitados e com tendência para o mal (Is
64.6)?
A
preocupação do legalista é: “pode” ou “não pode” fazer? Ele não se preocupa com
os indivíduos, mas tão somente em manter o sistema babilônico que rege este
mundo e em defender seus direitos. Para o tal, servir ao Eterno e ao próximo
são duas coisas distintas e tão somente regras a serem seguidas, serviços a
serem executados.
Para
quem, todavia, é movido pela graça de Cristo, o importante são os indivíduos e,
principalmente, aquilo que Jesus quer fazer na vida deles. A preocupação deles
é “devo” ou “não devo” fazer tal coisa? Será que isto é conveniente para
edificar os que estão à minha volta?
Para
os tais, o importante não é buscar ao Eterno a fim de agradar os deuses que
elegeram sobre si para satisfazer os apetites da sua carne (Êxodo 20.3):
O
importante é buscar ao Eterno a fim de que todo o coração deles encontre o que
precise em Cristo Jesus na presença daqueles que Ele colocou junto a si (Sl
47.4).
Para
ser mais claro: ou estamos buscando ao Eterno como amantes (pensando no bem que sobrevirá a
nós), ou,
como noivas, estamos buscando-O a fim de sermos realmente úteis àqueles que o Ele
colocou na nossa vida e, deste modo, possamos conhecê-Lo melhor e sermos livres
de fazermos qualquer mal.
Já pensaste em qual era a finalidade das ofertas do Antigo Testamento?
·
“Porque, se o sangue dos touros e bodes, e
a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à
purificação da carne,” (Hb 9.13).
Como
você pode ver, os sacrifícios e ofertas tinham por finalidade purificar a lei
levítica (purificação da
carne),
de modo que todo o povo de Israel pudesse ver que a mesma estava em validade e
a cumprisse, de modo a serem separados dos demais povos para uso exclusivo do
Eterno:
·
“Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e
juízos, como me mandou o SENHOR meu Deus; para que assim façais no meio da
terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e
cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os
olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é
nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, *que tenha deuses tão
chegados como o SENHOR nosso Deus*, todas as vezes que o invocamos? E que nação
há tão grande, *que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei* que
hoje ponho perante vós?” (Dt 4.5-8).
E
esta separação era para que todos os povos vissem o privilégio de ter
intimidade com o Deus vivo e verdadeiro e de ser justo para com o próximo.
Logo,
que sentido tinha ofertar algo ao Eterno estando magoado com alguém? Que Jesus
trabalhe em nosso espírito a fim de que, ao invés de lutarmos pelos direitos a
receber que a lei nos confere, lutemos pelos direitos que a graça nos dá de
ofertarmos nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Ele em meio às
afrontas e prejuízos que sofremos (Rm 12.1).
Afinal, não é um contrassenso querer agradar Jesus com ofertas, quando nos recusamos a fazer o que Ele nos pede? Como manter uma comunidade santa para o Eterno havendo divergência entre seus membros? Ainda que seja um “simples Acã” que esteja fora de sintonia com o resto da Igreja (Josué 7), isto é o suficiente para acabar com perfeita unidade que deve haver no corpo de Cristo (João 17.11,21-23) e, consequentemente, para fazer cada um enxergar o próximo como um inimigo a ser vencido a fim de que a concretização dos sonhos próprios possa ser concretizada.
É
bom lembrar que cada um que crê em Jesus foi chamado para ser casa de oração,
ou seja, um lugar vivo onde aqueles que desejam intimidade com Jesus possam se
encontrar ou obter refúgio (Is 14.32).
Logo,
que oração ou oferta pode fazer sentido diante de inimizade? Afinal, o Eterno
não precisa das nossas ofertas. Ao contrário do que se dá no reino dos homens (onde impostos caríssimos são
cobrados),
o Reino do Eterno, consiste em Ele ofertando para nós aquilo que precisamos
para conhecê-Lo e glorificar Seu nome.
Note
como, quando Jesus esteve aqui, Sua mensagem foi:
·
“E curai os enfermos que nela houver, e
dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus.” (Lucas
10.9)
Ora,
se o Reino do Eterno chegou com Jesus, logo todo aquele sistema religioso
existente em Israel não era Reino do Eterno.
Isto
nos leva a concluir que o Reino do Eterno não consiste de formalismo religioso (regras a serem seguidas e obras
a serem feitas),
mas em Jesus operando na vida dos irmãos através da nossa comunhão com Ele (em oração).
Para
ilustrar isto, veja o que Pedro diz acerca da relação entre oração e casamento:
·
“Igualmente vós, maridos, coabitai com elas
com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os
seus co-herdeiros da graça da vida; para que não
sejam impedidas as vossas orações.” (1Pe
3.7).
Note
como a oração é anulada quando o casal não vai bem.
E
isto não é tudo! Veja o
que Isaías dizer:
·
“Por isso, quando estendeis as vossas mãos,
escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações,
não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos,
purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai
de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido;
fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados
sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam
vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.” (Is 1.15-18).
Perceba
como o Eterno nem suporta olhar para nós quando nossas atitudes (e, principalmente, nossas
motivações)
são más.
E
não é para menos! Com ódio no coração, iremos cometer o mesmo erro que os
adoradores da besta: tentar violentar o Cordeiro do Eterno, de modo a tentar enchê-Lo
de ira contra aqueles que achamos ser alvo do juízo divino (Ap
6.16,17).
Sei
que esta ideia parece estranha, mas a verdade é que os seguidores da besta
estarão adorando-a como se ela fosse o Cristo. E se estivermos orando repleto
de violência contra o próximo, estaremos cometendo o mesmo erro que eles, bem
como dos crentes diluvianos (Gn 6.13), dos crentes de Sodoma e
Gomorra (Gn 18.20,21) e, inclusive, o mesmo erro de Pedro:
·
“E Pedro, tomando-o de parte, começou a
repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá
isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me
serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só
as que são dos homens.” (Mt 16.22,23).
O
anticristo é conhecido por falar das coisas do mundo (1João 4.4,5) e, quem ora a Cristo com
vista apenas às coisas deste mundo, acaba se tornando tão miserável quanto este
(1Co 15.19) e, fatalmente, irá
querer converter Jesus à sua própria imagem e semelhança.
Todavia,
se queremos nossas necessidades supridas (Mt 6.25-33), temos que dar ocasião
para que o Reino do Eterno consiga repousar em nós. E isto só acontecerá quando
todo espírito de acusação na nossa vida for expulso (Ap 12.10) e passarmos enxergar as
afrontas das pessoas contra nós, não como um estorvo, mas como uma oportunidade
a mais que Jesus está nos dando para O conhecermos melhor.
Por
fim, vamos pensar:
SERÁ QUE DEVEMOS PEDIR ALGO A JESUS EM NOSSAS ORAÇÕES?
·
“Não estejais inquietos por coisa alguma;
antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e
súplica, com ação de graças.” (Fp 4.6).
Note
como nossas petições devem ser conhecidas EM TUDO diante do Eterno. Vem a
questão: pedir a quem? De quem devemos buscar? Na porta de quem devemos bater?
A
princípio esta resposta pode parecer óbvia. Contudo, pense: se é para pedirmos
ao Eterno, então nossa petição já está conhecida diante dele, o que faz de
Filipenses 4.6 um trecho irrelevante.
Além
disto, pense em Ap 7.9:
·
“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma
multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e
línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes
brancas e com palmas nas suas mãos;” (Ap 7.9).
Note
como estes redimidos não precisarão pedir. Vem a questão: se é para pedirmos
algo a Jesus, então por que nós precisamos pedir e eles não? Se o Eterno sabe o
que precisamos, então por que pedir (Sl 139.4; Mt 6.32)?
Analise
os trechos relacionados a pedir na Escritura Sagrada:
·
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.” (Mt 7.1,7);
·
“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre,
e nunca desfalecer, dizendo: havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus
temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa
viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.” (Lucas 18.1-3).
·
“De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm
disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar;
combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis,
porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tg 4.1-3).
·
“Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for
procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que
um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe;
se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta
fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por
causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister. E eu vos digo a
vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei,
e abrir-se-vos-á;” (Lc 11.5-9).
Perceba
como as vezes que a Escritura Sagrada nos ensina a pedir, não está se referindo
às nossas necessidades (veja Mt 6.31,32), muito menos a nossos desejos. Antes,
tem a ver com os indivíduos que o Eterno coloca na nossa vida.
Ou
seja, a Escritura Sagrada não está nos ensinando a pedir algo a Jesus. Antes,
está nos instruindo acerca do modo como devemos nos dirigir aos indivíduos
quando formos a eles para pedir alguma coisa. Nossos pedidos devem ser
conhecidos diante do Eterno, ou seja, sempre devemos pedir no sentido de
despertar nos indivíduos a bondade de Cristo, a saber, o desejo de fazer algo
bom.
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