sábado, 19 de setembro de 2015

112 - A lei de Jesus x A Lei do Antigo Testamento

A lei de Jesus x A lei do Testamento da Lei

 

Já reparou como na Escritura Sagrada é feita uma diferença entre a lei de Jesus e a lei usada pelos fariseus?

Veja como Jesus se refere ao mandamento Dele:

 

·         “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (João 15.12).

 

De igual modo Ele cita o mandamento do Pai no singular:

 

·         “E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito.” (João 12.50).

 

Por outro lado, veja como Jesus se refere à lei do Testamento da Lei:

 

·         “E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro.” (João 8.17)

·         “Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?” (João 10.34)

 

E até Pilatos e os próprios fariseus consideravam a lei como algo pertinente a eles:

 

·         “Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma.” (João 18.31)

·         “Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?” (João 7.51)

·         “Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” (João 19.7).

 

Sem contar que a lei deles era chamada lei de Moisés:

 

·         “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” (João 1.17)

·          “E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?” (João 8.5).

·         Não vos deu Moisés a lei? e nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me?” (João 7.19).

 

Mas afinal, o Testamento da Lei não foi dado pelo Eterno? Então como é que ela pôde ser chamada de lei de Moisés? Pior ainda: porque foi chamada de lei dos judeus (ou, mais especificamente, dos fariseus)? Esta lei, por ter sido dada pelo Eterno, não deveria pertencer a ser obedecida por todos?

Para começar, nunca foi para ser obedecida, mas cumprida. Tanto que Jesus disse:

 

·         “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5.17,18).

 

Jesus não veio simplesmente para obedecer, mas para cumprir a lei. Ou seja, não se trata de atos isolados, mas sim de um estilo de vida totalmente voltado para aquilo que agradava ao Eterno. Para ser mais exato: o próprio Jesus era o cumprimento da lei. E isto para que todos, israelitas e gentios, pudessem conhecer o Eterno Seu amor.

E não pense que isto só começou com Jesus. Isto era para ter acontecido desde a época de Moisés.

 

·         “Eu crio os frutos dos lábios: paz, paz, para o que está longe; e para o que está perto, diz o SENHOR, e eu o sararei.” (Is 57.19).

 

Repare que o Eterno proclama a paz aos que estavam longe. E, segundo Paulo, quem estava longe eram os gentios:

 

·         “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto; porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.” (Ef 2.14-18).

 

No entanto, devido a uma má interpretação dos Israelitas acerca do Eterno e Sua vontade, a lei acabou sendo encarada como um instrumento de separação.

Você pode questionar: mas isto já foi assim desde a época de Abraão e Moisés:

 

·         “Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás a minha aliança, tu, e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: Que todo o homem entre vós será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós.” (Gn 17.9-11).

·         “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica.” (Êxodo 31.13).

 

É bem verdade que pertencer a Jesus significa ser santo (separado do mundo para uso exclusivo do Eterno) (ver Lv 20.7; 1Pe 1.16). Daí o Eterno ter dado dois sinais para marcar os israelitas. Mas isto não significa que era para Israel se tornar inimigo dos indivíduos do mundo, vindo a desprezá-los (inclusive, o termo gentios era pejorativo. Eles consideravam quem não era judeu de “gentinha”, “gentalha”, “povo imundo” ou algo semelhante).

Trata-se de uma separação de caráter (ver 1Tm 1.8-10), mas com vistas a mostrar a todos quem realmente é Jesus e, assim, estimulá-los a quererem pertencer a Cristo, vindo a ser um com eles. Lembre-se que o plano original do Eterno sempre foi fazer de Israel uma nação de reis e sacerdotes – (Êx 19.6). Além disso, o Eterno já tinha profetizado Israel e gentios buscando-O juntos, mas pelo jeito eles resolveram ignorar a mensagem (Zc 8.23).

Infelizmente, o povo de Israel nunca conseguiu enxergar isto, o que transformou a lei num verdadeiro instrumento de discriminação entre israelitas e gentios (Ef 2.14). Não é em vão que Paulo disse que a lei havia se transformado em um instrumento de condenação para trazer-lhes prejuízo:

 

·         “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;” (Cl 2.13,14 – ARA2).

 

Afinal, eles estavam usando a lei do Eterno de modo ilegítimo, ou seja, como um meio de legalizarem toda a maldade que havia no coração deles, de modo que pudessem pecar à vontade e ainda por cima tirar proveito disto:

 

·         “Pode, acaso, associar-se contigo o trono da iniqüidade, o qual forja o mal, tendo uma lei por pretexto?” (Sl 94.20 - ARA2).

 

Não é em vão que Paulo diz que a lei veio para que a ofensa abundasse:

 

·         “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;” (Rm 5.20).

 

Resultado: a lei, que deveria ser para vida, acabou se tornando para morte:

 

·         “Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri. E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.” (Rm 7.8-11).

 

Tudo isto, porém, era para mostrar que jamais alguém poderá ser salvo por obras da lei:

 

·         “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” (Romanos 3.20);

·         “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.” (Romanos 3.28)

·         “Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço; Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido.” (Romanos 9.30-33);

·         “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” (Gálatas 2.16).

 

Infelizmente até hoje os indivíduos não aprenderam a lição e tentam conciliar o Favor do Eterno (vinho novo e pano novo) com a lei (vinho velho e pano velho):

 

·         “Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem? E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém tira um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.” (Lc 5.33-39).

 

Mas a lei não pode coexistir com o Favor do Eterno:

 

·         “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.” (Gl 5.4).

 

A prova disto foram as imensas discussões entre judeus e gentios acerca de se guardar a lei. Foi tanta a divergência que resolveram fazer um concílio de Jerusalém especialmente para tratar desta questão:

 

·         “Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas.” (Atos 15.19-21)

 

Os judeus custaram a admitir que os povos de outras nações pudessem vir a ser agraciados pelo Eterno (tanto que Pedro teve que enfrentar uma oposição ferrenha por ter ido à casa de Cornélio – At 11.1-3,18). E, mesmo aceitando, eles ainda achavam que os gentios eram obrigados a circuncidar e guardar a lei de Moisés.

 

·         “Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem.” (At 15.5-7).

 

Repare que no concílio de Jerusalém a discussão foi tanta que não conseguiram buscar a perfeita vontade do Eterno. Os gentios continuavam obrigados a guardar ainda três preceitos do Testamento da Lei:

No entanto, o escritor de Hebreus deixou claro que toda a lei foi abolida:

 

·         “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.” (Hb 7.11,18,19).

 

Vem a questão: “mas então, por que Jesus disse que até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei” (Mt 5.18)? O que foi abolido foi a “obediência” à lei. Isto porque a simples obediência a leis só serve para gerar separação.

No entanto, é necessário que tudo seja cumprido (Mt 5.18).

Você pode questionar: qual a diferença entre obedecer e cumprir?

 

·         Obedecer é simplesmente seguir os preceitos. Trata-se de fazer coisas.

·         Cumprir é permitir que o amor do Eterno tome conta de todo o nosso ser, de modo que Sua vontade seja a nossa, a ponto de desejarmos ser o cumprimento da Escritura Sagrada. Veja: não se trata-se de cumprir preceitos isolados, mas sim de viver uma vida que em tudo revela a glória do Eterno (1Co 10.31; Cl 1.10).

 

Mas afinal, como cumprir a lei?

 

·         “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Rm 13.8-10).

·         “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” (Gálatas 5.14).

·         “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas; querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente; sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina,” (1Tm 1.5-10).

 

Repare como o amor é o cumprimento da lei. Você pode pensar: como isto se dá. Para exemplificar, tomemos como exemplo a lei do dízimo.

 

·         “Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; e aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo. Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem.” (Dt 14.22-34).

 

Note como o dízimo não era dinheiro, mas alimento, o qual deveria ser comido junto com a família, o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva. Ou seja, o dízimo, antes de tudo, era um momento de comunhão. A importância não estava no ritual em si, mas na aproximação entre os membros da família e os necessitados que havia no meio deles.

No que eles praticavam o amor ao próximo e o amor uns pelos outros, eles estavam vivendo como os verdadeiros discípulos de Jesus (Jo 13.34,35).

Outro exemplo é o sacrifício de Cristo. Sabemos que o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado (1Jo 1.7). Mas a questão é: como isto se dá?

Para entender isto, voltemos ao Antigo Testamento:

 

·         “E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.” (Hb 9.21,22).

·         “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados.” (Hb 10.4).

 

A princípio até parece uma contradição. Afinal, o sangue de animais purifica ou não? Você pode até achar estranho o que eu vou dizer, mas nem mesmo o sangue de Cristo, por si só, pode salvar. Afinal, se só o sangue de Cristo salvar, então está todo mundo salvo.

O que salva é o que está por trás do sacrifício. Para você enxergar isto, imagine se o Eterno dissesse que, para você ser perdoado do pecado, você tivesse que sacrificar o teu animal de estimação. Mesmo que fosse um simples cachorro, isto iria lhe doer o coração. Quão dirá se fosse um cordeiro (cuja palavra significa “cordial”).

E se fosse, então, o teu filho que você tivesse que dar para que a tua vida fosse salva? Com certeza você pensaria duas, três ou mais vezes antes de pecar.

Mais ainda: e se fosse a vida de alguém que está sempre junto de você, só fala, pensa e faz coisas boas, tem todo poder e autoridade em Suas mãos e te ama de verdade? Não te pesaria no coração perder a companhia vida de tal indivíduo (entregando-a para a morte) para que tua vida fosse salva? Pois bem! Foi isto que aconteceu. Quando alguém realmente compreende a grandeza do amor do Jesus por nós e o que Ele teve que sofrer para que pudéssemos ser salvos, isto o conduz a uma tristeza tão profunda (chamada arrependimento) que é capaz de mudar sua maneira de pensar e sentir as coisas. Isto, por sua vez, irá refletir na sua maneira de se comportar.

Agora você entende como que o amor cumpre a lei? O amor não pensa em tarefas a serem executadas, mas na possibilidade de se apegar mais a Jesus e àqueles que Ele traz até nós para confirmar Sua palavra.

Agora você entende como a lei pode ser prova de amor?

 

·          “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.” (1João 5.3).

 

Quando amamos alguém, nos ligamos ao indivíduo de um modo que, dentro desta ligação, se acham escondidos todos os princípios da Escritura Sagrada. Por isto é que todos os mandamentos dependem dos dois primeiros:

 

·         “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mt 22.37-40).

 

Para você visualizar isto, imagine um fruto. A polpa é a lei, a semente é o amor. Embora a polpa alimente, é a semente que permite que árvores da mesma espécie possam existir em outras partes do mundo. Sem a semente, a árvore ficaria só, limitada a um determinado número de frutos e a beneficiar apenas os que estão próximos.

De igual modo, sem o amor, a lei se torna estéril. Pode até trazer algum benefício físico aos que estão próximos (ver Jó 22.2-4; 35.6-8), mas jamais gera vida. É o amor que revela o verdadeiro sentido da lei.

Para ser mais exato: é possível alguém obedecer aos mandamentos e, nem por isto estar fazendo a vontade do Eterno (ver Mt 7.21-23; Lc 13.23-28), como é possível alguém, pensando em agradar ao Eterno, fazer coisas que a princípio parecem más, mas que expressam a verdadeira natureza do amor (ver 1Rs 20.35-37; 2Cr 19.2).

Em resumo:

 

·         Obedecer leis é algo penoso e não conduz ao amor;

·         Cumprir leis é fruto do amor pelo Eterno e pelo próximo e leva ao cumprimento da lei.

Um comentário:

  1. Crentes se preocupam em obedecer a lei, e esquecem que Deus veio a Terra pra dizer aos homens que, Ele cumpriu a lei, e que a partir de então teríamos que viver de acordo com a vontade de Deus e não a lei do homem.
    Pra mim ainda é um pouco complicado fazer essa diferença, mas o fato de saber que ela existe, já é um grande passo para fazer o que realmente Deus quer, e não ficar preso a religiosidade.

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