DESCOBRINDO, POR
MEIO DE ABRAÃO, UM DOS MOTIVOS PELO QUAL NOSSAS ORAÇÕES NÃO SÃO RESPONDIDAS
Observe
como se deu o chamado do Eterno a Abraão:
·
“Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela
e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande
nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E
abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti
serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.1-3).
Note
como era para Abraão sair da terra dele e da sua parentela. Infelizmente
ele não entendeu isto. Achou que o problema era apenas a terra e resolveu
partir com Ló:
·
“Assim partiu Abrão como o SENHOR lhe tinha
dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando
saiu de Harã.” (Gn 12.1-4).
E
não é a primeira vez que Abraão cometeu este erro. Note que o primeiro chamado
de Abraão foi quando ele estava ainda na terra dos Caldeus.
·
“Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para
herdá-la.” (Gn 15.7).
Quando
Abraão ouviu a voz do Eterno estando em Ur, com
certeza ele contou tudo para seu pai. Ao ouvir que o Eterno ordenou a Abraão
que partisse, Terá com certeza não queria ficar longe de Abraão e resolveu ir
com ele:
·
“E tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu
filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para
ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram
ali.” (Gn 11.27-31).
Note
como Terá saiu para ir até Canaã, que era o lugar onde o Eterno queria Abraão.
No entanto, por alguma razão, num determinado momento, Terá resolveu parar e
acampar num determinado lugar e acabou ficando por ali, e chamou àquele lugar Harã em homenagem a seu filho que morreu em Ur:
·
“E estas são as gerações de Terá: Terá gerou a Abrão, a Naor, e a Harã; e Harã gerou a Ló. E morreu Harã
estando seu pai Terá ainda vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos caldeus.” (Gn 11.27-28).
É
claro que isto foi providência do Eterno. Afinal, se a terra onde Abraão
deveria peregrinar não era capaz de sustentar nem mesmo Abraão e Ló com seus
pastores e gado (Gn 13.6), quão dirá se toda a casa de Terá
fosse para ali.
No
entanto, Abraão achou que não tinha problema levar consigo sua família, desde
que eles resolvessem ir para Canaã. Resultado: da primeira vez, isto retardou
sua viagem (ele demorou mais para herdar a bênção). Da segunda vez, por levar Ló,
Abraão foi obrigado a peregrinar no Egito.
Lá
Sara passou a ter uma escrava, a qual veio a servir de possibilidade para uma interpretação
errada da promessa do Eterno. Tudo isso por não enxergar mal algum no fato de
permitir que seus parentes (primeiro toda a casa de Terá e, depois, seu sobrinho) fossem consigo.
Em
outras palavras, ele não confiou plenamente na sabedoria do Eterno que vê o
invisível. Talvez até ele quisesse que o bem que o Eterno planejava para ele se
estendesse também à sua família.
Contudo,
isto foi permitido a fim de poder nos ensinar que, não importa o quão boa sejam
nossas intenções e o quão estranha pareça a ordem do Eterno. Cabe a nós seguir
Sua vontade à risca, certos de que Seus pensamentos e caminhos são mais altos do
que os nossos (Is 55.8,9).
Sem
esta certeza, não importa o que o Eterno diga, sempre o indivíduo tentará
adaptar Suas ordens aos seus desejos e conveniência. A fome na terra deveria
ter servido de lição para Abraão (Gn 12.10), mas não serviu. Ele teve que passar
por outra crise material para entender que era para separar mesmo (Gn
13.6-9).
Ou
seja, se queremos que o Eterno fale conosco, precisamos levar suas instruções a
sério, mesmo quando as circunstâncias estão contra a nossa carne. Aliás, a
verdadeira vontade do Eterno visa fazer morrer nossa natureza terrena (Cl 3.5). Quando deixamos ela cortar em nós o
que não é de Jesus (Hb 4.12), queimar o lixo espiritual (Jr 23.29) e quebrar todo o coração de pedra (Ez
11.19; 36.26),
cumprimos o que é ordenado em Cl 3.5.
Assim,
se queres ouvir a voz do Eterno, programe (treine) sua mente para receber a vontade do Eterno de modo
puro. Do contrário, mesmo que o Eterno fale, você não conseguirá discernir e
experimentar toda Sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm
12.2). Sua natureza carnal não te permitirá receber nem praticar os conceitos e
valores do Eterno (At 16.20,21).
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