terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

188 - Apocalipse 19

APOCALIPSE 19

INTRODUÇÃO

 

O início do capítulo 19 faz parte do parênteses que vai de Apocalipse 16.17 a Apocalipse 19.10.

Note que, no apocalipse, várias vezes é dito que Jesus é digno de receber tudo de nós (Ap 4.9,11; 5.12,13; 7.10,12; 12.10).

Em contraste com o capítulo 18, no qual um pequeno grupo de comerciantes e reis lamentam a destruição da Grande Babilônia, no céu há grande voz de uma grande multidão louvando ao Eterno pela queda dela.

A ordem dos eventos é:

 

·        O retorno de Jesus em glória (Mt 24.29,30);

·        O exílio da besta do abismo e do falso profeta no lago de fogo e enxofre;

·        A destruição do exército da besta do abismo (Ap 19.11-21);

·        O julgamento dos que não receberam a marca da besta (Mt 25.31-46);

·        O milênio (Ap 20.4-6);

·        A revolta satânica e seu fim (Ap 20.7-10);

·        A destruição da terra pelo fogo (2Pe 3.10-12);

·        A quarta etapa da primeira ressurreição;

·        A segunda ressurreição;

·        O juízo final (Ap 20.11-15);

 

O dia do Senhor é precedido por sete sinais:

 

·        A manifestação da besta (2Ts 2.1-8);

·        O envio de Elias (Ml 4.5; Ap 11.3-6);

·        Cósmico distúrbios (Jl 2.1-12; Mt 24.29; At 2.19,20; Ap 6.12-17);

·        A apatia das oholiao (1Ts 5.1-3);

·        A apostasia das oholiao (2Ts 2.3);

·        A arrebatamento da Igreja (1Ts 4.17);

·        Os julgamentos apocalípticos (sete taças e sete trombetas).

 

Este capítulo é dividido em duas partes:

 

1 – (Ap 19.1-10) -> um parênteses mostrando a alegria daqueles que são de Cristo quando a Grande Babilônia está completamente destruída e a Igreja casada com o Cordeiro;

2 – (Ap 19.11-21) -> a histórica vitória de Jesus sobre a besta que sobe do abismo, o falso profeta e seus exércitos.

 

Portanto, uma cláusula tripla é dada:

 

·        O julgamento da Grande Babilônia;

·        O casamento do Cordeiro (Sl 104.7);

·        A preparação da Noiva é chamada com outra fonte de alegria celestial. “já a sua esposa se aprontou.”. Mas ela não teria como fazer isto se não tivesse sido concedido a ela vestir-se de linho fino, resplandescente e puro.

 

Os 4 nomes de Cristo:

 

·        “...chama-se Fiel e Verdadeiro” (Ap 19.11);

·        “...e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo.” (Ap 19.12).

·        “...o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus” (Ap 19.13);

·        “...no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.” (Ap 19.16);

 

A bênção final da Igreja é encontrada em uma indissolúvel união com Cristo. É uma união que jamais nos afasta de quem é Jesus, do que Ele fez por nós, bem como do amor ao próximo que todos devemos colocar em prática. A verdadeira unidade em Cristo é para nos capacitar a sermos indivíduos melhores (e não para nos manter escravos dos desejos do cônjuge, o que acaba minando as força, tempo e recursos que Jesus nos deu para cumprírmos com êxito sua missão).

Destaques neste capítulo:

 

(1)   O instrumento que Jesus emprega ao ir para a guerra e os Seu títulos (Ap 19.11).

(2)   Seu aspecto e Seus seguidores (Ap 19.12)

(3)   O Seu caminhar e a grandeza da Sua supremacía (Ap 19.15).

(4)   A guerra que Ele empenha e as vitórias que Ele alcança. Esta batalha é de tamanha importância que anjo convoca todos a atentarem para esta batalha (Ap 19.17).

 

 

1 – O amor do Marido pela verdade:

 

·        Mútua escolha;

·        Mútua simpatia;

·        Mútua ajuda.

 

A voz como que de grande multidão clamará “Aleluia”, Isto nos ensina:

 

1.     Que toda a multidão que há no céu se regozijará com o fim da Grande Babilônia e o casamento do Cordeiro com a Igreja;

2.     Que nossa alegria não deve terminar em nós mesmos;

3.     Que nosso louvor não deve ser direcionado para alguma criatura. Antes, deve estar centrado em Jesus e na excelência de tudo que Ele é;

 

Este louvor de Apocalipse 19.1-6 tem cinco partes, cujo objetivo é mostrar o que o reino celestial realmente é:

 

·        A quem louvar:

o   “E, depois destas coisas ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus;” (Ap 19.1);

·        Por qual motivo louvar:

o   “Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (Ap 19.2);

·        A importância de permanecer na mente de todos a vitória de Jesus sobre Grande Babilônia:

o   “E outra vez disseram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, e os quatro animais, prostraram-se e adoraram a Deus, que estava assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia!” (Ap 19.3,4);

·        O ordem para conservar este louvor no coração e nos lábios por toda a eternidade (Ap 19.1,2);

o   “E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, assim pequenos como grandes.” (Ap 19.5).

·        A confirmação de que é Jesus apenas reinará quando a Igreja tiver em mente o quanto a falta de pureza e santidade provoca a ira Dele:

o   “E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.” (Ap 19.6)

 

E tão significativo é este louvor que tudo parou no céu para louvar o Eterno pela queda da Grande Babilônia. Afinal, quem é de Jesus deve procurar conhecê-Lo pessoalmente e por meio de Seus feitos. Este ato celestial celebra o começo da vitória definitiva sobre os poderes antecristãos (a derrota da Grande Babilônia).

Repare como a condição daqueles que são fiéis a Jesus é fundamental para confirmar o reinado de Jesus. A primeira vez que é mencionado o Eterno reinando é em Apocalipse 11.17, quando a Igreja é arrebatada (quando, Ele começa a operar de modo sobrenatural). A segunda vez é aqui com a destruição da Grande Babilônia. Isto vem a confirmar que o reinado de Cristo não depende da imensidão da crueldade de Ha-Satan e seus discípulos, mas sim da qualidade do compromisso por parte da Igreja. Jesus e Sua Palavra só parecem não ter força neste mundo quando a Igreja se recusa a receber dentro de si Jesus e Seus ensinamentos.

Em cada crise no apocalipse nós vemos um similar hino de louvor (Ap 4.8; 5.9; 7.10; 11.15; 15.3; 16.5).

Um dia nós todos ouviremos os quatro “aleluia” (Ap 19.1,3,4,6). Quinze dos Salmos começam ou terminam com esta palavra. No Testamento do Favor do Eterno esta palavra só aparece aqui neste capítulo de Apocalipse (e isto quatro vezes – Ap 19.1,3,4,6).

Segundo dizem os Salmos 104-109 (chamado de “O Grande Hallel” devido o uso frequente da palavra Aleluia) era cantado principalmente na Festa da Páscoa e na Festa dos Tabernáculos.

 

·        “E, depois destas coisas ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus;” (Ap 19.1).

 

E após estas coisas -> ou seja:

 

·        após o anjo ter declarado a queda da Babilônia (Ap 18.2);

·        após a voz vinda do céu chamar o povo para sair da Grande Babilônia (Ap 18.4);

·        após ter sido ordenado aos santos para retribuir à Grande Babilônia (Ap 18.6);

·        após a lamentação dos reis, mercadores, pilotos e todos que navegam no mar (Ap 18.9-19);

·        após outra voz ter ordenado aos santos para se regozijarem na queda dela (Ap 18.20);

·        após o anjo ter descrito o modo da queda da Grande Babilônia, bem como a extrema ruína que virá sobre ela e o motivo disto (Ap 18.21-23).

 

Após tudo isto João ouve o grande júbilo no céu. A “grande voz” a qual o apóstolo ouviu no céu pode ser caracterizada por três coisas:

 

                   1º -   Era extremamente alta, tal como a qual João ouviu em outra visão (como o som de muitas águas – Ap 1.15; 14.2) (como a voz que estimulou os sete trovões a proferirem suas vozes – Ap 10.3,4);

                   2º -   A voz foi grande considerando o tema e a ocasião, visto estar isto relacionado à grande salvação por um lado e à grande destruição por outro;

                   3º -   A voz foi grande em referência ao caráter dos seres que juntaram nela, vindo a constituir uma uniforme e melodiosa voz vinda a partir de tudo que estava ao redor do trono.

 

Este cântico serve para nos mostrar:

 

                   1º -           O quão terrível é o pecado da ingratidão, especialmente com relação a Jesus;

                   2º -           O quão nojento são as canções profanas e alegria carnal, e quão inconsistente é tudo isto na vida de quem professa o cristianismo.

 

Quanto ao tema da canção dos redimidos:

 

                   1º -       Primeiro vem o “aleluia”, que significa “louvado seja o Senhor”;

                   2º -       Após o “aleluia”, eles atribuem salvação ao Senhor nosso Deus. Salvação não depende da capacidade ou “boa” vontade do ser humano, mas da operação de Jesus no nosso interior;

                   3º -       Eles atribuem glória e honra ao Eterno. Glória é o mais alto grau de honra, sendo algo adequado apenas ao Criador, o qual não divide a glória e honra Dele com ninguém, nem com nada (Is 42.8). Apenas a presença Dele em nós é capaz de nos dar a verdadeira glória, ou seja, de nos conferir uma identidade;

                   4º -       Jesus também é a nossa verdadeira honra, ou seja, quem nos distingue entre os demais e nos capacita para tratar com distinção os que Ele nos dá, de modo que todos possam dar continuidade ao nome de Cristo em suas vidas (ver Dt 25.5,6);

                   5º -       Por fim, poder é atribuído ao Eterno. Poder implica habilidade e força, o que significa que o Eterno é perfeito e pleno na execução de qualquer coisa. Por exemplo: derramar poder na nossa vida, de modo a nos capacitar a vencer o pecado (Rm 5.17), o medo da morte (Hb 2.15) e o mundo (1Jo 5.3).

 

A Grande Babilônia, através de seus líderes religiosos, estava adotando estas prerrogativas para si mesma.

 

·        “Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (Ap 19.2).

 

Os atributos do juízo do Eterno puderam ser constatados através do modo de Ele julgar a Grande Babilônia (vingando Seus servos – Dt 32.43; Ap 18.20), a saber: ela foi destruída justamente pelos amantes dela e com o mesmo tipo de devassidão que ela estimulou (Ap 17.16; 18.6; ver Ez 16.37; 23.22).

O julgamento da Grande Babilônia:

 

·        Ela tinha feito outros pecarem.

·        Ela tinha derramado o sangue dos santos do Eterno.

 

Veja a diferença: as punições impostas pela Grande Babilônia terão o objetivo de levar seus adeptos a obedecerem pelo medo de sofrer; os juízos do Eterno, por outro lado, visam despertar os indivíduos, de modo que eles abandonem o pecado e, com isto, os outros não venham a sofrer por causa dos nossos pecados, nem por causa da consequência deles.

O motivo do louvor é o fato de os juízos do Eterno serem verdadeiros e justos, ou seja, nos levam a pensar e buscar somente aquilo que foi feito para nós (nem mais, nem menos), de modo a nos tornar participantes das coisas que são do alto (Cl 3.1,2; Ef 1.3; 2Pe 1.3).

A Grande Babilônia, por outro lado, era conhecida pela busca das riquezas falsas e em larga escala.

Mas por que riquezas falsas? Porque as “riquezas” deste mundo foram criadas, não para dar conforto, mas para que pudéssemos usá-las a fim de que o Eterno tivesse todas as oportunidades em nossa vida para mostrar quem Ele é ao mundo (ver Lc 16.9; Ef 3.8-10).

Mas por que ela é chamada de Grande Prostituta?

 

·        “E sete mulheres naquele dia lançarão mão de um homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos do que é nosso; tão-somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio.” (Is 4.1).

 

Jerusalém quer ostentar o nome do Eterno, mas quer o melhor de todas as nações (Ap 18.12-16). Por isto irá aproveitar do apoio inicial da besta do mar para se encher da riqueza de todas as nações (daí o povo de Israel achar que ele é o Messias: aparentemente as profecias estão se cumprindo – por exemplo, Is 60.11-16).

Em outras palavras, Jerusalém quer o nome do Eterno, mas não quer compromisso algum com Ele. Quer se alimentar do que lhe agrada (e não daquilo que realmente precisa) e se vestir com a própria justiça.

Mas ainda há outra coisa a considerar:

 

·        “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3.15).

 

Mas, se era para haver inimizade entre Ha-Satan e a mulher (que representa Israel), então como é possível que ela tenha tido filhas em Ap 17.5? Logo, o conceito de inimizade dos indivíduos está distorcido.

Em primeiro lugar, note que Jerusalém é “mãe solteira”, pois embora tenha tido filhos de Ha-Satan, este não é mencionado explicitamente como pai em Ap 17.5. Esta é a característica de uma inimizade: pode até gerar filhos e trazer riquezas e momentos de alegria, mas nunca promove a real satisfação de quem se entrega a este tipo de relacionamento. Além disto, nunca de fato une indivíduos. Pelo contrário: uns acabam explorando os outros. Afinal:

 

·        “O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas as afeições dos ímpios são cruéis.” (Provérbios 12.10).

·        “Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para o que é posto diante de ti, e se és homem de grande apetite, põe uma faca à tua garganta. Não cobices as suas iguarias porque são comidas enganosas. Não te fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria. Porventura fixarás os teus olhos naquilo que não é nada? porque certamente criará asas e voará ao céu como a águia. Não comas o pão daquele que tem o olhar maligno, nem cobices as suas iguarias gostosas. Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele. Come e bebe, te disse ele; porém o seu coração não está contigo. Vomitarás o bocado que comeste, e perderás as tuas suaves palavras.” (Pv 23.1-8).

 

A característica de Israel é que seu povo iria se relacionar com o Eterno e com Ha-Satan ao mesmo tempo. Daí a inimizade entre a semente da mulher (Jesus e a Igreja) e a de Ha-Satan. A semente de Ha-Satan iria fazer de tudo para proporcionar à Igreja aquilo que ela deseja, ao invés de lhe dar aquilo que ela realmente necessita.

Ou seja, inimizade não é fazer o mal, mas sim afastar o indivíduo do verdadeiro bem, da verdadeira união.

Note como Jerusalém (a Grande Babilônia) corrompeu a terra com suas alianças políticas e religiosas, levando todos que não estão escritos no livro da vida a adorar o Eterno de modo corrupto.

Pense: como é possível que a Grande Babilônia corrompa a terra, sendo que o mundo já jaz corrompido no maligno (1Jo 5.19)? O que a Grande Babilônia vai fazer, através do falso profeta é fazer alianças políticas, ou seja, promover o casamento da religião (barro - Israel) com a política (ferro – Roma), de modo que todas as nações passem a ter como deus a besta do abismo e realizem os rituais sagrados por ela estabelecidos. Ou seja, a religião oficial de cada nação será o judaísmo, tendo a besta do abismo como seu messias. As leis mosaicas serão o código de leis a ser respeitado por cada nação.

Para que fique claro:

 

·        A religião oficial será o judaísmo de Jerusalém (Grande Babilônia);

·        A besta do abismo será o messias (deus) desta religião;

·        O falso profeta será o mediador entre a Grande Babilônia e a besta do abismo, o qual levará todos os gentios do mundo a adorar a besta do abismo seguindo os rituais da Grande Babilônia;

·        As nações irão ter como código de lei o Antigo Testamento, a besta do abismo como seu deus e o falso profeta como líder máximo dos rituais sagrados. A sociedade será governada politicamente de modo religioso. Daí Jerusalém ser Grande Babilônia, pois ela vai casar política com religião no mundo inteiro.

·        E os povos que não estão escritos no livro da vida serão possuídos por Ha-Satan, formando a comunidade satânica de Ha-Satan.

 

Assim será durante a primeira metade da 70ª semana. Depois, o acordo será rompido (Dn 9.27) e os dez reis irão devastar Jerusalém (Ap 17.17) a fim de acabar com toda a oposição. Só permanecerão vivo os que estiverem a favor da besta. Após o término da 70ª semana tem-se, então, o julgamento de Jerusalém. Toda a fúria da prostituição dela, ou seja, sua obstinação pela aniquilação total de todos os que não adotassem o sistema judaico de adoração, se voltará contra ela.

 

·        “E outra vez disseram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre.” (Ap 19.3).

 

A fumaça da destruição de Jerusalém subirá para sempre, do mesmo modo que o tormento interno daqueles que prevaricaram contra o Eterno (Ap 14.10,11 – a fumaça do seu tormento):

 

·        “E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne.” (Is 66.24).

 

Note como a terrível dor de quem adora o Eterno do modo errado é exatamente a dor que experimentará aqueles que vão para o lago de fogo e enxofre (Mc 9.43-48 – verme não morre nem o fogo se apaga).

 

·        “E os vinte e quatro anciãos, e os quatro animais, prostraram-se e adoraram a Deus, que estava assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia!” (Ap 19.4).

 

Normalmente o louvor se move do centro para a periferia (ver Ap 4,5 e 7). Aqui, todavia, após a condenação da Grande Babilônia, o louvor se move da periferia para o centro. Aqui, por exemplo, os vinte e quatro anciãos são nomeados primeiros que os seres viventes.

Qual a finalidade do “amém”? A perfeita aceitação de tudo que o Eterno é e faz, mesmo que na hora que estamos passando pela luta tudo parece difícil e duro de aceitar (é o louvor antes da vitória).

E o que é aleluia? É a confirmação do entendimento obtido em meio à luta, bem como da gratidão pelo benefício obtido (é o louvor depois da vitória).

O verdadeiro louvor tem início, meio e fim:

 

·        Se louva antes de passar pela luta, como que se preparando para ela;

·        Se louva em meio à luta sendo grato a Jesus por todo o presente recebido, mesmo quando nosso futuro não parece promissor, mas apenas uma punição pelos erros do passado. Contudo, o dia que o Eterno fez para nós foi o “hoje” (Sll 118.24). É o Seu presente para nós, considerando nossa situação espiritual e tudo aquilo que podemos ser pela Sua graça agindo em nós caso não resistamos ao mover do Seu Espírito. Esse é o nosso “amém”.

·        Se louva após a luta, não só pelas bênçãos recebidas, mas pelo bom uso que, agora, somos capazes de fazer delas. Este é o nosso “aleluia” (louvai ao Criador).

 

Os vinte e quatro anciãos, e os quatro animais se prostraram e adoraram ao Eterno confirmando o louvor da grande voz como que de uma grande multidão. O Eterno estava assentado no trono, ou seja, estava reinando, descansando na Sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm 12.2).

Isto quer dizer que o mundo e suas vicissitudes não estão se movendo como algo desgovernado, mas tudo está sob a direção do Eterno para dar os homens o que eles sempre desejaram: ser livres para fazer o que querem sem a intervenção Dele. O objetivo é que os homens vejam o que acontece quando o controle é dado a eles: a saber: o pecado abunda ao extremo. Contudo, é aí que Jesus pode manifestar Sua graça de modo mais intenso e visível (Rm 3.25,26; 5.20).

 

·        “E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, assim pequenos como grandes.” (Ap 19.5).

 

A voz vinha do trono, ou seja, do lugar onde o Eterno pronuncia Seu julgamento. Uma voz instruía, tanto a servos (àqueles que não sabem o que faz o Seu Senhor – João 15.15) quanto a quem teme a Jesus, a louvarem ao Eterno. Esta voz não pode ser do Eterno, pois do contrário ao invés de clamar “louvai o nosso Deus” ela diria “louvai a Deus”. Isto nos ensina que, na hora que os juízos do Eterno são derramados, nosso papel é louvá-Lo ao invés de murmurar contra alguém ou contra alguma coisa.

O temor do Eterno é o sinal de que Ele está presente. Não é o temor ao Eterno que nos conduz à sabedoria, mas é Sua sabedoria presente em nós que nos conduz a temê-Lo.

Quanto a pequenos e grandes (ver Sl 148.7-13), isto tem haver com o cumprimento dos mandamentos do Eterno. Quem os cumpre e ensina é grande; quem os viola e os ensina violados é pequeno (Mt 5.19). Contudo, ambos são incentivados a louvarem o Eterno (Sl 115.13; Ap 11.18).

 

·        “Abençoará os que temem ao SENHOR, tanto pequenos como grandes.” (Sl 115.13).

 

·        “E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.” (Ap 19.6).

 

A voz é semelhante:

 

o    A voz como a voz de muitas águas (em contraste com as muitas águas sobre a qual a Grande Babilônia está sentada – Ap 17.1). Também sugere grande poder e magnitude (como em Ap 1.15; 14.2):

o   “Os rios levantam, ó SENHOR, os rios levantam o seu ruído, os rios levantam as suas ondas.” (Sl 93.3).

o   “Fugi do meio de Babilônia, e livrai cada um a sua alma, e não vos destruais na sua maldade; porque este é o tempo da vingança do SENHOR; que lhe dará a sua recompensa.” (Jr 51.16).

o    A voz como que de uma grande multidão (novamente, como em Ap 19.1). Note que a voz não “é” de uma grande multidão, mas “como” de uma grande multidão. Esta voz representa os mais variados tipos de indivíduos que existem na face da terra. Ela tem a ver com os mais variados tipos de indivíduos que é possível existir. É possível ser assimilada por qualquer um, contanto que aceite o Senhor Deus Todo-Poderoso reinando em sua vida;

o    A voz de grandes trovões lembra a voz dos sete trovões (Ap 10.3,4), cujas palavras eram tão inefáveis que não é lícito ao ser humano referi-las (2Co 12.4);

 

Este tipo de voz é vista em outras passagens da Escritura Sagrada (por exemplo, Ez 1.24; 43.2; Ap 12.10; 14.2).

Em Ap 11.15, após o arrebatamento da Igreja, é declarado que os reino vieram a ser de Jesus. Após a queda da Grande Babilônia, é declarado que o Eterno reina. E perceba a alegria quando os que são do Eterno enxergam-No reinando. O detalhe é que tal alegria é ordenada (Fp 4.4; 1Ts 5.16-18):

 

·        “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou.” (Ap 19.7 – ARA2).

 

 

·        “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3.20).

 

Dos versículos um ao seis de Apocalipse 19 quatro louvores são proferidos em virtude da queda da Grande Babilônia. Ela é tão terrível que todos no céu consideram a queda dela maior motivo de louvor e júbilo do que o casamento da Igreja com o Cordeiro.

Apenas no versículo 7 alguém se sente estimulado a exortar todos a se regozijarem, alegrarem e darem glória ao Criador pelo fato de chegar as bodas do Cordeiro.

Infelizmente, a grande maioria dos seres humanos detestam mais o mal do que amam o bem. Embora a união com Cristo seja algo tão íntimo e profundo (a ponto de Paulo considerar um mistério – Ef 5.32), maior que tudo que existe neste mundo (o relacionamento íntimo entre marido e mulher foi o melhor João que pode achar neste mundo para dar uma ideia da grandeza deste relacionamento), ainda assim muitos não dão o devido valor a isto (e nem ao casamento):

 

o   “Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.” (Ef 5.32).

 

A união com Cristo é tão íntima e profunda que nossa vida chega a ficar escondida Nele (Sl 91.1; Mt 10.39; 1Co 6.17), sendo impossível alguém nos separar Dele (Jo 10.28,29). Nem com as maiores tecnologias, seja do céu, da terra ou debaixo da terra, alguém poderá realizar esta separação (tal como é feito com as ligas metálicas).

Esta figura de linguagem para ilustrar a união de Cristo com a Igreja é muito citada, tanto no Antigo Testamento (Is 54:1-8; Ez 16:7, etc.; Os 2:19, etc.) quanto no Novo Testamento (Mt 9:15; Mt 25:1, etc.; Jo 3:29; Ef 5:25, etc.).

Para entender isto, é bom lembrar que a cerimônia começava com uma procissão à casa da noiva a qual era seguida pelo retorno à casa do noivo para a festa de casamento. Por analogia a Igreja, noiva de Cristo pela fé, agora espera o dia em que o Noivo celestial virá para Sua noiva e retornará ao céu para a festa de casamento a qual dura por toda a eternidade.

 

o   “O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;” (Mt 22.2).

 

Inclusive, por aqui podemos ver qual é o verdadeiro motivo para regozijarmos e alegrarmos:

 

·           “Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido.” (Jo 3.29).

 

Muitos, infelizmente, se alegram pelo motivo errado:

 

·           “E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.” (Jo 2.3-5). – Perceba que aqui a alegria não era ouvir a voz do noivo, mas sim o vinho.

 

Ao contrário do mundo que se alegra do nada (Am 6.13), nós nos alegramos ante a expectativa de Jesus vir para arrebatar Sua Igreja e reinar.

Inclusive, este era o problema com as cinco virgens néscias: elas não levavam o óleo de alegria em suas vasilhas (Mt 25.10; Sl 45.7; Hb 1.9). Sua alegria não era ouvir a voz do noivo (Jo 3.29), mas participar do banquete, festas, etc.

Uma coisa importante a ser observada é que quem casou foi o Cordeiro.

Considere que, no tabernáculo:

 

·        “O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras.” (Êxodo 12.5).

 

Logo, a Igreja tem que ser cordeiro fêmea. Isto quer dizer que, quem quiser ser parte da Noiva de Cristo tem que assumir o mesmo caráter:

 

o   de inocência com relação aos poderes deste mundo (sabedoria, armas, bens, etc.);

o   sofredor e submisso de Cristo a fim de ver a vontade do Pai cumprida em prol de redimir toda a criação.

 

Não é segredo que todo cordeiro é um filhote de carneiro, sendo que o casamento não é indicado para crianças. No entanto, isto confirma que o Reino dos Céus pertence aos pequeninos (Mc 10.14,15) que, como Jesus, ofertam suas vidas por amor aos indivíduos (1Pe 2.21-24).

Veja aqui o segredo para o sucesso do casamento: ser como cordeiro, isto é, dar-se em sacrifício para que o cônjuge possa alcançar o perdão de Jesus em favor seu e do próximo.

Aliás, o motivo pelo qual muitos não são bem sucedidos na caminhada com Cristo é porque tentam dar sua glória a Cristo pelo motivo errado (note que não é para dar qualquer glória ao Eterno, mas a própria glória Dele). Se não dermos nossa glória pelo prazer que temos em vê-Lo reinando e tendo intimidade conosco, então o que, no fundo, estamos fazendo, é tentando comercializar com Cristo. Buscam-No como se Ele fosse um deus mesquinho que precisa ser comprado em virtude daquilo que Ele tem para oferecer.

Por fim, a Igreja é finalmente chamada de esposa. Até o arrebatamento, apenas Israel era chamada de esposa (Is 54.5,6; 62.5; Ez 16; 23; Os 2.19,20). No entanto, desde que Israel rejeitou Jesus como Seu redentor, cumpriu-se a profecia de Oséias:

 

·        “E ele lhe disse: Tu ficarás comigo muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti. Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafim. Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao SENHOR seu Deus, e a Davi, seu rei; e temerão ao SENHOR, e à sua bondade, no fim dos dias.” (Os 3.3-5).

 

Israel ficou mais de 1.800 anos sem pátria e até hoje não tem nenhuma das coisas descritas neste versículo. No momento, Israel ocupa a posição de esposa repudiada (Is 50.1; Jr 3.8).

A Igreja, agora, é a esposa espiritual, que no momento ocupa a posição de luz do mundo (Mt 5.14-16). Quando Jesus vier, a Igreja virá a ser uma em caráter, santidade e pureza com Cristo e Israel voltará a ser esposa neste mundo, ou seja, aquela que tem acesso a tudo que o Eterno deseja fazer aqui.

Você pode pensar: mas então quer dizer que Jesus tem duas esposas? Não! No Antigo Testamento, apenas Israel era a esposa. Após Israel ter sido repudiada, a Igreja ficou sendo a Noiva. Quando Jesus vier, a Igreja receberá o corpo glorificado e será como os anjos que não se casam, nem se dão em casamento (Mt 22.30). Ou seja, esta noção de casamento que nós temos ficará sem sentido. Embora continue sendo vista como esposa, espiritualmente falando (em virtude de sua intimidade com Jesus), quem será usada por Jesus aqui voltará a ser Israel.

Além disso, apenas fisicamente falando é que cada homem deve ter apenas uma esposa (um instrumento de revelação de si mesmo para o mundo). No entanto, espiritualmente podemos e devemos nos revelar plenamente uns aos outros em Cristo, tal como se dá entre casal.

 

·        “Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa do teu pai.” (Sl 45.10).

 

Outro ponto a ser observado é que a Noiva já se ataviou. Ninguém ataviou ela. E como isto aconteceu?

 

·        “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.” (Ef 4.15,16).

 

Note que não há ajuda externa (do mundo). Tampouco cada um atavia a si mesmo. Antes, uns ataviam os outros por meio de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.23-32).

Todavia, quando chegar o momento certo, a fim de que o remanescente de Israel volte a ser virgem, Israel será convocado a ajudar a noiva a se preparar (Sl 45.14,15) e depois virá a encontrar-se com o Noivo (Mt 25.1).

 

·        “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” (Ap 19.8).

 

Note que foi dado à mulher que se vestisse com os atos de justiça dos santos. Ou seja, cada um é vestido com a justiça daqueles que estão próximos de si. Daí as virgens de Mateust 25 serem obrigadas a possuir azeite nas vasilhas. Afinal, de que adianta o indivíduo ser cheio de unção e alegria, enquanto à sua volta ninguém é beneficiado? A nossa verdadeira condição espiritual é evidenciada, não naquilo que fazemos por nós mesmos, mas naquilo que fazemos por meio dos que estão próximos a nós (ver 2Co 10.13-16). Para ser mais exato, a eficácia do nosso ministério é vista quando os que o Eterno nos deu se comportam em conformidade com o evangelho em virtude da ação do Seu Espírito na vida deles, em resposta ao nosso ministério.

Pèrceba que a Noiva não foi vestida com sua própria justiça, nem foi em busca do que vestir (ver 1Co 6.11; Ef 2.8,9). Ao invés disto, lhe foi dada a vestimenta adequada. E isto através da fé em Cristo e Sua Palavra:

 

·        “E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;” (Fp 3.9).

 

Toda preparação já tinha sido feita para a Igreja pudesse ser reconhecida como a bela noiva do Cordeiro, e não como uma meretriz ricamente decorada. Devemos nos vestir, não com as alegrias passageiras do mundo ou com a tristeza segundo o mundo (tristeza por causa das consequências do pecado apenas), mas com a tristeza segundo o Criador (tristeza por causa do pecado em si – 2Co 7.9,10).

A principal característica da veste é o linho. Eis os lugares onde o linho é mencionado:

 

o   O sacerdote usava as vestes de linho (Êx 39.27-29), por exemplo, quando ia renovar o fogo no altar pela manhã (Lv 6.10). Também no Dia da Expiação (Lv 16.1-34).;

o   Em Ezequiel (Ez 9.2,3,11) vê-se um homem vestido de linho com um tinteiro de escrivão na mão, cuja missão era marcar as testas dos que suspiravam e gemiam pelas abominações que se cometia em Jerusalém, enquanto os seis homens com armas destruidoras na mão exterminavam os demais que não foram marcados. Depois o homem vestido de linho é visto tomando do fogo que estava entre os querubins (Ap 10.2,6,7).

o   As cortinas do tabernáculo eram de linho fino torcido (Êx 26.1).

o   Os monarcas e indivíduos ilustres também usavam o linho fino;

o   Davi, quando trouxe para Jerusalém a arca da aliança estava usado linho fino (1Cr 15.27);

o   Na dedicação do templo de Salomão os sacerdotes estavam vestidos com linho fino (2Cr 5.12);

o   Mordecai, quando foi honrado, foi vestido com veste real azul-celeste e branco, com uma grande coroa de ouro, e com uma capa de linho fino e púrpura (Et 8.15).

 

Eis as características da veste da Igreja:

 

  • Linho fino: para não vir suor (Ez 44.18). A Igreja não se esforça para ser justa, mas descansa e espera Nele (Sl 37.7; Mt 11.28) pelo prazer da Sua companhia (Sl 37.4), confiando na salvação Dele (Ef 2.8,9). Ou seja, linho fino simboliza simplicidade, mostra que a salvação não é por esforço físico e mental, mas pelo poder do Eterno (1Co 2.5; 4.19,20).
  • Puro: sem qualquer mistura de tecido (Dt 22.11) ou de cor. Não é uma veste espalhafatosa como a da Grande Babilônia (Ap 17.4). Sua beleza é Cristo (Ez 16.14), em quem não há sombra alguma de variação ou mudança (Tg 1.17);
  • Resplandescente: a veste da Igreja tem luz própria, pois é vestida com a justiça de Cristo. É vestida com o próprio Amor (Rm 13.14; Cl 3.13), que é luz em meio às trevas deste mundo (Is 5.30; 8.22; 60.1,2; Mt 4.15,16; 5.14-16; Jo 8.12).

 

Isto aponta para a simplicidade do ornamento da noiva, ou seja, nos ensina que quanto mais simples nosso culto, melhor.

Comparar a Igreja pura e santa com o sistema religioso é como comparar uma mulher alegremente ornada com ouro e jóias em busca de relacionamentos sem compromisso para satisfazer seus desejos com uma pura virgem modestamente ornada e prestes a ser conduzida a um virtuoso marido para ser unida em laços de amor.

É o Noivo que se apresenta à noiva, e não a noiva que vai em busca do Noivo. A noiva vai sendo preparada pelo Espírito Santo, conduzida ao lugar e momento certos quando Jesus se fará conhecer. As vestes da noiva mostram como devem ser nossas obras.

Devemos também considerar que trata-se da Festa das Bodas do Cordeiro, o qual foi morto e viveu. Ou seja, o Cordeiro, não só é Noivo, mas também o “prato principal da festa”, o qual deve ser comido por completo (Êx 12.10; Jo 6.51-57; Mt 26.26,27; 1Co 11.24-25) e cujo sangue deve ser ingerido. Afinal, é por Cristo (por amor a Ele), em Cristo (vivendo Sua Vida e Palavra) e para Cristo (para alcançar tudo que Ele é dentro de nós - ver Ef 4.11-14) que devemos viver aqui. Também é assim que viveremos lá.

 

·        “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.” (Ap 19.9).

 

Quem tem o privilégio de fazer parte da Noiva do Cordeiro é abençoado porque tem em si a retidão de Cristo e participa das Suas bênçãos, o que vai, aos poucos, tornando-os perfeitamente adequados para participarem da eterna glória e felicidade.

Aqui Jesus acrescenta ao Seu caráter de Cordeiro, o caráter de Noivo.

Estas palavras são divinamente inspiradas:

 

·        Não tão severas para ser proferidas por um Deus de amor;

·        Não tão terríveis para serem consideradas mero filme de terror;

·        Não tão boas demais para serem verdade;

·        Não tão velhas para ser considerado antiquado, ultrapassado;

·        Não tão complicadas para que não possam ser compreendidas;

·        Não tão simples para que venha ser banalizada.

 

Quem são os bem-aventurados que irão participar das Bodas do Cordeiro?

 

·        Aqueles que são convidados;

·        Aqueles que possuem fé;

·        Aqueles que amam o Noivo e a noiva;

·        Aqueles que têm a veste nupcial (Mateus 22.11,12);

·        Aqueles que vigiam com as candeias acesas (Lucas 12.35).

 

A ceia das Bodas do Cordeiro é algo extremamente desejado, tanto por Jesus quanto pela Sua Igreja. Trata-se da consumação de todos os Seus desejos, a total recompensa de todo Seu labor e sofrimento (Is 53.11). É uma hora de grande amor e afeição, uma cena de abundante alegria.

 

·        “E, ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus.” (Lc 14.15).

 

Hoje nossa união é pela fé e está sujeito às intempéries da vida e de um frágil coração. Embora a nossa união com Cristo já seja indissolúvel e eterna (nem mesmo a morte pode nos separar de Cristo), após as bodas do Cordeiro, a união não será mais ofuscada por nada.

Em prol disto a Igreja está sendo preparada interiormente por Cristo, através de Sua santidade e fidelidade operando nela, para finalmente receber em si a plenitude da Sua justiça.

Esta última dádiva é ocasião de alegria total: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.” (Ap 19.9).

Ser chamado para a verdadeira Santa Ceia é um privilégio que poucos sabem valorizar. Muitos recusam o chamado (Mt 22.2,3) e até se sentem agredidos pelo mesmo (Mt 22.6). Outros acham que basta cear para se tornarem parte do reino do Eterno (Lc 14.15,16).

Infelizmente até hoje os indivíduos não entenderam a mensagem. Não é o convite para cada festa que fará alguém feliz. Pense: o que esta festa tem de especial? Comida, bebida, erotismo, farra, jogo, piada maliciosa, etc.?

Não! Nossa comida é se alimentar da carne do Filho do Homem, ou seja, fazer da vida daqueles que têm seu corpo maltratado por amor a Cristo e à Sua Palavra o alimento da nossa alma. O que deve nos saciar é a companhia destes amados, em busca de auxiliá-los no que for necessário para que cada um cumpra a missão que o Eterno lhe deu.

Não é comer da ceia que salva, mas sim o compartilhar do pão, a saber: receber o pão que nos é dado pelos indivíduos e compartilhar o pão que Jesus colocou em nossas vidas. Ou seja, temos que receber Cristo tal como Ele se apresenta através dos indivíduos que vêm a nós e compartilhar tudo que Cristo é em nós. Não é para nós alimentarmos a nós mesmos, ou seja, receber Cristo do jeito que escolhemos nossos colegas, bem como a ocasião para recebê-los.

Nossa bebida deve ser viver a vida de Cristo, dando a vida de Cristo em nós para estes irmãos (Jo 4.34; 15.12,13).

Esta ceia das bodas é a mesma da qual Jesus disse que só voltaria a participar quando ela se cumprisse no reino do Pai (Lc 22.15,16). Daí ser as bodas do Cordeiro que tira o pecado do mundo. Ou seja, a felicidade não é carnal, mas sim o privilégio de ver o Eterno trabalhar Sua salvação no coração uns dos outros. Muitos querem usufruir deste benefício (comer o banquete), se alimentar apenas do que interessa, mas não querem servir de alimento na vida dos outros, tampouco comer do que é servido (ver Lc 10.7). Resumindo: querem se servir dos outros naquilo que lhes convém.

Vem a questão: por que o anjo disse que estas são as verdadeiras palavras do Eterno? Quer dizer que o resto da Escritura Sagrada, não é?

Não! O que acontece é que a verdadeira essência da Escritura Sagrada é nos convidar a viver tal como Jesus viveu, nos livrar de termos que servir a nós mesmos. Se uma palavra não nos estimula a pertencer ao corpo de Cristo e a viver com Ele e como Ele, tal palavra não é verdadeira.

Detalhe: por três vezes é ordenado a João que escreva (Ap 1.11; 19.9; 21.5), mas uma vez ele é proibido de escrever (Ap 10.4).

 

·        “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” (Ap 19.10).

 

Perceba como é difícil para o ser humano ser convencido da verdade. Apesar de João ter visto o próprio Jesus (Ap 1) e ter sido instruído a não adorar anjos (mas só ao Eterno – ver At 14.14,15), mesmo sendo um apóstolo de Jesus e ter sido usado pelo Espírito Santo de modo sobrenatural tantas vezes, ainda assim ele adorou anjo aqui e mais adiante (Ap 22.8,9).

O anjo é servo dos servos do Altíssimo que têm o testemunho de Jesus.

 

·        “Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou. Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (1Jo 5.9-12).

·        “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1.8)

 

Mas, o que é o testemunho de Jesus?

O Espírito de profecia é o testemunho de Jesus, ou seja, capacitar o indivíduo para viver Cristo na vida dos outros. O testemunho de Jesus é a capacidade de profetizar, ou seja, de comunicar a vontade do Eterno para a vida do indivíduo naquilo que ele está vivendo. Sem o testemunho de Jesus a profecia não tem sentido (sem o que Ele tem para fazer).

E por que não era permitido adorar anjos?

 

                   1º -           Jesus é o Alfa e Ômega (Ap 1.8,11), o Deus bendito eternamente (Rm 9.5), Aquele cujo testemunho salva (Ap 1.9; 6.9; 11.7; 12.17; Ap 20.4).

                   2º -           O anjo disse que ele e João estavam em pé de igualdade, já que ambos estavam declarando a mensagem do Eterno. Ambos eram profetas (1Jo 5.10-12).

                   3º -           Porque apenas o testemunho de Jesus é capaz de comunicar a vontade do Eterno aos indivíduos (profecia). Ainda que nós, um anjo ou qualquer outra criatura tentemos comunicar algo do Criador, sem o testemunho de Cristo tudo não passará de mero conhecimento teórico (Jo 5.34). Não importa o quão grandiosa é a revelação do Eterno, devemos nos apegar apenas a Cristo (seja em termos de obediência ou relacionamento).

 

Além disto, servir a alguém traz terríveis influências, já que tal indivíduo irá procurar agradar seu senhor ao invés de agradar a Cristo (Mt 6.24). Ao invés de servir a homens ou servir ao Eterno como se Ele fosse homem, o correto é nos humilharmos diante do Eterno e recebermos Sua vontade dentro de nós. Repare que não é questão de servi-Lo, mas de aceitarmos ser servidos por Ele através dos indivíduos que Ele traz até nós (medite em Sl 23.4,5).

Pensando por outro ângulo: precisamos receber a vida eterna dentro de nós, a saber, uma vida que não tem princípio, nem fim, ou seja, cuja compreensão e objetivo se perdem de vista.

 

·        “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça.” (Ap 19.11).

 

O clamor de Isaías 64.1,2 é finalmente cumprido aqui:

 

·        “OH! se fendesses os céus, e descesses, e os montes se escoassem de diante da tua face, como o fogo abrasador de fundição, fogo que faz ferver as águas, para fazeres notório o teu nome aos teus adversários, e assim as nações tremessem da tua presença!” (Is 64.1,2).

 

Eis ocasiões em que o céu se abriu:

 

·        Quando Ezequiel começou seu ministério profético (Ez 1.1);

·        No batismo de Jesus (Mt 3.16; Lc 3.21; Mc 1.10);

·        Jesus predisse que os céus se abririam para Natanael (Jo 1.51).

 

Além disto:

 

o   Em Apocalipse 4.1 uma porta é aberta no céu;

o   Em Apocalipse 11.19 e Apocalipse 15.5 o santuário também se abre;

o   Em Apocalipse 10.1, Apocalipse 14.17 e Apocalipse 18.1 anjos saem do céu;

o   Em Apocalipse 19.1 sons saem do céu.

Quando os céus se abriram, um cavalo branco foi visto vindo em direção a terra. Jesus virá num cavalo branco, bem como todo Seu exército. Nos tempos da Escritura Sagrada, a maioria dos soldados is a pé. Ter cavalo na batalha era uma vantagem significante.

Ao contrário do jumentinho que Jesus usou ao vir neste mundo pela primeira vez (que era uma montaria de paz), agora ele virá em um cavalo branco celestial.

E Ele se apresenta como Fiel e Verdadeiro (Ap 3.14), Aquele que julga e peleja com justiça:

 

·        Fiel: porque não pode mudar (Ml 3.6; Hb 13.8 Tg 1.17), nem mentir (Nm 23.19; Tt 1.2), nem negar-se a si mesmo (2Tm 2.13), nem se arrepender (Nm 23.19);

·        Verdadeiro: porque Ele nos mostra o que é real, a saber, aquilo que realmente precisamos. Em outras palavras, Ele próprio.

·        Julga e Peleja com Justiça: Jesus usa Sua justiça para julgar e pelejar. Ou seja, é Seu modo de lidar com os erros e deficiências dos indivíduos e que condena e atormenta os perversos (ver Sl 96.13; Is 9.6,7; 11.1-5).

 

Jesus é O fiel e verdadeiro (Ap 19.11):

1.     em vingar Seu povo;

2.     em executar Sua vontade;

 

O título Fiel e Verdadeiro mostra Jesus como aquele que mantém Suas promessas, incluindo a de julgamento sobre os ímpios. E o passado prova a retidão do Seu nome. Quem não sente que, quando Ele fala a última palavra, nada há mais para ser dito?

Compare o cavalo branco do anticristo com o cavalo branco de Jesus:

 

·        “E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.” (Ap 6.2)

·        “E neste teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da verdade, da mansidão e da justiça; e a tua destra te ensinará coisas terríveis.” (Sl 45.4)

·        “Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor os há de mister; e logo os enviará. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz: dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, Manso, e assentado sobre uma jumenta, E sobre um jumentinho, filho de animal de carga.” (Mt 21.2-5).

 

·        “E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo.” (Ap 19.12).

 

É o coração puro que faz alguém forte (Pv 18.1). Se nosso coração não for puro, nossa força será menor que a de um covarde. Vale lembrar que Jesus não abandonou aqui Seu caráter de Cordeiro (Ap 17.14).

O segundo obstáculo que nos impede de alcançar a vitória é nós pensarmos que apenas nós estamos interessados no que é bom. Isto faz com que nossa empreitada pareça sem esperança. O detalhe é que o Eterno não ordena que você seja bem-sucedido, mas simplesmente que você tente. E a Escritura Sagrada nos mostra que todas as melhores coisas que foram feitas na área da alma e do espírito foram feitas pelas minorias (por exemplo, Gideão com trezentos homens), quando a força foi feita perfeita na fraqueza (2Co 12.9,10). A fé de poucos triunfou sobre a apatia moral e espiritual da maioria.

Quais os atributos deste líder? Os atributos necessários para qualificá-Lo para a missão a Ele designada. Dentre os atributos temos Seus olhos são como chama de fogo (Ap 1.14; 2.18; Dn 10.6), impossíveis de serem esquadrinhados por mente carnal (1Co 2.14-16);

Considere que as sete tochas são os sete espíritos do Eterno enviados por toda a terra (Ap 4.5; 5.6), logo isto significa que Seus olhos viam tudo claramente (confirmando Sua onisciência).

Mas fogo também é símbolo de julgamento e purificação (Sl 97:3; Is 47:14; Is 66:15; Am 5:6; 1Co 3:13; Ap 3:18), símbolo de um olhar penetrante, capaz de quebrantar mesmo alguém que foi chamado de “rocha” (Lucas 22.61,62).

Quanto à Sua cabeça, que cabeça era esta sobre a qual havia muitos diademas?

 

·        É uma cabeça que foi coroada de espinhos (Mc 15.17);

·        É uma cabeça que, durante os dias do Seu ministério, não tinha onde repousar (Mt 8.20. Lc 9.58);

·        É uma cabeça que foi fonte de lagrimas, visto que Ele foi homem de dores e experimentado nos trabalhos (Is 53.3);

·        É uma cabeça que foi cuspida e batida pelos inimigos (Is 50.6);

·        É uma cabeça que foi atada com faixas de linho na tumba (Mt 27.59; Mc 15.46; Lc 23.53; Jo 19.38-40);

·        É uma cabeça que se inclinou quando rendeu o espírito (Jo 19.30).

 

A coroa de espinhos, em particular, mostrou a submissão de Cristo ao Eterno, ao ponto de sendo feito pecado por amor de nós:

 

·        “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2Coríntios 5.21).

 

Esta coroa manifestou o amor de Jesus pela humanidade. Também mostra que o reino de Jesus não é deste mundo. A multidão excitada teria feito Jesus rei e colocado armas terrenas e soldados à Sua disposição. Mas Jesus abriu mão de tudo isto. Ao receber a coroa de espinhos, Jesus mostrou que Ele não reina pela força, mas pela influência; não por instrumentos materiais e poder civil, mas por armas espirituais (amor, verdade, justiça, etc).

Os muitos diademas sobre Sua cabeça confirma que Ele é o Rei de todos os reis.

Entre as coroas de Cristo podemos citar:

 

·        Coroa de sabedoria intelectual (Cl 2.3);

·        Coroa de perfeição moral (1Pe 2.21-24);

·        Coroa de sofrimento (Is 53.4-6; Jo 19.2);

·        Coroa de suprema dignidade em Seu caráter meditatorial e Sua imaculada obediência;

·        Coroa de vitória (Rm 8.3,4; Cl 2.14,15; Hb 2.14,15) – Jesus se mostrou vitorioso em Sua vida de perfeição, em Sua morte em total submissão à vontade do Eterno e por Sua ressurreição;

·        Coroa de soberania (Mt 28.18; Ap 19.16);

·        Coroa de salvação (Salvador - At 4.12);

·        Coroa judicial (Jo 5.22 – Jesus é o justo juiz);

·        Coroa de intercessão (mediador – 1Tm 2.5);

·        Coroa de defesa (advogado – Sl 91.1,2; 1Jo 2.1);

·        Coroa de libertação (redentor – Ef 2.14,15);

·        Coroa de glória (a companhia dos Seus eleitos – ver Is 62.3; Fp 4.1; 1Ts 2.19);

·        Coroa de verdade (Jo 1.1; Ap 19.13);

·        Coroa de vida (alimento, Jo 6.51-57; 1Jo 5.20; Ap 1.17) – Jesus venceu a morte (1Co 15.54-56);

·        Coroa de direção (liderança – Jo 11.25) – Jesus venceu o mundo (Jo 16.33);

·        Coroa de dono de tudo que existe (Sl 24.1);

·        Coroa de Noivo (ver Ct 3.11) – Jesus conseguiu, nesta altura, apresentar a Igreja a Si toda gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante.

 

Quem é o líder e qual é Seu nome? Há um nome que ninguém conhece. Ele pode ser o tetragrama, já que, segundo diz a tradição, os israelitas temiam pronunciar este nome, fazendo que sua pronúncia correta se perdesse:

 

·        “Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.” (Êx 3.13,14).

 

O desconhecimento deste nome confirma o que Jesus disse em Mateus 11.27:

 

·        “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.”

 

Só Jesus é capaz de conhecer o Pai. Deste modo, só conhece o Pai quem tem o Filho dentro de si, ou seja, que aceita o Seu estilo de vida. Este é o segredo da Sua redenção e, talvez tenha algo a ver com Seu nome secreto.

Muitos pensam que muitos destes títulos de Jesus são apenas palavras diferentes para representar a mesma coisa. Contudo, cada um tem um caráter peculiar de Cristo:

 

1.               Ele tem um nome que revela Sua relação com o Eterno e com os homens, fazendo a ligação entre ambos: a Palavra de Deus;

2.               Ele tem um título expressivo de autoridade real e supremacia sobre todos os nomes terrenos: Rei dos reis e Senhor dos senhores. Todo joelho terá que se dobrar perante Ele e toda boca confessar que Ele é o Senhor (Rm 14.11; Fp 2.10).

3.               Ele tem um nome que mostra seu modo de pelejar e julgar: Fiel e Verdadeiro (Ap 19.11). Fiel, ou seja, íntegro, que mantém a verdade, mesmo que isto implique em sofrimento.

4.               Ele tem um nome que revela o quão pouco O conhecemos: o nome que só Ele conhece;

 

A Igreja também terá um nome desconhecido (Ap 2.17). Este nome estará marcado nas testas dos 144.000 (Ap 14.1) e na vida dos vencedores (Ap 3.12).

 

·        “E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus.” (Ap 19.13).

 

Quem seria capaz de temer um cordeiro? Mesmo uma criancinha, ao invés de medo, pensaria em acariciá-lo. A única coisa que pode nos fazer temer o Criador é o pecado e Jesus veio justamente para tirar o pecado do mundo. Assim, com relação à Igreja, Jesus é Cordeiro e Noivo; mas com relação aos inimigos, Jesus é juiz e guerreiro manchado pelo sangue dos inimigos.

Sua armadura é uma veste salpicada com o sangue dos inimigos (Is 63.3):

 

·        “Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura.” (Is 63.3).

 

O julgamento é discriminativo: o trigo vai para o celeiro; o joio, para ser queimado.

É como se considerarmos o Vale do Armagedom como um imenso lagar. Trata-se de um sangue profético, uma ilustração daquilo que irá acontecer com seus inimigos.

Para expressar seus pensamentos, o pintor usa a pintura; o escultor, a estátua; o músico, a música. Para expressar a Escritura Sagrada, o seguidor de Cristo usa ações. Ação é palavra. Logo, tudo que o homem faz é uma palavra, visto que isto expressa o seu pensamento (embora nem sempre expresse o seu sentimento)

O mundo não deixa de ser uma expressão da palavra de Deus (ver Rm 1.20).

A natureza é uma palavra que expressa os atributos físicos do Eterno:

 

·        “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.” (Sl 19.1);

·        “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” (Rm 1.20).

 

Outra palavra é o próprio Cristo, o qual é a expressa imagem de quem é o Eterno:

 

·        “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1.1).

 

Jesus é a Palavra do Criador (como em Jo 1.1,14; 1Jo 5.7), uma expressão exata dele e da Sua vontade. Ele é a palavra:

 

·        Reveladora;

·        Eterna e, portanto, de absoluta infalibilidade;

·        De inesgotável significância;

·        De poder supremo;

·        De universal interpretabilidade, desde, é claro, que o indivíduo queira saber a verdade.

 

Por Cristo percebemos que o Criador é grande em misericórdia; pela natureza percebemos que o Criador é grande no rigor da lei. É assim que o universo é feito. Tão misericordioso é Cristo que Ele não hesitou em ser morto por causa dos homens para salvar os eleitos. Por outro lado, Ele é tão rigoroso que não hesita em matar homens, se necessário, para que os eleitos possam ser salvos.

Enquanto, para os eleitos, Jesus se apresenta como Cordeiro e com vestes de Noivo, aos que se fizeram inimigos dele, Ele se apresenta com vestes e vingança (Is 59.17). Sua veste estava salpicada com sangue porque fora Ele quem pisara o lagar da ira do Eterno (Is 63.1-6; Jl 3.13; Ap 19.15). Ou seja, ele não desconsiderou a ira dos inimigos contra Ele e contra os que Ele criara. Ao invés disto, Ele permitiu que cada um pudesse ter liberdade para expressar toda sua ira uns contra os outros (daí o reino da besta se tornar tenebroso – Ap 16.10), incluindo a ira das autoridades contra os que se lhes opunham (principalmente os seguidores do Eterno). Mas também não deixou nenhum deles impune.

É difícil alguém aceitar esta verdade. E o motivo disto é simples; a noção de ternura do ser humano é frequentemente egoísta: o indivíduo não gosta de ver outros indivíduos desconfortáveis porque isto os faz desconfortáveis também.

Apenas quando alguém for capaz de odiar o mau tal como Jesus odeia é que tal indivíduo será capaz de amar o bom como Jesus ama. E Jesus odeia o mau porque não foi Ele quem criou isto. E tudo que Ele criou não é bom para nós.

 

·        “E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.” (Ap 19.14).

 

A atenção de João é direcionada agora para o exército que irá acompanhar Jesus, não por causa em si do exército, mas pelo que este representa na vida de Jesus e em Sua vontade.

Os cavalos são emblema de velocidade natural e vitória. João contemplou, não apenas o julgamento e a peleja, mas também o modo de Jesus efetuar estas duas coisas: “julga e peleja com justiça”.

Seu nome de guerra é Palavra de Deus.

Como Ele vai para a guerra?

 

·        Ele é visto num cavalo branco;

·        Ele está vestido com uma veste salpicada com sangue;

·        Sobre Sua cabeça estão muitos diademas. Provavelmente aludindo ao antigo costume dos conquistadores usarem diademas dos reis conquistados.

 

Como Ele peleja?

 

1.               Com a espada que sai da Sua boca;

2.               Com severos e terríveis julgamentos;

3.               Com os exércitos dos céus.

 

Vem a questão: qual é o papel dos exércitos dos céus, já que Jesus derrota todos com a espada que sai da Sua boca? Os exércitos no céu, aqui, são os anjos e os eleitos e fiéis que morreram assassinados pela besta no período da Grande Tribulação (Ap 17.14). Eles estarão interessados na companha moral que Jesus estará executando. Isto nos ensina que os servos de Jesus estão sempre empenhados em seguir Jesus em Suas batalhas.

Este título quer dizer que eles estão vindo para pelejar. Contudo, considere que Jesus peleja e julga com justiça. Além disto, perceba que apenas Jesus, o nosso General, é que terá as vestes manchadas de sangue. O exército de Jesus não tinha armas ofensivas, nem defensivas.

É claro que Jesus não deixaria de equipar devidamente Seu exército para a batalha, tanto em capacidade quanto em caráter. Assim, há um motivo para Seu exército estar vestido com veste branca (vestes muito comuns na vida daqueles que estão no céu - Mt 28.3; Ap 4.4; 14.20) e sem qualquer armadura. O branco é caracterizado como a cor que reflete perfeitamente a luz. Isto significa que eles irão pelejar com o testemunho de vida deles (Pv 28.4).

 

·        “Os que deixam a lei louvam o ímpio; porém os que guardam a lei contendem com eles.” (Pv 28.4).

 

O papel deste exército é confirmar perante todos como Jesus é poderoso para guardar os Seus em pureza e santidade e, assim, deixar todos os ímpios fiquem inescusáveis.

Eles vêm mostrar, através da veste deles, que a justiça do Eterno implica em:

 

·        Descansar e esperar Nele (Sl 37.7; Zc 4.6) (linho fino);

·        Refletir a glória Dele (2Co 3.18) (branco);

·        Se agradar unicamente Dele (Sl 37.4) (puro).

 

Também é bem provável que os anjos vêm para prender os demônios.

Quando cedemos à tentação de dar lugar à ira, violência, impaciência, no fundo o que estamos fazendo é abrindo mão da dádiva da gentliza e palavras dignas e mostrando a marca da besta em nosso pensar (testa) e agir (mão).

Muitas vezes agimos como animais que despedaçam o animal doente ou defeituoso. Os lobos, por exemplo, devoram o companheiro deles que foi ferido. É por isto que muitos animais feridos evitam seus companheiros quando estão feridos e buscam a solidão onde sofrer ou morrer em paz.

 

·        “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.” (Ap 19.15).

 

Jesus conquista Seus inimigos pelo poder da Sua Palavra. Tanto que, por cinco vezes no Apocalipse, João enfatiza que Jesus tem uma espada saindo da Sua boca (Ap 1.16; 2.12,16; 19.15,21). Esta representa a palavra que sai da boca do Eterno (Ef 6.17; Hb 4.12; Is 49.2). É com o Espírito de Seus lábios (Is 11.4) e com esta espada que Ele peleja. É com esta vara que Ele rege as nações (Sl 2.9; Ap 2.27; 12.5).

A diferença entre espada e vara de ferro é que a vara tem por finalidade medir (Ap 11.1). De ferro porque o ferro a tudo esmiúça e quebra (Dn 2.40; Ap 2.27).

Jesus reinar com vara de ferro implica, não em severidade, mas em um reinado firme e duradouro, que quebra todo vaso imperfeito (Ap 2.27; 12.5; Sl 2.9). Trata-se da vara de um pastor (Sl 23.4).

Por aqui podemos ver que Jesus começa reinando após o arrebatamento da Igreja. No início Ele começa usando a vara de ferro para medir os pecados da Grande Babilônia (Ap 18.5,6; ver Dn 5.25-28) e depois das nações a fim de que elas bebam nas taças aquilo que elas deram aos outros para beber (Hc 2.15,16). Depois, com a espada que sai da Sua boca, Ele peleja na Batalha do Armagedom e, por fim, separa ovelhas de bodes.

Pecado é um mestre que só pode ser subjugado por Jesus (Gn 4.7).

O mesmo poder soberano que Jesus mostrou em Suas conquistas pessoais, Ele também demonstra no progresso da Sua causa e na preservação dos Seus seguidores, mesmo em meio às maiores injúrias e ameaças.

Em Ap 14.10 nós tamos a figura do vinho da ira de Deus e em Ap 14.19 do lagar sendo pisado. Aqui os dois estão combinados (conforme Is 63.3,13).

 

·        “E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores.” (Ap 19.16).

 

Se Jesus é rei, logo Ele tem um reino; se Ele é senhor, logo é dono de algo (Dt 10.17; Dn 2.47; 1Tm 6.15). E os eleitos e fiéis vencerão a besta do abismo e seu exército justamente por causa deste nome, ou seja, porque tudo está acontecendo na direção dele, por Sua autoridade e no Seu domínio. E quando realmente estamos no centro da vontade do Eterno, tudo coopera a nosso favor (Jó 42.2; Pv 16.4; Rm 8.28).

Seu império é mais alto que os céus e mais profundo que o inferno.

E este nome está escrito:

 

·        Na veste, ou seja, mostrando que a justiça do Eterno é perfeita porque Ele não julga externamente, mas acerca de algo que é propriamente Seu.

·        Na coxa.

 

Antigamente havia o costume de colocar a mão debaixa da coxa, o qual tinha como finalidade submeter o indivíduo a um juramento de compromisso. Tal indivíduo, por meio disto, garantia cumprir fielmente aquilo que prometeu.

 

·        “E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo SENHOR Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito.” (Gn 24.2,3).

 

Além disto, o anjo da aliança tocou Jacó na coxa e ele saiu mancando por todo o restante da sua vida. Isto serviu para humilhá-lo, visto que isto mostrava que, quando Deus lhe toca alguém, este se torna fraco mesmo no lugar mais forte do seu corpo.

Considerando tudo isto, logo o fato do nome está escrito neste lugar implica em segurança. Ou seja, não há dúvidas de que Ele é isto mesmo: O Pai jurou isto (Sl 110.4).

Querendo ou não, nós teremos que nos sujeitar ao reinado da coxa (obedecer por humildade) ou ao reinado da vara de ferro e da veste manchada de sangue (obedecer pela pressão).

 

·        “E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus; para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam; e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército.” (Ap 19.17-19).

 

O fato de o anjo permanecer de pé no sol e poder ser visto mostra que a glória do Eterno na vida dele era maior do que o brilho do sol e de algum modo, tornava possível ao olho humano poder enxergar ambos.

Enquanto a mulher de Ap 12 estava na lua para mostrar à noite (no auge da apostasia) o amor de Cristo, o anjo aqui está no sol, ou seja, está mandando a ordem do Eterno quando toda a verdade a respeito de Jesus e Sua Palavra já está evidente, apesar de muitos insistirem em não quererem crer nisto.

E é por isto que o juízo é estabelecido e o convite a todas as aves que voam pelo meio do céu é feito. Vem a questão: qual é o meio do céu? Será a posição que o sol ocupa ao meio-dia? Se sim, porque são estas as aves convidadas ao banquete do Eterno?

A grande voz não é para todo mundo escutar, mesmo porque as aves convidadas eram as que estavam voando no meio do céu. Ao invés disto, a grande voz é para enfatizar a autoridade que esta voz tinha.

O hábito das aves de rapina é descrito por Cristo:

 

·        “Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.” (Mt 24.28)

 

Outros trechos da Escritura Sagrada também mencionam a ação das aves de rapina:

 

·        “E os cadáveres deste povo servirão de pasto às aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém os espantará.” (Jr 7.33);

·        “A minha herança é para mim ave de rapina de várias cores. Andam as aves de rapina contra ela em redor. Vinde, pois, ajuntai todos os animais do campo, trazei-os para a devorarem.” (Jr 12.9).

·        “Porque antes da sega, quando já o fruto está perfeito e, passada a flor, as uvas verdes amadurecerem, então, com foice podará os sarmentos e tirará os ramos e os lançará fora. Serão deixados juntos às aves dos montes e aos animais da terra; e sobre eles veranearão as aves de rapina, e todos os animais da terra invernarão sobre eles.” (Is 18.5,6).

 

Esta passagem se acha em (Ez 39.17-22) e constitui um forte contraste à ceia do Cordeiro (Ap 19.7-9).

Três diferentes tipos de ceia descritos na Escritura Sagrada:

 

·        A ceia que Jesus estabelecou na véspera da Sua morte;

·        A ceia da salvação, ou seja, a ceia das bodas do Cordeiro (Lc 14.16-24);

·        A ceia do Eterno, aqui descrita.

 

Quem rejeita a primeira ceia, não estará presente na segunda, mas infelizmente irá ser o prato principal da terceira.

Por não quererem receber a verdade em si, todos os adoradores da besta serão mortos pela Palavra que rejeitaram. O Eterno irá reunir as nações em Israel (Jr 25.29-33; Ez 39.17-20; Jl 3.2,9-15; Sf 3.8; Ap 16.13-16; 17.14; Zc 14.2,3) para, então, entrar em juízo com todos ela s. E a quantidade de cadáveres será tão grande que, para purificar imediatamente a terra, as aves de rapina que voarem pelo meio do céu serão convocadas a este banquete.

Perceba o contraste: enquanto em Ap 19.9 os eleitos são chamados à ceia das bodas do Cordeiro, ou seja, são convidados à santa ceia, onde os participantes sacrificam a si mesmos por amor (para alimentar uns aos outros), estes são sacrificados pela Palavra que rejeitaram e servirão de alimento às aves imundas.

Note como a palavra “carne” é repetida cinco vezes, confirmando o quão carnais eram os adoradores da besta, bem como a retribuição que eles terão por não permitirem que os cadáveres das duas testemunhas sejam enterrados (Ap 11.8,9).

Quanto ao fato de todo este povo fazer guerra contra Jesus é uma lógica extensão da guerra constante do homem contra o Criador desde a queda de Adão. Trata-se de uma ampliação desta rebeldia. Parece loucura ou idiotice querer lutar contra Jesus. Contudo, isto vem a mostrar que não podemos subestimar o grau de idiotice e ódio contra o Criador presente no ser humano.

E um fato importante a ser notado aqui é que, embora nos dias atuais os governantes não têm o costume de ir à guerra, nesta batalha eles irão lá pessoalmente (tamanha a possessão demoníaca – Ap 16.14). E o curioso é que neste trecho é mencionado “os reis da terra” e “de todo o mundo”, a saber, os dez reis que compõem os dez chifres da terra de Israel e os reis do resto do mundo.

E esta batalha foi profetizada anterioremente:

 

·        “E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra.” (Zc 12.3).

·        “E acontecerá naquele dia, que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém;” (Zc 12.9).

 

·        “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra e de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso. Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas. E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.” (Ap 16.13-16).

 

A destruição começa com Jesus reunindo todas as nações:

 

·        “Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade.” (Zc 14.2).

 

Depois Ele vem:

 

·        “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” (Mt 24.29,30).

 

A destruição é finalizada na terra de Edom:

 

·        “Quem é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas; este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a sua grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelha a tua vestidura, e as tuas roupas como as daquele que pisa no lagar? Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou as minhas vestes, e manchei toda a minha vestidura. Porque o dia da vingança estava no meu coração; e o ano dos meus remidos é chegado. E olhei, e não havia quem me ajudasse; e admirei-me de não haver quem me sustivesse, por isso o meu braço me trouxe a salvação, e o meu furor me susteve. E atropelei os povos na minha ira, e os embriaguei no meu furor; e a sua força derrubei por terra.” (Is 63.1-6).

 

Esta batalha compõe o dia do Eterno (Is 2.12) e é um cumprimento da profecia de Daniel, quando é menciodo a estátua sendo ferida nos pés de ferro e barro (Dn 2.35).

 

·        “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.” (Ap 19.20).

 

Ser atirado no lago de fogo é ser atirado na ira do Criador.

Note que, em Ap 13, aparecem duas bestas: a do mar e a da terra. Agora, no lugar da segunda besta aparece apenas o falso profeta. Isto é porque, neste momento, a Grande Babilônia (Jerusalém), terá sido destruída, restando apenas a cabeça, a saber, o falso profeta.

Como o julgamento começa primeiro pela casa do Eterno (1Pe 4.17), primeiro a Igreja é disciplinada e, obviamente, os falsos seguidores de Jesus. Por isto a Grande Babilônia é punida primeiro pelo Eterno por meio dos dez chifres. Após a Igreja cumprir sua obediência (2Co 10.6), então finalmente os mundanos serão punidos.

Veja no livro de Jeremias que, após profetizar a punição de Jerusalém e Judá por Babilônia, o Eterno profetiza a queda da Babilônia (Jr 50 e 51). O mesmo acontece no livro de Habacuque (juízo de Israel em Hc 1.1-12 e juízo da Babilônia em Hc 2). Sofonias, semelhantemente, profetiza primeiro a destruição de Jerusalém e Judá (Sf 1) para, depois, mostrar a punição de várias nações (Sf 2).

A razão de ser feita uma imagem à besta é para mostrar que a adoração não era algo meramente pontual (como no caso do recebimento da marca), mas algo contínuo. Após marcados pela besta, os tais se sujeitarão a sujarem e serem injustos cada vez mais, enquanto que os que recebem o Espírito Santo e a Palavra do Eterno são levados a serem justos e santos cada vez mais (Ap 22.11).

Note como a besta não força ninguém a ter a marca. Eles são enganados pelo falso profeta, que os leva a achar que a marca da besta e sua imagem é um meio muito conveniente para se promover a paz mundial. Afinal, a besta parece solucionar todos os problemas sociais (1Ts 5.3), enquanto que as duas testemunhas com suas pragas parecem perturbar esta paz (Ap 11.6).

Com base nisto, o falso profeta propõe a imagem da besta para aproximar mais os adoradores da besta daquilo que eles desejam que cada um seja. Já a marca da besta é pedida pelo povo que, revoltado com Jesus, se recusa a aceitar que algum dos seus seguidores tenha acesso ao menor que seja dos recursos deste mundo.

Note a intimidade entre a besta do abismo e o falso profeta. Este está sempre diante daquela, a fim de levar todos a acreditarem que é a besta do abismo dá poder para fazer milagres e que poderá fazer o mesmo por todos os que o seguirem.

Se por um lado aqueles que terão intimidade profunda com o Eterno serão levados vivos para o céu (Gn 5.22-24; 2Rs 2.11), os que tiveram intimidade profunda com Ha-Satan serão levados vivos para o lago de fogo e enxofre preparado para Ha-Satan e seus demônios (Mt 25.41).

 

·        “E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.” (Ap 19.21).

 

O restante aqui mencionado são aqueles que sobreviveram às pragas e estavam vivos para dar suporte à besta do abismo (isto lembra o resto da descendência da mulher em Apocalipse 12.17). Todos os que estavam marcados pela besta e presentes no Armagedom para pelejar contra o Rei dos reis e Senhor dos senhores (tal como Jesus disse que acontecerá - Lc 19.14,15,27).

Note o modo pelo qual todos os adoradores da besta serão mortos: pela palavra viva e eficaz que sai da boca de Jesus (Hb 4.12). Não há nada que perturba mais alguém do que ouvir a Escritura Sagrada, estando completamente impuro por dentro.

É importante ficar claro que o que está sendo tratado aqui não é sobre guerra, mas sim de justificar a punição sobre a besta do abismo e seu exército. Repare como não há menção de guerra antes de Ap 19.19, nem depois de Ap 19.21. Além disto, repare como o clamor do anjo para que aves venham comer vem antes da mobilização do exército da besta do abismo. Ou seja, esta batalha já foi travada e vencida por Jesus há dois mil anos atrás. Como a besta do abismo não acredita nisso, ele mobiliza seu exército em vão. Nada do que ele planejou será executado.

Em contraste com a ceia das bodas do Cordeiro onde os participantes são alimentados com a Verdadeira comida e bebida (Jo 6.51-57), na ceia descrita aqui os ímpios é que servirão de alimento a seres imundos.

Isto serve para enfatizar o quão abomináveis os seguidores da besta serão. Suas carnes não serão sequer dignas de receber o direito de serem enterradas.

Um comentário:

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