3º - COMOÇÃO DAS ENTRANHAS
Versículos que comprovam
Já reparou a profundidade do amor que Deus requer
de nós? Preste atenção nestes trechos:
·
“Não é Efraim para mim um filho precioso,
criança das minhas delícias? Porque depois que falo contra ele, ainda me lembro
dele solicitamente; por isso se
comovem por ele as minhas entranhas; deveras me compadecerei
dele, diz o SENHOR.” (Jeremias
31.20)
·
“E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao
teu ventre, e enche as
tuas entranhas deste rolo que eu te
dou. Então o comi, e era na minha boca doce como o mel.” (Ezequiel 3.3).
A palavra de Deus não é algo para ser entendido só
com a mente, mas em conjunto com o coração (Mateus 13:15) (daí
a ordem para pensarmos e sentirmos a mesma coisa – At 4.32; 1Co 1.10; Rm 12.16), de modo a encher nossas entranhas e não apenas a
mente. Do contrário quem crê será tão somente teólogo oco, com uma casca dura e
bonita que só cogita das coisas do homem (Mateus 16:23),
a saber: o prazer descompromissado, isolado (apenas em si mesmo).
É curioso como as pessoas querem a companhia do outro, mas para terem o amor
apenas em si mesmo; querem ter o outro por perto, mas para serem felizes
sozinhos. Ou seja, não querem ser felizes, mas se sentirem felizes; não querem
ter paz, mas estarem tranquilas. Em outras palavras, querem ser livre de
compromissos, preocupações e cuidados, sem lutas.
Mas amor não é sensação que sentimos, tampouco uma
disposição momentânea de querer fazer o bem a alguém para receber de volta uma
manifestação de gratidão que nos faça sentirmos os maiores, perfeitos, bonitos (bonzinhos). A
verdade é que cada um faz de tudo para ser reconhecido por todos como a solução
dos seus problemas. Se esforça para colocar seu trono acima de todos para ser
buscado, invocado, ouvido por todos, como se fosse o próprio Deus (Isaías 14:13,14). Deseja tudo e todos sob seu controle, pensando do
mesmo jeito, fazendo exatamente o que quer que cada um faça. Quer, no fundo,
que todos ajam como se fosse ele próprio. Espera que todos sejam sua imagem (pensando e sentindo como ele) e semelhança (como se fossem a continuação dele).
A verdade é que, sem o amor, as pessoas só irão
servir por medo ou interesse. É o amor que leva alguém a servir por enxergar a
semelhança de Deus (Números
12:8) nos indivíduos, a discernir o corpo de Jesus (1Coríntios 11:29), a fazer o
auto-exame (1Coríntios
11:28). Ou seja, é o amor que leva alguém a dedicar ao
próximo como se estivesse dedicando a si mesmo (Efésios 5:29).
Este é o maior amor: quando alguém dá a vida aos irmãos (João 15:13). Isto porque, a partir daí, sua vida (pensamentos, sentimentos, personalidade) estão presentes na vida de quem se aproxima. Daí
Paulo crer que poderia evangelizar por meio dos coríntios (1Coríntios 10:15,16) e que poderia estar reunido com eles, mesmo
estando ausente (1Coríntios
5:43,4).
Crescemos nelas (dentro delas): é
assim que nossos talentos são multiplicados e é por isso que cada um recebia
autoridade conforme a quantidade de minas adquiridas (Lucas 19:16-19). Afinal, quando alguém está presente em outros
indivíduos, é sinal que ele já tem tal autoridade. Jesus simplesmente lhe dá
aquilo que já conquistou na vida desta pessoa (Romanos 9:15).
A autoridade é obtida porque o servo se vê presente
na vida do próximo que Deus colocou na sua vida. O líder, por sua vez, serve
porque se vê na vida do servo e assim lhe serve com os seus bens. O servo SERVE
com serviço (tempo,
energia). O líder serve dando recursos (conhecimento, sabedoria, etc). Em outras palavras, o mordomo recebe BENS para
fazer o que o patrão quer (ver
Lc 16.1; 1Co 4.1-2).
A diferença básica entre o patrão e Jesus é que o
patrão dá os equipamentos e o salário para que ele seja livre para servi-lo na
área material. Uma vez que o patrão comprou a liberdade do empregado (deu o que ele necessita à
sobrevivência, se dispôs a cuidar dele, de modo que ele não precise se
preocupar com seu sustento), ele se vê no
direito de exigir dele o serviço.
Jesus, porém, comprou nossa liberdade para que Ele
possa visitar Seu povo por meio de nós:
·
“Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com
que o oriente do alto nos visitou” (Lucas 1.78).
Note como o Eterno, através de Jesus, visitou a
humanidade movido pelo que há de mais profundo na Sua misericórdia. Como o
Eterno é a misericórdia em pessoa, as entranhas da mesma representam, não
apenas dádivas exteriores, mas fazer de Sua presença o preenchimento de todas
as nossas necessidades (Fp
4.19).
Daí ser dito:
·
“Revesti-vos, pois, como eleitos de
Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade,
humildade, mansidão, longanimidade”
(Colossenses
3.12).
Entendendo que todos estes atributos pertencem ao
Eterno, logo se revestir de tudo isto é se revestir do próprio Eterno. O termo
entranhas implica que tais virtudes não devem ser superficiais, mas algo que
verdadeiramente faça parte do caráter do fiel.
E não apenas isto:
·
“Portanto, se há algum conforto em
Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns
entranháveis afetos e compaixões,”
(Filipenses
2.1).
·
“E o seu entranhável afeto para convosco é mais
abundante, lembrando-se da obediência de vós todos, e de como o recebestes com
temor e tremor.” (II
Coríntios 7.15)
Nossos afetos e compaixões têm que entranhar na
pessoa.
·
“E, finalmente, sede todos de um
mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis.” (I Pedro 3.8)
·
“Porque Deus me é testemunha das
saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.” (Filipenses 1.8)
Para ser mais exato: aquele que crê tem que permitir
que as misericórdias e afetos (ver
Cl 1.24; Fp 3.10) de Jesus por Seu povo entranhem em si com tal
intensidade que, todo aquele que permanecer junto consigo (ver Ez 19.5,6; 1Co 7.12-14) acabe recebendo o sabor deste tempero em si
através daquilo que ele fala ou faz (ver Cl 4.5,6).
Enfim, o relacionamento deve ser entre o espírito
deste indivíduo e o espírito do próximo. Porém, fica a pergunta: até que ponto tal
convertido está disposto a ser parte vital daquele que o Eterno traz até si?
Quem realmente deseja ver o outro dependendo de si. Quem está disposto a assumir
tal compromisso?
O amor de Eterno é algo entranhável, ou seja, o
benefício Dele penetra no interior do convertido transformando-o. Não se trata
de algo superficial: tanto o nascido de novo que ama, como aquele que é amado,
experimentam um mover da virtude do Eterno dentro de si.
É algo que mexe com o caráter de ambos. Não se
trata de mero sentimentalismo, mas algo que dura para sempre, que os marca
ligando o espírito de ambos um no outro e em Jesus.
Para exemplificar isto, atente para quando Paulo
intercede por Onésimo junto a Filemom. Ele não estava apenas solicitando um
favor da parte dele. Antes, queria que Filemom recebe Onésimo como se fosse a
ele próprio. O que Paulo desejava era que, ao acolher Onésimo, Filemon pudesse
receber seus pensamentos e sentimentos mais íntimos.
·
“E tu torna a recebê-lo como às minhas entranhas.” (Filemom 1.12)
Ou seja, não é para receber apenas a presença
física de alguém, mas, antes de tudo, aquilo que ele é.
Como era nos tempos da Escritura Sagrada?
·
“Mas a mulher, cujo filho era o vivo,
falou ao rei (porque
as suas entranhas se lhe enterneceram
por seu filho), e disse: Ah! senhor meu, dai-lhe o
menino vivo, e de modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem teu nem meu
seja; dividi-o.” (I
Reis 3.26) – O importante, para a mãe, é que o filho vivesse,
mesmo que ela não lucrasse nada com isso. No entanto, a outra mulher, como não
queria cuidar de menino, gostou da decisão. Pelo jeito ela queria o menino a
fim de ter o quê comer e, como ela não podia fazer isto legalmente, no que o
rei propôs dividir o menino, era a ocasião para ter seu apetite atendido;
·
“Como água me derramei, e todos os
meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.” (Salmos 22.14) – o coração do salmista se derreteu, não apenas
superficialmente (por
emocionalismo), mas lá no seu íntimo. Ou seja, o salmista
realmente sentia os acontecimentos, a ponto de isto entranhar no coração de
quem estava por perto.
·
“O meu amado pôs a sua mão pela
fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram
por amor dele.” (Cantares
5.4) – a noiva estremecia, não apenas de desejo ou por
emoção, mas pelo fato de o noivo ser parte dela.
·
“Ah, entranhas minhas, entranhas
minhas! Estou com dores no meu coração! O meu coração se agita em mim. Não
posso me calar; porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido
da guerra.” (Jeremias
4.19) – ao ouvir o alarido da guerra, Jeremias não
apenas teve medo. Isto mexeu internamente com ele, em virtude do seu amor por
Judá. Não se trata do medo de sofrer ou morrer, mas a tristeza de ver os que
ama sofrerem.
·
“Olha, SENHOR, porque estou
angustiada; turbadas estão as minhas entranhas; o meu coração está
transtornado dentro de mim, porque gravemente me rebelei; fora me desfilhou a
espada, em casa está a morte.” (Lamentações
1.20) – Jeremias se identificava tanto com Jerusalém que
sentia a dor do remanescente que ficou vivo, como se fossem as entranhas dele
que estivessem perturbadas. Note como ele realmente deixava o Eterno comunicar
Seu sofrimento pelo que teria que vir sobre Jerusalém.
Você pode questionar: como o Eterno poderia ter
tais sentimentos, se de antemão Ele sabia o que iria acontecer? Ele podia não
ter a dor de ser surpreendido pelo mal. Mas isto não muda o fato de que Ele
sofria por aquilo que sabia que iria acontecer (seja permitindo o mal ou até mesmo efetuando-o a fim de
disciplinar o pecador).
·
“Já se consumiram os meus olhos com
lágrimas, turbadas estão
as minhas entranhas, o meu fígado se derramou pela terra por causa do
quebrantamento da filha do meu povo; pois desfalecem o menino e a criança de
peito pelas ruas da cidade.” (Lamentações
2.11) –
o povo de Israel estava tão destruído que as entranhas de Jeremias estavam perturbadas.
Note o nível de comunhão que o Eterno requer do Seu
povo. Não se trata apenas de ficar sabendo do sofrimento de alguém e tentar
ajudar. Antes, era algo que deveria mexer com algo lá no íntimo, de modo que sua
dor fosse a dor do Eterno sofrendo junto com a pessoa (ver Sl 86.15; 145.8; Cl 1.24; Fp
3.10).
Veja mais estes exemplos:
·
“Porque Deus, a quem sirvo em meu
espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente
faço menção de vós, pedindo sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela
vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco.” (Romanos 1:9,10)
·
“Sempre dou graças ao meu Deus por
vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo.” (I Coríntios 1:4)
·
“Não cesso de dar graças a Deus por
vós, lembrando-me de vós nas minhas orações” (Efésios 1.16)
·
“Dou graças ao meu Deus todas as
vezes que me lembro de vós, fazendo sempre com alegria oração por vós em
todas as minhas súplicas,” (Filipenses
1:3-4).
·
“Graças damos a Deus, Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós,” (Colossenses 1:3).
·
“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos,
servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos
conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus.” (Colossenses 4:14).
·
“Sempre damos graças a Deus por vós
todos, fazendo menção de vós em nossas orações, lembrando-nos sem cessar
da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso
Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai” (I Tessalonicenses 1:2,3),
·
“Dou graças a Deus, a quem desde os
meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço
memória de ti nas minhas orações noite e dia” (II Timóteo 1:3).
Note como Paulo e Epafras estavam sempre orando
pelos seus. Ora, como é possível que eles sempre estivessem pensando neles? O
próprio Paulo explica isto:
o
“E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda
que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados; antes fomos brandos
entre vós, como a ama que cria seus filhos. Assim nós, sendo-vos tão
afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de
Deus, mas ainda as nossas próprias almas; porquanto nos éreis muito queridos.” (1Ts 2.6-8).
Ou seja, tais seguidores do Eterno estavam no
coração deles como filhos. Veja o que Paulo diz:
·
“Além das coisas exteriores, me
oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também
não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? II Coríntios
11:28,29).
Paulo experimentava dentro de si a mesma compaixão
que havia em Jesus e que também foi vista no pai do filho pródigo e no bom
samaritano:
·
“E, Jesus, saindo, viu uma grande
multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus
enfermos.” (Mateus
14:14).
·
“Então o senhor daquele servo, movido
de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.” (Mateus 18.27)
·
“Então Jesus, movido de íntima
compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram.” (Mateus 20.34)
·
“E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima
compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores.” (Lucas 7.13)
·
“Mas um samaritano, que ia de viagem,
chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão” (Lucas 10.33)
·
“E, levantando-se, foi para seu pai;
e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão
e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” (Lucas 15.20).
·
“E, Jesus, saindo, viu uma grande
multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus
enfermos.” (Mateus
14:14).
·
“Então o senhor daquele servo, movido
de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.” (Mateus 18.27)
·
“Então Jesus, movido de íntima
compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram.” (Mateus 20.34)
·
“E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima
compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores.” (Lucas 7.13)
·
“Mas um samaritano, que ia de viagem,
chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão” (Lucas 10.33)
·
“E, levantando-se, foi para seu pai;
e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão
e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.” (Lucas 15.20).
E hoje, o que se vê?
Infelizmente cumpre-se o que está no livro de
Salmos:
·
“Porque não há retidão na boca deles;
as suas entranhas são verdadeiras
maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua
língua.” (Salmos
5.9)
Se você acha que não, pense: quem se preocupa com o
crescimento espiritual do próximo? Quantas mulheres, mesmo sabendo do quanto o
Eterno abomina a prostituição, ainda assim fazem questão de vestir trajes
imorais e usar de sensualidade para conquistar homens? Infelizmente o sistema
religioso não deixa as mulheres perceberem que, quando um homem olha para a
mulher com a intenção impura, já adulterou COM
ELA (Mt 5.28). Em outras palavras, não é só o homem o adúltero.
A mulher que deu ocasião para isto também é adúltera.
Quantas são as vezes que alguém, que se diz
seguidor do Cordeiro, golpeia a consciência do irmão para satisfazer sua cobiça
(1Co 8.11,12). Ignoram o alerta do Eterno, em Sua humanidade:
o
“Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em
mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se
submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque
é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”
(Mt 18.6,7).
Ora, como podemos nos conformar ou até mesmo
desejar que algum pensamento ou sentimento mau possua alguém, levando-o a
desperdiçar o precioso tempo que o Eterno lhe deu em algo nocivo a todos?
Ignoram a advertência do salmista (Sl 109.16-19).
Enquanto Paulo se preocupava e até sofria por
dentro sempre que via alguém fraquejando na fé, os que dizem crer em Jesus
passam por cima uns dos outros e de todos em prol da sua cobiça que sempre fala
mais alto que a voz do Eterno em seu espírito.
Até as orações, jejuns, campanhas, etc., são meios
adotados pelas instituições religiosas a fim despertar nos seus adeptos o
desejo de lutar contra os “Golias” que se levantam contra seus interesses, a
saber, todos os indivíduos que o Eterno ordenou que amássemos como a nós mesmos
(Mt 5.44,45;
22.39; Mc 12.31; Lc 10.27).
Diante disto eu te pergunto: como esperar que
alguém obedeça o mandamento abaixo, se a teologia da prosperidade tem ensinado
justamente derrubar as muralhas de Jericó a fim de aniquilar e pisar todos os
necessitados que o Eterno faz aproximar?
·
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e,
vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o
amor de Deus?” (I
João 3:17)
4º - GENEROSIDADE
Versículos que comprovam
Os irmãos da Macedônia (como será visto no tópico seguinte –
2Co 8.1-5) eram extremante generosos. Isto porque eles sabiam
um segredo que infelizmente foi esquecido pela igreja:
·
“Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das
moradas do Altíssimo.” (Salmos
46:4).
·
“E no último dia, o grande dia da
festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a
mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto
disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o
Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” (João 7:37-39).
O que nos deixa alegres não é só o fato de o Eterno
ministrar em nosso espírito, mas principalmente o fato de permitirmos que Ele
flua do nosso interior, nos use para dar de Si mesmo. Aquele que foi agraciado
pelo Eterno com a capacidade de se doar inteiramente à vida que Ele
viveu como homem e ao Seu corpo (a igreja) sem reter nada, esse será
felicíssimo em tudo que fizer, pois tudo passará a ser limpo aos seus olhos.
Afinal, o que nos entristece é o pecado, já que é Ele nos separa da verdadeira
fonte da felicidade: a alegria do Eterno (Ne 8.10; Is 59.1,2).
Daí a importância dos versículos:
·
“Mas aquele que beber da água que eu
lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida
eterna.” (João
4:14).
·
“Mas quando apareceu a benignidade e
amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça
que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem
da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele
derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador” (Tito 3:4-6).
Com a purificação do pecado, tudo passará a ser luz
para quem crê (oportunidade
para mostrar mais um pouco da bondade de Deus – Mateus 6:22,23; Salmo 112:4;
Isaías 59:10; 2Coríntios 4:6; Amós 5:8). Ou
seja, tudo será visto por ela como “desculpa” para se aproximar novamente de
Deus a fim de receber Dele o necessário para glorificá-lO e deixar seu coração
ainda mais limpos (Tito
3:4-6). Afinal, uma fonte jorrando do interior com
certeza irá purificá-la da maldade.
E o Eterno, quando esteve aqui, disse isto:
·
“E o Senhor lhe disse: Agora vós, os fariseus,
limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de
rapina e maldade. Loucos! Quem fez o exterior não fez também o interior? Antes dai
esmola do que tiverdes, e eis que tudo vos será limpo.” (Lucas
11:39-41)
·
“Vendei o que tendes, e dai
esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que
nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o
vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.” (Lucas 12:33-34)
Daí Paulo dizer que mais bem-aventurada coisa é dar
do que receber (Atos
20:35).
·
“Ninguém tem maior amor do que este, de dar
alguém a sua vida pelos seus amigos.” (João 15:13).
Só é capaz de amar aquele que é capaz de dar tudo.
Quem tem medo de dar é porque não crê no amor que Deus lhe tem (1João 4:16,18) e, portanto, não consegue permanecer no Seu amor (João 15:9), tampouco ser perfeito nele (1João 4:18).
Quem é de Jesus já está salvo, portanto, não tem
com o que se preocupar. Está livre para ajudar outros a encontrarem esta
salvação. Quem pensa em salvar-se é porque ainda não se sente salvo (compare com Romanos 8:16). É aí que entra o pecado: ele surge justamente
quando decidimos reter, ficar com algo, ainda que seja alguma coisa
aparentemente insignificante aos nossos olhos e da sociedade (Josué 7:10,11,20,21).
A
princípio todos deveriam ter o seguinte alvo (Tiago 5:16-20):
·
“... A oração feita por um justo pode muito em seus
efeitos. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que
não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou
outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto. Irmãos, se algum
dentre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele
que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma
alma, e cobrirá uma multidão de pecados”.
Se você analisar a carta de Tiago verá que uns
estavam murmurando contra os outros. Porém, quando entendemos que nosso
objetivo é encorajar uns aos outros a permanecer firmes na fé em Cristo (Hebreus), não iremos mais nos importar com as agressões
sofridas pelos irmãos, pois, agora, entenderemos que estamos aqui justamente
para sermos usados por Deus para reconciliar o mundo Consigo sem acusá-los ou
cobrá-los pelo mal que fez a nós (2Co 5.18-20).
Esta investida do próximo contra nós é como um dardo para nos deixar
anestesiados para o bem.
Afinal, se fosse para serem punidos aqueles que nos
ofenderam, não precisava de nós estarmos aqui. Bastava o Eterno se calar e eles
se destruiriam uns aos outros e iriam para o inferno. O Eterno nos
colocou na vida destas pessoas justamente para que estas não perecessem, mas
tivessem a vida eterna (Isaías
55:6,7; Ezequiel 18.23; Ezequiel 33.11; João 3:15,16; II Pedro 3:9). Elas é que são nossa herança (galardão), a bênção a ser alcançada (Provérbios 11:30; 1Pedro 3:9).
Essa é a receita para vencermos o pecado (Tito 1:15):
·
“Todas as coisas são puras para os
puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento
e consciência estão contaminados. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e
desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.”
Já pensou no real
significado de (Tiago
4:7)? Sujeitar a Deus é aceitar que Ele trate o nosso
coração através das pessoas que Ele colocou perto de nós (Tiago 1:2-4). Não devemos tratar o ser humano consoante a maldade
dele, mas conforme a bondade de Deus para que ela seja conduzida ao
arrependimento (Isaías
33:14,15; Romanos 2:4).
É lógico que, no início, o indivíduo nos será, não
só inútil, mas até nocivo. Afinal, tudo ao redor dele será tão somente uma
materialização daquilo que existe no seu interior (Mateus 12:34; Tiago 3:2). Uma vez que ele só é capaz de repousar no mal (1João 5:19; Efésios 2:2; Provérbios
4:16,17), ficar perto dele significa permanecer no vale da
sombra da morte (Provérbios
2:18). Mas é exatamente por isso que Davi cita o que
está no (Salmo
23:4; 63:3).
Esse é o real sentido do (Salmo 23). Que razão haveria para Davi dizer:
·
nada me faltará (vs. 1);
·
guia-me mansamente a águas tranqüilas (vs. 2);
·
refrigera a minha alma (vs. 3);
·
guia-me pelas veredas da justiça (vs. 3);
·
tua vara e o teu cajado me consolam (vs. 4);
·
preparas uma mesa perante mim na presença dos meus
inimigos (vs.
5);
·
certamente que a bondade e a misericórdia me
seguirão todos os dias da minha vida (vs. 6)?
Nada disso teria sentido a menos que fosse
necessário permanecermos na presença dos inimigos (se deles nos afastássemos como eles
conheceriam o amor de Deus – Mateus 5:44)?
Na companhia dos amigos o mais provável é justamente que:
o
nada vai nos faltar;
o
estaremos tranquilos;
o
nossa cabeça não estará quente para precisar ser
refrigerada, etc.;
o
pratiquemos a justiça (muitos até tentam forçar a justiça
em favor dos que ama);
o
até as correções sejam mais suaves;
o
sempre haja uma mesa farta à nossa disposição;
o
sempre estejamos tomados de bondade e misericórdia.
Porém, enquanto estamos
sendo provados, estamos crescendo na paciência (Tiago 1:2,3) e sendo preparados para receber a coroa da vida (Tiago 1:12). Quanto à pessoa, depois ela nos será bastante
útil (Provérbios
11:30; Filemon 10,11),
a nossa bênção (1Pedro 3:9).
Além disso, já leu por completo (Lucas 12), onde se encontra o versículo (Lucas 12:33)? É como se este versículo fosse o recheio de um
sanduíche. O “pão” de cima (vs.
1 a 32) está mostrando que não devemos nos preocupar com
coisa alguma: basta buscarmos em primeiro lugar o reino do Eterno e Sua justiça
e tudo o que for necessário para que Seus planos de paz se cumpram por completo
em nossa vida (Jeremias
29:11) nos seja DADO. Se em uma firma não precisamos
comprar o equipamento para trabalharmos; antes, o patrão, sendo mau (Mateus
7.11) coloca tudo o que precisamos para cumprir nossa
função à nossa disposição, quão dirá o Eterno. Ele não somente coloca um desejo
enorme no nosso coração pela boa, agradável e perfeita vontade Dele (Eclesiastes
3:11 - ARA; Romanos
12:2), mas também nos dá as habilidades e recursos
necessários para cumprir cabalmente o ministério que Ele nos deu (2Timóteo 4:5; filipenses 1:6;
Ezequiel 28:13; Filipenses 2:12,13).
O “pão” de baixo (vs.
34 a 59) mostra a importância da vigilância e da
reconciliação. Repare como a vigilância implica em dar aos nossos conservos, no
devido tempo, o mantimento (Lucas
12:42). Afinal somos mordomos (despenseiros) da multiforme graça (1Pedro 4:10) e
sabedoria de Deus (Efésios
3:10; I Tessalonicenses 2:4).
Enfim, quando compreendemos a importância de
recebermos somente o que Eterno tem para nós (Tiago 1:16,17) e
depois nos esvaziamos jorrando toda essa “Água Viva” na vida das pessoas, sem
reter nada (a
fim de que as pessoas sejam salvas),
jamais iremos ter a consciência maculada por maus pensamentos e sentimentos,
pois quem quer salvar não pense em roubar, matar, nem destruir (João 10:10).
É imprescindível nos conscientizamos de que:
·
estamos aqui apenas de passagem (I Pedro 2:11),
·
Jesus pode vir a qualquer momento e
·
nosso objetivo é deixar o Eterno nos usar
integralmente para reconciliar Consigo mesmo o mundo (2Coríntios 5:18-20).
Passemos
a pensar e buscar as coisas lá do alto (Colossenses 3:1-3).
As coisas velhas (ou
seja, nosso desejo de correr atrás das coisas deste mundo e tentar vencê-lo com
os métodos que ele oferece) já passaram.
Eis que tudo (tudo:
nossos pensamentos, sentimentos, planos, ações, etc) agora deve estar voltado para o céu (Gálatas 2:20; Romanos 6.4), nosso verdadeiro lar (Filipenses 3.20; Hebreus 11:13-16).
Como era nos tempos da Escritura Sagrada?
·
“Também, irmãos, vos fazemos conhecer
a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova
de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda
pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.
Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente.
Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a
comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente
fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao SENHOR,
e depois a nós, pela vontade de Deus” (II Coríntios 8:1-5).
Ele tinham tanta disposição e amor em ofertar na
vida dos irmãos que estavam passando por necessidade, que muitas vezes eles
davam mais do que podiam. Mesmo estando em profunda pobreza e em meio a muita
tribulação, VOLUNTARIAMENTE, imploravam
para ter o privilégio de abençoar os irmãos.
1)
“Pela fé Abraão, sendo chamado,
obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem
saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra
alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma
promessa. Porque esperava
a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. Todos
estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e
crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na
terra” (Hebreus
11:8-10,13).
Veja como essas pessoas agiam. Abraão não firmou
suas raízes na promessa que o Eterno lhe deu, pois tinha como alvo o céu.
2)
“Pela fé Moisés, sendo já grande,
recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado
com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado;
tendo por maiores riquezas o vitupério de
Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa”
(Hebreus
11:24-26).
Moisés renunciou o seu privilégio de ser príncipe
do Egito. Preferiu ser escravo do que viver uma vida regalada às custas do
sangue, da dor e da miséria do seu povo (que, antes de tudo, é o povo que o Eterno elegeu).
E hoje, o que se vê?
Hoje o que se vê são pessoas indo à igreja em busca
de seus interesses, só pensando em encher, encher até ficarem inchados de tanta
maldade. Quantos vão afoitos atrás de revelação porque querem, de todo jeito,
que o Eterno lhes prometa riqueza, fama (reconhecimento, aceitação) e poder nesta terra. E o pior: se prendem nessas promessas de tal modo
que não conseguem mais se desarraigar deste mundo, passando a buscar em Cristo
apenas nas coisas desta vida (1Coríntios
15:19).
Não compreenderam que é o mover do Eterno (como um rio – João 4:14; João
7:37-39) que nos conserva limpo. Aquele que só recebe do
Eterno acaba se tornando um mar Morto, cujas águas destroem qualquer que
insistir em querer permanecer nelas. Estas pessoas não foram visitadas pelo Rio
de vida (Ezequiel: 47:8-10).
Infelizmente os mais avarentos são justamente os
que se dizem crentes em Jesus. Os poucos que se dispõem a fazer alguma coisa
pelo próximo, se engajam em obras sociais e projetos de “filantropia” (está
mais para pilantropia, já que, por causa de tais obras, deixam de pagar
impostos que, a princípio, deveriam servir para melhorar a sociedade), coisa
que nunca o Eterno ordenou.
Estas obras podem parecer algo bom. No entanto,
trata-se de terceirizar o amor ao próximo. A presença delas incentiva:
·
A cobiça nos que as fazem. Ao verem tanto dinheiro
de doações, acaba desviando parte da verba para si próprio, se desculpando,
dizendo que, se ele tem necessidade e é digno do seu salário, então está tudo
correto; ainda mais se a necessidade tiver haver com a pregação do evangelho
(Lc 10.7; 1Tm 5.18);
·
O orgulho nos que as fazem, que se acham no direito
de condenar e explorar os outros em nome dos seus desejos, por terem convencido
a si mesmo e a todos de que é para glória do Eterno;
·
Cada indivíduo a entregar o privilégio de amar
próximo como a si mesmo (conforme ordenou Jesus – Mt 22.39; Mc 12.31; Lc 10.27)
a cães gulosos e porcos (ver Is 56.10-12; Mt 7.6). Isto que o sistema religioso
faz com os membros é uma crueldade. Afinal, uma vez que mais bem-aventurada
coisa é dar do que receber, ao querer seduzir e obrigar cada um a dar dinheiro
para eles fazerem a obra “de Deus”, o que estes líderes religiosos estão fazendo
é privando o indivíduo de ser felicíssimo. Afinal, quer coisa mais gratificante
do que ser acolhido no coração dos indivíduos com gratidão (Lc 16.9; 2Co
9.12-14)?
O amor ao próximo jamais deveria ser exercido por
alguns e em circunstâncias específicas. Antes, todos devem colocá-lo em prática
a cada momento, em toda parte.
Até na instituição religiosa que frequentam se vê
disputa de cargo. Quantas vezes vê-se um irmão querendo difamar ou fazendo de
tudo para puxar o tapete do outro só porque ele prega melhor ou tem uma voz
mais afinada. Luta-se tanto para levar a pessoa a Cristo para, depois, batalhar
pela sua ruína, pelejar até ela vir a se perder (Ezequiel 34:5,6; Jeremias 23:1-3).
Considerando que todos estão lutando pela mesma
coisa, buscando a glória do mesmo Deus, deveriam se unir. Afinal, quanto mais
fiéis exaltando o Deus verdadeiro, mais a sociedade poderá testemunhar a
realidade de tudo que o Eterno é.
No entanto, como já dito, os pastores só faltam se
matarem uns aos outros para afastarem os indivíduos das demais instituições
religiosas para a sua. Isto, sem contar que, na maioria delas, os membros são
proibidos de ir em outras instituições religiosas evangélicas.
Repito: não estão (pelo menos na teoria)
todos adorando ao mesmo Deus? Então que diferença o lugar que se vai?
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