sexta-feira, 21 de março de 2014

59 - É possível Deus dar dons a alguém que não tem compromisso com Ele?

OS DONS COMPROVAM QUE ALGUÉM É ESPIRITUAL?
É possível Deus dar dons a alguém que não tem compromisso com Ele? A princípio pode parecer que não. Contudo, veja o que é dito acerca dos irmãos de Corinto:

·        “Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento (como o testemunho de Cristo foi mesmo confirmado entre vós). De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo,” (1Co 1.5-7).

Como é possível que este grupo de pessoas tivesse todos os dons (tanto ministeriais como espirituais), se eles eram muito carnais (1Co 3.1-3)? Considerando que o papel dos dons espirituais é confirmar a Palavra de Deus (Mc 16.20; Hb 2.5), logo a presença dos mesmos revela a imensa imaturidade da Igreja.
Mesmo porque, quando se está em Cristo, que serventia tem, por exemplo, o dom de cura, já que a doença é consequência do pecado (Is 33.24; 53.4,5; 1Pe 2.24)? Para quê discernimento de espíritos, se todos estiverem em Cristo e maduros na fé? Os tais não serão enganados por falsos mestres, profetas, etc.
Enfim, quanto mais a Palavra se confirma no coração de cada pessoa, menos necessidade há, na vida do que crê, da manifestação de dons. Só haverá necessidade destes na hora que se fizer necessária a confirmação da Palavra de Deus na vida das pessoas que Deus colocou perto deles.
Não é à toa que Paulo não consegue curar Timóteo (1Tm 5.23), Trófimo (2Tm 4.20) ou Epafrodito (ele não foi curado pelo dom de cura através de Paulo, mas esteve doente por um bom período de tempo (Fp 2.25-27)). Eles, com certeza, não precisavam de mais confirmação da Palavra de Deus na vida deles. É bem provável que tais enfermidades eram oriundas de brechas que eles deram ao pecado.
Hoje, se os dons espirituais não têm sido vistos é porque, infelizmente, o evangelho do reino de Deus não tem sido pregado (ver Mt 24.14; Lc 4.43; 8.1). São pouquíssimos os que têm desejado a verdade (2Tm 4.3,4). O único evangelho que importa é o da teologia da prosperidade.
Talvez você ainda continue pensando: “Deus jamais usaria uma pessoa cheia de pecado para confirmar Sua Palavra. Jamais Ele daria dons a alguém que não for bastante espiritual.”.
Contudo, pense: o Espírito Santo usou todos os apóstolos para curar enfermos e expulsar demônios (Lc 10.9,17) quando nenhum deles ainda era convertido (Lc 22.31,32), muito menos amava o Salvador (Jo 14.28).
E quanto a Judas Iscariotes? Mesmo sendo ladrão (Jo 12.6), também foi usado para curar enfermos e expulsar demônios (ver Mt 10.1; Lc 10.17). Judas representa o grupo de pessoas que, embora sirva a Deus, não o faz por amor a Ele e ao próximo, mas por ser isto conveniente a si mesmo (porque isto, de algum modo, lhe agrada – veja isto em Mt 7.21-23; Lc 13.23-28).
Ou seja, a lição que podemos aprender aqui é que Deus pode usar quem Ele quiser e do modo que lhe agrada. Entretanto, isto não significa que tal pessoa é realmente um eleito de Deus. Antes, significa que:

·         O Favor de Deus é maior do que a maldade existente no coração do homem;
·         Deus é soberano e, mesmo quando a intenção do ser humano é má, Deus é capaz de usar isto a fim de confirmar ainda mais Sua bondade e Palavra (Jó 42.2; Rm 3.24-26; 11.32).
·         Devemos procurar conhecer a vontade de Deus em meio a cada pessoa que se aproxima de nós, independente da circunstância.

Ou seja, os seguidores de Jesus que se reuniam em Corinto tinham todos os dons porque Deus precisar corrigir a eles e a nós, mostrando a todos que o dom (seja ele ministerial (os de Ef 4.11) ou espiritual (os de 1Co 12.8-11), por mais excelente que seja, sem o amor, não tem serventia alguma (1Co 13.1-3).
Você pode então questionar: “mas então, qual é o requisito para receber dons e ser cheio do Espírito Santo”? Se encaixar no plano do Criador para sua vida. Se, em particular, quiser ser usado como vaso de honra, além disto deve também buscar em Cristo a santificação. Só assim estará apto para toda boa obra (2Tm 2.19-21).

58 - POR QUE DEUS PLANTOU A ÁRVORE DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL?

POR QUE DEUS PLANTOU A ÁRVORE DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL?

Introdução

Por que Deus foi plantar a árvore do conhecimento do bem e do mal, já que Ele sabia que o homem ia pecar? Não teria sido muito melhor se não houvesse esta árvore? O homem não teria pecado, o mal e a morte não teriam entrado no mundo. Tudo seria paz, segurança e perfeição.
Qual a razão de ser de tanta maldade?

Por que Deus criou o mundo?

Em primeiro lugar, a origem do mal não está na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Antes mesmo de Eva comer do fruto proibido, ela já começou a dar mal testemunho (veja a conversa dela com a serpente – Gn 3.1-4). O mal surge quando o bem é negligenciado. Ao não obedecer imediatamente ao mandamento do Criador (Gn 1.28), ela deu lugar ao vazio no seu coração.
Mesmo se Deus não tivesse criado a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, nem por isto o mal deixaria de existir. O que a mulher aprendeu com o fruto proibido era como desobedecer ao Criador. Antes da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, ela não sabia como desobedecer. Em outras palavras, a obediência era a única opção. Isto pode parecer bom. Contudo, pense: qual a finalidade disto?
A princípio, a finalidade de tal obediência estaria relacionada com a realização de obras? Ora, mas se é para isto que Deus criou o homem, então por que não o criou no primeiro dia para ajudá-Lo na criação? Além disto, por que Deus nos fez tão limitados? Será que a vida só tem sentido quando se resolve problemas? E se não houvesse problemas para resolver, como seria a vida? Se o que Deus quer são obras, ninguém melhor que Ele para fazê-las. Ele não se cansa, é perfeito, etc.
Mas então, qual é a finalidade da obediência? Com certeza não é obras, já que ninguém é salvo por obras da lei (Ef 2.8,9). De nada adiantaria obedecermos leis simplesmente para  lograrmos êxito nos nossos empreendimentos, nos livrarmos de problemas, conquistarmos coisas sem precisar de Deus. Muito menos para tentar arrancar Dele aquilo que parece bom aos nossos olhos.
A obediência só tem importância quando é fruto da confiança em Jesus e em tudo que Ele diz. Quando, por obediência a Ele, deixamos de lado aquilo que o mundo considera bom para nós, estamos confiando que Deus irá nos suprir com algo muito melhor do que tudo que existe neste mundo (1Co 2.9; Ef 3.20), com resultados muito melhores.
Sem a árvore do conhecimento do bem e do mal, o amor não seria opção consciente, mas uma obrigação robótica. Não seria possível enxergar o valor de um relacionamento, muito menos a importância da Palavra de Deus na concretização dos mesmos.

Quer dizer que a árvore do conhecimento do bem e do mal glorificava a Deus?

Sim. Isto pode parecer absurdo. Contudo, analise dos seguintes versículos:

·         “Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.” (Rm 11.32).

Note como, para Deus poder demonstrar Sua misericórdia, era necessário que todos fossem encarcerados na desobediência.

·        “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Rm 3.23-26).

Para Deus demonstrar Sua justiça e paciência, era necessário ter pecados para serem perdoados. Como Deus poderia demonstrar Seu Favor se todos fossem perfeitos e justos? Ele não poderia usar de favor, já que todos mereceriam os benefícios que Ele pudesse conceder.
Por isto é que Deus concedeu a lei:

·        Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;” (Rm 5.20).

A lei do Antigo Testamento foi dada justamente para que o pecado abundasse e condenação e a morte repousasse sobre todos (Rm 7.7-11).

Então quer dizer que Deus tinha prazer no pecado?

Com certeza não! Deus não é tentado pelo mal e a ninguém tenta (Tg 1.13).
Para que você entenda, pense num pai que ama seu filho. Ele não tem prazer em ver seu filho sofrendo. Seu desejo é que ele sempre o obedeça e faça aquilo que é bom a todos. Entretanto, quando o mesmo é rebelde, ele acaba corrigindo-o, por ter em vista evitar que um mal maior o atinja (ver Hb 12.5-8). Neste caso o pai acaba tendo prazer em que o filho sofra, não porque se agrada desta situação, mas por saber o fruto pacífico de justiça que será produzido nele após esta experiência (2Co 7.9-11; Hb 12.11).
De igual modo, mesmo sabendo de tudo que iria acontecer, Deus plantou a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Ainda que fosse necessário sofrer vendo tanta maldade (ver Sl 86.15; 145.9), contudo, por saber que muitos iriam questionar a eficácia de Sua Palavra e liderança, Ele teve que permitir tudo isto.

Então foi Deus que projetou que o homem pecasse?

Deus não induz ninguém a isto (Tg 1.13-15).
Contudo, foi Ele quem projetou toda a história da humanidade, escolhendo cada um de acordo com aquilo que a pessoa se conforma em ser. É claro que Ele não queria que fosse necessária tanta complicação. Mas, por causa da dureza dos corações que haveriam de insistir em duvidar de Seu amor e sabedoria, Ele teve que permitir tudo isto.

·        “Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” (Mt 19.3-9).

Este princípio pode ser aplicado a todo o Antigo Testamento. A ideia do Criador era conduz Seu povo pessoalmente (Êx 19.6). Infelizmente eles preferiram que alguém buscasse a Deus por eles (Dt 5.23-27). Como eles acharam muito pesados os mandamentos do Criador (Hb 12.18-21), Ele teve que permitir muitas atrocidades (por exemplo: guerras, poligamia, escravidão, divórcio, etc.).
Contudo, para que o ser humano pudesse ver o resultados dos desejos do seu próprio coração, em contraste com Sua bondade e perfeição (Rm 3.24-26; 9.21-23; 11.32).

Mal afinal, por que precisava da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal  para que todos pudessem conhecer melhor a Deus?

Sem esta árvore sempre restaria dúvida:

·         Será que não existe possibilidade de alguém fazer algo bom por conta própria, ainda que seja algo bem pequeno e contando com a ajuda de Deus? Mesmo que seja Deus fazendo tudo, será não podemos contribuir nem mesmo com uma ajudazinha?
·         Será que algo não pode funcionar fora da Escritura Sagrada? Que mal há, afinal, em uma “mentirinha” ou “cobiçar uma mulher no coração só uma veizinha”? Por que tudo tem que ser do jeito de Deus? Por que não podemos fazer algo certo, mas do nosso jeito?

Estas foam as dúvidas que Ha-Satan lançou nos corações. E Deus não trabalha como um malabarista que tenta manter tudo à sua volta em equilíbrio. Muito menos fica como que usando Seu imenso poder para manter afastado tudo que possa colocar em risco a Sua verdade. Veja a parábola:

·        “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” (Mt 7.24-27).

Note como Deus não poupou a casa que estava construída na Rocha (que é Sua Palavra) de receber o impacto da tempestade (assim como não poupou Jó das acusações de Ha-Satan – Jó 1.6-12; 2.1-7). Nunca foi pretensão de Deus dar conforto material aos Seus. Antes, Seu alvo foi sempre confirmar a beleza da Sua Palavra e presença, poderosa o suficiente para manter firme os Seus, mesmo passando pelas mesmas coisas que os ímpios. Note que os rios e ventos não apenas bateram na casa, mas combateram contra ela. Ou seja, trata-se de algo, não apenas intenso, mas intencional (racional). Houve uma investida de Ha-Satan através de tais fenômenos naturais no sentido de fazer de tudo para que a casa na Rocha caísse.
A ideia é usar a Igreja para que ninguém possa ter dúvida de que só Nele há verdadeira paz, felicidade e amor:

·        “Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens.” (1Co 4.9);
·        “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,” (Ef 3.8-10).

Pense: em que consiste a batalha espiritual de Ap 12?

·        “E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” (Ap 12.7-9).
                                                                                             
A única razão para que ninguém conseguisse achar lugar para Ha-Satan e seus demônios no céu é porque, após a Palavra de Deus ter sido confirmada através da Igreja diante dos anjos (Ef 3.8-10; 1Pe 1.12), não havia mais espaço para eles no céu.
A batalha não era física, mas no entendimento e no sentimento. Não é que Miguel pegou Ha-Satan pela orelha e o arrastou para fora do céu (ou algo semelhante). O que acontece é que, após confirmada a Palavra de Deus, não havia mais base alguma para as acusações de Ha-Satan. Não havia mais dúvida.
Onde não há lugar para dúvida, Ha-Satan cai como um raio (tal como se deu em Lc 10.17,18).
Para você entender isto melhor, pense: por que na Nova Jerusalém nada contaminado conseguirá entrar?

·        “E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações. E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Ap 21.24-27).

Por que Deus não fez a mesma coisa no Éden?
Repare como diz que as portas da Nova Jerusalém não se fecharão.
Mas, sendo assim, como nada imundo consegue entrar? Acaso fica um anjo vigiando?
Mesmo que isto seja verdade, a principal razão não é esta. Analise estes trechos:

·         “E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.” (Mt 22.12). Jesus não se mostra forte e furioso, mas o trata como amigo. Ainda assim ele ficou sem fala. Depois é que foi lançado fora (Mt 22.13). Contudo, na verdade, internamente ele nunca esteve dentro;
·         E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes. E, saindo Pedro para fora, chorou amargamente.” (Lc 22.61,62). O que deixou Pedro entristecido não foi a censura de Jesus, mas Seu olhar amoroso;
·         “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.” (Gn 3.7,8). Mas por que eles sentiram tal necessidade? Quem foi que os repreendeu por estarem nus? Logo, era a bondade de Deus manifesta na criação que os levava a concluir que estavam fora dos padrões agradáveis a Deus. Daí dizer:
o   “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.” (2Co 5.14).

Enfim, não é Deus que expulsa alguém do lugar bom ou o impede de aí entrar. É a pessoa que não consegue suportar.

·        “E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder,” (2Ts 2.7-9).
·        “E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.” (Ap 14.9,10).

Note como o lago de fogo e enxofre está diante da face do Senhor.  O grande abismo que separa o Seol (ou Hades – Lc 16.26) não é físico. O que acontece é que, quem está na presença de Jesus, não suporta ir para um lugar longe Dele. E quem não entrega Sua vida a Jesus, não suporta viver o amor em si, muito menos ver o mesmo sendo manifestado em favor de alguém.
A única coisa que ainda permite Ha-Satan e o seus ter acesso ao céu é porque ainda há espaço para dúvida. Quando este espaço deixar de existir, ele não suportará mais ficar lá vendo os anjos se amarem uns aos outros e ao Criador. Afinal, isto o machuca por dentro e, uma vez que ele sabe que não pode conviver com isto dentro de si (ou seja, que não pode fazer parte disto), nem acabar com isto, nem ele, nem seus seguidores conseguirão sequer se aproximar. O amor é mais poderoso do que uma imensa fornalha.

Agora você entende o motivo pelo qual, no céu, ninguém conseguirá pecar?

Muitos acham que é por causa do corpo glorificado. Embora isto contribua, o verdadeiro motivo é o fato de não haver mais qualquer dúvida acerca da perfeição de Cristo e Sua Palavra (basta pensar que Ha-Satan, embora tenha nascido no paraíso, com corpo glorificado e sem ninguém para o tentar, ainda assim se tornou o inimigo de nossas almas). Afinal, já pensou em que consiste o juízo final e qual a finalidade do mesmo?
Muitos acham que o juízo final é simplesmente para punir os ímpios. Todavia, veja:

·        “E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” (Ap 20.11-15).

É bom lembrar que, quando o apocalipse foi escrito (aproximadamente em 90 D.C.) não havia a tecnologia que tem hoje. Eu creio que foi por isto que João diz “livro”. Contudo, pode estar certo de que tais “livros” sejam mais sofisticados do que qualquer mídia de armazenamento da atualidade, de modo que todos poderão ver com precisão cada segundo da vida de cada pessoa que por aqui passou (ver Rm 14.10; 2Co 5.10).
E, após ver pessoas das mais diversas raças, línguas, tribos, povos, sexo, etc., submetidos às mais diversas situações com as mais diversas tecnologias a dispor, não haverá dúvidas de que não existe hipótese de algo funcionar sem Jesus, pois todas as possibilidades possíveis foram exploradas pelos mais diversos tipos de seres que já passaram por este mundo.
Em outras palavras, o juízo final tem por finalidade convencer a cada um (incluindo Ha-Satan e seus demônios) de que apenas Jesus é Senhor:

·        “Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus.” (Rm 14.11).

Ou seja, o que há é um pleno convencimento do Espírito Santo (Jo 16.8), de modo que cada um reconheça a perfeição de Cristo em cada segundo que viveu e entenda a sentença estabelecida por Deus:

·         Os justos não verão qualquer possibilidade de fazer algo afastado de Jesus e diferente do que Ele estabeleceu. Deste modo, embora todos estes sejam livres, ainda assim não pecarão;
·         Os perversos se conformarão, tal como se deu com Caim, a ficar longe Dele (Gn 4.14), já que o amor, para eles, é agonia.

O pecado e a morte entraram no mundo por causa do pecado de Adão? Não seria Deus o autor do mal, já que foi Ele quem plantou a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal  e permitiu que Ha-Satan possuísse o corpo da serpente?

Embora o conhecimento maligno estivesse ali presente, ele ficaria inerte se ninguém dele provasse. E se Adão tivesse obedecido ao Criador e se relacionado com Eva tão logo esta tivesse sido criada (Gn 1.28), ela não teria sentido necessidade de algo mais, já que, através dos filhos, haveria ocasião para o amor de Deus se manifestar em sua vida, salvando-a dela mesma (1Tm 2.15).
A única coisa que Ha-Satan fez foi induzir Eva a se deixar enganar por si mesma (1Tm 2.13,14).
Quanto a Adão, seu erro foi dar ouvidos à voz de sua mulher (Gn 3.17). Ou seja, Eva não simplesmente entregou o fruto e Adão comeu. Ela usou de voz persuasiva para induzi-lo a comer.
Ou seja, a responsabilidade foi toda de Adão. Mesmo porque, no que Eva foi tirada da costela de Adão, podemos concluir que Adão foi enganado por ele mesmo (Gn 2.23).
Você pode continuar a questionar: mas afinal, por que Deus tinha que colocar esta árvoreno jardim? Para que todos pudessem ver que, mesmo com todas as circunstâncias favoráveis, sem o Espírito Santo, o homem nunca estará plenamente satisfeito. Seu tormento interior será de tal magnitude que ele não conseguirá esperar por Deus.
Note como, embora sentisse um vazio, a mulher, ao invés de compartilhar isto com o homem e este levar o caso ao Criador, a ânsia para resolver o problema do vazio interior era tal que eles não quiseram esperar até o fim do dia para conversar a respeito com Ele (Gn 3.8). Ao invés disto, preferiram optar pela solução mais rápida e visível.