POR QUE MARIA MADALENA FOI
PROIBIDA DE TOCAR JESUS (Jo 20.17)?
O QUE ISTO TEM HAVER COM A
REBELIÃO DE HA-SATAN CONTRA O ETERNO.
Compare
as seguintes passagens:
·
“E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus
lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os
seus pés, e o adoraram.” (Mt 28.9).
·
“Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu
Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso
Pai, meu Deus e vosso Deus.” (Jo 20.17).
Note
que, enquanto Maria Madalena foi proibida de tocar Jesus, as outras mulheres (Joana, Maria, mãe de
Tiago e Salomé, por exemplo – Mc 16.1; Lc 24.10) puderam abraçar os pés de Jesus. Vem
a pergunta: qual o motivo disto?
Note
como as outras mulheres estavam a serviço do Rei dos reis quando foi por eles
surpreendida. A missão delas era levar as boas novas (evangelizar) aos discípulos e irmãos de Jesus. Já
no caso de Maria Madalena, o desejo dela era o de adorar Jesus.
A
primeira vista isto pode parecer algo bom. Ainda mais considerando que o Eterno
gosta de ser “detido”:
·
“E já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte, e te
detenhas; porque escondes de nós o teu rosto, e nos fazes derreter, por causa
das nossas iniqüidades.” (Is 64.7)
Veja
o caso de Jacó. No que Ele “deteve” o Eterno, ele teve seu nome mudado, ou
seja, sua identidade transformada (Jo 32.24-28).
Contudo,
você já parou para pensar que, muitas vezes, as coisas boas causam mais males
do que as ruins?
Pense:
quem são os responsáveis pelo maior número de mortes na sociedade? Não são os
bandidos, mas sim os militares. Com a desculpa de que é para promover a paz
definitiva, fazem guerra contra todos aqueles que, segundo eles, são os
culpados de todos os males na sociedade.
Analisemos,
por exemplo, o caso de Hittler. Ele é considerado um
dos maiores monstros que já existiu no mundo. No entanto, e se eu te dissesse
que ele tinha boas intenções. Por mais absurdo que seja, o desejo dele era o
mesmo que o nosso: purificar o planeta de toda raça ruim, de modo que só
ficassem aqui aqueles que fossem bons.
E
quanto aos divórcios? Normalmente, quem é a parte que o exige? É justamente o
“bonzinho”, aquele que se sente injustiçado. O pecador, muitas vezes quer se
redimir e reconciliar, mas a parte ofendida se recusa a isto.
Mesmo
nos tribunais. Quem são os indivíduos que normalmente abrem os processos?
Aqueles que se acham no direito de encher a si e a outros (juiz, promotor, etc.) de maus sentimos só para ver seu
prejuízo físico restaurado.
Usando
exemplo da Escritura Sagrada, veja o caso de Uzias.
Por mais absurdo que possa pearecer, o que fez ele
desviar do Eterno foi justamente as bênçãos que Dele recebeu (2Cr 26.15). E como foi que ele se desviou? Indo
para oferecer incenso ao Eterno (2Cr 26.16).
Note que ele não foi oferecer incenso a outros deuses, mas ao Eterno. Então por
que ele foi severamente punido? Porque isto era tarefa exclusiva dos sacerdotes
(2Cr
26.18). Ou seja, o
que no fundo ele queria era receber do Eterno honra para si mesmo. Viu como um
ato que parecia bom, na verdade não era?
De
igual modo, quando Uzá colocou a mão na arca da
aliança para não deixá-la cair, ele morreu na hora (2Sm 6.7). Embora aquele gesto tenha sido bem intencionado, tal
coisa não era permitida. Não podemos consertar um erro com o outro.
E
quanto a Ha-Satan? Já pensou no motivo que levou Ha-Satan a se rebelar contra o Eterno? Pense: Ha-Satan tinha um corpo glorificado, não existia problemas,
nem tentações, muito menos quem tentasse. O mal não existia.
Então
como ele foi se corromper? Só existe uma explicação. Por causa de uma coisa
boa. Ele queria ser semelhante ao Altíssimo (Is 14.12-14). Muitos acham que isto era inveja.
Contudo, lembre-se que o mal não existia. Logo, a intenção dele era boa. Ele
queria ser semelhante ao Altíssimo porque queria ajudar de uma forma tão bela
como o Eterno. Ele queria ir além do seu principado (Jd 1.6) para poder servir mais.
O
que Ha-Satan não entendia, é que, quem não é com
Jesus é contra Ele e quem com Ele não ajunta, espalha (Mt
12.30). Ou seja, não
é para fazermos o papel do Eterno (trabalharmos por Ele),
mas sim para deixarmos que Ele nos use para ministrar na vida dos indivíduos.
Note como os indivíduos mais cruéis que surgem são justamente os que acham que estão
trabalhando para o Eterno, fazendo a obra Dele.
Mais
ainda: quando você lê o evangelho, com quem você vê Jesus discutindo? Não é com
os adoradores de Ha-Satan, muito menos com os
bandidos e prostitutas, mas justamente com aqueles que eram os maiores
conhecedores da Escritura Sagrada.
Com
todos estes exemplos, podemos ver que os maiores causadores de problemas são
aqueles que a sociedade considera como bons. E não é para menos, já que, ao
contrário dos bandidos, eles contam com o apoio de leis e da sociedade para
levar a cabo todos os seus maus intentos, com a desculpa que é para o bem de
todos.
Você
pode estar se perguntando: “mas o que tem tudo isto haver com Maria Madalena?”.
Veja
também o caso dos discípulos:
·
“Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me
amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; porque
meu Pai é maior do que eu.” (Jo 14.28).
Eles
queriam o mesmo que Maria Madalena. Veja como Jesus repreendeu a Pedro numa
certa ocasião:
·
“Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que
convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais
dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E
Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem
compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse
a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não
compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” (Mt 16.21-23).
Ele
não queria que Jesus morresse, mas que continuasse vivo com eles. Na sociedade
isto é visto como amor. Contudo, Jesus afirma que os discípulos não O amavam e
chamou a Pedro de Satanás por desejar tal coisa.
Mas
onde é que está o problema? Enquanto Jesus estava em carne (mesmo após ressurreto), Ele não era onipresente. Embora o
corpo ressurreto de Jesus pudesse voar, atravessar paredes e aparecer e
desaparecer do nada, ainda assim Ele não podia estar em mais de um lugar ao
mesmo tempo (lembre-se que Ele foi 100% homem e que teremos um corpo semelhante
ao de Jesus – 1Co 15.44-49).
Assim,
Maria Madalena, Pedro e os demais apóstolos queriam Jesus só para eles. Isto é
egoísmo. Por isto é que Jesus não queria ser detido por Maria Madalena: porque
Ele tinha que outras coisas para fazer (por exemplo, encontrar com as outras
mulheres).
A
adoração de Maria Madalena era carnal (algo condenado em 2Co 5.16). Mesmo que sincera, pensava apenas no
seu bem-estar.
Este
nível de adoração só poderia ser executado após Jesus subir para o Pai e
voltar. Isto aconteceria com sua ascensão e, em seguida, com a vinda do
Espírito Santo no dia de Pentecostes. A partir do Pentecostes, aí sim cada um
poderia adorar o Eterno tal como Maria Madalena e os apóstolos, só que em
espírito.
Afinal,
o Pai é maior do que Jesus: Ele pode estar em toda parte. Assim, o fato de eu
querer “deter” Jesus não impede que outros indivíduos tenham acesso à sua
presença. E como é que “detemos” o Eterno? Permitindo que Ele preencha todo o
nosso espírito, todos os nossos sentimentos, cada uma das nossas ações (força) e cada pensamento nosso.
É isto que
significa amar ao Eterno. Quando o nosso coração detiver o Eterno, nos tornaremos
capazes também de amar o próximo como a nós mesmos, já que:
·
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.” (Jo 3.16).
Qual
é o verdadeiro sentido deste versículo? Pelo fato de o Eterno ter amado o
mundo, Ele concede Seu filho a quem estiver disposto a confiar Nele a fim de
que os indivíduos à Sua volta possam crer Nele e, deste modo, não perecerem.
Ou, dizendo de outro modo, o Eterno concede Jesus a alguém a fim de que este,
ao recebê-Lo (Jo 1.12), possa ser capaz de amar o mundo de
tal maneira e, assim, os indivíduos tenham oportunidade de crerem em Jesus e
passarem a ter a vida eterna.
Com
base nisso, podemos perceber que nosso objetivo não é o de querer que os
indivíduos à nossa volta sejam transformados. Ao invés disso, os erros dos
outros devem ser visto como uma oportunidade a mais de Cristo poder se
manifestar através de nós (ver Rm 5.20; 2Co 4.10,11).
Tanto
que Jesus disse:
·
“E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam
santificados na verdade.” (Jo 17.19).
Note
que Jesus não disse que ia santificar os apóstolos, o que parece muito mais
razoável. Ao invés disso, a preocupação de Cristo era, a cada situação que
surgia, aproveitar para manifestar Sua santidade aos indivíduos. Ou seja, ao
invés de querer convencer os discípulos a mudarem com palavras, Seu foco era
mostrar que, em todas as coisas e de todos os modos é possível dar glória ao
nome do Eterno. Afinal, no que Jesus passou por tudo que nós passamos, mas sem
pecado (Hb 4.15),
isto serviu como prova de que é possível passar por toda e qualquer situação
sem negarmos a Cristo, bastando para isto que Ele nos fortaleça (Fp
4.13).
Assim,
ao invés de fugirmos dos problemas, seja nos isolando da pessoa ou obrigando
que ela mude, devemos aproveitar o meio pecaminoso no qual estamos para que o
Favor do Eterno possa superabundar na nossa vida.
Daí
Jesus dizer para amarmos os nossos inimigos (Mt 5.44) e que Ele veio para chamar os
pecadores ao arrependimento, e não os justos (Mt 9.12,13). Afinal, é na presença dos mesmos que
ocorrerão as maiores oportunidades de mostrarmos o Favor do Eterno (Rm
5.20).
Inclusive,
já parou para pensar no motivo de o Eterno ter colocado a Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal no Édem? O Eterno não
tenha prazer em ver o homem pecar. Contudo, por saber que é em meio ao pecado
que seu amor, perdão e Favor podem melhor ser vistos, o Eterno permitiu uma
situação que com certeza faria o ser humano pecar.
É
pelo mesmo motivo que Ele suporta com muita paciência os vasos da ira (Rm
9.22,23), não quer
que o joio seja arrancado (Mt 13.29) e Se mostra paciente em meio a
pecados cometidos (Rm 3.25,26): para que possa mostrar em que
consiste sua verdadeira justiça e, deste modo, possa ser o único justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus.
Para
ilustrar isto, veja a história de Oséias. Ele teve que casar com uma mulher que
ele sabia que ia se prostituir e depois teve que comprá-la de volta. Se Gômer não tivesse adulterado, o amor de Oséias não seria
uma dádiva, mas uma obrigação, já que Gômer teria o
direito de receber amor da parte Dele. Todavia, no que Gômer
pecou, ela perdeu todos os direitos e não merecia nada. Agora o amor de Oséias
era uma expressão viva de como é o amor do Eterno. Ou seja, Oséias amou Gômer simplesmente porque recebera em si este amor da parte
do Eterno, de modo que Ele não podia fazer outra coisa senão amar.
De
igual modo, se o ser humano não tivesse pecado, nós teríamos o direito à bênção.
Embora nós pertençamos ao Eterno por Ele ter nos criado, Seu amor e Favor
seriam ligados à nossa fidelidade e vice-versa. Foi exatamente o que Ha-Satan disse para o Eterno acerca de Jó:
·
“Então respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: Porventura teme Jó a Deus
debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo
quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na
terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não
blasfema contra ti na tua face.” (Jó 1.9-11).
No
entanto, no que o ser humano pecou e o Eterno nos comprou de volta com Seu
sangue, Ele passou a ter um direito a mais sobre nós. Antes do pecado Ele era
Senhor, após redimir o pecado, Ele passou a ser também dono. E mais:
·
Antes
do pecado o Eterno se relacionava com o ser humano tirando proveito das
qualidades que Ele lhe deu;
·
Após
o pecado e redenção, o Eterno passou a se relacionar na perspectiva de
reconstruir um relacionamento que foi rasgado. O ser humano não tinha direito a
mais nada, tendo que viver exclusivamente do amor do Eterno e daquilo que
saísse de Sua boca (Mt 4.4).
Muitos
acham que o perdão é um ato de momento. Contudo para você visualizar em que
consiste o perdão, imagine uma camisa. Quando pecamos, é como se a manga da
camisa fosse arrancada. O perdão consiste em cada uma das inúmeras amarras que
damos para fixar novamente a manga à camisa. Cada amarra é uma demonstração de
perdão.
Você
pode questionar: é claro que, após tais amarras, a situação não volta a ser como
antes. E nem é para ser. A ideia é que fique um selo (cicatriz) que sirva para:
·
A
parte pecadora se lembrar de onde que ela foi resgatada e assim, trema ante a
hipótese de pecar e tema entristecer o coração daquele que lhe perdoou;
·
A
parte que concedeu o perdão ter sua fé fortalecida na grandiosidade do poder e
do Favor do Eterno.
Em
outras palavras, o amor que brota com o perdão é maior (Lc
7.47). Afinal, quanto
maior o pecado, mais fica evidente:
·
O
Favor do Eterno, ou seja, Seu envolvimento com a vida do pecador;
·
O
perdão do Eterno, ou seja, Seu processo de reconstruir os laços rompidos;
·
O
amor do Eterno, ou seja, a força bem mais intensa deste novo laço.
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