domingo, 27 de setembro de 2015

118 - Casamento e a importância de amarmos a nós mesmos

A IMPORTÂNCIA DE AMARMOS A NÓS MESMOS

 

Infelizmente a mídia tem induzido os indivíduos a acharem que amar a si próprio é algo mau, sinal de egoísmo.

Não é verdade! Eu digo o contrário. O grande problema da humanidade é que ninguém anda pensando em si próprio. O egoísta pensa em tudo, menos em si próprio. Por ele não conseguir achar nada de bom em si, ele necessita de atrair o mundo inteiro para junto de si a fim de poder se sentir alguém.

No entanto, se cada um pensasse em si próprio, descobriria sua verdadeira necessidade.

Além disto, pense: como é que podemos pensar em ajudar alguém, se não somos capazes de resolver nem mesmo a nós? Para facilitar o entendimento, vamos pensar com relação ao casal. Se o marido, por exemplo, não consegue nem achar satisfação para si mesmo, como espera poder amar alguém?

Alguém pode questionar: mas nós temos que amar o próximo (Mt 22.32; Mc 12.31; Lc 10.27). Ora, se você, por você mesmo, for capaz de amar o próximo ou fazer algo bom por ele, então você não precisa de Jesus.

Ora, pense: como você pode dar ao próximo algo bom se você não o possui dentro de você (VEJA Rm 3.9-18 a realidade de todos nós)? A boca só consegue falar do que há em abundância no coração (Lc 6.45). Se você não tem nada de bom dentro de você, então você é inútil na vida do próximo. Eu digo que não há nada de bom em ti porque, se você tivesse o que realmente precisa ter, estarias satisfeito e não precisarias de nada. Tua sede estaria satisfeita (Jo 4.13,14).

Se você não dá conta de satisfazer nem mesmo as tuas necessidades, como poderás ajudar o próximo? Se você for tentar ajudar o próximo, aí que irás ficar mais insatisfeito e o pior: ainda irá despertar no próximo a ilusão de que você está interessado em ajudá-lo e tem condições para isto.

Resultado: vem a cobrança dos dois lados. O próximo vai reclamar que você traiu a confiança dele, não cumprindo o que prometeu; e você irá se queixar de que tentou fazer tudo de melhor por ele, mas ele foi ingrato e, quando você precisou dele, não obteve o retorno esperado.

Além disto, se você não foi sabe o que é bom para você, como você espera saber o que é bom para o próximo? Daí Jesus dizer:

 

·         “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” (Mt 7.3-5).

 

Primeiro você tem que resolver a tua situação diante do Eterno. Talvez você pense: “mas se eu ajudar todos à minha volta, eu só irei receber bênçãos na minha vida”. Mesmo que todos à tua volta estejam cheios do Espírito do Eterno e tremendamente abençoados, isto apenas garantirá que você só receberá coisas boas deles. Isto, todavia, não garante que você conseguirá ser feliz (veja Is 48.22, Is 57.19-21 e Jr 17.6, onde mostra o Eterno abençoando as vidas e, apesar disto, eles continuam perturbados e incapazes de enxergar algo bom).

Basta considerar o exemplo de Adão. Ele tinha tudo favorável e ainda assim teve a capacidade de pecar. Mesmo tendo em abundância toda comida física, mental (conhecimento), sentimental (tinha muitas criaturas por meio das quais poderia receber carinho e afeto) e espiritual (podia ter comunhão com o Eterno quando quisesse), ainda assim teve que ir atrás de algo que não precisava.

Ou seja, como você pode ver, o problema não estava em Ha-Satan, no próximo, muito menos no Eterno, mas no próprio Adão. Se ele tivesse obedecido o primeiro mandamento (Gn 1.28), ele poderia ter experimentado mais do amor do Eterno. Como o amor só pode ser exercido entre seres humanos, era necessário ele ter gerado filhos para se sentir totalmente realizado.

Ou seja, mesmo que o Eterno mude todas as circunstâncias à tua volta, se o teu interior não estiver resolvido, você estará completamente impossibilitado de experimentar o bem advindo dos indivíduos que te cercam.

Muitos perguntam: mas será que o país vai melhorar? Antes de tudo, pergunte-se: eu estou disposto a melhorar? Se você não melhorar, mesmo que o mundo inteiro melhorasse, este benefício não te alcançaria. Por outro lado, se você deixar que o Eterno trabalhe a mudança dele no teu coração, mesmo que o mundo inteiro piore, tudo à tua volta será diferente.

Não adianta culpar o próximo, Ha-Satan, muito menos ao Eterno. Enquanto o teu interior não estiver resolvido, nada parecerá bom aos teus olhos. Qualquer coisa que você venha a fazer pelo próximo ou por amor ao Eterno será, no fundo, uma expressão de medo. Você só irá agradá-los porque, no fundo, você os culpa pelos males que estás passando.

Afinal, pense: quem é este Deus a quem você está servindo? Você realmente acha que Ele está carente da tua atenção (tua conversa, louvor, agradecimento, serviço, etc.)? O Eterno não precisa que você pense Nele, mesmo porque, qualquer pensamento que você vier a ter Dele, no fundo, no fundo, será interesseiro.

Pois bem: uma vez entendido que o problema está dentro de você, cabe então se perguntar: o que precisa mudar dentro de mim para eu ser feliz? O que realmente é importante para mim? Se você pensar com carinho nestas perguntas, você chegará à conclusão que você foi criado especialmente para amar e ser amado.

Vem a questão: o que é necessário para ser amado? Não pense em receber amor dos indivíduos, pois como alguém poderá te amar se ele está também em busca deste amor?

Apenas o Eterno é amor (1Jo 4.8,16). Logo, para ser amado você precisa Dele.

E para amar, o que é necessário? Primeiro, é preciso receber o amor do Eterno (afinal, você só pode dar amor se, antes de tudo, você o possuir dentro de você. Em seguida, é preciso indivíduos a quem amar. Veja como, agora, você irá pensar no Eterno e no próximo. Contudo, não os verá como alguém separado de você, em favor de quem você necessita fazer algo para receber o que precisa. Antes, você pensará neles como exatamente o que você necessita para fazer tua vida ter sentido. Neste caso, quando fizeres algo em favor do próximo, estarás consciente que, na verdade, estás fazendo por ti mesmo.

Talvez agora você esteja se perguntando: “agora finalmente eu posso pensar naquilo que é bom para o próximo?”.

É claro que não! Se você for gastar tempo buscando o que é bom para o próximo, acabarás não buscando o que é bom para ti. Pense no caso do casamento. Você já parou para pensar no que fez o homem cair?

 

·         “E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” (Gn 3.6)

 

Quando lemos este versículo, a impressão que temos é que a única coisa que Eva fez foi dar o fruto proibido a Adão. No entanto, quando o Eterno sentenciou Adão, o que ele disse?

 

·         “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” (Gn 3.17)

 

Repare como a mulher, após ser enganada, comeu do fruto, teve seus olhos abertos e, então, caiu em transgressão usando de palavras para induzir Adão a comer do fruto (1Tm 2.14). Adão não tinha que ter dado ouvidos à sua mulher. A única voz que ele tinha que ouvir, o único conhecimento que ele deveria possuir, tinha que vir do Eterno.

Assim, não temos que pensar naquilo que o próximo precisa, mas sim naquilo que nós precisamos. Mesmo porque, pense do ponto de vista do marido. O que que realmente sua mulher precisa? Ora, ela não foi criada para ser o corpo do marido (1Co 11.3;Ef 5.23), sua auxiliadora idônea (Gn 2.18)? Sendo assim, do quê ela realmente precisa?

 

·         Como auxiliadora idônea, ela precisa de um marido que saiba realmente o que é bom para si. Como a mulher vai ajudar o homem se ele não souber o que quer ou do que ele precisa?

·         Como corpo, a mulher precisa de uma cabeça que saiba ver, ouvir, respirar e se alimentar da coisa certa, bem como seja repleto da sabedoria e do conhecimento do Eterno, de modo a poder conduzi-la para o lugar certo, a saber, para onde ela possa ter intimidade com o Eterno.

 

Em outras palavras, se o marido se preocupar em ser uma cabeça abençoada, cheia do Espírito do Eterno e de tudo aquilo que vem dele, se ele tiver consciência da vontade do Eterno para sua vida, sua esposa terá exatamente tudo aquilo de que necessita: direção, proteção e amor. Ela não precisará se preocupar com o futuro, já que o Eterno vive em Seu marido (ver 1Pe 3.6).

Pensando pelo lado da mulher, o que ela precisa fazer é se preocupar consigo mesmo. Afinal, do que o marido precisa? De um corpo que saiba digerir bem tudo aquilo que o marido ingere, de modo a nutrir sua cabeça, oxigená-la e tirar dela todas as toxinas. Sobretudo, ele precisa de uma mulher cujo corpo este forte, sadio, com os dons e talentos necessários para auxiliá-lo na missão que o Eterno lhe deu. O importante é que quando o marido precisar, a mulher esteja pronta para auxiliá-lo. Daí ela ser auxiliadora IDÔNEA: seu papel não é ajudar na hora e do jeito que deseja, mas sim naquilo que o marido necessita e no momento exato. Daí a importância da mulher poder descansar e esperar no Eterno (Sl 37.7): para que ela esteja sempre pronta para seu marido.

Afinal, como soldado de Cristo, ele estar sempre pronto para quando Jesus quiser usá-Lo (2Tm 2.3) e sua esposa não pode falhar neste momento.

Em suma, se cada indivíduo preocupar consigo mesmo, em investir plenamente em si, de modo a estar sempre pronto para ser usado pelo Eterno em prol dos outros, tal indivíduo será agradável a cada um que o Eterno lhe der.

Inclusive, se pensarmos que o alvo maior do Eterno é fazer dos Seus um só corpo, no que cada um busca o melhor para si, automaticamente isto trará benefício para os demais membros do corpo. Se cada órgão estiver pronto para exercer sua função, ele já está ajudando (seja direta ou indiretamente) todos os demais membros do corpo.

Você pode questionar: e como fica, então o seguinte versículo?

 

·         “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” (Fp 2.4).

 

O que não pode acontecer é nos fecharmos para os demais indivíduos. Temos que amar a nós mesmos, mas com vistas a receber Jesus e Seu corpo em nós a fim de, com isto, dar oportunidade para que os de fora possam conhecer Jesus através da nossa vida.

 

·         “Porque não nos estendemos além do que convém, como se não houvéssemos de chegar até vós, pois já chegamos também até vós no evangelho de Cristo, não nos gloriando fora da medida nos trabalhos alheios; antes tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra, para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós e não em campo de outrem, para não nos gloriarmos no que estava já preparado.” (2Co 12.14-16)

 

Em outras palavras, o erro não está em amarmos a nós mesmos, mas sim em não deixar outros participarem deste amor. O erro não está em pensarmos em nós mesmos, mas sim em não querer estar no pensamento dos outros.

Além do mais, pense: qual a melhor forma de o marido demonstrar seu amor à esposa? Não é dando a ela o que possui de mais importante? E o que marido tem de mais importante? Não é a si mesmo?

Talvez você pense: mas o marido deveria dar Cristo à esposa. No entanto, se a esposa precisasse apenas de Jesus, então não precisava do marido. A única razão de terem casado é porque Jesus quer estar presente na vida da mulher através do marido.

Por isto é que João disse:

 

·         “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.” (1Jo 1.3).

 

Enfim, o amor ao próximo só tem sentido quando buscamos o melhor para nós mesmos a fim de que o próximo tenha, em nós, algo de que ele necessita.

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