INFERNO, LAGO DE FOGO E ENXOFRE, VIDA ETERNA. O
QUE É ISTO? APÓS MORRER, A PESSOA ESTÁ CONSCIENTE OU DORMINDO?
1 – Introdução
Muita confusão há acerca da condição do
homem imediatamente após morrer. Uns acreditam que o homem que é de Jesus vai
para o céu; outros acham que os mortos estão dormindo aguardando o juízo final;
e assim por diante.
Toda esta confusão se dá tão somente
porque os conceitos sobre ressurreição, vida eterna, julgamento, inferno, lago
de fogo e enxofre, etc. foram todos deturpados inescrupulosamente pelo sistema
religioso.
Se todas as pessoas soubessem para onde
exatamente vão após morrer, bem como cada um destes conceitos, toda discussão
acerca deste tema desapareceria. Visando elucidar tudo isto, fiz este artigo.
Espero que lhe sirva de grande edificação.
2 – Diferença entre corpo, alma, espírito e fôlego de vida
A
primeira coisa a ser definida é o conceito corpo, alma, espírito e fôlego de
vida:
·
Corpo:
recebe todas as informações resultantes do contato com este mundo;
·
Alma:
processa todas as informações vindas do corpo de acordo com o mapa de conceitos
e valores que a pessoa formulou acerca deste mundo, e expressa suas conclusões
através de ideias, emoções e sensações;
·
Espírito:
sede dos pensamentos e sentimentos que, a princípio, foram criados para manter
contato com o mundo espiritual e, deste modo, conduzir a alma a processar as
informações deste mundo do modo correto, de modo a poder conhecer melhor a
Deus.
·
Fôlego
de Vida: é composto de alma mais espírito.
Muitas
vezes alma é usada como sinônimo de vida, já que nossa vida neste mundo está
diretamente relacionada com ela (At 3.23; Tg 5.20).
Por exemplo, em:
·
Eis que todas as almas são
minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma
que pecar, essa morrerá.” (Ez 18.4);
·
“E acontecerá que toda a
alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo.” (At 3.23).
Algumas
vezes espírito é usado como sinônimo de fôlego, como abaixo:
·
“Porque eis que eu trago
um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há
espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará.” (Gn 6.17);
·
“E de toda a carne, em que
havia espírito de vida, entraram de dois em dois para junto de Noé na arca.” (Gn 7.15);
·
“E expirou toda a carne
que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado e de feras, e de todo o
réptil que se arrasta sobre a terra, e todo o homem. Tudo o que tinha fôlego de
espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu.” (Gn 7.21,22).
Que
o fôlego de vida que Deus soprou no homem (Gn 2.7)
é composto de alma e espírito, esta distinção pode ser confirmada em:
·
“Na sua mão está a alma
de tudo quanto vive, e o espírito de toda
a carne humana.” (Jó 12.10);
·
“O Espírito de Deus me fez
[espírito]; e a inspiração do
Todo-Poderoso me deu vida. [alma]” (Jó 33.4);
·
“Assim diz Deus, o SENHOR,
que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz;
que dá a respiração ao povo que nela está [alma], e o espírito aos que andam nela.” (Is 42.5);
obs:
colchetes acrescentados por mim para explicar.
O
fôlego de vida, após o pecado se dividiu, de modo que a alma (também conhecida como carne) ficou contra o espírito (Gl 5.17).
·
“Porque a palavra de Deus
é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e
penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é
apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4.12).
Características
da alma:
·
Ela
definha ->
·
“E ele lhes cumpriu o seu
desejo, mas enviou magreza às suas almas.” (Sl
106.15);
·
Ela
tem sede:
·
“Será também como o
faminto que sonha, que está a comer, porém, acordando, sente-se vazio; ou como
o sedento que sonha que está a beber, porém, acordando, eis que ainda
desfalecido se acha, e a sua alma com sede; assim será toda a multidão das
nações, que pelejarem contra o monte Sião.” (Is 29.8);
·
Ela
não morre. Apenas dorme:
·
“E não temais os que matam
o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no
inferno a alma e o corpo.” (Mt 10.28) –
note como nenhum ser humano tem capacidade de fazer a alma perecer. Mais uma
prova de que, quando a pessoa morre, fica consciente. Do contrário, quando um
assassino tirasse a vida de alguém, sua alma e espírito também iriam morrer. No
entanto, sua alma dorme e seu espírito permanece consciente. Somente Deus tem
poder de fazer o espírito do pecador perecer (ser separado do bem) no Seol cada vez mais até
chegar o dia em que fará perecer corpo, alma e espírito no lago de fogo e
enxofre. Aqui é citado inferno porque, como é bem sabido, a morte e o inferno
serão lançados no lago de fogo e enxofre (Ap 20.14).
Enfim,
quem morre é o corpo. A alma apenas dorme. Quem não é de Jesus, não possui o
Espírito Vivificante dando vida a seu espírito. O mesmo, embora vivo, fica como
que morto (Ef 2.1), a saber, vivendo do
passado, dependente de pessoas que vivam por elas (Jr 17.5 – o justo, no entanto, produz o seu fruto –
Pv 12.12).
Tais pessoas ficam reféns das informações passadas pela alma e, obviamente,
preso a este mundo.
A
imortalidade e incorruptibilidade do corpo e alma só é alcançada quando Jesus
vier (1Co
15.51-54,57).
Só então a morte, ou seja, a hipótese de se desligar do plano de Deus será
vencida (1Co 15.54,55).
3 – Vem a questão: o que é morte?
Antes
de pensarmos em vida eterna, temos que entender o que é morte.
·
“E olhei, e eis um cavalo
amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o
seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e
com fome, e com peste, e com as feras da terra.” (Ap 6.8).
·
“E deu o mar os mortos que
nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram
julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no
lago de fogo. Esta é a segunda morte.” (Ap
20.13,14).
Este
cavaleiro chamava Morte porque era este o seu ministério. E o fato de o inferno
o seguir implica que o objetivo é atingir as pessoas que se deixaram marcar
pela besta. Temos que entender que este mundo não foi feito para nós (Ef 2.19; Fp 3.20), nem nós para ele (Gl 6.14). Quem opta por entrar no
mundo, quer queira ou não, passa a ser perseguido por este cavaleiro misterioso
e pronto para ser tragado pelo inferno que o segue (ver Pv 27.20; Is 5.14).
Morte
significa separação. Entendendo que Deus criou este mundo para revelar Seu
mistério a principados e potestades (1Co 4.9; Ef 3.10; 1Pe 1.12), quando a pessoa passa por este mundo sem tomar
consciência da realidade, enxergando apenas acontecimentos temporais, ela esta
morta (separada) da vida espiritual. Vê,
ouve, sente e experimenta, mas nada discerne (Is 6.9,10).
Quando,
finalmente, parte deste mundo, ela é separada do plano de Deus. Seu corpo
morre, sua alma adormece; seu espírito vai para o Seol (mundo dos mortos).
Ao
ser ressuscitada, ela volta a fazer parte do plano de Deus, seja vivendo Sua
Palavra ou sendo queimado por ela. Note como, enquanto os seres humanos anseiam
em ir para o céu (Fp 1.23),
os anjos que lá estão, anseiam em ficar aqui na terra (em particular, acampado ao redor
dos que o temem – Sl 34.7; Ef 3.8-10; 1Pe 1.12). Justamente por ser aqui o
lugar onde todo o mistério de Deus é descortinado.
Tal
ansiedade do ser humano, no entanto, pode ser explicada em virtude dos inúmeros
sofrimentos experimentados aqui:
·
“Depois voltei-me, e
atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis que vi as
lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador, e a força estava
do lado dos seus opressores; mas eles não tinham consolador. Por isso eu louvei
os que já morreram, mais do que os que vivem ainda.” (Ec 4.1,2).
Tanto
é assim que a morte, para os que creem em Jesus, é vista como descanso:
·
“Tu, porém, vai até ao
fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias.” (Dn 12.13).
A
vida, que deveria ser só de gozo, é vista como enfado e canseira (Ec 1.2), principalmente na velhice (Sl 90.10).
Jó,
por exemplo, em meio a tanto sofrimento, desejou a morte. Queria se deitar no
pó e simplesmente se desintegrar (como se isto fosse possível), como se o viver ou morrer estivesse no poder
dele.
·
“E por que não perdoas a
minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Porque agora me deitarei no
pó, e de madrugada me buscarás, e não existirei mais.” (Jó 7.21).
Ele
estava revoltado pelo fato de Deus não perdoar a transgressão dele, nem tirar
sua iniquidade e, agora, como uma criança pirracenta, ele estava como que
sentenciando ele mesmo à morte, tal como faz como alguém que comete suicídio o
faz como que para encher a pessoa de culpa (ver Jó 40.8).
A
ideia que Jó tinha da morte (tal como aquele que pensa em suicidar) é que na morte a pessoa fica
completamente inconsciente (embora ele também cresse na ressurreição (Jó 19.25)):
·
“Por que não morri ao
nascer? Por que não expirei ao vir à luz? Por que me receberam os joelhos? E
por que os seios, para que eu mamasse? Pois agora eu estaria deitado e
quieto; teria dormido e estaria em repouso, com os reis e conselheiros da
terra, que reedificavam ruínas para si, ou com os príncipes que tinham ouro,
que enchiam as suas casas de prata; ou, como aborto oculto, eu não teria
existido, como as crianças que nunca viram a luz. Ali os ímpios cessam de
perturbar; e ali repousam os cansados.
Ali os presos descansam juntos, e não ouvem a voz do exator. O pequeno e o grande ali estão e o servo está livre de seu senhor. Por que se concede luz ao aflito, e vida aos amargurados de alma; que anelam pela morte sem que ela venha, e cavam em procura dela mais do que de tesouros escondidos; que muito se regozijam e exultam, quando acham a sepultura?” (Jó 3.11-22);
Ali os presos descansam juntos, e não ouvem a voz do exator. O pequeno e o grande ali estão e o servo está livre de seu senhor. Por que se concede luz ao aflito, e vida aos amargurados de alma; que anelam pela morte sem que ela venha, e cavam em procura dela mais do que de tesouros escondidos; que muito se regozijam e exultam, quando acham a sepultura?” (Jó 3.11-22);
·
“Assim o homem se deita, e
não se levanta; até que não haja mais céus, não acordará nem despertará de seu
sono. Quem dera que me escondesses na sepultura, e me ocultasses até que a tua
ira se fosse; e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim!” (Jó 14.12,13)
– não percebia que apenas a alma é que dorme.
Se
assim fosse, o suicídio seria bom para o atribulado. A morte seria ótimo para o
rico ou poderoso, já que ele aprontaria de tudo aqui e, depois, simplesmente
deixaria de existir. Como a revelação de Deus foi sendo dada aos poucos ao
longo da história, a compreensão que Jó tinha do Seol era a mesma de uma
sepultura.
Ele
não conseguia perceber que o verdadeiro tormento do ser humano sem Jesus está
dentro dele e que o acompanharia rumo ao Seol.
4 – O que é vida eterna?
Quando
a Escritura Sagrada diz que vida eterna é um dom gratuito de Deus (Rm 6.23), do que Paulo estava
tratando? Muitos, como o jovem rico, acham que ela consiste em não morrer,
podendo ser herdada pelo esforço próprio (Lc 18.18).
Contudo, a verdadeira imortalidade só pode ser alcançada por meio do evangelho (2Tm 1.10), já que Jesus é o verdadeiro
Deus e a vida eterna (Jo 17.3; 1Jo 5.20).
Entenda:
vida eterna é uma vida sem limites, ou seja, que não tem princípios de dias,
nem fim de existência (Hb 7.3).
A única vida com esta característica é a de Jesus. Apenas recebendo-o em nós (Jo 1.12) é que somos salvos destas
limitações terrenas (início e fim).
Aliás, no que Jesus se declara como sendo “o início e o fim” (Ap 1.8,11; 21.6; 22.13), o que Ele está dizendo é
que Ele é Aquele que rompe limites e barreiras. Ou seja, ao recebermos Jesus,
perdemos toda noção de genealogia (daí dizer para não perder tempo com genealogia – Tt 3.9): não sabemos de onde viemos,
nem para onde vamos (Jo 3.8).
Quem
nasceu da água e do espírito (Jo 3.8)
perde de vista a noção de nascimento e morte, como se sua vida tivesse começado
no infinito e fosse impossível enxergar o fim da mesma.
Não
há mais metas a serem atingidas. Qualquer coisa que pensemos em fazer se torna
pequena e sem qualquer serventia, pois em nada aproximam alguém de quem Deus é (como Ele é espírito (Jo 4.23,24),
logo a única forma de se aproximar do Eterno é através do Seu Espírito Santo
produzindo o fruto do caráter no coração de quem crê (Gl 5.22)).
Quanto
mais o Espírito Santo opera na vida da pessoa, mais ela vai sendo transformada
na imagem da glória de Deus (2Co 3.18),
ou seja, como alguém cuja face está em luz inacessível (1Tm 6.16), que está além da
compreensão (1Co 2.14-16; Ef 3.19).
Se
você ainda continua achando que vida eterna é simplesmente permanecer vivo,
pense: se Jesus não é a essência da vida (Jo 11.25; 14.6), então o que a vida e quem é que a mantém em
nosso corpo? Além disto, veja:
1
- “E mostrou-me o rio puro
da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do
Cordeiro. No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore
da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da
árvore são para a saúde das nações.” (Ap
22.1,2).
Ora,
uma vez que, após o juízo final, teremos um corpo incorruptível e imortal (1Co 15.54), então que sentido há em
comer do fruto da árvore da vida? Para que folhas se não há doença?
A
única explicação é que a verdadeira vida eterna não consiste em permanecer vivo
e sem problemas (como a doença, por exemplo). Antes, o que deixa a alma e o espírito
saudáveis é a presença de Jesus (fruto)
e Seus dons operando em nós (folhas – 2Pe 1.5-8).
2
- “Disse-lhe Jesus: Teu
irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na
ressurreição do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida;
quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê
em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?” (Jo
11.23-26).
Quem
vive em Jesus crendo Nele não morre: seu espírito está consciente em Sua
presença. Contudo, no momento certo, seu corpo ressuscitará, sua alma acordará
e voltará a viver neste mundo sendo usado por Ele. Como o próprio Jesus é a
ressurreição, logo, por meio de Cristo, a pessoa continua viva neste mundo. Ou
seja, se estivermos em Cristo, poderemos continuar experimentando em nós a
continuação daquilo que Jesus começou na vida daquele irmão amado que foi
levado para Sua presença. Como quem faz a obra é Jesus, esta só irá parar se
ficarmos lamentando a morte de quem está vivo ou tentando sepultar aquilo que é
para continuar vivendo (Lc 9.60 – como o amor é mais forte do que a morte (ver Ct
8.6,7; 1Co 13.8), não há porque uma pessoa querida morrer dentro de nós. Podemos
e devemos dar continuidade a tudo que havia de bom nela) e o pior: deixando de seguir
a Vida que nunca míngua.
Infelizmente
muitos, como Marta, estão achando que a ressurreição só ocorrerá no último dia (no dia do juízo final). Ora, nesta ressurreição só
estarão os que se converterem no milênio e os ímpios que rejeitaram a Palavra
de Deus (Jo 12.47,48). A ressurreição dos justos
ocorre na volta de Cristo. Além disto,
os que morreram em Cristo já estão na companhia Dele (1Ts 4.13,14). Aliás, considerando que,
quem se deixa guiar pelo Espírito Santo, vence o pecado e mundo (Gl 5.16,25), logo, os tais,
espiritualmente falando, já ressuscitaram (Cl 3.1-3)
e estão com Cristo nos lugares celestiais (Ef 2.6).
Afinal,
vida eterna é uma vida que não míngua. Sendo a vida de Cristo a única que nunca
se esgota, mas conserva o amor e a bondade (Jo 17.3; 1Jo 5.20), quem está Nele e permanece em Sua Palavra,
nunca fica sem o que diz respeito à vida e à piedade (2Pe 1.3).
Por
isto é que um assassino não tem a vida eterna permanente em si (1Jo 3.15). Não apenas Jesus é o único
imortal (Rm 1.23; 1Tm
6.16), mas é
a presença Dele em nós que caracteriza a imortalidade.
Quando
Jesus nos prometeu a vida eterna (1Jo 2.25),
o que Ele estava nos prometendo era Ele mesmo, Seu próprio corpo e sangue, a
saber, o privilégio de entrar no Seu reino, constituído das pessoas que optaram
por pertencer a Ele e viverem Sua vida por toda a eternidade.
Por
isto é que Jesus disse para os membros do sistema religioso que nenhum deles
podia ir para o céu (Jo 7.33,34):
porque, sem nascer de novo, ou seja, sem passar a perceber as coisas tal como
Jesus vê, não tem como nem mesmo entrar no Reino de Deus (Jo 7.33,34). Todas as ações destas
pessoas estarão sujeitas aos conceitos e valores que elas permitiram que lhes fosse
incutido pelo sistema que rege este mundo.
Vida
eterna não significa “não morrer”, mas sim ter prazer em Jesus (Sl 37.4) a fim de ser capaz de fazer
bem, por entender que é assim que se adquire glória, honra e incorrupção:
·
“A vida eterna aos que,
com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;” (Rm 2.7).
Em
outras palavras, embora o espírito de todo mundo fora criado por Deus para
viver eternamente, apenas se alimentando da Videira verdadeira (árvore da vida – Gn 2.9; Jo
15.4-6) é
que a vida terá sentido. Sem Jesus, tal vida irá se secar pela completa
impossibilidade de ver o bem (Jr 17.6).
Daí a Escritura Sagrada dizer que só há vida em Cristo (1Jo 5.12), a saber, para aqueles que
se alimentam de Seu corpo e da Sua vida (Jo 6.51).
Inclusive, estes dois versículos são mais duas provas de que, quem faz de Jesus
o seu alimento, tem vida eternamente, ou seja, nunca perde o amor ao próximo (1Jo 3.14,15).
5 – Como será o fim do mundo?
Primeiro,
é preciso esclarecer que o mundo que terá fim é este sistema que Ha-Satan usa
para dominar este mundo e transformá-lo em um caos (Jo 14.30; Ef 2.1,2; 1Pe 5.19) com a cooperação do ser
humano. Enquanto isto (ou seja, esta limitação de tempo a que estamos sujeitos), justos e ímpios habitarão
conjuntamente (Mt 13.28-30).
Quando, porém, chegar o dia, será feita a separação entre justos e ímpios (Mt 13.47-50) e Jesus, em pessoa, reinará
nesta terra para sempre.
Após
o milênio, chegará o fim dos séculos, ou seja, toda a noção de tempo terá fim:
é a eternidade. Afinal, o tempo é definido, principalmente, por causa das
limitações do ser humano (cansaço e envelhecimento). O tempo é estabelecido para regularizar o
período em que o ser humano deve abandonar todas as suas atividades.
Isto
acontece porque as obras da carne são sempre más (Gl 5.19-21).
Assim, para dar pausa à maldade que há no coração do ser humano, Deus o
“obriga” a descansar e aponta para o momento em que deve fazer isto (eis a razão dos astros e
estrelas no céu – Gn 1.14-19).
·
“E ouvi uma voz do céu,
que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no
Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas
obras os seguem.” (Ap 14.13).
Afinal,
é o nosso trabalho (obras da carne - Gl
5.19-21) que
cansa a nós (Is 47.13; 57.10; Jr 9.5) e a Deus (Is 43.24).
Enfim:
primeiro vem o fim do mundo (ou, se preferir, do sistema que rege as pessoas), depois vem o fim dos
séculos. O fim do mundo acontecerá quando Jesus inaugurar o milênio. O fim dos
séculos, depois do milênio, quando o fogo queimará céus e terra (2Pe 3.10-12) e passará a ter um só céu e
uma só terra (Ap 21.1).
Tudo será novo e o mar não existirá.
Em particular, para quem crê em Jesus, o fim
dos séculos se dá no arrebatamento, já que, desde então, o tempo não fará mais
diferença para eles.
Para
entender isto, é preciso esclarecer que haverá um período de sete anos de
Grande Tribulação antes da volta de Cristo. Na metade deste período, a Igreja
será arrebatada, passando a estar com Cristo por onde Ele for. Após isto, o
fogo das sete taças do juízo irá queimar a palha (ou joio, dependendo da parábola – Mt 3.12), de modo que sobre apenas as
ovelhas e os bodes (Mt 25.34-40; ver Ap 19.20,21), os quais serão ajuntadas dos quatro cantos do
céu quando o milênio tiver início (Mt 24.31).
Dos que estiverem vivos quando Cristo Jesus vier, somente os que forem piedosos
alcançarão a misericórdia de serem livres da ira das sete taças (2Tm 1.18; 2Ts 1.10; Ap 3.10).
Este
mundo só contemplará a separação entre bons e maus quando o milênio iniciar. E
como toda a criação (plantas, animais, etc.) anseia pelo dia em que os filhos de Deus serão
ressuscitados e manifestarão a glória de Deus... Afinal, é isto que as fará
livres do cativeiro da corrupção para desfrutarem da liberdade que a glória de
Deus proporciona nos Seus filhos (Rm 8.19-22).
Repare como a separação a que se refere as
parábolas tem haver com os que estiverem vivos por ocasião da volta de Cristo.
É nesta ocasião que este mundo irá entrar fisicamente no Reino de Deus. (Mt 25.31-34).
Todavia:
·
ao
morrer, a separação entre bons e maus já terá ocorrido para os tais. Contudo,
para este mundo, isto não fará diferença, pois os mortos, para eles, jazem no
esquecimento (Ec 9.5,6);
·
para
quem crê em Jesus e nasceu de novo, a entrada no Reino de Deus é imediata,
visto que o Reino de Deus está no coração dos tais (Lc 17.21; Jo 14.2,3).
6 – O que acontece logo após a morte?
O
fôlego (alma +
espírito)
dos homens e animais é o mesmo (daí os animais também serem chamados de alma vivente (Gn
1.20,21,24,30; 2.19; 9.10,12,15,16).
Isto também confirma que um homem morto para as coisas espirituais em nada
difere do animal (Sl 49.20)
e explica o motivo de toda a criação esperar a redenção que virá quando os
filhos de Deus se manifestarem (Rm 8.18-22).
A diferença é que Deus sopra no espírito do homem Seu entendimento (Gn 2.7; Jó 32.8).
Contudo,
quando ambos morrem, o corpo deixa de existir; Porém, a alma do homem adormece (vai para cima, ou seja, para
Deus e fica dormindo – Ec 3.21)
e a do animal vai para baixo (é desfeita)
(Sl 49.12;
104.29). O
corpo volta ao pó, já que é isto que ele é (Gn 3.19; 18.27; Sl 103:14) e a alma, por ser a parte
nossa que se comunica com este mundo e nos permite senti-lo (ela é a sede das emoções e
desejos),
não tem razão de continuar acordada. Ela volta para Deus (Ec 12.7).
Já
o espírito do animal também é desfeito, enquanto que o do homem vai para o
Seol, onde será consolado ou atormentado pelo amor de Jesus, dependendo da
opção que a pessoa fez enquanto viveu aqui. É claro que não é qualquer um que
sabe disto (Ec 3.21),
mas apenas aqueles que têm a mente de Cristo (1Co 2.14-16).
Para
ser mais exato: ao morrer, o espírito (sede dos pensamentos e sentimentos, os quais, sem a
visão celestial, se baseiam apenas nas informações recebidas pela alma) vai para o Seol e ali, na
presença de Deus, ou a pessoa vai ser consolada por ter recebido o amor da
Verdade em seu coração (2Ts 2.10)
ou irá lamentar por tê-Lo rejeitado.
·
Disse eu no meu coração,
quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim
pudessem ver que são em si mesmos como os animais. Porque o que sucede aos
filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma
coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a
vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.
Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó. Quem
sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para
baixo da terra?” (Ec 3.18-21).”
·
“E o pó volte à terra,
como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Ec
12.7) – quem volta a Deus é a alma.
Como, todavia, o espírito estará em contato permanente com a Palavra de Deus no
Seol (seja
confortando ou atormentando),
por isto é dito que ele volta a Deus. E é por isto que Jesus entregou nas mãos
do Pai o Seu espírito (Lc 23.46);
·
“Eis que foi para a minha
paz que tive grande amargura, mas a ti agradou livrar a minha alma da cova da
corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados.” (Is 38.17)
– de certo
Ezequias não sabia acerca da ressurreição (ou não cria). Como o corpo de cada um irá apodrecer e ser
comido por vermes, para o ser humano carnal, quanto mais isto demorar a
acontecer, melhor.
·
“Nenhum deles de modo
algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus, (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus
recursos não dariam) para que continuasse a
viver para sempre, e não visse a cova” (Sl
49.7-9 – AR 1967) -> A pessoa pode morrer e
seu corpo se deteriorar, mas será restaurado juntamente com sua alma na vinda
de Jesus. Perceba como este salmista tinha consciência de que, quem ia para o
Seol crendo em Jesus, não iria dormir, mas não veria a morte (cova), pois passou da morte para a
vida (Jo 5.24).
·
“E levantaram-se todos os
seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; ele, porém, recusou ser
consolado, e disse: Na verdade, com choro hei de descer para meu filho até o
Seol. Assim o chorou seu pai.” (Gn 37.35) – note que seu espírito
desceria consciente ao Seol chorando. Tem versão que traduz Seol por sepultura,
o que é erro. Afinal, se José tivesse sido devorado por uma fera selvagem, ele
não teria sido sepultado;
·
“Para desviar a sua alma
da cova, e a sua vida de passar pela espada... E a sua alma se vai chegando à
cova, e a sua vida aos que trazem a morte... Porém Deus livrou a minha alma de
ir para a cova, e a minha vida verá a luz.” (Jó
31.18,22,28)
– Note como a alma vai para a cova (ou seja, adormece, fica sem contato com o mundo).
·
“porque a minha alma está
cheia de angústias, e a minha vida se aproxima do Seol.” (Sl 88.3)
– o espírito ia se aproximando do mundo dos mortos.
·
“O Senhor deu-se a
conhecer, executou o juízo; enlaçado ficou o ímpio nos seus próprios feitos. Os
ímpios irão para o Seol, sim, todas as nações que se esquecem de Deus.” (Sl 9.16,17)
– Note como o
ímpio vai permanecer no Seol enlaçado em tudo que ele fez aqui (preso no seu tormento, incapaz
de se chegar a alguém).
Ele não tem corpo para se locomover. Logo a única forma de ele ir até alguém
seria via sentimento. Mas, como não há ninguém vivendo dentro dele (muito menos Cristo), não tem como ele ir a quem
quer que seja. Mesmo que pudesse, seria mais tormento ainda, já que, ali não há
esperança de encontrar alguém “bom” (tomado pela bondade de Deus) como aqui.
·
“Escondes o teu rosto, e
ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó.” (Sl 104.29)
– Quando Deus
tira espírito e alma (fôlego),
seu corpo volta para o pó;
7 – O que é Seol? Quais as características dele?
Seol
é o nome em hebraico para o lugar para onde vai o espírito daqueles que morrem.
Em grego é chamado Hades. O Seol é dividido em duas seções separadas por um
grande abismo (Lc 16.26):
·
Seio
de Abraão:
local para onde vão aqueles que são de Jesus;
·
Inferno: local para onde vão os que
rejeitaram Jesus.
Ao
contrário do que muitos pensam, quem morre em Cristo não vai para céu, mas está
no Seol aguardando a vinda de Cristo. Eis as características do Seol:
1 – A pessoa fica completamente separada de tudo que acontece neste mundo
Enquanto
a pessoa está viva, ela tem esperança de ser usada por Deus.
·
“Ora, para aquele que está
entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão
vivo do que o leão morto).
Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma,
nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao
esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já
não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.”
(Ec 9.4,5);
Depois
que ela morre, seu espírito fica no Seol completamente alheia a tudo que
acontece neste mundo, bem como ao plano de Deus. Tudo aquilo que a pessoa
sonhava se perde (Jó 17.13-16).
Todo o conhecimento, sabedoria, sentimentos, pensamentos, emoções e planos que
eles memorizaram ficam sem qualquer utilidade e recompensa.
·
“Pois na morte não há
lembrança de ti; no Seol quem te louvará?” (Sl 6.5);
·
“Pois não pode louvar-te o
Seol, nem a morte cantar-te os louvores; os que descem para a cova não podem
esperar na tua verdade.” (Is 38.18).
Daí
dizer que os mortos dormem, pois tudo que existe dentro deles fica sem qualquer
ação dentro da obra que Deus realiza neste mundo.
Embora
a morte seja vista, com relação aos que estão em Cristo, como descanso (repouso com relação ao plano de
Deus - Ap 14.13),
ainda assim a verdadeira dádiva é ter o privilégio se atuar no plano de Deus,
já que, neste caso, ao invés de apenas contemplar o que Deus faz como os anjos,
a pessoa pode experimentar os feitos de Deus dentro de si.
Por
isto é dito:
·
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o
conforme as tuas forças, porque no seol, para onde tu vais, não há obra nem
projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Ec
9.10) – não
há conhecimento nem sabedoria alguma para produzir algo útil;
·
“Sai-lhe o espírito, volta
para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.” (Sl 146.4).
·
“Mostrarás, tu, maravilhas
aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? ( Selá.)
Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadom?
Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do
esquecimento?” (Sl 88.10-12) – isto confirma como o Seol
é um lugar à margem dos planos de Deus. Por isto não há maravilhas ou louvores
ali. Afinal, louvar a Deus não é elogiá-Lo com palavras, mas ser usado pelo
Espírito Santo para exaltar Seu nome, bondade, fidelidade.
No
Seol, o espírito da pessoa não vê o que se passa neste mundo, muito menos se
comunica com alguém daqui.
·
“Disse: não verei ao
SENHOR, o SENHOR na terra dos viventes; jamais verei o homem com os moradores
do mundo.” (Is 37.11).
·
“Irá para a geração de seus pais; eles nunca
verão a luz.” (Sl 49.19) – ou seja, espírito de morto
não se comunica com os vivos. Em particular, os que morreram sem Jesus, nem no
Juízo Final poderão ver Jesus e Sua verdade (Jo 8.12);
·
“Porque há esperança para
a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus
renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao
cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta. Porém, morto o homem, é
consumido; sim, rendendo o homem o espírito, então onde está ele? Como as águas
se retiram do mar, e o rio se esgota, e fica seco, assim o homem se deita, e
não se levanta; até que não haja mais céus, não acordará nem despertará de
seu sono. Quem dera que me escondesses na sepultura, e me ocultasses até
que a tua ira se fosse; e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim!
Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias de meu combate
esperaria, até que viesse a minha mudança.” (Jó
14.10-14). – Note como o ser humano
continua existindo. Afinal, como a alma de alguém que não existe pode ser
despertada do sono? Se espírito e alma se desfizessem como o corpo, então ao
invés de uma pessoa dormindo ou descansando, o correto seria a pessoa sendo
refeita ao invés de acordar e despertar.
Todavia, ao invés
de voltar a viver como se dá com a árvore (cujo corpo permanece), o corpo da pessoa
desaparece por completo, a alma fica adormecida, mas o espírito, mesmo que os
viventes não saibam com precisão onde está (já que ninguém sabe se a pessoa aceitou de verdade a
Jesus), com
certeza está no Seol aguardando a ressurreição.
Com
base nisto, não há sentido em temer alguém que é mortal, ou seja, que não
poderá manter-se a si mesmo e, deste modo, garantir algo permanente na nossa
vida. Embora seu espírito permaneça consciente no Seol, dali não poderá fazer
nada de bom ou mal por nós, pois morreu (se separou)
para este mundo.
·
“Eu, eu sou aquele que vos
consola; quem, pois, és tu para que temas o homem que é mortal, ou o filho do
homem, que se tornará em erva?” (Is 51.12).
2 – O Seol é uma região de trevas
No Seol, na região conhecida
como inferno, não há luz, nem ordem ou qualquer expressão de bondade. Pelo
contrário, cada pessoa estará presa em seu próprio tormento, sem ver ninguém
nem nada eternamente, e isto até o dia do juízo final.
·
“Porventura não são poucos
os meus dias? Cessa, pois, e deixa-me, para que por um pouco eu tome alento.
Antes que eu vá para o lugar de que não voltarei, à terra da escuridão e da
sombra da morte; terra escuríssima, como a própria escuridão, terra da sombra
da morte e sem ordem alguma, e onde a luz é como a escuridão.” (Jó 10.20-22) –
se não há ordem no inferno, isto é mais um sinal de que o espírito dos que
morreram estão conscientes;
·
“Mas estes, como animais
irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos,
blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção,... Estes são
fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão
das trevas eternamente se reserva.” (2Pe
2.12,17);
·
“E aos anjos que não
guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão
e em prisões eternas até ao juízo daquele
grande dia;” (Jd 6).
Por
isto é que há trechos retratando os níveis diferentes de punição aos ímpios.
Por exemplo:
·
(Lc 12.47,48)
-> Quanto mais e melhor a pessoa conhecer Jesus e Sua Palavra, mais ela irá
se atormentar no Seol com as oportunidades e glórias perdidas;
·
(Lc 12.59; Mt 5.25,26)
-> Quanto mais insatisfeitas as pessoas estiverem consigo mesmas, mais
fortes e demorados serão os seus grilhões, começando aqui e continuando na
eternidade. Afinal, mais culpa a pessoa terá para atormentar seu coração;
·
(Mt 18.34,35)
-> Quanto mais a pessoa recusar a perdoar, mais espaço e tempo terá na sua
vida para os atormentadores. E quando no Seol estiver, mais remorso tomará
conta dela em face do tempo que perdeu odiando aquele que a ela foi dado para
experimentar o amor.
É
isto que a Escritura Sagrada quer dizer quando afirma que cada um receberá do
Senhor conforme as suas obras (Rm 2.5,6; Ap 22.12).
As trevas tomam conta da pessoa porque ela não consegue (ou não quer) enxergar nenhuma expressão
de bondade (Jr 17.6),
porque seu coração está solitário (1Jo 2.9-11).
É
bom lembrar que, embora a pessoa que recusou o amor da verdade permaneça (2Ts 2.10), até o dia do juízo final,
consciente no inferno, ela estará contemplando, ao longe, o consolo dos justos (Lc 16.23; 2Ts 1.9; Ap 14.10,11). É isto que mais irá
constrangê-la (2Co 5.14)
e enchê-la de remorso, como se deu com Judas (Mt 27.3; ver Pv 25.22; Mt 27.3 NTLH), com a diferença que nunca
poderá encontrar, na morte, alívio para tamanha dor. Assim será até o dia em
que, finalmente, ela irá para o lago de fogo e enxofre, quando toda esperança
que pudesse haver de poder experimentar a bondade dentro de si desapareça.
Com
relação à parte na parte do Seol denominada seio de Abraão, o termo trevas
indica que, não importa quantas homenagens se preste a alguém que morreu (colocando seu nome em ruas,
edifícios públicos ou sua imagem em alguma cédula de dinheiro), ele não poderá ver nenhuma
das maravilhas que se faça para com ele.
3 – O Seol é chamado também de sepultura
Não
há nada de bom para se fazer por alguém depois que ele morreu (há religiões, por exemplo, que
acreditam que se pode oferecer missas, rezas, indulgências, etc. em favor dos
mortos). Daí
não ter sentido velório:
·
“Mostrarás, tu, maravilhas
aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? ( Selá. ).
Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição?
Saber-se-ão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do
esquecimento?” (Sl 88.10-12);
4 – Abadom (perdição)
Conforme
dito no item anterior, está perdida qualquer benfeitoria que pudéssemos pensar
em fazer para com um morto. Não adianta querer pedir perdão para alguém após
este ter morrido.
Em
particular, para os que estão no inferno, não há possibilidade de regeneração.
Logo, a fidelidade dos membros da família ou amigos de nada servirá. Seu
destino está selado para sempre (Hb 9.27).
5 – Terra do Esquecimento
Este
é o termo para mostrar que não adianta agora querer pedir perdão ou tentar
consertar os erros do passado cometidos para com aquele que já morreu. Ele está
num lugar onde todo este mundo está esquecido. Para quem está no inferno, a
única coisa real para seu espírito são as lembrança do que ele viveu aqui; para
quem está no seio de Abraão, há o consolo de Espírito Santo através da vida uns
dos outros que ali estão (note como não se vê ninguém com o rico de Lc 16.20-31).
6 – Sião é lugar de Silêncio
·
“Os mortos não louvam ao
Senhor, nem os que descem ao silêncio;” (Sl
115.17) – é
claro que, no inferno, ninguém consegue louvar o Senhor, pois não O tem dentro
de si. Sem contar que está fora da esfera da ação de Deus, que é este mundo; Todavia,
para quem está em Cristo, até depois de morto podemos ser usados para
ressuscitar alguém (2Rs 13.20,21),
para tocar corações (Mt 27.54; Mc 15.39; Lc 23.47) ou falar (Hb 11.4).
·
“Os olhos do homem sábio
estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; então também entendi eu que o
mesmo lhes sucede a ambos. Assim eu disse no meu coração: Como acontece ao
tolo, assim me sucederá a mim; por que então busquei eu mais a sabedoria? Então
disse no meu coração que também isto era vaidade.” (Ec
2.14,15) – sem Jesus toda sabedoria é
inútil;
·
“Que proveito haverá no
meu sangue, se eu descer à cova? Porventura te louvará o pó? Anunciará ele a
tua verdade?” (Sl 30.9).
·
“Se o Senhor não tivesse
sido o meu auxílio, já a minha alma estaria habitando no lugar do silêncio.” (Sl 94.17)
-> com
certeza, o salmista percebia que estava em pecado (ver Sl 94.11-14) e, se morresse naquele momento, iria para o
inferno (que é a região
de silêncio do Seol, no sentido de que ali ela não escuta as dores e angústias
dos demais que ali estão).
Para
quem está no seio de Abraão, trata-se de um lugar de silêncio porque ele não
consegue escutar nada neste mundo, nem quem está neste mundo pode escutar sua
voz.
Para
quem está no inferno, além de tudo isto, quem vai para lá não conseguirá
escutar nem mesmo aquilo que acontece à sua volta (muito menos a voz de Deus). Tudo que ele escuta são os
gritos da sua alma desesperada.
Sem Jesus, não importa se o
que fazemos é bom ou ruim, justo ou desonesto. Nada faz sentido, pois não traz
real conhecimento do verdadeiro amor, mas está baseado apenas em conforto e
bem-estar próprio neste mundo. Não preenche ninguém com aquilo que Deus é. O
destino de tais pessoas é ir para o lugar da solidão, onde não existe ninguém
mais, além de ela mesmo. Já que, nesta vida, a única pessoa que importou para
ela foi ela mesma, já que ela achou que o problema era as circunstâncias ou as
pessoas, nada mais indicado do que ir para um lugar onde não haja nada nem
ninguém, mas apenas trevas e silêncio.
Só assim a pessoa poderá
constatar que não existe nada tão ruim quanto o que existe no seu interior.
Infelizmente, mesmo apesar de tanto tempo na solitária, ainda assim não
conseguirá se dar bem com ninguém no lago de fogo e enxofre, mas serão
eternamente atormentadas, atormentando aos outros. Em outras palavras, o prazer
de cada um é atormentar.
8 - Mas afinal, o que as pessoas ficam fazendo no Seol? Qual a finalidade de ressuscitarem e serem julgadas, já que a separação entre maus e bons já aconteceu?
Para
você ter uma ideia da importância da ressurreição, Paulo diz que quem não crê
na ressurreição, não crê também que Cristo ressuscitou, o que torna a fé desta
pessoa inútil (1Co 15.17,18).
Mas
afinal: por que a ressurreição é algo tão importante para os que morreram em
Cristo? Uma vez que os justos, supostamente estão no paraíso conscientes, para
que voltar a este mundo? No entanto, Paulo diz que, se eles não ressuscitassem,
eles estariam perdidos (1Co 15.18).
Não só isto! Se os ímpios já estão queimando inferno, então para que tirá-los
de já, ressuscitá-los para depois mandá-los para um lugar ainda pior do que
este?
Em
primeiro lugar, entendendo que a vida de Jesus em nós que nos liberta do
pecado, dando-nos condições de sermos um em Cristo e, com isto, sermos capazes
de amar o próximo (Jo 13.34,35),
se Jesus não tivesse ressuscitado, até hoje estaríamos condenados à morte, já
que não teríamos como nos livrar de tamanha maldição (Rm 6.23; ver Rm 8.1-4; Gl
5.16,25).
Afinal, sem Jesus e Seu sacrifício, não teríamos a amostra de uma vida
vencedora. Mesmo que Jesus quisesse nos conduzir pessoalmente, não teríamos a
certeza de que Seu estilo de vida daria certo. Como Ele não obriga ninguém a
nada (pois o amor e
obediência só têm valor quando são voluntários), por mais que Ele quisesse
conduzir alguém a uma vida liberta do pecado (como afirma Rm 8.1-4; Gl 5.16,25; 1Jo 3.5-9), ninguém seria capaz de
acreditar nisto de coração, por mais que se esforçasse. Daí as promessas do
Antigo Testamento serem todas carnais.
Além
disto, as pessoas estão entendendo errado o quem vem a ser inferno, bem como o
que acontece após a morte. Acredite: aqueles que morrem estão em lugar chamado
Seol (ou Hades). Uns:
·
no
seio de Abraão sendo consolados por Deus (Lc 16.25).
Estes estão conscientes, compartilhando suas lembranças uns com os outros (repare como Lázaro estava juntinho
com Abraão – Lc 16.23).
Inclusive, é por isto é que as almas daqueles que morreram por amor a Jesus
estavam inquietas (Ap 6.9-11).
Afinal, mais e mais pessoas chegavam em virtude deste amor e Deus,
aparentemente, não fazia nada. É então que eles recebem, simbolicamente, vestes
brancas, ou seja, um esclarecimento melhor acerca do plano de Deus e do
propósito da vida de cada um deles, de modo que eles pudessem descansar melhor;
·
no
inferno, presos nos seus próprios tormentos, repletos de remorso e culpa.
A
prova de que eles estão conscientes é o que Jesus disse para o ladrão na cruz:
·
“E disse a Jesus: Senhor,
lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade
te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc
23.42-43).
O
ladrão na cruz pensava o mesmo que aqueles que creem na mortalidade do
espírito: ele achava que só poderia ser lembrado por Jesus quando Ele viesse
para inaugurar o milênio. Jesus, contudo, lhe deixou claro que, no mesmo dia em
que Ele entregasse Seu espírito nas mãos do Pai (Lc 23.46),
ele estaria Consigo no lugar do Seol chamado Paraíso, a saber, no seio de
Abraão.
Entenda:
durante os três dias que Jesus esteve fisicamente morto, Seu corpo ficou na
sepultura, Sua alma adormecida e Seu espírito consciente no Seol (Mt 12.40; At 2.27; Ef 4.9). Todavia, embora Seu corpo e
alma só tenham subido ao Pai após ressuscitar (Jo 20.17),
Seu espírito estava nas “mãos” do Pai no lugar do Seol chamado Paraíso (Lc 23.46). Afinal, o Pai estava
presente ali.
Enquanto
Jesus esteve ali no Seol, Ele anunciou o evangelho aos mortos (1Pe 4.6), confirmando Sua Palavra aos
que estavam lugar chamado Paraíso (1Pe 3.19),
o que aumentava ainda mais o remorso daqueles que estavam na parte mais baixa
do Seol, conhecida como inferno (Ef 4.9).
Afinal, a presença de Jesus ali acabava com toda a esperança dos ímpios de se
justificarem. Antes, eles tinham a esperança que Jesus falhasse e, assim, eles
pudessem se desculpar. Mas agora, o maior argumento deles caiu por terra e
cairá por vez quando todos os Seus eleitos igualmente vencerem o pecado,
Ha-Satan e o mundo (Hb 2.15; 1Jo 5.3).
Em
outras palavras, quando é dito que Jesus pregou aos espíritos em prisão (1Pe 3.19) e levou cativo o cativeiro (Ef 4.8), o que realmente aconteceu é
que Jesus, ao descer ao Seol, mostrou em Si todo o plano da salvação, o qual
libertou todos os que estavam no Seio de Abraão da tristeza que sentia ao ver
tantos morrendo por amor da Sua fé no Eterno.
Quem
morreu em Cristo fica, então, sendo consolado em suas lembranças de tudo que viveram
neste mundo. Os que rejeitaram Cristo ficam atormentados pela chama do remorso
que sai de dentro deles (Ez 28.18; Lc 16.24,25).
Baseado nisto, tudo parece indicar que não há sentido ninguém comparecer no
tribunal de Cristo. No entanto, enquanto estão no Seol, ninguém sabe com
precisão o motivo da justificação ou condenação, seja sua ou de outrem.
Para
início de conversa, qual a finalidade do julgamento? Infelizmente, o conceito
de justiça tem sido deturpado pelo sistema babilônico que rege este mundo. O alvo
supremo do julgamento é lavar ambos os lados (defesa e acusação) a reconhecerem a verdadeira justiça. Esta é a
razão pela qual todos irão ressuscitar: para que todos vejam, na vida de cada
membro da Igreja, a reta justiça de Deus e, assim:
·
Os
justos entendam o motivo de um ter recebido mais galardão que o outro;
·
Os
perdidos vejam que não há desculpa para seus erros.
Até
então, os justos não estão ainda na glória, nem os ímpios no lago de fogo e
enxofre, mas aguardando o julgamento (1Pe 4.5)
e a ressurreição quando, então serão recompensados, a saber:
·
os
justos aguardam a primeira ressurreição no seio de Abraão, quando irão
comparecer no tribunal de Cristo que terá lugar na Sua vinda (Rm 14.10; 2Co 5.10). Nesta ocasião serão
julgadas:
o
as doze tribos de Israel pelos doze apóstolos (que foram chamados no regime da
Antiga Aliança).
Através do testemunho de Cristo neles (Mt 19.28),
cada um recebe seu galardão e herança;
o
os
gentios que, por amor a Cristo, não se ajuntaram ao anticristo para pelejar
contra Ele e contra Israel. Serão julgados por doze gentios que o Eterno elegeu
para ser modelo;
Todos os que ficaram vivo
constituirão as dez virgens (Mt 25.1-13),
ou seja, pessoas que pertenciam ao sistema religioso. Quem nele permaneceu (contrariando a ordem de Ap 18.4) será condenado; quem dele
saiu será justificado.
Finalmente, ocorrem as bodas
do Cordeiro (Ap 19.7),
a saber, a ocasião em que a Noiva será uma só carne com o Noivo (ambos terão a mesma carne – 1Co
15.48,49).
·
os
ímpios aguardam a segunda ressurreição no inferno, quando irão comparecer no
tribunal de Cristo que se dará no juízo final, quando os santos irão julgar os
anjos e os ímpios (1Co 6.2,3)
e os que se converterem no milênio receberão o galardão. Até então, eles não se
conformam de terem sido condenados. Acham Deus injusto. Só, após o tribunal de
Cristo que seus joelhos irão se dobrar e toda língua confessar que Jesus é
Senhor (Is 45.23; Rm
14.11; Fp 2.10).
Consegue,
agora, ver a necessidade da ressurreição? Embora bons e maus estejam separados
no Seol, ninguém recebeu ainda a recompensa. Ninguém ainda pode compreender
quem é Deus, bem como a perfeição da Sua justiça.
Mas
isto não é tudo! Pense: embora seja um bom consolo para os justos estarem
rodeadas apenas de pessoas repletas do amor de Deus, todavia, estar em comunhão
apenas para ficarem se lembrando dos feitos de Deus na vida uns dos outros, bem
como do que Deus lhes prometeu, em nada se compara com o privilégio de voltar a
experimentar o poder de Deus agindo em seu interior.
Por isto é que é dito que
depois da morte vem o juízo (Hb 9.27).
Afinal, nenhum deles está fazendo obra nenhuma (daí Ec 9.10 dizer que no Seol, não há obra nem
projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma):
·
no
caso dos justos, eles estão esperando a volta de Cristo;
·
no
caso dos ímpios, o juízo final.
Todos
estão “perdidos” em lembranças. Daí dizer que:
·
a
morte é um inimigo a ser aniquilado (1Co 15.26);
·
o
espírito só será salvo no Dia do Senhor (1Co 5.5);
·
os
heróis da fé não obtiveram a concretização da promessa (Hb 11.13), mas serão aperfeiçoados
conosco (Hb 11.39,40)
Não
é em vão que a verdadeira herança está guardada nos corações dos que creem em
Jesus (céus) e só nos será entregue
quando Jesus vier e ressuscitar corpo e alma da Igreja, o que acontecerá no
último tempo deste mundo, a saber, quando Jesus vier (afinal, é no milênio que
receberemos autoridade sobre as “cidades” de Deus – Lc 19.17,19).
Por
isto Paulo disse que a glória dele, na vinda de Jesus, era a Igreja que se
reunia em Tessalônica (1Ts 2.19,20).
Afinal, à medida que guardamos os tesouros de Deus no coração daqueles que são
de Jesus (Mt 6.19-21; Lc
16.9), damos
lugar para sermos exaltados diante deles, já que é o testemunho de nossa fé que
foi guardado em seus corações, que agora se evidenciam (não necessariamente por
palavras, mas por sermos vistos neles através dos nossos tesouros guardados em
seus corações).
Daí
Pedro dizer:
·
“Bendito seja o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou
de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os
mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar,
guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de
Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo” (1Pe 1.3-5).
A
herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar são as pessoas
que, agora, não vão mais se corromper pelos maus desejos, nem se contaminar com
o pecado, nem mais enfraquecer ou envelhecer.
Infelizmente,
para muitos, a morte é o fim da existência do ser humano. E muitos em Corinto
estavam crendo nesta besteira e, com isto, esfriando na fé (abandonando a verdadeira herança
e riqueza).
Afinal, se a ressurreição não fosse real, para que se expor ao perigo (1Co 15.30)? Seria melhor viver
hedonisticamente a vida (1Co 15.32).
Daí Paulo dizer que esperar em Cristo apenas nas coisas desta vida significa se
tornar miserável (1Co 15.19).
O
mesmo erro estava acontecendo em Tessalônica. Quando um parente querido morria,
havia muita tristeza entre os seguidores de Jesus. Paulo, então, escreve esta
carta para animar os seguidores do Cordeiro, dizendo que, quando Ele viesse,
traria em Sua companhia os que estavam dormindo com relação a este mundo (1Ts 4.14). Afinal, para quem não crê
na ressurreição, os vivos se resumem aos que estão neste mundo. Considerando
que única esperança de voltar a ver o ente querido é a ressurreição (1Ts 4.13-17), logo tais pessoas estavam
sem esperança.
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