sexta-feira, 21 de março de 2014

57 - QUAL É A HERANÇA E O GALARDÃO DA IGREJA?

QUAL É A HERANÇA E O GALARDÃO DA IGREJA?

Muitas vezes tentamos carnalizar as promessas do Reino de Deus. Por exemplo: muitos acham que galardão é uma riqueza imensa. Contudo, é bom lembrar que os conceitos e valores do Reino dos Céus são diferentes do deste mundo.
A verdadeira dádiva para quem é de Jesus é poder ser usado por Ele para glorificar Seu nome. E qual é a melhor forma de isto acontecer? Vejamos o que diz os apóstolos:

·         “E concordaram com ele. E, chamando os apóstolos, e tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus, e os deixaram ir. Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus.” (At 5.40,41);
·         “Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.” (Gl 6.17);
·         “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” (2Co 12.9,10).

Ou seja, para quem é de Jesus, sofrer por amor a Ele é sinal de aceitação e glória (Fp 1.29; Cl 1.20; 1Pe 2.18-25; 4.12-19).
Para você entender isto, pense: qual é a melhor forma de ser honrado? Não é sendo chamado por uma autoridade e sendo exaltado por ela por alguma coisa que fizemos? No Reino de Deus, ser exaltado significa comparecer diante de Deus a fim de que todos vejam em si as marcas que comprovem que somos de Jesus.
Pense: quando alguém olha para uma pessoa e vê seu corpo todo marcado por aquilo que ela sofreu por amor a Jesus, mas ainda assim ficou firme na fé, isto é uma honra.
Assim, no milênio, o que o povo chama hoje de defeito físico, lá será uma dádiva. Já pensou no motivo pelo qual o corpo de cada um será semelhante ao de Cristo?

·         “O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o SENHOR, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial.” (1Co 15.47-49).

“Como assim?”, você deve estar se perguntando. Embora Jesus, após ressuscitar tivesse um corpo glorificado, ainda assim Tomé pôde ver as mãos e os pés perfurados e o lado transpassado pela lança (Jo 20.27).
Ou seja, embora nosso corpo não sinta dor, frio, fome, sede, cansaço, nem envelheça ou adoeça, ainda assim conservará as mutilações que sofremos por amor a Jesus para servir de testemunho a todos os que entrarem no milênio em carne e sangue, bem como os que nele nascerem.
Contudo, nem por isto será algo ruim. O que torna os defeitos físicos um problema nesta terra é a falta de amor, bem como o cansaço, doença, etc. Todavia, se não houver o pecado e as consequências dele, não haverá problemas. Tal pessoa nunca terá necessidade, pois sempre haverá alguém bem disposto a dar-lhe tudo de que necessitar, e isto por amor (e não por obrigação).
Quando a Escritura Sagrada fala que Jesus e os vencedores do mundo (1Jo 5.3) (em particular os mártires) reinarão com vara de ferro (Ap 2.26,27; 3.21; 20.4), muitos entendem mal isto.
A vara serve como símbolo de que Deus sempre confirma Sua Palavra e a cumpre (Nm 17.1-5; Jr 1.11,12). O ferro esmiúça e quebra tudo (Dn 2.40). Ou seja, a vara de ferro é Deus confirmando Sua Palavra, destruindo tudo que não é Dele.
Contudo, como se dá tal destruição? Com certeza não é com força, nem violência (Zc 4.6). Ele fez isto lá no Gólgota.
Em outras palavras, a vara de ferro quer dizer que Ele e todos os Seus que venceram serão um testemunho vivo da Escritura Sagrada, do caráter e amor de Deus. Será um governo que não se deixará corromper por nada, nem ninguém, mas será sempre uma confirmação de tudo que Deus é.
Afinal, autoridade não é aquele que manda, mas sim aquele que serve de exemplo (Mt 20.25-28; 1Pe 5.1-3).
Somente na eternidade, após o juízo final, é que teremos um corpo sem defeitos físicos. Primeiro nosso corpo físico é semeado. Quando morremos e ressuscitamos, nosso corpo é vivificado e glorificado (1Co 15.36). Mas como ninguém semeia o corpo que há de nascer (1Co 15.37), logo o nosso real corpo nos será dado após o juízo final. Sem contar que é a partir daí que Deus fará tudo novo (Ap 21.5), inclusive nos dará um novo nome (Ap 2.17). Até o próprio Jesus terá um novo nome (Ap 3.12).
Já a nossa herança corresponde às pessoas que Deus coloca na nossa vida. É nelas que devemos depositar os tesouros celestiais que Deus nos concede (Mt 6.19.21) a fim de que elas possam nos receber nos tabernáculos eternos (Lc 16.9) e ser a nossa glória e alegria quando Jesus vier (1Ts 2.19,20).
Considerando que na casa do Pai (o coração de cada pessoa) há muitas moradas, o nosso papel é enchermos o coração de cada uma delas com as pessoas e coisas que Deus nos dá (Jo 14.1,2). Lembre-se que nós somos vestidos com os atos de justiça dos santos (Ap 19.8), e não com os nossos atos de justiça.   
 Mas entenda: esta glória não é para nós. Os vinte e quatro anciãos, que são símbolo da Igreja, não ficaram com a coroa para si, mas a lançaram diante do trono do Criador (Ap 4.10). Considerando que o galardão e a herança são coroas nossas, isto significa que nenhuma das pessoas que foram a Jesus através de nós servirá de glória para nós, muito menos tudo que sofremos por amor a Jesus e ao evangelho. Mesmo porque, se assim fosse, então haveria disputa e ciúmes no Reino de Deus. A ideia é que cada um tenha o que oferecer ao Criador.
Para ser mais exato: a verdadeira honra para o servo de Deus é que todos possam ver quem é Jesus através de tudo que ele sofreu. Ou seja, a ideia é que, ao olhar para ele e ver as marcas de tudo que passou por amor a Jesus e, ainda assim, continuou firme, sirva para que todos vejam como o amor de Deus é mais forte do que tudo, até mesmo do que os maiores sofrimentos (Rm 8.31-39).

A verdadeira glória para o servo de Deus é ver como Deus pode ajuntar pessoas dentro de si, apesar de ser um pecador miserável.

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